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Lypovetski
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Prof. Annelise Nani
PRIMEIRA ERA DE CULTURA• Mais longa historicamente• Momento religioso Tradicional• Sociedades Primitivas como modelo puro• Sem autonomia – derivada das relações: Clânicas, políticas, religiosas, parentais, mágicas• Ordenação mítica totalizante do mundo• Conjunto de classificações que convergem todas as
dimensões: astronômicas, geográficas, botânicas, zoológicas, econômicas, sociais …
• Organização temporal voltada para o passado
SEGUNDA ERA DE CULTURA• Democracias modernas• Valores: Igualdade, Fraternidade e Liberdade• Laicidade• Caráter revolucionarista da cultura – radical ruptura
histórica• Sistemas de sentido heterônomos• Cada domínio desenvolve-se segundo características
próprias política, jurídica, artística• Ideal universalista – rompe com o passado, com
tradições, com as igrejas e particularizações
SEGUNDA ERA DE CULTURA• Fé na ciência, na dominação tecnológica da natureza,no
progresso ilimitado• Organização temporal voltada para o futuro• Rompe com hierarquia, herança e a imutabilidade• Arte pela arte rompe com a economia – vanguarda• Radicalidade estética cada vez mais transgressiva• Arte Comercial (sucesso imediato,aceitação do público,X
Arte Conceitual (arte pura)• Ideologia Individualista
TERCEIRO MODELO: CULTURA MUNDO
• Evaporaram: grandes utopias, contra modelos de sociedade, supervalorização do futuro
• Organização temporal voltada para o presente• Reabilitação do passado• Culto ao autêntico• Remobilização das memórias religiosas, identitárias• Não existem mais conflitos oriente X ociedente, igreja X
estado, liberalismo X comunismo, burguesia X proletariado o que culmina em uma hipermodernidade
TERCEIRO MODELO: CULTURA MUNDO
• Valores: racionalização, globalização, mercantilização aplicados a tudo, todos os domínios
• Pós-revolucionária• Hipercapitalista• O elemento de oposição na arte, as vanguardas também é incorporado
na ordem econômica• Ideologia de mercado• Mídias e ciberespaço como elementos primordias de relaçoes com o
mundo• Formas de vida transnacional• Mercantilização integral da cultura – culturalização das mercadorias• Modo de consagração sob a égide do espetáculo
NOVA ORGANIZAÇÃO CULTURAL• Não mais oposições: • Alta cultura X baixa cultura• Cultura antropológica X
cultura estética• Cultura material X cultura
ideológica
• Cultura tecnocientífica• Cultura de mercado• Cultura do indivíduo• Cultura midiática• Cultura de redes• Cultura ecologista
“• Pois a era hipermoderna transformou profundamente o relevo, o sentido, a superfície social, e conômica da cultura.
• Esta não pode mais ser considerada como uma superestrutura de signos, com o aroma e a decoração ddo mundo real: ela se tornou mundo, uma cultura mundo, a do tecnocaptalismo planetário, das indústrias culturais, do consumismo total, das mídias e das redes digitais. p.7. ”
“• Com a cultura mundo dissemina-se em todo o globo a cultura da tecnociência, do mercado, do indivíduo, das mídias, do consumo; e com ela, uma infinidade de novos problemas que põem em jogo questões não só globais (ecologia,imigração,crise econômica,miséria do Terceiro Mundo, terrorismo…) mas também existenciais (identidade, crenças, crise dos sentidos, distúrbios de personalisdade …) A cultura globalitária não é apenas uma fato; é, ao mesmo tempo, um questionamento tão intenso quanto inquieto em si mesma. Mundo que se torna cultura, cultura que torna mundo: uma cultura mundo.p.9. ”
UNIFICAÇÃO E DESTERRITORIALIZAÇÃO
• O imaginário cultura não é mais um céu acima do mundo “real”e o mercado integra cada vez mais as dimensões estéticas e criativas.p.11.
• Consumo cosmopolítico, as cidades oferecem as mesmas vitrines• Pluralização, heterogeinezação e subjetivação• Compressão do tempo e encolhimento do espaço• Cosmopolitízação: medos, imaginários, emoções e modos de vida• Multiplicação das demandas comunitárias pela diferença
fomentando particularismos culturais• Uniformização globalitária anda junto com fragmentação cultural
DESORIENTAÇÃO CULTURAL• Não é mais da carência que nasce o desnorteio é do hiper• O progresso aparece com um avanço indecifrável que
arrasta tudo em sua corrida desenfreada, cria um mundo de inseguranças
• Depressão, ansiedade, inquietações de todaas as espécies surgem da incerteza da qualidade de vida por vir
• Num cenário do mundo luxuruiante que promete felicidade e satisfações incontáveis e renovadas, cresce a desorientação individual e coletiva
DESORIENTAÇÃO CULTURAL• A gestão social da economia substitui a utopia• Tudo é fetado pela desoriantação, todas as esferas da
vida social e íntima: família, identidade sexual, relações entre gêneros, educação de filhos, a moda, a alimentação, todos e tudo partilhando da incerteza.
• Mesmo a “alta”cultura não escapa a isso, como se pode observar na arte contemporânea, vista como “imcompreensível”, do domínio do “qualquer coisa” e vendida por preços astronômicos
DESORIENTAÇÃO CULTURAL• Prolongamento da vida• Eficácia da medicina• Reconhecimento da mulher• Educação• Bem estar generalizado• Aumento do acesso ao consumo• Liberalização dos costumes• Abundância da informação• Progresso da tecnociência• Fim do bloco comunista e divisão
bipartida do mundo• Multiplicação dos escândalos
financeiros, falências fraudulentas • Equilíbrio do terror
• Falta de compreensão da informação• Depressão, Ansiedade, Desesperaça• Caos Intelectual• Insegurança psicológica• Crenças esotérias• Incerteza, desencanto• Engajamento moderno cede espaço para a
desorientação• Incredulidade• Ceticismo• Caótica ordem mundial• Insegurança alimentar• Fanatismos identitários• Fluxos de imigração em massa• Riscos de proliferação de armas nucleares• Redes criminosas internacionais• Delinquência informática• Tráfico de imigrantes clandestinos
DESORIENTAÇÃO CULTURAL
• Se a cultura mundo pacifica as democracias e reorganiza a experiência do espaço-tempo, fica evidente que ela tamb;em desorganiza em grande escala as consciências, os modos de vida, as existências.p.18.
“”
DESFORRA DA CULTURA• Se os grandes organizadores do econômico e do político são
marcados pela redução das distenssões de fundo, a cultura faz ressurgir oposições e divisões extremas
• A luta de classe, os sistemas econômicoa não ocupm mais o debate o que destaca a fragmentação cultural como demanda de direitos particularistas, as problemáticas morais plurais
• Cultura é o objeto polêmico central: Quanto mais o mundo se globaliza, mais os particularismos e as exigências identitárias ganham relevo o que gera uma nova relação de cultura e política
DESFORRA DA CULTURA• A comercialização exponencial da cultura a torna cada vez mais
politizada, confituosa e trágica• A cultura é uma indústria um complexo midiático-mercantil
funcionando como um dos princiapsi motores de crescimento das naçoes desenvolvidas.
• Exportações cinematográficas e audiovisuais rendem mais aos Estados Unidos que a indústria Aeronáutica
• Fundameentalismos • Reislamização• Massacres interétnicos• Guerras comunitárias• Fantismos etnoreligiosos• Etnonacionalismos
O MUNDO COMO IMAGEM E COMO COMUNICAÇÃO
• No Ocidente a liberdade não é ameaçada pela falta, pela censura, pela limitação; ela o é pela superinformação, pela overdose, pelo caos que acompanha a própria abundância. Não é a informação que falta: ela transborda em nós; o que falta é um método de orientação nessa superfartura indiferenciada, para que se alcance uma distância analítica crítica, que será a única a lhe dar sentido. Uma das grandes apaostas da cultura mundo está aí: como educar indivíduos e formar espíritos livres em um universo com informação e excesso? p. 69.
“
”
O MUNDO DAS TELAS• As telas deslocaram, desssincronizaram,
desrregularam o espaço tempo da cultura• O que se busca é bem menos uma ancoragem
comunitária e mais a embriaguez dos contatos• Ato I - Tela de Cinema (protótipo) – mass media :
comunicação unilateral e centralizada, modelo vertical, mídias de emissão
• Ato II - Tela do Computador – self media: trocas interpessoais e comunitárias, unificadas pela Rede, modelo horizontal, mídias de interatividade
O MUNDO DAS TELAS• Ato I – a tela distante da oralidade primitiva e da escrita abre para o
mundo o enquadramento radicalmente novo, sedutor e uniformizador• A televisão transforma o próprio mundo em informação, daí em diante
é pela própria tela que o mundo existe e que os homens o conhecem• Choque visual e emocianal• Triunfo da velocidade, do instantâneo, do furo,da publicidade• Divertimento permanete e estável• Cultura do “mosaico”, • Cultura do zapping, do fragmetário, da insignificância, do descontínuo• Partilhada por todos homens, modelando sua apreensão do mundo• Reunindo-os na mesma atitude cativa,• Habituando-os a mesma linguagem
ATO I – CULTURA DE MASSA• Dá prazer• Fácil e acessível a todos• Não exige nenhuma formação• Não exige nenhum referencial cultural particular ou erudito• A indústria tranforma a cultura em artigos de consumo de massa• Por isso renova sempre a oferta, diversificação e renovação
permanente• Obsolecência celerada, produção em série• Sedução fácil, consumo imediato• Se a cultura é o que escapa ao desgaste do tempo criando obras
eternas a cultura de massaa não merece o nome de cultura, é uma anticultura é incapaz de criar obras que durem no tempo é apenas uma peça mercantil
O MUNDO COMO IMAGEM E COMO COMUNICAÇÃO
• Até então a cultura se desenvolvia na ordem do infinito e da raridade e na hipermodernidade se desenvolve na ordem da multiplicação ao infinito
• O usuário tem acesso imediatamente a um excesso de informações desordenadas e não hierarquizadas, tem a liberdade de se projetar onde quiser, de aprender, de olhar de abrir seu caminho pessoal. O problema está em saber exercer esta liberdade, do sistema totalitário mais escravizante do que libertador.
CULTURA DE CELEBRIDADES• Todas as áreas da cultura trabalham no processo de formação de estrela: hit parades, best-sellers, prêmios, listas de mais populares, recordes de vendas, de audiência, de frequência, de compartilhamento, de visualizações• O que não dá imagem o que não é midiatizado não existe, até ilhas
desertas, paraísos solitários precisam do catálogo para vender• Não existe grande causa sem estrela e o ser conhecido por nada, apenas
para ser conhecido
CULTURA DE CELEBRIDADES• A estrelomania serve para funcionar como
objeto de conversaaçào, recriar laços sociais, para a definição, o posicionamento frente aos diferentes estilos ilustrados por estas figuras do indivíduo-espetáculo
O MERCADO DE ARTE• A cultura mundo determina um novo estatuto
da arte, objetivo do artista: inserção midiática-mercantil – ganhar dinheiro e ser célebre
• Influência de Warhol que confunde àreas de arte/publicidade/moda nega pureza criadora
• Valor póstumo e artsita desconhecido acabou• Valor da obra não está mais na gratuidade do
processo estético mas no valor de mercado
O MERCADO DE ARTE• Espetacularização • Provocação• Midiatização• Construção de comunicação de uma imagem• Museus como marcas• Louvre que abre filial em Abu Dhabi• Grandes monumentos são etapas de cruzeiros• As marcas como um novo elemento da cultura mundo –
dimensão estética das marcas• Novas catedrais do luxo, o jovens conhecem melhor o nome
das marcas que o nome das pessoas que fizeram história
Modernidade/ Vanguardista
• Oposição às normas• Intitucionais, costumes,
valores, capitalismo• Museu lugar de
recolhimento
Hipermodernidade/ cultura-mundo
• Leis do sistema econômico• Não é mecenato, gratificações,
encomendas• Mercantilização globalizada da arte• Artistas vivos consguem preços maiores
que artistas clássicos• Arquitetura inovadora do museu –
turismo cultural de massa• Orçamentos colossais, estruturas
tecnológicas e futuristas• Consumidor quer experiências imediatas
do que contemplação• Espetáculo, novo, sedução• Museu lugar de recreação, de consumo
visual e marketing urbano
DESENCANTO DA VIDA INTELECTUAL
• Carreira mais importante que idéias• Profissionalização da vida intelectual• Publicações eruditas cresce vertiginosamente e o público não• Cresce auto-ajuda e espiritualidade• Jornalistas mais célebres que escritores• Esfera intelectual burocratizada• Intelectuais nômades• Mais quantidade do que qualidade• Mídia como vetor de consagração de autores não mais
reconhecimento dos pares• Filosofia do best-seller
DESENCANTO DA VIDA INTELECTUAL
• Intelectuais estrela• Desaparecimento do poder intelectual – americanização da
cultura• Filosofia que antes estava na esferado do universal do abstrato,
do radicalismo crítico – atualmente voltar para si, ser tranquilizado e confortado
• Ferramentas para combater a desorientação e o mal estar – menos a verdade mais a mainha verdade
• A regressão infantil é válvula de escape do peso do livre governo de si da auto-criação
• O aluno não precisa ser original - precisa aprender
COMBATE PELA DIVERSIDADE CULTURAL
• Autorização da Unesco de medidas de proteção• A diversidade cultural é vital para o ser humano como é a
biodiversidade para o ser vivo• A diversidade é o que constrói a identidade é a condição da
criatividade e da inovação p. 130• O desenvolvimento do particular que toda criação atinge o
universal• Cabe ao estado favorecer o desenvolvimento de suas culturas• A estetização do mundo se impõe ccomo uma das novas
fronteiras da cultura-mundo como cultura do cenário de vida
CONCLUSÃO
• P.198.