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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC CAMPUS BELÉM MONITOR DE USO E CONSERVAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Associativismo e Cooperativismo Professor: Evandro Ladislau da Silva 2012

APOSTILA ASSOCIATIVISMO PRONATEC

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MONITOR DE USO E CONSERVAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Associativismo e Cooperativismo

Professor: Evandro Ladislau da Silva

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UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DO ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO

Texto extraído de: “ASSOCIAÇÃO. série empreendimentos coletivos. Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Brasília – DF. 2009.”

O QUE É ASSOCIAÇÃO?

Associação, em um sentido amplo, é qualquer iniciativa formal ou informal que reúne

pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando superar

dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. Associação é uma forma jurídica de

legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses. Sua constituição permite a

construção de melhores condições do que aquelas que os indivíduos teriam isoladamente

para a realização dos seus objetivos.

A associação então é a forma mais básica para se organizar juridicamente um grupo

de pessoas – físicas ou jurídicas – para a realização de objetivos comuns.

Esquematicamente, pode-se representar as associações como sendo:

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As associações assumem os princípios de uma doutrina que se chama associativismo

e que expressa a crença de que juntos pode-se encontrar soluções melhores para os

conflitos que a vida em sociedade apresenta. Esses princípios são reconhecidos no mundo

todo e embasam as várias formas que as associações podem assumir: OSCIP,

cooperativas, sindicatos, fundações, organizações sociais, clubes. O que irá diferenciar a

forma jurídica de cada tipo de associação são basicamente os objetivos que se pretende

alcançar. Os princípios do associativismo reconhecidos em praticamente todo o mundo são:

• Adesão voluntária e livre – As associações são organizações voluntárias, abertas a

todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de

sócio, sem discriminação social, racial, política, religiosa e de gênero.

• Gestão democrática pelos sócios – As associações são organizações democráticas,

controladas por seus sócios, que participam ativamente no estabelecimento de suas

políticas e na tomada de decisões. Homens e mulheres, eleitos como representantes, são

responsáveis para com os sócios.

• Participação econômica dos sócios – Os sócios contribuem de forma equitativa e

controlam democraticamente as suas associações. Os sócios destinam eventual superávit

para os seus objetivos por meio de deliberação em assembleia geral.

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• Autonomia e independência – As associações são organizações autônomas de

ajuda mútua, controlada por seus membros. Entrando em acordo operacional com outras

entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, devem fazê-lo

de forma a preservar seu controle democrático pelos sócios e manter sua autonomia.

• Educação, formação e informação – As associações devem proporcionar educação

e formação aos sócios, dirigentes eleitos e administradores, de modo a contribuir

efetivamente para o seu desenvolvimento. Eles deverão informar o público em geral,

particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião, sobre a natureza e os

benefícios da cooperação.

• Interação – As associações atendem a seus sócios mais efetivamente e fortalecem o

movimento associativista trabalhando juntas, por meio de estruturas locais, nacionais,

regionais e internacionais.

• Interesse pela comunidade – As associações trabalham pelo desenvolvimento

sustentável de suas comunidades, municípios, regiões, estados e país por meio de políticas

aprovadas por seus membros.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Seguem as principais características das associações e algumas definições que

possibilitarão uma compreensão básica sobre aspectos relacionados à gestão, finalidade e

tributação.

CONCEITO

Associações são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se

organizam para a realização de atividades não econômicas, ou seja, sem finalidades

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lucrativas. Nessas entidades, o fator preponderante são as pessoas que as compõem. São

entidades de direito privado e não público.

FINALIDADE

• Defesa e promoção dos interesses das pessoas (físicas e/ou jurídicas) que a

constituíram.

• As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadas em 3

grupos principais:

1. Aquelas que têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, sem objetivo

de lucro, como as sociedades recreativas ou literárias.

2. As que têm objeto principal a realização de uma obra estranha ao interesse pessoal

dos associados, e que fique sob a dependência da associação ou se torne dela autônoma,

por exemplo, as associações beneficentes. Embora seus associados possam visar interesse

pessoal, sua finalidade primordial é a de prover uma obra de caridade em benefício de

terceiros.

3. As associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadas a uma obra

dirigida autonomamente por terceiras pessoas.

GESTÃO

Por seus princípios doutrinários as associações se baseiam na autogestão. Por meio

de assembleia geral dos sócios, são definidas as políticas e linhas de ação da instituição,

bem como se elege uma diretoria que será responsável pela administração da associação.

LEGISLAÇÃO

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As associações estão regulamentadas tanto na Constituição Federal, quanto no Novo

Código Civil. Em ambos, estão descritas as leis que regem o modelo em nosso país e que

embasam sua organização. Em alguns Estados pode-se encontrar legislação específica

para atender uma ou outra especificidade estadual, mas qualquer que seja a legislação

deverá estar subordinada as leis federais. Abaixo estão descritos os locais na Constituição e

no Novo Código Civil onde estão os artigos relacionados ao tema:

• Constituição Federal (artigo 5o, XVII A XXI, e artigo 174, § 2o).

• As Associações estão disciplinadas no Novo Código Civil, Lei nº 10.406/2002,

artigos 51 a 63.

NÚMERO DE PESSOAS PARA SE FORMAR UMA ASSOCIAÇÃO

A legislação não estabelece um número mínimo para se organizar uma associação,

em princípio bastariam duas pessoas. Na prática, porém, esse número mínimo seria de dez

pessoas, pois é o número necessário para preencher os cargos do Conselho de

Administração e Conselho Fiscal que o Novo Código Civil exige que sejam formados.

PATRIMÔNIO

Formado por taxa paga pelos associados, doações, fundos e reservas. Não possui

capital social.

REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTES E RESULTADOS FINANCEIROS

• Não remuneram seus dirigentes nem distribuem sobras entre seus associados,

conforme princípio das instituições sem fins lucrativos.

• São mantidas por meio da contribuição dos sócios ou de cobrança pelos serviços

prestados; contratos e acordos firmados com empresas e agências nacionais e

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internacionais; doações, legados e heranças; rendimentos de aplicações de seus ativos

financeiros e outros, pertinentes ao patrimônio sob a sua administração; recebimento de

direitos autorais etc.

TRIBUTAÇÃO

A tributação das associações é um dos maiores complicadores para esse tipo de

instituição, principalmente por não haver indicações claras sobre todos os tributos (tributo

inclui impostos, taxas e contribuições), pelas várias possibilidades de atuação das

associações e pelo fato de muitos tributos terem legislações diferentes nos vários níveis de

governo (federal, estadual e municipal). É importante considerar ainda as várias alterações

que a legislação tributária vai sofrendo ao longo do tempo.

Existem três tipos de categorias de relações com a obrigação de pagar tributos:

• Na imunidade, a sociedade não é submetida a determinados impostos e taxas por

força constitucional. É o caso das associações filantrópicas e todas as demais sociedades

que não tem “renda”. Ficam imunes ao Imposto de Renda Pessoas Jurídicas.

• A não incidência, que é quando o ato realizado não se encaixa no que é previsto na

legislação correspondente. Por exemplo, a transferência de produtos do associado para a

sua cooperativa não é considerada “circulação de mercadorias”. Por isso, não incide nesta

operação o Imposto de Circulação de Mercadorias.

• A incidência, que é quando, genericamente, deve ser recolhido o tributo. Em relação

à incidência, quatro possibilidades podem ocorrer:

- O produto é tributado. O imposto (taxa ou contribuição) deve ser recolhido.

- O produto é, especificamente, não tributado, por força de lei. Neste caso, há

incidência, mas uma lei livra o produto de determinado imposto.

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- O produto é isento. Neste caso, o produto é tributado, mas uma decisão do poder

público libera o recolhimento do imposto correspondente. Dos produtos da cesta básica, as

hortaliças e as frutas são isentas do ICMS por decisão do próprio poder público.

- O diferimento ocorre quando o imposto é devido, está presente na nota fiscal, mas o

mesmo é assumido temporariamente pelo poder público (o governo empresta) com a

finalidade de incentivar o consumo. É o caso das compras de adubo.

A legislação tributária brasileira é muito confusa: em alguns casos há a isenção em

um estado e não há em outro, os Estados e Municípios têm autonomia para decidir sem

seus tributos se efetuam ou não a cobrança. Vamos destacar aqui os mais importantes e

que afetam as associações diretamente:

Impostos Federais

• Imposto sobre importação: Caso a associação importe algum produto.

• Imposto sobre exportação: Caso a associação exporte algum produto.

• Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IRPJ): No caso das

associações, ocorre a imunidade (são liberadas pela constituição) desde que cumpram

alguns requisitos, especialmente no que se refere:

- À não remuneração de dirigentes.

- À não distribuição de sobras/ganhos financeiros para os seus associados.

- À aplicação de suas rendas e patrimônio na consecução dos objetivos, em território

nacional.

• Cabem também as retenções do imposto na fonte nos pagamentos de salários (de

empregados cuja remuneração ultrapasse a tabela de IRPF), recolhidas mensalmente, bem

como os recolhimentos correspondentes sobre eventuais ganhos obtidos em aplicações

financeiras.

• É obrigatória a Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Jurídica.

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• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): Ocorre quando a associação compra

algum produto industrializado (o imposto vem embutido no preço). No caso da associação

industrializar e vender algum dos seus produtos, dependerá do tipo de produto (há produtos

que são isentos) para ocorrer o imposto. A isenção somente ocorrerá, caso a associação

consiga a equiparação com o atual regime jurídico da microempresa.

• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): Pago nas operações de crédito,

câmbio, seguros e outras aplicações bancárias.

• Imposto Territorial Rural (ITR): Pago sobre eventuais propriedades que a associação

tenha em área rural.

Contribuições para a União

• Encargos trabalhistas e previdenciários – INSS, FGTS e outros: Em relação à folha

de pessoal (empregados contratados), a associação recolhe aproximadamente 52% de

encargos (contribuição patronal, FGTS, férias, 13o etc.).

• Contribuição sobre a produção rural: As associações que eventualmente

desenvolvem atividades produtivas rurais (como devem fazer todos os produtores rurais)

pagam 2,5% ao INSS sobre a receita bruta da comercialização da produção.

• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins): Nem as

associações nem as cooperativas estavam submetidas a esta contribuição nas operações

com associados. No entanto, uma Medida Provisória recente retirou todas as sociedades

civis da isenção do Cofins. Agora, é obrigatório o pagamento de 3% sobre a receita bruta

proveniente da venda de mercadorias e serviços, sendo que sobre a mesma podem ser

aplicadas algumas deduções. Alguns ramos do cooperativismo, seguindo orientações de

seus departamentos jurídicos, estão fazendo depósito em juízo dessa contribuição,

enquanto aguardam decisão judicial definitiva sobre o caso.

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Taxas para a União

• Taxas Portuárias: Para eventual utilização dos portos no caso de exportação.

• Taxas de Classificação: Devidas aos Ministérios da Agricultura ou da Saúde para

inspeção, fiscalização e licenciamento de comercialização de produtos animais ou vegetais.

No caso da associação ter produtos industrializados, com marca própria, deverá registrá-los,

conforme o caso, em um dos ministérios acima mencionados.

Impostos para os Estados

• Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

• Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

• Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS): De modo geral, o fisco estadual

vem cobrando o ICMS para a circulação de mercadorias (movimentação física de qualquer

produto ocasionada por operações realizadas no exercício do comércio, da indústria ou da

produção de bens econômicos) das associações. Alguns estados estabeleceram percentuais

menores ou mesmo isentaram as operações de associações. Em outros, são determinados

produtos que são isentos.

As associações, ao contrário das cooperativas, não contam com a não incidência do

ICMS nas operações entre associados e a sua entidade. Mas podem ser beneficiadas (como

também as outras empresas e cooperativas) por políticas estaduais e locais que desejam

incentivar determinada atividade produtiva, como no caso da comercialização de produtos

da cesta básica, da venda de artesanato etc.

Taxa para os Estados

• Taxa de registro das associações nos cartórios.

Impostos para os Municípios

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• Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): Pago sobre as propriedades da

associação na cidade.

• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN): Há toda uma polêmica a

respeito do recolhimento do ISSQN. Nos casos em que profissionais vinculados à

associação já recolhem ISSQN, não há por que repetir o recolhimento. Nos demais casos,

enquanto não há uma legislação específica, cabe uma alíquota (que varia de município para

município) sobre os pagamentos de serviços prestados pela associação. A não ser que

consigam negociar com as prefeituras uma declaração de não incidência. É que os

municípios têm autonomia para cobrar ou isentar as associações deste imposto.

As associações que prestam serviços devem se inscrever nas prefeituras do local de

suas sedes, requerendo a isenção de ISS se for o caso.

• Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos: Imposto

embutido no preço dos combustíveis.

• Laudêmio: No caso da utilização de terras públicas.

• Imposto sobre transmissão intervivos de bens imóveis por atos onerosos ou acessão

física.

Taxas para o Município

• Taxa de Limpeza Pública.

• Taxa de Iluminação Pública.

• Outras inúmeras taxas e contribuições dependendo do serviço prestado pelo órgão

público.

TIPOS DE ASSOCIAÇÃO

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O termo associação agrega uma série de modelos de organização (associações,

institutos, clubes etc.) que possuem objetivos e finalidades diferentes entre si, mas que se

unem nessa nomenclatura por possuírem características básicas semelhantes:

• Reunião de duas ou mais pessoas para a realização de objetivos comuns.

• Seu patrimônio é constituído pela contribuição dos associados, por doações,

subvenções etc.

• Seus fins podem ser alterados pelos associados.

• Os seus associados deliberam livremente.

• São entidades do direito privado e não público.

De modo geral, essas organizações não têm na atividade econômica o seu objetivo

principal, mas a defesa dos interesses de um determinado grupo de pessoas, que encontrou

na união de esforços uma melhor solução para determinados problemas. São organizações

com finalidade de:

• Prestar assistência social e cultural.

• Atuar na defesa dos direitos das pessoas ou de classes específicas de

trabalhadores e/ou empresários.

• Defesa do meio ambiente.

• Clubes de serviços.

• Entidades filantrópicas.

• Religiosas.

• Clubes esportivos entre outros.

Alguns tipos mais comuns são:

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ASSOCIAÇÕES FILANTRÓPICAS

Reúnem voluntários que prestam assistência social a crianças, idosos, pessoas

carentes. Seu caráter é basicamente o da assistência social.

Associações de pais e mestres

Representam a organização da comunidade escolar com vistas à obtenção de

melhores condições de ensino e integração da escola com a comunidade. Em algumas

escolas se responsabilizam por parte da gestão escolar.

ASSOCIAÇÕES EM DEFESA DA VIDA

Normalmente são organizadas para defender pessoas em condições marginais na

sociedade ou que não estão em condições de superar suas próprias limitações. Associação

de meninos de rua, aidéticos, crianças com necessidades especiais. Ex.: APAE, Alcoólicos

Anônimos.

ASSOCIAÇÕES CULTURAIS, DESPORTIVAS E SOCIAIS

Organizadas por pessoas ligadas ao meio artístico, tem objetivos educacionais e de

promoção de temas relacionados às artes e questões polêmicas da sociedade tais como

racismo, gênero, violência. Fazem parte desse grupo ainda, os Clubes esportivos e sociais.

ASSOCIAÇÕES DE CONSUMIDORES

Organizações voltadas para o fortalecimento dos consumidores frente aos

comerciantes, a indústria e o governo.

Associações de classe

Representam os interesses de determinada classe profissional e/ou empresarial. Ex.:

Associações Comerciais, FIEMG.

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Associações de produtores

Incluem-se as associações de produtores, de pequenos proprietários rurais, de

artesãos, que se organizam para realização de atividades produtivas e ou defesa de

interesses comuns e representação política.

DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÃO E COOPERATIVA

Por ser o associativismo a doutrina básica ou inspiradora dos modelos organizativos

de base coletiva, costuma haver alguma confusão na hora de escolher um modelo ou outro.

Essa confusão é maior quando o objetivo da organização envolve atividade econômica.

O objetivo aqui é apresentar as diferenças entre associações e cooperativas de modo

a possibilitar um melhor entendimento sobre ambas e assim, orientar quanto à escolha de

um ou outro modelo.

A diferença essencial está na natureza dos dois processos. Enquanto as associações

são organizações que tem por finalidade a promoção de assistência social, educacional,

cultural, representação política, defesa de interesses de classe, filantropia; as cooperativas

têm finalidade essencialmente econômica, seu principal objetivo é o de viabilizar o negócio

produtivo de seus associados junto ao mercado.

A compreensão dessa diferença é o que determina a melhor adequação de um ou

outro modelo. Enquanto a associação é adequada para levar adiante uma atividade social, a

cooperativa é mais adequada para desenvolver uma atividade comercial em média ou

grande escala de forma coletiva.

Essa diferença de natureza estabelece também o tipo de vínculo e o resultado que os

associados recebem de suas organizações.

Nas cooperativas os associados são os donos do patrimônio e os beneficiários dos

ganhos que o processo por eles organizado propiciará. Uma cooperativa de trabalho

beneficia os próprios cooperados, o mesmo em uma cooperativa de produção. As sobras

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que porventura houverem das relações comerciais estabelecidas pela cooperativa podem,

por decisão de assembleia geral, serem distribuídas entre os próprios cooperados, sem

contar o repasse dos valores relacionados ao trabalho prestado pelos cooperados ou da

venda dos produtos por eles entregues na cooperativa.

Em uma associação, os associados não são propriamente os seus “donos”. O

patrimônio acumulado pela associação em caso da sua dissolução deverá ser destinado à

outra instituição semelhante, conforme determina a lei. Os ganhos eventualmente auferidos

pertencem à sociedade e não aos associados que deles não podem dispor, pois os mesmos,

também de acordo com a lei, deverão ser destinados à atividade fim da associação. Na

maioria das vezes os associados não são nem mesmo os beneficiários da ação do trabalho

da associação.

A associação tem uma grande desvantagem em relação à Cooperativa, ela engessa o

capital e o patrimônio, em compensação tem algumas vantagens que compensam grupos

que querem se organizar, mesmo para comercializar seus produtos: o gerenciamento é mais

simples e o custo de registro é menor.

Em sendo o objetivo econômico, o modelo mais adequado é a cooperativa.

A seguir um quadro organizado pela assistente social Sandra Mayrink Veiga e pelo

advogado Daniel T. Rech e publicado no livro Associações como construir sociedades civis

sem fins lucrativos – editora DP&A, que busca mostrar as principais diferenças entre os dois

modelos:

OBSERVAÇÕES PARA ORGANIZAR UMA ASSOCIAÇÃO

O sentido de se organizar uma Associação é a existência de problemas concretos

para os quais a união das pessoas é a solução mais eficaz para resolvê-los. Somar

esforços, dinheiro, equipamentos, vontade e desejo de várias pessoas torna tudo mais fácil,

mais barato e possível de ser realizado. Esse é o fundamento essencial do processo

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associativo: a soma de esforços proporcionando soluções mais eficazes para problemas

coletivos.

Nessa perspectiva a formação de um grupo de pessoas conscientes de suas

responsabilidades e direitos para com a instituição e comprometidas com a realização dos

objetivos propostos no estatuto é o principal elemento a ser observado. Antes de efetivar a

organização formal da Associação, é necessário ter o grupo organizado e mobilizado para

dar a efetiva sustentação ao projeto.

O caráter de assistência social, cultural, a defesa de interesses de classe, a defesa do

meio ambiente, temas que compõem o universo dos objetivos das associações são

atraentes e mobilizadores para despertar o desejo de muitas pessoas em participar de uma

associação. A questão é que eles sozinhos podem ser insuficientes para garantir o sucesso

da entidade. Por constituir-se em um processo eminentemente coletivo é essencial que as

pessoas que compõem a associação tenham certeza do que querem pessoalmente com o

processo e quais benefícios à união do grupo podem gerar para si mesmos ou para a

comunidade da qual fazem parte.

Em que pese o aspecto econômico não ser a principal finalidade das associações, ela

precisará de recursos financeiros para viabilizar seus propósitos, quer para pagar salários

dos empregados, aluguel, telefone ou outros ligados diretamente aos seus objetivos

estatutários.

Mesmo que sua ação esteja baseada no trabalho voluntário de seus membros haverá

necessidades de recursos financeiros para sua operacionalização. Assim, ter um estudo de

viabilidade econômica é importante para formular as estratégias que possibilitarão a

captação desses recursos e o funcionamento da associação.

SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA CRIAR UMA ASSOCIAÇÃO

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Este roteiro é uma sugestão para organizar associações. Apresenta alguns pontos a

serem seguidos e observados buscando organizar um passo a passo orientador, mas deve

sempre ser considerado na perspectiva da realidade de quem está organizando a

associação. Deve ser adaptado conforme a necessidade de cada grupo.

1ª Fase: Sensibilização

• Contato inicial: Nessa etapa é importante que as pessoas envolvidas tenham o

maior número possível de informações sobre o tema: Legislação, funcionamento, direitos e

deveres dos associados, limites e possibilidades das associações etc.

Essas informações deverão ser suficientes para orientar a escolha das pessoas em

seguirem ou não com o processo organizativo da associação. Caso seja positivo o interesse,

deixar como tarefa para o grupo, mobilizar um número maior de pessoas, considerando que

serão necessárias pelo menos 10 associados para organizar uma associação. Caso seja

possível, organize uma palestra ou discussão com um especialista no tema ou com pessoas

que já fazem parte de alguma associação bem sucedida.

• Palestra de Sensibilização: Como o nome sugere, o objetivo dessa palestra é o de

sensibilizar as pessoas para o tema. Já com o grupo reunido a partir da tarefa da etapa

anterior, esse é o momento de aprofundar a discussão sobre associação, explorando

principalmente aspectos relativos à responsabilidade de cada pessoa no processo e a

necessidade de se imprimir um caráter empresarial e transparente na gestão da associação.

É fundamental nessa etapa tentar nivelar a compreensão de todos sobre o que

significa organizar a associação, principalmente as responsabilidades individuais e coletivas

de todos os envolvidos.

Caso haja concordância em avançar com o trabalho é importante organizar entre o

grupo, pessoas que ficarão responsáveis por levantar informações sobre a legalização da

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associação, outras que se responsabilizem por estudar a sua viabilidade econômica e as

necessidades de infraestrutura e recursos financeiros para viabilizá-la.

• Apresentação dos resultados da etapa anterior: Caso o trabalho tenha transcorrido

conforme o acordado na fase anterior, o grupo terá levantado informações importantes para

decidir se organiza ou não a associação. Terá conseguido informações sobre a

documentação e tramitação legal para constituí-la e, principalmente, feito um estudo da

viabilidade econômica.

Com base nessas informações e caso a decisão seja por constituir a associação,

passa-se para a fase seguinte.

2ª Fase: Constituição

Realização de Assembleia de Constituição

A Assembléia de Constituição é uma etapa formal do processo de legalização. É

realizada no ato de constituição da associação, faz-se necessário à presença de todos os

associados. Nesta Assembléia será escolhido o nome da associação, sua sede, será

discutido, definido e aprovado seu estatuto social, sendo também eleitos os representantes

dos órgãos de direção (Conselho de Administração / Diretoria e Conselho Fiscal). Após essa

etapa encaminhar a documentação para registro.

Documentos necessários para regularização da associação

O registro das Associações é feito no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Nas

cidades maiores, provavelmente existe um cartório específico para essa finalidade. Nas

menores, é feito no cartório de registro geral.

Um aspecto dificultador é o fato de alguns cartórios terem exigências especiais que

extrapolam o que determina lei. Abaixo, estão relacionados os documentos previstos na

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legislação. Vale orientar que as pessoas que ficarão responsáveis por essa tarefa, tenham

bastante paciência e estejam preparadas para enfrentar um pouco de burocracia.

De acordo com a Lei nº 6.015/73 (artigos 120 e 121), são necessários os seguintes

documentos para se registrar uma associação:

• Ata de Fundação – Impressa em papel timbrado (se já houver) ou em papel ofício,

transcrita do livro de atas, mas sem a inclusão do estatuto e sem os erros eventualmente

cometidos quando foi manuscrita no livro, desde que os erros tenham sido devidamente

consertados por observação do secretário que a escreveu. A ata deve ser assinada pelo

representante legal da associação (presidente ou outro membro conforme determinar o

estatuto); Constar na ata que é copia fiel da ata lavrada no livro próprio.

• Duas vias dos estatutos – Na íntegra, impressos (separados da ata de constituição)

com a assinatura do representante legal da associação em todas as páginas; deve ser

transcrito no livro de atas.

• A relação dos associados fundadores e dos membros da diretoria eleita – Com a

indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão de cada um, o numero da RG e

CPF.

• Ofício encaminhado ao cartório – Solicitando o registro, assinado pelo representante

legal da associação, com a apresentação do seu endereço pessoal e do endereço da sede

da entidade.

De acordo com a Lei nº 9.096/95 e Lei nº 10.406 os seguintes itens devem constar

dos estatutos:

• A denominação, os fins e a sede da associação, bem como o tempo de sua duração.

• O modo como se administra e representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial

e extrajudicialmente.

• Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que modo.

• Se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.

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• As condições de extinção da pessoa jurídica e, nesse caso, o destino do seu

patrimônio.

Com a documentação em ordem o registro será feito. O oficial do cartório fará o

lançamento da certidão de registro e devolverá uma das vias dos estatutos com o número de

ordem, livro e folha onde foi lançado. Esse é o registro inicial da Associação.

Ao contrário do que exige a maioria dos cartórios, a lei não prevê a necessidade de

assinatura de um advogado nas vias dos estatutos.

O passo seguinte é providenciar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, o

que será feito numa Delegacia da Receita Federal. Esse cadastro que permitirá a

associação realizar transações financeiras, contratos, convênios, contratação de

empregados.

Para inscrição no CNPJ, a associação deverá apresentar:

• Documento básico de entrada, em duas vias (encontra-se disponível na receita

federal).

• Ficha cadastral da pessoa jurídica (encontra-se disponível na receita federal).

• Quadro de associados (o mesmo utilizado para o registro no cartório).

• Estatutos sociais registrados em cartório.

Concluída esta etapa, a associação estará devidamente registrada e pronta para

entrar em funcionamento. Os demais documentos, livros caixa, registro de empregados,

deverão ser providenciados juntos com o contador que for escolhido pela associação.

3ª Fase: Pré-operacional

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É a fase da Estruturação: Definição de localização, aquisição de móveis e

equipamentos, contratação de funcionários, contadores, abertura de conta corrente, licenças

e alvarás etc.

4ª Fase: Operacional

• Início das atividades: A partir daqui começam os desafios reais da associação. As

fases anteriores servirão não apenas como forma de levantar informações para constituir ou

não a associação, mas também, como laboratório para as pessoas aprenderem e

desenvolverem sua capacidade de trabalhar juntas em torno de um objetivo comum. A

expectativa é a de que esse senso já tenha sido criado até aqui, o que diminuirá as tensões

no dia a dia da instituição.

• Como toda organização para ser em sucedida, a associação também precisará de

uma gestão eficiente e comprometida com os propósitos da instituição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• www.sebrae.com.br

• www.sebraemg.com.br

• www.rits.org.br

• Constituição Federal.

• As Associações estão disciplinadas nos artigos 51 a 63 na Lei nº 10.406/2002 –

Novo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002).

• Associações: Como Construir Sociedades Civis Sem Fins Lucrativos. Sandra Myrink

Veiga e Daniel T. Rech – Editora DP&A.

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UNIDADE 2 – ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO

Texto extraído de: “Rumos da liderança jovem no Cooperativismo. Módulo I – Básico.

Programa de formação de Jovens lideranças cooperativistas. Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP.”

HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO

O homem é um ser de instinto gregário, isto é, necessita viver em comunidade. Desde

a pré-história encontra-se diversas formas de associações de pessoas, ou seja, a

cooperação faz parte dos hábitos e instintos dos seres humanos ao longo dos tempos.

As civilizações, desde as mais primitivas (pré-históricas), agrupavam-se em

comunidades para sua própria defesa e preservação, cooperando uns com os outros, desde

as tarefas mais simples como caça, pesca e colheita, até na construção de habitações e

produção de bens.

Nas civilizações mais antigas como Asteca, Maia e Inca, encontra-se formas bem

definidas de cooperação. Na Babilônia, no Egito e na Grécia já existiam formas de

cooperação nos campos de trigo e no artesanato. Assim, para defender interesses comuns,

o homem desde a antiguidade, demonstrava a tendência de viver em grupos de ajuda

mútua, caracterizando um cooperativismo natural.

No entanto, as idéias do Cooperativismo Moderno surgiram com a Revolução

Industrial (1760-1850). Com o surgimento das máquinas a vapor, ocorre o crescimento da

industrialização, que atrai para as cidades os trabalhadores rurais e artesãos campesinos,

em busca de melhores condições de vida. No entanto, essa migração provoca um excesso

de mão-de-obra, que acarreta um enorme problema social, com muitos trabalhadores

perdendo seus empregos, sendo substituídos por máquinas e, a partir desta situação,

sujeitando-se as condições de trabalho subumanas, com jornadas de trabalho de até 16

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horas, salários baixíssimos, sem garantias de aposentadoria ou férias. No caso das

mulheres, essas trabalhavam nas mesmas condições e ganhavam menos ainda.

Como forma de amenizar esta situação, que assolava a classe de trabalhadores,

foram organizadas diversas sociedades com características de cooperativas na Inglaterra e

na França. Esses movimentos de cooperação foram conduzidos por idealistas, como Robert

Owen, Louis Blanc, Charles Fourier, entre outros, que defendiam ideias baseadas na ajuda

mútua, igualdade, associativismo e auto-gestão. Estes idealistas são considerados por

muitos como os precursores do cooperativismo. Foram pensadores socialistas que

descobriram a cooperação como instrumento de organização social e começaram a divulgar

suas idéias e experiências.

O marco de criação do Cooperativismo, porém, só aconteceu em 21 de dezembro de

1844, na cidade de Rochdale, na Inglaterra, quando um grupo de 28 tecelões, sentindo-se

prejudicados pelo novo modelo industrial, decidiram pela criação de uma sociedade de

consumo, baseada no cooperativismo puro. Fundaram então a “Sociedade dos Probos

Pioneiros de Rochdale”, armazém comunitário, com um capital inicial de 28 libras,

representado por uma libra que cada um do grupo havia economizado. Desta forma nasceu

a primeira cooperativa de consumo da história. Alugaram um depósito abandonado num

bairro chamado “Toad Lane”, que significa “beco do sapo”.

Dispondo apenas de pequenos estoques de farinha, açúcar e aveia, sendo

administrado pelos seus próprios fundadores, este modesto estabelecimento foi alvo de

pilhérias dos tradicionais comerciantes da cidade. Porém, com preços acessíveis, despertou

a atenção dos consumidores locais e principalmente das classes trabalhadoras. Dez anos

depois, em 1855, já contavam com 1.400 associados.

Os princípios que direcionaram a organização dos tecelões, aos poucos, foram

disseminados de modo que o movimento cooperativista cresceu e em 1881, já existiam

1.000 (mil) cooperativas de consumo, com cerca de 550 mil cooperados.

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A idéia original da cooperativa era promover uma ampla mudança que pudesse

resultar em melhores condições de trabalho para os operários. O que parecia apenas um

armazém criado para oferecer aos seus associados artigos de primeira necessidade a um

custo acessível, transformou-se na semente do movimento cooperativista.

COOPERATIVISMO NO BRASIL

Aproximadamente no ano de 1610, aconteceram no Brasil as primeiras tentativas de

criação de cooperativas, ou de um Estado que se baseasse na ajuda mútua, com a chegada

das primeiras Reduções Jesuíticas no Brasil. Os padres jesuítas encontraram nos índios

brasileiros estas práticas, baseada no princípio do auxílio mútuo (mutirão), encontrada em

quase todos os povos primitivos, sendo incentivadas por eles e tendo vigorado por cerca de

150 anos.

Porém, só em 1847 é que se assinala o início do movimento cooperativista no Brasil,

onde foram fundadas diversas sociedades com esse espírito.

Hoje, em pleno século XXI, volta à tona os problemas enfrentados com a Revolução

Industrial. Pois, com o mundo competitivo, globalizado e com uma Revolução Tecnológica

dominando todos os setores da economia, busca-se uma alternativa econômica, com fins

humanitários, que vise proporcionar ao indivíduo os meios necessários de atingir uma

melhor condição de vida, dando força a criação de novas cooperativas.

Definição de Cooperativa

“Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem voluntariamente,

para satisfazer aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, por meio da criação de

uma sociedade democrática e coletiva”.

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As cooperativas baseiam-se em valores de ajuda mútua, solidariedade, democracia e

participação. Tradicionalmente, os cooperados acreditam nos valores éticos de honestidade,

responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.

Desta forma, o Cooperativismo apresenta-se como a ferramenta mais eficiente e

eficaz, oferecendo oportunidades para que cada ser humano possa mudar a própria vida e

em conseqüência, o cenário econômico e social do mundo.

O objetivo do cooperativismo não é o lucro e sim o desenvolvimento do ser humano,

das famílias e da comunidade, sendo uma ferramenta acessível às camadas mais pobres da

população, propiciando formas de melhoria de vida.

O modelo cooperativista visa não só atender as necessidades de consumo de bens

ou serviços, mas também as necessidades de cunho social e educativo. A cooperativa é

uma sociedade formada por um grupo de no mínimo 20 pessoas que, com recursos

individuais, formarão um capital coletivo, que darão condições para o desenvolvimento de

suas atividades.

Assim sendo, as cooperativas têm dupla característica: são ao mesmo tempo sociais

e econômicas, e é isso que as difere das demais sociedades comerciais, pois são ao mesmo

tempo uma associação de pessoas e também um negócio.

PRINCÍPIOS E VALORES DO COOPERATIVISMO

Sendo um dos princípios básicos do cooperativismo a gestão democrática, é

necessário que seja discutido em grupo como é entendida a vida da comunidade, definindo

assim os rumos do futuro que se almeja, como forma de participar do desenvolvimento da

sociedade de maneira consciente e organizada.

Desde o início do cooperativismo a troca de idéias entre as pessoas, para

solucionarem problemas comuns, foi colocada como prática necessária e insubstituível.

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Quando se conquista o conhecimento, o homem conquista também o poder de modificar a

realidade, tornando possível fazer pelas próprias mãos um mundo melhor e mais digno.

A Aliança Cooperativa Internacional – ACI comemorou em 1995 os cem anos de sua

fundação. No congresso comemorativo, associados de todo o mundo debateram sobre

importantes questões para o fortalecimento da prática cooperativista, fazendo reflexões e

avaliando os objetivos e práticas de suas organizações.

Durante este evento foram aprovados e atualizados conceitos e princípios, que não

diferem muito dos definidos pelos pioneiros de Rochdale, mas por serem a base das

estratégias do modelo cooperativo existente nos diversos países, devem estar em constante

atualização e aperfeiçoamento.

Os princípios são as linhas orientadoras da prática cooperativista.

PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO

I - Adesão voluntária e livre

As cooperativas são organizações abertas à participação de todos,

independentemente de sexo, raça, classe social, opção política ou religiosa. Para participar,

a pessoa deve conhecer as normas de funcionamento e decidir se tem condições de cumprir

os acordos estabelecidos pela maioria.

Os cooperados reunidos em assembléia discutem e votam os objetivos e metas do

trabalho conjunto, bem como elegem os representantes que irão administrar a sociedade.

Cada associado representa um voto, não importando se alguns detenham mais cotas do que

outros.

II – Gestão Democrática dos Membros

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Uma cooperativa é necessariamente uma organização democrática. Os membros

controlam a cooperativa e participam ativamente da formulação das políticas e na tomada de

decisões. Os eleitos como representantes dos demais membros são responsáveis perante

estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro,

um voto) e as cooperativas de grau superior são, também, organizadas de maneira

democrática.

III - Participação econômica dos membros

Todos contribuem igualmente para a formação do capital da cooperativa, o qual é

controlado democraticamente. Se a cooperativa é bem administrada e obtém uma receita

maior que as despesas, esses rendimentos serão divididos entre os sócios, na proporção

em que cada um operou com a cooperativa.

O rendimento poderá também ser destinado para investimentos na própria

cooperativa ou para outras aplicações, sempre de acordo com a decisão tomada na

assembléia.

IV - Autonomia e independência

O funcionamento da cooperativa é controlado pelos seus sócios, que são os donos do

negócio. Qualquer acordo firmado com outras organizações e empresas deve garantir e

manter essa condição.

A autonomia assegurada pela constituição brasileira concede às cooperativas a

liberdade de gerir seus próprios destinos.

V - Educação, formação e informação

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É objetivo permanente da cooperativa destinar ações e recursos para formar seus

associados, capacitando-os para a prática cooperativista e para o uso de equipamentos e

técnicas no processo produtivo e comercial. Ao mesmo tempo, buscam informar o público

sobre as vantagens da cooperação organizada, estimulando o ensino de cooperativismo nas

escolas de ensino médio.

VI – Cooperação entre as cooperativas (Intercooperação)

Para o fortalecimento do cooperativismo é importante que haja intercâmbio de

informações, produtos e serviços, viabilizando o setor como atividade sócio-econômica. Por

outro lado, organizadas em entidades representativas, formadas para contribuir no seu

desenvolvimento, determinam avanços e conquistas para o movimento cooperativista nos

níveis local e internacional.

VII - Interesse pela comunidade

As cooperativas trabalham para o bem-estar de suas comunidades, por meio da

execução de programas sócio-culturais, realizados em parceria com o governo e outras

entidades civis.

A DOUTRINA COOPERATIVISTA

É uma doutrina econômico-social que busca, pelo econômico, agraciar o social. Os

cooperados avaliam, analisam, criticam e adotam a doutrina. Esta doutrina permite corrigir

os rumos da sociedade em todos os sentidos. Ela não deve ser imposta e sim absorvida. É

humanista, prima pela liberdade econômica, social e democrática. Seu primado econômico-

social impõe igualdade de princípio e solidariedade como esforço comum.

A doutrina, ao modificar o homem, transforma a sociedade por meio deste mesmo

homem.

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Por fim, é uma doutrina que opera como um sistema reformista da sociedade. Como

fundamentos doutrinários do cooperativismo se destacam: o humanismo, a liberdade, a

igualdade, a solidariedade e a racionalidade.

AS DOZE VIRTUDES DO COOPERATIVISMO

Em 1886, durante o II Congresso das Cooperativas de Consumo, realizado em Lyon,

na França, foram aprovadas, junto aos participantes - associados, trabalhadores,

professores e estudantes - as “doze virtudes” da doutrina cooperativista, que se mantêm

atuais até hoje:

I. Viver melhor - Através da solução coletiva dos problemas.

II. Pagar a dinheiro - Este sadio hábito evita o endividamento que gera a dependência.

III. Poupar sem sofrimento - A satisfação das necessidades dos cooperados deve ser

prioritária, isso é importante para a definição do que pode ser feito com as sobras.

IV. Suprimir os parasitas - Afastar os atravessadores na compra e na venda de

produtos e serviços.

V. Combater o alcoolismo - Viver de maneira sadia, evitando os vícios e enfrentando a

realidade, com coragem.

VI. Integrar as mulheres nas questões sociais - Ressalta a importância da participação

feminina.

VII. Educar economicamente o povo - A educação é uma ferramenta para

odesenvolvimento do homem.

VIII. Facilitar a todos o acesso à propriedade - É essencial unir esforços

paraconquistar os meios de produção.

IX. Reconstituir uma propriedade coletiva - Para ter acesso à propriedade, opasso

inicial é investir em um patrimônio coletivo.

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X. Estabelecer o justo preço - O trabalho tem de ser remunerado e os preçosdefinidos

sem intenção especuladora.

XI. Eliminar o lucro capitalista - O objetivo da produção é a satisfação

dasnecessidades humanas.

XII. Abolir os conflitos - As disputas diminuem pelo fato de que o associadoé dono e

usuário da cooperativa.

A ORGANIZAÇÃO

As Sociedades Informais e Formais No capítulo anterior observou-se que as

cooperativas surgiram da associação de pessoas que diante de uma necessidade comum se

uniram para atender suas demandas. O estudo das sociedades cooperativas será

aprofundado mais à frente; antes se precisa conhecer melhor as sociedades.

Na época em que o movimento feminista se formava, dava-se grande ênfase ao que

se chamava de grupos sem estrutura, sem liderança, como a forma principal do movimento.

Essa idéia tinha origem numa reação natural contra a sociedade superestruturada que

dominava na época. Porém, essa idéia passou de oposição saudável para uma prática

intrínseca da ideologia feminista. A flexibilidade e informalidade dessa estrutura encorajavam

a participação na discussão e o ambiente frequentemente receptivo promovia a

compreensão pessoal.

Os problemas básicos da sociedade informal não apareceram até que grupos de

discussão esgotaram as potencialidades da conscientização e decidiram que queriam fazer

algo mais específico. Neste ponto, eles normalmente se atrapalhavam porque a maioria dos

grupos não estava disposta a mexer em sua estrutura cada vez que mudava sua tarefa. As

mulheres gostavam da idéia de “ausência de estrutura” sem perceber as limitações de seus

usos. As pessoas tentavam usar o grupo “sem estrutura” e a reunião informal para fins os

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quais não eram apropriados, acreditando cegamente que quaisquer outros meios seriam

simplesmente opressivos.

ESTRUTURAS FORMAIS E INFORMAIS.

Não existe algo como um grupo “sem estrutura”. Um grupo de pessoas de qualquer

natureza que reúnam-se por um período de tempo com um propósito comum,

inevitavelmente estruturar-se-á de algum modo. Essa estrutura pode ser flexível e variar com

o tempo, mas ela será formada independente das habilidades, personalidades e intenções

das pessoas pertencentes àquele grupo. Isso acontece porque os indivíduos com aptidões,

predisposições a experiências diferentes, a “ausência de estrutura” só aconteceria se

houvesse recusa em se relacionar ou interagir, o que não é próprio da natureza humana.

A estrutura expressa de forma explícita permite que todas as pessoas do grupo

tenham a oportunidade de se envolver e participar das atividades do grupo. As regras para

as decisões do grupo devem ser abertas e disponíveis a todos e isso só pode acontecer se

elas forem formalizadas, o que não significa que a normalização de uma estrutura de grupo

irá destruir a estrutura informal. Ela normalmente não destrói mas, impede a estrutura

informal de ter o controle predominante e torna disponível alguns meios de atacá-la.

Contudo, não se pode concluir que o grupo não tenha uma estrutura, pois

inevitavelmente ele terá uma estrutura informal ou disfarçada, mas, apenas se ela será

explícita ou implícita. O grupo formalmente estruturado pode também ter uma estrutura

informal, o que se verá mais a frente.

A NATUREZA DAS SOCIEDADES INFORMAIS

Essas sociedades informais surgem a partir de um grupo de amigos que coincidem

em participar das mesmas atividades políticas. Eles provavelmente manteriam sua amizade,

participando ou não dessas atividades políticas; e participariam das atividades, mantendo ou

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não sua amizade. É a coincidência destes dois fenômenos que geram as sociedades

informais em qualquer grupo e as torna tão difíceis de serem destruídas.

Todos os grupos criam estruturas informais como resultado dos padrões de interação

entre os membros. Essas estruturas informais podem ser úteis, mas apenas grupos

inestruturados são totalmente governados por elas.

Quando elites informais estão juntas com o mito da “ausência de estrutura”, não há

meios de pôr limites ao uso de poder. Ele se torna livre e concentrado numa minoria

conforme as preferências de cada um.

Isso gera dois pontos negativos: primeiro a estrutura informal de deliberação se torna

uma “irmandade”, na qual se escuta as pessoas porque se gosta delas e não porque dizem

algo significativo. Segundo, nas estruturas informais ninguém têm obrigação de ser

responsável pelo grupo. A ninguém foi delegado poder e com isso não há de quem se

cobrar. Isso não torna necessariamente as estruturas informais irresponsáveis. Aqueles que

se interessam em manter sua influência normalmente tentarão ser responsáveis. O grupo

não pode obrigar essa responsabilidade.

PRINCÍPIOS DA ESTRUTURAÇÃO DEMOCRÁTICA

Quando a sociedade não se prende mais à ideologia da “ausência de estrutura” ela

então poderá desenvolver livremente as formas de organização que melhor se adequam ao

seu funcionamento saudável sem, contudo, se render as formas tradicionais de organização,

deve-se encontrar o equilíbrio entre as duas formas, pois algumas técnicas tradicionais são

úteis e outras permitirão realizar certas tarefas com menor custo, enfim, é preciso

experimentar formas diferentes de estruturação e desenvolver uma variedade de técnicas

para usar em situações variadas.

Na experimentação é preciso ter em mente alguns princípios para a estruturação

democrática, sendo também politicamente eficazes:

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1. Delegação democrática, de autoridade específica para indivíduos específicos e

tarefas específicas. É preciso garantir o cumprimento das tarefas de forma segura, para isso

o ideal é que as pessoas escolhidas sejam aquelas que manifestarem interesse ou vontade

de cumprir tal tarefa. Não assumirão o trabalho ou tarefa por omissão ou negligência, mas,

elas assumirão um compromisso.

2. Exigência de responsabilidade a quem a autoridade foi delegada, assim, o grupo

tem controle sobre as pessoas em posições de autoridade. O grupo é que tem a última

palavra sobre a forma como o poder é exercido.

3. Pulverização da autoridade entre as pessoas, tanto quanto for possível. Isso

oferece oportunidade para que muitas pessoas possam desenvolver suas habilidades.

4. Rotação de tarefas. As mesmas responsabilidades concentradas nas mesmas

pessoas por muito tempo, passam a ser vistas como “propriedade” delas e não são

facilmente substituídas ou controladas pelo grupo. Por outro lado, se a rotatividade das

tarefas for muitofreqüente, as pessoas não terão tempo para aprender seu trabalho direito.

5. Distribuir as tarefas segundo critérios racionais e não emocionais. Se o critério for

por afinidades ou desafetos, o grupo e a pessoa serão prejudicados a longo prazo.

Habilidade, interesse e responsabilidade têm de ser as principais preocupações nessa

seleção.

6. Comunicação. Difusão de informação a todos com a maior frequência possível.

Quanto mais o grupo interage e tem acesso às informações, mais politicamente eficaz se

torna.

7. Acesso igualitário aos recursos disponíveis. Talvez isso não seja sempre possível,

mas é desejável. Um membro que mantenha um monopólio sobre um recurso necessário

(uma gráfica ou um laboratório de revelação de um amigo) pode influenciar indevidamente o

uso daquele recurso. Além disso, as habilidades e informação também são recursos e só

estarão igualmente distribuídos quando os membros estiverem dispostos a ensinarem o que

sabem para os outros.

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A aplicação desses princípios assegurará que as estruturas a serem adotadasserão

controladas pelo grupo. O grupo de pessoas em posição de autoridadeserá difuso, flexível,

aberto e temporário. Eles não estarão numaposição que facilita a institucionalização do seu

poder, porque as decisõesdefinitivas serão feitas pelo grupo como um todo. O grupo terá

assim o poderde determinar quem deve exercer a autoridade dentro dele.

O MODELO BUROCRÁTICO

Dentro das estruturas formais existe o modelo burocrático, no qual aorganização

define critérios e regras para o comportamento das pessoas esuas tarefas; as

comunicações, por exemplo, devem ser feitas por escrito edevidamente documentadas; a

organização baseia-se em cargos e não empessoas, pois os cargos são desempenhados

por rotinas e procedimentos técnicos previamente estabelecidos, etc.

A aplicação desse modelo visa a máxima eficiência possível, porém seu excesso

conduz a rigidez e ao mecanismo do comportamento organizacional, por isso, surge a

disfunção do modelo cujo os meios são mais importantes do que o objeto final, com isso

surge o burocrata – funcionário que segue rigorosamente as regras, ignorando o significado

do seu comportamento, que é atender as necessidades dos clientes.

O burocrata enxerga apenas o seu superior como cliente, que avalia suas ações e

seu desempenho; agindo assim, ele gera problemas com os clientes da empresa, pois são

atendidos de forma mecanizada, padronizada, com pouca atenção e descaso para com seus

problemas e necessidades particulares e pessoais. Essas disfunções deixam uma má

impressão no cliente que passa a ver a empresa simplesmente como aterradora, retrógrada

e coisas assim.

Todavia esse comportamento do burocrata não significa que a burocracia seja ruim,

pelo contrário, como visto anteriormente ela implica racionalidade para a melhor eficiência. A

empresa ser racional não significa que seus membros devam ignorar o ser individual como

pessoa dotada de diferenças individuais e comportamento psicológico, ou seja, a

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padronização e impessoalidade não devem incorrer em mau atendimento, descaso e falta de

educação.

Enfim, nem a empresa é ruim, nem o modelo burocrático, mas sim o burocrata que se

esquece do significado de seu comportamento e que ele também é “cliente”.

A burocracia é essencial em termos de organização e deve ser encarada como uma

ferramenta para melhor integrar seus recursos, efetivar suas operações e ordenar seu

funcionamento, e como os burocratas sempre irão existir, voltados totalmente para dentro da

organização, para suas normas e procedimentos, é melhor que se inclua nos procedimentos

da organização como regra básica e número um: sorrir sempre; bom humor diário; cortesia;

presteza. Assim a empresa alcançará as duas eficiências: a do melhor atendimento e a da

organização. Cliente satisfeito, burocrata satisfeito, pois está seguindo as normas e

corporação próspera.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Como observou-se anteriormente toda sociedade tem uma estrutura, uma

organização. A organização da empresa, seja ela cooperativa ou não, é a ordenação e o

agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados

estabelecidos. As atividades precisam ser divididas, organizadas e coordenadas segundo

uma estrutura organizacional. Assim, o conceito de estrutura organizacional é:

“A forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e

coordenadas.” (STONER, 1992, p.230)

A estrutura organizacional deve ser delineada de acordo com os objetivos e

estratégias estabelecidos pela empresa e constitui uma ferramenta básica para alcançar as

situações almejadas por essa.

Os benefícios de se adotar uma estrutura organizacional adequada ao perfil da

empresa são:

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1. Facilitar a identificação das tarefas necessárias;

2. Organizar as funções e responsabilidades;

3. Permitir maior agilidade na obtenção de informações, disponibilidade de recursos e

feedback aos empregados;

4. Disponibilizar medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;

5. Oferecer condições motivadoras.

Toda empresa possui dois tipos de estrutura, a informal e a formal.

ESTRUTURA INFORMAL

A estrutura informal simplesmente surge da interação social das pessoas, o que

significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem. Ela

representa relações que usualmente não aparecem no organograma.

São relacionamentos não-documentados e não-reconhecidos oficialmente entre os

membros de uma organização que surgem inevitavelmente em decorrência das

necessidades pessoais e grupais dos empregados. A estrutura informal é própria das

pessoas e sempre existirá. Quanto a autoridade, ela não é indicada, nem obedece uma

hierarquia vertical, mas a liderança é informal e flui na maioria das vezes na horizontal.

Por ser inerente às pessoas, esta estrutura é instável, não está sujeita ao controle,

mas aos sentimentos e desenvolve seus próprios sistema e canais de comunicação.

A estrutura informal proporciona maior rapidez nos processos complementando a

estrutura formal da empresa, além disso, ela reduz a carga de comunicação dos chefes,

motiva e integra as pessoas na empresa.

Por outro lado a estrutura informal dificulta o controle interno por ser desconhecida

das chefias e possibilita o surgimento de atritos entre as pessoas.

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As próprias estruturas formais permitem a interação entre as pessoas que

consequentemente descobrem interesses em comum e com isso surgem os grupos

informais dentro da organização. Além disso, defeitos na estrutura formal, flutuação do

pessoal dentro da empresa, os períodos de lazer e até as disputas por poder podem

provocar o surgimento da estrutura informal na organização da empresa.

Então, já que não se pode evitar que a estrutura informal surja, ela deve ser bem

utilizada para trazer melhores resultados para a empresa, isso se consegue quando os

objetivos da empresa forem idênticos aos objetivos dos indivíduos e quando existir

habilidade das pessoas em lidar com a estrutura informal.

ESTRUTURA FORMAL

Esta estrutura é deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns

aspectos pelo seu organograma. Nela enfatiza-se as posições em termos de autoridades e

responsabilidades, é uma estrutura estável que está sujeita a controle e estabelece uma

autoridade.

A estrutura formal é representada pelo organograma da empresa em seus aspectos

básicos, ela tem reconhecimento jurídico de fato e de direito.

ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO

É o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões

das unidades organizacionais de uma empresa. A estrutura organizacional não é estática

podendo ser alterada de acordo com os objetivos e estratégias da empresa.

Para melhor visualização e organização ela é representada graficamente por um

organograma da empresa, de forma a demonstrar as linhas de autoridade e subordinação,

bem como as esferas de responsabilidade e competência.

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A estrutura organizacional deve ser delineada de forma a alcançar os seguintes

objetivos institucionais:

• Identificar as tarefas físicas que precisam ser desempenhadas;

• Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua

responsabilidade a pessoas ou grupos;

• Proporcionar aos empregados de todos os níveis: Informação, recursos para o

trabalho, medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas, e motivação.

CONDICIONANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Fator humano: A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência depende da

qualidade intrínseca e do valor e da integração dos homens que ela organiza. Ao

desenvolver uma estrutura organizacional deve-se levar em consideração o comportamento

e o conhecimento das pessoas que irão desempenhar funções. Não se pode esquecer da

motivação.

Fator ambiente externo: Avaliação das mudanças e suas influências.

Fator sistema de objetivos e estratégias: Quando os objetivos e estratégias estão bem

definidos e claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de cada um.

Fator tecnologia: Conhecimentos Equipamentos

IMPLANTAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Muitas pessoas são resistentes a mudanças ou não sabem lidar com elas. Dentro das

organizações essa dificuldade se reflete no desempenho e acaba causando efeitos

negativos na produtividade, por isso, quando implantada uma estrutura organizacional deve-

se considerar três aspectos importantes:

1. A mudança na estrutura organizacional;

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2. O processo de implantação; e

3. As resistências que podem ocorrer.

SOCIEDADE COOPERATIVISTA

Já sabe-se que as sociedades surgem de um grupo de pessoas que compartilham os

mesmos interesses e se unem para alcançar seus objetivos políticos, sociais, econômicos,

etc. Da mesma forma a cooperativa é uma sociedade de pessoas que compartilham os

mesmos objetivos e operam reciprocamente.

Contudo, essa é uma sociedade que difere das demais por várias características que

lhe são peculiares. Dentre as caracteristicas se evidenciam as peculiaridades da doutrina

cooperativista.

A Sociedade Cooperativa é uma entidade jurídica de direito privado e, por ser uma

sociedade de pessoas, se diferencia das demais sociedades em alguns tópicos:

a) Não está sujeita às leis de falência;

b) O capital é variável na medida em que os sócios ingressam na Sociedade e

movimentam sua atividade ou são eliminados da mesma;

c) É uma Sociedade que não visa lucro e seus resultados, portanto, são retornados ao

sócio;

d) O capital não responde nas decisões. Cada sócio, independentemente de seu

capital, decide individualmente;

e) É regida por lei específica, por um Estatuto Social e por uma Assembléiacomposta

por todos os sócios;

f) Como empresa, a Cooperativa opera no mercado de acordo com as características

de suas atividades.

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É, portanto, um ser jurídico, devidamente constituído e com plenos direitos para

exercer o seu objetivo social.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADE COOPERATIVA E SOCIEDADE

MERCANTIL?

No mundo produtivo, você sempre terá algumas opções para formação de

sociedades. No entanto, os conceitos mais firmemente apresentados são: a Sociedade

Cooperativa e a Sociedade Mercantil. Assim, é importante que saiba o porquê da escolha

pelo modelo cooperativo. Veja a seguir as diferenças:

LIDERANÇA: CONCEITOS BÁSICOS

Em qualquer sociedade, qualquer empreendimento ou simplesmente umgrupo de

pessoas buscando um objetivo comum surge, muitas vezes naturalmente,a figura do líder. O

empreendedorismo por si só está intimamenteligado à liderança e como não poderia ser

diferente a prática cooperativistatambém requer liderança.

Então, o que é liderança? É simplesmente mandar? Exigir? Dar ordens?

O conceito de liderança vai muito além. Existem inúmeros conceitos comlinhas

teóricas ou focos diferentes, mas que se resumem em:

Liderança: É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharementusiasticamente

visando atingir aos objetivos identificados como sendopara o bem comum.

O conceito de liderança evoluiu à medida que os valores das relaçõesinterpessoais

evoluíram ao longo dos tempos. Nos anos 20, o sociólogo MaxWeber identificava líderes

burocráticos detentores de patrimônio e carismáticos.

Nos anos 40 houve um forte desenvolvimento nestes estudos com oapoio do exército

dos Estados Unidos que os utilizaram na seleção dos seusoficiais já nos anos 50 muitos

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outros estudos surgiram nas ciências comportamentais,levando a abordagem da liderança

para outros âmbitos e outrosgrupos.

A história da humanidade revela que as gerações.,,,ll,e liderançaque esses adotam.

Atualmente, o estilo ‘patriarcal’ de liderança é rejeitado;]esse estilo foi o adotado pelas

pessoas que comandavam as grandes

organizações militares da Segunda Guerra Mundial e que serviu de modelopara

conduzir inúmeras organizações industriais. O executivo do tipo militarpredominava no

período pós-guerra e era o mais apropriado, mas, atualmente,esse estilo de liderança não é

adequado, a própria sociedade exigiua mudança.

Embora existam múltiplas definições para a liderança, elas são unânimesem dois

pontos: por um lado é um fenômeno de grupo e, por outro, envolveum conjunto de

influências entre as pessoas, exercidas num contexto pormeio de um processo de

comunicação para atingirem determinados objetivoscomuns. As funções de liderança

incluem, portanto, todas as atividadesde influenciar as pessoas, ou seja, que geram a

motivação necessária para pôr em prática o propósito definido pela estratégia e estruturado

nas funções executivas.

Vale ressaltar neste conceito a palavra influência no lugar de imposição. É claro que

quando se tem o poder ou a autoridade própria da hierarquia, é possível impor determinadas

ações a um subordinado, mas, isso não é liderança.

Liderança é quando se consegue a prática daquelas mesmas ações por meio da

motivação de cada um. Para um líder não é suficiente atingir os objetivos da organização; é

necessário que as ações desenvolvidas pelos subordinados sejam executadas por sua livre

vontade.

Na prática a liderança acontece no contexto voltado para metas, ou seja, quando se

tem um objetivo claro, definido e mensurável. Então, usa-se a influência da liderança, que é

simbólica e não coercitiva para dirigir e coordenar as atividades dos membros de uma

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equipe organizada para a realização da meta em comum. A liderança diz respeito à

orientação e à motivação dos funcionários.

Assim, a influência exercida pelo líder se traduz na busca por atingir os propósitos,

missão e estratégias estabelecidas pela empresa. Sem uma liderança dificilmente esses

propósitos seriam alcançados, já que as empresas, como qualquer coletividade, são

movidas por comportamentos contrários de cooperação e conflito, sendo assim é preciso

aumentar a cooperação e direcionar os conflitos para seus aspectos contributivos de

mudança e de criatividade. Esse é o papel da liderança. É um papel integrador.

De maneira simples pode-se dizer que liderança é a habilidade de mostrar às pessoas

o quanto agir dessa ou daquela maneira é importante tanto para elas mesmas quanto para

todo o grupo, ou seja, fazer com que as pessoas vistam a camisa, comprem a idéia.

Alguns autores frisam a liberdade dos subordinados e a liderança servidora. Na

verdade a idéia considera a liderança como a arte de “libertar as pessoas para fazerem o

que se exige delas de maneira mais eficiente e humana possível”. Mede-se a boa liderança

pelos seus seguidores: quando estes atingem o seu potencial, alcançam os resultados

pretendidos e estão motivados, é sinal de uma boa liderança.

Percebe-se, então, que para se obter uma liderança que resulte positivamente no

desempenho de uma organização depende fortemente da contribuição das pessoas que a

compõem, sem esquecer da forma como essas pessoas estão organizadas, se elas são

estimuladas e capacitadas, e como são mantidas num ambiente de trabalho num clima

organizacional adequados.

E ainda, como estão estruturados e organizados os membros da equipe, de modo a

habilitá-los a exercer maior poder e liberdade de decisão, levando à maior flexibilidade e à

reação mais rápida às mudanças do mercado. Atualmente, as organizações possuem uma

visão mais abrangente do papel das pessoas, antes as pessoas eram vistas simplesmente

como recursos dotados de habilidades, capacidade e conhecimento para a execução de

tarefas para alcançar os objetivos da empresa. Hoje, há a percepção das pessoas como

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pessoas realmente, ou seja, dotadas de características próprias de personalidade, valores,

crenças, atitudes, aspirações e objetivos individuais. Pessoas fazem parte da organização e

significam talentos que precisam ser desenvolvidos e mantidos, é o capital intelectual que

leva a organização na direção que ela determina. Liderar pessoas não é mais sinônimo de

controle e padronização. Liderar pessoas significa, hoje, o envolvimento e o

desenvolvimento dos mesmos.

“Liderança requer humildade suficiente para se aprender, permanentemente, a lidar

com indivíduos e grupos, de forma a mobilizá-los por uma causa, no caso, atrelados as

escolhas da empresa. Espera-se que o líder da nova era possua múltiplas habilidades, tanto

de natureza comportamental quanto técnica que, ancoradas em valores e atitudes, lhe

permitam lidar adequadamente com ambigüidades.” (RHINESMITH, 1993)

O fato de exercer a liderança, de forma satisfatória, em determinada situação, não

significa ser sempre líder com êxito. A eficácia de uma liderança depende da situação, do

grupo, dos seguidores e do líder. Líderes e seguidores precisam uns dos outros para atingir

os objetivos traçados. A problemática da liderança está em quando empregar, qual o

processo e com quem.

A liderança eficaz consiste em diagnosticar o nível em que se encontra o subordinado

e utilizar um estilo de liderança de acordo com o seu grau de maturidade.

GESTÃO DE PESSOAS

MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Em qualquer organização quer seja cooperativa ou não, em que se requer resultados

e cumprimento de metas, é necessário atitude das pessoas em relação às tarefas que lhes

são solicitadas; não bastam conhecimento, habilidades e efi ciência da equipe na execução

das ações, é preciso algo mais, é preciso motivá-las.

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Cabe, então, ao líder a responsabilidade de utilizar dos mecanismos necessários para

motivar a equipe, é importante que ele consiga identificar o que impulsiona, o que “energiza”

o comportamento das pessoas. Fazendo uma analogia com a fogueira pode-se entender

como a motivação atua nas pessoas; para se manter uma fogueira acessa é preciso

oxigênio, sem ele o fogo apaga, ou seja, é o oxigênio que “energiza” a fogueira, é óbvio que

se o material não for de fácil combustão será mais difícil manter a fogueira acessa. Portanto,

a motivação também parte da própria pessoa, ou seja, ela precisa sentir a necessidade de

buscar motivos para suas ações no ambiente de trabalho, alinhados aos fatores externos da

organização.

As Cooperativas são formadas por pessoas que disponibilizam produtos e serviços.

Logo, entender, compreender e cuidar destas pessoas é uma boa estratégia para a

obtenção de resultados melhores e sustentáveis. Para desenvolver as ações motivacionais a

cooperativa pode recorrer a ferramentas que norteie aonde e como aplicar os recursos

disponíveis.

Um dos grandes obstáculos é o processo de comunicação interna. É preciso fazer

chegar a cada um a informação e a compreensão do todo, a visão sistêmica das ações e o

alinhamento de conceitos. Assim, com todos se sentindo incluídos no processo e não só no

produto, darão o melhor de si.

Uma liderança moderna pode motivar sua equipe buscando algumas destas

providências:

1. Incentivar a elevação de escolaridade:

Montar salas de aula, tele-salas para educação à distância, Universidade Corporativa

por meio da Internet, etc.;

2. Desenvolver Programas de Reconhecimento e Valorização:

Criar ações de reconhecimento e valorização, com focos variados e reconhecimento

pela contribuição dos trabalhadores ao longo da carreira profissional;

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3. Desenvolver Programas de Qualidade de Vida:

Oferecer atividades direcionadas para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida no

trabalho e fora da empresa;

4. Investir na integração entre os cooperados e na criação de um ambiente de

trabalho ao mesmo tempo estimulante, acolhedor e motivador, eis o grande desafio.

Como se pode observar está morrendo o princípio da liderança “pulso forte” e está

crescendo a liderança participativa. Viver em uma democracia auxilia muito este

pensamento nas lideranças atuais, pois todos podem se pronunciar e apontar sugestões.

Toda liderança deverá acontecer em prol de um propósito coletivo. Dessa forma, ser um(a)

bom(a) líder é ter em mente sempre que “toda ação se fará pelo fortalecimento de todos”.

Essas lideranças precisam de equipes motivadas para juntos alcançarem os objetivos

propostos.

A Importância de Saber Ouvir e Falar no Cenário da Gestão

O novo milênio anuncia a promessa de transformação do contexto global da

comunicação, que no século passado foi caracterizado, sobretudo pela mídia de massa. O

cenário atual vem estabelecendo novos patamares de integração entre os mais diversos

agentes da economia por meio de aplicações da telemática e, conseqüentemente, criando

novas necessidades de investimento em comunicação e tecnologia de informação. Em um

ambiente cada vez mais integrado, transações entre empresas, e entre empresas e

sociedade vêm cada vez mais se tornando digitais.

Ao lado disto, se vê a crescente necessidade competitiva de acelerar processos

corporativos, nos quais o ritmo das transações tem obrigado organizações a adotar

processamentos digitais para acompanhar novas exigências de eficiência e renovação.

Decorre deste cenário um novo campo de ação formado pela convergência entre

comunicação organizacional e tecnologia de informação, na medida em que se integram e

se automatizam relacionamentos, seja aquele das organizações com a sua clientela, seja

com seus colaboradores, fornecedores, acionistas e parceiros comerciais.

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Na economia do conhecimento:

“Pesquisa científica e educação são a base da geração de riqueza. A

organização econômica e social é centrada na posse da informação, do

conhecimento e na utilização do capital humano, que significa pessoas

estudadas e especializadas.”(CRAWFORD, 1994).

A transição de uma sociedade industrial para uma sociedade de conhecimento está

atingindo diretamente as organizações, as quais estão passando por reestruturações com

vistas a flexibilizar as comunicações e facilitar o fluxo das informações entre os

trabalhadores. Dentre outras estratégias, o que requer um novo estilo de administração, no

qual a liderança representa uma força fundamental. Dentre as organizações atingidas, estão

aquelas que prestam “serviços especializados baseados em alto nível de conhecimento, que

se tornarão cada vez mais a organização dominante na economia” (CRAWFORD, 1994).

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

A perspectiva social de gerenciar, proveniente da Teoria das Relações Humanas e da

Teoria Comportamental, concebeu novas dimensões e novos valores para a gerência e para

a organização. Com a intenção de democratizar e humanizar as organizações concentrou-se

na rede informal, na participação,na motivação e necessidades humanas, na comunicação,

na liderança,nos grupos sociais e, sobretudo, preocupou-se com a satisfação no trabalho,

pois entendia que o nível de produção estava dependendo desses fatores. Um dos principais

objetivos do movimento humanista e social foi quebrar o excessivo controle hierárquico e

encorajar a espontaneidade dos trabalhadores (TREVIZAN & MENDES, 1993).

Estudos contemporâneos sobre o processo e a dinâmica

organizacional,especificamente sobre comportamento humano e liderança, visualizam-na

como um processo coletivo compartilhado entre os membros de um grupo.

A visão de legitimidade da liderança, fundamentada na aceitação do líder pelo grupo,

significa que grande parte do poder do líder situa-se no próprio grupo. O líder então é a

pessoa capaz de canalizar a atenção dos envolvidos e dirigí-la para ideais comuns. Para

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isso, ele se empenha no sentido de aproximar e ajustar interesses grupais e individuais em

consonância com os objetivos da organização. Ao investir no poder existente nos liderados,

o líder rearticula esse poder em sintonia com o seu próprio, para conseguir uma aliança

grupal em relação a objetivos comuns, mantendo sua influência por meio do reforço do

comprometimento com ideais comuns. Assim, a liderança é a expressão de apoio e

confiança; é o desenvolvimento de um real sentido de interdependência entre os integrantes,

com respeito às individualidades (MOTTA, 1991).

Desta forma:

“O diálogo constitui-se num procedimento incitante e educativo no sentido de

investigar e explorar os valores com os liderados;diálogo ou conversas também possibilitam

ao líder esclarecer os seus próprios valores, bem como os dos liderados.”(TREVIZAN et al.,

1996)

É comum dizer-se que a essência da liderança está na capacidade de se comunicar,

tornando, assim, a comunicação um instrumento fundamental para o exercício da influência,

para a coordenação das atividades grupais e,portanto, para a efetivação do processo de

liderança.

Outro ponto importante é a habilidade de se relacionar que é diretamente proporcional

ao êxito de um líder. O objetivo do comunicador é transmitir uma mensagem para outras

pessoas, de maneira que essa mensagem seja recebida sem distorções, na forma

originalmente concebida.

De acordo com TREWATHA & NEWPORT (1979):

“A comunicação é um meio de obter a ação dos outros e é definida como o processo

de transmitir e entender informação. É um modo de desenvolver entendimento entre

pessoas através de um intercâmbio de fatos, opiniões, idéias, atitudes e emoções.”

HEIL et al. (1995) insiste quanto à necessidade de se “pensar na comunicação como

um processo de duas mãos”. GOLDSMITH (1996) acrescenta que:

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“O líder do futuro perguntará, aprenderá, acompanhará e crescerá de forma

consistente e efetiva... Este líder solicitará a diversos grupos de interesse idéias, opiniões e

feedback. Entre as fontes vitais de informação estarão clientes potenciais e

atuais,fornecedores, membros de equipe, subordinados diretos, gerentes,outros membros

da organização, pesquisadores...”

Duas chaves para o aprendizado são: (1) ouvir atentamente e (2) refletir após indagar

e receber informações... “Os líderes precisarão reconhecer e apoiar aqueles que têm

coragem de dizer duras verdades antes que os problemas se transformem em desastres”.

GOLDSMITH (1996) relata ainda, sobre recente pesquisa indicando que os líderes que

solicitam idéias dos principais grupos de interesse aprendem por meio de uma atitude

positiva e não defensiva, são capazes de acompanhar de maneira direcionada e eficiente e,

com isso, certamente, crescerão e se desenvolverão em termos de eficácia.

A comunicação visa, pois, provocar mudanças esperadas no comportamento dos

indivíduos, por meio do desenvolvimento de atitudes positivas em relação ao próprio

desempenho, que culmina com a satisfação profissional.

Sob esse aspecto, a comunicação está no núcleo da liderança, uma vez que trata-se

de um relacionamento interpessoal no qual os líderes influenciam pessoas para mudança via

processo comunicativo.

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