Apostila Fundamentos de Comércio Exterior

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  • 5/20/2018 Apostila Fundamentos de Comrcio Exterior

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    Tcnico em Logstica

    Ana Rosa Cavalcanti da Silva

    2014

    Fundamentos de ComrcioExterior

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    Coordenao do CursoMaria Helena Cavalcanti

    Coordenao de DesignInstrucionalDiogo Galvo

    Reviso de Lngua PortuguesaEliane Azevedo

    DiagramaoRoberta Cursino

    Governador do Estado de PernambucoJoo Soares Lyra Neto

    Vice-governador do Estado de PernambucoJoo Soares Lyra Neto

    Secretrio de Educao e Esportes dePernambuco

    Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

    Secretrio Executivo de Educao ProfissionalPaulo Fernando de Vasconcelos Dutra

    Gerente Geral de Educao ProfissionalLuciane Alves Santos Pula

    Coordenador de Educao a DistnciaGeorge Bento Catunda

    Presidenta da RepblicaDilma Vana Rousseff

    Vice-presidente da RepblicaMichel Temer

    Ministro da EducaoJos Henrique Paim Fernandes

    Secretrio de Educao Profissional eTecnolgicaAlssio Trindade de Barros

    Diretor de Integrao das RedesMarcelo Machado Feres

    Coordenao Geral de FortalecimentoCarlos Artur de Carvalho Aras

    Coordenador Rede e-Tec BrasilCleanto Csar Gonalves

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    INTRODUO ............................................................................................................................ 3

    1. COMPETNCIA 01 | CONHECER A IMPORTNCIA DA ATIVIDADE EXPORTADORA ............. 5

    1.1 O Impacto da Globalizao nas Trocas Internacionais ............. 6

    1.2 O Processo de Internacionalizao ........................................ 10

    1.3 Etapas da Internacionalizao da Empresa ............................ 14

    1.4 Vantagens para Exportar ....................................................... 15

    1.5 Tipos de Exportao .............................................................. 18

    2. COMPETNCIA 02 l CONHECER O PROCESSO DE PROSPECO DE MERCADOS

    INTERNACIONAIS .................................................................................................................... 20

    2.1 Definio do Que e para Onde Exportar ................................ 21

    2.2. Fatores que Contribuem para a Aceitao do Produto ......... 22

    2.3 O Plano de Negcios.............................................................. 24

    2.4 Marketing Internacional ........................................................ 26

    2.4.1 Comunicao entre o Exportador e o Importador .............. 27

    2.4.2 Aspectos Culturais nas Exportaes ................................... 29

    3. COMPETNCIA 03 l CONHECER AS INFORMAES BSICAS DO COMRCIO EXTERIOR, EM

    TERMOS DE ENTIDADES INTERNACIONAIS, INTEGRAO E BLOCOS ECONMICOS ............ 33

    3.1 Cooperao e Integrao Regional em Termos de Comrcio

    Exterior ....................................................................................... 34

    3.2 Entidades e Sistemas ............................................................. 36

    3.2.1 Organizao Mundial do Comrcio (OMC) ......................... 36

    3.2.2 Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e o

    Desenvolvimento (Unctad) .......................................................... 37

    3.2.3 Sistema Geral de Preferncias (SGP) .................................. 38

    3.2.4 Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC) ............ 39

    3.3 Tratados e Acordos Internacionais de Comrcio ................... 39

    3.4 Processos de Integrao Comercial Internacional ................. 40

    Sumrio

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    3.5 Principais Blocos .................................................................... 41

    3.5.1 Mercado Comum do Sul (Mercosul) ................................... 41

    3.5.2 Associao Latino-Americana de Integrao (Aladi) ........... 42

    3.5.3 Comunidade Andina ........................................................... 42

    3.5.4 Tratado Norte-Americano de Livre Comrcio (North

    American Free Trade Agreement-Nafta) ..................................... 43

    3.5.5 Unio Europeia ................................................................... 44

    3.5.6 Associao Europia de Livre Comrcio (EFTA) .................. 44

    4. COMPETNCIA 04 l CONHECER OS ORGANISMOS NACIONAIS E LOCAIS DE REGULAO E

    APOIO DO COMRCIO EXTERIOR ........................................................................................... 46

    4.1 Classificao dos rgos com Atuao no Comrcio Exterior,

    em Nvel Nacional ....................................................................... 47

    4.1.1 Cmara de Comrcio Exterior (Camex) ............................... 48

    4.1.2 Ministrio das Relaes Exteriores (MRE) .......................... 49

    4.1.3 Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior (MDIC) ........................................................................... 50

    4.1.3.1 Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social

    (BNDES) ....................................................................................... 52

    4.1.3.2 Agncia Brasileira de Promoo de Exportao e

    Investimento (Apex-Brasil) .......................................................... 52

    4.1.4 Ministrio da Fazenda (MF) ................................................ 534.1.4.1 Receita Federal do Brasil (RFB) ........................................ 53

    4.1.4.2 Conselho Monetrio Nacional (CMN) .............................. 54

    4.1.4.3 Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen) ........................... 54

    4.2 Outros Exemplos de rgos Nacionais com Poder de

    Interferncia ou Apoio ao Exportador ......................................... 55

    4.2.1 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa)

    .................................................................................................... 55

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    4.2.2 Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    (Sebrae) ....................................................................................... 55

    4.2.3 Banco do Brasil S.A. (BB)..................................................... 56

    4.3 rgos e Entidades Apoiadores em Pernambuco .................. 57

    5. COMPETNCIA 05 l CONHECER AS EMPRESAS PRIVADAS DE SUPORTE NAS OPERAES

    DE COMRCIO EXTERIOR ........................................................................................................ 61

    5.1 Agentes e Comerciantes Intervenientes no Comrcio Exterior

    .................................................................................................... 61

    5.2 Entes Privados ....................................................................... 63

    5.2.1 Empresas de Transporte Internacional ............................... 63

    5.2.2 Empresas de Armazenagem ............................................... 65

    5.2.3 Operadores porturios ....................................................... 65

    5.2.4. Transitrios de Carga ......................................................... 66

    5.2.5. Empresas de Inspeo ....................................................... 66

    5.2.6 Bancos Comerciais .............................................................. 66

    5.2.7 Companhias de Seguro ....................................................... 67

    5.2.8 Despachantes Aduaneiros .................................................. 67

    5.3 Canais de Distribuio ........................................................... 68

    REFERNCIAS .......................................................................................................................... 69

    Endereos de pginas eletrnicas nacionais e internacionais sobre

    comrcio exterior ........................................................................ 72

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    INTRODUO

    Ol, aluno do Curso Tcnico EAD em Logstica!

    C estamos dando incio a um novo ciclo em seus estudos, estreando o

    Mdulo de Comrcio Exterior, com a rica e estimulante disciplina de

    Fundamentos de Comrcio Exterior. Prepare-se para uma matria de

    contedos interessantes, que certamente vai aumentar ainda mais suavontade de continuar progredindo, em busca de uma melhor formao

    profissional e de uma oportunidade mais interessante no mercado de

    trabalho.

    Para provar a voc que a disciplina contribuir significativamente para a

    ampliao das fronteiras dos seus conhecimentos, veja s os assuntos com os

    quais vamos lidar a partir de agora!

    Na Competncia 01, temos o objetivo de Conhecer a importncia da

    atividade exportadora. Para isso, usaremos como meta a compreenso e a

    fixao de contedos relacionados a entender a globalizao, a

    internacionalizao da empresa e suas etapas e os tipos de exportao.

    Na sequncia, lidaremos com a Competncia 02 (Conhecer o processo de

    prospeco de mercados internacionais). Colocaremos a mo na massa,

    estudando a respeito de temas como definio do que e para onde exportar,

    promoo comercial, causas que contribuem para a aceitao do produto,

    plano de negcios e marketinginternacional.

    A Competncia 03, Conhecer as informaes bsicas do comrcio exterior,

    em termos de entidades internacionais, integrao e blocos econmicos,

    pretende nos levar pelos caminhos da Organizao Mundial do Comrcio

    (OMC), do Sistema Geral de Preferncias (SGP), do Sistema Global dePreferncias Comerciais (SGPC) e dos principais blocos comerciais.

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    Tcnico em Lo stica

    Nas Competncia 04 (Conhecer os organismos nacionais e locais de

    regulao do comrcio exterior) e 05 (Conhecer as empresas privadas desuporte nas operaes de comrcio exterior), seremos guiados a saber a

    respeito do organograma do comrcio exterior brasileiro; dos rgos com

    atuao no comrcio exterior (nvel nacional e local); dos tipos de agentes e

    comerciantes no comrcio exterior, das caractersticas dos intervenientes nas

    operaes e dos canais de distribuio.

    Agora que voc j teve uma viso panormica do que lhe espera, no perca

    tempo e vire logo esta pgina em busca do saber!

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    1. COMPETNCIA 01 | CONHECER A IMPORTNCIA DA ATIVIDADEEXPORTADORA

    Bases tecnolgicas:

    Entender a globalizao

    A internacionalizao da empresa

    Etapas de internacionalizao da empresa

    Consideraes relevantes

    Exportao direta e exportao indireta

    O comrcio exterior de um pas significa o fluxo de mercadorias vendidas

    (exportadas) ou compradas (importadas), bem como dos servios executados

    por empresas nacionais no exterior ou feitas por empresas estrangeiras no

    prprio pas. Em outras palavras, o comrcio exterior engloba a gesto do

    processo de compras e vendas internacionais de produtos e servios.

    Antes de aprofundarmos nossos estudos em Fundamentos do Comrcio

    Exterior, ser necessrio que estejamos familiarizados com termos

    comumente utilizados pelos profissionais da rea. Desse modo, quando nos

    referirmos exportao, estaremos trabalhando com o conceito de um

    processo que ocorre quando um determinado bem cruza a fronteira de um

    pas, ou seja, basicamente, quando uma mercadoria originria dos Estados

    Unidos sai de l e chega at ao Uruguai, estamos diante de uma exportao. Aimportao, por sua vez, seria a entrada desse bem no espao geogrfico do

    pas que o est adquirindo. No mesmo exemplo, os Estados Unidos seriam o

    pas exportador e o Uruguai, o importador.

    Todos os impostos e contribuies diretamente relacionados com a

    exportao e a importao formam as barreiras tarifrias. J as barreiras no

    tarifrias so restries entrada de mercadorias importadas, para criar

    distores nas trocas comerciais, a exemplo dos regimes de licenas de

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    importao. Por meio de cotas, restringe-se a quantidade de produto

    importado, limitada a um nmero preestabelecido alocado sob a base globalou especfica.

    Para que seja feito o intercmbio de produtos ou servios, duas empresas

    situadas em pases diferentes firmam um contrato de compra e venda

    internacional, ou seja, um acordo onde so ditadas as condies de entrega

    do produto ou da prestao do servio, a forma de pagamento, etc.,

    formalizando, assim, a relao da empresa exportadora com seus clientes no

    exterior. o que Sousa (2009, p.149) chama de ponto de partida das

    operaes comerciais internacionais. Depois, o exportador dever enviar a

    mercadoria, cumprindo os trmites administrativos, e o comprador precisar

    pag-la, recepcion-la e cumprir as formalidades administrativas resultantes

    da admisso de mercadorias importadas.

    Mas no so apenas importadores e exportadores os envolvidos nesta

    operao. Outras empresas e organismos participam do processo. A parte dalogstica, que tanto lhe interessa, caro aluno, por exemplo, trata do fluxo fsico

    das mercadorias, pela atuao de empresas de transporte e armazenagem,

    operadores porturios, etc. Os pagamentos e seguros so de responsabilidade

    das entidades financeiras, com controle do Banco Central. As empresas de

    inspeo, por sua vez, comandam a parte do controle das mercadorias, sendo

    tudo monitorado pela Receita Federal. As alfndegas e despachantes

    aduaneiros se encarregam dos processos administrativos. Ficou empolgado

    em saber de que forma as coisas acontecem? Ento siga em frente na leitura!

    1.1 O Impacto da Globalizao nas Trocas Internacionais

    Embora o Brasil esteja em posio privilegiada no ranking que mede os

    maiores exportadores do planeta, ocupando o vigsimo primeiro lugar (MRE,

    2012), nosso pas no produz tudo o que sua populao necessita. E, ainda

    que tenha dimenses continentais, o pas, como qualquer um dos outros 190

    existentes no mundo, no possui condies de satisfazer a todas as demandas

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    internas. Voc saberia explicar o motivo dessa aparente situaodesfavorvel?

    Imagine que no cabvel que uma nao seja autossuficiente. A falha ou

    baixa produtividade de um determinando produto ou matria prima em um

    pas pode muito bem ser coberta por um vizinho. Por isso, tanto comprar de

    um estrangeiro quanto vender a outro pas so prticas corriqueiras e

    necessrias, ou seja, tanto exportar quanto importar fazem parte das regras

    do jogo!

    Nenhum pas do mundo consegue gerar todos os bens eservios de que sua populao necessita. Comoalternativa, os pases tm procurado especializar-se emcertas atividades, objetivando produzir maiseficazmente determinados tipos de produtos; osexcedentes dessas produes so ento trocados poroutros produtos necessrios s suas populaes. Dessa

    forma, as empresas tornam-se mercados maiscompetitivos, surgindo novos produtos para atendernovas demandas (SOUSA, 2009, p. 6).

    A Argentina, por exemplo, o segundo maior fornecedor de mercadorias e

    insumos de que o Brasil precisa. O Brasil, por sua vez, exporta bastante da sua

    pauta de vendas internacionais para a China, segundo dados relativos a 2013,

    elaborados pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior.

    Imagem 01 - Brasil e Argentina: comrcio exteriorFonte:

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    Assim, fica mais fcil compreender porque, ao mesmo tempo em que vende

    para a Argentina, to prxima, e para a China, do outro lado do mundo, oBrasil ainda usa boa parte de sua produo para consumo interno. Escoar

    toda sua produo l para fora ou comercializar tudo no prprio pas no teria

    muito sentido, no verdade, visto que no produzimos por aqui tudo que

    necessitamos em termos de insumos, matrias primas, mquinas, etc.

    Como nenhum pas uma ilha, natural que ocorra o fluxo internacional,

    motivado pela globalizao. Como voc bem sabe, a globalizao pode ser

    encarada como um fenmeno, em escala global, capaz de produzir uma

    integrao de cunho econmico, social, cultural e poltico entre diferentes

    pases.

    Ainda que a globalizao possa ser criticada por vrios aspectos, pelos

    contrrios ao sistema capitalista, para fins de nossos estudos em Logstica e,

    especificamente, em virtude de nossa disciplina de Fundamentos de Comrcio

    Exterior, importante para voc, aluno consciente e aberto aos novosconhecimentos, compreender, por exemplo, que o incremento no fluxo

    comercial mundial foi potencializado pela modernizao dos transportes e das

    telecomunicaes, por exemplo.

    Se imaginarmos, hipoteticamente, o transporte martimo como uma

    ferramenta da globalizao, poderemos refletir que sua elevada capacidade

    de carga, atrelada ao fato de ele servir fortemente nas transaes de

    importao e exportao, fazem deste modal um elo da mundializao demercadorias. Por isso, um mesmo produto pode ser encontrado em diferentes

    partes do mundo, de forma to acessvel! cada vez mais comum, por

    exemplo, que, ao lermos o rtulo de um alimento ou produto de higiene

    industrializado vejamos que os mesmos foram feitos em fbricas em algum

    pas da Amrica do Sul, por exemplo.

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    Imagem 02 - Transporte martimo

    Fonte:

    Ludovico (2009) faz uma comparao bem interessante ao abordar essa

    questo. Veja se o pensamento desse autor no tem relao direta com o que

    comeamos a estudar a partir de agora: para ele, analisar o comrcio

    internacional poder ter a viso de que, realmente, o mundo se tornou um

    grande condomnio de pases. Nesse grande condomnio, os inquilinos

    seriam empresas de todos os tipos e tamanhos.

    Tambm podemos construir nossa prpria analogia nesse sentido! Pensemos

    o mundo como um grande shopping center e os pases funcionando como

    lojas. As mercadorias dessas lojas esto disponveis venda para todos e,

    dependendo da situao, uma determinada loja pode comprar de outra, sem

    sair de l. Se uma lanchonete desse shopping ficar sem guardanapo, por

    exemplo, pode muito bem ir a uma loja de departamentos prxima compraresse item, sem grandes problemas. Isso quer dizer que a lanchonete, cuja

    especialidade fazer e vender lanches, no precisa ter uma loja ou fbrica

    prpria de guardanapo para levar seu negcio adiante, no mesmo, pois seu

    vizinho tem condies de ampar-lo nesta necessidade emergencial.

    Compreendeu como fcil?

    De fato, a questo da globalizao algo que provocou e ainda gera

    mudanas na forma de atuao das empresas em nvel internacional. As novas

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    maneiras de fazer negcios, numa amplitude que no se prende mais s

    fronteiras e s proximidades geogrficas, so constataes que empurram ospases e suas empresas aventura do comrcio exterior.

    Mas agora pare e pense um pouco a fundo: se o mundo cada vez menor e

    se todos os pases e suas empresas pensarem em vender para o mundo, ao

    mesmo tempo, haver mercado consumidor suficiente para todos? H tanta

    demanda assim? A resposta, claramente, no! Afinal de contas, sempre

    haver mais interessados em vender do que comprar, no mesmo? Ento,

    como fazer a diferena, como ser bem sucedido nessa empreitada e o que a

    Logstica tem a ver com tudo isso? Vamos em busca das respostas!

    1.2 O Processo de Internacionalizao

    Participar ativamente nos mercados externos pea-chave do processo de

    internacionalizao da empresa. Mas estar em constante movimento

    internacional um enorme desafio para qualquer empresa! Como aponta

    Ludovico (2009), as atividades de comrcio exterior no so isentas de

    dificuldades, at porque o mundo l fora fala outros idiomas e tem diferentes

    hbitos, culturas e leis em relao ao que o empresrio local est habituado.

    Essas so apenas algumas das dificuldades que devem ser consideradas pelas

    empresas que se preparam para exportar ou importar. Tambm bom

    lembrar que se as empresas brasileiras se dedicarem exclusivamente a

    produzir para o mercado interno, como receio de enfrentar o que est noexterior, alm de seus muros, sofrero a concorrncia das empresas

    estrangeiras dentro do prprio Pas. Afinal, cada vez maior a avalanche de

    marcas e produtos vindos de fora, disposio do consumidor nacional,

    concorda?

    Outros pontos a partir dos quais se deve refletir so listados por Ludovico

    (2009): definir os objetivos, analisar a capacidade, criar a misso e viso para

    atuar com outros mercados. Tudo isso de suma importncia para que a

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    empresa realmente tome a deciso correta sem conflitar, no futuro, comproblemas no antes analisados.

    Para construir sua estratgia internacional, o empresrio precisa ter respostas

    para questionamentos profundos como os adiante, assim alerta Ludovico

    (2009):

    1. Que percentual da produo estar disponvel para exportao? A

    empresa deve analisar sua capacidade instalada e quanto dissoregularmente vende no mercado interno, incluindo momentos de

    sazonalidade, como as estaes do ano, pocas de safra e entressafra.

    2.

    Quais produtos sero selecionados para ser exportados?Se a empresa

    produz mais de um item ou mesmo vrios modelos, dever,

    cuidadosamente, com base na pergunta anterior, verificar qual a

    melhor seleo para a exportao.

    3.

    A qualidade do produto compatvel com mercados mais ou menossofisticados?O mercado internacional no difere do mercado interno,

    por isso, faixas de consumo, poder aquisitivo, usos e costumes e

    sazonalidade so alguns dos fatores de anlise.

    4.

    A empresa est preparada para investimentos que sero exigidos at

    o momento da realizao de negcios com o exterior? Assim como no

    incio das atividades da empresa no mercado interno, os mesmos

    procedimentos ocorrero quando iniciar as atividades para a

    exportao. Desse modo, ser preciso fazer catlogos em vriosidiomas, investir em propaganda, enviar amostras, investir em site e

    meios de comunicao, etc.

    Apenas com essas perguntas possvel constatar que o aumento da

    competio internacional pelos mercados tem lanado o desafio por novos

    padres de desempenho produtivo, tecnolgico e mercadolgico s empresas

    que pretendam alcanar um nvel de competitividade global (LUDOVICO,

    2009).

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    Imagem 03 - Qualidade de exportaoFonte:

    De um lado, os empresrios precisam ser capazes de se adaptarem s

    necessidades particulares de cada mercado. Ao mesmo tempo, ainda devem

    saber como aproveitar as economias de escala1e sinergias em suas operaes

    internacionais. Para unir as duas pontas desse enorme desafio, Ludovico

    (2009) explica que as empresas esto adotando estratgias de integrao e

    expanso de suas atividades internacionais, ou seja, globalizando o negcio,

    das seguintes formas:

    1. Integrao das atividades internacionais: estratgia vlida para

    empresas que atuam em diversos pases, pois, por meio da integrao

    de suas atividades internacionais, podem alcanar economias de escala

    e sinergias em produo, compras, marketing, finanas e pesquisas.

    2.

    Expanso internacional: pode ser usada tanto por empresas locais

    como por multinacionais. O objetivo aumentar a participao nos

    mercados internacionais por meio de exportaes, franchising2

    internacional, implantao de unidades ou aquisies de empresas noexterior.

    3. Aliana internacional: visa desenvolver associaes formais ou

    informais com fornecedores de produtos tecnologicamente

    diferenciados, com clientes globais e mesmo com concorrentes

    internacionais.

    Ao se propor ao lanamento no mercado internacional, na condio de

    exportadora ativa, a empresa deve entender que para garantir sua fatia do

    NOTAS:1.Organizar e utilizaro processo produtivopara diminuir custos,

    visando otimizar aqualidade de um

    determinadosproduto e elevar o

    nvel de lucratividadepara a empresa, esse

    um dos principaisobjetivos quecaracteriza a

    economia de escala,ou seja, quanto mais

    se produz numadeterminada

    quantidade, menor ovalor do custo de

    cada unidadeproduzida. Disponvel

    em.Acesso em 20

    set.2012.

    2.Franchising:estratgia para a

    distribuio ecomercializao de

    produtos e servios. um mtodo seguro e

    eficaz para asempresas que

    desejam ampliar suas

    operaes com baixoinvestimento,

    representando, poroutro lado, uma

    grande oportunidadepara quem quer serdono de seu prprio

    negcio. Fonte:http://www.pa.sebrae.com.br/sessoes/pse/tdn/tdn_fra_oque.asp/

    http://www.infoescola.com/economia/economia-de-escala/http://www.infoescola.com/economia/economia-de-escala/http://www.infoescola.com/economia/economia-de-escala/http://www.infoescola.com/economia/economia-de-escala/
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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    mercado internacional no deve considerar a exportao uma atividadeespordica. Deriva diretamente disso o fato de que a empresa exportadora

    dever estar em condies de atender sempre s demandas regulares de seus

    clientes no exterior.

    A estratgia criada tambm poder se alicerar nos chamados consrcios de

    exportao, ou seja, associaes de empresas que conjugam esforos e/ou

    estabelecem uma diviso interna de trabalho, com a inteno de cortar

    custos, aumentar oferta de produtos destinados ao mercado externo e

    ampliar as exportaes. Segundo Brasil (2004, p. 14), os consrcios podem ser

    assim caracterizados:

    Consrcio de Promoo de Exportaes - mais recomendvel para

    empresas que j possuem experincia em comrcio exterior. As vendas no

    mercado externo so realizadas diretamente pelas empresas que integram o

    consrcio. Sua finalidade desenvolver atividades de promoo de negcios,capacitao e treinamento, bem como melhoria dos produtos a serem

    exportados;

    Consrcio de Vendas - recomendado quando as empresas que dele

    pretendem participar no possuem experincia em comrcio exterior. As

    exportaes so realizadas pelo consrcio, por intermdio de uma empresa

    comercial exportadora;

    Consrcio de rea ou Pas - rene empresas que pretendem concentrar

    suas vendas em um nico pas ou em uma regio determinada. O consrcio

    pode ser de promoo de exportaes ou de vendas. Pode ainda ser

    monossetorial (agrega empresas do mesmo setor) ou multissetorial (os

    produtos fabricados pelas empresas podem ser complementares ou

    heterogneos, assim como destinados ou no a um mesmo cliente).

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    1.3 Etapas da Internacionalizao da Empresa

    Podemos pensar, sem grandes complicaes, que poucas so as empresas que

    j se lanam no mercado internacional obtendo sucesso instantneo. At

    ingressarem na categoria exportadoras ativas um longo caminho precisa ser

    percorrido. Para os que so mais apressadinhos, vale a pena lembrar que a

    perfeio pede calma! Vejamos, pois, as etapas que devem ser percorridas at

    a transformao acontecer (BRASIL, 2004, p.11):

    No interessada - mesmo que eventualmente ocorram manifestaes

    de interesse por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa

    prefere vender exclusivamente no mercado interno;

    Parcialmente interessada- a empresa atende aos pedidos recebidos de

    clientes no exterior, mas no estabelece um plano consistente de

    exportao;

    Exportadora experimental - a empresa vende apenas aos pases

    vizinhos, pois os considera praticamente uma extenso do mercadointerno, em razo da similaridade dos hbitos e preferncias dos

    consumidores, bem como das normas tcnicas adotadas.

    Exportadora ativa- a empresa modifica e adapta os seus produtos para

    atender aos mercados no exterior. A atividade exportadora passa a

    fazer parte da estratgia, dos planos e do oramento da empresa.

    Agora que j sabemos que as empresas podem participar do mercado

    internacional de modo ativo e permanente ou de maneira eventual, vlidochamar ateno para o fato de que, em geral, o xito e o bom desempenho

    na atividade exportadora so obtidos pelas empresas que se inseriram na

    atividade exportadora como resultado de um planejamento estratgico,

    direcionado para os mercados externos (BRASIL, 2004, p.11).

    Quando falamos em planejamento estratgico estamos querendo dar foco

    necessidade de identificar pontos fracos, pontos fortes, ameaas e

    oportunidades que devero ser analisados com antecedncia. Junte-se a isso

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    o fato de que ser preciso fazer uma seleo de mercados com base emcritrios de pesquisa e definio de mercados prioritrios. De modo

    sistematizado, Brasil (2004, p.11) indica que seja considerado o seguinte

    fluxograma de exportao:

    1. Avaliao da capacidade exportadora;

    2.

    Pesquisa de mercado;

    3. Preparao do produto;

    4.

    Formao de preo para exportao; e

    5. Documentao inerente.

    1.4 Vantagens para Exportar

    Com o avanar de nossas discusses, caro aluno, voc j deve ter ampliado

    sua noo de que estar em movimento no comrcio exterior exige bastante

    do empresrio. Se a lista de obstculos a serem vencidos grande, por outro

    lado, as vantagens obtidas com esse processo mostram-se recompensadoras,

    de vrias formas. Alis, importante ter em mente que a exportao trilho

    para o futuro da empresa, num ambiente cada vez mais globalizado com mais

    exigncias, seja dos consumidores, seja dos governos, com mais concorrncia,

    ora local, ora internacional.

    Assim, a sada mais inteligente parece ser mesmo arregaar as mangas e

    partir para o trabalho! Brasil (2004, p. 9-10) nos oferece oito motivosvantajosos advindos da atividade exportadora s empresas. Ser que voc j

    tinha pensado em algum deles? Confira a seguir:

    1.

    Maior produtividade - exportar implica aumento da escala de

    produo, que pode ser obtida pela utilizao da capacidade ociosa da

    empresa e/ou pelo aperfeioamento dos seus processos produtivos. A

    empresa poder, assim, diminuir o custo de seus produtos, tornando-os

    mais competitivos, e aumentar sua margem de lucro;

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    2. Diminuio da carga tributria - a empresa3 pode compensar o

    recolhimento dos impostos internos, via exportao:a) Os produtos exportados no sofrem a incidncia do Imposto sobre

    Produtos Industrializados (IPI);

    b)

    O Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS)

    tampouco incide sobre operaes de exportao de produtos

    industrializados, produtos semielaborados4, produtos primrios (com os

    derivados da agricultura) ou prestao de servio;

    c) Na determinao da base de clculo da Contribuio para

    Financiamento da Seguridade Social (COFINS), so excludas as receitas

    decorrentes da exportao;

    d)

    As receitas decorrentes da exportao so tambm isentas da

    contribuio para o Programa de Integrao Social (PIS) e para o

    Programa de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico (PASEP); e

    e) O Imposto sobre Operaes Financeiras (IOF) aplicado s operaes de

    cmbio5vinculadas exportao de bens e servios tem alquota zero.

    3.

    Reduo da dependncia das vendas internas - a diversificao demercados (interno e externo) proporciona empresa maior segurana

    contra as oscilaes dos nveis da demanda interna;

    4.

    Aumento da capacidade inovadora- as empresas exportadoras tendem

    a ser mais inovadoras que as no-exportadoras; costumam utilizar

    nmero maior de novos processos de fabricao; adotam programas de

    qualidade; e desenvolvem novos produtos com maior frequncia;

    5. Aperfeioamento de recursos humanos- as empresas que exportam se

    destacam na rea de recursos humanos, pois costumam oferecer

    melhores salrios e oportunidades de treinamento a seus funcionrios;

    6. Aperfeioamento dos processos industriais (melhoria na qualidade e

    apresentao do produto, por exemplo) e comerciais (elaborao de

    contratos mais precisos, novos processos gerenciais, etc.) - a empresa

    adquire melhores condies de competio interna e externa;

    7. Melhor aproveitamento das estaes do ano- a empresa que produz

    artigos vinculados s estaes do ano, como moda praia e agasalhos, na

    NOTAS:3.As micro e

    pequenas empresasdevem atentar para ofato de que, quando

    enquadradas noSistema Simplificado

    de Tributao, oSimples, no gozam

    dos seguintes

    incentivos fiscais nasvendas para mercadoexterno: iseno de

    IPI, COFINS, PIS,PASEP. No que tange incidncia de ICMS,essa deciso cabe a

    cada Estado.

    4.Produto semi-elaborado: toda a

    substncia ou misturade substncias ainda

    sob o processo defabricao. Fonte:http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.ht

    m.

    5. Operao decmbio:troca da

    moeda de um paspela do outro. E,

    quando se fala emmoeda deve-seentend-la na

    acepo mais amplada palavra, sendo nos a moeda metlicaou o papel moeda,mas sim todos os

    documentos capazesde represent-la(cheque, carta de

    crdito etc.). Fonte:http://jus.com.br/revi

    sta/texto/4050/iof-operacoes-de-cambio-

    como-fato-gerador-

    do-imposto.

    http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htmhttp://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_p.htm
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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    baixa estao no mercado interno pode projetar-se para o mercado dohemisfrio oposto;

    8. Imagem da empresa - o carter de empresa exportadora uma

    referncia importante, nos contatos da empresa no Brasil e no exterior;

    a imagem da empresa fica associada a mercados externos, em geral

    mais exigentes, com reflexos positivos para os seus clientes e

    fornecedores.

    Para qualquer pas, ver suas empresas exportando tambm sinnimo de

    vantagem. No por outro motivo que os governos, como o brasileiro, criam

    mecanismos de estimulo atividade internacional, como os relativos

    questo dos impostos que vimos h pouco. Para o Brasil, a atividade

    exportadora ajuda na gerao de renda e emprego, j que as empresas que

    exportam precisam comprar mais matria-prima, empregar mais gente, etc.;

    na entrada das divisas (moedas) necessrias ao equilbrio das contas externas,

    assunto a ser tratado em Economia Internacional, por meio dos pagamentosdas exportaes; e para a promoo do desenvolvimento econmico.

    Imagem 04 - Feito no BrasilFonte: < http://www.fiec.org.br/portalv2/sites/fiec-onlinev2/files/images/fiec_online/Made+-+logo.jpg>

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 01

    1.5 Tipos de Exportao

    Segundo Brasil (2004), a exportao direta a operao na qual o produto

    exportado faturado pelo prprio produtor ao importador. Por tal

    caracterstica, esse tipo de operao exige da empresa o conhecimento do

    processo de exportao em toda a sua extenso. A utilizao de um agente

    comercial pela empresa produtora/exportadora tambm se encaixa como

    exportao direta.

    Nesta modalidade, o produto exportado isento do IPIe no ocorre a incidncia do ICMS. Beneficia-se tambmdos crditos fiscais incidentes sobre os insumosutilizados no processo produtivo. No caso do ICMS, recomendvel consultar as autoridades fazendriasestaduais, sobretudo quando houver crditos a recebere insumos adquiridos em outros Estados (BRASIL, 2004,p.13).

    J a exportao indireta realizada por intermdio de empresas estabelecidas

    no Brasil, que adquirem produtos para export-los. Essas empresas podem

    ser:

    Empresas comerciais exclusivamente exportadoras;

    Empresa comercial que opera no mercado interno e externo;

    Trading companies (a venda da mercadoria pela empresa produtora

    para uma trading que atua no mercado interno equiparada a uma

    operao de exportao, em termos fiscais);

    Cooperativa ou consrcios de produtores ou exportadores;

    Outro estabelecimento da empresa produtora (a venda a este tipo de

    empresa considerada equivalente a uma exportao direta,

    assegurando os mesmos benefcios fiscaisIPI e ICMS);

    Empresa industrial que atua comercialmente com produtos de

    terceiros.

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 01

    Leitura complementar 01:

    Capacidade Exportadora

    A exportao no est vinculada s dimenses da empresa (...). A exportao

    exige um compromisso com a qualidade, a criatividade e o profissionalismo. (...).

    fundamental que na base do processo de internacionalizao haja a avaliao da

    capacidade exportadora da empresa e no s a capacidade de produo. A

    capacidade exportadora a capacidade que a empresa tem de compreender os

    mercados internacionais e adequar-se a eles, por consequncia, em vrios nveis,

    como recursos humanos, projeto, produtividade, comunicao e gesto.

    Muitas vezes, notamos que existem empresas que investem mais em

    capacidade tecnolgica (mquinas modernas, procedimentos atualizados) e menos

    em formao de pessoal responsvel pela gesto da exportao ou em atividades

    inerentes transferncia do produto e gesto dos mercados.

    Encontramos tambm empresas que, no obtendo muito sucesso no mercado

    interno, tentam o caminho da internacionalizao. Exceto em alguns casos nos quaisrealmente possvel obter melhores resultados no exterior do que no mercado

    interno (...), normalmente mais fcil sobreviver no mercado interno em que as

    variveis de mercado como lngua, cultura, preos, normas, etc. tm menor

    influncia. Em tais casos, trata-se de um problema de gesto empresarial.

    Portanto, quem pode exportar de modo continuativo? Exporta a empresa que

    conseguiu criar uma capacidade exportadora, a capacidade de satisfazer s

    exigncias dos mercados externos. (...) As empresas usualmente exportam para

    mercados mais prximos, em rpido crescimento; mais similares culturalmente; em

    que a competio menos agressiva; grandes.Portanto, deve-se trabalhar para criar uma empresa em condies de

    competir, preocupar-se em transferir o produto da forma mais competitiva possvel

    (como cuidar da logstica, da embalagem, dos aspectos legislativos, etc.) e gerenciar

    os mercados.

    Fonte: adaptado de MINERVINI, 2005, p. 5-7.

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    2. COMPETNCIA 02 l CONHECER O PROCESSO DE PROSPECO DE

    MERCADOS INTERNACIONAIS

    Bases tecnolgicas:

    Definio do que exportar

    Para onde exportar

    Promoo comercial: pesquisa de mercado, feiras e exposies no Brasil

    e no exterior

    Fatores que contribuem para a aceitao do produto

    O plano de negcios

    Marketing internacional: Identificao das necessidades de consumo,

    Disponibilidade do produto, Comunicao entre o exportador e o

    importador, Material promocional.

    Se a empresa j tomou conscincia de que deseja ingressar no mercado

    internacional ser preciso, agora, entre outros fatores, definir o que seroferecido para os consumidores estrangeiros. E antes que voc possa

    imaginar que basta levar os produtos ou insumos que j esto disponibilizados

    para o mercado domstico, ou seja, daqui mesmo do Brasil, l para fora, saiba

    que nem sempre isso ser possvel. s atentar para a questo de que

    necessidades e preferncias de consumidores diferentes dos quais a empresa

    est habituada a servir precisaro ser atendidas. Pense conosco: se nosso

    gosto e necessidades variam tanto, imagine o que quer e como se comporta

    quem vive do outro lado do mundo, como um rabe, por exemplo?!

    Assim, queremos chamar sua ateno para o fato de que uma simples cpia

    ou adaptao de produto no ser das estratgias mais bem feitas. O que

    dever ser vendido l fora a grande questo. Querer economizar, achando

    que s dar um jeitinho que tudo ficar bem pode ser uma sada no muito

    econmica e o que pior: tende a manchar a imagem de sua marca no pas

    estrangeiro.

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 02

    Para auxiliar a encontrar o produto certo e disponibiliz-lo da melhor formapossvel cabe uma boa investigao sobre o pas ou pases que se pretendem

    atingir. Que tal descobrir de que forma voc poder contribuir para isso, em

    suas atividades profissionais? Est pronto?

    Imagem 05 - Comrcio exterior

    Fonte:

    2.1 Definio do Que e para Onde Exportar

    Um dos mecanismos de ajuda para obteno de sucesso nas negociaes

    internacionais a pesquisa de mercado. essa ferramenta quem apontar

    empresa os potenciais importadores de seus produtos, dir as caractersticas

    da demanda, o tratamento tarifrio e outras informaes teis.

    Ludovico (2009) recomenda que, antes mesmo de executar a pesquisa de

    mercado, preciso planej-la, ou seja, levar em conta o problema que

    originou a busca, o tipo de informao requerido e sua profundidade, a

    veracidade da fonte de informao, assim como evitar as distores

    ideolgicas que possam atrapalhar a pesquisa. O autor montou um esquema

    bsico de trabalho de investigao de mercado internacional em torno dosseguintes eixos:

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    O mercado em si mesmo

    Acesso ao mercado

    Fatores de comercializao

    Concluso

    No detalhamento do estudo, a sugesto de Ludovico (2009) de que sejam

    levantados, por exemplo, dados gerais sobre o pas analisado (ex: populao,

    principais cidades, nmero de habitantes, idioma, moeda utilizada e tipo de

    cmbio em relao ao dlar, renda per capita,produto interno bruto, etc), o

    produto a ser comercializado no estrangeiro (nome tcnico, cientfico ou

    comercial, descrio dos produtos nacionais e importados vendidos no

    mercado, preo, origem, embalagem, apresentao campanhas publicitrias

    desenvolvidas pelos concorrentes, tipos de mensagens e meios utilizados,

    estratgias seguidas pelos pases exportadores), identificao dos

    consumidores em grandes grupos e suas caractersticas, tendncias e

    projees para os prximos anos, regulamentaes governamentais

    (restries, cotas de importao, contingenciamentos, exignciasdocumentais, etc.), etc.

    Como a tarefa de pesquisa exige um alto grau de preciso, o empresrio

    brasileiro pode recorrer ajuda do Departamento de Promoo Comercial

    (DPR) do Ministrio das Relaes Exteriores (MRE). Segundo Brasil (2011),

    este setor, ligado ao Governo Federal, est habilitado para fazer pesquisas de

    mercado, no exterior, preparar informaes sobre produtos brasileiros com

    potencial de exportao, identificar oportunidades de exportao, orientar

    exportadores sobre como exportar para este ou aquele mercado, etc.

    2.2. Fatores que Contribuem para a Aceitao do Produto

    Depois de obter dados e informaes sobre clientes a serem conquistados, as

    futuras empresas exportadoras podero comear a contatar os provveis

    clientes, iniciando, assim, uma relao comercial. Muito possivelmente os

    primeiros contatos no geraro negcios firmados e dinheiro no bolso, mas

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 02

    serviro como experincia na longa jornada da exportao. Assim, voc jdever ter percebido que de nada adiantar ter pressa! A dica desenvolver

    uma excelente relao, pautada na tica e na confiana, e seguir em frente!

    Como neste comeo de caminhada tudo ser vlido para se apropriar melhor

    do terreno onde se est pisando, ou melhor, onde se pretende pisar, uma

    boa forma de ir se ambientando no mercado internacional participar de

    prospeces em outros pases, ou seja, til para o empresrio realizar

    viagens ao exterior, com o objetivo de explorar mercados potenciais para suas

    exportaes, em contato direto com importadores e consumidores, bem

    como participar de feiras comerciais no exterior (BRASIL, 2004, p. 15).

    Lembre-se que os gastos que sero oriundos dessas viagens devero ser

    encarados como investimentos necessrios, rumo conquista de uma nova

    clientela!

    Participar de eventos com estrangeiros, no prprio Brasil, tambm outraboa proposta. cada vez mais comum vermos as rodadas de negcios

    acontecendo aqui e l fora, gerando oportunidades para quem quer comprar

    e para quem precisa vender. As rodadas de negcios, segundo Brasil (2004,

    p.21):

    (...) renem os empresrios que demandam e ofertamservios no mesmo local para que negociem. O principalinstrumento o agendamento, que consiste em marcar

    encontros direcionados entre ofertantes edemandantes. Estes encontros so marcados a partir daanlise de perfil preenchido pela empresa ao seinscrever e tm durao mxima estipulada pelosorganizadores.

    Existem atributos que contribuem para que o produto passe a ser adquirido l

    fora. O interesse do consumidor estrangeiro pode ser despertado atravs de

    (BRASIL, 2004, p. 25):

    Saiba mais:Gostaria de

    conhecer maissobre feiras de

    negcios? Um bomcomeo acessar

    ao CalendrioBrasileiro e

    Exposies e Feiras2014. O material

    est disponvel em:http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/CalendarioFeiras20

    14_P.pdf

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    Preo: o exportador deve levar em considerao tanto os custos para a

    sua empresa como os preos praticados no mercado em que pretendecolocar o seu produto. Em princpio, o preo de exportao no dever

    ser maior do que o j praticado no mercado alvo.

    Embalagem: a embalagem deve tanto servir para proteger o produto

    como para torn-lo mais atraente para os consumidores.

    Assistncia tcnica: para certos tipos de produtos, a assistncia tcnica

    tem assumido um papel crucial na competio internacional e pode ser

    determinante na tomada de decises do consumidor por conta da

    garantia, instrues sobre a utilizao do produto, atendimento a

    reclamaes, reposio de peas com defeitos, reparo e manuteno e

    treinamento de mo de obra especializada.

    Aps a identificao dos mercados-alvo, via pesquisa, e escolha do tipo de

    produto ideal para o consumidor estrangeiro, ser necessrio que a empresa

    que deseje estar ativa no mercado internacional adapte sua linha de produo

    e incorpore, de uma vez por todas, o mercado externo no seu cotidiano diriode atribuies. Para tanto, indicado que tudo esteja traado num belo plano

    de negcios. Ficou empolgado como o desafio de constru-lo e execut-lo?

    Ento, siga em frente na leitura!

    2.3 O Plano de Negcios

    Imagem 06- A importncia do plano de negciosFonte:

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 02

    Um plano de negcios para exportao, em geral, deve ser feito por umconsultor experiente, algum com vivncia no mundo do comrcio exterior. O

    empresrio que comea a engatinhar nesse mercado provavelmente no

    dar conta de tantas atividades, inclusive a de fazer um bom plano de

    negcios. De todo modo, seja um projeto contratado, seja o prprio

    empresrio o desenvolvendo, Brasil (2004, p.28-29) indica os seguintes temas

    que devero estar contemplados:

    Sumrio: o porqu de entrar neste mercado e quais so as

    probabilidades de sucesso;

    Situao presente: identificar quais produtos da empresa tem potencial

    para exportao;

    Objetivos: metas de curto e longo prazos para a empresa na

    exportao;

    Gerenciamento: relacionar os setores da empresa que sero envolvidos

    no negcio; Anlise de mercado: definir estratgias de vendas do produto;

    Clientes-alvo: descrio do perfil do consumidor, hbitos e costumes;

    Anlise da concorrncia: estudo dos concorrentes e posicionamento

    dos mesmos;

    Estratgias de marketing: estratgias para atrao e reteno do

    cliente;

    Preos: definio dos preos internacionais e estimativas de lucros;

    Mtodos de distribuio: identificar os canais de distribuio em

    determinado mercado;

    Plano de fabricao: identificar como sero produzidos os produtos

    para exportao, assim como o volume;

    Balano contbil: identificar dados sobre liquidez e fluxo de caixa da

    empresa nos ltimos anos;

    Fonte de financiamento: como obter financiamentos para expanso dos

    recursos;

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    Concluso: apresentao do plano de ao com os dados do lucro

    esperado e cronograma da operao.

    2.4 Marketing Internacional

    O marketing internacional volta-se satisfao de necessidades especficas,

    como divulgao e a promoo da empresa exportadora e de seus produtos

    nos mercados externos. Por isso, essa atividade de importncia crucial para

    o sucesso da empresa l fora. Mesmo que voc, como profissional de logstica,

    no venha a trabalhar diretamente nessa rea, interessante para a sua

    bagagem de conhecimento saber de que forma o marketing internacional

    influencia e molda todo o processo relativo ao comrcio exterior.

    Para dar sustentao ao desenvolvimento do marketing interessante que o

    futuro exportador cuide de (BRASIL, 2004, p.22):

    Identificao das necessidades de consumo em um determinado

    mercado (necessidades de consumo de seu produto).

    Disponibilidade do produto e suas caractersticas: preferncias dos

    consumidores em um determinado mercado, como cor, tamanho,

    design e estilo. Alm disso, deve-se atentar para: materiais utilizados

    (observncia das exigncias legais referentes sade e segurana),

    desempenho (facilidade de manuteno, durabilidade, credibilidade,

    fora e imagem, resistncia a condies especficas) e especificaes

    tcnicas (dimenses, voltagem, durabilidade, etc.). oportuno avisarque as especificaes tcnicas podero ser requeridas pelo importador

    ou pela legislao do pas de destino do produto. Portanto, fique alerta!

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 02

    Imagem 07 - Marcas globaisFonte:

    Com relao ao material promocional, a dica que ele seja feito no idioma do

    mercado-alvo, ou, no mnimo, em ingls. Fazem parte do material

    promocional internacional itens como:

    Catlogo de exportao com imagens do produto ou dos produtos a

    serem exportados e informaes gerais (caractersticas e utilidade);

    Publicidade - publicao de matrias em revistas especializadas ou

    tcnicas ou anncios pagos;

    Divulgao de material promocional por mala-direta;

    Pgina na internet, etc.

    2.4.1 Comunicao entre o Exportador e o Importador

    O marketing internacional tambm se fundamenta numa relao de

    comunicao adequada entre fornecedor, ou seja, o futuro exportador, e o

    interessado, no caso, a empresa importadora. Para que essa relao seja

    exitosa, desde o incio, ainda nos primeiros telefonemas e e-mails trocados

    com o pretenso cliente estrangeiro, ser preciso zelar pela boa impresso, na

    correspondncia comercial (utilizar papel timbrado com o endereo e nome

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    28

    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    da empresa, inclusive e-mail e endereo de homepage na internet), na hora

    de redigir o texto das cartas de forma breve, clara e precisa e, se possvel, noidioma do destinatrio (importador estrangeiro), entre outros. Agindo assim

    voc s tem a ganhar, caro aluno!

    Imagem 08 - Comunicao internacionalFonte:

    Mas o que ser interessante para o comprador saber a nosso respeito, ouseja, sobre nossa empresa e o que temos a lhe oferecer? Pare um pouco e

    reflita: se fosse voc o importador, o que gostaria de saber? Agora, confira se

    voc foi pelo caminho certo no seu raciocnio. O importador, nesse processo

    de troca de informaes, basicamente procura ficar a par do (a) (BRASIL,

    2004, p.23):

    Perfil da empresa - data de fundao, experincia exportadora, nmero

    de empregados, dimenses da fbrica, equipamentos utilizados,referncias bancrias, etc. O fornecimento a empresas multinacionais,

    estabelecidas no Brasil, constitui boa referncia, especialmente para a

    empresa que ainda no exporta, se for o caso;

    Descrio dos produtos - folhetos ou catlogos a serem encaminhados

    ao importador devem conter o endereo da empresa (inclusive fax, e-

    mail, site), ilustraes fotogrficas dos produtos (cada produto pode ser

    identificado por um nmero, o que facilita a referncia respectiva

  • 5/20/2018 Apostila Fundamentos de Comrcio Exterior

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 02

    descrio sobre dimenso, volume, identificao do material utilizado,etc.;

    Lista de preos - deve indicar preo FOB6e/ou CIF7de venda e no deve

    ser incorporada ao catlogo, uma vez que os preos podem mudar.

    Recomenda-se utilizar folha avulsa, que seguir com o catlogo.

    2.4.2 Aspectos Culturais nas Exportaes

    Para que a comunicao com o cliente estrangeiro possa ser frutfera,

    preciso que a negociao transcorra da melhor forma possvel. Sobre esse

    aspecto tem grande peso a questo das diferenas culturais. s vezes, sem a

    menor das intenes, o empresrio pode cometer uma grande gafe, pondo

    em risco toda a tentativa de fechar negcio. Por esse motivo, prudente

    conhecer, da forma mais profunda possvel, o outro lado com o qual se est

    lidando na hora do fechamento de uma operao internacional.

    Agora que voc j assimilou que a cultura de um pas o fator mais influente

    sobre as diferenas, mal-entendidos e perspectivas diversas entre as pessoas,

    acrescente mais esta dica: alguns dos aspectos culturais mais importantes que

    devemos conhecer o quanto antes esto relacionados a questes como

    tempo, religio, sade, sexo, hospitalidade, humor, idioma, protocolo, status,

    cor, alimentao, idade, espao e presentes.

    Imagem 09 - Mapa mundiFonte:

    NOTAS:6. Preo Free onBoard (FOB):o

    exportador deveentregar a

    mercadoria,desembaraada, a

    bordo do navioindicado pelo

    importador, no portode embarque. Esta

    modalidade vlidapara o transporte

    martimo ouhidrovirio interior.Todas as despesas,at o momento em

    que o produto colocado a bordo do

    veculo transportador,so da

    responsabilidade doexportador. Ao

    importador cabem asdespesas e os riscosde perda ou dano doproduto, a partir domomento que este

    transpuser a amuradado navio.

    7.PreoCost,Insurance and Freight

    (CIF):modalidade detransporte no qual asdespesas de seguro

    ficam a cargo doexportador. O

    exportador deveentregar a mercadoriaa bordo do navio, noporto de embarque,com frete e seguro

    pagos. Aresponsabilidade doexportador cessa nomomento em que o

    produto cruza aamurada do navio noporto de destino. Essamodalidade s pode

    ser utilizada paratransporte martimo

    ou hidroviriointerior.

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    Para exemplificar, de forma prtica, como essas questes se do, Brasil (2004,

    p.23-24) apresenta as seguintes informaes sobre como funcionam asnegociaes no (a):

    a) Europa Ocidental

    - propostas iniciais vs. acordo final: exigncias iniciais moderadas

    - apresentao de questes: uma de cada vez

    - apresentaes: formais

    - tratamento de divergncias: corts, direto

    - concesses: bastante lentas

    b) Europa Oriental

    - propostas iniciais vs. acordo final: exigncias iniciais elevadas

    - apresentao de questes: podem ser agrupadas

    - apresentaes: bastante formais

    - tratamento de divergncias: argumentativo

    - concesses: lentas

    c) Amrica Latina

    - propostas iniciais vs. acordo final: exigncias iniciais moderadas

    - apresentao de questes: uma a uma

    - apresentaes: informais

    - tratamento de divergncias: argumentativo

    - concesses: lentas

    d) Amrica do Norte

    - propostas iniciais vs. acordo final: elevadas exigncias iniciais

    - apresentao de questes: uma de cada vez

    - apresentaes: formais

    - tratamento de divergncias: franco

    - concesses: lentas

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 02

    e) Oriente Mdio e na frica do Norte- propostas iniciais vs. acordo final: muitas exigncias iniciais

    - apresentao de questes: uma de cada vez

    - apresentaes: informais

    - tratamento de divergncias: bastante verbalizado

    - concesses: lentas

    f) sia e na Orla do Pacfico;

    - propostas iniciais vs. acordo final: exigncias moderadas a altas

    - apresentao de questes: podem ser agrupadas

    - apresentaes: bastante formais

    - tratamento de divergncias: corts; silncio quando corretos

    - concesses: lentas

    g) frica Sub-Saariana

    - propostas iniciais vs. acordo final: elevadas exigncias iniciais- apresentao de questes: isoladas

    - apresentaes: informais

    - tratamento de divergncias: direto

    - concesses: lentas

    Leitura complementar 02:

    Imagem 10 - Localizao da China

    Fonte:

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 02

    A Cultura Chinesa e as Relaes Comerciais com o Brasil

    A lngua diferente uma barreira importante a superar no entendimento.Mesmo que os interlocutores chineses falem o ingls, o sentido ou significado de seustermos nem sempre corresponde ao sentido que os brasileiros do s palavras. Outro

    ponto importante nas visitas para negociao ser pontual, pois os chinesesconsideram o atraso uma falta grave. Enquanto os chineses tendem a ser modestos ehumildes, o comportamento machista e agressivo mais comum nos Estados Unidose na Amrica Latina.

    Uma das maneiras de penetrar o mercado chins participar de eventoscoletivos como feiras e exposies comerciais. No caso de apresentao dedocumentos aos chineses, dever ser entregue uma cpia traduzida para omandarim, pois segundo CARNIER (1996 p. 270): "uma cpia devidamente traduzida

    para o mandarim demonstrar o grau da seriedade e de preparo por parte dosvisitantes em realmente desenvolver negcios efetivos".

    De acordo com MINERVINI (2001), na China comum negociar em grupos,porm muito difcil estabelecer uma relao de amizade. Frases negativas soconsideradas de pssima educao. Aplauso comum para dizer que esto deacordo. Cortesia e formalidade so marcas registradas. Convites para almoo e

    jantares so muito frequentes e se beberem aconselhvel que o negociadoracompanhe. Pode ser provvel descobrir o nvel hierrquico de uma delegaoentrando em uma sala, observando a ordem (em fila indiana) em que os

    componentes entram, o chefe normalmente o ltimo. Abraos no so indicados.Devem-se levar muitos cartes de visita, os chineses so numerosos; e entregue

    ou receba com as duas mos. No use roupas amarelas, pois a cor simboliza o sexo.No recomendvel presentear um chins com um relgio, porque a palavra em umdos idiomas locais recorda tristeza e luto.

    Cada um possui comportamentos diversos que provm de fatores ligados lgica, razo e tica pertinentes de cada cultura sendo a tica definida por KUAZAQUI(1999, p. 99) como: "grupo de conhecimento que auxilia uma sociedade conduzindo

    formatao de padres, normas, regras e leis que essa mensagem deve observar".Nas sociedades asiticas, os valores tradicionais prevalecem, a religio, os

    antigos mtodos de conduta, a importncia da famlia e da lngua continuam amoldar a cultura. Ao mesmo tempo em que a China possui seus valores consideradosconservadores, o pas almeja objetividade e praticidade diante das negociaes.Procuram as mesmas vantagens e tm em mente objetivos similares de qualquerempresrio ocidental, ou seja, esto interessados em negociar com quem oferecer asmelhores condies, os melhores preos, independente do pas.

    Adaptado de:A Cultura e tica nas negociaes internacionais entre o Brasil e a China,no perodo ps-globalizao. Disponvel em . Acesso em 27 jul.2012.

    Saiba mais:Ficou interessado

    em marketinginternacional? Duma lida na cartilhado Sebrae, da srie

    CooperaoInternacional. O

    livreto estdisponvel em:

    http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdf.

    Boa leitura!

    http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/A8AEE1A5A6EEDA3103256FE100475BE5/$File/NT000A673E.pdfhttp://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/http://www.webartigos.com/artigos/a-cultura-e-eacute-tica-nas-negocia-ccedil-otilde-es-internacionais-entre-o-brasil-e-a-china-no-per-iacute-odo-p-oacute-s-globaliza-ccedil-atilde-o/2134/
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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 03

    3. COMPETNCIA 03 l CONHECER AS INFORMAES BSICAS DOCOMRCIO EXTERIOR, EM TERMOS DE ENTIDADES

    INTERNACIONAIS, INTEGRAO E BLOCOS ECONMICOS

    Bases tecnolgicas:

    Organizao Mundial do Comrcio (OMC)

    Sistema Geral de Preferncias (SGP) Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC)

    Principais blocos comerciais: Mercado Comum do Sul (Mercosul),

    Associao Latino-Americana de Integrao (Aladi), Comunidade

    Andina, Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte (NAFTA), Unio

    Europia (UE), Associao Europia de Livre Comrcio (EFTA), Unio das

    Naes Sul-Americanas (UNASUL)

    Nesta Competncia 03 veremos a regulao do comrcio internacional, asetapas e os atores institucionais envolvidos, comeando com uma viso geral

    sobre os conceitos de cooperao e integrao regional, passando pelos

    organismos que regulamentam a atividade em nvel internacional, a exemplo

    da Organizao Mundial do Comrcio (OMC).

    Na sequncia, os tratados e acordos internacionais de comrcio sero

    trabalhados, assim como os processos de integrao internacional, para que

    voc compreenda e saiba diferenciar cada um deles. Sobre esse ltimo tpico,

    destacaremos entidades sobre as quais certamente voc j ouviu falar, como

    o Mercosul e a Unio Europeia.

    Por conta do volume de informaes que trataremos aqui, vamos precisar de

    uma dose extra de ateno de sua parte. Estaremos a postos no AVA para

    tirar suas dvidas e estimul-lo a crescer cada vez mais. Agora, vamos

    leitura!

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 03

    3.1 Cooperao e Integrao Regional em Termos de Comrcio Exterior

    No mundo moderno, uma boa fonte de conflitos de interesses foi e tem sido a

    globalizao. Como consequncia direta desse fenmeno, j estudado na

    Competncia 01, no comrcio internacional, ao longo de vrios momentos

    histricos no sculo XX, os pases precisaram negociar criando instituies,

    regras, normas e acordos reguladores.

    Os objetivos imaginados nessas discusses, que ganharam mais foras,

    especialmente, aps a Segunda Guerra Mundial, eram liberalizar as relaes,sempre que possvel, neutralizar disputas e no permitir que apenas os mais

    ricos tivessem condies de atuar, dependendo do foco do interesse de cada

    um. Em termos prticos, foi preciso que os pases conversassem, explicassem

    seus pontos de vista e opinies, chegando a um consenso, s que em escala

    mundial.

    Voc deve imaginar o quanto essas negociaes foram difceis e demoradas,

    no mesmo? Lembre-se de suas aulas de Histria no colgio, quando

    estudou as consequncias de Segunda Guerra Mundial para perceber que os

    pases que perderam o conflito (Alemanha, Itlia e Japo), que se espalhou

    pela Europa, frica e sia, estavam arrasados e os que ganharam (Inglaterra,

    antiga URSS, Frana e Estados Unidos) no tinham muito que comemorar, em

    termos de mercado, pois as pessoas estavam pobres e no tinham dinheiro

    para consumir. A nica sada para colocar o mundo novamente nos eixos, em

    termos de comrcio exterior, era uma boa dose de organizao e nivelamentode interesses!

    Segundo Dias e Rodrigues (2009, p.129), nessa poca, buscava-se garantir o

    desenvolvimento do comrcio internacional em bases legais comuns a todas

    as naes. Mas por que se falar em bases legais comuns? Como voc bem

    consegue assimilar, caro aluno, os pases que participam do comrcio exterior

    assumem condies diferentes, muitas vezes em funo do seu grau de

    desenvolvimento econmico. Como numa luta de boxe, onde os participantes

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 03

    so separados em categorias, em funo do seu peso, no ringue dos pasestambm preciso categorizar quem so os participantes, estabelecendo

    regras e zelando para o seu fiel cumprimento.

    Veja s: enfrentando-se nesse campeonato imaginrio de pugilismo esto os

    pases ditos desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Alemanha; pases em

    desenvolvimento, a exemplo do Brasil e da ndia, e pases menos favorecidos,

    do ponto de vista socioeconmico, como alguns da frica. Mas, ao contrrio

    do boxe, onde somente um competidor poder ostentar o cinturo de ouro,

    em termos de relaes internacionais, as vitrias precisam ser mais amplas,

    envolvendo mais pases. Afinal, como j vimos na Competncia 01, todos

    querem vender para todos! Mas se no houver compradores, a equao ficar

    sem resposta, no verdade?

    Prossiga um pouco mais neste raciocnio: diante dessa diversidade de

    situaes e da constatao de que, com a globalizao, as economias dospases acabaram sendo interdependentes, chegou-se concluso de que era

    preciso trabalhar em bases cooperativas, quando o assunto comrcio

    internacional. J havia pensado nisso?

    Agora, o que voc pensa sobre outro pensamento que emergiu por causa de

    toda essa discusso? Acompanhe: a integrao regional pode ser vista com

    bons olhos, em termos de comrcio exterior. Por que isso deve ter

    acontecido? Que tal ir ao nosso frum apresentar sua opinio?

    Em termos prticos, foi por conta disso que o mundo viu surgir alianas de

    pases prximos, com caractersticas parecidas (momento econmico,

    populao, desenvolvimento tecnolgico e econmico, idioma, etc.), como o

    Mercosul, na Amrica do Sul, a Unio Europeia, na Europa, entre outros.

    Ficou complicado? Vamos descomplicar com o seguinte exemplo: do mesmo

    modo que pensamos que, teoricamente, mais fcil fazer negcio com um

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 03

    conhecido do que com algum que no temos muito contato ou sobre o qual

    pouco sabemos, dominava no mundo a ideia de que as unies entre vizinhospoderia ser uma excelente opo, em termos de comrcio exterior. Parece

    fazer todo o sentido, no mesmo? Suas colocaes no frum do AVA

    coincidiram com essa explicao?

    Agora que voc j leu at este ponto e comeou a construir ou reforar as

    bases do seu conhecimento, que tal darmos uma pausa nas questes

    conceituais e passarmos a conhecer as principais entidades e sistemas

    relacionados ao que discutimos at ento, para tudo fazer mais sentido? J

    que estamos no ritmo certo, sigamos adiante!

    3.2 Entidades e Sistemas

    3.2.1 Organizao Mundial do Comrcio (OMC)

    Criada em 1995, a OMC fortaleceu e aperfeioou o sistema multilateral de

    comrcio, em vigor desde o final da Segunda Guerra Mundial, pretendendo

    garantir a livre competio entre os pases membros, eliminar os obstculos

    ao comrcio internacional e permitir o acesso cada vez mais amplo de

    empresas ao mercado externo de bens e servios (BRASIL, 2011, p.36).

    A OMC uma organizao que tem por funes principais facilitar a aplicao

    das normas do comrcio internacional j acordadas pelos seus pases

    membros, alm de servir tambm como foro para negociaes de novasregras, dotada tambm de um sistema de controvrsias em comrcio

    internacional, segundo Brasil (2004).

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 03

    Imagem 11 - Salo da OMCFonte:

    A OMC, em linhas gerais, serve para (BRASIL, 2011):

    Supervisionar a implementao das regras acordadas no mbito do

    sistema multilateral de comrcio;

    Atuar como frum de negociaes comerciais;

    Proporcionar mecanismos de soluo de controvrsias;

    Supervisionar as polticas comerciais dos 153 pases membros;

    Fornecer assistncia tcnica e cursos de formao para pases em

    desenvolvimento, em matria de comrcio;

    Desenvolver cooperao com outras organizaes internacionais.

    3.2.2 Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e o Desenvolvimento

    (Unctad)

    Em vigor desde 1964, a Unctad volta-se ao desenvolvimento e integrao de

    forma amigvel dos pases em desenvolvimento na economia mundial. um

    frum privilegiado das Naes Unidas para o tratamento integrado do

    comrcio, desenvolvimento e assuntos relacionados com as reas de finanas,

    tecnologia, investimento e desenvolvimento sustentvel.

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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 03

    Imagem 12 - Smbolo da UnctadFonte:

    Em linhas gerais, a Unctad trabalha fornecendo ajuda aos pases em

    desenvolvimento, particularmente aos menos adiantados para que estespossam aproveitar os efeitos positivos da globalizao.

    3.2.3 Sistema Geral de Preferncias (SGP)

    Foi criado em 1970, pela Unctad, visando permitir aos pases desenvolvidos

    conceder iseno ou reduo do imposto de importao sobre determinados

    produtos procedentes de pases em desenvolvimento, entre os quais o Brasil.

    De forma simples, o SGP uma concesso unilateral de pases desenvolvidos

    aos pases em desenvolvimento. Isso quer dizer que os pases em

    desenvolvimento no precisam devolver a vantagem recebida.

    Por meio do SGP, certos produtos, originrios e procedentes de pases

    beneficirios em desenvolvimento (PD) e de menor desenvolvimento (PMD),

    recebem tratamento tarifrio preferencial (reduo da tarifa alfandegria) nos

    mercados dos pases outorgantes desse programa:

    1.

    Canad,

    2. Estados Unidos (inclusive Porto Rico),

    3. Japo,

    4. Noruega,

    5. Nova Zelndia,

    6.

    Sua (inclui Liechtenstein),7.

    Turquia,

    http://www.earthconsciousmag.com/wp-content/uploads/2010/09/ccrif2.jpghttp://www.earthconsciousmag.com/wp-content/uploads/2010/09/ccrif2.jpghttp://www.earthconsciousmag.com/wp-content/uploads/2010/09/ccrif2.jpghttp://www.earthconsciousmag.com/wp-content/uploads/2010/09/ccrif2.jpg
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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 03

    8.

    Unio Aduaneira da Eursia (Rssia, Belarus e Cazaquisto),9.

    Unio Europeia.

    3.2.4 Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC)

    Atravs do intercmbio de concesses comerciais entre seus membros, o

    SGPC objetiva promover e ampliar os laos comerciais entre os pases em

    desenvolvimento da frica, sia e Amrica Latina. Os participantes do SGPC

    buscam incrementar sua participao na economia global, valendo-se docomrcio exterior, identificando complementaridades entre as suas

    economias, de modo a abrir o enorme potencial para a cooperao comercial

    existente. No Brasil, o Acordo entrou em vigor em maio de 1991.

    3.3 Tratados e Acordos Internacionais de Comrcio

    Pelo que voc j pde compreender com a leitura inicial da Competncia 03,

    tornou-se tendncia mundial, gerada pela necessidade de manter o mercado

    internacional aquecido e em bases semelhantes, buscar formas de integrao

    em escala mundial.

    Outro ponto que precisa ficar bem claro que os tratados internacionais de

    comrcio podem ser do tipo bilateral, quando abrangem apenas duas naes,

    ou multilateral, se suas disposies se estendem a vrios pases. Nesse ltimo

    caso, os pases precisam t-lo aprovado, com a inteno de incrementar asrelaes comerciais.

    Preste ateno, agora, a essa nova informao: as principais clusulas de um

    tratado internacional so a reciprocidade de tratamento, em que os direitos

    aduaneiros8somente so modificados mediante acordo mtuo; a paridade de

    tratamento de taxas, ou seja, quando os mesmos impostos so aplicados

    tambm aos produtos similares; e a clusula da nao mais favorecida,

    NOTAS:

    8. Direitoaduaneiro:

    conjunto de normasjurdicas codificadas

    que servem pararegular o comrcio

    exterior e asatividades

    desenvolvidas pelaspessoas naintervenoperante as

    Alfndegas. Fonte:http://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.

    aspx#p.

    http://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#phttp://www.brasilglobalnet.gov.br/PaginasBase/GlossarioP.aspx#p
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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 03

    atravs da qual os pases signatrios do tratado recebero os mesmos

    privilgios que forem concedidos a outros pases.

    Souza (2009) explica que os acordos comerciais correspondem a um conjunto

    de regras e normas estipuladas entre dois ou mais pases, atravs de

    negociaes comerciais, que visam a regular os fluxos de comrcio entre esses

    pases, bem como a determinar objetivos comuns de comrcio entre eles.

    3.4 Processos de Integrao Comercial Internacional

    Por se tratarem de complexos conceitos, os processos de integrao

    comercial englobam diversas fases, que podem ser sucessivas ou no,

    dependendo de onde se quer e pode chegar. Que tal se pensarmos essas

    etapas como um jogo de tabuleiro da integrao comercial? J podemos

    lanar os dados?

    Para comear, na primeira casa, os pases concordam em fazer parte de

    uma Zona de Livre Comrcio (ZLC), na qual so estipulados, por meio de um

    tratado internacional, a reduo e posterior eliminao das tarifas aduaneiras

    intra-bloco, promovendo a liberalizao da circulao de mercadorias entre os

    pases membros.

    Se a pretenso dos pases parceiros seguir adiante no jogo, a prxima

    casa a ser atingida denominada Unio Aduaneira (UA). Nela, alm de

    todas as caractersticas da ZLC, h ainda o estabelecimento de uma TarifaExterna Comum (TEC)9, incidente sobre todos os produtos extra-bloco, bem

    como a busca de harmonizao das legislaes internas.

    Mais um passo e chega-se terceira etapa, conhecida como Mercado Comum

    (MC), que uma UA acrescida de livre circulao dos fatores de produo,

    como bens, servios, mo de obra e capitais. Nesta etapa, fator

    imprescindvel j haver uniformizao das legislaes, na busca de normas e

    padres que sejam comuns a todos os pases do bloco.

    NOTAS:

    9. Tarifa externacomum (TEC):

    conjunto de tarifasque estabelece,

    desde 01/01/1995,os direitos de

    importao para ospases membros do

    Mercosul (Brasil,Argentina, Paraguai

    e Uruguai), combase na

    NomenclaturaComum do

    Mercosul (NCM)para produtos e

    servios. O objetivoda TEC estimular a

    competitividadedesses pases. A

    estrutura tarifriaaprovada no

    Mercosul apresentaalquotas

    crescentes de 2pontos percentuais

    de acordo com ograu de elaborao

    ao longo da cadeiaprodutiva:

    matrias-primas (0a 12%), bens de

    capital (12 a 16%) ebens de consumo(18 a 20%). Fonte:

    http://www.bb.com.br/portalbb/page44,3389,3429,0,0,1,2.bb?codigoMenu=13205&codigoNotici

    a=21535&codigoRet=13261&bread=7.

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 03

    Por fim, atinge-se a Unio Econmica, estgio posterior ao mercado comumque contempla a coordenao estreita das polticas macroeconmicas dos

    pases membros e, eventualmente, a adoo de moeda nica (BRASIL, 2011,

    p.42).

    Imagem 13 - Jogo de tabuleiro com os pasesFonte: < http://jogosebrinquedos.com/jogos-de-tabuleiro-versoes-do-war/>

    3.5 Principais Blocos

    3.5.1 Mercado Comum do Sul (Mercosul)

    O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 1991. Seus pases

    fundadores so Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Bolvia, o Chile e o

    Peru so considerados associados. Em junho do ano 2012, o Paraguai foi

    excludo temporariamente do bloco, por conta de questes polticas internase externas.

    Com a assinatura do Protocolo de Ouro Preto, em dezembro de 1994, o

    Mercosul ganhou personalidade jurdica de direito internacional. Atravs dele,

    o bloco tem competncia para negociar, em nome prprio, acordos com

    terceiros pases, grupos de pases e organismos internacionais.

    Saiba mais:Ficoucurioso sobre asuspenso doParaguai e aentrada da

    Venezuela noMercosul? Ento

    clique emhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-

    EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Merc

    osul.html.Outraopo pode seruma matria do

    Jornal Nacional, daTV Globo,

    disponvel emhttp://www.youtube.com/watch?v=7Q

    cXVEWK4m4.

    http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://www.youtube.com/watch?v=7QcXVEWK4m4http://www.youtube.com/watch?v=7QcXVEWK4m4http://www.youtube.com/watch?v=7QcXVEWK4m4http://www.youtube.com/watch?v=7QcXVEWK4m4http://www.youtube.com/watch?v=7QcXVEWK4m4http://www.youtube.com/watch?v=7QcXVEWK4m4http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.htmlhttp://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6132850-EI294,00-Brasil+defende+suspensao+do+Paraguai+e+entrada+da+Venezuela+no+Mercosul.html
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    Tcnico em Lo stica

    Competncia 03

    Em seu processo de harmonizao tributria, o Mercosul contempla a

    eliminao de tarifas aduaneiras e restries no-tarifrias circulao demercadorias entre os pases membros.

    Podem ser considerados fontes de avano neste processo de integrao a

    criao de uma TEC, o que caracteriza uma unio aduaneira, em janeiro de

    1995, e a adoo de polticas comerciais comuns em relao a terceiros

    pases.

    Imagem 14 - Pases do MercosulFonte:

    3.5.2 Associao Latino-Americana de Integrao (Aladi)

    A Aladi foi estabelecida em 1980, sendo integrada pelos pases do Mercosul

    (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e da Comunidade Andina (Bolvia,

    Colmbia, Equador, Peru e Venezuela), alm do Chile, Mxico e Cuba.

    3.5.3 Comunidade Andina

    A Comunidade Andina foi criada em 1969, com a assinatura do Acordo de

    Cartagena, sendo uma organizao sub-regional, hoje integrada por cinco

    pases (Bolvia, Colmbia, Equador, Peru e Venezuela), de servios,

    propriedade intelectual, compras governamentais e outros.

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    Fundamentos de Comrcio Exterior

    Competncia 03

    A Comunidade Andina volta seus esforos para promover o desenvolvimentoequilibrado e harmonioso dos pases membros por meio da integrao e da

    cooperao econmica e social; facilitar a sua participao no processo de

    integrao regional, visando formao progressiva de um mercado comum

    latino-americano; melhorar a situao dos pases membros no cenrio

    econmico internacional, entre outros pontos.

    3.5.4 Tratado Norte-Americano de Livre Comrcio (North American Free

    Trade Agreement-Nafta)

    O acordo, assinado em 1992 pelos Estados Unidos, Canad e Mxico e que

    passou a vigorar em 1994, prev reduo gradativa das tarifas aduaneiras no

    comrcio de bens entre os trs pases.

    No que diz respeito ao seu funcionamento, pode-se citar como vantagens

    (dependendo do olhar crtico do observador, naturalmente):

    Empresas dos Estados Unidos e Canad conseguem reduzir os custos de

    produo, ao instalarem filiais no Mxico, aproveitando a mo de obra

    barata. O Mxico ganha com a gerao de empregos em seu territrio;

    A gerao de empregos no Mxico pode ser favorvel aos Estados

    Unidos, pois pode d