21
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA PARA ALUNOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL SIMONE APARECIDA SILVA- [email protected] RESUMO Sabemos que a Cartografia faz parte do nosso cotidiano, porém inúmeras vezes nos deparamos com pessoas que apresentam dificuldades em interpretar os elementos das paisagens justamente porque lhes faltam os conceitos básicos dessa importante ferramenta do ensino de Geografia. Entendemos que a escola é o espaço em que esses conceitos devem ser ensinados. Estudos mostram que os professores da Educação Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental recebem pouca formação quanto à Alfabetização Cartográfica, desse modo o presente Artigo que faz parte do trabalho de conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná tem por finalidade apresentar uma proposta de Alfabetização Cartográfica para alunos do Curso de Formação Docente procurando proporcionar-lhes uma maior formação quanto aos seus conceitos básicos e assim fornecer subsídios para a futura atuação nas séries iniciais do Ensino Fundamental e na Educação Infantil. Palavras-chave: Cartografia, Alfabetização Cartográfica; Formação de Professores; ABSTRACT 1

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA PARA ALUNOS DO … · alfabetizaÇÃo cartogrÁfica para alunos do curso de formaÇÃo de docentes da educaÇÃo infantil e anos iniciais do ensino fundamental

Embed Size (px)

Citation preview

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA PARA ALUNOS DO CURSO DE

FORMAÇÃO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

DO ENSINO FUNDAMENTAL

SIMONE APARECIDA SILVA-

[email protected]

RESUMO

Sabemos que a Cartografia faz parte do nosso cotidiano, porém inúmeras vezes

nos deparamos com pessoas que apresentam dificuldades em interpretar os elementos

das paisagens justamente porque lhes faltam os conceitos básicos dessa importante

ferramenta do ensino de Geografia. Entendemos que a escola é o espaço em que esses

conceitos devem ser ensinados. Estudos mostram que os professores da Educação

Infantil e anos Iniciais do Ensino Fundamental recebem pouca formação quanto à

Alfabetização Cartográfica, desse modo o presente Artigo que faz parte do trabalho de

conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná tem por finalidade apresentar uma proposta de Alfabetização

Cartográfica para alunos do Curso de Formação Docente procurando proporcionar-lhes

uma maior formação quanto aos seus conceitos básicos e assim fornecer subsídios para a

futura atuação nas séries iniciais do Ensino Fundamental e na Educação Infantil.

Palavras-chave: Cartografia, Alfabetização Cartográfica; Formação de Professores;

ABSTRACT

1

We know that cartography is part of our daily lives, but many times we meet

people who have difficulties in understanding elements of the landscape just because

they have no basic concepts of this important tool of geography teaching. We

understand that the school is the space where these concepts should be taught. Studies

show that teachers of early childhood education and early years of elementary school

receive a little training on the Cartographic Literacy, thus the present article is part of the

work conclusion of the Program for Educational Development of Parana State

Educacion Secretary wich aims to propose a Cartographic Literacy for students of

Teacher Training providing them a better training about their concepts and then provide

support for their future action in the first grades of elementary school and in

kindergarten.

Keywords: Cartography, Cartographic Literacy, Teacher Training.

INTRODUÇÃO

Pesquisadores da Geografia insistem em afirmar que as noções de cartografia

devem ser ensinadas desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, pois é a partir daí

que o aluno vai adquirindo uma visão de mundo. Ao longo dos anos, novos conceitos

vão sendo incorporados permitindo que estas noções possam ser utilizadas no dia-a-dia

das pessoas, e não apenas nas aulas de Geografia.

O ensino de Cartografia no Ensino Fundamental e Médio possibilitará que o

aluno passe a ler um mapa com visão crítica e com capacidade de interpretar os dados

representados.

2

Pensando na perspectiva da Cartografia como elemento fundamental para que o

indivíduo possa saber se localizar, é que se apresentou o projeto de Alfabetização

Cartográfica para os alunos do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e

Anos Iniciais do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Barbosa Ferraz, uma vez que

os mesmos serão futuros professores, e atuarão nas séries iniciais.

Aprofundar a Alfabetização Cartográfica no Curso de Formação de Docentes da

Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental irá contribuir para formar

futuros leitores de mapas, com capacidade de codificar/decodificar os signos e

significados.

Para atingir esse objetivo, o maior desafio é o desenvolvimento de uma

metodologia compatível com a idade/série do aluno de nível médio, mas que também,

forneça condições para que possam aplicá-las ao seus futuros alunos. Desse modo, os

conceitos trabalhados serão compatíveis com sua formação, em um processo contínuo,

com a finalidade de contribuir para a formação de pessoas com capacidade de ler e

interpretar um mapa com seus símbolos e significados.

Em um mundo em constante evolução, as novas tecnologias vão sendo

incorporadas ao cotidiano das pessoas, faz-se necessário que os conceitos da

Alfabetização Cartográfica sejam compreendidos, para que dessa forma possamos

formar pessoas com capacidade de interpretar as informações cartográficas que se lhe

apresentam.

Desse modo o projeto teve por finalidade desenvolver uma proposta de

Alfabetização Cartográfica voltada para o Curso de Formação de Docentes em nível

3

médio objetivando o ensino de Alfabetização Cartográfica na Educação Infantil e nos

anos iniciais do Ensino Fundamental.

CATEGORIAS DE ANÁLISE DA GEOGRAFIA

A Cartografia apresenta-se como uma linguagem indispensável ao ensino de

Geografia. Cabe a ela a localização dos fatos e acontecimentos no espaço geográfico.

Dessa maneira o projeto de Alfabetização Cartográfica será desenvolvido tendo por base

as categorias de análise da Geografia.

Cavalcanti (1999) discute as categorias de análise - lugar, paisagem, território,

sociedade e natureza. Neste projeto demos maior ênfase as categorias lugar e paisagem.

Segundo essa autora, a concepção de lugar pode ser considerada no contexto do

processo de globalização. A globalização indica uma tensão contraditória entre a

homogeneização das várias esferas da vida social e fragmentação, diferenciação e

antagonismos sociais. Por ser assim, a compreensão da globalização requer a análise das

particularidades dos lugares, que permanecem, mas que não podem ser entendidas por

elas mesmas. O que há de específico nas particularidades deve ser encarado na

mundialidade, ou seja, o problema local deve ser analisado, como problema global, pois

há na atualidade em “deslocamento” (no sentido de des-locar) das relações sociais.

O lugar meio de manifestação da globalização, sofreria, nesse entendimento, os

impactos das transformações provocadas pela globalização, conforme suas

particularidades e em função de suas possibilidades. A eficácia das ações em nível

global estaria, assim, na dependência da possibilidade de sua materialidade dos lugares.

4

Do mesmo modo, no local se realizariam as resistências ao fenômeno da globalização e

as suas conseqüências, pois é onde podem manifestar-se a identidade, o coletivo e o

subjetivo.

A paisagem tem sido tomada como um primeiro foco de análise, como ponto de

partida para aproximação de seu objeto de estudo que é o espaço geográfico, contendo

ao mesmo tempo uma dimensão objetiva e uma subjetiva. Nessa linha Santos (1988)

define paisagem da seguinte forma: “Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão

alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a

vista abarca. Não e formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos,

odores, sons etc.” (CAVALCANTI, 1988:61)

Para a construção do conceito de paisagem no ensino de Geografia, é importante

considerar esse conceito como primeira aproximação do lugar, chave inicial para

apreender as diversas determinações desse lugar. A partir daí, a análise poderia se

encaminhar para o entendimento do espaço geográfico, através de sucessivas

aproximações do real estudado.

CONTEXTUALIZAÇÃO

O Colégio Estadual Barbosa Ferraz localiza-se na região central de Ivaiporã,

caracteriza-se por ofertar cursos de educação profissional em nível médio e subseqüente.

Os cursos são Ensino Médio, Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos

Iniciais do Ensino Fundamental, Técnico em Meio Ambiente, Técnico em

Administração e Técnico em Secretariado. A clientela atendida apresenta uma faixa

5

etária variada e, os alunos em sua maioria são de baixa renda. Por ofertar cursos de

Educação Profissional, o Colégio recebe alunos não só de Ivaiporã, como também dos

16 municípios que compõem o Núcleo Regional de Educação.

A história do Colégio é marcada por lutas e resistências, sendo que ele foi um

dos 14 colégios do Paraná, que em 1996, não fechou o curso de Magistério, conforme a

orientação da SEED/PR. A partir de então não dava a possibilidade de se concluir um

curso profissionalizante e de ensino médio ao mesmo tempo.

Em razão do exposto o antigo Magistério, hoje, Formação de Docentes da

Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, constitui o carro chefe do

Colégio. Por ser um curso de grande importância para o Colégio, pensou-se em

desenvolver um projeto envolvendo alunos do 2º ano.

Nesse sentido o tema escolhido para trabalhar com os alunos foi Alfabetização

Cartográfica para crianças da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

Trata-se de um tema de relevância, uma vez dada a sua importância, pois percebe-se que

na maioria das vezes as pessoas não possuem noções básicas de Cartografia, e por isso,

possuem dificuldades de leitura e interpretação de mapas. É na escola que esses

conceitos devem ser ensinados. Portanto instrumentalizar futuros professores dessas

séries possibilitará que o assunto seja abordado de forma concreta, dando condições para

que em séries seguintes seja feito um aprofundamento do tema. De acordo com

Almeida/Passini (2008:11)

“É na escola que deve ocorrer a aprendizagem espacial voltada para a compreensão das formas pelas quais a sociedade organiza seu espaço – o que será só plenamente possível com uso de representações formais (ou convencionais) desse espaço”.

6

O ESPAÇO GEOGRÁFICO

A Cartografia busca a representação do espaço. Espaço esse que é alterado a

partir das relações humanas que aí acontecem. A construção do espaço geográfico é,

portanto, histórica, fruto das relações sociais num dado momento, realizadas através do

trabalho, aqui entendido como a atividade realizada pelo homem que modifica a

natureza para atender suas necessidade e interesses. De acordo com Santos (1986:122)

“Isto é, o espaço se define como um conjunto de formas representativas re relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções”.

Nesse sentido a Cartografia aparece como elemento fundamental, para se

representar esse espaço, segundo Almeida/Passini (2008:10).

“A importância do aprendizado espacial no contexto sócio-cultural da sociedade moderna, como instrumento necessário à vida das pessoas, pois esta exige certo domínio de conceitos e de referenciais espaciais para deslocamento e ambientação; e mais do que isso, para que as pessoas tenham uma visão consciente e crítica de seu espaço social.

A CARTOGRAFIA E A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA

O mundo contemporâneo é marcado por profundas transformações, que ocorrem

em ritmo acelerado, graças ao avanço das tecnologias e informações.

Devido ao uso de diversas mídias (tv, impressos, computador, Internet, etc) as

pessoas são informadas de tudo o que acontece no mundo com uma velocidade

surpreendente. Diariamente elas estão em contato com uma importante ferramenta que

as auxilia na localização dos fatos, que é a Cartografia, ou seja, a leitura e compreensão

dos mapas, que está no cotidiano quando da localização de um simples objeto, deixado

7

em algum lugar, utilizando um mapa mental, até a localização de acontecimentos em

escala global, utilizando para isso um planisfério ou globo terrestre. De acordo com

Pissinati (2007:109-110)

“... mostrar a seus alunos a grande presença da cartografia na vida cotidiana das pessoas em geral, seja no exercício da simples localização de um fenômeno no mapa, seja na compreensão de um trajeto a ser percorrido”.

Sendo a cartografia importante no mundo moderno, é importante que a mesma

seja compreendida na sua totalidade, para que o indivíduo dessa forma tenha uma visão

crítica do mundo, e é na escola que os conceitos cartográficos devem ser ensinados.

Segundo Pissinati (2007:110-111)

“Considerando que a escola tem a responsabilidade de contribuir com a formação de cidadãos críticos, faz parte dessa tarefa levar os estudantes a analisarem o ambiente em que vivem, a refletirem sobre ele e a compreenderem como funciona a representação dos fatos e fenômenos que ele contêm”.

Sendo a escola o espaço em que o indivíduo é alfabetizado e aprende os cálculos

aritméticos, é, portanto, nesse espaço que deve-se dar o ensino da Cartografia, para que

assim possamos formar indivíduos que tenham pleno domínio do espaço em que vivem e

dessa forma, poder agir transformando-o de forma crítica e consciente.

De acordo com Almeida/Passini (2008:15)

“Ler mapas, portanto, significa dominar esse sistema semiótico, essa linguagem cartográfica. E preparar o aluno para essa leitura deve passar por preocupações metodológicas tão sérias quanto a de ensinar a ler e escrever, contar e fazer cálculos matemáticos”.

Portanto, a escola deve ser o espaço onde o aluno passa a conhecer a linguagem

cartográfica e a utilizá-la no seu dia-a-dia, dessa forma estará cumprindo sua função

8

social, que é a de formar cidadãos críticos, com capacidade de analisar sua realidade e

com poder de transformação.

Desse modo, a Alfabetização Cartográfica aparece como elemento capaz de

instrumentalizar nossos alunos para fazer essa leitura de mundo.

De acordo com Pissinati/Archela (2008:111):

“A alfabetização cartográfica é o processo de ensino-aprendizagem por onde o estudante será inserido no estudo formal do mapa”.

O desenvolvimento dessa capacidade permitirá que o aluno seja capaz de

interpretar os dados geográficos e não apenas como ilustração ou para localizar fatos

geográficos, como nos diz Passini (1990).

Assim os conceitos a serem trabalhados permitirão o desenvolvimento de noções

de:

- visão oblíqua e visão vertical;

- imagem tridimensional, imagem bidimensional;

- alfabeto cartográfico: ponto, linha e área;

- construção da noção de legenda;

- proporção e escala;

- lateralidade/referências, orientação.

Segundo Simielli (2007:98)

“O desenvolvimento dessas noções contribui para a desmistificação da cartografia como apresentadora de mapas prontos e acabados. O objetivo das representações dos mapas e dos desenhos é transmitir informações e não ser simplesmente objeto de reprodução”.

9

Deve-se ressaltar ainda, que esse trabalho partirá do espaço concreto do aluno

(corpo, sala, casa, bairro) até atingir escalas maiores, como o município, estado, país,

etc. Ressaltando que não se trata de trabalhar o espaço de forma concêntrica, isolada,

mas deixando claro que existe uma inter-relação entre os elementos estudados.

De acordo com Almeida/Passini (2008:12-13)

“... No entanto salientamos que essa disposição não implica uma abordagem concêntrica das esferas espaciais. O professor deve estar consciente de que o espaço próximo para ser analisado precisa ser abordado em relação com outras instancias, especialmente distantes. Nesse processo a realidade é o ponto de partida e de chegada. De sua observação o aluno deve extrair elementos sobre os quais deve refletir e a partir disso ser levado à construção de conceitos”.

O CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E

ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E A ALFABETIZAÇÃO

CARTOGRAFICA

O curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Barbosa Ferraz, é um

curso em nível médio e que tem por finalidade formar professores para atuar na

Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, conforme consta no

artigo 62 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, n.º 9394/96.

É neste curso que os alunos recebem referencial teórico-metodológico para

atuarem nas referidas séries, ensinando Português, Matemática, Geografia, História,

Educação Artística, Educação Física e Ciências.

De acordo com a proposta curricular deste curso o ensino da disciplina que

compõe a Base Nacional Comum, abrangerá conteúdos de acordo com as Diretrizes

10

Curriculares do Estado do Paraná, ao passo que a disciplina de Metodologia do Ensino

de Geografia, que faz parte da Formação Específica, propõe em sua ementa:

“Aspectos Teórico-metodológicos do ensino de Geografia como ciência. Compreensão do espaço produzido pela sociedade: espaço relacional. Análise crítica dos livros didáticos, o papel da geografia no currículo: Análise crítica e elaboração dos recursos didáticos”.

Dessa forma o que se propõe no presente projeto, abordar a Alfabetização Cartográfica

de forma aprofundada, dando condições para que o aluno, futuro professor, tenha

conhecimento da importância do tema para a formação integral do cidadão.

A proposta curricular deixa claro que a formação do aluno deve ser integral, não

havendo independência entre os saberes disciplinares dos saberes profissionais.

“... Ao ensinar Química, Biologia, Matemática, Português, ou outra disciplina os docentes deverão ter presente o compromisso com aqueles conhecimentos no sentido de que eles serão ensinados pelos futuros professores das crianças de 0 a 10 anos. Os alunos por sua vez, deverão estar comprometidos com o processo de aprendizagem porque estão se preparando para um trabalho com características especiais – a educação de crianças”.

Portanto, o que se pretende, conforme consta na proposta curricular do curso, é

fazer a integração entre “fazer e saber sobre o fazer”.

RESULTADOS

A implementação do projeto de Alfabetização Cartográfica para os alunos do

curso de Formação Docente, teve início com a conceituação de lugar e paisagem. Pois

foi partindo do espaço de vivencia do aluno que o tema do Projeto foi iniciado. Eles

perceberam que a observação dos elementos que compõem as paisagens sejam naturais

ou culturais, dependem da percepção do observador. A partir de fotografias contendo

11

diversas paisagens(naturais e culturais), foi pedido para que descrevessem os elementos

que observavam, posteriormente as fotografias foram trocadas entre eles, que repetiram

a atividade. Após as descrições, os alunos socializaram as conclusões a que chegaram.

Então foi explicado que as paisagens são passíveis de serem registradas, seja através de

fotografias, de croquis etc.

Assim foi destacado a importância do espaço e sua representação, dessa forma os

alunos compreenderam que esse aprendizado possibilita que se possa conhecer melhor o

espaço em que está inserido. Eles compreenderam que a escola é o lugar que

proporcionará que o indivíduo tenha os primeiros contatos com a aprendizagem espacial.

Destaquei aos alunos que a Cartografia fornece os meios pelos quais o indivíduo

consegue ler/representar e interpretar o espaço em que se encontra, estando presente em

suas vidas mais do que eles imaginam, não estando apenas nos Atlas escolares mas

também em seu dia-a-dia, através da localização de uma rua onde mora o colega ou em

viagens para definir o caminho a seguir, etc. Assim procurei demonstrar que os mapas

estão no cotidiano das pessoas. Demonstrei que, iniciar a Alfabetização Cartográfica,

desde a Educação Infantil e primeiras séries do Ensino Fundamental possibilitará formar

pessoas capazes de pensar o espaço desde pequenos, portanto, que eles, como futuros

professores das referidas séries tem a responsabilidade de desenvolver essas atividades.

A seguir os conceitos da Alfabetização Cartográfica foram introduzidos. Por se

tratar de um curso de nível médio as atividades foram desenvolvidas respeitando-se a

faixa etária e nível de ensino em que se encontram.

Ao longo das aulas foi solicitado que os mesmos compartilhassem com a classe

os conhecimentos de Cartografia que possuíam, assim pude ter uma idéia de como

abordar os conceitos que viriam a seguir.

A VISÃO OBLÍQUA E A VISÃO VERTICAL E A PERCEPÇÃO EM SEGUNDA E

TERCEIRA DIMENSÃO

A metodologia aplicada para o desenvolvimento desses conceitos se baseou nos artigos

Cartografia no Ensino Fundamental e Médio (Maria Elena Ramos Simielli, 2007) e

12

Alfabetização Cartográfica: a construção do conceito de visão vertical e formação de

professores ( Sonia Maria Munhóes Romano 2007).

Foram utilizadas duas maquetes (casa e do relevo do Paraná), conjunto de slides

de fotografias apresentando a paisagem sob ângulos diferentes, e assim visualmente os

alunos percebessem as diferenças entre elas. Os alunos ao longo das aplicações

demonstravam dúvidas quanto à diferenciação da visão oblíqua e vertical, a princípio a

expectativa que tinha era outra. Talvez por se tratarem de alunos de nível médio pensei

que estes conceitos já haviam sido adquiridos ao longo das séries já cursadas. Ao longo

da aula explorei o tema com eles tirando todas as dúvidas que surgiam. O trabalho com

as maquetes e as fotografias foram essenciais para que os conceitos fossem

compreendidos. A partir do momento que os alunos demonstraram entendimento

desenvolvi as noções da percepção em segunda e terceira dimensão. Nesse caso as

maquetes foram fundamentais para que observassem em terceira dimensão a casa e o

relevo do Paraná, expliquei à eles que a bidimensão é explicada através das dimensões

que o papel possibilita (comprimento e a largura). Os alunos mostraram curiosidade

quando lhes foi apresentada a maquete do Paraná, pois muitos declaravam que jamais

haviam visto uma, e por isso a exploraram com interesse. Neste momento aproveitei

para indicar aos alunos a divisão do relevo paranaense, as principais bacias hidrográficas

e a localização do município e outras cidades de destaque do Estado. Assim percebi que

os alunos compreenderam o que já havia sido explicado.

O resultado do trabalho foi satisfatório, pois grande parte dos alunos

desenvolveram corretamente a atividade aplicada para verificação de aprendizagem.

Como atividade pedi que eles fizessem uma planta da casa observada a partir de uma

visão vertical, queria constatar de que realmente tinham entendido. A maioria dos alunos

realizaram corretamente a atividade. Outros fizeram suas representação a partir de uma

visão oblíqua, uma vez que em seus desenhos apareciam os pés da mesa, as portas e

maçanetas, etc. Com os resultados em mãos, realizei nova explicação cuidando em tirar

as dúvidas dos alunos que fizeram as atividades incorretas, e mostrando à eles o porque

de seus erros.

13

Posteriormente perguntei a eles que se outra pessoa corrigisse sua atividade e que

não conhecesse a maquete, se a mesma teria facilidade na compreensão. Eles disseram

que não, pois não havia explicação para os elementos que estavam ali representados.

Neste momento foi introduzido o próximo da conceito da Alfabetização

Cartográfica: a legenda.

A CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE LEGENDA

A partir da constatação dos alunos de que suas representações necessitavam ser

explicadas, disse que a criação de símbolos e cores serviam para suprir essa falta. Foi

dito que diariamente nos deparamos com símbolos que nos ajudam a compreender a

mundo a nossa volta, os próprios alunos começaram a citar exemplos de símbolos que

eles viam e com isso identificar do que se tratavam, como os sinais de trânsito, placas de

silêncio em hospitais, indicações de restaurantes, etc. Com isso compreenderam

facilmente a noção de legenda e desenvolveram corretamente as atividades pedidas.

Como atividades para a fixação da noção de legenda foram solicitadas as

seguintes atividades:

• Trabalho com fotografias aéreas – foi entregue a cada aluno, uma fotografia

aérea e papel vegetal. Então foi explicado que deveriam quadricular o papel

vegetal, contornar os conjuntos identificados, lembrando de que cada conjunto

deveria ser representado com uma cor, e ainda com os conjuntos iguais (ex.:

áreas de agricultura, cidades, reservas florestais) deveriam ser pintadas com a

mesma cor. E por último que fizessem uma legenda indicando com símbolos

os conjuntos observados.

• Representação de um lugar do espaço de vivência do aluno: foi pedido que os

mesmos fizessem uma representação de um lugar que lhes fosse familiar

indicando os elementos que observados, e que a partir daí usassem símbolos

para explicar os elementos representados.

14

• Trabalho com mapas: além da representação, a interpretação de mapas já

existentes foi pedida. Os alunos realizaram a leitura e interpretação dos mapas

da área metropolitana de Curitiba e outro com as áreas de agropecuária do sul

do Brasil.

Como resultado os alunos compreenderam os conceitos trabalhados, pois as

atividades desenvolvidas mostraram essa compreensão.

ESCALA E PROPORÇÃO

A introdução da noção de escala teve início com a exposição do município em

várias escalas, iniciando pelo mapa mundi, mapa Brasil, do Paraná e do município, para

que os alunos percebessem a relação que existe entre o real e sua representação no mapa,

assim eles foram adquirindo a noção da importância da escala em uma representação. A

elaboração da planta da sala de aula, foi a atividade desenvolvida para a construção do

conceito.

Os alunos foram divididos em equipe e a atividade foi desenvolvida conforme a

metodologia proposta por Rosangela Doin de Almeida no livro “Do Desenho ao Mapa –

iniciação cartográfica na escola”. O objetivo desta atividade foi mostrar aos alunos que

a escala não serve apenas para medir distâncias, mas que cada escala é adequada para o

uso que deseja dar ao mapa.

Os conceitos de escala gráfica e numérica também foram desenvolvidos para que

aprendessem a transformar a distância no mapa e sua distância real. O Atlas foi utilizado

para que os alunos identificassem a importância da escala para as diversas

representações aí contidas.

ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO NA SUPERFÍCIE TERRESTRE

Gasparim (2007) diz que devemos partir do conhecimento que o aluno traz de

sua vivencia para a partir daí promover o seu conhecimento. Assim o início do trabalho

com os conceitos de orientação e localização partiu de conhecimentos que o alunos já

15

possuíam, através das definições dadas pelos eles, pude perceber que poderia agrupá-los

em duas categorias: um grupo de alunos que não sabiam se orientar utilizando os pontos

cardeais, e outro grupo com alunos que possuíam um referencial de orientação tendo os

pontos cardeais como sendo fixos, (o leste é a direita e o oeste é a esquerda, o norte em

cima e o sul embaixo, naquela visão obtida com o mapa sendo colocado na posição

vertical no quadro). Também ao longo da aula ouvi inúmeros alunos dizerem que não

sabiam localizar o Paraná, quando no Jornal Nacional passava o mapa da previsão do

tempo.

A constatação desses dados permitiu que fosse definido o encaminhamento ao

processo de ensino-aprendizagem que seguiria. Assim iniciei a próxima aula

perguntando à eles se orientação e localização eram palavras sinônimas, alguns alunos

me disseram que sim, pois ambas estavam se relacionando a posição que ele estava em

determinado ponto do espaço, outros afirmavam que não, pois uma apontava apenas a

direção a seguir e a outra estava relacionada a dar a posição correta do objeto no espaço.

Perguntei então, se eles quisessem ir visitar um colega e este apenas indicasse o direção

em que ficava a sua casa e se esta poderia ser encontrada facilmente, eles me disseram

que não, e que seria preciso saber o nome da rua e o número da casa. Aproveitei então

este momento, para explicar que assim como na cidades para localizarmos um local

precisamos de um endereço (nome da rua e número), assim também na superfície

terrestre, para localizarmos qualquer ponto também precisamos saber o endereço e que

as coordenadas geográficas são os elementos utilizados para realizarmos esse tarefa.

Desse modo introduzi os conceitos de orientação e localização. Inicialmente disse aos

alunos que o homem ao longo da história sempre buscou meios para se orientar na

superfície terrestre e que foi a partir da observação dos astros que ele aprendeu a

determinar os pontos cardeais. Expliquei que é através movimento de rotação terrestre,

ou seja, da entrada de luz/sombra na Terra é que os pontos cardeais são determinados, e

que portanto, a direção leste-este era determinada a partir do movimento aparente do

Sol, e não a partir dos lados do corpo. Utilizando um globo terrestre e uma laterna

procurei mostrar-lhes como ocorria esse processo. Por se tratar de alunos de nível médio,

ou seja com um maior desenvolvimento intelectual, percebi que a medida que o

16

conteúdo avançava, eles apresentavam a capacidade de descentração corporal e

localizavam objetos ou lugares fora de seu esquema corporal, ou seja apresentavam uma

maior capacidade de abstração. Mostrei à eles que a determinação dos pontos cardeais

possibilitou que o homem desenvolvesse aparelhos que facilitassem a sua orientação e

localização, como exemplo trouxe para sala de aula bússolas e desenvolvi atividades a

partir de alguns referenciais como a escola, a Igreja próxima à escola, o Ginásio de

Esportes, entre outros, aos poucos iam percebendo que a medida que um novo lugar era

tomado como referencia, a localização dos lugares se invertiam, entenderam assim que a

localização de um ponto depende do ponto tomado como referencia. Expliquei que a

localização do Paraná na região Sul do Brasil se deve ao fato de que nesse caso, a capital

do país é tomada como referência, mas que se tomássemos por exemplo Santa Catarina

ou Mato Grosso do Sul, a localização do estado seria outra. Durante a realização dessa

atividade com a bússola foi explicado que ela possui uma agulha imantada que aponta

sempre para o norte magnético terrestre e que os mapas trazem o denominado norte

geográfico.

A introdução às coordenadas geográficas foi realizada quando afirmei que

somente os pontos cardeais eram insuficientes para localizar com precisão os lugares na

superfície terrestre, e que portanto, as coordenadas geográficas consistiam em elementos

fundamentais. Disse também que no nosso cotidiano não precisamos recorrer a elas para

nos localizar, exceto se a viagem for aérea ou marítima, mas que o homem tem

desenvolvido aparelhos sofisticados de localização, neste momento os alunos citaram

alguns exemplos, além da bússola, falaram também dos mapas e do GPS, e que este

atualmente está sendo utilizado até mesmo em carros para facilitar que as pessoas

encontrem com facilidade o endereço que procuram. Nesse momento aproveitei para

explicar sobre o desenvolvimento desse tipo de tecnologia, e que o GPS era americano,

mas que outros países também possuíam aparelhos de localização semelhantes e que o

domínio dessa tecnologia está ligados a interesses estratégicos e geopolíticos pelos

países a detém. Pedi então realizassem uma pesquisa na Internet para conhecer como

funcionavam e com qual finalidade foram criados os sistemas de posicionamento via

satélite (GNSS). Disse aos alunos que a não utilização das coordenadas geográficas para

17

nos deslocarmos no espaço geográfica não quer dizer que não a utilizemos em nosso dia-

a-dia, pois elas estão presentes nos mapas seja do município, do Estado, um mapa

turístico entre outros e que por isso é necessário que conheçamos os meios pelas quais

elas foram traçadas. Expliquei à eles a que forma mais fiel de representação da Terra é o

globo, porém, que devido a praticidade de transporte e localização das informações o

mapa é o recurso mais utilizado. A partir daí expliquei detalhadamente sobre os sistema

de coordenadas utilizando slides, duas mídias sobre o assunto, a maior dificuldade que

os alunos apresentavam foi compreender que a latitude só pode ser norte e sul e

longitude ser leste e oeste, pois muitos ainda não haviam compreendido que a

localização de qualquer lugar no espaço terrestre depende do ponto de referencia, e que

neste caso o Equador e Greenwich, consistiam nos marcos referenciais de localização na

superfície. Propus então atividades com a finalidade de fixar o conteúdo trabalhado,

utilizando o Atlas Geográficos propus atividades de localização de alguns lugares da

superfície da Terra, através das atividades realizadas pelos alunos constatei que

apresentaram entendimento, pois realizaram as atividades corretamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao propor a Alfabetização Cartográfica para alunos do Curso de Formação

Docente parti do princípio que de alguma forma poderia contribuir com a formação

cartográfica dos alunos da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Pois se estudos apontam a deficitária formação dos professores dessas séries quanto à

Cartografia, compreendo que a atuação do professor de Nível Médio assume uma

importância fundamental nesse processo ao mostrar aos futuros professores a

necessidade de que a alfabetização cartográfica deve ter início com crianças, pois assim

estaremos contribuindo para a formação de cidadãos com capacidade de compreender

em totalidade o espaço que os rodeia. A aplicação do Projeto permitiu ainda retomar

18

com os alunos conceitos do mapa que muitos já haviam esquecido ou, até então nem

compreendido e sanar as dúvidas não respondidas ao longo de sua vida escolar.

Em um mundo onde o acesso às tecnologias tem se popularizado constantemente

é tarefa do professor ser o mediador entre os conhecimentos adquiridos a partir da

vivencia do aluno e proporcionar que este seja transformado em um conhecimento

cientifico com suas múltiplas dimensões, conhecimentos este que são frutos das relações

históricas pelos diversos grupos sociais construídos a partir do trabalho humano ou,

conforme diz Gasparim, conhecimentos estes que “necessitam ser reconstruídos nas

suas plurideterminações”. A implementação do Projeto permitiu esse fazer pedagógico,

onde a vivencia do aluno era considerada como o ponto de partida e também o ponto de

chegada, permitindo dessa forma um comprometimento do mesmo com o processo de

ensino aprendizagem.

Assim a implementação do Projeto de Alfabetização Cartográfica possibilitou

uma pequena contribuição na formação de futuros professores, uma vez que os

conteúdos trabalhados são apenas as bases para um conhecimento cartográfico efetivo,

pois se o que se pretende é formar cidadãos que saibam pensar criticamente o espaço em

estão inseridos, a escola se apresenta como o elemento capaz de proporcionar essa

formação, conforme afirma Almeida:

“é função da escola preparar o aluno para compreender a

organização espacial da sociedade, o que exige o conhecimento

de técnicas e instrumentos necessários à representação gráfica

dessa organização”.

19

Dessa forma não se pretendeu trabalhar a Alfabetização Cartográfica apenas como

um conteúdo de ensino, mas sim desenvolver seus princípios, para que os futuros

professores possam trabalhá-los integrados aos conteúdos de ensino da Geografia com

os alunos da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Rosângela D. de. Do desenho ao mapa – iniciação cartográfica na escola. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

ALMEIDA, Rosângela D. de. PASSINI, Elza Y. O Espaço Geográfico – Ensino e Representação. 15. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

ARCHELA, R. S. PISSINATI, M. C. Webquest como metodologia em aulas práticas de Cartografia. Portal da Cartografia, UEL, v. 1, n. 1, out. 2008. <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/portalcartografia/index/>. Acesso em 01 dez. 2009.

BRASIL. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, Escola e Construção de conhecimentos. 8.ed. São Paulo: Papirus, 1999.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a pedagogia Histórico-Crítica. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2007.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Profissional. Proposta Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Em Nível Médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006.

20

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica. Curitiba, 2007.

PISSINATI, Mariza Cleonice. ARCHELA, Rosely Sampaio. Cartografia para o ensino de Geografia a Alfabetização Cartográfica: simples e prática. In: Múltiplas Geografias: ensino – pesquisa – reflexão. CALVENTE, Maria del C. M. H. ARCHELA, Rosely Sampaio. GRATÃO, Lúcia H. B. (orgs). vol. IV. Londrina: edições Humanidades, 2007. p. 109-127.

ROMANO, Sonia Maria Munhóes. Alfabetização Cartográfica – A construção do conceito de visão vertical e a formação de professores. In: CASTELLAR, Sonia (org). Educação Geográfica – teorias e práticas docentes. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 157-167

SANTOS, Milton. Por Uma nova Geografia - Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1986.

SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org). A Geografia na Sala de Aula. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 92-108

SIMIELLI, Maria Elena Ramos. O Mapa como meio de comunicação e a alfabetização cartográfica. In: ALMEIDA, Rosângela Doin de. Cartografia Escolar (org). São Paulo: Contexto. 2007.

21