Agostinho Vida Feliz

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  • 7/30/2019 Agostinho Vida Feliz

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    Santo Agostinho e a Vida Feliz

    Aurelius Augustinusou

    Agostinho de Hipona

    (13/11/354 28/8/430)

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    Tmulo de Santo

    Agostinho em

    Pavia

    (Lombardia,Itlia)

    Baslica San

    Pietro in Cield'Oro (Sculo XII)

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    Santo Agostinho (354-430) considerado um dosprimeiros Padres da Igreja, os chamados SantosPadres que, segundo a tradio, proporcionaram a

    interpretao correta da Sagrada Escritura,registraram a Sagrada Tradio e distinguiram asautnticas doutrinas das heresias.

    Santo Agostinho foi bispo, escritor, telogo, filsofo eum dos primeiros Doutores da Igreja Catlica. Operodo em que viveu e escreveu denomina-sepatrstica.

    Santo Agostinho venerado nas Igrejas: CatlicaApostlica Romana, Ortodoxa, Anglicana, Luterana ePresbiteriana.

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    As quatro grandes figuras que estruturam a igrejalatina:

    So Jernimo (340-420) estudioso dos textosbblicos e tradutor da Vulgata, primeira compilaoem latim dos textos do Antigo e Novo Testamento.

    Santo Ambrsio (340-397) o pregador e pastorde almas.

    Santo Agostinho (354-430) sistematizador dadoutrina crist.

    So Gregrio (540-604) reformador da liturgia eda disciplina.

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    Retbulo dos Pais da Igreja (Santos Padres) So Jernimo, Santo

    Agostinho, So Gregrio e Santo Ambrsio. Autoria do pintor

    austraco Michael Pacher (1435 -1498).

    Hoje na Antiga Pinacoteca (Alte Pinakothek), em Munique.

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    A obra de Santo Agostinho abrange:

    Dilogos filosficos e teolgicos, dentreeles, Da Vida Feliz(386).

    Sermes e cartas.

    O texto As Confisses, considerado aprimeira autobiografia da histria.

    A Cidade de Deus, sntese do pensamentode Agostinho, estabelecendo a necessidadede interpretao alegrica do Gnesis.

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    A morte no nada. Eu somente passei para o outrolado do Caminho. Eu sou eu, voc voc. O que eu erapara voc, eu continuarei sendo. (...) No utilize um tomsolene ou triste, continue a rir daquilo que nos fazia rir

    juntos. Reze, sorria, pense em ns. Rezem por mim. Quemeu nome seja pronunciado como sempre foi, sem

    nfase de nenhum tipo. Sem nenhum trao de sombra outristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significoue o fio no foi cortado. Porque eu estaria fora de seuspensamentos, agora que estou apenas fora de suas

    vistas? Eu no estou longe, apenas estou do outro ladodo Caminho. Voc que a ficou, siga em frente, a vidacontinua, linda e bela como sempre foi.

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    Santo Agostinho - Da Vida FelizContexto Histrico e Pessoal

    Perodo histrico: ao mesmo tempoAntiguidade Tardia e primrdios da IdadeMdia; influncias e confluncias do

    helenismo em destaque o platonismo e oestoicismo - e do cristianismo paulino.

    O processo ntimo de converso deAgostinho ao cristianismo ocorreu dos 30 aos32 anos, sendo batizado em 386, poucosmeses antes de escrever a obra De Beata

    Vita.

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    Santo Agostinho - Da Vida FelizContexto Histrico e Pessoal

    A obra De Beata Vita abrange trs dias dedilogos, por ocasio do 32 aniversrio deSanto Agostinho (13 de novembro de 386).

    Encontravam-se presentes: Mnica, a mede Agostinho, posteriormente canonizada

    como Santa Mnica; Adeodato, filho deAgostinho; alguns primos e amigos maisntimos, destacando-se Alpio o companheirode muitos anos.

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    Santo Agostinho - Da Vida Feliz

    Diviso da obra:

    Preambulo A viagem em direo ao portoda SabedoriaCaptulo II (Colquio do Primeiro Dia) OProblema da FelicidadeCaptulo III (Colquio do Segundo Dia) A

    Posse de Deus como Condio da FelicidadeCaptulo III (Colquio do Terceiro Dia) - AFelicidade Plenitude Espiritual

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    Santo Agostinho - Da Vida Feliz

    A busca da felicidade universal:

    pergunta sobre o porqu de se falar sobrea vida feliz (beatitude) fica devidamente

    justificada quando podemos perceber queeste tem sido um questionamento perene detoda a humanidade, em todas as pocas elugares.

    O nico motivo que leva o homem a filosofar o desejo de ser feliz.

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    Se a filosofia era vista como a terra maissegura para as navegaes da existnciahumana, Agostinho passa a consider-la oporto seguro de chegada em terra firme.

    H vrios tipos de navegadores: os quebuscam a felicidade pelo conhecimento edesde muito jovens; os que se deparam comos golpes das paixes e aprendem com osofrimento, s vezes muito tarde; umaespcie de meio termo entre os dois, vagandoe titubeando entre caminhos at avistarem o

    porto seguro.

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    A navegao tambm expe os diferentestipos de mentalidades. Nota-se a influnciade Plato neste aspecto:

    H os que estudam a fora das guas edos ventos, a resistncia das velas e dos

    remos. Preocupam-se em estudar oselementos naturais (terra, fogo, gua e ar).So os filsofos naturalistas.

    H os que estudam as aes dos homensque impulsionam a navegao, ou seja, usamas foras da razo para compreender a arte

    de bem navegar. So os filsofos metafsicos.

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    Com as foras da razo, pode o homemdescobrir as verdadeiras causas da realidade,alcanando o porto seguro atravs dasabedoria.

    Se a filosofia o porto, a terra firme dafelicidade seriam onde nossa viagem, nossanavegao terminaria.

    Entretanto, se a filosofia nos permitealcanar o porto, a terra firme da felicidadeeterna depende da f e de Deus.

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    A beatitude ou vida feliz plena perpassada pela inteligncia e pela f, duasdimenses que sero como dois fioscondutores. Essas dimenses consistem,respectivamente, em uma interiorizao onde

    o homem busca conhecer-se, e queconsequentemente leva o homem aultrapassar o puro conhecimento de si paraalcanar um dinamismo transcendental.

    credo ut intelligam et intelligo utcredam. (Creio para compreender e

    compreendo para crer)

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    Os bens materiais, perecveis por suaprpria constituio, no garantem afelicidade.

    A felicidade depende da moderao daalma.

    O alimento da alma o amor sabedoria eo desejo maior do homem a felicidade.

    OBS: a tica agostiniana mantem a tradioeudemonista, ou seja, o bem supremo afelicidade.

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    Quem feliz?

    1. Aquele que tem o que quer? Muitospossuem o que querem e se consideraminfelizes.

    2. Aquele que busca a verdade? H os queprocuram sinceramente a verdade e, no

    entanto, sentem-se infelizes.

    Concluso: a felicidade depende de umaverdade absoluta.

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    A verdade absoluta Deus.

    O nico mestre interior Cristo.

    Se a filosofia o amor sabedoria e se asabedoria ltima Deus, a verdadeirafilosofia amor a Deus.

    A moderao da alma iluminada pelasabedoria de Deus garante a paz, atranquilidade, a superao de todos os medose inseguranas.

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    Longe de mim, Senhor, longe do coraodo teu servo, que se confessa diante de ti,longe o pensamento de que uma alegriaqualquer possa torn-lo feliz.

    H uma alegria que no concedida aosmpios, mas queles que te servem por puro

    amor: essa alegria s tu mesmo. E esta afelicidade: alegrar-nos em ti, de ti, e por ti. esta a felicidade, e no outra. Quem acreditaque exista outra felicidade, persegue uma

    alegria que no verdadeira.

    (Confisses, Livro X, 22,32).

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    A navegao de Agostinho parte doexterior para a interioridade, para concluir nomovimento inverso, do interior para atranscendncia.

    Deus sabedoria, verdade e supremamedida. A cincia a que temos acesso pelarazo um estgio primitivo, preliminar aomovimento ascendente. Esta cincianaturalmente acessvel ao homem umconhecimento intil para torn-lo feliz,finalidade ltima da filosofia.

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    A vida feliz a fruio de Deus.

    Nosso pensamento no pode estarplenamente satisfeito, nossa vida no podeser verdadeiramente sadia, sem o que conduz

    verdade, sem o gozo dessa verdade e,graas verdade, na unio com a medidasuprema da qual ela procede: Esprito,Verdade e Medida, que so apenas umasubstncia: Deus

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    Deus Interior intimo meo et superior summomeo.

    Deus aquilo que mais interior que omeu prprio interior, e o que mais superiora tudo o que eu possa ser.

    A medida do amor amar sem medida.

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    Resumo e comentrios elaborados peloprofessor Reinrio L. M. Simes.

    UERJ/UNIGRANRIO