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7/13/2019 1 - l Ngua Portuguesa 14 8 http://slidepdf.com/reader/full/1-l-ngua-portuguesa-14-8 1/72 Didatismo e Conhecimento  1 LÍNGUA PORTUGUESA  I - COMPREENSÃO DE TEXTO.  Interpretação de Texto “O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não  foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Anam e desanam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.” (em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa)  Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigação. Escrever  por prossão. Escrever para tornar presente a ausência. Escrever  para manter próximos os elos distantes. Escrever para vencer o espaço e o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez.  Escrever para dar vida eterna ao instante efêmero. Escrever para  se sentir solitário, mas escrever para ter companhia na solidão.  Escrever para se conhecer nas entranhas, mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade. Escrever para criar  pontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada do  ser pensante. Escrever para explodir ou domar a paixão. Escrever como treino de inteligência ou para admirar a loucura da lucidez.  Escrever para criar um ritual em que o homem é a própria magia.  Escrever para se rmar como uma voz distinta no mundo. Escrever  para aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever para  se sentir vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que há em nós. Daqui surgem os textos. A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa  partida de futebol, os jogadores não só correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir de nossa atenção, porque camos concentrados naquilo que o texto nos diz. “Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em cada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto de observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções e propósitos”. A importância dada às questões de interpretação de textos deve-se ao caráter interdisciplinar, o que equivale dizer que a competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado em geral, já que boa parte do conhecimento mais importante nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herança que a escola  pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, isto é, de extrair de um texto os seus signicados. Num texto, cada uma das partes está combinada com as outras, criando um todo que não é mero resultado da soma das partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do signicado global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses interpretativas, levantadas a  partir da compreensão de dados e informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do mundo. Os diferentes níveis de leitura Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimen- to ou cará armazenado em nossa memória sem uso, até que te - nhamos condições cognitivas para utilizar. De uma forma geral,  passamos por diferentes níveis ou etapas até termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em  praticamente toda a nossa leitura.  O Primeiro Nível  é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sosticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática, a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínio da língua. O Segundo Nível  é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções especícas: primeiro, prevenir para que a leitura pos - terior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o texto. É a leitura que comu - mente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de  partes, respondem basicamente às seguintes perguntas: - Por que ler este livro? - Será uma leitura útil? - Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?  Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se pro-  puser a ler um texto sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito  baixo. Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar hori- zontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever me- lhor; relacionar-se melhor com o outro. O Terceiro Nível  é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o texto na pré-leitura, analisamos. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero o texto se enquadra: trata-se de um romance, um tratado, uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser um texto teórico, que requeira memo- rização, procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois o enca- deamento das ideias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, do início ao m. Esta é a leitura efetiva, aproveite  bem este momento. Fique atento! Aproveite todas as informações que a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar signica- dos de palavras em dicionários ou sublinhar textos, isto será feito em outro momento.

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    Didatismo e Conhecimento 1

    LNGUA PORTUGUESA

    I - COMPREENSO DE TEXTO.

    Interpretao de Texto

    O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, domundo, isto: que as pessoas no esto sempre iguais, ainda no

    foram terminadas, mas que elas vo sempre mudando. Anam edesanam. Verdade maior. o que a vida me ensinou. Isso que mealegra, monto.

    (em Grande Serto: Veredas, Guimares Rosa)

    Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigao. Escreverpor prosso. Escrever para tornar presente a ausncia. Escreverpara manter prximos os elos distantes. Escrever para vencer o

    espao e o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez.Escrever para dar vida eterna ao instante efmero. Escrever parase sentir solitrio, mas escrever para ter companhia na solido.Escrever para se conhecer nas entranhas, mas escrever pararomper a espessa crosta da individualidade. Escrever para criarpontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada doser pensante. Escrever para explodir ou domar a paixo. Escrevercomo treino de inteligncia ou para admirar a loucura da lucidez.Escrever para criar um ritual em que o homem a prpria magia.Escrever para se rmar como uma voz distinta no mundo. Escreverpara aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever parase sentir vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo queh em ns. Daqui surgem os textos.

    A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numapartida de futebol, os jogadores no s correm e chutam, masgritam, advertem, perguntam. Difcil ler e ao mesmo tempo fazeroutra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de ns tende a sumirde nossa ateno, porque camos concentrados naquilo que o textonos diz.

    Na leitura, importante descobrir o que relevante emcada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto deobservao escolhido pelo autor, compreendendo suas intenese propsitos.

    A importncia dada s questes de interpretao de textosdeve-se ao carter interdisciplinar, o que equivale dizer que acompetncia de ler texto interfere decididamente no aprendizadoem geral, j que boa parte do conhecimento mais importante noschega por meio da linguagem escrita. A maior herana que a escolapode legar aos seus alunos a competncia de ler com autonomia,isto , de extrair de um texto os seus signicados. Num texto, cadauma das partes est combinada com as outras, criando um todo queno mero resultado da soma das partes, mas da sua articulao.Assim, a apreenso do signicado global resulta de vrias leiturasacompanhadas de vrias hipteses interpretativas, levantadas apartir da compreenso de dados e informaes inscritos no texto

    lido e do nosso conhecimento do mundo.

    Os diferentes nveis de leitura

    Para que isso acontea, necessrio que haja maturidade paraa compreenso do material lido, seno tudo cair no esquecimen-

    to ou car armazenado em nossa memria sem uso, at que te -nhamos condies cognitivas para utilizar. De uma forma geral,passamos por diferentes nveis ou etapas at termos condies deaproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou nveis socumulativas e vo sendo adquiridas pela vida, estando presente empraticamente toda a nossa leitura.

    OPrimeiro Nvel elementar e diz respeito ao perodo dealfabetizao. Ler uma capacidade cerebral muito sosticada erequer experincia: no basta apenas conhecermos os cdigos, agramtica, a semntica, preciso que tenhamos um bom domnioda lngua.

    OSegundo Nvel a pr-leitura ou leitura inspecional. Temduas funes especcas: primeiro, prevenir para que a leitura pos-terior no nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance deescolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade,de nossa primeira impresso sobre o texto. a leitura que comu-mente desenvolvemos nas livrarias. Nela, por meio do salteio departes, respondem basicamente s seguintes perguntas:

    - Por que ler este livro?

    - Ser uma leitura til?

    - Dentro de que contexto ele poder se enquadrar?

    Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que seseguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto devista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se voc se pro-puser a ler um texto sem interesse, com olhar crtico, rejeitando-oantes de conhec-lo, provavelmente o aproveitamento ser muitobaixo. Ler armazenar informaes; desenvolver; ampliar hori-zontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever me-lhor; relacionar-se melhor com o outro.

    O Terceiro Nvel conhecido como analtico. Depois devasculharmos bem o texto na pr-leitura, analisamos. Para isso, imprescindvel que saibamos em qual gnero o texto se enquadra:trata-se de um romance, um tratado, uma notcia de jornal, revista,

    entrevista, neste caso, existe apenas teoria ou so inseridas prticase exemplos. No caso de ser um texto terico, que requeira memo-rizao, procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja,veja, realmente, o que est lendo, dando vida e muita criatividadeao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, ea primeira coisa a fazer ser capaz de resumir o assunto do textoem duas frases. J temos algum contedo para isso, pois o enca-deamento das ideias j de nosso conhecimento. Procure, agora,ler bem o texto, do incio ao m. Esta a leitura efetiva, aproveitebem este momento. Fique atento! Aproveite todas as informaesque a pr-leitura ofereceu. No pare a leitura para buscar signica-dos de palavras em dicionrios ou sublinhar textos, isto ser feitoem outro momento.

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    LNGUA PORTUGUESA

    OQuarto Nvelde leitura o denominado de controle. Trata--se de uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar comqualquer dvida que ainda persista. Normalmente, os termos des-conhecidos de um texto so explicitados neste prprio texto,

    medida que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicol-gico far com que quemos com aquela dvida incomodando-nosat que tenhamos a resposta. Caso no haja explicao no texto,ser na etapa do controle que lanaremos mo do dicionrio. Vejabem: a esta altura j conhecemos bem o texto e o ato de interrom-per a leitura no vai fragmentar a compreenso do assunto comoum todo. Ser, tambm, nessa etapa que sublinharemos os tpicosimportantes, se necessrio. Para ressaltar trechos importantes optepor um sinal discreto prximo a eles, visando principalmente amarcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a xar acronologia e a sequncia deste fato importante, situando-o. Apro-veite bem esta etapa de leitura.

    Um Quinto Nvel pode ser opcional: a etapa da repetio

    aplicada. Quando lemos, assimilamos o contedo do texto, masaprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prtica, ou seja,que tenhamos experincia do que foi lido na vida. Voc s podecompreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nadacomo unir a teoria prtica. Na leitura, quando no passamos pelaetapa da repetio aplicada, camos muitas vezes sujeitos quelesbrancos quando queremos evocar o assunto. Observe agora os tre-chos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, esforce-se paratraduzi-lo com suas prprias palavras. Procure associar o assuntolido com alguma experincia j vivida ou tente exemplic-lo comalgo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinandopara uma turma de alunos interessados. importante lembrar queesquecemos mais nas prximas 8 horas do que nos 30 dias poste-

    riores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leiturae ao retornarmos ao texto, consultamos as anotaes. No pen-se que um exerccio montono. Ns somos capazes de realizardiariamente exerccios fsicos com o propsito de melhorar aaparncia e a sade. Pois bem, embora no tenhamos condiesde ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes desenti-la quando melhoramos nossas aptides como o raciocnio,a prontido de informaes e, obviamente, nossos conhecimentosintelectuais. Vale a pena se esforar no incio e criar um mtodo deleitura eciente e rpido.

    Ideias Ncleo

    O primeiro passo para interpretar um texto consiste emdecomp-lo, aps uma primeira leitura, em suas ideias bsicasou ideias ncleo, ou seja, um trabalho analtico buscando osconceitos denidores da opinio explicitada pelo autor. Estaoperao far com que o signicado do texto salte aos olhosdoleitor. Exemplo:

    Incalculvel a contribuio do famoso neurologistaaustraco no tocante aos estudos sobre a formao dapersonalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiuacender luzes nas camadas mais profundas da psique humana: oinconsciente e subconsciente. Comeou estudando casos clnicosde comportamentos anmalos ou patolgicos, com a ajuda dahipnose e em colaborao com os colegas Joseph Breuer e Martin

    Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com osresultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o mtodo que at hoje usado pela psicanlise: o das livres associaes de ideias e desentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao

    paciente com o m de descobrir a fonte das perturbaes mentais.Para este caminho de regresso s origens de um trauma, Freudse utilizou especialmente da linguagem onrica dos pacientes,considerando os sonhos como compensao dos desejosinsatisfeitos na fase de viglia.

    Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundocultural da poca, foi a apresentao da tese de que toda neurose de origem sexual.

    (Salvatore DOnofrio)

    Primeiro Conceito do Texto: Incalculvel a contribuiodo famoso neurologista austraco no tocante aos estudos sobre aformao da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique

    humana: o inconsciente e subconsciente. O autor do texto arma,inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a cincia a compreenderos nveis mais profundos da personalidade humana, o inconscientee subconsciente.

    Segundo Conceito do Texto: Comeou estudando casosclnicos de comportamentos anmalos ou patolgicos, com aajuda da hipnose e em colaborao com os colegas Joseph Breuere Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito comos resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o mtodo que athoje usado pela psicanlise: o das livres associaes de ideias ede sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidasao paciente com o m de descobrir a fonte das perturbaes

    mentais. A segunda ideia ncleo mostra que Freud deu incio asua pesquisa estudando os comportamentos humanos anormais oudoentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse mtodo, criouo das livres associaes de ideias e de sentimentos.

    Terceiro Conceito do Texto: Para este caminho de regressos origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente dalinguagem onrica dos pacientes, considerando os sonhos comocompensao dos desejos insatisfeitos na fase de viglia. Aqui,est explicitado que a descoberta das razes de um trauma se fazpor meio da compreenso dos sonhos, que seriam uma linguagemmetafrica dos desejos no realizados ao longo da vida do dia adia.

    Quarto Conceito do Texto: Mas a grande novidade de Freud,que escandalizou o mundo cultural da poca, foi a apresentaoda tese de que toda neurose de origem sexual. Por m, o textoarma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, armandoa novidade de que todo o trauma psicolgico de origem sexual.

    QUESTES

    (CESPE/UnB Analista do MPU Apoio Jurdico/2013)

    Se considerarmos o panorama internacional, perceberemosque o Ministrio Pblico brasileiro singular. Em nenhum outropas, h um Ministrio Pblico que apresente perl institucional

    semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuies.

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    Do ponto de vista da localizao institucional, h grandediversidade de situaes no que se refere aos Ministrios Pblicosdos demais pases da Amrica Latina. Encontra-se, por exemplo,Ministrio Pblico dependente do Poder Judicirio na Costa Rica,na Colmbia e, no Paraguai, e ligado ao Poder Executivo, noMxico e no Uruguai.

    Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extenso deobrigaes do Ministrio Pblico brasileiro, a relao entre onmero de integrantes da instituio e a populao uma dasmais desfavorveis no quadro latino-americano. De fato, dadosrecentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada100 mil habitantes, h uma situao de clara desvantagem noque diz respeito ao nmero relativo de integrantes. No Panam,por exemplo, o nmero de 15,3 promotores para cada cem milhabitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolvia,de 4,5. Em situao semelhante ou ainda mais crtica do que oBrasil, esto, (l.11) por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina,com 2,9; e, por m, o Equador, com a mais baixa relao: 2,4. correto dizer que h naes (l.12)proporcionalmente com menospromotores que o Brasil. No entanto, as atribuies do MinistrioPblico brasileiro so muito mais (l.13) extensas do que as dosMinistrios Pblicos desses pases.

    Maria Tereza Sadek. A construo de um novo MinistrioPblico

    resolutivo. Internet: (comadaptaes).

    (l.11) linha 11 no texto original(l.12) linha 12 no texto original(l.13) linha 13 no texto original

    Julgue os itens seguintes com (C)quando a armativa estiverCorreta e com (E) quando a armativa estiver Errada. Itensrelativos s ideias e a aspectos lingusticos do texto acima.

    01.Os dados expostos no terceiro pargrafo indicam que osprossionais do Ministrio Pblico brasileiro so mais ecientesque os dos rgos equivalentes nos demais pases da Amrica doSul.

    02. Com base nos dados apresentados no texto, corretoconcluir que a situao do Brasil, no que diz respeito ao nmerode promotores existentes no Ministrio Pblico por habitante, estpior que a da Guatemala, mas melhor que a do Peru.

    03. Seriam mantidas a coerncia e a correo gramaticaldo texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maisculas eminsculas, o perodo correto (...) o Brasil (l.11-12) fosseiniciado com um vocbulo de valor conclusivo, como logo, porconseguinte, assim ou porquanto, seguido de vrgula.

    04. O objetivo do texto provar que o nmero total depromotores no Brasil menor que na maioria dos pases daAmrica Latina.

    05.No primeiro perodo do terceiro pargrafo, estabelecidocontraste entre a maior extenso das obrigaes do MinistrioPblico brasileiro, em comparao com as de rgos equivalentesem outros pases, e o nmero de promotores em relao populaodo pas, o que evidencia situao oposta que se poderia esperar.

    06.No ltimo perodo do texto, a palavra atribuies estsubentendida logo aps o vocbulo as (l.13), que poderia sersubstitudo por aquelas, sem prejuzo para a correo do texto.

    07. Seriam mantidas a correo gramatical e a coerncia dotexto se o primeiro pargrafo fosse assim reescrito: Quando seexamina o contexto internacional, conclumos que no h situaocomo a do Brasil no que se refere a existncia e desempenho doMinistrio Pblico.

    (VUNESP TJ-SP 2013)

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 08 a 10.

    A tica da la

    SO PAULO Escritrios da avenida Faria Lima, em SoPaulo, esto contratando anelinhas para estacionar os carros de

    seus prossionais nas ruas das imediaes. O custo mensal cabem abaixo do de um estacionamento regular. Imaginando que osguardadores no violem nenhuma lei nem regra de trnsito, utilizarseus servios seria o equivalente de pagar algum para car na laem seu lugar. Isso tico?

    Como no resisto aos apelos do utilitarismo, no vejo grandesproblemas nesse tipo de acerto. Ele no prejudica ningum e deixapelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e osujeito que recebeu para car parado). Mas claro que nem todoo mundo pensa assim.

    Michael Sandel, em O que o Dinheiro No Compra, levantabons argumentos contra a prtica. Para o professor de Harvard,dubls de la, ao forar que o critrio de distribuio de vagas

    deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetrio, acabamcorrompendo as instituies.Diferentes bens so repartidos segundo diferentes regras. Num

    leilo, o que vale o maior lance, mas no cinema prepondera ala. Universidades tendem a oferecer vagas com base no mrito, jprontos-socorros ordenam tudo pela gravidade. O problema com odinheiro que ele eciente demais. Sempre que entra por algumafresta, logo se sobrepe a critrios alternativos e o resultado nal uma sociedade na qual as diferenas entre ricos e pobres se tornamcada vez mais acentuadas.

    No discordo do diagnstico, mas vejo diculdades. Paracomear, os argumentos de Sandel tambm recomendam aproibio da prostituio e da barriga de aluguel, por exemplo, queme parecem atividades legtimas. Mais importante, para opor-se

    destruio de valores ocasionada pela monetizao, em muitoscasos preciso eleger um padro universal a ser preservado, o queexige a criao de uma espcie de moral ocial e isso para lde problemtico.

    (Hlio Schwartsman, A tica da la. Folha de S.Paulo,

    08.Em sua argumentao, Hlio Schwartsman revela-se(A) perturbado com a situao das grandes cidades, onde se

    acabam criando situaes perversas maioria dos cidados.(B) favorvel aos guardadores de vagas nas las, uma vez que

    o pacto entre as partes traduz-se em resultados que satisfazem aambas.

    (C) preocupado com os prossionais dos escritrios da FariaLima, que acabam sendo explorados pelos anelinhas.

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    (D) indignado com a explorao sofrida pelos anelinhas, quefazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e recebemmenos.

    (E) indiferente s necessidades dos guardadores de vagasnas las, pois eles priorizam vantagens econmicas frente snecessidades alheias.

    09.Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse professoruma ideia contrria

    (A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo queaquela cou na la com inteno comercial. O autor do textoconcorda com esse posicionamento de Sandel.

    (B) comercializao de uma prtica que consiste no pagamentoa uma pessoa para que ela que em seu lugar em uma la. O autordo texto discorda desse posicionamento de Sandel.

    (C) criao de uma legislao que normatize a venda de vagasde uma la de uma pessoa a outra. O autor do texto discorda desseposicionamento de Sandel.

    (D) falta de incentivo para que a pessoa que em uma vagae, posteriormente, comercialize-a com quem precise. O autor dotexto discorda desse posicionamento de Sandel.

    (E) falta de legislao especca no que se refere venda deuma vaga de uma pessoa que cou em uma la guardando lugara outra. O autor do texto concorda com esse posicionamento deSandel.

    10.Nas consideraes de Sandel, o dinheiro(A) cria caminhos alternativos para aes ecientes,

    minimizando as diferenas sociais e resguardando as instituies.(B) anda por diversos caminhos para ser eciente, rechaando

    as diferenas sociais e preservando as instituies.(C) est na base dos caminhos ecientes, visando combater as

    diferenas sociais e a corrupo das instituies.(D) eciente e abre caminhos, mas refora as desigualdades

    sociais e corrompe as instituies.(E) percorre vrios caminhos sem ser eciente, pois deixa de

    lado as desigualdades sociais e a corrupo das instituies.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 11 e 12.

    O que ler?

    Comeo distraidamente a ler um livro. Contribuo comalguns pensamentos, julgo entender o que est escrito porqueconheo a lngua e as coisas indicadas pelas palavras, assimcomo sei identicar as experincias ali relatadas. Escritor e leitorpossuem o mesmo repertrio disponvel de palavras, coisas, fatos,experincias, depositados pela cultura instituda e sedimentadosno mundo de ambos.

    De repente, porm, algumas palavras me pegam.Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comume costumeiro e elas me arrastam, como num turbilho, para umsentido novo, que alcano apenas graas a elas. O escritor meinvade, passo a pensar de dentro dele e no apenas com ele, ele sepensa em mim ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fezmudar. O livro que eu parecia soberanamente dominar apossa-sede mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu no sabia, para onovo. O escritor no convida quem o l a reencontrar o que j sabia,mas toca nas signicaes existentes para torn-las destoantes,estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza, umanova harmonia que se aposse do leitor.

    Ler, escreve Merleau-Ponty, fazer a experincia da retomadado pensamento de outrem atravs de sua palavra, uma reexoem outrem, que enriquece nossos prprios pensamentos. Porisso, prossegue Merleau-Ponty, comeo a compreender uma

    losoa deslizando para dentro dela, na maneira de existir de seupensamento, isto , em seu discurso.

    (Marilena Chau, Prefcio. Em: Jairo Maral,Antologia de Textos Filoscos. Adaptado)

    11.Com base nas palavras de Marilena Chau, entende-se queler

    (A) um ato de interao e de desalojamento de sentidoscristalizados.

    (B) uma atividade em que a contribuio pessoal est ausente.(C) uma reproduo automatizada de sentidos da ideologia

    dominante.(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza.

    12.Com a frase O escritor me invade, passo a pensar dedentro dele e no apenas com ele... (2. pargrafo), a autorarevela que

    (A) sua viso de mundo destoa do pensamento do escritor.(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.(C) sua reexo est integrada ao pensamento do escritor.(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.

    (FCC TRT-12Regio 2013)

    Para responder a questo de nmero 13, considere o textoabaixo.

    As certezas sensveis do cor e concretude ao presente vivido.Na verdade, porm, o presente vivido fruto de uma sosticadamediao. O real tem um qu de ilusrio e virtual.

    Os rgos sensoriais que nos ligam ao mundo so altamenteseletivos naquilo que acolhem e transmitem ao crebro. O olhohumano, por exemplo, no capaz de captar todo o espectro deenergia eletromagntica existente. Os raios ultravioleta, situadosfora do espectro visvel do olho humano, so, no entanto, captadospelas abelhas.

    Seletividade anloga preside a operao dos demais sentidos:

    cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau desensibilidade dos indivduos varie de acordo com idade, heranagentica, treino e educao. H mais coisas entre o cu e a terra doque nossos cinco sentidos e todos os aparelhos cientcos quelhes prestam servios so capazes de detectar.

    Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz cientes nopassa, portanto, de uma frao diminuta do que h. Mas o queaconteceria se tivssemos de passar a lidar subitamente com umagama extra e uma carga torrencial de percepes sensoriais (visuais,auditivas, tteis etc.) com as quais no estamos habituados?Suponha que uma mutao gentica reduza drasticamente aseletividade natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidadeseria patente. Se as portas da percepo se depurassem, sugeria

    William Blake, tudo se revelaria ao homem tal qual , innito.

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    O grande problema saber se estaramos aptos a assimilar oformidvel acrscimo de informao sensvel que isso acarretaria.O mais provvel que essa sbita mutao a desobstruo dasportas e rgos da percepo produzisse no a revelao mstica

    imaginada por Blake, mas um terrvel engarrafamento cerebral:uma sobrecarga de informaes acompanhada de um estadode aguda confuso e perplexidade do qual apenas lentamenteconseguiramos nos recuperar. As informaes sensveis a quetemos acesso, embora restritas, no comprometeram nossasobrevivncia no laboratrio da vida. Longe disso. a brutalseletividade dos nossos sentidos que nos protege da innitacomplexidade do Universo. Se o muro desaba, o caos impera.

    (Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do amanh, SoPaulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)

    13.No texto, o autor

    (A) lamenta o fato de que nossos sentidos no sejam capazesde captar a imensa gama de informaes presentes no Universo.

    (B) aponta para a funo protetora dos rgos sensoriais, cujaseletividade, embora implique perdas, nos benca.

    (C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepo visualhumana pode alcanar o nvel de percepo visual das abelhas, evir a captar raios ultravioleta.

    (D) discorre sobre uma das mximas de William Blake, paraquem a inquietao humana deriva do fato de no se franquearemas portas da percepo.

    (E) comprova que alteraes na percepo sensorial humanacausariam danos irreparveis ao crebro.

    Para responder s questes de nmeros 14 e 15, considere otexto abaixo.

    bem no fundo

    no fundo, no fundo,bem l no fundo,a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decretoa partir desta data,aquela mgoa sem remdio considerada nulae sobre ela silncio perptuoextinto por lei todo o remorsomaldito seja quem olhar pra trs,l pra trs no h nada,e nada maismas problemas no se resolvem,

    problemas tm famlia grande,e aos domingos saem todos passearo problema, sua senhorae outros pequenos probleminhas

    (Paulo Leminski, Toda Poesia, So Paulo,Cia. das Letras, 2013. p. 195)

    14.Atente para o que se arma abaixo.I. Depreende-se do poema que preciso mais do que apenas

    nosso desejo para a resoluo de diculdades.II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para

    tanto, que no se evoque o passado a todo o momento.III. Infere-se do texto que as mgoas podem desaparecer namedida em que no forem cultivadas.

    Est correto o que se arma APENAS em:(A) I e III.(B) I e II.(C) II e III.(D) I.(E) II.

    15.a partir desta data, aquela mgoa sem remdio

    considerada nula e sobre ela silncio perptuo

    Uma redao alternativa em prosa para os versos acima, emque se mantm a correo, a lgica e, em linhas gerais, o sentidooriginal, :

    (A) Um silncio perptuo, cairia sem remdio, sobre aquelamgoa, considerada nula a partir desta data.

    (B) Aquela mgoa sem remdio fora, considerada nula, a partirdesta data, sobre ela restando um silncio perptuo.

    (C) Aquela mgoa sem remdio seria, a partir desta data,considerada nula e, sobre ela, cairia um silncio perptuo.

    (D) Considerando-se nula aquela mgoa a partir desta data,restando sobre ela, um silncio perptuo.(E) Aquela mgoa, sem remdio ser, a partir desta data,

    considerada nula, caindo-se sobre ela, um silncio perptuo.

    Respostas:

    01-E (Armativa Errada)No terceiro pargrafo constatamos que apesar da maior

    extenso de obrigaes do Ministrio Pblico brasileiro, a relaoentre o nmero de integrantes da instituio e a populao umadas mais desfavorveisno quadro latino-americano. De fato, dadosrecentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada

    100 mil habitantes, h uma situao de clara desvantagem noque diz respeito ao nmero relativo de integrantes . No Panam,por exemplo, o nmero de 15,3 promotores para cada cem milhabitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolvia,de 4,5. Em situao semelhante ou ainda mais crtica do que oBrasil, esto, por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9;e, por m, o Equador, com a mais baixa relao: 2,4.

    02-C (Armativa Correta)No Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes.Na Guatemala, com 6,9 promotores para cada 100 mil

    habitantes.No Peru, com 3,0 promotores para cada 100 mil habitantes.

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    03-E (Armativa Errada)No podemos usar um vocbulo de concluso, pois ela se

    dar nas ltimas duas linhas do texto: ...apesar de haver naesproporcionalmente com menos promotores que o Brasil, asatribuies do Ministrio Pblico brasileiro so muito maisextensas do que as dos Ministrios Pblicos desses outros pases.

    04-E (Armativa Errada)Pois o texto arma que h outros pases em situao semelhante

    ou ainda mais crtica do que o Brasil, esto, por exemplo, o Peru,com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por m, o Equador, com a maisbaixa relao: 2,4.

    05-C (Armativa Correta)Sim, as armaes esto explcitas e conrmam o item

    05: Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extenso deobrigaes do Ministrio Pblico brasileiro, a relao entre onmero de integrantes da instituio e a populao uma das maisdesfavorveis no quadro latino-americano.

    06-C (Armativa Correta)No entanto, as atribuiesdo Ministrio Pblico brasileiro

    so muito mais extensas do que as atribuies dos MinistriosPblicos desses pases. (Sim, a palavra atribuies estsubentendida aps as).

    No entanto, as atribuiesdo Ministrio Pblico brasileiroso muito mais extensas do que aquelasdos Ministrios Pblicosdesses pases. (No houve prejuzo no entendimento do texto).

    07-E (Armativa Errada)

    Como est no texto: Se considerarmos o panoramainternacional, perceberemos que o Ministrio Pblico brasileiro

    singular. Em nenhum outro pas, h um Ministrio Pblico queapresente perl institucional semelhante ao nosso ou que ostenteigual conjunto de atribuies.

    Como caria:Quando se examina o contexto internacional,conclumos que no h situao como a do Brasil no que se referea existncia e desempenho do Ministrio Pblico.

    Errada porque o primeiro diz que em nenhum outro pash um Ministrio Pblico semelhante ao nosso, que ostente aquantidade de atribuies. No segundo diz que em nenhum outropas h um Ministrio Pblico semelhante ao nosso, na existnciae desempenho.

    08-BA conrmao da alternativa ca evidente no trecho: Como

    no resisto aos apelos do utilitarismo, no vejo grandes problemasnesse tipo de acerto. Ele no prejudica ningum e deixa pelomenos duas pessoas mais felizes(quem evitou a espera e o sujeitoque recebeu para car parado). Mas claro que nem todo o mundopensa assim.

    09-BMichael Sandel, reproduz uma ideia contrria comercializao

    de uma prtica que consiste no pagamento a uma pessoa paraque ela que em seu lugar em uma la. Podemos vericar essaarmao na passagem: Para o professor de Harvard, dubls dela, ao forar que o critrio de distribuio de vagas deixe de ser aordem de chegada para tornar-se monetrio, acabam corrompendoas instituies.

    10-DPodemos conrmar esta armativa no trecho: O problema

    com o dinheiro que ele eciente demais. Sempre que entrapor alguma fresta, logo se sobrepe a critrios alternativos e o

    resultado nal uma sociedade na qual as diferenas entre ricos epobres se tornam cada vez mais acentuadas.

    11-A(A) um ato de interao e de desalojamento de sentidos

    cristalizados. (Correta)(B) uma atividade em que a contribuio pessoal est ausente.Errada. Ler fazer a experincia da retomada do pensamento

    de outrem atravs de sua palavra, uma reexo em outrem, queenriquece nossos prprios pensamentos.

    (C) uma reproduo automatizada de sentidos da ideologiadominante.

    Errada, no h ideologia dominante. Ler fazer a experinciada retomada do pensamento de outrem atravs de sua palavra, uma reexo em outrem, que enriquece nossos prpriospensamentos.

    (D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.Errada. Ler ter muita sensibilidade, uma reexo.(E) um produto em que o posicionamento do outro se

    neutraliza.Errada. Ler fazer a experincia da retomada do pensamento

    de outrem atravs de sua palavra, uma reexo em outrem, queenriquece nossos prprios pensamentos.

    12-C(A) sua viso de mundo destoado pensamento do escritor.Errada. No destoa, pois o escritor me invade, passo a

    pensar de dentro dele e no apenas com ele...(B)seu mundo agora deixa de existire vale o do escritor.Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo do autor.

    O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e no apenascom ele...

    (C) sua reexo est integrada ao pensamento do escritor.(Correta)

    (D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.Errada. Seu modo de pensar no anula a do autor, pois passa a

    pensar no apenas com ele, mas de dentro dele.(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.Errada. Pois os dois pensam juntos.

    13-BA conrmao da alternativa B ca evidente nos pargrafos02 e 03: Os rgos sensoriais que nos ligam ao mundo soaltamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao crebro.O olho humano, por exemplo, no capaz de captar todo o espectrode energia eletromagntica existente. Os raios ultravioleta, situadosfora do espectro visvel do olho humano, so, no entanto, captadospelas abelhas.

    Seletividade anloga preside a operao dos demais sentidos:cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau desensibilidade dos indivduos varie de acordo com idade, heranagentica, treino e educao. H mais coisas entre o cu e a terra doque nossos cinco sentidos e todos os aparelhos cientcos que

    lhes prestam servios so capazes de detectar.

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    E quando naliza o texto: a brutal seletividade dos nossossentidos que nos protege da innita complexidade do Universo.

    14-D

    I. Depreende-se do poema que preciso mais do que apenasnosso desejo para a resoluo de diculdades. (Correta)mas problemas no se resolvem,

    problemas tm famlia grande,e aos domingos saem todos passearo problema, sua senhorae outros pequenos probleminhas

    II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, paratanto, que no se evoque o passado a todo o momento. (Incorreta)

    Pois, a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decretoa partir desta data,

    aquela mgoa sem remdio considerada nulae sobre ela silncio perptuoextinto por lei todo o remorsomaldito seja quem olhar pra trs,l pra trs no h nada,e nada mais

    III. Infere-se do texto que as mgoas podem desaparecer namedida em que no forem cultivadas.(Incorreta)

    a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decreto

    a partir desta data,aquela mgoa sem remdio considerada nulae sobre ela silncio perptuoextinto por lei todo o remorsomaldito seja quem olhar pra trs,l pra trs no h nada,e nada mais

    15-CAquela mgoa sem remdio seria, a partir desta data,

    considerada nula e, sobre ela, cairia um silncio perptuo.

    II - SIGNIFICAO DAS PALAVRAS: SIN-NIMOS, ANTNIMOS, HOMNIMOS EPARNIMOS.

    Quanto signicao, as palavras so divididas nas seguin-tes categorias:

    Sinnimos: so palavras de sentido igual ou aproximado.Exemplo:

    - Alfabeto, abecedrio.- Brado, grito, clamor.- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.- Justo, certo, exato, reto, ntegro, imparcial.

    Na maioria das vezes no indiferente usar um sinnimo pelooutro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinnimos dife-renciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de signicaoe certas propriedades que o escritor no pode desconhecer. Com

    efeito, estes tm sentido mais amplo, aqueles, mais restrito (ani-mal e quadrpede); uns so prprios da fala corrente, desataviada,vulgar, outros, ao invs, pertencem esfera da linguagem culta,literria, cientca ou potica (orador e tribuno, oculista e oftalmo-logista, cinzento e cinreo).

    A contribuio Greco-latina responsvel pela existncia, emnossa lngua, de numerosos pares de sinnimos. Exemplos:

    - Adversrio e antagonista.- Translcido e difano.- Semicrculo e hemiciclo.- Contraveneno e antdoto.- Moral e tica.- Colquio e dilogo.

    - Transformao e metamorfose.- Oposio e anttese.

    O fato lingustico de existirem sinnimos chama-se sinon-mia, palavra que tambm designa o emprego de sinnimos.

    Antnimos:so palavras de signicao oposta. Exemplos:- Ordem e anarquia.- Soberba e humildade.- Louvar e censurar.- Mal e bem.

    A antonmia pode originar-se de um prexo de sentido oposto

    ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simptico/antiptico,progredir/regredir, concrdia/discrdia, explcito/implcito, ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simtrico/assimtrico, pr-nupcial/ps-nupcial.

    Homnimos:so palavras que tm a mesma pronncia, e svezes a mesma graa, mas signicao diferente. Exemplos:

    - So(sadio), so(forma do verboser) e so(santo).- Ao (substantivo)e asso (verbo).

    S o contexto que determina a signicao dos homnimos.A homonmia pode ser causa de ambiguidade, por isso conside-rada uma decincia dos idiomas.

    O que chama a ateno nos homnimos o seu aspecto fnico(som) e o grco (graa). Da serem divididos em:

    Homgrafos Heterofnicos: iguais na escrita e diferentes notimbre ou na intensidade das vogais.

    - Rego (substantivo) e rego (verbo).- Colher (verbo) e colher (substantivo).- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).- Para (verbo parar) e para (preposio).- Providncia (substantivo) e providencia (verbo).- s (substantivo), s (contrao) e as (artigo).- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contrao de per+o).

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    Homfonos Heterogrcos:iguais na pronncia e diferentesna escrita.

    - Acender (atear, pr fogo) e ascender (subir).- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).

    - Concerto (harmonia, sesso musical) e conserto (ato de con-sertar).- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).- Aprear (determinar o preo, avaliar) e apressar (acelerar).- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).- Censo (recenseamento) e senso (juzo).- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).- Pao (palcio) e passo (andar).- Hera (trepadeira) e era (poca), era (verbo).- Caa (ato de caar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =

    anular).- Cesso (ato de ceder), seo (diviso, repartio) e sesso

    (tempo de uma reunio ou espetculo).

    Homfonos Homogrcos:iguais na escrita e na pronncia.- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).- Cedo (verbo), cedo (advrbio).- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).- Pomos (substantivo), pomos (verbo pr).- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).

    Parnimos:so palavras parecidas na escrita e na pronncia:Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetnico e titni-co, atoar e atuar, degradar e degredar, ctico e sptico, prescrevere proscrever, descrio e discrio, inigir (aplicar) e infringir(transgredir), osso e ouo, sede (vontade de beber)e cede (verbo

    ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder, dar defe-rimento)e diferir (ser diferente, divergir, adiar), raticar (conr-mar)e reticar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muitogrande: soma vultosa)e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).

    Polissemia:Uma palavra pode ter mais de uma signicao.A esse fato lingustico d-se o nome de polissemia. Exemplos:

    - Mangueira:tubo de borracha ou plstico para regar as plan-tas ou apagar incndios; rvore frutfera; grande curral de gado.

    - Pena:pluma, pea de metal para escrever; punio; d.- Velar:cobrir com vu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao vu

    do palato.Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissmi-

    cas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que tm dezenasde acepes.

    Sentido Prprio e Sentido Figurado:as palavras podem serempregadas no sentido prprio ou no sentido gurado. Exemplos:

    - Constru um muro depedra. (sentido prprio).- nio tem um corao depedra. (sentido gurado).- As guaspingavamda torneira, (sentido prprio).- As horas iampingandolentamente, (sentido gurado).

    Denotao e Conotao: Observe as palavras em destaquenos seguintes exemplos:

    - Comprei uma correntinha de ouro.

    - Fulano nadava em ouro.

    No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa sim-plesmente o conhecido metal precioso, tem sentido prprio, real,denotativo.

    No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder,glria, luxo, ostentao; tem o sentido conotativo, possui vriasconotaes (ideias associadas, sentimentos, evocaes que irra-diam da palavra).

    Exerccios

    01. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... noserros do passado.

    a) eminente, deagrao, incidiramb) iminente, deagrao, reincidiramc) eminente, conagrao, reincidiramd) preste, conaglao, incidirame) prestes, agrao, recindiram

    02.Durante a ........ solene era ........ o desinteresse do mestre

    diante da ....... demonstrada pelo poltico.a) seo - fragrante - incipinciab) sesso - agrante - insipinciac) sesso - fragrante - incipinciad) cesso - agrante - incipinciae) seo - agrante - insipincia

    03.Na ..... plenria estudou-se a ..... de direitos territoriais a..... .

    a) sesso - cesso - estrangeirosb) seo - cesso - estrangeirosc) seco - sesso - extrangeirosd) sesso - seo - estrangeirose) seo - sesso - estrangeiros

    04.H uma alternativa errada. Assinale-a:a) A eminente autoridade acaba de concluir uma viagem poltica.b) A catstrofe torna-se iminente.c) Sua ascenso foi rpida.d) Ascenderam o fogo rapidamente.e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.

    05.H uma alternativa errada. Assinale-a:a) cozer = cozinhar; coser = costurarb) imigrar = sair do pas; emigrar = entrar no pasc) comprimento = medida; cumprimento = saudaod) consertar = arrumar; concertar = harmonizare) chcara = stio; xcara = verso

    06.Assinale o item em que a palavra destacada est incorre-tamente aplicada:

    a) Trouxeram-me um ramalhete de ores fragrantes.b) A justia inigiua pena merecida aos desordeiros.c) Promoveram uma festa benecientepara a creche.d) Devemos ser is ao cumprimentodo dever.e) A cessode terras compete ao Estado.

    07.O ...... do prefeito foi ..... ontem.a) mandado - caadob) mandato - cassadoc) mandato - caadod) mandado - casadoe) mandado - cassado

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    08. Marque a alternativa cujas palavras preenchem correta-mente as respectivas lacunas, na frase seguinte: Necessitando ......o nmero do carto do PIS, ...... a data de meu nascimento.

    a) raticar, proscrevi

    b) prescrever, discrimineic) descriminar, retiqueid) proscrever, prescrevie) reticar, ratiquei

    09.A ......... cientca do povo levou-o a .... de feiticeiros os..... em astronomia.

    a) insipincia tachar expertosb) insipincia taxar expertosc) incipincia taxar espertosd) incipincia tachar espertose) insipincia taxar espertos

    10.Na orao: Em sua vida, nunca teve muito ......, apresen-

    tava-se sempre ...... no ..... de tarefas ...... . As palavras adequadaspara preenchimento das lacunas so:

    a) censo - lasso - cumprimento - eminentesb) senso - lasso - cumprimento - iminentesc) senso - lao - comprimento - iminentesd) senso - lao - cumprimento - eminentese) censo - lasso - comprimento - iminentes

    Respostas: (01.B)(02.B)(03.A)(04.D)(05.B)(06.C)(07.B)(08.E)(09.A)(10.B)

    III - PONTUAO. ESTRUTURA ESEQUNCIA LGICA DE FRASES E

    PARGRAFOS.

    Os sinais de pontuao so sinais grcos empregados na ln-gua escrita para tentar recuperar recursos especcos da lngua fa-lada, tais como: entonao, jogo de silncio, pausas, etc.

    Ponto ( . )- indicar o nal de uma frase declarativa: Lembro-me muito

    bem dele.- separar perodos entre si: Fica comigo. No v embora.- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.

    Vrgula ( , ): usada para marcar uma pausa do enunciado

    com a nalidade de nos indicar que os termos por ela separados,apesar de participarem da mesma frase ou orao, no formamuma unidade sinttica: Lcia, esposa de Joo, foi a ganhadora ni-ca da Sena.

    Podemos concluir que, quando h uma relao sinttica entretermos da orao, no se pode separ-los por meio de vrgula. Nose separam por vrgula:

    - predicado de sujeito;- objeto de verbo;- adjunto adnominal de nome;- complemento nominal de nome;- predicativo do objeto do objeto;- orao principal da subordinada substantiva (desde que esta

    no seja apositiva nem aparea na ordem inversa).

    A vrgula no interior da orao

    utilizada nas seguintes situaes:- separar o vocativo: Maria, traga-me uma xcara de caf; A

    educao, meus amigos, fundamental para o progresso do pas.- separar alguns apostos: Valdete, minha antiga empregada,esteve aqui ontem.

    - separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Che-gando de viagem, procurarei por voc; As pessoas, muitas vezes,so falsas.

    - separar elementos de uma enumerao: Precisa-se de pedrei-ros, serventes, mestre-de-obras.

    - isolar expresses de carter explicativo ou corretivo: Ama-nh, ou melhor, depois de amanh podemos nos encontrar paraacertar a viagem.

    - separar conjunes intercaladas: No havia, porm, motivopara tanta raiva.

    - separar o complemento pleonstico antecipado: A mim, nadame importa.

    - isolar o nome de lugar na indicao de datas: Belo Horizon-te, 26 de janeiro de 2011.

    - separar termos coordenados assindticos: Lua, lua, lua, lua,por um momento meu canto contigo compactua... (Caetano Ve-loso)

    - marcar a omisso de um termo (normalmente o verbo): Elaprefere ler jornais e eu, revistas. (omisso do verbo preferir)

    Termos coordenados ligados pelas conjunes e, ou, nem dis-pensam o uso da vrgula: Conversaram sobre futebol, religio epoltica. No se falavam nem se olhavam; Ainda no me decidi seviajarei para Bahia ou Cear. Entretanto, se essas conjunes apa-recerem repetidas, com a nalidade de dar nfase, o uso da vrgula

    passa a ser obrigatrio: No fui nem ao velrio, nem ao enterro,nem missa de stimo dia.

    A vrgula entre oraes

    utilizada nas seguintes situaes:- separar as oraes subordinadas adjetivas explicativas: Meu

    pai, de quem guardo amargas lembranas, mora no Rio de Janeiro.- separar as oraes coordenadas sindticas e assindticas (ex-

    ceto as iniciadas pela conjuno e: Acordei, tomei meu banho,comi algo e sa para o trabalho; Estudou muito, mas no foi apro-vado no exame.

    H trs casos em que se usa a vrgula antes da conjuno:- quando as oraes coordenadas tiverem sujeitos diferentes:Os ricos esto cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez maispobres.

    - quando a conjuno e vier repetida com a nalidade de darnfase (polissndeto): E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

    - quando a conjuno e assumir valores distintos que no sejada adio (adversidade, consequncia, por exemplo): Coitada! Es-tudou muito, e ainda assim no foi aprovada.

    - separar oraes subordinadas adverbiais (desenvolvidas oureduzidas), principalmente se estiverem antepostas orao prin-cipal: No momento em que o tigre se lanava, curvou-se aindamais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho. (O selvagem

    - Jos de Alencar)

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    - separar as oraes intercaladas: - Senhor, disse o velho, te-nho grandes contentamentos em a estar plantando.... Essas ora-es podero ter suas vrgulas substitudas por duplo travesso:Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estarplantando...

    - separar as oraes substantivas antepostas principal: Quan-to custa viver, realmente no sei.

    Ponto-e-Vrgula ( ; )

    - separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petio,de uma sequncia, etc:

    Art. 127 So penalidades disciplinares:I- advertncia;II- suspenso;III- demisso;IV- cassao de aposentadoria ou disponibilidade;V- destituio de cargo em comisso;VI-destituio de funo comissionada. (cap. V das penalida-

    des Direito Administrativo)

    - separar oraes coordenadas muito extensas ou oraescoordenadas nas quais j tenham tido utilizado a vrgula: O rostode tez amarelenta e feies inexpressivas, numa quietude aptica,era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no m davida, quando a bronquite crnica de que sofria desde moo se foitransformando em opressora asma cardaca; os lbios grossos, oinferior um tanto tenso (...) (Visconde de Taunay)

    Dois-Pontos ( : )- iniciar a fala dos personagens: Ento o padre respondeu:

    __Parta agora.- antes de apostos ou oraes apositivas, enumeraes ou

    sequncia de palavras que explicam, resumem ideias anteriores:Meus amigos so poucos: Ftima, Rodrigo e Gilberto.- antes de citao: Como j dizia Vincius de Morais: Que

    o amor no seja eterno posto que chama, mas que seja innitoenquanto dure.

    Ponto de Interrogao ( ? )- Em perguntas diretas: Como voc se chama?- s vezes, juntamente com o ponto de exclamao: Quem

    ganhou na loteria? Voc. Eu?!

    Ponto de Exclamao ( ! )- Aps vocativo: Parte, Heliel! ( As violetas de Nossa Sra.-

    Humberto de Campos).- Aps imperativo: Cale-se!- Aps interjeio: Ufa! Ai!- Aps palavras ou frases que denotem carter emocional: Que

    pena!

    Reticncias ( ... )- indicar dvidas ou hesitao do falante: Sabe...eu queria te

    dizer que...esquece.- interrupo de uma frase deixada gramaticalmente incom-

    pleta: Al! Joo est? Agora no se encontra. Quem sabe se ligarmais tarde...

    - ao m de uma frase gramaticalmente completa com a inten-o de sugerir prolongamento de ideia: Sua tez, alva e pura comoum foco de algodo, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...(Ceclia- Jos de Alencar)

    - indicar supresso de palavra (s) numa frase transcrita:Quando penso em voc (...) menos a felicidade. (Canteiros -Raimundo Fagner)

    Aspas ( )- isolar palavras ou expresses que fogem norma culta,como grias, estrangeirismos, palavres, neologismos, arcasmose expresses populares: Maria ganhou um apaixonado sculo doseu admirador; A festa na casa de Lcio estava chocante; Con -versando com meu superior, dei a ele um feedback do servio amim requerido.

    - indicar uma citao textual: Ia viajar! Viajei. Trinta e quatrovezes, s pressas, bufando, com todo o sangue na face, desz erez a mala. (O prazer de viajar - Ea de Queirs)

    Se, dentro de um trecho j destacado por aspas, se zer neces-srio a utilizao de novas aspas, estas sero simples. ( )

    Parnteses ( () )- isolar palavras, frases intercaladas de carter explicativo e

    datas: Na 2 Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inmeras per-das humanas; Uma manh l no Cajapi (Joca lembrava-se comose fora na vspera), acordara depois duma grande tormenta no mdo vero. (O milagre das chuvas no nordeste- Graa Aranha)

    Os parnteses tambm podem substituir a vrgula ou o tra-vesso.

    Travesso ( __ )- dar incio fala de um personagem: O lho perguntou: __

    Pai, quando comearo as aulas?

    - indicar mudana do interlocutor nos dilogos. __Doutor, oque tenho grave? __No se preocupe, uma simples infeco. s tomar um antibitico e estar bom.

    - unir grupos de palavras que indicam itinerrio: A rodoviaBelm-Braslia est em pssimo estado.

    Tambm pode ser usado em substituio virgula em expres-ses ou frases explicativas: Xuxa a rainha dos baixinhos loira.

    PargrafoConstitui cada uma das seces de frases de um escritor; co-

    mea por letra maiscula, um pouco alm do ponto em que come-am as outras linhas.

    Colchetes ( [] )Utilizados na linguagem cientca.

    Asterisco ( * )Empregado para chamar a ateno do leitor para alguma nota

    (observao).

    Barra ( / )Aplicada nas abreviaes das datas e em algumas abreviaturas.

    Hfen ()Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir

    pronomes tonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa

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    LNGUA PORTUGUESA

    Exerccios

    01. Assinale o texto de pontuao correta:a) No sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma co -

    madre, minha av.b) Eu tinha, o juzo fraco, e em vo tentava emendar-me: pro-vocava risos, muxoxos, palavres.

    c) A estes, porm, o mais que pode acontecer que se riamdeles os outros, sem que este riso os impea de conservar as suasroupas e o seu calado.

    d) Na civilizao e na fraqueza ia para onde me impeliammuito dcil muito leve, como os pedaos da carta de ABC, tritu-rados soltos no ar.

    e) Conduziram-me rua da Conceio, mas s mais tarde no -tei, que me achava l, numa sala pequena.

    02. Das redaes abaixo, assinale a que no est pontuada

    corretamente:a) Os candidatos, em la, aguardavam ansiosos o resultado

    do concurso.b) Em la, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado

    do concurso.c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em la, o resultado

    do concurso.d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concur-

    so, em la.e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em la, o resultado

    do concurso.Instrues para as questes de nmeros 03 e 04: Os perodos

    abaixo apresentam diferenas de pontuao, assinale a letra quecorresponde ao perodo de pontuao correta:

    03.a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunio

    cou mais animada.b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunio

    cou mais animada.c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunio

    cou mais animada.d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunio,

    cou mais animada.e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunio

    cou, mais animada.

    04.a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu

    venho.b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que

    eu venho.c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que

    eu venho.d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que

    eu venho.e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que

    eu venho.

    05. Os perodos abaixo apresentam diferenas de pontuao.Assinale a letra que corresponde ao perodo de pontuao correta:

    a) Jos dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.b) Jos dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.c) Jos dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.d) Jos dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.e) Jos dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

    06. A alternativa com pontuao correta :a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacida-

    de de reteno varivel e muitas vezes inconscientemente, detur-pamos o que ouvimos.

    b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir: nossa capacidadede reteno varivel e, muitas vezes, inconscientemente, detur-pamos o que ouvimos.

    c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacida-de de reteno varivel e muitas vezes inconscientemente, detur-pamos o que ouvimos.

    d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidadede reteno, varivel e - muitas vezes inconscientemente, detur-pamos o que ouvimos.

    e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capaci-dade de reteno varivel - e muitas vezes inconscientemente- deturpamos, o que ouvimos.

    Nas questes 07 a 10, os perodos foram pontuados de cincoformas diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que correspondeao perodo de pontuao correta:

    07.a) Entra a propsito, disse Alves, o seu moleque, conhece pou-

    co os deveres da hospitalidade.

    b) Entra a propsito disse Alves, o seu moleque conhece pou-co os deveres da hospitalidade.c) Entra a propsito, disse Alves o seu moleque conhece pou-

    co os deveres da hospitalidade.d) Entra a propsito, disse Alves, o seu moleque conhece pou-

    co os deveres da hospitalidade.e) Entra a propsito, disse Alves, o seu moleque conhece pou-

    co, os deveres da hospitalidade.

    08.a) Prima faa calar titio suplicou o moo, com um leve sorriso

    que imediatamente se lhe apagou.b) Prima, faa calar titio, suplicou o moo com um leve sorri-

    so que imediatamente se lhe apagou.

    c) Prima faa calar titio, suplicou o moo com um leve sorrisoque imediatamente se lhe apagou.

    d) Prima, faa calar titio suplicou o moo com um leve sorrisoque imediatamente se lhe apagou.

    e) Prima faa calar titio, suplicou o moo com um leve sorrisoque, imediatamente se lhe apagou.

    09.a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-

    do, sionomia insinuante, destas que mesmo srias, trazem im-presso constante sorriso.

    b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-do, sionomia insinuante, destas que mesmo srias trazem, im-presso constante sorriso.

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    LNGUA PORTUGUESA

    c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-do, sionomia insinuante, destas que, mesmo srias, trazem im-presso, constante sorriso.

    d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-do, sionomia insinuante, destas que, mesmo srias trazem im-presso constante sorriso.

    e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-do, sionomia insinuante, destas que, mesmo srias, trazem im-presso constante sorriso.

    10.a) Deixo ao leitor calcular quanta paixo a bela viva, empre-

    gou na execuo do canto.b) Deixo ao leitor calcular quanta paixo a bela viva empre-

    gou na execuo do canto.c) Deixo ao leitor calcular quanta paixo, a bela viva, empre-

    gou na execuo do canto.d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixo a bela viva, empre-

    gou na execuo do canto.e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixo a bela viva, empre-

    gou na execuo do canto.

    Respostas: 01-C / 02-E / 03-C / 04-D / 05-E / 06-B / 07-D /08-B / 09-E / 10-B

    Frase: todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouveou l, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode revestiras mais variadas formas, desde a simples palavra at o perodomais complexo, elaborado segundo os padres sintticos do idio-ma. So exemplos de frases:

    Socorro!Muito obrigado!Que horror!Sentinela, alerta!Cada um por si e Deus por todos.Grande nau, grande tormenta.Por que agridem a natureza?Tudo seco em redor. (Graciliano Ramos)Boa tarde, me Margarida! (Graciliano Ramos)Fumaa nas chamins, o cu tranquilo, limpo o terreiro.

    (Adonias Filho)As luzes da cidade estavam amortecidas. (rico Verssimo)Tropas do exrcito regular do Sul, ajustadas pelos seus alia-

    dos brancos de alm mar, tinham sido levadas em helicpterospara o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este sehavia sumido por completo. (rico Verssimo)

    As frases so proferidas com entoao e pausas especiais, in-dicadas na escrita pelos sinais de pontuao. Muitas frases, prin-cipalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, spode ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que gu-ram) e na situao (= o ambiente, as circunstncias) em que o fa-lante se encontra. Chamam-sefrases nominaisas que se apresen-tam sem o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.

    Quanto ao sentido, as frases podem ser:

    Declarativas:aquela atravs da qual se enuncia algo, de for-ma armativa ou negativa. Encerram a declarao ou enunciaode um juzo acerca de algum ou de alguma coisa:

    Paulo parece inteligente. (armativa)A reticao da velha estrada uma obra inadivel. (arma-

    tiva)Nunca te esquecerei. (negativa)

    Neli no quis montar o cavalo velho, de plo ruo. (negativa)Interrogativas:aquela da qual se pergunta algo, direta (componto de interrogao) ou indiretamente (sem ponto de interroga-o). So uma pergunta, uma interrogao:

    Por que chegaste to tarde?Gostaria de saber que horas so.Por que fao eu sempre o que no queria (Fernando Pessoa)No sabe, ao menos, o nome do pequeno? (Machado de As-

    sis)

    Imperativas:aquela atravs da qual expressamos uma ordem,pedido ou splica, de forma armativa ou negativa. Contm umaordem, proibio, exortao ou pedido:

    Cale-se! Respeite este templo. (armativa)No cometa imprudncias. (negativa)Vamos, meu lho, ande depressa! (armativa)Segue teu rumo e canta em paz. (armativa)No me leves para o mar. (negativa)

    Exclamativas:aquela atravs da qual externamos uma admi-rao. Traduzem admirao, surpresa, arrependimento, etc.:

    Como eles so audaciosos!No voltaram mais!Uma senhora instruda meter-se nestas bibocas! (Graciliano

    Ramos)

    Optativas: aquela atravs da qual se exprime um desejo:Bons ventos o levem!Oxal no sejam vos tantos sacrifcios!E queira Deus que te no enganes, menino! (Carlos de Laet)Quem me dera ser como Casimiro Lopes! (Graciliano Ra-

    mos)

    Imprecativas:Encerram uma imprecao (praga, maldio):Esta luz me falte, se eu minto, senhor! (Camilo Castelo

    Branco)No encontres amor nas mulheres! (Gonalves Dias)Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho! (Domin-

    gos Carvalho da Silva)

    Como se v dos exemplos citados, os diversos tipos de frasepodem encerrar uma armao ou uma negao. No primeiro caso,a frase armativa, no segundo, negativa. O que caracteriza e dis-tingue esses diferentes tipos de frase a entoao, ora ascendenteora descendente.

    Muitas vezes, as frases assumem sentidos que s podem serintegralmente captados se atentarmos para o contexto em queso empregadas. o caso, por exemplo, das situaes em que seexplora a ironia. Pense, por exemplo, na frase Que educao!,usada quando se v algum invadindo, com seu carro, a faixa depedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrrio do queaparentemente diz.

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    LNGUA PORTUGUESA

    Aentoao um elemento muito importante da frase falada,pois nos d uma ampla possibilidade de expresso. Dependendo decomo dita, uma frase simples como ela. pode indicar consta-tao, dvida, surpresa, indignao, decepo, etc.

    A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme otom com que a proferimos. Observe:Olavo esteve aqui.Olavo esteve aqui?Olavo esteve aqui?!Olavo esteve aqui!

    Exerccios

    01. Marque apenas as frases nominais:a) Que voz estranha!b) A lanterna produzia boa claridade.c) As risadas no eram normais.d) Luisinho, no!

    02. Classique as frases em declarativa, interrogativa, excla-mativa, optativa ou imperativa.

    a) Voc est bem?b) No olhe; no olhe, Luisinho!c) Que alvio!d) Tomara que Luisinho no que impressionado!e) Voc se machucou?f) A luz jorrou na caverna.g) Agora suma, seu monstro!h) O tnel cava cada vez mais escuro.

    03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o mo-

    delo:Luisinho cou pra trs. (declarativa)Lusinho, que para trs. (imperativa)a) Eugnio e Marcelo caminhavam juntos.b) Luisinho procurou os fsforos no bolso.c) Os meninos olharam sua volta.

    04. Sabemos que frases verbais so aquelas que tm verbos.Assinale, pois, as frases verbais:

    a) Deus te guarde!b) As risadas no eram normais.c) Que ideia absurda!d) O fsforo quebrou se em trs pedacinhos.

    e) To preta como o tnel!f) Quem bom!g) As ovelhas so mansas e pacientes.h) Que esprito irnico e livre!

    05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa,interrogativa, imperativa e exclamativa:

    a) Que ores to aromticas!b) Por que que no vais ao teatro mais vezes?c) Devemos manter a nossa escola limpa.d) Respeitem os limites de velocidade.e) J alguma vez foste ao Museu da Cincia?f) Atravessem a rua com cuidado.g) Como bom sentir a alegria de um dever cumprido!

    h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor dabandeira.

    i) No te quero ver mais aqui!j) Hoje samos mais cedo.

    Respostas1-a e d2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa;

    e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) declarativa3- a) Eugnio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,

    procure os fsforos no bolso!; c) Meninos, olhem sua volta!4- a/b/d/g5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) impera-

    tiva; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h) declarati-va; i) imperativa; j) declarativa

    Orao:todo enunciado lingustico dotado de sentido, po-rm h, necessariamente, a presena do verbo.A orao encerra

    uma frase (ou segmento de frase), vrias frases ou um perodo,completando um pensamento e concluindo o enunciado atravs deponto nal, interrogao, exclamao e, em alguns casos, atravsde reticncias.

    Em toda orao h um verbo ou locuo verbal (s vezes elp-ticos). No tm estrutura sinttica, portanto no so oraes, nopodem ser analisadas sintaticamente frases como:

    Socorro!Com licena!Que rapaz impertinente!Muito riso, pouco siso.A bno, me Ncia! (Raquel de Queirs)

    Na orao as palavras esto relacionadas entre si, como partesde um conjunto harmnico: elas formam os termos ou as unidadessintticas da orao. Cada termo da orao desempenha uma fun-o sinttica. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: umgrupo sobre o qual se declara alguma coisa (o sujeito), e um grupoque apresenta uma declarao (opredicado), e, excepcionalmente,s o predicado. Exemplo:

    A menina banhou-se na cachoeira.A menina sujeitobanhou-se na cachoeira predicado

    Choveu durante a noite. (a orao todapredicado)

    O sujeito o termo da frase que concorda com o verbo emnmero e pessoa. normalmente o ser de quem se declara algo,o tema do que se vai comunicar.

    O predicado a parte da orao que contm a informaonova para o ouvinte. Normalmente, ele se refere ao sujeito, cons-tituindo a declarao do que se atribui ao sujeito.

    Observe: O amor eterno. O tema, o ser de quem se declaraalgo, o sujeito, O amor. A declarao referente a o amor, ouseja, o predicado, eterno.

    J na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito Os rapa-zes, que identicamos por ser o termo que concorda em nmeroe pessoa com o verbo jogam. O predicado jogam futebol.

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    LNGUA PORTUGUESA

    Ncleo de um termo a palavra principal (geralmente umsubstantivo, pronome ou verbo), que encerra a essncia de sua sig-nicao. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiuso o ncleo do sujeito e do predicado, respectivamente:

    O amigo retardatrio do presidente prepara-se para desem-barcar. (Anbal Machado)

    A avezinha revestiuo interior do ninho com macias plumas.Os termos da orao da lngua portuguesa so classicados

    em trs grandes nveis:- Termos Essenciais da Orao:Sujeito e Predicado.- Termos Integrantes da Orao:Complemento Nominal e

    Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agenteda Passiva).

    - Termos Acessrios da Orao:Adjunto Adnominal, Adjun-to Adverbial, Aposto e Vocativo.

    - Termos Essenciais da Orao: So dois os termos essen-ciais (ou fundamentais) da orao:sujeito epredicado. Exemplos:

    Sujeito Predicado

    Pobreza no vileza.

    Os sertanistas capturavam os ndios.

    Um vento spero sacudia as rvores.

    Sujeito: equivocado dizer que o sujeito aquele que praticauma aoou aquele(ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Aofazer tal armao estamos considerando o aspecto semntico dosujeito (agente de uma ao) ou o seu aspecto estilstico (o tpicoda sentena). J que o sujeito depreendido de uma anlise sin -ttica, vamos restringir a denio apenas ao seu papel sintticona sentena: aquele que estabelece concordncia com o ncleo dopredicado. Quando se trata de predicado verbal, o ncleo sempreum verbo; sendo um predicado nominal, o ncleo sempre umnome. Ento tm por caractersticas bsicas:

    - estabelecer concordncia com o ncleo do predicado;- apresentar-se como elemento determinante em relao ao

    predicado;- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou,

    ainda, qualquer palavra substantivada.

    Exemplos:

    A padariaest fechada hoje.est fechada hoje: predicado nominal

    fechada: nome adjetivo = ncleo do predicadoa padaria: sujeitopadaria: ncleo do sujeito - nome feminino singular

    Nsmentimos sobre nossa idade para voc.mentimos sobre nossa idade para voc: predicado verbalmentimos: verbo = ncleo do predicadons: sujeito

    No interior de uma sentena, o sujeito o termo determinante,ao passo que opredicado o termo determinado. Essa posio dedeterminante do sujeito em relao ao predicado adquire sentidocom o fato de ser possvel, na lngua portuguesa, uma sentenasem sujeito, mas nunca uma sentena sem predicado.

    Exemplos:

    As formigasinvadiram minha casa.as formigas: sujeito = termo determinante

    invadiram minha casa: predicado = termo determinadoH formigas na minha casa.h formigas na minha casa: predicado = termo determinadosujeito: inexistente

    O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nomi-nal, isto , seu ncleo sempre um nome. Quando esse nome serefere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito repre-sentado por umpronome pessoal do caso reto(eu, tu, ele, etc.). Seo sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua representa-o pode ser feita atravs de um substantivo, de umpronome subs-tantivoou de qualquer conjunto de palavras, cujo ncleo funcione,na sentena, como um substantivo.

    Exemplos:

    Euacompanho voc at o guich.eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoaVocsdisseram alguma coisa?vocs: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoaMarcostem um f-clube no seu bairro.Marcos: sujeito = substantivo prprioNingumentra na sala agora.ningum: sujeito = pronome substantivoO andardeve ser uma atividade diria.o andar: sujeito = ncleo: verbo substantivado nessa orao

    Alm dessas formas, o sujeito tambm pode se constituir deuma orao inteira. Nesse caso, a orao recebe o nome de oraosubstantiva subjetiva:

    difcil optar por esse ou aquele doce... difcil: orao principaloptar por esse ou aquele doce: orao substantiva subjetiva

    O sujeito constitudo por um substantivo ou pronome, oupor uma palavra ou expresso substantivada. Exemplos:

    O sinoera grande.Elatem uma educao na.Vossa Excelnciaagiu como imparcialidade.

    Istono me agrada.

    O ncleo (isto , a palavra base) do sujeito , pois, um subs-tantivo ou pronome. Em torno do ncleo podem aparecer palavrassecundrias (artigos, adjetivos, locues adjetivas, etc.) Exemplo:

    Todos os ligeiros rumoresda mata tinham uma voz para aselvagem lha do serto. (Jos de Alencar)

    O sujeito pode ser:

    Simples:quando tem um s ncleo: As rosas tm espinhos;Um bandode galinhas-dangola atravessa a rua em la indiana.

    Composto:quando tem mais de um ncleo: O burroe o ca-valonadavam ao lado da canoa.

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-
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    Expresso:quando est explcito, enunciado: Euviajarei amanh.Oculto (ou elptico):quando est implcito, isto , quando no

    est expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanh. (sujei-to: eu, que se deduz da desinncia do verbo); Um soldado saltoupara a calada e aproximou-se. (o sujeito, soldado, est expressona primeira orao e elptico na segunda: e (ele) aproximou-se.);Crianas, guardem os brinquedos. (sujeito: vocs)

    Agente:se faz a ao expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilofertiliza o Egito.

    Paciente:quando sofre ou recebe os efeitos da ao expres-sa pelo verbo passivo: O criminoso atormentado pelo remorso;Muitos sertanistas foram mortos pelos ndios; Construram-seaudes. (= Audes foram construdos.)

    Agente e Paciente:quando o sujeito faz a ao expressa porum verbo reexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessaao: O operrioferiu-se durante o trabalho; Regina trancou-seno quarto.

    Indeterminado:quando no se indica o agente da ao verbal:

    Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou a senhora?No se diz, no se sabe quem a atropelou.); Come-se bem naquelerestaurante.

    Observaes:- No confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.- Sujeito formado por pronome indenido no indetermina-

    do, mas expresso: Algum me ensinar o caminho. Ningumlhetelefonou.

    - Assinala-se a indeterminao do sujeito usando-se o verbona 3 pessoa do plural, sem referncia a qualquer agente j ex -presso nas oraes anteriores: Na rua olhavam-no com admirao;Baterampalmas no portozinho da frente.; De qualquer modo,foi uma judiao matarema moa.

    - Assinala-se a indeterminao do sujeito com um verbo ativo

    na 3 pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O prono-me se, neste caso, ndice de indeterminao do sujeito. Pode seromitido junto de innitivos.

    Aqui vive-sebem.Devagar se vaiao longe.Quando se jovem, a memria mais vivaz.Trata-sede fenmenos que nem a cincia sabe explicar.

    - Assinala-se a indeterminao do sujeito deixando-se o verbono innitivo impessoal: Era penoso carregaraqueles fardos enor-mes; triste assistira estas cenas repulsivas.

    Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a pos-posio do sujeito ao verbo fato corriqueiro em nossa lngua.

    Exemplos: fcil este problema!Vo-se os anis, quem os dedos.Breve desapareceram os dois guerreirosentre as rvores.

    (Jos de Alencar)Foi ouvida por Deus a splica do condenado. (Ramalho

    Ortigo)Mas ters tu pacincia por duas horas? (Camilo Castelo

    Branco)

    Sem Sujeito:constituem a enunciao pura e absoluta de umfato, atravs do predicado; o contedo verbal no atribudo a ne-nhum ser. So construdas com os verbos impessoais, na 3 pessoado singular: Havia ratos no poro; Choveu durante o jogo.

    Observao: So verbos impessoais: Haver(nos sentidos deexistir, acontecer, realizar-se, decorrer),Fazer, passar, ser e estar,com referncia ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, relampejar,amanhecer, anoitecere outros que exprimem fenmenos meteo-rolgicos.

    Predicado:assim como o sujeito, opredicado um segmentoextrado da estrutura interna das oraesou das frases, sendo, porisso, fruto de uma anlise sinttica. Nesse sentido, o predicado sintaticamente o segmento lingustico que estabelece concordn-ciacom outro termo essencial da orao, o sujeito, sendo este otermo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo deter-minado (ou principal). No se trata, portanto, de denir o predica -do como aquilo que se diz do sujeito como fazem certas gram-ticas da lngua portuguesa, mas sim estabelecer a importncia dofenmeno da concordncia entre esses dois termos essenciais daorao. Ento tm por caractersticas bsicas: apresentar-se comoelemento determinado em relao ao sujeito; apontar um atributoou acrescentar nova informao ao sujeito. Exemplos:

    Carolina conhece os ndios da Amaznia.sujeito: Carolina = termo determinantepredicado: conhece os ndios da Amaznia = termo determinado

    Todos nsfazemos parte da quadrilha de So Joo.sujeito: todos ns = termo determinantepredicado: fazemos parte da quadrilha de So Joo = termo

    determinado

    Nesses exemplos podemos observar que a concordncia estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos es-senciais. No primeiro exemplo, entre Carolina e conhece; nosegundo exemplo, entre ns e fazemos. Isso se d porque a

    concordncia centrada nas palavras que so ncleos, isto , queso responsveis pela principal informao naquele segmento. Nopredicado o ncleo pode ser de dois tipos: um nome, quase sempreum atributo que se refere ao sujeito da orao, ou um verbo(oulocuo verbal). No primeiro caso, temos umpredicado nominal(seu ncleo signicativo um nome, substantivo, adjetivo, pro-nome, ligado ao sujeito por um verbo de ligao) e no segundoum predicado verbal (seu ncleo um verbo, seguido, ou no,de complemento(s) ou termos acessrios). Quando, num mes-mo segmento o nome e o verbo so de igual importncia, ambosconstituem o ncleo do predicado e resultam no tipo de predicadoverbo-nominal (tem dois ncleos signicativos: um verbo e umnome). Exemplos:

    Minha empregada desastrada.predicado: desastradancleo do predicado: desastrada = atributo do sujeitotipo de predicado: nominal

    O ncleo do predicado nominal chama-sepredicativo dosujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou caracterstica.Os verbos de ligao (ser, estar, parecer, etc.) funcionam comoum elo entre o sujeito e o predicado.

    A empreiteira demoliu nosso antigo prdio.predicado: demoliu nosso antigo prdioncleo do predicado: demoliu = nova informao sobre o

    sujeito

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-
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    tipo de predicado: verbal

    Os manifestantes desciam a ruadesesperados.predicado: desciam a rua desesperados

    ncleos do predicado: desciam = nova informao sobre osujeito; desesperados = atributo do sujeitotipo de predicado: verbo-nominal

    Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo respon-svel tambm por denir os tipos de elementos que aparecero nosegmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor opredicado (verbo intransitivo). Em outros casos necessrio umcomplemento que, juntamente com o verbo, constituem a nova in-formao sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementosdo verbo no interferem na tipologia do predicado.

    Entretanto, muito comum a elipse (ou omisso) do verbo,quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por estarexpresso ou implcito na orao anterior. Exemplos:

    A fraqueza de Pilatos enorme, a ferocidade dos algozesinexcedvel. (Machado de Assis) (Est subentendido o verbo depois de algozes)

    Mas o sal est no Norte, o peixe, no Sul (Paulo Moreira daSilva) (Subentende-se o verbo estdepois de peixe)

    A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente. (Povi-na Cavalcante) (isto : o povo pareciamais contente)

    Chama-se predicao verbalo modo pelo qual o verbo formao predicado.

    H verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo,por si mesmos, constituir o predicado: so os verbos de predicao

    completa denominados intransitivos. Exemplo:As ores murcharam.Os animais correm.As folhas caem.Os inimigos de Moreiras rejubilaram. (Graciliano Ramos)

    Outros verbos h, pelo contrrio, que para integrarem o pre-dicado necessitam de outros termos: so os verbos de predicaoincompleta, denominados transitivos. Exemplos:

    Joo puxoua rede.No invejoos ricos, nem aspiro riqueza. (Oto Lara Re-

    sende)

    No simpatizavacom as pessoas investidas no poder. (Ca-milo Castelo Branco)

    Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, in-vejo, aspiro, etc., no transmitiriam informaes completas: puxouo qu? No invejo a quem? No aspiro a que?

    Os verbos de predicao completa denominam-se intransiti-vose os de predicao incompleta, transitivos. Os verbos transiti-vos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indiretose transitivos diretos e indiretos(bitransitivos).

    Alm dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerramuma noo denida, um contedo signicativo, existem os de li-gao, verbos que entram na formao do predicado nominal, re-lacionando o predicativo com o sujeito.

    Quanto predicao classicam-se, pois os verbos em:

    Intransitivos:so os que no precisam de complemento, poistm sentido completo.

    Trs contos bastavam, insistiu ele. (Machado de Assis)Os guerreiros Tabajaras dormem. (Jos de Alencar)A pobreza e a preguia andam sempre em companhia.

    (Marqus de Maric)

    Observaes: Os verbos intransitivos podem vir acompanha-dos de um adjunto adverbial e mesmo de um predicativo (quali-dade, caractersticas): Fui cedo; Passeamos pela cidade;Chegueiatrasado; Entrei em casa aborrecido. As oraes formadas comverbos intransitivos no podem transitar (= passar) para a vozpassiva. Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivosquando construdos com o objeto direto ou indireto.

    - Inutilmente a minha alma o chora! (Cabral do Nascimento)- Depois me deitei e dormi um sonopesado. (Lus Jardim)- Morrers mortevil da mo de um forte. (Gonalves Dias)- Intil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que

    j morreu... (Ciro dos Anjos)

    Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, cres-cer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, chegar,vir, mentir, suar, adoecer, etc.

    Transitivos Diretos:so os que pedem um objeto direto, isto, um complemento sem preposio. Pertencem a esse grupo: jul-gar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, de-clarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:

    Comprei um terreno e construa casa.

    Trabalho honesto produz riqueza honrada. (Marqus deMaric)

    Ento, solenemente Maria acendia a lmpada de sbado.(Guedes de Amorim)

    Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os queformam o predicado verbo nominal e se constri com o comple-mento acompanhado de predicativo. Exemplos:

    Consideramoso caso extraordinrio.Ins traziaas mos sempre limpas.O povo chamava-os de anarquistas.JulgoMarcelo incapaz disso.

    Observaes: Os verbos transitivos diretos, em geral, podemser usados tambm na voz passiva; Outra caractersticas dessesverbos a de poderem receber como objeto direto, os pronomeso, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheo-as; Osverbos transitivos diretos podem ser construdos acidentalmen-te, com preposio, a qual lhes acrescenta novo matiz semnti-co: arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta;tomar do lpis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivosdiretos: abenoar, achar, colher, avisar, abraar, comprar, castigar,contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer,encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar,socorrer, ter, unir, ver, etc.

    Transitivos Indiretos:so os que reclamam um complemento

    regido de preposio, chamado objeto indireto. Exemplos:

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    Ningum perdoaao quarento que se apaixona por uma ado-lescente. (Ciro dos Anjos)

    Populares assistiam cena aparentemente apticos e neu-tros. (rico Verssimo)

    Lcio no atinava com essa mudana instantnea. (JosAmrico)Do que eu mais gostavaera do tempo do retiro espiritual.

    (Jos Geraldo Vieira)

    Observaes: Entre os verbos transitivos indiretos importadistinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe,lhes. Em geral so verbos que exigem a preposio a: agradar-lhe,agradeo-lhe, apraz lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem--lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir osque no admitem para objeto indireto as formas oblquas lhe, lhes,construindo-se com os pronomes retos precedidos de preposio:aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender dele,investir contra ele, no ligar para ele, etc.

    Em princpio, verbos transitivos indiretos no comportam aforma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e poucomais, usados tambm como transitivos diretos: Joo paga (perdoa,obedece) o mdico. O mdico pago (perdoado, obedecido) porJoo. H verbos transitivos indiretos, como atirar, investir, conten-tar-se, etc., que admitem mais de uma preposio, sem mudanade sentido. Outros mudam de sentido com a troca da preposio,como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar). desa-gradvel tratar com gente grosseira. (tratar=lidar). Verbos comoaspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de signicao confor-me sejam usados como transitivos diretos ou indiretos.

    Transitivos Diretos e Indiretos:so os que se usam com dois

    objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente. Exemplos:No inverso, Dona Clia davaroupas aos pobres.A empresa fornececomida aos trabalhadores.Oferecemosores noiva.Cedao lugar aos mais velhos.

    De Ligao:Os que ligam ao sujeito uma palavra ou expres-so chamada predicativo. Esses verbos, entram na formao dopredicado nominal. Exemplos:

    A Terra mvel.A gua estfria.O moo anda(=est) triste.Mrio encontra-se doente.A Lua pareciaum disco.

    Observaes: Os verbos de ligao no servem apenas de ane-xo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais se con -sidera a qualidade atribuda ao sujeito. O verbo ser, por exemplo,traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitrio: Ele doente. (aspecto permanente); Ele est doente. (aspecto transit-rio). Muito desses verbos passam categoria dos intransitivos emfrases como: Era=existia) uma vez uma princesa.; Eu no estavaem casa.; Fiquei sombra.; Andacom diculdades.; Parecequevai chover.

    Os verbos, relativamente predicao, no tm classicaoxa, imutvel. Conforme a regncia e o sentido que apresentamna frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplo:

    O homem anda. (intransitivo)O homem anda triste. (de ligao)

    O cego no v. (intransitivo)O cego no v o obstculo. (transitivo direto)

    Deram 12 horas. (intransitivo)A terra d bons frutos. (transitivo direto)

    No dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)Os pais do conselhos aos lhos. (transitivo direto e indireto)

    Predicativo:H o predicativo do sujeito e o predicativo doobjeto.

    Predicativo do Sujeito: o termo que exprime um atributo,um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por umverbo de ligao, no predicado nominal. Exemplos:

    A bandeira o smbolo da Ptria.A mesa era de mrmore.O mar estava agitado.A ilha parecia um monstro.

    Alm desse tipo de predicativo, outro existe que entra naconstituio do predicado verbo-nominal. Exemplos:

    O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.)O menino abriu a porta ansioso.Todos partiram alegres.Marta entrou sria.

    Observaes: O predicativo subjetivo s vezes est preposi-cionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e at mesmo aoverbo: So horrveis essas coisas!; Que linda estava Amlia!;Completamente felizningum .; Rarosso os verdadeiros lde-res.; Quemso esses homens?; Lentos e tristes, os retirantes iampassando.; Novoainda, eu no entendia certas coisas.; Onde esta criana que fui?

    Predicativo do Objeto: o termo que se refere ao objeto deum verbo transitivo. Exemplos:

    O juiz declarou o ru inocente.O povo elegeu-o deputado.As paixes tornam os homens cegos.Ns julgamos o fato milagroso.

    Observaes: O predicativo objetivo, como vemos dos exem-plos acima, s vezes vem regido de preposio. Esta, em certoscasos, facultativa; O predicativo objetivo geralmente se refereao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto in-direto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; Podemos anteporo predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutveisos direitos da herdeira.; Julgo inoportuna essa viagem.; E atembriagadoo vi muitas vezes.; Tinha estendidaa seus ps umaplanta rstica da cidade.; Sentia ainda muito abertosos ferimen-tos que aquele choque com o mundo me causara.

    Termos Integrantes da OraoChamam-se termos integrantes da orao os que completam

    a signicao transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram,completam) o sentido da orao, sendo por isso indispensvel compreenso do enunciado. So os seguintes:

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    - Complemento Verbais(Objeto Direto e Objeto Indireto);- Complemento Nominal;-Agente da Passiva.Objeto Direto: o complemento dos verbos de predicao

    incompleta, no regido, normalmente, de preposio. Exemplos:As plantas puricaram o ar.Nunca mais ele arpoara um peixe-boi. (Ferreira Castro)Procurei o livro, mas no o encontrei.Ningum mevisitou.

    O objeto direto tem as seguintes caractersticas:- Completa a signicao dos verbos transitivos diretos;- Normalmente, no vem regido de preposio;- Traduz o ser sobre o qual recai a ao expressa por um verbo

    ativo: Caim matou Abel.- Torna-se sujeito da orao na voz passiva: Abelfoi morto

    por Caim.

    O objeto direto pode ser constitudo:- Por um substantivo ou expresso substantivada: O lavradorcultiva a terra.; Unimos o tilao agradvel.

    - Pelos pronomes oblquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:Espero-ona estao.; Estimo-osmuito.; Slvia olhou-seao espe-lho.; No me convidas?; Ela noschama.; Avisamo-lo a tempo.;Procuram-naem toda parte.; Meu Deus, eu vosamo.; Marcheiresolutamente para a maluca e intimei-aa car quieta.; Vs ha-veis de crescer, perder-vos-ei de vista.

    - Por qualquer pronome substantivo: No vi ningumna loja.;A rvore que plantei oresceu. (que: objeto direto de plantei);Onde foi que voc achou isso? Quando vira as folhas do livro,ela ofaz com cuidado.; Queteria o homem percebido nos meusescritos?

    Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-selhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma esferasemntica:

    ViveuJos Joaquim Alves vidatranquila e patriarcal. (Vi-valdo Coaraci)

    Pela primeira vez chorouo choroda tristeza. (Anbal Ma-chado)

    Nenhum de ns pelejoua batalhade Salamina. (Machadode Assis)

    Em tais construes de rigor que o objeto venha acompanha-do de um adjunto.

    Objeto Direto Preposicionado: H casos em que o objeto

    direto, isto , o complemento de verbos transitivos diretos, vemprecedido de preposio, geralmente a preposio a. Isto ocorreprincipalmente:

    - Quando o objeto direto um pronome pessoal tnico: Destemodo, prejudicas a tie a ela.; Mas dona Carolina amava mais aeledo que aos outros lhos.; Pareceu-me que Roberto hostiliza-va antes a mimdo que ideia.; Ricardina lastimava o seu amigocomo a siprpria.; Amava-a tanto como a ns.

    - Quando o objeto o pronome relativo quem: Pedro Seve-riano tinha um lho a quemidolatrava.; Abraou a todos; deuum beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimentodas suas graas.; Agora sabia que podia manobrar com ele, comaquele homem a quemna realidade tambm temia, como todosali.

    - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitandoque o objeto direto seja tomado como