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Fluidos HIDRÁULICOS Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga www.ipiranga.com.br

Apostila Lubrificação hidráulica

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  • Fluidos HIDRULICOS

    Companhia Brasileira de Petrleo Ipiranga

    www.ipiranga.com.br

  • FLUIDOS HIDRULICOS

    A hidrulica o ramo da cincia que estuda os fluidos em movimento e suas aplicaes prticas. A transmisso de fora e/ou movimento atravs de um fluido sob presso em um sistema hidrulico empregada em uma grande variedade de aplicaes. Nenhum outro meio combina o mesmo grau de versatilidade de utilizao, preciso, segurana e flexibilidade de controles, com a capacidade de transmitir foras, muito grandes, por sistemas leves e compactos. O princpio bsico que rege a hidrulica a LEI DE PASCAL: "A presso aplicada sobre um ponto de fluido em equilbrio confinado num recipiente fechado, se transmite integralmente em todas as direes dentro da massa fluida". Na prtica, isso significa que os lquidos, por serem incompressveis, podem transmitir e multiplicar foras e realizar trabalho. Isso realizado atravs dos componentes de um sistema hidrulico.

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  • Existem duas formas bsicas de transmisso de fora hidrulica:

    Os sistemas hidrostticos utilizam uma bomba de deslocamento positivo que pressiona o fluido para dentro do sistema. A fora transmitida pela presso do fluido, sem grandes alteraes na velocidade do mesmo. Este tipo de sistema empregado basicamente para transmisso e multiplicao de foras, havendo grande variedade de formas e funes, sendo usado para operar e controlar mquinas, praticamente em todos os segmentos da indstria. Os sistemas hidrocinticos ou hidrodinmicos utilizam a energia cintica gerada pelo movimento do fluido em um sistema, para obter trabalho til, a velocidade do fluido aciona as partes mveis de um motor ou turbina hidrulica, obtendo-se, assim, fora e energia. Os acoplamentos fluidos e conversores de torque utilizam este tipo de sistema.

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  • CIRCUITOS HIDRULICOS

    Muitos sistemas hidrulicos parecem extremamente complicados, porm sua configurao bsica bastante simples. A despeito de sua complexidade ou simplicidade, os circuitos hidrulicos possuem quatro componentes essenciais: um tanque (reservatrio) que armazena o fluido; uma bomba para fornecer ao fluido, energia de presso, que ir ser transformada em energia mecnica pelo atuador (a bomba acionada por um motor eltrico ou outra fonte de energia mecnica); vlvulas que controlam a vazo e presso do fluido; um atuador que transforma energia de presso em energia mecnica (cilindro ou pisto para fornecer fora e movimento linear, atuador rotativo ou motor para produzir torque e movimento rotativo).

    Os sistemas hidrulicos podem ser projetados de forma as produzir praticamente qualquer combinao de foras e/ ou movimentos. Desta maneira, a quantidade de componentes utilizados e o arranjo dos mesmos no circuito iro variar conforme a aplicao e efeitos de trabalho desejados. A figura ilustra um sistema hidrulico tpico, com reservatrio, bomba, vlvula de alvio de presso, vlvula direcional e um atuador composto de um cilindro de dupla ao. O mesmo circuito representado graficamente na figura anterior.

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  • TIPOS DE FLUIDOS HIDRULICOS

    Existem diversos tipos de fluidos utilizados em sistemas hidrulicos. As principais caractersticas, aplicaes e efeitos na operao hidrulica dos sistemas so dadas a seguir:

    GUA

    A gua o mais barato e disponvel dos fluidos hidrulicos. um excelente fluido quanto transmisso de energia (elevado coeficiente volumtrico), com um alto poder refrigerante. inerte e no contaminante do ambiente nos casos de vazamento, sendo quimicamente compatvel com quase todos os materiais dos retentores, alm de ser absolutamente no inflamvel. A gua continua sendo um recurso lgico para os sistemas que no reciclam ou que necessitam de um volume muito grande de fluido, para sistemas com perdas inerentes muito elevadas e para condies que impliquem risco de segurana na operao (inflamabilidade, toxidez, contaminao, etc.), como, por exemplo, os sistemas hidrulicos de alguns equipamentos que operam em minas subterrneas. Entretanto, no adequado para ambientes com temperaturas elevadas, devido ao seu baixo ponto de ebulio e grande velocidade de evaporao.

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  • Principais inconvenientes da gua: No possui caractersticas lubrificantes. Provoca a corroso dos componentes e das tubulaes. Tem uma viscosidade muito baixa, dificultando a

    estanqueidade e reduzindo o rendimento do sistema. Possui um ponto de congelamento elevado (0C), podendo

    causar danos considerveis no caso de congelamento, devido dilatao do fluido no sistema.

    Possui baixo ponto de ebulio, limitando a faixa de operao. Os inconvenientes citados nos itens 1, 2 e 3 podem ser compensados atravs de aditivos, embora no se deva considerar a gua um fluido adequado para os sistemas hidrulicos atuais, salvo para os casos excepcionais citados e para os especialmente projetados e construdos para o seu uso tanto pelos seus inconvenientes prprios como pelo menor rendimento obtido em comparao com outros tipos de fluidos hidrulicos.

    EMULSO DE LEO EM GUA

    So usados em sistemas que normalmente so projetados para usar gua como filtro hidrulico. A adio de leo solvel na gua, normalmente na proporo de 1 a 5% de leo em volume, serve para melhorar as propriedades lubrificantes e proteger os componentes do sistema contra a corroso e a ferrugem.

    Os sistemas que utilizam emulses de leo em gua requerem bombas, vlvulas e outros componentes especiais, estando sua faixa de temperatura de operao limitada at 65C. As consideraes deste tipo de fluido, no que diz respeito s aplicaes e restries, so as mesmas comentadas anteriormente para a gua.

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  • LEOS MINERAIS

    Os leos minerais base de petrleo so os mais utilizados em circuitos hidrulicos. Normalmente so leos fabricados a partir de bsicos selecionados que passam por processos de refinao e tratamento, podendo ser utilizados nos mais diversos tipos de sistemas e nas mais exigentes condies operacionais, com as seguintes caractersticas principais:

    So compatveis com a maioria dos materiais comumente utilizados nos sistemas.

    Possuem caractersticas de viscosidade que satisfazem os requisitos exigidos pela bomba hidrulica e os outros componentes do sistema.

    So utilizados em ampla faixa de temperatura Tm boas caractersticas lubrificantes, suportando altas

    cargas e evitando o desgaste das partes mveis. Protegem as superfcies metlicas contra a corroso e

    ferrugem. So resistentes formao de espuma e absoro do ar,

    separando-se facilmente da gua. Possuem boas caractersticas de fluidez em baixas

    temperaturas. Possuem boa estabilidade qumica em altas temperaturas,

    trabalhando por longos perodos no sistema sem deteriorao ou formao de borras e depsitos prejudiciais.

    So de baixo custo relativo.

    Alm disso, aos leos minerais podem ser adicionados aditivos qumicos que permitem adapt-los para utilizao em condies especiais de servio, assegurando uma melhor performance ao sistema hidrulico. Os principais tipos de leos hidrulicos minerais so:

    LEOS NO ADITIVADOS Devido a seu menor custo, so normalmente usados em sistemas onde existem grandes perdas de leo, em servios em baixas presses e onde no exista severidade ou responsabilidade na operao.

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  • Suas caractersticas indesejveis so um maior ndice de desgaste em comparao com os leos aditivados e uma maior oxidao quando sujeitos s altas temperaturas. A qualidade destes leos pode variar conforme o tipo de leo bsico utilizado e o processo de refinao e tratamento utilizados.

    LEOS ADITIVADOS

    So os tipos de fluidos hidrulicos mais utilizados. Apresentam um custo maior que os leos no aditivados, pois so produzidos a partir de leos bsicos selecionados e altamente refinados, alm de possurem aditivos antiferrugem, antioxidante, antiespumante, antidesgaste e demulsificante. Em alguns tipos, utilizam-se tambm aditivos abaixadores de pontos de fluidez, melhorador do ndice de viscosidade, detergente/dispersante e etc. A qualidade e performance desses leos podem variar conforme o leo bsico, os tipos e a quantidade dos aditivos utilizados.

    Para aplicaes em sistemas que operam com presses de at 1000 psi, utilizam-se leos minerais do tipo turbina, com aditivos anti-ferrugem, anti-oxidante e anti-espumante.

    Para os modernos sistemas compactos de alta performance, que operam com presses acima de 2000 psi, utilizam-se leos minerais que contm alm do leo tipo turbina, mais um aditivo antidesgaste, que proporciona uma reduo de at 95% do desgaste nas bombas hidrulicas.

    LEOS TIPO AUTOMOTIVO Este tipo de leo normalmente usado em equipamentos tipo Mobile (tratores, caminhes, etc.) onde, por convenincia e condies operacionais, utiliza-se o mesmo tipo de leo lubrificante do motor ou da transmisso, na viscosidade adequada.

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  • Tambm so utilizados com fluido hidrulico industrial, como alternativa na falta do leo hidrulico regular.

    Os leos da linha automotiva tm um alto poder lubrificante em comparao com outros fluidos, possuindo timas caractersticas antiespumante, antioxidante, antidesgaste e antiferrugem, alm de um alto ndice de viscosidade e grande estabilidade, tanto em baixas como altas temperaturas. So tambm indicados em equipamentos que operam em regime de sobrecarga e altas presses. A principal desvantagem destes tipos de leo a sua baixa demulsibilidade e a separao dos aditivos provocada pela contaminao com a gua.

    Precaues especiais devem ser tomadas contra a mistura de leos automotivos do tipo detergente com leos hidrulicos industriais aditivados, devido provvel separao dos aditivos. Nos casos de necessidade de leos automotivos como emergncia nos sistemas que no o utilizam normalmente, recomenda-se antes da troca, o esgotamento completo do leo anterior e uma lavagem com leo mineral puro ou com o prprio leo automotivo.

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  • FLUIDOS GUA-GLICOL As solues de gua-glicol provm da mistura de 30 a 60% de gua com etileno ou propileno glicol, sendo utilizadas em sistemas onde existam riscos de incndio ou que operem em temperaturas muito baixas. A resistncia ao fogo e ao congelamento desta soluo proporcional quantidade de gua. Com menor proporo de gua, a resistncia ao fogo decresce e a viscosidade e a resistncia ao congelamento aumentam. Desta forma, devem ser feitas anlises freqentes do fluido, para que no seja afetado o funcionamento do sistema. A temperatura de servio deste tipo de fluido deve ser delimitada a 60C, a fim de se prevenir a evaporao excessiva da gua, formao de espuma e degenerao dos aditivos. As temperaturas elevadas tendem a formar compostos insolveis que provocam o entupimento do filtro e depsitos nas tubulaes e tanque. Alguns aditivos ajudam na lubrificao dos componentes e protegem contra a corroso que pode ser provocada pela evaporao da gua. A vida til do fluido gua-glicol menor do que a do leo mineral ou dos fluidos sintticos. A sua utilizao tambm implica na reduo das cargas nos mancais, que deve ser pelo menos 1/3 da carga que corresponderia ao mesmo mancal lubrificado com leo mineral. Este fluido no recomendado para utilizao em sistemas com bombas que possuam mancais de rolamento, bombas de engrenagem que trabalham com presses acima de 500 psi e com componentes que operam com lubrificao limtrofe. A gua adicionada ao sistema deve ser destilada e deionizada, a fim de se prevenir a falncia de metais como o ferro, pela formao de corrente galvnica no sistema. Por este motivo, metais como o zinco, mangans, cdmio, prata e outros, no podem estar presentes no sistema.

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  • EMULSES DE GUA EM LEO

    So usadas em sistemas hidrulicos onde existam riscos de incndio, sendo o fluido resistente ao fogo mais barato. Este tipo de fluido, tambm conhecido como emulso invertida, consiste basicamente numa soluo de leo mineral, gua na proporo de 40 a 60% e um agente emulsificante. Pequenas variaes na porcentagem de gua acarretam grandes variaes na viscosidade da soluo e na sua capacidade de extinguir chamas. As consideraes levantadas nos fluidos gua-glicol quanto aos efeitos da temperatura, formao de depsitos e qualidade da gua utilizada, tambm devem ser observadas neste tipo de emulso. Em geral, suas aplicaes so limitadas a sistemas ou componentes que no possuem grandes tenses de deslizamento localizado como, por exemplo, bombas de palhetas de alta velocidade e grandes presses ou mancais de rolamentos. As emulses de gua em leo bem formuladas so bastante estveis, embora possa haver certo grau de separao se o fluido ficar em repouso, mas recuperando o estado de emulso quando da circulao do sistema. Neste tipo de fluido, uma boa filtragem fundamental, pois os emulsificantes tendem a isolar as impurezas e mant-las em suspenso. No devem ser usados filtros de malha muito fina, pois separariam o leo da gua e tambm os filtros qumicos, pois tm a tendncia de reter o emulsificante ou os aditivos. A vida til dos componentes hidrulicos menor do que quando se usam leos minerais, dependendo esta reduo do ciclo de trabalho, temperatura e percentagem de gua contida no fluido.

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  • FLUIDOS SINTTICOS Os fluidos sintticos, normalmente base de fosfato de steres, steres complexos, aromticos de alto peso molecular, cloridratos de hidrocarbonos, etc., possuem estruturas qumicas que oferecem resistncia propagao do fogo. Possuem boas propriedades de lubrificao, sendo comparveis aos dos leos minerais quanto s caractersticas de desempenho hidrulico. Podem ser obtidos em vrias viscosidades, possuindo um ndice de viscosidade inferior aos leos minerais, o que corrigido com o aditivo melhorador de I.V. Com o tempo de uso, estes fluidos apresentam um decrscimo considervel da sua viscosidade, pela quebra por cizalhamento das molculas; utilizam-se aditivos que diminuem, porm no eliminam o problema. Os fluidos sintticos tm um coeficiente volumtrico mais elevado que s outros fluidos, sendo mais resistentes quanto aos efeitos da compressibilidade em altas presses. Geralmente no so corrosivos, mas sob certas condies atacam o alumnio e suas ligas; no protegem contra a oxidao das superfcies de metais ferrosos tanto quanto os leos minerais. So indicados para sistemas que operam em altas temperaturas, podendo trabalhar at 150C sem degradao. Possuem grande vida til, com baixo custo de manuteno. Os principais inconvenientes dos fluidos sintticos so o seu elevado custo de aquisio e a sua incompatibilidade com a maioria dos tipos de elastmeros utilizados em vedaes e juntas, pinturas e materiais isolantes do sistema eltrico. Os fluidos sintticos de steres e cloridratos de hidrocarbono requerem elementos especiais de vedao, tais como o Viton A, etileno-propileno ou silicones. As pinturas convencionais dissolvem-se facilmente em contato com estes fluidos.

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  • Os fluidos sintticos so empregados principalmente em sistemas hidrulicos de aviao, onde o custo adicional do produto secundrio frente resistncia ao fogo no caso de vazamentos ou avarias no sistema. Normalmente so indicados para sistemas hidrulicos que trabalham em condies severas ou de grande preciso, pois o custo elevado do fluido requer um sistema absolutamente livre de vazamentos em condies normais de funcionamento.

    FLUIDOS DE SILICONES Os silicones so fluidos bastante caros, quase proibitivos para aplicaes que no so muito especializadas. So adequados para trabalhos em altssimas temperaturas (at 360C), alm de possurem um ndice de viscosidade muito elevado, que mantm sua viscosidade a nveis aceitveis nas temperaturas mais altas. Os fluidos exclusivamente base de silicones apresentam grandes limitaes quanto s propriedades lubrificantes e antidesgaste, assim como certo grau de incompatibilidade com alguns metais em altas temperaturas e com alguns tipos de elastmeros. Para trabalhar em temperaturas superiores a 150C, so os nicos fluidos disponveis no mercado. Todos os fluidos de silicones so resistentes ao fogo, porm, por seu custo ser maior que o custo dos fluidos sintticos sua escolha no deve ser baseada exclusivamente nesta propriedade.

    LEOS VEGETAIS (Biodegradveis) O uso de leos vegetais base de mamona ou rcino em sistemas que trabalham em baixas temperaturas j foi muito difundido. A razo era que tais fluidos podiam ser utilizados com juntas e vedaes de borracha natural, sem deteriorao das mesmas. Como as atuais vedaes base de elastmeros possuem melhores caractersticas em baixas temperaturas, esta vantagem no mais levada em conta, atualmente so utilizados em sistemas hidrulicos de embarcaes.

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  • Os fluidos base de leos vegetais oferecem a vantagem de possurem um elevado coeficiente volumtrico (baixa compressibilidade), sendo indicados para aplicaes onde existam presses muito elevadas. Tambm so bons lubrificantes, ainda que no melhores que os leos minerais ou sintticos (Baixo ponto de fluidez 36C). As juntas e vedaes utilizadas com leos minerais no admitem os fluidos base de leos vegetais. Assim, nunca se deve usar fluidos base de leos vegetais em um sistema projetado para utilizar leos minerais, ou vice-versa sem se trocar todas as juntas. (Alto ndice de viscosidade at 240)

    SELEO DE FLUIDOS HIDRULICOS

    A seleo correta de um fluido hidrulico para um determinado sistema, deve-se basear no conhecimento prvio do tipo de bomba, nas condies de funcionamento, caractersticas operacionais e de projeto e aplicaes do sistema. Normalmente, os fabricantes dos sistemas hidrulicos j determinam em projeto o tipo e as caractersticas que o fluido dever possuir para fazer o sistema funcionar em condies ideais. Na prtica, devido s condies ambientais, operacionais e de manuteno, torna-se necessrio adequar o fluido para se obter um melhor rendimento. As caractersticas dos fluidos tm um importante efeito sobre a seleo do fluido adequado, sendo que cada caracterstica particular de um determinado fluido pode alterar ou influenciar as condies de projeto, operao, manuteno e rendimento global dos sistemas.

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  • Os principais requisitos que um fluido hidrulico deve possuir so:

    Boa fluidez a baixas temperaturas. No se inflamar em altas temperaturas. Ter a mnima variao de viscosidade com a temperatura. Proteger as superfcies metlicas contra a corroso e

    ferrugem. Ser quimicamente estvel. Lubrificar e proteger contra o desgaste, as partes em

    movimento. Ser compatvel com os materiais componentes dos sistemas. Alto coeficiente de transferncia de calor. Custo acessvel. Separar-se com facilidade da gua. No formar espuma. Liberar o ar absorvido rapidamente. No ser txico ou poluente.

    A considerao bsica na seleo de um fluido hidrulico a sua QUALIDADE deve manter-se por um longo perodo em servio e possuir caractersticas que reduzam a manuteno e aumentem a performance do sistema. A qualidade do fluido fundamental nas instalaes crticas e de alta confiabilidade; em instalaes no crticas e onde existam grandes perdas, a utilizao de um fluido mais econmico ou com caractersticas intermedirias, pode ser a escolha mais adequada. Em muitos casos, a escolha pode ser em funo dos fluidos j existentes no estoque da empresa ou de um outro, de maior qualidade, que possa substituir os existentes ou que possa ser utilizado em outras aplicaes.

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  • As caractersticas, fsico/qumicas, mais importantes para a seleo de um fluido hidrulico so:

    VISCOSIDADE a propriedade fsica mais importante a ser observada. A viscosidade de um fluido a medida da resistncia que ele oferece ao escoamento, numa determinada temperatura. Os leos minerais e sintticos so disponveis em vrias viscosidades. A viscosidade de um leo varia com a temperatura, sendo inversamente proporcional mesma. Isto significa que medida que a temperatura do leo aumenta, ele se torna menos viscoso (mais fino, menos consistente). Com o abaixamento da temperatura, ele se torna mais grosso, ou mais viscoso. Por isso, importante que seja considerada antecipadamente a faixa de temperatura de operao de um sistema hidrulico quando da escolha da viscosidade adequada de um fluido hidrulico. O fluido deve ter uma viscosidade alta o suficiente para prover uma lubrificao adequada em temperaturas elevadas, sem causar funcionamento irregular do sistema pela perda de carga excessiva atravs dos componentes. Deve ter uma viscosidade baixa o suficiente para permitir um fluxo adequado nas partidas a baixas temperaturas e penetrar entre as folgas dos componentes para lubrific-los, sem causar perdas por vazamentos ou cavitao na aspirao da bomba. A escolha da viscosidade de um fluido deve ser feita em funo do tipo da bomba do sistema e das temperaturas ambiente e de operao. Com viscosidade abaixo de Centistokes na temperatura de trabalho, torna-se difcil manter a estanqueidade do sistema sob presso e manter uma pelcula lubrificante entre as partes em movimento. Se forem consideradas as presses nos mancais e o rendimento necessrio da bomba, este valor deve ser de no mnimo 10 Centistokes na temperatura de trabalho.

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  • Como referncia, a classificao de viscosidade ISO (International Standards Organization), referente a leos industriais, estabelece uma srie de 18 graus de Viscosidade Cinemtica (Centistokes) a 40C. os nmeros, que designam cada grau de viscosidade ISO, representam um ponto mdio de uma faixa de viscosidade. O sistema ISO no implica em avaliao de qualidade nem performance do produto, baseando-se somente na viscosidade dos mesmos.

    Deve-se sempre procurar conhecer as recomendaes dos fabricantes dos equipamentos quanto faixa adequada e recomendada para o melhor desempenho de cada sistema. A faixa de temperatura de operao de um fluido hidrulico varia de 15 a 65C. se o fluido submetido a temperaturas fora desta faixa, recomenda-se usar um aquecedor ou resfriador no sistema. O ideal manter o fluido numa temperatura em torno de 40C. Como orientao geral, so recomendados e aceitos pela maioria dos fabricantes de bombas hidrulicas, os seguintes limites de viscosidade: Mnima viscosidade do fluido na temperatura de operao 10 cSt (60 SSU)

    Mxima viscosidade do fluido na temperatura de operao Bombas de pistes

    Bombas de engrenagens ou palhetas

    65 cSt (300 SSU) 215 cSt (1000 SSU)

    Mxima viscosidade do fluido na temperatura de partida Bombas de pistes axiais

    Bombas de pistes radiais, de engrenagens e de palhetas

    215 cSt (1000 SSU) 860 cSt (4000 SSU)

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  • As viscosidades utilizadas em sistemas hidrulicos em nosso pas so as seguintes: Sistemas hidrulicos industriais Classificao Industrial ISO-VG 32, 46, 68 e 100. A mais

    utilizada a ISO-VG 68.

    Sistemas hidrulicos Mobiles (Tratores agrcolas, construo civil, minerao e etc.) Classificao leos de motores API CF, SAE 10W, Caterpilar

    TO-4 e viscosidades 10W/30, 20, 20W/20, 20W/30 e 15W/40 conforme as recomendaes dos fabricantes.

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  • NDICE DE VISCOSIDADE O ndice de viscosidade um valor numrico que indica a variao da viscosidade em relao variao de temperatura. Fluidos com alto ndice de viscosidade possuem uma pequena variao de viscosidade com a temperatura. O ndice de viscosidade tem grande importncia para fluidos que trabalham em sistemas que no possuem um controle adequado ou que esto sujeitos a grandes variaes de temperatura. Nestes casos, os fluidos mantm uma viscosidade em nveis aceitveis, no prejudicando o rendimento das bombas e componentes, tanto nas temperaturas de partida como nas temperaturas de operao.

    ESTABILIDADE OXIDAO A oxidao a causa principal da deteriorao qumica de um leo mineral ou sinttico. A oxidao ativada pelo calor, pela reao com o oxignio do ar (acelerada com a agitao do fluido) e pela presena de contaminantes e partculas metlicas, que podem atuar como agentes catalizadores. A oxidao acelera-se com o tempo. Ela mais lenta no incio e mais rpida no fim da vida til do leo. Alm da perda das propriedades lubrificantes e da tendncia a aumentar sua acidez, provocando a corroso dos componentes do sistema, a oxidao do leo provoca o aparecimento de produtos de degradao solveis e insolveis (borras e vernizes), que podem entupir as linhas de distribuio e filtros e prejudicar a ao normal das vlvulas e atuadores, diminuindo sobremaneira o rendimento do sistema hidrulico. A remoo destes contaminantes do sistema onerosa e demorada. A resistncia natural de um leo mineral oxidao varia muito, conforme o tipo de leo bsico utilizado e os tratamentos de refino que ele recebe. Com a adio de agentes qumicos, inibidores da oxidao, obtm-se um aumento significativo na vida til dos leos hidrulicos. Para uma longa vida em servio, livre de problemas operacionais e de manuteno, um alto grau de estabilidade oxidao essencial num bom fluido hidrulico.

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  • DEMULSIBILIDADE a capacidade que um fluido tem de separar-se rapidamente da gua. Um fluido hidrulico deve possuir boa demulsibilidade, para que a gua livre presente no sistema possa ser drenada. gua no sistema hidrulico provoca ferrugem e corroso dos componentes, alm de causar a separao dos aditivos, diminuindo a vida til do fluido. Os fluidos hidrulicos integrais (de base no aquosa, como as emulses), so contaminados pela gua atravs da condensao, vazamentos nos trocadores de calor ou pelo ar umedecido proveniente do respiro do reservatrio.

    PROTEO ANTIDESGASTE O fluido hidrulico deve lubrificar as partes em movimento dos componentes do sistema e reduzir o seu desgaste, particularmente nas bombas hidrulicas. Os fluidos aditivados com agentes antidesgaste (tricresil fosfato, dialquil ditiofosfato de zinco, compostos inativos de cloro, enxofre e fsforo, etc.) so indicados para o uso em unidades compactas, que funcionam com altas presses e grandes velocidades nas bombas e nos sistemas que operam em condies adversas e de sobrecarga. Um leo, com aditivo antidesgaste, pode reduzir em at 95% o desgaste das bombas de palhetas, em comparao com um leo convencional sem esse aditivo. Sistemas com bombas de pistes axiais e radiais e bombas de engrenagens, normalmente no requerem esse tipo fluido. Eles so geralmente recomendados para sistemas que utilizam bombas de palhetas. Entretanto, deve-se sempre consultar o fabricante das bombas, que determinar se alguma condio operacional particular da bomba ir necessitar de um fluido antidesgaste.

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  • BAIXO PONTO DE FLUIDEZ A menor temperatura na qual um fluido escoa, denominada Ponto de Fluidez. Em condies de operao em baixas temperaturas, um fluido hidrulico deve manter satisfatoriamente sua fluidez, a fim de no congelar-se ou causar restries circulao da bomba aos componentes de trabalho. Para se garantir o incio da operao e funcionamento normal de sistema, deve-se escolher um fluido que possua um ponto de fluidez abaixo da menor temperatura em que o sistema ir operar. Existem muitas variaes do ponto de fluidez entre os fluidos hidrulicos. Aditivos abaixadores do ponto de fluidez base de fenis, steres polimerizadores e glicol melhoram muito esta caracterstica. As emulses de leo com gua esto limitadas para operaes at 5C; os leos minerais de petrleo possuem ponto de fluidez natural at -10C, podendo chegar at -25C, com aditivos abaixadores do ponto de fluidez; os leos sintticos podem trabalhar de temperaturas de 0 a -50C, conforme o tipo de composio qumica e aditivos; a mistura gua-glicol possui um ponto de fluidez muito baixo, chegando at -55C; os fluidos de silicone so os nicos tipos recomendados para operaes abaixo de -55C. Deve-se ressaltar que um baixo ponto de fluidez no garante que o fluido ir operar adequadamente naquela temperatura, pois em temperaturas prxima do seu ponto de fluidez, existe um grande aumento da sua viscosidade, dificultando a circulao. Esta a razo pela qual os fabricantes especificam uma viscosidade mxima para a temperatura de partida.

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  • PROTEO CONTRA A CORROSO E A FERRUGEM muito difcil manter um sistema hidrulico convencional livre da gua e de outros contaminantes. A maioria dos sistemas possui componentes feitos de materiais ferrosos, que tm tendncia oxidao e aos ataques corrosivos sob certas condies, ocasionando muitos problemas ao funcionamento do sistema. Alm de poderem causar o travamento das superfcies em movimento, a ferrugem e a corroso podem obstruir as tubulaes e danificar as passagens das vlvulas e dos componentes de trabalho. Os leos minerais, entre todos os fluidos, so os que possuem as melhores caractersticas de preveno da corroso e ferrugem. Estes e outros fluidos podem ter realadas estas caractersticas, com a utilizao de aditivos inibidores de corroso e ferrugem.

    RESISTNCIA FORMAO DE ESPUMA E RETENO DE AR A espuma e o ar retido (entranhado) num fluido hidrulico podem ser causados pela agitao do fluido no tanque, por entradas falsas de ar no sistema, vazamentos de ar atravs da linha de entrada e na bomba, baixo nvel de fluido no tanque ou linha de retorno acima do nvel do fluido, etc. A espuma causa problemas ao sistema se ela for sugada pela bomba, ocasionando perda de rendimento perda de rendimento e de controle dos componentes, alm de srios prejuzos mecnicos bomba. O ar retido no fluido, minsculas bolhas de ar contidas no corpo do fluido, considerado um problema mais srio do que a espuma, que so bolhas de ar na superfcie do fluido. O efeito do ar retido ou entranhado no fluido o aumento de sua compressibilidade, provocando uma operao lenta e irregular do sistema, alm de rudos, vibraes e desgaste na bomba. Os aditivos antiespumantes e defoamer diminuem este efeito, eliminando o ar entranhado pela superfcie do fluido no depsito, quebrando a espuma rapidamente. Todo o fluido forma espuma e retm ar. A diferena est na quantidade formada durante o servio. Os fluidos integrais tm maior resistncia reteno de ar do que os de base aquosa.

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  • COMPATIBILIDADE COM MATERIAIS DE VEDAO Todo sistema hidrulico possui juntas e selos de vedao, compostos de vrios materiais. Os efeitos dos fluidos hidrulicos nestes componentes devem ser analisados antecipadamente, devendo haver compatibilidade com os materiais utilizados, sem atac-los quimicamente. As avarias causadas nos materiais de vedao dependem do poder de solvncia dos fluidos hidrulicos. Estes materiais podem tornar-se duros e quebradios ou moles e de fcil dissoluo. Para os fluidos integrais, o Ponto de Anilina um bom indicador do grau de ataque borracha e aos materiais plsticos. Pequenas alteraes nas caractersticas dos materiais destes componentes podem ser toleradas, mas modificaes maiores na estrutura, provocando inchamento ou a contrao excessiva dos mesmos, afetam a vida til das vedaes e a eficincia do sistema hidrulico. As borrachas sintticas e butlicas so resistentes a quase todos os tipos de fluidos. Sempre que se utilizar um fluido no expressamente indicado pelo fabricante, deve-se consult-lo para assegurar uma compatibilidade satisfatria entre o fluido e os materiais da vedao.

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  • CARACTERSTICAS PRINCIPAIS DOS SISTEMAS HIDRULICOS:

    Equipamentos

    Equipamentos de construo civil

    Mquinas Industriais

    Performance necessria

    Tipos de bombas e motores

    hidrulicos

    Bomba de pisto, de

    engrenagem e motor

    Bomba de

    vlvulas,

    engrenagens e

    pisto

    Propriedade antidesgaste

    Presso de leo, MPa 21-42 5-32 -

    Temperatura do leo no

    tanque, C

    80-110 60 Alta estabilidade qumica

    Partida a frio Sim < -10C Temperatura

    ambiente

    Baixa de temperatura de

    fluidez

    Tipo de tanque de leo Pressurizado ou

    fechado

    Aberto Estabilidade oxidao

    Deaero Boa-inferior Boa Antiespumante

    Volume do tanque de leo Pequeno Grande Antioxidante

    Durao do ciclo 5-6/min. 1-1,5/min. Antiespumante

    Freio de parada Sim No Alto coeficiente de frico

    Contaminao por gua, % 1,0% Antiferrugem

    Contaminao por

    particulados

  • TABELA COMPARATIVA DAS

    CARACTERSTICAS DOS FLUIDOS HIDRULICOS:

    Propriedades (valores tpicos)

    leo mineral

    gua-Glicol

    Emulses de gua/leo

    Emulses de leo/gua

    Aromticos clorados

    steres fosfatados

    Silicones

    Peso Especfico 0,85-0,92 1,04-1,06 0,90-0,95 0,94-0,98 1,20-1,42 1,05-1,26 0,93-1,05

    Viscosidade (geral)

    Baixa/alta Baixa/mdia Baixa Baixa Baixa/alta Baixa/alta Baixa/alta

    Viscosidade cSt 40C

    10-300 40 80 - 30-60 30-60 20-80

    ndice de viscosidade

    70-120 150 - - Baixa (30-40) Baixa (40-45) Alto (>150)

    Inflamabilidade Inflamvel No combustvel

    No combustvel

    No combustvel

    Resistente ao fogo

    Resistente ao fogo

    No combustvel

    Ponto de fulgor C

    220 - - - - - -

    Temp. de combusto C

    390 650 435 550 650 650 650

    Ponto de fluidez C

    -18 -55 4 4 0 -20

  • PERODOS DE TROCA

    A freqncia na troca de um fluido hidrulico depende principalmente de sua qualidade, do tipo de operao a que est submetido e do nvel de contaminao existente. De modo geral, no existe uma regra fixa para a hora da troca. Porm, a experincia de fabricantes e usurios indica alguns parmetros gerais que podem ser seguidos de acordo com alguns fatores de servio:

    Aps as primeiras 100 horas para equipamentos novos ou reformados.

    1500 a 3000 horas para ciclos de trabalho leve, sem contaminao.

    1000 a 1500 horas para ciclos de trabalho leve com contaminao ou ciclos de trabalho pesado sem contaminao.

    500 a 1000 horas para ciclos de trabalho pesado, com contaminao.

    aconselhvel que o fluido seja trocado no mximo a cada 2 anos de servio, mesmo que suas caractersticas estejam dentro dos limites permissveis, pois com o tempo pode ocorrer uma degradao ou depleo dos aditivos e sedimentaes de materiais insolveis no interior do sistema, que s sero retirados atravs da drenagem total do fluido. Quando a quantidade do fluido justificar, deve-se fazer uma anlise peridica de algumas caractersticas fsico-qumicas, para controle da sua vida til. Entretanto, mudanas acentuadas nas caractersticas do fluido, como aumento de viscosidade, mudana da colorao normal ou escurecimento, turvamento, formao anormal de espuma, etc. necessitam providncias imediatas, trocando-se o fluido, detectando e sanando a causa do problema. Para os fluidos sintticos, de silicone e gua-glicol, deve-se consultar o fabricante do equipamento e o fornecedor do fluido, para se estabelecer os procedimentos de controle e troca.

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  • Deve-se sempre procurar utilizar os fluidos recomendados pelos fabricantes do equipamento, nunca misturando tipos diferentes. Nos casos de emergncia, na falta de estoque do fluido recomendado para reposio ou troca, os tcnicos da IPIRANGA podem fornecer orientao adequada em cada caso particular. Os fluidos a serem utilizados devem estar armazenados em recipientes e locais limpos, protegidos de possveis contaminaes e variaes de temperatura. A troca do fluido e o complemento do nvel devem sempre ser feitas na temperatura normal de operao. Quando da troca, recomenda-se tambm substituir os filtros e fazer uma lavagem no sistema, com um fluido adequado ou at mesmo com o mesmo fluido normalmente utilizado, pois constatou-se na prtica que apenas 10% do fluido usado remanescente no sistema suficiente para reduzir em at 75% a vida til do novo fluido trocado. A lavagem deve ser feita a 40C, passando o fluido de limpeza por um filtro externo at a remoo completa de todos os contaminantes. Aps, deve-se colocar o fluido hidrulico recomendado, circulando inicialmente com a mnima quantidade possvel, para depois completar o nvel.

    FILTRAGEM

    A contaminao um dos maiores inimigos do bom desempenho e funcionamento correto de um sistema hidrulico. So numerosas as fontes de contaminao, mas todas recaem em trs categorias bsicas:

    1 Contaminao Original: introduzida durante a fabricao e

    montagem do equipamento. Pode ser provocada por areia de fundio, respingos de solda, aparas de metal, limalhas de usinagem, poeira, terra, solventes de limpeza, material particulado de filtros, borrachas e vedaes e etc. a maior fonte de contaminao nos sistemas.

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  • 2 Contaminao Gerada: resulta da tendncia da contaminao existente gerar nova contaminao. Por exemplo, partculas abrasivas geram um desgaste acentuado das partes mveis, sendo que estas novas partculas de desgaste aceleram o processo; a oxidao dos leos hidrulicos integrais, que aumenta na presena do calor, ar, umidade e elementos catalizadores (limalhas de metal, etc.) gera a formao de borras e vernizes insolveis, que aumentaro o ndice de contaminao do sistema.

    3 Contaminao Externa: os contaminantes externos podem

    penetrar no sistema por meio de novo fluido hidrulico, novos filtros, materiais de vedao e de limpeza, gua de refrigerao e de chuva, poeira ambiental, etc.

    Qualquer que seja a origem, os contaminantes tendem a aumentar numa reao em cadeia, piorando o problema. Na maioria das vezes, difcil controlar e reverter o processo de contaminao. mais fcil e menos dispendioso comear a partir de um sistema muito limpo e depois conserv-lo. Os elementos do sistema hidrulico so suscetveis s contaminaes, sendo elas, a principal causa de falhas, avarias e desgaste prematuro da bomba e outros componentes. Por esse motivo, essencial que os sistemas sejam equipados com filtros adequados, que possam prover uma filtragem eficiente do fluido hidrulico.

    28

  • Tanto o tamanho quanto densidade dos contaminantes so importantes. Geralmente, as partculas menores so as que causam os maiores danos, devido sua ao erosiva e a dificuldade encontrada em remov-las.

    Geralmente o sistema possui uma peneira ou um filtro na linha de suco para proteo da bomba e um filtro no lado pressurizado para proteo das vlvulas de controle, cilindros e acessrios. Bujes magnticos devem ser instalados no reservatrio, para reter as pequenas partculas metlicas que no so retidas pelos filtros. Importante tambm o filtro no respiro do reservatrio, que retm a poeira e outros contaminantes externos que podem entrar no sistema. Em ambientes contaminados recomenda-se a pressurizao do reservatrio, para evitar a entrada de ar sujo ou mido pelo respiradouro.

    Os filtros devem ser limpos ou trocados pelo menos a cada troca do fluido no sistema ou mais freqentemente, caso as condies operacionais assim o exigirem. Manter o fluido limpo e livre de contaminaes, atravs de uma filtragem eficiente, contribui para eliminar mais da metade de todas as avarias e problemas nos sistemas hidrulicos. Pode-se dizer que uma filtragem perfeita o preo do bom desempenho do sistema.

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  • Os contaminantes tendem a aumentar com o tempo, numa reao em cadeia.

    difcil controlar e reverter o processo de contaminao. mais fcil e menos dispendioso comear a partir de um sistema muito limpo e depois consert-lo.

    Tanto o tamanho quanto a densidade dos contaminantes so importantes. Geralmente, as partculas menores so as que causam maiores danos.

    Os sistemas devem ser equipados com filtros adequados, que realizem uma filtragem eficiente do fluido.

    Uma filtragem perfeita e o preo do bom desempenho de todo sistema hidrulico.

    SISTEMAS DE FILTRAGEM DE LEOS HIDRULICOS

    O sistema de filtragem geralmente composto dos seguintes elementos:

    Um filtro ou peneira na linha de suco, para proteo da

    bomba. Um filtro na linha de suco no lado pressurizado, para

    proteo das vlvulas, cilindros e outros acessrios. Bujes magnticos no fundo do reservatrio para reteno de

    partculas metlicas dispersas. Filtro no respiro do reservatrio para reteno de poeira e

    outros contaminantes externos.

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  • TIPOS DE FILTROS MECNICOS

    FILTRO DE LINHA DE PRESSO

    montado na linha de presso do sistema. utilizado quando se precisa de uma limpeza perfeita do fluido a ser introduzido em determinado componente.

    Com o uso os filtros ficam saturados de partculas de desgaste metlico, poeira, borras e outros contaminantes.

    Filtro novo Filtro saturado e danificado

    31

  • FILTRO DE SUCO

    instalado no tanque, abaixo do nvel do fluido. Sua funo impedir que corpos slidos sejam aspirados pela bomba, danificando-a.

    FILTRO DE RETORNO Responsvel pela filtragem de todo o fluido que retorna ao tanque, carregado de impurezas que foram absorvidas no ciclo de trabalho. Geralmente so do tipo cartucho de filtragem total e vlvula by-pass.

    32

  • VAZAMENTOS

    Em todo sistema hidrulico existem vazamentos, sendo que uma parte deles prevista em projeto. Qualquer vazamento, previsto ou no, reduz o rendimento e resulta em perda de potncia. Os vazamentos podem ser externos ou internos:

    VAZAMENTO INTERNO O vazamento interno precisa ser incorporado aos componentes hidrulicos, a fim de prover lubrificao aos carretis de vlvulas, eixos, pistes, mancais, mecanismos de bombeamento e outras peas mveis, retornando o excedente vazado ao reservatrio. O vazamento interno excessivo retarda a ao dos componentes ou at mesmo pode torn-los inoperantes ou fora de controle, diminuindo a eficincia e controle de vazo. O vazamento interno aumenta com a presso e com o desgaste anormal dos componentes. A utilizao de fluidos com menor ou maior viscosidade, bem como a operao em presses ou temperaturas acima das recomendadas, afetam diretamente o vazamento interno.

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  • VAZAMENTO EXTERNO

    O vazamento externo combina os aspectos negativos do vazamento interno com os seus. Ele cria problemas de limpeza, segurana e manuteno, alm do fator de desperdcio do fluido, que pode ser muito caro. As principais causas de vazamento externo so instalaes incorretas e falta de manuteno adequada. Os componentes, por si, raramente vazam se tiverem sido montados e instalados corretamente. No entanto, a omisso da instalao de linhas de dreno, presses excessivas ou contaminaes, podem danificar ou romper as vedaes, resultando em vazamento externo.

    Alguns pontos importantes para reduzir vazamentos nos sistemas so:

    Usar juntas e vedaes adequadas s presses, temperaturas

    e ao fluido utilizado. Minimizar o nmero de conexes. Tornar todas as conexes e linhas acessveis manuteno,

    mantendo-as sempre apertadas. Utilizar o fluido recomendado na viscosidade adequada. Estudar detalhadamente os problemas relativos s vibraes

    e seus efeitos nas linhas, juntas e conexes.

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  • RESERVATRIO DE SISTEMA HIDRULICO Embora a funo lgica do reservatrio seja para armazenar o fluido para o sistema hidrulico, tem ainda a funo se separar o ar do fluido, decantar gua, impurezas e dissipar ao mximo o calor gerado.

    Os nveis de leo recomendados (nvel de funcionamento e nvel de paragem) para um reservatrio de sistema hidrulico so as seguintes, conforme figura a seguir:

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  • BOMBAS

    A bomba converte energia mecnica em energia hidrulica. o corao do sistema, gerando o fluxo que ir acionar os atuadores.

    TIPOS DE BOMBAS

    1) De deslocamento no positivo: Gera um fluxo contnuo de fluido sendo que a vazo varia em

    funo da presso. Precisa partir com a linha de suco cheia de fluido e livre de

    ar. Raramente usada em sistema hidrulico industrial ou tipo

    mobile as Bombas Centrfugas e as Bombas de Hlice.

    2) De deslocamento positivo: Produz um fluxo de forma pulsante, porm sem variao de

    presso. Normalmente so auto-escovantes, identificadas abaixo:

    a) Bombas de Vazo Fixa: o volume de sada do fluido somente pode ser alterado mudando-se a rotao das bombas abaixo:

    Bombas Manuais Ex: Sistema de freio hidrulico de veculos

    36

  • Bombas de Engrenagens Indicadas para baixas ou mdias vazes e altas presses.

    Apresentam como vantagem sua robustez e como desvantagem o rudo excessivo, vazo fixa e necessidade de vlvulas de alvio.

    Bombas de Parafuso Utilizadas em circuitos que exigem uma vazo uniforme,

    sem pulsao. Permitem uma elevada rotao, com pequenas ou grandes vazes So de alto custo.

    Bombas de Palhetas

    Tem compensao automtica do desgaste das palhetas, tendo o mesmo rendimento em toda vida til. Proporcionam bom rendimento e durabilidade se trabalharem num sistema limpo e com o tipo certo de fluido. Cobrem faixas de presso, rotao e vazo que vo de baixos a altos valores. Possuem um tamanho bastante pequeno em relao a capacidade de trabalho.

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  • Tem pulsaes de pequena amplitude e freqncia mdia. Geralmente silenciosas, tendem a assobiar nas altas rotaes.

    Bombas de Palhetas no Balanceadas: Podem ser de vazo fixa ou varivel.

    Bombas de Palhetas Balanceadas: So de vazo fixa.

    Bombas de Pistes: Podem ser tipo RADIAL ou AXIAL, com vazo fixa ou varivel;

    Apresentam como grande vantagem a presso elevada a que podem resistir at 700 bar e um alto rendimento volumtrico (cerca de rendimento volumtrico (cerca de 95%), alm de uma grande durabilidade e operao silenciosa;

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  • As pulsaes de descarga so de freqncia baixa e mdia;

    A exceo das bombas de pisto em linha, que so compactas, as bombas de pistes so pesadas e volumosas;

    A bomba de pistes o nico tipo que pode ter uma grande variedade de controles, em modelos de grande deslocamento.

    BOMBAS DE PISTES RADIAIS

    BOMBAS DE PISTES AXIAIS

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  • b) Bombas de Vazo Varivel: a vazo pode ser alterada por meio de dispositivos de comando instalados nas prprias bombas manuais, de palhetas e de pistes. Bombas Manuais Bombas de Palhetas Bombas de Pistes Conforme figuras anteriores.

    PROBLEMAS NOS SISTEMAS HIDRULICOS E POSSVEIS CAUSAS

    PROBLEMAS NA BOMBA

    A BOMBA HIDRULICA NO INJETA FLUIDO (CAVITAO):

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  • Baixo nvel de fluido no reservatrio. Obstruo no filtro de suco. Vazamento de ar no tubo de suco. Curso mal regulado. Temperatura de operao muito baixa. Velocidade de acionamento excessiva. Rotao invertida. Vlvula de alvio com funcionamento incorreto.

    PRESSO BAIXA OU IRREGULAR: Falta de injeo do fluido. Vlvula de alvio com funcionamento incorreto. Fluido contaminado. Ajuste incorreto de presso.

    RUDOS NA BOMBA: Obstruo no filtro da entrada. Obstruo do respiro. Bolhas de ar. Viscosidade alta do fluido. Baixa temperatura de operao. Desgaste das peas. Velocidade de acionamento excessiva. Rolamentos gastos ou defeituosos. Desalinhamento do eixo.

    VAZAMENTO EXTERNO: Gaxetas e vedaes gastas ou trincadas. Baixa viscosidade do fluido. Temperatura ou presso de operao acima da recomendada. Desalinhamento dos eixos.

    DESGASTE ANORMAL: Fluido contaminado. Presso elevada. Viscosidade inadequada do fluido.

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  • AQUECIMENTO DO FLUIDO HIDRULICO:

    CAUSAS MECNICAS: Desregulagem da vlvula de alvio. Funcionamento incorreto do refrigerador. Vazamento interno excessivo.

    CAUSAS OPERACIONAIS: Tubulaes e passagens obstrudas. Projeto incorreto do sistema. Viscosidade inadequada do fluido. Presso elevada.

    PROBLEMAS DEVIDOS AO FLUIDO

    FLUIDO MUITO VISCOSO: Cavitao e desgaste na bomba. Rudos na bomba. Perda de potncia no sistema. Diminuio do fluxo de leo. Aquecimento do leo. Atraso na resposta dos controles. Sobrecarga do motor.

    FLUIDO POUCO VISCOSO: Perda da eficincia da bomba. Vazamentos atravs das juntas e vedaes. Falhas na lubrificao da bomba e componentes. Baixa presso no sistema.

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  • DICAS DE MANUTENO DE SISTEMAS HIDRULICOS

    Use sempre fluidos de primeira qualidade, na viscosidade ou concentrao recomendadas pelo fabricante do equipamento.

    No misturar fluidos de tipos diferentes. Verifique a compatibilidade do fluido com os materiais de

    juntas vedaes. Antes de trocar ou adicionar fluido no reservatrio, verifique se

    o mesmo est na embalagem original e se recomendado pelo fabricante do equipamento.

    Troque o fluido e os filtros nos perodos recomendados, ou

    mais freqentemente quando as condies operacionais assim o exigirem.

    Verifique regularmente o nvel do fluido hidrulico no

    reservatrio. Mantenha todos os componentes do sistema limpos. Para

    limpeza, utilize sempre pano ou papel absorvente, nunca usando estopa ou outros materiais que soltem fiapos.

    Esteja sempre atento para a ocorrncia de vazamentos do

    fluido hidrulico, procurando sanar imediatamente a sua causa.

    Mantenha as vlvulas e atuadores rigidamente montados e as

    tubulaes e conexes apertadas suficientemente. Fluidos usados devem ser armazenados para posterior

    reaproveitamento. Nunca devem ser jogados em ralos, esgotos ou em locais que possam entrar em contato com a gua e vegetao. Alm de polurem a natureza e terem um certo grau de toxidez para o homem, constitui-se fator de economia para o Pas seu reaproveitamento.

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  • TABELAS DE RECOMENDAES TCNICAS E APROVAES DE FLUIDOS HIDRULICOS

    IPIRANGA

    Especificaes DIN (Alemanha) e ISO de leos hidrulicos: As normas DIN e ISO indicam os mesmos requisitos de desempenho. Tipos de Sistemas Hidrulicos

    Norma DIN 51524 parte 3 HVLP parte 2 HLP parte 1 - HL

    Norma ISO 67434 HV HM HL

    Aditivos

    Sistemas hidrulicos previstos para trabalhar dentro de uma rea com variaes acentuadas de temperatura, por ex. mquinas de construo civil. Presso de trabalho > 100 bar.

    HVLP IPITUR XVI

    HV IPITUR XVI

    Antidesgaste, anticorroso, melhorador do ndice de viscosidade (IV > 140)

    Sistema hidrulico de utilizao normal. Presso de trabalho > 100 bar

    HLP IPITUR AW

    HM IPITUR AW

    Antidesgaste, anticorroso e antioxidao (IV > 90)

    Sistema hidrulico simples para uso no interior. Presso de trabalho < 100 bar

    HLP EUREKA IPITUR HST

    HL EUREKA IPITUR HST

    Anticorroso e anti-oxidao

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  • Variao da viscosidade do leo em funo da presso e da temperatura de operao:

    Variao do volume em funo da presso e da temperatura:

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  • Recomendaes de fluidos para as bombas hidrulicas Bosch Rexroth:

    Recomendaes de fluidos para as bombas hidrulicas Parker:

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  • Recomendaes de fluidos para as bombas hidrulicas Vickers:

    Tabela de comparativa de diversas classificaes de viscosidades:

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    Equipamentos