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O Bolem Africa RiskView é uma publicação mensal da Capacidade Africana de Risco (ARC). A ARC é uma Agência Especializada da União Africana, concebida para melhorar a capacidade dos Estados-membros da UA de gerir o risco de calamidades naturais, adaptação às alterações climácas e protecção das populações em insegurança alimentar. A ARC depende do Africa RiskView, uma ferramenta de modelagem de seca que uliza informações de precipitação por satélite para fazer esmavas dos custos de resposta a uma seca. Estes custos de resposta modelados são a base subjacente das apólices de seguro emidas pela Companhia de Seguro ARC, Limitada, a filial financeira da Agência ARC, que parla o risco em todo o connente. Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org Africa RiskView BOLETIM MENSAL | FEVEREIRO 2016 Precipitação Durante o mês de Janeiro de 2016, foram recebidas precipitações principalmente nas partes do sul do continente e, particularmente, no sudeste de África, com o fim da estação chuvosa na África Oriental. Foram igualmente recebidas precipitações em partes da África Central, que beneficia de chuvas durante todo o ano. Em comparação com a média de longo prazo (2001-2015), o sudoeste do Quénia, sul da República Democrática do Congo (RDC), Tanzânia, norte do Malawi, norte de Moçambique, norte do Madagascar e maior parte da África do Sul registaram precipitações acima da média. Algumas dessas regiões registaram mais de 200% da precipitação média durante o mês. Enquanto isso, o sul de Angola, noroeste da Namíbia, leste do Botswana, Zimbabwe, sul do Malawi, sul de Moçambique e sul de Madagáscar, registaram precipitações abaixo do normal, em Janeiro de 2016 (menos de 75% da média de longo prazo). Prevaleceram igualmente condições de seca em partes da África Central, incluindo o norte da RDC, a República do Congo e o Gabão. Na África Austral, os padrões de precipitação observados em Janeiro de 2016 não compensaram o mau início da estação chuvosa, entre Outubro e Dezembro de 2015. As áreas mais afectadas incluem o sul e centro da Zâmbia, sul do Malawi, Zimbabwe, centro e sul de Moçambique, leste do Botswana, oeste da África do Sul e Lesoto, que receberam entre 30 e 70% da precipitação normal, entre Outubro de 2015 e Janeiro de 2016. As áreas mais afectadas são nas partes sudeste da região. A maioria das áreas estão actualmente em fases cruciais da campanha agrícola. Isto significa que fracas chuvas contínuas teriam um sério impacto na produção agrícola na região. Seca Malawi: A campanha agrícola no Malawi vai de Novembro até o final de Maio. O país experimentou um mau início de campanha agrícola de 2015/16, com chuvas irregulares e abaixo da média em Novembro e Dezembro de 2015 (com excepção do período entre 11 e 20 de Dezembro). Em Janeiro de 2016, precipitações abaixo da média persistiram em partes do sul do país, enquanto o norte Precipitação: No Quénia, a estação chuvosa de curta duração de 2015/16 acima média, chegou ao fim durante o mês em análise. A fraca estação chuvosa de 2015/16 na África Austral connuou com precipitações abaixo da média na maior parte do Malawi. Seca: Devido ao mau início da estação chuvosa de 2015/16 na África Austral, as actuais projecções do WRSI de fim-de-temporada estão abaixo da média no centro de Malawi. No Quénia, a estação chuvosa de curta duração de 2015/16 terminou com um WRSI de pastagem acima da média na maioria das áreas, mas com condições de seca localizadas no oeste e centro do país. Populações Afectadas: No Quénia, o Africa RiskView esma que cerca de 230.000 pessoas estão afectadas por condições de seca localizadas após o final da estação chuvosa de curta duração de 2015/16. Esta situação permanece muito abaixo da média de longo prazo e confirma o bom desempenho da temporada. Grupo de Risco da ARC: Actualmente, 7 países estão a parcipar no Grupo de Risco da ARC de 2015/16 (Gâmbia, Quénia, Malawi, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal). Nenhum pagamento foi accionado no Quénia no final da estação chuvosa de curta duração de 2015/16, dado o bom desempenho da temporada. Destaques:

Africa RiskView - African Risk Capacity · Botswana, Zimbabwe, sul do Malawi, sul de Moçambique e sul de Madagáscar, registaram precipitações abaixo do normal, em Janeiro de 2016

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O Boletim Africa RiskView é uma publicação mensal da Capacidade Africana de Risco (ARC). A ARC é uma Agência Especializada da União Africana, concebida para melhorar a capacidade dos Estados-membros da UA de gerir o risco de calamidades naturais, adaptação às alterações climáticas e protecção das populações em insegurança alimentar. A ARC depende do Africa RiskView, uma ferramenta de modelagem de seca que utiliza informações de precipitação por satélite para fazer estimativas dos custos de resposta a uma seca. Estes custos de resposta modelados são a base subjacente das apólices de seguro emitidas pela Companhia de Seguro ARC, Limitada, a filial financeira da Agência ARC, que partila o risco em todo o continente.

Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org

Africa RiskView BOLETIM MENSAL | FEVEREIRO 2016

Precipitação

Durante o mês de Janeiro de 2016, foram recebidas precipitações

principalmente nas partes do sul do continente e,

particularmente, no sudeste de África, com o fim da estação

chuvosa na África Oriental. Foram igualmente recebidas

precipitações em partes da África Central, que beneficia de chuvas

durante todo o ano. Em comparação com a média de longo prazo

(2001-2015), o sudoeste do Quénia, sul da República Democrática

do Congo (RDC), Tanzânia, norte do Malawi, norte de

Moçambique, norte do Madagascar e maior parte da África do Sul

registaram precipitações acima da média. Algumas dessas regiões

registaram mais de 200% da precipitação média durante o mês.

Enquanto isso, o sul de Angola, noroeste da Namíbia, leste do

Botswana, Zimbabwe, sul do Malawi, sul de Moçambique e sul de

Madagáscar, registaram precipitações abaixo do normal, em

Janeiro de 2016 (menos de 75% da média de longo prazo).

Prevaleceram igualmente condições de seca em partes da África

Central, incluindo o norte da RDC, a República do Congo e o

Gabão.

Na África Austral, os padrões de precipitação observados em

Janeiro de 2016 não compensaram o mau início da estação

chuvosa, entre Outubro e Dezembro de 2015. As áreas mais

afectadas incluem o sul e centro da Zâmbia, sul do Malawi,

Zimbabwe, centro e sul de Moçambique, leste do Botswana, oeste

da África do Sul e Lesoto, que receberam entre 30 e 70% da

precipitação normal, entre Outubro de 2015 e Janeiro de 2016. As

áreas mais afectadas são nas partes sudeste da região. A maioria

das áreas estão actualmente em fases cruciais da campanha

agrícola. Isto significa que fracas chuvas contínuas teriam um sério

impacto na produção agrícola na região.

Seca

Malawi: A campanha agrícola no Malawi vai de Novembro até o

final de Maio. O país experimentou um mau início de campanha

agrícola de 2015/16, com chuvas irregulares e abaixo da média em

Novembro e Dezembro de 2015 (com excepção do período entre

11 e 20 de Dezembro). Em Janeiro de 2016, precipitações abaixo

da média persistiram em partes do sul do país, enquanto o norte

Precipitação:

No Quénia, a estação chuvosa de curta duração de 2015/16 acima média, chegou ao fim durante o mês em análise.

A fraca estação chuvosa de 2015/16 na África Austral continuou com precipitações abaixo da média na maior parte do Malawi.

Seca:

Devido ao mau início da estação chuvosa de 2015/16 na África Austral, as actuais projecções do WRSI de fim-de-temporada estão abaixo da média no centro de Malawi.

No Quénia, a estação chuvosa de curta duração de 2015/16 terminou com um WRSI de pastagem acima da média na maioria das áreas, mas com condições de seca localizadas no oeste e centro do país.

Populações Afectadas:

No Quénia, o Africa RiskView estima que cerca de 230.000 pessoas estão afectadas por condições de seca localizadas após o final da estação chuvosa de curta duração de 2015/16. Esta situação permanece muito abaixo da média de longo prazo e confirma o bom desempenho da temporada.

Grupo de Risco da ARC:

Actualmente, 7 países estão a participar no Grupo de Risco da ARC de 2015/16 (Gâmbia, Quénia, Malawi, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal).

Nenhum pagamento foi accionado no Quénia no final da estação chuvosa de curta duração de 2015/16, dado o bom desempenho da temporada.

Destaques:

Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org For more information visit our website: www.africanriskcapacity.org

do Malawi registou precipitações acima do normal. Esse período

coincide com o período de sementeira, que se estende de

Novembro até o final de Dezembro nas partes do sul do país, e até

meados de Janeiro no norte. Com base na actual projecção do

WRSI de fim-de-temporada, o Africa RiskView estima que as

melhores condições de sementeira foram atingidas um pouco

mais tarde do que o normal no centro e partes do sul do Malawi,

enquanto nas partes do norte do país a sementeira começou

normalmente. Actualmente, o WRSI projectado no final-de-

temporada está abaixo da média no centro e acima da média no

sul do país. No entanto, essas projecções utilizam precipitações

normais (com base na média de 2001-2015) para o fim-de-

temporada. As quantidades reais de precipitação provavelmente

diferem dessa média de longo prazo. Projecções mais precisas

serão possíveis com a progressao da estação.

Quénia: A estação chuvosa de curta duração de 2015/16 no

Quénia terminou em Janeiro de 2016. O país personalizou o Africa

RiskView para modelar a progressão das duas temporadas

pastorais nas suas terras áridas e semi-áridas (ASAL). Conforme

discutido na secção anterior do presente boletim, a estação

chuvosa de curta duração de 2015/16 no Quénia e na África

Oriental teve um bom desempenho, com precipitações acima do

normal na maioria das áreas. Como resultado, o WRSI de

pastagem está acima da média de longo prazo (2002-2015) na

maior parte do Quénia. Durante o processo de personalização do

Africa RiskView, o país decidiu utilizar a mediana dos cinco anos

anteriores como uma referência contra a qual o desempenho da

temporada deve ser avaliada. Com base nessa análise, verifica-se

que na maioria das áreas o WRSI de pastagem está acima do

normal no final da estação chuvosa de curta duração de 2015/16,

com excepção de partes no centro e ocidente do Quénia

(Samburu Oeste, Tiaty, Laikipia Oeste, Baringo Sul, Kacheliba,

Kapenguria e Pokot Sul). Uma análise mais detalhada do

desempenho da temporada será prestada no Relatório do Africa

RiskView de Fim-de-Temporada sobre o Quénia.

Populações Afectadas

Malawi: Como a temporada no Malawi está apenas a meio, é

muito cedo fazer projecções precisas sobre o potencial impacto da

seca sobre as populações vulneráveis em 2015/16. Dado o mau

início da temporada a situação no país será acompanhada de

perto nos próximos meses. Os resultados finais serão ditados

pelas precipitações recebidas ao longo dos próximos meses.

Quénia: Dado o bom desempenho da estação chuvosa de curta

duração de 2015/16 no Quênia, o Africa RiskView estima que

apenas cerca de 230.000 pessoas estão directamente afectadas

pelas condições de seca no final da temporada nas terras áridas e

semi-áridas do país. As áreas mais afectadas incluem Turkana Sul

e Leste, e Laikipia Oeste e Norte, que juntos representam mais de

metade do número total de pessoas afectadas. Condições de seca

localizadas nessas áreas pode exigir algum tipo de intervenção. No

entanto, em comparação com os anos anteriores, o número total

de pessoas afectadas está abaixo da média histórica de cerca de 1

milhão de pessoas. A boa estação chuvosa de curta duração de

2015/16 vem igualmente depois de uma estação chuvosa de longa

duração de 2015 melhor do que o normal, proporcionando algum

alívio para as comunidades afectadas por várias estações abaixo

da média consecutivas entre 2013 e 2014.

Africa RiskView BOLETIM MENSAL | FEVEREIRO 2016

Precipitação em comparação a média de 2001-14 em mm na África Oriental,

Janeiro 2016 (RFE2)

Precipitação em comparação a média de 2001-14 em mm na África Austral, Janeiro

2016 (RFE2)

Precipitação em comparação a média de 2001-14 em mm na África Austral, Outubro 2015-Janeiro 2016 (RFE2)

Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org

Informação Actualizada sobre o Grupo de Risco

da ARC

Actualmente, sete países formam o Grupo de Risco da ARC em

2015/16. Esses incluem três novos países que aderiram em 2015

(Gâmbia, Malawi e Mali), além dos quatro membro do primeiro

Grupo de Risco da ARC (Quénia, Mauritânia, Níger e Senegal).

No Grupo de Risco da ARC em curso, nenhum pagamento da

Companhia de Seguro ARC, Limitada, foi ainda accionado, dado o

bom desempenho global da campanha agrícola de 2015 na África

Ocidental e a boa estação chuvosa de curta duração de 2015/16

no Quénia, que de igual modo não accionou um pagamento. Para

a campanha agrícola no Malawi, actualmente é demasiado cedo

para dizer se um pagamento será accionado.

Além dos países que já participam no Grupo de Risco da ARC, o

Secretariado da ARC está a trabalhar com outros países expostos à

eventos de seca, tendo em vista a sua potencial participação no

Grupo de Risco da ARC em 2016/17. A participação de novos

países geralmente se segue a um processo de engajamento de 9 a

12 meses, que envolve a personalização do Africa RiskView por

peritos técnicos no país, com o apoio do Secretariado da ARC, a

definição de Planos de Operações que descrevem a assistência a

ser prestada às populações vulneráveis em caso de um

pagamento da Companhia de Seguro da ARC, Limitada, bem como

a criação de estruturas e processos que permitam a rápida

disponibilização dos pagamentos e a activação dos Planos de

Operações pré-definidos.

WRSI de pastagem do fim-de-temporada em comparação com a média de 2001-14,

no Quénia (Estação Chuvosa de Curta Duração de 2015/16)

Projecção do WRSI da cultura de Fim-de-Temporada em comparação com a média

de 2001-14, no Malawi (Campanha Agrícola de 2015/16)

Estimativa da População Afectada no Quénia (Estação Chuvosa de Curta

Duração), 2001-15

Africa RiskView BOLETIM MENSAL | FEVEREIRO 2016

Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org

A Capacidade Africana de Risco (ARC) é uma

agência especializada da União Africana

concebida para melhorar a capacidade dos

Estados-membros da UA de gestão do risco

de calamidades naturais, adaptação às

alterações climáticas e protecção das

populações em insegurança alimentar.

O software Africa RiskView é o mecanismo

técnico da ARC. Utiliza informações de

precipitações por satélite para fazer

estimativas do custo da resposta a uma

seca, que acciona um pagamento de seguro

correspondente.

A Companhia de Seguros ARC, Limitada, é a

filial comercial da Agência ARC, que agrupa

o risco em todo o continente.

Sobre a ARC:

Advertência: Os dados e as informações contidas no presente Boletim foram elaborados para fins de, e utilizando a metodologia do, Africa R iskView e do Grupo Capacidade Africana de Risco. Os dados do presente Boletim são fornecidos ao público apenas para fins informativos, e nem a Agência ARC, suas filiais ou qualquer um dos seus respectivos Funcionários, Colaboradores, Administradores e Agentes fazem qualquer representação ou garantia a respeito da conveniência dos dados e informações para qualquer finalidade específica. Em nenhuma circunstância a Agência ARC, suas filiais ou qualquer um dos seus respectivos Funcionários, Colaboradores, Administradores e Agentes será responsabilizado com relação a qualquer matéria aqui apresentada. Os pagamentos com base nas apólices de seguro emitidas pela Companhia de Seguro ARC, Limitada, são calculados utilizando uma versão independente do Africa RiskView, cujos resultados podem diferir daqueles aqui apresentados.

Nota sobre a metodologia do Africa RiskView:

Precipitação: O Africa RiskView

utiliza vários conjuntos de

dados de precipitação por

satélite para fazer o

acompanhamento da

progressão das estações

chuvosas em África. Os países

que pretendam participar no

grupo de risco da ARC, devem

personalizar a componente de

precipitação, seleccionando o

conjunto de dados que melhor

corresponde à precipitação real

registada no terreno.

Seca: O Africa RiskView utiliza o

Índice de Satisfação da

Necessidade de Água (WRSI)

como um indicador para a seca.

O WRSI é um índice

desenvolvido pela FAO, que,

com base em estimativas de

precipitação por satélite,

calcula se uma determinada

cultura recebe a quantidade de

água de que necessita nos

diferentes estágios do seu

desenvolvimento. Para

maximizar a precisão do Africa

RiskView, os países que

pretendam tomar um seguro,

personalizam os parâmetros do

software de modo a reflectir as

realidades no terreno.

Populações afectadas: Com

base nos cálculos do WRSI, o

Africa RiskView estima o

número de pessoas

potencialmente afectadas pela

seca para cada país participante

no grupo de seguro. Como

parte do processo de

personalização do país, são

desenvolvidos perfis de

vulnerabilidade a nível

subnacional para cada país, que

definem o potencial impacto de

uma seca sobre a população

que vive numa área específica.

Custos de resposta: Na quarta

e última etapa, o Africa

RiskView converte o número de

pessoas afectadas em custos de

resposta. Para os países que

participam no grupo de seguro,

esses custos de resposta

nacionais são a base subjacente

das apólices de seguro. Os

pagamentos serão accionados

da Companhia de Seguros ARC,

Limitada, para os países onde a

estimativa do custo de resposta

no final da temporada exceda o

limite predefinido especificado

nos contratos de seguro.

Africa RiskView BOLETIM MENSAL | FEVEREIRO 2016