Analise de lajes

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    ASPECTOS DA ANLISE ESTRUTURAL

    DAS LAJES DE EDIFCIOS DE

    CONCRETO ARMADO

    HERALDO DUARTE

    Dissertao apresentada Escola de

    Engenharia de So Carlos, da Universidade de

    So Paulo, como parte dos requisitos para a

    obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia

    de Estruturas

    ORIENTADOR: JOS SAMUEL GIONGO

    So Carlos

    1998

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    AGRADECIMENTOS

    Ao Prof. Jos Samuel Giongo, pela ateno dispensada na orientao deste

    trabalho, pelas experincias e conhecimentos transmitidos e, principalmente, pela

    sua amizade.

    Ao Departamento de Estruturas da Escola de Engenharia de So Carlos, por

    permitir e dar todas as condies para a realizao deste trabalho.

    Ao Escritrio Tcnico Jos Roberto Leme de Andrade S/C Ltda., por ceder

    cpias de projeto de sua propriedade para serem utilizadas como exemplos.

    Sra. Maria Nadir Minatel, pela ajuda com a bibliografia.

    Secretria Rosi Aparecida Jordo Rodrigues, pela dedicao e servios

    prestados.

    Aos meus familiares e a toda famlia de f so carlense pelo apoio e

    incentivo a esse trabalho.

    CAPES, pela bolsa de estudos.

    A todos aqueles que, de alguma forma, contriburam para a realizao deste

    trabalho e, acima de tudo, a Deus, que Pai providente, fonte de toda cincia e

    sabedoria.

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 3.1- Esforos solicitantes em um elemento de placa.............................................. 20

    FIGURA 4.1 - Forma do pavimento tipo do Edifcio Vitria Rgia......................................... 29

    FIGURA 4.2 - Diagrama de deformao da seo de maior momento fletor - Equao de

    Compatibilidade .............................................................................................................. 30

    FIGURA 4.3 - Malha com espaamento da ordem de 1,00 m x 1,00 m - Numerao

    dos ns............................................................................................................................ 37

    FIGURA 4.4 - Malha com espaamento da ordem de 0,50 m x 0,50 m - Numerao

    dos ns............................................................................................................................ 37

    FIGURA 4.5 - Momentos fletores ao longo do Corte XX (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidosatravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha ................................................. 40

    FIGURA 4.6 - Momentos fletores ao longo do Corte YY (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidos

    atravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha ................................................. 40

    FIGURA 4.7 - Deslocamentos ao longo do Corte XX (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidos atravs

    da aplicao da tcnica da analogia de grelha .............................................................. 41

    FIGURA 4.8 - Momentos fletores ao longo do Corte XX (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidos

    atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos................................................ 48

    FIGURA 4.9 - Momentos fletores ao longo do Corte YY (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidos

    atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos................................................ 48

    FIGURA 4.10 - Deslocamentos ao longo do Corte XX (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidas

    atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos................................................ 49

    FIGURA 4.11 - Deslocamentos ao longo do Corte YY (ver Figuras 4.3 e 4.4), obtidas

    atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos................................................ 49

    FIGURA 4.12 - Envoltrias dos esforos momentos fletores M11 = Mxx (em kNm/m), obtidas

    atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos................................................ 50

    FIGURA 4.13 - Envoltrias dos esforos momentos fletores M22 = Myy (em kNm/m), obtidas

    atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos................................................ 51

    FIGURA 5.1 - Configuraes possveis de charneiras.......................................................... 56

    FIGURA 5.2 - Determinao da configurao de runa......................................................... 57

    FIGURA 5.3 - Comparaes entre os valores dos momentos fletores ao longo do Corte XX

    (ver tabela 5.1), obtidos atravs da teoria das charneiras plsticas e do clculo com

    tabelas do mtodo elstico............................................................................................. 60

    FIGURA 5.4 - Comparaes entre os valores dos momentos fletores ao longo do Corte YY

    (ver tabela 5.1), obtidos atravs da teoria das charneiras plsticas e do clculo com

    tabelas do mtodo elstico............................................................................................. 60

    FIGURA 6.1 - Arranjos possveis para armadura de lajes contnuas.................................... 64

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    FIGURA 6.2 - Detalhamento das armaduras positivas, obtido atravs de tabelas do mtodo

    elstico............................................................................................................................ 67

    FIGURA 6.3 - Detalhamento das armaduras negativas, obtido atravs de tabelas do mtodo

    elstico............................................................................................................................ 68

    FIGURA 6.4 - Detalhamento das armaduras positivas, obtido atravs do mtodo dos

    elementos finitos............................................................................................................. 69

    FIGURA 6.5 - Detalhamento das armaduras negativas, obtido atravs do mtodo dos

    elementos finitos............................................................................................................. 70

    FIGURA 6.6 - Detalhamento das armaduras positivas, obtido atravs da teoria das

    charneiras plsticas........................................................................................................ 71

    FIGURA 6.7 - Detalhamento das armaduras negativas, obtido atravs da teoria das

    charneiras plsticas........................................................................................................ 72FIGURA 6.8 - Detalhamento das armaduras positivas, obtido com a utilizao de telas

    soldadas.......................................................................................................................... 75

    FIGURA 6.9 - Detalhamento das armaduras negativas, obtido com a utilizao de telas

    soldada ........................................................................................................................... 76

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 3.1- ESFOROS SOLICITANTES EM UM ELEMENTO DE PLACA

    FIGURA 4.1 - FORMA DO PAVIMENTO TIPO DO EDIFCIO VITRIA RGIA

    FIGURA 4.2 - DIAGRAMA DE DEFORMAO DA SEO DE MAIOR MOMENTO FLETOR- EQUAO DECOMPATIBILIDADE

    FIGURA 4.3 - MALHA COM ESPAAMENTO DA ORDEM DE 1,00 M X 1,00 M - NUMERAO DOS NSFIGURA 4.4 - MALHA COM ESPAAMENTO DA ORDEM DE 0,50 M X 0,50 M - NUMERAO DOS NSFIGURA 4.5 - MOMENTOS FLETORES AO LONGO DO CORTE XX (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDOS

    ATRAVS DA APLICAO DA TCNICA DA ANALOGIA DE GRELHAFIGURA 4.6 - MOMENTOS FLETORES AO LONGO DO CORTE YY (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDOS

    ATRAVS DA APLICAO DA TCNICA DA ANALOGIA DE GRELHAFIGURA 4.7- DESLOCAMENTOS AO LONGO DO CORTE XX (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDOS

    ATRAVS DA APLICAO DA TCNICA DA ANALOGIA DE GRELHA

    FIGURA 4.8 - MOMENTOS FLETORES AO LONGO DO CORTE XX (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDOSATRAVS DA ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    FIGURA 4.9 - MOMENTOS FLETORES AO LONGO DO CORTE YY (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDOSATRAVS DA ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    FIGURA 4.10 - DESLOCAMENTOS AO LONGO DO CORTE XX (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDASATRAVS DA ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    FIGURA 4.11 - DESLOCAMENTOS AO LONGO DO CORTE YY (VERFIGURAS 4.3 E 4.4), OBTIDASATRAVS DA ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    FIGURA 4.12 - ENVOLTRIAS DOS ESFOROS MOMENTOS FLETORES M11= MXX(EM KNM/M), OBTIDASATRAVS DA ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    FIGURA 4.13 - ENVOLTRIAS DOS ESFOROS MOMENTOS FLETORES M22= MYY(EM KNM/M), OBTIDASATRAVS DA ANLISE COM O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    FIGURA 5.1 - CONFIGURAES POSSVEIS DE CHARNEIRASFIGURA 5.2 - DETERMINAO DA CONFIGURAO DE RUNAFIGURA 5.3 - COMPARAES ENTRE OS VALORES DOS MOMENTOS FLETORES AO LONGO DO CORTE XX

    (VER TABELA 5.1), OBTIDOS ATRAVS DA TEORIA DAS CHARNEIRAS PLSTICAS E DO CLCULO COMTABELAS DO MTODO ELSTICO

    FIGURA 5.4 - COMPARAES ENTRE OS VALORES DOS MOMENTOS FLETORES AO LONGO DO CORTE YY(VER TABELA 5.1), OBTIDOS ATRAVS DA TEORIA DAS CHARNEIRAS PLSTICAS E DO CLCULO COMTABELAS DO MTODO ELSTICO

    FIGURA 6.1 - ARRANJOS POSSVEIS PARA ARMADURA DE LAJES CONTNUASFIGURA 6.2 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS POSITIVAS, OBTIDO ATRAVS DE TABELAS DO

    MTODO ELSTICOFIGURA 6.3 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS NEGATIVAS, OBTIDO ATRAVS DE TABELAS DO

    MTODO ELSTICO

    FIGURA 6.4 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS POSITIVAS, OBTIDO ATRAVS DO MTODO DOSELEMENTOS FINITOSFIGURA 6.5 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS NEGATIVAS, OBTIDO ATRAVS DO MTODO DOS

    ELEMENTOS FINITOSFIGURA 6.6 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS POSITIVAS, OBTIDO ATRAVS DA TEORIA DAS

    CHARNEIRAS PLSTICASFIGURA 6.7 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS NEGATIVAS, OBTIDO ATRAVS DA TEORIA DAS

    CHARNEIRAS PLSTICASFIGURA 6.8 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS POSITIVAS, OBTIDO COM A UTILIZAO DE TELAS

    SOLDADASFIGURA 6.9 - DETALHAMENTO DAS ARMADURAS NEGATIVAS, OBTIDO COM A UTILIZAO DE TELAS

    SOLDADA

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 2.1 - Valores dos pesos especficos aparentes dos materiais de construo.................6

    TABELA 2.2 - Aes permanentes por unidade de rea ...............................................................7

    TABELA 2.3 - Valores mnimos das aes variveis normais .......................................................8

    TABELA 2.4 - Valores limites para deslocamentos ......................................................................12

    TABELA 4.1 - Momentos fletores e deslocamentos obtidos atravs do clculo desenvolvido com

    auxlio de tabelas - mtodo elstico ......................................................................................33

    TABELA 4.2 - Momentos fletores e deslocamentos ao longo do Corte XX (ver figuras 4.3 e 4.4)

    obtidos atravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha............................................38

    TABELA 4.3 - Momentos fletores e deslocamentos ao longo do Corte YY (ver figuras 4.3 e 4.4)

    obtidos atravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha............................................39

    TABELA 4.4 - Momentos Fletores e deslocamentos ao longo do Corte XX (ver Figuras 4.3 e

    4.4), obtidos atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos..................................46

    TABELA 4.5 - Momentos Fletores e deslocamentos ao longo do Corte YY (ver Figuras 4.3 e

    4.4), obtidos atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos..................................47

    TABELA 5.1 - Comparao entre os valores dos esforos momentos fletores obtidos atravs da

    teoria das charneiras plsticas e clculo atravs de tabelas do mtodo elstico.................59

    TABELA 6.1 - Consumo de ao resultante da anlise atravs de tabelas do mtodoelstico ...................................................................................................................................68

    TABELA 6.2 - Consumo de ao resultante da anlise atravs do mtodo dos elementos

    finitos ......................................................................................................................................69

    TABELA - 6.3 - Consumo de ao resultante da anlise atravs da teoria das charneiras

    plsticas .................................................................................................................................72

    TABELA 6.4 - Consumo de ao resultante do dimensionamento atravs da utilizao

    de telas soldadas ...................................................................................................................76

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    TABELA 2.1 - Valores dos pesos especficos aparentes dos materiais de construo

    TABELA 2.2 - Aes permanentes por unidade de rea

    TABELA 2.3 - Valores mnimos das aes variveis normais

    TABELA 2.4 - Valores limites para deslocamentos

    TABELA 4.1 - Momentos fletores e deslocamentos obtidos atravs do clculo desenvolvido com

    auxlio de tabelas - mtodo elstico

    TABELA 4.2 - Momentos fletores e deslocamentos ao longo do Corte XX (ver figuras 4.3 e 4.4)

    obtidos atravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha

    TABELA 4.3 - Momentos fletores e deslocamentos ao longo do Corte YY (ver figuras 4.3 e 4.4)

    obtidos atravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha

    TABELA 4.4 - Momentos Fletores e deslocamentos ao longo do Corte XX (ver Figuras 4.3 e

    4.4), obtidos atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos

    TABELA 4.5 - Momentos Fletores e deslocamentos ao longo do Corte YY (ver Figuras 4.3 e

    4.4), obtidos atravs da anlise com o mtodo dos elementos finitos

    TABELA 5.1 - Comparao entre os valores dos esforos momentos fletores obtidos atravs da

    teoria das charneiras plsticas e clculo atravs de tabelas do mtodo elstico

    TABELA 6.1 - Consumo de ao resultante da anlise atravs de tabelas do mtodo elstico

    TABELA 6.2 - Consumo de ao resultante da anlise atravs do mtodo dos elementos finitos

    TABELA - 6.3 - Consumo de ao resultante da anlise atravs da teoria das charneiras

    plsticas

    TABELA 6.4 - Consumo de ao resultante do dimensionamento atrav

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS .............................................................. ..............................................................i

    LISTA DE TABELAS......................................................................................................................... iii

    RESUMO.............................................................................................................................................. iv

    ABSTRACT........................................................................................................................................... v

    1 INTRODUO.................................................................................................................................1

    1.1 APRESENTAO........................................................ ..............................................................11.2 OBJETIVOS .................................................. ........................................................... ...................21.3 DESCRIO SUSCINTA DO TRABALHO...................................................... .......................3

    2 AES, PR-DIMENSIONAMENTO E DISPOSIES CONSTRUTIVAS ACONSIDERAR NOS PROJETOS DE EDIFCIOS ................................................................ ..........4

    2.1 INTRODUO ........................................................ ........................................................... ........42.2 AES A CONSIDERAR NOS PROJETOS DE EDIFCIOS ..................................................42.3 PR-DIMENSIONAMENTO......................................................................................................92.4 DISPOSIES CONSTRUTIVAS...........................................................................................132.5 CONSIDERAES FINAIS.....................................................................................................16

    3 TIPOS DE ANLISE ESTRUTURAL E SEUS FUNDAMENTOS TERICOS PARA OSELEMENTOS DE PLACA ...................................................... ..........................................................17

    3.1 INTRODUO ........................................................ .......................................................... .......173.2 ANLISE LINEAR...................................................................................................................18

    3.2.1 Fundamentos tericos da anlise linear dos elementos de placa .......................................19

    3.2.2 Anlise Linear com Redistribuio ............................................................ .........................23

    3.3 ANLISE LIMITE OU PLSTICA ............................................................... ..........................243.4 ANLISE NO-LINEAR.........................................................................................................25

    3.5 ANLISE ATRAVS DE MODELOS FSICOS............................... ......................................263.6 CONSIDERAES FINAIS.....................................................................................................26

    4 MODELOS ESTRUTURAIS PARA ANLISE LINEAR DAS LAJES DE EDIFCIOS........28

    4.1 INTRODUO ........................................................ .......................................................... .......284.2 CLCULO APROXIMADO MEDIANTE O USO DE TABELAS - MTODO ELSTICO 32

    4.2.1 Generalidades ........................................................... ..........................................................32

    4.2.2 Aplicao sobre o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia ..............................................32

    4.3 CLCULO ATRAVS DA TCNICA DA ANALOGIA DE GRELHA................................334.3.1 Generalidades ..................................................... ................................................................33

    4.3.2 Critrios para traado das malhas de grelha .................................................. ...................34

    4.3.3 Aplicao sobre o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia ..............................................36

    4.4 ANLISE ATRAVS DO MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ....................................41

    4.4.1 Generalidades ........................................................... ..........................................................414.4.2 Caractersticas do mtodo e modelos de elementos finitos.................................................43

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    4.4.3 Compatibilidade de elementos e critrios de convergncia.................. ..............................44

    4.4.4 Aplicao sobre o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia ..............................................46

    4.5 COMPARAES DE RESULTADOS.....................................................................................51

    5 MODELO ESTRUTURAL PARA ANLISE LIMITE OU PLSTICA DAS LAJES DEEDIFCIOS..........................................................................................................................................53

    5.1 INTRODUO ........................................................ ........................................................... ......535.2 A TEORIA DAS CHARNEIRAS PLSTICAS .............................................................. .........53

    5.2.1 Hipteses de Clculo..................................................... ......................................................54

    5.2.2 Configuraes das charneiras ................................................ ............................................55

    5.2.3 Processos de Clculo ...................................................... ....................................................57

    5.3 ANLISE DO PAVIMENTO TIPO DO EDIFCIO VITRIA RGIA ATRAVS DATEORIA DAS CHARNEIRAS PLSTICAS ............................................................ ......................58

    6 DISTRIBUIO DAS ARMADURAS............. ........................................................ ....................62

    6.1 GENERALIDADES ..................................................... ....................................................... ......62

    6.2 MODELOS ANALISADOS ATRAVS DA TEORIA DA ELASTICIDADE........................636.2.1 Lajes armadas em uma direo ..................................................... .....................................636.2.2 Lajes armadas em duas direes .......................................................... ..............................64

    6.2.3 Distribuio das armaduras segundo envoltrias de esforos resultantes de anlises

    atravs de softwares com ps-processadores ..................................................................... ..........65

    6.2.4 Detalhamentos das armaduras obtidos para o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia..66

    6.3 MODELO ANALISADO ATRAVS DA TEORIA DAS CHARNEIRAS PLSTICAS.......706.4 UTILIZAO DE TELAS SOLDADAS NO DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOSDE EDIFCIOS.................................................................................................................................736.5 COMPARAES ENTRE OS MODELOS ANALISADOS...................................................77

    7 CONCLUSES .......................................................... .............................................................. .......78

    8 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................... ...........................80

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    1 INTRODUO

    1.1 APRESENTAO

    A anlise estrutural de edifcios vem se constituindo de recursos cada vez mais

    refinados nos ltimos trinta anos, principalmente em funo do acentuado desenvolvimento

    dos computadores ocorrido nesse perodo. Mais precisamente no que diz respeito s

    placas, que constituem o objeto das anlises deste trabalho, importantes contribuies vm

    sendo dadas atravs da aplicao do mtodo dos elementos finitos. So inmeras as

    referncias desse assunto tanto no mbito das anlises elsticas lineares como das no

    lineares. BATOZ et al [1980] apresentam um estudo sobre alguns tipos de elementos finitos

    triangulares, com o propsito de identificar elementos com bom comportamento para

    anlise de placas finas. Em BATOZ [1982], apresentada explicitamente a formulao do

    elemento DKT (Discrete Kirchhoff Triangle), cujo desenvolvimento baseado na aplicao

    simplificada das hipteses de Kirchhoff sobre os lados do elemento, fazendo deste um

    eficiente elemento triangular para anlise de placas fletidas. No trabalho de ZIENKIEWICZ

    et al [1990], so desenvolvidos vrios estudos sobre esse tipo de elemento. BERGAN &

    WANG [1984] tratam de um elemento quadrilateral para placas fletidas com considerao,

    na sua formulao, at mesmo das deformaes devidas ao esforo cortante. No campo

    das anlises elsticas no-lineares, encontra-se a publicao de BATOZ & DHATT [1981],

    em que abordado um elemento quadrilateral conhecido por DKQ (Discrete KirchhoffQuadrilateral), com formulao baseada numa generalizao do elemento DKT e que est

    apresentada tambm em BATOZ & TAHAR [1982]. Em CORRA [1991] so propostos

    aperfeioamentos para modelos usualmente empregados nos projetos de edifcios, como

    tambm o desenvolvimento de formulaes de elementos para anlise linear e no linear

    fsica de placas.

    Em meio a essas contribuies efetivas ao desenvolvimento tecnolgico das

    anlises estruturais, o presente trabalho apresenta uma comparao de alguns mtodos de

    anlise de placas, mais precisamente de lajes de edifcios de concreto armado, adotando

    como exemplo um pavimento tipo de um edifcio residencial. Procura abordar, no campo da

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    teoria da elasticidade, desde os mtodos mais simples de anlise com o uso de tabelas em

    que as lajes so admitidas como isoladas umas das outras, at outros mais refinados com a

    considerao da interao das lajes com os demais elementos estruturais, como a tcnica

    da analogia de grelha e o mtodo dos elementos finitos. O clculo atravs de tabelas

    desenvolvido com a aplicao das tabelas encontradas em PINHEIRO [1986], que

    constituem uma adaptao das tabelas de BARES [1972]. A tcnica da analogia de grelha

    aplicada com base nas indicaes do trabalho de BARBOZA [1992] e o mtodo dos

    elementos finitos com a utilizao do software SAP90, cujas instrues de uso podem ser

    encontradas em WILSON & HABIBULLAH [1988]. As lajes do pavimento modelo so

    analisadas tambm atravs das hipteses de clculo em regime plstico com a teoria das

    charneiras plsticas. Contribuem para essa ltima anlise, alm das obras de

    LANGENDONCK [1970,1975] e MONTOYA et al [1973], o trabalho de PINHEIRO [1988],que faz uma abordagem das anlises elstica e plstica das lajes de edifcios e o de RIOS

    [1991], que apresenta uma implementao computacional para o clculo de lajes

    retangulares atravs da associao do clculo elstico com a teoria das charneiras

    plsticas.

    1.2 OBJETIVOS

    O presente trabalho tem por objetivo abordar alguns aspectos da anlise estrutural

    das lajes de edifcios, reunindo tpicos tericos e prticos dos mtodos de anlise mais

    comumente usados pelos projetistas de estruturas, bem como os apresentados como

    bsicos nos cursos de engenharia. No se tem a pretenso de apresentar um compndio e

    nem de reunir prescries de todas as normas existentes para projeto de edifcios. Procura-

    se sim apresentar os conceitos bsicos dos mtodos de anlise, tidos como indispensveis

    a um calculista estrutural, principalmente quando se trata da utilizao de um ou outro

    software como instrumento das anlises. Para cada mtodo estudado, so apresentados

    os resultados obtidos de sua aplicao sobre a forma do pavimento tomado como exemplo,

    com o intuito de mostrar as particularidades de cada modelo e de indicar os casos em que

    cada um deles pode ser aplicado com segurana. Espera-se, assim, que este trabalho

    constitua-se como material de apoio para alunos graduandos em engenharia civil, como

    tambm para eventuais consultas de projetistas em escritrios de clculo estrutural.

    1.3 DESCRIO SUSCINTA DO TRABALHO

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    3

    Apresentam-se, no captulo 2, algumas consideraes sobre as aes atuantes nas

    lajes de edifcios, suas definies pela NBR 8681 [1984], seus tipos e o modo como as

    mesmas so determinadas. So tratados alguns aspectos do pr-dimensionamento de

    lajes, de acordo com as indicaes de espessuras mnimas e valores limites de

    deslocamentos encontrados no TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994]. Algumas

    disposies construtivas so abordadas visando otimizao e padronizao nos

    projetos, tendo-se por base os textos da NBR 6118 [1978] e o de PRELORENTZOU &

    GIORGI [1994].

    No captulo 3, encontram-se definies bsicas dos tipos de anlise estrutural de

    placas, estabelecidas em funo do comportamento que se admite para o concreto armado,

    abrangendo pois, desde conceitos de anlise elstica linear, no linear, limite ou plstica,

    at anlises atravs de modelos fsicos, de acordo com o elucidado no TEXTO BASE PARAREVISO DA NB-1 [1994].

    Modelos estruturais para anlise linear das lajes de edifcios, com uma descrio

    sucinta dos fundamentos tericos relacionados com a formulao matemtica de cada um

    deles, so apresentados no captulo 4, acompanhados dos resultados de sua aplicao

    sobre o pavimento tipo de um edifcio residencial localizado na cidade de So Carlos, cujas

    caractersticas e forma estrutural encontram-se tambm neste referido captulo. So feitas

    comparaes entre os resultados das diversas anlises, com o intuito de se avaliar at em

    que ponto uma ou outra anlise apresentam valores de esforos solicitantes aceitveis e

    seguros.

    Um modelo estrutural para anlise limite ou plstica de lajes, atravs da teoria das

    charneiras plsticas, proposto no captulo 5, apresentando-se tambm princpios tericos

    desse tipo de anlise e sua aplicao sobre o pavimento tomado como modelo.

    No captulo 6 so abordados alguns aspectos tericos e prticos para o

    detalhamento geral das armaduras do pavimento de um edifcio. So apresentados para o

    pavimento tomado como modelo os detalhamentos das armaduras de cada um dos

    mtodos de clculo analisados no trabalho, mostrando as particularidades e consideraes

    necessrias correta armao segundo cada um deles. Os comentrios finais e asconcluses, bem como as sugestes para novos trabalhos encontram-se no captulo 7.

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    4

    2 AES, PR-DIMENSIONAMENTO E DISPOSIES CONSTRUTIVASA CONSIDERAR NOS PROJETOS DE EDIFCIOS

    2.1 INTRODUO

    No presente captulo so apresentadas consideraes sobre as aes atuantes nas

    lajes de edifcios, suas definies segundo a NBR 8681 [1984], seus tipos e o modo como

    as mesmas so determinadas segundo as prescries da NBR 6120 [1980].

    So tratados alguns aspectos do pr-dimensionamento de lajes, de acordo com

    indicaes prticas do texto de CEOTTO [1985], em que feito um estudo relacionando

    resistncia e economia de material para os elementos estruturais que compem um edifcio.

    So apresentados os valores mnimos para as espessuras das lajes, visando a orientar o

    seu pr-dimensionamento e valores limites de deslocamentos, prescritos no TEXTO BASE

    PARA REVISO DA NB-1 [1994], para posteriores verificaes.

    Algumas disposies construtivas so estabelecidas visando otimizao e

    padronizao nos projetos, tomando como referncia os textos da NBR 6118 [1978] e o de

    PRELORENTZOU & GIORGI [1994].

    2.2 AES A CONSIDERAR NOS PROJETOS DE EDIFCIOS

    De acordo com a NBR 8681 [1984], as aes so definidas como sendo as causas

    que provocam o aparecimento de esforos ou deformaes nas estruturas. Alm disso, do

    ponto de vista prtico, as foras e as deformaes impostas pelas aes so consideradas

    como se fossem as prprias aes. corrente a designao de aes indiretas para as

    deformaes impostas e de aes diretas para as foras.

    As aes que atuam nas estruturas podem ser subdivididas em aes

    permanentes, aes variveis ou acidentais e aes excepcionais.

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    As aes permanentes so aquelas que ocorrem nas estruturas com valores

    constantes ou de pequena variao em torno de sua mdia, durante praticamente toda a

    vida da construo. As aes permanentes podem ser diretas ou indiretas. As diretas so

    aquelas oriundas dos pesos prprios dos elementos da estrutura, de dispositivos

    construtivos permanentes, de pesos de equipamentos fixos e de empuxos devidos ao peso

    prprio de terras no removveis aplicados sobre a estrutura. As indiretas podem ser

    consideradas como sendo as foras de protenso em peas de concreto protendido, os

    recalques de apoio devidos a deslocamentos dos elementos estruturais ou deformabilidade

    dos solos das fundaes e a retrao dos materiais.

    As aes variveis so as que ocorrem nas estruturas com valores que apresentam

    variaes significativas em torno de sua mdia, durante a vida da construo. So as

    cargas de uso das construes (pessoas, mveis, materiais diversos), bem como seusefeitos (foras de frenao, de impacto e centrfugas), efeitos do vento, das variaes de

    temperatura, do atrito nos aparelhos de apoio e das presses hidrostticas e

    hidrodinmicas. Em funo da probabilidade de ocorrncia, as aes variveis so

    classificadas em normais e especiais. As normais so aquelas com probabilidade de

    ocorrncia suficientemente grande, de tal maneira que sejam obrigatoriamente

    consideradas no projeto estrutural. Incluem-se nessa classificao as chamadas cargas

    acidentais que atuam nas estruturas dos edifcios, mais precisamente sobre as lajes,

    devidas a pessoas, mobilirio, veculos, bibliotecas, entre outras. So consideradas

    especiais as aes ssmicas e as cargas acidentais de intensidade especiais, como, por

    exemplo, as provenientes de veculos transportando equipamentos especficos com pesos

    acima daqueles admitidos como padres.

    As aes excepcionais so aquelas que tm durao extremamente curta e muito

    baixa probabilidade de ocorrncia durante a vida da construo, mas que devem ser

    consideradas nos projetos de determinadas estruturas. So as aes decorrentes de

    causas como: exploses, choques de veculos, incndios, enchentes ou sismos

    excepcionais.

    Os valores numricos a serem admitidos para cada tipo de ao acima citados,podem ser encontrados na NBR 6120 [1980]. Apresentam-se, entretanto, no presente

    trabalho, alguns destes valores relacionados com a estimativa das aes permanentes

    diretas e variveis normais para os projetos usuais de edifcios. Na TABELA 2.1,

    encontram-se os pesos especficos aparentes dos materiais de construo e componentes

    de edificaes mais comumente empregados nos projetos, que devem ser considerados

    quando no houver uma determinao experimental para os mesmos.

    Tendo em vista que a maioria das aes nos edifcios so provenientes de

    elementos com distribuio geomtrica plana, sejam estes paredes, coberturas, forros,

    caixilhos, pisos e revestimentos, apresentam-se na TABELA 2.2 alguns valores de aespor unidade de rea para alguns tipos dos referidos elementos, de acordo com o

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    apresentado no trabalho de GIONGO [1994]. Nas aes devidas s paredes, esto

    includas as relativas aos pesos das argamassas de assentamento (1 cm) e de

    revestimento (1,5 cm em cada face). Para as aes resultantes das coberturas, so

    consideradas as massas das telhas midas.

    TABELA 2.1 - Valores dos pesos especficos aparentes dos materiais de construo

    Peso especficoMateriais aparente

    (kN/m)Arenito 26Basalto 30

    Rochas Gneisse 30Granito 28Mrmore e Calcrio 28Blocos de argamassa 22Cimento amianto 20

    Blocos Lajotas cermicas 18Artificiais Tijolos furados 13

    Tijolos macios 18Tijolos slico-calcrios 20Argamassa de cal, cimento/areia 19

    Revestimentos Argamassa de cimento e areia 21

    e Concretos Argamassade gesso 12,5Concreto simples 24Concreto armado 25Pinho, cedro 5

    Madeiras Louro, imbuia, pau leo 6,5Guajuvir, guatambu, grpia 8Angico, cabriuva, ip rseo 10Ao 78,5Alumnio e ligas 28Bronze 85Chumbo 114

    Metais Cobre 89

    Ferro fundido 72,5Estanho 74Lato 85Zinco 72Alcatro 12Asfalto 13

    Materiais Borracha 17diversos Papel 15

    Plstico em folhas 21Vidro plano 26

    TABELA 2.2 - Aes permanentes por unidade de rea

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    Item Material Ao (kN/m)

    1/2 tijolo macio 2,501 tijolo macio 4,00

    1/2 tijolo furado (baiano) 2,20

    Paredes 1 tijolo furado 3,20

    Bloco de concreto (espessura de 10 cm) 2,20

    Bloco de concreto (espessura de 20 cm) 3,50

    Bloco de concreto celular (espessura de 10 cm) 0,50

    Bloco de concreto celular (espessura de 20 cm) 0,80

    Com telhas cermicas, com madeiramento 1,20

    Coberturas Com telhas de fibrocimento, com madeiramento 0,40

    Com telhas de alumnio e estrutura de ao 0,30

    Com telhas de alumnio e estrutura de alumnio 0,20

    Forros Com painis de gesso, com estrutura de madeira e ao 0,50

    Com blocos slidos de gesso 0,70

    Caixilhos Com estrutura de alumnio e vidros 0,20

    Com estrutura de ao e vidros 0,30

    Telhas De fibrocimento tipo Canalete 43 0,28

    De fibrocimento tipo Canalete 90 0,25

    Ao se definir a forma estrutural do pavimento de um edifcio, pode acontecer que

    no resultem vigas sob todas as linhas de ocorrncia de paredes e que estas estejam

    atuando diretamente sobre as prprias lajes. Neste caso, possvel a considerao

    simplificada de tais aes como uniformemente distribudas sobre toda a laje, ressaltando-

    se que este no o melhor procedimento a ser adotado, conforme abordado mais adiante

    no trabalho, tendo em vista a disponibilidade atual de recursos numricos para anlises

    mais precisas. Com relao ao de paredes divisrias, que no tenham sua posio

    definida no projeto arquitetnico, a NBR 6120 [1980] estabelece que para o clculo de tais

    lajes seja considerado, alm dos demais carregamentos j previstos, um outro

    uniformemente distribudo por metro quadrado de piso, no menor que um tero do peso

    por metro linear da parede pronta, observado o valor mnimo de 1 kN/m2.

    As aes variveis normais so consideradas atuando no piso das edificaes, isto

    , nos elementos estruturais planos ou lajes, sendo supostas uniformemente distribudas

    sobre os mesmos, com seus valores mnimos indicados pela NBR 6120 [1980]. A TABELA2.3 apresenta alguns destes valores para determinados ambientes arquitetnicos.

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    TABELA 2.3 - Valores mnimos das aes variveis normais

    Ambiente Arquitetnico Ao (kN/m)

    (incluindo a massa das mquinas) a ser

    Casa de Mquinas determinada em cada caso, porm com 7,50

    o valor mnimo de

    Corredores Com acesso ao pblico 3,00

    Sem acesso ao pblico 2,00

    Edifcios Residenciais Dormitrios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,50Despensa, rea de servio e lavanderia 2,00

    Escadas Com acesso ao pblico 3,00

    Sem acesso ao pblico 2,50

    Forros Sem acesso a pessoas 0,50

    Garagens Para veculos de passageiros ou semelhantes 3,00

    e Estacionamentos com carga mxima de 25 kN por veculo

    Sem acesso ao pblico 2,00

    Terraos Com acesso ao pblico 3,00Inacessvel a pessoas 0,50

    Vestbulo Sem acesso ao pblico 1,50

    Com acesso ao pblico 3,00

    Escrtirios Salas de uso geral e banheiro 2,00

    Anfiteatro com assentos fixos, corredor e

    Escolas sala de aula 3,00

    Outras salas 2,00

    Galerias de Arte A ser determinada em cada caso, porm

    com o mnimo de 3,00

    Galerias de Lojas A ser determinada em cada caso, porm

    com o mnimo de 3,00

    Ginsio de Esportes 5,00

    A NBR 6120 [1980] prescreve ainda que , nos compartimentos destinados a

    carregamentos especiais, como os devidos a arquivos, depsitos de materiais, mquinas

    leves, caixas-forte e outros, no necessria uma verificao mais exata destes

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    carregamentos, desde que se considere um acrscimo de 3 kN/m2 no valor da carga

    acidental.

    No caso de balces e sacadas com acesso ao pblico devem ser previstas a

    mesma ao uniformemente distribuda do elemento estrutural com o qual se comunicam e

    , ainda, uma ao horizontal de 0,8 kN/m na altura do corrimo e uma ao vertical mnima

    de 2 kN/m, sendo estas duas ltimas cargas vlidas tambm para os parapeitos.

    Para as escadas constitudas de degraus isolados, considera-se uma ao

    concentrada de 2,5 kN aplicada na posio mais desfavorvel dos mesmos. Esta ao no

    deve ser includa na composio de aes para as vigas que suportam os degraus.

    Nos casos de edifcios com garagens em pavimentos trreos ou outros pavimentos,

    a NBR 6120 [1980] estabelece que h necessidade de se considerar a ao de veculos

    conforme indicado na TABELA 2.3, com majorao da mesma por um coeficiente determinado do seguinte modo:

    = 1,00 quando l l0

    = l0 / l 1,43 quando l < l0

    sendo l o vo de uma viga ou o menor vo de uma laje em anlise no referido pavimento; l0

    = 3 m para o caso das lajes e l0 = 5 m para o caso das vigas. Ressalta-se que estamajorao deve ser feita apenas para a anlise de vigas e lajes e no de pilares ou

    paredes.

    2.3 PR-DIMENSIONAMENTO

    Para efeito de anlise econmica, quanto mais esbelta for uma laje, ou seja, quanto

    menor for sua espessura, mais vivel ela ser. Existem, no entanto, valores limitesestabelecidos pelos estados limites ltimo e de utilizao do elemento estrutural. E embora

    seja possvel executar lajes com pequena espessura, que satisfaa aos limites indicados, o

    desconforto para o usurio sensvel ao se caminhar sobre elas. A vibrao pode vir a

    tornar-se um estado limite de utilizao, apesar deste no ser um caso explicitamente

    indicado por norma.

    Alguns critrios prticos podem ser estabelecidos com a finalidade de orientar o

    pr-dimensionamento das lajes de edifcios. CEOTTO [1985], apresenta um estudo sobre o

    assunto, relacionando os parmetros de resistncia estrutural com os economia de material

    e estabelecendo assim critrios para um bom dimensionamento dos elementos estruturais.

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    Se a laje for armada em duas direes, isto , se tiver a relao entre os vos

    tericos maior e menor inferior a 2, a espessura da laje pode ser adotada entre os limites de

    um cinqenta avos (1/50) e um quarenta avos (1/40) do vo terico menor. Para as lajes

    armadas em uma direo, esses limites se modificam para um quarenta e cinco avos (1/45)

    e um trinta avos (1/30) do menor vo.

    Os vos considerados econmicos podem ser adotados em torno de 4 m,

    resultando reas aproximadas de 15 m2 a 20 m2.

    As taxas de armadura devem resultar entre 2,4 a 3,2 kg/m2 ou 28 a 53 kg/m3 de

    laje, apresentando pequenas variaes para distintos valores da resistncia caracterstica

    do concreto.

    O pr-dimensionamento das lajes usuais dos edifcios pode ser feito ainda com o

    auxlio de algumas frmulas simplificadoras que levam em conta os valores limites paradimenses, deslocamentos e abertura de fissuras das mesmas, estabelecidas por normas

    ou manuais de concreto armado, como, por exemplo, as encontradas na NBR 6118 [1978],

    Manual do American Concrete Institute - ACI [1985] e Cdigo Modelo do Comit Euro-

    International du Beton - CEB-FIP [1978]. Neste trabalho, entretanto, opta-se pelo que

    normalmente feito pelos projetistas, a saber, um pr-dimensionamento feito diretamente em

    funo de sua experincia e da comparao com outros projetos j realizados, atentando-

    se para os referidos valores limites estabelecidos pelas respectivas normas tcnicas do

    assunto e para os critrios prticos anteriormente apresentados. Assim sendo, apresentam-

    se, a seguir, alguns valores limites que esto indicados no TEXTO BASE PARA REVISO

    DA NB-1 [1994].

    Os valores limites mnimos para as espessuras das lajes so:

    a) Lajes macias:

    a.1) 5 cm para lajes de cobertura;

    a.2) 7 cm para lajes de piso;

    a.3) 10 cm para lajes que suportem veculos de peso total 30 kN;a.4) 12 cm para lajes que suportem veculos de peso total > 30 kN.

    b) Lajes nervuradas:

    b.1) A espessura da mesa no deve ser menor que 4 cm e 1/15 da distncia

    entre nervuras;

    b.2) A espessura das nervuras no deve ser menor que 4 cm e 1/5 de sua

    altura.

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    Com relao aos deslocamentos limites, o TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1

    [1994] os define como sendo valores prticos utilizados para a verificao do estado limite

    de deformaes excessivas da estrutura. Os valores desses deslocamentos, adaptados do

    referido texto para a anlise de pavimentos de edifcios, encontram-se na TABELA 2.4,

    atendendo s seguintes observaes gerais:

    a) Todos os valores limites de deslocamentos supem elementos suportados em suas

    extremidades por apoios que no se movem;

    b) L o menor vo terico das lajes, exceto em casos de verificao de paredes e

    divisrias, onde interessa a direo na qual a parede ou divisria se desenvolve. Quando se

    tratar de balanos, o vo a ser considerado deve ser o dobro do comprimento do balano;

    c) Deslocamento total a soma de todos os deslocamentos individualmente computados

    para todas as aes, mais os efeitos dependentes do tempo, quando se fizerem presentes;

    d) Deslocamentos excessivos podem ser parcialmente compensados por contraflechas.

    (1) As superfcies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento

    previsto compensado por contraflechas, de modo a no se ter acmulo

    de gua.

    (2) Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela

    especificao de contraflechas. Entretanto, nenhum deslocamento

    incremental, nem a atuao isolada da contraflecha, podem ocasionar

    um desvio do plano maior que L/350.

    (3) O vo L deve ser tomado na direo na qual a parede ou a divisria sedesenvolve.

    (4) Rotao nos elementos que suportam paredes. Equivale a 1/600 da

    altura da parede.

    TABELA 2.4 - Valores limites para deslocamentos

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    Razes Deslocamentos Deslocamento

    Critrios da Exemplos limites a

    limitao considerar

    Aceitabilidade Visual Deslocamentos em L/250 DeslocamentoSensorial elementos estrutu- total

    rais visveis

    Superfcies que Coberturasdevem drenar e L/250 (1) Deslocamento

    Estrutura gua Varandas totalem

    servio Pavimentos que Ginsios L/350 mais Deslocamentodevem perma- e contraflecha totalnecer planos Pistas de Boliche ou L/600 (2)

    Alvenaria, caixilhos L/500 (3) ou Deslocamentose revestimentos 10 mm ou ocorridos aps a

    f=0,0017rad (4) construo daParedes parede

    Divisrias leves e L/250 (3) ou DeslocamentosEfeitos em Caixilhos telesc- 25 mm ocorridos aps aelementos picos instalao da

    no estruturais divisria

    DeslocamentosRevestimentos L/360 ocorridos aps a

    Forros colados construo doforro

    Revestimentos Deslocamentospendurados ou L/180 ocorridos aps a

    com juntas construo doforro

    2.4 DISPOSIES CONSTRUTIVAS

    Visando a otimizar, uniformizar e padronizar os procedimentos de elaborao de

    projetos bem como de sua execuo, determinadas empresas de engenharia estabelecem

    normas para serem seguidas em suas obras, normas estas que abrangem desde critrios e

    parmetros para projeto como disposies construtivas a serem especificadas pelos

    mesmos. Embora sendo indicadas mais restritamente s empresas que as estabelecem,tais disposies so importantes e colaboram para a engenharia civil do pas, tendo-se em

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    vista a experincia de tais empresas na rea de construo. Apresentam-se, a seguir,

    alguns tipos destas disposies estabelecidas para as lajes dos edifcios usuais, conforme

    constam no trabalho de PRELORENTZOU & GIORGI [1994], na NBR 6118 [1978] e no

    texto base para sua reviso [1994]:

    a) As espessuras das lajes devem ser uniformizadas ao longo do pavimento do edifcio,

    sendo desaconselhvel um nmero de espessuras maior que 2; (PRELORENTZOU &

    GIORGI [1994])

    b) As bordas das lajes em balano devem ter uma viga de contorno para enrijecimento e

    ancoragem da impermeabilizao; (PRELORENTZOU & GIORGI [1994])

    c) Devem ser evitados rebaixos nas lajes, exceto nos casos de detalhe arquitetnico;

    (PRELORENTZOU & GIORGI [1994])

    d) Armaduras mnimas: (TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994])

    As armaduras positivas das duas direes de lajes armadas preponderantemente

    nas duas direes, devero obedecer (sendo b = 100 cm e d a altura til da laje em cm) ao

    mnimo dado por:

    As,mn= 0,12 % .b.d para aos CA-50 e CA-60 (cm2/m)

    As,mn= 0,25 % .b.d para aos CA-25 (cm2/m)

    Nas lajes armadas preponderantemente em uma direo os mnimos sero dados

    por:

    Armadura da direo principal:

    As,mn= 0,15 % .b.d para aos CA-50 e CA-60 (cm

    2

    /m)Armadura da direo secundria:

    As,mn > 0,10 % .b.d (cm2/m)

    20 % da armadura principal (cm2/m)

    0,9 cm2/m

    As armaduras negativas tero como mnimo:

    As,mn= 0,15 % .b.d para aos CA-50 e CA-60 (cm2/m)

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    As,mn= 0,25 % .b.d para aos CA-25 (cm2/m)

    As armaduras de trao e compresso de lajes tero como mximo o valor de 4% da

    respectiva rea de concreto onde vo atuar.

    e) Dimetros () recomendados para as barras das armaduras: (PRELORENTZOU &

    GIORGI [1994])

    5,0 mm;

    Ao CA 60:

    4,2 mm (s para distribuio);

    Ao CA 50: 6,3; 8,0; 10 mm;

    Para armaduras negativas no utilizar 5,0 mm;

    No utilizar dimetros que excedam 1/10 da espessura da laje; (NBR

    6118 [1978])

    f) Espaamento das barras: (NBR 6118 [1978])

    Na regio dos maiores momentos nos vos das lajes, o espaamento das barrasda armadura principal no deve ser maior que 20 cm. Nas lajes armadas numa

    nica direo, esse espaamento no deve, tambm, ser maior que duas vezes a

    espessura (2h);

    Os estribos nas lajes nervuradas, sempre que necessrios, no devem ter

    espaamento maior que 20 cm;

    O espaamento das barras de distribuio no deve ser maior que 33 cm.

    g) No detalhamento das armaduras, verificar sempre a possibilidade de uniformizar os

    comprimentos das barras longitudinais, ou seja, diminuir ao mximo o nmero de posies

    ou tipos de barras; (PRELORENTZOU & GIORGI [1994])

    h) A extenso dos apoios extremos de uma laje, sobre alvenaria, no deve ser menor que

    sua espessura no meio do vo, nem inferior a 7 cm; (NBR 6118 [1978])

    i) Aberturas: (NBR 6118 [1978])

    Quando forem previstas aberturas nas lajes, deve-se verificar o seu efeito na

    resistncia e na deformao de modo que no sejam ultrapassados os limites exigidos pela

    referida norma. Esta verificao poder ser dispensada nos seguintes casos:

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    aberturas normais ao plano mdio das lajes armadas numa s direo, se na

    direo perpendicular armadura principal a maior dimenso da abertura no

    ultrapassar 1/10 da largura til e nem 1/10 do vo, no havendo entre duas

    aberturas consecutivas distncia inferior a 1/2 do vo e entre uma abertura e a

    borda livre das laje distncia inferior a 1/4 do vo;

    aberturas normais ao plano mdio das lajes armadas em cruz, se a dimenso

    da abertura em cada direo da armadura no ultrapassar 1/10 do menor vo

    e no houver entre duas aberturas distncia inferior a 1/2 do vo e entre uma

    abertura e a borda livre da laje distncia inferior a 1/4 do vo;

    aberturas paralelas ao plano mdio das lajes, se a sua maior dimenso

    transversal for inferior a 1/3 da espessura da laje e o espaamento entre duas

    aberturas consecutivas de centro a centro for superior a 4 vezes aquela maiordimenso.

    j) Cobrimento: (NBR 6118 [1978])

    Qualquer barra das armaduras de uma laje, at mesmo de distribuio, deve ter

    cobrimento de concreto pelo menos igual ao seu dimetro e no menor que

    Para concreto revestido com argamassa de espessura mnima de 1 cm:

    0,5 cm em lajes no interior de edifcios

    1,5 cm em lajes e paredes ao ar livre

    Para concreto aparente:

    2,0 cm no interior de edifcios

    2,5 cm ao ar livre

    2.5 CONSIDERAES FINAIS

    Algumas informaes apresentadas neste captulo, principalmente no que dizrespeito ao pr-dimensionamento e s disposies construtivas a considerar nos projetos

    de edifcios, no constituem indicaes das normas tcnicas da rea. Entretanto, foram

    apresentadas em carter sugestivo, tendo em vista a experincia de seus respectivos

    autores. Com relao s prescries das normas tcnicas apresentadas, ressalta-se que

    foram transcritas com o intuito de reunir as mais diretamente relacionadas com o

    dimensionamento das lajes de edifcios, visando a facilitar sua aplicao tanto neste

    trabalho como tambm em outros projetos.

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    3 TIPOS DE ANLISE ESTRUTURAL E SEUS FUNDAMENTOS

    TERICOS PARA OS ELEMENTOS DE PLACA

    3.1 INTRODUO

    A anlise estrutural tem por objetivo determinar os efeitos das aes em uma

    estrutura, com a finalidade de efetuar verificaes de estados limites ltimos e de utilizao,

    segundo definies do TEXTO BASE PARA REVISO DA NB1 [1994]. Atravs da anlise

    estrutural, torna-se possvel estabelecer as distribuies de esforos internos, tenses,

    deformaes e deslocamentos, em uma parte ou em toda a estrutura. Deve ser realizada

    atravs de um modelo estrutural que represente, da maneira mais adequada possvel, o

    comportamento da estrutura real, permitindo delinear assim o caminhamento das tenses

    at os apoios da mesma. Em casos muito complexos, a interao solo-estrutura tambm

    deve ser contemplada no modelo.

    As estruturas usuais de edifcios podem ser idealizadas, ao serem submetidas

    anlise, como sendo uma composio de elementos estruturais bsicos, classificados de

    acordo com sua forma geomtrica e sua funo estrutural. O presente trabalho tem por

    objeto de anlise os elementos de superfcie, que so aqueles em que a menor dimenso,

    usualmente chamada espessura, no supera a quarta parte do menor vo. Concentra-se a

    ateno, aqui, mais precisamente nos elementos designados por placas, que so elementosde superfcie plana sujeitos principalmente a aes normais ao seu plano mdio. As placas

    de concreto armado so normalmente conhecidas com o nome de lajes.

    Os elementos de placa podem ser analisados admitindo-se que so vlidas as

    seguintes hipteses bsicas:

    a) As sees planas permanecem planas aps as deformaes;

    b) Os elementos podem ser representados por seu plano mdio.

    Em funo do nvel de solicitao que se esteja submetendo o concreto armado e

    dos respectivos valores das tenses de compresso observados, a anlise estrutural das

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    18

    lajes pode ser efetuada, conforme consta no TEXTO BASE PARA REVISO DA NB1

    [1994], atravs de cada um dos tipos de anlise apresentados abaixo.

    3.2 ANLISE LINEAR

    Admite-se o comportamento elstico-linear para o concreto armado. aplicvel,

    segundo indicaes do TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994], quando se tem um

    nvel de solicitao que produz tenses de compresso que no superam 50% da

    resistncia caracterstica (fck) do mesmo. As caractersticas geomtricas podem ser

    determinadas pelas sees brutas das lajes, e o mdulo de elasticidade e o coeficiente dePoisson adotados de acordo com os valores prescritos pelo texto acima citado.

    A anlise linear fornece resultados que normalmente so usados para a verificao

    dos Estados Limites de Utilizao. Para a grande maioria das estruturas de concreto

    armado, no entanto, possvel estender tais resultados, com razovel segurana, para

    verificaes aproximadas de Estado Limite ltimo, mesmo com altas tenses, desde que se

    observem a ductilidade em determinadas sees crticas sujeitas a maiores rotaes.

    Para a verificao do Estado Limite de Deformao Excessiva, permitido utilizar

    valores de rigidez do Estdio I para os elementos estruturais, com o valor secante (Ec) do

    mdulo de elasticidade longitudinal do concreto, considerando-se os efeitos da deformaolenta atravs da multiplicao do valor da flecha imediata pela relao entre a curvatura final

    e a curvatura inicial na seo de maior momento fletor absoluto. Estes valores podem ser

    calculados atravs de:

    (1/r)inicial = (c + s) / d e (1/r)final = (c.c + s) / d

    sendo c o encurtamento mximo do concreto correspondente situao inicial e s o

    alongamento da armadura de trao, na situao inicial. O coeficiente c ser tomado iguala 3 se as aes de longa durao forem colocadas logo aps o descimbramento, e igual a 2

    se colocadas somente seis meses aps a concretagem.

    3.2.1 Fundamentos tericos da anlise linear dos elementos de placa

    A anlise linear dos elementos de placa feita com base na teoria clssica de

    Kirchhoff para placas delgadas. Tal teoria interpreta suficientemente bem o comportamentode placas que apresentam a relao espessura/menor vo entre 1/5 e 1/100. As lajes

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    usuais dos edifcios possuem esta relao entre 1/40 e 1/60, atingindo at 1/80. A hiptese

    clssica de Kirchhoff para placas finas estabelece que pontos situados sobre retas

    originalmente normais superfcie mdia indeformada, permanecem sobre retas normais

    superfcie mdia deformada. Admite-se, pois, que os pontos do plano mdio da placa

    sofrem apenas deslocamentos verticais, pequenos em relao espessura da mesma,

    desprezando-se os deslocamentos horizontais.

    Alm da hiptese clssica de Kirchhoff, as demais hipteses admitidas para a

    aplicao da teoria clssica da elasticidade de placas so que as mesmas so constitudas

    de material homogneo e istropo, com comportamento elstico-linear sob variadas aes,

    ou seja, com capacidade de retomar suas formas iniciais quando tais aes deixam de

    atuar, estando assim sujeitas Lei de Hooke.

    Na formulao matemtica da teoria, admitida uma carga p(x,y), normal ao planoda placa, que pode ser distribuda por qualquer lei, sobre toda ou parte da placa. A

    deformada da placa definida por uma funo w(x,y), que determina os deslocamentos

    verticais dos pontos (x,y) do plano mdio da mesma. Os esforos solicitantes que atuam

    sobre um elemento de placa so mostrados na FIGURA 3.1, com

    v dzx xzh

    h

    = ./

    /

    2

    2

    v dzy yzh

    h

    = ./

    /

    2

    2

    m z dz x xh

    h

    = . ./

    /

    2

    2

    m z dz y yh

    h

    = . ./

    /

    2

    2

    m m z dz yx xy xyh

    h

    = = . ./

    /

    2

    2

    sendo

    vx = fora cortante por unidade de comprimento da seo da placa perpendicular ao eixo x;

    vy = fora cortante por unidade de comprimento da seo da placa perpendicular ao eixo y;

    mx = momento fletor por unidade de comprimento da seo da placa perpendicular ao eixo

    x (em torno do eixo y);

    my = momento fletor por unidade de comprimento da seo da placa perpendicular ao eixo

    y (em torno do eixo x);

    myx = momento volvente (ou de toro) por unidade de comprimento.

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    20

    FIGURA 3.1- Esforos solicitantes em um elemento de placa

    O desenvolvimento da formulao, encontrado em ampla bibliografia do assunto,

    como por exemplo em TIMOSHENKO [1940], no explicitado aqui. No entanto,

    apresentam-se a seguir a equao diferencial das placas (equao de Lagrange) e as dos

    respectivos esforos solicitantes resultantes sobre as mesmas:

    4

    4

    4

    2 2

    4

    42

    w

    x

    w

    x y

    w

    y

    p

    D+ + =

    m Dw

    x

    w

    yx = +

    .

    2

    2

    2

    2

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    21

    m Dw

    y

    w

    xy = +

    .

    2

    2

    2

    2

    m Dw

    x yxy = .( ).1

    2

    v Dw

    x

    w

    x yx = +

    .

    3

    3

    3

    2

    v Dw

    y

    w

    x yy = +

    .

    3

    3

    3

    2

    com

    DEh

    =

    =3

    212 1( )rigidez flexo da placa, equivalente rigidez EI das vigas,

    E = mdulo de deformao longitudinal,

    h = espessura,

    = coeficiente de Poisson.

    As condies de contorno da equao diferencial expressa acima dependem dos

    diferentes tipos de vinculao das bordas. Com isso, quando se trata, por exemplo, de uma

    borda reta paralela ao eixo y, ter-se-, em funo do comportamento admitido para essa

    borda, as seguintes condies de contorno possveis:

    - borda engastada: o deslocamento vertical (w) e a rotao (w/x) so nulos;

    - borda simplesmente apoiada: o deslocamento vertical (w) e o momento fletor (mx) so

    nulos;

    - borda livre: o momento fletor (mx) e a reao na borda (vx- mxy//y) so nulos.

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    23

    3.2.2 Anlise Linear com Redistribuio

    A anlise estrutural definida como linear com redistribuio, conforme consta no

    TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994], quando os efeitos das aes,

    determinados em uma anlise linear, so redistribudos na estrutura, tendo em vista a

    fissurao da seo onde ocorre o momento fletor mximo. Trata-se da considerao de

    uma porcentagem de plastificao (limitada em 25%, segundo indicaes do referido texto

    base para reviso da NB-1) na referida seo. Nesses casos, as condies de equilbrio e

    de ductilidade devem ser obrigatoriamente satisfeitas.

    Os efeitos de redistribuio devero ser considerados em todos os aspectos do

    projeto estrutural, inclusive as condies de ancoragem e corte de armaduras.

    Todos os esforos internos devero ser recalculados de modo a garantir o equilbriode cada um dos elementos estruturais e da estrutura como um todo.

    Cuidados especiais devem ser tomados com relao a carregamentos de grande

    variabilidade.

    Quando for efetuada uma redistribuio, reduzindo-se um momento fletor de M para

    M, em uma determinada seo transversal, a relao entre o coeficiente e a posio da

    linha neutra nessa seo, visando a garantir condies de ductilidade, ser dada por:

    0,44 +1,25 x/d para concretos com fck 35 MPa ( 0,75)

    0,56 +1,25 x/d para concretos com fck 35 MPa ( 0,75)

    3.3 ANLISE LIMITE OU PLSTICA

    Na anlise plstica, admite-se que o concreto armado trabalha na iminncia de

    ruptura, ou seja, que ele apresenta um comportamento correspondente a uma fase posterior

    da anlise no-linear de seu diagrama de tenso-deformao, caracterizada por

    escoamento de armaduras e pelo progresso de linhas de plastificao ao longo da sua

    estrutura. Admite-se, pois, neste tipo de anlise, um comportamento rgido-plstico perfeito

    ou elasto-plstico perfeito para concreto armado, permitindo uma determinao adequada

    do valor da carga mxima que ele pode ser submetido numa solicitao, carga esta

    conhecida como carga de runa ou carga ltima.

    No caso particular das lajes, objeto deste trabalho, o clculo exato pela teoria da

    plasticidade no possvel, uma vez que o grau de indeterminao esttica das mesmas

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    infinito. Com isso, em vez da obteno do valor exato da carga ltima, determinam-se dois

    valores: um limite superior, dado pelo teorema cinemtico, e um limite inferior,

    correspondente ao teorema esttico. Estes dois teoremas, acompanhados pelo da

    unicidade, constituem a base fundamental para o desenvolvimento do clculo plstico e so

    abordados de maneira sucinta a seguir.

    a) Teorema cinemtico ou do limite superior

    Este teorema estabelece que toda carga correspondente a um mecanismo de

    valor igual ou superior ao da carga de runa da estrutura ou pea em anlise. D-se o nome

    de mecanismo a toda e qualquer configurao de runa cinematicamente admissvel. Este

    teorema permite, portanto, a definio de um limite superior para a carga efetiva de runa,dando margens a um clculo que pode ser contra a segurana, uma vez que d margem

    para obteno de um valor superestimado da carga ltima.

    A Teoria das Charneiras Plsticas (TCP) uma aplicao deste teorema s lajes e

    constitui um instrumento de anlise de esforos para a considerao do Estado Limite

    ltimo em placas, conforme indicaes do TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994].

    No captulo 5, so apresentadas as hipteses bsicas e o desenvolvimento dos processos

    de clculo para sua aplicao, acompanhados de um exemplo prtico sobre o pavimento de

    um edifcio.

    b) Teorema esttico ou do limite inferior

    Estabelece que todo carregamento em equilbrio com uma distribuio de esforos

    estaticamente admissvel apresenta valor igual ou inferior ao que provoca a runa. Entende-

    se por distribuio de esforos internos estaticamente admissvel aquela que satisfaa s

    condies de contorno e que no ultrapasse a capacidade resistente da pea ou estrutura

    analisada. Permite, assim, a obteno de um limite inferior para a carga de runa e conduz a

    um clculo a favor da segurana.

    O processo das faixas de Hillerborg um exemplo de aplicao deste teorema,

    baseando-se na determinao simplificada da distribuio de momentos, conforme se pode

    ver em HILLERBORG [1975].

    A anlise limite no pode ser adotada quando so considerados os efeitos de

    segunda ordem global ou quando no houver suficiente ductilidade para que as

    configuraes previstas sejam atingidas.

    Com o intuito de se garantir as condies adequadas de ductilidade, dispensando a

    verificao explcita da capacidade de rotao plstica da seo, prescrita no TEXTO BASE

    PARA REVISO DA NB1 [1994], deve-se ter a posio da linha neutra limitada em:

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    x/d 0,30.

    A razo entre os momentos de extremidade ou de borda e momentos no vo ou

    centrais, na mesma direo, deve estar entre 0,5 e 2,0.

    3.4 ANLISE NO-LINEAR

    A anlise no-linear considera o concreto armado trabalhando com um

    comportamento no linear, levando em conta ou no os efeitos de segunda ordem, deacordo com o apresentado no TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994]. As

    condies de equilbrio, de compatibilidade e de ductilidade devem ser necessariamente

    satisfeitas. Este tipo de anlise permitida tanto para verificaes de Estados Limites

    ltimos como para verificaes de Estados Limites de Utilizao.

    Elementos estruturais isolados ou mesmo estruturas compostas de vrios

    elementos sob nveis de tenses tais que lhe conferem um comportamento em regime

    elstico no linear, podem ser analisados com o auxlio de mtodos numricos que admitem

    um diagrama momento-curvatura de clculo e que em mdia, as sees planas

    permanecem planas.

    Antes de sua realizao necessrio fazer uma estimativa preliminar da disposio

    e quantidade de armaduras, uma vez que as mesmas influenciam seu desenvolvimento.

    Essa estimativa normalmente feita atravs de modelos mais simples em anlise linear.

    Todos os esforos internos, tenses, deslocamentos e deformaes da estrutura devem ser

    calculados com base em valores mdios das propriedades dos materiais (Ecm, fctm, etc.),

    com exceo de regies crticas (como por exemplo as de apoios, regies de cargas

    concentradas, regies de encontro de vigas) em que a resistncia ltima precisa ser

    calculada, onde devem ser adotados valores de clculo para essas propriedades.

    Os valores finais das reas de armaduras obtidos da anlise no linear devem ser

    bem prximos daqueles previamente estimados. Havendo diferenas significativas, devem

    ser adotados os ltimos resultados obtidos como estimativa preliminar e repetir-se o

    processo at sua convergncia.

    3.5 ANLISE ATRAVS DE MODELOS FSICOS

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    Neste tipo de anlise, conforme apresentado no TEXTO BASE PARA REVISO DA

    NB-1 [1994], o comportamento do concreto armado determinado a partir de ensaios

    realizados com modelos fsicos em laboratrio. indicada quando os modelos de clculo

    no so suficientes para uma boa previso do comportamento real da estrutura.

    Devem ser tomados cuidados especiais quanto metodologia empregada nos

    experimentos e a possibilidade de interpretao estatstica dos resultados.

    necessria a simulao em ensaios de todos os Estados Limites ltimos e de

    Utilizao possveis de serem empregados na anlise da estrutura. Todas as aes,

    condies e possveis influncias que possam ocorrer durante a vida da estrutura devem

    ser convenientemente reproduzidas em laboratrio.

    3.6 CONSIDERAES FINAIS

    Neste captulo foram apresentados sucintamente os fundamentos tericos dos

    possveis tipos de anlise estrutural para os elementos de placa. A escolha de um ou outro

    tipo de anlise depende do nvel de solicitao que se esteja admitindo para o concreto

    armado. O presente trabalho aborda, entretanto, apenas os modelos de anlise mais

    comumente empregados pelos projetistas, a saber, em anlise linear (com ou sem

    redistribuio), atravs do clculo com tabelas (desenvolvidas, em sua maioria, pela

    resoluo da equao diferencial das placas por diferenas finitas), do clculo atravs do

    mtodo dos elementos finitos e da tcnica da analogia de grelha e em anlise limite ou

    plstica, atravs da teoria das charneiras plsticas. A no linearidade fsica das placas no

    abordada aqui e melhores esclarecimentos sobre sua aplicao podem ser encontrados

    no Anexo 3 do TEXTO BASE PARA REVISO DA NB-1 [1994] e tambm no trabalho de

    CORRA [1991], onde se encontra expressivo estudo do assunto, com implementao

    computacional para a formulao utilizada e exemplo prtico de clculo do pavimento de um

    edifcio.

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    4 MODELOS ESTRUTURAIS PARA ANLISE LINEAR DAS LAJES DEEDIFCIOS

    4.1 INTRODUO

    A escolha de um modelo estrutural para a anlise linear das lajes de um edifcio

    depende, de modo mais genrico, do nvel de dificuldades e particularidades que a forma do

    pavimento apresente. Formas estruturais mais simples podem ser calculadas atravs de

    modelos simplificados, ao passo que formas mais complexas requerem modelos mais

    refinados de anlise. importante ressaltar que mesmo para anlise de formas simples

    necessria muita ateno por parte do projetista, pois modelos que no contemplem a

    rigidez relativa entre elementos estruturais podem conduzir a resultados que alm de serem

    imprecisos, sejam inseguros. Outro fator importante nesta escolha maneira como so

    considerados os carregamentos atuantes sobre as lajes, principalmente quando da

    existncia de aes concentradas devidas presena de paredes atuando diretamente

    sobre as mesmas, pois modelos simplificados que as considerem como uniformemente

    distribudas, conduzem a resultados tambm imprecisos.

    O presente captulo apresenta aspectos tericos e prticos de alguns modelos de

    anlise linear de lajes de edifcios, abrangendo desde os mais simples, com base no uso de

    tabelas que tratam as lajes isoladamente umas das outras, at os mais refinados como o

    mtodo dos elementos finitos, que contempla de maneira mais precisa a interao entre os

    elementos estruturais que compem o pavimento, como tambm a atuao dos

    carregamentos. abordada ainda a anlise atravs da tcnica da analogia de grelha, que

    apesar de tratar as lajes como barras de uma grelha equivalente, constitui um bom modelo,

    possibilitando as mesmas consideraes j citadas para o mtodo dos elementos finitos.

    Para cada um dos modelos citados, so apresentados os resultados de um exemplo

    de aplicao desenvolvido sobre o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia, projetado pelo

    Escritrio Tcnico Jos Roberto Leme de Andrade S/C Ltda., So Carlos - SP, e construdo

    na mesma cidade Rua Jos Bonifcio, esquina com a Rua XV de Novembro, cuja planta

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    FIGURA 4.1 - Forma do pavimento tipo do Edifcio Vitria Rgia

    de forma se apresenta FIGURA 4.1. Foram admitidos para o concreto armado o valor

    secante do mdulo de deformao longitudinal Ec = 2,754E7 kN/m2, 0,2 para o coeficiente

    de Poisson e foram utilizados os seguintes valores de carregamentos:

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    Peso-prprio = 2,50 kN/m2 (espessura = 10 cm)

    Piso + Revestimento = 1,00 kN/m2

    Sobrecarga = 2,00 kN/m2

    Aes devidas s alvenarias (h=2,70 m) situadas sobre as lajes: (j

    includas as aes da argamassa de assentamento e reboco ou azulejo)

    Parede de 1 tijolo (furado ou baiano) = 3,13 kN/m2

    Parede de 1 tijolo com azulejo = 3,43 kN/m2

    Parede de 1/2 tijolo = 1,99 kN/m2

    Parede de 1/2 tijolo = 2,30 kN/m2

    A verificao das flechas nas lajes do pavimento estudado, feita levando-se em

    considerao, para todos os modelos propostos, o efeito da deformao lenta, atravs damajorao da flecha inicial pela relao entre as curvaturas inicial e final da seo de maior

    momento fletor absoluto, conforme j mencionado neste trabalho. admitido para o

    coeficiente c (relao entre os encurtamentos mximos inicial e final do concreto) o valor 3,

    ou seja, as aes de longa durao sendo colocadas logo aps o descimbramento.

    Tomando por base a equao de compatibilidade de deformaes, conforme

    esquematizado na FIGURA 4.2, e designando a relao entre a posio da linha neutra (x)

    e a altura til da seo (d) por um coeficiente x, resulta:

    (1/r) = (c + s) / d

    (1/r)final / (1/r)inicial = 2.x + 1 =

    c

    d

    s

    c s

    x d x=

    x

    x

    d=

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    FIGURA 4.2 - Diagrama de deformao da seo de maior momento fletor - Equao de

    Compatibilidade

    A flecha final (af) fica ento determinada pela majorao da flecha inicial (a i) pelo

    coeficiente :

    af= . ai

    Tendo em vista que a flecha inicial diretamente proporcional ao carregamento

    considerado e visando a obteno direta dos valores de flecha nos modelos com utilizao

    de softwares, optou-se por majorar na mesma proporo a solicitao de clculo prescrita

    pela NBR 8681 [1984] para a verificao do Estado Limite de Deformao Excessiva, a

    saber:

    Sd = Sg k + Sq k

    sendo = 0,2 para o tipo de edifcio adotado como exemplo.

    Um valor razovel e a favor da segurana a considerar para o coeficiente x 0,7,

    que um valor prximo ao correspondente transio dos domnios 3 e 4 de

    dimensionamento do concreto armado. Todas as sees a serem dimensionadas

    apresentaro, certamente, valores de x inferiores ao admitido acima. Deste modo, a

    solicitao de clculo a considerar resulta na seguinte expresso:

    Sd = . Sg k + 0,2 . Sq k

    Sd = (2.x + 1) . Sg k + 0,2 . Sq k

    Sd = 2,4 . Sg k + 0,2 . Sq k

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    4.2 CLCULO APROXIMADO MEDIANTE O USO DE TABELAS - MTODO ELSTICO

    4.2.1 Generalidades

    A aplicao do processo das diferenas finitas para integrao da equao geral

    das placas elsticas , conforme relatado anteriormente, de grande viabilidade para a

    elaborao de tabelas para clculo aproximado dos esforos solicitantes nas placas de

    formas e carregamentos mais comumente encontrados.

    Dentre estes processos de clculo aproximado, encontra-se o de MARCUS [1929],

    de grande importncia histrica, por ser o mais indicado da fase anterior aos computadores

    eletrnicos. aplicvel s lajes retangulares com carga uniforme e bordas apoiadas ou

    engastadas.O grande impulso dado ao desenvolvimento dos mtodos numricos em engenharia

    com o advento dos computadores, possibilitou a elaborao de tabelas que substituem hoje,

    com muitas vantagens, as tabelas de Marcus encontradas, por exemplo, em ROCHA [1971].

    Entre estas novas alternativas em tabelas, citam-se as de BARES [1972] e as de CZERNY

    [1976].

    Ressalta-se que ao se lanar mo de um processo aproximado de clculo, mediante

    o uso de tabelas, os painis de laje so considerados independentemente das vigas que lhe

    servem de apoio, desprezando sua deformabilidade. As continuidades entre painis so

    tratadas de formas simplificadas, como se no houvesse interao entre eles ou supondo-se engastamento fixo ou, ainda, buscando-se uma compatibilizao dos momentos fletores

    adjacentes de um apoio, com posteriores correes dos momentos centrais. Todo o

    carregamento atuante na laje, incluindo as cargas de parede e sobrecargas de utilizao,

    admitido como uniforme sobre toda a superfcie do painel. Tais consideraes podem

    conduzir este tipo de anlise a resultados muito imprecisos, dependendo da forma do

    pavimento que se queira analisar. Entretanto, so apresentados a seguir os resultados

    obtidos com o uso de tabelas para o pavimento tipo estudado, visando a comparao com

    os demais modelos propostos neste captulo.

    4.2.2 Aplicao sobre o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia

    Apresentam-se, a seguir, atravs da TABELA 4.1, os resultados obtidos pela

    utilizao de uma adaptao das tabelas de Bares, conforme encontrado em PINHEIRO

    [1986], sobre a forma do pavimento tipo do edifcio vitria Rgia.

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    TABELA 4.1 - Momentos fletores e deslocamentos obtidos atravs do clculo desenvolvido

    com auxlio de tabelas - mtodo elstico

    MOMENTOS FLETORES E DESLOCAMENTOS AO LONGO DO CORTE A-A*POSIO MXX (kN.m/m) DESLOCAMENTOS (cm)

    Borda LT12 0,00Centro LT12 3,19 0,52Vinc. LT12/13 -8,60Centro LT13 3,34 0,51Vinc. LT13/14 -6,67Centro LT14 2,39 0,09Borda LT14 -6,67* Corte A-A: Corte paralelo a VT07, passando pelo centro das lajes LT12/13/14 (FIG.4.1)

    MOMENTOS FLETORES E DESLOCAMENTOS AO LONGO DO CORTE B-B*POSIO Myy (kN.m/m) DESLOCAMENTOS (cm)

    Borda LT13 0,00Centro LT13 5,53 0,51Vinc. LT13/08 -8,02Centro LT08 2,49 0,14Vinc. LT08/02 -9,89Centro LT02 6,48 0,66Borda LT02 0,00* Corte B-B: Corte paralelo a VT09, passando pelo centro das lajes LT13/08/02 (FIG.4.1)

    MOMENTOS FLETORES E DESLOCAMENTOS NAS LAJES EM BALANOPOSIO M (kN.m/m) DESLOCAMENTOS (cm)

    BAL-01 -6,92 0,26BAL-02 -8,85 0,43

    4.3 CLCULO ATRAVS DA TCNICA DA ANALOGIA DE GRELHA

    4.3.1 Generalidades

    A tcnica da analogia de grelha consiste na representao da laje ou mesmo do

    pavimento de um edifcio atravs de uma grelha equivalente, de modo que as rigidezes

    longitudinais da laje sejam concentradas nas barras dessa direo e as rigidezes

    transversais nas barras da direo ortogonal a ela.

    Foi usada pioneiramente em computador por LIGHTFOOT e SAWKO [1959],

    atravs da adaptao de um programa para clculo de prticos planos, tendo-se em vista a

    similaridade dos procedimentos de anlise para prticos planos e grelhas pelo mtodo dos

    deslocamentos, bem como das equaes bsicas de compatibilidade de deformaes.

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    bem indicada para ser utilizada no clculo de tabuleiros de pontes como pode ser

    visto em HAMBLY [1976].

    Tm-se referncias tambm do uso da tcnica para o clculo de lajes cogumelo,

    com resultados satisfatrios, conforme relatam BRANCO [1989] e FIGUEIREDO [1989].

    Mais recentemente, a tcnica vem sendo utilizada como uma opo na anlise das

    lajes usuais de edifcios, de acordo com o proposto por BARBOZA [1992] e cujo texto

    tomado como base para o que apresentado aqui.

    No processo de aplicao da tcnica, deve-se garantir que as rigidezes das barras

    sejam tais que, ao submeterem-se as duas estruturas a um mesmo carregamento, elas se

    deformem de maneira idntica e que os esforos solicitantes em qualquer barra da grelha

    sejam iguais s resultantes das tenses na seo transversal da parte da laje que a barra

    representa.Para que um elemento infinitesimal de laje esteja em equilbrio, de acordo com a

    teoria clssica de placas, necessrio que os momentos torores em duas direes

    ortogonais sejam iguais. Na grelha equivalente obtida no desenvolvimento da tcnica, no

    h princpios matemticos ou fsicos que garantam tal condio. Entretanto, se a malha da

    grelha for suficientemente pouco espaada, a mesma se deformar formando uma

    superfcie lisa e apresentar distores aproximadamente iguais nas direes ortogonais,

    bem como momentos torores aproximadamente iguais se as rigidezes toro forem as

    mesmas na duas direes.

    Convm ressaltar que nas barras da grelha os momentos fletores so proporcionais

    apenas s curvaturas de sua direo, fato este que resulta num inconveniente a mais no

    uso da tcnica, uma vez que num elemento de placa, o momento fletor numa direo

    depende tanto da curvatura dessa direo como da ortogonal a ela. BARBOZA [1992]

    Independentemente desses tipos de limitaes da tcnica, a mesma se apresenta

    como uma ferramenta a mais para a anlise de lajes de edifcios, podendo ser considerada

    mais refinada que o clculo clssico mediante tabelas, uma vez que leva em considerao a

    interao entre todos os elementos estruturais do pavimento e possibilita um

    posicionamento preciso das cargas concentradas devidas s aes das paredes situadas

    sobre as lajes.

    4.3.2 Critrios para traado das malhas de grelha

    Diante da variabilidade de formas das lajes e dos diferentes tipos de carregamento,

    difcil estabelecer-se ou definir-se uma malha como sendo genericamente a ideal para

    cada caso. Assim sendo, visando melhores esclarecimentos sobre o uso da tcnica,

    apresentam-se a seguir, algumas consideraes para sua correta aplicao neste trabalho.

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    De acordo com indicaes de HAMBLY [1976], apresentadas em BARBOZA [1992], so

    vlidos os seguintes critrios para lajes retangulares, que devem ser adequados a cada tipo

    de laje que se deseja modelar:

    a) As barras da grelha devem estar localizadas em posies pr-determinadas pelo projeto,

    tais como linhas de apoio ao longo das vigas de extremidade, bem como de outras se

    existirem, que contenham uma ao especfica;

    b) Em lajes orttropas, cada barra deve ter no mximo uma largura igual a 1/4 do vo

    transversal ao seu eixo;

    c) Numa laje orttropa, na direo de menor inrcia, deve-se considerar a largura dasbarras igual a 40% do vo transversal ao seu eixo. Caso haja dvidas quanto isotropia ou

    ortotropia da laje, deve-se adotar o critrio anterior;

    d) Quanto mais densa a malha, melhores sero os resultados obtidos. No entanto, essa

    melhora deixa de acontecer quando a largura das barras for menor que duas ou trs vezes

    a espessura da laje;

    e) No caso de existncia de balanos na laje, necessrio colocar-se pelo menos duas

    barras transversais ao vo em balano;

    f) Deve-se colocar uma linha de barras no contorno livre da laje, cuja largura para o clculo

    do momento de inrcia toro deve ser diminuda de 0,3 h, por se tratar do ponto por onde

    passa a resultante das tenses de cisalhamento devidas toro;

    g) Nas regies de grande concentrao de esforos, tais como apoios ou cargas

    concentradas, recomenda-se dispor uma malha cuja largura das barras no seja superior a

    trs ou quatro vezes a espessura da laje;

    h) No devem ser considerados os orifcios na laje desde que sua maior dimenso no

    exceda 3h, sendo h a espessura da laje, a no ser que estejam localizados muito prximos

    dos pilares. Existindo aberturas maiores, devem ser aplicados os mesmos critrios vlidos

    para as bordas livres.

    O momento de inrcia flexo das barras longitudinais e transversais da grelha

    calculado considerando que cada barra representa uma largura b de laje igual a distncia

    entre os centros dos vos adjacentes barra, com valor dado pela respectiva equao

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    estabelecida pela resistncia dos materiais para as sees retangulares (I = b . h3 / 12)..

    Para o momento de inrcia toro (IT) admitido o valor correspondente quele indicado

    pela teoria de Saint Venant, de acordo com a frmula apresentada abaixo, encontrada em

    TIMOSHENKO [1981].

    IT = . b . c3

    sendo b o maior lado da seo, c o menor lado e com variando em funo de uma relao

    entre os mesmos, de acordo com as indicaes abaixo:

    b/c 1,00 1,50 1,75 2,00 2,50 3,00 4,00 6,00 8,00 10,00

    0,141 0,196 0,214 0,229 0,249 0,263 0,281 0,299 0,307 0,313 0,333

    Outro aspecto importante que merece destaque na aplicao da tcnica da analogia

    de grelha, a considerao da vinculao dos pilares na grelha equivalente, de modo a

    avaliar a influncia de suas rigidezes no comportamento do pavimento em anlise. Esta

    influncia simulada aqui atravs da colocao de barras, nos tramos adjacentes ao nvel

    analisado, com comprimentos de meio tramo, inrcias correspondentes do pilar que

    representam e com extremidades articuladas.

    4.3.3 Aplicao sobre o pavimento tipo do edifcio Vitria Rgia

    A aplicao da tcnica sobre o pavimento tipo do Edifcio Vitria Rgia feita

    atravs do software SAP90, disponvel no Departamento de Estruturas da EESC - USP,

    So Carlos, e cujas instrues de uso encontram-se em WILSON & HABIBULLAH [1988].

    Foram processados dois modelos com elementos de barra, a saber, um com malha da

    ordem de 0,50 m x 0,50 m e outro com malha da ordem de 1,00 m x 1,00 m, que no

    resultaram uniformes devido a ajustes na forma do pavimento analisado. Estas malhas, comas respectivas numeraes de ns consideradas, podem ser vistas nas FIGURAS 4.3 e 4.4.

    Ressalta-se que para as barras correspondentes s vigas do pavimento analisado, foram

    considerados valores reduzidos do momento de inrcia toro (10% dos indicados

    anteriormente), tendo em vista a baixa resistncia do concreto armado a este tipo de

    solicitao. Entretanto, para as barras da grelha equivalente, foram admitidos os valores

    indicados pela frmula apresentada, visando a sua comparao com os resultados obtidos

    com o mtodo dos elementos finitos, cujo modelo foi desenvolvido considerando-se a

    contribuio dos momentos volventes nos elementos de placa. Os resultados obtidos do

    processamento encontram-se nas TABELAS 4.2 e 4.3.

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    FIGURA 4.3 - Malha com espaamento da ordem de 1,00 m x 1,00 m - Numerao dos ns

    FIGURA 4.4 - Malha com espaamento da ordem de 0,50 m x 0,50 m - Numerao dos ns

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    TABELA 4.2 - Momentos fletores e deslocamentos ao longo do Corte XX (ver figuras 4.3 e

    4.4) obtidos atravs da aplicao da tcnica da analogia de grelha

    MALHA ~ 1,0 m MALHA ~ 0,5 mNs Mxx (kNm/m) DESL. (cm) Ns Mxx (kNm/m) DESL. (cm)

    178 -1,40 -0,15 641 -1,34 -0,15642 1,72 -0,44

    179 3,40 -0,72 643 2,85 -0,69644 3,41 -0,88

    180 4,14 -1,03 645 3,79 -1,00646 4,29 -1,04

    181 5,49 -0,99 647 5,13 -0,97648 2,97 -0,78

    182 0,82 -0,53 649 0,47 -0,52650 -3,40 -0,25183 -9,76 -0,06 651 -10,00 -0,06

    652 -4,05 -0,07184 -0,62 -0,18 653 -0,84 -0,19

    654 0,85 -0,35185 2,13 -0,49 655 1,91 -0,49

    656 2,79 -0,59186 4,10 -0,62 657 3,88 -0,62

    658 2,25 -0,56187 0,85 -0,42 659 0,83 -0,43

    660 -0,64 -0,29188 -2,67 -0,17 661 -2,63 -0,18189 -6,21 -0,15 662 -6,35 -0,16

    663 0,49 -0,26190 6,12 -0,36 664 5,19 -0,34

    665 3,15 -0,27191 -0,14 -0,11 666 -0,13 -0,11

    Ao se analisar os resultados apresentados nas TABELAS 4.2 e 4.3, constata-se que

    a aplicao da tcnica da analogia de grelha sobre a forma do pavimento estudado,

    conduziu a resultados convergentes ao se refinar o espaamento das malhas de anlise,

    tanto para os valores dos esforos momentos fletores como para os valores dos

    deslocamentos. As diferenas observadas nos valores de mximos positivos e negativos

    dos momentos fletores foram da ordem de 5 a 10%, apresentando diferenas maiores que

    estas apenas em alguns pontos localizados. Para os deslocamentos, os valores

    apresentados foram praticamente idnticos. Ressalta-se que, com relao aos momentos

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    fletores, os valores apresentados correspondem mdia entre os fornecidos pelas barras

    consecutivas da direo considerada, uma vez que os mesmos eram diferentes em funo

    da existncia dos momentos de toro das barras da outra direo concorrentes no mesmo

    ponto. As FIGURAS 4.5 a 4.7 apresentam os resultados obtidos atravs de grficos

    comparativo