Caso ClnicoPaciente de 27 anos, sexo feminino, relata que h 2 dias comeou com falta de apetite associada dor abdominal, tipo aperto, localizada na regio epigstrica. Apresentou com 24 horas dos sintomas, vmitos, o que a fez procurar o P.S. Na avaliao inicial apresentava TC 37.9c, pulso: 100bpm, TA: 100x60mmHg, hipocorada(+/+4), postura antlgica devido dor abdominal. Anictrica. ausculta crdio-pulmonar normal. Abdome encontrava-se sensvel palpao, tenso, com dor mais intensa na fossa ilaca direita aps descompresso brusca. Sentia tambm dor palpao do flanco esquerdo com reflexo na fossa ilaca direita. Rudos hidroareos diminudos. Toque retal e vaginal sem anormalidades.

Caso ClnicoDiante da suspeita de abdome agudo, o mdico atendente decide por solicitar exames complementares e avaliao do cirurgio de sobreaviso. Exames: hb: 12 g/dl ht: 34% Leucograma: 12800/mm3 80% segmentados, 0 eosinfilos, 4 bastes EAS: piria ( 6/campo) bHCG negativo USG de abdome: difcil visualizao por excesso de gases.

Abdome Agudo InflamatrioConceito Inflamao aguda causada por infeco viral, bacteriana ou fngica.

Abdome Agudo InflamatrioPossveis Causas Pancreatite Aguda Colecistite Aguda Diverticulite Apendicite

Apendicite

ApendiciteAnatomiaO apndice um pequeno anexo digitiforme, com cerca de 10 cm de comprimento, que est acoplado ao ceco, exatamente abaixo da vlvula ileocecal; O apndice enche-se de alimento e esvazia-se regularmente para dentro do ceco. Como ele se esvazia de maneira ineficaz e sua luz pequena, est propenso obstruo e particularmente vulnervel infeco (apendicite).

ApendiciteCausas da Inflamao e do Edema Por se dobrar ou ficar ocludo por um fecalito; Tumor; Corpo estranho (perfurao por arma branca e arma de fogo).

ApendiciteManifestaes Clnicas Dor epigstrica vaga ou periumbilical progressiva para dor no quadrante inferior direito; Febre baixa; Nuseas e mese; Anorexia; Constipao ou diarria; Rudos hidroareos diminudos ou ausentes.

ApendiciteMtodos usados para Auxlio de Diagnstico Sinal de McBurney: em 50% dos casos apresentados, a dor local produzida no ponto de McBurney quando se aplica presso. A dor em rechao (a produo ou intensificao da dor quando a presso liberada) pode estar presente. Sinal

de Rovsing: pode ser produzido palpando-se o quadrante inferior esquerdo, porm a dor percebida no quadrante inferior direito.

ApendiciteComplicaes Se ocorrer o rompimento do apndice, a dor torna-se difusa, a distenso abdominal se desenvolve em consequncia do leo paraltico; O quadro pode evoluir para uma peritonite e consequentemente sepse agravando demasiadamente a condio do paciente; Pileflebite porta (trombose sptica da veia porta).

ApendiciteDiagnstico Baseia-se em um exame fsico completo; Achados laboratoriais (hemograma, contagem elevada de leuccitos e neutrfilos); Exames de imagem (Rx, USG ou TC), podem revelar uma densidade do quadrante inferior direito ou distenso localizada do intestino; Toque retal ou vaginal; Laparotomia ou laparoscopia podem ser empregadas para confirmao de diagnstico em casos duvidosos.

ApendiciteDiagnstico de Enfermagem1. Risco de Dor Aguda Alteraes na presso sangunea; Expresso facial; Mudana na frequncia cardaca e respiratria; Mudanas no apetite; Relato verbal de dor; Posio para evitar a dor Posio antlgica; Fadiga e irritabilidade.

ApendiciteDiagnstico de Enfermagem2. Risco de Infeco Agentes farmacuticos (imunossupressores); Defesas primrias inadequadas (pele rompida, tecido traumatizado, diminuio da ao ciliar, estase de fluidos orgnicos, mudanas de pH das secrees, peristaltismo alterado); Defesas secundrias inadequadas (diminuio de hemoglobina, leucopenia, supresso da resposta inflamatria).

ApendiciteDiagnstico de Enfermagem3. Risco de Desequilbrio do Volume de Lquidos Diminuio, aumento ou rpida mudana de uma localizao para outra do lquido intravascular, intersticial e/ou intracelular;

Refere-se perda, ao ganho, ou a ambos, dos lquidos corporais.4. Risco de Integridade da Pele Prejudicada Risco de a pele ser alterada de forma adversa.

ApendiciteTratamento Cirrgico1. Apendicectomia a remoo cirrgica do apndice;

Realizada logo que possvel para diminuir o risco de perfurao; Pode ser realizada com o uso de anestesia geral ou espinhal, com uma inciso abdominal baixa ( laparotomia) ou por laparoscopia; Laparotomia uma manobra cirrgica que envolve uma inciso atravs da parede abdominal para aceder cavidade abdominal;

ApendiciteTratamento Cirrgico Laparoscopia um procedimento cirrgico minimamente invasivo realizado sob efeito de anestesia; Tanto a laparotomia quanto a laparoscopia so seguras e efetivas no tratamento da apendicite com perfurao; A recuperao depois da cirurgia laparoscpica geralmente mais rpida; Quando

a perfurao do apndice acontece, um abcesso pode forma-se;

ApendiciteTratamento Cirrgico Quando isso ocorre, o paciente pode fazer uso de dreno de penrose para a drenagem e acompanhamento da secreo que pode se formar na cavidade abdominal.

ApendicitePlano de Cuidados de Enfermagem1. Pr-Operatrio Dar apoio psicolgico - fator importante que a enfermagem deve ter em conta j que a situao clnica provoca no paciente e na famlia medo em relao interveno cirrgica; Esclarecer dvidas - que a famlia ou o paciente apresentem e explicar sempre todos os procedimentos com vista a diminuir a ansiedade que estes podem apresentar; Administrao de antimicrobiano pr-operatrio como medida profiltica, por via endovenosa e jejum, em caso de emergncia em que no se pode faz-lo necessrio a realizao da lavagem intestinal para evitar contaminao dos campos operatrios com fezes aps anestesia (relaxamento dos efncteres);

Apendicite Alvio da dor atravs da promoo do conforto como por exemplo um ambiente calmo, ensinar tcnica de relaxamento, providenciar um pequeno travesseiro para sustentao do abdome;

Cuidados gerais retirar prtese dentria, brincos, cordes e roupas sintticas; soro de hidratao endovenoso em obesos, desnutridos e idosos; banho com antissptico degermante com nfase na regio a ser operada; tricotomia.

ApendicitePlano de Cuidados de Enfermagem2. Trans-Operatrio Preparo da sala de cirurgia material para anestesia e cirurgia, deixando-os em local de fcil acesso; verificar condies de limpeza da sala; ajudar a equipe a se paramentar devidamente entre outras atribuies; Recepo no centro cirrgico deve ser personalizada, respeitando sempre sua individualidade, buscando entender e considerar as condies do paciente que normalmente j se encontra sob efeito dos medicamentos pr-anestsicos; Realizar uma breve leitura do pronturio ou das recomendaes de enfermagem certificando-se sobre os dados do paciente (identificao) e sobre a cirurgia a que ele ser submetido;

Apendicite Verificar sinais vitais do paciente, comunicando ao mdico anestesiologista ou o enfermeiro possveis alteraes; Paramentar adequadamente o paciente;

Manter uma recepo calma e tranquila que traga segurana ao paciente; Observar o comportamento do paciente confiana, ansiedade, melancolia, insegurana e agressividade.

ApendicitePlano de Cuidados de Enfermagem3. Ps-Operatrio Promoo da limpeza e ordem do ambiente; Arrumao da cama tipo operado ; Deixar equipamento de oxignio completo; Manter a cama em posio horizontal; Avaliar sinais vitais de 15 em 15 min e depois de 30 em 30 min; Avaliar oxigenao, estimulando o movimento respiratrio;

Apendicite Observar ocorrncia de mese, lateralizar a cabea; Deixar o paciente sem travesseiro e sem levantar a cabea pelo menos 12 horas;

Manter a vigilncia, manter curativo limpo, seco, fechado por 24 a 48 horas; Observar o gotejamento do soro, estado geral e nvel de conscincia; Realizar balano hdrico;

Manter o paciente internado o menos tempo possvel, estimulando a mobilizao;

Apendicite Observar sintomas como: palidez, sudorese, pele fria, lbios e unhas cianticos, hemorragia, dificuldade respiratria e outros, porque podem ocorrer complicaes respiratrias e circulatrias; Controle dos sinais vitais;

Proporcionar conforto e segurana; Informar famlia sobre o estado do paciente;

Fazer anotao no pronturio; Os lquidos e alimentos por via oral que so reiniciados quando liberados.

ApendicitePlano de Cuidados de Enfermagem4. Alta Um dos cuidados da enfermagem orientar ao cliente e seus acompanhantes que ajudaro aps a alta, quando se encontrarem em ambiente domiciliar; Informar que poder retomar todas as atividades normais dentro de 2 a 4 semanas;

Devem ser dadas todas as instrues de rotina relativas vigilncia da ferida; Se estiver com sutura, manter seca e limpa;

Apendicite Orientaes em relao ao curativo; Retorno no servio de sade para acompanhamento ps cirrgico.

RefernciasBrunner e Suddarth, Tratado de enfermagem mdico-cirrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. DiagnsticosdeenfermagemdaNANDA:definieseclassificao20072008/ NorthAmericanNursingDiagnosisAssociation; traduoRegina MachadoGarcez.PortoAlegre: Artmed,2008.