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ACOI EXPERT NETWORK Quarterly review – Q1 2013

Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013

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Page 1: Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013

ACOI EXPERT NETWORK

Quarterly review – Q1 2013

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Boas vindasBoas vindas

Caro Parceiro,

Temos a satisfação de enviar-lhes nossa segunda edição doQuarterly Review. Além da abordagem dos principais indicadoreseconômicos nacionais e internacionais, incluímos um rico artigoque trata dos riscos e oportunidades do setor de infraestruturano Brasil escrito por um dos nossos especialistas da Acoi ExpertNetwork.

Esperamos que possam apreciar nosso material e contribuir para asua contínua melhora.

Atenciosamente,

Fernando Moura – Diretor de Negócios

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AgendaAgenda

Fusões e Aquisições - Brasil

Brasil: PIB, inflação, juros e expectativas

Crédito e Inadimplência

Mercados Internacionais

Internacional – Os “MIST´s”

Artigo: Risco e oportunidade na infraestrutura

brasileira

AEN na Mídia: Programa Conta Corrente -

Globonews

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Conjuntura EconômicaBrasil: PIB, inflação, juros e expectativasConjuntura EconômicaBrasil: PIB, inflação, juros e expectativas

Na nossa publicação anterior, no final do 3º. Tri de 2012, expusemos um cenário que não apresenta muitasmudanças para a atual conjuntura. Vínhamos de reduções nas projeções do crescimento do PIB, pressõesinflacionárias já preocupantes e uma taxa de juros (SELIC) chegando ao final do seu ciclo de quedas. Pois bem, o quepodemos citar como mudanças significativas? Na realidade, pouca coisa.

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro cresceu, em 2012, 0,9%. Com o desempenho negativo da indústria e agropecuária,por exemplo, pudemos contar apenas com o setor de serviços, que se expandiu 1,7%. Apesar do resultadoinsatisfatório, o Governo justificou que, ainda que marginalmente, o País foi prejudicado pela forte crise financeira epelo consequente quadro de retração de boa parte das maiores economias mundiais. Em contrapartida, nossoministro da fazenda, Guido Mantega, segue afirmando que seguimos em trajetória de crescimento e que esforçosfiscais não serão medidos para “garantir” um melhor desempenho da economia brasileira.

Já com pouco espaço para manobras na política monetária, o Banco Central conduziu a taxa SELIC à sua mínimahistórica, 7,25%a.a.. Tal nível é mantido desde a reunião de outubro de 2012, mas analistas já especulam que oGoverno terá que , pelo menos, cogitar uma subida do indicador. Pressões inflacionárias vindas de diversos setoresda economia, além do câmbio, já preocupam a cúpula econômica do País. O afastamento do IPCA do centro da metade inflação, mostra claramente que um ajuste, por mais que fora mínimo, deveria ocorrer no médio prazo.

Enfim, os números são bastante conflitivos quando se pensa em impulsionar o crescimento do País. Mais uma vez,nos deparamos com a questão que tira o sono de qualquer policy maker: como manter a inflação sob controle semprejudicar muito o crescimento econômico? Se o Bacen pretende seguir à linha o seu manual de sistema de metas deinflação, entraríamos no curto ou médio prazo num período de subida de juros, objetivando índices de preços maispróximos ao centro da meta. Porém, haveria vontade “política” para iniciar-se um ciclo altista de juros em um anopré-eleitoral? O Bacen tem a sua autonomia, desde que ela não entre em rota de colisão com os anseios vindos doPlanalto.

O Boletim Focus, do Banco Central, exemplifica muito bem o viés de estabilidade e/ou provável piora do cenáriopara 2013 e 2014. Ainda podemos observar que o mercado espera níveis elevados de preços, já projetando a altados juros básicos e projeções do PIB que fatalmente serão ajustadas durante o ano.

Quanto ao câmbio, não devemos ter muitas novidades com relação à atuação do BACEN para mantê-lo numpatamar de R$2,00. Este número é o ponto de equilíbrio das contas do Governo. O mesmo, através de intervençõesmassivas no mercado, busca uma proteção contra a inflação e um nível que favoreça as exportações brasileiras.

Fonte: IBGE – Fev/13

IPCA (Acumulado 12 meses)

Fonte: BACEN – Fev/13

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Teto da Meta

Centro da Meta

Boletim Focus

2013 2014

IPCA 5,70% 5,50%

IGP-M 5,18% 5%

Câmbio (R$/USD) 2,02 2,05

SELIC 7,25% 8,25%

PIB (% cresc.) 3,08% 3,65%

Expectativas de Mercado

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Conjuntura BrasileiraCrédito & InadimplênciaConjuntura BrasileiraCrédito & Inadimplência

Fonte: BCB – Fev/13

A preocupação com a inadimplência teve seu augeno ano passado. Após um considerável período deaumento (inadimplência do consumidor foi 15%maior em 2012), os indicadores tem apresentadouma tendência estável. Segundo o Serasa, aperspectiva de manutenção de um nível baixo dastaxas de juros, a tendência de aceleração docrescimento econômico interno, ainda que muitobranda, e a predominância de um cenário externomais positivo contribuirão para o estabelecimentode um quadro mais favorável para a queda dainadimplência das empresas e pessoas físicas em2013. Além dos fatores citados, há que se consideraros aumentos de salários, em sua maioria, superioresà inflação e a manutenção de taxas de desempregoem níveis de quase “pleno emprego” (abaixo dos6%).

Do lado das instituições financeiras, várias delas têmestruturado e incentivado renegociações de débitosem atraso. Tais campanhas promovem condiçõesmuito atrativas para que empresas e pessoas físicasquitem suas dívidas e voltem a ter acesso maisconsciente ao crédito. Bancos e agências de fomentotambém têm melhorado seus critérios paraconcessão de crédito.

As “agressivas” baixas nas taxas de juros promovidas,principalmente, pelas instituições financeiras públicas(BB e Caixa), vêm acompanhadas de condições maisseguras para a concessão de crédito, leia-se garantias.

Como destaques para 2013, as principais instituiçõesnacionais apontam, novamente, o crédito imobiliário.Esta modalidade subiu do 5º. para o 2º. lugar nascarteiras de concessão à pessoas físicas entre osanos de 2008 a 2012, atingindo a expressiva marcade R$270bi, algo próximo a 25% do total concedido.Na ponta descendente, temos as carteiras deveículos que caíram da 1ª. colocação no final de 2008para a 3ª. , com um volume R$202bi, 18,9% do total.

Inadimplência 15 a 90 dias por categoria - Pessoas Físicas

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CDC Fin. Imob. - PF Veículos - PF

Inadimplência CDC x Desemprego

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Tx. Desemprego Inadimplência CDC

Linear (Tx. Desemprego) Linear (Inadimplência CDC)

Nos gráficos acima, podemos observar a evoluçãoda inadimplência das pessoas físicas nas principaismodalidades de crédito e a sua tendência àestabilidade, conforme a taxa de desemprego seacomoda em níveis historicamente baixos. Apesarde estarem niveladas em patamares diferentes, as 3categorias apontam para uma melhora nos atrasosde contratos, tendendo a atingir suas médias dosúltimos anos.

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Conjuntura EconômicaMercados InternacionaisConjuntura EconômicaMercados Internacionais

Últ. Ano 12m

19.501 -1% 7%

SENSEX Mumbai

Fonte: Yahoo Finance – Fev13

Últ. Ano 12m

43.871 -1% 16%

IPC México

Últ. Ano 12m

14.128 5% 9%

Dow Jones NY

Últ. Ano 12m

6.346 5% 7%

FTSE 100 London

Últ. Ano 12m

7.692 -1% 12%

DAX Frankfurt

Últ. Ano 12m

2.273 0% -4%

SSE Shanghai

Últ. Ano 12m

11.395 7% 21%

Nikkei 225 Tokyo

Últ. Ano 12m

56.499 -10% -15%

Ibovespa

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Apesar da lentidão na recuperação econômica mundial, as operações de fusões e aquisições seguemocorrendo com grande frequência no Brasil. Segundo a PWC, no ano passado, mais de 700 negócios foramconcluídos e/ou pelo menos encaminhados para um fechamento.

De acordo com a Thomson Reuters, entre os meses de janeiro e setembro de 2012 as Companhiasanunciaram cerca de USD54bi em operações no País. O número é 10% menor do que o mesmo períodode 2011. Mesmo assim, o mercado acredita na plena recuperação deste tipo de operações.

Fato é que, temos observado uma quantidade de negócios fechados com interessantes ganhos financeirospara vendedores e de estratégia para compradores. Podemos citar o exemplo da operação envolvendo aamericana CVS Caremark que adquiriu cerca de 80% da rede de drogarias Onofre, numa operação quemovimentou R$670mi. Isto equivale a 26 vezes o EBITDA da Drogarias Onofre do ano passado. Segundo oValor Econômico, há dois anos atrás, no início do processo de consolidação do setor, o múltiplo pagonestas operações giravam em torno de 13 a 15 vezes o EBITDA. Uma diferença significativa.

O exemplo da aquisição da Onofre, reflete a análise de custo de oportunidade que o investidor estrangeirofaz com relação aos níveis de preços que chegou-se no Brasil: É um mercado que pode ser consideradocaro, mas que ainda permanece atraente.

O Goldman Sachs reafirma as boas perspectivas para a recuperação das transações de M&A. O bancodivulgou que os fundos de private equity tem, aproximadamente, USD6,3bi para aplicar em empresasbrasileiras. Dentre os diversos setores em potencial da economia brasileira, destacam-se o varejo,infraestrutura e bens de consumo.

Comprada Comprador Valor

R$ 410mi

R$ 670mi

R$ 688mi

Fonte: http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br

Conjuntura EconômicaFusões e Aquisições no BrasilConjuntura EconômicaFusões e Aquisições no Brasil

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Conjuntura EconômicaFusões e Aquisições no BrasilConjuntura EconômicaFusões e Aquisições no Brasil

Fonte: ANIBIMA

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Conjuntura EconômicaFusões e Aquisições no BrasilConjuntura EconômicaFusões e Aquisições no Brasil

Fonte: ANIBIMA

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Conjuntura EconômicaInternacional – Os “MIST´s”Conjuntura EconômicaInternacional – Os “MIST´s”

O conceito de “MIST” é composto pelas iniciaisdos futuros novos grandes mercadosemergentes (México, Indonésia, Coréia do Sul –South Korea e Turquia). O termo surgiu daestratégia de investimentos do criador de outraexpressão, esta sim amplamente reconhecida,“BRICS” – que inclui Brasil, Rússia, Índia, China eÁfrica do Sul – South Africa – o presidente doconselho Goldman Sachs Asset Management, JimO’Neill.A estratégia de buscar alternativas de mercadosé, em parte, consequência do enfraquecimentodo grupo de emergentes mais famoso, os BRICS.Com resultados, análises e perspectivassignificativamente menos atraentes, os BRICSperderam parte da sua atratividade e ummontante considerável do fluxo de capitaisexternos que eram destinados à eles. Comoprincipais fatores, podemos citar os baixíssimosnúmeros que vem apresentando o PIB brasileiroe as tendências de arrefecimento da economiachinesa.Nos quadros que mostramos a seguir,apontamos, de forma bem sintética, osindicadores gerais para a comparação entre osgrupos e quais são os pontos fortes e/ouestratégicos dos MINT´s (slide seguinte). Aanálise destes países em conjunto érelativamente nova, tendo suas primeiraspublicações em 2011. Em contrapartida, oscomponentes do novato grupo têmdemonstrado números e fatos contundentes,como crescimento do PIB acima da médiamundial, avanços políticos e dinamismoeconômico.Vale a pena acompanhar esta batalha quepoderá se configurar entre os campeões deaudiência “BRICS” contra os novatos do“MINT´s”!

Indicador BRICS MIST

PIB (USD bi) 13,7 3,9

Cresc. PIB 6,0% 4,6%

PIB per capita (USD mil) 10,1 16,5

Taxa de pobreza 19% 15,90%

Desemprego 7% 6,40%

Inflação 6,9% 5,3%

Dívida Pública s/ PIB 39,6% 34,4%

Faixa etária média (anos) 34,4 30

Aumento populacional 0,6% 0,9%

Fonte: http://www.razon.com.mx

X

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Conjuntura EconômicaInternacional – Os “MIST´s”Conjuntura EconômicaInternacional – Os “MIST´s”

México Indonésia Coréia do Sul Turquia

Geografia Proximidade dos EUA Localiza-se entre o sudeste asiático e

Austrália

Proximidade da China Entreposto comercial entre ocidente e

oriente

Política Baixa intervenção na economia Avanços democráticos e estabilidades

política

Abertura aos investimentos estrangeiros

Benefícios da recuperação americana Enorme mercado consumidor em

desenvolvimento

Alta qualidade profissional, riqueza, bom

nível de consumo

Bancos privados sólidos, dívida pública

em níveis confortáveis

Encarecimento do custo CHINA (maior

exportadora aos EUA)

Atração de empresas (baixos custos) Setores: educação, serviços financeiros,

seguros, bens de consumo

Taxa de Juros

(a.a.)4,00% 5,75% 2,75% 5,50%

PIB 2012

(Expectativa)2,00% 6,23% 2,00% 3,00%

Key Points

Economia

Fonte: Revista Veja – Ago12International Monetary Fund

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ArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileiraArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileira

O Relatório Global de Competitividade 2012-2013do Fórum Econômico Mundial mostrou a percepçãosobre a qualidade da infraestrutura brasileira em107º lugar no mundo, entre 144 nações. Norelatório anterior, 2011-2012, o país ocupava o 104ºlugar. Basicamente, a percepção sobre a qualidade danossa infraestrutura piorou em quase todos ossegmentos em relação ao ano anterior. Somentedois itens melhoraram: a oferta de assentos notransporte aéreo e o acesso às telecomunicações,notadamente no segmento de telefonia celular.

O quadro abaixo, que resume os indicadores, destoacompletamente da percepção internacional sobre ofuturo do país: é possível, para um país, pensar emter um futuro brilhante com uma percepção globaltão ruim sobre a qualidade da sua infraestrutura?

Global Competitiveness Report 2012-2013,World Economic Forum, 144 países:

BRA

Qualidade da infraestrutura geral 107º

Qualidade das rodovias 123º

Qualidade da infraestrutura

ferroviária

100º

Qualidade da infraestrutura

portuária

135º

Qualidade da infraestrutura aérea 134º

Assentos disponíveis na aviação

kms/semana,milhões

Qualidade da oferta de

eletricidade

68º

Linhas telefônicas fixas/100

habitantes

55º

Assinantes de telefonia móvel/100

habitantes

41º

A situação da infraestrutura é um elemento críticoda competitividade do país. Por exemplo, devido àprecariedade na área de transportes, os custos delogística chegam a níveis médios bastante elevadosem comparação aos demais países. Segundo umaestimativa de Jose Luis Guasch e Joseph Kogan, ocusto de logística médio como percentual do valordos produtos no Brasil é de 26%, contra uma médiade 9% nos países da Organização para aCooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE), ou 18% no Chile.

Assim, a produção de qualquer item no territóriobrasileiro é fortemente penalizada frente aos seusconcorrentes, devido ao custo da logística, nãobastasse o elevado peso da tributação que grava osprodutos brasileiros relativamente à média dosdemais países. As deficiências nos demais setores deinfraestrutura trazem implicações dramáticas para odesenvolvimento econômico, incluindo a redução dapobreza, a sustentabilidade ambiental e a promoçãode um salto de produtividade na economia.

Avanços e desafios

Apesar da situação crítica de sua infraestrutura, oBrasil tem boas notícias para comemorar. Nadécada de 90, o país iniciou transformaçõesmacroeconômicas e institucionais que abriram umcaminho para um salto na sua infraestrutura, aindanos anos 2000.

Page 13: Acoi Expert Network Quarterly Q1 2013

ArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileiraArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileira

Os principais elementos dessas transformaçõesforam:

• a introdução de marcos regulatórios para todosos setores de infraestrutura, com criação deentidades reguladoras e de vários mecanismos depromoção de concorrência;

• a introdução de um aparato legal e institucionalpara a participação privada nos serviços deinfraestrutura, com a Lei das Concessões de1995 e a Lei das PPP de 2004, e que vemamadurecendo, com um número crescente deprojetos de boa qualidade entre os entessubnacionais;

• o ambiente fiscal contribuiu significativamente,com reformas que, desde os anos 90,melhoraram sensivelmente a perspectiva desolvência de todos os entes da federação sendoque, nos últimos anos, o maior crescimentorelativo da economia brasileira e, portanto, daarrecadação, criou um espaço para que os entesaumentassem os investimentos em infraestruturasem comprometer um crescimento ainda maiordo custeio;

• o custo de capital declinante, refletindo o menorrisco, que se deve tanto aos marcos regulatóriose contratos mais estáveis quanto à transiçãopolítica de 2002/2003, que reduziusignificativamente o risco de expropriações e demudanças bruscas na política econômica.

Com estas transformações, o Brasil está prontopara um salto em infraestrutura, e desta vez seráinevitável contar com forte participação do setorprivado, local e internacional. A legislação que rege aparticipação privada no país já está bem preparadapara dar suporte aos novos modelos necessários.Os marcos regulatórios, ainda que longe deperfeitos, já atribuem papel relevante à competiçãoe à entrada de novos players em diversossegmentos, favorecendo o investimento com riscorelativamente mais baixo.

O Estado brasileiro esgotou sua capacidade deinvestimentos e, mesmo o Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC), do governo federal, nãotrouxe grandes melhorias, apenas aproveitando, comum selo, o melhor ambiente criado no país etambém se beneficiando da folga fiscal do períodode crescimento mais elevado. Em alguns casos, oPAC chegou a deslocar investimentos privados,atrasando-os e reduzindo sua eficiência. Mesmoassim, vários níveis de governo vêm melhorando suatecnologia institucional na área de infraestrutura,criando projetos interessantes, principalmenteatravés de concessões e parcerias.

Dores do crescimento?

Tornou-se comum, no Brasil, apontar o fortecrescimento da demanda como o responsáveldireto pela severa deterioração da qualidade nosistema aeroportuário, uma evolução que, apesar deevidente aos usuários frequentes do sistema, étambém detectada pelos relatórios internacionaisde competitividade.

Entretanto, a experiência mundial desmente essaassociação entre crescimento e piora da qualidade,de forma veemente. Há um bom número de países,grandes e pequenos, que experimentaram explosãode crescimento da sua demanda aérea nos últimosanos e, ao mesmo tempo, conseguiram entregarmais qualidade.

O próprio crescimento relativo do transporteaéreo brasileiro não está entre os maisespetaculares do mundo, tomando-se um horizonterazoável.

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ArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileiraArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileira

Trata-se de um crescimento significativo. Nocomeço dos anos 2000, o número de passageirostransportados no Brasil era semelhante, em ordemde grandeza, ao de países como a Itália, Austrália eCoréia. No fim da mesma década, játransportávamos pelo menos o dobro do quequalquer um desses países, com um crescimento de125% no período.

Entretanto, há um bom conjunto de países quemostraram taxas de crescimento ainda maisimpressionantes. Por exemplo, entre 2001 e 2010,segundo dados do IMD, Índia e Chinaexperimentaram crescimento de mais de 270% nonúmero de passageiros. O Peru experimentoucrescimento de 172% e a Turquia, de 352%, nomesmo período.

Um indicador da relação entre melhora/piora daqualidade e o crescimento dos serviços pode serobtido no ranking de competitividade do WorldCompetitiveness Yearbook do Institute forManagement Development.

A análise desmente o mito de que não é possívelexpandir mantendo a qualidade. Tome-se o diagramade dispersão a seguir, elaborado com dados do Odiâmetro das esferas representa a população dopaís.

No eixo horizontal, tem-se o crescimento domercado de transporte aéreo, os mesmos dadoscomentados alguns parágrafos acima. Quanto mais àdireita, maior o crescimento no período entre 2001e 2010. É fácil ver que há muitos países mais àdireita que o Brasil, portanto que tiveram maiorcrescimento. Depreende-se que o transporte aéreobrasileiro não é uma estrela do crescimentomundial.

No eixo vertical, os dados do IMD medem amelhoria da percepção de qualidade sobre otransporte aéreo de cada país, avaliada entre osexecutivos. Quanto mais para cima, maior a variaçãode qualidade, entre os anos de 2002 e 2010.

O resultado é surpreendente: o Brasil foi o país queteve a maior piora na qualidade percebida de seutransporte aéreo no período. A nossa nota, em2010, era de apenas 3,7 enquanto em 2002obtivemos nota 7! No mesmo período, o Méxicocaiu de 6,2 para 5,8. A China subiu de 5,5 para 7. Ouseja, a China conquistou, há poucos anos, a nota queo Brasil tirou em 2002, mas quando a China atingiueste patamar.

Países próximos à avaliação brasileira incluem aVenezuela, com nota 2,7 e a Argentina que obteve4,3. Até a Grécia melhorou em meio à severa criseque vem experimentando, de 6,1 para 7,4. Paísesdesenvolvidos, também em crise, melhoraram suanota no período: EUA de 8 para 8,3; Alemanha de8,7 para 9.

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ArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileiraArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileira

Riscos e oportunidades

Os ativos de infraestrutura são geralmenteconsiderados como ativos defensivos, tipicamentepor apresentarem correlação relativamente baixaem relação à economia. Entretanto, esta baixacorrelação com a economia não significa quetenham baixo risco, sendo que em vários casosocorre justamente o contrário. Embora se possadizer que a fonte dos riscos do setor deinfraestrutura não é o movimento típico deflutuação da economia, há outros importantesriscos que devem ser levados em consideração.

O elevado custo fixo envolvido nas operações deinfraestrutura, derivado de grandes investimentoscaracterizados por significativas economias deescala, está associado a alta alavancagem operacionaldas empresas de infraestrutura.

Note-se que nem tudo que faz parte da cadeia deprodução da infraestrutura é, rigorosamente,infraestrutura. Há vários serviços que nãocompartilham das características típicas de altocusto fixo, especificidade de ativos e altaalavancagem operacional. Um exemplo é osegmento de comercialização de energia elétrica,que faz parte da cadeia mas não tem ascaracterísticas de monopólio natural dos segmentosde transmissão e distribuição.

Até mesmo a geração elétrica opera comcaracterísticas bem diferentes dos segmentosintensivos em fio. Assim, a abordagem regulatóriadifere sensivelmente entre os segmentos. Nas áreasmais competitivas da energia elétrica asoportunidades abundam, inclusive em nichos. Omesmo vale em telecomunicações: apesar daelevada concentração típica nos principaismercados, há um grande número de empresasatuando em nichos lucrativos e ainda promissores.

Nos segmentos com alto custo fixo, a recuperaçãodos investimentos, tipicamente realizada a longoprazo com paybacks longos, depende de estabilidadepolítica e regulatória. Em termos políticos, foijustamente a transição de 2002/03 e a subsequentemanutenção das políticas econômicas ortodoxasque correspondeu a uma redução apreciável norisco dos investimentos em infraestrutura. Contudo,apesar do melhor ambiente político propiciado poresta transição, o grau de manipulação discricionáriade marcos regulatórios e de intervençãogovernamental na ordem econômica com objetivosmais ligados ao ciclo eleitoral são elementos queadicionam preocupação e já afetam os preços nomercado de capitais. O anúncio de grandes pacotessem a devida preocupação regulatória econcorrencial ilustra bem essa tendência.

Oportunidades setoriais

Há diferentes oportunidades nos diversos setoresda infraestrutura. A cadeia da energia, tantopetróleo e gás quanto a energia elétrica, oferecemnegócios de grande volume, assim como nichos emexpansão. Neste momento, os segmentos detransportes estão em destaque, com os programasfederais de participação privada, ainda que osanúncios recentes padeçam de problemas dedesenho que podem sacrificar resultados,considerando o esforço político que o governoparece estar decidido a fazer para recuperar partedo tempo perdido.

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ArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileiraArtigoRisco e oportunidade na infraestrutura brasileira

O saneamento básico tende a oferecer maispossibilidades, com investimentos elevados. Astelecomunicações, um grande gargalo dodesenvolvimento brasileiro, sofrem com a baixapromoção da competição, mas ainda assim tendem amanter um ritmo de crescimento forte, com novosnichos de mercado em expansão. De fato, este foi oúnico segmento que mostrou melhora no últimorelatório de competitividade do World EconomicForum, ainda que seja uma melhoria maiscircunscrita à área móvel, e mais quantitativa quequalitativa.

Neste novo ambiente, há significativasoportunidades para investimentos diretos e paraalocação de carteiras nos setores de infraestruturano Brasil. Esta classe de ativos oferece, nestemomento, um retorno razoável frente a um riscorelativamente baixo, mesmo considerando apreocupação recente com o aumento das práticasde intervenção e de seleção discricionária. Em ummundo de baixos retornos, os ativos brasileirosnesta área são, no mínimo, uma alternativa a serconsiderada.

É claro que o desenvolvimento e a adequadaregulação dos segmentos puros de infraestrutura éque propiciam o maior desenvolvimento dos nichos.Há, entretanto, oportunidades que nascemjustamente do contrário: as ineficiências presentesem vários segmentos da infraestrutura brasileira, eas deficiências regulatórias fazem surgir negóciosque se aproveitam dos problemas. Embora tenhamhorizonte limitado, estas oportunidades acabamviabilizando a entrada de novas empresas,possibilitando que estas percorram a curva deaprendizado íngreme que caracteriza a atuação nosnegócios altamente especializados da infraestrutura.

Apesar do aumento das intervenções discricionáriase das incríveis aberrações ainda existentes ou queainda surgem, os avanços das últimas décadascriaram espaço para o aparecimento de projetos deboa qualidade, com relação risco-retorno altamenteatrativas. Em suma, a classe de ativos deinfraestrutura, no Brasil, merece ser avaliada comatenção por quem busca boas oportunidades deinvestimento, assim como pelos investidoresinteressados em participar diretamente docrescimento do país.

• Este artigo foi gentilmente cedido por um especialistada nossa base de profissionais

Frederico Turolla p/ Quaterly AEN

Doutor em Economia de Empresas (FGV-SP); Mestre em Economia de Empresas(FGV-SP) com intercâmbio em EconomiaInternacional e Finanças na Universidadede Brandeis (Estados Unidos); Economista(UFJF). Professor do Programa deMestrado em Gestão Internacional daESPM, professor de MBA da FGV-SP. Foieconomista do Banco WestLB. Sócio daPezco Microanalysis (Empresa Brasileirade Consultoria Econômica), onde temparticipado de projetos em diversossetores regulados. É um especialista daAcoi Expert Network desde junho de2012.

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AEN na MídiaGlobonews: Programa Conta Corrente 17/09/12AEN na MídiaGlobonews: Programa Conta Corrente 17/09/12

Participamos do programa Conta Corrente do canal por assinatura Globonews, Nele, osócio-fundador da Acoi Expert Network, destacou pontos de extrema importância para agestão de novos negócios, dicas e oportunidades para empreendedores e gestores destartups.

Segue o link da nossa participação:

http://g1.globo.com/globo-news/conta-corrente/videos/t/todos-os-videos/v/brasil-e-o-terceiro-pais-com-mais-empreendedores-no-mundo/2143402/

Esperamos que apreciem nossa apresentação.

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www.acoiexpert.com.br / [email protected]

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www.acoiexpert.com.br / [email protected]

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Entre em contato com a ACOI Expert Network

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