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    Curso Tcnico em Segurana do Trabalho

    HIGIENE DO TRABALHO

    Temperatura Extremas

    2014

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    1 - CALOR

    Os ambientes de altas temperaturas representam um dos pontos maisimportantes no estudo da patologia ocupacional, devido a dois fatores:

    1. a alta frequncia de ambientes quentes - minas,fbrica de vidro, indstria de transformao mecnica e metalrgica, utilizamcalor em seus processos.

    2. a alta frequncia de fadiga fsica, ocasionada pelosambientes quentes - comum observar o envelhecimento precoce de

    jovens que trabalham nesse ambientes.

    No trabalho em altas temperaturas, h um aspecto interessante quedifere as doenas causadas pelo calor das demais doenas profissionais. No

    calor h uma resposta fisiolgica, enquanto as demais doenas soresultantes de agentes agressivos.Ex.:

    Concentraes txicas de chumbo trazem manifestaesdecorrentes da ao do chumbo.

    Fadigas pelo calor so causadas pela tentativa do organismode manter a temperatura corprea.

    1.1 - O SISTEMA FISIOLGICO DE CONTROLE DETEMPERATURA CORPREA

    O homem desde que adequadamente protegido tolera variaes datemperatura ambiental de - 50C at 100C.

    O indivduo nu tolera variaes de temperatura ambiente de 10C a60C, sem que sua temperatura interna se altere significativamente,permanecendo entre 35,5C e 37C.

    No entanto no tem condies de suportar variaes superiores a 4Cna sua temperatura interna, sem que ocorra comprometimento da capacidade

    fsica e mental.Isto mostra a perfeio do sistema que o organismo tem para regular a

    temperatura interna. E nem poderia ser de outra forma, j que a temperaturainterna maior que 41C, por pouco tempo leva desnaturao irreversvel dasprotenas orgnicas e morte.

    mais fcil o organismo manter a temperatura quando submetido aoresfriamento que ao aquecimento. Muitas so as formas de proteo aoresfriamento e pouqussimas so as formas do organismo se proteger aoaquecimento.

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    1.3 - MECANISMOS DE GANHO E PERDA DE CALOR

    GANHO DE CALOR PERDA DE CALOR

    aMetabolismo aRadiao

    bAtividade muscular bConduo-conveco

    cHormnios cconveco

    dAumento da temperatura corprea dEvaporao

    1. 4 - GANHO DE CALOR

    a -Ativ idade muscu lar general izada (t ir i tar

    ) - uma manifestao deatividade muscular de eficincia mecnica praticamente nula com produomuito alta de calor. O tiritar capaz de aumentar o metabolismo 2 a 4 vezes.

    b - Efei to do s ho rmnios - a tireoxina, e a adrenalina so exemplos doshormnios que exercem efeito sobre o metabolismo, aumentando-o.

    c - Aumento da temperatura corprea - o prprio aumento da temperatura

    do organismo aumenta o metabolismo. Para 1C de aumento da temperaturaorgnica o metabolismo aumenta 13%, produzindo consequentemente maiscalor.

    1.5 - PERDA DE CA LOR

    A principal funo da circulao cutnea est relacionada com amanuteno da temperatura corprea. Isto porque variando a circulao

    cutnea, varia tambm a temperatura da pele e, portanto a condutncia docalor da pele.Assim aumentando-se a vascularizao da pele, sua temperatura

    aumenta e se o ambiente estiver mais frio a perda de calor aumenta; ediminuindo-se a vascularizao cutnea, sua temperatura diminui e ogradiente de temperatura entre a pele e o ambiente, fica reduzido, diminuindo-se a possibilidade de perda calrica.

    Nos ambientes quentes, por exemplo, ocorre a vasodilatao cutnea, apele fica quente, possibilitando perda de calor. J nos ambientes frios ocorre avasoconstrio cutnea, a pele fica fria, ajudando a conservar a temperatura

    do organismo.

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    Tambm importante o papel do tecido gorduroso subcutneo, quediminui a possibilidade de dissipao de calor, funcionando como isolantetrmico. Assim o obeso tem mais dificuldade de manter a temperatura normalem ambientes quentes e o magro tem dificuldade de manter o calor noorganismo no ambiente frio.

    A - RADIA O:

    Transmisso de calor por um corpo sob forma de ondaseletromagnticas da faixa do infravermelho. Independente da movimentaodo ar. Acontece mesmo que haja vcuo entre dois corpos.

    O corpo humano absorve muito bem o calor irradiado por outras fontes(cerca de 97%), no havendo diferenas de absoro, seja pela cor branca ounegra do indivduo. Ex.: Raios solares, por um forno eltrico

    B - CONDU O:

    Conduo a propriedade de um corpo transmitir energia calorfica aoutro, com o qual esteja em contato. O calor do corpo de maior temperatura transferido para o de menor temperatura, at que ocorra um equilbrio trmico.Ex.: Barra de ferro aquecida em uma extremidade

    C - CONVEC O:

    Conveco o processo de transporte de energia pela ao de massasde ar quente ou atravs de um meio lquido. Ex.: Balo

    D -EVAPORA O

    o mecanismo que auxilia o organismo da dissipar calor. Devido natureza endotrmica do fenmeno fsico, resfria a superfcie do corpo.

    A evaporao favorecida de acordo com a roupa que o indivduo estvestindo. Ex.: Suor emanado aps uma atividade fsica.

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    Trocas Trmicas entre o organismo e o ambiente:

    Quando o trabalhador est exposto junto a uma ou vrias fontes decalor, ocorrem as trocas trmicas entre o ambiente e o organismo, conforme afigura a seguir:

    C - Conduo/ConvecoR - RadiaoE - EvaporaoM - Metabolismo

    1.6 - DEFINIES IMPORTANTES:

    - CICLO DE TRABALHO

    Conjunto de atividades desenvolvidas pelo trabalhador em umaseqncia definida de operaes, que se repetem de forma contnua, nodecorrer da jornada de trabalho.

    - EQUILBRIO TRMICO

    o equilbrio necessrio entre o organismo e o meio ambiente, deforma que a carga trmica metablica seja dissipada para o ambiente.

    - LIMITE DE TOLERNCIA

    Representa as condies sob as quais se acredita que a grande maioriados trabalhadores possa ficar continuamente exposta diariamente ao agente,sem que haja dano sua sade, durante sua vida laboral.

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    - METABOLISMO

    Significa o trabalho do organismo capaz de produzir calor em funo daassimilao de alimentos e outros fatores fundamentais vida.

    - PONTO DE TRABA LHO

    todo e qualquer local onde o trabalhador permanece durante odesenvolvimento do seu ciclo de trabalho.

    - SENSA O TRMICA

    toda a sensao de calor ou frio, que sentimos em determinadas

    condies do ambientes, decorrente das condies do ar atmosfrico(temperatura, umidade, velocidade), calor radiante e fatores de ordem pessoal(alimentao, vesturio, idade, sexo, etc...).

    - SOBRECARGA TRMICA

    a quantidade de calor que deve ser dissipada pelo organismo paraque ele atinja o equilbrio trmico.- TENS O TRMICA

    a modificao fisiolgica ou patolgica decorrente da sobrecargatrmica (pulsao aumentada, aumento da temperatura corprea, aumento dasudorese).

    1.7 - AVALIA O TRMICA DE AMB IENTES QUENTES

    Vrios fatores influenciam a avaliao da sensao trmica.

    1 - Temperatura ar

    2 - Umidade do ar

    3 - Velocidade do ar

    4 - Calor radiante

    5 - Tipo de atividade

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    Dai a existncia de alguns ndices para avaliao do calor, chamados ndices

    de conforto trmico, e para estipular nveis mximos de exposio ao calor

    compatveis com a manuteno do conforto e sade do trabalhador existem

    os ndices de sobrecarga trmica.

    NDICES DE TE - Temp. efetiva baseiam-se em experincias

    CONFORTO realizadas com indivduos

    TRMICO TEC - Temp. efetiva expostos a diferentes

    corrigida condies ambientais.

    permitem estipular limites

    razoveis para trabalhocontnuo de 8 horas.

    NDICES DE IST - ndice de sobrecarga trmica

    (Belding e Hatch)

    SOBRECARGA IBUTG - ndice de bulbo mido e Termmetro

    de globo

    TRMICA TGU - Temperatura de globo mido

    Alm de estipularem limites considerados seguros para o trabalhador,

    permitem calcular perodos adequados de trabalho - descanso, quando o calor

    ultrapassa tais limites.

    A observao desses limites fundamental para que o trabalhador

    dissipe durante o descanso a energia trmica acumulada durante o trabalhoevitando uma srie de males do calor.

    - Temperatura Ar

    - Umidade Ar TE

    - Velocidade Ar TEC IST

    - Calor Radiante IBUTG

    - Tipo de Atividade TGU

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    1. 9 - LIMITES DE TOLERNCIA PARA EXPOSIO AO CALOR

    (ANEXO 3 NR15)

    A exposio ao calor deve ser avaliada atravs do "ndice de Bulbo

    mido Termmetro de Globo" - IBUTGdefinido pelas equaes que seseguem:

    IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (ambiente sem carga solar)

    IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg (c/ carga solar)

    onde:

    tbn: temperatura de bulbo midotbs: temperatura de bulbo secotg: temperatura de globo

    Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliao so: termmetro debulbo mido natural, termmetro de globo e termmetro de mercrio comum (Figura1), chamado de rvore de termmetros.

    Figura 1: rvore de termmetros

    Termmetro de Bulbo Seco um termmetro comum, cujo bulbo fica

    em contato com o ar. Teremos, dele, portanto, a temperatura do ar.

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    Termmetro de Bulbo mido Natural um termmetro cujo bulbo recoberto por um pavio hidrfilo, o qual tem sua extremidade imersa em guadestilada (figura 2).

    Figura 2: Termmetro bulbo mido natural

    Termmetro de Globo um aparato que possui um posicionado nocentro de uma esfera oca de cobre de dimetro de seis polegadas (15 cm). Aabertura da esfera fechada pela rolha do termmetro. A esfera pintadaexternamente de preto fosco, um acabamento altamente absorvedor daradiao infravermelha (Figura 3).

    Figura 3: Termmetro de Globo

    Hoje o mercado j possui equipamentos digitais modernos os chamadosmedidores de stress trmico (Figura 4).

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    1.10 - LIMITES DE TOLERNCIA PARA TRABALHO E DESCANSONUM MESMO LOCAL

    (Anexo 3NR- 15)

    QUADRO 1

    REGIME DE TRABALHO TIPO DE ATIVIDADE IBUTG em C

    (minutos por hora) LEVE MODERADA PESADA

    Contnuo at 30,0 at 26,7 at 25,0

    45 trabalho + 15 descanso 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9

    30 trabalho + 30 descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

    15 trabalho + 45 descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

    Proibido o trabalho semadoo de medidas de

    controle.acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0

    1.11 - LIMITES DE TOLERNCIA PARA TRABALHO E DESCANSO EM OUTRO

    LOCAL

    Os limites mximos para o IBUTG (IBUTG mdio ponderado de trabalhoe descanso) so apresentados em funo de M (Metabolismo mdioponderado entre atividades de trabalho e de descanso). Como local de

    descanso considera-se ambiente termicamente mais ameno, com otrabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.

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    Os perodos de descanso sero considerados tempo de servio paratodos os efeitos legais.

    QUADRO 2

    Onde:

    MtTaxa de metabolismo no local de trabalhoTtsoma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.Mdtaxa de metabolismo no local de descanso.Tdsoma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.

    IBTUGt Valor do IBUTG no local de trabalho IBTUGd Valor do IBUTG no local de descanso

    QUADRO 3Taxa de metabolismo por tipo de Atividade

    M(kcal/h) Mximo IBUTG

    175 30,5200 30,0250 28,5300 27,5350 26,5400 26,0450 25,5500 25,0

    M : Mt x Tt + Md x Td60

    IBUTG: IBUTG x Tt + IBUTGd x Td60

    SENTADO EM REPOUSO 100

    TRABALHO LEVESentado, movimentos moderados com braos e tronco (ex.: datilografia). 125Sentado, movimentos moderados com braos e pernas (ex.: dirigir). 150De p, trabalho leve, em mquina ou bancada, principalmente com os braos. 150

    TRABALHO MODERADOSentado, movimentos vigorosos com braos e pernas. 180De p, trabalho leve em mquina ou bancada, com alguma movimentao. 175De p, trabalho moderado em mquina ou bancada, com alguma movimentao. 220Em movimentao, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300

    TRABALHO PESADO

    Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoo com p) 440Trabalho fatigante. 550

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    1.12 - MEDIDAS DE CONTROLE DO AMBIENTE

    1- Refrigerao e diminuio de umidade do ar.2 - Mecanizao do trabalho.3- Ventilao do ambiente.

    MEDIDAS PREVENTIVAS SOBRE O PESSOALEXPOSTO AO CALOR

    1 - Seleo adequada do ponto de vista mdico2 - Aclimatao3 - Reposio hdrica e eletroltica adequada4 - Pausas de recuperao5 - Roupas adequadas (aluminizadas)6 - Controle peridico

    7 - Uso de culos com lentes filtrantes ou at mesmo protetor facial

    Indivdu os con tra-ind icados

    - idade acima de 45 anos- obesidade- doenas do sistema circulatrio- hipertenso arterial- doenas do aparelho respiratrio- doenas psicossomticas em geral- doenas oculares- dermatites midas- hipertireoidismo

    Aclimatao ao calo r

    - fenmenos importantes:- aumento da sudorese- diminuio de sdio no suor

    - diminuio da frequncia cardaca- fatores que influenciam na alimentaoReposio hdrica

    Exemplo:

    Pausas de recuperaoIBUTGRoupas adequadasControle peridico

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    DOENAS CAUSADAS PELA EXPOSI O

    A ALTAS TEMPERATURAS

    1 - INTERMA O (HIPERTERMIA)

    o quadro mais grave, que pode levar a morte.Ocorre pelo desencadeamento do mecanismo de retroalimentao

    positiva, geralmente numa das seguintes situaes:- indivduo no adaptado a ambientes quentes;- obesos;- bebida alcolica antes do trabalho;- roupa de trabalho inadequada no permitindo a sudorese.

    Sintomas:

    - indivduo desorientado e com delrios;- convulses podem acontecer;- cessao da sudorese e pele seca.

    Tratamento:

    - banheira com gua fria;- compressas de lcool, ajudando evaporao com ventilador;- aps esfriar uma rea, massage-lo para atuar troca de calor;- interromper tratamento quando a temperatura chegar a 39C.

    2 - TONTURA E DESFALEC IMENTO POR DEFICINCIA DE SDIO

    Ocorre em indivduos no aclimatizados, que perdem grandequantidade de Na no suor, ou aqueles que no tiveram reposio salinaadequada.

    Sintomas:

    - fraqueza, cansao e cimbras; nuseas, cefalia, irritabilidade.- os que esto de p tendem a cair;- a frequncia cardaca muito alta;- temperatura normal e o indivduo no se queixa de sede.

    Tratamento:

    - afastar do ambiente quente e repor o sdio por via oral ou parenteral.

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    3 - TONTURA E DESFALECIMENTO POR HIPOVOLEMIA RELA TIVA

    Ocorre em indivduos com fora aerbica baixa e nos aptos, noaclimatizados. H acmulo de sangue na periferia diminuindo o retornovenoso.

    Sintomas:

    - Desmaio comum com tonturas, nuseas, sudorese fria, palidez facial,respirao suspirosa, pulso lento, queda de presso arterial.

    - Temperatura da pele pode estar normal ou pouco aumentada.

    Tratamento:

    - Recuperao rpida e natural se o trabalhador deitar-se durante acrise ou sentar-se com a cabea baixa. A recuperao se completa comrepouso em ambiente frio.

    4 - DESIDRATA O

    Ocorre quando a ingesto de gua insuficiente para compensar asperdas pela urina, pelo ar expirado e pelo suor.

    Sintomas:

    - Com perda de 5 a 8% do peso corpreo, ocorre perda de eficincia notrabalho, sinais de desconforto, sede, irritabilidade, sonolncia, pulsoacelerado e temperatura elevada.

    - Com perda de 10% incompatvel com o trabalho e a 15% ocorremsinais ntidos de choque hipovolmico.

    Tratamento:

    - Colocar o indivduo em local frio e reposio hdrica, oral ouparenteral.

    5 - DISTRB IOS CUTNEOS

    Os golpes de calor so geralmente associados disfuno de glndulas

    sudorparas em ambientes quentes e midos.

    Sintomas:

    - Erupes cutneas, coceiras sob roupas e durante sudorese levam oindivduo a sentir picadas incmodas, sensao de calor e queimao. Aserupes demoram dias ou semanas para desaparecer.

    Tratamento:

    - Pomada de calamina, banho frio ingesto de grande quantidade de

    gua.

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    6 - DISTRB IOS PSICONEURTICOS

    No item anterior foi referido ao desconforto e diminuio da eficinciaque acompanham o trabalho em reas quentes. Isto favorece adescompensao de indivduos que estejam em estados limtrofes de sade

    mental.7 - CATARATA

    uma doena ocular irreversvel por exposies prolongadas airradiao infravermelha intensa.

    Tratamento:

    - Cirrgico.

    III - FRIO

    In troduo

    A exposio ocupacional ao frio pode ser observada em vriasatividades e locais, principalmente em regies de grandes altitudes e declimas frios.

    Fora das atividades ao ar livre, o frio intenso ainda encontrado emdiversos tipos de indstrias que possuem e utilizam cmaras frigorficas. Entreestas, incluem-se a indstria alimentcia e enlatados, a de beneficiamento depescados, fabricao de sorvetes, etc.

    Equ ilbri o Homeo trmic o

    As trocas trmicas entre o organismo e o ambiente dependem de:

    1. Temperatura do ar2. Velocidade do ar3. Variao do calor radiante.

    O desequilbrio trmico (exposio ao frio), segundo a equaoanterior, se apresentar quando o valor de S for inferior a zero, ou seja, ocorpo estar perdendo calor para o ambiente, podendo ocorrer a hipotermia.

    O aspecto mais importante na hipotermia, e que poder trazer a morte, a queda da temperatura profunda do corpo. Deve-se proteger ostrabalhadores do submetimento ao frio, de modo que a temperatura profunda

    do corpo no caia a menos de 36C.

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    Efei tos do Fr io no Organismo

    A vaso-constrio perifrica a primeira resposta do organismo paratentar realizar uma regularizao entre perda e ganho de calor, ou seja, ofluxo sanguneo reduzido na mesma proporo que o abaixamento da

    temperatura.Este abaixamento acarretar, quando a temperatura corprea chega a

    35C, numa diminuio gradual de todas as atividades fisiolgicas, tais como:frequncia do pulso, presso arterial e taxa metablica. Em contrapartida ocorpo reage de forma que o indivduo comea a tremer compulsivamente demaneira a produzir calor (aumento de atividade muscular). Se isto no forsuficiente para produzir o calor necessrio, o corpo continuar a perder calore, por volta dos 29C, o hipotlamo perde sua capacidade termo reguladora eas clulas cerebrais deprimem-se, consequentemente o indivduo pode entrarem sonolncia e posterior coma, ou seja, o indivduo adquire o quadro de

    hipotermia.Alm da hipotermia vrios outros estados patolgicos, conhecidos como

    leses do frio, podem afetar o trabalhador. Dentre eles destacam-se:. Enrigelamento dos membros que poder levar gangrena e

    amputao dos mesmos.. Ps de imerso: quando os trabalhadores permanecem com os ps

    umedecidos ou imersos em gua fria por longos perodos, produzindoestagnao do sangue, paralisao dos ps e pernas.

    . Ulceraes do frio: feridas, bolhas, rachaduras e necrose, que poderoocorrer devido a exposio ao frio intenso.

    Alm disso, o frio interfere na eficincia do trabalho e incidncia deacidentes, alm de desencadear inmeras doenas reumticas erespiratrias.

    Aval iao da Expos io ao Fr io

    Pouco se conhece sobre a quantificao do frio, embora os mesmosfatores ambientais analisados no estudo do calor influam na intensidade da

    exposio ao frio.Tem-se construdos modelos engenhosos que procuram simular oprocesso que envolve a perda de calor, realizando-se experincias no interiorde cmaras frias. No entanto, at o presente momento, todos os ndices destress por frio tm limitaes, mas em condies adequadas proporcionaminformaes teis, como veremos no item seguinte.

    Lim ites de Tolernc ia

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    1. As atividades ou operaes executadas no interior de cmarasfrigorficas, ou em locais que apresentem condies similares, que exponhamos trabalhadores ao frio, sem a proteo adequada, sero consideradasinsalubres em decorrncia de laudo de inspeo realizada em local detrabalho.

    Outro dispositivo legal e relativo exposio ao frio o artigo 253 daCLT, referentes a servios frigorficos:

    Para os empregados que trabalham no interior das cmarasfrigorficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quenteou normal para o frio ou vice-versa, depois de uma hora e quarentaminutos de trabalho contnuo ser assegurado um perodo de vinteminutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalhoefetivo.

    Embora a legislao brasileira no fixe limites de tolerncia paraexposio ao frio, a ACGIH estabelece limites para exposio a este agenteem funo da velocidade do ar, temperatura de bulbo seco, obtendo-se ndicede temperatura equivalente de resfriamento, valor este que determina o graude risco da exposio. Alm disso, a ACGIH estabelece alternnciatrabalho/descanso, num perodo de 4 horas, em funo da velocidade do ar,temperatura e tipo de atividades (anexo 1 e 2).

    Alm dos limites estabelecidos pela ACGIH, poder ser utilizado comoparmetro o quadro abaixo, que leva em considerao a temperatura de bulboseco, zona climtica onde atua o trabalhador e fornece a mxima exposiodiria permissvel, de acordo com o estabelecido no artigo 253 - CLT.

    Medidas de Controle

    1- Ac limat izao

    uma medida que, par a exposio ao frio, no est ainda muitoestudada, mas sabe-se que alguns indivduos conseguem respostastermoreguladoras satisfatrias, quando gradualmente so expostos aambientes frio, ou seja, segundo determinados gradientes trmicos e sobcontrole da velocidade do ar, alguns indivduos tm boa adaptao.

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    2- Vest imentas d e Trabalho

    necessrio que o isolamento do corpo pela vestimentade trabalho seja satisfatrio e que a camada de ar compreendidaentre a pele e a roupa elimine parcialmente a transpirao paraque haja uma troca regular de temperatura. Deve-se

    disponibilizar para otrabalhador:a) meias: as de l so asideais; meias de elanca eacetato no devem serutilizadas. Quando so usadosdois pares, o que fica emcontato com os ps deve sermenor que o que colocado por cima. Evite dobr-las;b) calas: devem ser utilizadas calas tipo trmico ou com umforro especial. Os cintos devem ser evitados, pois podem apertar

    e reduzir a circulao. O uso de suspensrios maisrecomendado. As calas devem ser folgadas.c) botas: para o trabalho em temperaturas frias, recomendvel usar botas de couro,com o forro de feltro, sola de borracha e palmilhas de feltro. As botas devem serimpermeveis e as meias devem ser trocadas quando ficam molhadas de suor;d) capote com capuz: deve ser folgado com cordo na cintura. As mangas devem serfolgadas. O capuz impede que o ar quente saia de volta do pescoo e passe pelorosto. O capuz permite respirar ar mais quente que se formou no tnel e, tambm,amortece o vento.e) capuz: calcula-se que 50% ou mais do calor do corpo perdido atravs da cabeae do pescoo.

    Um gorro de l propicia tima proteo. Quando for usado capacete de proteo,este dever ser dotado de forro trmico;F) Luvas: As queimaduras por metal frio podem ser impedidas por luvas de nylon oualgodo, mas estasoferecem pouca proteo trmica. O ideal utilizar luvas com forro trmico

    3- Regime de Trabalho

    Quando a exposio ao frio intensa, o trabalhador deve ter em menteque ser necessrio intercalar perodos de descanso em local termicamentesuperior ao local frio, de forma a manter uma resposta termo-reguladora

    satisfatria do corpo humano.

    4 - Exames Mdic os

    Na seleo de pessoal para a execuo de trabalhos em locais de friointenso deve-se realizar exames mdicos pr-admissionais para se conhecero histrico ocupacional do indivduo e saber se o mesmo portador dediabetes, epilepsia, se fumante, alcolatra, ou j sofreu leses porexposio ao frio, e que apresenta problemas no sistema circulatrio, etc.

    Tais trabalhadores em hiptese alguma devero se expor a trabalhossob frio intenso.

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    Rotineiramente devero ser realizados exames mdicos peridicos paracontrole e verificao com antecedncia de problemas ou rudos da exposioao frio.

    5 - Ed ucao e Trein amen to

    Todo trabalhador que for executar atividades sob frio intenso dever serinstrudo sobre o risco de atividades nestas condies, bem como treinadoquanto ao uso de protees adequadas (vestimentas, luvas, etc) e rotinas detrabalho (tempo/local de trabalho x tempo/local de descanso).