24
ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS – UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS – FUNEDI INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA – INESP APOSTILA DE CÁLCULO IV EQUAÇÕES DIFERENCAIS ENGENHARIA CIVIL ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Prof. Luiz Elpídio de Melo Machado Versão: 2010/2

Apostila -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS – UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS – FUNEDI

INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA – INESP

APOSTILA DE CÁLCULO IV

EQUAÇÕES DIFERENCAIS

ENGENHARIA CIVIL

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Prof. Luiz Elpídio de Melo Machado Versão: 2010/2

Page 2: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

2

PLANO DE ENSINO CURSO DISCIPLINA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Nº DE AULAS SEMANAIS ANO 2010

03 SEMESTRE 2º CARGA HORÁRIA PERÍODO 4º

54 UNIDADE ACADÊMICA INESP EMENTA Equações diferenciais de primeira e segunda ordem. Aplicação de equação diferencial em: cinemática, dinâmica, vibrações mecânicas, biologia, economia. OBJETIVOS Ao final do curso o aluno deverá ser capaz de utilizar as técnicas de resolução das equações diferenciais para resolver problemas. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO I – Equações Diferenciais de Primeira Ordem 1.1 – Equações Lineares e Não-Lineares 1.2 – Equações de Variáreis Separadas 1.3 – Aplicações das Equações Lineares de Primeira Ordem 1.4 – Problemas de Mecânica 1.5 – Equações Exatas e Fatores Integrantes 1.6 – Equações Homogêneas 1.7 – Problemas e Aplicações Diversos 1.8 –Teorema da Existência e Unicidade 1.9 – Equações Diferenciais de Primeira Ordem II – Equações Lineares de Segunda Ordem 2.1 – Equações Homogêneas com os Coeficientes Constantes 2.2 – Soluções Fundamentais das Equações Homogêneas Lineares 2.3 – Independência Linear 2.4 – Raízes Complexas da Equação Característica 2.5 – Raízes Repetidas; Redução de Ordem 2.6 – Método dos Coeficientes Independentes 2.7 – Método de Variação de Parâmetros 2.8 – Oscilações Mecânicas e Oscilações Elétricas 2.9 – Oscilações Forçadas MÉTODOS E RECURSOS DIDÁTICOS Aula expositiva, seguida de debates, exercícios de sondagem e fixação; Proposição de situações problemáticas, mediante condições explicativas para as possíveis soluções, pesquisa em livros e na www. Quadro negro, giz, internet, e-mail. Atividades extra-classe: - Resolução de listas de exercícios de fixação e aprofundamento. - Resolução virtual de exercícios em editor de texto matemático. AVALIAÇÃO Serão distribuídos 100 créditos no decorrer do semestre através de trabalhos e provas. Serão distribuídos 30 pontos no primeiro bimestre letivo, 35 pontos no segundo bimestre e 35 pontos no terceiro bimestre. As recuperações das avaliações ocorrerão ao longo do semestre. BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Page 3: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

3

BOYCE, W. E. & PRIMA, R. C. Di. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999 LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. São Paulo: Ed. Harbra, 1994. ABUNAHMAN, Sergio. Equações diferenciais. 2.ed. Rio de Janeiro: Erica, 1993. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR SIMMIONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo: MacGraw-Hill, 1987. STEWART, James. Cálculo. 5. São Paulo: Thomson, 2006. PISKUNOV, N.. Cálculo diferencial e integral. 7. ed. Porto: Lopes da Silva, 1984. GOLDSTEIN, Larry J.. LAY, David C. e SCHNEIDER, David I.. Matemática aplicada: economia, administração e contabilidade. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. LANG, Serge. Cálculo. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1975.

Page 4: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

4

1 – Equações Diferenciais

Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função sua variável e suas derivadas, ou seja

1.1 – Equações de Variáveis Separáveis

A equação geral de primeira ordem assume a forma

yxfdxdy

, . (Eq.1)

Se a Eq.(1) é não-linear, isto é , se f não é uma função linear da variável dependente y , não existe um método geral

para resolver a equação. Consideremos uma subclasse das equações de primeira ordem para as quais um processo

direto de integração pode ser usado.

Em primeiro lugar, reescrevemos a Eq.(1)

0,0 ,,,,,

,

,

,

yxyxyxyxyxyx

yx

yx

NdxdyNMM

dxdyN

NM

dxdy

fdxdy

0,, dxdyNM yxyx Eq.(2)

Caso M seja uma função apenas de x e N seja uma função apenas de y , a Eq.(2) se torna

0dxdyNM yx Eq.(3)

Uma equação deste tipo é dita separável porque é escrita na forma diferencial

dxMdyN

dxMdyNdyNdxM

xy

xy

yx 0

Exemplos

Ex.-1 Resolva a equação 2

2

1 yx

dxdy

.

CxyyouCxyy

dxxdyy

dxxdyy

yx

dxdy

33

33

22

22

2

2

333

1

1

1

Page 5: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

5

Ex.-2 Achar a solução do problema de valor inicial 12243 2

y

xxdxdy

, 10 y . Determine y em função de

x .

Cxxxyy

Cxxxyy

dxxxdyy

yxx

dxdy

222

22

43

32

2

24312

12243

232

232

2

2

como 10 y então

32102020121 232

CCC

3222 232 xxxyy

42214221

4221

4221

132212

23

2

23

1

23

23

232

xxxyouxxxy

xxxy

xxxy

xxxyy

Ex.-3 Resolver o problema de valor inicial

221cos

yxy

dxdy

, 10 y .

Cxsenyy

Cxsenyxdxxdyyy

dxxdyyy

y

dxxdyy

ydxxdyy

yyxy

dxdy

2

22

22

2

ln

22lncos21cos21

cos21cos2121

cos

como

10y então 1010011ln 2 CCCsen

1ln2

xsenyy

Exercícios

Resolva a equação diferencial proposta:

E-1. yxy

2\ E-2. 3

2\

1 xyxy

Page 6: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

6

E-3. 0sen2\ xyy

E-4. y

xy23

13 2\

E-5. yxy 2coscos 22\

E-6. 212\ 1 yxy

E-7. y

x

eyex

dxdy

E-8. 2

2

1 yx

dxdy

Determine a solução do problema de valor inicial dado:

E-9. 2\ 21 yxy e 61

0 y .

E-10.

yxy 21\

e 21 y .

E-11. 0 dyyexdx x e 10 y .

E-12. 2

\

2 yxyxseny

e

3

0y

E-13.

2rddr

e 21 r .

E-14. yxy

xy 2\ 2

e 20 y .

E-15. 2123\ 1 xxyy e 10 y .

E-16. y

xy21

2\

e 02 y .

E-17.

3

2\

41

yxxy

e 21

0 y .

E-18. 52

3 2\

y

exyx

e 10 y .

E-19. yeey

xx

43\

e 10 y .

E-20. 03cos2 dyydxxsen e

32

y

E-21. dxxdyxy arcsen1 2122 e

00 y

Respostas

R - 1 cxy

32

32

ou cxy 32 23

R - 2 cxy 3

2

1ln31

2 ou cxy 32 1ln23

R - 3 cxy

cos1 ou xc

ycos1

ou xcy

cos1

R - 4 cxxyy 323

R - 5 Cxxsenytg 2

2412

21

ou Kxxsenytg 2222

R - 6

Page 7: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

3

R - 7 cexey xy

22

22

ou cexey xy 22 22

R - 8 cxyy 33

33

ou cxyy 333

R - 9 61 2 xx

y ou 61 2

xxy

R - 10 22

22

xxy ou 422 22

xxy

R - 11 21

2

2

xx exey

ou 1222

xx exey

R - 12 2

3ln49cos2

ln22

xsenxxyy ou

69,6cos2

ln22

xsenxxyy

R - 13 )ln(211

r

R - 14 21ln2

22

xy ou 41ln2

22 xy

R - 15 231

21 2

12

2 xy

ou 231

21 2

2 xy

ou 2

2 1231 xy

R - 16 422 xyy

R - 17 41

24

244

xxy ou

21

22

xy

R - 18 3532

xexyy

R - 19 732 2

xx eeyy

R - 20

21

22cos

33

xysen

ou 32cos332 xysen

R - 21

Bibliografia

BOYCE, W. E. & DIPRIMA, R. C. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. Tradução Horacio Macedo. Rio de Janeiro: LTC, 1999, 6ª ed. 532p.

Page 8: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

4

2 – Equações Diferenciais de Primeira Ordem

As equações diferenciais de primeira ordem

yxfdxdy

, (1)

onde f é uma função de duas variáveis. Qualquer função diferenciável xgy que satisfaça a esta

condição para todos os valores de x em um certo intervalo é considerada como uma solução; nosso

objetivo é determinar as essas soluções existem e, em caso afirmativo, desenvolver métodos para

encontrá-las. Infelizmente, para uma função arbitrária f , não existe nenhum método geral para revolver

a equação em termos de funções elementares. Assim, vamos descrever vários métodos, cada um dos

quais se aplica a uma subclasse das equações de primeira ordem. As subclasses mais importantes são

as das equações lineares e das equações separáveis.

Se a função f da Eq. (1) depende linearmente da variável dependente y , então a equação

pode ser escrita na forma

xxxx qypyqypdxdy

\ , (2)

que é chamada equação diferencial linear de primeira ordem.

2.1 – Para xp e xq constantes

A equação mais geral de primeira ordem com coeficientes constantes é

byadxdy

(3)

onde a e b são constantes xx qbepa .

temosapormembrosegundoodividindobyadxdy ,

0

apara

abya

dxdy

. Assim temos, abyparaa

abydxdy

ku

kudxdquerecordandoaaby

dxd

1lnln . Então, 0ln Caxaby

onde 0C é uma constante arbitrária. Tomando as exponenciais dos dois membros,

axCCaxCaxaby eeabyeeabyee 000ln

, para 0Cec temos:

axceaby . (4)

O comportamento geral da solução (3) depende principalmente do sinal do parâmetro a . Se

0a , então 0axe quando x , e os gráficos de todas as soluções tendem para a assíntota

Page 9: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

5

horizontal aby . Por outro lado, se 0a , axe quando x , e os gráficos das soluções

divergem da reta aby .

A solução constante aby é freqüentemente chamada de solução de equilíbrio, já que

dxdy

é sempre zero para esta solução.

Exemplo

Ex.-4 Resolva a equação diferencial 62 ydxdy

x

xxCCxCxy

key

keyeeyeeyee

Cxydxydy

dxydyy

dxdyy

dxdyy

dxdy

2

22223ln

3

333

23ln23

23

326262

Ex.-5 Resolva a equação diferencial 82 ydxdy

usando a solução da Eq. (4)

Escrevendo na forma da Eq. (3) 8282 ydxdyy

dxdy

assim temos 2a e

8b , então:

xx ceycey 22 42

8

Ex.-6 Resolva a equação diferencial 44\ yy .

a) Determine a função que passa pelo ponto 0,1 .

b) Determine a função que passa pelo ponto 1,0 .

c) Verifique se as funções satisfazem a equação.

Exercício

Resolva a equação diferencial:

E-22. 0186\ yy

E-23. 03\ yy

E-24. 02\ yy

E-25. 032\ yy

Page 10: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

6

E-26. 63\ yy

E-27. 342 \ yy

E-28. 22 \ yy

E-29. 63 \ yy

E-30. 1\ yy

E-31. 32\ yy

Resolva a equação diferencial e determine a função que passa pelo ponto dado:

E-32. 0102\ yy e 3,0

E-33. 93\ yy e 2,0

E-34. 02\ yy e 1,0

E-35. 32\ yy e 0,1

E-36. 153\ yy e 0,2

E-37. 55\ yy e 0,3

Respostas

R - 22 t

t key 63

R - 23 t

t key 3

R - 24 t

t key 2

R - 25 t

t key 2

23

R - 26 t

t key 32

R - 27 t

t key 2

43

R - 28 22 t

t key

R - 29 36 t

t key

R - 30 t

t key 1

R - 31 t

t key 2

23

R - 32

R - 33

R - 34

R - 35

R - 36

R - 37

2.2 – Fator Integrante

O objetivo é multiplicar a equação diferencial (2) por um fator integrante apropriado e assim

coloca-lo em uma forma integrável. Para determinar esse fator integrante, primeiro multiplicamos a Eq. (2)

por uma função xm , ainda indeterminada. Temos então

xxxxx

xxx

qmypmym

mqypy

\

\

. (5)

Devemos reconhecer o lado esquerdo da Eq.(5) como a derivada de alguma função. O fato de

que existem dois termos e um dos termos é \ym x sugere que o lado esquerdo da Eq.(5) pode ser a

derivada do produto ym x . Para que isto seja verdade, o segundo termo do lado esquerdo da Eq.(5),

ypm xx , deve ser igual a ym x\ . Isto, por sua vez, significa que xm deve satisfazer à equação

diferencial

xxx pmm \ . (6)

Page 11: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

2

Se admitirmos, temporariamente, que xm é positiva, podemos escrever a Eq.(6) como

0ln

\

xxxxx

x mparapmdxdp

mm

. (7)

Integrando os dois termos, tem-se:

0ln

0lnCdxpm

xx

xx ee

Cdxpm

.

0Cdxp

xxem . (8)

Observe que xm é positiva para todo x conforme admitido na Eq.(7).

Depois de determinarmos o fator integrante xm , voltamos à Eq.(5). Como xm satisfaz à

Eq.(6), a Eq.(5) se reduz a

xxx qmymdxd

. (9)

Integrando ambos os membros da Eq.(9), obtemos:

cdxqmym xxx

x

xx

mcdxqm

y

. (10)

Uma vez que y representa qualquer solução da Eq.(2), concluímos que toda solução da Eq.(2)

está incluída no segundo membro da Eq.(10). Portanto, esta expressão é uma solução geral da Eq.(2).

Observe que para se encontrar a solução dada pela Eq.(10) são necessárias duas integrações, a primeira

para ter xm pela Eq.(8) e a segunda para determinar y pela Eq.(10).

Nota-se primeiramente, que antes de determinar o fator integrante xm pela Eq.(8) é

necessário ter certeza de que a equação diferencial tem exatamente a forma da Eq.(2); em particular o

coeficiente de \y deve ser a unidade. De outra forma, a função xp usada para o cálculo de xm será

incorreta. Em segundo lugar, depois de encontrar xm e de multiplicar a Eq.(2) pelo fator integrante é

preciso verificar que os termos envolvendo y e \y são, de fato, a derivada de xm como devem ser.

Esta verificação proporciona certeza sobre a correção de xm . Como é natural, uma vez que se tenha

encontrado a solução y , é possível também verificar a sua correção, substituindo-a na equação

diferencial.

A interpretação geométrica da Eq. (10) é a de uma família de curvas, uma para cada valor de c .

Estas curvas são as curvas integrais da equação diferencial. Muitas vezes é importante selecionar um

membro da família de curvas integrais, o que faz pela identificação de um ponto particular 00 , yx

contido no gráfico da solução. Esta exigência se escreve, usualmente, como

Page 12: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

3

00yy x , (11)

e é conhecida como uma condição inicial. Uma equação diferencial de primeira ordem, como a Eq.(1) ou

Eq. (2), e uma condição inicial, como a Eq. (11), constituem, em conjunto, um problema de valor inicial.

Exemplo

Ex.-7 Determine a solução geral da equação diferencial 2\ 43 tyty .

tyt

y

tty

ty

tt

ttyty

43

43

43

\

2\

2\

tp

Ex.-8 Determine a solução do problema de valor inicial xeyy 2

\ e 10 y .

Ex.-9 Achar a solução do problema de valor inicial ttyy 2\ e 00 y .

Ex.-10 Achar a solução do problema de valor inicial tyy 2\ e 00 y .

Exercício

Determine a solução geral para a equação diferencial

E-38. tetyy 2\ 3

E-39. tetyy 22\ 2

E-40. 12\ tetyy

E-41. tyt

y 2cos31\ , 0t

E-42. teyy 32\

E-43. tyty sen2\ , 0t

E-44. 2

22\ ttetyy

E-45. 22\2 141 ttyyt

E-46. tyy 32 \

E-47. tetyty 2\

E-48. tteyy 2\ 3

E-49. 2\ 32 tyy

Ache a solução do problema de valor inicial proposto

E-50. tteyy 2\ 2 , 10 y

E-51. tteyy 2\ 22 , 01 y

E-52. 12 2\ ttyty , 21

1 y ,

0t

E-53.

2\ cos2

tty

ty , 0y , 0t

E-54. teyy 2\ 2 , 20 y

E-55. tyty sen2\ , 12

y

Page 13: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

25

E-56. teytyt 2\3 4 , 01 y E-57. tytty 1\ , 12ln y

Respostas

R - 38

tt

tCeety 32

91

3

R - 39

tt

tCeety 2

23

3

R - 40

ttt

tCeetey

193

22

R - 41

tCt

ttseny

t 2cos

942

32

R - 42

tt

tCeey 2

3

R - 43

221cos1

tCtsen

tt

ty

t

R - 44 tt e

Cty 2

3

R - 45

221 t

Ctarctgyt

R - 46 263 tt e

Cty

R - 47

Ctteety tt

t

2

R - 48

ttt

tCeetey 322

R - 49 tt te

Ct

ty 22

R - 50

R - 51

R - 52

R - 53

R - 54

R - 55

R - 56

R - 57

2.3 – Discussão sobre as Equações Lineares

Já foi visto que achar soluções dos problemas de valor inicial, com equações lineares de primeira

ordem, é possível mediante o fator integrante para transformar a equação diferencial numa forma

integrável. Agora vamos analisar algumas questões de natureza geral que são:

a) Os problemas de valor inicial mencionados têm sempre uma solução?

b) Podem ter mais de uma solução?

c) A solução vale para todos os t , ou somente para um intervalo restrito nas vizinhanças do ponto

inicial?

Teorema: Se as funções p e q são contínuas num intervalo aberto I : t , que contém o

ponto 0tt , então existe uma única função ty que satisfaz à equação diferencial

tt qypy \ para cada t em I e que também satisfaz à condição inicial 00yy t , onde 0y é

um valor inicial arbitrário.

O teorema afirma que dado um problema de valor inicial tem uma solução e também que a

problema tem somente uma solução. Em outra palavras, teorema assegura a existência e a unicidade da

Page 14: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

2

solução do problema de valor inicial tt qypy \ e 00yy t . Além disso, o teorema afirma que

a solução existe em algum intervalo I que contenha o ponto inicial 0t , no qual os coeficientes p e q

sejam contínuos. Isto é, a solução pode ser descontínua ou pode não existir, somente nos pontos onde

pelo menos uma das funções p e q seja descontínua. Estes pontos podem ser identificados, muitas

vezes, por simples inspeção.

Exemplo

Ex.-11 Determine o intervalo no qual o problema de valor inicial 2\ 42 tyty e 21 y , tem uma

solução única. Determine essa solução.

Ex.-12 Achar a solução do problema de valor inicial 12\ tyy e 5,00 y .

Obs.: t s

t dseref0

22

é a função erro, que foi extensamente tabelada e é considerada

uma função conhecida, dado um valor t , podem consultar uma tabela de valores de função erro,

ou então lançar mão de um procedimento numérico.

A seguir temos algumas das mais importantes propriedades das equações diferenciais lineares

de primeira ordem e respectivas soluções.

a) Há uma solução geral, com uma constante arbitrária, que inclui todas as soluções da equação

diferencial. Uma solução particular, que satisfaz a uma certa condição inicial, pode ser

determinada pela escolha conveniente do valor da constante arbitrária.

b) Há uma expressão fechada para a solução, a equação

x

xx

mcdxqm

y

ou a equação

x

t

t ss

m

ydsqmy

00

. Além disso, embora a expressão envolva duas integrações, é uma

solução explícita para ty e não uma equação defina implicitamente.

c) Os possíveis pontos de descontinuidade, ou singularidades, da solução podem ser identificados

(sem a resolução do problema) pela determinação dos pontos de descontinuidade dos

coeficientes. Assim, se os coeficientes forem contínuos para todos os t , então a solução

também existe e é contínua para todos os t

Exercício

Achar a solução geral da equação diferencial:

E-58. tyt

y sen1\ , 0t E-59.

tttyyt sen3\2 , 0t

Page 15: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

25

E-60. teyy t 22\ E-61. 12 \ tyy

RESPOSTAS

R - 58 tCt

ttseny t 2cos

432

23

R - 59

R - 60

R - 61

Bibliografia

BOYCE, W. E. & DIPRIMA, R. C. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. Tradução Horacio Macedo. Rio de Janeiro: LTC, 1999, 6ª ed. 532p.

Page 16: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

24

Capítulo 3 – Equações Lineares de Segunda Ordem

3.1 Equações Homogêneas com os Coeficientes Constantes

Uma equação diferencial ordinária de segunda ordem tem a forma

dtdyyt

fdt

yd,,2

2

, onde f é

uma função conhecida. Dizemos que esta equação é linear quando a função f é linear em y e suas

derivadas, isto é, quando yqdtdypgf ttt

dtdyyt

,,

. Neste caso a equação fica

ttt gyqypy \\\ . Uma equação diferencial linear de segunda ordem é homogênea se o termo

tg for nulo para todo t .

Vamos dirigir a atenção para as equações nas quais as funções P , Q e R são constantes. Neste

caso a equação fica 0\\\ cybyay .

A equação 02 crbrar é a equação característica da equação diferencial

0\\\ cybyay , trtr ececy 2121 é uma solução esta equação diferencial.

Exemplo

Ex.-13 Achar a solução geral da equação 067 \\\ yyy .

Ex.-14 Dado 065\\\

yyy ,

20y e

3

\

0y .

a) Ache a solução do problema de valor inicial.

b) Faça o gráfico da função.

c) Determine o ponto crítico.

d) Descreva seu comportamento quando t aumenta indefinidamente.

Ex.-15 Achar a solução do problema de valor inicial 0384\\\

yyy ,

20y e

21\

0y . Faça o gráfico da

função e determine o ponto crítico. Descreva seu comportamento quando t aumenta.

Page 17: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

24

Exercícios

Achar a solução geral da equação diferencial proposta:

E-62. 032 \\\ yyy

E-63. 023\\\

yyy

E-64. 06 \\\ yyy

E-65. 032\\\

yyy

E-66. 05 \\\ yy

E-67. 094\\\ yy

E-68. 099 \\\ yyy

E-69. 022\\\

yyyDetermine a solução do problema de valor inicial dado. Desenhe o gráfico da solução e descreva

seu comportamento quando t aumenta.

E-70. Corrigir

E-71. 034 \\\ yyy ,

2

0y e

1

\

0y .

E-72. 056 \\\ yyy ,

4

0y e

0

\

0y .

E-73. 03 \\\ yy ,

2

0y e

3

\

0y .

E-74. 035 \\\ yyy ,

1

0y e

0

\

0y .

E-75. 042 \\\ yyy ,

0

0y e

1

\

0y .

E-76. 098 \\\ yyy ,

1

1y e

0

\

1y .

E-77. 04 \\ yy ,

1

2

y e

1

\

2

y .

E-78. 025\\\

yyy ,

10y e

1

\

0y .

Respostas

Page 18: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

17

R - 62

tt

tececy 3

21

R - 63

tt

tececy 2

21

R - 64

3

2

2

1

tt

tececy

R - 65

tt

tececy

2

2

1

R - 66

t

teccy 5

21

R - 67

23

2

23

1

tt

tececy

R - 68

tt

tececy 2

539

2

2539

1

R - 69

tt

tececy 31

2

31

1

R - 70

t

tey ; quando t temos que y .

R - 71

tt

teey 3

21

25

; quando t temos que 0y .

R - 72

23 812tt

teey ; quando t temos que y .

R - 73

t

tey 3

1

; quando t temos que 1y .

R - 74

tt

teey 2

1352

135

2613513

2613513

.

R - 75

tt

teey 4

3314

331

332

332

.

R - 76

199

109

101

tt

teey ; quando t temos que y .

R - 77

22

22

23

21

tt

teey ; quando t temos que y .

R - 78

tt

teey 2

3332

333

332337

332337

; quando t temos que y .

Page 19: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

18

3.2 – Raízes complexas da equação característica

A equação 0\\\ cybyay onde a , b e c são números reais. Se procurarmos

soluções de y como combinação de rtce , então r deve ser raiz da equação característica

02 crbrar . Se as raízes 1

r e 2

r foram complexas temos que ir 1

e ir 2

onde e são reais. As expressões correspondentes de y são

ti

tey

1

e

ti

tey

2

.

Pelo cálculo direto, podemos mostrar que o wronskiano de u e v é

t

tvueW

2

, .

Assim, desde que 0 , o wronskiano W não é zero, e assim u e v formam um conjunto

fundamental de soluções. Portanto, se as raízes da equação forem números complexos i ,então a

solução geral da equação 0\\\ cybyay é

tsenectecy tt

t

21cos , onde

1c e

2c são constantes arbitrárias.

Se 0 a função t

y é decrescente, se 0 a função t

y é crescente e se 0 a

função t

y oscila de forma permanente.

Exemplo

Ex.-16 Achar a solução geral de 0\\\ yyy .

Ex.-17 Achar a solução geral de 09\\

yy .

Ex.-18 Achar a solução do problema de valor inicial 0145816 \\\ yyy

2

0y e

1

\

0y .

Exercícios

Achar a solução geral da equação diferencial:

E-79. 022\\\

yyy

E-80. 062 \\\ yyy

E-81. 082\\\

yyy

E-82. 022 \\\ yyy

E-83. 0136 \\\ yyy

E-84. 094\\

yy

E-85. 025,12 \\\ yyy

E-86. 0499\\\

yyy

E-87. 025,1\\\ yyy

E-88. 025,64 \\\ yyy

Page 20: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Achar a solução do problema de valor inicial proposto:

E-89. 04\\ yy ,

0

0y e

1

\

0y

E-90. 054 \\\ yyy ,

1

0y e

0

\

0y

E-91. 052 \\\ yyy , 0

2

y e 2\

2

y

E-92. 0\\ yy , 2

3

y e 4\

3

y

E-93. 025,12 \\\ yyy ,

3

0y e

1

\

0y

E-94. 022 \\\ yyy , 2

4

y e 2\

4

y

Respostas

R - 79

tsenectecy tt

t 21cos

R - 80

tsenectecy tt

t55cos

21

R - 81

tsenectecy tt

t77cos

21

R - 82

tsenectecy tt

t

21cos

R - 83

tsenectecy tt

t22cos

3

2

3

1

R - 84

23

23cos

21

tsenctcyt

R - 85

22cos

21

tsenectecy tt

t

R - 86

34

2

3

1

tt

tececy

R - 87

tsenectecytt

t

2

2

2

1cos

R - 88

23

23cos 2

2

2

1

tsenectecy tt

t

R - 89

tsenyt

221

a oscilação é estacionária.

R - 90

tsenetey tt

t

222cos

a oscilação é amortecida.

Page 21: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

R - 91

tseneyt

t22

a oscilação é crescente.

R - 92

tsentyt

321cos321 a oscilação é estacionária.

R - 93

tseneteytt

t

22

25cos3

a oscilação é amortecida.

R - 94

tseneteytt

t

44 2cos2

a oscilação é amortecida.

1.7 Bibliografia

BOYCE, Willian E. & DI-PRIMA, Richard C. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. 6.

ed. Rio de Janeiro: LTC, 1997. 532p.

Page 22: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

APLICAÇÃO

Oscilações Mecânicas

Equação do movimento da massa è

ttttFPkPPm

\\\

onde

m é a massa em kg

é a viscosidade do meio sm

N

k é a constante elástica da mola mN

tF força externa

Condições iniciais

00PP posição inicial

\

0

\

0PP velocidade inicial

Exemplo

Ex.-19 Um corpo de massa 4 kg estica uma mola 5 cm. O corpo é deslocado 15 cm, na direção positiva e depois é

solto. O corpo está em um meio que exerce uma resistência viscosa de 60N quando a sua velocidade é

0,5m/s. Determine a função que modela o movimento.

Resolução

a) Coeficiente elástico da mola

kdFm

kdmg mcmd 05,05 2

10 smg kgm 4

05,0104 k

k05,040

mNk 800

b) Coeficiente de viscosidade do meio

vFv

NFv

60 smv 5,0

5,060

605,0

msN120

c) Equação diferencial

ttttFPkPPm

\\\

Page 23: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

08001204

\\\

tttPPP

408001204

\\\

tttPPP

020030

\\\

tttPPP

d) Equação característica

020030 \\\

ttt

PPP

101

r e 202

r

e) Equação posição

trtr

tececP 21

21

tt

tececP 20

2

10

1

d) Condições

“O corpo é deslocado 15 cm”

mcmP 15,0150

Ex.-20 Um corpo de massa 10 kg provoca um deslocamento de 5cm em uma mola. Se o corpo for deslocado de 5cm

e depois posto em movimento, com velocidade inicial, de 0,2m/s, determine a posição do corpo nos instantes

posteriores.

Exercícios

E-95. Um corpo de 2kg de massa estica 15cm uma mola. Se o corpo for puxado mais 10cm e depois liberado, se não

houver resistência do ar, determine a sua posição em qualquer instante t .

E-96. Um corpo de massa 100g estica 5cm uma mola. Se o corpo for impulsionada, a partir do equilíbrio, com uma

velocidade para baixo de 10cm/s, e se não houver resistência do ar, determinar a posição em qualquer instante

t .

E-97. Um corpo, pesa 30N, estica em 8cm uma mola. Se o corpo for empurrado para cima, contraindo 3cm a mola, e

depois for impulsionado para baixo,com velocidade de 0,8m/s, e se não houver resistência do ar, achar a sua

posição em qualquer instante t .

E-98. Um corpo pesando 16N estica 10cm uma mola. O corpo está ligado a um amortecedor viscoso, com constante

de amortecimento 2Ns/m. Se o corpo for movimentado, da posição de equilíbrio, com velocidade para baixo de

0,6m/s, achar a sua posição em qualquer instante t .

E-99. Uma mola é esticada 10cm por uma força de 3N. Um corpo com massa de 2kg é pendurado na mola e também

é ligado a um amortecedor viscoso que exerce uma força de 3N quando a velocidade for 5m/s. Se o corpo for

puxado para baixo 5cm além da posição de equilíbrio, e receber uma velocidade inicial para baixo de 10m/s,

determinar a sua posição em qualquer instante t .

Page 24: Apostila  -cálculo_iv_-_equações_diferenciais_-_2010-2

ENGENHARIA Prof. Luiz Elpídio M. Machado CÁLCULO IV – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Respostas

R - 95

tPt

16,8cos1,0

R - 96

tsenPt

14,140071,0

R - 97

tsentPt

18,11072,018,11cos03,0

R - 98

R - 99

Bibliografia

BOYCE, Willian E. & DI-PRIMA, Richard C. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno.

6.e. Rio de Janeiro: LTC, 1997. 532p.