98

apostila curso reforma ortográfica

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: apostila curso reforma ortográfica
Page 2: apostila curso reforma ortográfica
Page 3: apostila curso reforma ortográfica

Atualização em língua portuguesa

Escrevendo pela nova ortografia e outras necessidades práticas de uso da língua padrão

Vitória, 2009

Page 4: apostila curso reforma ortográfica

© 2009 FCAA

Reitor

Diretor Executivo / FCAA

RubEns RassEli

sEbastião PimEntEl FRanco

Esta obra foi composta como parte integrante do treinamento oferecido pela Gerência de Desenvol-vimento de Pessoas / FCAA. Participou da elabo-ração deste material o professor Raoni Huapaya.

(cc) FCAA. Esta apostila está sob uma uma li-cença Creative Commons. Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada a fonte

FiChA CAtAlogRáFiCA

Fundação ceciliano abel de almeida.atualização em língua portuguesa: escrevendo pela nova ortogra-fia e outras necessidades práticas de uso da língua padrão / Raoni Huapaya. – 1. ed. – Vitória : Fcaa, 2009.95 p.1. Redação oficial. 2. língua Portuguesa. 3. Gramática. 4. ortogra-fia. i. Huapaya, Raoni. ii. títulocDD 808.606cDu 806.90 (044.4)

Raoni HuaPaya [email protected]

luciano FoRREcHi [email protected] mElotatiana ZaRDo DE souZa E lEanDRo abREuDaiani ZucolottoGalERia comunicação

ExpEDiEntE

Editor responsávelCoordenação dos trabalhos

projeto gráficoprodução editorial

pesquisa e digitação Editoração eletrônica

Page 5: apostila curso reforma ortográfica
Page 6: apostila curso reforma ortográfica
Page 7: apostila curso reforma ortográfica

PaRtE i: EsCREvEnDo pElA novA oRtogRAFiA

10 uso Da lÍnGua: oQuE DiZ a lEi?

12 ValE a PEna a REFoRma oRtoGRÁFica?

18 REVisanDo a acEntuação GRÁFica

22 Quais acEntos muDaRam?

26 noVo alFabEto

27 noViDaDE na sEPaRação silÁbica

28 PolÊmica Do acoRDo

29 como Ficou o uso Do HÍFEn?

PaRtE ii: REDAção oFiCiAl

36 PRonomEs DE tRatamEnto

40 FEcHos PaRa comunicaçÕEs

41 o PaDRão oFÍcio

43 maiÚsculas E minúsculas

PaRtE iii: guiA DE DiFiCulDADEs DE uso DA línguA Em situAçõEs CoRpoRAtivAs

50 PERiGo! a Falta DE claREZa E concisão

52 JEitinHo: uso Das asPas

53 comunicação ElEtRÔnica

60 Pontuação

62 uso Do mEsmo ou “mEsmismo”

64 Dicas PRÁticas DE uso

PaRtE iV: ExERCíCios

78

SUMÁRIO

Page 8: apostila curso reforma ortográfica

8

Page 9: apostila curso reforma ortográfica

9

A NOVAORTOGRAFIA

pARtE i

Page 10: apostila curso reforma ortográfica

10

USO DA LÍNGUA: O QUE DIZ A LEI?1

a redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da constituição, que dispõe, no artigo 37:

A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoa

lidade, moralidade, publicidade e eficiência (...).

sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamen-tais de toda administração pública, claro está que devem igual-mente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.

não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. a transparência do sentido dos atos norma-tivos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja en-tendido pelos cidadãos. a publicidade implica, pois, necessaria-mente, clareza e concisão.

Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformi-dade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comu-nicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única inter-

1 Adaptado de BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. Brasília : Presidência da República, 2002.

Page 11: apostila curso reforma ortográfica

11

pretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.

nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comu-nicador (o serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou institui-ções tratados de forma homogênea (o público).

a redação oficial não é necessariamente árida e infensa à evo-lução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da litera-tura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc.

Page 12: apostila curso reforma ortográfica

12

VALE A PENA A REFORMA ORTOGRÁFICA?1 EntEnDA o históRiCo DAs muDAnçAsa língua portuguesa tem dois sistemas ortográficos: o português (adotado também pelos países africanos e pelo timor) e o bra-sileiro. Essa duplicidade decorre do fracasso do acordo unifica-dor assinado em 1945: Portugal adotou, mas o brasil voltou ao acordo de 1943.

as diferenças não são substanciais e não impedem a compre-ensão dos textos escritos numa ou noutra ortografia. no en-tanto, considera-se que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional da língua (por exemplo, os testes de proficiência têm de ser duplicados), além de aumentar os custos editoriais, na medida em que o mesmo livro, para circular em todos os ter-ritórios da lusofonia, precisa normalmente ter duas impressões diferentes. o Dicionário Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões ortográficas para poder circular também em Portu-gal e nos outros países lusófonos. Podemos facilmente imaginar quanto custou essa “brincadeira”.

Essa situação estapafúrdia motivou um novo esforço de uni-ficação que se consolidou no acordo ortográfico assinado em lisboa em 1990 por todos os países lusófonos. na ocasião, esti-pulou-se a data de 1 de janeiro de 1994 para a entrada em vigor da ortografia unificada, depois de o acordo ser ratificado pelos parlamentos de todos os países.

contudo, por várias razões, o processo de ratificação não se

Page 13: apostila curso reforma ortográfica

13

deu conforme o esperado (só o brasil e cabo Verde o realizaram) e o acordo não pôde entrar em vigor. Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reunião conjunta em 2004, concordaram que bastaria a manifestação ratificadora de três dos oito países para que o acordo passasse a vigorar.

Em novembro de 2006, são tomé e Príncipe ratificou o acordo. Desse modo, ele, em princípio, está vigorando e já deveríamos então colocá-lo em uso. no entanto, estávamos ainda em com-passo de espera. Havia um certo temor de que sem um consenso efetivo o acordo acabasse se frustrando.

1.1 obsERvAção impoRtAntEa mídia costuma apresentar o acordo como uma unificação da língua. Há, nessa maneira de abordar o assunto, um grave equí-voco. o acordo não mexe na língua (nem poderia, já que a língua não é passível de ser alterada por leis, decretos e acordos) – ele apenas unifica a ortografia.

algumas pessoas – por absoluta incompreensão do sentido do acordo e talvez induzidas por textos imprecisos da imprensa – chegaram a afirmar que a abolição do trema (prevista pelo acor-do) implicaria a mudança da pronúncia das palavras (não diría-mos mais o u de lingüiça, por exemplo). isso não passa de um grosseiro equívoco: o acordo só altera a forma de grafar algumas palavras. a língua continua a mesma.

Page 14: apostila curso reforma ortográfica

14

1.2 vARiAção linguístiCA E uniFoRmizAção oRtogRáFiCA2

Existe um conflito insuperável entre o ideal de uniformida-de de um sistema ortográfico e a realidade oral de uma língua, caracterizada pela variação social tanto quanto regional. Por mais que se busque retratar por meio dele a pronúncia das pala-vras – por exemplo, fazendo que um dado sinal (uma letra, um acento) tenha uma relação biunívoca com um elemento sonoro qualquer - , esse sistema jamais conseguirá realizar tal corres-pondência com perfeição. com efeito, uma mesma palavra pode ser diferentemente pronunciada pela mesma pessoa quando esta se dirige a uma plateia ou quando conversa informalmente (cf., p. ex., pronúncias para abóbora, fósforo e ferrugem); além disso, essa diferença pode ser ainda maior quando ‘a mesma palavra’ é pronunciada por indivíduos naturais de diferentes regiões (cf., p. ex., as pronúncias de porta na fala de gaúchos, de cariocas, de mineiros ou de paulistas) ou pertencentes a diversos níveis socioculturais (p. ex.: problema, poblema, pobrema). Por outro lado, uma palavra pode acrescentar diferentes realizações foné-ticas ao ser dita sozinha ou seguida de outra (cf. a pronúncia de fez quando seguida de silêncio e quando seguida de outra pala-vra começada por vogal, p. ex. ‘fez isso’).

Por estas e outras razões, a ortografia jamais poderá ser ri-gorosa ou exclusivamente fonética. a ninguém ocorreria a con-veniência de variar a grafia de fez segundo a pronúncia do ‘z’ final em cada caso ou a grafia de porta segundo a região. a pa-dronização gráfica das palavras reflete uma imagem de unidade

2 INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008, pp. 12-13.

Page 15: apostila curso reforma ortográfica

15

e de uniformidade em si mesma artificial, visto que tal unidade nunca se realizou, não se realiza e jamais se realizará na fala corrente. isto não significa, porém, que a ortografia seja arbi-trária, como prova o exemplo de ‘fez’ mencionado anteriormen-te. a ortografia do português é predominantemente fonológica, mas conserva vestígios etimológicos (como o ‘z’ do sufixo -eza [do lat. -itia] ou o ‘s’ do sufixo -oso [do lat. -osum]). a mesma etimologia, porém, está na raiz da regularidade com que alter-namos os sinais ‘z’ e ‘c’ em pares como feliz/felicidade, atroz/atrocidade, falaz/falácia, perspicaz/perspicácia. a impressão de arbitrariedade dessas convenções se dilui à medida que obser-vamos mais atentamente em que elas se fundamentam.

a ortografia de uma língua consiste na padronização da for-ma gráfica de suas palavras para o fim de uma intercomunicação social universalista, e só em casos excepcionais são admitidas duas grafias para uma mesma palavra. Pela tradição brasileira, as normas ortográficas, ordinariamente propostas por comissões de especialistas e aprovadas pelo congresso nacional, entram em vigor por ato do poder executivo federal. Portanto, compete ao poder público oficializar mudanças nas convenções ortográ-ficas, mas tais alterações não significam mudanças linguísticas, já que, por mais que possa refletir em parte o sistema de sons da língua, a ortografia não faz parte desse sistema. unificação ortográfica nada tem a ver com uniformização da língua. as lín-guas são como são em virtude do uso que seus falantes fazem dela, e não de acordos de grupos ou de decretos de governo.

1.3 A novA oRtogRAFiAvantagens da reforma ortográfica:n a unificação dos sistemas português e brasileiro;n a simplificação das regras: limpeza do Formulário ortográfico;

Page 16: apostila curso reforma ortográfica

16

n Fim do dilema: uma língua, duas ortografias;n Viabilização da circulação de textos;n cooperação internacional.

Advertências:n a variação linguística é sempre fator de controvérsia na padroniza-

ção ortográfica;n a unificação é ortográfica e não linguística;não se muda uma língua por decretos, leis, tratados etc.

Page 17: apostila curso reforma ortográfica

17

Page 18: apostila curso reforma ortográfica

18

REVISANDO A ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1 inDiCAção DA sílAbA tôniCAutiliza-se o acento gráfico para indicar a sílaba tônica de certas palavras.

está | mágoa | fácil | ônibus

1.1 palavras proparoxítonasacentuam-se todas as proparoxítonas:

máquina trágico método

1.2 palavras oxítonasacentuam-se as oxítonas terminadas em:

a(s) gsofá, paráe(s) gvocê, jacaréo(s) gpaletó, avó, avô, cocôem, ens gninguém, armazéns

1.3 palavras paroxítonas

1.3.1 Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

ão(s), à(s) górfão, órfãos, órfã, órfãsx gtóraxei, eis g jóquei, túneis

Page 19: apostila curso reforma ortográfica

19

n gpólenus gvírusl gfácilm, uns gálbum, álbunsps gbícepsr gcadáveri, is g júri, lápis

obsERVaçÕEs:a) as paroxítonas terminadas em n são acentuadas (hífen), mas as

que terminam em ens não são acentuadas: hifens, jovens.

b) não são acentuados os prefixos terminados em i e r: semi, super.

1.3.2 Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes:

ea(s) g várzea ao(s) g mágoa

eo(s) g óleo ua(s) g régua

ia(s) g férias ue(s) g tênue

ie(s) g cárie uo(s) g ingênuo

io(s) g início

1.4 palavras monossílabasacentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em:

a(s) g lá, cá

e(s) g pé, mês

o(s) g só, pó, nós, pôs

1.5 Conclusãoas terminações de oxítonas e paroxítonas que são acentudas não

se conflitam. Dessa forma, não há dúvidas quanto à prosódia:biquíni, ruim, rubrica, sutil, condor, mister

Page 20: apostila curso reforma ortográfica

20

2 DiFEREnçAs DE timbREEmbora as regras ortográficas sejam as mesmas para todos os

países que a assinam, continua-se a admitir, em certos casos, duplas grafias correspondentes à diferença das normas cultas de pronúncia do português. na tabela a seguir temos um bom exemplo disso:

bRAsil poRtugAlanatômico anatómico

cênico cénico

cômodo cómodo

fenômeno fenómeno

gênero género

topônimo topónimo

amazônia amazónia

antônio antónio

fêmea fémea

gêmeo gémeo

Page 21: apostila curso reforma ortográfica

21

Page 22: apostila curso reforma ortográfica

22

QUAIS ACENTOS MUDARAM?

1 os Ditongos AbERtos EI E OI DAs pAlAvRAs pARoxítonAs

Para início de conversa, observe as seguintes palavras paroxí-tonas:

aldeia | assembleia | baleiaboleia | assembleia | comboioheroico | dezoito | paranoico

Percebeu diferenças entre elas? com essa rápida leitura, é possível chegar a algumas conclusões rápidas: a) não há como lê-las com outra acentuação senão a paroxitonia (acento tôni-co na penúltima sílaba); b)em geral, não precisamos de acen-to gráfico para marcar as diferenças de timbres. uma boa prova disso são mais estes exemplos (mais uma vez exercite a leitura em voz alta):

n espelho/ velhon moda/ todan virtuosa/ vituoson escrevera/ Primavera

ora, a mudança parece simples. É uma tentativa prática de simplificação e padronização de nossas regras de acentuação. com isso, temos a seguinte alteração de nossa ortografia:

Page 23: apostila curso reforma ortográfica

23

NOVA REGRAdeixam de ser acentuados os ditongos abertos EI e OI das palavras paroxítonas.estreia, europeia, teteia, jiboia, heroico

atenção: a regra não muda a acentuação de oxítonas e propa-roxítonas, que continuam sendo acentuadas (léu, dói, pastéis, herói, chapéus, alcalóidico)

2 FoRmAs vERbAis tERminADAs Em -EEmEstá aí mais um tópico que desaparece das aulas de gramáti-

ca. os professores – como eu – chegavam a desenvolver mace-tes para fixar os verbos que dobravam o e na terceira pessoa do plural. Quem não ouviu o neologismo cRÊDÊlÊVÊ como chave de memorização para os verbos crer, dar, ler e ver?

Deixando de lado o saudosismo das aulas prescritivas de orto-grafia, anote aí a correta forma de utilização destes verbos:

NOVA REGRAdesaparece o acento circunflexo das formas verbais da terceira pessoa do plural terminadas em –eem:

creem, deem, releem, veem, reveem

3 pAlAvRAs tERminADAs Em -OOoutra alteração significativa para nós é o hiato -oo. não se

deve mais empregar o acento circunflexo nas paroxítonas que apresentam esta terminação:

Page 24: apostila curso reforma ortográfica

24

NOVA REGRAdesaparece o acento circunflexo do primeiro ‘o’ em palavras terminadas em ‘oo’:voo, enjoo, abençoo, doo, moo, povoo

4 As vogAis tôniCAs i E uaprendemos a acentuar o i e u tônicos quando formam hiato

com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acom-panhados apenas de s:

saída, egoísmo, saúde, atraí-lo, possuí-la

Entretanto, muitas vezes tratávamos a acentuação de palavras como “feiúra” ou baiúca” da mesma maneira. apesar de não ter-mos aqui um hiato, acabávamos por interpretar desta maneira esta aparição de u tônico, por isso a naturalidade em acentuá-lo. só que, com a reforma, houve alteração nesta acentuação. o novo texto do acordo ficou assim:

NOVA REGRAnão recebem acento agudo as palavras paroxítonas cujas vogais tônicas i e u são precedidas de ditongo:

feiura, baiuca, boiuno

mas muita atEnção!

o acento permaneceu para as palavras oxítonas. É o caso de Piauí e tuiuiús.

5 As vogAis tôniCAs I E u DE FoRmAs vERbAis

Fica abolido, nas formas verbais rizotônicas (que têm o acento

Page 25: apostila curso reforma ortográfica

25

tônico na raiz), o acento agudo do u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i:averiguar gaverigue

apaziguar gapazigue

arguir garguem

6 E o tREmA?Já fazia tempo que o trema já não era visto nas páginas da

Folha de São Paulo e da Revista IstoÉ. o acordo só veio confirmar aquilo que na prática já não mais existia, o uso do trema per-maneceu apenas em palavras derivadas de nomes próprios es-trangeiros (hübneriano, de Hübner; mülleriano, de müller etc.):

NOVA REGRAFica abolido o trema em palavras portuguesas ou aportuguesadas:linguiça, linguística, cinquenta, sequestro, liqui-dificador, bilíngue, lingueta

7 ACEnto DiFEREnCiA o quê?Deixam de se diferenciar por acentos gráficos as seguintes

proparoxítonas:n para (verbo ou preposição)n pelo (verbo, substantivo, per+lo)n pela (verbo, substantivo, per+la)n polo (substantivo, por+lo)n pera (substantivo, preposição arcaica)

Conclusão: caem os acentos diferenciais e a distinção deve ser feita pela contextualização dos vocábulos.Atenção: permanece o acento diferencial de pode/pôde, a fim de evitar ambiguidades.

Page 26: apostila curso reforma ortográfica

26

NOVO ALFABETOnosso alfabeto agora tem 26 letras. Enfim, houve a incorpo-

ração das letras k, w e y, que já eram fatos mais do que comuns no nosso cotidiano.

a A (á)

b B (bê)

c C (cê)

d D (dê)

e E (é)

f F (efe)

g G (gê ou guê)

h H (agá)

i I (i)

j J (jota)

k K (capa ou cá)

l L (ele)

m M (eme)

n N (ene)

o O (o)

p P (pê)

q Q (quê)

r R (erre)

s S (esse)

t T (tê)

u U (u)

v V (vê)

w W (dáblio)

x X (xis)

y Y (ípsolon)

z Z (zê)

Page 27: apostila curso reforma ortográfica

27

NOVIDADE NA SEPARAÇÃO SILÁBICA

atenção para a translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen. translineação é o ato de passar de uma linha para outra, na escrita ou na im-pressão, ficando parte da palavra na linha superior e o resto na de baixo:

ex- -alferes, serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice- -almirante.

neste ponto, muito cuidado, pois poucos editores de textos estão atualizados para esta normatização. Vale a pena redobrar a atenção na hora de fazer a revisão.

Page 28: apostila curso reforma ortográfica

28

POLÊMICA DO ACORDO

É proibida a fusão ou uso do apóstrofo, escrevendo-se as duas separadamente, quando ocorrer:

de +o,a, os, as (artigos)

+ infinitivoo,a, os, as (pronomes)pronomes e advérbios (começados por vogal)

ExEmplos:

• a fim de ele compreender;

• apesar de o não ter visto;

• em virtude de os nossos pais serem bondosos;

• o fato de o conhecer;

• por causa de aqui estares.

Este é um ponto polêmico do acordo porque nem todos os gramáticos subscrevem tal proibição. trata-se de uma questão sintática a determinação de um sujeito preposicionado, entre-tanto, a partir de agora, estaremos cometendo um erro gráfico se fizermos a contração da preposição com o sujeito.

Page 29: apostila curso reforma ortográfica

29

COMO FICOU O USO DO HÍFEN?3

1 ChAvE pRátiCA pARA o uso Do híFEn

pRimEiRo ElEmEnto sEgunDo ElEmEnto

• aero• agro• (‘terra)• alfa• ante• anti• arqui• auto• beta• bi• bio• contra• di• eletro

• extra• foto• gama• geo• giga• hetero• hidro• hipo• homo• ili/ilio• infra• intra• isso• lacto• lipo

• macro• maxi• mega• meso• micro• mini• mono• morfo• multi• nefro• neo• neuro• paleo• peri• pluri

• poli• proto• pseudo• psico• retro• semi• sobre• supra• tele• tetra• tri• ultra

a) iniciado por vogal igual à vogal final de 1º elemento

b) iniciado por h

• ab • ob • sob • sub • iniciado por b,h,r

• co (‘com’) • iniciado por h

• ciber• hiper

• inter • super • nuper • iniciado por h,r

3 INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008, pp. 129 -131.

Page 30: apostila curso reforma ortográfica

30

• ad iniciado por d,h,r

• pan

a) iniciado por vogalb) iniciado por h,m,n

[diante de p e b passa a pam]

• circum

a) iniciado por vogalb) iniciado por h,m,n

[aceita formas aglu-tinadas como circu e circun]

• além• ântero• aquém• ex (“cessamento • ou estado anterior)• êxtero [exceto

exteroceptivo• e exteroceptor]• ínfero[aceito aglu-

tinações]• póstero

• recém• sem• sota• soto• súpero• vice

qualquer (sempre)

• pós • pré • prósempre que conservem autonomia vocabular

2 obsERvAçõEs impoRtAntEsa) Emprega-se o hífen, nas palavras compostas por sufixação,

somente naquelas terminadas por sufixos de origem tupi-guarani, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro ele-mento termina em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: amo-ré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. [o Vocabulário ortográfico da academia brasileira de letras em sua próxima edição deve padronizar as palavras compostas com tais sufixações.]

Page 31: apostila curso reforma ortográfica

31

b) não se emprega o hífen em palavras cujo prefixo ou elemento antepositivo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, que se duplicam: antirreligioso, antissemita, contrar-regra, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia; eletrosside-rurgia, microssistema, microrradiografia.

c) não se emprega o hífen em palavras cujo prefixo ou elemento antepositivo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente: antiaéreo, coeducação, extraescolar, aero-espacial, autoestrada, agroindustrial, hidroelétrico. [a regra do co está referida no quadro].

d) euro, indo, sino, franco, anglo, luso, afro, ásio etc. escrevem-se sem hífen quando funcionam adjetivamente como elemento mórfico (eurocomunista, afrolatria, francofonia, sinofilia, luso-filia); quando se trata de soma de duas ou mais identidades, o hífen tem de ser empregado: euro-africano, euro-afro-ameri-cano, indo-português, anglo-americano, franco-suíço, sino-japo-nês, ásio-europeu etc.

e) no caso de bem, sugerimos manter as formas que os dicioná-rios registram habitualmente, e só fazer alterações nas pa-lavras que o texto do acordo citou, estendendo, então, essa ortografia aos seus cognatos: benfazejo (benfazer), benfeito, benfeitor, benquerença (benquerer, benquerido). no caso de mal, o acordo diz que pode aglutinar-se ou não. Fiquemos, pois com a tradição lexicográfica. Mal como elemento (adv.) só recebe hífen diante de vogal (mal-afamado), h (mal-humo-rado) e l (mal-limpo). Quando mal significa “doença”, há sem-pre hífen (mal-caduco, mal-canadense).

f) o acordo é lacunar em relação ao emprego ou não do hífen em palavras formadas com os prefixos ab-, ad-, ob-, sob- e sub- se-guidos da consoante r. Esses são os únicos casos, no português, em que o r dos grupos br ou dr não representa uma vibrante velar (como, p. ex., em abraço). será preferível, por esse mo-

Page 32: apostila curso reforma ortográfica

32

tivo, manter a grafia consagrada (ab-rogar, ad-renal, ob-rogar, sub-região etc.), por se tratar de duas sílabas separadas, com o b ou d fechando a sílaba anterior e o r abrindo a seguinte.

g) o acordo estatui que, nos casos de formações por prefixação e sufixação (base XVi 1,a), se empregue o hífen, quando o pri-meiro elemento termine por letra igual à que inicia o segundo elemento. tal regra deve ser mantida em todos os casos em que ocorrer esse encontro, mas não com o pre átono, pois o texto da base XVi, 1, f diz que “as formas átonas aglutinam-se com o elemento seguinte”: portanto, preenchimento, impreen-chível etc. sugerimos que tal modo de agir se estenda ao pre-fixo re-, ao se encontrar com palavras iniciadas por e, além do mais pelo fato de estes dois serem os únicos prefixos a que se pode justapor o prefixo in-, o que criaria formações como, por exemplo re-elegível: irre-elegível etc. Em tais oportunidades, o hífen preconizado na base XVi 1, a, não deverá ser emprega-do: reeleger, irreelegível etc.

Page 33: apostila curso reforma ortográfica

33

Page 34: apostila curso reforma ortográfica

34

Page 35: apostila curso reforma ortográfica

35

REDAÇÃOOFICIAL

pARtE ii

Page 36: apostila curso reforma ortográfica

36

PRONOMES DE TRATAMENTO

1 ConCoRDânCiA Com os pRonomEs DE tRAtAmEnto

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apre-sentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nomi-nal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gra-matical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocu-tor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vos-sa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

NOTA EXPLICATIVA:as informações aqui registradas são fiéis ao que é prescrito pelo MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊN-CIA DA REPÚBLICA, disponível para consulta no sítio www.planalto.gov.br.

Page 37: apostila curso reforma ortográfica

37

2. EmpREgo Dos pRonomEs DE tRAtAmEnto

uso DE vossA ExCElênCiA

Autoridades do poder Executivo

• Presidente da República;• Vice-Presidente da República;• ministros de Estado;• Governadores e Vice-Governadores de

Estado e do Distrito Federal;• oficiais-Generais das Forças armadas;• Embaixadores;• secretários-Executivos de ministérios e

demais ocupantes de cargos de natureza especial;

• secretários de Estado dos Governos Estaduais ;

• Prefeitos municipais .

Autoridades do poder legislativo

• Deputados Federais e senadores;• ministros do tribunal de contas da união;• Deputados Estaduais e Distritais ;• conselheiros dos tribunais de contas

Estaduais;• Presidentes das câmaras legislativas

municipais .

Autoridades do poder Judiciário

• ministros dos tribunais superiores;• membros de tribunais ;• Juízes;• auditores da Justiça militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido

do cargo respectivo:

n Excelentíssimo Senhor Presidente da República,n Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,n Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, se-

Page 38: apostila curso reforma ortográfica

38

guido do cargo respectivo:

n Senhor Senador,n Senhor Juiz,

n Senhor Ministro,n Senhor Governador,

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às au-toridades tratadas por Vossa Excelência, terá a

seguinte forma:

• a sua Excelência o senhor

• Fulano de tal• ministro de

Estado da Justiça• 70064-900 –

brasília. DF

• a sua Excelência o senhor

• senador Fulano de tal

• senado Federal• 70165-900 –

brasília. DF

• a sua Excelência o senhor

• Fulano de tal• Juiz de Direito da

10a Vara cível• Rua abc, nº 123,

01010-000 – são Paulo. sP

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento dig-níssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignida-de é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal,(...)

No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao SenhorFulano de TalRua ABC, n o 12312345-000 – Curitiba. PR

Page 39: apostila curso reforma ortográfica

39

Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tra-tamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que te-nham tal grau por terem concluído curso universitário de doutora-do. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamen-to Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universi-dade. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,(...)

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hie-rarquia eclesiástica, são:

a) Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre,(...)

b) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comu-nicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ouEminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,(...)

c) Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações diri-gidas a Arcebispos e Bispos;

d) Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.

e) Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

Page 40: apostila curso reforma ortográfica

40

FECHOS PARA COMUNICAÇÕES

O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade ób-via de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por-taria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,

Page 41: apostila curso reforma ortográfica

41

MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

1 A lEtRA minúsCulA iniCiAl é usADA:a) Em todos os vocábulos da língua nos usos correntes.

b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: • segunda-feira; outubro; primavera.

c) Nos bibliônimos (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos, podem ser opcionalmente escritos com mi-núscula, salvo nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo): • Memórias póstumas de Brás Cubas ou Memórias Póstumas de

Brás Cubas, Menino de engenho ou Menino de Engenho.

d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.

e) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): • norte, sul (mas: SW sudoeste).

f) Nos axiônimos e hagiônimos (opcionalmente, neste caso, tam-bém com maiúscula): • senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o

Cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena).

g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e discipli-nas (opcionalmente, também com maiúscula): • português (ou Português), matemática (ou Matemática); línguas

e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).

2 A lEtRA mAiúsCulA iniCiAl é usADA:a) Nos antropônimos, reais ou fictícios:

• Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote. Raoni Huapaya.

b) Nos topônimos, reais ou fictícios:

Page 42: apostila curso reforma ortográfica

42

• Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro; Atlântida, Pasárgada.

c) Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: • Ciclope; Netuno.

d) Nos nomes que designam instituições: • Cruz Vermelha, Fundação Ceciliano Abel de Almeida.

e) Nos nomes de festas e festividades: • Natal, Páscoa, Todos os Santos.

f) Nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: • A Gazeta, O Estado de São Paulo (ou S. Paulo).

g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados abso-lutamente: • Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal,

Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático.

h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacional-mente reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: • FAO, NATO, ONU; H2O, Sr., V. Exª.

i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulica-mente ou hierarquicamente, em início de versos, em categoriza-ções de logradouros públicos: • (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de tem-

plos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Aposto-lado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).

Page 43: apostila curso reforma ortográfica

43

O PADRÃO OFÍCIO1 A EstRutuRA Do oFíCio

O ofício deve conter as seguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede :

Exemplo:Of. 123/2002-MME

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:

Exemplo:Brasília, 15 de março de 1991.

c) assunto: resumo do teor do documento

Exemplos:Assunto: Produtividade do órgão em 2002.Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comu-nicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de do-cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

• introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cum-pre-me informar que”, empregue a forma direta;

• desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto conti-ver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;

• conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em

Page 44: apostila curso reforma ortográfica

44

que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a

estrutura é a seguinte:

• introdução: deve iniciar com referência ao expediente que soli-citou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da co-municação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados com-pletos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou sig-natário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

“Em resposta ao Aviso no 12, de 1o de fevereiro de 1991, encami-nho, anexa, cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de 1990, do Departa-mento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”

ou“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do te-

legrama n o 12, de 1 o de fevereiro de 1991, do Presidente da Con-federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de moder-nização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”

• desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer al-gum comentário a respeito do documento que encaminha, po-derá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso con-trário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.

f) fecho

g) assinatura do autor da comunicação; e

h) identificação do signatário.

2 A FoRmAtAção Do oFíCioOs documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte for-

ma de apresentação:

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;

b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-

Page 45: apostila curso reforma ortográfica

45

se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;

d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“mar-gem espelho”);

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;

f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;

g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;

h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;

i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, le-tras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;

j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran-co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;

l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impres-sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;

n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aprovei-tamento de trechos para casos análogos;

o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-mados da seguinte maneira:

tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo

Exemplo: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”

Page 46: apostila curso reforma ortográfica

46

3 moDElo DE oFíCio

Page 47: apostila curso reforma ortográfica

47

Page 48: apostila curso reforma ortográfica

48

Page 49: apostila curso reforma ortográfica

49

GUIA DEDIFICULDADES DE USO DA LÍNGUA PADRÃO

pARtE iii

Page 50: apostila curso reforma ortográfica

50

PERIGO! A FALTA DE CLAREZA E CONCISÃO

Como não sE DEvE EsCREvER

ColunA A ColunA b ColunA C ColunA D ColunA E ColunA F ColunA g

a necessidade emergente

se caracteriza por

uma correta relação entre estrutura e superestrutura

no interesse primário da populaçãp

substanciando e vitalizando

numa ótica preventiva e não mais curativa,

a transparência de cada ato desicional

o quadro normativo

prefiguraa superação de cada obstáculo e/ou resistência passiva

sem prejudicar o atual nível das contribuições,

não assumindo como implícito,

nunca no contexto de um sistema integrado,

um indispensável salto de qualidade.

o critério metodológico

reconduz a sínteses

a pontual correspondência entre objetivos e recursos

com critérios não dirigísticos,

potenciando e incrementando,

na medida em que isso seja factível, discrasias existentes.

o aplanamento de discrepâncias e

o modelo de desenvolvimento

incrementao redirecionamento das linhas de tendências em ato

para além das contradições e dificuldades iniciais,

evidenciando e explicitando

em termos de eficácia e eficiência, diferenciada.

a adoção de uma metodologia

o novo tema social

propiciao incorporamento das funções e a descentralização decisional

numa visão orgânica e não totalizante,

ativando e implementando,a cavaleiro da situação contingente, profissional.

a redefinição de uma nova figura

o método participativo

propõe-se ao reconhecimento da demanda não satisfeita

mediante mecanismos da participação,

não omitindo ou calando, mas antes particularizando,

com as devidas e imprescindíveis enfatizações,

o co-envolvimento ativo de operadores e utentes.

a utilização potencial

privilegia

uma coligação orgânica interdisciplinar para horizontal, uma práxis de trabalho de grupo,

segundo um módulo de interdependência

recuperando, ou antes revalorizando, condicionante,

como sua premissa indispensável e estruturas.

uma congruente flexibilidade das

KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. 2. ed. Rio de Ja-neiro: Nova Fronteira, 1989. p.18 - 19.

Page 51: apostila curso reforma ortográfica

51

Como não sE DEvE EsCREvER

ColunA A ColunA b ColunA C ColunA D ColunA E ColunA F ColunA g

a necessidade emergente

se caracteriza por

uma correta relação entre estrutura e superestrutura

no interesse primário da populaçãp

substanciando e vitalizando

numa ótica preventiva e não mais curativa,

a transparência de cada ato desicional

o quadro normativo

prefiguraa superação de cada obstáculo e/ou resistência passiva

sem prejudicar o atual nível das contribuições,

não assumindo como implícito,

nunca no contexto de um sistema integrado,

um indispensável salto de qualidade.

o critério metodológico

reconduz a sínteses

a pontual correspondência entre objetivos e recursos

com critérios não dirigísticos,

potenciando e incrementando,

na medida em que isso seja factível, discrasias existentes.

o aplanamento de discrepâncias e

o modelo de desenvolvimento

incrementao redirecionamento das linhas de tendências em ato

para além das contradições e dificuldades iniciais,

evidenciando e explicitando

em termos de eficácia e eficiência, diferenciada.

a adoção de uma metodologia

o novo tema social

propiciao incorporamento das funções e a descentralização decisional

numa visão orgânica e não totalizante,

ativando e implementando,a cavaleiro da situação contingente, profissional.

a redefinição de uma nova figura

o método participativo

propõe-se ao reconhecimento da demanda não satisfeita

mediante mecanismos da participação,

não omitindo ou calando, mas antes particularizando,

com as devidas e imprescindíveis enfatizações,

o co-envolvimento ativo de operadores e utentes.

a utilização potencial

privilegia

uma coligação orgânica interdisciplinar para horizontal, uma práxis de trabalho de grupo,

segundo um módulo de interdependência

recuperando, ou antes revalorizando, condicionante,

como sua premissa indispensável e estruturas.

uma congruente flexibilidade das

Page 52: apostila curso reforma ortográfica

52

JEITINHO: USO DAS ASPAS

NEIVA, Andréa. Jeitinho. Discutindo Língua Portuguesa, ano 2, no 11, p. 16, 2008.

Page 53: apostila curso reforma ortográfica

53

COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA

1 A REDAção Do CoRREio ElEtRôniCo1

A quantidade de mensagens eletrônicas enviadas e recebidas dia-riamente ampliou o contato com o texto escrito e fez prosperar o número de autores e leitores. De maneira bastante rápida, a cor-respondência eletrônica invadiu a comunicação diária, e mesmo os mais refratários aos avanços tecnológicos tiveram de aprender a usar o computador, para não perder oportunidades profissionais ou eventos sociais cujas respostas são solicitadas por e-mail, por exemplo. A facilidade na utilização, a rapidez na resposta - às ve-zes on-line - e a economia com gastos de postagem pelo correio contribuíram de forma decisiva para a disseminação desse tipo de comunicação.

Difundir formas adequadas para a correspondência eletrônica aju-da a evitar o mau uso da tecnologia, como os presenciados quando as pessoas começaram a ter acesso a telefones celulares e obrigavam todos os presentes, em lugares públicos, a ouvir assuntos privados. Hoje esse tipo de gafe ocorre, ainda que de forma mais rara, mas já é visto como deselegância. A etiqueta também já ensinou que aten-der ao celular em cinemas é grosseria extrema rejeitada pelas regras mais básicas de educação.

Como ocorreu com os meios anteriores, a orientação sobre como usar adequadamente a correspondência eletrônica auxilia a evitar, por exemplo, que o e-mail enviado a algum colega seja distribuído inadvertidamente a todos os funcionários da empresa, com assun-tos que o emissor preferiria não tornar públicos, pelo menos não da

1 NÓBREGA, M. H. . A redação do correio eletrônico. Língua Portuguesa, v. III, n 33. p. 40-43, 2008.

Page 54: apostila curso reforma ortográfica

54

maneira como aparecem no texto.Eis, a seguir, algumas sugestões que podem impedir que o e-mail

naufrague nas ondas da internet ou intranet (rede privada utiliza-da em determinada empresa).

pARA A pREssA nA lEituRA, ExAtiDão nA EsCRitAÉ fundamental lembrar que o destinatário do e-mail provavel-

mente esteja atarefado, com várias atividades a desenvolver e decisões a tomar. na correria dos afazeres diários, uma leitura rápida do texto é o máximo que ele poderá fazer para apreender de que se trata: uma solicitação, um agendamento, uma confir-mação, um cancelamento etc. o fator tempo, no entanto, não justifica colocar as respostas e comentários no meio do texto recebido. Em vez de quebrar o e-mail, deve-se responder em tex-to personalizado.

os e-mails apresentam um tipo de texto que recorre à língua escrita e língua falada, produzindo uma mescla entre as caracte-rísticas dessas duas linguagens. a redação rápida assemelha-se à fala de improviso. Pensa-se e digita-se quase simultaneamen-te. no entanto, como o texto não terá intervenções do destina-tário em relação a imprecisões, tampouco o redator poderá es-clarecer trechos obscuros. conseqüentemente, escrever de ma-neira rápida exige bom poder de síntese e boa capacidade de ler e reler, para editar o texto antes de enviá-lo.

ADAptE-sE Ao nívEl DE FoRmAliDADE Quando o e-mail é enviado em substituição a um bilhete ou

contato telefônico, a linguagem usada pode ter maior grau de informalidade. nesses casos, ele aproxima-se da fala, embora seja importante considerar que a mensagem será lida. um dos problemas comunicacionais advém de o redator escrever como se falasse despreocupadamente, com frases mal organizadas e sem clareza. mesmo que o texto tenda à informalidade, devem-se evitar erros que comprometam a imagem do redator e da ins-

Page 55: apostila curso reforma ortográfica

55

tituição que ele representa.Quando o meio eletrônico substitui memorando ou comunica-

do interno, a formalidade aumenta, tendo em conta o conteúdo e o destinatário. aí é preciso considerar as características da redação empresarial, que se renovou nestes anos. tropeços são mais facilmente evitados quando se tem hábito de leitura de textos bem escritos. como redação empresarial demanda rapi-dez, convém redobrar a leitura não só de livros de sua área, pois isso facilitará a redação coesa e coerente.

não EmbARAlhE iDéiAsos textos devem priorizar a simplicidade, clareza e objetivida-

de. uma vez que ninguém tem tempo a perder, o vocabulário deve fazer parte da linguagem usual, sem rebuscamentos que tornem a mensagem hermética. simplicidade vocabular, entretanto, não significa repetição exaustiva de termos, daí a importância de am-pliar o vocabulário por meio de leituras constantes. adquirir o há-bito de leitura também leva à redação concisa, pois os e-mails de-vem ser breves. lendo apreende-se a estrutura do texto escrito, o que facilita a produção de textos concisos, coerentes e coesos.

Embaralhamentos de idéias devem ser eliminados, pois eles dificultam ou impossibilitam o entendimento. Dá-se preferên-cia, portanto, a frases curtas. além de elas serem mais fáceis de compreender, textos longos cansam o leitor, que tentará, em pouco tempo e muitas vezes sem sucesso, entender de que tra-ta o fluxo de idéias que jorra do texto. Esse estilo emaranhado também foge à objetividade necessária à redação profissional.

FAçA RElEituRAo texto escrito pressupõe releitura, e isso vale também para

correio eletrônico. mesmo dispondo de pouco tempo, o redator deve reler o texto para perceber se o sentido corresponde à in-tenção motivadora do ato de escrever. a pontuação requer cui-dados especiais, pois sinais ausentes ou inadequados podem al-

Page 56: apostila curso reforma ortográfica

56

terar o sentido do que se pretende dizer. a entonação ascenden-te de uma interrogativa direta permanecerá apenas na mente do autor, caso o texto escrito não apresente o sinal de interroga-ção, e por isso não haverá resposta. outro exemplo são as vír-gulas, cuja presença ou ausência pode alterar o significado: “Ele não falou, de alegria” ou “Ele não falou de alegria”. no primeiro caso de alegria refere-se à disposição psicológica da pessoa, e no segundo caso diz respeito àquilo sobre o que ele não falou.

Reler o e-mail e editá-lo antes do envio são atitudes que aju-dam a garantir que a mensagem pretendida seja condizente com o que se escreveu.

AnunCiE Com ClAREzA o tópiCo FRAsAl

Para otimizar o tempo de leitura, o item “assunto” já deve

anunciar com clareza o tópico frasal, ou seja, uma síntese do tema

principal do texto.

De: Gabriela

Para: armando

assunto: cancelamento da reunião de 15/9/2008

ClAREzA DA mEnsAgEm

mesmo quando se repassa um material recebido, favorece a clareza da

mensagem escrever o “assunto” e uma breve introdução no corpo do

e-mail, para esclarecer por que o tema é de interesse do destinatário.

De: manoel

Para: Fábio

assunto: curso como falar em público

bom-dia, Fábio

Recebi o arquivo anexo. como você me falou sobre o seu interesse

em fazer cursos nesta área, talvez ele traga o que você procura.

abraços.

manoel.

Page 57: apostila curso reforma ortográfica

57

vERiFiCAção DE E-mAils E REspostAscom a massificação da tecnologia, as pessoas trabalharão me-

nos, conjecturaram no início da era tecnológica. Engano! tra-balha-se mais, pois as máquinas não necessitam de repouso e podem estar ininterruptamente conectadas.

o correio eletrônico deve ser verificado com freqüência. como dispensa carteiro, a resposta é aguardada asaP, as soon as pos-sible (tão cedo quanto possível), o que é entendido como ime-diatamente. Pode ser que o remetente aguarde resposta para agendar reunião. caso se fique ausente, deve-se programar a “resposta automática”, para que os outros sejam notificados so-bre quando irá a resposta.

ElEgânCiA ElEtRôniCAÉ elegante responder a todas as mensagens recebidas, no mí-

nimo para acusar o recebimento. sem isso, o remetente pode sempre ficar em dúvida se o e-mail foi realmente recebido. igno-rar o e-mail de um colega de trabalho equivale a ignorá-lo, o que é no mínimo uma descortesia. além disso, o envio não garante que a mensagem tenha sido lida. Portanto, nada de cobrar do colega uma posição discutida por e-mail e, se houver urgência - urgentíssima - para decidir algo, é melhor optar por telefonar ao colega, na impossibilidade de encontrá-lo pessoalmente.

Para finalizar o texto, despeça-se do destinatário com cordia-lidade. Pode-se optar por usar uma assinatura padrão com pou-cas linhas sobre informações básicas do remetente: nome com-pleto, empresa, cargo, telefone.

E-mAils são ConFiDEnCiAis?a maneira mais natural para tratar os e-mails é considerá-los

como uma correspondência escrita, seja uma carta, seja um car-tão-postal. Em ambos os casos, prega a boa educação que não se tenha acesso ao texto sem a permissão do destinatário. no en-tanto, mesmo quando o conteúdo encontra-se lacrado, alguém

Page 58: apostila curso reforma ortográfica

58

pode abri-lo. E e-mails não vêm em envelopes! a facilidade em reproduzi-los e enviá-los a terceiros pode minimizar o ato de violação, de ofensa ao direito alheio.

nunca se deve repassar o texto recebido de uma pessoa para outras, exceto com o consentimento dela. sem permissão, agri-de-se o senso de confiança, princípio básico nas relações so-ciais. Por outro lado, convém redigir levando em conta que o texto poderá ser eventualmente lido por outras pessoas além do destinatário.

E-mAil não RimA Com EmoçãoEscrever não é o mesmo que conversar frente a frente, contan-

do com recursos corporais, expressões fisionômicas, entonação de voz, maneirismos reveladores das intenções etc. É preciso ter domínio da linguagem escrita para conseguir envolver o leitor e trabalhar com as emoções dele, dispondo-o para o riso, a triste-za, a curiosidade etc. Felizmente, para escrever bem e-mails não são necessárias tais habilidades, desde que o autor não tente lidar com conteúdo emocional.

o melhor é evitar expor-se emocionalmente por e-mail, pois as chances de ser mal interpretado são grandes. Portanto, devem-se frear os instintos bélicos ao receber um e-mail do qual se dis-corde. Escrever em caiXa alta, como se estivesse gritando, não é civilizado. o ideal é acalmar-se e escolher outro momento (e meio) para solucionar o assunto. mesmo brincadeirinhas devem ser evitadas, pois os recursos gráficos disponíveis nem sempre darão conta de transmitir a intenção de forma inequívoca. co-nhecer as limitações dessa tecnologia impõe um comportamento verbal mais comedido.

étiCA E E-mAilao utilizar o e-mail de uma empresa, a voz que se manifesta

no texto não é apenas a do autor, mas também a da instituição que ele representa. Por conseguinte, as informações veiculadas

Page 59: apostila curso reforma ortográfica

59

devem ter credibilidade e não comprometer a empresa e os de-mais profissionais. Respeitar o destinatário é essencial, tanto no conteúdo quanto na forma do texto. Qualquer deslize será interpretado como sendo do autor, mas também contribuirá para macular a imagem da empresa.

nesse contexto, não há espaço para enviar a piada mais en-graçada do mundo ou a corrente que trará a felicidade eterna e, portanto, não pode ser quebrada. Esse tipo de mensagem, além de agressiva e constrangedora, revela muito do emissor.

a redação adequada de e-mails, com concisão, coesão e coe-rência textuais, forma uma imagem afirmativa do autor, adiciona pontos positivos a seu marketing pessoal. as empresas sabem disso, por isso valorizam cada vez mais quem sabe se expressar bem por escrito e pode representá-las com dignidade. Por isso muitas delas criam um código de ética que deve ser usado por todos os que utilizam o correio eletrônico em nome da empresa. Fica aqui a sugestão de que as empresas que ainda não têm esse protocolo criem-no, pois ele educa e conscientiza o usuário so-bre a utilização correta e ética do e-mail. nas escolas, o aluno também deve receber as normas definidas pela instituição de cuja tecnologia ele passa a usufruir.

Page 60: apostila curso reforma ortográfica

60

PONTUAÇÃO

1 A AnálisE lógiCA Como FunDAmEnto Do uso DAs víRgulAs2

a vírgula, na escrita, expressa menos as pausas naturais da correspondente enunciação oral, do que as relações lógicas no interior da frase.

a sua primeira e grande finalidade é indicar a separação das orações no período, indicando também com consequência a li-geira pausa que assim se estabelece.

Por isso, marca-se com vírgula:

a) o fim de uma oração, logo seguida de outra sem partícula de ligação: “Posto que o governador mem de sá não estava ocio-so na bahia, não deixava de estar com o pensamento nas coi-sas do Rio de Janeiro”;

b) o começo de uma oração que no meio do período se abre por uma partícula coordenativa ou subordinativa: “acabou de lançar os inimigos de toda a enseada, e os seguiu dentro de suas terras”;

c) o começo de uma oração reduzida de gerúndio ou também de particípio passado: “...os seguiu dentro de suas terras, sujei-tando-os ao seu poder”;

d) o começo e o fim de uma oração intercalada em outra, cujos elementos constitutivos ficam por ela separados: “Em um dos lugares, que foi na aldeia de um índio principal, lhe feriram seu sobrinho Estácio de sá”.

2 CÂMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. 9ed., Petrópolis: Vozes, 1996, pp. 75-76.

Page 61: apostila curso reforma ortográfica

61

no caso b) omite-se a vírgula de separação, se a segunda ora-ção está intimamente entrosada na anterior; especialmente dois verbos seguidos, ligados por e, ou certas orações com a partí-cula que, correspondentes em última instância a um nome ou expressão nominal.

Exemplos.: “Parou e voltou rapidamente” - É preciso que todos me ouçam (isto é, - É preciso a atenção de todos)”.

Dentro de uma oração, é descabida a vírgula que, embora no fim de um grupo de força, separaria o sujeito do seu verbo, o verbo de um seu complemento.

Podemos dizer, aliás, que dentro da oração só se admite a vír-gula com dois objetivos:a) separar palavras ou expressões da mesma categoria (prin-

cipalmente substantivos e adjetivos) postas em série e não ligadas por e: “integram-se em ti o talento, a honradez, a bondade”;

b) assinalar certos advérbios ou expressões adverbiais que para efeito de ênfase ou clareza se destacam na enunciação oral por uma ligeira pausa de início e outra no fim: “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”.

É uma habilidade saber utilizar as possibilidades do caso b) para longo enunciado escrito, correspondente a uma só oração, aliviando-o com vírgulas que permitam o repouso na leitura e a melhor apreensão do sentido.

Page 62: apostila curso reforma ortográfica

62

USO DO MESMO OU “MESMISMO”

não se usa mesmo para substituir pronome ou substantivo. apenas os pronomes do caso reto podem exercer a função de sujeito da oração. nesta frase: “antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Frase determinada por lei como obrigatória nos elevadores contém um erro de emprego inconveniente, segundo a gramática tra-dicional. Ficaria correta se estivesse escrita assim: “Antes de entrar no elevador, verifique se ele (ou este) encontra-se neste andar”.

FoRmAs ADEquADAs DE utilizAção DE mESmO:

1. como adjetivo/pronome, no sentido de exato, idêntico, pró-prio. Exemplos: seguia sempre pelo mesmo caminho / Eles mesmos escreveram o texto;

2. como advérbio na acepção de justamente, até, ainda, de fato. Exemplos: É lá mesmo que comprei o livro / Este assunto é mesmo interessante;

3. como substantivo, significando a mesma coisa. Exemplos: Disse a ela o mesmo que disse a mim;

4. nas expressões dar na mesma, na mesma, dar no mesmo, que equivalem a no mesmo estado, na mesma situação. Exemplos: Para ele, estudar ou não vai dar no mesmo.

5. palavra de concessão, correspondente a ainda que. Exemplo: mesmo cansado, assistiu à aula.

no entanto, veja só o que diz o exemplo de texto fixado por lei em diversos estados brasil a fora:

Page 63: apostila curso reforma ortográfica

63

lEi nº 8.605 DE 29 DE DEzEmbRo DE 2004.

Dispõe sobre avisos a serem fixados nas

portas externas dos elevadores instalados

nas edificações públicas e particulares.

o PREsiDEntE Da assEmblÉia lEGislatiVa Do EstaDo

Do Rio GRanDE Do noRtE, no uso das atribuições que lhe são con-

feridas pelo artigo 49, § 7º, da constituição do Estado, combinado

com o artigo 71, ii, do Regimento interno (Resolução nº 46, de 14

de dezembro de 1990).

Faço sabER que o PoDER lEGislatiVo aprovou e Eu pro-

mulgo a seguinte lei:

art. 1°. os prédios comerciais, edifícios de apartamen-

tos, escritórios e outros estabelecimentos congêneres, públicos ou

particulares, dotados de elevadores, ficam obrigados a fixar junto

às portas externas desses equipamentos plaquetas de advertência

aos usuários, com os seguintes dizeres: “aViso aos PassaGEiRos:

antEs DE EntRaR no ElEVaDoR, VERiFiQuE sE o mEsmo EncontRa-

sE PaRaDo nEstE anDaR”.

art. 2º. a não observância do disposto na presente lei

ensejará a aplicação de multas aos infratores.

art. 3º. o Poder Executivo regulamentará esta lei no pra-

zo de 90 (noventa) dias contados da data de sua publicação, inclu-

sive fixando os valores das multas a que se refere o artigo anterior.

art. 4º. Esta lei entra em vigor na data de sua publica-

ção, revogadas as disposições em contrário.

assEmblÉia lEGislatiVa Do EstaDo Do Rio GRanDE Do

noRtE, Palácio “JosÉ auGusto”, em natal, 29 de dezembro de 2004.

Deputada laRissa RosaDo

1ª Vice-Presidente no exercício da Presidência

Page 64: apostila curso reforma ortográfica

64

DICAS PRÁTICAS DE USO3

supER: Junto ou sEpARADo?Embora seja freqüente, em anúncios publicitários, encontrar-

mos super separado do termo que qualifica, o correto é que, como prefixo, seja colado à palavra seguinte (superoferta, por exemplo). Exceções: apenas às palavras iniciadas por h ou r: super-homem, super-rápido, etc.

CAçA Ao gERunDismose você é daqueles que perde a paciência quando a atenden-

te do call center diz que “vai estar lhe transferindo” para ou-tro setor, essa notícia é um pequeno alento. Desenvolvida pela área de Recursos Humanos da atento brasil, empresa de contact center, a campanha caça ao Gerundismo já conseguiu reduzir em 80% o uso incorreto do gerúndio no atendimento. a campanha começou no segundo semestre do ano passado e vem sendo re-alizada junto aos 53 mil funcionários da empresa, que atende, entre outros clientes, a operadoras de telefonia celular. a meta é aperfeiçoar o atendimento ao cliente, extinguindo definitiva-mente os “vou estar lhe passando” e afins.

obJEtiviDADE nA EsCRitAmuita gente peca por excesso de formalidade ou uso abusivo

de chavões na redação empresarial. Para ser eficiente, um texto

3 Este fragmento é uma adaptação de texto disponível no sítio http://notitia.truenet.com.br/desafio21/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeNoticia?codigoDaNoticia=1818&dataDoJornal=atual

Page 65: apostila curso reforma ortográfica

65

precisa ser claro e objetivo. Veja algumas expressões utilizadas comumente e sugestões de como substituí-las por opções menos rebuscadas.

no lugAR DE: EsCREvA:

acusamos o recebimento de Recebemos

agradecendo a atenção dispensada

agradecemos

acima citado citado

antecipadamente gratos Gratos

aproveitamos o ensejo para comunicar

comunicamos

através dessa missiva, informamos

informamos

De acordo com o supracitado conforme exposto

Essa missiva tem por finalidade nosso objetivo é

levamos ao conhecimento de informamos

no que tange a Em relação a/Quanto a

REpEtiR é noRmAl, mAs não FAz bEmQuem redige sabe muito bem que a repetição de palavras e

termos cognatos é uma erva daninha para o estilo. uma frase, um período ou parágrafo que, por exemplo, mencionem, mui-to proximamente, “visitas” e “visitantes” ou que falem de uma fábrica que “produz” “produtos” merecem ser reescritos. a re-petição é natural e quase sempre imperceptível para o próprio redator, mas — fique claro — não faz bem à estética e ao bom gosto. Por isso, uma boa revisão não pode deixar de arrancar essa “erva daninha” textual.

o “mAu ColEstERol” Dos tExtosum crítico literário francês advertia com simplicidade: “se

Page 66: apostila curso reforma ortográfica

66

quer dizer que chove, diga: ‘chove’”. antes de escrever, muitas pessoas ficam como que diante de um guarda-roupa de inúme-ras opções, tentadas a vestirem o que habitualmente não ves-tem... para “fazerem bonito”! mas não é preciso “fazer bonito”, é preciso apenas clareza e eficácia, sobretudo quando se trata de textos para a vida profissional. Portanto, evite a tentação do excesso verbal — ele é o “mau colesterol” dos piores textos. se tiver tempo de deixar seu texto “de molho”, não hesite: passe a “tesoura”, corte a “gordura”!

toDo Elo é DE ligAçãocuidado com o excesso de palavras. não raro isso leva a redun-

dâncias inadmissíveis, que revelam desconhecimento e contam pontos negativos para a imagem de qualquer um. É o caso de ex-pressões como “elo de ligação”, “hábitat natural” e “monopólio exclusivo”, só para citar algumas mais comuns. Em todas elas, o complemento é dispensável, já que todo elo é de ligação, todo hábitat é natural e não há monopólio que não seja exclusivo. Encaixam-se na mesma categoria de “subir para cima”, “descer para baixo”, “ver com os olhos”,etc.

nunCA DigA “plus A mAis”não é difícil, no ambiente corporativo, ouvirmos alguém usar

a expressão “isso é um plus a mais oferecido pela empresa”. trata-se de um pleonasmo e de um uso totalmente inadequado desse estrangeirismo, uma vez que plus já significa a mais, em francês. Portanto, a frase correta seria “isso é um plus ofereci-do pela empresa”. “Plus a mais” não existe.

pARA EsCREvER ClARAmEntEEscrever com clareza é muito importante para estabelecer

uma comunicação eficiente no ambiente profissional. Veja al-guns “princípios da redação clara”, segundo o livro O Poder da Simplicidade, de Jack trout e steve Rivkin.

Page 67: apostila curso reforma ortográfica

67

1. Dê preferência às sentenças curtas.

2. Prefira a palavra mais simples à mais complexa.

3. Escolha a palavra mais familiar.

4. Evite palavras desnecessárias.

5. coloque ação em seus verbos.

6. Escreva como você fala.

7. Escreva para se expressar, não para impressionar.

EsCREvER é DElEtAR!o escritor marques Rebelo afirmou que “escrever é cortar”.

Hoje, com o Word, poderia dizer: escrever é deletar. Em busca da concisão, considere:

1. “inutilia truncat”: cortar o inútil.

2. cuidado com advérbios e adjetivos: serão mesmo necessários?

3. “Encher linguiça” é tomar tempo do leitor.

4. Depois de certo tempo, reler o texto. E... deletar!

5. Evitar redundâncias.

6. usar períodos mais curtos.

7. lamber a “cria” com o ego menos satisfeito.

Alto E bom somHá, na língua, expressões que têm uma espécie de sobrevida.

ao seu redor, muitas palavras já morreram e foram sepultadas, mas elas insistem em estar na memória coletiva e em circulação. são velhas e elegantes damas, ainda capazes de seduzir as ge-rações mais jovens. Esse é o caso de “alto e bom som”. É útil, é simpática e tem o seu charme. mas a expressão “alto e bom som” deve ser usada sem a preposição “em” por mais estranho que pareça. Exemplos: “Falei alto e bom som”; “Ele disse alto e bom som que a amava”.

Page 68: apostila curso reforma ortográfica

68

pRECiso “DE”, não!“Preciso de falar uma coisa urgente com o meu gerente”. in-

crível, mas muita gente ainda comete esse erro imperdoável de português. só usamos a preposição “de” após o verbo precisar quando o complemento verbal é um substantivo ou pronome. Por exemplo: “Preciso de dinheiro”; “Preciso de você”. Quando o complemento é um verbo no infinitivo, a preposição não é uti-lizada. “Preciso falar uma coisa urgente com o meu gerente”; “Preciso fazer algo”; “Preciso pensar em uma solução para esse problema”.

CuiDADo Com o “DE EnContRo”muita gente usa a expressão “de encontro” no sentido errado. na

verdade, gostaria de dizer “ao encontro”. “a sua opinião vem de en-contro à minha”. isso quer dizer: “a sua opinião é contra a minha”. o correto seria: “a sua opinião vem ao encontro da minha”. Por-tanto, cuidado: quem “vai de encontro” vai bater em algum lugar...

nunCA DigA “mEiA AbERtA”“a porta estava meia aberta” é uma expressão tão comum

quanto errada. não se usa, no moderno português, a palavra meia como feminino de meio, no sentido de “um pouco”, com função de advérbio. nessa condição, a palavra é invariável, não flexiona o gênero. certo: “Ela estava meio cansada”. Errado: “Ela ficou meia deprimida”.

EvitAnDo lugAREs-Comunsna hora de falar ou escrever, tenha cuidado com os chavões

e pleonasmos. são expressões comuns, que muitas vezes esca-polem sem você perceber, por força do (mau) hábito, mas que podem arranhar sua imagem de bom orador e/ou redator. Veja alguns exemplos:

certeza absoluta. basta ter certeza. o absoluta é redundante. “te-nho certeza de que o plano de paz irá funcionar no oriente médio.”

Page 69: apostila curso reforma ortográfica

69

terminantemente proibido. o terminantemente também sobra. algo ou é proibido ou é permitido. não existe meio proibido, nem terminantemente proibido.

outra alternativa. se é alternativa, já é outra. Então, diga apenas “Ele não tem alternativa”.

Evite também expressões batidas, como fechar com chave de ouro, perda irreparável, prejuízo incalculável, sonora vaia, vi-tória esmagadora, chegar a um denominador comum, inserido no contexto, propriamente dito, conjugar esforços, entre outros lugares-comuns.

não DigA “A nívEl DE”apesar de combatida em outras edições da Desafio 21, a ex-

pressão “a nível de” parece ganhar cada vez mais força entre profissionais dos mais variados estilos e áreas de atuação. o pro-blema é que “anível de”, além de ser uma expressão vazia que nada acrescenta à frase, também é gramaticalmente incorreta. Quem a utiliza passa uma imagem de pedantismo e desinforma-ção. a boa notícia é que essa expressão é facilmente evitável. Em vez de dizer “atuamos a nível de brasil”, prefira “atuamos em todo o brasil”. no lugar de “Este problema deve ser resolvido a nível de governo”, use “Este problema deve ser resolvido pelo governo”. neste, como em muitos casos, menos é mais.

quAnDo “vER” viRA “viR”Pode parecer estranho, mas é o correto. o verbo “ver” trans-

forma-se em “vir” quando usado no futuro do subjuntivo. Exem-plo: “se eu vir com meus próprios olhos, poderei acreditar”. as demais pessoas desse tempo também substituem o “e” pelo “i”: vires, vir, virmos, virdes, virem. os verbos “prever”, “rever” e “antever” seguem o mesmo caminho.

A RigoR, ninguém é “ComuniCADo”“Ele já foi comunicado da decisão do gerente?” Esse é um erro

Page 70: apostila curso reforma ortográfica

70

literal de português muito comum no ambiente de trabalho. na verdade, uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunica-do” de alguma coisa. assim, o correto é dizer: Ele já foi informa-do (ou avisado) da decisão. também não é considerado correto dizer: a diretoria “comunicou” os empregados da decisão. op-ções corretas: a diretoria comunicou a decisão aos empregados. / a decisão foi comunicada aos empregados.

nunCA DigA “mEnAs” nEm “pERCA”alguns erros de português provocam estragos devastadores na

imagem do profissional. Entre os mais graves estão o uso equi-vocado de duas palavrinhas que ainda confundem muita gente. nunca, mas nunca mesmo, diga “menas” ou use “perca” como substantivo. menas - apague essa palavra de seu dicionário. “menas” não existe. o correto é “menos”, mesmo que a pala-vra seguinte venha no feminino: menos escolas, menos pobreza, menos denúncias de corrupção. Perca - nunca utilize “perca” como substantivo, no sentido contrário de “ganho”. o certo é “perda”: perda de material, perda de poder aquisitivo, perda de memória. “Perca” é verbo (sentido contrário de encontrar): não se perca de mim, não perca credibilidade falando errado.

EmpREgAnDo A CRAsE CoRREtAmEntEmuita gente ainda erra na hora de empregar a crase por esquecer

uma regrinha básica. a crase é a união do artigo “a” com a prepo-sição “a” — portanto, nunca deve ser utilizada antes de palavras masculinas. não se deve crasear, por exemplo, expressões como: o restaurante faz entrega a domicílio; a moça estava a salvo; Deixou os marujos a bordo; Fez todo o percurso a pé; Falamos muito a res-peito disso; a maior parte das venda é feita a prazo, entre outros.

“possA sER” é um hoRRoREste é um erro grave, mas bastante comum. Preste atenção

e nunca, mas nunca mesmo, diga “possa ser”, no sentido de “é

Page 71: apostila curso reforma ortográfica

71

possível”.”Possa ser que ele vá à reunião”, ou “possa ser que a en-trega do produto atrase”. Está errado. o certo é “pode ser”: “pode ser que elevá” ou “pode ser que a entrega do produto atrase”.

AnExo, simplEsmEntEÉ freqüente o uso da expressão “em anexo”, condenada pelos gra-

máticos por não encontrar respaldo na tradição da língua. o correto é usar simplesmente anexo, que é adjetivo e, portanto, concorda com o substantivo a que se refere. Exemplos: anexa, segue a carta de apresentação; seguem, anexos, os documentos. Deve-se evitar também usar anexo como particípio de anexar. logo: as cartas fo-ram anexadas [e não anexas] ao documento principal.

sEmpRE “há” no pAssADoo uso do há e a ainda provoca muita confusão. mas a regra é

simples. Há indica passado e pode ser substituído por faz: Já a exprime tempo futuro ou distância (não pode ser substituído por faz): chegou há duas horas/ Ela viajou há menos de uma semana. o avião chegará daqui a pouco /Ficou a pouco mais de dez metros do seu ídolo.

sEm vogAl no mEioEsta é uma dica para a pronúncia. Em uma palavra, nunca se

deve pronunciar a consoante que antecede outra como se hou-vesse uma vogal entre elas. o certo é opção e não “o-pi-ção”, advogado e não”a-de-vogado”, estag-nar e não “esta-gui-nar”, adep-to e não “adé-pi-to”, sub-solo e não “su-bi-solo”, ab-soluto e não “a-bi-soluto”, Ed-gar e não “E-di-gar”, ec-zema e não “e-qui-zema”, etc.

ACERCA DE - A CERCA DE - há CERCA DEas expressões existem em nossa língua e estão absolutamente

corretas. a confusão surge no momento de usá-las, por serem casos distintos.

Page 72: apostila curso reforma ortográfica

72

acerca de é uma locução prepositiva e significa a respeito de, so-bre... Exemplo: o ex-patrão deu boas referências acerca de Pedro.

a cerca de é, na verdade, locução mais sintética: cerca de. “cerca de dez pessoas ficaram soterradas à noite, quando a bar-reira deslizou.” o a é preposição e uma contingência regencial: Pedi a cerca de vinte jornalistas que ficassem atentos às últi-mas notícias. tem valor de aproximadamente, perto de, mais ou menos e só deve ser utilizado com números redondos - 10, 20, 50, 100...

Há cerca de nada mais é do que a locução prepositiva antece-dente, acompanhada do verbo haver na acepção de tempo decor-rido. as aulas recomeçaram há cerca de duas semanas.

“CERCA DE”... quAntos?“cerca de 22 pessoas participaram do velório”. a frase, errada,

foi recentemente veiculada em um jornal de grande circulação nacional. o equívoco também é cometido por muita gente. na verdade, “cerca de” é uma expressão que indica arredondamento e, por isso, não deve ser usada junto a números exatos. o corre-to seria: “cerca de 20 pessoas participaram do velório”.

“Ao mEu vER”“ao meu ver, essa frase está errada.” E está mesmo, embora

muita gente insista em usar a construção equivocada. não exis-te artigo nessa expressão. o correto é: a meu ver, a seu ver, a nosso ver.

EstE ou EssE?na maioria dos casos, devemos usar esse, o pronome que se em-

prega para o que já foi citado ou para aquilo que está perto do outro, do interlocutor: Esse seu carro é bonito; Falei desses ensi-namentos para a plateia. Já este indica termos que vão ser cita-dos. Exemplo: os objetivos foram estes: treinar, capacitar e infor-mar. usa-se também para referir o “lugar” do qual se fala: nesta

Page 73: apostila curso reforma ortográfica

73

cidade onde moro; Este texto é curto. logo após a palavra citada, pode-se usar este. Exemplo: o outro jogador era Pelé. Este, como sempre, insuperável. o contexto regulará esse tipo de uso.

intERviu ERRADoo verbo intervir costuma confundir muita gente. É comum ver-

mos construções como: “o governo interviu”; “os militares in-terviram”.Está errado. intervir é conjugado da mesma forma que o verbo vir. assim, o certo é: “o governo interveio”; “os milita-res intervieram”.

suJEito inDEtERminADonunca diga: “Precisam-se” de empregados. Verbos transitivosin-

diretos, que exigem preposição, não podem variar nesses casos, porque o sujeito é indeterminado. o pronome “se” torna indefini-do o agente da ação verbal. o correto é: precisa-se de emprega-dos; trata-se dos melhores restaurantes; conta-se com os amigos. o contrário acontece quando o verbo é transitivo direto, como em alugam-se casas e ouviram-se gritos. nesses casos, os sujeitos das frases são os substantivos casas e gritos, logo os verbos têm que concordar com eles. Em caso de dúvida, é só colocar o sujeito na frente: casas são alugadas, gritos foram ouvidos.

ApóstRoFoEsse nome estranho é usado, em português, para designar aque-

le sinal, semelhante a uma vírgula, que indica a eliminação de uma letra: d’água, d’alma, etc. Por isso, nunca se deve usá-lo em plural de siglas e abreviaturas. Para pluralizar basta acrescentar um “s”. Exemplos corretos: cDs, ufirs, tVs. E incorretos: cD’s, tV’s, etc.

muito obRigADAtodo cuidado é pouco com alguns erros de Português muito co-

muns que, de tão cometidos, ficam quase que incorporados à lin-guagem coloquial e podem comprometer uma imagem profissional,

Page 74: apostila curso reforma ortográfica

74

na hora de falar ou escrever. “obrigado”, ela disse. certo? Errado! obrigado é variável e concorda com a pessoa que fala. a mulher diz “obrigada” e o homem, “obrigado”. se você fala em nome de um grupo, é correto dizer:”muito obrigados por tudo”.ao agradecer dessa forma é como se a pessoa estivesse dizendo:”Diante desta sua atitude (nobre, simpática, atenciosa, etc.), eu me sinto muito obrigado/obrigada a retribuir”. Daí a concordância de gênero

“há” ou “A”? o uso do verbo “Há” e da preposição “a” costuma causar uma

certa confusão e muitos estragos. Há uma regra para evitar pro-blemas. o verbo haver deve ser usado em expressões que indi-cam tempo já passado, como por exemplo: “isto aconteceu há vinte anos.” nesse sentido, é equivalente ao verbo fazer: “isto aconteceu faz vinte anos.” Já a preposição “a” deve ser usada nos casos em que há referência a um tempo futuro e a substi-tuição pelo verbo fazer é impossível: “a eleição para presidente será daqui a dois anos”.

nunCA DigAmuito cuidado com alguns erros bastante comuns. morda a lín-

gua a tempo e nunca diga:

1. “Fazem” dez anos. Fazer, no sentido de tempo, é impessoal e não varia. o certo é Faz dez anos.

2. “Houveram” muitos casos. Haver, no sentido de “existir”, também éinvariável: Houve muitos casos é o certo.

3. Para “mim” fazer. mim não faz, porque não pode ser sujeito. o certo é : Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

quEm pREFERE mAis?É errado dizer: “Prefiro mais isso do que aquilo”. sempre pre-

fere-se uma coisa a outra, portanto tanto o mais como o do que estão sobrando. o certo é: Prefiro isso àquilo.

Page 75: apostila curso reforma ortográfica

75

lEsbiAnismo oRtogRáFiComillôr Fernandes afirmou, certa vez, que a crase é um “caso de

lesbianismo ortográfico”. isso, de certa forma, é verdade, pois o “a” preposição se funde ao “a” artigo feminino. Por isso, uma das regras para bem usar a crase diz que esta só deve ser em-pregada diante de palavra feminina (e que admita antes o arti-go “a”!). Daí a regra prática de se substituir a palavra posterior ao “a” por um nome masculino para observar se o “a” preposi-ção junta-se ao “o” artigo. Por exemplo, usa-se crase em “fui à praia” porque seria possível dizer “fui ao campo”.

Page 76: apostila curso reforma ortográfica

76

Page 77: apostila curso reforma ortográfica

77

EXERCÍCIOSpARtE iv

Page 78: apostila curso reforma ortográfica

78

Page 79: apostila curso reforma ortográfica

79

1.una os elementos, usando o hífen se necessário. além + mar:

aquém + mar:

recém + nascido:

recém + chegado:

sem + fim:

sem + vergonha:

vice + líder:

vice + presidente:

pre + determinar:

ex + namorado:

pós + modernista:

pré + história:

pró + diretas:

pós + por:

pro + criar:

auto + adesivo:

auto + peça:

ante + braço:

bem + amado:

ante + passado:

ante + sala:

anti + ácido:

anti + rábico:

Page 80: apostila curso reforma ortográfica

80

anti + semita:

anti + higiênico:

arqui + milionário:

sobre + comum:

sobre + coxa:

sobre + natural:

sobre + saia:

ab + rogar:

ad + rogar:

sub + locatário:

sub+ oficial:

sub + aéreo:

sub + raça:

auto + biografia:

auto + estrada:

auto + suficiência:

contra+ataque:

contra + filé:

contra + regra:

contra + senso:

super + alimentação:

extra + judicial:

super + homem:

extra + oficial:

Page 81: apostila curso reforma ortográfica

81

super + realidade:

extra + ordinário:

mal + entendido:

infra + estrutura:

ante + ontem:

infra + som:

bem + humorado:

infra + vermelho:

inter + helênico:

intra + uterino:

neo + clássico:

neo + republicano:

proto + mártir:

pseudo + hermafrodita:

pseudo + fruto:

supra + sensível:

supra + citado:

ultra + marino:

ultra + romântico:

ultra + som:

ultra + violeta:

semi + analfabeto:

semi + círculo:

semi + reta:

Page 82: apostila curso reforma ortográfica

82

semi + sábio:

super + homem:

pan + americano:

pan + helenista:

mal + criado:

mal + educado:

inter + fone:

intra + muscular:

inter + relação:

circum + vizinhança:

circum + adjacente:

2. observe as frases:

1. o mercado ficava ______ apenas alguns metros da casa. (a)

2. chegou de viagem ______ cerca de um mês. (há)

3. Parou ______ uns 10 metros da esquina da rua. (a)

4. não a vejo ______ alguns dias. (há)

5. Você sabe daqui ______ quanto tempo o avião vai partir? (a)

com os elementos colocados entre parênteses, ficam corretamente

preenchidos os espaços:

a) somente das frases 1,2 e 4;

b) somente das frases 3 e 5;

c) somente das frases 2 e 4;

D) somente das frases 1,3 e 5;

E) de todas as frases.

Page 83: apostila curso reforma ortográfica

83

4. Respeita as normas de redação de documento ofi-cial o seguinte exemplo para a parte final de um relatório? Comente.

a fim de que sejam evitados novos fatos dessa natureza, su-gerimos uma divulgação mais bem consubstanciada nos dispo-sitivos legais que norteiam o funcionamento do referido Depar-tamento que desde o advento de sua criação vem melhorando a olhos vistos no atendimento aos seus objetivos.

Respeitosamente

brasília, 3.º de abril de 2008

5. A seguir, o vocábulo “mesmo” está sendo empre-gado de forma indevida. Reescreva os trechos, sugerindo uma redação mais adequada:

“...nova ortografia, visto que os trabalhos serão corrigidos pela mesma.”

“Devemos estudar português e as matérias que têm relação com o mesmo.”

“a sociedade é constituída dos senhores, e os mesmos dedi-cam à mesma todas as energias.”

“...enquanto que nossa associação encomendou o estudo cien-tífico do mesmo a uma entidade de prestígio internacional.”

os exercícios seguintes, na ordem em que se apresentam, com-põem um texto, adaptado de Raízes do Brasil, de sérgio buarque de Holanda. Julgue-os quanto à correção gramatical, colocando c para certo e E para errado.

6. nem sempre as novas experiências bastavam para apagar ne-

Page 84: apostila curso reforma ortográfica

84

les o vínculo doméstico, a mentalidade criada ao contato de um meio patriarcal, tão oposto às exigências de uma sociedade de homens livres e de inclinação cada vez mais igualitária. Por isso mesmo, Joaquim nabuco pôde dizer que, em nossa política e em nossa sociedade, �são os órfãos, os abandonados, que vencem a luta, sobem e governam�.

7. no brasil, onde imperou, desde tempos remotos, o tipo pri-mitivo da família patriarcal, o desenvolvimento da urbanização � que não resulta unicamente do crescimento das cidades, mas também ao crescimento dos meios de comunicação, atraindo vastas áreas rurais para a esfera de influência das cidades � acarretou um disiquilíbrio social, cujos efeitos permanecem vi-vos ainda hoje.

8. não era fácil aos detentores das posições públicas de respon-sabilidade, formados por tal ambiente, compreenderem a dis-tinção fundamental entre os domínios do privado e do público. assim, eles se caracterizam justamente pelo que separa o fun-cionário �patrimonial� do puro burocrata conforme a definição de max Weber.

9. a escolha dos homens, que irão exercer funções públicas, é feita de acordo com a confiança pessoal que mereçam os can-didatos, não de acordo com as suas capacidades próprias. Falta a tudo a ordenação impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático.

10. Já se disse, em expressão feliz, que a contribuição brasilei-

Page 85: apostila curso reforma ortográfica

85

ra para a civilização será a cordialidade � daremos ao mundo o �homem cordial�. a lhaneza no trato, a hospitalidade, a genero-sidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a in-fluência ancestral dos padrões de convívio humano.

11. no �homem cordial�, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor, que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasil, tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros.

12. no domínio da lingüística, para citar um exemplo, esse modo de ser parece refletir-se em nosso pendor acentuado para o emprego de diminutivos. a terminação �inho� serve para nos familiarisar mais com as pessoas ou os objetos e, ao mesmo tem-po, para lhes dar relevo. É a maneira de fazer-lhes mais acessí-veis aos sentidos e também de aproximá-los do coração.

13. o aviso reproduzido abaixo - e afixado no mural de uma es-cola - provocou discussão durante a aula de língua portuguesa.

atEnção!

Reforma-se, com qualidade reconhecida no mercado, bancos

escolares, sem excessão de modelo ou material.

se você precisar do nosso serviço, entre em contato conos-

co, que te atenderemos com presteza.

Garantimos que nossos materiais de acabamento não retém

sujeira.

Page 86: apostila curso reforma ortográfica

86

bancos e bancas

Rua do conserto, s/n

bairro: Verniz incolor

são José marceneiro - Rn

Fone: *••*••*

apesar de terem considerado o aviso eficaz no que se refere a sua função comunicativa, os alunos identificaram, no texto, alguns problemas em relação ao uso da norma culta da língua escrita.

sendo assim, solucione esses problemas reescrevendo o texto e alterando aPEnas o necessário.

14. o museu da língua Portuguesa foi inaugurado em são Paulo, em

março de 2006. na ocasião, houve um erro num painel, conforme a

imagem:

sobre isso, Pasquale cipro neto escreveu:“na última segunda-feira, foi inaugurado o museu da língua

Portuguesa. na terça, a imprensa deu destaque a um erro de acentuação presente num dos painéis do museu (grafou-se ‘raiz’ com acento agudo no ‘i’). Vamos ao que conta (e que foi objeto das mensagens de muitos leitores): por que se acentua ‘raízes’, mas não se acentua ‘raiz’?”

(www2.uol.com.br/linguaportuguesa/artigos.)

a) considerando o contexto social, cultural e ideológico, por que o erro do painel teve grande repercussão?

b) Responda à pergunta que foi enviada ao professor Pasquale por seus leitores.

Page 87: apostila curso reforma ortográfica

87

tEXto PaRa a PRÓXima QuEstão“colÔmbiaExplosão de carro-bomba mata 6 em cali

cinco policiais e um civil foram mortos ontem pela explosão de um carro-bomba na cidade colombiana de cali.

apenas nesta semana, já são mais de vinte vítimas de atenta-dos atribuídos às FaRc (Forças armadas Revolucionárias da co-lômbia) contra as forças de segurança, às vésperas da posse do presidente Álvaro uribe para um segundo mandato, na segunda-feira. a maioria dos mortos são soldados e policiais.

o carro-bomba em cali foi detonado na frente de uma delega-cia de polícia, por volta das 7h locais (9h em brasília). outras 18 pessoas ficaram feridas, entre policiais e civis, de acordo com o governo local. a delegacia ficou parcialmente destruída com a explosão.

no início da semana, a explosão de um carro-bomba matou um civil e feriu 22 militares na capital, bogotá. ataques das FaRc no dia da primeira posse de uribe, em 2002, mataram 21 pes-soas.”

(“Folha de São Paulo”, 5/8/06)

15. marque a alternativa correta em relação ao texto dado.

a) as palavras “início”, “destruída” e “atribuídos” se acentuam pela mesma regra gramatical.

b) as palavras “início”, “bogotá” e “vésperas” se acentuam pela mesma regra gramatical.

c) a expressão “às vésperas” significa os dias, ou o dia, que an-tecede um fato.

d) o vocábulo “parcialmente” significa que toda a delegacia foi atingida e destruída.

Page 88: apostila curso reforma ortográfica

88

e) a expressão “nesta semana” poderia ser mudada para “nessa semana” sem incorrer em qualquer erro gramatical.

16. as palavras foram acentuadas pela mesma razão em:

a) pererê, parará, daí.

b) enfático, ruídos, décadas.

c) rádio, linguística, prenúncio.

d) conseqüência, princípio, língua.

tEXto PaRa a PRÓXima QuEstão(Fgv) DuPla DinÂmica

no dicionário, a sociologia está definida como uma ciência que pretende pesquisar e estudar a organização e funcionamen-to das sociedades humanas e as leis fundamentais que regem as relações sociais. Já a Economia se preocupa em estudar os fe-nômenos relacionados com a obtenção e a utilização dos recur-sos materiais necessários a uma população. Embora o campo de estudos de ambas as disciplinas seja parecido, na prática há um abismo separando as duas áreas. Filhas da mesma mãe, a Filoso-fia, as duas disciplinas vieram ao mundo praticamente na mesma época. Em razão de algumas diferenças, porém, estão sem dialo-gar entre si há quase três séculos.

(...)Em meados dos anos 1970, porém, uma leve brisa dissipou as

nuvens que acobertavam esse cenário sombrio entre as áreas. alguns temas, como a construção social do mercado, o papel das instituições e das redes sociais no funcionamento da vida eco-nômica, revigoraram o debate entre a sociologia e a Economia. surgiram os primeiros vislumbres da chamada nova sociologia

Page 89: apostila curso reforma ortográfica

89

Econômica cujo precursor foi o sociólogo norte-americano mark Granovetter. Em um de seus estudos mais célebres, o Getting a Job, de 1973, Granovetter demonstrou que as pessoas estão li-gadas às outras por laços fortes (pais, filhos e amigos) e laços fracos (colegas de trabalho, professores e alunos).

(Sociologia, “ciência & vida”, 2007)

17. assinale a alternativa correta quanto à acentuação e à gra-fia de palavras.

a) temas comuns, como a construção social do mercado, permi-tem entrevêr as possibilidades de uma saudável relação entre sociologia e Economia, que não pode se paralizar em virtude de algumas diferenças.

b) Em um de seus estudos mais célebres, mark Granovetter vêm demonstrar que as pessoas se ligam às outras por laços fortes e laços fracos. Por isso, é imprecindível que as pessoas con-sigam entender essas ligações.

c) alguns temas revigoraram o debate entre a sociologia e a Economia, sendo responsáveis por compôr um novo cenário. o diálogo deve basear-se nos pontos positivos e comuns e não nas excessões.

d) a falta de dialogo entre sociologia e Economia perdurou pôr quase três séculos, mas é um quadro que parece estar mu-dando, sobretudo em função de fragrantes pontos em comum entre as disciplinas.

e) Em meados dos anos 1970, parece que uma leve brisa inter-vém na falta de comunicação entre sociólogos e economistas, que não mais hesitam em pôr em discussão assuntos ineren-tes às duas disciplinas.

Page 90: apostila curso reforma ortográfica

90

18. (Fgv) assinale a alternativa em que todas as palavras estão escritas de acordo com a ortografia oficial do brasil.

a) a Volks ainda está em acensão no país, apesar do excesso de concorrentes.

b) a obsessão pelo contexto faz do problema, quase sempre, uma solução privilegiada.

c) o viez do mercado é importante, porque qualidade é percep-ção de mercado.

d) as montadoras não conseguem esvasiar os páteos, por maio-res descontos que dêem.

e) superhomem nasceu digitalizado, mas vêm sendo projetado em modo analógico.

19. (ufsm) observe a palavra destacada:

a Justiça Eleitoral se mobiliza para conseguir o número sufi-ciente de mesários para coordenar cada uma das 380.945 sEçÕEs eleitorais do país.

assinale a alternativa que apresenta o emprego correto da pal-vra destacada.

a) a câmara de Vereadores não apreciou o projeto em suas últi-mas sEçÕEs plenárias.

b) Por decisão judicial, o Executivo desistiu das sEçÕEs de ces-tas básicas àqueles moradores.

c) no segundo andar, há duas sEçÕEs nas quais você pode en-contrar esses equipamentos.

d) costumava assistir às sEçÕEs de cinema.

e) É preciso pelo menos duas sEçÕEs para se obter uma boa foto.

Page 91: apostila curso reforma ortográfica

91

20. (ufsm) Em artigo de opinião, um especialista formulou a seguinte questão: “PoR QuE razão alguém investiria numa cam-panha eleitoral um valor muito superior ao que irá receber como subsídio nos próximos quatro anos?

o segmento destacado aparece também em outros enunciados. assinale a alternativa que apresenta uma forma de emprego in-coRREta.

a) ainda não sei PoR QuE partido vou optar.

b) muita gente escolhe um candidato sem ter um PoR QuÊ.

c) PoR QuE votar em branco ou anular o voto?

d) muitos ignoram PoR QuE a eleição é importante para a democracia.

e) com tantos casos de corrupção, escolher mais um político, PoR QuÊ?

21. (ufsm) observe o seguinte texto:

infelizmente, ao aprovar a miniRREFoRma eleitoral, o con-gresso não foi rigoroso o suficiente na fixação de gastos, por exemplo. os críticos falam em PsEuDoRREFoRma, e a oposição ensaia uma contRaRREFoRma já para as próximas eleições.

tendo como referência as palavras em destaque no texto an-terior, assinale a frase que apresenta grafada corretamente a palavra destacada.

a) causou espanto o ultRaRREalismo usado pelo cronista.

b) Houve tumulto pela suPER-lotação daquela zona eleitoral.

c) Dados EXtRa-oFiciais indicam a vitória do candidato opo-sicionista.

d) É preciso auto-consciÊncia para uma decisão sensata.

e) ao secretário cabe a responsabilidade pela inFRa-EstRutuRa do evento.

Page 92: apostila curso reforma ortográfica

92

22. (Fgv) assinale a alternativa cujas palavras estejam de acor-do com as regras de acentuação gráfica.

a) avaro (sovina), ibero, perito, rubrica, aríete, ínterim.

b) Ávaro (sovina), íbero, perito, rúbrica, ariete, interim.

c) Ávaro (sovina), íbero, périto, rubrica, aríete, interim.

d) avaro (sovina), íbero, perito, rúbrica, ariete, ínterim.

e) avaro (sovina), ibero, perito, rubrica, aríete, interim.

23.Em “Gosta de quê?” ,

a) “quê” recebe acento que o diferencia de “que”, usado como conjunção.

b) “quê” recebe acento por estar em posição final de uma frase in-terrogativa, que, por ter entonação ascendente, o torna tônico.

c) “quê” recebe acento para enfatizar o espanto causado pelo menino no interlocutor, reforçado pelas expressões faciais.

d) “quê” recebe acento, tal como “crê”, “vê”, por ser monossíla-bo terminado em “e”; sua posição na frase não interfere na regra ortográfica.

e) “quê” recebe acento para sinalizar que a vogal “u” não deve ser pronunciada.

24. solicitamos que V. Exª, senhor ministro, seja e o pedido de auxiliares.

compreensivo – aceite – seuscompreensivo – aceites – seuscompreensiva – aceite – seuscompreensiva – aceites – vossascompreensivo – aceitais – vossos

Page 93: apostila curso reforma ortográfica

93

25. Pensa um pouco no que combinamos: se é porque quero bem e espero muito de .

insisto contigo – te – tiinsisto consigo – lhe – vocête insisto – te – tiinsisto com você – o – siinsisto consigo – olhe – si

26. Esperei então que V. Exª a petição e ouvir este subordinado.

aceitásseis – vos dispusésseis – vossoaceitasse – vos dispusésseis – vossoaceitasse – dispusesse-se – vossoaceitasse – se dispusesse – seuaceitásseis – vos disporíeis – seu

27. avise quando volta; quero na estação, pois estou ansiosa por .

te esperar – vê-lolhe esperar – ver-lheesperar-te – ver-teesperá-lo – vê-loesperá-lo – lhe ver

28. aguardando parecer, reafirma-mos nossa esperança de que V. sª de acordo com as sugestões que ora envia-mos.

seu – esteje – lhevosso – estejais – vos

Page 94: apostila curso reforma ortográfica

94

seu – esteja – lhevosso – estejai – vosvosso – esteja – lhe

29. solicito a V. sª que os relatórios que estão em poder.

encaminheis – vossoencaminheis – seuencaminhai – vossoencaminhe – seuencaminhe – vosso

30. não ; tranquilo. ninguém de arrebatar o fruto de seu trabalho.

te preocupa – está – te háte preocupes – esteja – te háse preocupe – esteje – lhe háse preocupa – esteja – te háse preocupe – esteja – lhe há

Page 95: apostila curso reforma ortográfica

95

gAbARitouna os elementos, usando o hífen se necessário.

além-mar:

aquém-mar:

recém-nascido:

recém-chegado:

sem-fim:

sem-vergonha:

vice-líder:

vice-presidente:

predeterminar:

ex-namorado:

pós-modernista:

pré-história:

pró-diretas:

pospor:

procriar:

autoadesivo:

autopeça:

antebraço:

bem-amado:

antepassado:

antessala:

antiácido:

antirrábico:

antissemita:

anti-higiênico:

arquimilionário:

sobrecomum:

sobrecoxa:

sobrenatural:

sobressaia:

ab-rogar:

ad-rogar:

sublocatário:

suboficial:

subaéreo:

sub-raça:

autobiografia:

autoestrada:

autossuficiência:

contra-ataque:

contrafilé:

contrarregra:

contrassenso:

superalimentação:

extrajudicial:

super-homem:

extraoficial:

super-realidade:

extraordinário:

mal-entendido:

infraestrutura:

anteontem:

infrassom:

bem-humorado:

infravermelho:

inter-helênico:

intrauterino:

neoclássico:

neorrepublicano:

protomártir:

pseudo-hermafrodita:

pseudofruto:

Page 96: apostila curso reforma ortográfica

96

suprassensível:

supracitado:

ultramarino:

ultrarromântico:

ultrassom:

ultravioleta:

semianalfabeto:

semicírculo:

semirreta:

semissábio:

super-homem:

pan-americano:

pan-helenista:

malcriado:

mal-educado:

interfone:

intramuscular:

inter-relação:

circunvizinhança:

circum-adjacente:2. E

3.

4. linguagem, formatação e uso da norma estão em desacordo com o que prescreve os manuais de reda-ção oficial.

5.

“...visto por esta devem os traba-lhos ser corrigidos.”

“...as matérias com ele relaciona-das.”

“...que a ela dedicam todas as energias.”

“... enquanto que nossa associa-ção encomendou estudo científi-co dessa área a uma entidade de prestígio internacional”.

6. c7. E8. c9. E10. c11. E12. E13. Reformam-se, com qualidade reconhecida no mercado, bancos escolares, sem exceção de modelo ou de material. se você precisar de nosso serviço, entre em contato conosco, que o atenderemos com presteza.Garantimos que nossos materiais de acabamento não retêm sujeira.14. a) Por se tratar do museu da língua portuguesa.b) a palavra “raiz” não deve ser acentuada por ser uma oxítona terminada em “Z.” - ra-iz.no caso de raízes, há o acento por haver um “i” tônico, formando hia-to, sozinho na sílaba - ra-í-zes.15. c16 D17. E18. b19.c20. b21. a22. a23. b24. a25. a26. D27. D28.c29. D30. E

Page 97: apostila curso reforma ortográfica

97

Page 98: apostila curso reforma ortográfica