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AJES- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ENFÂSE EM INCLUSÃO SOCIAL A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DO EDUCADOR. Autora: NÍVIA COSTA VASCONCELOS CAMARA Orientadora: Profa. Ma.MARINA SILVEIRA LOPES ARIPUANÃ/2012

AJES- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO ... - BIBLIOTECAbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20130913153930.pdf · figura 06: Como aprender os números brincando..... 34

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AJES- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ENFÂSE EM INCLUSÃO

SOCIAL

A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DAS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM NA VISÃO DO EDUCADOR.

Autora: NÍVIA COSTA VASCONCELOS CAMARA

Orientadora: Profa. Ma.MARINA SILVEIRA LOPES

ARIPUANÃ/2012

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ENFÂSE EM INCLUSÃO

SOCIAL.

A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA VISÃO DO EDUCADOR.

Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do titulo de Psicopedagogia com Ênfase em Inclusão Social.

ARIPUANÃ/2012

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda esta

longa caminhada. Aos meus pais e demais familiares, amigos e mestres que pela

presença, pela palavra, pelo sorriso ou pela simples lembrança, nos deram coragem

e determinação para traçarmos um caminho em busca de nossos ideais. A vocês, o

sonho, o abraço o futuro em um universo de esperança e de paz.

DEDICATÓRIA

A DEUS por ter me proporcionado à oportunidade

de cumprir mais uma etapa de minha vida.

E a minha família por ter me ajudado sempre que

possível.

E a professora Marina Silveira Lopes a minha estima

admiração e respeito.

EPÍGRAFE

"Os jogos não são apenas uma forma de Desafogo ou entretenimento para

gastar energia das crianças, mas meios que enriquecem o

desenvolvimento intelectual." ( ALMEIDA, 2003, p.25).

LISTA DE IMAGENS

Figura 01: O lúdico no processo de aprendizagem.............................................. 27

Figura 02: Possibilidades de aprendizagem na sala de aula............................... 28

Figura 03: Possibilidades de aprendizagem no parque CEI Raio de Sol........... 30

Figura 04: Brincadeiras no parque....................................................................... 31

figura 05: Brinquedos para facilitar a aprendizagem.......................................... 32

figura 06: Como aprender os números brincando.............................................. 34

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09

CAPÍTULO I: HISTÓRIA DO LÚDICO E DA LUDICIDADE ............................... 12

CAPITULO II: A IMPORTANCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM ................15

2.1 AS MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM POR MEIO DOS

JOGOS E BRINCADEIRAS..................................................................................17

2.2 CONHECENDO UM POUCO DA CULTURA INFANTIL................................19

2.3 O LÚDICO NA CONVIVÊNCIA ESCOLAR....................................................22

2.4 BRINCAR É COISA SÉRIA............................................................................23

CAPITULO III: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................26

CONCLUSÃO.................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS...................................................................................................36

ANEXO................................................................................................................38

RESUMO

Esta monografia a partir do tema a contribuição do lúdico no processo das dificuldades de aprendizagem na visão do educador nos leva a refletir sobre a ludicidade na sala de aula. Discutiremos a importância do brincar, de jogar e de ler na escola como formas de levar as crianças a imaginar, sonhar, divertir-se e, sobretudo, aprender. Sabemos que a brincadeira ocupa um lugar de destaque na vida das crianças, dentro e fora da escola. Tem o intuito de conhecer a importância do uso de jogos e brincadeiras no processo de apropriação do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), analisando jogos e planejando aulas em que os jogos sejam incluídos como recursos didáticos; compreender a importância de organizar diferentes agrupamentos em sala de aula, adequando os modos de organização da turma aos objetivos pretendidos; trabalhar as dificuldades dos alunos através do lúdico de maneira prazerosa, compreender e desenvolver estratégias de inclusão de crianças com dificuldades de aprendizagem. São nos diferentes momentos do seu brincar cotidiano que elas revelam maneiras de representar, de inventar e de criar pois são essas as formas que as crianças encontram para interagir, experimentar, resolver seus conflitos e pensar nos desafios da vida.

Palavras-chave: lúdico, dificuldade de aprendizagem, jogos e o brincar.

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INTRODUÇÃO

O sucesso para o desenvolvimento da aprendizagem das crianças com

dificuldades, se inicia pelas experiências interativas desde que a criança nasce, tem

natureza simbólica de imitação de situações do cotidiano. Com isso o espaço lúdico

propícia a ação iniciada pela criança e que venha contribuir para que as mesmas

tenham interesse em aprender, o primeiro é o ambiente em que ela está inserida e

permita a expressão e a determinação para que aprendizagem possa acontecer de

forma mais prazerosa, assim as ações provêm desse mundo social, incluindo a

família e o círculo de relacionamento.

Dessa maneira o lúdico pode integrar-se ás atividades educativas, ocupando

lugar nos momentos de aprendizagem, com a tarefa de interagir com a criança e

assim promover sua aprendizagem.

Diante deste contexto observa-se como é importante o lúdico está presente

neste processo de ensino aprendizagem, pois a criança ficará mais interessada do

que ficar o tempo todo sentada copiando as atividades do quadro. Se o educador

procurar utilizar das brincadeiras, brinquedos e jogos como método de seu trabalho

as crianças terá mais rendimento e assim terá mais prazer em aprender de forma

mais prazerosa em seus estudos e no seu cotidiano.

O lúdico é fundamental no trabalho junto às crianças pequenas, mas também

é preciso que essa postura seja abraçada por toda equipe escolar, faz-se necessário

ainda romper com visões mais estreitas sobre a ludicidade, adotando uma

concepção mais ampla que permeiam as práticas educativas e, sobretudo, as

atitudes do educador junto às crianças que tem dificuldades de aprendizagem e que

através dessa prática possam utilizar como forma de superar as dificuldades.

Algumas problemáticas foram elaboradas para uma melhor compreensão

sobre o tema abordado estas serão respondidas por professores do CEI Raio de Sol

onde acontecerá a pesquisa de campo. Assim, levantamos tais questionamentos:

Como e quando surgiu o lúdico como aprendizagem significativa? De que forma o

lúdico pode contribuir no processo de aprendizagem dos alunos? Qual momento que

o educador pode estar utilizando o lúdico em sua prática pedagógica para superaras

dificuldades de aprendizagem?

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Por meio do brincar na aprendizagem das crianças, compreende que a

brincadeira, brinquedo e o jogo proporcionam aprendizagem de forma lúdica e

prazerosa, uma vez que trabalhado com objetivos permite meios para que as

mesmas em situações privilegiadas possam alcançar níveis cada vez mais

complexos, extremamente pela interação entres os pares em interpretar, significar e

compreender de maneira ativa e próprio do comportamento, usos, costumes e

sentimentos do ser humano.

O tema desperta interesse, devido observamos que o lúdico pode sim, ajudar

no processo de ensino aprendizagem em que as crianças possam superar suas

dificuldades de aprendizagem e ter mais prazer em aprender.

O objetivo primordial desta monografia é transmitir aos leitores através de

uma pesquisa bibliográfica e de campo a importância do brincar e do brinquedo no

Centro de Educação Infantil Raio de Sol como fonte de lazer e parte integrante da

atividade evolutiva da criança.

Bem como também entender as diferentes visões de lúdico e de ludicidade

presentes no contexto sócio cultural dos indivíduos; Compreender a brincadeira e os

jogos como atividades essenciais para o desenvolvimento e para a aprendizagem

infantil e Confrontar os diferentes tipos de jogos e suas vertentes, especificando as

contribuições educativas trazidas por cada um deles para a construção do

conhecimento infantil.

A pesquisa foi realizada através de teorias e campo na forma de questionário

semiestruturado contendo cinco questões. Quatros educadoras do Centro de

Educação Infantil Raio de Sol, sendo duas (02) professoras que trabalham com

crianças de três anos e duas (02) com quatro anos responderão as questões que

serão expostas na analise e discussão dos resultados. A pesquisa será realizada

nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro do ano de 2012, estando

em campo fazendo observações duas vezes na semana.

Essa pesquisa tem como foco, a ludicidade, no intuito de analisar e observar

quais são as brincadeiras, brinquedos e jogos que os educadores utilizam no

processo de aprendizagem das crianças com dificuldades, para isso se fará uma

pesquisa bibliográfica e em sites específicos. No mês de setembro faremos

levantamento do material, em Outubro acontecerá a elaboração do projeto, em

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novembro acontecerá a execução do projeto e em dezembro será elaborada a

monografia. Quanto a pesquisa de campo será elaborado um questionário semi

estruturado aberto contendo cinco (05) questões para os educadores poder explanar

suas opiniões.

Esta monografia esta estruturada da seguinte maneira: No primeiro capítulo

será exposto a historia do lúdico e da ludicidade. No capitulo dois discutiremos sobre

a importância do lúdico na aprendizagem; as múltiplas possibilidades de

aprendizagem por meio dos jogos e brincadeiras; Cultura infantil; o lúdico na

convivência escolar e também o brincar como algo sério, pois através do brincar é

que a criança realmente aprende. No capitulo três mostraremos os resultados

obtidos através da pesquisa de campo. Em seguida a conclusão final do trabalho e

as referencias bibliográficas.

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CAPITULO I

HISTORIA DO LÚDICO E DA LUDICIDADE

De acordo com ARAÚJO e ETGES (2007) o primeiro referencial do lúdico

vem da palavra latina “ludus), que quer dizer “jogo”. Portanto, a definição do jogo

não se acaba com a referencia latina, ela se estende com psicomotricidade,

passando a ser reconhecida também como traço do comportamento humano. O

lúdico deixa de ser considerado sinônimo de jogo para fazer parte das necessidades

básicas da personalidade, do corpo e da mente dos indivíduos. Passa a ser

considerado como manifestação da humanidade. Por isso torna-se difícil precisar a

origem do lúdico.

Para os autores o que se sabe é que desde os tempos mais remotos, o

homem já praticava atividades lúdicas. Isso quer dizer que desde a antiguidade

Greco-Romana, período em que os antigos gregos trabalhavam todos os dias sem

parar, exceto nos feriados religiosos e nos eventos esportivos, a ludicidade já se

destacava por meio dos jogos, chamados pelos gregos de Olímpicos.

De acordo com leituras realizadas percebe-se que no inicio os jogos gregos

limitavam-se apenas as corridas. Com o passar dos tempo, foram surgindo outras

modalidades, como saltos em distancia, lançamento de dados e, posteriormente,

competições com animais.

Na segunda metade do século V a.c., o caráter festivo e de lazer dos jogos

gregos foi alterado, devido a rivalidade existente entre Esparta e Atenas, que

resultou em uma terrível guerra civil. Por isso, perdeu-se o caráter lúdico e os jogos

passaram a ser valorizados apenas pelo caráter de combate.

Na verdade, o que se sabe é que o jogo na Grécia Antiga antes era visto e

valorizado como recreação, lazer, relaxamento, atividades que exigiam esforço físico

e intelectual dos indivíduos.

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Com o passar dos anos algumas atitudes de reprovação ao mau uso dos

jogos foram sendo feitas, percebendo também o caráter educativo. A partir deste

momento o jogo passou a ser permitido como treino para a preparação dos rapazes

que iam para a guerra.

ARAÚJO e ETGES (2007) relatam ter sido a partir do renascimento, período

da história europeia considerada inovador pelo seu Caráter cultural, que as

brincadeiras e os jogos passam a serem consideradas atividades livres.

Considerava-se que os jogos ajudavam a favorecer o desenvolvimento da

inteligência, servindo ainda para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de

todas as áreas do conhecimento humano.

Ainda segundo os autores ARAÚJO e ETGES (2007) no período do

renascimento, o jogo tornava – se elemento essencial para a aprendizagem dos

conteúdos escolares, contrapondo-se aos processos verbalista do ensino tradicional.

Isso significa que, ao invés da palmatória (peça de madeira, com cabo, usada para

bater nas mãos das pessoas que deveriam ser castigadas), a professora deveria

utilizar a ludicidade para chamar a atenção da criança e, consequentemente, atingir

sua aprendizagem.

Na verdade, nesse período o sentido dos jogos e brincadeiras estavam

ligados a um meio de expressão de qualidade espontânea por parte da criança,

como recriação, ou até mesmo como um momento adequado para que ela se

expressasse por meio de sua natureza psicológica.

Tal pensamento esta ligada a nova percepção da infância e da criança como

ser dotado de valores positivos, de natureza boa, que se expressa por meio dos

jogos e das brincadeiras.

Com base nestes atos os jogos e as brincadeiras ficaram sendo conhecidos

como atividades importantes para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.

ARAÚJO e ETGES (2007, p. 11) relatam que

Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo e a atividade lúdica, assim como a valorizar o significado da família nas relações humanas. Froebel partia da idéia de espontaneidade infantil, preconizando a auto educação da criança pelo jogo, por suas vantagens intelectuais e morais, além do seu valor no desenvolvimento físico.

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Para finalizar este capítulo, podemos dizer que as matrizes do lúdico e da

ludicidade já permeiam a história da humanidade há um longo tempo, por suas

diferentes culturas, procedências e intencionalidades. No capitulo seguinte veremos

a importância do lúdico na aprendizagem dos alunos e as múltiplas possibilidades de

aprendizagem por meio dos jogos e brincadeiras.

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CAPITULO II

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM

Ao abrir nosso baú da infância para relembrarmos momentos de quando

éramos criança, temos a oportunidade de compreender a importância que o lúdico

tem na vida de uma criança.

De acordo com SANTAIANA (2006 p. 41)

“a escola de certa forma, ainda se mantém como a constituição que não só educa por meio de saberes, mas disciplina através de suas rotinas, horários, comportamentos etc. defendem determinados valores, atitudes e padrões culturais, tudo o que se compõe e dispõe no currículo escolar. Em relação a infância os estudos de Foucault contribuem para pensarmos sobre um elemento que é tido como natural ao estado de ser criança: a ludicidade”.

HAETINGER (2008 p. 44) relata em seu livro Jogos, Recreação e Lazer que “é

importante disponibilizar a criança variados desafios e formas de aprendizagem no

jogo, para que, a partir delas, ela possa experimentar os mais diversos estimulos em

sua caminhada e maturação”. Ressalta também que a educação lúdica para Almeida

(1995), contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento

sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito

democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua

prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação

social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do

meio.)

Essa compreensão reforça a ideia de que o brincar representa, portanto, uma

ferramenta poderosa no processo educativo e que esta em tempo de pensarmos,

mais detidamente, sobre a importância dos jogos e brincadeiras para a criança, e em

como utilizá-los para motivar e facilitar a aprendizagem, bem como propor situações

onde o brincar possibilite o prazer de aprender.

De acordo com HAETINGER (2008 p. 45)a ludicidade é tão importante, pois:

possibilita a relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre sua importância na formação de sua personalidade. Através das atividades lúdicas e jogos, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e no seu desenvolvimento intelectual e como também a socialização. Com isso a ludicidade proporcionará a criança

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estabelecer relações cognitivas ás experiências vivenciadas, bem como relacioná-la com as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.

De acordo com os pressupostos abordados, fica evidente que a escola e as

aulas podem e devem envolver atividades lúdicas, jogadas, brincadas, de forma a

conectar se com a essência da criança. BONARIGO (1981) nos faz um importante

alerta em relação a obrigatoriedade do jogar pela criança. Segundo as autoras, o

valor do jogo se perde quando ele é imposto à criança. Quando obrigamos uma

criança a brincar, estamos ferindo sua liberdade de expressão. Muitas vezes as

crianças não querem brincar, pois se sentem inseguras ou com medo, por isso o

professor deve estar atento as respostas dos alunos nesse tipo de situação e tentar

ajudá-los, favorecendo primeiramente, um clima de confiança e diálogo, para depois

criar situações que lhes inspirem desafios adequados as suas possibilidades.

Segundo CATUNDA (2005)A sala de aula poderia ser menos séria e mais

alegre, logo ser mais viva. Se assim ocorresse, se estaria partindo para uma

aprendizagem significativa que privilegiasse o homem como um ser e sua

integralidade, que é um corpo, que sente o corpo, que vive esse corpo e que

expressa suas emoções por intermédio desse corpo. Citado por HAETINGER

(2008).

É importante ressaltar que todo individuo esta em constante aprendizado e

este aprendizado só poderá ocorrer se o ambiente for propicio e adequado ao seu

desenvolvimento. Estudos nos fazem crer que a criança aprende brincando. Sem

dúvida, é no momento que o lúdico se faz presente que percebemos como este é

um ingrediente indipensável no relacionamento entre as pessoas. Jogando e

brincando, a criança tera oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a

sua futura atuação, tais como a afetividade, a concentração, a cooperação, a

coordenação, o equilibrio e outras habilidades psicomotoras. Vejamos alguns

exemplos segundo o autorHAETINGER (2008 p.45)

• Num jogo de encaixar peças, podemos observar que o encaixe de peças em formas especificas estimula o desenvolvimento da coordenação motora fina dacriança.

• Na brincadeira de papai e mamãe, a criança tem a representação dos papéis de pai e mãe, quando uma criança brinca com outras crianças da mesma idade, com desenvolvimento igual ou diferente do seu, ela acaba por iniciar o processo de compreensão da importância que cada papel representa.

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• E brincadeira de pular corda, jogar peteca, pular na cama elástica ou jogar com bola, a criança aperfeiçoa suas habilidade motoras básicas: correr, saltar, lançar, equilibrar-se, rebater.

• Brincando de pegar ou pega pega, a criança aprende a avaliar sua força e velocidade, criar estratégias e respeitar seus companheiros, preservando a integridade deles.

Para SANTAIANA (2006 p.42)“A ludicidade e o brincar são certamente

elementos considerados vitais no planejamento das atividades para a educação

infantil, e discutir sobre eles não significa desmerecer sua importância, pelo

contrário, é importante repensar como, por vezes, eles são utilizados também como

poderes reguladores dos sujeitos infantis”.

KISHIMOTO (1994 p.33) nos ajuda a compreender essas duvidas ao pontuar

que o jogo, em quaisquer circunstancias, é sempre educativo, possuindo dois

sentidos:

• Sentido amplo: como material ou situação que permite a livre exploração emrecintos organizados pelo professor, visando ao desenvolvimento geral da criança e

• Sentido restrito: como material ou situação que exige ações orientadas com vistas a aquisição ou treino de conteúdos específicos ou de habilidade intelectuais. No segundo caso recebe, também o nome de jogo didático

É importante que o professor ofereça aos alunos espaços adequado,

materiais interessantes e que através do lúdico possa contribuir para o

enriquecimento da aprendizagem dos seus alunos, a brincadeira faz se presente e é

a atividade principal e mais efetiva para o crescimento intelectual, motor, social e

afetivo.

2.1 AS MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM POR MEIO DOS

JOGOS E BRINCADEIRAS

Ao observarmos a estrutura social, veremos que durante as duas últimas

décadas temos sofrido mudanças significativas e, como consequência disso, uma

progressiva necessidade de preencher o tempo livre das crianças com esporte,

lazer, prazer, aprendizagem, dentro e fora do âmbito escolar.

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Os jogos são sem dúvida alguma das atividade mais importante na Educação,

visto que é brincando que acriança aprende. De acordo com HAETINGER (2008) As

atividades lúdicas são aquelas que promovem a imaginação e, principalmente, as

transformações do sujeito em relação ao seu objeto de aprendizagem. O autor ainda

coloca ser consenso entre todos os autores da Educação que o jogo é indispensável

no ato de aprender e ensinar de forma vivencial. Referindo-se as crianças, os

autores são unânimes quando dizem que o jogo é a base epistemológica da

Educação.

De acordo com a REVISTA NOVA ESCOLA (2008 p.50) “ brinquedos com

peças de montar, encaixar, jogar e empilhar possibilitam desafios”. Percebe-se que

embora a brincadeira seja uma atividade livre e espontânea, ela não é natural, mas

uma criação de cultura. O aprendizado dela só se da através das interações e do

convívio com as outras crianças. Por isso a importância de prever muito tempo e

espaço a ela, temos a capacidade de desenvolver a imaginação e é essa a

habilidade que o brincar traz.

É preciso ter bastante cuidado com a segurança das crianças e só usar

objetos maiores. Para uma maior eficiência, uma boa estrutura é fundamental. Isso

inclui ter material suficiente para que todos consigam compartilhar e ter um bom

espaço de criação, os ambientes de Educação Infantil devem ser convidativos e

contextualizados com a história que se quer construir.

Uma sala bem cuidada, rica em cores e com variedades de brinquedos e

estímulos igualmente possibilita momentos criativos, prazerosos e produtivos. Não

basta apenas ter brinquedos comprados em lojas, mas sim possibilitar a criança a

construir seus próprios brinquedos, fazendo com que a mesma use sua criatividade

para criar.

ARAUJO e ETGES (2007 p. 24) afirma que “o jogo também promove o

desenvolvimento cognitivo do individuo em muitos aspectos: descobertas,

capacidade verbal, habilidades manipulativas, resolução de problemas e processos

mentais”.

No entanto o que se entende é que os jogos são de suma importância para a

infância da criança e para o processo de todo o seu desenvolvimento, não estando

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relacionados somente ao ato de brincar, e sim ao seu desenvolvimento integral.

BONARIGO (1981 p.34) acrescenta que “é na brincadeira que a criança explora e

experimenta relações com o mundo e consigo mesma”.

ARAUJO e ETGES (2007) diz que através do brincar a criança mobiliza afeto,

motricidade linguagem, percepção, memória e outras funções cognitivas que estão

profundamente interligadas por meio da mente e do corpo. Brincar não é perder

tempo, mas concretizar aprendizagens. A criança por meio das brincadeiras,

desenvolve a sua imaginação, a sua criatividade e o seu pensamento. Estes

aspectos são importantes pela socialização, pela afetividade e pela construção do

seu conhecimento.

Para se trabalhar com jogos e brincadeiras é importante que o professor

desenvolva na criança o desejo de brincar. E para que isso seja realmente possível

é preciso um ambiente apropriado com fantoches, brinquedos diversificados,

fantasias, cenários para as atividades simbólicas e quando os pequenos enjoarem

dessas atividades proporcionar a eles atividades fora da sala de aula, ou seja, no

parque, na caixa de areia, no pula pula, escorregador, balanço, lembrando sempre

da importância de se ter um professor sempre por perto dos brinquedos, para que

não surjam surpresas inesperadas.

2.2 CONHECENDO UM POUCO DA CULTURA INFANTIL

HAETINGER (2008) A inserção da criança num mundo organizado pela

cultura é realizada por intermédio dos adultos próximos, que definem regras de

convivência, o que é denominado de processo de socialização e implica

necessariamente na regulação das condições coletivas de existência.

Segundo BANDEIRA e FREIRE (2006) a ruptura com a concepção

tradicional de socialização, na qual prevalecia uma concepção de criança passiva,

incompleta em relação ao adulto, fez emergir a concepção de infância como

categoria construída historicamente, fruto da dinâmica das relações sociais, nas

quais a criança exerce um papel ativo, de ator social, com características próprias do

contexto onde se insere.

20

De acordo com a REVISTA NOVA ESCOLA de (2008 p.56) “desde o

nascimento, as crianças são mergulhadas num contexto sociocultural. Os adultos

que convivem com elas, quando se transformam em parceiros de seus jogos e

brincadeiras, muitas vezes não se dão conta da importância de cada gesto, de cada

palavra, de cada movimento”. Alguns desses adultos cantam, transmitem

conhecimentos e ensinam brincadeiras. Outros pensam que as crianças não

entendem nada e que só é preciso cuidar para que não fiquem doentes, não passem

fome, frio ou sede.

Sabemos que a brincadeira é pura emoção, pois está diretamente

relacionada ao coração e não a questões racionais. A criança está inserida, desde

o seu nascimento num contexto social e a brincadeira é um processo de relações

inter individuais, portanto de cultura. A brincadeira pressupõe uma aprendizagem

social, pois aprende a brincar, ela não é inata, ou seja, a criança pequena aprende

a brincar com as pessoas que cuidam dela.

Para BANDEIRA (2006) a criança na sua brincadeira constrói pontes entre

o concreto e o abstrato, entre objeto e a representação, entre a experiência e a

imaginação, entre o aparecido e o escondido, entre que o objeto lúdico pode ser,

portanto, criação do adulto, criação da criança. Na brincadeira, as crianças

experimentam concretamente a elaboração e negociação de regras de

convivência, assim como a construção de um sistema de representação dos

diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. A brincadeira é a

ação de brincar, a ação infantil sobre o mundo, tornando-o seu mundo. A criança

escolhe deliberadamente brincar, ela brinca porque escolhe, porque gosta, porque

se compraz em brincar.

Segundo ARFOUILLOUX (1980,p.2) “a criança que brinca experimenta-se e

constrói-se através do brinquedo. Ela aprende a dominar a angústia, a conhecer o

seu corpo, a fazer representação do mundo exterior e mais tarde agir sobre ele”.

Para KISHIMOTO (1992) o brinquedo é um pretexto para a criança brincar,

em contra partida não parece definido por uma função precisa, mas trata-se de um

objeto que a criança manipula livremente, sem estar condicionado às regras ou a

princípios de utilização de outra natureza. Conforme a autora é um objeto de

instinto e específico, com imagem projetada em três dimensões, cuja função

21

parece vaga, mas com certeza podemos afirmar que a função do brinquedo se

resume na brincadeira.

Conforme os REFERENCIAIS CURRICULARES DE EDUCAÇÃO

INFANTIL (1998) para se desenvolver plenamente e participar ativamente do

mundo em que vivem as crianças precisam brincar, pois nas brincadeiras elas

ressignificam o que vivem e o que sentem. Estudos psicológicos e educacionais

sobre o desenvolvimento infantil revelam-nos então que o brincar é fundamental

para a construção do pensamento e para a aquisição do conhecimento pela

criança, além de contribuir para que ela se aproprie, de forma lúdica, das regras e

dos papéis sociais que refletem a cultura a qual ela está inserida.

Atualmente, compreendemos que a infância ideal para todas as crianças é

aquela em que além da comida, carinho, saúde, educação, moradia, a criança

também tenha um tempo e um espaço garantido para brincar. Afinal, brincar além de

uma atividade importante para o desenvolvimento sadio de qualquer criança faz

parte da cultura infantil.

Conforme KISHIMOTO (2002)Através do brincar a criança experimenta,

organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para o outro. Ela cria e recria, a

cada nova brincadeira, o mundo que a cerca. O brincar é uma forma de linguagem

que a criança usa para compreender e interagir consigo mesma, com o outro e com

o mundo. Para ela o brincar proporciona a troca de pontos de vista diferentes, ajuda

a perceber como os outros o veem, auxilia a criação de interesses comuns, uma

razão para que se possa interagir com o outro.

Para KISHIMOTO (2002) aos poucos os brinquedos e brincadeiras vão

possibilitando às crianças a experiência de buscar coerência e lógica nas suas

ações governando a si e ao outro. Elas passam a pensar sobre suas ações nas

brincadeiras, sobre o que falam e sentem, não só para que os outros possam

compreendê-las, mas também para que continuem participando das brincadeiras. Aí

está o difícil e fácil que é o brincar e o conviver com o outro.

Segundo HAETINGER (2008), o principal indicador da brincadeira, entre as

crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na

brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo

e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel

assumido, utilizando-se de objetos substitutos.

22

Sabemos que brincando a criança age como se fosse outra coisa ou

pessoa e estivesse em outro tempo e lugar. Se o brincar é instrumento importante

para desenvolver a criança, é também instrumento para a construção do

conhecimento infantil. Pelo brincar, afirma Vygotsky (1989), a criança reorganiza

suas experiências. Neste sentido consideramos as brincadeiras uma produção

humana, logo, um patrimônio cultural.

2.3 O LÚDICO NA CONVIVÊNCIA ESCOLAR

HAETINGER (2008) Ao analisar a relação do lúdico como facilitador da

aprendizagem na sala de aula, vem repensar a prática que se executa, mostrando o

quanto o lúdico pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, nas

relações sociais, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornando-se evidente

que os docentes e futuros educadores devem e precisam tomar conhecimento.

A partir do conhecimento que lúdico propõe a aprendizagem da criança em se

tornar mais prazeroso, ressalta-se que os jogos, os brinquedos e as brincadeiras

podem ser importantes no desenvolvimento e como também na aprendizagem das

crianças. Inclusive tendo sido confirmado por alguns educadores que possuem

conhecimento acerca do tema e que é possível reunir dentro da mesma situação o

brincar e o educar.

Assim HUIZINGA (1971 p.45) coloca que se posicionando no sentido de que “o

lúdico é uma manifestação cultural e é através da ludicidade que a criança irá

expressar sua bagagem cultural e construir novas culturas”.

HAETINGER (2008) destaca-se a necessidade de valorizar a cultura lúdica da

criança, pois brincar é uma necessidade, uma arte, um direito que juntamente com

os requerimentos básicos da alimentação, saúde, moradia e educação são vitais

para o desenvolvimento potencial de todas as crianças. A ludicidade proporciona

condições de humanização e solidariedade à criança e aos adultos contribuindo para

sua evolução enquanto pessoa humana. Assim, ressalta-se a importância dessa

valorização no âmbito escolar mediante a construção de jogos, brinquedos com

sucatas e o resgate das brincadeiras. Às quais permitam à criança vivenciar e

manifestar sua natureza singular.

23

Para BARROS (2002) a brincadeira e os jogos por si apresentam uma série

de alternativas que auxiliam na construção do conhecimento, cuja criança apropria-

se deste conhecimento de uma forma muito agradável e interessante. No jogo,

brincando ela mesma consegue avaliar seu crescimento e sente-se naturalmente

desafiada a ir adiante, os jogos possibilitam momentos alegres e descontraídos. .

De acordo com alguns autores como HAETINGER (2008) HUIZINGA (1971) e

ARAUJO e ETGES (2007)não há dúvida de que as atividades lúdicas bem

planejadas e desenvolvidas pelas crianças permitem a construção de um sentindo

que acompanha uma perspectiva de vida. Assim vamos propor uma nova ideia, um

novo olhar a ser implementado na escola como método, técnica e recursos

pedagógicos com os objetivos de ensinar e aprender de maneira lúdica e prazerosa,

possibilitando uma aprendizagem significativa.

Neste sentido, a escola é fundamental neste processo de resgate da

ludicidade através de materiais como: sucatas, jogos e brincadeiras, sendo que

algumas instituições já estão contribuindo para que as crianças não percam sua

infância e sim viva ela de maneira lúdica. De acordo com HAETINGER (2008) Os

professores devem reconhecer que a participação em jogos propicia a formação de

atitudes, no que refere ao respeito mútuo, cooperação, obediência às regras, senso

de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal, bem como favorece o

desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo. Assim, o lúdico, as brincadeiras e os

jogos são atividades sérias, de fundamental apoio para a formação de seres

integrais, tendo papéis muito importantes para a inclusão social.

2.4 BRINCAR É COISA SÉRIA.

Para BROUGÉRE (2004), a primeira relação do brincar com a aprendizagem

é que a criança aprende a brincar, ou seja, não há, na criança, uma brincadeira

natural. Toda brincadeira humana supõe contexto social e cultural, sendo, portanto,

uma atividade social.

É muito importância compreender o brincar como atividade social, que garante

a interação e a construção da realidade para a criança, rompendo, desta forma, com

o mito da brincadeira natural. Portanto, a expressão de um comportamento natural e

24

espontâneo, é o produto de múltiplas interações sociais e isso desde a sua

emergência na vida da criança. É necessária a existência de significações a

partilhar, de possibilidades de interação, portanto de cultura, para haver jogo.

Assim a brincadeira tem, pois, uma natureza social que advém da necessidade

que as crianças têm, desde muito cedo se comunica e compartilha de uma vida

simbólica com os adultos e com outras crianças.

Para VYGOTSKY (1991), a brincadeira é entendida como uma atividade social

da criança, cuja natureza e origem especificam são elementos fundamentais para a

construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual esta inserida.

Ele entende que brincar permite e favorece a criação de um espaço entre o que a

criança já realiza de forma independente e o que ela pode vir a realizar desde que

tenha ajuda de outra criança mais experiente ou de um adulto.

Segundo Vygotsky (1991,p.134)

“No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que a realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências de desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento.” .

HAETINGER (2008) a brincadeira é uma situação privilegiada de

aprendizagem infantil em que o desenvolvimento pode alcançar níveis cada vez

mais complexos, exatamente pela interação entre os pares em uma situação

imaginaria e pela negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos e

ainda possibilita o desenvolvimento da auto estima e da auto confiança e

possibilidade de construir sua identidade de autonomia, cooperativa e criativa.

HAETINGER (2008) ressalta ainda que com isso o brincar torna uma

atividade sociocultural: originam-se nos valores, hábitos normas de uma

determinada comunidade ou grupo social com sua natureza, a medida que as

crianças brincam com aquilo que elas já sabem ou imaginam e aprendem as formas

de se relacionar, de amar, de interagir com a natureza e com os fenômenos físicos,

25

sociais, etc., de um determinado grupo social que pode ser sua família, a

comunidade a qual pertencem ou outras realidade.

Conceber o brincar como elemento de cultura, ou seja, atividade construída

socialmente que oferece ás crianças a possibilidade de criar e recriar a cada nova

brincadeira a realidade que cerca é que nos faz estabelecer um vinculo com a

função pedagógica da Educação.

A revista nova escola (2008) traz na capa o tema “Educação Infantil: O que

trabalhar todo dia na creche e na pré escola” a mesma se remete ao fato de que a

escola deve oferecer um ambiente que estimule a comunicação verbal e não verbal,

não apenas em sala de aula, mas também no refeitório, no pátio, na brinquedoteca,

nos corredores, uma boa estratégia para enriquecer o brincar é atrair a garotada

para espaços diferenciados como o canto da casinha, do salão de beleza, da

mecânica, da biblioteca, entre outros e isso fica a critério de cada professor..

É, portanto, no brincar, que as crianças se colocam desafios e questões que

vão além do seu comportamento diário, levantando hipóteses na tentativa de

compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade

com a qual interagem. Ao brincar, de acordo com a revista nova escola (2008)a

criança se sente motivada e desafiada tanto a dominar o que é familiar, quanto a

responder ao desconhecido para obter informações, habilidades, conhecimentos.

Ela se abre ao imprevisível, ao novo, a possibilidade de descobrir, inventar, agir e

imaginar.

Desta maneira ARAUJO e ETGES (2007) relata que é difícil pensar em criança

e não se lembrar de brincadeiras, jogos, brinquedos, histórias, poesias, música, faz

de conta, brincadeiras estas que são importantíssimas para o desenvolvimento

intelectual e emocional de cada criança. Por isso, o tempo que uma criança

permanece em uma instituição de educação, seja formal ou informal, deve ser um

momento desafiador, significativo, prazeroso, de trocas e descobertas do

conhecimento e isso é possível por meio de uma metodologia lúdica. Muito se tem

falado, discutido e pesquisado sobre o brincar, mas ainda não estão totalmente

esgotadas as discussões e explicações sobre seu valor, pois ainda não foi

interiorizado pelos educadores em suas propostas de trabalho como recurso

pedagógico.

26

CAPÍTULO III

ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O primeiro questionamento a ser respondido é com relação ao lúdico na

aprendizagem de crianças com dificuldades de aprendizagem.

Para o PROFESSOR W “O lúdico contribui sim na aprendizagem de crianças com

dificuldade. Se incorporamos de forma mais afetiva os jogos e as atividades

pedagógicas, estaremos proporcionando aprendizagem para os alunos com

dificuldade”.

PROFESSOR X “Sim o lúdico proporciona e facilita um melhor entendimento ao

aluno. Esta é uma estratégia que surpreende no processo de aprendizagem do

aluno, pois ele é um método que desperta na criança mais interesse e entusiasmo

em querer desenvolver as atividades propostas”.

PROFESSOR Y “Sim. Pois através do lúdico há maior participação e cooperação

entre as crianças, possibilidades assim a aprendizagem”

PROFESOR Z “Sim. Pois possui características cognitivas, pois desenvolve fantasia,

imaginação, generalização, abstração e criatividade”.

Através dos relatos das professoras subentendem-se que o lúdico é

importantíssimo na aprendizagem dos alunos que tem dificuldades na aprendizagem

e cabe ao professor estimular os alunos através de diferentes metodologias para

assim poder alcançar os objetivos esperados, assim como observa-se na figura 01 a

seguir

27

Figura 01: O lúdico no processo de aprendizagem. Fonte: Vasconcelos, N.C.2012.

A figura 01 mostra alunos brincando com jogos construídos pelo próprio

educador. O mesmo precisa conhecer seus alunos e as diferentes possibilidades

existentes através de atividades lúdicas para assim poder construir jogos que

facilitem o processo de aprendizagem, mas para que isso ocorra é preciso que o

professor planeje corretamente sua aula, selecionando cada atividade de acordo

com os objetivos a serem alcançados.

O segundo questionamento qual a maneira que o lúdico pode ser trabalhado

em sala de aula?

Para o PROFESSOR W “Existem inúmeras maneiras que o lúdico pode ser

trabalhado na aprendizagem. Como exemplos: músicas, jogos de operações

matemáticas, jogos de correspondência entre imagens e palavras escritas, entre

outros”. PROFESSOR X “Sempre que possível é interessante que o conteúdo a ser

trabalhado, seja direcionado através do lúdico, ao material que esta ao alcance ao

conhecimento da criança, para que as mesmas tenham mais facilidade em assimilar

o objetivo do professor e dos conteúdos”. PROFESSOR Y “São de diversas formas,

ou seja, depende da atividade desenvolvida”.

PROFESOR Z “Com jogos pedagógicos, nos cantinhos e nas brincadeiras de faz de

conta”.

Cada educador deve propiciar ao educando diferentes possibilidades e

diferentes brincadeiras para proporcionar a aprendizagem, ou seja o professor deve

28

ser o mediador e facilitador do processo e levar a criança a utilizar sua imaginação e

criatividade através de atividades lúdicas e prazerosas, como podemos observar na

figura 02:

Figura 02:. Possibilidades de aprendizagem na sala de aula Fonte: VASCONCELOS, N.C, 2012.

Na figura 02 buscou-se mostrar possibilidades de aprendizagem na sala de

aula, através do brincar a criança passa a conhecer o alfabeto e adquire

conhecimento de mundo. Cabe ao educador facilitar, ou seja, ser o mediador do

conhecimento, oferecendo condições para a criança desenvolver seu crescimento

como individuo, contribuindo efetivamente através da ludicidade para a

aprendizagem do mesmo.

Em sua opinião o lúdico é um método que deve ser adotado por todos da

escola para melhoria no processo de aprendizagem das crianças que tem

dificuldades?

Para o PROFESSOR W “Sim. Quanto mais cedo trabalhar com o lúdico melhor

resultados obteremos. O lúdico desperta o interesse dos alunos, pois além da

alegria que eles experimentam em executa-las, oferecem-lhes excelentes

oportunidades para o desenvolvimento físico, mental, emocional e social.

PROFESSOR X “Sim. Pois esta é a melhor estratégia que o professor pode utilizar

para sanar as dificuldades e os anseios das crianças”. PROFESSOR Y “Sim, pois

através do lúdico a criança assimila com mais facilidade os conteúdos trabalhados".

PROFESOR Z “Sim. Precisamos ficar atentos para a importância de incluir o brincar

como atividade incorporada ao cotidiano da sala de aula. No entanto o brincar é uma

29

atividade que deve conviver com o cotidiano das rotinas escolares e não só para

crianças pequenas”.

De acordo com o relato das professoras do CEI Raio de sol o lúdico é um

método que deve sim ser utilizado para o desenvolvimento e para facilitar a

aprendizagem de cada criança, pois é brincando que se aprende. De acordo com a

figura 03 existem no CEI Raio de Sol diferentes oportunidades e facilidades de

aprendizagem no parque como veremos na figura 03.

Figura 03: Possibilidades de aprendizagem no parque do CEI Raio de Sol. Fonte: VASCONCELOS, N.C, 2012.

A figura 03 mostra o parque do CEI Raio de Sol, acredita-se que o mesmo é

uma das possibilidades de aprendizagem que o aluno possui quando é inserido na

instituição, pois ali ele constrói amizades e também possibilita a criança momentos

de descontração e socialização, como podemos observar no parque tem brinquedos

que estimulam a criatividade da criança como é o caso da gangorra, a casinha cor

de rosa que estimula a criança a brincar de faz de conta, no qual imitam seus pais,

familiares, amigos e até mesmo os professores. Tem também o balanço que

estimula movimentos corporais, atenção e raciocínio lógico, A casinha de areia que

permite a criança o contato direto e indireto com a natureza, possibilitando novas

descobertas e possibilidades e também um amplo espaço para que a criança possa

se locomover utilizando sua criatividade para brincar, correr, fazer psicomotricidade

entre outros.

Você como educador mediador do conhecimento acredita que em que

momento o lúdico pode ser trabalhado dentro e fora da sala de aula?

30

Para o PROFESSOR W “Desde a organização da rodinha até o término da aula”

PROFESSOR X “Sempre que possível. Em toda turma encontramos alunos com

dificuldade em assimilar o conteúdo, a explicação verbal do professor acompanhado

pelo lúdico facilitará tanto para o aluno quanto para o professor no andamento de

trabalho”. PROFESSOR Y “Em todos os momentos, ou seja, desde o início até o

final da aula. PROFESOR Z “Nas rodinhas, jogos, cantinhos, recreio, datas

comemorativas, através de atividades livres”.

De acordo com as professoras entrevistadas o lúdico pode ser trabalhado a

qualquer momento de acordo com o contexto da aula, facilitando o desenvolvimento

do raciocínio lógico da criança tornando assim a aula mais prazerosa e

possivelmente possibilitara uma aprendizagem de qualidade. A interação é de

fundamental importância na aprendizagem das crianças, pois permite este aprender

interagindo com o meio, e entre aluno/aluno, aluno/professor e este processo

possibilita uma ampla socialização como podemos observar no figura 04:

Figura 04: Brincadeiras no parque Fonte: VASCONCELOS, N.C. 2012.

Na figura 04 observam-se crianças brincando no parque, o brincar é capaz de

apresentar, de maneira resumida, como ferramentas competente, vias para o

desenvolvimento dos aspectos de formação do ser humano, como cognição, a

afetividade na relação professor e aluno, o amadurecimento psicológico, a

socialização e a motricidade.

Quais são as atividades que você realiza em sua sala aula através do lúdico?

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Para o PROFESSOR W “Por meio de jogos, musicas, histórias infantis, jogos

tradicionais, jogos de construção, jogos de faz de conta, jogos rítmicos, cantigas de

roda e fichas ilustrativas”. PROFESSOR X “Jogos que envolvam: Cores, formas,

números quantidade, lateralidade, higiene entre outros” PROFESSOR Y “Rodinha,

contação de histórias, jogos pedagógicos, brinquedoteca, atividades livres entre

outros”. PROFESOR Z “São várias atividades como: músicas, jogos pedagógicos

etc.

De acordo com as professoras as atividades desenvolvidas em sala de aula

através da ludicidade são várias. As mesmas possibilitam o aprender de forma

dinâmica e atraente, no qual o aluno aprende brincando e sem nem perceber de

certa forma alcança os objetivos proposto no currículo escolar. Existem alguns

brinquedos no qual o professor pode confeccionar juntamente com a criança para

que ele possa se sentir parte do processo. Na Educação Infantil deve ser pensado

em brinquedos coloridos e interessantes que instiguem o aluno a pensar e usar a

sua imaginação e criatividade e também favorece a aprendizagem, como é o caso

do jogo dos dados onde a criança é levada a refletir e compreender as

necessidades de impor regras como a figura 05 a seguir:

. Figura 05: Brinquedos para facilitar a aprendizagem Fonte: VASCONCELOS, N.C. 2012

A figura 05 nos mostra brinquedos que facilitam a aprendizagem das crianças,

percebe-se que são coloridos e chamam a atenção dos mesmos. Este brinquedo

possibilita à criança a competição, ou seja, desde pequena eles terão que se

conformar com a perda, pois cabe ao professor preparar o aluno para a vida na

32

sociedade. Nos jogos é importante lembrar que existe o prazer de ganhar, mas

também o desprazer. O professor precisa ficar atento a alguns detalhes neste jogo,

explorando o máximo que puder, intermediar situações de frustrações e desprazer,

bem como, transmitir a eles a importância do jogo. O papel do professor nesse

momento deve ser o de provocar e desafiar a participação coletiva dos alunos, na

busca de encaminhamentos e resoluções de problemas.

Você educador da Educação Infantil quais são as possibilidades que você

oferece ao seu aluno que apresenta dificuldades na aprendizagem com relação a

números e letras? Para o PROFESSOR W “Inúmeras possibilidades, ou seja

trabalho de maneira lúdica e prazerosa” PROFESSOR X “Diversas possibilidades

como: atividades lúdicas, que envolvam jogos interessantes como bingo de números

e letras” PROFESSOR Y “Devemos proporcionar diferentes possibilidades ao nosso

aluno, e através de um bom planejamento conseguimos atingir o objetivo do

currículo. Através de jogos como bingo de palavras, bingo de letras do alfabeto,

completando as palavras no quadro através das vogais, jogo da argola onde se

trabalha números e quantidades entre outros”. PROFESOR Z “Acredito que se

planejarmos bem a nossa aula conseguimos oferecer ao aluno que tem dificuldade

de aprendizagem uma maior facilidade através de atividades lúdicas e educativas

que estimulam a criatividade e a imaginação. Costumo usar na sala de aula

inúmeros tipos de jogos como: jogo da garrafa pet, bingo de palavras e letras do

alfabeto, jogo dos dados, toca do ratinho ou seja, como educadora estou sempre

criando maneiras de ofertar ao meu aluno possibilidades diversas de aprender."

Figura 06: Como aprender os números brincando Fonte: VASCONCELOS, N.C.,2012

33

Na figura 06 o professor confeccionou o jogo a toca do ratinho, através do

brincar o aluno poderá aprender os numerais é importante lembrar que a criança

deve ter a oportunidade de falar o quê sabe do jogo, construir junto com o professor

as regras que serão impostas a ele, além de sugerir adaptações e novos jogos ou

seja o professor deve tomar cuidado para não fazer da atividade lúdica uma

atividade mecânica, repetitiva, que visa somente atingir objetivos da educação

formal, senão estaremos transformando a atividade lúdica em algo funcional, que

tem como finalidade o produto e não o processo.

34

CONCLUSÃO

Nesta monografia, exploramos alguns entendimentos sobre o tema a

contribuição do lúdico no processo das dificuldades de aprendizagem na visão do

educador. O Centro de Educação Infantil Raio de Sol conta com professores

formados e efetivos em seu quadro, estes entendem a importância de se trabalhar o

lúdico para o desenvolvimento cognitivo e social de cada criança.

Diversas possibilidades de atividade lúdicas são ofertadas pelos educadores

a seus alunos, pois estes sabem que os jogos estão presentes desde os primórdios

até os dias atuais e sabem da importância do mesmo.

Muitas atividades lúdicas, como jogos e brincadeiras, incluem atividades

relacionadas a diferentes áreas do conhecimento, que podem e devem ser

aproveitadas pelo professor como ponto de partida para o aprender a aprender ou

seja para o ensino e consequentemente para a avaliação. O professor que pretende

utilizar o lúdico em sala de aula deve saber que cabe ao planejamento, a

organização do ambiente e dos materiais e principalmente ter conhecimento de seus

alunos. Ele deve ter consciência da importância do brincar para a aprendizagem.

Para as professoras de 03 e 04 anos do Centro de educação Infantil Raio de

Sol o jogo pode ou não ter objetivos pedagógicos e deve ser usado dentro da sala

de aula para fins de ensino e para que isso ocorra é necessário ter em mente os

conceitos, habilidades, e procedimentos de como o mesmo poderá ser executado,

individual ou em grupo facilitando a socialização.

O acompanhamento das crianças pelo professor durante as brincadeiras é de

fundamental importância, pois o professor poderá ter a oportunidade de conhecer

seu grupo, o que sabem como se relacionam e como interagem para resolver

situações problemas.

As brincadeiras proporcionam as crianças o envolvimento em situações

favoráveis a aquisição de regras, a expressão de sua imaginação, criatividade, a

apropriação e exploração do meio, bem como facilitam no desenvolvimento da

aprendizagem, ou seja, alunos com dificuldade de aprendizagem tem um melhor

rendimento através da ludicidade e para que isso ocorra o professor deve ser o

mediador e facilitador e proporcionar momentos de descontração e prazer.

35

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1995. ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2003. ARAUJO. Fabíola Peixoto de. ETGES. Marta Rumpf. Jogos, recreação e Educação. Palmas TO 2007 ARFOUILLOUX, Jean. Claude. A entrevista com a criança: a abordagem da criança através do diálogo, do brinquedo e do desenho. Tradução de Analúcia T. Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. BANDEIRA, Maria de Lourdes Bandeira, FREIRE Otávio. Antropologia: Infância, Cultura e Socialização. Cuiabá: EdUFMT, 2006. BANDEIRA, Maria de Lourdes Bandeira, FREIRE Otávio. Antropologia: Uma Introdução. Cuiabá: EdUFMT, 2006. BANDEIRA, Maria de Lourdes Bandeira, FREIRE Otávio. Antropologia: Três Categorias do Pensamento Antropológico. Cuiabá: EdUFMT, 2006. BARROS; João Luiz da Costa. A Valorização da Ludicidade Enquanto Elemento Construtivo do Modo de Vida das Crianças em Nossos dias. 2002. Site: hpp/www.pedagogia ao pé da letra. Outubro de 2011. BONARIGO, C. M. de R. Brincar: Brincadeiras ou coisa séria. Porto Alegre: Educação e realidade, 1981 BRASIL / Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998. BROUGÉRE, Gilles. Brinquedo e companhia. São Paulo: Cortez, 2004. HAETINGER, Max Gunther; HAETINGER Daniela.Jogos, recreação e lazer. Curitiba: IESDE Brasil S.A 2008. HUIZINGA, J. Home Ludens: O Jogo como Elemento da Cultura. São Paulo: Perspectiva/Edusp.1971. KISHIMOTO, TizukoMochida. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002. KISHIMOTO,Tizuko. Mochida. Jogos Infantis: o jogo, a criança e educação. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

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REVISTA NOVA ESCOLA. Educação Infantil: O que trabalhar todo dia na creche e na pré escola. Ed. Moderna 2008 SANTAIANA, Rochele da Silva. O lúdico na prática pedagógica. Obra organizada pela Universidade luterana do Brasil. Edição revisada 2006. Rio Grande do Sul. VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1991. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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ANEXO

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SEMI ABERTO DE CAMPO

1- Em sua visão o lúdico propõe aprendizagem para as crianças com dificuldades de aprendizagem?

2- Qual a maneira que o lúdico pode ser trabalhado em sala de aula ?

3- Em sua opinião o lúdico é ummétodo que deve se adotado por todos da escola para melhorariano processo de aprendizagem das crianças que tem dificuldades?

4- Você como educador mediador do conhecimento acredita que em que momento o lúdico pode ser trabalhado dentro e fora da sala de aula?

5- Quais são as atividades que você realiza em sua sala aula com o lúdico?

6- Você educador da Educação Infantil quais são as possibilidades que você

oferece ao seu aluno que apresenta dificuldades na aprendizagem com

relação a números e letras?

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