1463 Kathryn Caskie Inocente Sedutora Julia Históricos 1463

7/24/2019 1463 Kathryn Caskie Inocente Sedutora Julia Históricos 1463

http://slidepdf.com/reader/full/1463-kathryn-caskie-inocente-sedutora-julia-historicos-1463 1/116

Julia Históricos 1463 – Inocente Sedutora –Kathryn Caskie

INOCENTE SEDUTORA

Kathryn Caskie

Projeto Reisoras P!"ina 1




Projeto Reisoras P!"ina #




Inglaterra, século XIXUa !e" se#utor, se$re se#utor%

Minha amiga, saiba que eu, Meredith Merriweather, arquitetei um planopara provar que o famoso “regenerado ex-conquistador” Alexander Lamontcontinua sendo tão conquistador quanto antes ! que essa hist"ria de que eletenha se tornado um homem respeitoso, não passa de pura engana#ão $aracompletar meu guia de conselhos %teis para &ovens damas, e evitar que sedeixem engabelar pela l'bia de homens infames como ele, estou disposta a meoferecer como isca( Agora, o impertinente di) que eu sou a mulher da vida dele(*udo bem eu at+ admito que Alex tem olhos lindos e um sorriso irresistvelMas, enhor do c+u, ser' possvel que meu destino + me sentir atrada por homens do tipo em quem nenhuma dama de respeito pode confiar .uantomais se apaixonar/

Digitali"a&'o( imoninhaRe!is'o( 0arina

)orata&'o( 0ris $aiva

“!nriquecido pelo estilo picante e espirituoso de 1athr2n 0as3ie eprotagoni)ado por personagens inesquecveis, Inocente Sedutora + umromance espl4ndido, magnificamente bem-construdo, um glorioso regalo parao cora#ão e para a mente(” 5 Kathe Robin (Romantic Times)

“As leitoras vão adorar a maneira como 1athr2n 0as3ie teceu a trama deum conto rom6ntico que cativa, captura e hipnoti)a(” 5 Debbie (A RomanceReview)

“!ste romance precioso e ador'vel vai encantar e sedu)ir o seucora#ão 7ão deixe de ler(” 5 Sabrina Jeffries (autora best seller do New York Times)

“8s romances de 1athr2n 0as3ie transbordam senso de humor,sensualidade e picardia” 5 ath! "a#well (autora best seller do New York Times)

“Absolutamente maravilhoso, ador'vel e delicioso(” 5 $eitora

“9m romance hist"rico divertido e sex2( $arab+ns, 1athr2n 0as3ie,

Inocente Sedutora + uma obra-prima(” 5 $eitora





Querida leitora,

"eredith "erriweather est% escrevendo um livro sobre homens

con&uistadores' nobres cavalheiros libertinos e devassos &ue circulam nasaltas esferas da sociedade om isso' ela esera alertar outras mulheres eevitar &ue assem ela mesma e#eri*ncia &ue ela assou' ao ser re+eitada elo homem &ue a corte+ava ,ara dar a seu livro um desfecho -lorioso e rovar &ue os homens n.o se emendam nunca' "eredith ar&uitetou um lanono &ual se ro/e a ser' ela r0ria' a 1isca2 Dei#e3se transortar ara osre&uintados sal/es in-leses do s4culo 565 e arenda com "eredith o &ue umadama recisa saber

Leonice $omponio!ditora :omances ;ist"ricos

0op2right < =>>? b2 1athr2n 0as3ie 8riginalmente publicado em =>>?pela @arner oo3 Broup

$9LC0AD8 8 A08:D8 08M @A:7!: 881 B:89$7E, 7E - 9A *odos os direitos reservados

*odos os personagens desta obra são fictcios.ualquer semelhan#a com pessoas vivas ou mortas ter' sido mera coincid4ncia*F*9L8 8:CBC7ALG A Lad2Hs Buide to :a3es

!DC*8:AG Leonice $omponio AC*!7*! !DC*8:CALG $atrcia 0haves

!DCIJ8K*!*8*radu#ãoG ilvia M 0aldiron :e)ende

0opidesqueG Maria da $enha aria:evisãoG :inaldo Milesi

A:*!G MNnica MaldonadoCL9*:AIJ8G *homas chliic3

MA:1!*C7BK08M!:0CALG ilvia 0ampos$:8D9IJ8 B:OC0AG Nnia assi

$ABC7AIJ8G Dan2 !ditora Ltda< =>>P !ditora 7ova 0ultural Ltda:ua $aes Leme, ?=Q - C8R andar - 0!$ >?Q=Q->S> - ão $aulo - $

wwwnovaculturalcombr $remedia, impressão e acabamentoG :: Donnelle2 Moore


http://www.novacultural.com.br/

http://www.novacultural.com.br/




CA*+TUO I

8 calor emitido pelo fogo do antigo balão era tão intenso que gotas

de suor brotavam sob o espartilho de Meredith Merriweather Apesar do calor, apersistente senhorita apontava com firme)a seu bin"culo na dire#ão doelegante cavalheiro que caminhava Ts margens do encrespado erpentine,apenas alguns metros abaixo

U enhor, não poderia abaixar o balão um pouco mais/ U Meredithpediu educadamente ao piloto U !le est' indo embora(

U *entarei fa)er o possvel, senhorita, mas não prometo nada U oirland4s resmungou

ocali)ando com o bin"culo foi possvel ver uma mulher de cabelospretos vindo da dire#ão norte

7% em frente' 8iselle, Meredith comentou consigo mesma 9se todo seucharme

A bele)a sedutora da cortesã francesa era irresistvel a qualquer homem Aquele não seria exce#ão

A imensa sombra do balão encobriu o cavalheiro ao passar por cima desua cabe#a, escondendo o sol ua rea#ão foi olhar para cima, curioso

Meredith ficou tensa, mas logo relaxou Afinal, não havia nada a temer

.uem iria suspeitar de um balão sobrevoando o ;2de $ar3/ !sse era umacontecimento que vinha se tornando at+ mesmo banal nos %ltimos tempos

Mais uma ve) o bin"culo mirou Biselle, e foi com certa ang%stia queMeredith constatou que a mo#a estava levando o su&eito para debaixo dealgumas 'rvores em ve) de ficar a c+u aberto, conforme o combinado

U Vamos acabar por perd4-los de vista Abaixe o balão um pouco mais,por favor

U Desculpe-me, senhorita U 8 piloto lan#ou um olhar cortante para apassageira, que pagara tarifa dobrada pelo passeio U e descermos mais,

acabaremos nos enroscando na copa das 'rvores A senhorita deve estar muitodesesperada para espionar aquele su&eito a ponto de querer arriscar a pr"priavida dessa maneira(

:ue afronta;

U 0omo ousa me acusar de espionagem/( !stou condu)indo umexperimento cientfico que o senhor est' prestes a destruir por se recusar acolaborar

0om um dar de ombros resignado, o piloto fe) uma manobra arriscadaque balan#ou forte o cesto, e Meredith acabou se desequilibrando e indo parar com as mãos apoiadas nos quadris do piloto, que a amparou com satisfa#ão e

um sorriso maroto nos l'bios

Projeto Reisoras P!"ina $




em &eito, Meredith se recompNs e se recostou no canto oposto !ntãoaquilo seria o mais pr"ximo que conseguira chegar do mais famoso cafa&estede Londres/ .ue fosse, pois, apesar de estar muitos metros acima, a dist6ncia &' era muito mais pr"xima do que o limite do suport'vel

Meredith teve sua reputa#ão manchada, dois anos atr's, por culpa deum su&eito da mesma estirpe de Alexander Lamont $or isso, sabia muito bem otamanho do estrago que ele, e seus semelhantes, eram capa)es de efetuar

Meredith se encostou na borda do cesto e tornou a pNr o bin"culo sobreos olhos, fitando direto para o cavalheiro de porte elegante que desfilava, l'embaixo

!ra incrvel, mas, mesmo daquela altura, o poder de atra#ão do biltreainda era grande 0om tra#os marcantes e um rosto anguloso, ele era mais altoque a maioria dos homens eus ombros eram largos, a cintura, bemdemarcada, e as coxas deliciosamente esculpidas saltavam na cal#a &usta 7ãohavia como negarG era um perfeito exemplar do esp+cime masculino

$or+m, de acordo com as conversas que transitavam nas casas de ch',era tamb+m o exemplo perfeito de malandro eu nome estava ligado aos dasmulheres de pior reputa#ão da sociedade Ts coristas de teatro Csso, contudo,não era o que o elevava ao patamar mais alto da malandragem 8 fato de ter sido flagrado na cama com a &ovem esposa de um dos respeit'veis membrosda 06mara dos 0omuns, foi o que acabou lhe conferindo a fama de maior canalha de Londres

8s coment'rios mais recentes, no entanto, di)iam que ele tinha se

regenerado 7em por um momento, contudo, Meredith acreditou que Alexander, o libertino lorde Lansing, se redimira, abandonando os velhosh'bitos

!ra simplesmente impossvel ! ela iria provar isso ao observar osprogressos de Biselle em tra)er T tona a verdadeira nature)a daquele in%til

U $or favor, s" mais um pouquinho para baixo U Meredith implorou aopiloto

8 irland4s fe) que não

U W uma p+ssima id+ia, senhorita

Meredith conteve a ira e, em ve) de gritar, tirou quatro moedas de ouroda bolsinha

U 9m guin+u por metro e tenho certe)a de que o senhor conseguir' dar um &eito de baixar um pouco mais esta geringon#a

8 homem hesitou, mas estava claro, pela situa#ão prec'ria do cesto epela maneira como olhava para as moedas, que o pedido seria atendido

0omo se pressentisse o perigo, Alexander Lamont fitou o imenso balãovermelho, que Tquela altura estava bem pr"ximo do chão

Meredith escondeu o bin"culo dentro do cesto e olhou para o

erpentine, como se estivesse observando os patos nadando !, de repente,um solavanco a alarmou





8 balão esbarrou nas copas das 'rvores, e seu tecido vermelho aospoucos foi se enroscando nos galhos, enquanto perdiam altitude

0om um grito assustado, Meredith se encolheu dentro do cesto,protegendo o rosto com as mãos

U 8 balão furou( 7"s vamos cair( egure firme, senhorita(

Mas não havia onde se segurar ali dentro

U egurar-me onde/(

!ra tarde demais 0om a for#a do impacto da batida contra os galhos,Meredith foi arremessada para fora como se fosse a %ltima gota de ch' dobule, e assim foi caindo at+ alcan#ar o solo, ferindo-se em galhos que iamdestruindo seu vestido e arranhando sua pele

A %ltima visão de Meredith foram os olhos assustados de Alexander

Lamont"inhas costelas devem estar &uebradas Talve< a coluna tamb4m

Ali, &a)endo na poeira, a %nica certe)a de Alexander era de que seu novofraque a)ul estava totalmente destrudo

8 que, afinal, acontecera/

Alexander ergueu a cabe#a e deparou com a cena intriganteG um par depernas femininas enroscada entre as suas

Brande ironia astou assumir o celibato e tentar se comportar como oexemplo vivo do decoro at+ o dia de seu casamento, para as mulheres

come#arem a cair do c+uDevagar, Alexander se sentou e se pNs a remover para o lado a &ovem,

naquela confusão de seda a)ul

A dama não se movia, e por um segundo, passou por sua cabe#a queela poderia estar morta Mas então um olhar mais apurado mostrou que osseios se moviam de acordo com a respira#ão suave

U enhorita/

7enhuma resposta

U $or favor, a senhorita est' prendendo a circula#ão de minhas pernasil4ncioX a situa#ão se mostrava pior do que o imaginado

Lorde Lansing ergueu a mão direita, que sem querer se envolveu numateia de fios cor de cobre Cnsistiu mais um pouco, e seus dedos desli)arampelas longas madeixas at+ seu anel de sinete dourado se enroscar e com elepuxar um %nico fio, o que acabou despertando a bela adormecida

Ap"s um gemido)inho causado pelo cabelo arrancado, o lorde se viuperante, os olhos mais a)uis que &' vira um dia, brilhantes como um par desafiras polidas

U 8 senhor pretende arrancar todos os fios de cabelos de minhacabe#a ou me deixar' com alguns/

Projeto Reisoras P!"ina %




!ra melhor não responder, pois a vida &' deixara claro para ele que nãovalia a pena entrar numa discussão com uma mulher

Al+m do mais, as mãos delicadas da dama, da cor do creme mais puro,se empenhavam em soltar as mechas

Ap"s desvencilhar a cabeleira do anel trai#oeiro, a mo#a se levantou,apoiando as duas mãos em seu peito, com tanta for#a que Alexander classificou como desnecess'ria ao sentir a pressão contra suas costelasfragili)adas

9ma ve) em p+, a senhorita o encarou, estremecendo de leve aomesmo tempo que mordia o rosado l'bio inferior

!moldurado por cabelos de uma cor vibrante como o fogo, seu rostooval parecia mais p'lido do que o normal, salvo pelo arranhão rubro ao longoda face esquerda

U 8 senhor consegue se erguer/ U ua vo) era suave e, apesar da iraflame&ante em suas pupilas, a mão estava estendida em sinal de a&uda

0urioso De onde ser' que viria aquela f%ria quase tangvel/

7um imenso esfor#o, Alexander se moveu, e um grande alvio se fe)visvel no delicado semblante da &ovem

U Agrade#o ao senhor por amortecer a minha queda U 9m galhoestalou, e Meredith mirou para al+m de Alexander

!ntão uma vo) com sotaque franc4s, disseG

U A senhorita e o piloto tiveram sorte de não morrerem, mademoiselle8lhe para o balão

Alexander ergueu a cabe#a e viu o imenso cesto enroscado nos galhosde um carvalho 8ra( A senhorita cara de um balão(

U !stão todos bem/ U Desta ve) era o piloto, que surgia em busca desua teimosa passageira

U im, creio que tivemos muita sorte

8 piloto lan#ou um olhar furioso para a ousada dama ruiva

U Avisei T senhorita que não deveramos descer tanto( U o homem

esbrave&ava, apontando o balão destrudo U ! olhem para minha =ets! agora( A senhorita ter' de arcar com o pre&u)o, causado(

Atordoada, Meredith olhava para os rostos que a cercavam

U !u eu 8h, c+us( U !m seguida, tocou a face, onde tr4s gotculasde sangue escapavam de um arranhão avermelhadoX então, seus olhosgiraram, e ela caiu nos bra#os de Alexander mais uma ve)

!squecendo-se da pr"pria dor, Alexander amparou o corpo inerte e emseguida mirou o piloto

U 8 senhor sabe o nome dela/ 8nde mora/

U A dama + a srta Merriweather Acho que mora perto da ;anover quare

Projeto Reisoras P!"ina &




U "on Dieu, ela vai morrer/(

Alexander se voltou para a francesa, que estava quase tendo umcolapso tamb+m

U 7ão, minha querida Mas creio que a &ovem necessita de um m+dicoU $rocurando no bolso, ele encontrou uma moeda e a entregou a sua nova eador'vel amiga U Csto deve ser o suficiente para a senhorita voltar para casaDesculpe-me por não poder acompanh'-la

U "erci' monsieur U 8s olhinhos pretos de Biselle cintilaram ao ver odinheiro U 7ão se preocupe, eu compreendo Mas se o senhor quiser continuar com nossa conversa, pode me encontrar na $ortman quare aindaho&e, no final da tarde

Alexander sorriu, mas preferiu se incumbir de sua missão Desse modo,tomou no colo a p'lida senhorita

U "onsieur , para onde o senhor vai lev'-la/

U $ara casa

>le disse casa?; Meredith esperava que fosse para a sua, e não para adele, pois senão estaria em apuros

Alexander caminhava apressado, e os m%sculos dos bra#os secontraam com a for#a despendida, amparando as costas de Meredith, quemantinha os olhos fechados, fingindo estar inconsciente

im, tudo não passava de fingimento !ntretanto, não havia alternativa,pois o piloto do balão estava prestes a revelar seu segredo Assim, nenhumaid+ia melhor lhe ocorreu, naquele momento Viola, sua tia-av", costumavarecorrer ao mesmo recurso sempre que necess'rio, e com grande sucesso8ra, por que não se utili)ar dele tamb+m/

Dava para sentir o cheiro de cavalos no ar ! não estavam muitodistante, pois era possvel ouvir o relinchar e as batidas dos cascos 8 cora#ãode Meredith disparou, aterrori)ado, dentro do peito

!ra um est'bulo em, a brincadeirinha &' tinha ido longe demais$recisava pNr um fim naquilo imediatamente(

0om movimentos calculados, ergueu a cabe#a devagar, gemendo e

murmurando palavras quase inaudveis, at+ abrir os olhos e encontrar o par deris verdes que a encaravam Mas de alguma maneira o calor do olhar a deixoumuito embara#ada

U Ve&o que a senhorita est' de volta U 8s l'bios de lorde Lansingcompletaram a observa#ão com um belo sorriso que fe) o seu sangue ferver etodo seu corpo ficar tr4mulo Meredith o encarou de volta

U 8 senhor poderia me colocar no chão, por favor/

A resposta foi um sorriso ainda mais encantador

U Aqui est', milorde !scovado como o senhor gosta

Meredith se virou e viu a mão do cavalari#o que segurava as r+deas docavalo A crina do animal era a)ulada de tão negra, e at+ mesmo Meredith, que

Projeto Reisoras P!"ina '




tinha um verdadeiro pavor de cavalos, teve de admitir que aquele eramaravilhoso

7o minuto seguinte, Lansing a ergueu como se ela fosse uma pena e acolocou sobre o lombo da fant'stica montaria

U 7ão( U 0om as duas mãos Meredith se agarrou ao lorde como pNde,pedindo que não fosse colocada sobre o animal

U 0alma, senhorita U !m seguida, ele pisou no estribo e, com um%nico impulso, se acomodou na sela !m seguida, a&eitou Meredith sentada delado e a puxou para mais perto

A proximidade permitia que ela sentisse todas as curvas que a cal#a decamur#a de Lansing evidenciava

9m rubor lhe subiu pelo rosto muito branco ! quando o cavalo semoveu num trote suave, Meredith, apesar de relutante, acabou se recostandono largo peito do lorde, enquanto uma das mãos descansava sobre uma pernadele e a outra se segurava na ponta do palet"

8 lorde tornou a sorrir, e isso a fe) se lembrar das boas maneiras e serecompor " a notou com mais aten#ão os cabelos de Lansing e percebeu,pelos fios que escapavam da cartola, que eram tão pretos quanto a crina docavalo

U ;anover quare, não +/

8 timbre forte da vo) vibrou dentro de Meredith, espalhando-se paratodo o corpo e despertando-a de seu torpor

U *enho certe)a de que posso ir caminhando, senhor $ortanto, se

U 7em pense nisso, sita Merriweather empre que uma dama cai doc+u direto em meus bra#os, eu a levo em seguran#a para sua famlia U 8olhar hipn"tico tornou a encar'-la U ou lorde Lansing, a prop"sito

U ei quem o senhor + U Meredith meneou a cabe#a U *odos emLondres o conhecem 8 senhor, lorde Lansing, + o cafa&este mais famoso destacapital

8 lorde achou gra#a

U A senhorita est' me confundindo com outra pessoa, sem d%vida

U !stou certa de que não

U Baranto que sim, pois o lorde Lansing a que se refere não existemais ou um novo homem, srta Merriweather

U em, mesmo assim, com sua reputa#ão e com minha posi#ão demo#a solteira, seria imprud4ncia minha continuar em sua companhia $ortanto,se o senhor puder me colocar no chão

U Lamento, srta Merriweather, mas vou lev'-la para casa Lembra-sedo que eu disse/ *odas as mulheres que caem do c+u U Apontou para cimacom o dedo indicador U !ssa + uma regra que não posso quebrar

;avia um tom de divertimento em sua vo), e em quaisquer outras

Projeto Reisoras P!"ina 1(




circunst6ncias U ou se fosse outro cavalheiro U Meredith teria rido Mas nãopara o mais famoso biltre londrino

U .uando a senhorita estava no balão pude ouvi-la di)endo ao pilotoque descesse mais 8 que pretendia/

U 8 qu4/ U !la buscava uma resposta plausvel

Aproveitando esse momento, Alex pNs a mão no bolso e apanhou umob&eto de metal 7o minuto seguinte, um raio de sol se refletiu na lente, e todoo sangue de Meredith pareceu congelar dentro das veias

U 8 bin"culo estava a seu lado A senhorita espionava algu+m/

U L"gico que não( !u estava observando os p'ssaros im, foi isso, eachei que tinha visto uma ave rara no topo de uma 'rvore

U W mesmo/ Y' observei p'ssaros tamb+m De que esp+cime se

tratava/8 calor que lhe subia pelo rosto se intensificou

U !ra um um tendilhão vermelho muito safado

U ;um Acho que nunca ouvi falar desse p'ssaro em, eu diria que+ mesmo uma ave muito rara U Lansing estendeu um len#o U $ara seurosto

Meredith agradeceu em sil4ncio e pressionou o linho contra a face,limpando o sangue

U Agora posso ver melhor seu belo semblante U 8 olhar flame&ante de

Lansing a fe) enrubescer ainda mais U $arece que o sangramento estancouU 7ão foi nada al+m de um arranhão)inho

.uando enfim pararam diante do n%mero de)essete, que ficava defrente para a ;anover quare, o lorde apeou, e s" então Meredith pNderespirar aliviada Csto +, at+ se dar conta de que estava so)inha em cima doanimal :ecorda#Zes terrveis de quando contava ainda cinco anos emergiram-lhe T mem"ria 7essa ocasião, ela sofreu uma queda da montaria e quebrou aperna $assar meses imobili)ada, na cama, foi uma experi4ncia que nãopretendia &amais repetir

U $ermita que eu a a&ude, srta Merriweather $ode soltar a selaU !u não não consigo U eus olhos estavam arregalados De

repente, mãos firmes envolveram sua cintura

U A senhorita est' segura, agora $ode se soltar

Mas Meredith não conseguia articular as palavras *remia tanto queseus dentes não paravam de bater um no outro

7esse momento, a porta principal da resid4ncia se abriu, e suas duastias-av"s, lad2 Leticia e lad2 Viola eatherton, saram

U Minha menina( U Leticia grace&ou U 8 que fa) em cima desse

cavalo enorme/ Des#a &' da( Aflita, Meredith não conseguia nem mesmo responder





U 8lhe os dedos da pobre)inha, Leticia, estão brancos como a cera( !laest' paralisada de medo

U !stou vendo, Viola oi por isso que mandei que descesse

U !ntão a senhora olhou para o lorde U 8 senhor me parece ser bemforte er' que poderia a&ud'-la a descer da sela/

Lansing fe) uma rever4ncia para Leticia e fitou Meredith

U $reparada, senhorita/

8s dentes de Meredith continuavam batendo

U Muito bem, l' vamos n"s U eus dedos se comprimiram com for#aao redor da cintura fina e, com um tranco, Meredith se soltou da sela

7o minuto seguinte, viu-se de p+ na cal#ada em frente da elegantemansão de suas tias

7um gesto de pura gentile)a, Lansing ofereceu-lhe o bra#o, e ela nãoteve outra op#ão senão aceitar e permitir que o cavalheiro a acompanhasse at+a entrada

U Apesar de eu não morar muito distante daqui U o lorde se dirigia Tstias U creio que nunca tivemos a felicidade de sermos apresentados Meunome + Alexander Lamont, lorde Lansing, senhoras

Viola e Leticia responderam com uma cortesia

U Acho que as senhoras devem conhecer meu pai, o conde de ;arford

U W claro que sim, sir Apesar de não nos vermos h' muito tempo ULeticia se virou para a irmã U Viola, + l"gico que voc4 se lembra do conde de;arford

U 7a verdade, sim ! posso di)er que o senhor + a imagem de seu paiquando era &ovem, meu rapa) ão muito parecidos mesmo U Viola sorriu epercebeu que Lansing não tinha recebido o coment'rio com muito entusiasmoU 0omo tem passado, lorde Lansing/

U Muito bem, obrigado Mas temo que minha visita de ho&e não v' fa)4-las exultar ua U 8 olhar indagador pousou em Meredith

U 7ossa sobrinha-neta U as duas senhoras grisalhas responderam em

unssonoU ua sobrinha-neta sofreu uma queda terrvel, e não estou convencido

de que ela não tenha se machucado seriamente U Audacioso, ele tocou obra#o de Meredith U !la caiu de um balão sobre a copa de um imensocarvalho

As irmãs olharam assustadas para Meredith

U Voc4 se machucou, querida/ U Viola desceu o primeiro degrau etirou a sobrinha dos bra#os de Lansing, para em seguida tra)4-la para suaprote#ão

Meredith abriu aboca e, para seu alvio, as palavras resolveram fluir denovo

Projeto Reisoras P!"ina 1#




U 7ão, tia oram apenas alguns arranhZes, e minhas costas doem umpouco Mas de resto estou muito bem

Viola estudou Meredith por um momento, tentando descobrir se asobrinha estava mesmo sendo sincera

U Yuro, titia De fato, eu teria me ferido bastante se não fosse por estebravo cavalheiro, que amparou minha queda com o pr"prio corpo U Meredithfor#ou um sorriso

U .uanta gentile)a a sua, lorde Lansing( U Letcia exclamou U !speroque não tenha se ferido

Meredith permaneceu calada, torcendo para não ouvir o que sabia quese seguiria

U em, depois de tudo pelo que o senhor passou, milorde

Ah' n.o' tia 7iola; ! os temores de Meredith se confirmaramU devemos convid'-lo para entrar e tomar algo

U $or mais que eu tenha certe)a de que seria agradabilssimo, sintodi)er que tenho um assunto urgente a tratar

ertamente com uma certa cortes. francesa' Meredith concluiu0onhecia bem aquele tipo de homem Mas tudo bem, na manhã seguinteBiselle lhe contaria tudo

Lansing tirou um cartão de visita do bolso e o estendeu a Meredith

U e precisar de mim, srta Merriweather, por favor, não hesite em me

contatar0om um sorriso e uma leve rever4ncia, Lansing, o not"rio devasso,

acenou, voltou a montar e saiu galopando em seu imenso cavalo negro

Viola suspirava, e Letcia arrastava Meredith pelo bra#o para dentro decasa

U Minha nossa, como ele + bonito(

U im, ele + mesmo formoso, tia Letcia

U 0ontudo, + meu dever alert'-la de que não se trata de um cavalheiro

de fato, minha querida $ortanto, tome cuidadoViola, que vinha logo atr's, se manifestou assim que elas fecharam a

porta da mansão

U Csso + coisa que se diga, Letcia/ Al+m do mais, todos sabem quelorde Lansing se redimiu ! eu lhe digoG os conquistadores redimidos são osmelhores maridos

U obagem( U Meredith exclamou U 7ão acredito no arrependimentodele, nem por um minuto

Letcia arregalou os imensos olhos a)uis e balan#ou a cabe#a para a

irmãU !vidente que um cavalheiro sensvel e educado como o sr 0hillton,





querida, não se compara U Viola deixou escapar um sorrisinho U " quisdi)er que um cafa&este redimido sabe como bem satisfa)er uma mulher

Letcia gargalhou diante da coloca#ão ousada da irmã, at+ quase ficar sem fNlego

Meredith, enquanto isso, permanecia de bra#os cru)ados esperando quea tias se acalmassem e recuperassem a compostura que cabia a duassenhoras de respeito

U $ode ser, tia, mas acho que nenhuma mulher &amais ter' certe)aabsoluta, pois não existem cafa&estes redimidos

U $arece ter certe)a absoluta disso, meu an&o

U im, tenho certe)a, tia Letcia U 0om um sorriso misterioso,Meredith cru)ou a sala, abriu um caderninho vermelho de notas e o colocouaberto sobre a mesa, para as tias olharem

Viola torceu o nari)

U $ensei que voc4 tivesse desistido de seu guia depois que conheceu osr 0hillton

U 8 sr 0hillton + o exemplo de um perfeito cavalheiro, tia Mas não +porque tive sorte de encontr'-lo que desistirei do que considero um dever meude alertar as mocinhas desavisadas sobre o perigo que representa cair nasgarras de tipos como lorde Lansing 7ão podemos nos esquecer do mal quelorde $omero2 me fe) U 9m arrepio percorreu sua espinha s" de pronunciar onome do ex-noivo, fa)endo-a sentir-se vulner'vel e fraca

U 7ão nos esquecemos, amor Viola e eu sabemos o quanto aspesquisas para a elabora#ão de seu guia a a&udaram a se distrair e a superar odesespero e a dor

!ntão as irmãs a olharam com piedade Meredith odiava que a olhassemdaquele &eito $ois foi assim que toda a sociedade a fitou depois do acontecido! era exatamente por isso que a necessidade de terminar seu guia se tornaramais que uma questão de honra

U Mas voc4 est' feli) agora, querida *eve a sorte de conquistar ocavalheiro mais respeit'vel de Londres U Letcia abriu o caderno e leu o ttuloU ! mesmo assim ainda insiste na elabora#ão de seu livro omo >vitar avalheiros 6ndese+%veis @ 8uia ,r%tico ara Damas

U im, eu insisto U Meredith a encarou U A senhora nãocompreende/ *enho de continuar com minhas investiga#Zes Depois de doisanos de trabalho 'rduo, meu guia est' quase pronto ! com lorde Lansing, omais famoso devasso, como meu %ltimo ob&eto de pesquisa, pretendo finali)'-la antes de a temporada terminar

U $or Y%piter, Lansing, o que lhe aconteceu/(

Alexander olhou para o homem magro que estava na sala de estar desua mansão, na Brosvenor quare, tomando um conhaque, muito tranq[ilo!le era ningu+m menos que Beorgie 0hambers, ou melhor, lorde :iddle, uma





ve) que o tio lhe deixara como heran#a o ttulo de visconde As coisas vinhammudando r'pido nos %ltimos tempos, e era difcil se lembrar do novo ttulo deseu melhor amigo

U Beorgie, voc4 não vale nada 8 que fa) aqui, bebendo meuconhaque/ U $ara Alexander, não importava a posi#ão social do velhocamarada dos tempos de !ton

Beorgie riu, satisfeito

U $assei aqui para convid'-lo para muita diversão Mas, a contar por sua apar4ncia, ve&o que &' come#ou sem mim $or onde andou, Alex/

U 7em perderei meu tempo lhe contando, pois tenho certe)a de quevoc4 não acreditaria U Alexander sorriu e entregou seu empoeirado palet"a)ul ao criado

!m seguida, aceitou o drinque que Beorgie lhe serviu

U Vamos, me conte *eve problemas para fugir de algum maridoenfurecido que o apanhou de surpresa com a esposa dele na cama/

Alexander teria achado gra#a se não sentisse tanta dor nas costas.uem diria que uma senhorita tão delicada pudesse causar tamanho estragoem seu corpo/ A srta Merriweather, al+m de pequena, não pesava muito, foi oque ele constatou ao ergu4-la para coloc'-la em cima do cavalo

!nquanto ele virava a ta#a para tomar a %ltima gota, algo, um fio leve emacio como a seda, ro#ou sua face Ao olhar para a mão, deparou com um%nico fio de cabelo enroscado em seu anel de sinete 7ão conteve um sorriso,

e T sua mente veio a lembran#a daquele belo par de olhos a)uis a mir'-loU Ah( U Beorgie puxou o fio do anel U !u sabia que tinha mulher

envolvida( ! + ruiva, pelo que posso ver U 8 visconde falou s+rio U Apesar de voc4 preferir as loiras

U Csso &' não fa) mais muita diferen#a, meu caro U Alexander sesentou numa poltrona, plantou os p+s no chão e olhou para as pr"prias botasempoeiradas U abe que estou nas mãos de meu pai, e tenho sido obrigadoa seguir as regras por ele impostas

U Mas garanto que os encontros com damas não estão proibidos Afinal, todos os homens t4m necessidades

U " tenho permissão para corte&ar uma mo#a com o prop"sito %nico docasamento

U 8 que significa nada de tardes com atri)es e dan#arinas/(

U !xato ! muito menos namoricos com esposas displicentes ou vi%vasalegres Meu pai espera que eu me transforme no exemplo do cavalheiroirrepreensvel U Alexander fe) uma careta U 8u perderei tudo o que possuo!le &' redu)iu minha retirada mensal Meu dinheiro mal tem coberto minhasdespesas com roupas

U 0ontudo, nem por isso deixou de ser um cavalheiro bem vestido,milorde U uma vo) grave observou

Projeto Reisoras P!"ina 1$




Alexander se virou para seu criado, ;erbert, que entrava tra)endo umpalet" limpo

U $or favor, levante-se, sir

U $rimeiro, esse não + aquele com botZes de metal, +/ U Alexander chamava o criado de $rimeiro, pois ele foi o primeiro dos quatro irmãos ;erberta se &untar ao quadro de funcion'rios dos lordes Lansing

U 7ão, milorde !ste + o novo, comprado para substituir o que foideixado para tr's na casa de uma amiga do senhor, no come#o do m4spassado

Beorgie soltou uma gargalhada

U em d%vida foi esquecido aos p+s da cama quando o marido, chegoude repente .uer saber de uma coisa, Alex/ !sse + bem mais bonito que ooutro Deve ter custado uma fortuna $ensei que estivesse quase semrecursos

Alexander vestia o palet" muito elegante

U ! estou, meu caro Mas como voc4 mesmo disseG um homem temsuas necessidades

8 sol &' ia alto no c+u, e seus raios incidiam sobre a aba do elegantechapeu)inho de palha de Meredith A sua frente, a nova est'tua de Aquiles,recentemente colocada no ;2de $ar3

*alve) on)e horas fosse cedo demais para uma cortesã, em especial selorde Lansing tivesse acabado de ir para a cama com Biselle, conforme oprevisto

As duas senhoritas se conheciam havia tr4s meses, mas não se poderiadi)er que eram amigas *inham apenas neg"cios em comum 8 primeiroencontro entre elas acontecera por acaso Meredith escutara a conversa dedois cavalheiros que comentavam sobre a nova cortesã francesa que acabarade chegar em Londres, cu&os encantos e bele)a eram irresistveis Meredith viua a chance de uma alian#a interessante e vanta&osa para ambas as partes0om Biselle a seu lado, os resultados de seus experimentos poderiam surgir de uma maneira mais imediata A id+ia era de fato brilhante

! foi assim que entrou em contato com a cortesã, convidando a mo#apara um ch' em sua pr"pria resid4ncia para expor sua proposta de neg"cios Ue dinheiro, sempre o maior interesse de Biselle U em troca da experi4ncia naarte da sedu#ão U mais especificamente de cafa&estes

A chance de colaborar para o guia de Meredith e o pagamentocombinado serviram de estmulo para que Biselle aceitasse o acordo semdemora

.uando a francesa chegou, Meredith consultou o firmamento $assavado meio-dia

U 8l', Biselle Venha, vamos nos sentar embaixo daquelas arvores,onde est' mais fresco U *entou puxar a mo#a pelo bra#o, mas Biselle não se





movia

U Mademoiselle, sinto di)er que não ser' preciso 7ossa conversa nãodurar' mais que alguns minutos

U 0omo assim/ Lorde Lansing não a procurou ontem/U Csso mesmo, ele não me procurou

U Mas como/( U 9m grande desapontamento seguido de umaestranha sensa#ão de alvio deixou-a bastante confusa

Biselle tocou a mão de Meredith, num ato de consolo

U ei que a senhorita deve estar contrariada 0onfesso que tamb+m meespantei Csso nunca me aconteceu antes 7unca

U *em certe)a de que ele estava atrado pela senhorita/ U *alve) nemtudo estivesse perdido

U 8h, oui 8 cavalheiro at+ mesmo me olhou de cima a baixo

Meredith riu ao imaginar Lansing avaliando os atributos da francesinha

!ntão o sorriso se desvaneceu

U Mas se lorde Lansing sentiu-se atrado, como di), por que não aprocurou/ Csso não fa) sentido algum

U em, ouvi di)er que ele se regenerou

!rguendo a mão, Meredith desconsiderou tamanha tolice

U Cmpossvel 9m leopardo não pode remover suas pintas *em algo deestranho a U Meredith abriu a bolsinha em busca de um len#o para enxugar as gotculas de suor que come#avam a brotar em sua testa, quando seusdedos esbarraram num cartão de vistas

isso; , decidiu Marcaria um encontro com o lorde com a desculpa desaber se ele não se machucara com a queda inusitada, e assim desvendaria omist+rio

A cadeira de bambu que seu pai ocupava estalou em protesto, e Alexander olhou para as delicadas pernas do m"vel, temendo que cedessem

sob o peso do conde de ;arforder' que não dava para ter escolhido algo mais apropriado para sentar/

!m uma poltrona menos valiosa, por exemplo 8 conde não percebera que setratava de uma pe#a decorativa/ Aquela cadeira, de acordo com o vendedor da0hristie, pertencera ao quarto de Maria Antonieta(

U Acho que o senhor se sentiria mais confort'vel naquela poltrona,papai

8 senhor meneou a cabe#a e se recostou no espaldar da delicada pe#a,que tornou a ranger Alexander fran)iu o cenho, preocupado com a sobrevida

de sua raridadeU !stou bem aqui $reciso descansar do esfor#o que fi) para vir v4-lo

Projeto Reisoras P!"ina 1%




aqui, na cidade, rapa)

U im, e estou gostando muito de receber sua vista apesar de não ter certe)a de quais são seus prop"sitos U Alexander hesitou por um momento,na d%vida de querer mesmo ouvir a resposta Afinal, o pai nunca deixava ocampo sem um bom motivo U 8 senhor ouviu algo estranho/ e foi o caso,posso lhe assegurar de que não passa de conversa, pois tenho me comportadocomo um perfeito cavalheiro desde nossa %ltima conversa

8 conde lan#ou-lhe um olhar de absoluta descren#a

U 7a verdade, escutei algo assim que coloquei os p+s em Londres, Alexander 0ontaram-me que voc4 foi visto no ;2de $ar3 saindo de baixo dealgumas 'rvores com uma mo#a em seus bra#os ! que tanto as roupasquanto os cabelos dela estavam em completo desalinho Csso s" pode indicar que não aprendeu a li#ão com o %ltimo incidente, meu &ovem $ortanto, sereiobrigado a puxar as r+deas com mais for#a

Alexander se deu conta do engano, mas quando ia abrindo a boca pararesponder foi bruscamente impedido

U empre afirmei que voc4 se parece muito com seu avN Aquelemaluco de cabelos grisalhos e 3ilt ainda persegue as molinhas da !sc"cia0omo voc4, ele não respeita a propriedade alheia 7o entanto, não tolerareique um herdeiro meu continue se comportando como um selvagem 7unca(

:esignando-se ao fato de que a verdade poderia esperar, Alexander tomou o %ltimo gole de conhaque em seu copo e em seguida esva)iou a belagarrafa de cristal *inha de comprar mais uma pirala de conhaque Melhor fa)er

isso logo, enquanto ainda lhe sobra algum dinheiroU 0omportar-se como um cavalheiro de respeito não + o suficiente,

Alex :esolvi que &' + tempo de voc4 se casar

Alexander sentiu um arrepio que teve incio na rai) de seus cabelos e seespalhou por todo o corpo

Desculpe-me, milorde, mas acho que não ouvi bem o que o senhor disse

U 8uviu sim, meu rapa) .uero que se case o quanto antes e tenha umfilho W necess'rio ter certe)a de que nossa linhagem continuar' depois que eu

partir a#a isso, e sua parte da heran#a estar' a sua disposi#ão de novo, paraque gaste como bem entender

Alexander pNs-se a ponderar ! então, tomou bem devagar outro gole desua bebida, apreciando cada gota do lquido 6mbar

asar

8 cerco estava se fechando mais e mais

U Mas, pai, não ve&o motivo para tanta pressa 8 senhor tem umasa%de de ferro, não morrer' tão cedo

7o entanto, o conde não pararia por a !m nome de um herdeiro, todose quaisquer esfor#os eram v'lidos

Projeto Reisoras P!"ina 1&




U .uem me dera, meu filho( U 8 velho senhor fe) uma expressão deprofundo desalento U 7ão podemos perder tempo $or mais que meusm+dicos digam o contr'rio, nunca se sabe quando chega nossa hora, e queroestar preparado para quando esse dia chegar

Alexander se levantou e colocou o copo va)io em cima de outra mesinhade apoio, mais distante

obagem 8 pai sempre di)ia que ia morrer de uma coisa ou de outra econtinuava mantendo a parte da heran#a de Alexander fora de seu alcance*udo não passava de mais um plano para que o filho cedesse a seus dese&os

U 8 casamento s" lhe trar' benefcios, filho 7ada como uma mulher deboa famlia para acalmar os 6nimos de um homem e dar a ele algum senso deresponsabilidade

Alexander fe) men#ão de di)er algo, mas seu pai ergueu a mão para

silenci'-loU 7ão me interrompa, Alexander ei que voc4 não acredita nisso

agora Mas vou lhe di)er a verdade oi sua mãe que fe) de mim o homem quesou ho&e em ela, eu ainda estaria correndo atr's de outras mulheres epassando minhas noites &ogando cartas no @hite

Alex podia sentir sua cor se esvaindo a cada segundo

oi quando ;erbert entrou na sala para entregar-lhe uma carta

U .ueira me perdoar a intromissão, milorde, mas me disseram que eraurgente

Alexander apanhou a missiva da bande&a e dispensou o criado 9mseguida, quebrou o lacre de cera vermelho e a abriu

A primeira coisa que lhe saltou aos olhos foi o nome do remetenteG “rtaMerriweather” :'pido, leu a mensagem, então dobrou-a e guardou-a em seubolso, com discri#ão

U 8 senhor estava di)endo, meu pai

U !sse seu olhar não me convence !ra carta de mulher 7ão tentenegar De quem se trata/ ! + melhor que não se&a daquela atri), :ose 7ão +isso, +/ 7ão se fin&a de surpreso, estou a par de todas as suas fa#anhas *oda

a Londres sabeU Minhas fa#anhas, pai/ Aqueles dias ficaram para tr's, gra#as a sua

interfer4ncia U Alexander puxou a carta do bolso, 'vido para provar ao condeque tinha mudado U A missiva + da srta Meredith Merriweather, sobrinha-netadas irmãs eatherton A senhorita caiu de um balão no ;2de $ar3, e eu asalvei oram sobre o salvamento os coment'rios que o senhor escutou 7ãode uma flha $osso lhe garantir que me regenerei, sir

U Ah, sim as irmãs eatherton são muito benquistas na altasociedade Apesar de eu não conhecer a &ovem Meredith, o nome não me +estranho

8 conde fe) uma pausa para pensar, e Alexander temeu não ter sido umbom neg"cio mencionar o nome da &ovem

Projeto Reisoras P!"ina 1'




De repente, como que do nada, as pupilas do conde se iluminaram

U e a dama + sobrinha das irmãs eatherton, não posso permitir queisso fique assim Ainda que suas inten#Zes no ;2de $ar3 tivessem sido dasmais nobres, a realidade + que voc4s foram vistos, e os boatos se espalhamcom facilidade

Alexander encarava, confuso, o pai

U 8 que precisamente o senhor quer di)er com isso/

U *emo que a reputa#ão da srta Merriweather tenha sido manchadacom o incidente Agora, cabe a voc4 retificar o bom nome da senhorita !la + amulher perfeita, meu rapa), e eu ficaria muito feli) em t4-la como nora

Alexander o encarou, indignando

U 0omo/(

U $ensei que eu tivesse sido claro o suficienteU 0reio que não, ou entendi algo errado

U Droga, rapa)( *em tido problemas de audi#ão/ 7ão me resta muitotempo, e &' tomei minha decisão

U Mas

U 7ão h' o que discutir, Alex se souber avaliar o que + melhor paravoc4 U 8 conde deu uma olhada ao redor da sala muito bem decorada U Acerte essa situa#ão e deixe seu pai feli), e prometo que sua vida financeiravoltar' a seu controle

Apesar de o ambiente estar pesado e sufocante, mais um calafriopercorreu todo o corpo de Alexander

U 0ontanto que eu me case com a srta Merriweather antes do fim datemporada oi isso que o senhor quis insinuar/

U !sse + meu garoto(

CA*+TUO II

Meredith acabara de tomar seu des&e&um quando o sr !dgar veio

lhe avisar que as tias a aguardavam na sala de visitas 0uriosa perantetamanha formalidade, apressou-se em ir ter com elas

U $ois não, titias/ U Meredith observava com aten#ão os rostos dassenhoras, sentadas lado a lado, usando vestidos do mesmo tom de lil's !raum h'bito das duas colocar tra&es da mesma cor U .ueriam falar comigo/

U 7a verdade, não somos n"s que queremos lhe falar, minha querida

Projeto Reisoras P!"ina #(




U Leticia soltou uma risadinha

U 8 que minha irmã quer di)er, Meredith, + que acabamos de receber um bilhete de um cavalheiro que dese&a lhe fa)er uma visita

U *erei um visitante/ U Meredith olhou direto no rosto de cada uma dastias, esperando, paciente, por uma resposta

Leticia tirou da manga um cartão a)ul, que Meredith tentou alcan#ar,mas a tia o colocou para tr's

U Ah, não Logo voc4 saber' de quem se trata

As irmãs trocaram risinhos de cumplicidade Maravilhoso \timaestrat+gia para prolongar o suspense

U As senhoras não vão di)er logo quem + o visitante/

4us' &ue n.o se+a $ansin-; !ram apenas de) horas da manhã, afinal, e

tinha marcado o encontro com ele no est'bulo do ;2de $ar3 somente para asquatro da tarde

7a realidade, Meredith chegou bem perto de mudar o hor'rio, mas,depois de muito analisar a situa#ão, sua %nica conclusão foi de que eraperfeito A menos que o lorde fosse tão experiente com as mulheres a ponto deadivinhar-lhes o pensamento

! naquele momento a porta da sala se abriu com um rangido agudo,chamando a aten#ão de Meredith !m seguida, logo atr's de !dgar, o fielmordomo, apareceu 0hillton

Meredith e 0hillton se conheceram na casa da sra *revor, que não eraapenas uma querida amiga das irmãs eatherton, mas tamb+m a propriet'riado im"vel em que 0hillton residia, na :ussell quare

0hillton era um bem-sucedido e respeitado importador de especiarias dandia, e a sra *revor viu nele a salva#ão para Meredith, ap"s ela ter sidoabandonada no altar por lorde $omero2

$ara Meredith, 0hillton pareceu ser um bom rapa), um homem derespeito, e assim os dois deram incio T corte

0hillton se inclinou numa rever4ncia para cumprimentar as damas

U rta Meredith, est' simplesmente encantadora U Mas, de repente,ele arregalou os olhos U 8ra, que arranhão + esse em seu rosto/(

em pensar, Meredith levou a mão T face, numa tentativa frustrada deesconder o pequeno ferimento

U Balhos de 'rvore U oi tudo o que conseguiu di)er, pois não tinhavontade alguma de comentar com o distinto cavalheiro sobre suas aventurasno balão

U A senhorita tem de tomar mais cuidado W necess'rio que atentemelhor para onde anda U Apesar de sorrir, o olhar dele desceu direto para ovestido novo cor de safira que Meredith usava ! seu semblante emitiu outra

mensagem

Projeto Reisoras P!"ina #1




Meredith, por sua ve), preferia que 0hillton estivesse admirando suaroupa Afinal, era um tra&e maravilhoso, com p+rolas crave&adas nas bordas dasmangas, que davam T pe#a um charme todo especial

U Vim busc'-la para um passeio U !le hesitou U 0omprei aquelacarruagem para dois de que havia lhe falando, lembra/ Aquela que meu vi)inhopretendia vender

U im, eu recordo U 7a verdade, Meredith nem mesmo se lembravade algum dia ter ouvido tal coment'rio

0hillton se voltou para as tias com um sorriso satisfeito

U ! claro que a srta Merriweather deve ter dito algo para as senhoras$aguei pelo veculo um d+cimo do valor de uma nova U 8 peito do homemamea#ava explodir de tanta satisfa#ão U $or que desperdi#ar dinheiro comuma nova, sendo que a usada tem o mesmo efeito/

7enhuma das senhoras respondeu, como se não fi)essem a menor id+iado que falar naquele momento Assim, ele tornou a fitar Meredith, esperandosua rea#ão

A nature)a frugal de 0hillton nunca deixava de surpreend4-la Apesar deser um rico comerciante, seu estilo de vida se mantinha pouco acima dapobre)a $or exemplo, o sovina insistia em usar as folhas de ch' mais de duasve)es $or+m, o mais estranho era que não foram poucas as pessoas adiscorrer sobre a imensa fortuna de 0hillton

7ada daquilo fa)ia muito sentido para Meredith 0omo um homemabastado era capa) de negar a si mesmo um pouco mais de conforto/ 7ão quetudo isso fi)esse muita diferen#a, pois com o tempo quem sabe ela acabaria seacostumando ao viver “simples”

U oi uma boa compra, sr 0hillton U Meredith sorriu-lhe U 8 senhor sabe como administrar muito bem seu dinheiro

0hillton abriu um largo e satisfeito sorriso

U Csso quer di)er que a senhorita me acompanhar' no passeio/

U 7ada me daria mais pra)er, gentil cavalheiro

! de novo o olhar calculista dele pousou sobre a linha do pesco#o de

MeredithViola encarou a sobrinha eus olhinhos a)uis brilhavam com l'grimas

ao dar-lhe um bei&o de despedida

U Minha querida

U 8 que foi tia/

Viola balan#ou a cabe#a e deu dois passos para tr's, tentando conter aemo#ão

oi a ve) de Letcia abra#ar Meredith com tanto entusiasmo que elaquase ficou sem ar

8 que afinal aquelas duas estavam tramando/

Projeto Reisoras P!"ina ##




U *ia/ U Meredith murmurou ao ouvido da idosa senhora, que aestreitava de encontro a si U A carruagem + velha, mas não oferece nenhumperigo 7ão h' com que se preocupar

Letcia se afastou, sorridente

U Menina ing4nua( 7ão se deu conta do que o sr 0hillton pretende

Viola interrompeu a irmã com brusquidão, puxando-a de lado

U Meredith, pode ir sossegada abemos o quanto voc4 est' segura aolado do sr 0hillton, o homem mais respons'vel e a&ui)ado de toda a Cnglaterra

im, ela estaria segura com ele ! suas tias não tinham mesmo com quese preocupar, pois nada de excepcional U ou pelo menos um pouco perigosoU acontecia quando 0hillton se encontrava por perto 7unca

! bem, essa era uma das qualidades dele

Devido T insist4ncia de $rimeiro, Alexander come#ou a se aprontar parao encontro duas horas antes do hor'rio marcado, mesmo sabendo que umahora de anteced4ncia seria suficiente para se pNr apresent'vel para a ocasião$or+m, o criado tinha plena consci4ncia da import6ncia da ida ao ;2de $ar3 Afinal, o futuro financeiro do lorde dependia disso

U Devo parecer elegante, $rimeiro, mas não em demasia

U 0uidadosamente elegante, milorde

U Csso mesmo U Alexander tirou o roupão e o atirou sobre a cama 7o

reflexo do espelho oval, viu refletida a imagem dos an+is c+lticos entrela#ados,tatuada em seu bcepsX em seguida, deu um tapinha de leve na tatuagem esorriu U ! com uma camisa de linho &usta, para combinar

Antes de apanhar a pe#a de vestu'rio para o patrão, ;erbert tamb+mdeu um tapinha no anel c+ltico tatuado em seu pr"prio bra#o Aquele era umcumprimento secreto, uma promessa de união do clã Lamont 8 avN escoc4stinha tatuado os an+is no bra#o de Alexander, num ritual de passagem dosLamont, quando ele completara cator)e anos Yamais, antes ou depois, lhecausaram tanto orgulho suas ra)es escocesas 7aquele dia, contudo, a srtaMerriweather não deveria ver o guerreiro escoc4s, mas sim o refinado

cavalheiro londrino Ap"s se vestir, Alex suspirou de pra)er, admirando, muito contente, o

caimento de suas roupas finas !stranho como algo que para outros podia ser tão insignificante tinha o poder de dar vida a um homem

7ão importava que fosse apenas por um diaG lorde Lansing, o maisfamoso devasso de Londres, estava de volta

Meredith consultou pela d+cima ve) o pequeno rel"gio de ouro e oguardou dentro da bolsa ! então a brilhante carruagem negra com o brasão

amarelo dos Lamont apareceu diante do est'buloMais que depressa, ela se escondeu atr's de um velho castanheiro,





perguntando-se por que o lorde não chegara atrasado, como costumavamfa)er todos os cafa&estes

De seu esconderi&o, observou-o descendo do veculo, com um sorrisolargo em seu belo semblante, e desaparecendo est'bulo adentro U T suaprocura, na certa

Ao que tudo indicava, naquele dia nada iria sair de acordo com oprevisto $rimeiro o pedido de casamento de 0hillton que aconteceuX agora,lorde Lansing chegava depois dela, e poderia muito bem pensar mal de suapessoa se a visse esperando, uma ve) que o correto seria a dama chegar depois

Meredith tirou o caderninho de couro da bolsa e pNs-se a escrever,murmurando as palavras T medida que as redigia

U Decote franc4s, seios T mostra atraem apenas

U a mim U uma vo) grave e suave sussurrou ao seu ouvido,causando-lhe um arrepio na nuca

Meredith fechou depressa o caderninho e se virou de frente

U Lorde Lansing( !u não o vi chegando

U $ercebi, minha cara U 8 olhar maroto e sensual de Lansing a fe) sesentir desprotegida e vulner'vel

"iser%vel; Ainda a fit'-lo, Meredith guardou em sua bolsinha o caderno eo l'pis

U !stava apenas escrevendo um lembrete para mim mesmaU $e#o desculpas se a interrompi U 8 conquistador arqueou uma

sobrancelha, desconfiado

U 7ão foi nada !ra algo de que me lembrei de ter lido na $a =elle Assembl4e

9ma brisa suave soprou as folhas das 'rvores ao redor, fa)endobalan#ar os cabelos muito pretos de Lansing e chamando a aten#ão deMeredith para os belos olhos verdes do cavalheiro, emoldurados com cliosdensos e escuros que poderiam causar inve&a a qualquer mulher

Meredith não conseguia se desviar !ra como se estivesse presa emuma armadilha de onde não conseguia escapar

De soslaio, viu a mão de Lansing vindo na dire#ão de seu rosto, e emseguida sentiu o toque suave dos dedos na pele

U 8s arranhZes quase sumiram 0omo + possvel/

Apesar de chocada com a ousadia, faltavam for#as a Meredith parainterromper a carcia deliciosa

U Minha tia Viola passou uma pomada muito boa

U A senhorita parece distante !st' tudo bem/

U im U !la não pretendia discutir as condi#Zes de seu corpo, muitomenos com aquele devasso





U ico feli) em saber, srta Merriweather

Yusto quando criava coragem para afastar a mão dele, os dedos semoveram, desli)ando pela linha do pesco#o oquiaberta, ela tomou fNlegopara protestar U afinal, estava praticamente comprometida com outro homemU, quando de repente se deu conta de que Lansing apenas removia umafolhinha

U e costuma ler a $a =elle Assembl4e, srta Merriweather, decertodeve saber que um vestido tão belo como o seu requer um complemento, emespecial com uma brisa como a de ho&e

Meredith sentiu um calor subindo da ponta de seus p+s at+ o topo dacabe#a

U Milorde, não estou aqui para discutirmos minha vestimenta U 9msuspiro U 7ão sei se entendi direito, mas o senhor parece ser um profundo

conhecedor de cavalosU A senhorita entendeu muito bem U 8 lorde ofereceu-lhe o bra#o U

$recisa de um conselho, srta Merriweather/

Meredith pigarreou e permaneceu im"vel, olhando para o bra#oestendido que a aguardava por instantes, antes de aceitar a gentile)a

U 7a verdade estou, milorde 0omo o senhor deve saber, não +permitida a entrada de mulheres na *attersalls, por isso necessito de umintermedi'rio para minha aquisi#ão

U !xistem agentes disponveis para isso

U im, mas nenhum com os mesmos conhecimentos do senhorX pelomenos foi o que ouvi di)er

] medida que caminhavam na dire#ão do est'bulo, Meredith olhou derelance para Alexander e viu um sorriso satisfeito em seus l'bios

.uando chegaram T porta do est'bulo, ela parou, hesitante Deviamesmo continuar com aquilo/

U rta Merriweather, se vamos falar sobre cavalos, teremos de entrar

U Mesmo/ U 8 ar parecia lhe escapar Aquilo não fa)ia parte de seuplano inicial U Mas o dia est' tão bonito, milorde 7ão seria melhor ver os

animais daqui de fora/0om certo espanto, Alexander a encarou !m seguida, soltou Meredith e

sumiu dentro da escuridão das cocheiras, para logo reaparecer puxando pelasr+deas um enorme baio

Meredith ficou aflita ao ver que as r+deas iam sendo colocadas em suamão direita

U 8h, milorde, eu lamento, mas não posso

U !stou aqui para proteg4-la 7ada de mal lhe acontecer' enquanto euestiver a seu lado egure firme as r+deas

A mão sem luva desli)ou sobre a de Meredith, e Alexander deu alguns

Projeto Reisoras P!"ina #$




tapinhas em seus dedos para acalm'-la ! algo no fundo da alma da srtaMerriweather lhe disse que ele estava sendo sincero

Meredith se sentia segura na companhia do lorde Apesar de saber quenão deveria 7a verdade, nenhuma mulher estaria em real seguran#a pr"ximade um conquistador daquele calibre

U Agora, senhorita, vou lhe explicar as caractersticas mais importantesde um puro-sangue

Meredith apenas meneou a cabe#a, incapa) de pronunciar uma %nicapalavra

U $ara mim, as pernas são muito importantes U !le se inclinou, eafagou a perna dianteira do animal U !las devem ser firmes e sem marcas

!ntão, algo extraordin'rio aconteceu 8 olhar de Alexander se desvioudo cavalo para pousar nas pernas de Meredith, que, devido T lu) do sol,achavam-se bem visveis atrav+s do tecido delicado do vestido

U $ernas longas são admir'veis U 0om um brilho intenso nos olhos,ele prosseguiu descendo sua inspe#ão at+ os torno)elos, e subindo bemdevagar at+ os quadris, finali)ando na cintura

Deus meu' esse homem me fa< sentir nua;

A aten#ão de Alexander se voltou de novo para a montaria, e a mãopassou a desli)ar pelo pesco#o e s" parou no peito do animal, causando umefeito devastador em Meredith

U A cintura deve ser fina, e o peito, largo, para acomodar bem umcora#ão grande e os pulmZes U De novo fitou a cintura dela, antes deretornar para o baio U 9m cora#ão bom + sinal de robuste)

0om um semblante s+rio e compenetrado, as palmas seguiam agora naextensão do lombo do belo animal

U 8 declive da espinha deve ser balanceado U Aproximou-se deMeredith, parando atr's dela U $osso/

Cm"vel e sem ter a menor no#ão do que viria, a aus4ncia de resposta desua parte foi tomada como um consentimento ! a mão de Alexander pousouem sua nuca, indo apalpar v+rtebra por v+rtebra, at+ atingir quase a base da

colunaU 9ma leve inclina#ão + o que a senhorita precisa 7ada muito

exagerado

Meredith teve a sensa#ão de que todo seu sangue acompanhava omovimento suave dos dedos, e naquele instante fa)ia arder suas partes maisbaixas(

.ue situa#ão assustadora( !ra melhor partir o quanto antes 7averdade, ela iria, e seu passo seguinte foi abrir a mão com a inten#ão de soltar as r+deas, mas o lorde a conteve

U 7ão, não W muito perigoso soltar o cavalo tão perto Assustada, ela obedeceu e tornou a segurar com for#a as r+deas,





apesar de não ter certe)a de que deveria acreditar nele Mesmo assim, eramelhor não correr o risco de se machucar

*oda a concentra#ão de Alexander se fixava no rosto de Meredith,aquela altura, e não no cavalo

U 0ostumam di)er que um olhar de sabedoria e um pesco#o graciososão muito importantes, mas para mim são indcios de ra#a pura U !le tocou-lhe a linha do queixo, e, com muita gentile)a, os n"s de tr4s dedos desli)aramao longo da curva do maxilar U 9ma cabe#a bonita, apesar de não ser essencial, + sempre um bNnus

orridente, Alexander soltou um suspiro satisfeito astava A supostaaula &' tinha ido longe demais Meredith entregou as r+deas

U 8brigada, milorde Levarei em conta tudo o que o senhor me dissequando for comprar meu puro-sangue

U Mas, srta Merriweather, ainda tenho tantas coisas a lhe ensinar(

U !u acho que fiquei tempo demais ao lado de um cavalo

U e a senhorita tem tanto medo de cavalos, por que pretende adquirir um/

Sim' or &u*? Meredith lutava em busca de uma resposta convincente

U $retendo oferec4-lo como um presente

U $ara quem/ U Lan#ou-lhe um olhar de desafio

U $ara meu noivo

8 lorde ficou de olhos arregalados, e sua alegria se foi

U 0omo/ A senhorita disse que

U im, milorde U Meredith teve de engolir em seco para conseguir repetir a mentira U er' um presente para meu noivo

U 7ão ag[ento mais essa sua nova postura de cavalheiro bemcomportado U Beorgie seguia montado em seu cavalo pelo ;2de $ar3emparelhado a Alexander U Deixou de ser divertido como costumava

Alexander esbo#ou um sorriso de esc'rnio Mas era a pura verdade,não/ 8 controle rgido do conde de ;arford estava acabando com seus dias dealegria, e seu maior temor agora era envelhecer sem nunca mais poder sedivertir como antes

U ! não bastasse, seu pai quer que voc4 se case com a srtaMerriweather U Beorgie olhou para Alexander enquanto eles guiavam oscavalos para uma das travessas de terra do parque U abia que ela foiabandonada no altar pelo canalha do $omero2/

U 8uvi di)er Csso me preocupou a princpio, mas então mandeiinvestigar os detalhes

U ;ist"ria boa/

Projeto Reisoras P!"ina #%




U 7ão muito As tias da srta Merriweather, as irmãs eatherton, t4muma boa posi#ão social $omero2 decerto viu nisso uma vantagem, e corte&oua &ovem sem dar-lhe tr+gua, apesar de ela, na +poca, ser ainda muito novinha

U ;um Y' ve&o onde a hist"ria vai terminar

U Ap"s sedu)i-la, $omero2, ao que tudo indica, conseguiu uma licen#aespecial para que se casassem Ts pressas na t Beorge

U 8 plano perfeito Mas por que então ele a deixou no altar/

U $orque $omero2 + um tolo !le imaginou que a srta Merriweather tinha acesso Ts finan#as das tias, e, quando descobriu que se enganara, suaatitude foi fugir para 0ornwall atr's de uma herdeira sem ttulo, deixando apobre dama so)inha para enfrentar sua vergonha

U $atife(

Alexander parou a montariaU Apesar de ter sido abandonada no altar, acredite, a mo#a + at+

interessante

U .uer di)er que pelo menos + toler'vel/

U im, e como( Mas de uma maneira diferente *em cabelos ruivos,olhos a)uis bem claros e uma pele de porcelana

Beorgie deu risada

U !ntão o fio de cabelo vermelho enroscado em seu anel era delaDiga-me, Alex, &' levou a dama para uma brincadeirinha/ 8 que seu pai diria

disso/U !le não pode di)er nada, pois me comportei como um cavalheiro com

a senhorita 7ão que não tenha apreciado seus encantos 8 fato + que a srtaMerriweather não parecia nem um pouco interessada

U 7ão acredito que este&a perdendo a pr'tica, amigo

Alexander ficou muito s+rio

U 7ão se trata disso A srta Merriweather afirmou estar noiva

Beorgie soltou uma sonora gargalhada

U Desde quando isso foi empecilho para voc4, Lansing/ 7unca U !lerespirou fundo U Mas ainda tenho de pensar melhor no assunto

U $ensar o que, homem/

U Meu pai quer que eu me case com ela e eu contar ao conde que amo#a est' noiva, ele me arrumar' outra candidata num estalar de dedos !pode ser que não se&a uma dama tão graciosa quanto a srta Merriweather

U em, nesse caso, s" resta uma solu#ão

Alexander conteve seu cavalo, que come#ava a ficar impaciente, e olhoudireto para Beorgie, esperando pela aben#oada sugestão

U 7ão sei por que vou lhe di)er isso, Alex, pois voc4 + o mestre na artede enganar e sedu)ir De todo modo não conte nada a seu pai 8 conde

Projeto Reisoras P!"ina #&




continua enterrado no campo, não + mesmo/

U ;' uns de) anos

U V4/ 7ão h' como ele ficar sabendo

U Voc4 não o viu desta %ltima ve), Beorgie $apai falou muito s+rio, eestava convencido de que comprometi a reputa#ão da srta Merriweather,apesar de eu ter certe)a de que isso + apenas uma desculpa para que elepudesse me prender nessa armadilha e me obrigar a casar antes do final datemporada !ntretanto, se a srta Merriweather &' for mesmo noiva, logo oconde ficar' sabendo

U Voc4 di) isso como se não acreditasse no tal compromisso

Alexander mirou o sol, tirou o chap+u e seus dedos percorreram oscabelos %midos

U Digamos que eu não este&a muito convencido desse noivado Mandeichecar os proclamas do $ondon Times, mas não havia nada 7o entanto, at+ ofinal desta semana &' terei descoberto tudo

U ! se a dama não estiver mesmo noiva/

U Csso não far' muita diferen#a, pois a srta Merriweather ser' minha

Beorgie deu-lhe um soquinho no ombro

U ! sua heran#a ser'

U minha novamente *oda minha U Alexander saboreou o momentode pra)er, e então seu c+rebro voltou a funcionar U *em alguns guin+us para

gastar, Beorgie/U Acho que sim !st' pensando em dar uma paradinha no @hite/

U $erto U Alexander bateu na aba do chap+u U e pretendo de fatoconquistar a srta Merriweather, terei de comprar uma nova cartola de couro decastor

U $arece respeit'vel U Meredith se admirava no espelho U 8 queacha, ;annah/ *alve) o vestido branco de linho se&a mais apropriado para aocasião

U $ara ser honesta, não creio que meu irmão ir' notar algumadiferen#a

Meredith mordeu o l'bio inferior 8 tempo estava passando r'pido, e emmenos de uma hora, 0hillton e mais alguns dos queridos convidados a quemMeredith não dava a menor import6ncia estariam chegando para o sarau quesuas tias costumavam oferecer uma ve) por m4s, e ela ainda não tinhadecidido que vestido usaria

U Mas para mim importa, ;annah 7a ter#a-feira eu tinha certe)a deque Arth quero di)er, o sr 0hillton ia pedir minha mão 7o entanto, ele não o

fe), e sei que a culpa foi da roupa que eu estava usando Acho que ele nãogostou

Projeto Reisoras P!"ina #'




Distrada, Meredith recordou o olhar apreciativo de Lansing ao ver seuvestido

!ra melhor banir a imagem do devasso de sua mem"ria Afinal, quediferen#a fa)ia a opinião dele 8 homem era um rematado cafa&este in%til eegosta $onto

U Baranto que a culpa não foi do vestido Meu irmão não se prende adetalhes como esse W prov'vel que tenha sido apenas medo

Meredith se virou para encarar a futura cunhada

U $ensa mesmo desse modo/

U im 7ão + f'cil para um homem fa)er o tal pedido, Meredith 7ãoduvido que ele este&a sentindo certo temor e alguma inseguran#a “!la aceitar'ou não/”, deve estar se perguntando

Meredith tomou as mãos de ;annah entre as suasU Mas eu vou aceitar De verdade ! voc4 far' com que seu irmão saiba

disso, não/ !le não tem nada a temer

;annah deu risada e tirou uma mecha de cabelo que insistia em pender no rosto de Meredith

U 7ão se preocupe com isso $rometo que vou di)er tudo a Arthur,apesar de achar que ser' uma perda de tempo !m minha opinião, ele a pedir'em casamento ainda esta noite

0om um sorriso p'lido, que era o %nico que Meredith conseguia exprimir,

agradeceu em sil4ncio aos c+us7o momento em que o olhar de 0hillton se encontrou com o de

Meredith, ela teve a certe)a de que o vestido branco virginal fora a escolhacerta, pois a re&uvenescia pelo menos uns tr4s anos

At+ mesmo ;annah, que estava na flor da idade, comentou que elaspoderiam se passar por irmãs g4meas, tirando a diferen#a da cor dos cabelosU ;annah os tinha pretos como o carvão

Mas por que Meredith iria discutir/ 8 tra&e lhe conferia uma apar4ncia &ovial, de uma mocinha que acabara de sair da escola, apesar de no fundo sesentir com muito mais do que seus vinte e um anos, sentia-se praticamente

uma solteirona Assim que aceitou o bra#o estendido do distinto cavalheiro e permitiu

que ele a condu)isse pelo salão, Meredith notou os olhares admirados dirigidosa eles

\timo( Aquela era a oportunidade de mostrar a todos que, apesar detudo o que lhe acontecera no passado, agora ela iria triunfar com umcasamento respeit'vel ! seria logo

;annah se sentou diante do piano, e come#ava a dar vo) a uma lindacan#ão quando Meredith ouviu a porta da sala de m%sica se abrindo e se

fechando em seguida !sperando ver quem cometera a indelicade)a de chegar atrasado, virou-se, com discri#ão, para não chamar muita aten#ão ! de





imediato um rubor se espalhou em seu rostoG l' estava ningu+m menos quelorde Lansing

!mbora cabisbaixa, Meredith podia sentir o olhar do safardana em suadire#ão

$or que as tias teriam resolvido convid'-lo/ Afinal, aquela era umareunião de pessoas de respeito, e Lansing era dono da pior das reputa#Zes\leo e 'gua não se misturam

De soslaio, era possvel ver que 0hillton tamb+m se dera conta dachegada de Lansing As sobrancelhas douradas se ergueram diante da falta detato do atrasado, mas em seguida sua aten#ão se voltou para a querida irmã7o entanto, seus m%sculos faciais se contraam e relaxavam sem parar,fa)endo a pele p'lida de seu belo rosto ondular como um lago em dia deventania

"as &ue dro-a; Tudo estava indo t.o bem; , )angou-se Meredith Lansingacabara com o bom-humor de 0hillton !ssa verdade estava estampada nosemblante dele para todos verem

" restava uma alternativa para MeredithG tentar manter 0hillton o maisdistante possvel de Lansing, ou sua mentira sobre o noivado seria descoberta

Alexander não conseguia parar de fitar a srta Merriweather *entavacompreender o que significava aquele vestido virginal, acompanhado de umrecatado fichu sobre o colo que lhe conferia uma apar4ncia de bolo de limãocom cobertura de a#%car

8 olhar, então, se ergueu do vestido ridculo para o ador'vel rosto oiquando deparou com o olhar cortante que ela lhe lan#ava de volta $or queser' que o olhava daquele &eito/ Afinal, fora um atraso de apenas meia hora !isso não era motivo para merecer uma reprimenda

Alexander não deixou de reparar que o cavalheiro sentado ao lado dasupostamente aborrecida senhorita tamb+m o analisava ua expressão nãoera nada amistosa !m dado momento, o distinto cavalheiro levantou o bra#o eo pousou sobre o encosto da cadeira que a srta Merriweather ocupava,indicando ser o dono da situa#ão

!ntão l' estava o su&eitinho acariciando o delicado ombro da mo#a,parecendo não estar nem um pouco preocupado com a presen#a das tias delaem, talve) tivesse sido precipitado &ulgar que se tratava de um cavalheiro$ois estava claro que isso o camarada não era

! onde o homem adquirira aquele palet"/ 7a lata do lixo/(

Assim que a melodiosa m%sica terminou, a pianista e cantora ficou de p+para agradecer pelos aplausos entusiasmados da plat+ia, e Alexander pNdeestudar com mais acuidade a lapela enorme e a textura grosseira do tecido

7ão, de modo algum se tratava de um cavalheiro 8u pelo menos nãoera algu+m que pertencesse T alta sociedade, isso era certo

:uanta maldade a minha Deve ser al-um ami-o obre das irm.s





Beatherton &ue elas se viram na obri-aC.o de convidar , Alexander preferiuconcluir

im, s" podia ser isso, o lorde decidiu, pois aquele rapa) na certa nãopoderia ser o suposto noivo da srta Merriweather

9ma movimenta#ão teve incio Alexander lutava para ver o estranhocasal quando foi surpreendido por ningu+m menos que Meredith parada bem asua frente

9m sorriso satisfeito se abriu em seus l'bios, para em seguidadesaparecer diante da frie)a da imprevisvel dama, que, embora g+lida, lhesorria

U Lorde Lansing, minhas tias não tinham me dito que o senhor seriaconvidado Devo confessar que foi uma surpresa

U Mesmo/ U Alexander olhou por sobre o ombro de Meredith diretopara as duas senhoras idosas, que, por coincid4ncia, olhavam para eles por detr's de leques iguais e com o mesmo tom de lil's

Aquilo era muito interessante eriam elas uma dupla de aliadas/

7ão muito distante, o camarada loiro que havia pouco estivera sentadoao lado da srta Merriweather, conversava com a cantora

im, a noite ia ficando cada ve) mais interessante

!, para desespero de Meredith, 0hillton não s" os fitava como ainda lhesendere#ou um belo sorriso, e em seguida come#ou a se aproximar

$ansin- tem de sair da&ui' mesmo &ue se+a or al-uns se-undos' araeu ter temo de me livrar de hillton;

U Lorde Lansing, não estou vendo nenhum gar#om 8 senhor poderiafa)er a gentile)a de buscar uma ta#a de cherr2 para mim, por favor/

U em d%vida, srta Merriweather U 0om um menear de cabe#a, olorde se retirou para atender ao pedido

7o instante seguinte, 0hillton &' estava ao lado dela

U .uem era aquele homem que conversava com a senhorita/ U Apergunta tinha um tom de suspeita U 0reio que nunca fomos apresentados

U Ah, aquele era lorde Lansing U Meredith afirmou da maneira maiscasual que conseguiu

U Lansing/ U 8 sempre contido 0hillton teve uma rea#ão inusitada Uem, ele + Acho que vou direto ao ponto W um cafa&este uas tias decertoignoram a m' fama dele, por isso o convidaram Do contr'rio, tenho certe)a deque &amais o chamariam para esta reunião

h' isto n.o est% indo nada bem, Meredith pensou

U .uerido sr 0hillton, imagino que o senhor ainda não saiba, mas lordeLansing + ho&e um homem regenerado $elo menos, + o que todos comentam

A tensão no semblante de 0hillton cedeu, tornando a mostrar a calma eserenidade costumeiras





U $or que ter' havido mudan#a tão repentina/ !xiste alguma ra)ãoespecfica/

U im, sem d%vida( U Meredith se aproximou um pouco mais U Di)emque o pai dele est' muito doente, e lorde Lansing ir' herdar uma fortunaimensa, em breve Acreditam que se&a esse o motivo da s%bita modifica#ão emseu comportamento

U a) sentido

U 0omenta-se tamb+m que ele procura por uma esposa

U Ah, +/ ! Lansing ir' herdar muito dinheiro, a senhorita disse/

Meredith fe) que sim De imediato o olhar de 0hillton se dirigiu a irmã ecintilou

U A senhorita acha que Lansing poderia se interessar por ;annah/

0onfesso que v4-la casada tiraria um imenso peso de meus ombros !, apesar da fama do su&eito não ser das melhores, ele + bem abastado, se ouvi bem

U im Acho que herdar' uma boa fortuna

U 9m homem rico e de boa famlia !stou certo de que s" lhe falta umaboa esposa para gui'-loX como minha ;annah, por exemplo

0hillton s" podia estar maluco por acreditar que tinha alguma chance decasar a irmã com o lorde De canto de olho, Meredith viu Lansing chegandocom duas ta#as

U r 0hillton, eu assumirei a missão de apresentar os dois Mas penso

que seria melhor o senhor nos deixar a s"s, pois temo que lorde Lansing possaficar um pouco embara#ado com sua presen#a

U A senhorita + muito generosa Muito mesmo 8brigado pela a&uda

U 7ão h' por que, mas + melhor o senhor ir logo

0hillton se foi, e Lansing tomou seu lugar &unto de Meredith

U 8brigada pela bebida, milorde 8 senhor + muito gentil

U $or favor, pode me chamar de Alexander *odas as minhas amigasme tratam assim

.uanta ousadia a dele compar'-la Ts amiguinhas(U 0reio que se&a melhor não fa)4-lo, milorde Meu noivo pode não

gostar

Alexander deu uma olhada ao redor at+ avistar 0hillton

U .uer di)er que aquele + o homem/

U Milorde/ U 0laro que ela sabia a quem ele se referia

U Aquele cavalheiro que conversa com a bela cantora

7ão restou alternativa a Meredith a não ser fitar os irmãos tamb+m

U 0erto Y' sei a quem o senhor est' se referindoU ! então, senhorita/





U im, ele + meu noivo 8 sr 0hillton

Alexander se dedicou a verificar com mais cuidado o sr 0hillton, antesde dar seu veredictoG

U Minha nossa, o su&eito não serve para a senhorita(U 8 que quer di)er com isso/ ormamos um "timo par, milorde W o que

todos di)em

U *enho minhas d%vidas Ve&a aquele homem U Alexander meneou acabe#a U $arece um velho !nfadonho eu diria

U $ois saiba que milorde se engana

U Duvido Analise com mais aten#ão 8 rapa) nem + elegante !,apesar de não ter pedido meu conselho, eu diria que seu par perfeito tem deser algu+m vibrante e tão belo quanto a senhorita U 0om um lance ousado,

Alexander tomou-lhe a mão e a ergueu at+ quase a altura dos l'bios, como seestivesse prestes a bei&'-la U Algu+m como eu, por exemplo

9m forte calor transpassou todo o corpo da recatada dama, deixando-aofegante

U em, obrigada, milorde, mas de fato não pedi seu conselho U !mseguida, se soltou com um repelão U !, al+m do mais, não acho que se&aadequado o senhor continuar com tais id+ias a meu respeito

Alexander conteve o riso com muito esfor#o

U 7ão desrespeitei seu noivo, srta Merriweather, pode estar certa

Apenas constatei um fato 9ma mulher que sobrevoa o ;2de $ar3 de balãonunca ir' se contentar em viver na sombra do marido A senhorita necessita deaventura, de novidade U Lansing tornou a menear a cabe#a U !le nempertence T sociedade 8s dois vivem em mundos distintos

U erei muito feli) ao lado dele, e n"s freq[entamos o mesmo crculo,sim 0hillton + um comerciante bem-sucedido

8 lorde olhou para 0hillton mais uma ve), mais precisamente para opalet"

U A senhorita afirma que ele + um comerciante bem-sucedido/

U oi o que acabei de di)er8 assombro ficou evidente no belo rosto

U Muito bem, guarde minhas palavrasG a senhorita nunca ir' se casar com aquele camarada 7unca

Meredith ficou boquiaberta por um longo tempo, antes de conseguir pensar em uma boa resposta

U ! o senhor guarde o que lhe digoG eu vou me casar com o sr 0hillton,e em breve(

U Meredith/ U 9ma vo) feminina e muito delicada a chamou,

acompanhada de um gostoso aroma de flor de laran&eira !ra ;annah, a irmãde 0hillton, que de repente estava ao lado deles U Desculpem por minha





intromissão, mas suas tias querem lhe falar

;annah fitou o lorde e deu um leve sorriso

U $erdoe-me por priv'-lo da doce companhia de nossa querida

Meredith, sir Mas quem sabe eu sirva para ocupar o lugar at+ que retorne/ Alexander Lamont se curvou numa elegante rever4ncia para ;annah,

sem, contudo, deixar de mirar um segundo sequer a &ovem cantora

U icarei honrado em compartilhar de sua companhia, senhorita U!le se virou para Meredith em busca de uma apresenta#ão formal

Agradecendo aos c+us pela interfer4ncia, Meredith os apresentou e,sem demora, cru)ou o ambiente para ir falar com as tias, que acenavam, muitoalegres, com seus leques, enquanto conversavam com 0hillton

U 8l', querida( U Letcia segurou o bra#o da sobrinha assim que ela se

acercou do pequeno grupo U 8 sr 0hillton nos contava sobre seu empenhoem unir ;annah a lorde Lansing .ue maravilha(

Meredith sentiu o rubor lhe subindo pelas faces

U !u estava verificando se o lorde tem algum interesse pela doce;annah

8s olhos de Viola brilharam de entusiasmo

U ! o que foi que descobriu, querida/ Baranto que o sr 0hillton est'tão ansioso quanto eu para saber U ! a senhora deu um puxão no pulso deMeredith que a fe) derrubar todo o conte%do de sua ta#a

U 0+us( 0omo voc4 + desastrada, Viola( U Letcia se exasperou U$or favor, sr 0hillton, poderia fa)er a fine)a de ir buscar outra bebida paraminha sobrinha/

U 0ertamente, lad2 eatherton U 0hillton bateu o p+ como numacontin4ncia e se dirigiu para a mesa de bebidas, na sala de estar

As pupilas de Letcia cintilavam de curiosidade

! então, querida, obteve algum sucesso/ Meredith fran)iu o cenho

U ;' que se refere, titia/

Viola suspirouU A seu desafio de provar que o cafa&este não mudou 7"s convidamos

lorde Lansing em especial por causa de sua pesquisa

U Bostaria que as senhoras tivessem me avisado antes uisurpreendida pela presen#a dele, e acho que t4-lo aqui esta noite era umatremenda perda de tempo

U Mesmo/ U Letcia apontou com o leque na dire#ão de ;annah, quedemonstrava estar se divertindo muito com algo que o lorde acabara de di)erU Lorde Lansing parece gostar de ;annah *alve) a inoc4ncia da mo#a se&a aisca certa para deslanchar o lado devasso dele

U $ode ser U Meredith estudava com aten#ão ;annah e Alexander U0onfesso que não tinha pensado nisso, mas a id+ia foi brilhante, tia





$or+m, at+ o final daquela noite, a id+ia não se mostrou tão boa assim8 regenerado lorde Lansing deixou claro que não iria se desviar de seucaminho por causa da candide) da doce ;annah As coisas come#avam a secomplicar, e o lorde come#ava a dar sinais de que seria um p'reo mais difcil

do que o imaginado Antes, a cortesã foi deixada de ladoX e agora a inocentetamb+m não conseguira surtir o efeito esperado

" restava uma alternativa para MeredithG lan#ar-se na batalha de corpoe alma $or mais que a possibilidade pudesse parecer absurda, a princpio, nãohavia como negar que no est'bulo ele demonstrara algum interesse por ela

Meredith fitava Lansing, pedindo perdão a Deus e a seu futuro maridopelo que estava prestes a fa)er !ntretanto, era tudo pelo bem da pesquisa eda completude do guia, que seria de grande utilidade para as mocinhasdesavisadas

CA*+TUO III

*r4s dias depois, o humor de Meredith &' havia melhorado uas

aben#oadas tias aceitaram um convite que tiraria as tr4s da l%gubre Londres,pelo menos por uma tarde, para um piquenique no elegante rumle2 0ourt

!m ve) de ficar vendo o dia passar pela &anela do amontoado de casasda ;anover quare, Meredith naquele momento caminhava pela colina derumle2, enchendo os pulmZes de ar puro enquanto ouvia, ao longe, as risadasdescontradas das tias

8 dia estava espetacular, e o sol brilhava acima, alegrando e aquecendoos cora#Zes de todos

Damas e cavalheiros com chap+us de palhinha sentavam-se emcobertores, ou em cadeiras dobr'veis acomodadas embaixo de barracas,

saboreando delcias que tiravam de suas cestas de piquenique 8utrospasseavam nas cercanias em busca de morangos temporZes que ainda nãotivessem sido comidos pelos passarinhos

Meredith caminhava Ts margens do lago com uma sensa#ão derelaxamento que não sentia havia semanas

7ão muito distante, sobre uma pequena eleva#ão, estendeu o xale e seacomodou para aproveitar o calor do astro-rei !, como uma crian#a, pNs-se aobservar as nuvens em busca de formas conhecidas

Acabara de descobrir a forma de um cavalo quando algu+m passou na

frente da nuvem, bloqueando sua visão Ao a&ustar o foco, foi possvel perceber a silhueta de um homem muito alto e elegante





Meredith se endireitou e levou a mão T testa numa tentativa de discernir a imagem, ofuscada pela luminosidade intensa

U 8l', srta Merriweather uas tias, que fi)eram a gentile)a de meconvidar para o piquenique, disseram-me que a encontraria aqui

U Lorde Lansing(

Meredith arqueou as sobrancelhas e abriu um sorriso para Lansing comose sua chegada tivesse sido uma alegre surpresa, mas em sua mente brilhavaa oportunidade de desmascarar de uma ve) por todas o devasso que estavacontido dentro dele

$ara tal, o primeiro passo seria atra-lo ! isso haveria de ser f'cil !raprov'vel que nem sequer viesse a precisar usar muitas palavras

!ntão uma id+ia melhor lhe ocorreu ! se ela o repelisse com palavras,mas o atrasse com gestos/ .uais das pistas o safardana iria seguir/

.uem sabe at+ o cair da tarde um novo captulo não seria acrescentadoa seu precioso guia/

Alexander se sentou na grama ao lado de Meredith, talve) perto demais,mas pelo bem da ci4ncia ela suportaria a proximidade

U Lembra-se do que lhe falei no sarau sobre a senhorita me chamar de Alexander, ou Alex se preferir/

U !st' bem Alex U 8fegante, Meredith buscava o controlenecess'rio para assumir as r+deas da situa#ão

U .uerida, + ador'vel a maneira como sua lngua rosada pronunciameu nome :epita, por favor $or+m, devagar desta ve) U !m seu rostosurgiu um sorriso irresistvel

Meredith lutou contra quaisquer sinais de divertimento

U $ensando melhor, acho que não o farei Acredito que se o tratar peloprimeiro nome o senhor poder' ver isso como um sinal de digamosintimidade

"uito bem A-ora contradi-a as alavras com a lin-ua-em cororalMeredith contou mentalmente at+ tr4s e então tocou a mão dele, s" por umsegundo

9ma expressão pra)erosa se espalhou no semblante de Alexander

U ! o que tem de mal em di)er meu nome de novo/

Cnteressante !le ouvira as palavras e respondera a elas, apesar dotoque er' que o que era dito poderia ser mais poderoso do que

A linha de raciocnio de Meredith foi interrompida quando Alexander desli)ou a mão por seu bra#o, causando c"cegas por onde passava

U 7a verdade, tem, milorde, e o senhor sabe muito bem disso "tivemos o pra)er de estar &untos em tr4s ocasiZes Mal nos conhecemos,

portanto U Meredith o olhou de frente, encarando os olhos verdes por maistempo do que o decoro permitia





Alexander respirou fundo

6sso mesmo' milorde $ibere o cafa+este ,are de bri-ar contra suanature<a

U !ngano seu, querida, eu a conhe#o A entona#ão da vo) era doce como o mel 7o entanto, continuava im"vel

e não ousava avan#ar, embora o toque e os movimentos dela parecessem ditar o ritmo da sedu#ão

7e+am s0 >u' "eredith "erriweather' estou no controle da situaC.o Via-se ao lado do mais famoso devasso de Londres, e mesmo assim era ela quemcontrolava tudo Meredith saboreava cada minuto da "tima sensa#ão de poder

oi quando o olhar de Alexander desceu por seu corpo, e, quando osolhares de ambos por fim se encontraram, ele sorriu, causando-lhe umfrio)inho no estNmago ! naquele instante o controle trocou de mãos

9se termos fortes Termos fortes; , Meredith repetia para si mesma

U 7ão posso me esquecer de meu noivo, milorde

U 0hillton/ U Alex soltou uma gargalhada U 7ão acho que ele tenhacom que se aborrecer 7ão passamos de bons amigos U Mirou o lago maisadiante U A senhorita + uma amiga que pre)o e cu&a companhia apreciomuito

U 9ma amiga/ U Meredith não esperava por isso Mas não tinha comodeixar de admitir que o elogio foi bom U 8 senhor me considera mesmo suaamiga/

Alexander ponderava a verdade de sua confissão !, para sua surpresa,acabou descobrindo que depois de usar aquelas mesmas palavras com tantasoutras mulheres, aquela era a primeira ve) que elas soavam sinceras !le defato via Meredith como uma amiga

U im, sem sombra de d%vida U oi delicioso não ter de mentir paraMeredith e recorrer a seus truques de sedu#ão U A senhorita + uma pessoaagradabilssima e inteligente

.uando Alex fitou os olhos a)uis e provocantes e viu neles o sorrisosatisfeito, não houve como não perceber que tinha algo de diferente no

semblante de Meredith De alguma maneira, ela parecia mais relaxada e feli)naquele dia

U em, para ser honesta, não sei o que di)er exceto que gosto muitode estar consigo, tamb+m

Alexander observou ao redor

U 8 sr 0hillton não est' aqui, não +/

U !le via&ou para ristol, a neg"cios

U oi o que imaginei

Meredith fran)iu o cenho, de leveU ! por que o senhor imaginou tal coisa, milorde/





U $orque seu comportamento mudou At+ eu mencionar o nome de0hillton, a senhorita era a mesma com quem estive no est'bulo do ;2de $ar3mais provocativa, mais solta

U enhor( !stou certa de que não o provoquei no ;2de $ar3

U 7ão quis di)er isso A senhorita estava mais relaxada, mais natural

U Aonde pretende chegar, sir/

Alexander deu de ombros

U *alve) fosse melhor eu não di)er Csso poder' levantar uma pol4mica,e não estou precisando disso

Meredith apanhou a bolsinha, ficou de p+ e se cobriu com o xale

U $ois se o senhor não se explicar direito, garanto que a discussão ser'muito pior, pois tenho a ntida impressão de que acabou de me insultar

U Meu Deus, não tive inten#ão de insult'-la de forma alguma( oiapenas uma observa#ão que terminarei de compartilhar com a senhorita setiver a permissão de cham'-la de Meredith U Alexander arqueou umasobrancelha, esperando que ela respondesse

U V' l' $ode me chamar de Meredith, contanto que não se&a napresen#a dos outros 0ombinado/

U 0ombinado, minha querida Meredith

U Agora que lhe dei o que o senhor pediu, ser' que faria a bondade deexplicar melhor sua observa#ão/

Levantando-se, Alexander ofereceu o bra#o a Meredith, que aceitou comcerta relut6ncia, e ambos saram para um passeio

U 7ão se trata de nenhum grande segredo, pois tenho certe)a de quetodos &' perceberam

Meredith parou de andar, soltou-se dele e o encarou

U !stou come#ando a me cansar de sua brincadeira, sr Lansing0hegue de insinua#Zes e v' direto ao ponto, sim/

U Muito bem U Alexander respirou fundo U .uando a senhorita est'

na companhia do sr 0hillton, age de uma maneira completamente distintaU 7ão + verdade U Meredith não pNde deixar de rir U $osso afirmar

que sua observa#ão não tem fundamento, uma ve) que somos amigos h'muito pouco tempo e o senhor s" me viu ao lado do sr 0hillton em uma %nicaocasião

U ! foi o suficiente, garanto A senhorita estava ansiosa e tensa !aquele seu vestido branco, Deus me livre( 8 que significava aquilo/

U ! o senhor percebeu tudo isso ao me analisar durante aquelaspoucas horas/

U empre fui um observador nato ei quando uma pessoa est'fingindo ou não





U 7esse caso, quem eu sou de fato, se não sou eu mesma quandoestou ao lado do sr 0hillton/

U $ara ser franco, não sei U Alexander olhou no fundo dos olhos deMeredith, tentando deixar claro que não estava fa)endo nenhum &oguinho U" sei que a senhorita não + a mo#a triste, ansiosa e tensa que vi no recital

.uem visse a expressão de Meredith iria ter a ntida impressão de queela fora atirada num lago gelado As coisas não estava indo como Alexander plane&ara ua inten#ão era sedu)i-la, encant'-la, fa)er com que o dese&asseU não contrari'-la .ueria muito convenc4-la de que 0hillton não era o homemcerto para ser seu marido 0omo tudo virou de cabe#a para baixo daquelamaneira/ er' que estava perdendo a pr'tica/

U 8 senhor não sabe o que di)

U 7egue, se preferir, Meredith Mas seu cora#ão sabe que estou

falando a verdadeMeredith se afastou alguns passos, quando enfim sentiu sua ira se

aplacar um pouco, resolveu voltar ! então se deu conta de que o lorde estavamuito, mas muito pr"ximo dela

U 8 que tem de errado em um pouco de decoro e boas maneiras/

U 7ada, minha querida

U 8 senhor poderia parar de me chamar de querida/

U 7ão U Alexander segurou-a pelo bra#o e a fe) se virar para quepudessem continuar o passeio U $reciso concluir o que e tava di)endo 7ãoh' nada de errado com decoro e boas maneiras, Meredith 8 que não acheicerto + a senhorita tentar mudar para agradar outra pessoa

U ! o senhor acha que estou fa)endo isso/

U 7ão acho apenasX tenho certe)a

.uem era ele para falar daquilo quando tamb+m procurava fa)er omesmo/( $ois ele não passava de um cafa&este fingindo ser um cavalheiro(

Ao avistar o pequeno dique de madeira, onde alguns estranhos barcosem formato de concha de V4nus se achavam ancorados, Alexander teve umaid+ia, e praticamente saiu arrastando Meredith pela mão

U Venha, querida(

! antes que ela pudesse se dar conta do que estava acontecendo, ele &'havia colocado as duas mãos em sua cintura para lev'-la para dentro daridcula embarca#ão

U 7ecessito de toda sua aten#ão para o que vou lhe falar, e isso s" ser'possvel se a senhorita estiver presa no barco

Meredith, uma ve) em p+ no centro do barquinho, cru)ou os bra#ossobre o peito Alexander pisou no casco raso e ocupou seu assento 8 ventoentão soprou de repente, desequilibrando-a e fa)endo com que casse

sentada, enquanto Lansing afundava os remos na 'gua, pondo em movimentoa pequena embarca#ão





Meredith emudeceu ! Alexander, o em+rito cafa&este em, ele aestava raptando, não estava/(

A situa#ão era ridcula L' estava ela, escarrapachada naquela conchaesquisitssima, no meio de um lago, ao lado do mais famoso devasso deLondres

!, por mais que tentasse negar para si mesma, não preferiria estar emnenhum outro lugar

L' estavam eles 0ompletamente so)inhos, do &eito como Alexander plane&ara Y' era hora de come#ar, dessa ve) direito, a lenta conquista de suafutura esposa

!rgueu os remos e os colocou em repouso nas laterais do barcoMeredith observava T dist6ncia as pessoas no piquenique !ntão seu olhar sefixou nas profunde)as do lago e, por um instante, Alexander imaginou que ela

fosse pular e sair nadando at+ a margemU 0onsiderando a delicade)a da seda de seu vestido, minha querida, se

tiver um pouco de &u)o nessa sua bela cabecinha vermelha, não ousariasequer pensar em mergulhar nessas 'guas frias

U 7ão era nisso que eu pensava, milorde

U 8 que era, então/

U 8 senhor quer mesmo saber/ Muito bem, estava apenas tentandoimaginar o que milorde tem de tão importante para me di)er a ponto de meraptar numa concha U Apesar de estar falando s+rio, um sorriso ainda

escapou de seus l'bios U 8 senhor não pretende me sedu)ir, não +/ A boca rosada ficou entreaberta, e Alexander teve a estranha sensa#ão

de que se tratava de um convite

U ou um cavalheiro 7ão sedu)o U Aproximando-se mais pNs a mãono &oelho de Meredith U !u corte&o

U W mesmo/ e + assim, por que me arrastou para o meio do lago/

"enina eserta; 8 sorriso maroto que Alexander mostrava desapareceupor instantes

U 7ão era minha inten#ão ser rom6ntico, Meredith e fosse teria

permanecido na colina onde a encontrei mirando as nuvens e pensando emmim

Meredith fitou o firmamento, meneou a cabe#a e suspirou

U 7o senhor/(

U Baranto que não estava sonhando acordada com o sr 0hillton $udever em sua expressão A senhorita se achava tão distrada pensando em mimque nem viu quando me aproximei

Meredith o encarou sem palavras durante alguns minutos

U 7a verdade, eu estava pensando que a nuvem que passava seassemelhava a um cavalo





U 8 que tra) seus pensamentos de volta para mim

U Minha nossa, o senhor + muito convencido( !u não pensava nosenhor( U 9m longo suspiro U Afinal, o que quer de mim/ $or favor, diga deuma ve) e me leve de volta Minhas tias &' devem estar preocupadas

U " quero que prometa que ir' prestar aten#ão ao que vou di)er,Meredith

Ansiosa, ela fe) que sim

U Bostaria que reconsiderasse seu compromisso com 0hillton

U 8 qu4/

U !u em, mandei investigar, e minhas fontes me informaram que sualiga#ão com aquele homem não + tão s+ria

U 8 senhor fe) o qu4/(

U ei que não estão noivos

Meredith enrubesceu e ficou de p+ em seguida, abalando o equilbrio dobarco .uando deu por si, era tarde, e ela se viu caindo, como uma tora, sobreos bra#os estendidos de Alexander

eus olhos assustados o encararam, e seu olhar se prendeu ao deleenquanto seus l'bios umedecidos se abriram, convidativos

! naquele momento, Alexander soube, com toda a certe)a, que poderiabei&'-la

$or um instante, Meredith pensou em retomar seu assento e ficar fora doalcance dos in%meros encantos de Lansing Mas então a ra)ão falou mais altoe, em nome de seu experimento, deixou-se levar pelo &oguinho

eu passo seguinte foi olhar no fundo dos olhos do lorde e desli)ar alngua bem devagar sobre os l'bios, soltando um pequeno e calculado gemido,e seu cora#ão disparou quando o belo rosto se inclinou para bei&'-la

0+us, ele ia fa)4-lo(

7amos' Ale#ander s0 mais um ouco BaCa;

U D4-me um bei&o

7ão 7ão era para deixar escapar em vo) alta Alexander sorria, cheiode malcia

U eu pedido + uma ordem, Meredith

!la acabara de estragar tudo com seu est%pido desli)e $or isso,espalmando as mãos no peito dele, tentou impor certa dist6ncia

U $are

U Desculpe-me, mas tenho a ntida impressão de que a senhorita mepediu um bei&o

Meredith tornou a se sentar e se recompNs

U ei&o/ 7ão, sir Milorde deve ter ouvido mal !u disse “d4-me um





quei&o”, pois de repente me deu fome, e quero que o senhor me leve de volta,por favor

Alexander fran)iu o cenho

U A senhorita disse mesmo isso/ em, nesse caso, queira medesculpar

!vidente, a desculpa esfarrapada não convenceu $or um bom tempo,Meredith permaneceu calada, recostada em seu canto eu olhar, contudo, nãoconseguia se desviar do belo homem a sua frente Minutos atr's, tudo o quemais quisera fora ser bei&ada por ele

.ualquer outro teria batido em retirada Mas não Alexander 7o fundo,não era um cavalheiro ! nada como um desafio para fa)er seu ritmo cardacoacelerar

! como era ador'vel o desafio, sobretudo com uma mulher comoaquela(

0hillton não tinha a mnima chance

! quanto mais Alexander ponderava sobre o assunto, mais certe)a tinhade que Meredith era o oposto de 0hillton em todos os sentidos

e tivesse acertado em seu &ulgamento, ela era uma mulher que gostavade aventuras e estmulos U coisas que ele poderia oferecer Mas um su&eitosem gra#a como 0hillton &amais o faria

Meredith, na verdade, era seu par perfeito em todos os sentidos, não/ Alexander apanhou os remos e se pNs a remar

er' que o conde de ;arford tivera alguma premoni#ão quando sugeriuo casamento/ A vida de casado U uma situa#ão imposta para que voltasse ater dinheiro no bolso U &amais seria enfadonha ao lado da viva) Meredith

! decidiu que em breve iria proporcionar a ela uma grande aventuraeria inesquecvel 8 perigo acelerava o romance, portanto, por que nãoprovidenciar uma pitada/

U Meredith querida, voc4 disse que viu a forma de um cavalo nasnuvens/

U im ! da/ U eu p+ direito batia, impaciente Ainda havia um certo

clima de tensão entre eles, e Alexander sabia que poderia se aproveitar dissopara se aproximar U Y' se decidiu sobre a compra do cavalo para seu noivo/

U ;um Ainda não Acho que tenho de avaliar melhor 7o entanto,estou ciente de que os melhores animais estão na *attersalls Mas, como bemsabe, milorde, l' não + permitida a entrada de mulheres, por isso temo que nãopossa alcan#ar meu intuito

U De fato, mulheres não são aceitas em *attersalls Mas eu lhe digo queteria imenso pra)er em lev'-la para ver mais de perto os melhores puros-sangues de Londres ! + o que farei, se me permitir

U Ah, o senhor pode/( Csso eu quero verU 0erto Vou mandar minha carruagem apanh'-la amanhã, depois do





almo#o

As pupilas de Meredith brilhavam com a excita#ão

U Milorde deve estar louco se imagina que tomarei parte nisso

U 7ão h' o que temer, Meredith asta seguir minhas instru#Zes, pois,do contr'rio, seremos apanhados

U Muito bem, milorde 7os vemos amanhã

7o dia seguinte, Meredith, sentada na carruagem de Lansing, se viadiante de um tra&e masculino completo 8lhou pela porta aberta para sr;erbert, que devia ser o criado pessoal do lorde

U eu patrão espera que eu vista isso/

U 7a verdade, sim, senhorita *udo o que precisa fa)er + se fechar adentro e mudar de roupa, enquanto nos dirigimos para a *attersalls

Meredith ponderou por instantes, antes de tomar sua decisãoG

U !st' bem $ode seguir, sr ;erbert, eu

U $rimeiro

U 0omo disse/

U A senhorita pode me chamar de $rimeiro Lorde Lansing se refere amim dessa maneira

Sou eu mesma ou tudo est% muito estranho esta tarde?

U Muito bem $rimeiro, vou me trocar a caminho da *attersalls

Meredith analisou os tra&es que teria de vestir, e concluiu que não deviaser nada difcil us'-los Afinal, as mulheres eram obrigadas a colocar muitomais pe#as do que aquilo

A &ornada da ;anover quare at+ a *attersalls levou mais de meia hora,pelo menos o dobro do tempo que a dist6ncia requeria *empo esse decertocalculado para que ela pudesse se trocar com tranq[ilidade

.uando a porta do veculo enfim se abriu, Meredith desceu, disfar#adade lorde tilton, um &ovem cavalheiro de 0heddar

Ao v4-la, Alexander levou a mão T boca para conter a admira#ão

U $osso saber o motivo do espanto, Alexander/

U 7ão + nada, Meredith W que a voc4 ficou muito bem U !xalou umlongo suspiro U Agora, tudo o que tem a fa)er + entrar e tentar atrair o mnimode aten#ão

De fato, Meredith ficara "tima naquelas roupas, Alexander reconheceu,enquanto dava uma volta em torno dela para vistori'-la com mais acuidade

8s cabelos estavam escondidos dentro da cartola 8 palet" cara-lhe

muito bem, escondendo todos os atributos femininos, e a cal#a era solta osuficiente para não chamar muita aten#ão para os quadris arredondados





;erbert conseguira at+ mesmo encontrar um par de botas ;essian queserviram T perfei#ão nos delicados pe)inhos

U em, milorde, podemos entrar/

Alexander a puxou pela mão para tr's da carruagemU *emos de esclarecer algumas coisas antes de entrar

U Ah, sim, as regras U Meredith se soltou e cru)ou os bra#os U$ode falar

U $rimeiraG não fale, mesmo que lhe diri&am a palavra egundaG nuncaolhe nos olhos de ningu+m 7ão encare, pois, apesar do disfarce U eusdedos desli)aram ao longo da face de Meredith

U seu belo rosto a denunciaria

!la empurrou a mão, e Alexander percebeu uma certa perturba#ão em

seu semblanteU Csso + tudo, milorde/

U 7ão, minha querida U e) um sinal para que eles seguissem paraos portZes da *attersalls U A %ltima e a mais importante das regrasG não saiade perto de mim 7ão importa o que aconte#a, se algo der errado, fique a meulado !ntendido/

U W claro que sim

8 famoso ringue da *attersalls estava completamente deserto, o quesurpreendeu Meredith Afinal, tudo o que esperava era ver pelo menos um ou

dois cavalos sendo exibidos para potenciais compradores Mesmo assim, Alexander demonstrava saber aonde estava indo, e assim s" restou a elasegui-lo em de perto *ão perto que sua mão, de prop"sito, ro#ou a delealgumas ve)es *udo em nome de sua pesquisa, l"gico

Apesar de ter certe)a de que mesmo um cafa&este não seria capa) detentar algo com uma dama estando envolvido num &ogo arriscadssimo comoaquele U e apesar de estar vestida como um homem U, Meredith queria ter certe)a de que Alexander não iria se esquecer de que embaixo do disfarcehavia uma mulher

oram dois os motivos que a levaram a aceitar o convite eria a

oportunidade de se insinuar para o lorde um pouco mais, desafiando-o aoextremo Al+m disso, dese&ava muito ousar entrar num santu'rio masculino !,tinha de admitir, a mera id+ia de ser a primeira mulher a cru)ar aqueles portZesera mais do que estimulante

eu cora#ão disparou quando adentraram ao que ela considerou ser ofamoso p'tio com uma c%pula no centro guarnecida de colunas !ra ali que ospatronos da *attersalls se reuniam ora dos est'bulos havia um largo corredor coberto por um teto pontudo *odo o lugar tinha uma apar4ncia muito nobre

Logo adiante, alguns distintos cavalheiros discutiam tendo em mãos oque parecia ser um cat'logo Meredith olhava curiosa para todos os lados,quando Alexander lhe disseG





U !spere aqui, eu &' volto

A ousada senhorita respondeu com um aceno de cabe#a, indicando quesim, e ficou observando Alexander se afastar

$ara ser sincera, a tarde não estava se mostrando tão divertida quantoimaginara que seria *alve) fosse por isso que as mulheres não vinham a*attersalls, e não porque era proibido

De repente, todos os homens se puseram em movimento, e ela ouviu ainconfundvel batida de cascos no solo

eu cora#ão tornou a disparar, e gotculas de suor brotaram em suatesta, na linha da aba do chap+u

Acalme3se N.o h% nada a temer Nada s cavalos est.o sendo u#ados or r4deas' com toda a certe<a, Meredith repetia para si mesma Aomesmo tempo, seu olhar buscava desesperado por Lansing 8nde ele estaria/

Atordoada, sua %nica op#ão foi buscar uma coluna para se recostar antes que as pernas fraque&assem de ve) e não a sustentassem mais Derepente, por+m, sem querer, esbarrou em um cavalheiro, e ao tentar recuperar o fNlego para se desculpar, o inusitado aconteceu ! o p'lido rapa) a encarou,tão espantado quanto ela

U 0h 0hillton(

U 8 que est' fa)endo aqui, e vestida dessa maneira/( U A tensão navo) do rapa) era clara, mas o volume era baixo o suficiente para que ningu+mo ouvisse

Meredith podia sentir seus l'bios se movendo, e mesmo assim o somnão vinha 7ão existia nenhuma explica#ão convincente a ser dada

U $ensei que tivesse via&ado a neg"cios

U !u ia, mas então recebi o recado de um comerciante indiano, ondeconstava que ele estaria na cidade por pouco tempo U 0omo se tivesse seperdido em sua linha de raciocnio, houve uma pausa U 7ão entendo por queele não apareceu 7o bilhete estava escrito que nos encontraramos aqui, na*attersalls, sou capa) de &urar

Mais uma ve), o foco de 0hillton se voltou para sua futura noiva

U Minha ra)ão para estar aqui + bastante plausvel Agora + sua ve) deme dar algumas explica#Zes

U 0hillton, meu rapa)( U Alexander vinha vindo, sorridente U Voc4acaba de estragar uma surpresa

Meredith se virou para encarar Alexander e, quando se deu conta, &'estava sendo tirada das mãos firmes de 0hillton 7ão lhe restava alternativasenão confiar no lorde e deixar que ele cuidasse de tudo

$ois naquele momento, seu destino e o futuro estavam nas mãos doador'vel malandro

U Lorde Lansing, o que o senhor fa) aqui com a srta Merriweather/7ão estou entendendo, mas acho melhor que ha&a um bom motivo para tudo





isso

9ma onda de tremor come#ou a percorrer todo o corpo de Meredith, e Alexander deu um tapinha em seu ombro, indicando que tudo ficaria bem

U rta Merriweather, acho melhor contarmos toda a verdade ao sr0hillton

U A verdade/

7os olhos do lorde ela s" conseguia ver a pura seguran#a

U im 0reio que não temos outra op#ão 7ão queremos que o sr0hillton fique com uma m' impressão

U !vidente, o senhor est' certo, lorde Lansing U Meredith respiroufundo U $refiro que milorde explique tudo a ele, então

Alexander enla#ou 0hillton com o bra#o esquerdo e Meredith com o

direito, e come#ou a gui'-los para a sadaU *alve) se&a melhor termos esta conversa l' fora

U 0ompreendo U 0hillton fran)iu o cenho

8s tr4s s" pararam quando alcan#aram a cal#ada, e com um sinal ococheiro de Lansing trouxe a carruagem .uando esta parou diante deles, Alexander abriu a porta, e 0hillton ficou bastante agitado Assim, deu um passoT frente, bloqueando a passagem

U !spere a( 7enhum dos dois vai embora sem me dar uma explica#ão

U 8 senhor a ter', assim que a srta Merriweather estiver fora da linhade visão daqueles que poderão reconhec4-la U Alexander afastou 0hilltonpara o lado, pegou o bra#o de Meredith e a fe) entrar no veculo em demora,indicou para o cocheiro que partisse U !u não gostaria que sua indiscri#ãomanchasse o nome da senhorita

U Minha indiscri#ão/( U Brada#Zes de vermelho surgiram no rosto de0hillton ao ver a carruagem se afastando U !la + quem est' vestida dehomem, e eu + que estou sendo indiscreto/

em nunca perder a classe e o sangue-frio, Lansing se pNs a relatar a0hillton toda a hist"ria da compra do cavalo que seria um presente surpresa

para ele Afinal, aquela era toda a verdade que havia para ser contada

!nquanto isso Meredith, era condu)ida para casa, desesperada, com aplena certe)a de que seu noivado fora arruinado Mas havia algo de muitoestranho naquilo tudo

0hillton na *attersalls 7ão fa)ia sentido algum Apesar da &ustificativaaceit'vel, alguma coisa em todo aquele incidente não cheirava bem

Meredith viu que o veculo contornava a ;anover quare, para parar diante da bela mansão de suas queridas tias

!stivera tão perdida em con&ecturas durante todo o tra&eto que esqueceude se trocar ua %nica atitude foi descal#ar as botas e entrar correndo para





dentro, torcendo para que ningu+m a encontrasse naqueles tra&es Afinal, nãohavia muito o que di)er

*odavia, assim que fechou a porta, tentando fa)er o mnimo de rudo, ese virou, deparou com Viola e Letcia paradas no vestbulo

U Minha nossa( Agora voc4 me surpreendeu, Meredith( U Leticiaagitava seu leque, fren+tica

Meredith respirou fundo, talve) mais para ganhar tempo e buscar uma &ustificativa para sua indument'ria, nada convencional para uma dama

U !u preferia não ter de me explicar, tia

U Y' seiG andou trabalhando em seu guia Acertei/

Meredith fe) que sim, tentando se conformar, pois sabia que as tias iriamquerer ouvir toda a hist"ria

U im, titia Agora posso subir e me trocar/Viola sorriu, mostrando todo seu entusiasmo e curiosidade

U De &eito nenhum .ueremos que nos diga tudo, e agora Venha,querida, vamos conversar aqui na biblioteca

! assim ela se viu entrando, mesmo que a contragosto, na biblioteca,tendo uma tia de cada lado

Vencida, retirou a cartola e deixou seus cabelos carem livres sobre osombros

U !stranho U Viola come#ou U *enho certe)a de que voc4 usavaum vestido quando saiu de casa

U A senhora tem ra)ão, tia Mudei de roupa dentro da carruagem acaminho da *attersalls Lorde Lansing foi quem arrumou o disfarce

U Voc4 estava na *attersalls com lorde Lansing/ 8uviu isso, Letcia/

U im, Viola U A expressão da senhora era do mais puro divertimentoU Muito interessante

As duas senhoras se calaram, e fitavam Meredith como se acabassemdescobrir algo que a sobrinha se negava a di)er com palavras

U Mesmo depois dessa aventura, voc4 parece aborrecida, meu amorUViola se manifestou U Ah, que bobagem a minha( Aposto que ningu+m devet4-la reconhecido nesses tra&es $elo menos, espero que não $ois não ser'nada bom se o sr 0hillton ficar sabendo

*pico de Viola 0omo sempre indo direto ao ponto Meredith olhou parabaixo

U Cnfeli)mente, a %nica pessoa que me reconheceu foi &ustamente o sr0hillton

As duas tias trocaram olhares significativos

U .uer di)er que ele se encontrou com voc4 U Letcia murmurou tãosuavemente que Meredith duvidou de ter ouvido bem U 0hillton não perdeu a





cabe#a, certo/

7ova troca de olhares entre as senhoras

U !vidente que não ficou feli) em me ver na *attersalls

U e voc4 pretende mesmo se casar com o sr 0hillton, querida, não +muito bom que continue passando as tardes na companhia do vistoso lordeLansing, não importam os motivos

U Viola, Meredith est' condu)indo uma pesquisa 7ão h' nada entrenossa menina e lorde Lansing

7aquele momento, aconteceu algo muito estranho Leticia a Violaencararam Meredith ao mesmo tempo, o que provocou um intenso rubor emseu rosto

icou claro que as duas senhoras, muito espertas, &ulgavam-na culpada

U quando ela era inocente 0ompletamente inocente(U As senhoras não t4m com que se preocupar Meu interesse em lorde

Lansing se limita tão s" a minha pesquisa U !ntão, algo inusitado lhe ocorreuGU *ia Leticia, a senhora indagou h' pouco se o sr 0hillton tinha se encontradocomigo 7ão sei por que, mais me pareceu que a senhora &' sabia que issopoderia ter acontecido

U im, de fato .uando ;annah chegou para o ch', ela nos contou queo irmão estava na *attersalls

U Mas como sabiam que eu poderia estar l'/ 7ão contei a ningu+msobre meus planos

U 8h, isso U Letcia se levantou e se colocou ao lado da sobrinha Uoi uma coincid4ncia Viola e eu est'vamos dando uma olhada em seu livro denotas, na noite passada

U As senhoras leram minhas anota#Zes/(

U Lemos Mas foi por acidente !le caiu da mesa, aberto, e nãoresistimos a ler, sem querer, sobre seus planos para esta tarde

U $ura obra do acaso U Viola confirmou U oi o destino que cru)ounossos caminhos

U 7o entanto, o que houve comigo foi terrvel, e eu não diria que foiobra do acaso 0hillton ficou aturdido com meu comportamento 7unca o vi tãodescontrolado 7ão fosse a interven#ão de lorde Lansing, não sei o quepoderia ter acontecido Acho que arruinei minhas chances de me casar 8 quefa#o agora/

U .uem sabe ;annah possa a&ud'-la Voc4 não acha, Viola/

U em d%vida, Letcia !la deve conhecer bem o irmão

U ;annah est' aqui/ 8nde/

! Meredith avistou sua futura cunhada entrando, naquele momento, na

biblioteca 9m sorriso surgiu nos l'bios da doce &ovem ao v4-laU Meredith, por que est' vestida assim/





U W uma longa hist"ria, que vou lhe contar em detalhes U Meredithsaiu dali, puxando ;annah pelo bra#o U Venha comigo enquanto visto algomais confort'vel $reciso muito de um conselho seu

CA*+TUO I-

Menos de uma hora depois Meredith e ;annah ouviram o tom grave

de uma vo) masculina no andar de baixo, e em seguida desceram a escadariade mãos dadas como se fossem duas colegiais, certas de que se tratava de0hillton, que vinha buscar a irmã Mais calma depois da conversa com ;annah,Meredith esperava esclarecer de ve) o mal-entendido

U Voc4 est' pronta/ U ;annah sussurrou ao ouvido da amiga, antes deentrarem na sala de estar

U 7ão, mas não posso perder a oportunidade de salvar o futuro de meunoivado U Meredith colocou a mão na ma#aneta, abriu a porta devagar eentão constatou que o dono da vo) masculina que conversava com suas tiasnão era de 0hillton

U !ntrem meninas Voc4s nunca irão adivinhar quem veio nos ver ULetcia as recebia em p+ e muito sorridente, como de costume

U Lorde Lansing( U Meredith exclamou

U im, + claro, srta Merriweather A senhorita não imaginou que eu iriadespach'-la para casa em minha carruagem sem ter sequer a cortesia deverificar se chegou bem

8s l'bios de Alexander esbo#avam um leve sorriso !, antes que Letciase virasse, uma piscadela completou a expressão sedutora

U ou um cavalheiro, afinal U Alexander se voltou para Viola e se

dirigiu a ela numa entona#ão de grande intimidadeG U Apesar de algumaspessoas ainda duvidarem

Viola se mostrava encantada com o charme do conquistador regenerado

U Acredito no senhor, lorde Lansing

U !u tamb+m U Letcia adicionou

;annah se pNs ao lado de Meredith, e, para surpresa de todos, fe)questão de expressar sua opiniãoG

U !u tamb+m

*odos os olhares se voltaram para Meredith 4us' o oder de seduC.o

Projeto Reisoras P!"ina $(




desse homem 4 ilimitado;

U :eservo-me o direito de expressar minha opinião assim que tiver mais evid4ncias

Viola soltou um longo suspiroU em, esta + nossa menina empre tão teimosa(

U Lorde Lansing, queira desculpar nosso espanto ao v4-lo, mas + que;annah e eu esper'vamos que fosse o sr 0hillton, que deve estar chegandopara lev'-la para casa

U !ntendo U Alexander ofereceu um bra#o para cada uma dassenhoritas e as condu)iu ao sof' U 0omo eu ia di)endo a suas tias, srtaMerriweather, o sr 0hillton esteve aqui, mas acabou de sair

U Meu irmão/( U ;annah indagou U ! foi embora sem mim/(

U im, querida !le ficou apenas alguns minutos e deixou a carruagempara voc4 U Viola sorriu-lhe com do#ura

U .uanta considera#ão a dele( U 8s olhinhos de ;annah brilhavam

U 0hillton comentou que a senhorita sabe mane&ar as r+deas U Alexander se dirigia a ;annah U Mas se permitir, eu ficarei honrado emcondu)ir o veculo e acompanh'-la

A &ovem hesitou

U 7ão + preciso, milorde Y' estou acostumada a dirigir, pois meu irmãonão acha que precisamos de um cocheiro

Letcia interferiuG

U 7ão se preocupe, minha querida 7ossa carruagem &' est' prontaViola e eu a levaremos para casa 9m de nossos criados vir' atr's, com acarruagem de seu irmão

U W muita gentile)a das senhoras U 8 olhar desapontado de ;annahpousou sobre Lansing, e Meredith soube que a amiga se arrependeu por nãoter aceitado a oferta do lorde U 7ão quero causar nenhum transtorno Tssenhoras

U *ranstorno algum U Viola ficou de p+, muito alegre U Venha, minha

crian#a eu irmão &' deve estar preocupadoU *enho minhas d%vidas U ;annah murmurou, mas mesmo assim

acompanhou as duas senhoras

Alexander se ergueu para acompanh'-las at+ a porta Leticia,percebendo a inten#ão do cavalheiro, estacou

U Milorde, eu ficaria agradecidssima se o senhor ficasse fa)endocompanhia a minha sobrinha A pobre Meredith teve um dia muito cansativo, enão creio que este&a em condi#Zes de sair de novo

U *ia, ele + um homem solteiro U Meredith protestou

U Meredith, sua dama de companhia est' em casa, amor U Violameneou a cabe#a U 7ão h' com que se preocupar

Projeto Reisoras P!"ina $1




As tias trocaram sorrisos conspiradores

U Muito me honra que as senhoras confiem sua sobrinha a mim U !mseguida, Alexander se virou para Meredith U er' um imenso pra)er lhe fa)er companhia, srta Merriweather

Meredith ficou chocada ao se dar conta de que as tias estavamcolocando 0hillton de lado em favor de Lansing ! quando deu por si, estava as"s com o lorde sedutor

U Muito bem, Alexander, agora ir' me explicar como &' se encontravaaqui quando o sr 0hillton chegou ua carruagem não podia ter me deixadoaqui e voltado tão r'pido

U !st' certa, Meredith 0hillton fe) a bondade de me levar de volta de*attersalls oi muita gentile)a dele, considerando o que ocorreu, não acha/

U .uando parti, pensei que os dois estavam bem perto de duelar

Alexander arqueou uma sobrancelha

U !ntão não conhece 0hillton tanto quanto imagina

e Alex não tivesse rido da expressão confusa que estampava o belorosto de Meredith, ela na certa teria lhe dado um tapa Merecido, diga-se depassagem

0laro que ela não fa)ia id+ia de que o retorno de 0hillton a Londres foraparte de uma arma#ão do lorde $ois se, al+m disso, ainda descobrisse que eletamb+m fora o respons'vel pelo falso bilhete, um soco tamb+m seriaapropriado

U eu querido sr 0hillton, &amais partiria para a viol4ncia U Alexander se aproximou e Meredith deu um passo para tr's

U Discordo do senhor

U Mas a senhorita est' errada U *omou o pequeno pulso e virou apalma da mão para cima U $ois, minha bela senhorita, eu poderia toc'-laassim e ele não faria nada a não ser me inquirir com algumas poucasadmoesta#Zes

Alexander imaginou que Meredith fosse empurr'-lo, mas ela não o fe) Apenas ficou ali parada, fitando-o

A permissão sutil fe) o sangue de Alexander ferver dentro das veias, e odese&o de roubar um bei&o o perturbou ainda mais

0om uma leve inclina#ão, sua boca ro#ou a mão delicada Meredithtinha perfume de rosas como se tivesse colocado as p+talas na 'gua dobanho Lansing gostou disso

U Acho at+ que poderia U eu olhar se fixou no fundo dos olhosa)uis antes de continuar

Mesmo assim, Meredith não se moveu

U 8 senhor poderia o que, milorde/ U A pergunta saiu num sussurro, esua expressão indicou que havia dese&o

Projeto Reisoras P!"ina $#




U $oderia at+ mesmo fa)er isto U 8s l'bios desli)aram pelo pulso deMeredith

0om a mão esquerda, Alexander segurou-a pelo bra#o !m seguida,pousou os l'bios na palma da mão e tornou a subir bei&ando toda a extensãodo bra#o, bem devagar, tra#ando um caminho sobre a pele macia

Meredith soltou um suspiro, mas mesmo assim não se moveu oumostrou algum sinal de protesto, apesar de a respira#ão estar cada ve) maisofegante

Alexander continuou com um %nico ob&etivo A viagem de sua boca s"terminaria quando encontrasse os l'bios de Meredith

.uando chegou T extremidade da manga do vestido, ele a soltou por umsegundo para segur'-la pela cintura delicada, tra)endo-a para mais perto

U Agora, vou bei&ar sua boca, porque a senhorita me pertence 0hilltonpode at+ se aborrecer com minha aud'cia, mas ter' valido a pena U ! enfimdeu-lhe o tão esperado bei&o

8 gosto de Meredith, de ch' ado#ado com mel, despertou uma vontadeimensa de sugar toda a ess4ncia Lansing a abra#ou com for#a, at+ sentir osseios macios contra seu t"rax musculoso e a bei&ou com ainda mais vontade

omo dese+o esta mulher; > de um modo t.o diferente de tudo o &ue +%e#erimentei; .ue poder era esse que Meredith tinha, capa) de despertar nelesensa#Zes nunca sentidas por nenhuma outra mulher/

Mas o barulho dos cascos de cavalos e de rodas de carruagem se

movendo despertou os dois de todo aquele torpor, fa)endo-os se afastar evoltar T realidade

U Devem ser minhas tias chegando(

A porta da frente se abriu, e em seguida as senhoras adentraram ovestbulo, alegres e barulhentas

U !spero que tenham se divertido U Letcia grace&ou, da porta da sala,como se fi)esse questão de anunciar que retornavam

U em na verdade sim, tia U Meredith baixou os olhos U 7"s nosdivertimos muito

U Csso quer di)er que lorde Lansing &' lhe contou a novidade \timo(orrindo, Viola cru)ou a sala e parou ao lado da sobrinha

U A id+ia não lhe parece "tima, querida/ Vou mandar Annie preparar sua bagagem

Meredith olhou as tias e em seguida para Alexander

U agagem/ $ara onde iremos/

U Desculpem-me, senhoras, mas achei que as senhoras deveriamcontar a novidade a sua sobrinha

U 8h, minha querida, n"s vamos para ;arford ell, todos n"s( U disseLetcia, satisfeita e cheia de entusiasmo





Meredith encarou Alexander

U A propriedade de sua famlia/ $osso saber o motivo/

orrindo, embora desconfort'vel, Alexander ia abrindo a boca para

responder quando Viola se adiantouGU $ara comprar um cavalo para o sr 0hillton, do est'bulo da famlia de

nosso gentil lorde

U 8 qu4/( U Meredith encarou Alexander mais uma ve)

U rta Merriweather, quer ou não comprar um cavalo para o sr0hillton/

U 7ão me resta alternativa agora $ois, caso eu não compre o animal,ele nunca ir' acreditar em meus motivos para ter estado na *attersalls

U !xato U Alexander respirou aliviado U Depois, um cavalo comprado

naquele estabelecimento s" servir' para lembr'-lo do triste incidenteU Lorde Lansing est' certo, querida U Viola segurou a mão de

Meredith

Alexander sentiu que Meredith estava quase conquistadaX era chegada ahora de fechar o cerco Aquela seria sua chance definitiva de tomar posse doque era seu de direito $elo menos muito mais seu do que de 0hillton

Dois dias depois, Meredith &' estava na antiga ;arford ell

9ma impetuosa constru#ão de pedra regiamente acomodada no topo deuma montanha 7o caminho, suas tias comentaram sobre a imensidão que eraa casa dos ancestrais de Lansing $ortanto, não havia como não esperar por nada menos do que um verdadeiro castelo, mas mesmo assim sua rea#ão aocolocar os olhos na propriedade foi de profunda admira#ão

*orres arredondadas U daquelas usadas para aprisionar as don)elasnos contos de fadas U despontavam em ambas as extremidades da imensamoradia Mas foram os arcos, ab"badas, colunas e paredes de pedra queconvenceram Meredith das origens arquitetNnicas g"ticas 7ão fosse a adi#ãorecente de &anelas francesas e sacadas em toda a extensão da fachada,;arford ell teria saltado, na certa, de um daqueles contos medievais de horror

que ;annah gostava tanto de lerMenos de vinte minutos ap"s sua chegada, Meredith se viu abrigada

num fabuloso quarto que lhe dava arrepios 7ão que todos os cNmodos por onde elas passaram não tivessem uma decora#ão de bom gosto U poistinham, + claro 7o entanto, aquela sute em particular era especial de umamaneira como nenhum outro era

Meredith estendeu sobre a cama o vestido que iria usar no &antar ecaminhou at+ a lareira, incomodada por não saber ao certo o porqu4 de sesentir tão atrada pelo aposento

*alve) fosse a delicada cole#ão de miniaturas de porcelana de evresque decorava o aparador da lareira $egou uma pequena pastora e examinou





todos os detalhes perfeitos antes de perceber uma cesta de frutas sobre umamesinha 0olocando a pastora sobre o tampo, ela apanhou uma ma#ãvermelha e brilhante e a mordeu !m seguida, se sentou na cadeira ao lado damesa e se pNs a observar cinco quadros que decoravam a parede acima do

console!stranho, pois em todos os demais cNmodos por onde tiveram o

privil+gio de passar havia um quadro enorme de algu+m Mas não naquelequarto Ali apenas uma cole#ão de paisagens

*alve) a estranha sensa#ão de conforto não fosse nada de mais, e asute fosse apenas aconchegante e mais nada

!nquanto divagava perdida em devaneios, saboreando a fruta doce,Meredith foi surpreendida pela porta que se abriu, dando passagem a Alexander

U $e#o-lhe perdão U 8 lorde parou assustado ao v4-la U 7ão sabiaque voc4 ficaria aqui

Meredith ficou de p+

U $or acaso me instalei no quarto errado/

U De maneira alguma !ntrei aqui por for#a do h'bito

8 olhar de Alexander se fixou então na pastora)inha &unto da cesta defrutas, e no mesmo instante se moveu na dire#ão da pe#a para apanh'-la ecoloc'-la de volta em seu devido lugar

U Agora est' perfeito

Meredith ficou sem &eito

U Lamento por t4-la tirado do lugar A est'tua + muito bonita, e nãoresisti T vontade de toc'-la U Ap"s um minuto de sil4ncio U W sua/

U ou tão previsvel assim/ U Alexander riu U Banhei a cole#ão deminha av", h' muito tempo U Aproximou-se da mesa e fe) um sinal paraMeredith se sentar U !ste quarto era meu Ainda + quando estou aqui

U 0+us( W claro, vou pedir que me arrumem outra acomoda#ão

U De maneira alguma 0onsidero este o quarto mais confort'vel, e

ficarei honrado que o use Alexander ia saindo, quando se voltou

U Mais uma ve), perdoe minha intromissão, Meredith !starei na suteao lado e algu+m perguntar o que eu fa)ia em seu quarto basta di)er quetenho um senso de dire#ão terrvel 8 que + a pura verdade $ode perguntar aqualquer pessoa daqui

A soleira, o lorde se curvou, educado, então se virou e deu de cara coma parede

U Viu o que eu quis di)er/ ! terrvel( U ! deixou o quarto Meredith deu

risada, apesar de ter percebido que tudo não passara de uma brincadeira Massobre uma coisa ele tinha ra)ão A sute era muito confort'vel, e de alguma

Projeto Reisoras P!"ina $$




maneira o fato de saber que pertencia a Alexander a fe) se sentir ainda maisem casa

Apesar de não admitir em vo) alta para ningu+m, Meredith ficaria tristequando seus motivos para estar ao lado de Lansing chegassem ao fim $oisestar na companhia dele vinha se tornando algo tão agrad'vel quanto estar naquele aposento

Mas era preciso não perder o foco de sua pesquisa ! agora que seencontrava em ;arford ell seria mais f'cil retomar suas experi4ncias

Abriu o caderninho de notas e se pNs a ler seus %ltimos apontamentosX elogo ficou claro que nenhum avan#o ocorrera, pois, no %ltimo encontro, elamesma acabara estragando tudo ao se insinuar para Alexander, que at+ entãoem nenhuma das oportunidades surgidas tirara proveito da situa#ão

eria aquilo uma estrat+gia/ er' que Lansing era tão esperto em suas

sedu#Zes a ponto de convencer as mulheres de que tudo acontecera por culpadelas, e não dele/

.ue ingenuidade( 0laro que tudo não passava de uma estrat+gia muitobem calculada pelo conquistador U e ela deixara tudo correr de acordo com osplanos dele em, mas não mais dali em diante

Agora que estava ciente da estrat+gia, o espertinho seria obrigado ausar de outros estratagemas de conquista, que resultariam num captulocompleto em seu guia astava manter a cabe#a no lugar

A porta tornou a se abrir, assustando tanto Meredith que seu caderninhocaiu no chão

U At+ que enfim a encontrei, srta Meredith U !ra Annie, sua dama decompanhia U *rouxe um ch' para abrir seu apetite antes do &antar 8h, ve&oque a senhorita &' separou o vestido para esta noite ! que "tima escolha overmelho !le valori)a suas formas e real#a a cor dos seus cabelos LordeLansing não conseguir' tirar os olhos da senhorita

U Acha mesmo/

8 coment'rio de Annie causou um certo furor em Meredith *inha umamissão, afinal, e ficar bonita era a chave do sucesso

U 8 que + isso/

Meredith olhou para baixo e hesitou ao ver Annie apanhando seucaderninho de notas, que cara com as p'ginas abertas !, para complicar ainda mais, a mo#a se pNs a ler

Meredith seguiu seu primeiro impulso de tirar das mãos da dama decompanhia o precioso caderninho, embora &' fosse tarde demais

U .ueira me desculpar, senhorita 7ão sabia que se tratava deanota#Zes pessoais $ensei que fosse um livro da casa

U Annie, desculpe-me ter sido tão brusca W que são meuspensamentos

U 0omo um di'rio/





U im Mais ou menos 7ada de importante

9m sorriso atrevido surgiu nos l'bios de Annie

U 0omo a senhorita quiser U 0om uma cortesia, a mo#a ia se

retirando quando parou e se voltou para sua patroa de novo U 8 que li mepareceu muito relevante

Annie tinha lido coisas que não deveriam ser reveladas a ningu+m ! operigo era a lngua solta da mo#a e as tias curiosas T espreita

U Annie/

A criada tornou a se virar

U im, senhorita/ $recisa de algo mais/

U 7ão, não " quero uma opinião sua

U 8ra A senhorita nunca pediu minha opinião, antes U orriu,contente U e houver algo em que eu possa a&udar

Meredith suspirou 7ão havia outra sada senão contar a verdade a Annie

U Vou lhe contar um grande segredo .ue não pode ser revelado aningu+m Voc4 entendeu/

Annie arregalou os olhos e fe) o sinal-da-cru) sobre o cora#ão,indicando que guardaria toda e qualquer confissão

U Yuro guardar segredo, srta Meredith " uma pergunta antes

U $ode fa)er Annie se aproximou e sussurrouG

U A senhorita quer ou não que suas tias escutem/ U !la disse numsussurro, apontando para a sacada U $orque as duas estão escondidas l'fora

Meredith fe) um esgar, contrariada

U $odem entrar, titias !u ia contar a Annie sobre meu plano

$or volta das on)e horas, enquanto todos &ogavam baralho, Meredithpercebeu que o conde de ;arford &' estava um tanto embriagado $or algumara)ão desconhecida, as culpadas da situa#ão eram suas queridas tias, quepassaram a noite muito dispostas a encher a ta#a do anfitrião assim que ovolume baixava

Meredith olhava desconfiada para Viola, que se mostrava agitada enervosa Letcia, por outro lado, mantinha seu ar &ovial, sem ingerir uma dosesequer de vinho ato que mais chamava a aten#ão de Meredith, pois as tiaseram grandes apreciadoras de uma boa bebida

;avia algo de estranho no ar

8 conde olhou por cima das cartas e, com seu olhar tortuoso, encarouMeredith

Projeto Reisoras P!"ina $%




U A senhorita + muito bonita Agora entendo por que Alexander a trouxepara ;arford ell U !le fitou o filho U ico feli) em ver que voc4 aceitou meuconselho, Alex

As tias se entreolharam, em sil4ncio, antes de baixar os olhos para ascartas outra ve) Apesar de tentarem disfar#ar, era imprevisvel deixar de notar a atmosfera de cumplicidade entre as duas

U $ai, a srta Merriweather veio comprar um cavalo Apenas isso

8 conde achou gra#a

U 7ão duvido U 9ma piscada U .uis ver como o garanhão secomporta em seu %ltimo est'bulo, não + mesmo, senhorita

Meredith sentiu o calor subindo pelo rosto, e no mesmo momentoapanhou sua ta#a, que estava va)ia

U .uerida, deixe que eu apanho outra para voc4 U Leticia se dirigiu a Alexander, cu&a expressão demonstrava ainda mais desconforto que a deMeredith U ! um conhaque para o senhor tamb+m, lorde Lansing

Alexander olhou ao redor e, como não havia nenhum criado paraatender, ele ficou em p+

U $ermita que eu o fa#a, senhora

U 7ão, senhor U Viola tamb+m se ergueu U Letcia gosta de servir aspessoas

U em, venha me a&udar então, minha irmã

As duas se afastaram, e Meredith podia escutar seus sussurrosabafados $or+m, por estarem de costas para os demais, não era possvelentender o que di)iam Decerto arquitetavam algo

.uando Viola e Letcia retornaram para a mesa de carteado, tra)iamdrinques para todos

U !ste + o seu, querida U Letcia estendeu uma ta#a de licor para asobrinha

Ao mesmo tempo Viola entregava um copo a Alexander, mas o conde foimais r'pido e apanhou para si a bebida do filho Alexander ficou de p+,

sorrindoU 7ão tem problema $ode beber meu, pai $repararei outro para mim

8 sedento conde murmurou algo incompreensvel e emborcou todo oconhaque de uma s" ve)

uspirando, Viola fitou o teto

U Acho que ele &' bebeu muito al+m da conta, Letcia 8 que devemosfa)er/

U As senhoras não precisam se preocupar U Alexander as avisou, U8 lacaio cuidar' dele

Letcia tomou a mão de Alexander e o guiou de volta para o assento

Projeto Reisoras P!"ina $&




U $or favor, lorde Lansing, permita que eu prepare outro conhaque parao senhor

Meredith lan#ou um olhar significativo para Alexander e tomou um golede seu licor Mas, assim que engoliu a bebida, seus l'bios ficaram tr4mulos, ede uma maneira muito estranha

Mais um gole, e aquele pareceu ser o melhor licor do mundo " podiaser franc4s

A estranha sensa#ão se intensificava, e Alexander notou

U Algo errado com a bebida, srta Merriweather/

U 8h, não( !st' muito boa U Ao falar, Meredith sentiu o rosto dormentetamb+m

U Meu pai costuma comprar sempre do melhor

9m gemido chamou a aten#ão de Meredith para o conde, que estalavaos l'bios dormindo

U em, eu ia exatamente comentar que o licor + o mais doce que &'provei !

Antes que Meredith pronunciasse alguma outra frase, Alexander apanhou sua ta#a e experimentou 8 lquido desli)ou, suave, em sua boca

U A senhorita tem ra)ão *em um sabor muito bom de am4ndoa, não+/ U 8utro gole

U eus l'bios estão dormentes, tamb+m, milorde/

Alexander fe) que não

U eba mais um pouco, então

8 lorde a obedeceu ! então experimentou o estranho efeito Mas o licor era irresistvel, e Alexander o sorveu at+ a %ltima gota

A cabe#a de Meredith rodava, e ela sabia que se não fosse logo para acama as coisas poderiam se complicar, e em pouco tempo

U $erdoe-me, milorde 7ão sei o que houve, mas, de repente, fiqueimuito cansada

Meredith olhou para as tias, que a observavam, atentasU !u a acompanho, querida U Viola a&udou-a ir para o quarto, pois as

pernas da &ovem dama estavam pesadas, dificultando seus passos

Alexander, em seu assento, ria, mordiscando o l'bio inferior A situa#ãodele não era muito melhor

8 rudo forte despertou Meredith de seu sono profundo 9ma sombraenorme adentrava seu quarto, causando-lhe medo Assustada, abriu a bocapara gritar, mas o som não veio 7ada

" podia ser um sonho, claro

A sombra, no entanto, se aproximava e foi aumentando T medida quechegava mais perto da cama Meio tonta, Meredith cobriu a cabe#a, deixando

Projeto Reisoras P!"ina $'




apenas uma fresta para espiar

aenas um sonho 9m sonho ridEculo, di)ia seu subconsciente aomesmo tempo que seu cora#ão disparava e o ar ia ficando rarefeito esufocante

.uando então a coberta se mexeu e algu+m deitou a seu lado

Deus' a coisa est% em meu leito; 8 sangue pulsava forte em suas veias,e suas pernas tremiam aenas um sonho; S0 um sonho;

9ma mão masculina tocou seu rosto, com gentile)a, causando um alviomoment6neo

>sere >sse to&ue 4 conhecido A ess*ncia masculina francesa'tamb4m

8 cora#ão se acalmou e as pernas se aquietaram em baixo do cobertor

quando Meredith se deu conta de quem tinha se deitado a seu lado em seusonho

U .uerida( U Veio um sussurro rouco

Ale#ander;

CA*+TUO -

Ap"s algumas tentativas frustradas de di)er algo que terminaram em

pequenos sussurros, Meredith enfim recuperou a vo)G

U !st' na cama errada, Alexander aia daqui(

!xausta e ainda sob o efeito da bebida, tentou empurr'-lo, mas a %nicacoisa que conseguiu foi cair em cima do lorde $ortanto, s" lhe restou ficar ali,cutucando as costelas de Alexander com o dedo indicador para ver se o

cavalheiro ia emboraU .ueira me desculpar se minha companhia a incomoda, Meredith Mas

saiba que não vou sair daqui

U Mas voc4 precisa( ! se algu+m o encontrar aqui/ Minhas tias estãono quarto da frente eus aposentos ficam ao lado Vamos, eu o a&udarei apassar pela sacada sem que se&amos vistos

U e voc4 quiser, pode sair, mas eu mal consigo me mover Acredite, s"não a deixo em pa) porque minhas pernas não se movem e meus olhosinsistem em permanecer fechados

Alexander passou o bra#o por cima do corpo de Meredith para descal#ar suas botas 9ma de cada ve), com muita dificuldade





U Maldito licor( 7unca senti nada assim Devo ter sido U sentia que alngua estava grossa U envenenado

U 0reio que minha tia colocou algo no licor U As p'lpebras de Meredithtamb+m estavam pesadas U 7o copo de seu pai tamb+m

7a aus4ncia de uma resposta, ela se calou e ouviu apenas o sil4ncio danoite A respira#ão de Alexander tornou-se lenta e profunda quando eleadormeceu, e o calor de sua pele a aquecia, fa)endo-a recuperar o sonopesado que havia sido interrompido

Daquela ve) não se tratava de um pesadelo Aquele era um sonho feli),tranq[ilo

Meredith estava deitada numa colina de rumle2 0ourt, olhando para asnuvens branquinhas no c+u muito a)ul quando de repente sentiu um perfumeconhecido, e ao se virar deparou com Alexander diante dela, bloqueando a

luminosidade do sol!le deu um sorriso e em ve) de responder com suas provoca#Zes de

costume, o gentil cavalheiro se aproximou, e com uma das mãos a enla#ou,tra)endo-a para perto

9m forte calor despertou seus sentidos, e uma coragem U ou talve)fosse atrevimento U tomou conta de Meredith em pensar em nada, puxou-opara o gramado, e em seguida Alexander deitou-se sobre ela e pNs-se a bei&'-la

! o bei&o dava va)ão a todos os dese&os reprimidos desde que MeredithpNs os olhos no lorde pela primeira ve)

Aquilo era um sonho, uma fantasia sensual em que ela estava nocomando Ali não existia certo nem errado 7ão havia regras sociais Apenasdese&o e paixão

Alexander a bei&ava com uma intensidade fabulosa ! ao sentir a lnguadesli)ando em sua boca, sem barreiras, Meredith estremeceu e sentiu que logoaceitaria de bom grado que ele a possusse completamente

! de alguma maneira, sabia muito bem que o lorde tinha plenaconsci4ncia disso 7o momento seguinte, uma brisa os alcan#ou, e Meredithdescobriu que seus seios estavam expostos " então veio a no#ão de estar

nua Mais que depressa, a boca de Alexander desceu para um mamilo, e suamão acariciava o outro, arrancando-lhe gemidos suaves

8s l'bios de Alexander tra#avam uma linha de bei&os de um lado para ooutro, alternando caricias em cada um dos seios, deixando-a tr4mula devol%pia

*udo estava sendo diferente de sua primeira ve), quando seu noivo,para comemorar o noivado, levou-a para a cama Agora, não havia medo, culpae nem dor

Apenas dese&o

Alexander de repente segurou o rosto de Meredith com as duas mãosua cabe#a girava de tal modo que ele não fa)ia a mnima id+ia de como viera





parar ali ao lado de sua querida Meredith

Mas isso tamb+m não importava 8 importante era que ela se achavaem seus bra#os, e a maneira como correspondia a seus avan#os oenlouquecia *inha de fit'-la Apenas os olhos a)uis lhe diriam se ele estavasendo correspondido ou não

7esse instante, as mãos delicadas de Meredith desli)aram por suascostas, e Alexander sentiu sua camisa de linho sendo puxada para fora dacal#a !m seguida, dedos macios tocavam sua pele, provocando-o emmovimentos circulares

U *ire isto U ela sussurrou U .uero tocar voc4 por inteiro 8s bra#osestavam pesados, mas nem isso o impediu de terminar de despir a camisaua a#ão seguinte foi afastar as pernas de Meredith e se a&eitar entre elas !,ao se apoiar nos cotovelos, teve a oportunidade de fit'-la

$or+m, na penumbra matinal, apenas uma profusão de cachos ruivos sedestacava sobre os len#"is de linho branco, mas um suspiro satisfeito e suavefoi mais que uma resposta

7ão havia nenhuma d%vida Meredith tamb+m o queria 8 corpo macio edelgado sob o seu estava pronto e esperando

U Alex, venha

!ntretanto, em ve) de atender ao chamado, as palavras serviram paratra)4-lo T ra)ão

U .uerida, n"s não deveramos

U !stamos so)inhos $or favor( 7ão vamos pensar em nada UMeredith ergueu os bra#os e o trouxe para baixo

Alexander sentiu os seios macios, e o devasso lorde que estava oculto,despertou ! isso indicava que não haveria mais retorno

U Venha U Meredith, sedutora, insistia, sem parar um segundo deacarici'-lo

! T medida que a mão delicada desli)ava livre por seu corpo, Alexander ficava cada ve) mais perdido em sensa#Zes, incapa) de não obedecer aopedido

Meredith o fitou na agita#ão de seu sonho quando foi tocada entre aspernas, em sua parte mais ntima 7o entanto, sua necessidade era de mais,muito mais do que aquilo

U Alex, por favor(

0om todo o carinho, ele apoiou as mãos ao lado dos quadris dela ! nalu) fraca ainda foi possvel ver seus olhos se fechando por uma fra#ão desegundo .uando tornou a abri-los, sua inten#ão estava clara

Meredith se preparou então para a dor que viria quando ele enfim apenetrasse Mas não houve dor alguma ! isso foi uma agrad'vel surpresa

Alexander parou por um momento 9ma expressão estranha brilhou emseus olhos ao observ'-la !ntão, come#ou a se mover, bem devagar a





princpioX e logo mais r'pido, cada ve) mais r'pido

Meredith se arqueou, os seios apontando para o alto 8ferecendo osquadris, buscava facilitar o acesso para ele ! sem demora os dois se moviamcomo se fossem um s", e ela o trouxe para mais perto

Mas Alex resistiu

8 homem era experiente e cheio de surpresas .uando Meredith se deuconta, suas partes ntimas estavam sendo tocadas com carcias ritmadas que aestavam levando T loucura

! quando deu por si, os dois &a)iam deitados lado a lado, como se umatempestade tivesse acabado de abat4-los

U Meu Deus( rta Meredith, o que a senhorita fe)/

Meredith acordou, assustada, e avistou Annie, sua dama de companhia,parada aos p+s da cama com as mãos na boca e uma expressão horrori)adaestampada no rosto

U Yesus, tenha piedade( *emos de tir'-lo daqui antes que suas tiasacordem U A mo#a deu meia-volta para trancar a porta do quarto U Csto nãodeveria ter acontecido .ue confusão(

U Annie, acalme-se Do que est' falando/

U Acho que ela se refere a mim U a vo) de Alexander soou Meredithtentou se virar, e então esbarrou em algo " então tomou consci4ncia do

homem musculoso que se aconchegava a ela !, para piorar, os dois estavamtotalmente nus

U Alexander( U Meredith se esquivou dos bra#os dele e puxou o len#olat+ o pesco#o U 8 que est' fa)endo em meu leito/(

!nquanto Annie apanhava um penhoar para impor um pouco dedec4ncia T situa#ão, Meredith olhou para o lado de novo, e Lansing sorriu,sonolento, em resposta .uando se apoiou num cotovelo, deixou que o len#oldesli)asse, expondo seu t"rax musculoso

9ma tatuagem escura de imediato chamou a aten#ão do olhar atento deMeredith

U 8 que + isso/ U 0uriosa, ela tocou o estranho desenho

U Ah, isto/ U Alex fitou para a tatuagem U W a marca do cafa&esteXvoc4 não conhecia/ *odos n"s a temos 7o entanto, como me redimi, pretendoremov4-la, mas não sei como fa)4-lo

A princpio, Meredith acreditou, pois nunca tinha visto um cafa&este nu Tlu) do dia *odavia, mais um dos sorrisos marotos mostrou que tudo nãopassava de provoca#ão

! de repente, Alexander se aproximou e bei&ou-lhe o ombro, causando-lhe um arrepio de lascvia

U $are com isso( U Meredith tentou espantar a sensa#ão U !ssa +





uma atitude indecente

U Mesmo, querida/ 7a noite passada voc4 não parecia estar tãopreocupada com o recato

U 8 que est' insinuando, Alexander/U Meredith, como pode não se lembrar do que houve/ 8 que tivemos

foi algo inesquecvel

U 7ão tenho a menor id+ia do que est' di)endo U !ntão imagenser"ticas come#aram a passar por sua mente U Alex, diga que tudo nãopassou de um sonho 7"s não

Mas a resposta foi apenas o sil4ncio

U $or favor, diga algo, Alex(

!le respirou fundo e a encarou

U 0ase-se comigo

U $or caridade, fale s+rio

U !stou falando 0ase-se comigo

Meredith o encarava, esperando ver o costumeiro riso brincalhão, masnão houve nenhum $elo contr'rio, tudo o que via era uma grande confian#a eob&etividadeX um prop"sito certo ! naquele instante ficou claro que Alexander estava sendo sincero

8 lorde tomou-lhe a mão e a bei&ou, muito delicado

U Admito que não a convidei para vir at+ ;arford ell s" por causa docavalo !u queria que meu pai a conhecesse, e tamb+m poder passar maistempo em sua companhia, para caminharmos &untos e conversar por horas afio Dese&ava a liberdade que cavalheiros e damas solteiras não t4m emLondres 7ão plane&ei o que aconteceu entre n"s, Meredith Dou-lhe minhapalavra de que não, apesar de não me arrepender 7unca me arrependereiVoc4 significa tudo para mim 0ase-se comigo Diga que me aceita

Annie se aproximou da cama, com discri#ão, e estendeu o penhoar paraMeredith, que ainda hesitou antes de se mover e apanhar a vestimenta

U $osso conseguir uma licen#a especial, e nos casaremos em um dia

ou dois, no m'ximo 8 que me di)/Meredith deu-lhe as costas para se levantar

U 7ão posso me casar com voc4(

U em, acho que não tem escolha, meu an&o Acabei de arruinar suareputa#ão

U Acha mesmo/ U Meredith sorriu de leve U Voc4 não me deflorou,lorde Lansing

U ou obrigado a discordar U !le se sentou

U Alex U Meredith se virou U Deixei de ser virgem h' uns dois anosU 8 que disse/( U Alexander piscou, confuso U 7ão, eu ouvi W que





!le parecia buscar as palavras certas, mas elas não vinham

U $ensei que tivesse notado, Alex

U !u sabia sobre $omero2 mas não

U ui abandonada no altar 9m cafa&este me passou para tr's UMeredith sentiu um tremor U 7ão fosse pela influ4ncia de minhas tias e pelafortuna delas, decerto eu não seria mais aceita na sociedade

Meredith se afastou alguns passos do leito, tentando conter as l'grimas7ão, não iria chorar na frente dele Yamais

U 7ão entende, Meredith/ 7ão me importo com seu passado " meimporto com voc4 0ase-se comigo

8rgulhosa e certa de que não queria a piedade de Lansing, Meredith senegava a fit'-lo

U Y' confessei que não era mais virgem Voc4 não tem nenhumaobriga#ão para comigo Agora, por favor, v' embora

U Crei para o quarto ao lado quando voc4 me disser por que não quer aceitar meu pedido, mesmo depois de tudo que houve entre n"s

Aquilo s" serviu para confundi-la ainda mais Afinal, depois de se deitar com metade das mulheres de Londres, por que lorde Lansing ainda queria secasar com ela/

U $or causa de 0hillton

U !st' me di)endo que o ama/ U Alexander riu debochado U

.uerida, eu a conhe#o Voc4 não o ama mais do que eu amoU 8 que ia di)er, Alexander/ .ue meu amor por ele + igual ao seu por

mim/

U 7ão U Alexander baixou a cabe#a U 7ão quis di)er isso

U Mas disse 9m cafa&este nunca entrega seu cora#ão $ortanto, por favor, não precisa fingir mais nada

A ma#aneta girou, chamando a aten#ão de Meredith e Annie

U Meredith/ U Leticia a chamava do lado de fora U Abra, minha

queridaMeredith se voltou para Alexander, e com o olhar implorou que ele se

fosse

0om um aceno de cabe#a, Alexander deixou a cama e recolheu asroupas e as botas, que estavam todas espalhadas Ato contnuo, saiu nu pelasacada, deixando uma brisa fria entrar no ambiente quando escancarou a portaem estilo franc4s

U Minha nossa( U A exclama#ão chocada de Viola ecoou da sacadapara dentro da sute U Lorde Lansing(

Meredith correu at+ a vidra#a e viu Alexander parado no meio dasacada, as roupas tapando suas partes baixas, mirando, aturdido, uma p'lidatia Viola





U Desculpe-me, milad2 ui dar um mergulho no lago e estou voltandoagora

Viola pNs as mãos na cintura

U W mesmo/ !ngra#ado, pois me parece que o senhor estava saindodo quarto de Meredith

Alexander sorriu

U 7ão, não !u saa de meu quarto

em querer se complicar ainda mais com explica#Zes confusas, Alexander, apressado, abriu as portas de seus aposentos

U *enha um bom dia, milad2

Viola foi para o quarto da sobrinha, e sem demora destrancou a portaque dava para o corredor, permitindo que a irmã entrasse tamb+m

A dupla se sentou, calada, nos p+s do leito de Meredith

U !ntão, mocinha/ U Leticia arqueou uma sobrancelha U A senhoritatem algo para nos contar/

Meredith engoliu em seco ! então, para seu mais absoluto espanto, viusua tia Viola sorrindo

U 8 que minha irmã quer saber + se voc4s escolheram a data docasamento

U Annie, por favor, me a&ude com minhas roupas U Meredith cru)ou o

quarto at+ o aparador, que tinha uma bacia e um &arro com 'gua Ap"s despe&ar um pouco do lquido refrescante na bela pe#a de

porcelana, ela lavou o rosto, tr4mula com a fria temperatura da 'gua e com adelicada situa#ão

U 7ão seria melhor tomar um banho/ U Letcia sugeriu Meredith olhoupor cima do ombro para as duas senhoras, que continuavam sentadas, lado alado, na beirada do colchão, observando-a

U Depois da noite que voc4 teve U Letcia continuou, com um sorrisosonhador

Meredith fe) uma caretaU 7ão tenho tempo suficiente $recisamos partir agora mesmo U

Meredith se virou para a dama de companhia, que estava com um p+ nasacada e o outro dentro da sute, espiando na dire#ão da porta de lordeLansing U Annie( Venha logo para c', por favor

Annie tornou a entrar, com um suspiro desapontado, e fechou a portaque dava para o balcão

U !u s" estava tentando ver melhor a marca do cafa&este U " entãopercebeu o olhar )angado de Meredith U $ara minha pr"pria seguran#a,sabe/ Agora posso reconhecer um homem desses assim que vir a tatuagem

U $or favor, Annie, apenas guarde todas as minhas roupas 7ão queroficar aqui nem mais um minuto





As tias deixaram escapar alguns risinhos, que enfureceram Meredithainda mais

U 7ão adianta disfar#ar, sei muito bem que as senhoras colocaram algono licor $ortanto, toda essa confusão aconteceu por culpa de voc4s duas(

U ! o que foi que aconteceu, querida/ U Viola perguntou, fingindo amais c6ndida inoc4ncia

U A senhora sabe, titia( U !m seguida, Meredith abaixou o volume desua vo)X U 7"s dividimos a cama :ealmente dividimos

U .uando voc4 di) “dividimos” est' querendo di)er que os doiscompartilharam momentos ntimos/ U Agora foi a ve) de Leticia

Annie fingia se ocupar com a arruma#ão das malas, apesar de ser "bvioque escutava a conversa com muito interesse Meredith lan#ou um olhar nadire#ão da criada que foi mais que um aviso de que não queria coment'rios

U As senhoras sabem muito bem o que houve ! tudo por causa do licor e do que as duas colocaram nele 8 que foi, afinal/ Algum tipo de afrodisacochin4s de seu farmac4utico predileto/

Viola meneava a cabe#a, freneticamente

U Csso mesmo, foi ele quem nos deu o p" milagroso(

U !u sabia( U Meredith vestiu o tra&e que Annie lhe estendia

U Mas não se tratava de um afrodisaco, e sim de um sonfero

Meredith não podia acreditar no que acabara de ouvir

U 8 que quer di)er, tia Letcia/

U Minha querida, se voc4 e o &ovem lorde sentiram o incontrol'veldese&o de fa)er amor, não foi por culpa do efeito do po)inho Csso veio dedentro de voc4s dois

Manchas vermelhas queimavam nas faces de Meredith

U !st' me di)endo que me deitei com lorde Lansing por vontadepr"pria/ $ois se for isso, s" pode estar louca(

Leticia deu risada

U !ntão pode nos mandar para um manicNmio, meu amor, pois o %nicoafrodisaco em a#ão esta noite estava em voc4 mesma

U 7esse caso, por que as senhoras colocaram o po)inho em nossasbebidas/ 7ão fa) o menor sentido

U $ara que voc4s dois acabassem no leito, &untos, tão sonolentos quenem ao menos conseguissem se mover, e assim teriam de se casar $enseique isso tivesse ficado evidente U Annie levou a mão T boca U Desculpe-me, srta Meredith 7ão era minha inten#ão me intrometer

U *udo bem, Annie, não tem problema U Meredith cru)ou os bra#os e

encarou as tias U 8brigada por ter sido honesta, pois + "bvio para mim queminhas tias não teriam nenhum problema em esconder a verdade





Aproximou-se da cama

U DigamG + verdade o que Annie acabou de falar/ As senhoras queriamme for#ar a casar com lorde Lansing/

As duas irmãs fi)eram que sim ao mesmo tempo, sem o menor constrangimento

U Mas por qu4/( U Meredith se pNs a andar de um lado para o outro U$or que iriam querer que eu me casasse com lorde Lansing quando estouquase noiva de 0hillton/

U ! por que com 0hillton, minha crian#a/ U Viola se ergueu e pousou amão no ombro da sobrinha

Meredith a olhou, de cenho fran)ido

U 0onhece muito bem o motivo, titia ou uma mo#a deflorada( .uando

$omero2 me deixou, meu destino foi selado 7ão fosse pelas senhoras, eu nãopassaria de uma solteirona levando a vida cabisbaixa, e recolhida a minhavergonha

Viola se apiedou da sobrinha

U Voc4 não tem do que se envergonhar, amor)inho *udo o que fe) foiseguir seu cora#ão

U Bostaria que a sociedade pensasse como a senhora, tia, mas ambassabemos que não + assim 0hillton, contudo, pode me salvar !le não seimporta de eu ter sido abandonada por $omero2 7a verdade, at+ mesmo serecusa a discutir o assunto 7ossa união ser' vanta&osa para ambas as partes$oderei andar de cabe#a erguida novamente, e 0hillton ganhar' boasconexZes para os neg"cios

U ! quanto a Lansing/ U Viola olhava, pensativa, para Meredith U !lenão pode salvar sua reputa#ão tamb+m/

U $oderia Mas para ser um conde de respeito Alexander tem de secasar com uma mulher de respeito, o que não + meu caso A senhora pensaque não ou#o os coment'rios das pessoas/ Meu passado apenasenvergonharia Lansing U !la conteve uma l'grima U Crei me casar com0hillton, e est' decidido

Letcia foi ao encontro da sobrinha, tamb+mU Voc4 pode ter se decidido por 0hillton, mas seu cora#ão, não

U 8 que a senhora quer di)er/

Viola respondeu pela irmãG

U 7ão se deu conta ainda de que est' apaixonada por Lansing, minhalinda/

Meredith ficou boquiaberta

U !le + um cafa&este incur'vel, um devasso(

U *em certe)a/ Voc4 tem observado, testado o homem Acredita deverdade que Alexander + tão despre)vel assim/





Meredith ponderou a respeito durante alguns minutos, mas no fundosabia que se abrisse seu caderninho de notas e relesse p'gina por p'ginanunca encontraria provas concretas para suas afirma#Zes

er' que as tias estavam certas/

Alexander podia at+ ser indigno de confian#a ou cruel com as mulheres,mas ele a sedu)ira Apesar de a sedu#ão de alguma maneira ter sido m%tua,analisando melhor

em, mas isso não tinha relev6ncia alguma !le era um safardana deprimeira categoria, e ningu+m deve se apaixonar por um su&eito assim

7unca

$or que as tias não entendiam/(

As irmãs eatherton protestaram e protelaram o quanto foi possvel para

carregar a carruagem, tentando adiar o retorno para Londres At+ o momento de entrar no veculo, as duas ainda tentavam fa)er a

sobrinha mudar de id+ia

U rta Merriweather(

Ao som da vo) masculina a cham'-la, Meredith olhou por cima doombro, na dire#ão da mansão !ra Alexander, gritando de uma &anela do andar superior *udo o que ela quisera, at+ aquele momento, era sair sem ser notada

As tr4s haviam deixado uma carta de agradecimento para o anfitrião,que ainda não deixara seus aposentos Deixaram tamb+m um bilhete r'pido

com $rimeiro, o fiel criado de Alexander, com ordens precisas de s" ser entregue depois de sua partida

As instru#Zes, pelo visto, tinham sido ignoradas, pois l' estava Alexander, chamando por ela

Assim, Meredith fe) a %nica coisa que poderia fa)erG ignorou-o

U Vamos tia, depressa uba logo nessa carruagem

Leticia tinha se abaixado para apanhar algo que cara no chão doveculo, e naquele instante seus quadris avanta&ados bloqueavam a entrada

Meredith resmungou, lutando contra a imensa vontade de empurrar a tia

para dentro e dar ordem de partida ao cocheiroU Viola, não consigo pegar minha bolsinha U Leticia reclamava U !st'

embaixo do banco Voc4 pode apanh'-la para mim/

U !u pego, tia U Meredith tornou a olhar para tr's, mas Alexander nãoestava mais na &anela U ente-se logo, titia Acho que lorde Lansing vemdescendo

Leticia se endireitou e se virou para fitar a casa

U 7ão, acho que não + o &ovem lorde que vem vindo

U 8 qu4/ U Meredith girou nos calcanhares e deparou com o condevindo na dire#ão delas





8 senhor usava um chambre de seda e cal#ava chinelos indianos,bordados de dourado .uando as alcan#ou &' estava quase sem fNlego

U 0onsegui( $ensei que não daria tempo U *omou ar, antes decontinuarG U !u seria um p+ssimo anfitrião, não seria/

.uando Leticia descia de volta os degraus, a carruagem oscilou emseus eixos, como se &' estivessem passando pelos buracos da estrada

U $erdoe-nos, milorde, por tentarmos partir sem di)er adeus

U !st' tudo bem/ U 8 conde se aproximou para tomar a mão deLeticia U 7"s as ofendemos de alguma maneira/ $or favor, diga

U 7ão, não, não( 0+us, o senhor e seu filho foram maravilhosos

Meredith permaneceu calada, furiosa com a conversinha que a tiainsistia em estender com o conde

U 7esse caso, por que a pressa/Leticia apontou para o veculo

U 8 senhor pode ver por si mesmo

A princpio o conde não parecia inclinado a fa)er o que a senhorasugerira, por isso Leticia deu-lhe um empurrão)inho .uando o conde pNs acabe#a para dentro da carruagem, Meredith viu os olhos arregalados de Viola eo momento exato em que ela se largou dramaticamente no banco

8 lorde levou um susto, e Leticia adicionouG

U 0omo o senhor pode ver, minha irmã não est' passando bem8 conde soltou a mão de Leticia e se afastou, ainda assustado

U 8 que houve com ela/

U Cnfeli)mente não sabemos U Leticia puxou-o pelo bra#o

U *alve) se milorde desse uma olhadinha mais de perto

U !u/ 0omo eu poderia saber o que ela tem/ U 8 senhor deu maisalguns passos para tr's U A senhora acha que isso + contagioso/

Tia $eticia 4 mesmo muito eserta' Meredith pensou =rincando com ostemores do conde; 7a certa ele não iria mais se opor que partissem

U *ia, + melhor nos apressarmos U Meredith a&udou Leticia a entrar U$recisamos levar tia Viola ao m+dico o quanto antes U Virou-se para o condeU om dia, milorde

Assim que as quatro se a&eitaram, o cocheiro fechou a porta oi noinstante exato em que Lansing chegou

U rta Merriweather U Alexander tentou cham'-la, mas Meredithfa)ia um sinal para o cocheiro tocar adiante

Ao estalo do chicote no ar, a parelha saiu a galope Alexander aindacorreu ao lado da &anela, gritandoG

U Meredith, e o cavalo/ Voc4 não viu os cavalos(

Projeto Reisoras P!"ina %(




Meredith pNs a cabe#a para fora da &anela, enquanto Alexander ficavapara tr's, e acenou

U Darei um &eito, lorde Lansing 0omo sempre

Meredith, sentada na biblioteca de suas queridas tias, tentava seconcentrar na lista de convidados que fora encarregada de fa)er para opr"ximo sarau musical que Leticia e Viola iriam promover Mas a longa lista denomes que enchiam duas p'ginas parecia ilegvel, pois seus olhos percorriamo papel sem se dar conta do que liam

$elo menos &' era quarta-feira 8 fatdico dia que 0hillton tinha marcadouma visita a suas tias U e que estava acontecendo naquele exato momento

$ara Meredith não foi nenhuma surpresa que o encontro, marcado haviasemanas, não tivesse sido cancelado mesmo depois do incidente na*attersalls 0hillton era um homem de palavra, e se dissera que viria, viria

Meredith deixara a porta entreaberta, esperando captar pelo menosparte da importante conversa dos tr4s

Ap"s uma longa espera que pareceu durar por toda uma eternidade,enfim um rudo distante anunciou que o assunto estava encerrado, 0hillton,Viola e Leticia se aproximaram do vestbulo

Meredith foi ao encontro deles, e em busca de pistas, olhou para LeticiaMas não achou nenhum indcio no semblante da idosa senhora, nem no deViola, que condu)ia 0hillton para a sada com uma expressão neutra

0hillton fe) uma pausa quando viu Meredith e estendeu-lhe a mão

U W bom v4-la, senhorita !spero que tenha um bom dia

Meredith recebeu com desconfian#a a indiferen#a de todos

U im, obrigada, sr 0hillton Dese&o o mesmo para o senhor

8 que significava aquilo/ Algumas palavras va)ias e ele &' estavapartindo/

U 8brigado pela am'vel considera#ão para com minha irmã, senhoras

Leticia agraciou o &ovem com um de seus melhores sorrisos

U 7ão h' por que, sr 0hillton 7"s adoramos a doce ;annah

!ntão, com uma rever4ncia apenas, 0hillton se foi .uando !dgar fechou a porta, as irmãs eatherton se viraram em sil4ncio e desapareceramna dire#ão da sala de estar

U *ias( U Meredith correu atr's delas U As senhoras não vão mecontar sobre o que falaram com ele/

U .uerida, 0hillton não pediu sua mão, se era isso que queria saber 7averdade, nem falamos sobre voc4 into muito U Viola tomou a %ltima gota dech' que restava em sua xcara

Meredith encarou Letcia, tentando se controlar

Projeto Reisoras P!"ina %1




U Muito bem e não fui o t"pico da conversa#ão, o que foi então/

Letcia a fitou com um demorado olhar antes de falarG

U alamos sobre ;annah

U 0hillton veio conversar sobre a irmã/U im, querida, me parece que ele est' considerando seriamente a

id+ia de passar tr4s anos na ndia !le partir' no final de &ulho

U Fndia/( Mas ele nunca me contou nada a respeito U 8 cora#ão deMeredith batia disparado, ao ver a chance de se casar com 0hillton escapandode suas mãos

U 7"s tamb+m ficamos surpresas com a novidade, e mais aindaquando ele nos pediu que cuid'ssemos de ;annah e encontr'ssemos ummarido para ela

U !le pediu para as senhoras cuidarem de ;annah e não falou nada dese casar comigo/(

U Csso mostra uma certa falta de modos U Leticia olhou para a irmã,que concordou com um aceno de cabe#a

Meredith caminhou para a &anela e, indignada, se virou para encarar astias

U As senhoras acham que o incidente ocorrido na *attersalls foi tãograve a ponto de destruir minhas chances de casar/

U .uerida, se foi isso, então 0hillton nunca foi o homem certo para

voc4 U Viola ainda completouG U *alve) deva olhar para Lansing com outrosolhos

Meredith hesitou

U De forma alguma( !u estava muito perto de me casar com 0hillton7ão posso acreditar que o perdi( U Cmpaciente, come#ou a andar de um ladopara o outro U 7ão desistirei Ainda me casarei com 0hillton !sperem everão(

entada nas sombras, no alto da escadaria, Meredith, de queixo apoiado

nos &oelhos, olhava para seu caderninho de anota#Zes Ap"s um longo suspiro,s" lhe restou descer para o sarau

$or que as tias não cancelaram o evento mesmo depois que souberamque não haveria o que comemorar/ *eria sido bem mais f'cil para todos

0ontudo, por uma ra)ão conhecida apenas pelas duas irmãs, o sarau foimantido conforme o plane&ado

As suspeitas de Meredith come#aram a crescer no come#o da noite,quando, durante o &antar, todas saboreavam um "timo rosbife e uma deliciosatorta de sobremesa As tias, que deveriam estar falando muito excitadas sobre

o sarau, mantiveram-se muito quietas, comunicando-se mais com olhares doque com palavras

Projeto Reisoras P!"ina %#




U Meredith/ W voc4 que est' sentada a no escuro/

Meredith olhou para o vulto aos p+s da escadaria e, decepcionada, viuque se tratava de sua amiga de inf6ncia, eth Augustine

eth nunca fora exatamente uma amiga, na verdade As duas estudaram &untas, e eth &amais perdera a chance de humilhar e atormentar Meredith Ara)ão, contudo, sempre fora e continuava a ser um mist+rio

U $or que est' escondia a, como uma crian#a/ 8 sarau &' vai come#arDes#a e venha se &untar a n"s como uma menina crescida

9m casal que tinha acabado de entregar os casacos ao lacaiocumprimentou eth e Meredith, que de repente se sentiu ridcula

U Voc4 vai descer ou não, Meredith/ rancamente, o que est' fa)endoa/

Meredith ficou de p+ e, pensando r'pido, escondeu o caderninhoembaixo do bra#o e desceu

U Deixei cair um brinco e estava T procura dele

Ao passar pela amiga, Meredith guardou, com um gesto discreto, ocaderninho na gaveta do aparador do vestbulo, onde ficaria a salvo de olharescuriosos

U 0omo vai o beb4, eth/ U !la encarou as olheiras da amiga, sempiedade U $elo visto, ele não tem a deixado dormir muito, ultimamente

eth sorriu, sem &eito, mas deu seu trocoG

U 7ão + o beb4 que tem me mantido acordada a noite toda U 9mapiscadela completou a insinua#ão U Ah, me esqueci de que voc4 ainda não secasou, portanto não deve saber do que estou falando

Meredith &' deveria ter suspeitado que não seria f'cil cru)ar espadascom uma mestra

U !, &' que tocamos no assunto, eu estava esperando um convite paraseu casamento com aquele comerciante, o sr 0hillton 7ão + esse o nomedele/ $ois +, mas ouvi di)er que o noivado não vai acontecer

Dor, raiva e humilha#ão cresceram dentro de Meredith :espirou fundo

tentando se acalmar, mas não funcionou 7ada funcionariaU .uer mesmo saber, eth/ em, eu vou lhe contar, então 8 sr

0hillton não me pediu em casamento ente-se feli) agora por ter conseguidome humilhar em minha pr"pria casa/

eth levou as duas mãos ao peito, fingindo indigna#ão, apesar deestampar um sorriso satisfeito no rosto

U 0+us, s" fi) uma pergunta( 0laro que não tinha inten#ão alguma demago'-la Dese&o ver todas as minhas amigas casadas e feli)es como eu

.ue grande mentirosa era a tal eth !la não se importava com a

felicidade de ningu+m, apenas com a pr"pria A %nica coisa que a deixariarealmente feli), naquele momento, seria ver Meredith se desfa)er em l'grimas





Mas ela não lhe daria esse gostinho

U Agora, se me der licen#a, sra Augustine $reciso dar umaassist4ncia a minhas tias

U 8h, finalmente eu a encontrei, srta Merriweather(8 inconfundvel perfume franc4s invadiu todo o recinto

Meredith olhou para tr's, e um tremor percorreu seu corpo ao constatar que Alexander estava parado bem ali, e sorrindo para ela

orrindo Mesmo depois de ela ter ido embora correndo de ;arford ell,deixando para tr's apenas uma nuvem de poeira na estrada

U Alex U Meredith suspirou e o encarou, buscando algum sinal detriste)a ou raiva Mas não havia nada eus lindos olhos verdes brilhavam comadora#ão ao fit'-la

A humilha#ão e a ira que instantes atr's a atormentavam desa-pareceram assim que Alexander chegou com seu &eito confiante eu cavaleiroindom'vel viera para salv'-la

U Desculpe-me, querida, mas s" consegui encontrar dois lugares naparte dos fundos da sala !spero que não se incomode U !, muito gentil,como sempre, ofereceu o bra#o a ela U $or outro lado, acho que a locali)a#ãopode vir a calhar, pois a sala est' muito abafada por conta do grande n%merode convidados, e estaremos perto da porta, para o caso de precisarmos de ar

Meredith sentiu um cutucão no bra#o

U 7ão vai me apresentar a seu amigo, Meredith/ U eth abriu umimenso sorriso para Alexander U 0onhe#o o senhor, milordeX de ouvir falar, +claro Mas nunca fomos apresentados

U 0laro Lorde Lansing, gostaria que conhecesse a vi)inha, a sra Augustine

U 8h, somos muito mais do que isso U eth adicionou U Meredith eeu estudamos &untas na escola para mo#as da srta elbur2, milorde

Meredith tossiu para disfar#ar a indigna#ão

U enhora U Alexander, muito astuto, olhou de relance na dire#ão de

eth e meneou a cabe#a U Augustine( ;um( Acho que não conhe#onenhum sr Augustine

eth ficou p'lida, e Meredith pensou que a amiga ia cair sentada, alimesmo

Alexander tornou a se dirigir a MeredithG

U $odemos entrar, minha querida/

U em d%vida U !nquanto se afastavam, Meredith não resistiu Ttenta#ão de dar uma %ltima olhadinha na expressão aturdida de eth

8s dedos do pianista &' desli)avam pelas teclas de marfim, levando sua

melodia para todos8s &oelhos de Meredith tremiam, e era difcil saber se por causa da





m%sica apenas 7o entanto, o tremor ainda persistiu depois que a m%sicaterminou e o pianista se levantou para agradecer aos aplausos

em nem mesmo olhar para o musicista, Alexander ficou de p+ e tomouna mão de Meredith, o que a fe) estremecer ainda mais 0omo seria possvelat+ mesmo fingir que estava apreciando a apresenta#ão, com Alexander a seulado/ !ra impossvel não se lembrar de que duas noites antes eles estiveram &untos na cama, nos bra#os um do outro

Meredith abriu o leque e se abanava com for#a, na esperan#a de que oar fresco pudesse aplacar seu rubor

U Vamos dar uma volta no &ardim para tomar um pouco de ar/ U Alexander sussurrou ao ouvido dela U e sairmos com discri#ão, ningu+m ir'perceber

A recusa at+ passou pela cabe#a dela, mas sua nuca estava salpicada

de gotculas de suor $ortanto, um pouco de ar puro decerto lhe faria bemU " por um ou dois minutos

Alexander concordou, e assim os dois saram da sala de m%sica,sorrateiros, passando pela porta que levava aos &ardins Meredith respiroufundo, deliciada

U Deus do c+u, pensei que iria morrer sufocada se ficasse mais umpouco naquele ambiente(

U !stava de fato muito quente

U ! muito cheio 7ão sei o que minhas tias pretendiam quandoresolveram convidar tantas pessoas U Meredith prosseguiu pelo caminho depedras e se sentou em um banco de ferro, embaixo de um carvalho

U *alve) elas estivessem pensando que teriam algo para comemorar U Alexander parou de frente para ela, que sem &eito apenas baixou os clios

U 7ão sabia que voc4 tinha escutado minha conversa com eth

U into muito, Meredith

!la ergueu a cabe#a e o encarou

U ente muito, milorde/ Achei que ficaria feli) quando soubesse que o

sr 0hillton não fe) o pedidoU 8h, mas estou felicssimo(

!la esperava um daqueles sorrisos marotos, mas não houve nenhum

U Lamento apenas que isso a tenha magoadoX que tenha partido seucora#ão

Meredith tornou a baixar os clios, pois não tinha coragem de contar que0hillton não partira seu cora#ão

8 fato de não sentir absolutamente nada era estranho, e de algumamaneira a perturbava ! at+ a surpreendia, uma ve) que se comprometera com

0hillton, e todos sabiam disso Apenas uma semana atr's, ela estava prontapara se tornar a esposa dele, e agora que o pedido não viera não sentiu nada

Projeto Reisoras P!"ina %$




al+m de certo embara#o

U !sque#a aquele idiota, como voc4 &' deveria ter feito h' muito tempo

U 8 que disse, milorde/

Alexander descal#ou as luvas e tocou-lhe o rosto com as costas da mãoU Voc4 nunca o amou

U Lorde Lansing, o senhor est' ultrapassando os limites U As palavrasde Meredith não mostravam a menor convic#ão

U Voc4 me ama U Alex se aproximou, e ela sabia que seria bei&ada

! por uma fra#ão de segundo, antes de virar o rosto, os l'bios deLansing tocaram os seus, com incrvel delicade)a

U Voc4 + muito ousado

U ei que me ama, Meredith Ve&o isso em seus olhos into em seusbei&os, e senti na maneira como seu corpo respondeu ao meu em ;arford ell

Meredith ficou de p+, e estava pronta para voltar para o salão, mas Alexander a deteve, segurando seu pulso

U 7ão fu&a de mim, Meredith 7"s pertencemos um ao outro, e voc4sabe disso

!le tamb+m se levantou e a enla#ou A boca de Alexander se aproximouda dela e acendeu as chamas da paixão, que Meredith tentava conter desdeque deixara ;arford ell

Meredith sentiu seus l'bios se abrindo, enquanto os bra#os de Alexdesli)avam em torno de sua cintura, apertando-a de encontro ao peito

em fNlego, ela se deu conta de que suas mãos, que pareciam ter adquirido vontade pr"pria, passeavam por dentro do palet" dele, tocando osm%sculos firmes e bem torneados

U 0ase-se comigo, querida Diga que sim

!ntão houve um estalo, seguido de um suspiro quando algu+m abriu aporta da varanda Meredith congelou, e seus olhos se encontraram com os de Alexander

U 0+us( U eth Augustine exclamou U Desculpem por minhaintromissão !stou com dor de cabe#a, e achei que um pouco de ar puro mefaria bem

Meredith virou a cabe#a na dire#ão da porta eth evitava, de prop"sito,encar'-la

U em, boa noite, então

A bruxa malvada acabara de apanh'-los aos bei&os, e sem d%vida forade prop"sito

rustrada por não ter conseguido atrapalhar o suficiente e separar o

casal, eth ainda olhou para eles durante alguns segundos antes de dar-lhesas costas e sair pisando duro





.uando Meredith tornou a fitar Alexander, viu-o sorridente

U 8nde paramos/

Meredith pousou ambas as mãos no t"rax largo e o empurrou

U Minhas tias ou qualquer outro convidado podem nos encontrar aqui Wmelhor voltarmos para o salão

Mas Alexander foi mais r'pido e, segurando-a pela nuca, trouxe seurosto para mais perto ! mais uma ve) os l'bios se encontraram

U *em certe)a de quer mesmo voltar, querida/

U 7ão U As p'lpebras ficaram muito pesadas, e Meredith dese&ou,mais do que tudo, se render aos carinhos de Alexander

*odavia, em ve) disso, esquivou-se e retornou correndo para dentro decasa

.uando o %ltimo convidado decidiu ir, Meredith estava ao lado das tiaspara se despedir

$elo que tudo indicava, eth Augustine não contara a ningu+m sobre acena presenciada no &ardim 8u, pelo menos, as tias tiveram a delicade)a denão fa)er nenhum coment'rio

U em, preciso de meu travesseiro U Viola afirmou, ao subir osprimeiros degraus da escada

U *ravesseiro( .uero minha cama, isso sim( Meus p+s estão mematando U Letcia, que seguia a irmã, parou por um instante e se voltou paraMeredith U $odemos conversar sobre seu progresso com Lansing amanhã demanhã/

Meredith olhou para cima e sorriu

U im, tia oa noite

A que progresso ela se referira, afinal/ .uanto mais testava e estudavao safardana, mais se sentia atrada por ele !ra evidente que não vinharaciocinando com a mesma clare)a cientfica de antes *odo seu raciocniol"gico era desarmado com apenas um ou dois bei&inhos Alexander era

experiente demais e muito astutoMelhor parar de pensar naqueles bei&os !, para alcan#ar tal intento,

nada melhor do que uma distra#ão 9ma olhada em seu caderninho deanota#Zes a&udaria

Meredith caminhou na dire#ão do aparador do vestbulo e abriu a gavetaem busca de seu precioso caderno de capa vermelha

eus dedos desli)aram pelo interior, vasculhando, e então suas mãoscome#aram a tremer $ara seu espanto e horror, ele não estava l'

8 caderno onde se achavam anotadas todas as experi4ncias que

Meredith fi)era no decorrer de dois anos *odas as suas observa#Zes eimpressZes sobre os mais famosos cafa&estes de Londres sumira(

Projeto Reisoras P!"ina %%




CA*+TUO -I

7o dia seguinte, por volta das oito horas da manhã, Arthur 0hillton

ouviu uma novidade sobre a srta Merriweather que o deixou perturbadssimoGela o trocara por outro

Arthur estava na fila do caixa da ortnum ^ Manson, esperando parapagar por um saco de caf+ 9ma compra que acabara de fa)er com muita m'vontade depois de tentar reaproveitar o mesmo p" de caf+ por umas seisve)es, durante a %ltima semana $r'tica que se tornara parte de sua rotina,pois para ele o desperdcio era o maior dos pecados

!nquanto decidia que tipo de grão lhe traria um melhor custo-benefcio,sem querer ouviu a conversa entre duas senhoras

U A sra Augustine estava no sarau das eatherton e me contou tudo!la mesma viu a cena A srta Merriweather, a solteirona, de alguma maneira,não me pergunte como, pois não sei, conquistou o cora#ão de lorde Lansing

U 8 qu4/ Voc4 s" pode estar enganada ;' dois anos apenas ela não

passava de uma desonrada U a interlocutora disse, admirada U W "bvio queo herdeiro de um conde poderia conseguir um partido melhor Afinal de contas,o homem + filho de uma das famlias mais tradicionais do reino

U e&a como for, ela conseguiu 8s rumores di)em que estavaenvolvida com um comerciante, mas ele a abandonou !ssa não foi a primeirave) que Meredith foi re&eitada, e suponho que tenha decidido que essa seria a%ltima De todo modo, a sra Augustine esbarrou com o lorde e a srtaMerriweather aos bei&os no &ardim das eatherton, durante o sarau

Depois de escutar a novidade, 0hillton agarrou o saco de caf+, pagoupor ele sem se importar com o pre#o e saiu desesperado da lo&a

0omo aquilo podia ter acontecido/, ele se perguntava, T medida quepercorria a dist6ncia de de) quarteirZes de volta a sua casa, na :ussellquare

im, era verdade que não falava com Meredith desde o incidente da*attersalls, mas sua inten#ão era apenas de ensinar uma li#ão a ela Algoperfeitamente compreensvel 9ma ve) que qualquer mulher que fossecandidata a sua esposa não poderia andar vestida daquela maneira ultra&ante

!m seus planos, iria falar com Meredith no come#o da semana seguinte,imaginando que tantos dias de absoluto sil4ncio serviriam como um tipo de

puni#ãoX um tempo para a senhorita refletir um pouco sobre seus atos7o entanto, terminar o namoro nunca fora uma hip"tese para 0hillton

Projeto Reisoras P!"ina %&




7a conversa que tivera com Leticia e Viola, na quarta-feira anterior, procuroudeixar bem claro quais eram suas inten#Zes $elo menos, pensou que o tivessefeito

Arthur 0hillton cerrou os punhos, caminhando pela cal#ada de pedra,mas então relaxou os dedos de novo, analisando melhor a situa#ão

!ra preciso reconhecer que os falat"rios eram de aborrecer, de fato Masa liga#ão com Meredith era essencial para o crescimento de seus neg"cios oiuma sorte tremenda encontr'-la, pelo menos foi o que sua mãe dissera Afinal,quantas solteironas abandonadas de classe social cru)avam o caminho dele/

7o entanto, agora Lansing estava atrapalhando as coisas

em, o miser'vel não iria roubar-lhe Meredith com tanta facilidadeassim

*udo o que precisava era apenas encontrar uma maneira de cortar asasas de Lansing !, por não possuir os mesmos talentos do lorde para virar acabe#a das mulheres, era necess'rio estar consciente de que isso demorariaum pouco

*alve) as irmãs eatherton pudessem a&ud'-lo !las eram muitoam'veis ! gostavam dele $ois, caso contr'rio, não teriam concordado emtomar conta de ;annah

im, com o auxlio das doces tias, Meredith se tornaria a sra Arthur 0hillton

9m sorriso largo se esbo#ou em seu rosto ao se imaginar colocando o

anel de sua mãe no dedo da srta Merriweather entia-se tão dono da situa#ãoque nem percebeu que uma carruagem vinha disparada para cima dele

7aquele nterim, Meredith e todos os empregados da mansãovasculhavam cada canto, arm'rio ou buraco, T procura de seu caderninho denotas

U 9m convidado deve t4-lo roubado U Meredith cru)ou os bra#os e sesentou ao lado de Viola

U :oubo + uma palavra muito forte, querida U Leticia a admoestou

U $ois para mim + o termo perfeito 7a noite passada, quando nãoachei meu caderno, pensei que algum empregado pudesse t4-lo guardado paramim Mas não, e o sr !dgar &' falou at+ mesmo com os extras que foramcontratados para a&udar no servi#o

A preocupa#ão estava deixando Meredith cada ve) mais desesperada

U Y' vasculhamos toda a casa umas quatro ve)es 8 caderno foiroubado 7ão h' outra explica#ão

U .uem faria isso/ U Viola indagou, incr+dula

U eth Augustine U Meredith se lembrou da imagem de eth parada

no vestbulo quando desceu a escadaria e guardou o caderno na gaveta doaparador U !la me viu guard'-lo, e na certa aguardou pelo melhor momento

Projeto Reisoras P!"ina %'




para surrupi'-lo(

U $or que a srta Augustine faria tal coisa, querida/ U Leticia se sentouna poltrona vaga ao lado da irmã

Meredith meneou a cabe#aU Y' desisti de me perguntar os motivos que levam eth a fa)er o que

fa) !la tem uma rixa antiga comigo e sempre tentou me pre&udicar

U 7ão, amor Baranto que se a sra Augustine pegou seu caderno foipor engano U Viola tentou aplacar os 6nimos

!nquanto isso, Leticia &' tinha se levantado e apanhava um bloco depapel e tinta

U Vou enviar um recado para ela, contando sobre o desaparecimentodo caderno e estiver com a sra Augustine, ficar' a impressão de que

sabemos, e assim ela o devolver' imediatamenteU 8u dar' um &eito de publicar no $ondon Times

Leticia deu risada

U 8h minha menina, voc4 tem uma "tima imagina#ão( De todo modo,voc4 mesma disse que pretendia public'-lo

U 7ão no $ondon Times( !ra para ser um guia para as mocinhas UMeredith ficou cabisbaixa U e bem que depois de meus %ltimosexperimentos estou come#ando a duvidar de que minhas teorias este&amcorretas

Viola se ergueu, interessadaU 0erta a respeito de que, amor)inho/

U *alve), apenas talve), minha afirma#ão de que “uma ve) patife,sempre patife” não se&a tão correta

As duas irmãs trocaram olhares, e se Meredith não tivesseacompanhado a a#ão teria perdido a fagulha de alegria que iluminou osrostinhos das boas senhoras

Alexander estava vestido, mas continuava deitado em sua cama,olhando para o drape&ado das cortinas de veludo Apoiava a cabe#a em umbra#o, quando ;erbert entrou no quarto, carregando uma bande&a de prata comch', torradas e ma#ãs

U At+ que enfim o encontrei, milorde $ensei ter ouvido o senhor descer

U im, sa para cavalgar, bem cedo i) algumas visitas 7ada comouma bela manhã para clarear a mente

;erbert concordou, então fe) um esgar quando trope#ou em algo aosp+s do leito :esmungando, tirou as botas de Alexander do meio do caminho

U !stava precisando do passeio para me acalmar um pouco, $rimeiroU Alexander permitiu que o criado a&eitasse os travesseiros na cabeceira, paraservirem de encosto

Projeto Reisoras P!"ina &(




U A est', milorde

Alexander se sentou, e $rimeiro abriu um guardanapo no colo do patrão

U 8 correio &' chegou, $rimeiro/

;erbert apanhou tr4s cartas que tamb+m estavam em cima da bande&a eentregou-as

U 8brigado U Alexander mirou o envelope selado com um pesadolacre verde, que parecia importante, e resolveu come#ar por ele

8 duque e a duquesa de !uston o casal mais aborrecido daCnglaterra tinham a honra de convid'-lo para um baile Alexander dobrou oconvite antes de terminar de ler

U $rimeiro, voc4 poderia apanhar papel e tinta, por favor/ U Alexmordeu uma torrada e tomou um gole de ch' U Mandarei um bilhete para a

casa das eatherton agora mesmo *enho certe)a de que elas tamb+m foramconvidadas

7o minuto seguinte, ;erbert trouxe uma bela caixa de mogno com papele tinta

U $recisamos comprar mais tinta, $rimeiro

U *em faltado um pouco de tudo ultimamente, milorde

Alexander o encarou

U ei bem !spero que o rem+dio para essa situa#ão chegue logo

Muito em breve, na verdade 8 baile seria em !uston ;all, lar doestimados duque e duquesa de !uston ! Alexander &' tinha conhecimentodisso sem nem mesmo haver terminado de ler o convite, pois sempre erachamado para o baile anual, assim como, apesar dos protestos de seu pai,sempre encontrava um &eito de não comparecer

Mas isso estava prestes a ter um fim

im, a primeira carta seria para a duquesa de !uston, agradecendo eaceitando o convite !ntregou a primeira a ;erbert e em seguida come#ou aescrever a segunda !ssa seria para Meredith, convidando-a para um passeiopelo ;2de $ar3 na tarde daquele mesmo dia, para que eles pudessem discutir

um assunto importante ! a terceira missiva tinha como destinat'rias as irmãseatherton, com o fito de perguntar a elas sobre as inten#Zes de irem ao bailecom Meredith !m sua mente &' passava a imagem deles dan#ando diante detodos

0ontudo, não estava muito certo do motivo que o impulsionava a querer tanto ir Tquele especfico evento

*alve) dese&asse que seu pai os visse &untos e ficasse contentssimo

8u quem sabe estivesse mesmo se regenerando, e ap"s ter causado aconfusão na *attersalls, e desfrutado do corpo de Meredith em ;arford ell,agora se sentisse na obriga#ão de dar uma chance T srta Merriweather de

erguer a cabe#a de novo dando seu pr"prio nome a ela

Projeto Reisoras P!"ina &1




8u talve) fosse porque

Alex arregalou os olhos im, senhor, isso era uma surpresa at+ mesmopara ele(

8 lorde passou a mão pelos cabelos e suspirou 0hegara a umaconclusão espantosaG ele a amava

eth Augustine entregou as r+deas de seu pequeno coche ao lacaio,correu para dentro de casa e trancou a porta

!m seu quarto, despe&ou 'gua no lavat"rio e lavou as mãos e o rosto!m seguida se mirou no espelho acima do aparador, e tudo o que enxergou foium semblante p'lido refletido Ap"s enxugar o excesso de 'gua que escorriade suas faces, fitou-se novamente Meredith estava certa ;avia sombrasprofundas sob seus olhos que a deixavam com uma apar4ncia pelo menoscinco anos mais velha 0+us, tinha apenas vinte e tr4s anos(

U Voc4 fe) isso comigo, Meredith( U eth ralhou com o espelho U $or que teve a oportunidade de se manter &ovem e ainda se casar com um nobre/Voc4 não merece( *eve sua oportunidade e deixou escapar(

eu tom de vo) era tão alto que acabou despertando seu beb4, quedormia no quarto ao lado 8 choro fe) seu acesso de c"lera aumentar aindamais

U ra :edding, fa#a essa crian#a se calar( U $ressionando a toalhacontra os ouvidos, sentou-se na cama para esperar que a ama-de-leite

cumprisse com seu dever U Vamos logo com isso Minha cabe#a est'estourando(

eth foi at+ a &anela para apreciar a bela visão da pra#a, e então aslembran#as de um passado não muito distantes voltaram T tona

De p'lpebras cerradas, as imagens de uma bela noite, dois anos atr's,assomaram-lhe T mem"ria 7aquela ocasião, $omero2 a bei&ou e a acariciou, elhe fe) todos os tipos de promessas de amor para, no dia seguinte, pedir a mãode Meredith

*udo por causa das conexZes sociais dela, pois as irmãs eatherton,tias de Meredith, eram filhas de um nobre, e por isso todos tinham a impressãode que o sangue da senhorita tamb+m era a)ul Mas ela não passava de umamocinha do campo

Algo vermelho chamou sua aten#ão !ram rosas, que tinhamdesabrochado naquele exato instante, bem no meio da pra#a

9m sorriso se espalhou devagar em seu semblante quando a cor vibrante trouxe a sua mente um certo caderninho vermelho que recentementeU quase que por acaso U cara de bande&a em suas mãosG o escandalosocaderno secreto de anota#Zes de Meredith

em deixar' de ser secreto em breve, eth ponderou rindo

! ela &' tinha cuidado desse pequeno detalhe naquela mesma manhã

Projeto Reisoras P!"ina &#




Meredith sorriu ao ler o bilhete de Lansing $ara uma manhã quecome#ara tão agitada U com suas preocupa#Zes com o caderno perdido U, atarde prometia ser muito divertida

U Vou esperar pela resposta, senhorita U ;erbert, que preferia ser chamado de $rimeiro, se achava diante dela, engomado como sempre

7ão havia como não se impressionar com a lealdade do homem paracom o patrão 8 mais estranho era que o lorde não o poupava, pondo-o paraexecutar todos os tipos de servi#osG desde condu)ir uma carruagem at+entregar recados

U Muito bem U Meredith foi at+ a escrivaninha e escreveu umarespostaG

A srta "erriweather -raciosamente aceita o convite de lorde $ansin- ara um asseio elo F!de ,ark

! como retoque final terminou a mensagem com um “M” todo floreado,certa de que Alexander iria gostar disso Mostrava seu verdadeiro eu, não/ 8upelo menos a parte que ele dese&ava ver

Meredith retornou ao vestbulo, onde ;erbert a aguardava, muitopaciente

U Aqui est', $rimeiro U !ntregou o envelope ao senhor de cabelosbrancos, enquanto !dgar abria a porta da rua

Mas ;erbert não apanhou o bilhete logo de cara 7em se moveu Aocontr'rio, permaneceu parado durante alguns segundos

U 7ão sou $rimeiro, senhorita

Algu+m o chamou da rua, e Meredith viu outro ;erbert segurando asr+deas da carruagem

U ão dois senhores ;erbert/ U indagou, olhando para o senhor vestido de preto a sua frente

U 7a verdade somos em quatro, senhorita *odos trabalhamos paralorde Lansing, com exce#ão do mais novo, que + reverendo

U ! são todos id4nticos/U 7ão, senhorita 7em tanto, apesar de nos parecermos muito com

nosso pai e todos nos confundirem com facilidade

Meredith olhou com mais aten#ão para eleX em seguida para o cocheiroe não eram g4meos, era como se fossem 7ão havia nenhuma diferen#aentre eles U exceto pelas roupas

U !ntão se o senhor não + $rimeiro, o criado particular, o senhor +

U egundo, o mordomo ! lacaio quando o lorde precisa 7ão sepreocupe, milorde tamb+m costuma nos confundir U Dois dedos longos e

enluvados por fim apanharam o bilhete U 8brigado, senhorita Ah( *em maisesse bilhete para suas tias U !ntregou outro envelope e em seguida se





retirou, depois de fa)er uma rever4ncia elegante

Meredith subia a escada de volta para seu quarto quando Letciaapareceu em seu caminho

U :ecebeu visita, querida/U !ra o mordomo de Lansing, que veio tra)er um recado !ra um

convite para um passeio pelo ;2de $ar3, ho&e T tarde ! tamb+m havia umbilhete para a senhora e tia Viola U Meredith desceu dois degraus e entregouT tia o envelope U Aqui est'

Leticia seguiu at+ a sala de estar para apanhar seus "culos naescrivaninha Meredith não se moveu enquanto a tia lia r'pido o recado.uando a senhora ergueu os olhos do papel, havia um brilho especial em suaspupilas

U $arece que nosso lorde Lansing quer ter certe)a de que iremosmesmo ao baile dos !uston, na sexta, pois ele tem um an%ncio para fa)er

Meredith fran)iu o cenho

U De que tipo, titia/

U Acho que ele mencionou algo quando nos visitou ho&e cedo, masestou velha, querida, e não me recordo

Meredith olhou dentro dos olhos da tia, como se tentasse buscar umapista no fundo deles

U Lorde Lansing esteve aqui ho&e cedo/ 7ão o vi 8nde eu estava, tia

Leticia/U Ainda na cama, meu an&o 7a verdade, ele queria mesmo era falar

com voc4

U A senhora sabe por que milorde me procurou num hor'rio desses/ U7a realidade, Meredith tinha uma vaga id+ia do teor do que o lorde quereriaconversar

U .uem pode adivinhar o que se passa na cabe#a de um &ovemapaixonado/

U $osso garantir que Lansing não est' apaixonado por mim

U e&a como for, Viola e eu pretendemos comparecer ao baile dos!uston, pois não quero perder o tal an%ncio U 9m sorrisinho maroto surgiuem seu semblante U W claro que voc4 tamb+m vir', não/

Meredith não respondeu de imediato $referiu ponderar durante algunssegundos, mas não viu nenhuma ra)ão para ficar em casa enquanto as tias sedivertiam

U Agora que 0hillton não fa) mais parte de meus planos futuros, euadoraria ir ao baile, titia Al+m do mais, ficar aqui serviria apenas para dar o quefalar a eth Augustine

U em d%vidaem d%vida a tia estava se divertindo com tudo aquilo, mas no fundo





não havia de fato nenhum motivo para deixar de ir ao baile

U er' uma boa oportunidade para continuar minhas pesquisasuponho que haver' uma mirade de cafa&estes presente

U $elo menos um com certe)a estar' l'U W verdade U Meredith esbo#ou um sorrisinho sem gra#a e se virou

para continuar subindo a escada

$elo menos aquele que mais lhe interessava estaria presente ao evento

$assava das tr4s da tarde Meredith brincava, distrada, de mergulhar um galho de 'rvore nas 'guas do erpentine Ao se virar, deparou com o rostode Alexander, que, sentado em uma pedra na margem do lago, a fitava

U !ntão minhas tias &' concordaram/

Alexander apanhou uma pedrinha e atirou-a na 'gua

U ;o&e bem cedo $ortanto, como voc4 pode ver, não h' nada que nosempe#a de nos casar

Meredith desviou o olhar

U !xceto uma coisa

Alexander se levantou, se aproximou, pNs as mãos nos ombros deMeredith, abaixando-se para sussurrar a seu ouvido

U ! o que seria/

8 som daquela vo) fe) vibrar todo o corpo de Meredith, e sem pensar em mais nada ela se recostou contra o peito m'sculo e fechou os olhos

U 7"s não nos amamos

8s bra#os de Lansing contornaram a cintura delgada e a abra#aram commais intensidade

U " isso/

Meredith o encarou com um leve sorriso nos l'bios

U 7ão, lorde Lansing Mas tamb+m porque os cafa&estes nunca se

apaixonam ! &urei &amais me apaixonar por umU Mas, querida, voc4 esqueceu/ ou um homem regenerado

U *em certe)a/ 7esse caso devo deixar de acreditar que uma ve)patife, sempre patife/

Alexander se inclinou e a bei&ou, e então os &oelhos de Meredith ficarambambos Mas algo em sua mente tentava alert'-la Meredith inclinou a cabe#apara tr's

U 7ão, não, não( Voc4 não vai me fa)er mudar de opinião U 0om umempurrão, livrou-se do abra#o do lorde U Csso + uma regra para mim ! não

posso abrir mãoU Ah, voc4 est' )ombando de mim( U orrindo, Alexander a prendia

Projeto Reisoras P!"ina &$




pelo pulso, e ela tentava se esquivar U *enho certe)a de que me regenerei,pois não h' outra explica#ão

!m seguida, segurou-a pelo queixo e gentilmente ro#ou os l'bios nos deMeredith

U !xplica#ão para o qu4/ U itando-o nos olhos, ela esperava por algum tipo de resposta arroganteX no entanto, em ve) disso, ele apenas aencarava de volta

U $orque eu te adoro, Meredith 0om todo meu cora#ão e tudo o quesou !u te adoro

Adora Adora n.o ama

U ! sei que voc4 tamb+m gosta de mim 7em tente negar e tem algoque aprendi durante esses meus anos de farra foi reconhecer o olhar de umamulher apaixonada

!m seguida, bei&ou-a com imenso carinho, com paixão, e tornou a fit'-la! ela soube o que o lorde via em sua expressão $ois era o que estavasentindoG amor

Meredith de repente se viu muito desconfort'vel L' estava ela, a autorade um guia de como não cair nas garras de um safardana, apaixonada pelomais famoso deles

U .uer di)er que era esse o assunto importante que o senhor tinha parafalar comigo/

U !m parte, sim U Alexander segurou-a pelas mãos U Bostaria delhe di)er que no baile dos !uston quero anunciar nosso noivado

U 8 qu4/( U Levou alguns segundos para as palavras fa)erem sentidopara Meredith U !ntão não tenho nenhuma escolha/ Minhas tias &'concordaram, o senhor quer, e assim vamos nos casar/

Alexander inclinou a cabe#a para tr's rindo

U 7ão, minha querida, evidente que não Voc4 tem tr4s dias parapensar no assunto Csso ser' tempo suficiente para se decidir se quer ou nãoser minha mulher

De repente, Meredith não conseguia mais respirar direito

Alexander dera tr4s dias para Meredith ponderar, mas eles passarammuito mais r'pido do que o imaginado ! naquele instante, sentada na sala dese vestir de !uston ;all, mirando-se no espelho iluminado a lu) de velas, elaaguardava ansiosa para descer para o tão esperado baile

U *ome um pouco de ponche, srta Meredith U Annie, sua dama decompanhia, que por insist4ncia das tias viera para a&ud'-la a se arrumar,oferecia uma ta#a da refrescante bebida U A&uda a acalmar

U 7ão, obrigada U Meredith empurrou a ta#a 7a verdade, uman'usea a incomodava astaria um gole da bebida doce e bem, toda a

sociedade poderia falar mal dela por mais dois anos, pelo menosU A senhorita est' bem/





Atrav+s do reflexo do espelho era possvel ver Annie em p+, atr's dela

U im, s" um pouco ansiosa

U !u soube U Annie meneou a cabe#a e olhou ao redor, como se para

se certificar de que as outras mo#as que tamb+m se arrumavam não ouviam aconversa U ! não a culpo por estar nervosa 7ão + todo dia que uma &ovemde Dundle2 $arish fica noiva de um nobre .uero di)er um lorde que + umgrande herdeiro

Meredith se virou na cadeira e encarou, espantada, sua dama decompanhia

Annie, que &amais ultrapassara os limites entre patroa e criada, ficousem &eito, e sorriu, discreta

Mas a diversão desapareceu dos l'bios da mo#a no minuto seguinte,quando as irmãs eatherton pararam ao lado dela Annie espetou um grampocom uma safira relu)ente nos cabelos de Meredith, esfregou as duas mãos edisseG

U em, agora a senhorita &' est' pronta e ser' a mulher mais bela dobaile

Viola analisou o trabalho de Annie e não precisou di)er uma palavraMeredith podia ver no rosto da tia a satisfa#ão, o contentamento

U !st' pronta, querida/ U Letcia parecia tão apreensiva quantoMeredith

Mas sim, ela estava pronta em d%vida alguma

*olice !ssa certe)a não veio com tanta facilidade quanto gostaria Ap"spassar noites em claro, perguntando-se se devia ou não aceitar o pedido de Alexander, o grande dia chegara

A princpio, s" o que sabia de verdade era que o amava

8h, e como tentou evitar( $ois Deus sabia o quanto ela, que fora muitomagoada na flor da idade, temia se deixar levar pelas emo#Zes e se render aum homem com a fama de Alexander

Mas não havia alternativa eu cora#ão falava mais alto, e depois demuito pensar e discutir com as tias, acabou por ouvir o conselho de Viola, que

a alertou di)endo que levar uma vida com muita precau#ão e desconfian#a nãoera viver de verdade

! então, naquela noite, ela confiaria seu cora#ão a Alexander e aceitariase casar com ele

9m leve formigamento a perpassou ao se levantar

U im, estou pronta U 9m longo suspiro U Depois de uma longaespera, estou pronta

$arado num canto do amplo salão de baile dos !uston, Alexander consultou o rel"gio de bolso que sua mãe lhe dera na ocasião de sua formatura

em 8xford, poucos dias antes de morrer

Projeto Reisoras P!"ina &%




U Voc4 est' vestido como um verdadeiro &anota, ho&e

Alexander guardou o rel"gio e se virou para encarar Beorgie, ao lado deuma bela mo#a, que o lorde nunca tinha visto antes

U Vou lhe di)er pela %ltima ve)G ;erbert nunca deixar' minha casa, por isso pode ir se contentando em ser o segundo mais elegante

Beorgie achou gra#a, e seus olhos avaliaram melhor o tra&e impec'veldo amigo

U !ntão + verdade/ Cr' anunciar seu noivado com a srta Merriweather esta noite/

Alexander levou um susto

U 8nde ouviu isso, Beorgie/ Meu pai lhe contou/

U 7ão, Alex Achou que isso era um segredo/

U im, era(

U $ode ter sido em algum momento, meu rapa), mas ningu+m por aquifala de outra coisa

U 8 qu4/(

Beorgie desabafou, pousando uma mão sobre o ombro do velho amigode noitadasG

U 8deio ser o portador de m's notcias, mas voc4 foi o tema dasapostas no @hite

U 8 que est' di)endo/U W verdade ! digo maisG metade dos cavalheiros aqui presentes

apostaram a favor ou contra Voc4 sabeG “9ma ve) patife, sempre patife”

U 8 que voc4 disse/ U Alexander engoliu secoX Meredith não tinha ditoa mesma coisa/

U Vamos l', não deve estar tão surpreso assim

U em, o fato + que estou $ois não apenas me regenerei de verdadecomo pretendo me casar com a srta Merriweather at+ o final do ano

U Lansing, est' falando com seu velho amigo, lembra/ U 8 sorriso deBeorgie desapareceu ao ver que Alexander falava s+rio U 7ão acredito($retende mesmo fa)er isso/(

Alexander deu um %ltimo retoque na gravata

U im

U 7ão, voc4 não vai U !ra a vo) do conde, seu pai U !u o probo

Alexander se voltou

U $ai( 7ão o vi chegando U Atordoado, Alexander fitou o ma&estosoconde, que estava parado logo atr's, orgulhoso como um pavão

Decerto ouvira mal 8 pai não iria proibir seu casamento com a sobrinhadas eatherton

Projeto Reisoras P!"ina &&




U Venha comigo, filho U 8 conde puxou Alexander pelo bra#o U$recisamos tratar de um assunto urgente

U $ai, a srta Merriweather dever descer em minutos *alve)pud+ssemos adiar essa discussão para depois

U 8 assunto não pode esperar U eu tom era firme, e o olhar, s"brio

Alexander fitou Beorgie e ergueu os ombros

U !spero que não tenha apostado contra, Beorgie, pois irei me casar com ela $ode levar a novidade para o @hite

U $or favor, sente-se, filho

U 8 que foi, pai/ U Alexander ocupou a beirada da poltrona que oconde lhe indicara, numa sala ntima da imensa mansão dos !uston U *enhode voltar logo ao baile, Meredith estar' a minha procura

8 conde fe) um sinal para que Alexander permanecesse onde estavaXem seguida tirou do bolso do palet" um caderno de capa vermelha

U ;' algo que voc4 precisa ver

Meredith aguardava, desesperada, pelo aparecimento de Alexander7uvens sombrias de d%vidas espica#avam seu humor, esva)iando seu esprito

U 7ão tema, querida U Viola tocou a mão da sobrinha, que tremiamuito U eu lorde Lansing logo estar' aqui

Meredith não tinha a mesma seguran#a, apesar de dese&ar do fundo docora#ão poder acreditar na tia Aquela noite come#ava a se parecer, de umaforma muito sinistra, com uma certa manhã quando ela ficou esperando naporta da igre&a t Beorge por outro homem que nunca apareceu

8 conde estendeu o caderninho de notas ao filho

U Csto pertence T srta Merriweather, a mo#a com quem voc4 pretendese casar

Alexander se recusou a toc'-lo

U im, &' o vi antes U Dirigiu um olhar confuso ao pai U $or que osenhor est' com isso/

U :ecebi pelo correio, ho&e de manhã 7ão sei quem me enviou ou por que, mas o dia não poderia ter sido mais apropriado

U 0omo assim/ 7ão estou entendendo, senhor meu pai

Vendo que Alexander não ia apanhar o caderno, o conde se sentou emuma cadeira ao lado do filho eus dedos batiam impacientes sobre a capadura

U abia que &' tinha ouvido em algum lugar o nome da srta

Merriweather $ensei que era por ser sobrinha das irmãs eatherton, que &'conhecia, superficialmente, havia muitos anos

Projeto Reisoras P!"ina &'




U ! então/

U Agora me lembrei de tudo !ssa &ovem foi assunto de toda asociedade, dois verZes atr's

Alexander respirou fundoU Csso + tudo que tinha para me di)er, milorde/ U Alexander ficou de

p+ U $ai, sei que a srta Merriweather foi abandonada no altar pelo malandrodo $omero2 Mas isso não aconteceu por culpa dela

U *alve) voc4 não saiba de toda a hist"ria ente-se e escute o quetenho para lhe contar

U Acredito que sei tudo que preciso saber Lorde $omero2, o cavalheiroem questão, era um ca#ador de fortunas da pior esp+cie, e a srta Merriweather era uma mo#a ing4nua que se deixou levar pela conversa dele

8 conde recostou-se no espaldarU Csso não desculpa os atos dela

U .ue atos/ $ai, $omero2 foi o %nico culpado de tudo U rustrado, Alexander cru)ou os bra#os

U ilho, + exatamente por isso que estou preocupado com voc4, pois

U 8brigado pela sua preocupa#ão U Alexander o interrompeu U 7ãofosse o senhor ter me guiado, eu nunca teria descoberto a mulher excepcionalque Meredith +

8 conde levou as duas mãos para o alto

U Deixe-me terminar 7ão creio mais que seu casamento com a srtaMerriweather se&a uma boa op#ão 7ão posso permitir que nosso sobrenomeeste&a para sempre ligado T reputa#ão manchada daquela senhorita

U Mas essa decisão não + sua, meu pai U Alexander deu va)ão a todasua ira

As faces marcadas do conde ficaram vermelhas, e ele mostrou ocaderno para Alexander mais uma ve)

U Leia isto, e depois me diga se voc4 ainda quer se casar com aquela &ovem *enho certe)a de que o conte%do destas p'ginas o far' voltar T ra)ão

Alexander olhava para a mão estendida do pai, mas não movia nenhumm%sculo para apanhar o malfadado volume de capa vermelha

U 7ada ir' mudar o que sinto em meu cora#ão Amo aquela mulher, esei que meu amor + correspondido $ortanto, vou me casar com ela

U !la ama voc4/( U 8 conde for#ou uma risada U em d%vida deverialer essas anota#Zes Aquela mo#a não o ama mais do que a mim, rapa) Voc4não passa de um experimento para Meredith, um teste, nascido de uma id+iade livrar outras mo#as das tenta#Zes e da runa de cair nas mãos de umcafa&este(

Alexander experimentou um calafrioU 8 que quer di)er com isso/

Projeto Reisoras P!"ina '(




U Vou lhe contar toda a revoltante verdade sobre o assunto ou voc4pode ler, se ainda duvidar de mim

Alexander encarou o pai, incapa) de di)er uma %nica palavra, e tornou ase sentar

8 conde abriu o volume

U !st' tudo aqui, todo o maldito plano para engan'-lo escrito pelamão da sua ador'vel, srta Merriweather(

.uase meia hora se passara desde que Meredith descera, e não havianenhum sinal de Alexander

U Vou subir de novo $refiro esperar l' em cima U Meredith semostrava calma 7o fundo, no entanto, estava tão nervosa que nem ao menos

poderia garantir que conseguiria subir a escadaria U As senhoras podemmandar me avisar quando ele chegar/

As duas tias trocaram olhares aflitos !ntão, de repente, um sorrisoimenso surgiu nos l'bios de tia Leticia

U 8lhe, l' est' o conde(

$or Deus, ela estava certa( Meredith respirou fundo, aliviada

7aquele momento, o conde as viu e acenou com discri#ão antes de vir na dire#ão delas, sem disfar#ar o aborrecimento com todas as pessoas quepareciam estar em seu caminho, impedindo-o de chegar logo aonde dese&ava

U Milorde, + um pra)er v4-lo U Meredith inclinou a cabe#a numaelegante cortesia, apesar de as pernas estarem tr4mulas

8 conde, no entanto, não retornou o cumprimentoX ou o sorriso 7averdade, nem se incomodou em cumprimentar as irmãs eatherton tamb+mua %nica resposta foi entregar a Meredith o volume vermelho

Meredith segurou o livrinho sem se dar conta, a princpio, de que setratava de seu caderno desaparecido

De olhos arregalados, fitava o conde de ;arford !ntão, com um grandeesfor#o, o som saiu de sua gargantaG

U !u eu posso explicar8 conde ergueu uma mão, estreitou o olhar por um momento e voltou a

cabe#a

U 7ão + necess'rio que explique coisa alguma Acho que seu plano de)ombar de meu filho fala por si !stou agradecido por algu+m ter pensado em Alexander e me enviado o caderno antes que fosse tarde demais

Leticia bateu, enfurecida, com sua bengala no chão, mas, para Meredith,o rudo não superou as batidas de seu cora#ão

U 8 que o senhor quer di)er com muito tarde/ 8nde est' lorde

Lansing/ U A tia tomou a frente da situa#ão8 conde tentou se afastar da enfurecida dama, mas um pequeno grupo

Projeto Reisoras P!"ina '1




de curiosos tentava entender o que se passava

U Acabei de ter uma conversa muito s+ria com meu filho e deixei claroque se ele insistir nessa bobagem de se casar com a srta Merriweather ser'deserdado U 8 senhor fitou Meredith no fundo dos olhos U !, apesar do quea senhorita imagina, meu filho não + um idiota

Meredith estava atordoada

U 8 senhor tem de acreditar 7ão penso que seu filho se&a um idiota*enho muita estima por ele !u eu o amo(

U !ntão lorde Lansing não vai U Viola não conseguiu terminar asenten#a, tão nervosa estava

U $reciso ser mais claro/ 7ão haver' mais casamento 7unca(

8s curiosos soltaram um rudo abafado Meredith olhou ao redor para a

multidão de rostos chocados, e alguns sorrisosL'grimas come#aram a descer dos cantos de seus olhos 0omo

conseguiria suportar tanta humilha#ão outra ve)/

Menos de quin)e minutos depois, a carruagem das eatherton seguiaapressada pelas ruas de Londres

7ingu+m teve coragem de tentar det4-las 8 conde era um homem muitopoderoso $essoa alguma ousaria

Alexander continuava sentado na mesma sala, havia mais de uma hora,

acompanhado apenas de uma garrafa de conhaque de qualidade duvidosaMas Tquela altura a qualidade era o que menos importava, pois seu %nicointeresse era o efeito entorpecente da bebida

0ontudo, mesmo assim, não importava o quanto tentava, era impossvelse esquecer das palavras de seu pai 7ão dava para acreditar que Meredithtivesse tido a inten#ão de humilh'-loX não quando ela conhecia tão bem asensa#ão

Csso, contudo, não ameni)ava sua dor

Meredith devia estar esperando por ele no baile $or+m, naquele

momento, tudo o que precisava era ficar s" !ra melhor não confront'-lanaquele momento, no calor das emo#Zes

Alexander levou o gargalo T boca pela %ltima ve), antes de se levantar!ra chegado o momento de fa)er o que tinha de ser feito .ue Deus oa&udasse

CA*+TUO -II

Projeto Reisoras P!"ina '#




Ap"s uma longa noite rolando na cama, Meredith resolveu descer a

escada na primeira hora do dia

7enhuma de suas tias acordara ainda 7ão que esperasse pelocontr'rio, pois as duas senhoras certamente haviam cado exaustas na camadepois da noite turbulenta

Ao descer os degraus, experimentou um agrad'vel cheiro de pão frescoe chocolate pairando no ar eu apetite despertou ao se aproximar da mesa docaf+, posta para o primeiro madrugador

Meredith se serviu de uma xcara, o bule de prata com chocolate e umafatia de pão com gel+ia de morango U sua favorita desde a inf6ncia U, e aindaconseguiu sorrir perante o pequeno pra)er

$or+m, no fundo, tinha consci4ncia de que nenhum sorriso durarianaquele dia, ou por muitos dias Meredith sabia disso por experi4ncia pr"pria

entada diante da mesa do des&e&um, era espica#ada pela mesmasensa#ão de dois anos antes, quando fora abandonada no altar A diferen#aera que dessa ve) era pior

.uando $omero2 a deixou, sua triste)a foi mais pela humilha#ão do quepela perda ! s" agora constatava que de fato &amais o amara de verdade, eque tudo não passara de uma paixão infantil

U om dia, srta Meredith U !ra Yenn2, a governanta U 8 que posso

fa)er pela senhorita/Meredith deparou com o olhar piedoso da boa senhora e simplesmente

meneou a cabe#a, temendo di)er algo que a fi)esse explodir em l'grimas

U 7ão se preocupe, minha crian#a Annie nos contou tudo, e vamoscuidar da senhorita U A senhora tirou um envelope do bolso do avental e oentregou a Meredith U Acho que isso vai alegr'-la um pouco W uma carta dosr 0hillton que chegou ontem T noite

Meredith apanhou o papel e, ao ler as primeiras linhas, levou um sustoimenso e se pNs de p+ de um salto

U $or favor, Yenn2, pe#a para !dgar preparar a carruagem *enho desair agora mesmo

U enhorita, o que devo di)er a suas tias, quando elas acordarem/

U Diga-lhes que o sr 0hillton est' ferido e que ;annah teme pela vidadele( Mandarei o veculo de volta para elas, mas tenho de ir agora 7ão possoesperar nem um minuto(

ua esperan#a era de que não fosse tarde demais

U Ah, enfim voc4 chegou( U ;annah segurou a mão de Meredith e a

condu)iu para sua austera sala de estar, quase va)ia exceto por duas cadeirasde madeira e um canap+, onde 0hillton se achava deitado





U W claro que eu viria U Meredith fitou 0hillton, que a olhou de volta,muito alegre De imediato, ela se a&oelhou ao lado do rapa) U oube que osenhor se feriu

U Verdade ui atropelado por um cavalo ou dois 8u talve) mais$egaram-me de surpresa U Arthur observou-a com uma expressão peculiar no rosto U Ainda não vi suas tias !las ainda estão descendo da carruagem/

Meredith se levantou devagar

U 7ão, senhor, vim so)inha 7ão quis esperar por elas

U A senhorita veio so)inha T casa de um homem solteiro/ U 8 tomdele era 'spero U Csso causar' coment'rios, a senhorita sabe disso, nãosabe/

U Arthur( U ;annah ralhou com o irmão U !u pedi que Meredithviesse !screvi o bilhete ao lado de mamãe 7ão sabia o que fa)er

U em, voc4 não perdeu tempo e chamou um m+dico tamb+m U0hillton reclamou U !u mesmo poderia ter lhe falado que não tinha nenhumosso quebrado, e teramos economi)ado cinco guin+us

U !stava preocupada, Arthur

U 8ra, tive sorte de voc4 ter me encontrado

Meredith ficou confusa

U Voc4 o trouxe para casa, ;annah/ 7ão me diga que o respons'velpelo atropelamento fugiu, deixando o pobre sr 0hillton sem assist4ncia

U !u tinha sado para fa)er compras, e sabia que Arthur havia idocomprar caf+ !ntão, depois que terminei tudo o que devia fa)er, dei uma voltapelo $iccadill2 para ver se o encontrava

U Voc4 testemunhou o acidente, então/ Viu quem o atropelou e odeixou T beira da morte/

U !u não fiquei T beira da morte U 0hillton protestou U *enho umaconstitui#ão robusta

;annah se sentou e indicou a outra cadeira para Meredith

U Aceita um ch'/

Meredith analisou a irmã de 0hillton por um longo tempo Algo ali nãofa)ia sentido

U ;annah, voc4 viu ou não quem fe) isso a seu irmão/

U .uando vi Arthur estirado no solo, fiquei cega e não enxerguei maisnada U Duas bolinhas vermelhas despontaram nas faces de ;annah U em,estou precisando de um ch' Vou buscar e &' volto

Meredith ficou de p+ tamb+m

U $ermita que eu a a&ude, querida Voc4 deve estar exausta depois do

tremendo susto que levouU 7ão + preciso, Meredith $ode ficar fa)endo companhia a meu irmão





U !u insisto

U 8h, ;annah, deixe que ela a a&ude 7ão morrerei se ficar um ou doisminutos so)inho

U !st' bem U ;annah olhou encabulada para Meredith, e as duas sedirigiam T co)inha

U ;annah, o que aconteceu/ U Meredith perguntou assim que as duasentraram no outro ambiente U ei que voc4 est' escondendo algo Vamos,pode confiar em mim

0omo do nada, l'grimas surgiram nos olhos de ;annah, que se sentouno banco da co)inha, desolada, depois de pNr a 'gua para ferver

U 8h, Meredith, foi um acidente horrvel e não pude di)er nada paraningu+mX tive de guardar segredo

Meredith se aproximou e se acomodou ao lado da amiga, tomando-lheas mãos e oferecendo conforto

U 0alma, querida !st' tudo bem, agora

U oi horrvel( U ;annah prendeu com firme)a as mãos de Meredith U Atropelei meu irmão Mas, ele não sabe, não viu nada

U *ratou-se de um acidente !vidente que ele entender'

U !sse + o problema 7ão foi um acidente !u fi) de prop"sito

Meredith estudou com muito cuidado a expressão de ;annah, antes deconseguir di)er algo

U Voc4 passou por cima de 0hillton por querer/ Meu Deus, ;annah,mas por qu4/(

U 7ão tinha inten#ão de feri-lo " queria assust'-lo um pouco abiaque Arthur ia acabar perdendo voc4 para lorde Lansing $erguntei a meu irmãoin%meras ve)es quando iria resolver a situa#ão, e ele sempre encontrava umadesculpa

Meredith meneou a cabe#a

U Ainda não entendo por que voc4 fe) isso, ;annah

U .ueria que Arthur percebesse que não seria eterno e fi)esse logo opedido, antes que fosse tarde demais !ntão, quando ele saiu para ir T ortnum^ Manson, esperei na carruagem, na $iccadill2 Ao v4-lo saindo da lo&a, inciteios cavalos e fui para cima dele U ;annah chorou ainda mais U " queriaque Arthur ficasse assustado, mas ele parecia surdo ou cego, pois atravessavaa rua sem olhar para os lados

U ;annah, voc4 tem de contar toda a verdade para seu irmão

U 7ão, não posso( 7ão v4/ Apesar de meu plano não ter sadoexatamente como o previsto, ele funcionou

U 0omo/ U Meredith não estava certa de querer mesmo ouvir a

respostaU Desde que meu irmão despertou, s" tem falado sobre a inten#ão de

Projeto Reisoras P!"ina '$




se casar com voc4

em nada di)er, Meredith se levantou e, pegando um pano da cesta emcima da mesa, retirou a chaleira do fogo

U 7ão sei o que di)er Csso tudo + muito W inacredit'vel, ;annahU .uando Arthur lhe fi)er o pedido, bastar' di)er “sim” e seremos irmãs

U ;annah se ergueu tamb+m, e seus olhos brilhavam de esperan#a

Meredith permaneceu calada durante alguns minutos, e s" saiu de seutranse quando a vo) de Leticia ecoou do vestbulo

U Meninas/ 8nde voc4s estão/

;annah encarava Meredith

U 7ão se preocupe, ;annah $edi a elas que viessem

!m instantes, as duas damas desceram, levando consigo a bande&a dech'

U oi exatamente com isso que sonhei durante esses dois anos UMeredith se recostou e olhou atrav+s da &anela da carruagem, os pensamentos,uma confusão de contradi#Zes

U .uer di)er que ir' aceitar o pedido de 0hillton e se mudar' para aFndia com ele/ U Leticia parecia ter suas d%vidas

U W claro que sim $or que não deveria/ U Meredith respondeu sem

vacilar, não se importando de que pelo menos uma ra)ão s"lida a atormentavaGestava apaixonada por Alexander

Viola, sentada diante dela, se curvou para alcan#ar a mão da sobrinha

U .uerida, suas feridas do baile dos !uston não tiveram a chance decicatri)ar ainda *alve) este&a se precipitando

U 7ão creio A senhora sabe que 0hillton + um homem respons'vel ebom !u &' pretendia me casar com ele

As duas senhoras trocaram olhares, e Meredith percebeu a mo-vimenta#ão

U !le + bom 0hillton nunca me U Meredith não conseguiu terminar asenten#a

U deixar' no altar U tia Leticia completou por ela U 8u so)inha ehumilhada T espera dele em um baile

orrindo, Viola deu um leve cutucão na perna da irmã

U Voc4 &' falou o bastante, Leticia

As l'grimas at+ então contidas escorreram, em profusão, pelas faces deMeredith

U !stamos evitando o assunto, e isso não + bom U Leticia não secontinha eu olhar solene se voltou para Meredith U Voc4 nem mesmotentou explicar a Lansing sobre seu livro ei que estava magoada e queria sair





o quanto antes daquela festa, mas, antes de enterrar seu futuro com umhomem que não ama, deveria falar com ele(

U 7ão posso, tia A senhora ouviu o conde Alexander recebeu umultimatoG casar-se comigo + igual a ser deserdado ! ele escolheu a op#ão quequalquer cafa&este escolheria $referiu o dinheiro

U 0omo tem tanta certe)a, querida/ U Viola meneava a cabe#a

U $orque est'vamos todas l' A senhora ouviu o conde !le foi claro aoafirmar que não haver' casamento

U im, sim 8uvi o conde mas não ouvi Lansing di)endo isso

U *alve) não em palavras, mas em seu sil4ncio, em sua falta decoragem de me encarar, sim

*odas se calaram Meredith tentava engolir bravamente o choro

U 9m pedido foi feito, e vou aceit'-lo 7ingu+m me far' voltar atr's !ume casarei com 0hillton

! aquela frase, que deveria conter toda a alegria do mundo, soou comouma senten#a de morte

anhado e penteado, Alexander esperava que ;erbert terminasse dedar o n" ao estilo irland4s em sua gravata !m seguida, vestiu o palet" de seufraque a)ul para dar sorte, mesmo sabendo que isso não passava de umabobagem, mas era a mesma roupa que usava quando Meredith caiu do c+u em

sua vidaU em, como estou/

U Muito elegante, milorde U ;erbert elogiou em seu costumeiro toms"brio, que por alguma ra)ão sempre fa)ia Alexander pensar se seu criadoestava apenas agradando ao patrão

Mas de fato, ele estava elegante, e o espelho confirmava isso, se aindalhe restasse alguma d%vida $ortanto, pelo menos nesse dia teve certe)a deque o criado estava sendo sincero

U Milorde/ U egundo entrou no quarto, muito s+rio, carregando uma

bande&a de prataX em cima dela, um &ornal U Li as colunas sociais do Times,como o senhor pediu, e acredito que tem algo de seu interesse U !stendeu abande&a

Mas Alexander não mostrou muito interesse, e deu apenas uma passadade olhos na primeira p'gina

U Devem estar comentando sobre o baile dos !uston U !m seguidaapanhou o chap+u das mãos de $rimeiro U Acho que ho&e não vou ler ascolunas, egundo 8brigado, de qualquer maneira

Minutos depois, ;erbert abria a porta da rua para seu patrão, e Alexander &' ia se dirigindo para a carruagem quando egundo o alcan#ou

U ir, sei que posso estar sendo insistente, mas acho que o senhor

Projeto Reisoras P!"ina '%




deveria ler isto antes de ir se encontrar com a srta Merriweather

Alexander se virou e, ansioso para não se atrasar, lan#ou um olhar certeiro e firme para o mordomo

U 8 que est' escrito a, egundo/ Voc4 leu, não foi/ !ntão, poupe meutempo e diga logo qual + a notcia que tenho de saber

U 9ma colunista que se di) amiga das irmãs eatherton garante que h'rumores de um noivado da srta Merriweather

Alexander deu risada

U em, talve) a novidade tenha escapado antes da hora Vou fa)er opedido ho&e, e pretendo divulg'-lo amanhã

0onfiante, o lorde sorriu e deu um tapinha no bra#o, na altura datatuagem c+ltica, que era a marca do clã escoc4s a que a famlia dele

pertencia7aquele dia, mais do que nunca, Alexander sentia orgulho de suas

ra)es !ra fato que seu avN causara v'rios constrangimentos ao conde de;arford U que tinha vergonha das origens escocesas U, mas Alexander amava o avNX era o homem mais confiante que ele conhecera

8 velho escoc4s nunca ditou regras para ningu+m Yamais se importoucom o que pensavam dele Assim como Alexander ! ele iria se casar com amulher que amava, custasse o que custasse

U Desculpe-me, milorde U egundo tornou a insistir U Mas a colunistaafirma que o noivado + com o sr 0hillton, da :ussell quare

U 8 que disse/( U Alexander recuou e apanhou, enfim, o &ornal dabande&a

9ma mistura de emo#Zes corria por suas veias enquanto abria onotici'rio

egundo a&udou, apontando a p'gina exata

U Aqui est', sir

! Alexander leuG

$ad! $etEcia e lad! 7iola confirmaram &ue o sr Arthur hillton ir% se

casar com a sobrinha' a srta "eredith "erriweather' Gs de< horas da manh.do dia HI de +ulho' na 6-re+a St 8eor-e

Alexander permaneceu mudo por alguns segundos, )on)o como setivesse levado um soco no rosto ! amassou o peri"dico, sentindo uma raivaincrvel 0hillton não perdera tempo 7em as eatherton tampouco, emanunciar o casamento para toda a Londres

Ainda com o Times amassado entre as mãos, desceu para o eleganteveculo

Meredith não iria se casar com 0hillton 7ão iria se casar com nenhum

outro, senão com ele(

Projeto Reisoras P!"ina '&




Letcia e Viola estavam saindo para ir T modista, e queriam muito queMeredith as acompanhasse, sobretudo porque elas iriam escolher o vestido denoiva, o smbolo de um sonho de que nenhuma mo#a abria mão de fa)er por simesma Mas não MeredithX não para aquele casamento, pelo menos

Viola acabava de entrar na carruagem quando a vo) da irmã soou,estridente, da soleira da entrada principal, ordenando ao cocheiroG

U eche a porta, agora(

8 perplexo criado não hesitou em atend4-la

U 8 que houve, Letcia/( U Viola gritou de volta, ao se sentar pesadamente no banco

U Ve&a aquilo, minha irmã(

Ainda parada na cal#ada, onde esperava para se despedir das tias,

Meredith se virou no momento em que ouviu o estalido met'lico da trava daporta da carruagem

Viola olhava, curiosa, pela &anelinha, e avistou a irmã apontando paraalgo a dist6ncia Meredith seguiu a indica#ão de Leticia e viu, espantadssima,um veculo condu)ido por seis cavalos acabando de entrar na ;anover quare,vindo da roo3 treet

U Alexander( U Meredith exclamou

ua primeira rea#ão foi tentar entrar na carruagem, mas Viola, recostadano espaldar do assento de couro, ignorava sua afli#ão

Assim, Meredith saiu disparada para a casa, mas logo que pisou navaranda viu a porta se fechando a sua frente As tias haviam resolvido facilitar as coisas para Alexander, como sempre

8 grande veculo parou diante do n%mero de)essete da ;anover quare, e Alexander desceu

U Meredith, precisamos conversar

"eu Deus' ele n.o devia estar t.o lindo' t.o maravilhoso; Aquilo serviaapenas para lembrar o quanto seu cora#ão estava ferido

U 7ão tenho nada a tratar com o senhor

U 0reio que ambos temos muito o quer di)er e explicar U Alexander foi em sua dire#ão

De fato, tinham Mas não naquele momento, quando a triste)a ainda eradilacerante em seu peito

U V' embora U Meredith lhe deu as costas, por não conseguir encar'-lo

A mão de Alexander tocou seu bra#o e a fe) se virar de frente

U Alex, estou noiva do sr 0hillton

U ei disso, e + esse o motivo de termos de nos falar Voc4 foi emborado baile sem falar comigo

Projeto Reisoras P!"ina ''




U .ue atrevimento( iquei a sua espera, so)inha naquele salão debaile, pois voc4 me prometeu que viria Mas, em ve) disso, enviou seu pai paradar o recado(

U !ntendeu tudo errado, Meredith Venha comigo em minha carruagem,e vou lhe explicar tudo

U er' que preciso repetir que estou comprometida com outro/ U Aspernas tremiam U 8 que pensarão se me virem entrando na carruagem de umdevasso como voc4/

Alexander vacilou um pouco Meredith sabia que suas palavras feriram,mas essa era a inten#ão

U 7ão dou a mnima para a opinião alheia U ! Alexander saiupuxando-a pela mão

U olte-me(

!, sem aviso, ele a ergueu no colo, colocou-a dentro da cabine e entrouem seguida

Meredith sabia que protestar talve) fosse uma loucura, assim como sedeixar seq[estrar pelo homem que amava

U 8 que seu pai achar' disso/

U 8 que ele acha ou deixa de achar não me interessa Meu %nicointeresse + voc4 U Alexander deu um sinal para que o cocheiro tocasse U Agora vamos conversar, e não retornaremos a ;anover quare antes que eutenha dito tudo o que devo di)er

U $ara onde est' me levando/

Ap"s um minuto de sil4ncio, o sorriso mais malandro que Meredith &'vira em sua vida surgiu no rosto do lorde

U $ara um lugar de onde voc4 não poder' escapar de mim

Alexander permaneceu calado durante o tra&eto que os condu)iu ao;2de $ar3 .uando entravam na :otten :ow, ele olhou pela &anela, paraconfirmar se o balão vermelho se encontrava T espera deles

Alexander imaginara que Meredith iria achar tudo muito rom6ntico, e

para completar o clima ele usava o mesmo fraque a)ul que usara no dia emque se conheceram 0omo isso era quixotesco(

Apesar do acontecimento desagrad'vel do baile dos !uston, Alexander tinha certe)a de que ela tamb+m estava ansiosa para reatar Afinal, qualquer um podia perceber que eles se amavam

0hegaram, e o cocheiro abriu a porta Alexander saiu r'pido, mirou oc+u cin)ento e suspirou Mesmo que chovesse, como as nuvens amea#avam,nada mudaria seus pro&etos !ra tarde demais para isso, pois a vinte passos doerpentine estava o balão vermelho

Meredith desceu da carruagem ainda mais confusa

U $or que viemos at+ aqui/

Projeto Reisoras P!"ina 1((




U $osso ser honesto/

U $or favor e voc4 puder

U $ensei que iria considerar rom6ntico um passeio de balão, Meredith

!la fe) uma caretaU :om6ntico/ 7ão acabou de di)er que seria honesto

U Asseguro-lhe de que estou sendo sincero ou um rom6ntico,Meredith

U 7ão posso acreditar U !la se virou para voltar para o veculo, masele a impediu

U Venha comigo 7"s vamos subir

U 7ão me engana, Alex ei que leu meu caderno e sabe que nosso

primeiro encontro não foi por acaso !u o estava espionando daquele mesmobalão(

U Voc4 o qu4/ .ue bobagem + essa, Meredith/

Alexander a arrastava para l'

U Agora saia da, eu mesmo cuidarei disso U 0om a mão livre Alexander tirou o piloto do cesto

U 8 balão + meu e s" saio daqui morto(

Alexander olhou no fundo dos olhos do homem

U Csso pode ser arran&ando, meu senhor

U aiba que não me assusta, milorde

U W mesmo/ U Alexander come#ou a vasculhar o bolso at+ encontrar um saco de moedas U *alve) isto o conven#a

8 piloto não pensou duas ve)es para apanhar o saquinho e deixar paratr's seu precioso balão

Meredith se debatia para não entrar ali, mas não foi p'reo para arobuste) do lorde ! s" quando o balão &' ganhava altura Alexander a soltou

U Agora, querida, o que est'vamos di)endo/

Ser% ossEvel &ue todas as essoas a meu redor enlou&ueceram?;

Meredith tinha feito a si mesma essa pergunta in%meras ve)es nas%ltimas semanas

A medida que o balão subia no c+u cin)ento, sua d%vida era respondidaim, todos estavam loucos uas tias, ;annah, 0hillton, Alexander *odos,sem exce#ão

Alexander respirou fundo

U Voc4 est' pronta para me ouvir/

Meredith o encarou, seus cabelos se agitando ao vento, encobrindo-lhea face

Projeto Reisoras P!"ina 1(1




U *enho escolha/

U 7ão A menos que resolva pular daqui para a morte certa U Ap"s umde seus sorrisos devastadores, prosseguiuG U Vamos l', sei que voc4 tem algopara me di)er Mencionou que estava me espionando, naquela ocasião !ntãoera por isso que carregava o bin"culo/

Meredith suspirou e resolveu que &' era tempo de esclarecer tudo deuma ve) e se livrar daquele tormento

U im

U .uer di)er que não estava observando o tendilhão vermelho muitosafado/

U 7ão se&a cnico *udo se acha escrito em meu caderno de anota#Zes

U Mas, Meredith, nunca li suas anota#Zes 7ão fossem as acusa#Zes

que meu pai fe), que tenho de admitir me fi)eram duvidar de seus verdadeirossentimentos por um tempo, eu não teria id+ia do que est' escrito l' 8lhe, eunão tinha o direito de duvidar de voc4 7ão seria certo Desse modo, preferiacreditar no que seus olhos me di)iam, em seus carinhos, em seus bei&osXindependente do que se acha escrito naquele seu caderninho

8 bom senso di)ia que era tudo mentira 0afa&estes sempre mentempara atingir seus ob&etivos

0ontudo, ao fitar com mais aten#ão a expressão inocente de Alexander,ela sentiu no fundo do cora#ão que ele lhe di)ia a verdade

U !ntão, voc4 não leu nenhuma p'gina/

U 7ão U !le se aproximou e tocou o bra#o de Meredith, como se nãotivesse certe)a se tinha permissão para isso U abia que as anota#Zes erampensamentos ntimos seus, e não algo para ser divulgado

9m leve remorso abateu Meredith 8 ar estava pesado e tinha cheiro dechuva se aproximando, quando ela virou o rosto e mirou a copa das 'rvores

U !st' enganado, Alex !u estava tomando nota para um livro quepretendo escrever *alve) se&a melhor eu lhe contar toda a hist"ria

Alexander endireitou a coluna !stava difcil se equilibrar no veculo emmovimento egurando-se nas laterais pr"ximas a Meredith, ele buscava

equilbrio, e a encarava com uma expressão bastante confusaU *alve) se&a melhor iniciar pelo princpioX pelo dia em que nos

conhecemos

U Muito bem

! assim ela o fe)

Meredith explicou os motivos que a levaram a resolver escrever seu livroomo >vitar avalheiros 6ndese+%veis 5 8uia ,r%tico ara Damas' sobre avergonha que lorde $omero2 a fe) passar e seu dese&o de que nenhuma outramulher inocente viesse a sentir aquela mesma dor

!vidente que Alexander conhecia os detalhes do vexame enfrentado por

Projeto Reisoras P!"ina 1(#




ela $arecia que todos sabiam disso, ou pelo menos a parcela da sociedadeque as tias de Meredith não puderam controlar Mesmo assim Alexander demonstrava entender e se compadecer com o dese&o dela de evitar queoutras mulheres tivessem o mesmo destino

!m seguida, falou tudo sobre seus esquemas e experi4ncias paradescobrir mais sobre os cafa&estes, malandros e safardanas em geral, umaap"s a outra Alexander a tudo escutava, com incrvel respeito

!le chegou a erguer a mão, tentando interromp4-la, mais de uma ve)Meredith não tinha certe)a se fora um pedido de pausa para esclarecer algo oupara que parasse com tudo aquilo, pois Alexander &' não suportava mais ouvir

De qualquer maneira, não fe) diferen#a Agora que come#ara eraimpossvel parar

Mas T medida que as palavras saam de sua boca, uma agrad'vel

sensa#ão de alvio tomava conta de Meredith, fa)endo com que ela se sentissecada ve) mais leve U pois enfim estava pondo para fora um peso que haviamuito estava em seu cora#ão !ra como se fosse uma confissão, como setivesse &ogando para baixo um a um os sacos de areia que serviam de pesopara o balão Aquilo era muito bom(

Meredith queria que Alexander soubesse de tudo U para que nenhumdetalhe ficasse oculto entre eles

! então, havia apenas mais uma coisa a ser ditaG uma %ltima palavraque curaria todas as feridas de seu passado

U *ente entender, Alex, que quando passei a confiar em voc4 quandodescobri que o amava o livro &' não importava mais

eu cora#ão batia disparado, pelo menos do)e ve)es mais r'pido doque o normal, enquanto aguardava uma resposta U um sinal, uma expressão.ualquer coisa Mas Alexander não disse nada

8 olhar de Meredith estudava as fei#Zes do lorde, mas não conseguiaachar nenhuma pista

;esitante, ela se aproximou, cambaleando como um beb4 quecome#ava a dar os primeiros passos, em busca de aceita#ão ! Alexander oconcedeu, abra#ando-a com ternura em for#as para fa)er nada al+m de ficar

ali, colada a seu amado, Meredith se encostou mais ainda contra o corpoquente de Alexander entiu seu perfume, de que, at+ então, não soubera quesentira tanta falta

As mãos do lorde contornaram a cintura delgada e pousaram na base dacoluna, tra)endo-a para mais perto

Meredith estremeceu, sentindo o toque sensual percorrer-lhe como umraro raio de lu) incandescente, causando um arrepio em sua nuca !rgueu orosto, ainda esperando por uma resposta, qualquer que fosse Mas em ve) defalar, a boca de Alexander se aproximou da sua, surpreendendo-a, e atempestade come#ou a se formar não s" a seu redor como dentro de seu peito

tamb+m Alexander se virou devagar e a recostou contra a borda do cesto !,





erguendo-a apenas um pouquinho, se inclinou sobre ela

Meredith soltou um leve gemido ao sentir Alexander se comprimindocontra seu corpo, pressionando-a com algo firme entre as pernas $or instinto,seus quadris responderam se aproximando ! um calor devastador surgiu emseu baixo-ventre

Alexander, como se soubesse que isso estava acontecendo, deixouescapar um gemido lento e lascivo

8 vento soprava ao redor e penetrava no cesto, soprando para o alto assaias de Meredith, que não estavam presas contra o corpo de Alex

Meredith interrompeu o bei&o e respirou fundo, buscando for#as paraimplorar que parasse, uma ve) que ela mesma não confiava em si para tomar essa atitude

7ão importava o que sentia, não importava o que queriaG estavaprometida para outro homem $ara o bom, respons'vel e de extrema confian#a0hillton

7o entanto, l' estava ela, grudada em Alexander, louca para senti-lodentro de si Louca para aplacar a tempestade que havia dentro de seu ser

U Voc4s precisam descer( U um grito veio de l' de baixo

Alexander olhou para o piloto, que cuidava da corda que prendia o balãoao chão, e gritou de voltaG

U Ainda não(

As 'rvores ondulavam abaixo, e então o balão serpenteou no ar e voltoucom um solavanco

8s &oelhos de Alexander vacilaram para a frente e para tr's at+ que elecaiu sentado

$ega de surpresa, Meredith caiu por cima dele, numa posi#ãoembara#osa, sentada em seu colo

!m busca de equilbrio, seus bra#os contornaram Alexander *odos osseus sentidos a alertavam para o perigo, mas suas entranhas s" conheciam odese&o

9ma gota caiu sobre sua cabe#aX em seguida, outra no rostoMeredith olhou para o firmamento escuro e para a chuva oblqua que

batia com viol4ncia contra o balão, que chacoalhava de um lado para o outro

Botas mais grossas batiam agora contra seu peito, penetrando no vãoentre os seios

edu)ido pela imagem, Alexander se inclinou um pouco mais e tocounas partes dos seios que saltavam do decote 8 calor da palma da mão delecontra sua pele fria e molhada causou fortes arrepios em Meredith

Alexander então tocou no final do decote e abriu, com um s" puxão, o

vestido e a chemise que estava por baixo, expondo os seios arfantes !mseguida, olhou Meredith nos olhos, e se abaixou e bei&ou o mamilo enri&ecido





pela 'gua gelada e pela paixãoX um na boca, o outro entre seus dedos quentesugando um e apertando o outro

Meredith gemeu, mas o som foi disfar#ado por um trovão e uma ra&adade chuva que despencou 7aquele momento, Alexander pNs a mão de Meredithentre suas pernas 9m pequeno solavanco a fe) estremecer quando sentiu o"rgão firme em sua palma

! o cesto oscilou ainda mais 8 piloto resolveu pux'-los para baixo

U Alex, o balão

U A essa velocidade, em de) minutos estaremos no solo

Meredith o encarou e viu que Alexander a fitava com ardor

!ntão respondeu T questão muda que enxergou naquele rosto lindo comum bei&o profundo !les tinham apenas poucos minutos

!nquanto suas lnguas se enroscavam, Meredith buscava os botZesmolhados de Alexander

$ara facilitar as coisas, ele mesmo abriu a cal#a, para em seguida guiar a mão dela para dentro, a&eitando os quadris para que Meredith pudesse toc'-lo com mais facilidade Alexander cerrou as p'lpebras e respirou fundo, ao ser acariciado

8 cesto balan#ou de novo, e agora, acima da borda, Meredith podia ver as folhas das copas das 'rvores 8lhou enlouquecida para AlexanderDeterminado, ele se a&eitou um pouco para em seguida tra)4-la de volta sobresi

Meredith se livrava da roupa de baixo e erguia mais a saia, para dar aele livre acesso !ntão, sentiu o calor do corpo de Alexander penetrando o seubem devagar

De repente, Meredith sentiu as mãos enormes dele soltando-a, e então,come#ando pelo &oelho, subiu ao longo da parte interna da coxa at+ encontrar uma parte muito sensvel entre suas pernas 0om o polegar, Alexander fa)iamovimentos circulares alucinantes, enquanto a puxava mais para baixo

Alexander tomou-lhe um mamilo com a boca, sem quebrar o ritmo dasarremetidas Meredith tremia, e sua respira#ão ficava cada ve) mais difcil

8 cesto foi &ogado para o lado, fa)endo-os arfar Mas, em seguida, obalão despencou mais alguns metros, erguendo os &oelhos de Meredith dochão por um segundo, para então &og'-la de volta sobre Alexander

eu corpo todo tremia ao mesmo tempo que olhava para a chuva e viaas copas das 'rvores se aproximando cada ve) mais

De repente a sensa#ão, como um raio, percorreu Meredith de cima abaixo, e ela gritou quando Alexander, segurando em seus quadris, penetroumais fundo, indo e vindo num movimento sem parar

em aviso, uma onda %mida e quente pulsou dentro de seu ser, e

Alexander fechou os olhos, cerrando os dentes .uando tornou a abri-los,sorriu para ela

Projeto Reisoras P!"ina 1($




U !u te amo, Meredith

Assustada e ainda muito atordoada com o que acabava de vivenciar,Meredith tentava se recompor

U 8s cafa&estes nunca di)em isso( W uma das regras b'sicas delesU 7esse caso, voc4 não precisa de mais nenhuma prova de que me

regenerei U !, olhos nos olhos, reafirmouG U !u te amo

U Apenas mais alguns metros e voc4s estarão no chão, sãos e salvos(U o piloto do balão berrou, não de muito longe agora U 7ão se preocupe,milorde(

Meredith encarou Alexander por um momento, então saiu de cima dele ese sentou num canto, arrumando as roupas, apressada

Deus do c4u' o &ue eu fi<?; , ela se perguntava

!les não se falaram no breve retorno para ;anover quare U oumelhor, Meredith não proferiu uma palavra sequer Alexander, por sua ve),tentou argumentar, procurando convenc4-la a desistir de se casar com 0hillton

Mas ela seguia calada, com os bra#os apoiados sobre os &oelhosencharcados e olhando para fora, pela &anela da carruagem, enquanto oscavalos seguiam pela Ma2fair

7ão havia como desfa)er seu compromisso com 0hillton im, ela iriasofrer por ter se precipitado ao aceitar o pedido, mas agora era tarde demaispara voltar atr's Afinal de contas, isso ia contra todos seus princpios

em mover a cabe#a, mirou Alexander de soslaio e sentiu uma pontadano cora#ão abia que não amava 0hillton eu cora#ão pertencia a Alexander U um homem que a amava tamb+m *anto que se propunha a mudar de vidas" para ficar com ela

L'grimas desciam por seu rosto

Alexander se inclinou e tocou-lhe a mão

U Voc4 est' chorando/

Meredith esbo#ou um sorriso falso

U 0laro que não U $rendeu atr's da orelha uma mecha de cabelo

encharcado U ão meus cabelos que estão pingando !u estou bem Alexander lan#ou-lhe um olhar repleto de d%vida e preocupa#ão

U Acredite, Alex, estou bem

.ue p+ssima mentirosa ela era

Mas aquela não foi a %ltima surpresa do dia Mais tarde, Annie veioavisar Meredith que eth Augustine a aguardava na sala de visitas $elo visto,aquele era o dia das revela#Zes

Meredith, enchendo-se de coragem, foi atender sua velha amiga deinf6ncia





U Voc4 roubou meu caderno de anota#Zes( U A f%ria tomou conta deMeredith assim que ela pNs os olhos em eth U ! o mandou para o conde;arford(

eth fingiu surpresa diante da afirma#ão

U 7ão tenho a menor id+ia do que voc4 est' falando, Meredith

U Ah, sim, voc4 tem( U !nxugou com as costas da mão o pranto querolava U ! ficar' feli) em saber que seu plano deu certo *iro o chap+u paravoc4, eth

U Meredith, est' nervosa, meu bem, mas lhe dou minha palavra dehonra de que não sei a que se refere

U $alavra de honra/

A chuva ainda caa forte l' fora e batia contra as imensas &anelas da sala

de visitas 8 pano de fundo perfeito para fa)er assomarem as lembran#as deMeredith !la se recordou dos tempos das torturas sofridas nas mãos de eth,quando estudavam &untas

eth nem mesmo tentou argumentar em favor de si mesma !m ve)disso permaneceu ouvindo, calada, permitindo que Meredith descarregassetodo seu rancor que havia anos guardava At+ que não ag[entou mais eacabou se rendendoG

U *udo bem, eu admito ente-se feli) por ter conseguido me encostar contra a parede/

U 7ão, não estou, eth " gostaria de saber por que voc4 sente tantopra)er em me ferir 7unca fi) nada contra voc4 $elo contr'rio, sempre quis ser sua amiga

8s olhos de eth de repente se encheram de l'grimas

U 7a +poca de escola, voc4 sempre foi a mais bonita A ador'velMeredith nunca teve de se esfor#ar para conseguir a aten#ão de todos!nquanto eu tinha de lutar, e muito, para isso 7ão era &usto(

U !u nunca

Mas eth ergueu a mão, pedindo sil4ncio

U Voc4 queria saberX agora ter' de me escutar U eth respirou fundoU ! mesmo depois que crescemos e samos da escola, nada mudou !uestava apaixonada por $omero2 abia disso, Meredith/

!la fe) que não

U !le tamb+m me amava at+ voc4 entrar em nosso caminho $or queum nobre iria se importar comigo quando Meredith Merriweather estavainteressada nele/

U !u nem imaginava isso $omero2 me abandonou no altar, eth,esqueceu-se desse detalhe/ !le destruiu minha vida ! se não tivesse sidocomigo, poderia ter sido com voc4 8 cr'pula nunca amou nenhuma de n"s

*udo o que queria era dinheiro para recarregar os cofres va)ios da famlia

Projeto Reisoras P!"ina 1(%




eth olhou no fundo dos olhos de Meredith

U 8 que quer di)er com isso/

U Minhas tias, diante de meu sofrimento, contrataram um detetive e

descobriram que $omero2 tinha prometido se casar com outras damasU Mas ele era um visconde(

U im, mas sem fortuna Acabou se casando com uma herdeira de)anos mais velha que ele, que agora o mant+m trancafiado nos confins de0ornwall

9m leve sorriso apareceu no canto esquerdo dos l'bios de eth

U 0omo voc4 pode perceber, ele nunca amou nenhuma de n"s, e sims" a si mesmo W desse &eito que os cafa&estes agem U !ntão Meredith viualgo que nunca tinha visto antes, uma l'grima descendo pelo rosto de eth

U into muito por tudo o que lhe fi), Meredith Mas, na ocasião, não foio suficiente $omero2 t4-la abandonado no altar Voc4 não parecia estar sofrendo o bastante empre de cabe#a erguida e suportando a vergonha

U !ntretanto, eu sofri muito, eth ! o que $omero2 fe) comigo meassombra e me afeta at+ ho&e

U !u ignorava disso .uando li seu caderno de anota#Zes, soube quetinha algo em mãos que poderia destruir seu relacionamento com lordeLansing 0omo eu, voc4 iria perder um bom partido e seria for#ada a aceitar um homem medocre e de parcos recursos U eth abra#ou Meredith U $or favor, me perdoe

!las se abra#aram, muito emocionadas

U $erdNo voc4, eth 7o fundo, somos iguaisG vtimas de um homemsem escr%pulos

.uando a sra Augustine saiu pela porta da frente, não era mais umainimiga, e sim um esprito triste que tinha sido enganada pelo mesmo biltre

U 8ntem ele pagou as cinco libras pela licen#a especial U *erceirocontou a Alexander, que estava sentado na biblioteca de sua casa

U *em certe)a/ U Alexander encarou, preocupado, seu cocheiro!le não dormia desde a tarde chuvosa no balão, quando Meredith

dissera que não aceitava seu pedido ! a id+ia de v4-la se casar com aquelepateta chamado Arthur 0hillton o corroia por dentro, matando-o aos poucos

U *enho certe)a, milorde !u o segui o tempo todo e o vi pagando alicen#a especial para que o casamento se adiantasse

9ma id+ia iluminou a mente de Alexander, que se levantou no mesmoinstante, com uma %nica determina#ão !ra um plano perfeito

9m tanto arriscado

Malandro

Projeto Reisoras P!"ina 1(&




Mas perfeito(

U *erceiro, prepare a carruagem, n"s vamos sair $rimeiro, meuchap+u(

U 8 senhor vai precisar de uma bebida ou algo mais/ U egundoofereceu U A dist6ncia at+ ;arford ell + longa/

U 7ão preciso de nada, exceto de algumas libras U Alexander abriuuma gaveta de sua escrivaninha, apanhou um documento e o guardou dentrode um envelope de couro U 7ão pretendo ir para ;arford ell *enho umassunto urgente para tratar com o reverendo

Arthur 0hillton não tinha um criado pessoal $ara que precisaria/empre se vestira so)inho, desde a adolesc4ncia, e &amais teve a menor dificuldade em fa)4-lo

Ap"s terminar de amarrar a gravata, mirou-se no espelho, e ficouadmirado e satisfeito com o resultado do n" 9ma ve) ouvira que os &anotas eos especialistas em moda, como aquele detest'vel Lansing, consideravamaquele estilo vulgar e comum Mas para Arthur ele era excelente, uma ve) quenão sabia fa)er outro tipo de n"

!ra o dia de seu casamento, e para tal deveria estar bem apresent'vel

8 barulho de passos no corredor chamou sua aten#ão !ra ;annah, quevinha ver se o irmão &' estava pronto

U 0omo estou, minha irmã/ U perguntou quando ;annah parou T portaentreaberta do quarto, para admirar o noivo

7ão que a opinião dela fosse fa)er alguma diferen#a, pois 0hillton nãoiria mudar uma %nica pe#a de sua indument'ria apenas para contentar a irmãou qualquer outra pessoa que fosse

;annah o fitou dos p+s T cabe#a e torceu o nari)

U Voc4 deveria ter comprado um fraque novo para a ocasião, Arthur

!le deu mais uma olhada no espelho para seu fraque a)ul, adquirido tr4sanos atr's

U !sta + a roupa que costumo usar quando vou fechar um neg"cioimportante ervir' muito bem para a ocasião

;annah cru)ou os bra#os, frustrada, e então Arthur viu que ela seguravaalgo na mão direita

U Crmão, isso não + um acordo de neg"cio W o dia de seu casamento

U !ngano seu, minha irmã ;o&e ser' o dia da aquisi#ão maisimportante de minha vidaG a srta Merriweather 0om as conexZes das tias dela,as portas se abrirão para mim, assim como os bolsos das melhores famliaslondrinas

U ! s" isso o que Meredith significa para voc4/ 9ma oportunidade deenriquecer/

Projeto Reisoras P!"ina 1('




Arthur não conseguia entender como a irmã não compreendia a l"gicade suas palavras

U Mas o casamento não passa de um neg"cio, ;annah 7ada mais UDe novo o volume que ela tinha na mão chamou-lhe a aten#ão U 8 que voc4tem a/ ! para mim/

U 8h, isto veio da t Beorge para voc4 U Ap"s entregar o envelopepara Arthur, ela suspirou, e, quando ia saindo, se virou para mais umaperguntaG U !st' tudo certo com o matrimNnio/

Arthur abriu a carta e a leu r'pido

U im, tudo bem ;' um novo reverendo na igre&a que quer falar comigo U Arthur guardou o bilhete no bolso U :everendo ;erbert, esse + onome Dese&a que conversemos antes da cerimNnia, em particular em, emfun#ão disso, irei mais cedo 7"s nos vemos l'

!mbaixo do p"rtico, amparado por colunas em frente T igre&a tBeorge, Meredith esperava de cabe#a erguida por Arthur, para que a cerimNniapudesse come#ar

entia-se muito insegura Dois anos antes, ela se vira na mesmasitua#ão e no mesmo local, e tudo acabara em trag+dia

U Vou falar com o reverendo U Letcia disse T sobrinha U 7ão tema,querida, tenho certe)a de que 0hillton deve ter se atrasado por algum motivo &ustific'vel

Meredith concordou com um aceno, mas no fundo temia que tudo fossese repetir

!nquanto isso, Arthur olhava para um simp'tico reverendo 8s dois &' sefalavam havia mais de uma hora, e por fim 0hillton chegava a uma conclusão

8 reverendo estava certo 7ão poderia se casar com uma mulher quenão correspondia por inteiro a suas expectativas ! bem, agora que se deraconta disso, estava claro que a srta Merriweather, com seu esprito deliberdade, não compartilhava dos mesmos princpios morais que eles Arthur

sempre soubera do passado dela, mas chegou at+ a considerar isso umbenefcio para ele Afinal, se ela não tivesse sido re&eitada, a oportunidade dese casar com uma dama da sociedade &amais teria batido a sua porta

*odavia, agora Arthur 0hillton não podia dar continuidade Tquilo Depois,as inglesas costumavam reclamar do calor da Fndia, onde plane&ava morar pelos pr"ximos tr4s anos 7ão, não dava para levar uma esposa para a Fndia

im, o reverendo tinha ra)ão

U Mas ela passar' por um tremendo vexame se eu a deixar esperando U Arthur sabia que tinha, pelo menos, a obriga#ão de di)er isso Apesar de não dar a mnima

Meredith &' fora abandonada antes, na mesma igre&a, e como a 4nix





mitol"gica ressurgiu das cin)as de sua runa

8 reverendo ;erbert deu um tapinha nas costas de Arthur e sorriu

U Voc4 deve seguir seu cora#ão, meu rapa) e o fi)er, estar' sempre

no bom caminho! assim Arthur o fe)

CA*+TUO -III

De repente, a pesada porta de carvalho da igre&a se abriu, deixando

escapar o murm%rio dos convidados Meredith, que ainda aguardava do ladode fora, &unto de suas irmãs, a quem não via desde o malfadado compromissocom $omero2, e os respectivos maridos, tentou enxergar o altar, mas seusolhos estavam tão cheios de l'grimas que não lhe era possvel ver absolutamente nada

U Voc4 não tem de passar por isso, Meredith U !li)a, sua irmã maisvelha, disse, tentando confort'-la

Brace, a irmã mais nova, segurou sua mãoU $odemos ir para casa agora mesmo se voc4 quiser

U 7ão, Brace, fi) uma promessa e vou cumpri-la U Meredith enxugouo pranto nas costas da luva U !sperarei aqui

U !ntão, pare de chorar, pelo amor de Deus( eus olhos estão ficandoroxos U Yenn2, sua madrinha de casamento, tirou da bolsinha um pequenopote de prata U Deixe-me passar este p", para disfar#ar

!m seguida, puxou o v+u da noiva para a frente, escondendo de todos orosto vermelho de Meredith

U Agora ningu+m testemunhar' sua triste)aU 8brigada, Yenn2 Apesar de não conseguir ver direito, por causa

deste v+u 8 tecido não + muito transl%cido, uma ve) que foi feito para ficar para tr's

U 7ão importa !st' maravilhosa, meu bem, e isso + o mais importante Al+m do mais, gostei do efeito

7esse momento, ;annah, enfim, chegou, muito apressada

U Bra#as a Deus que ainda não come#ou( Arthur veio mais cedo paraconversar com o reverendo, e eu fiquei para tr's

Meredith piscou, confusa





U .uer di)er que 0hillton &' est' l' dentro/

U ;' mais de uma hora

Letcia veio quase correndo pelo imenso corredor principal, e fe) um

sinal para que Meredith e as outras damas entrassem A cerimNnia iriacome#ar

7o altar distante, mal dava para distinguir o cavalheiro de a)ul queesperava pela noiva

Meredith adoraria ter sentido alvio, por não ter sido abandonada outrave) Mas como poderia/ 7o fundo da alma, sabia que preferia a humilha#ão ea dor de ser re&eitada de novo a ter de se casar com outro homem que nãofosse Alexander

0om o cora#ão partido, avan#ava sem pressa pelo tapete vermelho !mminutos, chegou perto de seu noivo, como era seu dever

8 reverendo abriu um livreto e deu incio T cerimNnia, mas Meredith nãoouvia nenhuma palavra que era proferida 9m dese&o insistente de sair correndo não lhe dava tr+gua

!rgueu um pouco a barra da saia, preparando-se para o que pretendiafa)er 7ão podia, de &eito nenhum, casar-se com outro que não fosse o seu Alexander

0om isso em mente, foi se virando para o lado direito, quando, para suainfinita surpresa, sentiu o aroma de uma fragr6ncia francesa muito suaconhecida, e com ela veio a indescritvel sensa#ão de seguran#a e pa)

Alexander estava l' !, uma ve) que dava para sentir o perfume do altar,não devia se achar muito longe

7o entanto, um burburinho a despertou de seu torpor Ao se virar,percebeu que os convidados apontavam para a rua, enquanto um barulhoestrondoso de rodas de carruagem se aproximava 8 reverendo parou de falar,e, como todos, olhou para a porta que dava vistas para a cal#ada

Meredith ergueu uma pontinha do v+u, o suficiente para ver o veculopassando em d%vida seus olhos a enganaram, pois lhe pareceu ser $rimeiro,o criado particular de Lansing, a condu)i-lo ! o mais estranho era que dentrodela seguia Arthur 0hillton em pessoa 7ãoX estava enganada, isso era "bvio

e era 0hillton dentro da carruagem, então quem

Meredith se virou e encarou o homem a seu lado

U Alexander( U eu cora#ão amea#ou saltar pela boca Aquilo era umsonhoX um sonho maravilhoso e perfeito

U im, minha querida U Alexander sussurrou de volta U ua fala seaproxima W melhor prestar aten#ão U ! sorriu para o senhor parado a suadireitaG seu padrinho

Meredith olhou para o cavalheiro tamb+m, e mal pNde acreditar no que

viu !ra o conde de ;arford, muito orgulhoso ao lado do filhoU Milorde/ U Meredith indagou, confusa 8 conde piscou-lhe





U im, filha em, isto +, se a senhorita permitir que a cerimNniacontinue e se case com meu filho U !m seguida gesticulou para que oreverendo prosseguisse

Meredith se voltou para o reverendo, e então se deu conta de algo muitoinusitado

U egundo/(

8 reverendo a mirou por cima do livro e se inclinou um pouco para afrente

U 7ão, minha crian#a 7ão trabalho para lorde Lansing, como meusirmãos ou o reverendo ;erbert, e estou tentando casar voc4s dois

U 8h( U Meredith fitou Alexander, que piscou e olhou de volta para oreverendo ;erbert

U egundo est' logo ali U Alexander indicou, discreto U !stavaaconselhando 0hillton, h' pouco

7a dire#ão da sacristia, Meredith avistou egundo, parado na penumbra,com roupa id4ntica ao do reverendo

0ercada de sua orgulhosa famlia, Meredith tirou a pena do tinteiro eassinou seu nome no livro de registro da igre&a !m seguida se voltou para seuamado marido, Alexander

U !ntão isso + mesmo legal/

U em sombra de d%vida 8 reverendo ;erbert assinou a licen#a, e

agora voc4 + minha, Meredith ! não h' nada que possa fa)er para modificar isso

8 conde de ;arford deu um passo adiante

U em, agora acho que &' posso dar um bei&o na esposa de meu filho

U Desculpe-me, milorde U Meredith iniciou U, mas não estouentendendo 8 senhor proibiu este casamento Amea#ou seu filho de deserd'-lo

U 7ão tinha percebido o quanto ele a amava, minha filha Al+m do mais,depois de ler sobre seu passado em seu caderninho de notas, fiquei

convencido de que seu %nico interesse era ridiculari)ar Alex por causa de umpassado que ele tentava bravamente deixar para tr's U 8 conde respiroufundo em busca das palavras certas U $or+m, quando Alex me falou quepreferia viver sem um tostão a ter de abrir mão de voc4, me dei conta de quevoc4 s" podia ser uma mulher muito especial, Meredith

.uando uma %nica l'grima desceu pela face de Meredith, o conde aenxugou com seu len#o e deu-lhe um bei&o

U .ueira me perdoar lad2 Lansing

Meredith não conseguia falar, devido T forte emo#ão $or cima do ombrodo sogro, ela viu o sorriso de Alexander e seus olhos brilhantes

Ap"s v'rios abra#os de suas irmãs e muito choro de alegria, foi a ve) de





;annah vir cumprimentar a noiva

U into muito pela atitude de meu irmão, Meredith !le + um tolo Achoque não era para sermos irmãs

Letcia tomou o bra#o de ;annah e a puxou para siU 7ão, minha menina, seu irmão não + um tolo !le sabia que nossa

Meredith pertencia a lorde Lansing mais do que a ele 7ão posso culp'-lo por isso

U Apesar de eu achar que Alexander não deveria ter esperado tantopara descobrir isso, irmã U Viola suspirou U 8 dia de ho&e teria sido menoscomplicado

Meredith riu com a observa#ão

U $reciso di)er, meu querido marido, que esse seu plano com os irmãos

;erbert foi muito arriscado 7ão fosse a lealdade extrema deles, não sei seteria dado certo

8s quatro ;erbert, naquele instante &untos, riram muito do coment'rio

U 8 que + tão engra#ado/ U Meredith perguntou, dirigindo-se a eles

U !sses cavalheiros não são simples funcion'rios leais, minha queridaU Alexander, rindo muito, tirou o palet" e enrolou a manga da camisa, expondoos an+is c+lticos U $ertencemos todos ao mesmo clã

8s irmãos ;erbert, incluindo o reverendo, expuseram, então, a mesmatatuagem em seus bra#os $rimeiro deu um passo T frente

U omos parentes distantes Viemos todos da mesma vila, que fica nosconfins da !sc"cia

Alexander assentiu e &ogou o palet" em cima da mesa 7um gestoousado, ergueu Meredith em seus bra#os e a bei&ou

U Bostaria de acrescentar ainda que seu plano foi pr"prio de umcafa&este, meu adorado marido

U Mas, querida, eu &uro que esse foi meu %ltimo ato de cafa&estagem Agora sou um homem regenerado

U Mesmo/ U Meredith deu-lhe um bei&inho no nari) U .ue pena(

Meredith segurava com for#a o bra#o do marido, enquanto o sr ;urst,seu editor, colocava um pequeno livro de capa de couro vermelha em cima daescrivaninha eu guia fora publicado 8fegante, ela abriu o volume e leu aprimeira p'ginaG

omo >vitar avalheiros 6ndese+%veis @ 8uia ,r%tico ara Damas

>scrito or lad! $ansin-' nascida "eredith "erriweather

9m -uia comleto sobre todos os tios de homens' incluindo' entre

outros malandros' safados' atifes' mach/es' indiferentes' infames'esertinhos' salafr%rios' con&uistadores' libertinos e devassos





Alexander se inclinou e deu um bei&o carinhoso na testa da esposa

U Voc4 conseguiu, meu amor

U 0onsegui, não + mesmo/ U .uando enfim conseguiu desviar o olhar

do livro, Meredith criou coragem e fe) a pergunta ao sr ;urst que não saa desua cabe#a havia semanasG U Algu+m &' comprou algum exemplar/

8 sr ;urst sorriu, satisfeito

U 8s livreiros t4m implorado por mais c"pias *odas as que chegam sãovendidas no mesmo instante $arece que a notcia se espalhou em Londres, eas sete mil c"pias foram vendidas da noite para o dia(

U *antas assim/ U $arecia que o chão ia sumir de baixo dos p+s deMeredith U Mas trata-se apenas de um guia, e não de um romance

U 8 guia para damas omo >vitar avalheiros 6ndese+%veis parece ser

uma necessidade, milad2 Alexander tomou, orgulhoso, as mãos de Meredith

U Bostaria de saber o que as leitoras pensarão quando lerem que aautora se casou com o cafa&este mais famoso de Londres

U Milorde, me atrevo a di)er que a maioria das leitoras de sua esposa &'sabe disso U 8 sr ;urst meneou a cabe#a U 7a verdade, estou quase certode que esse + o motivo da popularidade do livro 9ma mo#a traumati)ada por seu passado conhece um devasso e o transforma num ador'vel esposo,seguindo apenas os ditames de seu cora#ão W uma hist"ria de amor, pura esimples

8 olhar do sr ;urst pousou sobre o exemplar que estava nas mãos deMeredith !m seguida, ele se inclinou e o tirou das mãos dela

U ! a %ltima linha + a mais impressionante

Alexander apanhou o guia que o sr ;urst lhe estendia

U Leia a %ltima p'gina, sir

Meredith soltou do bra#o do marido, apanhou o livro de volta e o abriu nap'gina referida

U $ermita que eu o fa#a, por favorG “$or conseguinte, minha pesquisa

demonstrou que um cafa&este regenerado se transforma no melhor tipo demarido”

8s olhos de Alexander brilhavam quando ela lhe devolveu o guia

U Csso + tudo/ U A vo) dele era quase um sussurro

8 sr ;urst, sorridente, se virou de costas, fingindo estar verificandoalguns pap+is

U im U Meredith ia bei&'-lo, mas no %ltimo segundo sua boca mudoude dire#ão U $or que, querido/ U murmurou ao ouvido dele, mordiscando-lhea ponta do l"bulo U Ainda falta mais alguma coisa/





)I.

Documents

1463 Kathryn Caskie Inocente Sedutora Julia Históricos 1463