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diabetes e controle glicêmico, obesidade, proteinúria, ma- croalbuminúria, tabagismo, proteína C-reativa elevada, colesterol total elevado, dis- lipidemias, baixos níveis de lipoproteína de alta densida- de (HDL), níveis elevados de colesterol de baixa densidade (LDL), densidade da lipoprote- ína, síndrome cardiometabó- lica, raça/etnia e a genética. Atualmente a doença perio- dontal, vem sendo indicada como um fator de risco não tradicional, que contribui para o agravamento da DRC. 3) Quais as principais consequ- ências da progressão da doença renal crônica? Com a progressão da DRC ocor- re o declínio progressivo da taxa de filtração glomerular, o que levará a uma elevação da con- centração sérica ou plasmáti- ca de todos os catabólitos que deveriam ser eliminados pela urina, principalmente uréia e creatinina. Quando a DRC atin- ge sua fase final (DRCT) ocorre a chamada síndrome urêmica. Nessa situação, se os pacientes não forem submetidos à TRS Entrevista 1) O que é a doença renal crô- nica (DRC)? Na verdade a Doença Renal Crônica (DRC) não é uma do- ença única, ela é uma síndro- me complexa, evidenciada por anormalidades histopatológi- cas ou de marcadores de lesão renal. Dentre elas as alterações sanguíneas ou urinárias (uréia > 40mg, creatinina > 1,5mg, do o paciente começa a apresen- tar algum sintoma ou quando é diagnosticado com DRC, a doen- ça já está em estágio tão avan- çado, que os rins praticamente não exercem suas funções sendo então necessário iniciar a terapia renal substitutiva por diálise. 2) Quais as principais causas da doença renal crônica? As principais causas relata- das na literatura como dano albuminúria > 30mg); exames de imagem eTaxa de Filtração Glomerular(TFG) <60 mL/ min/1,73 m2 por um período igual ou superior a três meses com ou sem lesão renal. A sua progressão resulta em dano re- nal irreversível e conseqüente perda da função renal. O grande problema desta doença é que sua progressão é lenta, e normalmente assintomática até alcançar fases avançadas. Na grande maioria das vezes, quan- [email protected] Segredos em Odontologia Dr. Diva Claudia de Almeida – referência no atendimento e pesquisa odontológica do paciente portador de doença renal crônica. renal e o consequente início da DRC, são principalmente: hipertensão arterial, diabete mellitus e doença glomerular. Outra causa importante de progressão da DRC, está asso- ciada às drogas e medicamen- tos nefrotóxicos, como analgé- sicos e antiinflamatórios não esteróides. Além disso, existem também os fatores de risco. Os tradicio- nais incluem idade acima de 60 anos, hipertensão arterial, Editorial A Divisão LACER do Laboratório Gross, traz para a classe odontológica a terceira edição do jornal científico “Da Boca Pra Fora”. Nesta publicação, trazemos um bate papo com a Cirurgiã - Dentista Dr a . Diva Claudia de Almeida (Especialista em Periodontia, Mestre em Odontologia - UFF e Staff do Ser - viço de Odontologia do Hospital Federal da Lagoa - HFL) sobre os aspectos atuais do atendimento odontológico ao paciente portador de doença renal crônica (DRC). Trazemos também uma matéria sobre o trabalho e objetivos atuais do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, finalizando o material com o nosso já tradicional “Atualida- des em Odontologia” com notícias e resumos de publicações científicas que estão em evidência no mundo odontológico. Desejamos a todos uma boa leitura. Informativo científico odontológico do Laboratório Gross Rio de Janeiro - 2012 Ano 3 - Nº 003 Tabela de Ajuste de Compensação (Riella, MC- 4ª ed, 2008) TFG > 50: função renal suficiente; TFG entre 10 – 50: tratamento conservador; TFG < 10:TRS de diálise Ajuste por TFG > 50 10-50 < 10 8h 8-12hs 24hs 100% 100% 50-75% 100% 100% 100% 100% 100% 50% Reposição Pós Diálise HD: 1 dose CAPD: 250mg / 12-12 hs Não Não HD: 1 dose Droga Amoxicilina Eritromicina Clindamicina Metronidazol Dose Normal 250-500mg 8/8hs 250-500mg 6/6hs ou 12/12hs 150-300mg 6/6hs 250mg 6/6hs

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diabetes e controle glicêmico, obesidade, proteinúria, ma-croalbuminúria, tabagismo, proteína C-reativa elevada, colesterol total elevado, dis-lipidemias, baixos níveis de lipoproteína de alta densida-de (HDL), níveis elevados de colesterol de baixa densidade (LDL), densidade da lipoprote-ína, síndrome cardiometabó-lica, raça/etnia e a genética. Atualmente a doença perio-dontal, vem sendo indicada como um fator de risco não tradicional, que contribui para o agravamento da DRC.

3) Quais as principais consequ-ências da progressão da doença renal crônica?

Com a progressão da DRC ocor-re o declínio progressivo da taxa de filtração glomerular, o que levará a uma elevação da con-centração sérica ou plasmáti-ca de todos os catabólitos que deveriam ser eliminados pela urina, principalmente uréia e creatinina. Quando a DRC atin-ge sua fase final (DRCT) ocorre a chamada síndrome urêmica. Nessa situação, se os pacientes não forem submetidos à TRS

Entrevista1) O que é a doença renal crô-nica (DRC)?

Na verdade a Doença Renal Crônica (DRC) não é uma do-ença única, ela é uma síndro-me complexa, evidenciada por anormalidades histopatológi-cas ou de marcadores de lesão renal. Dentre elas as alterações sanguíneas ou urinárias (uréia > 40mg, creatinina > 1,5mg,

do o paciente começa a apresen-tar algum sintoma ou quando é diagnosticado com DRC, a doen-ça já está em estágio tão avan-çado, que os rins praticamente não exercem suas funções sendo então necessário iniciar a terapia renal substitutiva por diálise.

2) Quais as principais causas da doença renal crônica?

As principais causas relata-das na literatura como dano

albuminúria > 30mg); exames de imagem eTaxa de Filtração Glomerular(TFG) <60 mL/min/1,73 m2 por um período igual ou superior a três meses com ou sem lesão renal. A sua progressão resulta em dano re-nal irreversível e conseqüente perda da função renal.

O grande problema desta doença é que sua progressão é lenta, e normalmente assintomática até alcançar fases avançadas. Na grande maioria das vezes, quan-

[email protected]

Segredos em Odontologia

Dr. Diva Claudia de Almeida – referência no atendimento e pesquisa odontológica do paciente portador de doença renal crônica.

renal e o consequente início da DRC, são principalmente: hipertensão arterial, diabete mellitus e doença glomerular. Outra causa importante de progressão da DRC, está asso-ciada às drogas e medicamen-tos nefrotóxicos, como analgé-sicos e antiinflamatórios não esteróides.

Além disso, existem também os fatores de risco. Os tradicio-nais incluem idade acima de 60 anos, hipertensão arterial,

Editorial A Divisão LACER do Laboratório Gross, traz para a classe odontológica a terceira edição do jornal científico “Da Boca Pra Fora”. Nesta publicação, trazemos um bate papo com a Cirurgiã - Dentista Dra. Diva Claudia de Almeida (Especialista em Periodontia, Mestre em Odontologia - UFF e Staff do Ser-viço de Odontologia do Hospital Federal da Lagoa - HFL) sobre os aspectos atuais do atendimento odontológico ao paciente portador de doença renal crônica (DRC). Trazemos também uma matéria sobre o trabalho e objetivos atuais do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, finalizando o material com o nosso já tradicional “Atualida-des em Odontologia” com notícias e resumos de publicações científicas que estão em evidência no mundo odontológico.

Desejamos a todos uma boa leitura.

Informativo científico odontológico do Laboratório Gross Rio de Janeiro - 2012Ano 3 - Nº 003

Tabela de Ajuste de Compensação (Riella, MC- 4ª ed, 2008)

TFG > 50: função renal suficiente; TFG entre 10 – 50: tratamento conservador; TFG < 10:TRS de diálise

Ajuste por TFG > 50 10-50 < 10

8h 8-12hs 24hs

100% 100% 50-75%

100% 100% 100%

100% 100% 50%

Reposição Pós Diálise

HD: 1 doseCAPD: 250mg

/ 12-12 hs

Não

Não

HD: 1 dose

Droga

Amoxicilina

Eritromicina

Clindamicina

Metronidazol

Dose Normal

250-500mg 8/8hs

250-500mg6/6hs ou 12/12hs

150-300mg 6/6hs

250mg 6/6hs

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(diálise ou transplante), entram em coma urêmico e podem fa-lecer, pois quase todos os ór-gãos e sistemas são atingidos. Ainda como resultado deste desenvolvimento ou até mesmo do tratamento, ocorrem várias alterações sistêmicas como hi-perparatireoidismo secundário, anemia, desnutrição, diabete mellitus, hipertensão arterial, alterações cardiovasculares, al-terações hematológicas e alte-rações imunológicas, incluindo a disfunção imune com distúr-bios dos sistemas inato e adap-tativo.

As alterações imunológicas são importantes fatores a consi-derar em odontologia, devido ao risco de infecções odon-tológicas, sejam periapicais, periodontais, pós-cirúrgicas e fúngicas. É importante ressal-tar que os principais fatores de morbidade e mortalidade da DRC são a infecção, inflamação e as doenças cardiovasculares. Portanto, qualquer descuido ou situação com esses pacientes, pode tomar proporções graves e ser fatal.

Outra conseqüência da DRC, im-portante na odontologia, são as alterações hematológicas (fator III), havendo tendência à hemor-ragia prolongada e formação de petéquias e hematomas.

ção e alterações imunológicas, resultam na falta de integridade dos tecidos periodontais, exacer-bando a resposta inflamatória da gengiva ao biofilme dental, além de mudanças degenerativas na gengiva; As alterações do meta-bolismo Ca e P, e o PTHS atuam no metabolismo do tecido ósseo,

maiores depósitos de cálculo dental. Os fatores psicosso-ciais como a depressão, mui-to comum nesses pacientes, ocasionam baixa qualidade de higiene bucal e consequente baixa saúde bucal, por aumen-to do biofilme dental, principal fator etiológico da doença pe-riodontal.

O aumento gengival medicamentoso é uma manifestação oral que pode acometer pacientes portadores de doença renal crônica.

“As alterações imunológicas são importantes fato-res a considerar

em odontologia.”

4) Quais as manifestações bu-cais da doença renal crônica?

As manifestações mais co-muns são: hálito urêmico, pa-lidez de membrana mucosa, xerostomia, estomatite urê-mica, sangramento gengival, petéquias e equimoses, Infla-mação gengival, hiperplasia gengival, hipoplasia de esmal-te, obliteração pulpar, desmi-neralização do osso alveolar, alteração de lâmina dura, mo-bilidade dentária, má oclusão e calcificações na articulação temporo-mandibular, severas erosões da língua e dos den-tes, aumento da formação de biofilme, aumento da formação de cálculo dentário e frequen-tes infecções por cândida.

5) Qual a relação entre doença pe-riodontal e doença renal crônica?

Os mecanismos da relação entre DRC e DP têm sido ex-plicados por diversos autores, em virtude de alterações no periodonto que podem ser pro-vocadas principalmente pela carga inflamatória sistêmica e pela baixa imunidade, além dos seus fatores em comum, princi-palmente a diabete mellitus. Em adição, comorbidades e doen-ças sistêmicas, inerentes à DRC, ocasionam várias alterações no periodonto; a anemia, desnutri-

Doença periodontal em paciente portador de doença renal crônica.

6) Quais os cuidados necessá-rios no tratamento odontológi-co do paciente renal crônico?

Inicialmente é preciso ter em mente que o paciente renal crônico é um paciente comple-xo, tanto no que tange ao fator psico-emocional, quanto às co-morbidades inerentes à DRC e modalidades de terapia. As-sim, os cuidados para o aten-dimento odontológico desses pacientes pode variar de acor-do com essas situações.

Alguns cuidados básicos, entre-tanto, devem ser seguidos em to-das as formas de terapia renal:

1- Trabalho em conjunto entre profissionais da área médica que cuidam do paciente e o den-tista é fundamental e indispen-

interferindo na sua remodelação e promovendo maior reabsorção óssea, o que pode contribuir para maior severidade da do-ença periodontal. a uremia pro-picia o aumento da uréia salivar e consequente alteração do pH do biofilme dental, ocasionando

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sável. Deve-se sempre relatar (por escrito) o tipo de tratamento odon-tológico a que o paciente será submetido. Para os pacientes em terapia de HD, sempre que houver um procedimento que envolva sangramento, a clínica deverá ser informada para que possa dimi-nuir ou suspender a quantidade de heparina na diálise, de acordo com a necessidade e orientação do cirurgião-dentista.

Em se tratando de terapia de he-modiálise ou diálise peritoneal, a referência de contato médico sempre será a clinica de diálise. Para o paciente em tratamento conservador, o contato será o médico nefrologista que acom-panha o paciente.

2- Na anamnese deve-se dar ênfase à cardiopatias, hiper-tensão arterial, hepatite (prin-cipalmente C), infecção pelo HIV e a diabetes, pois são as comorbidades mais comuns. Além disso, a avaliação da con-dição sistêmica do paciente para definir o plano de trata-mento é fundamental. Assim, sempre se deve avaliar, atra-vés do exame de sangue, prin-cipalmente as condições de anemia, controle metabólico e glicemia. A aferição da PA sem-pre deverá preceder qualquer procedimento odontológico.

que possível, até a melhora da sua condição hematológica.

Por questões de segurança, as cirurgias extensas, ou em pacientes não compensados, ou procedimentos de risco de grande disseminação sistêmi-ca (inflamatória/infecciosa) devem ser feitos em ambiente hospitalar.

A questão dos medicamentos é outro ponto importante na DRC envolvendo alterações na pres-crição de medicamentos, devido ao metabolismo destes. Assim,

eleição é a lidocaína e em 2º lugar a mepivacaína. Não usar ARTICAÍNA, BUPIVACAÍNA e PRI-LOCAÍNA. Nos pacientes em tratamento conservador evitar o uso de vasoconstrictor.

5- Não usar medicamento ne-frotóxico.

6- Paciente HD deve-se evitar atendimento no dia da diálise devido ao uso de anticoagulante na diálise e às condições sistê-micas do paciente (muitas vezes eles acabam a diálise cansados e indispostos)

7- Paciente que realiza diálise peritoneal, com várias trocas de bolsa durante o dia, a con-sulta deverá ser agendada le-vando-se em conta o horário da diálise, o tempo de deslo-camento do paciente (ida e volta), e o tempo da consulta, para que não haja alteração do horário da diálise. Quando não houver compatibilidade de espaço de tempo, o dentis-ta deverá contatar a clínica de diálise para verificar a possibi-lidade de alteração da diálise com menor quantidade de bol-sa ou alteração de horário de troca de bolsa.

8- Nos procedimentos cirúrgi-cos deve-se observar também o nível de Potássio . O aumen-to do potássio (hipercalemia) é comum nesses pacientes, e du-rante a cirurgia ou no seu térmi-no, os índices podem se elevar mais. Essa situação pode levar a transtornos neuromuscula-res, como paralisia muscular ou respiratória, e consequente óbito. O nível desejado de po-tássio plasmático antes da ci-rurgia deve ser < 5,5mEq/L.

9- Profilaxia Antibiótica é indica-da nas cirurgias e procedimen-tos de raspagem subgengival. Entretanto, de acordo com o pro-cedimento ou condição sistêmi-ca do paciente pode ser indica-do prolongar o uso do antibiótico posterior ao procedimento, ou mesmo iniciar 48hs antes.

10- Pacientes renais crônicos normalmente apresentam valor de hematócrito abaixo de 30, não sendo incomum valores abaixo de 20. Nesses casos, os procedi-mentos cirúrgicos e periodontais devem ser postergados sempre

7- Quais recomendações vc faria?

Creio que a recomendação mais importante, refere-se ao uso do bom senso na elabo-ração do plano de tratamento odontológico, principalmente no que diz respeito às cirurgias em geral e implantes. É no con-texto de estar lidando com um paciente de risco, sujeito a sé-rias infecções, sangramentos, complicações cardíacas, entre outros, que o bom senso deve prevalecer. É preciso avaliar se o benefício da estética, propicia-

Paciente em procedimento de diálise peritoneal.

A HD normalmente é realizada 3 vezes por sema-na, por um período de 4 horas.

do pela cirurgia de implante, por exemplo, compensa o risco para esse paciente, ou se é preferível restaurar a função fisiológica com uma prótese móvel, mesmo sem uma estética de excelência, porém preservando a condição sistêmica e a vida.

Da mesma forma é preciso ava-liar se o melhor para esse pa-ciente, dentro da sua condição, é submetê-lo ao risco de uma ci-rurgia periodontal de vários ele-mentos, com bolsas profundas e prognóstico pouco favorável ou optar pela exodontia.

É preciso ter em mente que quanto maior o tempo , exten-são cirúrgica, e exposição de te-cidos durante a cirurgia, maior o risco para o paciente renal. Por mais que se tenha conhe-cimento e condição técnica, nem sempre o melhor e mais moderno tratamento é o mais indicado e mais seguro para es-ses pacientes.

Outra recomendação é sobre a necessidade de compreender e dar atenção ao paciente renal como um todo, como um pa-ciente mais que especial, não apenas por toda sua difícil con-dição sistêmica, mas também por toda condição de vida que a doença renal lhes tirou.

drogas eliminadas do organismo por excreção renal tendem a se acumular nesses pacientes, de-vido a falta da função dos rins. Além disso, algumas drogas também não são eliminadas pela diálise.

Em função disso, faz-se neces-sário o ajuste de dosagem para vários medicamentos, com au-mento ou diminuição do inter-valo de dosagem, ou através da variação das doses (tabela 1). Entretanto, é imprescindível que sempre entre em contacto com o médico responsável, para que juntos determinem qual melhor medicamento e dosagem indica-da ao paciente, principalmente quando o cirurgião-dentista não tem experiência suficiente com paciente renal crônico.

Os antibióticos mais indicados em odontologia para pacientes renais são a amoxicilina, eritro-micina e clindamicina. Antiinfla-matórios devem ser evitados, sendo que os AINES são contra-indicados. A dipirona é o analgé-sico de eleição.

O Paracetamol deve ser evita-do em terapia conservadora, e não usar em TRS porque, entre outras coisas, pode provocar acúmulo de metabólitos em TFG <10.

3- Descontaminação bucal an-tes de qualquer procedimento:

● Bochecho de Clorexidina a 0,12% (Perioxidin® Enxaguató-rio Bucal)

● Profilaxia dentária com taça de borracha (na 1ª consulta e nas demais sempre quando houver algum acúmulo de biofilme).

4- Evitar o uso de anestésico sempre que possível. Quando for necessário, o anestésico de

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Objetivos do Colégio Brasilei-ro de Cirugia e Traumatologia Buco-Maxilo-facial (CBCBMF)

O Colégio tem como objetivos imediatos:

Promover o aprimoramento da pesquisa, educação avançada e desenvolvimento da Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial em todo o território bra-sileiro e zelar pela preservação do alto nível da especialidade.

Incentivar, organizar e coorde-nar cursos de extensão, espe-cialização e pós-graduação em Cirurgia e Traumatologia Buco- Maxilo-Facial.

Assessorar, de forma indepen-dente, o Conselho Federal de Odontologia - CFO, como órgão consultivo da especialidade de Cirurgia e Traumatologia Buco- Maxilo-Facial.

E como objetivos mediatos: Reivindicar junto aos órgãos governamentais, o assessora-mento, a fiscalização e a in-dicação para credenciamento dos centros de treinamento em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Julgar a equivalência de cursos realiza-dos no estrangeiro, por profis-sionais brasileiros, cirurgiões dentistas, para a concessão do título de especialista, bem como estudar e opinar sobre o credenciamento de centros universitários e hospitalares, destinados à prática da Cirur-gia e Traumatologia Buco-Ma-xilo-Facial.

Estabelecer programas mí-nimos de desenvolvimento e aprimoramento da especiali-dade, nos termos das leis do país e do regulamento geral.

Atividades que o CBCBMF De-senvolve

O CBCBMF desenvolve ativi-dades voltadas tanto para a especialidade e seus mem-bros através da elaboração de eventos científicos como

cursos de aperfeiçoamento, atualizações e congressos tanto locais como nacionais. O Colégio é divido em capítu-los representados por regiões brasileiras que promovem eventos e campanhas locais, além daquelas realizadas em âmbito nacional. Além disso, ações de supervisão e acom-panhamento junto ao governo e convênios relativas a legisla-ção que rege nossa especia-lidade e também atividades voltadas para população como um todo, através de campa-nhas de esclarecimento, quan-to a atuação da especialidade e campanhas de prevenção como vimos recentemente em relação ao uso do capacete por motociclistas.

O CBCTBMF também tem aju-dado o CRO, supervisionando os cursos de formação em Ci-rurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, na intenção de mantermos a qualidade da formação de nossos cirurgiões em todo país.

Como ser Membro do CBCTBMF

Todos os profissionais gradu-ados em Odontologia, com ou sem especialidade, que pos-suem interesse na área de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, podem enviar ao Colégio suas propostas pre-enchidas, desde que, sempre indicadas por três membros titulares. Sendo essa inscrição aprovada, ele se torna membro aspirante do colégio. Existem também os membros que cur-sam residências ou especia-lizações na área da Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e os mem-bros titulares, que são aqueles que atingiram uma série de exi-gências pré-determinadas na legislação do colégio que deter-minam um grau de excelência dentro da especialidade.

Áreas de Atuação do Cirurgião Buco-Maxilo-Facial

É uma especialidade da Odon-tologia que tem como objetivo

o diagnóstico e o tratamento das doenças, traumatismos, lesões e anomalias congênitas e adquiridas do aparelho mas-tigatório e anexos, e estruturas crânio-faciais associadas.

Portanto o cirurgião Buco-Ma-xilo-Facial atua diretamente no diagnóstico e tratamento de doenças que envolvam as estruturas crânio faciais, nos traumas da face, nas deformi-dades faciais, assim como no

1- O COBRAC é o principal congresso realizado pelo CBCTBMF que acontece a cada dois anos. 2- Um dos cursos realizados durante o COBRAC em Vitória – ES. 3- A realização de cursos de excelência por todo o Brasil é uma das prioridades do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.

com a cirurgia ortognática é um procedimento que englo-ba, sempre, a associação de um tratamento ortodôntico com um cirúrgico para pro-piciar melhorias estéticas e funcionais na face dos pacien-tes que a procuram. Todos os indivíduos que possuem uma desarmonia facial, irão con-sequentemente apresentar alterações na posição de seus dentes que tentam compen-sar a alteração óssea que os indivíduos possuem. Essas alterações dentárias levam a disfunções em todo aparelho estomatognático.

Aspectos Mais Importantes da Relação Entre a Ortodontia e a Cirurgia Ortognática

Visto que quando um indivíduo apresenta uma desarmonia facial, ela irá se traduzir na alteração da posição normal dos dentes, seria improvável conseguirmos corrigir as alte-rações apresentadas na face sem corrigirmos aquelas pre-sentes na arcada dentária. Por isso, independente da técnica usada para realização da ci-rurgia ortognática, um plane-jamento integrado juntamente com um ortodontista é sempre necessário. Muitas vezes, a forma como o tratamento orto-dôntico será conduzido influen-ciará diretamente na técnica empregada para a correção na posição dos ossos na face.

O Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial têm como um dos seus princi-pais objetivos zelar pela manutenção do alto nível da especialidade.

Colégio Brasileiro de Cirur-gia e Traumatologia Buco-maxilo-facial em Foco.

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restabelecimento da função desta área.

Objetivos da Cirurgia Ortognática

O objetivo da cirurgia ortogná-tica é restabelecer um padrão facial normal em pacientes adultos que apresentam um desenvolvimento ósseo facial fora do ideal. O tratamento

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Desta forma, um bom introsa-mento entre cirurgião e orto-dontista é essencial no suces-so do tratamento com cirurgia ortognática.

Cirurgias Mais Realizadas no Consultório dos Cirurgiões Buco–Maxilo-Facial

A cirurgia mais realizada pelo Cirurgião Buco-Maxilo-Facial em seu consultório, depende muito do perfil do cirurgião, assim como aonde ele está atuando. Se observarmos os sócios do colégio, veremos que temos cirurgiões que concentram sua atividade em plantões hospitalares e esta-rão atuando em sua maioria com trauma facial e atendi-mento de urgência. Temos ci-rurgiões em Hospitais de Cân-cer que estarão participando de equipes multidisciplinares relacionadas a diagnósticos, tratamento e reabilitação de pacientes oncológicos. Temos cirurgiões que atuam mais na área da cirurgia ortognática ou que concentram sua atividade em cirurgias ambulatoriais, como exodontia de terceiros molares e implantes, assim

como temos cirurgiões vol-tados para área acadêmica, que se responsabilizam pela doscência tanto a nível de pós-graduação como de gra-duação. Assim como veremos profissionais que tentam asso-ciar essas atividades, diversifi-cando sua área de atuação.

Exames Pré-Operatórios em Cirurgia Oral

Os exames a serem realizados antes de um procedimento ci-rúrgico variam de acordo com o procedimento que iremos realizar, assim como com o histórico médico do paciente a ser operado.

Existem aqueles exames que consideramos coadjuvantes no diagnóstico do nosso pa-ciente que é por exemplo, o caso de alguns exames de imagem. Esses mesmos exa-mes de imagem podem ser necessários não apenas no diagnóstico, como também no planejamento de alguns pro-cedimentos cirúrgicos.

Em alguns casos no consultó-rio odontológico, no tratamen-

to sob anestesia local, onde a anamnese do paciente indique alguma alteração, poderemos abrir mão de exames comple-mentares laboratoriais como é o caso dos hemogramas, glicose, testes de coagulação e outros, na dependência do problema apresentado pelo indivíduo. No caso de cirurgias sob anestesia geral eletivas, uma avaliação do estado de saúde do paciente é necessá-ria através de exames labora-toriais e risco cirúrgico.

Independente do tipo de ci-rurgia quando frente a um pa-ciente com problemas sistêmi-cos, a consulta ao seu médico pode ser útil na obtenção de informações sobre o controle da doença e pode trazer bene-fícios na conduta a ser estabe-lecida para o paciente.

Tratamento Emergêncial do Trauma de Face

O cirurgião Buco-Maxilo-Facial faz parte da equipe de atendi-

mento avançado de urgência no trauma de face. Ele pode ter papel essencial no esta-belecimento de uma via aérea pérvia e definitiva, principal-mente em pacientes vítimas de trauma de face. É o caso, por exemplo de pacientes com fraturas parasinfisárias bilaterais que possuem um deslocamento ínfero-poste-rior de fragmentos impedindo um suprimento adequado de oxigênio. A desobstrução da via aérea por fragmentos de prótese e sangue também são importantes além do controle emergencial da hemorragia, o que pode prevenir um caso de choque.

Após o tratamento emergen-cial do paciente vítima de trauma, cabe ao Bucomaxilo o tratamento das lesões que envolvem a face.

*A autora da matéria foi a Dra. Renata Pit-tella – Mestre e Doutora em Cirurgia e Trau-matologia Bucomaxilofacial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS.

A inter-relação entre a ortodontia e a cirurgia Buco-Maxilo-Facil é de suma importância para o sucesso estético e funcional da cirurgia ortognática.

O Cirurgião Buco-Maxilo-Facial faz parte da equipe de atendimento avançado de urgência no trauma da face.

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Doenças Periodontais Au-mentam Risco de Parto Prematuro e Baixo Peso ao Nascer

A associação entre doença pe-riodontal e prematuridade e/ou baixo peso ao nascer, tem sido amplamente investigada e isso reflete no número de estudos na literatura. O incremento na quantidade de pesquisas clínicas

e epidemiológicas é consequên-cia dessa associação na saúde pública. O parto prematuro é a principal causa de recém-nasci-dos com baixo peso (< 2.500g). Infecções em regiões distantes do trato genitourinário, como a doença periodontal, podem estar associadas à ocorrência de parto prematuro e ao nascimento de recém-nascidos de baixo peso1.

1- Baskarados JK, Geevarghese A, Kutty VR. Maternal pe-riodontal status and preterm delivery: a hospital based case-control study. J Periodont Res 2011; 46: 542-549.

Regeneração Tecidual Será Possível Com Uso de Células Troncos em Odon-tologia

O uso de células troncos na re-generação tecidual de dentes, ossos e tecidos moles, que resulta na chamada “terceira dentição”, vem chamando

cada vez mais atenção da co-munidade científica da odonto-logia. Técnicas que há 20 anos pareciam visionárias estão se tornando aplicáveis. Algumas pesquisas identificaram que células epiteliais e mesenqui-mais retiradas dos primeiros e dos segundos molares de ratos e cultivadas antes de serem semeadas nos moldes biodegradáveis geravam estru-

Atualidades em Odontologia

Doenças Sistêmicas Po-dem Ser Diagnosticadas Por Testes Salivares

A utilização da saliva no lugar do sangue ou urina para exa-mes diagnósticos apresenta

de identificar infectados e dife-renciar os estados de infecção. Assim, poderá conduzir de modo seguro o tratamento odontológi-co, além de orientar e educar sua equipe de trabalho1.

Ramalho, K.M.; Buscanolo, I.A., Adde, C.A.: Tortamano, Isabel Peixoto. Reeclosão da Tuberculose: Implicações para a odontologia. Rev. Associação Paulista de Cirurgi-ões Dentistas, v. 60. P. 285-290, 2006.

turas dentárias, como esmalte, dentina e tecido da polpa1.

1- Cordeiro, M.M et al. Dental pulp tissue engineering with stem cells from exfoliated deciduos teeth. J Endod, Chica-go, v. 34, n.8,p.962-969, Aug.2008

A inter-relação entre a doença periodontal e efeitos deletéricos na gravidez se torna cada vez mai evidente.

O cirurgião dentista deve estar atento para as várias implicações da tuberculose no atendimento odontológico.

As células tronco vem chamando a atenção cada vez mais da comunidade científica odontológica.

A Síndrome de Papillon Lefèvere é uma condição patológica que se manisfesta principalmente por alterações orais e dermatológicas

precoce de alterações imu-nológicas1.

1- Chiappin S, Antonelli G, Gatti, De Paolo EF. Sa-liva speciemen: a new laboratory tool for diagnos-tic and basic aivestiagtion. Clinica Chimica Acta 2007 Aug; 383(1-2): 30-40.

A Reeclosão da Tubercu-lose

Com o advento da antibioticote-rapia, acreditou-se que a tuber-culose estivesse erradicada. No entanto, a partir dos anos 80, a tuberculose voltou a infectar muitas pessoas, principalmente HIVs positivos, sendo hoje con-siderada um problema de saúde pública mundial, com cerca de 120 mil novos casos por ano no Brasil. A tuberculose em sua fase ativa é altamente contagiosa; dessa forma, o cirurgião dentista deve possuir conhecimento do curso da doença para ser capaz

A Importância da Síndro-me de Papillon-Lefèvre Para o Cirurgião-Dentista

Papillon e Lefèvere descreveram inicialmente a síndrome que recebeu seus nomes em 1924. Esta doença autossômica re-cessiva demonstra predominan-temente manifestações orais e dermatológicas. As manifesta-ções orais consistem em doença periodontal agressiva tanto na dentição decídua quanto na permanente, que se desenvolve logo após a erupção dos dentes. Pode ser observada gengivite hiperplásica, ocorrendo rápida perda de inserção, com os

uma sér ie de benef íc ios. Para os pacientes, a coleta indolor de uma amostra de saliva causa menos ansieda-de, sendo de fácil obtenção e mais segura do que do san-gue. Estudos mostram que diagnósticos sensíveis podem usar a saliva como um méto-do não invasivo para detecção de certos tipos de cânceres, infecção pelo HIV, vírus da hepatite C, H. pylori, doen-ça periodontal, deficiências nutricionais e identificação

dentes perdendo precocemen-te o seu suporte ósseo e se apresentando radiograficamente como dentes flutuantes. As manifestações dermatológicas tornam-se clinicamente eviden-tes nos 3 primeiros anos de vida, desenvolvendo-se uma ceratose palmar e plantar transgressiva e difusa1.

Singla A, Sheikh S, Jindal SK, Brar R. Papillon Lefevere syndrome: Bridge between dermatologist and dentist. J Clin Exp Dent. 2010;2(1):e43-6.

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Periodontia de Luto: Mor-re o Professor Sigmund Socransky

É com profundo sentimento de pesar que toda comunidade periodontal recebeu a notícia do falecimento do professor Sigmund Socransky. O pro-fessor Socransky foi um dos maiores pesquisadores que o mundo já viu nas áreas de mi-crobiologia oral e periodontia. Sem dúvida, uma perda irrepa-rável para a odontologia, o fim de uma era. Fazem parte de sua contribuição para a ciência:

novos métodos para iden-t i f i cação e quant i f i cação de bactérias orais, análises de diferentes terapias para infecções periodontais e o estabelecimento de concei-tos modernos sobre ecologia da cavidade oral, como o da ocorrência dos complexos microbianos subgengivais, que revolucionou a forma de se entender o papel de es-pécies patogênicas/benéficas no início e progressão das periodontites.

Odontologia do Esporte: O Rendimento que Vem da Boca

A odontologia do esporte ain-da é vista de maneira tímida entre os dentistas e também no meio esportivo. Porém, muito além de confeccionar e prescrever protetores bucais,

Professor Sigmund Socransky – uma referência na pes-quisa mundial da Periodontia e Microbiologia Oral.

O trauma bucomaxilofacial é um acontecimento comum na prática de alguns esportes.

A reconstrução total da mandíbula se torna uma realidade

Dra. Ingrid Agricola ( Membro Efetiva da Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho – ABOT), Dr. Manoel Carlos Bittencourt ( Presidente da ABOT), Dr.Paulo Murilo da Fontoura (Diretor da Associação Brasileira de Odontologia –RJ), Dr. Mauricio José Bonel R. Moreira (Laboratório Gross – Divisão LACER) e Dr. Eli Guimarães ( Odontologia Legal), em evento da ABOT no CRO-RJ.

A Consolidação da Odon-tologia do Trabalho

A odontologia do trabalho é a especialidade responsável pela busca permanente da compati-bilidade entre a atividade laboral e a saúde bucal do trabalhador. Através dela, a odontologia cha-ma para si a responsabilidade relativa ao bem estar e a quali-dade de vida dos trabalhadores. Foi realizado no último dia 10 de maio no CRO-RJ, um debate ob-jetivando a regulamentação do PL-422-07, que visa aprovação final da nova especialidade.

Publicação Demonstra a Eficácia do Gel Bioadesi-vo de Clorexidina no Pós-Operatório Oral

Foi publicado na International Journal of Oral e Maxillofacial Surgery, um estudo randomizado, duplo-cego sobre a efetividade da aplicação de um gel bioadesivo

O Impacto das Hepatites Vi-rais na Odontologia

O controle de infecção em odontologia, nas últimas duas décadas, tem surgido como uma das mais importantes formas de prevenção de infecções cru-zadas, tanto na graduação como na vida profissional. A hepatite viral ainda representa uma grande ameaça a todos os profissionais da área da saúde, em especial ao cirugião-dentista. Para uma melhor proteção e um correto diagnóstico é indispensável o conhecimento sobre as vias de transmissão, es-trutura microbiana, manifestações clínicas, exames e marcadores sorológicos específicos1.

1- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Material instrucional para capacitação em vigilância epidemiológica das hepatites virais. Brasília, 2008.115p.

Mulher Recebe Primeiro Im-plante de Mandíbula

Profissionais das universidades Belgas Hasselt, Leuven e de cen-tros holandeses apresentaram o resultado de uma cirurgia que implantou uma mandíbula artificial em uma mulher de 83 anos. Se-gundo os profissionais, a paciente sofreu uma séria infecção, mas a cirurgia permitiu a restituição de diversas funções à paciente, como a respiração (sem o uso de equipamento), fala e mastigação. Segundo os cientistas, a prótese foi criada através de impressão em 3D, só que com titânio em pó. “A introdução de implantes impressos pode ser comparada à primeira ida à lua”, diz o professor Jules Poukers durante o anúncio sobre os resulta-dos da cirurgia. Os pesquisadores em conjunto com engenheiros, viram a possibilidade de criar uma mandíbula especialmente para a paciente. A impressão em 3D em si demorou apenas algumas horas. O titânio foi recoberto com outro material que simula o osso humano e a prótese foi finalizada com 107g, pouco mais que a mandíbula natu-ral, o que não será um problema, segundo os pesquisadores.

o dentista que atua nesta área tem um papel fundamental no desenvolvimento do ren-dimento do atleta. Em breve, teremos no Brasil a copa do mundo e em mais dois anos, os jogos olímpicos, sendo esta uma ótima oportunidade para que a odontologia do esporte se consolide, contribua para o esporte brasileiro e possa se tornar um novo campo para o desenvolvimento profissional. Dentre os esportes que exigem a atuação direta da odontolo-gia, podemos citar: lutas, fute-bol, MotoCross, basquetebol, voleibol, handebol, hockey, patins e ciclismo.

de clorexidina (n=50). O estudo fez um comparativo com um gel placebo. Foi observado, uma diminuição de 63% na ocorrência de osteíte alveolar (p=0.019) no grupo experimental. No grupo controle, a ocorrência de osteíte alveolar foi de 30% comparado aos 11% do grupo experimental. A conclusão demonstrou, que o gel bioadesivo de clorexidina a 0,2% aplicado sobre o sítio cirúrgico de cirurgias de terceiros molares infe-riores, pode reduzir a ocorrência de complicações pós-operatórias.

1- D.Torres-Lagares, J. L. Gutierrez-Perez, P. Infante-Cos-sio, M. Garcia-Calderon, M. M. Romero-Ruiz, M.A. Serre-ra-Figallo: Randomized, Double blind study on effective-ness of intra-alveolar chlorexidine gel in reducing the incidence of alveolar osteits in mandibular third molar surgery. Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2006; 35:348-351.

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Perioxidin Enxaguatório BucalA única clorexidina com sabor agradável, segurança, xilitol e eficácia clínica comprovada.

A clorexidina em apresentação de enxaguatório bucal a 0,12%,tem sido extensivamente descrita na literatura odontológica como o padrão ouro para controle de infecções orais, devido principalmente a sua eficácia clínica comprovada através de diversos estudos, ação antis-séptica de amplo espectro, segurança de uso em humanos e alta substantividade. Perioxidin® Enxaguatório Bucal, trouxe a já consagrada clorexidina a 012% em uma formulação única e diferenciada, apresentando a segurança da ausência do álcool em sua formulação, sabor suave e agradável de menta e ainda a presença do xilitol, que corresponde a um adoçante natural anticariogênico com inúmeras proprie-dades benéficas para o paciente.

Espaço produto

Da Boca pra Fora é um informativo científico/odontológico do Laboratório Gross S/A com distribuição gratuita, dirigido aos profissionais da área de saúde.Tiragem: 5.000 exemplares

Coordenação Geral: Heros RabeloEdição: Mauricio José Bonel Ribas Moreira, Luiz Claudio BrillantiProjeto Científico: Mauricio José Bonel Ribas MoreiraProjeto Gráfico e Coordenação Gráfica: Luiz Claudio BrillantiRedação: Mauricio José Bonel Ribas MoreiraColaboradora: Rawelly Mignon

Laboratório Gross S/AEnd.: Rua Padre Ildefonso Peñalba, 389Todos os Santos. RJPABX: (0xx21) 2199-7777E-mail: [email protected]

1) Aplicação de um gel de clore-xidina intra-alveolar na preven-ção de alveolite pós-extração de terceiros molares inferiores: estudo piloto.Torres-LagaresD; Infante-Cossio P; Guiterrez-Perez JL; Romero-Ruiz NM; Garcia-Calderon M; Serrera-Figallo MA. Med Oral Patol Oral Cir Bucal; 11(2):E179-84,2006 Mar.

Conclusão do estudo: O Gel Bioadesivo de Clorexidina a 0,2% aplicado apenas uma vez depois da extração de terceiros molares impactados parece ser uma opção apropriada para a re-dução da alveolite, melhorando

a abertura de boca e o edema no período pós-operatório, em-bora mais estudos duplo-cegos com amostras maiores sejam necessários.

2) Estudo randomizado, duplo-cego da efetividade da aplica-ção de um gel de clorexidina na redução da incidência de osteíte alveolar em cirurgia de terceiro molar inferior. D. Torres-Lagares, J. L. Gutierrez-Perez, P. Infante-Cossio, M. Garcia-Calderon, M. M. Romero-Ruiz, M.A. Serrera-Fi-gallo: Randomized, Double blind study on effectiveness of intra-alveolar chlorexidine gel in reducing the inciden-ce of alveolar osteits in mandibular third molar surgery. Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2006; 35:348-351.

Conclusão do estudo: O Gel Bio-adesivo de Clorexidina a 0,2%, aplicado somente uma vez na área do alvéolo no momento da cirurgia, pode reduzir a incidên-cia de osteíte após a remoção do terceiro molar impactado.

3) Estudo randomizado, duplo-cego, sobre a efetividade da aplicação de um gel de clorexidi-na na redução da incidência de osteíte alveolar e complicações hemorrágicas em cirurgia de ter-ceiro molar inferior em pacientes com desordens sanguíneas.

Torres-Lagares D, Gutierrez-Perez JL, Hita-Iglesias P, Magallanes-Abad N, Floressruiz R, Basallote-Garcia M, Gonzales-Martin; Randomized, Double-Blind Study of Effectiveness of Intra-Alveolar Application of Chlorexidine Gel in Reducing Incidence of Alveolar Osteits and Blee-ding Complications in Mandibular Third Molar Surgery in Patients With Bleeding disordens.

Conclusão do estudo: Como descrito em estudos anterio-res, a aplicação do Gel Bioa-desivo de Clorexidina a 0,2% intra-alveolar apenas uma vez sobre a área do alvéolo no pós - operatório oral, reduziu a in-cidência de osteíte alveolar e complicações hemorrágicas em pacientes com desordens sanguíneas sistêmicas.

Publicações científicas sobre a eficácia e segurança do Perioxidin® Gel Bioadesivo no pós-operatório oral:

Perioxidin Gel Bioadesivo Um novo conceito em clorexidina.

Perioxidin® Gel Bioadesivo, trouxe um novo conceito em produto. Apresentando uma forma farmacêutica exclusiva da clorexidina na concentração de 0,2% em uma base bioadesiva, o que o torna ideal para a sua aplicação localizada na cavidade oral. Esta propriedade proporciona ao paciente uma aplicação fácil, onde se deseja ter a máxima eficácia clínica do produto.

A indicação do Perioxidin® Gel Bioadesivo no pós-operatório oral está respaldada por diversas plublicações científicas1, 2, 3