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2 a edição | Nead - UPE 2009

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife

Bezerra, Benedito GomesLíngua Latina / Benedito Gomes Bezerra. – Recife: UPE/NEAD, 2009. 76 p.: il. – (Letras).

ISBN 978 -85-7856-025-6 Conteúdo: fasc. 1 – A língua latina: noções iniciais; fasc. 2 – A língua latina:

estrutura e função; fasc. 3 - A língua latina: estrutura e função (II); fasc. 4 - A língua latina: estrutura e função (III).

1. Língua latina 2. Língua portuguesa 3. Educação a distância I. Universida

de de Pernambuco, Núcleo de Educação a Distância II. Título

CDU 807.1-16

B574l

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Impresso no Brasil - Tiragem 150 exemplaresAv. Agamenon Magalhães, s/n - Santo AmaroRecife - Pernambuco - CEP: 50103-010Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664

Reitor

Vice-Reitor

Pró-Reitor Administrativo

Pró-Reitor de Planejamento

Pró-Reitor de Graduação

Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa

Pró-Reitor de Extensão e Cultura

Prof. Carlos Fernando de Araújo Calado

Prof. Reginaldo Inojosa Carneiro Campello

Prof. Paulo Roberto Rio da Cunha

Prof. Béda Barkokébas Jr.

Prof.ª Izabel Cristina de Avelar Silva

Prof.ª Viviane Colares S. de Andrade Amorim

Prof. Álvaro Antônio Cabral Vieira de Melo

UNIVERsIDADE DE PERNAmbUCo - UPE

NEAD - NÚCLEo DE EDUCAÇÃo A DIsTÂNCIA

Coordenador Geral

Coordenador Adjunto

Assessora da Coordenação Geral

Coordenação de Curso

Coordenação Pedagógica

Coordenação de Revisão Gramatical

Administração do Ambiente

Coordenação de Design e Produção

Equipe de design

Coordenação de suporte

EDIÇÃo 2009

Prof. Renato Medeiros de Moraes

Prof. Walmir Soares da Silva Júnior

Prof.ª Waldete Arantes

Prof.ª Silvania Núbia Chagas

Prof.ª Maria Vitória Ribas de Oliveira LimaProf.ª Patrícia Lídia do Couto Soares LopesProf. Walmir Soares da Silva Júnior

Prof.ª Angela Maria Borges CavalcantiProf.ª Eveline Mendes Costa LopesProf.ª Célia Barbosa da Silva Oliveira .

José Alexandro Viana Fonseca

Prof. Marcos Leite Anita SousaGabriela CastroRafael EfremRodrigo SoteroRomeu SantosSusiane Santos

Adonis DutraAfonso BioneProf. Jáuvaro Carneiro Leão

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LínguaLatina

Prof. Dr. benedito Gomes bezerraCarga Horária | 60 horas

apresentação da discipLina

Seja bem-vindo(a) ao estudo da Língua Latina!

Esta disciplina é muito importante para a sua formação em Letras, pois ela ajuda-rá você a obter uma compreensão mais clara e aprofundada a respeito de muitas particularidades da Língua Portuguesa. Trata-se de conhecer a própria fonte de onde jorrou o nosso idioma com toda a sua força e beleza. Esse conhecimento é indispensável para o(a) professor(a) de português, mas não só para ele/ela. Estudar latim é apropriar-se de uma rica herança da civilização mundial, um pri-vilégio que você vai querer aproveitar com o máximo de dedicação. Ao longo dos fascículos da disciplina, veremos de que modo o estudo da língua latina pode ajudar o(a professor(a) de Língua Portuguesa a compreender melhor como se deu a formação de nossa língua a partir das mudanças históricas sofridas pelo latim (tanto “clássico” como “vulgar”), além, é claro, dos empréstimos e in-fluências de diversos outros idiomas e seus respectivos povos. Assim, no primeiro fascículo, refletiremos um pouco sobre a origem e expansão da cultura e da lín-gua latinas, antes de obtermos as primeiras noções do alfabeto, pronúncia e acen-tuação, do sistema de casos e da conjugação do verbo de ligação esse (ser, estar). O segundo fascículo nos apresentará a declinação dos nomes latinos (substantivos e adjetivos), além da conjugação de verbos como amare (amar, estimar). No terceiro fascículo, trataremos de concordância nominal e teremos noções mais avançadas de declinação e conjugação. No último fascículo, além dos conteúdos gramati-cais, pensaremos sobre alguns aspectos da derivação do latim para o português. Não se assuste com os conteúdos mencionados acima. Procuraremos examiná-los da forma mais atraente possível e sempre a partir de textos inspirados nas cultu-ras romana e latina, em geral. Espero que você descubra aqui uma forma muito interessante de aprender e de crescer em sua formação acadêmica.

Bom estudo!

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7Fascículo 1 77Fascículo 1

a Língua Latina: noções iniciais

Prof. Dr. benedito Gomes bezerraCarga Horária | 15 horas

objetivos específicos

Reconhecer a origem e expansão da língua e cultura latinas. Relacionar peculiaridades da estrutura da língua latina (gramática, alfabeto, pronúncia) bem como de sua representação escrita. Ler e interpretar enunciados em latim.

1. origem e expansão da Língua Latina introdução

Você sabia que, no dia-a-dia, todos nós usamos um pouco de latim?

Quem de nós nunca precisou preparar um curriculum vitae?

E quem nunca ouviu falar em habeas corpus?

Muitos andam preocupados com o status.

De onde vieram essas expressões? Por que as utilizamos, entre tantas outras,

em inúmeras situações da vida em sociedade? Em outras palavras, por que o latim tem uma

influência tão grande sobre a Língua Portuguesa?

Para responder a essas e outras perguntas, neste primeiro tópico, refletiremos um pouco sobre a origem e expansão da cultura e da língua latinas, antes de ob-termos as primeiras noções do alfabeto, pronúncia e acentuação, do sistema de casos e da conjugação do verbo de ligação esse (ser, estar). Com essas noções, você terá uma primeira visão da Língua Latina em toda a sua riqueza e especificidade.

Você vai estudar a Língua Latina não só por causa da importância natural de aprender uma língua tão influente na civilização ocidental, pois o aprendizado do latim tem em vista, para nós, brasileiros, uma melhor compreensão da nossa Língua Portuguesa, a “última flor do Lácio, inculta e bela”, conforme verso imor-tal do poeta Olavo Bilac.

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8 Fascículo 1

Adeste ergo, discipuli, et este attenti [Portanto, ve-nham, alunos, e fiquem atentos!] Estamos entran-do no fascinante universo da língua e da cultura latinas.

1.1. origens do Latim Antes de se tornar a lingua franca de todo o Oci-dente até o final da Idade Média, o latim inicial-mente foi a língua falada pelos habitantes da re-gião do Lácio, no centro do que hoje é a Itália. Lingua franca é uma expressão de origem italiana para língua de contato ou língua de relação, utili-zada por pessoas e grupos linguisticamente distin-tos para o comércio internacional e outras formas de interação.

Como você pode perceber, o termo latim deriva de Latium, o nome original daquela região. Nessa palavra latina, como noutras semelhantes, a sílaba ti seguida de vogal passou a ci em português. O m desapareceu da pronúncia, e o u continuou, só que escrito com o em português. Assim, Latium (latim) virou Lácio (português).

A disseminação da Língua Latina por vastos territó-rios do mundo antigo será uma das consequências do surgimento e expansão do Império Romano, cuja cultura influenciou e foi influenciada pelos po-vos que viriam a fazer uso do idioma.

1.2. origens de roma: entre a Lenda e a História

Em consonância com o espírito imperialista carac-terístico de Roma, as origens lendárias da cidade foram traçadas ideologicamente de forma a legiti-mar sua grandeza. Assim, de acordo com o poe-ta latino Virgílio, os romanos tiveram sua origem mais remota como descendentes dos troianos, cujos sobreviventes, após a derrota de Tróia, na-vegaram em direção ao Ocidente, sob o comando de Enéias, com a finalidade de fundar uma nova pátria.

Após diversas aventuras, os troianos se estabele-cem no solo itálico e ali edificam cidades e reinam por três séculos. Já de acordo com o historiador romano Tito Lí-vio, a cidade de Roma foi fundada pelos irmãos Rômulo e Remo em 21 de abril de 753 a.C., após terem sido salvos, miraculosamente, da morte, ainda crianças, tendo sido amamentados por uma loba enviada pelo deus da guerra Marte, que era o seu pai, e depois criados por um pastor e sua esposa. No ato da fundação da cidade, Rômulo se desentende com Remo e o mata a golpes de es-pada, inaugurando a história sangrenta do futuro Império Romano.

Note-se, nas duas narrativas, a ideologia da gran-deza de Roma, indicada, no primeiro caso, pela descendência dos guerreiros troianos. No segundo caso, os fundadores da cidade são filhos nada mais, nada menos do que do deus da guerra Marte, nome que os romanos atribuíram ao deus grego Ares. 1.3. o Latim no tronco Linguístico

indo-europeu O latim pertence à família de línguas conhecidas como indo-europeias, originalmente faladas desde a Europa Ocidental até o norte da Índia. Hoje, me-tade da população mundial fala idiomas oriundos do tronco indo-europeu. O português, derivado do latim, é uma dessas línguas. Veja abaixo uma re-presentação gráfica, arbórea do indo-europeu. Ob-serve o ponto em que aparece o latim bem como as línguas que se originam dele:

SAIBA MAIS!

Acesse: http://www.labeurb.unicamp.br/elb/portugues/leiamais_

lingua_franca.html.

Font

e: h

ttp:

//pa

gina

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ra.c

om.b

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te/

mun

doan

tigo/

rom

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A loba do Capitólio

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9Fascículo 1

atividade | Será que deveríamos continu-ar estudando latim nos níveis fundamental e médio de nossa formação escolar? Entre-viste, pelo menos, 06 pessoas, entre jovens e adultos, buscando saber sua opinião sobre a importância do estudo do latim. Se você co-nhecer alguém que estudou latim no colégio, inclua essa pessoa em sua pesquisa.

2. o Latim e sua difusão peLo império romano

introdução

Você sabia que o latim possui características muito especiais que não foram conservadas pelo português?

Você tem ideia do que seria uma declinação? Já ouviu falar em “latim vulgar”?

O tronco linguístico indo-europeu

Font

e: S

oare

s, 19

98, p

. 9.

SAIBA MAIS!

Para uma síntese da origem e história de Roma, não deixe de ver:

http://www.suapesquisa.com/imperioromano/.

Você pode ainda ler um texto mais extenso sobre a história romana em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Roma.

Para ler trechos da Eneida e conhecer a biografia do poeta Virgílio, acesse:

http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/eneida/index.html.

Sobre o historiador Tito Lívio, autor da obra Ab urbe condita, ou seja, “Desde a fundação da

cidade”, consulte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tito_L%C3%ADvio.

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10 Fascículo 1

E como foi que essa língua se espalhou por quase todo o mundo antigo?

É o que veremos neste segundo tópico do fascículo.

2.1. uma característica do Latim Uma diferença básica entre o latim e o português é que o latim possui um sistema de flexões, que é aplicado aos nomes (substantivos, adjetivos, pro-nomes), modificando suas desinências ou termina-ções de acordo com a função sintática que desem-penham no enunciado. Esse sistema, relacionado não só com as variações de gênero (masculino, feminino e neutro) e número (singular e plural) mas também com as variações de caso, conforme veremos adiante, chama-se declinação. É mais ou menos o que fazemos com os verbos, também em português, quando falamos de conjugação. A declinação dos nomes e a conjugação dos verbos caracterizam o latim como uma língua sintética, ou seja, uma língua que expressa, em sua própria morfologia, categorias de gênero, número, caso, tempo, pessoa etc, o que permite expressar ideias de forma bastante precisa e concisa. Por exemplo, o latim pode expressar posse apenas com a modificação da terminação de uma palavra, enquanto o português precisa de uma preposição para isso. Compare: • Latim: puella – puellae • Português: a menina –

da menina Na palavra em latim, a sim-ples modificação de –a para –ae introduz a ideia de pos-se; no português, a mesma ideia requer o uso da prepo-sição de. Observe também que o latim não utiliza o artigo definido. Puella pode significar tanto a menina como uma menina ou sim-plesmente menina.

Então como vamos saber qual é a tradução correta?

É o contexto de uso que vai dizer.

2.2. a difusão do Latim no

império romano

Como acontece com qualquer língua, a partir do contato entre os respectivos povos, o latim sofreu influências de línguas, como o gaulês, o etrusco e, principalmente, o grego.

À medida que o Império se expandia, o latim deixava de ser a língua do Lácio para ser a língua franca da Europa ocidental, parte da Europa oriental, norte da África e Ásia Menor já no final do século III a.C.

Nos períodos da República e do Império, desen-volveu-se um latim literário e erudito chamado de latim clássico (sermo urbanus), representado pelas

obras de César, Cíce-ro, Virgílio, Ovídio e Horácio, dentre outros. Independen-temente de classe so-cial, essa língua literá-ria não correspondia a nenhum uso real na fala. Como acon-tece ainda hoje, a língua escrita literária é uma modalidade trabalhada para fins estéticos e não corres-ponde aos usos reais da fala de nenhuma classe social, embora a escola, por vezes, te-nha dado essa impres-são ao tomar os clás-sicos literários como modelo para tudo em ensino de língua.

De língua do Lácio... ...o latim se transforma em língua da Península Itálica...

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. 10.

...e, a partir do final do século III a.C., atinge a Europa, o norte da África e a Ásia Menor.

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. 11

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11Fascículo 1

Refletindo os usos reais da língua, havia o que se chama inadequadamente de latim popular ou, pior ainda, latim vulgar (sermo vulgaris), que era a língua falada pelo povo em geral, ou seja, o latim propriamente dito. É claro que, de acordo com o seu uso pelas diferentes classes sociais, esse latim “vulgar” se aproximaria mais ou menos do padrão literário, mas sem jamais se igualar a ele.

O professor de língua precisa saber que vulgar, nes-te contexto, significa “relativo ao vulgo”, ou seja, ao povo e à vida comum. O problema é que vulgar, por se referir mais ao povo simples, tornou-se um termo preconceituoso, indicando algo “sem valor”. Eis aqui um exemplo de preconceito linguístico. É sabido, por exemplo, que o grande orador ro-mano Cícero, quando escrevia cartas a amigos ou familiares, não usava a língua rebuscada dos textos literários. É isso que a linguística contemporânea chama de competência comunicativa: a habili-dade de usar a linguagem de forma adequada, de acordo com a ocasião e os interlocutores. O chamado latim popular, exatamente por ser a língua da vida e não da arte, deixou-nos raríssimos registros. Encontramos a língua viva do povo ro-mano em inscrições (graffiti), em textos literários nos quais o autor fez questão de registrar a língua popular (como no comediógrafo Plauto) e nas car-tas (caso de Cícero, como referido acima). À medida que Roma se expandia, soldados, comer-ciantes, diplomatas e políticos levavam sua língua mundo afora, provocando o contato do latim com as línguas locais de cada povo conquistado. Final-mente, com o declínio do Império e com o passar do tempo, as diferenças regionais foram gerando as novas realidades linguísticas que ficaram conhe-cidas como línguas neolatinas ou românicas: ita-liano, rético, francês, provençal, sardo, castelhano, catalão, galego, romeno e português, distribuídas como mostra o mapa.

atividade | O latim era a língua franca do mundo antigo, como o inglês o é do mundo contemporâneo. Por que, na sua opinião, hoje em dia é tão importante estudar inglês, mas não latim, como há algum tempo se fazia? Discuta isso com seus colegas em pequenos grupos.

3. panorama da escrita em Latim introdução

Você tem ideia de quando surgiram os primeiros textos escritos em latim?

Quem foram os principais escritores em cada período da língua em sua modalidade escrita?

Neste tópico, você verá um breve panorama da es-crita latina, começando pelas inscrições mais anti-gas existentes e concluindo com uma síntese dos períodos ou fases da escrita da língua.

3.1. os textos Latinos mais antigos Os primeiros registros escritos do latim que co-nhecemos datam a partir do século VI a.C. São os seguintes:

A inscrição (em letras maiúsculas) MANIUS MED PHEPHAKED NVMASIOI (Manius me fecit Nu-merio – “Mânio me fez para Numério”), datada do século VI a.C., gravada numa fíbula (= broche)

SAIBA MAIS!

Para aprofundar a noção de línguas sintéticas

e analíticas, leia um breve artigo sobre as ti-

pologias linguísticas em:

http://www.filologia.org.br/soletras/11/11.htm.

Sobre os graffiti encontrados em Pompéia, ci-

dade destruída pela erupção do vulcão Vesú-

vio no ano 79 d.C., veja o interessante artigo

“Pompéia: um relicário do latim vulgar”, dis-

ponível em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno10-14.

html. Para informações gerais sobre a língua latina,

consulte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim.

A respeito das línguas românicas ou neolatinas,

acesse as definições e exemplos em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_

rom%C3%A2nicas.

Font

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98, p

. 11

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encontrada em Preneste, próximo de Roma. Em consonância com práticas de escrita mais antigas, a frase está gravada da direita para a esquerda e não, da esquerda para a direita como costumamos escre-ver. Além disso, os caracteres utilizados são gregos e não, romanos.

• A inscrição do lapis niger (“pedra negra”), loca-lizada no Fórum romano, datada possivelmen-te da metade do século V a.C.

• Uma inscrição gravada em um objeto conheci-do como “vaso de Duenos”, provavelmente do século IV a.C.

3.2. fases do Latim Literário 1. Período Arcaico (séculos III-II a.C.) – etapa

de formação do latim literário. Autores que se destacaram nesse período: Ápio Cláudio Cego, Lívio Andrônico, Névio, Ênio, Plauto, Terêncio.

2. Período Clássico (séculos I a.C.-I d.C.) – é considerado a idade de ouro das letras latinas, em que se destacam os seguintes autores: Cíce-ro, César, Tito Lívio, Virgílio, Horácio, Catu-lo, Ovídio.

3. Período Pós-clássico (século II d.C.) – a lite-ratura latina desse período é tida como deca-dente em relação ao período anterior. Dentre os autores desta época, encontramos Sêneca, Marcial, Juvenal e Tácito.

4. Latim Tardio (séculos III-IV d.C.) – os escri-tores cristãos, chamados de “Pais da Igreja”, começam a se preocupar em escrever em um latim mais “puro”, ou seja, segundo os padrões literários, abandonando o latim “vulgar”, isto é, mais próximo do coloquial, usado pelos primeiros cristãos. A este período pertencem Tertuliano, Jerônimo e Agostinho.

5. Latim Medieval (séculos V-XV) – o latim lite-rário sobrevive no uso da Igreja, na Corte e na escola. Enquanto isso, o latim popular segue o seu curso natural como qualquer língua viva. O latim se transforma no veículo de comunica-ção universal dos intelectuais da Idade Média.

6. Latim Renascentista (século XVI) – no Re-nascimento, o olhar dos humanistas se volta para a Antiguidade clássica, e o uso do latim recupera uma nova força. Intelectuais, como Petrarca, Erasmo de Rotterdam e muitos ou-tros, escrevem suas obras em latim, além de eventualmente escreverem em suas próprias línguas.

7. Latim Científico (séculos XVII-XVIII) – a lín-gua latina sobrevive nos escritos dos cientistas

VOCÊ SABIA?

A escrita da direita para a es-

querda ainda é utilizada hoje

em dia por línguas como o he-

braico, por exemplo. Fo

nte:

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Fíbula de Preneste

Font

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ttp:

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Lapis niger, antiga inscrição latina

Font

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Vaso de Duenos

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13Fascículo 1

e filósofos pelo menos até meados do século XVIII. Descartes, Newton, Spinoza, Leibniz escreveram algumas de suas obras em latim.

8. Latim Eclesiástico – até os dias de hoje, o la-tim continua sendo a língua oficial da Igreja Católica.

atividade | Nós escrevemos da esquerda para a direita, usando letras maiúsculas e mi-núsculas, sinais de pontuação, acentos gráficos e muitos outros recursos. Mas como era a es-crita na Antiguidade? Faça uma pesquisa sobre as características e as variedades da escrita no mundo antigo e compare-as com as escritas em uso hoje, inclusive, com variedades questiona-das, como o internetês.

4. a Língua Latina: primeiras noções

introdução

Você sabia que a língua latina é bastante parecida com o português?

Afinal, não é à toa que nossa língua deriva do latim. Que semelhanças são essas?

Como podemos percebê-las?

Este é o assunto deste quarto tópico do fascículo. Se é verdade que a Língua Portuguesa deriva da Língua Latina, necessariamente devemos encon-trar semelhanças, em maior ou menor grau, entre os traços fonológicos, morfológicos, sintáticos, le-xicais e semânticos de ambas as línguas.

É claro que haverá diferenças resultantes das mui-tas mudanças linguísticas ocorridas ao longo dos séculos, atingindo tanto o latim como o português. Se não houvesse mudanças e, portanto, diferenças, o português nem teria aparecido. Continuaríamos

falando o latim. Mas as semelhanças persistem e nos ajudam a perceber mais claramente a relação entre as duas línguas.

4.1. semeLHanças no Léxico (vocabuLário)

Leia atentamente as seguintes frases:

Roma est in Italia. Italia est paeninsula longa.

Sicilia est insula magna et amoena. notas

Insula: ilha Amoena: agradável

Veja quantas palavras isoladas você consegue iden-tificar. Dá para ter uma ideia do que significam as frases? Em duplas ou pequenos grupos, tente “decifrar” as frases, aproveitando para notar as semelhanças e diferenças entre o vocabulário latino e o vocabu-lário do português. 4.2. semeLHanças na morfossintaxe Observe, com atenção, as estruturas abaixo, no-tando as modificações introduzidas na forma das palavras e, consequentemente, em seu significado:

1. Flexão nominal: gênero e número

Quais são as mudanças que notamos nas várias formas das palavras latinas em itálicos? Observe a terminação (desinências) de cada palavra.

SAIBA MAIS!

Sobre os sistemas de escrita e os diversos

alfabetos existentes numa linguagem fácil e

com belas ilustrações, consulte:

http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.

htm?infoid=911&sid=7.

Veja uma síntese da literatura latina em:

http://www.latimedireito.adv.br/artlitlat.htm.

Font

e da

ilus

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ão: h

ttp:

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.ul.p

t/ic

m/

icm

2002

/icm

101/

umpo

ucod

ehis

toria

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l

Não se preocupe agora com a pronúncia do la-tim. Isso será visto mais adiante.

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14 Fascículo 1

Conclusão: tanto no latim como no português, os substantivos e os adjetivos variam em gênero (masculino e feminino) e em número (singular e plural).

2. Flexão verbal: número e pessoa

Conclusão: em latim, como no português, os ver-bos variam em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda e terceira).

3. Flexão verbal: tempo

Conclusão: tanto em latim como em portu-guês, os verbos variam em tempo (presente, futuro). 4. Flexão verbal: modo

Conclusão: os verbos variam em modo (indi-cativo, subjuntivo), em latim e em português.

5. Flexão verbal: voz

Conclusão: em latim e em português, os verbos va-riam em voz (ativa e passiva). Então, com base nessas poucas observações, pode-mos concluir que o latim tem em comum com o português os seguintes fenômenos gramaticais: • Os nomes (substantivos e adjetivos) flexionam-

se em gênero e número. • Os verbos flexionam-se em número, pessoa,

tempo, modo e voz. É claro que existem diferenças muito claras também. Mas isso veremos pouco a pouco.

Vamos adiante!

SAIBA MAIS!Fique atento(a):

Você percebeu que o verbo latino laudat

(= elogia) ficou no final da frase? Isso

acontecerá muitas vezes em latim.

SAIBA MAIS!

Para uma breve consideração das semelhan-

ças e diferenças entre português e latim, veja:

http://www.webartigos.com/articles/9482/1/latim-

lingua-sintetica-versus-portugues-lingua-analitica/

pagina1.html.

Latim

Magistra laudat.

laudat.

seduluM

discipuluM

sedulos

discipulos

sedulaM

discipulaM

sedulas

discipulas

et

etMagistra

portuguÊs

a professora

eLogia

a professora

eLogia

o aLuno

apLicado

os aLunos apLicados

a aLuna

apLicada

as aLunas

apLicadas

e

e

discipulae linguaM latinaM aMant.

utinaM linguaM latinaM aMetis.

tomara que vocÊs gostem de Língua Latina.

as aLunas gostam de Língua Latina

Latim portuguÊs

Magistra sedulas discipulas laudat.

sedulae discipulae a Magistra laudantur.

as aLunas apLicadas são eLogiadas peLa professora.

a professora eLogia as aLunas apLicadas.

Latim portuguÊs

Latim

Laudabo

Laudo

portuguÊs

sedulaM

discipulaM

eu eLogioa aLuna

apLicadaeu eLogiarei

Latim

singuLar

portuguÊs

pLuraL

1. laudo

2. laudas

3. laudat

1. laudaMus

2. laudatis

3. laudant

1. eu eLogio

2. tu eLogias

3. eLe/eLa eLogia

1. nós eLogiamos

2. vós eLogiais

3. eLes/eLas eLogiam

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15Fascículo 1

atividade | Acesse a lista de profissões em h t t p : / / w w w. i n t e r n e t p o l y g l o t . c o m /portuguese/lesson-3504101085 e comente as diferenças e semelhanças entre o vocabulário latino e o português.

5. a Língua Latina: aLfabeto, pronúncia, acentuação (i)

introdução

Será que existe alguma diferença entre o alfabeto latino e o nosso?

As letras são as mesmas? E a pronúncia?

Como sabemos a pronúncia correta, se não existem, é claro, gravações da fala

dos romanos antigos?

É o que veremos neste quinto tópico do primeiro fascículo de Língua Latina.

5.1. o aLfabeto Latino: semeLHanças e particuLaridades

O alfabeto latino, no chamado período áureo ou clássico da literatura (cerca de 100 a.C. a 100 d.C.), era composto por 23 letras, que podiam ser escri-tas como maiúsculas (capitales) ou minúsculas (cur-sivae). As letras são as seguintes:

a b c d e f g h i k l m n o p q r s t u x y z

observações

• O x (chamado ics) é sempre uma consoante du-

pla, cuja pronúncia é /ks/. Ou seja, x é um gra-fema (letra), que corresponde a dois fonemas, dois sons diferentes. Exemplo: rex, pronúncia /reks/.

• O k era usado quase somente em abreviaturas como Kal. = Kalendae. Às vezes, uma mesma palavra pode ser escrita com k ou com c. Exem-plo: Karthago = Carthago.

• O y (chamado i graeca) e o z (chamado zeta) foram utilizados pelos latinos para transcrever palavras gregas que continham as letras ( íp -silon) e z (zeta).

• Para representar as palavras gregas que conti-nham as letras c, f, q, r (qui, fi, teta, rô), os romanos introduziram os dígrafos ch, ph, th e rh, respectivamnte.

• Verificamos que o alfabeto latino não possuía as letras j e v, presentes no alfabeto português. No latim, foi a partir do século XVI (Renasci-mento) que j e v passaram a ser usados para representar, respectivamente, o i e o u semi-vogais como em iustus (= justus) e uita (= vita).

5.2. sistemas de pronúncia do Latim A essa altura, você deve estar se perguntando:

Mas como é que se pronuncia o latim?

Considerando a incerteza natural sobre qual teria sido a pronúncia exata do latim nos tempos mais antigos (não temos, obviamente, gravações da fala dos romanos), modernamente se admite mais de um sistema de pronúncia, cada um bem defendido pelos seus adeptos. Nenhuma das opções existen-tes compromete a compreensão do texto latino na leitura oral. Veremos as três possibilidades geral-mente apresentadas antes de fazermos nossa escolha. 1. Pronúncia restaurada ou reconstituída: os

estudos comparativos realizados especialmen-te no século XIX levaram à reconstituição do que teria sido, segundo os seus defensores, a pronúncia do latim no período clássico. As principais características dessa pronúncia são:

• Os grupos vocálicos ae e oe pronunciam-se

como ditongos: /ái/ e /ói/. Exemplos: cur-sivae /cursívai/; amoena /amóina/.

• O c tem sempre o som de /k/, como na palavra casa.

• O g tem sempre o som de /g/, como em gato. • O s tem sempre o som sibilante surdo, /s/,

como em seda. • I e u semivogais, mesmo quando grafados j

e v, soam respectivamente como /i/ e /u/. Exemplos: justus /iustus/; vita /uita/.

VOCÊ SABIA?

O alfabeto latino derivou do alfabeto etrusco,

que, por sua vez, derivava do grego, e este,

do fenício. O termo “alfabeto” é formado do

nome das primeiras letras gregas, alfa + beta

(alfa + beta).

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16 Fascículo 1

• O h soa aspirado como no inglês hand. Exemplo: homo /romo/.

2. Pronúncia eclesiástica ou romana: é represen-tada especialmente pelo uso da Igreja Católi-ca, que tem o latim como língua oficial, com as seguintes características:

• O c seguido de e, i, ae, oe, y soa como /tch/. Exemplo: Cicero /tchítchero/.

• O grupo sc soa como /ch/ em chifre. Exem-plo: scire /chire/.

• O grupo gn soa como o /nh/ de manhã. Exemplo: agnus /ánhus/.

6. a Língua Latina: aLfabeto, pronúncia, acentuação (ii)

introdução

Você já percebeu que, apesar das semelhanças, existem algumas peculiaridades que dão ao

latim uma característica especial? O que tem o terceiro sistema de pronúncia,

que veremos a seguir, de diferente em relação aos dois primeiros?

E que outras marcas diferenciam o latim em relação a nossa língua?

Vejamos isso passo a passo. 6.1. a pronúncia tradicionaL Ligada às mudanças experimentadas pelo latim popular no processo que gerou as línguas români-cas, é uma pronúncia atestada por exemplos dessas mesmas línguas. É a pronúncia mais simplificada, pois se baseia, no nosso caso, na pronúncia do pró-prio português. Esta é a pronúncia que utilizare-mos aqui, cujos traços distintivos são: • Os grupos vocálicos ae e oe soam simplesmente

/é/, como na palavra pé, e não como um diton-go. Exemplo: caelum /sélum/; poena /pena/.

• No grupo ti + vogal, o t soa como /s/. Exem-plo: laetitia, pronúncia /letísia/. A regra não se aplica ao ti precedido de s ou x, em palavras como ostium ou mixtio. Nesses casos, a pronún-cia do t é idêntica ao português.

• Palavras com i e u semivogais podem ser escri-tas com j e v respectivamente, e assim pronun-

ciadas. Exemplos: jactus, venire. • No grupo qu, o u sempre é pronunciado, in-

dependente da vogal que se segue. Exemplo: quoque /kwókwe/.

• As consoantes de origem grega ch, ph, th, rh soam respectivamente /k, f, t, r/.

• Como em todos os sistemas de pronúncia, e e o, em final de palavras, não se pronunciam /i/ ou /u/, como se faz em português. A pronún-cia é /é/ e /ó/.

Em síntese, a pronúncia tradicional é a que mais se aproxima da pronúncia da Língua Portuguesa e, por isso, se torna preferível para a aprendizagem da Língua Latina, que, em última análise, não se pres-ta, no curso de Letras, à comunicação oral, mas, à leitura, compreensão e tradução de textos. 6.2. o acento em Latim O acento latino apresentava uma característica que se perdeu na formação da Língua Portuguesa. Tra-ta-se da marca de quantidade (do tempo usado em sua realização oral). De acordo com a quantidade ou duração, as vogais se dividiam em breves (01 tempo) e longas (02 tempos). Perdida essa característica da língua, pronuncia-mos as palavras latinas da mesma forma que as pa-lavras portuguesas, usando um acento de intensi-dade, ou seja, dando mais força a uma das sílabas, que chamamos de tônica. O português adquiriu o acento de intensidade a partir do latim “popular”, que já não possuía a noção de quantidade típica do latim “clássico”. Para o seu primeiro contato com o latim, é preciso saber: 1. À semelhança do português, a Língua Latina

possui palavras paroxítonas (tônica na penúlti-ma sílaba) e proparoxítonas (tônica na antepe-núltima sílaba).

Exemplos: fenestra /fenéstra/

populus /pópulus/

2. O latim não possui palavras oxítonas, ou seja, acentuadas na última sílaba.

3. Além disso, o latim não utiliza sinais gráficos de acentuação. Note que não é correto dizer que o latim não tem acento, e sim, que o latim não utiliza sinais gráficos (agudo, grave, circun-

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17Fascículo 1

flexo) para marcar a acentuação. 4. Então, como sabemos a pronúncia correta

das palavras? Os livros didáticos, gramáticas e dicionários geralmente usam dois sinais para facilitar a pronúncia, mas é preciso saber que esses sinais não fazem parte do latim. São eles:

• Braquia ( ˘ ) – indica vogal breve como

em fabŭla. Neste caso, a tônica é a sílaba anterior. Pronunciamos /fábula/.

• Mácron ( ˉ ) – indica vogal longa como em amāre. Neste caso, a vogal longa coincide com a tônica. Pronunciamos /amáre/.

5. Na prática, só é necessário indicar a quantidade

da penúltima sílaba quando ela for breve, em palavras de três sílabas ou mais. Nestes casos, se a penúltima for breve, a tônica recairá sobre a antepenúltima. A palavra será, portanto, pro-paroxítona como em legĕre (pronuncie légere).

atividade | Acesse o endereço: ht tp ://www1.c i .uc .pt/ec lass icos/bd_pdfs/14/4-Viriatus.pdf. Leia os quadrinhos e procure, observando as semelhanças com a Língua Portuguesa, responder ao que se pede. Utilize o vocabulário como ajuda. notas:

seu: ou sudum: céu limpo, tempo bom. lingua latina loqui: falar latim

an non: ou não? dic: diz

quaeso: por favor scis: sabes

1. Que palavras você consegue entender no texto por serem semelhantes ou idênticas ao português? Liste-as em latim e dê o signi-ficado em português.

2. Procure, na Internet, quem foi Viriato, quando viveu e onde ficava a Lusitânia.

7. o verbo esse (ser, estar) introdução Bem, já vimos muitas informações sobre a Língua Latina. Agora vamos entrar no latim para valer.

Você sabia que em latim o verbo “ser” se chama esse?

E que este mesmo verbo significa também “estar”?

Como se conjuga o verbo esse?

Este é o nosso assunto neste tópico. Mas, antes de falarmos de gramática, vamos ler um pequeno texto. Faça a Leitura, observando as regras da pronúncia tra-dicional (se tiver dúvidas, retorne ao tópico anterior): magistra et discipŭLae

Sempronĭa est magistra. Livĭa est discipŭla. Discipŭlae sedŭlae sunt. Iulĭa et Silvĭa quoque discipŭlae sunt. Discipŭla bona semper sedŭla est. Discipŭlae malae non sunt sedŭlae. Magistra severa est.

(adaptado de Rónai, 1988, p. 11)

vocabuLário

magistra: professora et: e

discipŭlae: alunas discipŭla: aluna

sedŭlae: aplicadas, atentas quoque: também

bona: boa semper: sempre

sedŭla: aplicada, atenta malae: más

severa: severa non: não

7.1. presente do indicativo do verbo esse (ser, estar)

O verbo esse (ou sum, pois podemos nos referir ao verbo latino pelo infinitivo, como em português, ou pela primeira pessoa do tempo presente do modo indicativo) é irregular em latim, a exemplo dos seus principais equivalentes em nossa língua, “ser” e “estar”.

SAIBA MAIS!

Se desejar mais informações sobre o alfa-

beto latino, consulte o site a seguir:

http://pt.conlang.wikia.com/wiki/Alfabeto_romano.

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Sobre a conjugação do verbo, observe:

• O pronome pessoal não é necessário em latim, na maioria das vezes. Em português, eles po-dem aparecer ou ficar subentendidos.

• Assim, uma forma como sum pode significar: sou, eu sou; estou, eu estou. Na tradução do latim para o português, cabe a nós decidirmos qual é a melhor opção.

• A segunda pessoa gramatical latina equivale a duas possibilidades no português contemporâ-neo: os pronomes tu e vós são cada vez menos usados, sendo substituídos por você e vocês, respectivamente.

• Por outro lado, a conjugação verbal do portu-guês fica mais simples, uma vez que se aban-donam as formas és e sois, adotando-se é e são também para a segunda pessoa usada com o pronome você(s).

7.2. predicado e predicativo Considere a primeira frase do texto:

Sempronia est magistra.

Nesta oração, temos a seguinte estrutura sintática: • Sujeito: Sempronia • Predicado: est magistra • Predicativo (do sujeito): magistra

Nas frases em que aparecem formas do verbo esse, que é um verbo de ligação, geralmente essas formas rece-bem complementos que se chamam de predicativos.

Portanto... Ao contrário de muitos outros verbos, o verbo esse (como os verbos ser e estar) não admi-te complementos chamados de objeto direto ou indireto. O predicativo sempre concorda com o sujeito. Nes-sa frase, tanto o sujeito como o predicativo estão no singular (concordância de número) e são pala-vras femininas (concordância de gênero).

atividade 1. Com a ajuda do vocabulário, copie e tra-

duza o texto lido no início do capítulo. 2. Sublinhe os predicados e circule os

predicativos presentes no texto. 3. Escreva em latim:

Você é uma aluna aplicada. As professoras são severas. A professora não é má. Lívia é uma boa aluna.

Observação: O latim não tem artigos de-finidos nem indefinidos. Na tradução latim-português, poderá ser necessário acrescentá-los; na tradução português-la-tim, eles serão omitidos.

8. introdução aos casos Latinos:nominativo, acusativo e genitivo

introdução

E quanto aos substantivos da Língua Latina, apresentam alguma característica diferente dos

substantivos do português? Qual é o principal traço distintivo do

substantivo latino em relação aos substantivos de nossa língua?

Veremos isso, mas antes leremos mais um texto com muita atenção.

Leia o texto: fabŭLa de itaLia antiqua (Texto adaptado de Soares, 1998, p. 21. ) Post Troiae ruinam, incŏlae ad Italiam navĭgant. Sed Iuno incŏlas Troiae non amat, ităque Aeneas per undas errat diu et ad oras Africae appropinquat. Ibi praeclara regina nautarum fortunam deplorat et nautas acceptat.

SAIBA MAIS!

Veja a conjugação completa de esse e ou-

tros verbos irregulares em:

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o português:

gramática, língua e literatura. Florianópolis: Ed. da

UFSC, 2006. p. 90-93.

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

suM - (eu) sou suMus - (nós) somos

est - (eLe/eLa) é sunt - (eLes/eLas) são

es - (tu) és

(vocÊ) éestis - (vós) sois

(vocÊs) são

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19Fascículo 1

vocabuLário

post: após ruina: ruína, queda

incǒla: habitante ad: em direção à, para

navigant: navegam sed: mas, porém

Iuno: Juno (deusa romana) amat: gosta

itaque: por isso Aeneas: Enéias

per: por, através de unda: onda

diu: por muito tempo errat: erra, vagueia ora: costa, litoral

appropinquat: aproxima-se ibi: ali

praeclara: famosa regina: rainha

nauta: marinheiro fortuna: sorte

deplorat: lamenta acceptat: aceita, recebe

8.1. o caso nominativo,

singuLar e pLuraL

Observe os enunciados:

Incŏla navigat ad Italiam. O habitante navega em direção à Itália.

Incŏlae navigant ad Italiam.

Os habitantes navegam em direção à Itália.

Você percebeu que a palavra incŏla (singular) e a palavra incŏlae (plural) desempenham a função

de sujeito das respectivas frases?

Em latim, os nomes apresentam uma flexão espe-cial chamada de caso, de acordo com sua função

sintática. O caso que exprime o sujeito de uma fra-se é o nominativo. Portanto, sempre que, em latim, uma palavra tiver a função de sujeito, essa palavra irá para o caso nominativo. Como podemos verificar pelas terminações das pala-vras no capítulo anterior, os nomes que têm a função de predicativo também se constroem no nominativo. Em ambos os capítulos (3 e 4), o nominativo dos substantivos e adjetivos tem as terminações –a (no singular) e –ae (no plural).

8.2. o caso acusativo, singuLar e pLuraL

Nas frases abaixo, observe as terminações caracterís-ticas das palavras que têm a função de objeto direto:

Iuno non amat incŏlam Troiae. Juno não gosta do habitante de Tróia.

Iuno non amat incŏlas Troiae.

Juno não gosta dos habitantes de Tróia.

As terminações –am (singular) e –as (plural) carac-terizam o caso acusativo em latim. O acusativo é o caso em que se exprime o objeto direto. 8.3. o caso genitivo, singuLar e pLuraL

Agora, considere as frases:

Praeclara regina fortunam nautae deplorat. Uma rainha famosa lamenta a sorte do marinheiro.

Praeclara regina fortunam nautarum deplorat. Uma rainha famosa lamenta a sorte dos marinheiros.

Em ambos os enunciados, a palavra em destaque restringe o sentido da palavra fortunam, ou seja, exerce a função de um adjunto restritivo.

VOCÊ SABIA?

Os substantivos e adjetivos da Língua Portu-

guesa derivam, em sua maioria, do caso acu-

sativo apenas com a perda do –m no singular.

Como vemos, portanto, esta é a origem do

nosso plural em –s. Por ter dado origem aos

nomes do português, diz-se que o acusativo é

o caso lexicogênico.

Font

e: h

ttp:

//eu

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efyl

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pot.

com

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a-di

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l

Fabŭla de Italia Antiqua

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20 Fascículo 120 Fascículo 1

O caso que desempenha a função de adjunto res-tritivo é o caso genitivo. Note que, para efeitos de tradução, será necessário acrescentar a preposição de antes da palavra no genitivo.

Uma ideia geral comumente expressa pelo caso ge-nitivo é a noção de posse.

SAIBA MAIS!

Para mais detalhes sobre a noção de caso, consulte:

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o português: gramática,

língua e literatura. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006. p. 44-45.

atividades 1. Copie e traduza o texto deste capítulo.

2. Transcreva do texto todos os substantivos e adjetivos, organizando-os em três colunas de acordo com o caso (nominativo, acusati-vo e genitivo). Dentro de cada caso, separe as palavras que estão no singular das que estiverem no plural.

3. Pesquise, na Internet, a história de Enéias e Dido, a rainha que recebeu os marinhei-ros na África.

RESUMO

No primeiro tópico, aprendemos um pouco sobre as origens de Roma e da Língua Latina, um idioma pertencente ao tronco indo-europeu. Com essas primeiras informações, perce-bemos que a língua que vamos estudar está situada em um ponto determinado do tempo e do espaço e foi falada por um povo também situado no palco da história.

No segundo tópico, aprendemos que o latim é uma língua sintética e possui recursos característicos, como a conjugação verbal e a declinação dos nomes. Vimos como essa língua se espalhou pelo Império Romano, passando de língua do Lácio para lingua franca de grande parte do mundo antigo. Aprendemos também que o latim existia em distintas variedades linguísticas, abrangendo dois polos que compreendiam desde o chamado latim clássico até o “vulgar”. Percebemos que essa distinção geral não deve ser vista de forma preconceituosa, como se o clássico fosse “bom” e “correto”, e o vulgar, “ruim” e “errado”.

No terceiro tópico, conhecemos as primeiras e mais antigas inscrições em língua latina, antes de vermos o quadro-resumo do latim literário desde a Antiguidade até a época Contemporânea. Aprendemos, assim, que a história da escrita latina começa por volta do século VI a.C. e, de alguma forma, se estende até os dias de hoje (representada, por exemplo, pela Igreja Católica Romana).

No quarto tópico, percebemos que o latim e o português apresentam semelhanças bas-tante claras. Isso torna possível identificar palavras ou frase latinas mais ou menos de imediato. As semelhanças se estendem desde o léxico até a morfologia e a sintaxe. Assim, compreendemos que o verbo latino, por exemplo, possui flexão de tempo, modo, núme-ro, pessoa e voz como em português. Vimos que essas semelhanças se explicam pelo fato de o português dever sua origem ao latim.

Como vimos no quinto tópico, o alfabeto que usamos deriva diretamente do alfabeto latino. Na verdade, trata-se do mesmo alfabeto, acrescido de mais algumas letras. Perce-bemos que há umas poucas diferenças de pronúncia, de acordo com o sistema adotado. De toda forma, concluímos que há mais semelhanças do que diferenças nas pronúncias do latim e do português. Neste sexto tópico, completando o anterior, observamos que a pronúncia latina pode ser realizada, na tradição escolar, pelo menos de três maneiras diferentes. A pronúncia tradicional, sendo a mais próxima da pronúncia da Língua Portuguesa contemporânea,

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21Fascículo 1 21Fascículo 1

afigura-se como a mais apropriada para propósitos didáticos. Finalizando o tópico, estudamos ainda o sistema de acentuação latina em comparação com o acento do português.

No sétimo tópico, o verbo esse (ou sum) corresponde aos nossos verbos “ser” e “es-tar” e se conjuga como um verbo irregular, exatamente como em português. Sendo um verbo de ligação, o verbo esse não admite objeto direto ou indireto, e sim, predicativo.

O propósito deste oitavo tópico foi introduzir a noção de caso, apresentando inicial-mente os casos nominativo, acusativo e genitivo. Para uma síntese do uso e significado desses casos, considere o quadro abaixo:

GLOSSáRIO

accepto, as, are, v.: aceitar, receber amoenus, a, um, adj.: agradável, ameno ad, prep. c/ acus.: em direção a, para amo, as, are, v.: amar, estimar, gostar de appropinquo, as, are, v.: aproximar-se bonus, a, um, adj.: bom depLoro, as, are, v.: lamentar discipuLa, ae, s.f.: aluna, discípula discipuLus, i, s.m.: aluno, discípulo diu, adv.: por muito tempo erro, as, are, v.: errar, vaguear fortuna, ae, s.f.: sorte ibi, adv.: ali incoLa, ae, s.f.: habitante insuLa, ae,s.f.: ilha itaque, conj.: por isso Latinus, a, um, adj.: latino Laudo, as, are, v.: louvar, elogiar Lingua, ae, s.f.: língua, idioma magistra, ae, s.f.: professora, mestra maLus, a, um, adj.: mau nauta, ae, s.m.: marinheiro navigant: navegam ora, ae, s.f.: costa, litoral per, prep. c/ acus.: por, através de post: após praecLarus, a, um, adj.: famoso quaeso: peço, por favor quoque, adv.: também regina, ae, s.f.: rainha rex, regis, s.m.: rei, soberano ruina, ae, s.f.: ruína, queda

scio, is, ire: saber, conhecer sed, conj.: mas, porém seduLus, a, um, adj.: atento, aplicado semper, adv.: sempre seu: ou severus, a, um, adj.: severo sum, es, esse, v.: ser, estar unda, ae, s.f: onda utinam, adv.: tomara!

referÊncias

COMBA, Júlio. Gramática latina. 5. ed. São Paulo: Salesiana, 2004.

_____. Programa de latim: introdução à língua latina. 18. ed. São Paulo: Salesiana, 2002. v. 1.

_____. Programa de latim: introdução aos clássicos latinos. 6. ed. São Paulo: Salesiana, 2003. v. 2. FREIRE, António. Gramática latina. 4. ed. Bra-ga: Livraria A.I./Faculdade de Filosofia, 1987.

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o portu-guês: gramática, língua e literatura. Florianó-polis: Ed. da UFSC, 2006.

caso

acusativo

nominativo

tradução

genitivo

singuLar

discipŭla

discipŭlaM

discipŭlae

pLuraL

discipŭlae

discipŭlas

discipularuM

função

sujeito

objeto direto

adj. restritivo

a aLuna, as aLunas

a aLuna, as aLunas

da aLuna, das aLunas

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22

GAIO, Antonio Pereira. Em dia com o latim. Juiz de Fora/MG: Ed. da UFJF, 2005.

MARTINS, Isaltina F.; SOARES, João S. Latim 2: Língua e civilização. Coimbra: Almedina, 2000.

______; ______. Latim 3: língua, história literá-ria, cultura. Coimbra: Almedina, 1995.

RÓNAI, Paulo. Gradus primus: curso básico de latim. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 1988.

______. Gradus secundus: curso básico de la-tim. São Paulo: Cultrix, 1993.

SOARES, João S. Latim 1: iniciação ao latim e à civilização romana. 3. ed. Coimbra: Almedina, 1998.

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23Fascículo 2 23Fascículo 2

a Língua Latina:estrutura e função

objetivos específicos Compreender aspectos gramaticais da língua latina. Ler e escrever pequenos textos em língua latina. Relacionar fenômenos da língua latina com fenômenos semelhantes em língua portuguesa.

1. domĭna et servae introdução Como você viu, o latim tem muitas semelhanças com a língua portuguesa.

Você sabia que a conjugação dos verbos em língua latina influenciou bastante o nosso sistema verbal?

Quais serão as semelhanças e diferenças entre os verbos latinos e os verbos da língua portuguesa?

Vamos descobrir? Nesta lição, você verá como se conjuga o verbo regular latino no tempo presente do modo indicativo, voz ativa.

Assustou-se com tanta terminologia gramatical?

Não se preocupe. Não é tão complicado como parece. Estude atentamente a lição e descubra você mesmo. Leia com atenção o texto abaixo.

domĭna et servae

Lucretĭa impĕrat. Anna, Drusilla et Lucilla obtempĕrant. Lucretĭa domĭna est. Anna, Drusilla et lucilla servae sunt. Servae amant domĭnam. Hodĭe Lucretĭa convivas exspectat. Idĕo ser-vae sedǔlae sunt. Anna cenam parat, Lucilla mensam ornat, Drusilla portam servat. Domĭna amat servas.

Prof. Dr. benedito Gomes bezerraCarga Horária | 15 horas

Domina et servae Font

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24 Fascículo 2

paLavras novas no texto

Lucretĭa: Lucrécia impĕrare: mandar

Anna: Ana Drusilla: Drusila Lucilla: Lucila

et: e obtemperare: obedecer

domĭna: senhora serva: escrava hodĭe: hoje

conviva: convidado exspectare: esperar

idĕo: por isso sedula: atenta

cena: ceia, jantar parare: preparar

mensa: mesa ornare: ornamentar, enfeitar

porta: porta servare: vigiar

1.1. o tempo presente

do modo indicativo Todos nós já conhecemos o tempo presente do modo indicativo em português. Uma boa notícia é que esse tempo é muito semelhante ao seu equi-valente na língua latina. Afinal, o nosso presente do indicativo se formou exatamente, com base no presente do indicativo latino. Vejamos:

1.2. as terminações (desinÊncias verbais) do tempo presente

As desinências verbais de pessoa (1ª., 2ª. e 3ª.) e número (singular e plural) no tempo presente são, portanto, as seguintes:

Essas terminações podem ser aplicadas a qualquer outro verbo além do verbo amare exemplificado acima. Por exemplo:

1.3. evoLução para a Língua portuguesa Vamos comparar as formas verbais latinas com as portuguesas:

amo = amo amas = amas amat = ama

amamus = amamos amatis = amais amant = amam

Podemos perceber que o 1. tempo presente do modo indicativo na língua

portuguesa deriva do presente do indicativo latino.

2. t final do latim desaparece na evolução para a língua portuguesa.

3. t intervocálico (entre vogais) transformou-se em d e depois desapareceu.

atividade 1. No seu caderno, copie e traduza o texto

desta lição.

VOCÊ SABIA?

• o desaparecimento do t final chama-se

apócope;

• a mudança de t para d chama-se sono-

rização;

• o desaparecimento dessa letra entre vo-

gais chama-se síncope;

SAIBA MAIS!

Mais informações sobre a conjugação verbal

em língua latina.SOARES, João S. Latim 1: iniciação ao latim e à civilização

romana. 3. ed. Coimbra: Almedina, 1998. p. 23-25.

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa aMo - (eu) amo

aMat - (eLe/eLa) ama

aMas - (tu) amas (vocÊ) amas

pLuraL

aMaMus - (nós) amamos

aMant - (eLes/eLas) amam

aMatis - (vós) amais

(vocÊs) amam

singuLar

2ª pessoa

1ª pessoa iMpĕro, orno

iMpĕras, ornas

iMpĕraMus, ornaMus

3ª pessoa iMpĕrat - ornat iMpĕrant - ornant

iMpĕrtis - ornatis

pLuraL

singuLar

2ª pessoa

1ª pessoa o

s

pLuraL

Mus

3ª pessoa t nt

tis

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25Fascículo 2

2. Pesquise, na internet, sobre a situação das mulheres (senhoras e escravas) na Roma antiga.

3. Discuta os resultados da pesquisa com os seus colegas, comparando as suas descober-tas com a situação das mulheres hoje em dia.

2. viae romanae introdução

Você se lembra do que estudamos sobre os casos nominativo, acusativo e genitivo

(ver Tópico 08 do Fascículo 01)? Você sabia que o latim possui mais três casos,

cada um com sua função respectiva? Vamos conhecê-los?

Antes, porém, vamos praticar mais um pouco de leitura e, ao mesmo tempo, aprender um pouco sobre a cultura romana. Leia o texto com atenção.

viae romanae

Lucilla est impigra puella et scholam frequentat cum condiscipǔlis. Magistra narrat: - Discipǔlae, erant in Italĭa Antiqua multae viae. In tabǔla multas vias sunt. Viam Appĭam, viam Cassĭam et alĭas. Via Appĭa longa et lata est. Lu-cilla, monstra condiscǔpulis tabǔlam viarum Romana-rum.

Lucilla vias monstrat Tullĭae et Annae: - Heus, condiscipǔlae! Ecce Via Salaria! Quam longa est! Ităli novas vias amant sed antiquas servant.

(Adapt. de Soares, 1998, p. 29-30)

paLavras novas no texto

impigra: disposta, trabalhadora

puella: menina, garota schola: escola

frequentare: frequentar cum: com

condiscipŭla: colega narrare: contar, narrar

erant: havia antiqua: antiga multa: muita

via: estrada, caminho tabŭla: gravura, mapa, quadro

alia: outra longa: comprida

lata: larga monstrare: mostrar

heus: olhem! ecce: eis!

quam: como Ităli: italianos

nova: nova 2.1. o caso abLativo Observe as frases seguintes: 1. Lucilla scholam frequentat cum condiscipŭlis. 2. Erant in Italiā Antiqua multae viae. Na primeira frase, cum condiscipŭlis expressa uma circunstância relacionada com o verbo frequentat. A circunstância refere-se à companhia com quem Lucila frequenta a escola. A segunda frase, por sua vez, traz in Italiā Antiqua representando uma circunstância de lugar em rela-ção ao verbo erant. A Itália Antiga era o lugar onde havia muitas estradas. As terminações do caso ablativo são, como se vê nos exemplos:

• Singular: ā – dominā, discipulā • Plural: is – domĭnis, discipŭlis O ablativo é o caso que exprime as diversas cir-cunstâncias em que se desenvolve a ideia transmi-tida pelo verbo (companhia, lugar, modo, matéria, meio, causa, tempo, preço, qualidade, origem).

Font

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Viae Romanae

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26 Fascículo 2

Dito de outra forma, o caso ablativo é usado em la-tim para expressar os adjuntos adverbiais. Para isso, o caso, muitas vezes, será precedido de preposições como cum e in, dentre outras, conforme os exemplos. Outras vezes, porém, a preposição poderá ser dis-pensada em latim, sendo necessária na tradução em português. Veja o exemplo abaixo em que rosis está no caso ablativo, mas não é precedida de preposição:

Puellae aras dearum rosis ornant. As meninas enfeitam os altares

das deusas com rosas. 2.2. o caso dativo Vejamos as frases: 1. Lucilla monstrat tabŭlam Tulliae et Annae. 2. Lucilla, monstra tabŭlam condiscipŭlis. As expressões em destaque desempenham a fun-ção de objeto indireto nas respectivas frases. O caso latino que expressa o objeto indireto chama-se dativo.

As terminações do dativo são:

• Singular: ae – domĭnae, discipŭlae • Plural: is – domĭnis, discipŭlis Note que a terminação do dativo singular é idênti-ca à do nominativo plural, visto anteriormente, e a do plural é idêntica à do ablativo. O caso dativo se refere, ao pé da letra, à pessoa ou coisa à qual algo é dado ou se destina, expressando, portanto, a função principal de objeto indireto. 2.3. o caso vocativo Observe os termos em destaque nos seguintes enunciados: 1. Discipulae, erant in Italia multae viae. 2. Lucilla, monstra tabŭlam viarum Romanarum. Em ambas as frases, os termos destacados, discipu-lae e Lucilla, são formas de se dirigir a alguém numa situação de interação e comunicação. O vocativo, portanto, é o caso que se usa em língua latina para interpelar ou chamar a atenção de alguém. Como o próprio nome do caso diz, o vocativo serve para

chamar (vocare = chamar). Usamos o vocativo, tanto em latim como em por-tuguês, para nos dirigir ao nosso interlocutor, cha-mando-o pelo nome ou por alguma outra expres-são como amigo, senhor, caríssimo, entre muitas outras possíveis. As terminações do caso vocativo são portanto:

• Singular: a – domina, discipula • Plural: ae – domĭnae, discipŭlae Observe ainda que essas terminações são idênticas às do caso nominativo, visto anteriormente.

atividade 1. Copie e traduza o texto em latim no seu

caderno.

2. Pesquise, na Internet, sobre as estradas na época do Império Romano e leve os resul-tados dessa pesquisa para discutir com os colegas.

3. magistra sententĭas narrat pueLLis

introdução Com certeza, você conhece ditos populares como “errar é humano”, “quem canta seus males espan-ta” e outros semelhantes.

Você gostaria de conhecer algumas dessas frases proverbiais criadas pelos romanos?

SAIBA MAIS!

Para tratamento detalhado sobre o sistema de

casos e suas funções sintáticas, consultar:

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o português: gra-

mática, língua e literatura. Florianópolis: Ed. da UFSC,

2006. p. 44-54.

VOCÊ SABIA?

Que os antigos romanos foram grandes mes-

tres na criação de provérbios e máximas de

sabedoria, muitos dos quais foram adotados

em diversas línguas com pouca ou nenhuma

modificação?

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27Fascículo 2

Neste tópico, juntamente com as alunas da profes-sora Semprônia, aprenderemos algumas das belas sentenças dos poetas romanos.

Neste tópico, você não se preocupará em aprender novos conteúdos gramaticais, mas em aplicar o que já vimos, a fim de compreender o texto a seguir.

Leia atentamente o texto

magistra sententĭas narrat pueLLis

Sempronĭa pulchras sententĭas poetarum narrat discipŭlis. Ecce sententĭae:

I. Non scholae, sed vitae discĭmus. II. Historĭa est magistra vitae. III. Aquĭla non captat muscas. IV. Fortuna caeca est.

Sententĭae poetarum delectant puellas.

(Adaptado de Rónai, 1988, p. 28.)

paLavras novas no texto

pulchra: bonita, bela

sententia: sentença, frase poeta: poeta

ecce: eis non: não vita: vida

discĭmus: aprendemos historĭa: história

aquĭla: águia musca: mosca

caeca: cega delectare: deleitar, agradar

3.1. os provérbios e máximas sapienciais Latinas

Os provérbios, do latim proverbium, têm a sua ori-gem perdida na obscuridade dos tempos. São cria-ção geralmente anônima, sendo encontrados na cultura de muitos povos. Sua principal finalidade era a de transmitir instruções morais e divulgar pensamentos filosóficos.

Entre os romanos, vários escritores registraram provérbios em suas obras literárias, criando uma rica herança que chegou até nós. As quatro fra-ses desta lição representam, apenas, um pequeno exemplo disso. Vamos nos deter um pouco no texto, através das atividades abaixo.

atividade 1. Traduza o texto para melhor compreender

as sentenças.

2. Anote as sentenças em seu caderno e dê uma interpretação para cada uma delas. Por exem-plo, o que significa dizer que “a águia não pega moscas”? É claro que não estamos falan-do apenas de aves e insetos, não é mesmo?

3. Discuta sua interpretação das sentenças com os colegas.

4. de aranĕā et muscā introdução Temos observado, em nossa aventura com a língua latina, que há muitas semelhanças entre essa lín-gua e a língua portuguesa. Já conhecemos alguns verbos e substantivos, e alguns deles chegam, até mesmo, a ser idênticos em latim e em português: é o caso de historĭa e poeta, por exemplo.

SAIBA MAIS!

Leia um artigo sobre a atualidade, tradução e

interpretação dos provérbios latinos em:

http://www.filologia.org.br/ixcnlf/2/02.htm.

Veja listas de provérbios latinos em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%A9rbios_latinos.

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Professora e alunas

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28 Fascículo 2

E quanto aos adjetivos, palavras que usamos para atribuir qualidades aos seres e às coisas?

A noção de caso também se aplica a esses modificadores?

Que tipo de relação existe entre substantivos e adjetivos em língua latina?

É o que vamos descobrir nesta lição. Mas, antes, vamos a mais um pequeno texto.

Leia com atenção:

de aranĕā et muscā

Aranĕa supra fenestram habitat. Telam texit et cenam exspectat.

Musca parva per fenestram advŏlat. Dum pulchram texturam considerat, subĭto in telam incĭdit. Propter imprudentiam, musca curiosa vitam amittit.

paLavras novas no texto

aranĕa: aranha

supra: sobre fenestra: janela

habitare: habitar tela: teia texit: tece cena: ceia

exspectare: esperar parva: pequena per: através de

advolare: voar (para dentro) dum: enquanto textura: tecido

considerare: examinar subĭto: de repente

in: em incĭdit: cai

propter: por causa de imprudentĭa: imprudência

amittit: perde

4.1. o gÊnero dos nomes terminados em a

Quase todos os nomes latinos terminados em a (nomes de tema em a) pertencem ao gênero femi-nino. Essa é a razão por que a maioria dos nomes de nossa língua terminados em a também são fe-mininos, considerando-se que derivam do latim. Como já vimos, nossos substantivos e adjetivos de-rivam dos substantivos e adjetivos latinos na forma do caso acusativo, que tem as terminações m no singular e as no plural, em se tratando de nomes femininos. Seguem alguns exemplos:

mensam: mesa insŭlam: ilha

scholam: escola discipŭla: discípula

undam: onda reginam: rainha

4.2. adjetivos da primeira cLasse Chamam-se adjetivos da primeira classe aqueles que possuem uma forma para cada um dos gêne-ros gramaticais latinos (feminino, masculino e neu-tro). Por enquanto, vamos trabalhar apenas com o primeiro grupo desses adjetivos, os do gênero femi-nino, que também terminam em a, como todos os nomes que temos estudado até o momento. Observe as frases: 1. Musca parva per fenestram advŏlat. 2. Musca pulchram texturam considerat. Na primeira frase, o adjetivo parva (pequena) modi-fica o substantivo musca (mosca). Os dois mantêm uma relação de concordância, na qual o adjetivo concorda com o substantivo em gênero (as duas palavras são femininas), número (ambas estão no plural) e caso (as duas estão no nominativo). Na frase 2, o adjetivo pulchram (bela) relaciona-se com o substantivo texturam (tessitura, textura) com o qual concorda igualmente: gênero feminino, nú-mero singular, caso acusativo. Portanto, em latim, ao invés de repetirmos a co-nhecida regra da língua portuguesa, que diz: “o adjetivo concorda com o substantivo em gênero, número e grau”, devemos dizer: “o adjetivo concor-

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De aranea et musca

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29Fascículo 2

da com o substantivo em gênero, número e caso”.

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Identifique os adjetivos presentes no texto, juntamente com as palavras que eles mo-dificam.

3. Pesquise exemplos de palavras da língua portuguesa, terminadas em a, que derivam da língua latina.

5. discipŭLae sedŭLae et pigrae introdução Sabemos que a língua portuguesa surgiu a partir das mudanças históricas que ocorreram com o la-tim na região da Península Ibérica, onde se situa Portugal.

Mas, que tipo de mudanças foram essas? Como e por que ocorreram?

Neste tópico, veremos como algumas mudanças se deram a partir do caso acusativo, que já definimos como caso lexicogênico ou etimológico, uma vez que dele se derivam os nomes de origem latina em nossa língua. Antes, vejamos o texto desta lição. Leia com atenção.

discipŭLae sedŭLae et pigrae

Magistra sententĭas po-etarum dictat puellis. Postĕa discipŭlae sedŭlae sententĭas recĭtant ma-gistrae. Discipŭlae pigrae sententĭas ignorant. Magis-tra sedŭlas laudat, pigras castigat. Sempronĭa pu-

pam dat Silvĭae, quia diligenter laborat. Discipŭlae Sempronĭam comĭter salutant. Erant multae discipŭlae in schola.

paLavras novas no texto

dictare: ditar

postĕa: em seguida recitare: recitar

pigra: preguiçosa ignorare: ignorar castigare: castigar

pupa: boneca dare: dar

quia: porque diligenter: assiduamente

laborare: trabalhar comĭter: delicadamente

salutare: saudar, cumprimentar

5.1. o acusativo, caso etimoLógico: um exempLo

Conforme vimos no Fascículo 01, a língua latina, fa-lada nas mais diversas regiões do mundo conquista-do pelo Império Romano, ao vivenciar diversas mu-danças ao longo da história, deu origem aos idiomas contemporaneamente conhecidos como línguas neolatinas (ou novilatinas, como querem alguns). Nesse processo, as relações sintáticas entre os elementos da frase, antes expressas pelo sistema de casos, começaram a se exprimir por meio de preposições, à medida que as distinções formais (morfológicas) de caso iam desaparecendo. Em outras palavras, o latim foi deixando de ser uma língua sintética para se tornar uma língua analítica (ver Fascículo 01, Tópico 02).

Daí o caráter analítico da língua portuguesa e das demais línguas derivadas do latim.

SAIBA MAIS!

Para mais detalhes sobre as classes de adjetivos,

concordância e flexão de grau, ver:

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o português: gramática,

língua e literatura. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006. p. 59-60.

Font

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Discipulae sedulae Língua portuguesa

LatimcLássico

LatimpopuLarreconstituição

Magistra linguae latinae scholaM aluMnis Monstrat.

(el)la professora(M) de lingua(M) latina(M) Monstrat (el)laM schola(M) a(d) aluMnos.

a professora de língua latina Mostra a escola aos alunos.

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30 Fascículo 2

Um exemplo: A frase em latim popular apresenta as palavras no caso acusativo, como se pode ver: Linguam, Lati-nam, alumnos.

Uma vez que o caso acusativo representava o obje-to sobre o qual recaía a ação expressa pelo verbo, e sendo o verbo o elemento central da frase, a forma do acusativo acabou se impondo sobre os demais casos. Assim, o caso acusativo, precedido de preposição, veio a desempenhar outras funções sintáticas, como objeto indireto, adjunto adverbial, adjunto adnominal. Desse modo, é do caso acusativo que deriva a maio-ria das palavras de origem latina na língua portu-guesa e nas outras línguas românicas, razão por que o caso é chamado de etimológico ou lexicogênico.

5.2. o verbo sum: imperfeito do modo indicativo

Conforme vimos no Fascículo 01, Tópico 07, o ver-bo sum (ou esse), que significa ser, estar ou haver, conjuga-se da seguinte forma no tempo presente

do modo indicativo: Na frase:

Erant in Italia Antiqua multae viae. A forma erant imediatamente nos lembra eram em nossa língua. De fato, a forma latina erant gera, em português, a forma eram, pertencente ao tempo imperfeito do modo indicativo. Na frase em ques-tão, erant significa havia (Havia muitas estradas na Antiga Itália). A conjugação completa do tempo imperfeito do modo indicativo de sum (verbo irregular, confor-me vimos) é a seguinte:

É fácil perceber que o tempo imperfeito da língua portuguesa deriva diretamente, quase sem nenhu-ma modificação fonética, do tempo corresponden-te em língua latina. As mudanças são mais de or-dem ortográfica.

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Identifique, no texto, as palavras que pas-saram do latim para o português, obser-vando se ocorreram ou não alterações em sua forma.

3. Separe em dois grupos as palavras que so-freram alterações e as que são idênticas.

4. Tente descrever que tipo de alteração acon-tece nas palavras em sua passagem do la-tim para o português.

6. duae amicae introdução A exemplo da língua portuguesa, a língua latina também organiza os seus verbos em conjuntos cha-mados conjugações, conforme as regularidades for-mais que se pode estabelecer entre eles.

Você se lembra que as três conjugações verbais da língua portuguesa agrupam respectivamente

os verbos terminados em ar, er e ir? E quanto à língua latina?

Vamos descobrir? Antes, porém, leiamos o texto abaixo. duae amicae

Silvĭa est amica Iulĭae. Ami-cae semper unā sunt; unā labo-

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

suM - (eu) sou suMus - (nós) somos

est - (eLe/eLa) é sunt - (eLes/eLas) são

es - (tu) és

(vocÊ) éestis - (vós) sois

(vocÊs) são

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

eraM - (eu) era eraMus - (nós) éramos

erat - (eLe/eLa) era erant - (eLes/eLas) eram

eras - (tu) eras

(vocÊ) era

eratis - (vós) éreis

(vocÊs) eram

Font

e: h

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Duae amicae

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31Fascículo 2

rant, cantant, rident, pilā ludunt. Iulĭa valde amat amicam; Silvĭa vehementer gaudet amicitiā Iulĭae. Hodĭe amicae aras dearum rosis ornant.

(Adaptado de Rónai, 1988)

paLavras novas no texto

amica: amiga unā: juntas

cantare: cantar ridere: rir pila: bola

ludunt: jogam valde: muito

vehementer: muito gaudere: alegrar-se amicitĭa: amizade

6.1. verbos da segunda conjugação Observe as frases: 1. Amicae semper unā laborant, cantant et rident. 2. Silvĭa vehementer gaudet amicitiā Iulĭae. Perceba que, diferentemente de verbos como labo-rant e cantant, as formas rident e gaudet apresentam um tema em e, e não em a. Os verbos que têm essa característica constituem o grupo chamado de segunda conjugação. Confira as formas:

Todos os verbos da segunda conjugação seguem esse modelo na formação do presente do indicati-vo. Isso quer dizer que gaudĕo, por exemplo, tam-bém se conjuga exatamente como ridĕo. Confira outros verbos da segunda conjugação e que, portanto, se conjugam como ridĕo:

habĕo: tenho delĕo: destruo tenĕo: seguro docĕo: ensino

monĕo: aconselho Observe que verbos como habĕo (infinitivo habe-re), da segunda conjugação latina, darão origem, em língua portuguesa, tanto a verbos da segunda (em er) como da terceira conjugação (em ir), de acordo com as mudanças históricas, por que cada uma das formas passou. Assim, por exemplo: habe-re > haver; ridere > rir.

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição.

2. Conjugue o verbo gaudĕo no presente do indicativo.

3. Traduzir para o latim: As alunas de Semprônia jogam com as bo-las. A escrava enfeita com rosas a mesa da senhora.

7. rana rupta et taurus introdução

Você gostou dos provérbios latinos que vimos no Tópico 03 deste Fascículo?

Agora, vamos conhecer outro gênero textual ca-racterístico da literatura latina: a fábula. Com cer-teza, você conhece fábulas em nossa língua.

Você gosta dessa espécie de gênero textual? Que tal conhecer uma fábula da língua latina?

Leia o texto com atenção. rana rupta et taurus

In prato rana videt taurum et, invidiosa quia erat mag-nus, rugosam pellem inflat. Tum natos suos interrogat: “Maior sum quam taurus?” Ranuncŭli negant. Rursus

SAIBA MAIS!

Confira a conjugação completa dos verbos com

tema em e no endereço a seguir:

http://pt.wikibooks.org/wiki/Latim:_Ap%C3%AAndice:_

Conjuga%C3%A7%C3%A3o_Verbal#2.C2.AA_Conjuga.C3.A7.

C3.A3o

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

ridĕo - (eu) rio rideMus - (nós) rimos

ridet - (eLe/eLa) ri rident - (eLes/eLas) riem

rides - (tu) ris

(vocÊ) ri

ridetis - (vós) rides

(vocÊs) riem

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32 Fascículo 2

inflat pellem et, simĭli modo, interrogat si est maior. Sed ranuncŭli dicunt: “Taurus est maior.” Indignata rana desidĕrat inflare se validĭus, sed rupta est. paLavras novas no texto

prato: prado

rana: rã videre: ver

taurus: touro rupta: rompida

invidiosa: invejosa magnus: grande rugosa: rugosa

pellis: pele inflare: inflar tum: então

natos suos: seus filhos interrogare: interrogar

quam: do que ranunculus: rãzinha

negare: negar rursus: novamente

simĭlis: similar, semelhante modus: maneira, modo

dicĕre: dizer indignata: indignada

desiderare: desejar validĭus: ainda mais

7.1. a fábuLa A fábula é uma narrativa breve, em verso ou em prosa, que busca ilustrar um ensinamento moral, utilizando como personagens animais que se com-portam como seres humanos. O escrito romano que mais se destacou no gênero foi Phaedrus (Fe-dro), que viveu no século I d. C. Fedro escreveu 5 livros, num total de 135 fábulas, das quais pelo menos 47 foram traduzidas do es-critor grego Aesopus (Esopo). O gênero fábula foi praticado por muitos escritores célebres, como o francês La Fontaine. Entre os brasileiros, o mais conhecido fabulista foi Monteiro Lobato. 7.2.verbos da terceira conjugação Observe a frase:

Sed ranuncŭli dicunt: “Taurus est maior.” A forma dicunt (dizem) pertence ao verbo dico, is,

ĕre. Os verbos que são enunciados dessa maneira no glossário dos fascículos de Língua Latina e nos dicio-nários latinos em geral pertencem à terceira conju-gação, cujo quadro completo apresentamos abaixo:

Uma variação dos verbos da terceira conjugação são aqueles que se caracterizam pela presença de um ĭ (i breve) em todas as pessoas verbais:

atividade 1. Copie e traduza o texto no seu caderno.

2. Comente a fábula do ponto de vista do ensinamento moral proposto: que lição se pode aprender do comportamento da rã?

8. vita agricoLarum introdução A vida em Roma Antiga era bastante diferente da vida nos dias de hoje. Os lavradores tinham uma grande importância, nem sempre reconhecida, para a organização da vida social.

Como viviam os lavradores naquele tempo?

SAIBA MAIS!

Para uma definição de fábula e informações so-

bre os escritores desse gênero, consulte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bula.

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

dico - (eu) digo dicĭMus - (nós) dizemos

dicit - (eLe/eLa) diz dicunt - (eLes/eLas) dizem

dicis - (tu) dizes

(vocÊ) diz

dicĭtis - (vós) dizeis

(vocÊs) dizem

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

accipĭo - (eu) recebo accipĭMus - (nós) recebemos

accipit - (eLe/eLa) recebe accipĭunt - (eLes/eLas) recebem

accipis - (tu) recebes

(vocÊ) recebe

accipĭtis - (vós) recebeis

(vocÊs) recebem

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Seria diferente de hoje? Até que ponto?

No texto deste tópico, falaremos um pouco dos hábitos dos lavradores no Império Romano. No tocante à gramática da língua latina, você será apre-sentado à quarta e última conjugação verbal.

Vamos adiante? Leia o texto com atenção.

vita agricoLarum

Agricŏ lae semper sub divo vivunt. Parum dormĭunt, ma-ture surgunt. Terram arant, plantas aquā rigant. Avicŭlas audĭunt, umbrā silvarum gaudent. Diligentĭa agricola-rum patrĭam nutrit. Poetae laudant vitam agricolarum.

paLavras novas no texto

sub divo: ao ar livre

vivĕre: viver parum: pouco

dormire: dormir mature: cedo

surgĕre: levantar-se terra: terra

planta: planta arare: arar aqua: água rigare: regar

avicŭla: passarinho audire: ouvir

umbra: sombra silva: selva, floresta

diligentĭa: diligência, zelo nutrire: nutrir, alimentar

8.1. verbos da quarta conjugação Observe os seguintes enunciados:

1. Agricŏlae parum dormĭunt. 2. Diligentĭa agricolarum patrĭam nutrit. Os verbos em destaque pertencem à quarta conju-gação. A seguir, confira as formas completas dessa conjugação no presente do indicativo, tendo como modelo o verbo audĭo:

8.2. identificando as conjugações

Percebemos, portanto, que a língua latina divide seus verbos em quatro conjugações distintas. Mui-tas vezes, a compreensão, quer na leitura, quer na tradução, de um texto ou enunciado depende par-cialmente de procedimentos que começam pela correta localização das formas verbais em sua res-pectiva conjugação. O motivo para isso é que somente a partir da loca-lização da forma verbal em sua respectiva conjuga-ção é que teremos condições de traduzi-la adequa-damente, identificando pessoa, número, tempo verbal e modo, entre outras informações.

Mas como fazer isso? Como saber a que conjugação pertence uma

determinada forma verbal?

A chave para essa identificação é primeiramente a consulta ao glossário da disciplina ou a um dicio-nário de latim. Vejamos como os dicionários da língua identificam cada conjugação. Consultando o verbo amo no glossário, você en-contrará: amo, as, are. Isso quer dizer que:

• A 1ª pessoa do presente do indicativo, singular, é amo.

• A 2ª pessoa do presente do indicativo, singular, é amas.

• O infinitivo do verbo amo é amare. Cada verbo é listado dessa mesma forma, indican-do a 1ª pessoa, a terminação da 2ª pessoa e a termi-

Font

e: h

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.es.g

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x?no

ticia

Id=

9965

9930

Vita agricolarum

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

audĭo - (eu) ouço audiMus - (nós) ouvimos

audit - (eLe/eLa) ouve audĭunt - (eLes/eLas) ouvem

audis - (tu) ouves

(vocÊ) ouve

auditis - (vós) ouvis (vocÊs) ouvem

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34 Fascículo 2

nação do infinitivo, conforme abaixo:

amo, as, are: amar vidĕo, es, ere: ver lego, is, ĕre: ler

capĭo, is, ĕre: prender audĭo, is, ire: ouvir

Essas são as formas das quatro conjugações latinas. Deste modo, temos o seguinte quadro explicativo:

Observe, pois, que a distinção de uma conjugação em relação a outra se baseia na forma da segunda pessoa do singular e na forma do infinitivo. Isso funciona bem para a primeira e a segunda conjugações. No entanto, a diferença entre a segunda e a terceira conjugações se baseia principalmente na segunda pessoa do singular; o infinitivo tem uma diferença apenas de quantidade ou duração: vogal longa no infinitivo da segunda conjugação (pronuncie vidére) e vogal breve no infinitivo da terceira (pronuncie légere e cápere).

Entre a terceira (que ainda tem uma forma A e uma forma B) e a quarta conjugações, a diferença se dá somente no infinitivo (ĕre na terceira e ire na quarta).

8.3. quadro-resumo dos modeLos de conjugação

CONJUGAçõES: PRESENTE DO INDICATIVO, VOz ATIVA

atividades 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Identifique os verbos presentes no texto e indique a que conjugação cada um pertence.

conjugação 2ª PESSOA

2ª conjugação

3ª conjugação a

3ª conjugação b

4ª conjugação

1ª conjugação

1ª PESSOA infinitivo

aMo aMas aMare

vides videre

legis legĕre

capĭo

audĭo audis audire

capis capĕre

vidĕo

lego

2ª CONJ. 3ª CONJ. A 3ª CONJ. B 4ª CONJ.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

1ª CONJ.

aM-o audi-ovide-o leg-o capĭ-o

aMare videre

vide-s leg-is capĭ-s

vide-t leg-it capĭ-t

legĕre

aMa-Mus audi-Mus

aMa-tis audi-tis

aMa-nt audi-unt

vide-tis

vide-nt

leg-ĭtis capĭ-tis

leg-unt capĭ-unt

audire

vide-Mus leg-ĭMus capĭ-Mus

capĕre

aMa-s audi-s

aMa-t audi-t

infinitivo

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3. Traduza as frases para o latim: Os lavradores amam a terra da pátria. As alunas escutam os passarinhos da floresta. A diligência das escravas nutre as senhoras.

SAIBA MAIS!

Informações detalhadas sobre o sistema ver-

bal latino podem ser consultadas em:

COMBA, Júlio. Gramática latina. 5. ed. São Paulo: Salesia-

na, 2004, p. 84-122.

RESUMO

No primeiro tópico, vimos como se dá a conjugação do verbo latino regular no presente do indicativo, tendo como modelo o verbo amare (amar) e conhecemos as desinências verbais desse tempo. Percebemos que essas desinências podem ser regularmente aplica-das aos demais verbos vistos até aqui. Finalmente, analisamos como se deu a evolução do tempo presente do indicativo da língua latina para o idioma português.

No segundo tópico, vimos os casos ablativo, dativo e vocativo, completando o quadro dos casos latinos, que inclui o nominativo, o genitivo e o acusativo, que conhecemos ain-da no Fascículo 01. Segue-se o quadro completo do sistema de casos latinos com suas respectivas funções e traduções.

O principal objetivo do terceiro tópico foi o de apresentar a você o gênero textual provér-bio, muito comum na literatura latina, propiciando-lhe a oportunidade de ler, traduzir e interpretar alguns exemplares desses textos.

No quarto tópico, estudamos a relação existente entre o adjetivo e o substantivo latino, que se caracteriza pela concordância de gênero, número e caso. Aprendemos, ainda, que a maioria dos nomes femininos terminados em a, na língua portuguesa, derivam de nomes latinos também terminados em a.

No quinto tópico, observamos as mudanças que ocorrem no processo de derivação das palavras da língua portuguesa a partir do latim. Observamos ainda que o tempo imper-feito do modo indicativo, na língua portuguesa, deriva do tempo de mesmo nome na língua latina.

No sexto tópico, você conheceu os verbos da segunda conjugação latina, identificando-os pela terminação do infinitivo em ere. Vimos que, na língua portuguesa, esses verbos poderão assumir tanto a terminação em er como em ir.

caso

nominativo

traduçãosinguLar

discipŭla

pLuraL

discipŭlae

função

sujeito a aLuna, as aLunas

acusativo discipŭlaM discipŭlas objeto direto a aLuna, as aLunas

dativo discipŭlae discipŭlis objeto indireto à aLuna, às aLunas

abLativo discipŭlā discipŭlis adj. adverbiaL com a aLuna, com as aLunas

vocativo discipŭla discipŭlae cHamamento ó aLuna, ó aLunas

genitivo discipŭlae discipularuM adj. restritivo da aLuna, das aLunas

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36 Fascículo 2

gLossário

A, ab, prep.: de, a partir de Accepto, as, are, v.: aceitar, receber Accipio, is, ĕre, v.: receber, acolher Ad, prep. c/ acus.: em direção à, para AdHuc, adv.: ainda AdvŏLo, as, are, v.: voa (para dentro) Aio, ais, v. def.: dizer, afirmar ALius, aLia, aLiud: outro Amica, ae, s.f.: amiga Amicitĭa, ae, s.f.: amizade Amitto, is, ĕre, v.: perde Amo, as, are, v.: amar, estimar, gostar de Amoenus, a, um, adj.: agradável, ameno Anĭmus, i, s.m.: espírito, ânimo, coragem Antiqua, ae, s.f.: antiga Appropinquo, as, are, v.: aproximar-se Aqua, ae, s.f.: água AquĭLa, ae, s.f.: águia Ara, ae, s.f.: altar Aranĕa, ae, s.f.: aranha Aro, as, are, v.: arar Atque, conj.: e Audacĭa, ae, s.f.: audácia Audĭo, is, ire, v.: ouvir Autem, conj.: por sua vez, por outro lado AvicŭLa, ae, s.f.: passarinhoBeLLum, i, s.n.: guerraBonus, a, um, adj.: bom Caecus, a, um, adj.: cego Canto, as, are, v.: cantar CapiLLus, i, s.m.: cabelo, cabeleira carŏLus, i, s.m.: Carlos Castigo, as, are, v.: castigar Causa, ae, s.f.: motivo, razão, causa Causidĭcus, i, s.m.: advogado Cena, ae, s.f.: ceia, jantar Comĭter, adv.: delicadamente CondiscipŭLa, ae, s.f.: colega Considĕro, as, are, v.: examinar Consido, is, ĕre, v.: reunir-se Consocĭo, as, are, v.: unir, juntar, associar Contentus, a, um, adj.: contente Conubium, i, s.n.: casamento, união Conviva, ae, s.m.: convidado Copĭae, arum, s.f.: tropas, exército

Cras, adv.: amanhã Cum, conj.: com curĭa, ae, s.f.: Cúria Dea, ae, s.f.: deusa Debĕo, es, debere, v.: dever DeLecto, as, are, v.: deleitar, agradar DeLĕo, es, ere, v.: destruir DepLoro, as, are, v.: lamentar Desidĕro, as, are, v.: desejar Deus, i, s.m.: deus Dico, is, ĕre, v.: dizer Dicto, as, are, v.: ditar DiLigenter, adv.: assiduamente DiLigentĭa, ae, s.f.: diligência, zelo Dirimo, is, ĕre, v.: separar, dividir, interromper DiscipuLa, ae, s.f.: aluna, discípula DiscipuLus, i, s.m.: aluno, discípulo Disco, is, ĕre, v.: aprender Diu, adv.: por muito tempo Do, as, are, v.: dar Docĕo, es, ere, v.: ensinar Doctus, a, um, adj.: sábio, prudente Domĭna, ae, s.f.: senhora Domĭnus, i, s.m.: senhor Dono, as, are, v.: oferecer, doar Dormĭo, is, ire, v.: dormir Dum, conj.: enquanto Duo, num.: os dois Ecce, interj.: eis! Erro, as, are, v.: errar, vaguear Esurĭo, is, ire, v.: passar fome, estar com fome Et, conj.: e Etĭam, conj.: também Evĕnio, is, ire, v.: resultar, acontecer ExcuLtus, a, um, adj.: culto, civilizado Exordium, ii, s.n.: origem, princípio, exórdio ExpLĭco, as, are, v.: explicar Exspecto, as, are, v.: esperar FabŭLa, ae, s.f.: fábula Femĭna, ae, s.f.: mulher, fêmea Fenestra, ae, s.f.: janela Ferus, a, um, adj.: grosseiro, rude Fortuna, ae, s.f.: sorte forum, i, s.n.: Foro, Fórum Frequento, as, are, v: frequentar

No sétimo tópico, aprendemos que a fábula foi um gênero textual bastante prestigiado na Roma antiga, caracterizando-se por ser uma narrativa breve com um ensinamento moral. Vimos ainda como se conjugam os verbos da terceira declinação latina.

No oitavo tópico, final do Fascículo 02, após tomarmos conhecimento das formas verbais da quarta conjugação, revimos as demais conjugações e aprendemos a diferenciá-las en-tre si. Tivemos, assim, uma visão panorâmica do sistema verbal regular em língua latina.

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37Fascículo 2

Gaudĕo, es, ere, v.: alegrar-se Gero, is, ĕre, v.: empreender habĕo, es, ere, v.: ter habito, as, are, v.: habitar heus, interj.: olhem! historĭa, ae, s.f.: história hodĭe, adv.: hoje hodiernus, a, um, adj.: de hoje Ibi, adv.: ali Idĕo, conj.: por isso Ignoro, as, are, v.: ignorar Imperĭum, ii, s.n.: domínio, soberania Impĕro, as,are, v.: mandar Impiger, -gra, -grum, adj.: disposto, trabalhador Imprudentĭa, ae, s.f.: imprudência In, prep. c/acus. ou ablat.: em Incĭdo, is, ĕre, v.: cair Incipĭo, is, ĕre, v.: começar IncoLa, ae, s.f.: habitante Infestus, a, um, adj.: inimigo InfLo, as, are, v.: inflar Institŭo, is, ĕre, v.: fixar, estabelecer InsuLa, ae,s.f.: ilha Inter, prep. c/ acus.: entre Interrogo, as, are, v.: interrogar Invidĕo, es, ere, v.: invejar, aborrecer Ira, ae, s.f.: ira, vingança ităLus, a, um, adj.: italiano Ităque, conj.: por isso Iucunda, ae, s.f.: agradável, feliz Laboro, as, are, v.: trabalhar Latinus, a, um, adj.: latino Latus, a, um: largo Laudo, as, are, v.: louvar, elogiar Legatus, i, s.m.: legado, embaixador Libĕri, orum, s.m.: filhos (homens e mulheres) Lingua, ae, s.f.: língua, idioma Loco, as, are, v.: colocar (se locare: colocar-se) Longus, a, um: comprido LuciLLa, ae, s.f.: Lucila Lucretĭa, ae, s.f.: Lucrécia Ludo, is, ĕre, v.: brincar, jogar Ludus, i, s..: jogo, festa Magister, tri, s.m.: professor, mestre Magistra, ae, s.f.: professora, mestra Magnus, a, um, adj.: grande MaLe, adv.: mal MaLus, a, um, adj.: mau Mature, adv.: cedo Maxĭme, adv.: sobretudo, muitíssimo Mensa, ae, s.f.: mesa MiHi, pron.: a mim Misĕre, adv.: miseravelmente Mitto, is, ĕre, v.: enviar Modus, i, s.m.: maneira, modo MoLLio, is, ire,v.: abrandar, moderar Monĕo, es, ere, v.: aconselhar Monstro, as, are, v.: mostrar

Movĕo, es, ere, v.: agitar, impressionar MuLtus, a, um: muito Musca, ae, s.f.: mosca Narro, as, are, v.: contar, narrar Nauta, ae, s.m.: marinheiro Navigant: navegam Nego, as, are, v.: negar Non, adv.: não Nonne, part. inter.: acaso? porventura? Novus, a, um, adj.: nova NuLLus, a, um, adj.: nulo, nenhum Nunc, adv.: agora Nuntio, as, are, v.: anunciar Nutrĭo, is, ire, v.: nutrir, alimentar Obtempĕro, as, are, v.: obedecer OpuLentus, a, um, adj.: opulento, rico Ora, ae, s.f.: costa, litoral Orno, as, are, v.: ornamentar, enfeitar Ostendo, is, ĕre, v.: mostrar Pactum, i, s.n.: pacto, tratado (ex pacto: de acordo com um tratado) Paro, as, are, v.: preparar Parum, adv.: pouco Parvus, a, um: pequena Passus, a, um, adj.: desgrenhando, desalinhado Pater, tris, s.m.: pai; plural: senadores Patrĭa, ae, s.f.: pátria Pecunĭa, ae, s.f.: dinheiro PeLLis, is, s.f.: pele Per, prep. c/ acus.: por, através de Peto, is, ĕre, v.: pedir, reclamar Piger, -gra, -grum, adj.: preguiçoso PiLa, ae, s.f.: bola Pirus, i, s.f.: pereira Pius, a, um, adj.: piedoso, virtuoso PLanta, ae, s.f.: planta PLurĭmus, a, um, adj.: numeroso, diverso Poeta, ae, s.m.: poeta PopuLus, i, s.m.: povo Porta, ae, s.f.: porta Post, adv.: após Postĕa, adv.: em seguida PraecLarus, a, um, adj.: famoso Pratum, i, s.m.: prado ProeLium, ii, s.n.: luta, combate Propter, prep. c/ acus.: por causa de Prosum, prodes, prodesse, v.: ser útil, aproveitar PueLLa, ae, s.f.: menina, garota PuLcHer, -cHra, -cHrum, adj.: bonito, belo Pupa, ae, s.f.: boneca Quaeso: peço, por favor Quam, adv.: como Quia, conj.: porque Quis, pron. int.: quem? Quoque, adv.: também Rana, ae, s.f.: rã Rapĭo, is, ĕre, v.: raptar, levar à força Raptum, i, s.n.: rapto

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38 Fascículo 2

Raro, adv.: raramente Recito, as, are, v.: recitar Redintĕgro, as, are, v.: recomeçar, reavivar Regina, ae, s.f.: rainha Regno, as, are, v.: reinar Regnum, i, s.n.: poder, soberania Rex, regis, s.m.: rei, soberano Ridĕo, es, ere, v.: rir Rigo, as, are, v.: regar romanus, i, s.m.: romano Rosa, ae, s.f.: rosa Rugosus, a, um, adj.: rugosa Ruina, ae, s.f.: ruína, queda Ruptus, a, um, adj.: rompido Rursus, adv.: novamente Sacer, a, um, adj.: sagrado, consagrado, maldito Saepe, adv.: muitas vezes, frequentemente SaLuto, as, are, v.: saudar, cumprimentar Sane, adv.: certamente, de certo ScHoLa, ae, s.f.: escola Scio, is, ire, v.: saber, conhecer Scissus, a, um, adj.: rasgado, fendido Sed, conj.: mas, porém SeduLus, a, um, adj.: atento, aplicado Semper, adv.: sempre Sententia, ae, s.f.: sentença, frase Serva, ae, s.f.: escrava Servo, as, are, v.: vigiar, conservar Servus, i, s.m.: escravo Seu: ou Severus, a, um, adj.: severo Si, conj.: se Sicut, conj.: assim como, segundo SiLentium, i, s.n.: silêncio SiLva, ae, s.f.: selva, floresta SimĭLis, e, adj.: similar, semelhante SoLus, a, um, adj.: só, sozinho, somente spectacuLum, i, s.n.: espetáculo, jogo Subĭto, adv.: de repente Sum, es, esse, v.: ser, estar Supra, prep. c/ acus.: sobre Surgo, is, ĕre, v.: levantar-se TabŭLa, ae, s.f.: gravura, mapa, quadro Taurus, i, s.m.: touro TeLa, ae, s.f.: teia TeLum, i, s.n.: dardo, arma Tenĕo, es, ere, v.: segurar Terra, ae, s.f.: terra, país Texo, is, ĕre, v.: tece Textura, ae, s.f.: tecido Tibi, pron.: a ti, te TraHo, is, ĕre, v.: arrastar, levar Tu, pron.: tu, você Tum, adv.: então Ubi, conj.: onde ULmus, i, s.f.: olmeiro Umbra, ae, s.f.: sombra Unā, adv.: juntas

Unda, ae, s.f: onda Utinam, adv.: tomara VaLde, adv.: muito VapŭLo, as, are,v.: apanhar, ser açoitado VeHementer, adv.: muito Venio, is, ire, v.: vir Verbĕro, as, are, v.: açoitar, espancar Verto, is, ĕre, v.: voltar, virar Vestimentum, i, s.n.: vestido, roupa Via, ae, s.f.: estrada, camino Vicinus, i, s.m.: vizinho Vidĕo, es, ere, v.: ver Vita, ae, s.f.: vida Vivo, is, ĕre, v.: viver Vobis, pron.: a vocês

referÊncias

COMBA, Júlio. Gramática latina. 5 ed. São Paulo: Salesiana, 2004.

_____. Programa de latim: introdução à língua latina. 18 ed. São Paulo: Salesiana, 2002. v. 1.

_____. Programa de latim: introdução aos clássi-cos latinos. 6 ed. São Paulo: Salesiana, 2003. v. 2.

FREIRE, António. Gramática latina. 4 ed. Braga: Livraria A.I./Faculdade de Filosofia,1987.

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o portu-guês: gramática, língua e literatura. Florianó-polis: Ed. da UFSC, 2006.

GAIO, Antonio Pereira. Em dia com o latim. Juiz de Fora/MG: Ed. da UFJF, 2005.

MARTINS, Isaltina F.; SOARES, João S. Latim 2: Língua e civilização. Coimbra: Almedina, 2000.

______; ______. Latim 3: língua, história literá-ria, cultura. Coimbra: Almedina, 1995.

RÓNAI, Paulo. Gradus primus: curso básico de latim. 15 ed. São Paulo: Cultrix, 1988.

______. Gradus secundus: curso básico de la-tim. São Paulo: Cultrix, 1993.

SOARES, João S. Latim 1: Iniciação ao latim e à civi-lização romana. 3 ed. Coimbra: Almedina, 1998.

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39Fascículo 2 3939Fascículo 3

a Língua Latina: estrutura e função(ii)

Prof. Dr. benedito Gomes bezerraCarga Horária | 15 horas

objetivos específicos

Aprofundar conhecimentos da língua latina. Desenvolver a capacidade de leitura em língua latina. Relacionar fenômenos da língua latina com fenômenos correspondentes ou similares na língua portuguesa.

1. de domĭnis et servis introdução Como você deve ter notado, até agora estudamos quase exclusivamente substan-tivos e adjetivos do gênero feminino, com exceção de alguns nomes masculinos, como poeta, nauta e agricŏla. Esses nomes, tanto os femininos como os mascu-linos, terminam em a no caso nominativo singular (puella, domĭna, discipŭla).

Mas, é claro que deve haver substantivos e adjetivos latinos com outras terminações, não é mesmo?

Nesta lição, vamos conhecer nomes latinos com outras terminações além de a. Para isso, vamos trabalhar, também, com a noção de declinação.

O que será isso? Vamos ver? Primeiro, observemos o texto. Leia-o atentamente.

de domĭnis et servis Romani opulenti multos servos habebant.

Rufus quoque domĭnus multorum servorum erat. Servi Rufi amabant domĭnum, quia bonus erat: servi sedŭlis pecunĭam dabat, ne malos quidem verberabat, sicut multi.

Servi dominorum severorum vitam misĕre trahe-bant, saepe vapulabant et esuriebant. Raro servi domĭnis, domĭni servis contenti erant.

Font

e: h

ttp:

//co

larid

e.no

.sap

o.pt

/hi

stor

ia/i

ndex

.htm

l

De dominis et servis

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40 Fascículo 3

paLavras novas no texto

domĭnus, i, s.m.: senhor servus, i, s.m.: escravo

Romanus, i, s.m.: romano opulentus: opulento, rico pecunĭa, ae, s.f.: dinheiro ne… quidem: nem sequer

sicut, conj.: assim como, segundo verbĕro, as, are, v.: açoitar, espancar

misĕre, adv.: miseravelmente traho, is, ĕre, v.: arrastar, levar

saepe, adv.: muitas vezes, frequentemente vapŭlo, as, are,v.: apanhar, ser açoitado

esurĭo, is, ire, v.: passar fome, estar com fome raro, adv.: raramente

contentus, a, um, adj.: contente

Observação: a partir deste Fascículo, indicamos as classes gramaticais e as desinências que identificam as declinações (nomes) e as conjugações (verbos). Indicamos ainda as terminações correspondentes aos gêneros dos adjetivos. 1.1. a primeira decLinação: reLembrando os nomes terminados em a

Você está lembrado das formas dos nomes já estudados, conforme cada um dos casos no singular e no plural?

Reveja a tabela com os casos, a tradução e a função de cada forma dos nomes em a:

caso

nominativo

traduçãosinguLar

discipŭla

pLuraL

discipŭlae

função

sujeito a aLuna, as aLunas

acusativo discipŭlaM discipŭlas objeto direto a aLuna, as aLunas

dativo discipŭlae discipŭlis objeto indireto à aLuna, às aLunas

abLativo discipŭlā discipŭlis adj. adverbiaL com a aLuna, com as aLunas

vocativo discipŭla discipŭlae cHamamento ó aLuna, ó aLunas

genitivo discipŭlae discipularuM adj. restritivo da aLuna, das aLunas

Essas formas representam um modelo de declina-ção para todas as palavras latinas terminadas em a e, mais importante, com genitivo singular em ae. As palavras que se encaixam nesse padrão são clas-sificadas como pertencentes à 1ª declinação. importante As palavras da primeira declinação são listadas no glossário de Língua Latina, assim como nos dicio-nários em geral, da seguinte forma: discipŭla, ae, s.f., onde:

• discipŭla está no caso nominativo singular. • ae é a terminação do caso genitivo singular

(discipŭlae). • s.f. indica que se trata de substantivo femini-

no, se for o caso (substantivo masculino será indicado como s.m.).

1.2. a segunda decLinação:

nomes terminados em us Observe as seguintes frases:

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41Fascículo 3

1. Romani opulenti multos servos habebant. 2. Rufus domĭnus multorum servorum erat. Os substantivos e adjetivos cujo nominativo singular termina em us, e o genitivo singular termina em i, pertencem todos à segunda declinação. Nas frases acima, Romani e opulenti são palavras que estão no no-minativo plural; Rufus e domĭnus estão no nominativo singular. Quase todos os substantivos da segunda declinação terminados em us são masculinos, mas há alguns no-mes femininos nesse grupo. É o caso dos nomes de árvore:

pirus, i, s.f.: pereira

ulmus, i, s.f.: olmeiro Confira a declinação do nome em us com genitivo em i (segunda declinação):

1.3. o imperfeito do indicativo – verbos reguLares Releia a frase:

Romani opulenti multos servos habebant

Os romanos ricos possuíam muitos escravos Nessa frase, a ação expressa pelo verbo habĕo está no passado, mais precisamente no tempo imperfeito do modo indicativo. A formação do imperfeito do indicativo consiste na inserção, entre o tema e a desinência de pessoa e número, de uma desinência indicativa do tempo e modo (neste caso, a sílaba ba). O verbo amare, por exemplo, fica assim no imperfeito:

amabam – eu amava amabas – tu amavas

amabat – ele/ela amava amabamus – nós amávamos

amabatis – vós amáveis amabant – eles/elas amavam

Você deve observar, pela tradução, que o tempo imperfeito da língua portuguesa deriva diretamente do imperfeito latino. Veja como fica o imperfeito do indicativo em todas as conjugações:

caso

nominativo

traduçãosinguLar

doMinus

pLuraL

doMini

função

sujeito senHor

acusativo doMinuM doMinos objeto direto senHor

dativo doMino doMinis objeto indireto ao senHor

abLativo doMino doMinis adj. circunst. com o senHor

vocativo doMine doMini cHamamento ó senHor!

genitivo doMini doMinoruM adj. restritivo do senHor

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42 Fascículo 3

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição. 2. Localize, no texto, os verbos no tempo im-

perfeito e passe-os para o tempo presente.

3. Traduza para o latim: a. Os escravos e as escravas amam os se-

nhores bons. b. O senhor e a senhora castigavam os

escravos maus. c. As pereiras do jardim eram bonitas.

2. de rapto sabinarum introdução

Você já ouviu falar no rapto das sabinas?

Pois é, todo povo possui seus mitos e lendas, e, com os romanos, não é diferente.

Você gostaria de conhecer essa história?

Neste Tópico, veremos o que Rômulo, o primeiro rei de Roma, fez em sua tentativa de povoar a cidade. Enquanto acompanhamos os romanos nessa aven-tura, aprenderemos mais sobre os nomes da segun-da declinação.

Vamos em frente?

Leia atentamente o texto a seguir:

de rapto sabinarum

Magister discipŭlis de rapto Sabinarum narrabat: - Discipŭli, in Roma femĭnae non erant.

Romani Romŭlo dicunt: - Romŭle, femĭnas non ha-bemus.

Tum Romŭlus legatos mittit vicinis populis. Legati conubium cum femĭnis vicinis petunt sed Sabini legatos male accipiunt et conubia non acceptant.

Postĕa Romŭlus ludum parat Conso et vicinis populis nuntiat. Multi veniunt maxime Sabini cum femĭnis et liberis.

Incĭpit spectaculum. Romani femĭnas Sabinorum ra-piunt et bella inter Romanos et Sabinos surgunt.

paLavras novas no texto

magister, tri, s.m.: professor, mestre

raptum, i, s.n.: rapto Sabina, ae, s.f.: Sabina

femĭna, ae, s.f.: mulher, fêmea legatus, i, s.m.: legado, embaixador

mitto, is, ĕre, v.: enviar vicinus, i, s.m.: vizinho populus, i, s.m.: povo

conubium, i, s.n.: casamento, união peto, is, ĕre, v.: pedir, reclamar

Sabinus, i, s.m.: Sabino male, adv.: mal

accipio, is, ĕre, v.: receber, acolher

2ª CONJ. 3ª CONJ. A 3ª CONJ. B 4ª CONJ.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

1ª CONJ.

aMa-baM audi-ebaMvide-baM leg-ebaM capi-ebaM

vide-bas leg-ebas capi-ebas

vide-bat leg-ebat capi-ebat

aMa-baMus audi-ebaMus

aMa-batis audi-ebatis

aMa-bant audi-ebant

vide-batis

vide-bant

leg-ebatis capi-ebatis

leg-ebant capi-ebant

vide-baMus leg-ebaMus capi-ebaMus

aMa-bas audi-ebas

aMa-bat audi-ebat

SAIBA MAIS!

Leia sobre a escravidão em Roma, tema do

texto deste Tópico, em:

http://www.infopedia.pt/$escravos-em-roma.

Font

e: h

ttp:

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.fl.u

l.pt/

depc

lass

icas

/cu

rsos

/cul

tura

/cul

tura

_rom

ana/

cr-p

rog2

.htm

De rapto sabinarum. Nicolas Poussin (1594-

1665), O rapto das Sabinas. ca. 1637-1638.

Óleo, 159 x 206 cm. Museu do Louvre, Paris.

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43Fascículo 3

ludus, i, s..: jogo, festa nuntio, as, are, v.: anunciar

venio, is, ire, v.: vir maxime, adv.: sobretudo, especialmente

libĕri, orum, s.m.: filhos (homens e mulheres) incipĭo, is, ĕre, v.: começar

spectaculum, i, s.n.: espetáculo, jogo rapĭo, is, ĕre, v.: raptar, levar à força

bellum, i, s.n.: guerra inter, prep. c/ acus.: entre

2.1. o rapto das sabinas De acordo com o historiador romano Tito Lívio, Rômulo, o primeiro rei de Roma, desejava povoar a cidade, mas lhe faltava gente suficiente para fazê-la crescer. Após tentativas frustradas de conseguir mu-lheres entre os povos vizinhos, Rômulo usa de um ardil: promove um espetáculo em honra de Conso, deus dos con-selhos e pro-tetor da co-lheita, usando isso como um pretexto para atrair os povos vizinhos. Du-rante a festa, os romanos, autorizados por Rômulo, raptam para si as mulheres do povo sabino. Esse fato dará início a uma guerra entre os dois povos. A última batalha, a mais dura de todas, será interrompida pelas próprias mulheres sabinas, que dão fim à guerra ao aceitar voluntariamente os ma-ridos roma-nos. Os dois povos se tor-narão afinal um só povo. Esta é, em resumo, uma das histórias fundantes da civilização ro-mana.

2.2. segunda decLinação: nomes terminados em er

Vimos no Tópico anterior que muitos nomes da segunda declinação terminam em us no nominati-vo e em i no genitivo singular. É o caso, no texto, de palavras, como discipŭlus, Romŭlus e popŭlus. Há também uma expressiva quantidade de nomes masculinos da 2ª declinação que terminam em er no nominativo singular. Para que pertençam à 2ª declinação, é óbvio que também o genitivo singu-lar terminará em i, pois é o genitivo que marca a pertença de um nome à sua declinação. A terminação em er ocasionará diferenças em rela-ção à declinação dos nomes em us, primeiramente, apenas no nominativo e vocativo singular. Eis as formas de todos os casos:

importante Muitos nomes terminados em er conservam o e da terminação apenas no caso nominativo e no voca-tivo singular, perdendo-o nos demais casos, inclusi-ve nominativo e vocativo plural. Confira:

Questão importante: Como saber quando um nome perde ou mantém o e em todos os casos?

caso

nominativo

traduçãosinguLar

puer

pLuraL

pueri

função

sujeito o(s) menino(s)

acusativo pueruM pueros objeto direto o(s) menino(s)

dativo puero pueris objeto indireto ao(s) menino(s)

abLativo puero pueris adj. circunst. com o(s) menino(s)

vocativo puer pueri interpeLação ó menino!, ó meninos!

genitivo pueri pueroruM adj. restritivo do(s) menino(s)

caso

nominativo

traduçãosinguLar

Magister

pLuraL

Magistri

função

sujeito professor(es)

acusativo MagistruM Magistros objeto direto professor(es)

dativo Magistro Magistris objeto indireto ao(s) professor(es)

abLativo Magistro Magistris adj. circunst. com o(s) professor(es)

vocativo Magister Magistri interpeLação ó professor(es)!

genitivo Magistri MagistroruM adj. restritivo do(s) professor(es)

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44 Fascículo 3

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Reflita sobre a história do rapto das sabi-nas: que se pode aprender do relato? No

O glossário e os dicionários de latim esclarecem a dúvida pela maneira como listam os verbetes. Compare:

puer, i, s.m.: menino magister, tri, s.m.: professor

Portanto, a perda do e está indicada por contraposição entre o nominativo magister e a terminação do genitivo em tri (magistri). Quanto a puer, a terminação do genitivo em i indica que nada muda na raiz da palavra. Ou seja, teremos puer (nominativo) e pueri (genitivo).

2.3. a decLinação de vir (Homem) O substantivo vir, o único terminado em ir, também faz parte da 2ª declinação e segue os modelos anteriores:

2.4. nomes neutros da segunda decLinação Além dos nomes masculinos e de uns poucos femininos, a 2ª declinação apresenta, ainda, os nomes neu-tros. É bom lembrar que o gênero neutro desapareceu nas línguas românicas e, consequentemente, na língua portuguesa, sendo substituído, principalmente, pelo masculino. Morfologicamente falando, a principal característica do neutro é a terminação em um no nominativo, acusativo e vocativo singular, e em a no plural desses mesmos casos. Nos demais casos, não há diferenças em relação aos outros nomes da 2ª declinação. Confira:

SAIBA MAIS!

Para saber mais sobre o rapto das sabinas,

veja o site:

http://culturaeartes.blog.pt/410928/.

caso

nominativo

traduçãosinguLar

vir

pLuraL

viri

função

sujeito Homem(ns)

acusativo viruM viros objeto direto Homem(ns)

dativo viro viris objeto indireto ao(s) Homem(ns)

abLativo viro viris adj. circunst. com o(s) Homem(ns)

vocativo vir viri interpeLação ó Homem(ns)!

genitivo viri viroruM adj. restritivo do(s) Homem(ns)

caso

nominativo

traduçãosinguLar

teMpluM

pLuraL

teMpla

função

sujeito tempLo(s)

acusativo teMpluM teMpla objeto direto tempLo(s)

dativo teMplo teMplis objeto indireto ao(s) tempLo(s)

abLativo teMplo teMplis adj. circunst. com o(s) tempLo(s)

vocativo teMpluM teMpla interpeLação ó tempLo(s)!

genitivo teMpli teMploruM adj. restritivo do(s) tempLo(s)

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45Fascículo 3

nível das relações entre grupos sociais, o que estava ocorrendo? A história nos traz alguma reflexão para os dias de hoje?

3. Que tal organizar um debate sobre ques-tões como a violência, a situação social das mulheres, a dominação de grupos sobre grupos? O debate pode ser feito de forma presencial mas também pode fazer parte das discussões do Fórum.

3. sabinae femĭnae introdução

Você gostou da história do rapto das sabinas? Mas, como será que terminou a história?

O que fez com que a guerra acabasse?

O texto deste Tópico, baseado no historiador Tito Lívio, nos dará a resposta. Neste Tópico, aprofundaremos, ainda, nosso co-nhecimento sobre os adjetivos latinos e sua relação com os substantivos.

Vamos adiante? Leia o texto com atenção.

sabinae femĭnae

Romani et Sabini proe-lium redintĕgrant. Tum Sabinae femĭnae, ca-pillis passis et vestimentis scissis, inter tela se locant atque dicunt: “Nos causa belli sumus. Iras in nos vertĕre debetis.” Infestas

copĭas dirimunt, iras dirimunt. Silentium magnum evĕnit. Audacĭa feminarum anĭmos copiarum movet. Ex pacto, duo populi regnum consocĭant atque impe-rium Romae donant.

paLavras novas no texto

proelium, ii, s.n.: luta, combate

redintĕgro, as, are, v.: recomeçar, reavivar capillus, i, s.m.: cabelo, cabeleira

passus, a, um, adj.: desgrenhando, desalinhado

vestimentum, i, s.n.: vestido, roupa scissus, a, um, adj.: rasgado, fendido

telum, i, s.n.: dardo, arma loco, as, are, v.: colocar (se locare: colocar-se)

atque, conj.: e causa, ae, s.f.: motivo, razão, causa

ira, ae, s.f.: ira, vingança in nos: contra nós

verto, is, ĕre, v.: voltar, virar debĕo, es, debere, v.: dever

infestus, a, um, adj.: inimigo copĭae, arum, s.f.: tropas, exército

dirimo, is, ĕre, v.: separar, dividir, interromper silentium, i, s.n.: silêncio

evĕnio, is, ire, v.: resultar, acontecer audacĭa, ae, s.f.: audácia

anĭmus, i, s.m.: espírito, ânimo, coragem movĕo, es, ere, v.: agitar, impressionar

pactum, i, s.n.: pacto, tratado (ex pacto: de acordo com um tratado) duo, num.: os dois

regnum, i, s.n.: poder, soberania consocĭo, as, are, v.: unir, juntar, associar imperĭum, ii, s.n.: domínio, soberania

dono, as, are, v.: oferecer, doar 3.1. adjetivos da primeira cLasse Vimos até aqui adjetivos de diferentes gêneros, com diferentes terminações: • Femininos: infesta, pulchra • Masculinos: passus, pulcher • Neutros: magnum, bonum Chamam-se adjetivos da primeira classe aqueles cujo nominativo singular termina em us ou er no masculino, a no feminino e um no neutro. Dito de outra forma, são adjetivos que possuem formas distintas para cada gênero. Eis um exemplo: Fo

nte:

htt

p://

dias

desi

guai

s.blo

gspo

t.co

m/2

007/

09/c

rnic

a-do

-latim

-que

-m

e-es

capo

u.ht

ml

Sabinae feminae (Jacques-Louis David, O Rapto das Sabinas, 1796-1799)

mascuLino

feminino

ac

usa

tiv

o

bonaM

bonuM

mascuLino bonos

feminino bonas

neutro bona

neutro bonuM

ADJETIVOS DA PRIMEIRA CLASSE: NOMINATIVO EM US, A, UM

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46 Fascículo 3

3.2. concordância do adjetivo com o substantivo

Em latim, o adjetivo concorda com o substantivo em número, gênero e caso. Em vista disso, analise-mos as situações abaixo:

puella sedula = aluna atenta fagus alta = faia alta

populus vicinus = povo vizinho discipulus pulcher = aluno bonito

Observe: 1. Nos quatro exemplos, os substantivos e os ad-

jetivos concordam em número, gênero e caso: todos estão no nominativo singular; quanto ao gênero, os dois primeiros pares estão no femi-nino e os dois últimos, no masculino.

2. Entretanto, nem sempre as terminações são idênticas, ou seja, a relação de concordância não implica terminações iguais.

3. Assim, por exemplo, uma vez que fagus, embora pertencente à 2ª. declinação, é uma palavra fe-minina, o adjetivo alta vai para o feminino (al-tus seria masculino), seguindo a 1ª. declinação, para que a concordância de gênero seja mantida.

4. Em discipulus pulcher, os dois termos perten-cem à 2ª declinação, mas possuem terminações diferentes.

5. Em puella sedula e populus vicinus, a concordân-cia de gênero, número e caso coincide com terminações idênticas.

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição.

2. Destaque, no texto, todos os adjetivos, indi-cando o caso, número e gênero de cada um.

4. puĕri in foro introdução Com certeza, você sabe que a cultura romana exer-ceu grande influência sobre a cultura ocidental posterior.

É muito bom ter a oportunidade de conhecer uma cultura tão importante assim, não é? Você já ouviu falar no Fórum Romano? Que tal uma oportunidade de visitá-lo

juntamente com os alunos do professor Orbílio Pupilo?

Confira no texto deste Tópico. Também neste Tópico, aprofundaremos nosso co-nhecimento do sistema verbal latino, observando, mais uma vez, a influência desse sistema sobre os verbos da língua portuguesa. Aproveite! Leia o texto com atenção.

puĕri in foro - Si sedŭli erĭtis, puĕri – ait Orbilius – cras Forum visitabĭmus. Ibi templa pulchra magnorum deorum videbĭtis. Curĭam, ubi patres considunt, etĭam osten-dam vobis. In foro causidĭcos audietis.

Nunc sententĭam hodiernam vobis dictabo: “Hodie mihi, cras tibi.”

Aule, cras recitabis sententĭam; tu autem, Sexte, explicabis. paLavras novas no texto

ait, v.: diz

cras, adv.: amanhã Forum, i, s.n.: Foro, Fórum

SAIBA MAIS!

Sobre as classes e a concordância dos adjetivos

com os substantivos, ver :

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o português: gra-

mática, língua e literatura. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006.

p. 58-63.

Font

e: h

ttp:

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ImpR

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Pueri in foro

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47Fascículo 3

deus, i, s.m.: deus Curĭa, ae, s.f.: Cúria

ubi, conj.: onde pater, tris, s.m.: pai; plural: senadores

consido, is, ĕre, v.: reunir-se etĭam, conj.: também

ostendo, is, ĕre, v.: mostrar vobis, pron.: a vocês

causidĭcus, i, s.m.: advogado nunc, adv.: agora

hodiernus, a, um, adj.: de hoje mihi, pron.: a mim tibi, pron.: a ti, te tu, pron.: tu, você

autem, conj.: por sua vez, por outro lado

explĭco, as, are, v.: explicar 4.1. o futuro do

indicativo: primeira e segunda conjugações

Observe a frase:

Pueri, cras Forum visitabĭmus Meninos, amanhã visitaremos o Fórum

Como vemos, a forma verbal visitabĭmus (visita-remos) fala de uma ação a ser realizada no futuro definido como cras (amanhã). Em latim, como em português, o tempo verbal que expressa esse tipo de ação se chama futuro do indicativo. O tempo futuro do indicativo se forma, a exem-plo do imperfeito, pela inserção de uma desinên-cia modo-temporal (a sílaba bi) entre o radical do verbo e as terminações número-pessoais que já co-nhecemos. A primeira e a terceira pessoas são ligei-ramente irregulares. Dessa forma, confira:

4.2. o futuro do indicativo: terceira e quarta conjugações

Já a 3ª e a 4ª conjugações se formam pela inserção de um e entre o radical e a terminação número-pessoal, como se vê abaixo:

4.3. o futuro do indicativo de sum O verbo sum, por ser um verbo irregular, forma o fu-turo do indicativo de modo específico, como acon-tece com os demais tempos. É necessário, portanto, aprendê-lo à parte do verbo regular. Eis as formas:

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Identifique, no texto, os verbos no tempo futuro do indicativo.

3. Escreva em latim: a. Os escravos dos bons senhores não pas-

sarão fome. b. Leremos com o professor a história dos

grandes romanos. c. Amanhã jogarás bola com Aulo.

SAIBA MAIS!

Veja mais informações sobre o Fórum Roma-

no, tema do texto desta lição, em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3rum_Romano.

2ª CONJ.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

1ª CONJ.

aMa-bo: eu amarei vide-bo: eu verei

vide-bi-s

vide-bi-t

aMa-bi-Mus

aMa-bi-tis

aMa-bu-nt

vide-bi-tis

vide-bu-nt

vide-bi-Mus

aMa-bi-s

aMa-bi-t

3ª CONJ. B

2ª p.

3ª p.

1ª p.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

3ª CONJ. A

leg-aM: eu Lerei capi-aM: eu prenderei

capi-e-s

capi-e-t

leg-e-Mus

leg-e-tis

leg-e-nt

capi-e-tis

capi-e-nt

capi-e-Mus

leg-e-s

leg-e-t

4ª CONJ.

audi-aM: eu ouvirei

audi-e-s

audi-e-t

audi-e-tis

audi-e-nt

audi-e-Mus

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

ero - (eu) serei eriMus - (nós) seremos

erit - (eLe/eLa) será erunt - (eLes/eLas) serão

eris - (tu) serás

(vocÊ) será

eritis - (vós) sereis

(vocÊs) serão

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48 Fascículo 3

5. de sabinis regibus introdução

Você se lembra da história do rapto das sabinas

que estudamos em tópicos anteriores?

Como você viu, o final da guerra foi marcado por um tratado entre os romanos e os sabinos, por meio do qual os dois se tornaram um só povo. Em decorrência disso, teremos um período da história em que os romanos serão governados pelos chama-dos reis sabinos.

Você gostaria de conhecer um pouco mais dessa história?

Este será o tema da presente lição. Vamos a ela !

Leia o texto atentamente.

de sabinis regĭbus

Discipŭli Latinae Linguae sedŭli sunt et fabŭlas Romae Antiquae amant; ităque magister iucundam fabŭlam narrat: - Puĕri et puellae, raptum Sabinarum causa belli fuit inter Romanos et Sabinos. Postĕa Romani Romam vo-cant Numam Pompilium, virum doctum, et regnum illi donant.

Numa, vir excultus piusque, non solum anĭmum adhuc ferum populi Romani mollit sed etĭam sacra plurĭma institŭit. Bellum nullum gerit sed maxĭme Romae prodest.

Puĕri et puellae audiebant sententĭas magistri et illum interrogabant: - Magister, quis post Numam Romae regnabit? - Post Numam Tullus Hostilĭus et Ancus Marcius reg-nabant.

Postĕa Carŏlum magister interrogat: - Carŏle, nonne Roma exordium habet a Romulo? - Sane, magister.

paLavras novas no texto

fabŭla, ae, s.f.: fábula

iucunda, ae, s.f.: agradável, feliz fuit, perf. ind. sum: foi

doctus, a, um, adj.: sábio, prudente illi, pron.: a ele

illum, pron.: ele, o excultus, a, um, adj.: culto, civilizado

pius, a, um, adj.: piedoso, virtuoso (excultus piusque: culto e piedoso)

solus, a, um, adj.: só, sozinho, somente adhuc, adv.: ainda

ferus, a, um, adj.: grosseiro, rude mollio, is, ire,v.: abrandar, moderar

sacra, acus. plural neutro: coisas sagradas plurĭmus, a, um, adj.: numeroso, diverso

institŭo, is, ĕre, v.: fixar, estabelecer nullus, a, um, adj.: nulo, nenhum

gero, is, ĕre, v.: empreender maxĭme, adv.: sobretudo, muitíssimo

prosum, prodes, prodesse, v. (composto de sum): ser útil, aproveitar

quis, pron. int.: quem? regno, as, are, v.: reinar Carŏlus, i, s.m.: Carlos

nonne, part. inter.: acaso? porventura? exordium, ii, s.n.: origem, princípio, exórdio

a, ab, prep.: de, a partir de sane, adv.: certamente, de certo

5.1. a frase interrogativa No texto acima, aparecem frases interrogativas além das afirmativas. Confira: 1. Magister, quis post Numam Romae regnabit? 2. Carŏle, nonne Roma exordium habet a Romulo? Como em português, a frase interrogativa pode ser construída simplesmente pela entonação característica:

Discipŭli, libros non amatis? Alunos, vocês não amam os livros?

Ou pode ser construída com o auxílio de: • um pronome interrogativo: Carŏle, quid facis?

(Carlos, que fazes?) • um advérbio interrogativo: Ubi regnat Numa

Pompilius? (Onde reina Numa Pompílio?) • uma partícula interrogativa: Nonne Roma exor-

dium habet a Romulo? (Acaso Roma tem a sua

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49Fascículo 3

origem a partir de Rômulo?)

A resposta a uma pergunta pode ser:

• afirmativa: sane (sim); ita, vero (sim; certamen-te); sane quidem (com toda certeza); ita est (as-sim é).

• negativa: non, non vero, non ita (não); minime, minime vero (não; de modo algum); immo vero (não; pelo contrário). atividade 1. Numa Pompílio foi o primeiro rei Sabino

de Roma. Com base nas informações da-das no texto, fale sobre ele e o que ele fez durante o seu reinado.

2. Ainda conforme o texto, quem foram os reis que sucederam a Numa Pompílio em Roma? (Ao traduzir os nomes próprios la-tinos terminados em us, mude essa termi-nação para o em português).

3. Copie e traduza o texto no seu caderno.

6. de musteLā et gaLLinis introdução

Você está gostando de conhecer um pouco do estilo de vida em Roma Antiga?

Gostaria de conhecer mais sobre isso? Como viviam os lavradores naqueles tempos?

Quais eram as suas lutas e preocupações? Que tal tentar ler a narrativa abaixo sem se preo-cupar primeiramente com questões gramaticais,

mas aproveitando o prazer que a leitura pode dar?

Espero que você consiga fazer isso. É claro que também aproveitaremos para entender os aspectos linguísticos trazidos pelo texto, mas não devemos perder de vista que a finalidade maior é a compre-ensão da narrativa.

Vamos tentar? Leia o texto atentamente.

de musteLā et gaLLinis

Mustela semper gallinarum inimica fuit. Exit noctu ex sil-vis et speluncis ubi diu latet. In casas, ubi gallinae sunt, per fenestras vel per rimas in-trat; gallinas trucidat. Agricolae mustelarum nocturnas insidias reformidant. Saepe mustelis muscipulas ponunt. Sed plerumque mustelae agricolarum muscipulas vitant. Ita gallinae mustelarum praeda evadunt cum magna ira agricolarum.

paLavras novas no texto

mustela, ae, s.f.: doninha gallina, ae, s.f.: galinha

inimicus, a, um, adj.: inimigo exĕo, is, ire, v.: sair

noctu, adv.: de noite ex¸ prep.: de

spelunca, ae, s.f.: caverna latĕo, es, ere, v.: esconder-se, estar oculto

casa, ae, s.f.: choupana vel, conj.: ou, até

rima, ae, s.f.: fenda intro, as, are, v.: entrar

trucido, as, are, v.: trucidar nocturnus, a, um, adj.: noturno

insidĭae, arum, s.f.: emboscada, insídias reformĭdo, as, are, v.: temer

muscipŭla, ae, s.f.: ratoeira, armadilha pono, is, ĕre, v.: colocar, pôr

plerumque, adv.: muitas vezes, quase sempre vito, as, are, v.:, evitar

ita, conj.: assim, de tal modo praeda, ae, s.f.: presa

evado, is, ĕre, v.: ficar, tornar-se 6.1. para compreender o texto 1. Observe que o texto em apreço se constitui

como uma narrativa curta. A narrativa é uma das formas de organizar os textos que produzi-mos, ou seja, os gêneros. Os textos organizados segundo uma tipologia narrativa também se denominam, em Linguística Textual, de sequ-ências narrativas.

2. Em nosso texto, a sequência narrativa é marca-da por uma série de verbos que vão enumeran-do as ações desenvolvidas pelos personagens.

Font

e: h

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Mustela

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3. Como não se trata de ações que aconteceram apenas em algum ponto do tempo, mas, sim, de ações que costumeiramente acontecem, nossa narrativa se constrói, principalmente, com verbos no tempo presente.

4. O texto nos apresenta as seguintes personagens: a mustela (doninha), as gallinae (galinhas) e os agricolae (agricultores).

6.2. uso das preposições Latinas Observe os enunciados: 1. Mustela exit noctu ex silvis (A doninha sai de noite das florestas). 2. In casas per fenestras vel per rimas intrat (Ela entra nas casas pelas janelas ou pelas fendas). 3. Gallinae mustelarum praeda evadunt cum magna ira agricolarum (As galinhas se tornam presa das doninhas,

com grande ira dos lavradores). Nas expressões em destaque, as partículas que antecedem os nomes são preposições: ex, in, per e cum. Observe que a palavra silvis e a expressão magna ira estão no caso ablativo; por sua vez, as palavras casas, fenestras e rimas estão no acusativo. Em latim, as preposições acompanham (“regem”) ou o caso ablativo ou o acusativo. Raramente uma prepo-sição pode reger os dois casos. É o que acontece com in, que vem com o acusativo no texto, mas também pode reger o ablativo. Quando isso acontece, o sentido da preposição muda de acordo com o caso. Assim, confira: 1. Preposições com ablativo: ex (e), cum, de, in 2. Preposições com acusativo: in, per 6.3. perfeito de sum Na frase Mustela semper gallinarum inimica fuit, a forma fuit representa a 3ª pessoa do singular do verbo sum no tempo perfeito do modo indicativo. Confira as formas e a respectiva tradução:

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Responda com base no texto: a. De quem a doninha sempre foi inimiga? b. Por onde a doninha entra nas casas? c. O que os agricultores fazem para deter

as doninhas? d. O que as doninhas fazem com as armadi-

lhas dos agricultores?

SAIBA MAIS!

Para mais informações sobre as preposições e

para ver uma lista das preposições com abla-

tivo e com acusativo, consultar:

COMBA, Júlio. Programa de latim: introdução à língua

latina. 18. ed. São Paulo: Salesiana, 2002. v. 1. p. 161.

singuLar

2ª pessoa

3ª pessoa

1ª pessoa

pLuraL

fui - (eu) fui fuĭMus - (nós) fomos

fuit- (eLe/eLa) foi fuerunt - (eLes/eLas) foram

fuisti - (tu) foste

(vocÊ) foi

fuistis - (vós) fostes

(vocÊs) foram

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7. saLve, dies nataLis! introdução

Que tal conhecer mais textos de diferentes gêneros na língua latina?

Será que você consegue reconhecer algum deles na nossa língua, mesmo

com alguma modificação? Nesta lição, veremos uma variedade de textos e enunciados latinos, geralmente com alguma cor-respondência em português. Nosso maior interesse neste ponto será o simples contato com os textos. Se você desejar traduzi-los, poderá ter que pesquisar al-gumas palavras que não se encontram no glossário.

Combinado? Leia todos os textos e frases atentamente, ainda que não possa entendê-los no momento. 7.1. carmen (um poema, um cântico) Veja como fica o “Parabéns pra você!” em latim (claro, não diz a mesma coisa, mas tem a mesma fi-nalidade e pode ser cantado com a mesma música): saLve, dies nataLis!

Salve, dies natalis! Hoc gratissimo die Tibi felicitates, Vitam longam optamus.

Hodie dies est festus, Canunt animi nostri. Condiscipulo (ae) nostro (ae) Plausus multos dicamus.

Observe:

1. O terceiro verso da segunda estrofe será canta-do condiscipulo nostro (ao nosso colega) ou con-discipulae nostrae (à nossa colega), dependendo da situação.

2. Agora tente cantar o poema com a música de “Pa-rabéns pra você!”. Quando você e cada um dos colegas estiverem prontos, tentem cantar juntos.

7.2. proverbia (provérbios)

Leia os provérbios e aprenda-os. Tente encontrar

provérbios similares em língua portuguesa. 1. Flamma fumo est proxima. 2. Sutor ne supra crepidam. 3. Posteriores cogitationes sapientiores solent esse. 4. Abyssus abyssum invocat. vocabuLário

flamma, ae, s.f.: chama, fogo sutor, oris, s.m.: sapateiro crepida, ae, s.f.: chinela

cogitatio, onis, s.f.: pensamento, reflexão sapiens, tis, adj.: sábio, prudente

solĕo, es, ere, v.: costumar abyssus, i, s.m.: abismo

invoco, as, are, v.: chamar 7.3. dicta ceLebria

(ditos, frases céLebres) 1. Acta est fabula (a peça está representada).

A frase foi pronunciada pelo Imperador Au-gusto no leito de morte, referindo-se, pois, a sua vida que chegava ao fim.

2. Adhuc sub judice lis est (a causa ainda não foi julgada). A frase é do poeta Horácio e se diz de um pro-cesso que ainda está em julgamento.

3. Age quod agis (faça [bem] o que estiver fazendo). Usa-se para aconselhar alguém a fazer o seu trabalho com perfeição.

4. Vanitas vanitatum et omnia vanitas (vaidade de vaidades e tudo é vaidade). A frase, retirada do livro bíblico de Eclesiastes, é atribuída ao rei Salomão quando, em sua ve-lhice, lamentava o vazio das coisas do mundo.

7.4. fabeLLae (anedotas, piadas) in nosocomio

Rector: Aegrotus quem nunc de tecto vides pendentem dicit se esse lucernam. Visitator: Quidni eum demittis? Rector: Quia in posterum sine luce erimus.

in Ludo Historiae

Magister: Quid fecit Christophorus Columbus, cum in Americam pervenit, postquam de nave descendens pe-dem humi posuit?

Salve, dies natalis!

Font

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Discipulus: Alterum posuit et pedem.

vocabuLário

nosocomium, ii, s.n.: hospital aegrotus, i, s.m.: doente

rector, oris, s.m.: diretor, administrador lucerna, ae, s.f.: lâmpada

visitator, oris, s.m.: visitante, inspetor quidni, adv.: por que não?

demitto, is, ĕre, v.: fazer descer in posterum: depois, no futuro

ludus, i, s.m.: aula Christophorus, i, s.m.: Cristóvão

humi: no chão alter, a, um, pron.: outro (de dois)

atividade | Você conseguiu entender as pia-das? Tente, então, descrevê-las numa versão em português. Use o seu caderno para isso e depois compartilhe com os colegas para corri-gir o que for necessário.

8. de saLute et morbo introdução Você percebeu, no Tópico anterior, a ocorrência

de palavras com terminações um pouco diferentes das que já conhecemos?

Um bom exemplo é sutor, oris (sapateiro). Como você vê, o genitivo desta palavra diverge daqueles que já conhecemos, como em domina, ae (senhora) ou dominus, i (senhor). Vamos descobrir que essa nova forma pertence à terceira declinação dos nomes latinos. É isso que vamos estudar nesta lição. Antes de fazer isso, le-remos um texto que fala de uma família passando por uma situação muito difícil.

Vamos conferir?

Leia o texto com atenção.

de saLute et morbo

Lucius, filius Rufi et Lucretiae, aegrotat. Morbus filii matrem valde movet. Pater medicum vo-

cat. Medicus aegro remedium adhibet et dicit: - Macte, Luci! Si remedium sumes, cras valebis.

Pater quoque confirmat filium. - Nihil est, mi fili! – ait Rufus – “Dolor animi gravior est quam corporis dolor.”

Verba patris valde confirmant Lucium.

paLavras novas no texto

salus, utis, s.f.: saúde

morbus, i, s.m.: doença filĭus, i, s.m.: filho

aegroto, as, are, v.: estar doente mater, tris, s.f.: mãe

movĕo, es, ere, v.: comover, preocupar pater, tris, s.m.: pai

medicus, i, s.m.: médico aeger, gra, grum, adj.: doente remedium, ii, s.n.: remédio adhibeo, es, ere, v.: aplicar macte, interj.: coragem! sumo, is, ĕre, v.: tomar

valĕo, es, ere, v.: valer, estar bom nihil: nada

confirmo, as, are, v.: encorajar, animar meus, a, um, pron.: meu, minha

dolor, is, s.m.: dor gravĭor: mais grave

quam¸ conj.: do que corpus, oris, s.n.: corpo

8.1. o vocativo irreguLar (segunda decLinação) No texto desta lição, Lucius é um exemplo de nome próprio em latim. Os nomes próprios terminados em ius pertencem à 2ª declinação, mas têm o voca-tivo singular em i (um i apenas), e não em e, como na maioria dos nomes em us. Assim, confira: • Vocativo singular de dominus: domine • Vocativo singular de Lucius: Luci Irregular também é o vocativo singular de filius e do pro-nome adjetivo possessivo meus: mi fili (= ó meu filho!). 8.2. a terceira decLinação Relembremos:

Font

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Salute et morbo

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1. Os nomes da 1ª declinação caracterizam-se pelo genitivo singular em ae: domina, dominae (senhora, da senhora).

2. Os nomes da 2ª declinação caracterizam-se pelo genitivo singular em i: dominus, domini (senhor, do senhor).

Os nomes da 3ª declinação, por sua vez, caracterizam-se pelo genitivo singular terminado em is. O nominativo possui diversas terminações e, portanto, não é útil para se identificar a declinação.

Os substantivos da 3ª declinação costumam ser divididos em dois grupos que serão chamados aqui de Grupo A e Grupo B. Ambos os grupos incluem substantivos masculinos, femininos e neutros. Comecemos com exemplos do Grupo A em cada gênero:

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição.

2. Traduza para o latim: As doenças dos filhos preocupam as mães. O doente tinha grandes dores.

caso

nominativo

singuLar

dolor,is, s.m.: dor verĭtas, tis, s.f.: verdade corpus, ŏris, s.n.: corpo

singuLar

dolor

pLuraL pLuraL

dolores veritas veritates

acusativo doloreM dolores veritateM veritates

dativo

doloris doloruM veritatis veritatuM

abLativo

dolori dolorĭbus veritati veritatĭbus

vocativo

dolore dolorĭbus veritate veritatĭbus

genitivo

dolor dolores veritas veritates

singuLar pLuraL

corpus corpŏra

corpus corpŏra

corpŏris corpŏruM

corpŏri corporĭbus

corpŏre corporĭbus

corpus corpŏra

RESUMO

No primeiro tópico, conhecemos um pouco da situação dos escravos na Roma antiga; em seguida, aprendemos como se declinam os nomes (substantivos e adjetivos) da segunda declinação; vimos, ainda, a conjugação dos verbos latinos no tempo imperfeito do modo indicativo, observando que o tempo de mesmo nome em língua portuguesa deriva dire-tamente do modelo latino.

Conhecemos, no segundo tópico, uma das histórias antigas sobre as origens dos roma-nos, falando sobre o rapto das mulheres sabinas, motivado pela falta de mulheres em Roma e pelo desejo de fazer crescer a cidade. Aprendemos que há, na 2ª declinação, nomes masculinos terminados em er e vimos as particularidades dessa declinação. Final-mente, aprendemos ainda como declinar os nomes neutros da 2ª declinação.

No terceiro tópico, aprofundamos nosso conhecimento sobre os adjetivos da primeira classe, vistos inicialmente no Fascículo 2, Tópico 4. Aprendemos ainda que os adjetivos devem concordar com os substantivos em gênero, número e caso, ainda que essa con-cordância não implique a terminação idêntica das palavras.

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atque, conj.: e audacĭa, ae, s.f.: audácia audĭo, is, ire, v.: ouvir autem, conj.: por sua vez, por outro lado avicŭLa, ae, s.f.: passarinho beLLum, i, s.n.: guerra bonus, a, um, adj.: bom caecus, a, um, adj.: cego canto, as, are, v.: cantar capiLLus, i, s.m.: cabelo, cabeleira carŏLus, i, s.m.: Carlos casa, ae, s.f.: choupana castigo, as, are, v.: castigar causa, ae, s.f.: motivo, razão, causa causidĭcus, i, s.m.: advogado cena, ae, s.f.: ceia, jantar cHristopHorus, i, s.m.: Cristóvão cogitatio, onis, s.f.: pensamento, reflexão comĭter, adv.: delicadamente condiscipŭLa, ae, s.f.: colega confirmo, as, are, v.: encorajar, animar considĕro, as, are, v.: examinar consido, is, ĕre, v.: reunir-se consocĭo, as, are, v.: unir, juntar, associar contentus, a, um, adj.: contente conubium, i, s.n.: casamento, união conviva, ae, s.m.: convidado

gLossário

a, ab, prep.: de, a partir deabyssus, i, s.m.: abismo accepto, as, are, v.: aceitar, receber accipio, is, ĕre, v.: receber, acolher ad, prep. c/ acus.: em direção a, para adHibĕo, es, ere, v.: aplicar adHuc, adv.: ainda advŏLo, as, are, v.: voa (para dentro) aeger, gra, grum, adj.: doente aegroto, as, are, v.: estar doente aegrotus, i, s.m.: doente aio, ais, v. def.: dizer, afirmar aLius, aLia, aLiud: outro aLter, a, um, pron.: outro (de dois) amica, ae, s.f.: amiga amicitĭa, ae, s.f.: amizade amitto, is, ĕre, v.: perde amo, as, are, v.: amar, estimar, gostar de amoenus, a, um, adj.: agradável, ameno anĭmus, i, s.m.: espírito, ânimo, coragem antiqua, ae, s.f.: antiga appropinquo, as, are, v.: aproximar-se aqua, ae, s.f.: água aquĭLa, ae, s.f.: águia ara, ae, s.f.: altar aranĕa, ae, s.f.: aranha aro, as, are, v.: arar

No quarto tópico, apresentamos a você o tempo futuro do indicativo nas quatro conjuga-ções do verbo regular. Vimos que o verbo sum é irregular e, por isso, possui uma forma própria de conjugação.

No quinto tópico, tivemos breves informações sobre os primeiros reis da história de Roma, especialmente Numa Pompílio, o primeiro rei Sabino. Vimos como se fazem frases interro-gativas em latim e as diversas formas como elas podem ser respondidas.

No sexto tópico, conhecemos um pouco da vida dos agricultores e suas lutas no anti-go Império Romano. Observamos como se organiza um texto em sequência narrativa e aprendemos sobre o uso das preposições latinas com o caso ablativo e acusativo. Con-cluindo a lição, aprendemos as formas do verbo sum no tempo perfeito do indicativo.

No sétimo tópico, apresentamos textos diferentes, exemplificando gêneros como o poema ou cântico, o provérbio e a piada. Propusemos a prática de leitura em latim com algum su-porte de vocabulário, mas sem que este fosse indispensável para os exercícios propostos. Encerrando este Fascículo, vimos, neste oitavo tópico, como se constrói o vocativo irre-gular dos nomes próprios masculinos terminados em ius bem como do substantivo filius e do pronome adjetivo possessivo meus. Além disso, aprendemos que os nomes da ter-ceira declinação se caracterizam pelo genitivo singular em is e conferimos as formas dos nomes masculinos, femininos e neutros do Grupo A da 3ª declinação.

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copĭae, arum, s.f.: tropas, exército corpus, oris, s.n.: corpo cras, adv.: amanhã crepida, ae, s.f.: chinela cum, conj.: com curĭa, ae, s.f.: Cúria dea, ae, s.f.: deusa debĕo, es, debere, v.: dever ddeLecto, as, are, v.: deleitar, agradar deLĕo, es, ere, v.: destruir demitto, is, ĕre, v.: fazer descer depLoro, as, are, v.: lamentar desidĕro, as, are, v.: desejar deus, i, s.m.: deus dico, is, ĕre, v.: dizer dicto, as, are, v.: ditar diLigenter, adv.: assiduamente diLigentĭa, ae, s.f.: diligência, zelo dirimo, is, ĕre, v.: separar, dividir, interromper discipuLa, ae, s.f.: aluna, discípula discipuLus, i, s.m.: aluno, discípulo disco, is, ĕre, v.: aprender diu, adv.: por muito tempo, de dia do, as, are, v.: dar docĕo, es, ere, v.: ensinar doctus, a, um, adj.: sábio, prudente doLor, is, s.m.: dor domĭna, ae, s.f.: senhora domĭnus, i, s.m.: senhor dono, as, are, v.: oferecer, doar dormĭo, is, ire, v.: dormir dum, conj.: enquanto duo, num.: os dois ecce, interj.: eis! erro, as, are, v.: errar, vaguear esurĭo, is, ire, v.: passar fome, estar com fome et, conj.: e etĭam, conj.: também evado, is, ĕre, v.: ficar, tornar-se evĕnio, is, ire, v.: resultar, acontecer ex, prep.: de excuLtus, a, um, adj.: culto, civilizado exĕo, is, ire, v.: sair exordium, ii, s.n.: origem, princípio, exórdio expLĭco, as, are, v.: explicar exspecto, as, are, v.: esperar fabŭLa, ae, s.f.: fábula femĭna, ae, s.f.: mulher, fêmea fenestra, ae, s.f.: janela ferus, a, um, adj.: grosseiro, rude fiLĭus, i, s.m.: filho fLamma, ae, s.f.: chama, fogo fortuna, ae, s.f.: sorte forum, i, s.n.: Foro, Fórum frequento, as, are, v: frequentar gaLLina, ae, s.f.: galinha gaudĕo, es, ere, v.: alegrar-se gero, is, ĕre, v.: empreender

gravĭor: mais grave Habĕo, es, ere, v.: ter Habito, as, are, v.: habitar Heus, interj.: olhem! Historĭa, ae, s.f.: história Hodĭe, adv.: hoje Hodiernus, a, um, adj.: de hoje Humi (loc.): no chão ibi, adv.: ali idĕo, conj.: por isso ignoro, as, are, v.: ignorar imperĭum, ii, s.n.: domínio, soberania impĕro, as,are, v.: mandar impiger, -gra, -grum, adj.: disposto, trabalhador imprudentĭa, ae, s.f.: imprudência in posterum: depois, no futuro in, prep. c/acus. ou ablat.: para, em incĭdo, is, ĕre, v.: cair incipĭo, is, ĕre, v.: começar incoLa, ae, s.f.: habitante infestus, a, um, adj.: inimigo infLo, as, are, v.: inflar inimicus, a, um,adj.: inimigo insidĭae, arum, s.f.: emboscada, insídias institŭo, is, ĕre, v.: fixar, estabelecer insuLa, ae,s.f.: ilha inter, prep. c/ acus.: entre interrogo, as, are, v.: interrogar intro, as, are, v.: entrar invidĕo, es, ere, v.: invejar, aborrecer invoco, as, are, v.: chamar ira, ae, s.f.: ira, vingança ita, conj.: assim, de tal modo ităLus, a, um, adj.: italiano ităque, conj.: por isso iucunda, ae, s.f.: agradável, feliz Laboro, as, are, v.: trabalhar Latĕo, es, ere, v.: esconder-se, estar oculto Latinus, a, um, adj.: latino Latus, a, um: largo Laudo, as, are, v.: louvar, elogiar Legatus, i, s.m.: legado, embaixador Libĕri, orum, s.m.: filhos (homens e mulheres) Lingua, ae, s.f.: língua, idioma Loco, as, are, v.: colocar (se locare: colocar-se) Longus, a, um: comprido Lucerna, ae, s.f.: lâmpada LuciLLa, ae, s.f.: Lucila Lucretĭa, ae, s.f.: Lucrécia Ludo, is, ĕre, v.: brincar, jogar Ludus, i, s..: jogo, festa Ludus, i, s.m.: aula macte, interj.: coragem! magister, tri, s.m.: professor, mestre magistra, ae, s.f.: professora, mestra magnus, a, um, adj.: grande maLe, adv.: mal maLus, a, um, adj.: mau

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56 Fascículo 3

mater, tris, s.f.: mãe mature, adv.: cedo maxĭme, adv.: sobretudo, muitíssimo medicus, i, s.m.: médico mensa, ae, s.f.: mesa meus, a, um, pron.: meu, minha miHi, pron.: a mim misĕre, adv.: miseravelmente mitto, is, ĕre, v.: enviar modus, i, s.m.: maneira, modo moLLio, is, ire,v.: abrandar, moderar monĕo, es, ere, v.: aconselhar monstro, as, are, v.: mostrar morbus, i, s.m.: doença movĕo, es, ere, v.: agitar, impressionar movĕo, es, ere, v.: comover, preocupar muLtus, a, um: muito musca, ae, s.f.: mosca MuscipŭLa, ae, s.f.: ratoeira, armadilha MusteLa, ae, s.f.: doninha Narro, as, are, v.: contar, narrar Nauta, ae, s.m.: marinheiro Navigant: navegam Nego, as, are, v.: negar NiHiL: nada Noctu, adv.: de noite Nocturnus, a, um, adj.: noturno Non, adv.: não Nonne, part. inter.: acaso? porventura? Nosocomium, ii, s.n.: hospital Novus, a, um, adj.: nova NuLLus, a, um, adj.: nulo, nenhum Nunc, adv.: agora Nuntio, as, are, v.: anunciar Nutrĭo, is, ire, v.: nutrir, alimentar Obtempĕro, as, are, v.: obedecer OpuLentus, a, um, adj.: opulento, rico Ora, ae, s.f.: costa, litoral Orno, as, are, v.: ornamentar, enfeitar Ostendo, is, ĕre, v.: mostrar Pactum, i, s.n.: pacto, tratado (ex pacto: de acordo com um tratado) Paro, as, are, v.: preparar Parum, adv.: pouco Parvus, a, um: pequena Passus, a, um, adj.: desgrenhando, desalinhado Pater, tris, s.m.: pai Pater, tris, s.m.: pai; plural: senadores Patrĭa, ae, s.f.: pátria Pecunĭa, ae, s.f.: dinheiro PeLLis, is, s.f.: pele Per, prep. c/ acus.: por, através de Peto, is, ĕre, v.: pedir, reclamar Piger, -gra, -grum, adj.: preguiçoso PiLa, ae, s.f.: bola Pirus, i, s.f.: pereira Pius, a, um, adj.: piedoso, virtuoso PLanta, ae, s.f.: planta

PLerumque, adv.: muitas vezes, quase sempre PLurĭmus, a, um, adj.: numeroso, diverso Poeta, ae, s.m.: poeta Pono, is, ĕre, v.: colocar, pôr PopuLus, i, s.m.: povo Porta, ae, s.f.: porta Post, adv.: após Postĭa, adv.: em seguida PraecLarus, a, um, adj.: famoso Praeda, ae, s.f.: presa Pratum, i, s.m.: prado ProeLium, ii, s.n.: luta, combate Propter, prep. c/ acus.: por causa de Prosum, prodes, prodesse, v.: ser útil, aproveitar PueLLa, ae, s.f.: menina, garota PuLcHer, -cHra, -cHrum, adj.: bonito, belo Pupa, ae, s.f.: boneca Quaeso: peço, por favor Quam, adv.: como Quam, conj.: do que Quia, conj.: porque Quidni, adv.: por que não? Quis, pron. int.: quem? Quoque, adv.: também Rana, ae, s.f.: rã Rapĭo, is, ĕre, v.: raptar, levar à força Raptum, i, s.n.: rapto Raro, adv.: raramente Recito, as, are, v.: recitar Rector, oris, s.m.: diretor, administrador Redintĕgro, as, are, v.: recomeçar, reavivar Reformĭdo, as, are, v.: temer Regina, ae, s.f.: rainha Regno, as, are, v.: reinar Regnum, i, s.n.: poder, soberania Remedium, ii, s.n.: remédio Rex, regis, s.m.: rei, soberano Ridĕo, es, ere, v.: rir Rigo, as, are, v.: regar Rima, ae, s.f.: fenda romanus, i, s.m.: romano Rosa, ae, s.f.: rosa Rugosus, a, um, adj.: rugosa Ruina, ae, s.f.: ruína, queda Ruptus, a, um, adj.: rompido Rursus, adv.: novamente Sacer, a, um, adj.: sagrado, consagrado, maldito Saepe, adv.: muitas vezes, frequentemente SaLus, utis, s.f.: saúde SaLuto, as, are, v.: saudar, cumprimentar Sane, adv.: certamente, de certo Sapiens, tis, adj.: sábio, prudente ScHoLa, ae, s.f.: escola Scio, is, ire, v.: saber, conhecer Scissus, a, um, adj.: rasgado, fendido Sed, conj.: mas, porém SeduLus, a, um, adj.: atento, aplicado Semper, adv.: sempre

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57Fascículo 3

Sententia, ae, s.f.: sentença, frase Serva, ae, s.f.: escrava Servo, as, are, v.: vigiar, conservar Servus, i, s.m.: escravo Seu: ou Severus, a, um, adj.: severo Si, conj.: se Sicut, conj.: assim como, segundo SiLentium, i, s.n.: silêncio SiLva, ae, s.f.: selva, floresta SimĭLis, e, adj.: similar, semelhante SoLĕo, es, ere, v.: costumar SoLus, a, um, adj.: só, sozinho, somente SpectacuLum, i, s.n.: espetáculo, jogo SpeLunca, ae, s.f.: caverna Subĭto, adv.: de repente Sum, es, esse, v.: ser, estar Sumo, is, ĕre, v.: tomar Supra, prep. c/ acus.: sobre Surgo, is, ĕre, v.: levantar-se Sutor, oris, s.m.: sapateiro TabŭLa, ae, s.f.: gravura, mapa, quadro Taurus, i, s.m.: touro TeLa, ae, s.f.: teia TeLum, i, s.n.: dardo, arma Tenĕo, es, ere, v.: segurar Terra, ae, s.f.: terra, país Texo, is, ĕre, v.: tece Textura, ae, s.f.: tecido Tibi, pron.: a ti, te TraHo, is, ĕre, v.: arrastar, levar Trucido, as, are, v.: trucidar Tu, pron.: tu, você Tum, adv.: então Ubi, conj.: onde ULmus, i, s.f.: olmeiro Umbra, ae, s.f.: sombra Ună, adv.: juntas Unda, ae, s.f: onda Utinam, adv.: tomara VaLde, adv.: muito VaLĕo, es, ere, v.: valer, estar bom VapŭLo, as, are,v.: apanhar, ser açoitado VeHementer, adv.: muito VeL, conj.: ou, até Venio, is, ire, v.: vir Verbĕro, as, are, v.: açoitar, espancar Verto, is, ĕre, v.: voltar, virar Vestimentum, i, s.n.: vestido, roupa Via, ae, s.f.: estrada, camino Vicinus, i, s.m.: vizinho Vidĕo, es, ere, v.: ver Visitator, oris, s.m.: visitante, inspetor Vita, ae, s.f.: vida Vito, as, are, v.: evitar Vivo, is, ĕre, v.: viver Vobis, pron.: a vocês

referÊncias

COMBA, Júlio. Gramática latina. 5 ed. São Paulo: Salesiana, 2004.

_____. Programa de latim: introdução à língua latina. 18 ed. São Paulo: Salesiana, 2002. v. 1.

_____. Programa de latim: introdução aos clássi-cos latinos. 6 ed. São Paulo: Salesiana, 2003. v. 2.

FREIRE, António. Gramática latina. 4 ed. Braga: Livraria A.I./Faculdade de Filosofia,1987.

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o portu-guês: gramática, língua e literatura. Florianó-polis: Ed. da UFSC, 2006.

GAIO, Antonio Pereira. Em dia com o latim. Juiz de Fora/MG: Ed. da UFJF, 2005.

MARTINS, Isaltina F.; SOARES, João S. Latim 2: Língua e civilização. Coimbra: Almedina, 2000.

______; ______. Latim 3: língua, história literá-ria, cultura. Coimbra: Almedina, 1995.

RÓNAI, Paulo. Gradus primus: curso básico de latim. 15 ed. São Paulo: Cultrix, 1988.

______. Gradus secundus: curso básico de la-tim. São Paulo: Cultrix, 1993.

SOARES, João S. Latim 1: iniciação ao latim e à civilização romana. 3 ed. Coimbra: Almedina, 1998.

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59Fascículo 4

a Língua Latina:estrutura e função (iii)

Prof. Dr. benedito Gomes bezerraCarga Horária | 15 horas

objetivos específicos

Aprofundar conhecimentos da língua latina. Consolidar a capacidade de leitura em língua latina. Relacionar fenômenos da língua latina com fenômenos correspondentes ou similares na língua portuguesa.

1. Latini introdução Caro estudante, seja bem-vindo a este quarto fascículo de Língua Latina!

A esta altura, você já teve contato com várias informações sobre a língua e a cultura romana, não é mesmo? Você está pronto para prosseguir em seus estudos?

No texto deste primeiro tópico do fascículo, aprenderemos um pouco mais sobre os antigos latinos, povo que fez nascer a civilização romana. No que diz respeito à língua, veremos como se conjuga o tempo perfeito do indicativo dos verbos regulares.

Vamos prosseguir? Leia o texto com atenção. Latini Magister discipulis suis ita narrat: - Pueri et puellae, ubi in Italiam venerunt, Latini modesti agri-colae erant. Postea bellum Sabinis indixerunt atque oppida vici-na, postquam cum illis pacem obtinuerunt, oppugnaverunt. Pos-tremo, Italiam totam occupaverunt multis clarisque victoriis.

Tum Anna, impigra discipula, magistrum interrogavit: - Magister, nonne Roma parva erat? - Ita, Anna; postea clara regina terrarum fuit.

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Latini

Fascículo 4

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60 Fascículo 4

paLavras novas no texto

ita: assim; sim

suis, pron.: seus ubi, adv.: quando

in Italiam: para a Itália (in com acus.) modestus, a, um, adj.: modesto, honesto, virtuoso

indico, is, ĕre, indixi, v.: declarar oppidum, i, s.n.: cidade, fortaleza

postquam, conj.: depois que cum illis: com eles pax, pacis, s.f.: paz

obtinĕo, es, ere, obtinŭi, v.: obter, adquirir

oppugno, as, are, avi, v.: atacar postremo, adv.: por fim totus, a, um, adj.: todo

occupo, as, are, avi, v.: apoderar-se de, ocupar

clarus, a, um, adj.: notável, ilustre

victoria, ae, s.f.: vitória 1.1. a enunciação dos verbos Observe que, até agora, a enunciação dos verbos no glossário se fazia através de três elementos for-mais, como no verbo amare: amo, as, are. Cada um desses elementos tem um significado que nos aju-da a conjugar o verbo adequadamente: • amo = 1ª pessoa do singular, presente do indi-

cativo • as = terminação da segunda pessoa, presente

do indicativo: amas • are = terminação do infinitivo As três informações nos permitem localizar o ver-bo amare na 1ª conjugação, composta somente por verbos que apresentam essas características. Examinando o vocabulário deste Tópico bem como o glossário do Fascículo, você encontrará um quarto elemento após a terminação do infini-tivo. Por exemplo: occupo, as, are, avi. Neste caso, o elemento avi representa a terminação da 1ª pessoa do singular no tempo perfeito do indicativo. Essa indicação será importante até porque alguns ver-bos seguem padrões irregulares no tempo perfeito.

Compare e, em seguida, confira os detalhes no item seguinte:

2ª CONJ.“eu vi”

3ª CONJ. A“eu Li”

3ª CONJ. B“eu aprendi”

4ª CONJ. “eu ouvi”

2ª p.

3ª p.

1ª p.

2ª p.

3ª p.

1ª p.

1ª CONJ.“eu amei”

aMavi audi-ebaMvidi legi cepi

vidisti legisti cepisti

vidit legit cepit

aMavĭMus audivĭMus

aMavistis audivistis

aMaverunt audiverunt

vidistis

viderunt

legistis cepistis

legerunt ceperunt

vidĭMus legĭMus cepĭMus

aMavisti audisti

aMavit audivit

• occupo, as, are, avi • indico, is, ĕre, indixi

1.2. a conjugação do tempo perfeito do modo indicativo

Observe a tabela sobre a qual faremos alguns comentários:

1. As terminações do perfeito do indicativo para todas as conjugações são as seguintes: i, isti, it, imus, istis, erunt.

2. Nos verbos da 1ª conjugação, o tema do perfei-to acaba geralmente em av: amav-i. Nas demais conjugações, o tema pode variar, conservando-se as terminações.

3. Por esse motivo, é que o glossário (e os dicioná-rios de latim) informa, além da 1ª e 2ª pessoas do presente do indicativo e além do infinitivo, a 1ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo.

4. Assim, compare mais uma vez: • lego, is, ĕre, lĕgi • audĭo, is, ire, ivi (=audivi)

1.3. os antigos Latinos e a

construção do iimpério A civilização romana tem suas raízes no povo la-tino que, a partir de uma pequena região da Itá-lia, expande-se militar e politicamente, até cons-truir um dos maiores impérios de que a história tem notícia. Nosso texto relata como esse povo de modestos agricultores foi, após a guerra contra os sabinos, colecionando expressivas vitórias e se con-solidando como potência mundial daquela época. É claro que, se olharmos essa expansão do ponto de vista dos povos vencidos, talvez ela não mereça tanta admiração. Esta é uma reflexão útil ao nosso tempo, em que as guerras, embora frequentes, não são mais a única forma nem a forma mais clara de

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61Fascículo 4

um povo exercer domínio e opressão sobre outros. É bom lembrar sempre que a construção de um império, seja o império romano ou os impérios de hoje em dia, não se faz sem o sofrimento, a explo-ração e até a morte dos mais fracos.

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição.

2. Localize, no texto, os verbos que se encon-tram no tempo perfeito do indicativo.

2. de artibus introdução

Você já imaginou como seria a vida em uma grande cidade do mundo antigo?

Afinal, o que era uma grande cidade naqueles tempos?

Segundo consta, a cidade de Roma, em seu auge por volta do século II, chegou a contar com mais de um milhão e meio de habitantes.

Que atividades se desenvolviam numa cidade assim?

Este é o tema do texto que veremos a seguir, falan-do das profissões exercidas na época do Império Romano. Além disso, veremos, ainda, o Grupo B da terceira declinação (se você não sabe do que es-tamos falando, consulte o Fascículo 3, Tópico 8), completando nossas informações sobre nomes de temas terminados em consoante.

Vamos ao texto!

Leia-o atentamente. de artibus

In urbe Roma multas artes invenimus.

Pistor panem facit, vestifex vestes, sutor calceos. Magistri do-cent pueros, medici aegros curant, nau-tae maria percurrunt, milites pugnant.

“Navita de ventis, de tauris narrat arator. Enumerat miles vulnera, pastor oves.”

paLavras novas no texto

ars, artis, s.f.: profissão urbs, urbis, s.f.: cidade

invenĭo, is, ire, v.: encontrar pistor, oris, s.m.: padeiro panis, panis, s.m.: pão

vestĭfex, fĭcis, s.m.: alfaiate vestis, vestis, s.f.: roupa, veste

calcĕus, i, s.m.: calçado curo, as, are, avi, v.: cuidar de

mare, maris, s.n.: mar percurro, is, ĕre, percurri, v.: percorrer

miles, milĭtis, s.m.: soldado pugno, as, are, avi, v.: combater

navĭta, ae, s.m.: marinheiro ventus, i, s.m.: vento

arator, oris, s.m. lavrador enumĕro, as, are, avi, v.: enumerar

pastor, oris, s.m.: pastor ovis, ovis, s.f.: ovelha

2.1. terceira decLinação: grupo b Os nomes deste Grupo têm as mesmas termina-ções do Grupo A, com as seguintes exceções: • O genitivo plural termina em ium, ao invés de

um, em todos os gêneros. • No gênero neutro, o ablativo singular termina

em i e não, em e. • Ainda no gênero neutro, o nominativo, voca-

tivo e acusativo terminam em ia e não, em a.

2.2. nomes que fazem parte do grupo b 1. Os substantivos parissílabos (ou seja, que têm

a mesma quantidade de sílabas no nominativo e no genitivo singular) terminados em es ou is no nominativo singular:

SAIBA MAIS!

Sobre as origens lendárias da civilização ro-

mana, consulte

http://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_

de_Roma.

Font

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De artibus

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62 Fascículo 4

nubes, nubis, s.f.: nuvem civis, civis, s.m.: cidadão

2. Os substantivos imparissílabos (ou seja, que têm quantidade diferente de sílabas no nominativo e no

genitivo singular), quando a terminação do genitivo (is) for precedida de mais de uma consoante:

ars, artis, s.f.: profissão, arte nox, noctis, s.f.: noite

3. Os substantivos neutros cujo nominativo singular termina em e, al ou ar:

mare, maris, s.n.: mar anĭmal, animalis, s.n.: animal

exemplar, exemplaris, s.n.: exemplar

4. A maioria dos adjetivos da segunda classe, que ainda veremos.

2.3. formas dos nomes da terceira decLinação

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Enumere as palavras que designam profissões.

3. Traduza para o latim: a. Muitos animais habitam no mar. b. O alfaiate fará uma veste bonita para a menina. c. Os marinheiros não tinham bom vento.

3. de Ludis circensĭbus introdução

Você já ouviu a expressão “pão e circo”? Sabe o que significa ou qual a sua origem?

No texto deste Tópico, veremos como a expressão era utilizada na Roma antiga, no contexto das lutas dos gladiadores e de outras “diversões” da época.

SAIBA MAIS!

Sobre a cultura e a vida na cidade de Roma,

leia: http://pt.wikibooks.org/wiki/Linha_do_tempo:_Roma.

caso

nominativo

singuLar

civis, civis: cidadão ars, artis: arte Mare, Maris: Mar

singuLar

civis

pLuraL pLuraL

cives ars artes

acusativo civeM cives arteM artes

dativo

civis civiuM artis artiuM

abLativo

civi civibus arti artibus

vocativo

cive civibus arte artibus

genitivo

civis cives ars artes

singuLar pLuraL

Mare Maria

Mare Maria

Maris MariuM

Mari Maribus

Mari Mariibus

Mare Maria

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63Fascículo 4

Ainda nesta lição, veremos a segunda classe dos adjetivos, que compreende aqueles modificadores cujas formas seguem o modelo da terceira declinação. Comecemos pelo texto. Leia-o atentamente.

de Ludis circensibus

Vetus populus Romae sempre “panem et circenses” poscebat. Aediles populo saepe ludos faciebant. Populum crudelem atroces pugnae gladiatorum in circo vehemen-ter delectabant.

Acres viri, cum in arenam descendebant, Caesarem sic salutabant: “Ave, Caesar, morituri te salutant.” Spectatores de morte victorum pollice verso decernebant.

paLavras novas no texto

circus, i, s.m.: circo

circensis, e, adj.: circense, do circo circenses, ium, s.m.pl.: jogos circenses

vetus, veteris, adj.: velho, antigo posco, is, ĕre, v.: exigir

aedilis, is, s.m.: edil (funcionário romano) crudelis, e, adj.: cruel

atrox, atrocis, adj.: atroz, terrível pugna, ae, s.f.: luta, combate gladiator, oris, s.m.: gladiador

acer, acris, acre, adj.: violento, cruel arena, ae, s.f.: arena, recinto Caesar, aris, s.m.: imperador

sic, adv.: assim descendo, is, ĕre, v.: descer

ave, interj.: salve! moriturus, a, um, adj.: aquele que vai morrer

spectator, oris, s.m.: espectador mors, mortis, s.f.: morte

victus, a, um, adj.: vencido pollex, icis, s.m.: polegar versus, a, um, adj.: virado decerno, is, ĕre, v.: decidir

3.1. adjetivos da segunda cLasse Já conhecemos os adjetivos latinos da primeira classe desde os Fascículos 02 e 03. Lembre-se de que se trata daqueles adjetivos que se declinam conforme a 1ª. declinação (femininos) e a 2ª (masculinos e neutros). Um exemplo de adjetivo da primeira classe é victus, a, um. A segunda classe é composta pelos adjetivos que seguem os modelos da 3ª declinação com as seguintes particularidades: 1. A maior parte desses adjetivos segue o modelo do Grupo B (ver Tópico anterior). 2. Porém fazem o ablativo singular em i, e não em e. 3. No nominativo singular, alguns adjetivos da 2ª classe apresentam uma forma para cada gênero (três

Font

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De ludis circensibus

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64 Fascículo 4

terminações diferentes). 4. Outros possuem, no nominativo singular, uma forma idêntica para o masculino e o feminino e uma

forma diferente para o neutro (duas terminações). 5. Ainda outros possuem uma forma, apenas, para os três gêneros. 3.2. modeLos de decLinação dos adjetivos da segunda cLasse 1. Adjetivos que seguem o modelo do Grupo B (três, duas ou uma só terminação para todos os gêneros):

• Com uma forma para cada gênero no nominativo singular: acer, acris, acre: violento

• Com uma forma para o masculino e o feminino e uma forma para o neutro: fortis, forte: forte

nominativo acres acres acria

acusativo acres acres acria

dativo

acriuM acriuM acriuM

abLativo

acribus acribus acribus

vocativo

acribus acribus acribus

genitivo

acres acres acria

caso

nominativo

mascuLino neutro

acer

feminino

acris acre

acusativo acreM acreM acre

dativo

acris acris acris

abLativo

acri acri acri

vocativo

acri acri acri

genitivo

acer acris acre

SIN

GU

LAR

PLU

RA

L

nominativo fortes fortia

acusativo fortes fortia

dativo

fortiuM fortiuM

abLativo

fortibus fortibus

vocativo

fortibus fortibus

genitivo

fortes fortia

caso

nominativo

mascuLino / feminino neutro

fortis forte

acusativo forteM forte

dativo

fortis fortis

abLativo

forti forti

vocativo

forti forti

genitivo

fortis forte

SIN

GU

LAR

PLU

RA

L

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césares e compartilhe os resultados com os colegas.

3. Traduza para o latim: a. Os homens bons não amavam os

jogos cruéis do circo. b. Os médicos curavam as feridas dos

gladiadores violentos. c. Os jogos de Roma eram célebres.

4. manus manum Lavat introdução

Você consegue compreender, à primeira vista, a expressão manus manum lavat?

Na língua portuguesa, qual é o provérbio que corresponde a esse?

Conforme já dissemos, o latim nos legou mui-tos provérbios e máximas de sabedoria, muitos dos quais usamos sem nos dar conta da antigui-dade de sua origem.

Você gostaria de aprender mais provérbios e expressões latinas?

Faremos isso e, ao mesmo tempo, estudaremos os nomes latinos da quarta declinação.

Vamos adiante? Leia atentamente os provérbios e expressões la-tinas:

1. Manus manum lavat. 2. In manus tuas, Domine, commendo spiritum

meum. 3. Arbor bona bonum fructum fert.

• Com uma só forma para os três gêneros: atrox: atroz

2. Adjetivos que seguem o modelo do grupo A:vetus: antigo

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição.

2. Pesquise, na Internet, sobre os jogos que eram praticados em Roma no tempo dos

nominativo atroces / atrocia

acusativo atroces / atrocia

dativo

atrociuM

abLativo

atrocibus

vocativo

atrocibus

genitivo

atroces / atrocia

caso

nominativo

mascuLino / feminino / neutro

atrox

acusativo atroceM / atrox

dativo

atrox

abLativo

atrocis

vocativo

atroci

genitivo

atrox

SIN

GU

LAR

PLU

RA

L

nominativo veteres / vetera

acusativo veteres / vetera

dativo

veteruM

abLativo

veteribus

vocativo

veteribus

genitivo

veteres / vetera

caso

nominativo

mascuLino / feminino / neutro

vetus

acusativo vetereM / vetus

dativo

veteris

abLativo

veteri

vocativo

vetere

genitivo

vetus

SIN

GU

LAR

PLU

RA

L

4. Arbores bonae bonos fructus ferunt. 5. Natura non facit saltus. 6. De gustibus et coloribus non est disputandum. 7. A solis ortu usque ad occasum. 8. Facit indignatio versus.

Font

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2004

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Manus manum lavat

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66 Fascículo 4

9. Exceptio confirmat regulam a contrario sensu. 10. Risus abundat in ore stultorum. paLavras novas nos provérbios:

manus, us, s.f.: mão, garra, pata commendo, as, are, avi, v.: encomendar spiritus, us, s.m.: espírito, alma, sopro

arbor, oris, s.f.: árvore, planta fructus, us, s.m.: fruto

fero, fers, ferre, tuli, v.: levar, trazer, produzir natura, ae, s.f.: natureza

facio, is, ĕre, feci, v.: fazer, efetuar saltus, us, s.m.: salto, dança, bosque

gustus, us, s.m.: gosto, sabor color, oris, s.m.: cor, colorido, brilho

non est disputandum: não se deve discutir sol, solis, s.m.: sol

ortus, us, s. m.: o nascer (do sol), nascimento usque ad, prep.: até a

occasus, us, s.m.: ocaso, queda indignatio, onis, s.f.: indignação

versus, us, s.m.: verso exceptio, onis, s.f.: exceção, defesa

regula, ae, s.f.: regra, norma contrarius, a, um, adj.: contrário, oposto

sensus, us, s.m.: senso, sentença risus, us, s.m.: riso os, oris, s.n.: boca

stultus, a, um, adj.: estulto, tolo, estúpido 4.1. Lugar de origem dos provérbios e

máximas Latinas Como você pode ver, as expressões latinas em des-taque têm sentidos muito diferentes entre si. Al-gumas expressam uma sabedoria mais “leiga”, do dia-a-dia; outras chegam até nós como parte da he-rança cristã ocidental.

Veja abaixo um pouco da origem de algumas delas: 1. A expressão manus manum lavat: literalmente:

“mão lava mão” = “Uma mão lava a outra.” Há muitas variações desta expressão na literatura latina, passando por autores diferentes, desde Petronius, que escreveu um romance chamado Satíricon, e o filósofo Sêneca, ambos no pri-meiro século da era cristã, até outros autores medievais e renascentistas, como Erasmo de Roterdam (século XVI).

2. Arbor bona bonum fructum fert (= “A árvore boa

produz bom fruto.”) é a tradução latina das pa-lavras de Cristo no Evangelho de Mateus 7.17.

3. Já a expressão risus abundat in ore stultorum (= “O riso é abundante na boca dos tolos.”) remonta ao dramaturgo grego Menandro, que viveu no século III a.C., mas se tornou uma espécie de provérbio popular latino, ou seja, uma frase de domínio público, que ninguém se lembra mais quem criou.

Aí você tem uma amostra apenas. Nas atividades desta lição, proporemos que você mesmo amplie seu conhecimento nessa área.

Vamos agora entender as frases do ponto de vista gramatical.

4.2. nomes Latinos da quarta decLinação Nós já conhecemos as seguintes declinações latinas: 1. A 1ª declinação: nomes terminados em a no

nominativo e ae no genitivo: domina, ae. 2. A 2ª declinação: nomes terminados em us, er,

um e ir no nominativo e i no genitivo: dominus, i; puer, i; templum, i, vir, i.

3. A 3ª declinação: nomes com diversas termina-ções no nominativo e is no genitivo: arbor, is.

Os nomes da quarta declinação se caracterizam por: 1. A terminação us no nominativo singular mas-

culino (ou, raramente, feminino) e u no neutro. 2. A terminação us também para o genitivo sin-

gular em todos os gêneros. 3. A maioria dos substantivos da 4ª declinação

terminados em us são masculinos, mas há al-guns que são femininos.

4. Não existem adjetivos da quarta declinação. 5. A possível confusão com nomes da 2ª ou da 3ª

declinações deve ser eliminada pela compara-ção das respectivas formas do genitivo singular:

• 2ª declinação: dominus, i: senhor • 3ª declinação: corpus, oris: corpo • 4ª declinação: cantus, us: canto

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67Fascículo 4

Se ouviu, sabe qual é a origem desses termos?

Se não, eis aqui uma ótima oportunidade para en-riquecer seu vocabulário e ampliar seus conheci-mentos. Neste Tópico, leremos um texto sobre a deusa Ves-ta e seu significado na cultura romana. Ao mesmo tempo, tomaremos conhecimento das palavras la-tinas da quinta declinação, a última da gramática romana (que bom que é a última, não é?).

Leia o texto atentamente.

vesta

Vestae nomen domesticum focum significat. Hic focus in ingressu vel in atrio om-nium Romanarum domuum erat, quasi custos rerum inti-marum. Romae Numa Pom-pilius, secundus Romanorum rex, aedificavit deae Vestae patrium templum. Virgines Vestales in hoc templo indesinenter aderant et servabant perennem ignem, signum aeterni imperii Urbis Romae. paLavras novas no texto

nomen, nominis, s.n.: nome

domesticus, a, um, adj.: doméstico focus, i, s.m.: fogo, lume, lar

significo, as, are, avi, v.: significar hic, haec, hoc, pron.: este ingressus, us, s.m.: entrada

atrium, i, s.n.: sala, porta, átrio omnis, e, pron.: todo

4.3. as formas da quarta decLinação

atividade 1. Copie e traduza os provérbios e expressões.

2. Pesquise sobre a origem de cada um na Internet.

3. Destaque, em sua pesquisa, outros provér-bios que achar interessantes.

5. vesta introdução

Você já ouviu falar em “vestais” ou ouviu algo como “pura como uma vestal”?

Font

e: h

ttp:

//w

ww

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stal

inks

.com

/ve

sta.

htm

l

Vesta

SAIBA MAIS!

É possível encontrar provérbios latinos em

vários sites da Internet. Confira os seguintes

endereços: http://www.hkocher.info/minha_pagina/proverbios.htm.

Aqui há provérbios em várias línguas, com des-

taque para os provérbios latinos e para uma

seção específica dedicada às sentenças do autor

latino Publílio Siro.

Merece destaque também o projeto WikiPro-

verbs, que visa reunir provérbios em diversas

línguas e culturas, inclusive a latina:

http://pt.wikiproverbs.com/index.php/Main_Page.

Neste ótimo site em inglês, é possível ler e ou-

vir provérbios latinos, entre outras coisas (a

pronúncia adotada é a restaurada, conforme

explicado no Fascículo 01):

http://mythfolklore.net/aesopica/index.htm.

caso

nominativo

singuLar

cantus, cantus, s.m.: canto genu, genus, s.n.: joelho

singuLar

cantus

pLuraL pLuraL

cantus genu genŭa

acusativo cantuM cantus genu

dativo

cantus cantŭuM genus genŭuM

abLativo

cantŭi cantĭbus genŭi genĭbus

vocativo

cantu cantĭbus genu genĭbus

genitivo

cantus cantus genu genŭa

genŭa

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68 Fascículo 4

domus, us, s.f.: casa quasi, conj.: quase, como custos, odis, s.m.: guarda

res, rei, s.f.: coisa, causa, estado intimus, a, um, adj.: íntimo, interno

Romae, locativo: em Roma secundus, a, um, adj.: segundo, favorável aedifico, as, are, avi, v.: edificar, construir

patrius, a, um, adj.: pátrio templum, i, s.n.: templo

virgo, inis, s.f.: virgem, donzela Vestalis, is, s.f.: vestal

indesinenter, adv.: incessantemente adsum, ades, adesse, adfui, v.: estar presente

perennis, e, adj.: perpétuo, perene ignis, is, s.m.: fogo, raio

signum, i, s.n.: sinal, senha aeternus, a, um, adj.: eterno

imperium, i, s.n.: governo, império

5.1. nomes Latinos da quinta decLinação A quinta declinação apresenta as seguintes carac-terísticas:

1. Substantivos cujo nominativo singular termi-na em es, cujo genitivo singular termina em ei.

2. Substantivos do gênero feminino, exceto dies (dia), que é tanto masculino como feminino.

3. Substantivos que são usados apenas no sin-gular, exceto res (coisa) e, mostrando que essa declinação estava em processo de desapareci-mento da língua latina.

4. No decorrer da história da língua latina, os no-mes da 5ª declinação bem como os da 4ª foram assimilados pela 1ª e 2ª declinações e assim pas-saram ao português.

5.2. modeLo da quinta decLinação

atividade 1. Copie e traduza o texto da lição.

2. Responda com base no texto: a. Qual o significado da deusa Vesta na

cultura romana? b. Quem, de acordo com a tradição, edi-

ficou o templo de Vesta? c. Qual era a função das virgens vestais?

6. de monstris fabuLarum antiquarum

introdução Ao que parece, todas as culturas registram histórias sobre monstros fantásticos que teriam existido em tempos remotos.

Você conhece alguma história desse tipo?

A cultura greco-romana é rica em mitologia, com muitas histórias envolvendo seres exóticos, bastan-te diferentes das pessoas reais.

Vamos conhecer um pouco desses mitos? Enquanto lemos sobre os monstros das antigas len-das greco-latinas, aprenderemos, também, como funcionam os números em latim. Sigamos adiante. Leia o texto com atenção.

de monstris fabuLarum antiquarum

Corpus hominis unum caput, unum truncum, duos lacertos, duas manus, duo crura, duos pe-des habet. In capite sunt unum os, una frons, duo oculi, duae au-

SAIBA MAIS!

Você encontrará mais informações sobre Ves-

ta nos seguintes sites:

• Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vesta_(mitologia).

• Brasil Escola: http://www.brasilescola.com/mitologia/vesta.htm.

Font

e: h

ttp:

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stne

wst

rend

s.com

/?p=

7

De monstris

caso

nominativo

singuLar

res, rei: coisa

res

pLuraL

res

acusativo

rei reruM

dativo rei rebus

abLativo re rebus

vocativo

reM res

genitivo

res res

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res. Digiti manus sunt quinque et quinque digiti pedis.

Sed fabulae antiquae multas et novas res narrant de in-gentibus et horrendis monstris. Polyphemus unum oculum in fronte habebat; Cerberus formam canis cum tribus capitibus (habebat). Briareus et Gyes erant monstra im-mania cum centum manibus et quinquaginta capitibus. Et alia monstra memorant fabulae insolita et inusitata.

paLavras novas no texto

homo, inis, s.m.: homem

unus, una, unum, num.: um caput, itis, s.n.: cabeça truncus, i, s.m.: tronco

duo, duae, duo, num.: dois lacerti, orum, s.m.: braços crus, cruris, s.n.: pernas

pes, pedis, s.m.: pé frons, frontis, s.f.: fronte, aspecto

oculus, i, s.m.: olho auris, is, s.f.: orelha, ouvido

digitus, i, s.m.: dedo ingens, ntis, s.m.: horrendo, imenso

horrendus, a, um, adj.: horrível monstrum, i, s.n.: monstro

Polyphemus, i, s.m.: Polifemo Cerberus, i, s.m.: Cérbero

forma, ae, s.f.: forma canis, is, s.m.: cão

Briareus, i, s.m.: Briareu Gyes, Giae, s.m.: Gies

immanis, e, adj.: horrendo, grande memoro, as, are, avi, v.: recordar

insolitus, a, um, adj.: insólito inusitatus, a, um, adj.: estranho, inusitado

6.1. números ordinais e cardinais

1 unus

9 novem

7 septem

8 octo

6 sex

i

vi

vii

viii

ix

priMus

sextus

septimus

octavus

nonus

2 duo

3 tres

ii

iii

secundus

tertius

4 quattuor

5 quinque

iv

v

quartus

quintus

10 decem xdecimus

18 duodeviginti

16 sedecim

17 septemdecim

14 quattuordecim

15 quindecim xv

xvi

xvii

xviii

xiv

13 tredecim xiiitertius deciMus

12 duodecim xiiduodeciMus

11 undecim xiundeciMus

quintus decimus

sextus decimus

septimus decimus

duodevicesimus

quartus decimus

22 viginti duo

19 undeviginti

20 viginti

21 viginti unus

31 triginta unus

40 quadraginta

29 undetriginta

30 triginta

23 viginti tres

28 duodetriginta

xxii

xix

xx

xxi

xxviii

xxix

xxx

xxxi

xL

xxiii

vicesiMus secundus

undevicesiMus

vicesiMus

vicesiMus priMus

duodetricesimus

undetricesimus

tricesimus

tricesimus primus

quadragesimus

vicesimus tertius

500 quingenti

1000 miLe

800 octingenti

900 nongenti

600 sescenti

700 septingenti

d

dcc

dccc

dcccc

m

dc

quingentesiMus

septingentesimus

octingentesimus

nongentesimus

miLLesimus

sescentesimus

2000 miLe mmbis miLLesimus

50 quinquaginta

60 sexaginta

70 septuaginta

102 centum duo

200 ducenti

300 trecenti

400 quadringenti

100 centum

101 centum unus

80 octoginta

90 nonaginta

L

Lx

Lxx

xc

c

ci

cii

cc

ccc

cccc

Lxxx

quinquagesiMus

sexagesiMus

septuagesiMus

nonagesimus

centesimus

centesimus primus

centesimus secundus

ducentesimus

trecentesimus

quadringentesimus

octogesimus

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70 Fascículo 4

6.2. decLinação dos numerais Os números cardinais são indeclináveis (ou seja, invariáveis), exceto unus, duo, tertius, as centenas e os milhares. 1. Declinação de unus (um) e de tres (três)

2. Declinação de duo (dois)

3. Observações sobre centenas e milhares: • O numeral centum (cem) é invariável • As demais centenas se declinam como bonus, a, um • A terminação do genitivo pode variar: ducentorum, ducentarum, ducentorum ou ducentum para masculi-

no, feminino e neutro. • O numeral mille (singular) é indeclinável. • O plural de mille é o substantivo neutro milia (ou millia), que tem as seguintes formas:

• Nominativo e acusativo: milia • Genitivo: milium • Dativo e ablativo: milibus

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição. 2. Pesquise, na Internet, os nomes e as características dos

principais monstros mitológicos da cultura greco-latina.

caso

nominativo

mascuLino neutro

unus

feminino

una unuM

dativo uni uni uni

abLativo

unuM unaM unuM

uno una uno

acusativo

genitivo unius unius unius

UN

US

nominativo tres tres tria

dativo tribus tribus tribus

abLativo

tres tres tres

tribus tribus tribus

genitivo

acusativo

triuM triuM triuM

TRES

caso

nominativo

mascuLino neutro

duo

feminino

duae duo

dativo duobus duabus duobus

abLativo

duos duas duo

duobus duabus duobus

acusativo

genitivo duoruM duaruM duoruM

du

o

SAIBA MAIS!

Para saber mais sobre monstros

antigos, acesse:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Monstro.

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71Fascículo 4

maneo, es, ere, si, v.: ficar, permanecer Quintus Horatius Flaccus: Quinto Horácio Flaco

praeceptum, i, s.n.: preceito, recomendação observo, as, are, avi, v.: observar, cumprir

collega, ae, s.m.: colega exemplum, i, s.n.: exemplo

liber, bri, s.m.: livro dono dat: dá de presente

olim, adv.: um dia proverbium, ii, s.n.: provérbio avarus, a, um, adj.: avarento

describo, is, ĕre, descripsi, v.: copiar, dividir, repartir primus, a, um, adj.: primeiro

irrito, as, are, avi, v.: irritar, excitar satio, as, are, avi, v.: saciar

7.1. os tria nomina

Guardadas as devidas proporções e diferenças, a sociedade romana, a exemplo das sociedades de nosso tempo, não era nada igualitária. No perío-do da Monarquia, que precedeu a República e o Império, somente os patrícios gozavam de plena cidadania, e só eles tinham o direito aos tria nomi-na (três nomes). Os tria nomina foram um processo de nomeação que os romanos herdaram dos etruscos, um povo antigo com quem tiveram acentuado contato. Quando nascia, o menino só era aceito pela fa-mília depois que o pai o via, erguia e reconhecia como filho diante do altar doméstico.

Com poucos dias de vida, a criança era purificada numa cerimônia chamada dies lustricus, sendo colo-cada em seu peito uma medalha de ouro (bulla au-

VOCÊ SABIA?

A propósito do nome Quintus Horatius Flaccus,

você sabia que “Flaccus” era uma espécie de

apelido, como os que conhecemos hoje? Em-

bora não se saiba direito o sentido do termo, é

possível que ele signifique algo como “orelhu-

do” ou “orelha de abano”.

Em alguns casos, o cognomen (cognome, ape-

lido) tinha um sentido claramente positivo,

elogioso, mas noutros, como é o caso de Flac-

cus, a conotação é abertamente pejorativa.

Isso mostra um pouco da personalidade e tem-

peramento dos romanos, nada diferente das

pessoas de hoje, não acha?

VOCÊ SABIA?

Que nem todo mundo, no período da Mo-

narquia, entre os romanos, tinha o direito de

usar um nome triplo?

7. verba voLant, scripta manent introdução

Você está gostando de conhecer um pouco da língua e cultura latina?

Que você acha dos nomes romanos que conheceu até agora?

Alguns parecem muito com os nomes que usamos até hoje. Chegam mesmo a ser idênticos. Alguns outros você provavelmente não escolheria para pôr em alguém hoje em dia...

Neste Tópico, vamos entender melhor como era isso e o que significava cada parte do nome. Antes, leremos um pequeno texto, como de costume.

Vamos ao texto! Leia-o com atenção.

verba voLant, scripta manent Quintus Horatius Flaccus scholam Orbilii frequentat. Puer parvus praecepta magistri observat, semper diligen-ter discit. Quintus collegis exemplo est. Magister bono dis-cipulo librum dono dat. Flaccus olim Magnus poeta erit.

Orbilius saepe pulchra proverbia dictat discipulis. Pueri proverbia describunt, quia “verba volant, scripta ma-nent”. Ecce primum proverbium: “Avarum irritat, non satiat pecunia.”

paLavras novas no texto

verbum, i, s.n.: palavra scriptum, i, s.n.: escrito volo, as, are, avi, v.: voar

Font

e: h

ttp://

aves

sodo

aves

sodo

aves

so.b

logs

pot.c

om/2

007_

10_

01_a

rchi

ve.h

tml

Verba volant

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72 Fascículo 4

rea) ou de couro (bulla scortea). Era, então, quando o recém-nascido recebia o praenomen (prenome). Mais tarde, o praenomen seria complementado por mais dois elementos (o praenomen era o nome próprio):

• O nomen indicava a gens (o parentesco ou famí-lia ampliada).

• O cognomen indicava o ramo familiar específi-co da gens mas também podia ser inspirado nos traços físicos ou psicológicos do indivíduo.

7.2. exempLos de tria nomina Em época posterior, os romanos de maior prestí-gio e poder terão direito, ainda, a um sobrenome (agnomen). Exemplos: • Quintus Fabius Maximus Cuntactor (Contempo-

rizador) • Publius Cornelius Scipio Africanus (Africano) Quanto às mulheres, recebiam simplesmente o nome da respectiva gens. Assim, a filha de Caio Jú-lio César se chamava Julia; a filha de Marco Túlio Cícero chamava-se Tulia e assim por diante. No período seguinte, da República, os plebeus al-cançariam o direito aos tria nomina.

atividade 1. Copie e traduza o texto deste Tópico.

2. Os romanos enumeravam, por meio de um jogo de palavras, os motivos por que alguém poderia se casar. Descubra o sen-tido de cada palavra, recorrendo ao glossá-rio (Dica: as palavras estão no caso ablativo singular e devem ser traduzidas com o au-xílio da preposição por). • amore _________________________ • more __________________________ • ore ___________________________ • re ____________________________

3. Quadrado mágico: preencha os espaços com as palavras latinas que significam: 1. outrora 2. largo (ablativo singular) 3. caminho 4. costume (ablativo singular)

8. gLoria in exceLsis deo introdução Estamos chegando ao final de nosso brevíssimo curso de língua latina.

Vamos conhecer outro gênero de texto muito comum na literatura latina?

Trata-se dos textos da chamada latinidade cristã. Quando os autores mais prestigiados da literatura latina foram desaparecendo, a literatura cristã, por sua vez, se fortalecia continuamente. São hinos, orações, evangelhos, epístolas e muitos outros gêneros que surgem a partir do primeiro sé-culo e constituirão um importante veículo de uso e disseminação da língua latina através da igreja cristã e seus missionários.

praenomen

claudius

nomen

Mucius (da gens Mucia)

cognomen

scaevola (canHoto)

claudius (da gens claudia)

caecus (cego)

Marcus tullius

(da gens tulia) cicero

(cHícHaro)

appius

publiusovidius

(da gens ovidia) naso

(narigudo)

SAIBA MAIS!

Para ler dois bons textos adicionais sobre os

tria nomina, acesse: • Blog sobre Roma Antiga:

http://roma-antiga.blogspot.com/2004_03_01_ar-

chive.html.

• Epigrafia Latina: http://epigrafia.planetaclix.pt/Teoria_00_01.htm.

1

1

2

3

4

2 3 4

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73Fascículo 4

deprecatio, onis, s.f.: súplica noster, tra, trum, pron.: nosso

sedeo, es, ere, sedi, v.: estar assentado dextera, ae, s.f.: destra, mão direita

quoniam, conj.: porque sanctus, a, um, adj.: santo

8.1. a Latinidade cristã A partir do século II, a perda de prestígio da li-teratura latina foi contrastada pelo acentuado flo-rescimento da literatura latina cristã, que começou expressando crenças, orações e hinos. Até hoje, a Igreja Católica utiliza o latim como língua oficial para expressar sua doutrina, disciplina e liturgia. Entre os chamados Pais da Igreja (Patres, de onde se deriva “patrística” e “patrologia”), imortalizaram-se Agostinho, autor de ampla literatura na qual se so-bressaem Confessiones (Confissões), De civitate Dei (Sobre a Cidade de Deus) e De Magistro (A Res-peito do Mestre), e Jerônimo, que traduziu para o latim 39 livros do Antigo Testamento e revisou os 27 do Novo Testamento e os 07 deuterocanônicos. A versão da Bíblia preparada por Jerônimo foi aceita como “autêntica” pela Igreja e ficou conhe-cida como Biblia Vulgata, ou seja, “divulgada” ou “popular”. O latim bíblico é de fácil compreensão e serve para o aprendizado da língua, até porque pode ser facilmente comparado com uma tradução em português. Também em latim foram preparadas as volumo-sas obras de teólogos medievais como Boaventura, Tomás de Aquino e Duns Scotus.

atividade 1. Copie e traduza o texto desta lição.

2. Se você possui uma Bíblia, compare o tex-to traduzido com as passagens em Lucas 2.14 e João 1.29.

3. Pesquise, na Internet, outros textos cris-tãos em língua latina.

SAIBA MAIS!

Para um panorama geral do estudo da língua

latina, consulte:

http://www.ofurlan.prof.ufsc.br/latim_linguistica.html.

A seguir, vamos conhecer um desses textos, um hino de glorificação a Deus baseado nos Evange-lhos de Lucas e de João.

Leia o texto atentamente. gLoria in exceLsis deo Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominibus bonae voluntatis. Laudamus te. Benedicimus te. Adoramus te. Glorificamus te. Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam.

Domine Deus, Rex caelestis, Deus Pater omnipotens. Do-

mine Fili unigenite, Iesu Christe. Domine Deus, Agnus Dei, Filius Patris.

Qui tollis peccata mundi, miserere nobis. Qui tollis pecca-ta mundi, suscipe deprecationem nostram. Qui sedes ad dexteram Patris, miserere nobis.

Quoniam tu solus sanctus. Tu solus Dominus. Tu solus altissimus, Iesu Christe. Cum Sancto Spiritu, in gloria Dei Patris. Amen. paLavras novas no texto

gloria, ae, s.f.: glória excelsus, a, um, adj.: excelso, sublime

voluntas, atis, s.f.: vontade benedico, is, ĕre, v.: bendizer adoro, as, are, avi, v.: adorar

glorifico, as, are, avi, v.: glorificar gratia, ae, s.f.: graça

ago, is, ĕre, egi¸v.: agir, fazer caelestis, e, adj.: celeste, celestial

omnipotens, tis, adj.: onipotente, todo-poderoso qui, pron. rel.: que, o qual

tollo, is, ĕre, tuli, v.: tirar, tolher, suprimir peccatum, i, s.n.: pecado mundus, i, s.m.: mundo

filius, i, s.m.: filho unigenitus, i, adj.: unigênito, filho único

agnus, i, s.m.: cordeiro miserĕo, es, ere, miserui, v.: comiserar-se,

ter misericórdia nobis, pron.: a nós, por nós

suscipio, is, ĕre, suscepi, v.: suportar, receber, empreender

Font

e: h

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Gloria in excelsis

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74 Fascículo 4

gLossário acer, acris, acre, adj.: violento, cruelAdoro, as, are, avi, v.: adorar Adsum, ades, adesse, adfui, v.: estar presente Aedifico, as, are, avi, v.: edificar, construir AediLis, is, s.m.: edil (funcionário romano)

RESUMO

No primeiro tópico, tivemos mais informações sobre as origens do povo romano desde a época em que eram apenas agricultores numa pequena região da Itália antiga. Apren-demos as formas do tempo perfeito do modo indicativo, observando que este tempo apresenta um tema diferente em relação aos tempos anteriores, razão por que o referido tema é enunciado no glossário juntamente com as formas já conhecidas.

No segundo tópico, nosso propósito principal foi conhecer um pouco mais da vida diária na Roma antiga, o que fizemos lendo um pequeno texto sobre as profissões. Além disso, no que diz respeito à língua, conhecemos os nomes que pertencem ao Grupo B da 3ª declinação. Percebemos que esses nomes representam casos especiais em relação ao Grupo A, acarretando pequenas alterações nas formas de alguns casos.

No terceiro tópico, aprendemos a declinação dos adjetivos da segunda classe em latim. Verificamos que há adjetivos com padrões variáveis, desde os que apresentam uma forma para cada gênero até os que possuem uma forma única para todos os gêneros. Antes disso, vimos um texto em que se fala dos jogos praticados entre os romanos, cujas auto-ridades se encarregavam de fornecer ao povo “pão e circo”.

No quarto tópico, conhecemos mais algumas expressões proverbiais latinas de diversas origens e significados. No que diz respeito à língua, vimos as características dos nomes (substantivos) da quarta declinação, lembrando que o reconhecimento de cada declina-ção se apoia na terminação distintiva do genitivo singular.

No quinto tópico, vimos as palavras latinas da quinta declinação. Aprendemos que, nessa declinação, as palavras, com exceção de dies, são femininas. Ainda, com exceção de res e dies, as palavras latinas da quinta declinação só se declinam no singular. Tivemos ainda al-gumas informações sobre a deusa romana Vesta, deusa do lar e do coração na cultura latina.

No sexto tópico, lemos mais um texto que nos traz informações sobre o mundo antigo e sobre a cultura romana. Conhecemos as formas dos numerais latinos cardinais e ordinais. Aprendemos que uns poucos números são palavras declináveis e que outros são invariáveis.

No sétimo tópico, nosso propósito foi, além de exercitar mais uma vez a leitura e com-preensão de texto, conhecer o modo como os romanos se atribuíam os seus nomes. Aprendemos, assim, como funcionava o processo de nomeação e quem tinha acesso a ele, além do significado de cada elemento dos tria nomina.

No oitavo tópico, nosso objetivo foi o de conhecer e ler um texto representativo da fase cristã de uso da língua latina. Fizemos isso por meio de um texto (hino) que exemplifica a tradição poética e musical dos antigos cristãos, inspirada nos Evangelhos e noutras partes da Bíblia.

Aeternus, a, um, adj.: eterno Agnus, i, s.m.: cordeiro Ago, is, ĕre, egi,v.: agir, fazer Arator, oris, s.m. lavrador Arbor, oris, s.f.: árvore, planta

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75Fascículo 4

Ignis, is, s.m.: fogo, raio Immanis, e, adj.: horrendo, grande Imperium, i, s.n.: governo, império In itaLiam: para a Itália (in com acus.) Indesinenter, adv.: incessantemente Indico, is, ĕre, indixi, v.: declarar Indignatio, onis, s.f.: indignação Ingens, ntis, s.m.: horrendo, imenso Ingressus, us, s.m.: entrada InsoLitus, a, um, adj.: insólito Intimus, a, um, adj.: íntimo, interno Inusitatus, a, um, adj.: estranho, inusitado Invenĭo, is, ire, v.: encontrar Irrito, as, are, avi, v.: irritar, excitar Ita: assim; sim Iter, itineris, s.n.: caminho, passagem Lacerti, orum, s.m.: braços Latus, a, um: largo Liber, bri, s.m.: livro Maneo, es, ere, si, v.: ficar, permanecer Manus, us, s.f.: mão, garra, pata Mare, maris, s.n.: mar Memoro, as, are, avi, v.: recordar MiLes, miLĭtis, s.m.: soldado Miserĕo, es, ere, miserui, v.: comiserar-se, ter misericórdia Modestus, a, um, adj.: modesto, honesto, virtuoso Monstrum, i, s.n.: monstro Moriturus, a, um, adj.: aquele que vai morrer Mors, mortis, s.f.: morte Mos, moris, s.m.: costume Mundus, i, s.m.: mundo Natura, ae, s.f.: natureza Navĭta, ae, s.m.: marinheiro Nobis, pron.: a nós, por nós Nomen, nominis, s.n.: nome Non est disputandum: não se deve discutir Noster, tra, trum, pron.: nosso Observo, as, are, avi, v.: observar, cumprir Obtinĕo, es, ere, obtinŭi, v.: obter, adquirir Occasus, us, s.m.: ocaso, queda Occupo, as, are, avi, v.: apoderar-se de, ocupar OcuLus, i, s.m.: olho OLim, adv.: um dia, outrora Omnipotens, tis, adj.: onipotente, todo-poderoso Omnis, e, pron.: todo Oppidum, i, s.n.: cidade, fortaleza Oppugno, as, are, avi, v.: atacar Ortus, us, s. m.: o nascer (do sol), nascimento Os, oris, s.n.: boca Ovis, ovis, s.f.: ovelha Panis, panis, s.m.: pão Pastor, oris, s.m.: pastor Patrius, a, um, adj.: pátrio Pax, pacis, s.f.: paz Peccatum, i, s.n.: pecado Percurro, is, ĕre, percurri, v.: percorrer Perennis, e, adj.: perpétuo, perene Pes, pedis, s.m.: pé

Arena, ae, s.f.: arena, recinto Ars, artis, s.f.: profissão Atrium, i, s.n.: sala, porta, átrio Atrox, atrocis, adj.: atroz, terrível Auris, is, s.f.: orelha, ouvido Avarus, a, um, adj.: avarento Ave, interj.: salve! Benedico, is, ĕre, v.: bendizer Briareus, i, s.m.: Briareu CaeLestis, e, adj.: celeste, celestial caesar, aris, s.m.: imperador CaLcĕus, i, s.m.: calçado Canis, is, s.m.: cão Caput, itis, s.n.: cabeça cerberus, i, s.m.: Cérbero Circenses, ium, s.m. pl.: jogos circenses Circensis, e, adj.: circense, do circo Circus, i, s.m.: circo CLarus, a, um, adj.: notável, ilustre CoLLega, ae, s.m.: colega CoLor, oris, s.m.: cor, colorido, brilho Commendo, as, are, avi, v.: encomendar Contrarius, a, um, adj.: contrário, oposto CrudeLis, e, adj.: cruel Crus, cruris, s.n.: pernas Cum iLLis: com eles Curo, as, are, avi, v.: cuidar de Custos, odis, s.m.: guarda Decerno, is, ĕre, v.: decidir Deprecatio, onis, s.f.: súplica Descendo, is, ĕre, v.: descer Describo, is, ĕre, descripsi, v.: copiar, dividir, repartir Dextera, ae, s.f.: destra, mão direita Digitus, i, s.m.: dedo Domesticus, a, um, adj.: doméstico Domus, us, s.f.: casa Dono dat: dá de presente Duo, duae, duo, num.: dois Enumĕro, as, are, avi, v.: enumerar ExceLsus, a, um, adj.: excelso, sublime Exceptio, onis, s.f.: exceção, defesa ExempLum, i, s.n.: exemplo Facio, is, ĕre, feci, v.: fazer, efetuar Fero, fers, ferre, tuLi, v.: levar, trazer, produzir FiLius, i, s.m.: filho Focus, i, s.m.: fogo, lume, lar Forma, ae, s.f.: forma Frons, frontis, s.f.: fronte, aspecto Fructus, us, s.m.: fruto GLadiator, oris, s.m.: gladiador GLoria, ae, s.f.: glória GLorifico, as, are, avi, v.: glorificar Gratia, ae, s.f.: graça Gustus, us, s.m.: gosto, sabor gyes, giae, s.m.: Gies hic, Haec, Hoc, pron.: este homo, inis, s.m.: homem horrendus, a, um, adj.: horrível

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76 Fascículo 4

Pistor, oris, s.m.: padeiro PoLLex, icis, s.m.: polegar poLypHemus, i, s.m.: Polifemo Posco, is, ĕre, v.: exigir Postquam, conj.: depois que Postremo, adv.: por fim Praeceptum, i, s.n.: preceito, recomendação Primus, a, um, adj.: primeiro Proverbium, ii, s.n.: provérbio Pugna, ae, s.f.: luta, combate Pugno, as, are, avi, v.: combater Quasi, conj.: quase, como Qui, pron. rel.: que, o qual quintus Horatius fLaccus: Quinto Horácio Flaco Quoniam, conj.: porque ReguLa, ae, s.f.: regra, norma Res, rei, s.f.: coisa, causa, estado Risus, us, s.m.: riso romae, locativo: em Roma SaLtus, us, s.m.: salto, dança, bosque Sanctus, a, um, adj.: santo Satio, as, are, avi, v.: saciar Scriptum, i, s.n.: escrito Secundus, a, um, adj.: segundo, favorável Sedeo, es, ere, sedi, v.: estar assentado Sensus, us, s.m.: senso, sentença Sic, adv.: assim Significo, as, are, avi, v.: significar Signum, i, s.n.: sinal, senha SoL, soLis, s.m.: sol Spectator, oris, s.m.: espectador Spiritus, us, s.m.: espírito, alma, sopro StuLtus, a, um, adj.: estulto, tolo, estúpido Suis, pron.: seus Suscipio, is, ĕre, suscepi, v.: suportar, receber, empreender TempLum, i, s.n.: templo ToLLo, is, ĕre, tuLi, v.: tirar, tolher, suprimir Totus, a, um, adj.: todo Truncus, i, s.m.: tronco Ubi, adv.: quando Unigenitus, i, adj.: unigênito, filho único Unus, una, unum, num.: um Urbs, urbis, s.f.: cidade Usque ad, prep.: até a Ventus, i, s.m.: vento Verbum, i, s.n.: palavra Versus, a, um, adj.: virado Versus, us, s.m.: verso vestaLis, is, s.f.: vestal Vestĭfex, fĭcis, s.m.: alfaiate Vestis, vestis, s.f.: roupa, veste Vetus, veteris, adj.: velho, antigo Victoria, ae, s.f.: vitória Victus, a, um, adj.: vencido Virgo, inis, s.f.: virgem, donzela VoLo, as, are, avi, v.: voar VoLuntas, atis, s.f.: vontade

referÊncias

COMBA, Júlio. Gramática latina. 5 ed. São Paulo: Salesiana, 2004.

_____. Programa de latim: introdução à língua latina. 18 ed. São Paulo: Salesiana, 2002. v. 1.

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FREIRE, António. Gramática latina. 4 ed. Braga: Livraria A.I./Faculdade de Filosofia,1987.

FURLAN, Oswaldo Antônio. Latim para o portu-guês: gramática, língua e literatura. Florianó-polis: Ed. da UFSC, 2006.

GAIO, Antonio Pereira. Em dia com o latim. Juiz de Fora/MG: Ed. da UFJF, 2005.

MARTINS, Isaltina F.; SOARES, João S. Latim 2: língua e civilização. Coimbra: Almedina, 2000.

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______. Gradus secundus: curso básico de la-tim. São Paulo: Cultrix, 1993.

SOARES, João S. Latim 1: iniciação ao latim e à civilização romana. 3 ed. Coimbra: Almedina, 1998.