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Sugestões,críticas,envio de questões para resolução em sala,envie e-mail para [email protected] PORTUGUÊS O primeiro ponto do curso é “Compreensão”, interpretação de textos com domínio das relações morfossintáticas, semânticas e discursivas” O programa do curso abrangerá: Fonética Ortografia Acentuação Morfologia: estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em relação à idéia que ela encerra (classe das palavras,flexões,elementos,terminações,grafia) Os elementos da morfologia Classes de Palavras Diferenciação morfológica Sintaxe: é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na mesma oração(concordância,regência,colocação). Frase, período e oração Concordância nominal Regência nominal Concordância verbal Regência verbal Pontuação Crase Semântica: estuda o sentido das palavras. Interpretação Textual Tipos de Discurso Redação Tipos de redação Redação Oficial Normas Gerais de Elaboração Siglas e Acrônimos

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PORTUGUÊS

O primeiro ponto do curso é “Compreensão”, interpretação de textos com

domínio das relações morfossintáticas, semânticas e discursivas”

O programa do curso abrangerá:

Fonética

Ortografia

Acentuação

Morfologia: estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em relação à idéia

que ela encerra (classe das palavras,flexões,elementos,terminações,grafia) Os elementos da morfologia

Classes de Palavras

Diferenciação morfológica

Sintaxe: é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na mesma

oração(concordância,regência,colocação). Frase, período e oração

Concordância nominal

Regência nominal

Concordância verbal

Regência verbal

Pontuação

Crase

Semântica: estuda o sentido das palavras.

Interpretação Textual

Tipos de Discurso

Redação

Tipos de redação

Redação Oficial

Normas Gerais de Elaboração

Siglas e Acrônimos

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1. Fonética

1.1 Fonema e Letra:

A palavra falada é formada por combinações de unidades mínimas de som (fonemas).

Na escrita, a representação do fonema ocorre através de letras. Por isso, o fonema não

pode ser confundido com a letra. O fonema é a menor unidade sonora da língua,

enquanto a letra é um sinal gráfico e visual, cuja função é representar o fonema de

acordo com as normas da língua.

A correspondência entre letra e som não ocorre em todas as situações, pois uma mesma

letra pode representar fonemas distintos, como o x nas palavras: próximo, exato e feixe.

Mas, há casos em que letras distintas representam o mesmo som, como acontece com as

palavras seco, cedo, laço e próximo.

Por fim, nota-se que uma letra pode representar mais de um fonema, como fixo, cuja

leitura é "fikso", enquanto existe letra que não tem som, como o h em hora. Temos

ainda os sons ora representados por uma só letra, ora por duas como xícara/chinelo,

gato/guitarra e rabo/carro.

1.2 Tipos de Fonemas: Os fonemas são classificados em vogais, consoantes e semivogais:

As vogais são sons produzidos sem obstáculos para a passagem de ar, que passa

livremente pela boca, oriundo do pulmão. Sua emissão é independente de outro fonema,

por isso constitui a base da sílaba.

Os sons das vogais produzem-se a partir do diferentes posicionamentos dos músculos da

boca, constituídos pela língua, pelos lábios e pelo véu palatino, formando o seguinte

quadro:

a) modificação do véu palatino:

vogais orais: a corrente de ar vibrante passa pela cavidade bucal, formando sete fonemas vocálicos orais: i, e, é, a, ó, o, u (fica, veja, vela, pá, bola, coma, pula).

vogais nasais: corrente de ar vibrante passa pelas cavidades bucal e nasal, formando cinco fonemas vocálicos nasais: linda, tenta, banda, onda, fundo.

b) elevação da língua na região do céu da boca:

vogais anteriores: emitidas com abertura média da boca (linda, fica, tenta, vela, veja). vogais centrais: emitidas com abertura total da boca (banda, pá). vogais posteriores: emitidas com abertura inferior a 50% da boca (fundo, pula, onda,

bola, coma).

Essa abertura da boca também estará relacionada à consoante que segue a vocal, por

isso a pronúncia precisa ser casada entre posição de abertura da vogal e da consoante.

c) elevação da parte mais alta da língua:

vogais altas: máxima elevação da língua para o céu da boca (fica, linda, pula, fundo). vogais médias: a elevação é média (veja, tenta, vela, coma, tonta, bola). vogais baixas: a elevação é mínima (pá, banda).

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As consoantes são fonemas produzidos através da obstrução do ar proveniente do

pulmão, precisando de uma vogal para ser emitidos. Esses obstáculos podem ser totais

ou parciais, a partir da posição da língua e dos lábios.

As consoantes apresentam quatro critérios de classificação:

modo de articulação: responsável pela identificação do obstáculo que ocorre durante a passagem do ar pela boca.

Se a corrente de ar encontrar um obstáculo total, essas consoantes serão classificadas

como oclusivas (p, b, t, d, k e g).

Se o obstáculo for parcial, as consoantes serão chamadas constritivas (compressão),

podendo ser fricativas (fricção do ar através de uma fenda no meio da boca), laterais (o

ar sai pelos lados da boca) e vibrantes (quando ocorre a vibração da língua ou do véu

palatal).

A classificação das consoantes constritivas ocorre da seguinte maneira:

- constritivas fricativas: f, v, s, z, x, j;

- constritivas laterais: l, lh;

- constritivas vibrantes: r, rr

ponto de articulação: identifica em qual ponto da cavidade bucal localiza-se o obstáculo para a passagem do ar.

O ponto de articulação classifica-se em consoantes bilabiais (contato entre os lábios

superior e inferior), labiodentais (o lábio inferior tem contato com os dentes incisivos

superiores), linguodentais (contato entre a língua e a face interna dos dentes incisivos

superiores), alveolares (contato da língua com os alvéolos dos dentes incisivos

superiores), palatais (o dorso da língua toca o céu da boca) e velares (parte posterior da

língua tem contato com o véu palatino).

Essa classificação permite a seguinte divisão das consoantes quanto ao ponto de

articulação:

- bilabiais: p, b, m;

- labiodentais: f, v;

- linguodentais: t, d, n;

- alveolares - s, z, l, r;

- palatais: x, j, lh, nh;

- velares: k, g, rr.

papel das cordas vocais: permite observar se ocorre ou não vibração das cordas vocais. Quando ocorrer a vibração a consoante é chamada de sonora, já quando não ocorre, ela é chamada de surda.

As consoantes surdas e sonoras da língua portuguesa podem ser divididas em seis pares:

SURDAS SONORAS

p

t

k

f

s

x

b

d

g

v

z

j

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papel das cavidades bucal e nasal: verifica se a passagem do ar ocorre somente pela cavidade bucal ou se passa pela cavidade nasal.

De acordo com a passagem do ar as consoantes são classificadas em orais ou nasais. As

consoantes nasais da língua portuguesa são três (m, n, nh), todas as demais são orais.

Já as semivogais sempre acompanham um vogal, formando sílaba com ela. Na língua

escrita às semivogais são representadas pelo "i" e "u", podendo em alguns casos serem

representadas pelo "e" e "o".

Deve-se observar também que a é sempre vogal e se estiver acompanhada de outra

vogal na mesma sílaba, esta será semivogal.

1.3 Sílaba: A sílaba é conjunto de sons que pode ser emitido numa só expiração. Na língua

portuguesa a parte central da sílaba sempre é a vogal.

Assim, na estrutura da sílaba existe, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais ou

consoantes.

A maneira mais fácil para separar as sílabas é pronunciar a palavra lentamente, de forma

melódica.

Na língua portuguesa, os vocábulos são classificados de acordo com o número de

sílabas que apresentam, podendo ser:

monossílabos (apenas uma sílaba): cão, chá; dissílabos (apresenta duas sílabas): mulher, garfo; trissílabos (possuem três sílabas): macaco, equipe; polissílabos (formados por mais de três sílabas): amizade; felicidade.

A consoante inicial não seguida de vogal fica na sílaba seguinte (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co). Se a consoante não seguida de vogal estiver dentro do vocábulo, ela fica na sílaba precedente (ap-to, rit-mo). Na questão, baseadas em texto de Gustavo Franco, marque o item em que a substituição da seqüência sublinhada pela alternativa proposta acarreta prejuízo à coerência ou à correção gramatical.

1.4 Encontros vocálicos: Os encontros vocálicos referem-se à seqüência de sons vocálicos (vogais e/ou

semivogais) que pode ocorrer numa mesma sílaba ou em sílabas separadas. As vogais

serão as pronunciadas mais fortes, enquanto as semivogais serão mais fracas, ou seja, e

átonas. São três os tipos de encontros vocálicos: hiatos, ditongos e tritongos.

hiatos: é a seqüência de duas vogais em sílabas diferentes. (saúde, cooperar, ruim, crêem)

ditongos: ocorre quando uma vogal e uma semivogal são pronunciadas numa só sílaba, independente da ordem destas.

Os ditongos podem ser classificados em decrescentes (pouco) ou crescentes (série) e

orais (todos aqueles que não são nasais) ou nasais (pão).

tritongos: são constituídos por uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba. (Paraguai, iguais).

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Os tritongos também podem ser classificados em nasais ou orais, seguindo as mesmas

regras dos ditongos.

Além dessas regras gerais, deve-se observar também que:

Am / em, no final das palavras, correspondem aos ditongos ao / ei nasalizados.

Cuidado com os falsos ditongos, pois quando átonos finais, os encontros (ia, ie, io, ao e

ua) são normalmente ditongos crescentes, mas também podem ser hiatos. Se esses

grupos não forem finais nem átonos, só podem ser hiatos (memória, democracia, viela).

Os encontros de palavras como praia, maio, feio, goiaba e baleia são separados de forma

a criar um ditongo e uma vogal sozinha depois.

1.5 Encontro consonantal: O encontro consonantal é a seqüência de duas ou mais consoantes, sem vogal

intermediária, que não sejam dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na mesma sílaba ou

não (carpete, bíblia).

Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando eles

aparecem no início da sílaba são inseparáveis. Quando estão no meio criam uma

pronúncia mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial, há uma tendência a destruir

esse encontro, inserindo a vogal i depois da consoante surda.

Quando x corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético.

Nesse caso, x é chamado de dífono.

1.6 Dígrafo: O dígrafo é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São dígrafos da

língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu (seguidos de e ou i), gu (seguidos de e ou i), sc,

sç, xc e xs.

Os encontros gu e qu se forem usados com trema ou acento, não serão dígrafos, uma vez

que o u será pronunciado.

Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais nasais: am,

an, em, en, im, in, om, on, um e un.

1.7 Separação silábica: Na língua portuguesa, a divisão das sílabas deve ser feita a partir da soletração, usando

o hífen para marcar as sílabas (con-ver-sí-vel).

Para a separação silábica correta devem-se observar as seguintes regras:

os ditongos e tritongos não podem ser separados (Pa-ra-guai, Ro-gé-rio, au-la); os hiatos têm as vogais separadas (a-é-re-o); os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu não são separados (cho-ca-lho); os dígrafos ss, rr, sc, sç e xc são separados (pás-sa-ro, nas-cer, cor-ri-da); as vogais idênticas e os grupos consonantais cc e cç são separados (co-or-de-na-dor,

in-te-lec-ção); os encontros consonantais ocorridos em sílabas internas diferentes são separados

(em-pre-gar); grupos consonantais que ocorrem no início dos vocábulos são inseparáveis: psi-co-se,

dra-ma, pneu-mo-ni-a.

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Aulas de Português - Fonética - Exercícios

1. Assinale a alternativa errada a respeito da palavra "churrasqueira".

a) apresenta 13 letras e 10 fonemas

b) apresenta 3 dígrafos: ch, rr, qu

c) divisão silábica: chur-ras-quei-ra

d) é paroxítona e polissílaba

e) apresenta o tritongo: uei

2. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas?

a) Caderno

b) Chapéu

c) Flores

d) Livro

e) Disco

3. Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos:

a) um ditongo

b) um tritongo

c) um trissílabo

d) um oxítono

e) um proparoxítono

4. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos não possui dígrafo:

a) folha - ficha - lenha - fecho

b) lento - bomba - trinco - algum

c) águia - queijo - quatro - quero

d) descer - cresço - exceto - exsudar

e) serra - vosso - arrepio - assinar

5. Assinale a alternativa que inclui palavras da frase abaixo que contêm,

respectivamente, um ditongo oral crescente e um hiato. As mágoas de minha mãe, que

sofria em silêncio, jamais foram compreendidas por mim e meus irmãos.

a) foram - minha

b) sofria - jamais

c) meus - irmãos

d) mãe - silêncio

e) mágoas - compreendidas

6. Assinale a seqüência em que todas as palavras estão partidas corretamente.

a) trans-a-tlân-ti-co / fi-el / sub-ro-gar

b) bis-a-vô / du-e-lo / fo-ga-réu

c) sub-lin-gual / bis-ne-to / de-ses-pe-rar

d) des-li-gar / sub-ju-gar / sub-scre-ver

e) cis-an-di-no / es-pé-cie / a-teu

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7. Segundo as normas do vocabulário oficial, a separação silábica está corretamente

efetuada em ambos os vocábulos das opções:

a) to-cas-sem, res-pon-dia

b) mer-ce-ná-ri-o, co-in-ci-di-am

c) po-e-me-to, pré-dio

d) ru-i-vo, pe-rí-o-do

e) do-is, pau-sas

8. Assinale a alternativa que não apresenta todas as palavras separadas corretamente.

a) de-se-nho, po-vo-ou, fan-ta-si-a, mi-lhões

b) di-á-rio, a-dul-tos, can-tos, pla-ne-ta

c) per-so-na-gens, po-lí-cia, ma-gia, i-ni-ci-ou

d) con-se-guir, di-nhei-ro, en-con-trei, ar-gu-men-tou

e) pais, li-ga-ção, a-pre-sen-ta-do, au-tên-ti-co

9. Dadas as palavras: Sub-ter-râ-neo / su-bes-ti-mar / trans-tor-no, constatamos que a

separação silábica está correta:

a) apenas nº 1;

b) apenas nº 2;

c) apenas nº 1 e 2;

d) em todas as palavras

e) n. d. a.

10. Dadas as palavras: tung-stê-nio / bis-a-vô / du-e-lo, constatamos que a separação

silábica está correta:

a) apenas nº 1

b) apenas nº 2

c) apenas nº 3

d) em todas as palavras

e) n. d. a.

11. Nas palavras alma, pinto e porque, temos, respectivamente:

a) 4 fonemas - 5 fonemas - 6 fonemas.

b) 5 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.

c) 4 fonemas - 4 fonemas - 5 fonemas.

d) 5 fonemas - 4 fonemas - 6 fonemas.

e) 4 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.

12. A alternativa que apresenta uma incorreção é:

a) o fonema está diretamente ligado ao som da fala.

b) as letras são representações gráficas dos fonemas.

c) a palavra "tosse" possui quatro fonemas.

d) uma única letra pode representar fonemas diferentes.

e) a letra "h" sempre representa um fonema.

13. Todas as palavras abaixo possuem um encontro vocálico e um encontro

consonantal, exceto:

a) destruir.

b) magnésio.

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c) adstringente.

d) pneu.

e) autóctone.

14. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é:

a) assinar / bocadinho / arredores.

b) residência / pingue-pongue / dicionário.

c) digno / decifrar / dissesse.

d) dizer / holandês / groenlandeses.

e) futebolísticos / diligentes / comparecimento.

15. Verificamos a presença de um hiato em:

a) entendia.

b) trabalho.

c) conjeturou.

d) mais.

e) saguão.

16. A alternativa que apresenta certa dificuldade de distinção entre ditongo crescente e

hiato é:

a) pai-saúde-mau-juízo.

b) Saara-preencher-cruel-doer.

c) faísca-degrau-chapéu-vôo.

d) piada-miolo-poente-miudeza.

e) frear-foi-saída-rei.

17. A alternativa que apresenta uma incorreção é:

a) "chapéu" possui um dígrafo e um ditongo decrescente.

b) "guerreiro" possui dois dígrafos e um ditongo decrescente.

c) "mangueira" possui dois dígrafos e um ditongo decrescente.

d) "enxagüei" possui dois dígrafos e um tritongo.

e) "exato" não possui dígrafos e nem encontro vocálico.

18. A alternativa em que as letras sublinhadas nas palavras constituem, respectivamente,

dígrafo e encontro consonantal é:

a) exceção / étnico

b) banho / desça

c) seguir / nascimento

d) aquático / psicologia

e) occipital / represa

19. Observe os encontros vocálicos e os dígrafos e assinale a única afirmativa incorreta:

a) na palavra cãibra ocorre um ditongo nasal decrescente.

b) na palavra freqüente ocorre um ditongo oral crescente.

c) na palavra radiouvinte ocorre um tritongo oral.

d) na palavra pneumonia ocorrem um ditongo decrescente e um hiato.

e) na palavra zoologia ocorrem dois hiatos.

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20. Observe os encontros vocálicos e os dígrafos e assinale a única afirmativa incorreta:

a) a palavra discente tem dígrafo consonantal e um dígrafo vocálico.

b) a palavra entranhas tem um dígrafo vocálico e um dígrafo consonantal.

c) a palavra também tem dois dígrafos vocálicos.

d) a palavra tranqüilo tem um dígrafo vocálico e não apresenta dígrafo consonantal.

e) a palavra borracha tem dois dígrafos consonantais.

21. O vocábulo cujo número de letras é igual ao número de fonemas está em:

a) sucedida.

b) habitando.

c) grandes.

d) espinhos.

e) ressoou.

22. A palavra que apresenta ditongo crescente é:

a) acordou.

b) teriam.

c) noites.

d) jamais.

e) quando.

23. Só não existe hiato em:

a) atoleiros.

b) miaram.

c) ruído.

d) defendiam.

e) haviam.

24. Indique a palavra que tem 5 fonemas:

a) ficha.

b) molhado.

c) guerra.

d) fixo.

e) hulha.

25. Assinale o vocábulo com ditongo nasal decrescente:

a) quando.

b) zangou.

c) misteriosos.

d) vitória.

e) moravam.

26. A palavra "charuto" apresenta:

a) um dígrafo e seis fonemas.

b) um dígrafo e sete fonemas.

c) sete letras e sete fonemas.

d) sete letras e dois dígrafos.

e) sete letras e cinco fonemas.

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27. Marque o item que apresenta erro na divisão silábica:

a) téc-ni-co

b) de-ce-pção

c) ad-jun-to

d) con-fec-ção

e) obs-tá-cu-lo

1 E / 2 B / 3 A / 4 C / 5 E / 6 C / 7 C / 8 C / 9 d / 10 C / 11 C / 12 E / 13 C / 14 A / 15 A

/ 16 D / 17 D / 18 A / 19 B / 20 C / 21 A / 22 E / 23 A / 24 D / 25 E / 26 A / 27 B

2. Ortografia.

A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia

baseia-se no padrão culto da língua.

As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e

pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são chamadas de

homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).

As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a mesma grafia

(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas,

quando tem o mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento durante o andar).

Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes regras:

O fonema s: Escreve-se com S e não com C/Ç:

as palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent.

Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter -

inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir -

impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer -

discurso / sentir - sensível / consentir - consensual

Escreve-se com SS e não com C e Ç:

os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou meter

Exemplos: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder -

cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir -

opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão

quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por s

Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir

no pretérito imperfeito simples do subjuntivo

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Exemplos: ficasse, falasse

Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS:

os vocábulos de origem árabe:

Exemplos: cetim, açucena, açúcar

os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica

Exemplos: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique

os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu.

Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça,

dentuço

nomes derivados do verbo ter.

Exemplos: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção

após ditongos

Exemplos: foice, coice, traição

palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r)

Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção

O fonema z: Escreve-se com S e não com Z:

os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos.

Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.

os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose.

Exemplos: catequese, metamorfose.

as formas verbais pôr e querer.

Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste.

nomes derivados de verbos com radicais terminados em d.

Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir - difusão

os diminutivos cujos radicais terminam com s

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Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho

após ditongos

Exemplos: coisa, pausa, pouso

em verbos derivados de nomes cujo radical termina com s.

Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar

Escreve-se com Z e não com S:

os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo

Exemplos: macio - maciez / rico - riqueza

os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem não termine com s)

Exemplos: final - finalizar / concreto - concretizar

como consoante de ligação se o radical não terminar com s.

Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho

O fonema j: Escreve-se com G e não com J:

as palavras de origem grega ou árabe

Exemplos: tigela, girafa, gesso.

estrangeirismo, cuja letra G é originária.

Exemplos: sargento, gim.

as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções)

Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge.

Observação Exceção: pajem

as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio.

Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio.

os verbos terminados em ger e gir.

Exemplos: eleger, mugir.

depois da letra "r" com poucas exceções.

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Exemplos: emergir, surgir.

depois da letra a, desde que não seja radical terminado com j.

Exemplos: ágil, agente.

Escreve-se com J e não com G:

as palavras de origem latinas

Exemplos: jeito, majestade, hoje.

as palavras de origem árabe, africana ou exótica.

Exemplos: alforje, jibóia, manjerona.

as palavras terminada com aje.

Exemplos: laje, ultraje

O fonema ch: Escreve-se com X e não com CH:

as palavras de origem tupi, africana ou exótica.

Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro.

as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).

Exemplos: xampu, lagartixa.

depois de ditongo.

Exemplos: frouxo, feixe.

depois de en.

Exemplos: enxurrada, enxoval

Observação:

Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio -

(enchente)

Escreve-se com CH e não com X:

as palavras de origem estrangeira

Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.

As letras e e i:

os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo interno cãibra. os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com e: caçoe, tumultue.

Escrevemos com i, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.

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atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia e pela grafia i: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).

Ortografia - Exercícios 1. Estão corretamente empregadas as palavras na frase:

a) Receba meus cumprimentos pelo seu aniversário.

b) Ele agiu com muita descrição.

c) O pião conseguiu o primeiro lugar na competição.

d) Ele cantou uma área belíssima.

e) Utilizamos as salas com exatidão.

2. Todas as alternativas são verdadeiras quanto ao emprego da inicial maiúscula, exceto:

a) Nos nomes dos meses quando estiverem nas datas.

b) No começo de período, verso ou alguma citação direta.

c) Nos substantivos próprios de qualquer espécie

d) Nos nomes de fatos históricos dos povos em geral.

e) Nos nomes de escolas de qualquer natureza.

3. Indique a única seqüência em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) fanatizar - analizar - frizar.

b) fanatisar - paralizar - frisar.

c) banalizar - analisar - paralisar.

d) realisar - analisar - paralizar.

e) utilizar - canalisar - vasamento.

4. A forma dual que apresenta o verbo grafado incorretamente é:

a) hidrólise - hidrolisar.

b) comércio - comercializar.

c) ironia - ironizar.

d) catequese - catequisar.

e) análise - analisar.

5. Quanto ao emprego de iniciais maiúsculas, assinale a alternativa em que não há erro

de grafia:

a) A Baía de Guanabara é uma grande obra de arte da Natureza.

b) Na idade média, os povos da América do Sul não tinham laços de amizade com a

Europa.

c) Diz um provérbio árabe: "a agulha veste os outros e vive nua."

d) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incensos e mirra " (Manuel

Bandeira).

e) A Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, foi ornamentada na época de natal.

6. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) enxotar - trouxa - chícara.

b) berinjela - jiló - gipe.

c) passos - discussão - arremesso.

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d) certeza - empresa - defeza.

e) nervoso - desafio - atravez.

7. A alternativa que apresenta erro(s) de ortografia é:

a) O experto disse que fora óleo em excesso.

b) O assessor chegou à exaustão.

c) A fartura e a escassez são problemáticas.

d) Assintosamente apareceu enxarcado na sala.

e) Aceso o fogo, uma labareda ascendeu ao céu.

8. Assinale a opção cm que a palavra está incorretamente grafada:

a) duquesa.

b) magestade.

c) gorjeta.

d) francês.

e) estupidez.

9. Dos pares de palavras abaixo, aquele em que a segunda não se escreve com a mesma

letra sublinhada na primeira é:

a) vez / reve___ar.

b) propôs / pu__ eram.

c) atrás / retra __ ado.

d) cafezinho/ blu __ inha.

e) esvaziar / e___ tender.

10. Indique o item em que todas as palavras devem ser preenchidas com x:

a) pran__a / en__er / __adrez.

b) fei__e / pi__ar / bre__a.

c) __utar / frou__o / mo__ila.

d) fle__a / en__arcar / li__ar.

e) me__erico / en__ame / bru__a.

11. Todas as palavras estão com a grafia correta, exceto:

a) dejeto.

b) ogeriza.

c) vadear.

d) iminente.

e) vadiar.

12. A alternativa que apresenta palavra grafada incorretamente é:

a) fixação - rendição - paralisação.

b) exceção - discussão - concessão.

c) seção - admissão - distensão.

d) presunção - compreensão - submissão.

e) cessão - cassação - excurção.

13. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

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a) analizar - economizar - civilizar.

b) receoso - prazeirosamente - silvícola.

c) tábua - previlégio - marquês.

d) pretencioso - hérnia - majestade.

e) flecha - jeito - ojeriza.

14. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) atrasado - princesa - paralisia.

b) poleiro - pagem - descrição.

c) criação - disenteria - impecilho.

d) enxergar - passeiar - pesquisar.

e) batizar - sintetizar - sintonisar.

15. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) tijela - oscilação - ascenção.

b) richa - bruxa - bucha.

c) berinjela - lage - majestade.

d) enxada - mixto - bexiga.

e) gasolina - vaso - esplêndido.

16. Marque a única palavra que se escreve sem o h:

a) omeopatia.

b) umidade.

c) umor.

d) erdeiro.

e) iena.

17. (CFS/95) Assinalar o par de palavras parônimas:

a) céu - seu

b) paço - passo

c) eminente - evidente

d) descrição – discrição

18. (CFS/95) Assinalar a alternativa em que todas as palavras devem ser escritas com

"j".

a) __irau, __ibóia, __egue

b) gor__eio, privilé__io, pa__em

c) ma__estoso, __esto, __enipapo

d) here__e, tre__eito, berin__ela

19. (CFC/95) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte

período: "Em _____ plenária, estudou-se a _____ de terras a _____ japoneses."

a) seção - cessão - emigrantes

b) cessão - sessão - imigrantes

c) sessão - secção - emigrantes

d) sessão - cessão – imigrantes

20. (CFC/95) Assinalar a alternativa que apresenta um erro de ortografia:

a) enxofre, exceção, ascensão

b) abóbada, asterisco, assunção

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c) despender, previlégio, economizar

d) adivinhar, prazerosamente, beneficente

21. (CFC/95) Assinalar a alternativa que contém um erro de ortografia:

a) beleza, duquesa, francesa

b) estrupar, pretensioso, deslizar

c) esplêndido, meteorologia, hesitar

d) cabeleireiro, consciencioso, manteigueira

22. (CFC/96) Assinalar a alternativa correta quanto à grafia das palavras:

a) atraz - ele trás

b) atrás - ele traz

c) atrás - ele trás

d) atraz - ele traz

23. (CFS/96) Assinalar a palavra graficamente correta:

a) bandeija

b) mendingo

c) irrequieto

d) carangueijo

24. (CESD/97) Assinalar a alternativa que completa as lacunas da frase abaixo, na

ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje é diferente, _____ os ideais de uma

sociedade _____ justa ainda permanecem".

a) mas - mas

b) mais - mas

c) mas - mais

d) mais – mais

25. (CESD/98) Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portanto, palavras

homônimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa com a seqüência correta.

1 - conserto ( ) valor pago

2 - concerto ( ) juízo claro

3 - censo ( ) reparo

4 - senso ( ) estatística

5 - taxa ( ) pequeno prego

6 - tacha ( ) apresentação musical

a) 5-4-1-3-6-2

b) 5-3-2-1-6-4

c) 4-2-6-1-3-5

d) 1-4-6-5-2-3

26. (CFC/98) Assinalar o par de palavras antônimas:

a) pavor - pânico

b) pânico - susto

c) dignidade - indecoro

d) dignidade – integridade

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27. (CFS/97) O antônimo para a expressão "época de estiagem" é:

a) tempo quente

b) tempo de ventania

c) estação chuvosa

d) estação florida

28. (CFS/96) Quanto à sinonímia, associar a coluna da esquerda com a da direita e

indicar a seqüência correta.

1 - insigne ( ) ignorante

2 - extático ( ) saliente

3 - insipiente ( ) absorto

4 - proeminente ( ) notável

a) 2-4-3-1

b) 3-4-2-1

c) 4-3-1-2

d) 3-2-4-1

29. (ITA/SP) Em que caso todos os vocábulos são grafados com "x" ?

a) __ícara, __ávena, pi__e, be__iga

b) __enófobo, en__erido, en__erto, __epa

c) li__ar, ta__ativo, sinta__e, bro__e

d) ê__tase, e__torquir, __u__u, __ilrear

1 A / 2 A / 3 C / 4 D / 5 D / 6 C / 7 D / 8 B / 9 D / 10 E / 11 B / 12 E / 13 E / 14 A / 15 E

/ 16 B / 17 D / 18 A / 19 D / 20 C / 21 B / 22 B / 23 C / 24 C / 25 A / 26 C / 27 C / 28 B

/ 29 B

3. Acentuação. crítica - substantivo

critica - forma verbal

Dentro da língua portuguesa é a pronúncia que permite ao leitor identificar o significado

das palavras acima, porque ora damos entonação maior para uma sílaba, ora para outra.

Essa sílaba pronunciada com uma entonação maior recebe o nome de sílaba tônica: cô-

mo-do, quen-te.

A presença da sílaba tônica na língua portuguesa cria os seguintes grupos:

palavras oxítonas, a última sílaba é a tônica. São acentuadas, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de S, E em EM, ENS: caju, japonês, Corumbá, maracujá, maná, Maringá, rapé, massapê, filé, sapé, filó, rondó, mocotó, jiló, amém, armazém, também, Belém, parabéns, armazéns, nenéns, Iguaçu, caqui, aci.

palavras paroxítonas, a penúltima sílaba é a tônica: porta, miudeza, hora. palavras proparoxítonas, antepenúltima sílaba é a tônica: cômodo, sonâmbulo.

Já os monossílabos são palavras que apresentam apenas uma sílaba. Eles podem ser

tônicos ou átonos.

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Os monossílabos tônicos apresentam acento próprio, portanto, pronunciado com

intensidade (gás, faz). Já os monossílabos átonos não se destacam e estão ligados às

palavras mais próximas (o homem, de madeira).

3.1 Regras de acentuação: Acentuamos os monossílabos tônicos terminados em:

a, as: lá, hás;

e, es: pé, mês;

o, os: pó, nós.

Acentua-se os oxítonos terminados em:

a, as: Pará, sofás;

e, es: jacaré, cafés;

o, os: avó, cipós;

em, ens: ninguém, armazéns.

As palavras oxítonas terminadas em i, is e u, us; somente serão acentuadas quando

formarem hiatos: baú, açaí.

São acentuados os paroxítonos terminados em:

ão(s), ã(s): órfãos, órfãs

ei(s): jóquei, fáceis

i(s): júri, lápis

us: vírus

um, uns: álbum, álbuns

r: revólver

x: tórax

n / nos: hífen, prótons

l: fácil

ps: bíceps

ditongos crescentes seguidos ou não de S: ginásio, mágoa, áreas

São acentuados todos os proparoxítonos: cômodo, lâmpada.

Todos os ditongos abertos, independente da posição de tonicidade, são acentuados:

éi(s): assembléia, anéis

éu(s): chapéu, troféus

ói(s): heróico, heróis

São acentuados I e U, seguidos ou não de S, tônicos e que formam hiato: saúde,

egoísmo, juiz, ruim.

Se o I destes casos vier seguido de NH não será acentuado - rainha, tainha

Acentua-se também as primeiras vogais dos hiatos oo e eem, se tônicos - vôo, crêem.

O U dos grupos gue, gui, que, qui se forem tônicos levarão acento: averigúe, averigúes,

averigúem, apazigúe, apazigúes, apazigúem, obliqúe, obliqúes, obliqúem, argúi, argúis,

argúem.

Já o acento diferencial aparece nas seguintes situações: ás (substantivo)

às (contração)

pôr (verbo)

por (preposição)

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que (pronome, conjunção)

quê (substantivo ou em fim de frase)

porque (advérbio ou conjunção)

porquê (substantivo ou em fim de frase)

pára (verbo)

para (preposição)

pélo, pélas, péla (verbo)

pelo, pelas, pela (preposição + artigo)

péla, pélas (jogo)

pólo, pólos (extremo ou jogo) pêlo, pêlos (cabelo)

pelo, pelos (preposição = artigo)

pôlo, pôlos (ave)

pôla, pôlas (substantivo - rebento ou broto de árvore)

pola, polas (por + las)

pêra (fruta ou barba)

pera (preposição arcaica)

côa, côas (verbo)

coa, coas (preposição + artigo)

pôde (pretérito perfeito)

pode (presente do indicativo)

Ter e vir na 3ª pessoa plural recebem acento: ele tem, eles têm, ele vem, eles vêm

Observações: Alguns problemas de acentuação devem-se a vícios de fala ou pronúncia inadequada de

algumas palavras.

Nos nomes compostos, considera-se a tonicidade da última palavra para efeito de

classificação. As demais palavras que constituem o nome composto são ditas átonas.

Exemplos: couve-flor - oxítona, arco-íris - paroxítona.

Os pronomes oblíquos átonos o/a/os/as podem transformar-se em lo/la/los/las ou

no/na/nos/nas em função da terminação verbal. Quando os verbos terminam por R/S/Z

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ou no caso de mesóclise (R), geram acentuação se a forma verbal (sem o pronome) tiver

seu acento justificado por alguma regra.

Exemplos: comprá-la, vendê-los, substituí-lo, comprá-la-íamos ≠ parti-los.

Acentuação - Exercícios

1. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de:

também, incrível e caráter.

a) alguém, inverossímil, tórax

b) hífen, ninguém, possível

c) têm, anéis, éter

d) há, impossível, crítico

e) pólen, magnólias, nós

2. Assinale a alternativa correta

a) Não se deve colocar acento circunflexo em palavra como avo, bisavo, porque há

palavras homógrafas com pronúncia aberta

b) Não se deve colocar acento grave no a do contexto: Fui a cidade

c) Não se deve colocar trema em palavras como tranquilo, linguiça, sequência

d) Não se deve colocar trema em palavras derivadas como avozinho, vovozinho

e) O emprego do trema é facultativo

3. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:

a) voo, orfão, taxi, balaustre

b) itens, parabens, alguem, tambem

c) tactil, amago, cortex, roi

d) papeis, onix, bau, ambar

e) hifen, cipos, leem, pe

4. Assinale a opção em que as palavras, quanto à acentuação gráfica, estejam agrupadas

pelo mesmo motivo gramatical.

a) problemáticos, fácil, álcool

b) já, até, só

c) também, último, análises

d) porém, detêm, experiência

e) país, atribuíram, cocaína

5. "À luz de seu magnífico ______ -de-sol ______ parece uma cidade ______ .

a) por, Itaguaí, tranquila

b) por, Itaguai, tranqila

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c) por, Itaguaí, tranqüila

d) pôr, Itaguaí, tranqüila

e) pôr, Itaguai, tranquila

6. Marque item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:

a) historia

b) ciume

c) amem

d) numero

e) ate

7. São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras da opção:

a) há - até - atrás

b) história - ágeis - você

c) está - até - você

c) ordinário - apólogo - insuportável

c) mágoa - ícone - número

8. Assinale a série cuja acentuação gráfica se justifique da mesma forma que em: baiúca

- ônus - apóio.

a) viúvo, ônibus, pastéis

b) vírus, hífen, jibóia

c) centopéia, Garibáldi, caí

d) egoísmo, Quéops, escarcéu

e) lápis - vôlei - girassóis

9. Das alternativas abaixo, aquela em que as demais não se acentuam com base na

mesma regra da palavra entre aspas é:

a) "holandês" - anunciá-lo / paletós

b) "desejável" - açúcar / hífen

c) "público" - súbito / álcool

d) "matéria" - glória / idéia

e) "daí" - viúva / sanduíche

10. Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo:

a) juízo, aí, saíste, saúde

b) poética, árabes, lírica, metáfora

c) glória, apóia, série, inócuo

d) réptil, fêmur, contábeis, ímã

e) assembléia, dói, papéis, céu

11. Todas as palavras devem ser acentuadas na alternativa:

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a) pudico, pegada, rubrica

b) gratuito, avaro, policromo

c) abdomen, itens, harem

d) magoo, perdoe, ecoa

e) contribuia, atribuimos, caiste

12. O ________ resulta da __________ entre a alga e o fungo.

a) líquen, simbiose

b) liquen, simbiose

c) liquem, simbiose

d) líquen, simbióse

e) líquem, simbióse

13. Assinale o item em que as palavras estão acentuadas segundo a mesma regra:

a) miúdo, pêndulo

b) história, distância

c) pedrês, porém

d) respeitável, pálpebra

e) Lucília, três

14. Há erro(s) de acentuação gráfica em:

a) recém-vindo, decano, refrega

b) pudico, bímano, gratuito

c) inaudito, pegada, zênite

d) íbero, ávaro, levedo

e) filantropo, opimo, aziago

15. Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados

graficamente:

a) perdoo, balaustre, bambu

b) itens, assembleia, cafeina

c) tuneis, juri, pessoa

d) aerodromo, estrategia, nectar

e) agape, apoio (subst.), nuvens

16. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados os vocábulos da opção:

a) refrega, ibero, decano

b) aziago, pegada, avaro

c) leucocito, alcoolatra, interim

d) inaudito, batavo, erudito

e) rubrica, maquinaria, pudico

17. Qual dentre as palavras abaixo deve ser necessariamente acentuada:

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a) ai

b) pais

c) doida

d) sauva

e) saia

18. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação

gráfica:

a) pés, hóspedes

b) sulfúrea, distância

c) fosforecência, provém

d) últimos, terrível

e) satânico, porém

19. Num dos itens abaixo, a acentuação gráfica não está devidamente justificada.

Assinale este item:

a) círculo: vocábulo paroxítono

b) além: vocábulo oxítono terminado em -em

c) órgão: vocábulo paroxítono terminado em til

d) dócil: vocábulo paroxítono terminado em -l

e) pôde: acento diferencial

20. Marque a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:

a) voo, parabens, hifen, sofas

b) fenix, esplendido, voce, volatil

c) aneis, rubrica, tenis, urubu

d) chama-la, veem, Tamanduatei, tambem

e) cipos, biceps, rape, sauva

21. A alternativa em que somente uma das palavras deve receber acento gráfico é:

a) Luis, patroa, nuvem

b) hifens, item, somente

c) arcaico, itens, caju

d) seduzi-lo, maracatu, cafezal

e) abençoe, saiu, hotel

22. Das palavras abaixo, uma admite duas formas de justificar o acento gráfico:

a) combustível

b) está

c) três

d) países

e) veículos

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23. Assinale a alternativa em que a acentuação das palavras se explica pela mesma

regra.

a) fábrica, máquina, ímã

b) saúde, egoísta, atribuí-lo

c) môo, pó, vêm

d) quilômetro, cinqüenta, privilégio

e) hífen, médium, álcool

24. Há erro de acentuação em:

a) O repórter havia afirmado que a canoa da República andava órfã.

b) Ontem você não pode vir por água no fogo e souberam disso através dos colegas.

c) Rui vem de ônibus, lê o jornal e sempre procura saber o nome dos partidos que retêm

o uso do poder.

d) Ainda não soube do porquê de sua desistência do vôo de ontem

e) "Deus te abençoe" era o grito de pára que acalmava a meninada na hora de dormir.

25. A alternativa em que todas as palavras recebem acento gráfico é:

a) pudico, rubrica, destruido, Piaui

b) campo, polens, hifen, abdomens

c) feiura, pessego, virus, voce

d) salada, camera, tatu, latex

e) item, pudico, gratuito, raiz

26. Qual a seqüência acentuada por terminar em encontro vocálico pronunciado como

ditongo crescente?

a) assembléia, caracóis, solidéu e jibóia

b) Tambaú, Camalaú, Tambaí e açaí

c) série, pátio, área e tênue

d) imóveis, pênseis, pudésseis e mísseis

e) bônus, júri, lápis e tênis

27. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado.

a) abençoo, refens, polen, cipos

b) tenis, esplendido, voce, portatil

c) papeis, rubrica, onix, urubu

d) compo-la, leem, Tamanduatei, armazem

e) apos, climax, sape, saude

28. Analisando as palavras: 1. apóiam, 2. bainha, 3. abençoo, notamos que está/estão

corretamente grafada(s):

a) apenas a palavra n.º 1

b) apenas a palavra n.º 2

c) apenas a palavra n.º 3

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d) todas as palavras

e) n.d.a.

29. Assinale a opção na qual todas as palavras devem ser acentuadas.

a) persegui-lo, candido, benção, estreia

b) espelho, reporter, interim, arguem

c) eletron, fluor, eloquente, abençoe

d) iamos, caiste, vendereis, foramos

e) impar, itens, arguem, apoia

30. Há erro de acentuação num dos conjuntos seguintes:

a) grátis, jibóia, juriti, altruísmo

b) aqui, Nobel, também, rubrica

c) apóio, item, espelho, tênue

d) ávaro, íngreme, trégua, caráter

e) circuito, boêmia, ínterim, Nélson

31. A única alternativa que possui, pelo menos, uma palavra indevidamente acentuada

é:

a) fórceps-avícola

b) lábaro-néctar.

c) homília-hieróglifo.

d) ístmo-resfolego

e) bólido-interim.

32. As palavras que são acentuadas tendo em vista a mesma regra de acentuação são;

a) emergências - público.

b) funcionários - obrigatórias.

c) será - ótimo.

d) futebolísticos - fazê-lo.

e) tédio - Constituição.

33. O acento gráfico desempenha a mesma função em:

a) carnaúba e história.

b) petróleo e paciência.

c) jacarandá e lápis.

d) glória e está.

e) mausoléu e líquido.

34. A palavra que pode ser enquadrada em duas diferentes regras de acentuação é:

a) estratégia.

b) abençôo.

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c) límpido.

d) refém.

e) pajé.

35. A alternativa em que todas as palavras estão corretamente acentuadas:

a) atraí-los - bíceps - médiuns - vôos.

b) jibóia - pegáda - álbuns - Nobél.

c) três - refém - sôbre - elétrons.

d) gratuíto - têxtil - rubiácea - pélo (verbo).

e) revoem - convêm (singular) - mês - pôr (verbo).

36. A alternativa em que nenhuma palavra possui acento gráfico é:

a) item, polens, rubrica.

b) iras, armazens, tatu.

c) biquini, preto, lapisinho.

d) gratuito, juri, raiz.

e) tematico, uisque, camara.

37. Todas as palavras abaixo admitem dupla prosódia, exceto:

a) acróbata.

b) sóror.

c) íbero.

d) hieróglifo.

e) xérox.

38. A única palavra indevidamente acentuada é:a) álcali.

b) azáfama.

c) bátega.

d) azíago.

e) crisântemo.

39. Assinale a palavra que não se acentua segundo a regra das demais:

a) também.

b) espécies.

c) início

d) centenárias.

e) mistério.

40. A alternativa que possui duas palavras indevidamente acentuadas é:

a) construí-lo / ruína / hífen / fiéis.

b) álbum / réis / fósseis / tênue.

c) pólo / pára / reféns / atrás.

d) rúbrica / herói / bênção / jóvem.

e) jóquei / mártir / pêlo / vêem.

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41. A alternativa em que nenhuma palavra tem acento gráfico é:

a) cadaver-modelo-todo-vezes

b) toda-flui-orgão-fossil

c) governo-juri-juriti-cutis

d) garoa-armazens-polen-caju

e) item-polens-rubrica-erro

42. A alternativa em que todas as palavras têm acento gráfico é:

a) para-brisa - perdoe - enjoo - preveem.

b) pudico - polen - pensil - miudo.

c) ruim - heroina - sutil - interim.

d) xicara - pode(passado) - hifen - pera (substantivo).

e) trofeu - coroneis - afoito - carencia.

1 A / 2 D / 3 B / 4 E / 5 D / 6 B / 7 C / 8 D / 9 D / 10 C / 11 E / 12 A / 13 B / 14 D / 15

D / 16 C / 17 D / 18 B / 19 A / 20 C / 21 A / 22 E / 23 B / 24 B / 25 C / 26 C / 27 C / 28

D / 29 D / 30 D / 31 D / 32 B / 33 B / 34 A / 35 A / 36 A / 37 C / 38 D / 39 A / 40 D / 41

E / 42 D

MORFOLOGIA

1. Os elementos da morfologia:

O radical é a forma mínima que indica o sentido básico de uma palavra. Alguns

vocábulos são constituídos apenas por radical (lápis, mar, hoje). Os radicais permitem a

formação de famílias de palavras: menin-o, menin-a; menin-ada, menin-inho, menin-

ona.

A vogal temática é a vogal que, em alguns casos, une-se ao radical, preparando-o para

receber as desinências: com-e-r.

O tema é o acréscimo da vogal temática ao radical, pois na língua portuguesa é

impossível a ligação do radical com, com a desinência r, por isso é necessário o uso do

tema e.

As desinências estão apoiadas ao radical para marcar as flexões gramaticais. Podem ser

nominais ou verbais:

As nominais indicam flexões de gênero e número dos nomes (gat-a e gato-s).

Já as verbais indicam tempo e modo (modo-temporais / fal-á-sse-mos) ou pessoa e

número (número-pessoais / fal-á-sse-mos) dos verbos.

Os afixos são morfemas derivacionais (gramaticais) agregados ao radical para formar

palavras novas. Os afixos da língua portuguesa são o prefixo, colocado antes do radical

(infeliz) e o sufixo, colocado depois do radical (felizmente)

A vogal e consoante de ligação são elementos mórficos insignificativos que surgem

para facilitar ou até possibilitar a pronúncia de determinadas construções (silv-í-cola,

pe-z-inho, pobre-t-ão, rat-i-cida, rod-o-via)

Já os alomorfes são as variações que os morfemas sofrem (amaria - amaríeis; feliz -

felicidade).

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1.1 Morfemas: São unidades mínimas de significação, integrantes da palavra, que não admitem

subdivisão em unidades significativas menores. Quanto à significação, podem ser:

morfemas lexicais (lexemas ou semantemas) de significação externa, ou seja, cujo significado está ligado ao mundo objetivo, indicando o significado da palavra.

morfemas gramaticais (gramemas ou formantes) de significação interna, relacionados ao universo lingüístico, isto é, tem significado ligado somente ao sistema gramatical da língua.

1.2 Processos de formação de palavras: As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um

fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocábulos caem em desuso

(arcaísmos), enquanto outros nascem (neologismos) e outros mudam de significado com

o passar do tempo.

Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras encontramos a

seguinte divisão:

palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, aguardente)

Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conhecimento dos seguintes

processos de formação:

Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radicais. São dois tipos

de composição.

justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, sexta-feira); aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de elementos (pernalta,

de perna + alta).

Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o acréscimo de

afixos. São cinco tipos de derivação.

prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, à palavra

primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;

regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar);

imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio a comum).

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para

formação de palavras, como:

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Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

Onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau); Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô,

moto, pneu, extra, dr., obs.) Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras

(Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)

Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que adquirem um novo significado.

1.3 Significado das palavras: O significado de algumas palavras pode ser identificado através da estrutura de seus

elementos mórficos.

Na seqüência veremos os prefixos, os sufixos e os radicais, a partir de sua origem grega

ou latina e a relação com a língua portuguesa.

1.3.1 Principais prefixos latinos:

a-, ab-, abs- (indica afastamento; separação = aberrar, abdicar, abster, abstrair, amovível, aversão);

a-, ad-, ar-, as- (movimento para; aproximação; direção = adjunto, adnominal, adjetivo, adventício, advogado, abordar, apurar, arribar, arraigar, associar, assimilar);

ante- (anterioridade; precedência = antepor, anteceder, antebraço, antecâmara); circu-, circum- (movimento em torno, posição em redor = circumpolar, circum-

ambiente, circunavegação, circunferência); cis- (posição aquém = cisplatino, cisandino); co-, com-, con-, cor- ([da preposição latina cum] concomitância, companhia, ação

conjunta = competir, companheiro, concorrer, congregar, cooperar, coerente, corroborar, corrosivo);

contra- (oposição, ação conjunta = contradizer, contraveneno, contrapeso); de- (movimento de cima para baixo = declive, débil, decrescente, decapitar); des- (separação, ação contrária, negação = desviar, desleal, desfazer,

desprotegido); di-, dir-, dis- (dualidade, divisão, separação, movimento em muitos sentidos =

disforme, discutir, disseminar, dirimir, dilacerar, difundir); entre- (posição intermediária = entreato, entrelinha, entretela, entremeio); ex-, es-, e- (movimento para fora, afastamento, estado anterior = extrair,

expectorar- exportar, escorrer, esquecer, emigrar, emergir); extra- (posição exterior = extraordinário, extravasar, extramuros); in-, im-, i-, ir-, em-, en- (movimento para dentro, tendência, mudança de estado =

incrustar, ingerir, investigar, impressão, imigrar, irromper, enterrar, embarcar, enformar);

in-, im-, i-, ir- (sentido exclusivamente negativo, de privarão [é de etimologia diferente do in- anterior] = indecente, inerte, impróprio, imberbe, ilegal, imoral, ignorar, irrestrito, irregular);

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intra- (posição interior = intravenoso, intrapulmonar, intramedular); intro- (movimento para dentro = introduzir, intrometer, intróito, introspecção); justa- (posição ao lado, perto de = justaposto, justafluvial, justalinear); ob-, o-, os- (posição em frente, diante de, oposição = objeto, obstáculo, ofuscar,

opor, ocupar, ostentar); per- (movimento através = perpassar, permeável, perfurar, pernoitar); pos- (ação posterior = posdatar, postergar, postônica, posposto); pre- (anterioridade = predatar, prefixo, preliminar, prefácio, pré-tônica); pro- (movimento para a frente, diante de = prosseguir, progredir, profano,

proclamar); re- (movimento para trás, repetição = regredir, reagir, reiterar, recomeçar); retro- (movimento mais para trás = retroceder, retrospectiva, retrocesso,

retroagir); soto-, sota- (posição inferior = sotopor, soto-mestre, sota-capitão);

sub-, sus-, su-, sob-, so- (movimento de baixo para cima, estado inferior, redução = sublevar, subir, subalterno, suspender, suspeitar, sufocar, sobpor, sopé, sonegar, soerguer, soterrar);

super-, sobre-, supra- (posição em cima, posição acima, excesso, intensidade = superpor, supercílio, supérfluo, sobrecarga, sobreviver, supra-renal, supramencionado);

trans-, trás-, tres- (movimento para além de; posterioridade, posição excedente = transmontano, transpor, transportar, transbordar, trasladar, trespasse, tresmalhar);

ultra- (posição além de, excesso = ultramar, ultrapassar, ultra-som); vice-, vis- (substituição, em lugar de = vice-presidente, vice-rei, visconde). 1.3.2

Principais prefixos gregos:

an-, a- (sentido exclusivamente negativo, privação = anarquia, anônimo, ateu, acéfalo, afônico);

aná- (ação ou movimento contrário, repetição = anagrama, anáfora, análise); anfi- (de um e outro lado, em torno de = anfiteatro, anfíbio); anti- (oposição = antípoda, antipatia, antiaéreo, anticlerical); apó- (afastamento, separação = apogeu, apócrifo, apóstolo); arqui-, arc-, arque-, arce-, arci- (procedência, superioridade = arquipélago,

arquiteto, arcanjo, arquétipo, arcebispo, arcipreste) catá- (movimento de cima para baixo, posição superior, oposição = catástrofe, catapulta, catálogo, catacrese);

diá-, di- (movimento através de, passagem, afastamento = diagonal, diâmetro, diagnóstico, diocese, diurético);

dis- (dificuldade, falta, privação = dispnéia, disenteria, dissimetria); ec-, ex- (movimento para fora, separação = eclipse, eclético, êxodo, exorcismo); en-, em-, e- (posição interna, posição sobre = encéfalo, energia, entusiasmo,

emplasto, elipse); endo-, end- (posição interior, movimento para dentro = endotérmico, endoscopia,

endosmose); epi- (posição superior, movimento pura, cm direção a = epiderme, epílogo,

epitáfio, epístola, epíteto); eu-, ev- (bem, bom, felizmente = eucaristia, eufonia, eufemismo, evangélico); hiper- (posição superior, excesso = hipérbole, hipertrofia, hipertensão); hipo- (posição inferior = hipotenusa, hipótese, hipocrisia);

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meta-, met- (movimento de um lugar para outro, mudança = metamorfose, metáfora, meteoro, metonímia);

para-, par- (proximidade, comparação = paradigma, paradoxo, parasita, paródia, paralelo);

peri- (em torno de, ao redor de = perímetro, perífrase, peripécia);

pró- (posição em frente, movimento para frente = problema, prólogo, prognóstico, programa);

sin-, sim-, si- (simultaneidade, reunião, companhia = sinfonia, sincronia, síncope, símbolo, simpatia, silepse, sílaba).

1.3.3 Sufixos:

Os sufixos podem ser divididos em três tipos:

sufixo nominal: aquele responsável pela formação de nome (substantivo ou adjetivo): pad-eiro, favel-ado.

sufixo verbal: aquele responsável pela formação de um verbo: computador + izar. sufixo adverbial: aquele responsável pela formação de advérbio; em português apenas

o sufixo -mente: feliz-mente

1.3.3.1 Principais sufixos nominais Sufixos aumentativos:

-aça (barcaça, barbaça); -aço (estilhaço, ricaço); -alhão (brincalhão, vagalhão); -anzil (corpanzil); -ão (chorão, sapatão); -aréu (fogaréu, povaréu); -arra (naviarra, bocarra); -arrão (canzarrão, homenzarrão); -astro (poetastro, medicastro); -az (voraz, cartaz); -ázio (copázio, gatázio); -eirão (vozeirão, asneirão); -orra (cabeçorra, beiçorra); -aça (dentuça, carduça)

Sufixos diminutivos:

-acho(a), -icho(a), -ucho(a) (riacho, fogacho, cornicho, barbicha, gorducho, papelucho); -ebre (casebre) -eco(a), -ico(a) (jornaleco, soneca, Antonico, burrico); -ela (rodela, viela, janela); -elho(a), -ejo, ilho(a) (artelho, rapazelho, lugarejo, quintalejo, ladrilho, cartilha); -ete, -eto(a), -ito(a), -ote(a) (lembrete, artiguete, coreto, saleta, cabrito, Manuelito,

casita, filhote, serrote, velhota);

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-inho(a), -ino(a), -im (amiguinho, menininha, pequenino, violino, neblina, espadim, camarim);

-isco(a), -usco(a) (chuvisco, asterisco, odalisca, velhusco, chamusco); -oca (sitioca, engenhoca); -ola (rapazola, gaiola, fazendola);

Sufixos diminutivos eruditos:

-ículo(a) (artículo, cubículo, gotícula, película, partícula); -ulo(a) (glóbulo, grânulo); -únculo(a) (homúnculo, questiúncula); -úsculo(a) (corpúsculo, opúsculo);

Outros sufixos nominais:

-áceo(a) (semelhança, pertinência = galináceo, rosácea, farináceo, herbáceo); -ácea (qualidade, ação = audácia, falácia); -aco(a) (relação íntima, estado íntimo, origem = austríaco, maníaco, cardíaco,

demoníaco, amoníaco, zodíaco); -ado(a), -ato(a) (posse, instrumento, matéria, quantidade = barbado, avermelhado,

bispado, paulada, cacetada, bananada, laranjada, boiada, noitada, temporada, sensato, cordato);

-agem (ação, resultado de ação, relação íntima = viagem, miragem, imagem, homenagem, folhagem, selvagem);

-aico (referência, pertinência = prosaico, judaico, arcaico, incaico, hebraico); -al, -ar (pertinência, coleção, quantidade, cultura de vegetais = genial, mortal, areal,

pantanal, curral, tribunal, arrozal, bananal, familiar, militar); -alha (quantidade pejorativa = canalha, gentalha, parentalha); -ama, -ame (quantidade = dinheirama, vasilhame, madeirame); -anca, -ância (ação, resultado da ação, estado = esperança, lembrança, ignorância,

vigilância, tolerância); -ando(a) (ação furtiva aplicada a um indivíduo = doutorando, vestibulando); -aneo(a) (modo de ser, capacidade = contemporâneo, sucedâneo, instantâneo,

momentâneo); -ano(a) (proveniência, origem, semelhança, sectário ou partidário de = italiano,

sergipano, paulistano, republicano, parnasiano, camoniano, meridiano, cotidiano); -ão(ã) (forma popular do sufixo -ano(a) = alemão, aldeão, beirão); -aria, -eiro(a) (atividade, estabelecimento comercial, coleção = pizzaria, padaria,

estrebaria, tesouraria, livraria, pedraria, bruxaria, livreiro, galinheiro, caseira); -ário(a) (profissões, lugares onde -se guardam coisas = operário, mandatário,

escriturário, vestiário, armário); -ção, -são (ação, resultado da ação = condição, traição, extensão, prisão, visão); -dade (qualidade, modo de ser, estado = dignidade, bondade, maldade, castidade,

crueldade, normalidade, ruindade, falsidade); ouro(a) (pertinência, ação = vindouro, ancoradouro, manjedoura); -dura, -tura, -sura (resultado da ação, instrumento de uma ação = assadura, armadura,

ditadura, criatura, abertura, tintura, mensura, clausura); -edo (cheio de = arvoredo, vinhedo, olivedo, rochedo, lajedo, passaredo); -el (formador de adjetivos = cruel, fiel);

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-ença, -ência (ação ou resultado da ação = crença, doença, presença, diferença, violência, falência, ocorrência, prudência);

-engo(a) (relação, pertinência, posse = mulherengo, flamengo, realengo); -eno(a) (referência, origem = terreno, chileno, nazareno, obsceno); -ense, -ês(a) (origem, procedência, relação = parisiense, piauiense, fluminense,

português, francês, cortês, burguês, inglesa); -ente, -ante, -inte (agente, ação, qualidade, estado = doente, poente, agente,

navegante, pedinte, ouvinte, constituinte); -ento(a) (agente, cheio de, que tem o caráter de = barulhento, poeirenta, ciumento,

avarento, lamacento); -esco(a), -isco(a) (relação, semelhança, qualidade = carnavalesco, quixotesco,

parentesco, gigantesco, mourisco); -este (relação = agreste, celeste); -estre (relação = pedestre, campestre, silvestre, terrestre); -eu (origem, procedência, relação = hebreu, judeu, europeu, galileu); -ez, -eza (formam substantivos abstratos = altivez, surdez, palidez, riqueza, beleza,

safadeza, avareza, tristeza); -ia (qualidade, estado, propriedade, profissão = moléstia, alegria, chefia, diretoria,

filosofia); -iça, -ícia (formam substantivos abstratos = justiça, preguiça, cobiça, malícia); -ice, -ície (formam substantivos abstratos = velhice, meninice, doidice, imundície,

calvície); -ício(a), -iço(a) (relação, referência = alimentício, natalício, adventício, patrício,

movediço, quebradiço); -il (semelhança, referência = pueril, senil, hostil, civil, febril, canil); -ino(a) (relação, semelhança, origem, natureza = divino, latino, cristalino, londrino,

marroquino, matutino, peregrino); -io(a) (relação = vazio, estio, sadio, sombrio, tardio, fugidio); -ismo (doutrina, escola, teoria, sistema, modo de proceder ou pensar, ação =

socialismo, capitalismo, comunismo, romantismo, ostracismo, realismo, anarquismo, terrorismo, exorcismo);

-ista (partidário ou sectário de doutrina, sistema, teoria, principio, agente, ocuparão, origem = socialista, capitalista, comunista, simbolista, realista, anarquista, dentista, artista, pianista, budista, paulista, sulista, nortista);

-ita (origem, pertinência = eremita, jesuíta, israelita, selenita); -ite (inflamação = amigdalite, bronquite, gastrite, estomatite); -mento(a) (instrumento, coleção, ação ou resultado da ação = ferramenta, vestimenta,

fardamento, ferimento, casamento, sentimento, armamento); -onho(a) (propriedade hábito constante = risonho, medonho, tristonho, enfadonho); -or (qualidade, propriedade = sabor, amargor, fervor); -(d)or, -(t)or, -(s)or (agente, profissão, instrumento de ação = trabalhador, corredor,

escritor, inspetor, leitor, agressor, professor, confessor); -oso(a) (abundância, plenitude = famoso, apetitoso, meticuloso, medrosa, saudosa,

venenosa); -oz (formador de adjetivos = veloz, atroz, feroz); -tério (instrumento, lugar onde se faz algo = saltério, cemitério, necrotério, batistério); -tico(a) (relação = rústico, aromático, aquático, fanático, lunático); -tório(a) (lugar, resultado da ação = refeitório, laboratório, imigratório, vitória); -tude, -dão (formador de substantivos abstratos = amplitude, juventude, similitude,

magnitude, solidão, gratidão, retidão);

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-udo(a) (provido ou cheio de = peludo, barbudo, carnuda, narigudo, pontudo); -ugem (semelhança, quantidade = ferrugem, penugem, rabugem); -ulho (quantidade, coleção = pedregulho, marulho, barulho); -ume (resultado de ação, coleção = azedume, queixume, negrume, cardume); -ura (formador de substantivos abstratos = alvura, candura, formosura, ternura); -urno(a) (duração = diurno, noturno, taciturna); -vel (possibilidade ou posse = impagável, inestimável, indelével, cabível, perecível);

1.3.3.2 Sufixos verbais: Na língua portuguesa há uma tendência em formar novos verbos: a maioria, quase

absoluta, dos novos verbos pertence à 1ª conjugação.

Considera-se sufixo verbal o conjunto formada pelo sufixo mais a terminação verbal

(vogal temática + desinência), como ocorre em -izar, do verbo computadorizar.

São sufixos verbais da 1ª conjugação:

-ear, -ejar (ação durativa [prolongada]; o processo se repete [iterativo] - indica transformação, mudança de estado = cabecear, verdejar, gotear, gotejar);

-cotar (ação durativa - qualidade, modo de ser, mudança de estado (factitivo) = amamentar, amolentar, ensangüentar);

-ficar, -fazer (ação durativa - modo de ser, mudança de estado (factitivo) = liquidificar, liquefazer, mumificar, retificar);

-icar, -iscar (o processo se repete [iterativo] - diminutivo = bebericar, mordiscar, chuviscar, adocicar);

-ilhar; -inhar (iterativo - diminutivo = dedilhar, cuspilhar, cuspinhar, patinhar); -itar (iterativo - diminutivo = saltitar, dormitar); -izar (ação que se prolonga [durativa] - factitivo = alfabetizar, fertilizar, catequizar,

computadorizar).

São sufixos verbais da 2ª conjugação:

-ecer, -escer (início de um processo e seu desenvolvimento - mudança de estado, transformação = amanhecer, rejuvenescer, florescer, enaltecer, entardecer, ensandecer).

1.3.3.3 Sufixo adverbial: O único sufixo adverbial, na língua portuguesa, é o sufixo -mente, formador de advérbio

de modo. O sufixo -mente é, sempre que possível, acrescentado a um adjetivo feminino

(lentamente, completamente, dignamente, fielmente, apressadamente, humanamente).

1.3.4 Principais radicais gregos e latinos: Radicais gregos:

acro (alto, elevado = acrobata, acrópole, acrofobia); aer, aero (ar = aeronave, aeronauta); agogo (o que conduz = pedagogo, demagogo); agro (campo = agronomia, agrônomo); alg, algia (dor, sofrimento = analgésico, nevralgia); andro (homem, macho = andrógino, androfobia);

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anemo (vento = anemógrafo, anemômetro); antropo (ser humano = antropocentrismo, antropofagia); arcai, arqueo (antigo, velho = arcaísmo, arqueologia); aristo (ótimo, o melhor = aristocracia, aristocrata); aritmo (número = aritmética, aritmologia); arquia (governo = monarquia, anarquia); asteno, astenia (fraqueza, debilidade = astenopia, neurastenia); astro (corpo celeste = astronomia, astrodinâmica); atmo (gás, vapor = atmosfera, atmômetro); baro (pressão, peso = barômetro, barítono ); bata (o que anda = acrobata, nefelibata ); biblio (livro = biblioteca, bibliotecário); bio (vida = biologia, biografia); caco (feio, mau = cacofonia, cacoépia); cali (belo = caligrafia, calidoscópio); cardio (coração = cardíaco, cardiograma); cefalo (cabeça = acefalia, cefaléia); ciclo (círculo = ciclometria, bicicleta, triciclo); cine, cinesi (movimento = cinética, cinesalgia); cito (célula = citologia, citoplasma); cosmo (mundo, universo = cosmovisão, macrocosmo); cracia (poder, autoridade = gerontocracia, tecnocracia); cromo (cor = cromogravura, cromógeno); crono (tempo = cronômetro, cronograma); datilo (dedo = datilografia, datiloscopia); deca (dez = decâmetro, decalitro); demo (povo = democracia, demográfico); derma (pele = dermatologista, dermite); di (dois = dissílabo, ditongo); dinamo (força, potência = dinamite, dinamismo); doxo (crença, opinião = ortodoxo, paradoxo); dromo (corrida = autódromo, hipódromo); eco (casa, domicílio, habitat = ecologia, ecônomo, ecossistema); edro (base, face = poliedro, pentaedro); ergo (trabalho = ergofobia, ergógrafo); esperma, espermato (semente = espermatologia, espermatozóide); etio, etimo (origem = etiologia, etimologia); etno (raça, nação = etnia, etnocentrismo); fago (que come ou aquele que come = antropófago, necrófago); filo (amigo, amante = fílósofo, filantropo); fisio (natureza física ou moral = fisiologia, fisionomia, fisioterapia); fobo (aversão = claustrofobia, xenofobia); fono (som, voz = fonógrafo, fonoteca); fos, foto (luz = fosfeno, fotografia); gamo (casamento = gamomania, monogamia); gastro (estômago = gastronomia, gástrico); gene (origem = gênese, genética); geo (terra = geografia, geóide); gine, gineco (mulher = andrógino, ginecocracia); gono, gonio (ângulo = polígono, goniômetro);

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grafia (escrita = ortografia, caligrafia); helio (sol = heliocentrismo, heliografia); hemo (sangue = hemorragia, hemograma); hepato (fígado = hepatite, hepático); hetero (outro, diferente = heterossexual, heterogêneo); hidro (água = hidrografia, hidrófilo); higro (umidade = higrômetro, higrófilo); hipno (sono = hipnose, hipnotismo); hipo (cavalo = hipódromo, hipopótamo); homeo, homo (semelhante = homeopatia, homossexual); icon, icono (imagem = iconoclasta, iconografia); ictio (peixe = ictiofagia, ictiologia); iso (igual = isóbaro, isósceles); latria (culto = idolatria, alcoólatra); lito (pedra = litografia, aerólito); log, logia (estudo = ginecologia, astrologia); macro (grande = macrocosmo, macrobiótica); mancia (adivinhação = quiromancia, cartomancia); mani, mania (loucura = manicômio, cleptomania); mega, megalo (grande = megalomaníaco, megalocefalia); meso (meio = Mesopotâmia, mesóclise); metro (que mede, medição = barômetro, termômetro); micro (pequeno = microcosmo, microfone); miso (ódio, aversão = misantropia, misossofia); mito (fábula = mitologia, mitomania); mnemo (memória = amnésia, mnemônico); mono (único, sozinho = monarquia, monobloco); morfo (forma = zoomórfico, amorfo, morfologia); necro (morte, cadáver = necrotério, necrofilia); neo (novo, moderno = neologismo, neolatino); neuro (nervo = neurite, neuralgia); nomo (regra, lei = nomologia, agrônomo); odonto (dente = odontologia, odontalgia); oftalmo (olho = oftalmologista, oftalmia); oligo (pouco = oligarquia, oligopólio); onimo (nome = ortônimo, sinônimo); onir, oniro (sonho = onírico, oniromancia); ornito (ave = ornitologia, ornitofilia); orto (reto, correto = ortônimo, ortografia); oxi (agudo, ácido = oxítona, oxidação); paleo (antigo = paleografia, paleontologia); pato (doença, sofrimento = patologia, patogenia); pedia (educação = ortopedia, pediatria); pole, polis (cidade = metrópole, acrópole, Florianópolis); poli (muito = poligamia, polígono, politeísmo); potamo (rio = Mesopotâmia, hipopótamo); pneumato (ar, gás, espírito = pneumatologia, pneumatólise); pneum(o) (pulmão = pneumonia, pneumotórax); proto (primeiro = protozoário, protótipo); pseudo (falso = pseudônimo);

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psico (alma, espírito = psicologia, psiquiatria); quiro ( mão = quiromancia); rino (nariz = rinite, rinoceronte); rizo (raiz = rizotônico, rizófago); scopio (o que faz ver = telescópio, microscopia); sema, semio (sinal = semáforo, semiótica); sidero (ferro, aço = siderurgia, siderografia); sismo (terremoto = sísmico, sismógrafo); sofo (sábio = filosofia, sofomaníaco); soma, somo, somato (corpo, matéria = cromossomo, somatologia); stico (linha, verso = dístico, hemistíquio); tanato (morte = eutanásia, tanatofobia); taqui (rápido = taquicardia, taquigrafia); teca (coleção = fonoteca, filmoteca, discoteca); tecno (arte, ofício = tecnologia, tecnocracia); tele (ao longe, distância = telefone, telescópio, telégrafo); teo (deus, divindade = teocentrismo, teocracia); termo (calor, temperatura = termômetro, térmico, termostato); topo (lugar, localidade = topografia, topônimo); xeno (estranho = xenofobia, xenofilia); xer, xero (seco, secura = xerófilo, xerografia); xilo (madeira = xilogravura, xilófago); zoo (animal = zoologia, zoomorfo).

Radicais latinos:

agri (campo = agricultura, agrícola); ambi (ambos = ambivalência, ambidestro, ambíguo); ambulo (caminhar, andar = sonâmbulo, noctâmbulo); animi (alma = animicida, anímico); arbori (árvore = arborícola, arboriforme, arboricultura); beli (guerra = bélico, belicista, beligerante); bi, bis (repetição, duas vezes = bisavô, bilíngüe, bissexual); calori (calor = caloria, calorífero); cida (que mata = vermicida, inseticida); cola (que habita, que cultiva = vinícola, citrícola); cole, colo (pescoço = colar, colarinho); color (cor, coloração = colorífico, quadricolor); cordi (coração = cordial); corn(i) (chifre, antena = cornear, cornudo, cornucópia); crimino (crime = criminoso, criminologia); cruci (cruz = crucificado); cultura (ato de cultivar = suinocultura, piscicultura); cupr(i) (cobre = cúprico, cuprífero); curvi (curvo = curvilíneo); deci (décimo = decímetro, decigrama); digit(i) (dedo = digitador, digitação); dui (dois = duidade, duelo); ego (eu = egocentrismo, egoísmo); equi (igual = equivalência, eqüidistante);

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estil(i) (estilo = estilista, estilismo); estrato (coberta, camada = estratosfera, estrato); evo (idade = longevidade, longevo, medievo); fero (que contém = mamífero, carbonífero); ferr(i), ferro (ferro = ferrovia, ferrífero, ferrugem); fico (que faz, que produz = benéfico, maléfico, frigorífico); fide (fé = fidelidade, fidedigno); fili (filho = filiação, filial); forme (forma = uniforme, disforme, cordiforme); frater (irmão = fraterno, fratricida); frig(i) (frio = frigidez, frigorífico); fugo (que foge = centrífugo, vermífugo); genito (relativo a geração = genitor); gradu (grau, passo = centígrado, graduação); herbi (erva = herbívoro, herbicida); homin(i) (homem = hominal, homicídio); igni (fogo = ignição, ígneo); lati (largo, amplo = latifúndio, latofólio); loquo (que fala = ventríloquo, altíloquo); luc(i) (luz = lucidez, lúcido); mini (muito pequeno = minissaia, mínimo); multi (numeroso = multissecular, multiangular); ocul(i) (olho = oculista, oculiforme); odori (odor, cheiro = odorífero, desodorante); oni (tudo, todo = onipresente, onisciente); pani (pão = panificadora); pari (igual = paridade, paritário); ped(i), pede (pé = pedestre, pedicuro, bípede); personal(i) (pessoal = personalidade, personificar); petr(i) (pedra = petrificar, petróleo); pisci (peixe = piscicultura, pisciano); plani (plano = planisfério, planície); pluri (muitos = pluralizar, pluricelular); pluvio (chuva = pluviômetro, pluviosidade); popul(o) (povo = populoso, populismo); primi (primeiro = primogênito, primícias); quadr(i), quadru (quatro = quadrangular, quadrúpede, quadricular); radic(i) (raiz = radicar, radiciação); reti (reto, direito = retificar, retilíneo); reti (rede = reticulado, retiforme); retro (movimento para trás = retroceder, retroagir); sabat(i) (sábado = sabatina, sabatismo); sacar(i) (açúcar = sacarífero, sacarose, sacarina); sesqui (um e meio = sesquicentenário, sesquipedal); sexi, sexo (sexo = sexologia, assexuado); sideri (astro = sideral, sidério); silvi (selva = silvícola, silvicultura); sino (da China = sinologia, sino-brasileiro); socio (sociedade = sociologia, sociolingüística); sono (som, ruído = sônico, sonoplastia);

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sudor(i) (suor = sudoríparo, sudoral); telur(i) (terra, solo = telúrico, telurismo); toni (tom, vigor = tônico, tonificar); toxico (veneno = toxicomania, toxina); triti (trigo = triticultura, triticultor); veloci (veloz = velocípede, velocímetro); vermi (verme = vermífugo, vermicida); vin(i) (vinho = vinicultura, vinícola); vitri (vidro = vitrina, vitrificar, vitral); voto (que quer, que deseja = malévolo, benévolo); voro (que devora = carnívoro, herbívoro). retroceder, retroagir; sabatina, sabalismo; saçarífero, Sílcarose; sacarina sesquicenlenário; se-squipedal sexülogía, assexuado sideral; sidério silvícola, silvicultura sinologia; sino-brasileiro sociologia, soeíoíingílísüca sônico; sonoplastía sudoríparo, sudoral telúrico.

2. CLASSES DE PALAVRAS:

As palavras são classificadas de acordo com as funções exercidas nas orações.

Na língua portuguesa podemos classificar as palavras em:

Substantivo Adjetivo Pronome Verbo Artigo Numeral Advérbio Preposição Interjeição Conjunção

2.1 Substantivo: É a palavra variável que denomina qualidades, sentimentos, sensações, ações, estados e

seres em geral.

Quanto a sua formação, o substantivo pode ser primitivo (jornal) ou derivado

(jornalista), simples (alface) ou composto (guarda-chuva).

Já quanto a sua classificação, ele pode ser comum (cidade) ou próprio (Curitiba),

concreto (mesa) ou abstrato (felicidade).

Os substantivos concretos designam seres de existência real ou que a imaginação

apresenta como tal: alma, fada, santo. Já os substantivos abstratos designam qualidade,

sentimento, ação e estado dos seres: beleza, cegueira, dor, fuga.

Os substantivos próprios são sempre concretos e devem ser grafados com iniciais

maiúsculas.

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Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns, pelo processo de derivação

imprópria (um judas = traidor / um panamá = chapéu).

Os substantivos abstratos têm existência independente e podem ser reais ou não,

materiais ou não. Quando esses substantivos abstratos são de qualidade tornam-se

concretos no plural (riqueza X riquezas).

Muitos substantivos podem ser variavelmente abstratos ou concretos, conforme o

sentido em que se empregam (a redação das leis requer clareza / na redação do aluno,

assinalei vários erros).

Já no tocante ao gênero (masculino X feminino) os substantivos podem ser:

biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. (rato, rata ou conde X condessa).

uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos em:

epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) - albatroz, badejo, besouro, codorniz;

comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas, fazendo a distinção dos sexos por palavras determinantes - aborígine, camarada, herege, manequim, mártir, médium, silvícola;

sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos - algoz, apóstolo, cônjuge, guia, testemunha, verdugo;

Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. (o cisma X a cisma

/ o corneta X a corneta / o crisma X a crisma / o cura X a cura / o guia X a guia / o lente

X a lente / o língua X a língua / o moral X a moral / o maria-fumaça X a maria-fumaça /

o voga X a voga).

Os nomes terminados em -ão fazem feminino em -ã, -oa ou -ona (alemã, leoa,

valentona).

Os nomes terminados em -e mudam-no para -a, entretanto a maioria é invariável

(monge X monja, infante X infanta, mas o/a dirigente, o/a estudante).

Quanto ao número (singular X plural), os substantivos simples formam o plural em

função do final da palavra.

vogal ou ditongo (exceto -ÃO): acréscimo de -S (porta X portas, troféu X troféus); ditongo -ÃO: -ÕES / -ÃES / -ÃOS, variando em cada palavra (pagãos, cidadãos,

cortesãos, escrivães, sacristães, capitães, capelães, tabeliães, deães, faisães, guardiães).

Os substantivos paroxítonos terminados em -ão fazem plural em -ãos (bênçãos, órfãos,

gólfãos). Alguns gramáticos registram artesão (artífice) - artesãos e artesão (adorno

arquitetônico) - artesões.

-EM, -IM, -OM, -UM: acréscimo de -NS (jardim X jardins); -R ou -Z: -ES (mar X mares, raiz X raízes); -S: substantivos oxítonos acréscimo de -ES (país X países). Os não-oxítonos terminados

em -S são invariáveis, marcando o número pelo artigo (os atlas, os lápis, os ônibus), cais, cós e xis são invariáveis;

-N: -S ou -ES, sendo a última menos comum (hífen X hifens ou hífenes), cânon > cânones;

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-X: invariável, usando o artigo para o plural (tórax X os tórax); -AL, EL, OL, UL: troca-se -L por -IS (animal X animais, barril X barris). Exceto mal por

males, cônsul por cônsules, real (moeda) por réis, mel por méis ou meles; IL: se oxítono, trocar -L por -S. Se não oxítonos, trocar -IL por -EIS. (til X tis, míssil X

mísseis). Observação: réptil / reptil por répteis / reptis, projétil / projetil por projéteis / projetis;

sufixo diminutivo -ZINHO(A) / -ZITO(A): colocar a palavra primitiva no plural, retirar o -S e acrescentar o sufixo diminutivo (caezitos, coroneizinhos, mulherezinhas). Observação: palavras com esses sufixos não recebem acento gráfico.

metafonia: -o tônico fechado no singular muda para o timbre aberto no plural, também variando em função da palavra. (ovo X ovos, mas bolo X bolos). Observação: avôs (avô paterno + avô materno), avós (avó + avó ou avô + avó).

Os substantivos podem apresentar diferentes graus, porém grau não é uma flexão

nominal. São três graus: normal, aumentativo e diminutivo e podem ser formados

através de dois processos:

analítico: associando os adjetivos (grande ou pequeno, ou similar) ao substantivo; sintético: anexando-se ao substantivo sufixos indicadores de grau (meninão X

menininho).

Certos substantivos, apesar da forma, não expressam a noção aumentativa ou

diminutiva. (cartão, cartilha).

alguns sufixos aumentativo: -ázio, -orra, -ola, -az, -ão, -eirão, -alhão, -arão, -arrão, -zarrão;

alguns sufixos diminutivo: -ito, -ulo-, -culo, -ote, -ola, -im, -elho, -inho, -zinho (o sufixo -zinho é obrigatório quando o substantivo terminar em vogal tônica ou ditongo: cafezinho, paizinho);

O aumentativo pode exprimir desprezo (sabichão, ministraço, poetastro) ou intimidade

(amigão); enquanto o diminutivo pode indicar carinho (filhinho) ou ter valor pejorativo

(livreco, casebre).

Algumas curiosidades sobre os substantivos:

Palavras masculinas:

ágape (refeição dos primitivos cristãos); anátema (excomungação); axioma (premissa verdadeira); caudal (cachoeira); carcinoma (tumor maligno); champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como

gênero vacilante); diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno); herpes, hosana (hino); jângal (floresta da Índia); lhama, praça (soldado raso); praça (soldado raso); proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante); suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante);

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teiró (parte de arma de fogo ou arado); telefonema, trema, vau (trecho raso do rio).

Palavras femininas:

abusão (engano); alcíone (ave doa antigos); aluvião, araquã (ave); áspide (reptil peçonhento); baitaca (ave); cataplasma, cal, clâmide (manto grego); cólera (doença); derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto); filoxera (inseto e doença); gênese, guriatã (ave); hélice (FeM classificam como gênero vacilante); jaçanã (ave); juriti (tipo de aves); libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino); sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa); usucapião (FeM classificam como gênero vacilante); xerox (cópia).

Gênero vacilante:

acauã (falcão); inambu (ave); laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que

há preferência de autores pelo masculino); víspora.

Alguns femininos:

abade - abadessa; abegão (feitor) - abegoa; alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina; aldeão - aldeã; anfitrião - anfitrioa, anfitriã; beirão (natural da Beira) - beiroa; besuntão (porcalhão) - besuntona; bonachão - bonachona; bretão - bretoa, bretã; cantador - cantadeira; cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz; castelão (dono do castelo) - castelã; catalão - catalã; cavaleiro - cavaleira, amazona; charlatão - charlatã; coimbrão - coimbrã; cônsul - consulesa;

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comarcão - comarcã; cônego - canonisa; czar - czarina; deus - deusa, déia; diácono (clérigo) - diaconisa; doge (antigo magistrado) - dogesa; druida - druidesa; elefante - elefanta e aliá (Ceilão); embaixador - embaixadora e embaixatriz; ermitão - ermitoa, ermitã; faisão - faisoa (Cegalla), faisã; hortelão (trata da horta) - horteloa; javali - javalina; ladrão - ladra, ladroa, ladrona; felá (camponês) - felaína; flâmine (antigo sacerdote) - flamínica; frade - freira; frei - sóror; gigante - giganta; grou - grua; lebrão - lebre; maestro - maestrina; maganão (malicioso) - magana; melro - mélroa; mocetão - mocetona; oficial - oficiala; padre - madre; papa - papisa; pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja; parvo - párvoa; peão - peã, peona; perdigão - perdiz; prior - prioresa, priora; mu ou mulo - mula; rajá - rani; rapaz - rapariga; rascão (desleixado) - rascoa; sandeu - sandia; sintrão - sintrã; sultão - sultana; tabaréu - tabaroa; varão - matrona, mulher; veado - veada; vilão - viloa, vilã.

Substantivos em -ÃO e seus plurais:

alão - alões, alãos, alães; aldeão - aldeãos, aldeões; capelão - capelães;

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castelão - castelãos, castelões; cidadão - cidadãos; cortesão - cortesãos; ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães; escrivão - escrivães; folião - foliões; hortelão - hortelões, hortelãos; pagão - pagãos; sacristão - sacristães; tabelião - tabeliães; tecelão - tecelões; verão - verãos, verões; vilão - vilões, vilãos; vulcão - vulcões, vulcãos.

Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural: abrolho, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo,

forno, forro, fosso, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, rogo, socorro,

tijolo, toco, torno, torto, troco.

Substantivos só usados no plural: anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs

(cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), endoenças (solenidades

religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios (presente de

núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas),

matinas (breviário de orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos,

prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes.

Coletivos:

alavão - ovelhas leiteiras; armento - gado grande (búfalos, elefantes); assembléia (parlamentares, membros de associações); atilho - espigas; baixela - utensílios de mesa; banca - de examinadores, advogados; bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios; bando - aves, ciganos, crianças, salteadores; boana - peixes miúdos; cabido - cônegos (conselheiros de bispo); cáfila - camelos; cainçalha - cães; cambada - caranguejos, malvados, chaves; cancioneiro - poesias, canções; caterva - desordeiros, vadios; choldra, joldra - assassinos, malfeitores; chusma - populares, criados; conselho - vereadores, diretores, juízes militares; conciliábulo - feiticeiros, conspiradores; concílio - bispos; canzoada - cães; conclave - cardeais;

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congregação - professores, religiosos; consistório - cardeais; fato - cabras; feixe - capim, lenha; junta - bois, médicos, credores, examinadores; girândola - foguetes, fogos de artifício; grei - gado miúdo, políticos; hemeroteca - jornais, revistas; legião - anjos, soldados, demônios; malta - desordeiros; matula - desordeiros, vagabundos; miríade - estrelas, insetos; nuvem - gafanhotos, pó; panapaná - borboletas migratórias; penca - bananas, chaves; récua - cavalgaduras (bestas de carga); renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas; réstia - alho, cebola; ror - grande quantidade de coisas; súcia - pessoas desonestas, patifes; talha -lenha; tertúlia - amigos, intelectuais; tropilha - cavalos; vara - porcos.

Substantivos compostos: Os substantivos compostos formam o plural da seguinte maneira:

sem hífen formam o plural como os simples (pontapé/pontapés); caso não haja caso específico, verifica-se a variabilidade das palavras que compõem o

substantivo para pluralizá-los. São palavras variáveis: substantivo, adjetivo, numeral, pronomes, particípio. São palavras invariáveis: verbo, preposição, advérbio, prefixo;

em elementos repetidos, muito parecidos ou onomatopaicos, só o segundo vai para o plural (tico-ticos, tique-taques, corre-corres, pingue-pongues);

com elementos ligados por preposição, apenas o primeiro se flexiona (pés-de-moleque);

são invariáveis os elementos grão, grã e bel (grão-duques, grã-cruzes, bel-prazeres); só variará o primeiro elemento nos compostos formados por dois substantivos, onde o

segundo limita o primeiro elemento, indicando tipo, semelhança ou finalidade deste (sambas-enredo, bananas-maçã)

nenhum dos elementos vai para o plural se formado por verbos de sentidos opostos e frases substantivas (os leva-e-traz, os bota-fora, os pisa-mansinho, os bota-abaixo, os louva-a-Deus, os ganha-pouco, os diz-que-me-diz);

compostos cujo segundo elemento já está no plural não variam (os troca-tintas, os salta-pocinhas, os espirra-canivetes);

palavra guarda, se fizer referência a pessoa varia por ser substantivo. Caso represente o verbo guardar, não pode variar (guardas-noturnos, guarda-chuvas).

2.2 Adjetivo:

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É a palavra variável que restringe a significação do substantivo, indicando qualidades e

características deste. Mantém com o substantivo que determina relação de concordância

de gênero e número.

adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas por alagoano). Podem ser simples ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo-brasileiro).

locuções adjetivas: expressões formadas por preposição e substantivo e com significado equivalente a adjetivos (anel de prata = anel argênteo / andar de cima = andar superior / estar com fome = estar faminto).

São adjetivos eruditos:

açúcar - sacarino; águia - aquilino; anel - anular; astro - sideral; bexiga - vesical; bispo - episcopal; cabeça - cefálico; chumbo - plúmbeo; chuva - pluvial; cinza - cinéreo; cobra - colubrino, ofídico; dinheiro - pecuniário; estômago - gástrico; fábrica - fabril; fígado - hepático; fogo - ígneo; guerra - bélico; homem - viril; inverno - hibernal; lago - lacustre; lebre - leporino; lobo - lupino; marfim - ebúrneo, ebóreo; memória - mnemônico; moeda - monetário, numismático; neve - níveo; pedra - pétreo; prata - argênteo, argentino, argírico; raposa - vulpino; rio - fluvial, potâmico; rocha - rupestre; sonho - onírico; sul - meridional, austral; tarde - vespertino; velho, velhice - senil;

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vidro - vítreo, hialino.

Quanto à variação dos adjetivos, eles apresentam as seguintes características:

O gênero é uniforme ou biforme (inteligente X honesto[a]). Quanto ao gênero, não se

diz que um adjetivo é masculino ou feminino, e sim que tem terminação masculina ou

feminina.

No tocante a número, os adjetivos simples formam o plural segundo os mesmos

princípios dos substantivos simples, em função de sua terminação (agradável X

agradáveis). Já os substantivos utilizados como adjetivos ficam invariáveis (blusas

cinza).

Os adjetivos terminados em -OSO, além do acréscimo do -S de plural, mudam o timbre

do primeiro -o, num processo de metafonia.

Quanto ao grau, os adjetivos apresentam duas formas: comparativo e superlativo.

O grau comparativo refere-se a uma mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou

mais qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade: tão alto quanto (como /

quão); de superioridade: mais alto (do) que (analítico) / maior (do) que (sintético) e de

inferioridade: menos alto (do) que.

O grau superlativo exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso.

O superlativo pode ser classificado como absoluto, quando a qualidade não se refere à

de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de advérbio de intensidade) ou

sintético (-íssimo, -érrimo, -ílimo). (muito alto X altíssimo)

O superlativo pode ser também relativo, qualidade relacionada, favorável ou

desfavoravelmente, à de outros elementos. Pode ser de superioridade analítico (o mais

alto de/dentre), de superioridade sintético (o maior de/dentre) ou de inferioridade (o

menos alto de/dentre).

São superlativos absolutos sintéticos eruditos da língua portuguesa:

acre - acérrimo; alto - supremo, sumo; amável - amabilíssimo; amigo - amicíssimo; baixo - ínfimo; cruel - crudelíssimo; doce - dulcíssimo; dócil - docílimo; fiel - fidelíssimo; frio - frigidíssimo; humilde - humílimo; livre - libérrimo; magro - macérrimo; mísero - misérrimo; negro - nigérrimo; pobre - paupérrimo; sábio - sapientíssimo; sagrado - sacratíssimo; são - saníssimo; veloz - velocíssimo.

Os adjetivos compostos formam o plural da seguinte forma:

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têm como regra geral, flexionar o último elemento em gênero e número (lentes côncavo-convexas, problemas sócio-econômicos);

são invariáveis cores em que o segundo elemento é um substantivo (blusas azul-turquesa, bolsas branco-gelo);

não variam as locuções adjetivas formadas pela expressão cor-de-... (vestidos cor-de-rosa);

as cores: azul-celeste e azul-marinho são invariáveis; em surdo-mudo flexionam-se os dois elementos.

2.3 Pronome: É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um

substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.

A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer

tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome

substantivo é aquele que substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou

socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanha um substantivo, determinando-

o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre substantivos.

Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas:

1ª pessoa - aquele que fala, emissor;

2ª pessoa - aquele com quem se fala, receptor;

3ª pessoa - aquele de que ou de quem se fala, referente.

2.3.1 Pronome pessoal: Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também

representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça

era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe).

A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal:

Pronomes pessoais

Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos

Átonos Tônicos

singular

primeira

segunda

terceira

eu

tu

ele, ela

me

te

o, a, lhe, se

mim, comigo

ti, contigo

ele, ela, si, consigo

plural

primeira

segunda

terceira

nós

vós

eles, elas

nos

vos

os, as, lhes, se

nós, conosco

vós, convosco

eles, elas, si, consigo

Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática

que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função

de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.

Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo,

conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.

Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados

como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é

feita com a 3ª pessoa. Também são considerados pronomes de tratamento as formas

você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.

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Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm

regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou

para (não expressas).

Apesar de serem usadas pouco, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da

fusão de dois objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse =

ninguém o disse a mim).

Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados

em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal.

Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo

ou verbo no gerúndio, junto ao verbo fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o

entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando).

A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular

quanto no plural, levando o verbo para a 3ª pessoa.

Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos

diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na

abreviatura o V. pelo S.

Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a

funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se

funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim

fazer).

Os pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma

reta e podem funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos

eles).

Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos -

podem ter valor reflexivo e recíproco.

As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa. Já

conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando

vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou oração

adjetiva).

Os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do

sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e

pronto / Ó, tu, Senhor Jesus).

Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode

contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele

continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui).

Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro /

Pesavam-lhe os olhos), enquanto alguns átonos são partes integrantes de verbos como

suicidar-se, apiedar-se, condoer-se, ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se.

Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva (Não me venha

com essa).

2.3.2 Pronome possessivo: Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo.

Concordam em gênero e número com a coisa possuída.

São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas:

1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s);

2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s);

3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s).

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Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo,

também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o

sentido da frase.

O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se

preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de

quem?); pode também indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos).

Já nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração

fonética de Senhor.

2.3.3 Pronome demonstrativo: Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou

no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo

são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos.

As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de

pronome demonstrativo.

Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira:

uso dêitico, indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá); uso dêitico, indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e

aquele (passado remoto ou bastante vago); uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito - este (novo enunciado) e esse

(retoma informação); o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe

pertence); tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e

semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a "aquele", "idêntico" (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa);

mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem "idêntico", "igual" ou "exato". Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries);

como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado);

pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco);

podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite);

nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela entrou triunfante - nisso = advérbio).

2.3.4 Pronome relativo: Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração

dependente, adjetiva.

Os pronome nomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira: mento,

armamentomes relativos são: que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo

(a/s) e quanto (a/s).

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Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem

antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde).

Quanto ao emprego, observa-se que os relativos são usados quando:

o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não);

como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava)

quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos;

quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição;

cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo.

2.3.5 Pronome indefinido: Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou

genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de

conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes

indefinidos, merece atenção sua identificação.

São pronomes indefinidos de:

pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem; lugares: onde, algures, alhures, nenhures; pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s),

vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada.

Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para:

algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema);

cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma);

alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários)

bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim);

o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"; o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele

não está nada contente hoje); o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele

não está nada contente hoje); existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que, o que quer, seja

quem for, cada um etc. todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para

ver a banda ≠ Toda a cidade parou para ver a banda).

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2.3.6 Pronome interrogativo: São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma

pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você

tem? / Não sei quem lhe contou).

Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? /

Como foi tudo?).

2.4 Verbo: É a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja ação,

estado ou fenômeno da natureza.

Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar

três paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas,

obtém-se a seguinte classificação:

regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação; irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As

irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão);

Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas

irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser

e ir.

defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo (falir - no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com outros verbos;

abundantes - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Mais freqüente no particípio, devendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei aceitado ≠ é/está aceito);

auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos tempos compostos e locuções verbais;

certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes deles. Nesses casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-se etc.);

formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical - nós cantaríamos).

Quanto à flexão verbal, temos:

número: singular ou plural; pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª; tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo

imperativo só tem um tempo, o presente; voz: ativa, passiva e reflexiva; modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo

de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido).

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As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função

exclusivamente verbal. Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e forma de

adjetivo, enquanto o gerúndio equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias

que exprime.

Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes valores:

presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se fala;

presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no momento ou época em que se fala;

pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída no passado;

pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída ou era uma ação costumeira no passado;

pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada mas não concluída no passado;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada;

futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época vindoura;

futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado;

futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num momento ou época futura;

Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos simples podem ser primitivos

(presente e pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados:

São derivados do presente do indicativo:

pretérito imperfeito do indicativo: TEMA do presente + VA (1ª conj.) ou IA (2ª e 3ª conj.) + Desinência número pessoal (DNP);

presente do subjuntivo: RAD da 1ª pessoa singular do presente + E (1ª conj.) ou A (2ª e 3ª conj.) + DNP;

Os verbos em -ear têm duplo "e" em vez de "ei" na 1ª pessoa do plural (passeio, mas

passeemos).

imperativo negativo (todo derivado do presente do subjuntivo) e imperativo afirmativo (as 2ª pessoas vêm do presente do indicativo sem S, as demais também vêm do presente do subjuntivo).

São derivados do pretérito perfeito do indicativo:

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: TEMA do perfeito + RA + DNP; pretérito imperfeito do subjuntivo: TEMA do perfeito + SSE + DNP; futuro do subjuntivo: TEMA do perfeito + R + DNP. São derivados do infinitivo impessoal: futuro do presente do indicativo: TEMA do infinitivo + RA + DNP; futuro do pretérito: TEMA do infinitivo + RIA + DNP;

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infinitivo pessoal: infinitivo impessoal + DNP (-ES - 2ª pessoa, -MOS, -DES, -EM) gerúndio: TEMA do infinitivo + -NDO; particípio regular: infinitivo impessoal sem vogal temática (VT) e R + ADO (1ª

conjugação) ou IDO (2ª e 3ª conjugação).

Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa constituem-se dos verbos

auxiliares TER ou HAVER + particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal.

No modo Indicativo, os tempos compostos são formados da seguinte maneira:

pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (VP) [Tenho falado];

pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Tinha falado);

futuro do presente: futuro do presente do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Terei falado);

futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do auxiliar + particípio do VP (Teria falado).

No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte maneira:

pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tenha falado);

pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tivesse falado);

futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tiver falado).

Quanto às formas nominais, elas são formadas da seguinte maneira:

infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do auxiliar + particípio do VP (Ter falado / Teres falado);

gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio do VP (Tendo falado).

O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o imperfeito na forma simples e o

perfeito e o mais-que-perfeito nas formas compostas. Não há presente composto nem

pretérito imperfeito composto

Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:

ativa: sujeito é agente da ação verbal; passiva: sujeito é paciente da ação verbal;

A voz passiva pode ser analítica ou sintética:

analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo principal; sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora); reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal. Também pode ser recíproca ao

mesmo tempo (acréscimo de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa do verbo);

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Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar

(ser na maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o trabalho - O

trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito perfeito do indicativo) / O vento ia

levando as folhas - As folhas iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio do

verbo principal).

Alguns verbos da língua portuguesa apresentam problemas de conjugação. A seguir

temos uma lista, seguida de comentários sobre essas dificuldades de conjugação.

Abolir (defectivo) - não possui a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, por isso não possui presente do subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir, delinqüir, demolir, descomedir-se, emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir)

Acudir (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - acudo, acodes... e pretérito perfeito do indicativo - com u (= bulir, consumir, cuspir, engolir, fugir) / Adequar (defectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa do plural no presente do indicativo

Aderir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir, ferir, sugerir)

Agir (acomodação gráfica g/j) - presente do indicativo - ajo, ages... (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir, restringir, transigir, urgir)

Agredir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) / Aguar (regular) - presente do indicativo - águo, águas..., - pretérito perfeito do indicativo - agüei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar, minguar)

Aprazer (irregular) - presente do indicativo - aprazo, aprazes, apraz... / pretérito perfeito do indicativo - aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram

Argüir (irregular com alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - arguo (ú), argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem - pretérito perfeito - argüi, argüiste... (com trema)

Atrair (irregular) - presente do indicativo - atraio, atrais... / pretérito perfeito - atraí, atraíste... (= abstrair, cair, distrair, sair, subtrair)

Atribuir (irregular) - presente do indicativo - atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem - pretérito perfeito - atribuí, atribuíste, atribuiu... (= afluir, concluir, destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir)

Averiguar (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú) - pretérito perfeito - averigüei, averiguaste... - presente do subjuntivo - averigúe, averigúes, averigúe... (= apaziguar)

Cear (irregular) - presente do indicativo - ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam - pretérito perfeito indicativo - ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam pronúncia aberta: estréio, estréia...)

Coar (irregular) - presente do indicativo - côo, côas, côa, coamos, coais, coam - pretérito perfeito - coei, coaste, coou... (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar (regular) - presente do indicativo - comercio, comercias... - pretérito perfeito - comerciei... (= verbos em -iar , exceto os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar)

Compelir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - compilo, compeles... - pretérito perfeito indicativo - compeli, compeliste...

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Compilar (regular) - presente do indicativo - compilo, compilas, compila... - pretérito perfeito indicativo - compilei, compilaste...

Construir (irregular e abundante) - presente do indicativo - construo, constróis (ou construis), constrói (ou construi), construímos, construís, constroem (ou construem) - pretérito perfeito indicativo - construí, construíste...

Crer (irregular) - presente do indicativo - creio, crês, crê, cremos, credes, crêem - pretérito perfeito indicativo - cri, creste, creu, cremos, crestes, creram - imperfeito indicativo - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam

Falir (defectivo) - presente do indicativo - falimos, falis - pretérito perfeito indicativo - fali, faliste... (= aguerrir, combalir, foragir-se, remir, renhir)

Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem - pretérito perfeito indicativo - frigi, frigiste...

Ir (irregular) - presente do indicativo - vou, vais, vai, vamos, ides, vão - pretérito perfeito indicativo - fui, foste... - presente subjuntivo - vá, vás, vá, vamos, vades, vão

Jazer (irregular) - presente do indicativo - jazo, jazes... - pretérito perfeito indicativo - jazi, jazeste, jazeu...

Mobiliar (irregular) - presente do indicativo - mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam - pretérito perfeito indicativo - mobiliei, mobiliaste... / Obstar (regular) - presente do indicativo - obsto, obstas... - pretérito perfeito indicativo - obstei, obstaste...

Pedir (irregular) - presente do indicativo - peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem - pretérito perfeito indicativo - pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir) / Polir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem - pretérito perfeito indicativo - poli, poliste...

Precaver-se (defectivo e pronominal) - presente do indicativo - precavemo-nos, precaveis-vos - pretérito perfeito indicativo - precavi-me, precaveste-te... / Prover (irregular) - presente do indicativo - provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem - pretérito perfeito indicativo - provi, proveste, proveu... / Reaver (defectivo) - presente do indicativo - reavemos, reaveis - pretérito perfeito indicativo - reouve, reouveste, reouve... (verbo derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais com a letra v)

Remir (defectivo) - presente do indicativo - remimos, remis - pretérito perfeito indicativo - remi, remiste...

Requerer (irregular) - presente do indicativo - requeiro, requeres... - pretérito perfeito indicativo - requeri, requereste, requereu... (derivado do querer, diferindo dele na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo regular)

Rir (irregular) - presente do indicativo - rio, rir, ri, rimos, rides, riem - pretérito perfeito indicativo - ri, riste... (= sorrir)

Saudar (alternância vocálica) - presente do indicativo - saúdo, saúdas... - pretérito perfeito indicativo - saudei, saudaste...

Suar (regular) - presente do indicativo - suo, suas, sua... - pretérito perfeito indicativo - suei, suaste, sou... (= atuar, continuar, habituar, individuar, recuar, situar)

Valer (irregular) - presente do indicativo - valho, vales, vale... - pretérito perfeito indicativo - vali, valeste, valeu...

Também merecem atenção os seguintes verbos irregulares:

Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se, precaver-se

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Caber

presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem; presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam; pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes,

couberam; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera, couberas, coubera, coubéramos,

coubéreis, couberam; pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos,

coubésseis, coubessem; futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem.

Dar

presente do indicativo: dou, dás, dá, damos, dais, dão; presente do subjuntivo: dê, dês, dê, demos, deis, dêem; pretérito perfeito do indicativo: dei, deste, deu, demos, destes, deram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram; pretérito imperfeito do subjuntivo: desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem; futuro do subjuntivo: der, deres, der, dermos, derdes, derem.

Dizer

presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem; presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos, digais, digam; pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras, dissera, disséramos,

disséreis, disseram; futuro do presente: direi, dirás, dirá, etc.; futuro do pretérito: diria, dirias, diria, etc.; pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos,

dissésseis, dissessem; futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem;

Seguem esse modelo os derivados bendizer, condizer, contradizer, desdizer, maldizer,

predizer.

Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: dito, bendito, contradito,

etc.

Estar

presente do indicativo: estou, estás, está, estamos, estais, estão; presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam; pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes,

estiveram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera, estiveras, estivera, estivéramos,

estivéreis, estiveram; pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos,

estivésseis, estivessem; futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem;

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Fazer

presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem; presente do subjuntivo: faça, faças, faça, façamos, façais, façam; pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis,

fizeram; pretérito imperfeito do subjuntivo: fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,

fizessem; futuro do subjuntivo: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem.

Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer.

Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: feito, desfeito, liquefeito,

satisfeito, etc.

Haver

presente do indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis, hão; presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam; pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes,

houveram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera, houveras, houvera, houvéramos,

houvéreis, houveram; pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos,

houvésseis, houvessem; futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem.

Ir

presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão; presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão; pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam; pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram; pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem; futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.

Poder

presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos, podeis, podem; presente do subjuntivo: possa, possas, possa, possamos, possais, possam; pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pudera, puderas, pudera, pudéramos,

pudéreis, puderam; pretérito imperfeito do subjuntivo: pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos,

pudésseis, pudessem; futuro do subjuntivo: puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem.

Pôr

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presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem; presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham; pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis,

punham; pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera, puseras, pusera, puséramos,

puséreis, puseram; pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos,

pusésseis, pusessem; futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem.

Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse modelo: antepor, compor,

contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor,

pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, supor, transpor são

alguns deles.

Querer

presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem; presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram; pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos,

quiséreis, quiseram; pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos,

quisésseis, quisessem; futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem;

Saber

presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem; presente do subjuntivo: saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam; pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes,

souberam; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soubera, souberas, soubera, soubéramos,

soubéreis, souberam; pretérito imperfeito do subjuntivo: soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos,

soubésseis, soubessem; futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem.

Ser

presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são; presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam; pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era, éramos, éreis, eram; pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram; pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem; futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem.

As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: sê (tu) e sede (vós).

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Ter

presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm; presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham; pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham; pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis,

tiveram; pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis,

tivessem; futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem.

Seguem esse modelo os verbos ater, conter, deter, entreter, manter, reter.

Trazer

presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem; presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam; pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes,

trouxeram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,

trouxéreis, trouxeram; futuro do presente: trarei, trarás, trará, etc.; futuro do pretérito: traria, trarias, traria, etc.; pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos,

trouxésseis, trouxessem; futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem.

Ver

presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem; presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam; pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram; pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem; futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.

Seguem esse modelo os derivados antever, entrever, prever, rever. Prover segue o

modelo acima apenas no presente do indicativo e seus tempos derivados; nos demais

tempos, comporta-se como um verbo regular da segunda conjugação.

Vir

presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm; presente do subjuntivo: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham; pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham; pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis,

vieram; pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis,

viessem; futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem;

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particípio e gerúndio: vindo.

Seguem esse modelo os verbos advir, convir, desavir-se, intervir, provir, sobrevir.

O emprego do infinitivo não obedece a regras bem definidas.

O impessoal é usado em sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma

pessoa, o pessoal refere-se às pessoas do discurso, dependendo do contexto.

Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se for necessário dar à frase maior clareza

e ênfase.

Usa-se o impessoal:

sem referência a nenhum sujeito: É proibido fumar na sala; nas locuções verbais: Devemos avaliar a sua situação; quando o infinitivo exerce função de complemento de adjetivos: É um problema fácil

de solucionar; quando o infinitivo possui valor de imperativo - Ele respondeu: "Marchar!"

Usa-se o pessoal:

quando o sujeito do infinitivo é diferente do sujeito da oração principal: Eu não te culpo por saíres daqui;

quando, por meio de flexão, se quer realçar ou identificar a pessoa do sujeito: Foi um erro responderes dessa maneira;

quando queremos determinar o sujeito (usa-se a 3ª pessoa do plural): - Escutei baterem à porta.

Verbo - Exercícios

1. A forma correta do verbo submeter-se, na 1a. pessoa do plural do imperativo

afirmativo é:

a) submetamo-nos

b) submeta-se

c) submete-te

d) submetei-vos

2. __________ mesmo que és capaz de vencer; __________ e não __________ .

a) Mostra a ti - decide-te - desanime

b) Mostre a ti - decida-te - desanimes

c) Mostra a ti - decida-te - desanimes

d) Mostra a ti - decide-te - desanimes

3. Depois que o sol se __________, haverão de __________ as atividades.

a) pôr - suspender

b) por - suspenderem

c) puser - suspender

d) puser - suspenderem

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4. Não se deixe dominar pela solidão. __________ a vida que há nas formas da

natureza, __________ atenção à transbordante linguagem das coisas e __________ o

mundo pelo qual transita distraído.

a) Descobre - presta - vê

b) Descubra - presta - vê

c) Descubra - preste - veja

d) Descubra - presta - veja

5. Se __________ a interferência do Ministro nos programas de televisão e se ele

__________, não ocorreriam certos abusos.

a) requerêssemos - interviesse

b) requiséssemos - interviesse

c) requerêssemos - intervisse

d) requizéssemos - interviesse

6. Se __________ o livro, não __________ com ele; __________ onde combinamos.

a) reouveres - fiques - põe-no

b) reouveres - fiques - põe-lo

c) reaveres - fica - ponha-o

d) reaveres fique - ponha-o

7. Se eles __________ suas razões e __________ suas teses, não os __________ .

a) expuserem - mantiverem - censura

b) expuserem - mantiverem - censures

c) exporem - manterem - censures

d) exporem - manterem - censura

8. Se o __________ por perto, __________; ele __________ o esforço construtivo de

qualquer pessoa.

a) veres - precavenha-se - obstrue

b) vires - precavém-te - obstrui

c) veres - acautela-te - obstrui

d) vires - acautela-te - obstrui

9. Se ele se __________ em sua exposição, __________ bem. Não te __________.

a) deter - ouça-lhe - precipites

b) deter - ouve-lhe - precipita

c) detiver - ouve-o precipita

d) detiver - ouve-o -precipites

10. Os habitantes da ilha acreditam que, quando Jesus __________ e __________ todos

em paz, haverá de abençoá-los.

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a) vier - os ver

b) vir - os ver

c) vier - os vir

d) vier - lhes vir

11. Os pais ainda __________ certos princípios, mas os filhos já não __________ neles

e __________ de sua orientação.

a) mantém - crêem - divergem

b) mantêem - crêem - divergem

c) mantêm - crêem - divergem

d) mantém - crêem - divirgem

12. Se todas as pessoas __________ boas relações e __________ as amizades, viveriam

mais felizes.

a) mantivessem - refizessem

b) mantivessem - refazessem

c) mantiverem - refizerem

d) mantessem - refizessem

13. __________ graves problemas que o __________, durante vários anos, no porto, e

impediram que __________ , em tempo devido, sua promoção.

a) sobreviram - deteram - requeresse

b) sobreviram - detiveram - requisesse

c) sobrevieram - detiveram - requisesse

d) sobrevieram - detiveram - requeresse

14. Eu não __________ a desobediência, embora ela me _________, portanto, não

__________ comigo.

a) premio - favoreça - contes

b) premio - favorece - conta

c) premio - favoreça - conta

d) premeio - favoreça - contas

15. Se ao menos ele __________ a confusão que aquilo ia dar! Mas não pensou, não se

__________, e __________ na briga que não era sua.

a) prevesse - continha - interveio

b) previsse - conteve - interveio

c) prevesse - continha - interviu

d) previsse - conteve - interviu

16. A locução verbal que constitui voz passiva analítica é:

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a) Vais fazer essa operação?

b) Você teria realizado tal cirurgia?

c) Realizou-se logo a intervenção.

d) A operação foi realizada logo.

17. O seguinte período apresenta uma forma verbal na voz passiva: "as pessoas

comprometidas com a corrupção deveriam ser punidas de forma mais rigorosa". Qual a

alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente?

a) deveria punir

b) puniria

c) puniriam

d) deveriam punir

18. A oração "o alarma tinha sido disparado pelo guarda" está na voz passiva. Assinale

a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente.

a) disparara

b) fora disparado

c) tinham disparado

d) tinha disparado

19. A oração "o engenheiro podia controlar todos os empregados da estação ferroviária"

está na voz ativa. Assinale a forma verbal passiva correspondente.

a) podiam ser controlados

b) seriam controlados

c) podia ser controlado

d) controlavam-se

20. Assinale a oração que não tem condições de ser transformada em passiva.

a) As novelas substituíram os folhetins do passado

b) O diretor reuniu para esta novela um elenco especial

c) Alguns episódios estão mexendo com as emoções do público

d) O autor extrai alguns detalhes do personagem de pessoas conhecidas

* Instruções para as questões subsequentes: Passe a frase dada, se for ativa, para a

voz passiva, e vice-versa. Assinale a alternativa que, feita a transformação,

substitui corretamente a forma verbal grifada, sem que haja mudança de tempo e

modo verbais.

21. Não se faz mais nada como antigamente.

a) é feito

b) têm feito

c) foi feito

d) fazem

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22. Saí de lá com a certeza de que os livros me seriam enviados por ele, sem falta, na

data marcada.

a) iria enviar

b) foram enviados

c) enviará

d) enviaria

23. Em meio àquele tumulto, ele ia terminando o complicado trabalho.

a) foi terminando

b) foi sendo terminado

c) foi terminado

d) ia sendo terminado

24. Seria bom que o projeto fosse submetido à apreciação da equipe, para que se

retificassem possíveis falhas.

a) submeteram - retifiquem

b) submeter - retificar

c) submetessem - retificassem

d) se submetesse - retifiquem

25. Se fôssemos ouvidos, muitos aborrecimentos seriam evitados.

a) ouvíssemos - estaríamos

b) formos ouvidos - serão evitados

c) nos ouvissem - se evitariam

d) nos ouvissem – evitariam

Gabarito

1 A / 2 D / 3 C / 4 C / 5 A / 6 A / 7 B / 8 D / 9 D / 10 C / 11 C / 12 A / 13 D / 14 A / 15

B / 16 D / 17 D / 18 D / 19 A / 20 C / 21 D / 22 D / 23 D / 24 C / 25 D

2.5 Artigo Precede o substantivo para determiná-lo, mantendo com ele relação de concordância.

Assim, qualquer expressão ou frase fica substantivada se for determinada por artigo (O

'conhece-te a ti mesmo' é conselho sábio). Em certos casos, serve para assinalar gênero

e número (o/a colega, o/os ônibus).

Os artigos podem ser classificado em:

definido - o, a, os, as - um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie;

indefinido - um, uma, uns, umas - um ser qualquer entre outros de mesma espécie;

Podem aparecer combinados com preposições (numa, do, à, entre outros).

Quanto ao emprego do artigo:

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não é obrigatório seu uso diante da maioria dos substantivos, podendo ser substituído por outra palavra determinante ou nem usado (o rapaz ≠ este rapaz / Lera numa revista que mulher fica mais gripada que homem). Nesse sentido, convém omitir o uso do artigo em provérbios e máximas para manter o sentido generalizante (Tempo é dinheiro / Dedico esse poema a homem ou a mulher?);

não se deve usar artigo depois de cujo e suas flexões; outro, em sentido determinado, é precedido de artigo; caso contrário, dispensa-o

(Fiquem dois aqui; os outros podem ir ≠ Uns estavam atentos; outros conversavam); não se usa artigo diante de expressões de tratamento iniciadas por possessivos, além

das formas abreviadas frei, dom, são, expressões de origem estrangeira (Lord, Sir, Madame) e sóror ou sóror;

é obrigatório o uso do artigo definido entre o numeral ambos (ambos os dois) e o substantivo a que se refere (ambos os cônjuges);

diante do possessivo (função de adjetivo) o uso é facultativo; mas se o pronome for substantivo, torna-se obrigatório (os [seus] planos foram descobertos, mas os meus ainda estão em segredo);

omite-se o artigo definido antes de nomes de parentesco precedidos de possessivo (A moça deixou a casa a sua tia);

antes de nomes próprios personativos, não se deve utilizar artigo. O seu uso denota familiaridade, por isso é geralmente usado antes de apelidos. Os antropônimos são determinados pelo artigo se usados no plural (os Maias, Os Homeros);

geralmente dispensado depois de cheirar a, saber a (= ter gosto a) e similares (cheirar a jasmim / isto sabe a vinho);

não se usa artigo diante das palavras casa (= lar, moradia), terra (= chão firme) e palácio a menos que essas palavras sejam especificadas (venho de casa / venho da casa paterna);

na expressão uma hora, significando a primeira hora, o emprego é facultativo (era perto de / da uma hora). Se for indicar hora exata, à uma hora (como qualquer expressão adverbial feminina);

diante de alguns nomes de cidade não se usa artigo, a não ser que venham modificados por adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva (Aracaju, Sergipe, Curitiba, Roma, Atenas);

usa-se artigo definido antes dos nomes de estados brasileiros. Como não se usa artigo nas denominações geográficas formadas por nomes ou adjetivos, excetuam-se AL, GO, MT, MG, PE, SC, SP e SE;

expressões com palavras repetidas repelem artigo (gota a gota / face a face); não se combina com preposição o artigo que faz parte de nomes de jornais, revistas e

obras literárias, bem como se o artigo introduzir sujeito (li em Os Lusíadas / Está na hora de a onça beber água);

depois de todo, emprega-se o artigo para conferir idéia de totalidade (Toda a sociedade poderá participar / toda a cidade ≠ toda cidade). "Todos" exige artigo a não ser que seja substituído por outro determinante (todos os familiares / todos estes familiares);

repete-se artigo: a) nas oposições entre pessoas e coisas (o rico e o pobre) / b) na qualificação antonímica do mesmo substantivo (o bom e o mau ladrão) / c) na distinção de gênero e número (o patrão e os operários / o genro e a nora);

não se repete artigo: a) quando há sinonímia indicada pela explicativa ou (a botânica ou fitologia) / b) quando adjetivos qualificam o mesmo substantivo (a clara, persuasiva e discreta exposição dos fatos nos abalou).

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2.6 Numeral:

Numeral é a palavra que indica quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração.

Classifica-se como cardinal (1, 2, 3), ordinal (primeiro, segundo, terceiro),

multiplicativo (dobro, duplo, triplo), fracionário (meio, metade, terço). Além desses,

ainda há os numerais coletivos (dúzia, par).

Quanto ao valor, os numerais podem apresentar valor adjetivo ou substantivo. Se

estiverem acompanhando e modificando um substantivo, terão valor adjetivo. Já se

estiverem substituindo um substantivo e designando seres, terão valor substantivo. [Ele

foi o primeiro jogador a chegar. (valor adjetivo) / Ele será o primeiro desta vez. (valor

substantivo)].

Quanto ao emprego:

os ordinais como último, penúltimo, antepenúltimo, respectivos... não possuem cardinais correspondentes.

os fracionários têm como forma própria meio, metade e terço, todas as outras representações de divisão correspondem aos ordinais ou aos cardinais seguidos da palavra avos (quarto, décimo, milésimo, quinze avos);

designando séculos, reis, papas e capítulos, utiliza-se na leitura ordinal até décimo; a partir daí usam-se os cardinais. (Luís XIV - quatorze, Papa Paulo II - segundo);

Se o numeral vier antes do substantivo, será obrigatório o ordinal (XX Bienal -

vigésima, IV Semana de Cultura - quarta);

zero e ambos(as) também são numerais cardinais. 14 apresenta duas formas por extenso catorze e quatorze;

a forma milhar é masculina, portanto não existe "algumas milhares de pessoas" e sim alguns milhares de pessoas;

alguns numerais coletivos: grosa (doze dúzias), lustro (período de cinco anos), sesquicentenário (150 anos);

um: numeral ou artigo? Nestes casos, a distinção é feita pelo contexto.

Numeral indicando quantidade e artigo quando se opõe ao substantivo indicando-o de

forma indefinida.

Quanto à flexão, varia em gênero e número:

variam em gênero:

Cardinais: um, dois e os duzentos a novecentos; todos os ordinais; os multiplicativos e

fracionários, quando expressam uma idéia adjetiva em relação ao substantivo.

variam em número:

Cardinais terminados em -ão; todos os ordinais; os multiplicativos, quando têm função

adjetiva; os fracionários, dependendo do cardinal que os antecede.

Os cardinais, quando substantivos, vão para o plural se terminarem por som vocálico

(Tirei dois dez e três quatros).

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2.7 Advérbio: É a palavra que modifica o sentido do verbo (maioria), do adjetivo e do próprio

advérbio (intensidade para essas duas classes). Denota em si mesma uma circunstância

que determina sua classificação:

lugar: longe, junto, acima, ali, lá, atrás, alhures; tempo: breve, cedo, já, agora, outrora, imediatamente, ainda; modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, a maioria dos adv. com sufixo -mente; negação: não, qual nada, tampouco, absolutamente; dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente; intensidade: muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão; afirmação: sim, certamente, deveras, com efeito, realmente, efetivamente.

As palavras onde (de lugar), como (de modo), porque (de causa), quanto (classificação

variável) e quando (de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são

classificadas como advérbios interrogativos (queria saber onde todos dormirão / quando

se realizou o concurso).

Onde, quando, como, se empregados com antecedente em orações adjetivas são

advérbios relativos (estava naquela rua onde passavam os ônibus / ele chegou na hora

quando ela ia falar / não sei o modo como ele foi tratado aqui).

As locuções adverbiais são geralmente constituídas de preposição + substantivo - à

direita, à frente, à vontade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira

alguma, de manhã, de repente, de vez em quando, em breve, em mão (em vez de "em

mãos") etc. São classificadas, também, em função da circunstância que expressam.

Quanto ao grau, apesar de pertencer à categoria das palavras invariáveis, o advérbio

pode apresentar variações de grau comparativo ou superlativo.

Comparativo: igualdade - tão + advérbio + quanto

superioridade - mais + advérbio + (do) que

inferioridade - menos + advérbio + (do) que

Superlativo: sintético - advérbio + sufixo (-íssimo)

analítico - muito + advérbio.

Bem e mal admitem grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior. As

formas mais bem e mais mal são usadas diante de particípios adjetivados. (Ele está mais

bem informado do que eu). Melhor e pior podem corresponder a mais bem / mal (adv.)

ou a mais bom / mau (adjetivo).

Quanto ao emprego:

três advérbios pronominais indefinidos de lugar vão caindo em desuso: algures, alhures e nenhures, substituídos por em algum, em outro e em nenhum lugar;

na linguagem coloquial, o advérbio recebe sufixo diminutivo. Nesses casos, o advérbio assume valor superlativo absoluto sintético (cedinho / pertinho). A repetição de um mesmo advérbio também assume valor superlativo (saiu cedo, cedo);

quando os advérbios terminados em -mente estiverem coordenados, é comum o uso do sufixo só no último (Falou rápida e pausadamente);

muito e bastante podem aparecer como advérbio (invariável) ou pronome indefinido (variável - determina substantivo);

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otimamente e pessimamente são superlativos absolutos sintéticos de bem e mal, respectivamente;

adjetivos adverbializados mantêm-se invariáveis (terminaram rápido o trabalho / ele falou claro).

As palavras denotativas são séries de palavras que se assemelham ao advérbio. A

Norma Gramatical Brasileira considera-as apenas como palavras denotativas, não

pertencendo a nenhuma das 10 classes gramaticais. Classificam-se em função da idéia

que expressam:

adição: ainda, além disso etc. (Comeu tudo e ainda queria mais); afastamento: embora (Foi embora daqui); afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente (Ainda bem que passei de ano); aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de etc. (É quase 1h a pé); designação: eis (Eis nosso carro novo); exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer,

apenas etc. (Todos saíram, menos ela / Não me descontou sequer um real); explicação: isto é, por exemplo, a saber etc. (Li vários livros, a saber, os clássicos); inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive etc. (Eu também vou / Falta tudo,

até água); limitação: só, somente, unicamente, apenas etc. (Apenas um me respondeu / Só ele

veio à festa); realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque etc. (E você lá sabe essa questão?); retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes etc. (Somos três, ou melhor, quatro); situação: então, mas, se, agora, afinal etc. (Afinal, quem perguntaria a ele?).

2.8 Preposição:

É a palavra invariável que liga dois termos entre si, estabelecendo relação de

subordinação entre o termo regente e o regido. São antepostos aos dependentes (objeto

indireto, complemento nominal, adjuntos e orações subordinadas). Divide-se em:

essenciais (maioria das vezes são preposições): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás;

acidentais (palavras de outras classes que podem exercer função de preposição): afora, conforme (= de acordo com), consoante, durante, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, visto (= devido a, por causa de) etc. (Vestimo-nos conforme a moda e o tempo / Os heróis tiveram como prêmio aquela taça / Mediante meios escusos, ele conseguiu a vaga / Vovó dormiu durante a viagem).

As preposições essenciais regem pronomes oblíquos tônicos; enquanto preposições

acidentais regem as formas retas dos pronomes pessoais. (Falei sobre ti/Todos, exceto

eu, vieram).

As locuções prepositivas, em geral, são formadas de advérbio (ou locução adverbial) +

preposição - abaixo de, acerca de, a fim de, além de, defronte a, ao lado de, apesar de,

através de, de acordo com, em vez de, junto de, perto de, até a, a par de, devido a.

Observa-se que a última palavra da locução prepositiva é sempre uma preposição,

enquanto a última palavra de uma locução adverbial nunca é preposição.

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Quanto ao emprego, as preposições podem ser usadas em:

combinação: preposição + outra palavra sem perda fonética (ao/aos); contração: preposição + outra palavra com perda fonética (na/àquela); não se deve contrair de se o termo seguinte for sujeito (Está na hora de ele falar); a preposição após, pode funcionar como advérbio (= atrás) (Terminada a festa, saíram

logo após.); trás, atualmente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas (por trás, para trás

por trás de).

Quanto à diferença entre pronome pessoal oblíquo, preposição e artigo, deve-se

observar que a preposição liga dois termos, sendo invariável, enquanto o pronome

oblíquo substitui um substantivo. Já o artigo antecede o substantivo, determinando-o.

As preposições podem estabelecer as seguintes relações: isoladamente, as preposições

são palavras vazias de sentido, se bem que algumas contenham uma vaga noção de

tempo e lugar. Nas frases, exprimem diversas relações:

autoria - música de Caetano lugar - cair sobre o telhado, estar sob a mesa tempo - nascer a 15 de outubro, viajar em uma hora, viajei durante as férias modo ou conformidade - chegar aos gritos, votar em branco causa - tremer de frio, preso por vadiagem assunto - falar sobre política fim ou finalidade - vir em socorro, vir para ficar instrumento - escrever a lápis, ferir-se com a faca companhia - sair com amigos / meio - voltar a cavalo, viajar de ônibus matéria - anel de prata, pão com farinha posse - carro de João oposição - Flamengo contra Fluminense conteúdo - copo de (com) vinho preço - vender a (por) R$ 300, 00 origem - descender de família humilde especialidade - formou-se em Medicina destino ou direção - ir a Roma, olhe para frente.

2.9 Interjeição:

São palavras que expressam estados emocionais do falante, variando de acordo com o

contexto emocional. Podem expressar:

alegria - ah!, oh!, oba! advertência - cuidado!, atenção afugentamento - fora!, rua!, passa!, xô! alívio - ufa!, arre! animação - coragem!, avante!, eia! aplauso - bravo!, bis!, mais um! chamamento - alô!, olá!, psit! desejo - oxalá!, tomara! / dor - ai!, ui!

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espanto - puxa!, oh!, chi!, ué! impaciência - hum!, hem! silêncio - silêncio!, psiu!, quieto!

São locuções interjetivas: puxa vida!, não diga!, que horror!, graças a Deus!, ora bolas!,

cruz credo!

2.10 Conjunção:

É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação

(subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em:

Coordenativas, aquelas que ligam duas orações independentes (coordenadas), ou dois

termos que exercem a mesma função sintática dentro da oração. Apresentam cinco

tipos:

aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda; adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo

contrário), não obstante, apesar disso; alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer; conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por

isso; explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.

Subordinativas - ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra.

Apresentam dez tipos:

causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que;

Palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação

(subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em:

comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +) que; condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a menos

que; consecutivas (conseqüência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão etc. -

indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que;

conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como; concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda que,

mesmo que; temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que), até

que; finais - a fim de que, para que, que; proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto

menos); integrantes - que, se.

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As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, enquanto

as demais iniciam orações subordinadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar

orações é desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes.

Classes de Palavras - Exercícios

1. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos sentidos podem ser modificados

pelo advérbio são:

a) adjetivo - advérbio - verbo.

b) verbo - interjeição - conjunção.

c) conjunção - numeral - adjetivo.

d) adjetivo - verbo - interjeição.

e) interjeição - advérbio - verbo.

2. Das palavras abaixo, faz plural como "assombrações"

a) perdão.

b) bênção.

c) alemão.

d) cristão.

e) capitão.

3. Na oração "Ninguém está perdido se der amor...", a palavra grifada pode ser

classificada como:

a) advérbio de modo.

b) conjunção adversativa.

c) advérbio de condição.

d) conjunção condicional.

e) preposição essencial.

4. Marque a frase em que o termo destacado expressa circunstância de causa:

a) Quase morri de vergonha.

b) Agi com calma.

c) Os mudos falam com as mãos.

d) Apesar do fracasso, ele insistiu.

e) Aquela rua é demasiado estreita.

5. "Enquanto punha o motor em movimento." O verbo destacado encontra-se no:

a) Presente do subjuntivo.

b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo.

c) Presente do indicativo.

d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

e) Pretérito imperfeito do indicativo.

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6. Aponte a opção em que muito é pronome indefinido:

a) O soldado amarelo falava muito bem.

b) Havia muito bichinho ruim.

c) Fabiano era muito desconfiado.

d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão.

e) Muito eficiente era o soldado amarelo.

7 . A flexão do número incorreta é:

a) tabelião - tabeliães.

b) melão - melões

c) ermitão - ermitões.

d) chão - chãos.

e) catalão - catalões.

8. Dos verbos abaixo apenas um é regular, identifique-o:

a) pôr.

b) adequar.

c) copiar.

d) reaver.

e) brigar.

9. A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no presente do indicativo é:

a) reavejo (reaver).

b) precavo (precaver).

c) coloro (colorir).

d) frijo (frigir).

e) fedo (feder).

10. A classe de palavras que é empregada para exprimir estados emotivos:

a) adjetivo.

b) interjeição.

c) preposição.

d) conjunção.

e) advérbio.

11. Todas as formas abaixo expressam um tamanho menor que o normal, exceto:

a) saquitel.

b) grânulo.

c) radícula.

d) marmita.

e) óvulo.

12. Em "Tem bocas que murmuram preces...", a seqüência morfológica é:

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a) verbo-substantivo-pronome relativo-verbo-substantivo.

b) verbo-substantivo-conjunção integrante-verbo-substantivo.

c) verbo-substantivo-conjunção coordenativa-verbo-adjetivo.

d) verbo-adjetivo-pronome indefinido-verbo-substantivo.

e) verbo-advérbio-pronome relativo-verbo-substantivo.

13. A alternativa que possui todos os substantivos corretamente colocados no plural é:

a) couve-flores / amores-perfeitos / boas-vidas.

b) tico-ticos / bem-te-vis / joões-de-barro.

c) terças-feiras / mãos-de-obras / guarda-roupas.

d) arco-íris / portas-bandeiras / sacas-rolhas.

e) dias-a-dia / lufa-lufas / capitães-mor.

14. "...os cipós que se emaranhavam..." . A palavra sublinhada é:

a) conjunção explicativa.

b) conjunção integrante.

c) pronome relativo.

d) advérbio interrogativo.

e) preposição acidental.

15. Indique a frase em que o verbo se encontra na 2ª pessoa do singular do imperativo

afirmativo:

a) Faça o trabalho.

b) Acabe a lição.

c) Mande a carta.

d) Dize a verdade.

e) Beba água filtrada.

16. Em "Escrever é alguma coisa extremamente forte, mas que pode me trair e me

abandonar.", as palavras grifadas podem ser classificadas como, respectivamente:

a) pronome adjetivo - conjunção aditiva.

b) pronome interrogativo - conjunção aditiva.

c) pronome substantivo - conjunção alternativa.

d) pronome adjetivo - conjunção adversativa.

e) pronome interrogativo - conjunção alternativa.

17. Marque o item em que a análise morfológica da palavra sublinhada não está correta:

a) Ele dirige perigosamente - (advérbio).

b) Nada foi feito para resolver a questão - (pronome indefinido).

c) O cantar dos pássaros alegra as manhãs - (verbo).

d) A metade da classe já chegou - (numeral).

e) Os jovens gostam de cantar música moderna - (verbo).

18. Quanto à flexão de grau, o substantivo que difere dos demais é:

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a) viela.

b) vilarejo.

c) ratazana.

d) ruela.

e) sineta.

19. Está errada a flexão verbal em:

a) Eu intervim no caso.

b) Requeri a pensão alimentícia.

c) Quando eu ver a nova casa, aviso você

d) Anseio por sua felicidade.

e) Não pudeste falar.

20. Das classes de palavra abaixo, as invariáveis são:

a) interjeição - advérbio - pronome possessivo.

b) numeral - substantivo - conjunção.

c) artigo - pronome demonstrativo - substantivo.

d) adjetivo - preposição - advérbio.

e) conjunção - interjeição - preposição.

21. Todos os verbos abaixo são defectivos, exceto:

a) abolir.

b) colorir.

c) extorquir.

d) falir.

e) exprimir.

22. O substantivo composto que está indevidamente escrito no plural é:

a) mulas-sem-cabeça.

b) cavalos-vapor.

c) abaixos-assinados.

d) quebra-mares.

e) pães-de-ló.

23. A alternativa que apresenta um substantivo invariável e um variável,

respectivamente, é:

a) vírus - revés.

b) fênix - ourives.

c) ananás - gás.

d) oásis - alferes.

e) faquir - álcool.

24. "Paula mirou-se no espelho das águas": Esta oração contém um verbo na voz:

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a) ativa.

b) passiva analítica.

c) passiva pronominal.

d) reflexiva recíproca.

e) reflexiva.

25. O único substantivo que não é sobrecomum é:

a) verdugo.

b) manequim.

c) pianista.

d) criança.

e) indivíduo.

26. A alternativa que apresenta um verbo indevidamente flexionado no presente do

subjuntivo é:

a) vade.

b) valham.

c) meçais.

d) pulais.

e) caibamos.

27. A alternativa que apresenta uma flexão incorreta do verbo no imperativo é:

a) dize.

b) faz.

c) crede.

d) traze.

e) acudi.

28. A única forma que não corresponde a um particípio é:

a) roto.

b) nato.

c) incluso.

d) sepulto.

e) impoluto.

29. Na frase: "Apieda-te qualquer sandeu", a palavra sandeu (idiota, imbecil) é um

substantivo:

a) comum, concreto e sobrecomum

b) concreto, simples e comum de dois gêneros.

c) simples, abstrato e feminino.

d) comum, simples e masculino

e) simples, abstrato e masculino.

30. A alternativa em que não há erro de flexão do verbo é:

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a) Nós hemos de vencer.

b) Deixa que eu coloro este desenho.

c) Pega a pasta e a flanela e pole o meu carro.

d) Eu reavi o meu caderno que estava perdido.

e) Aderir, eu adiro; mas não é por muito tempo!

31. Em "Imaginou-o, assim caído..." a palavra destacada, morfologicamente e

sintaticamente, é:

a) artigo e adjunto adnominal.

b) artigo e objeto direto.

c) pronome oblíquo e objeto direto.

d) pronome oblíquo e adjunto adnominal.

e) pronome oblíquo e objeto indireto.

32. O item em que temos um adjetivo em grau superlativo absoluto é:

a) Está chovendo bastante.

b) Ele é um bom funcionário.

c) João Brandão é mais dedicado que o vigia.

d) Sou o funcionário mais dedicado da repartição.

e) João Brandão foi tremendamente inocente.

33. A alternativa em que o verbo abolir está incorretamente flexionado é:

a) Tu abolirás.

b) Nós aboliremos.

c) Aboli vós.

d) Eu abolo.

e) Eles aboliram.

34. A alternativa em que o verbo "precaver" está corretamente flexionado é:

a) Eu precavejo.

b) Precavê tu.

c) Que ele precavenha.

d) Eles precavêm.

e) Ela precaveu.

35. A única alternativa em que as palavras são, respectivamente, substantivo abstrato,

adjetivo biforme e preposição acidental é:

a) beijo-alegre-durante

b) remédio-inteligente-perante

c) feiúra-lúdico-segundo

d) ar-parco-por

e) dor-veloz-consoante

Gabarito

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1 A / 2 A / 3 D / 4 A / 5 E / 6 B / 7 E / 8 E / 9 D / 10 B / 11 D / 12 A / 13 B / 14 C / 15 D

/ 16 D / 17 C / 18 C / 19 C / 20 E / 21 E / 22 C / 23 A / 24 E / 25 C / 26 D / 27 B / 28 D /

29 D / 30 E / 31 C / 32 E / 33 D / 34 E / 35 C

3. Diferenciação morfológica:

Algumas palavras podem apresentar classes diferentes em função do contexto. Seguem,

abaixo, algumas palavras e suas características para diferenciação.

A (artigo definido, antes de um substantivo, concordando com ele, exemplo: A saudade

dói / pronome demonstrativo, antes do pronome relativo QUE ou da preposição DE,

sendo substituível por AQUELA, exemplo: Esta é a casa a que estimo. - Comprei uma

boa roupa, mas a de Maria é melhor. / Antes do pronome relativo QUE o A também

pode ser preposição, mas não será substituível por AQUELA. / pronome pessoal

oblíquo, junto a um verbo e corresponde a ela, exemplo: Amo-a / preposição essencial,

pode ser trocado por outra preposição como forma de teste e não equivale a o no

masculino, exemplo: Embarcação a remo - Estou a vender / substantivo comum, quando

representa a letra do alfabeto, exemplo: Este a é pequenininho. / numeral ordinal,

quando corresponde a primeiro em uma enumeração, exemplo: Capítulo a.);

Aí (advérbio de lugar, quando quer dizer nesse lugar, exemplo: Deixa o livro aí. /

advérbio de tempo, quando quer dizer nessa ocasião, exemplo: Chegou a noiva; aí lhe

atiraram flores. / palavra ou partícula de realce, exemplo: Aí pelas 11 horas vieram as

crianças.);

Algo (advérbio de intensidade, quando quer dizer um tanto, exemplo: Ela é algo

modesta. / pronome indefinido, quando quer dizer alguma coisa, exemplo: Ela sabia

algo dessa menina.);

Atrás (advérbio de lugar, exemplo: Nós caminhamos atrás. / palavra expletiva,

exemplo: Há anos atrás as coisas não eram assim.);

Bastante (adjetivo, exemplo: Isso era bastante. / pronome adjetivo indefinido, exemplo:

Comprei bastantes roupas. / advérbio de intensidade (invariável), exemplo: Eram

bastante ricos.);

Bem (advérbio de intensidade, quando corresponde a muito, exemplo: Joana é bem

inteligente. / advérbio de modo, exemplo: Esmeralda fala bem. / substantivo comum,

exemplo: Meu bem está longe. / interjeição, exemplo: Bem! Ainda assim estou certa.);

Certo (adjetivo quando determinando um substantivo e com significado de verdadeiro -

exemplo: É um homem certo. / pronome adjetivo indefinido antes de um substantivo,

concordando com ele - exemplo: Vi certo livro. / advérbio de afirmação quando quer

dizer certamente - exemplo: Certo, não queres brincar.);

Como (advérbio interrogativo de modo em perguntas diretas e indiretas - exemplo:

Como estás, menina?, Não sei como consegui este resultado. / advérbio de intensidade

quando se pode mudar para quanto ou quão - exemplo: Como brilham teus cabelos. /

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conjunção subordinativa comparativa quando vindo no segundo termo de uma

comparação - exemplo: Era tão vermelho como sangue. / conjunção subordinativa

conformativa equivalente a conforme - exemplo: Era trabalhador, como disse o patrão /

conjunção subordinativa causal - exemplo: Como tivesse chovido muito, a terra estava

molhada. / advérbio interrogativo de quantidade quando no início de uma frase

interrogativa, precedido de preposição - exemplo: A como vende o chá? / substantivo

próprio quando significando divindade mitológica ou nome de lugar - exemplo: Como

presidia às festas noturnas. Como é a terra natal de meus ancestrais. / verbo comer -

exemplo: Como muito bem / preposição acidental quando quer dizer na qualidade de -

exemplo: Como deputado tenho direito de falar / palavra explicativa - exemplo: O

estabelecimento vende muitos objetos, como: portas, janelas, piso.

Diferente (adjetivo - exemplo: São de cores diferentes. / pronome adjetivo indefinido -

exemplo: Diferentes cores ele tem.

Certo, vários e diversos, modificando substantivo, têm as mesmas classificações,

conforme venham antes ou depois do substantivo a que se referem.

E (conjunção coordenativa aditiva - exemplo: Ele e ela chegaram. / conjunção

coordenativa adversativa quando equivale a mas - exemplo: Fala, e não faz. / numeral

ordinal quando corresponde a quinto em uma enumeração - exemplo: capítulo e.

Logo (advérbio de tempo equivalente a imediatamente ou daqui a pouco - exemplo:

Vou logo. / conjunção coordenativa conclusiva quando quer dizer portanto - exemplo:

Ela estuda muito, logo aprende.

Mais (pronome adjetivo indefinido antes de substantivo - exemplo: Vendi mais livros /

pronome substantivo indefinido quando quer dizer mais coisa - exemplo: É pouco,

quero mais. / palavra de adição que pode ser mudada para e - exemplo: João mais Maria

brincam juntos. / advérbio de intensidade quando modifica adjetivo, verbo ou outro

advérbio - exemplo: Ele estava mais alto. Parecia mais recordar do que aprender. /

advérbio de tempo - exemplo: Saudades que os anos não trazem mais. / substantivo

comum quando vem com artigo determinando-o - exemplo: Os mais não vieram.

Meio (advérbio de intensidade equivalente a um pouco - exemplo: Ela está meio triste

hoje. / numeral fracionário significando metade de uma divisão - exemplo: Comprei

meio cento de laranjas. / substantivo comum - exemplo: Estamos buscando outro meio

de resolver o problema.

Melhor (advérbio de modo no grau comparativo de superioridade querendo dizer mais

bem - exemplo: Este rapaz canta melhor. / adjetivo no grau comparativo de

superioridade querendo dizer mais bom - exemplo: O vinho é melhor que a uva. /

substantivo comum - exemplo: O melhor do negócio é o segredo.

Menos (pronome adjetivo indefinido acompanhando um substantivo - exemplo: Tenho

menos revistas. / pronome substantivo indefinido quando quer dizer menos coisa -

exemplo: Tenho menos do que ele. / advérbio de intensidade junto a um verbo ou a um

adjetivo, modificando-o - exemplo: Passeia menos e sê menos gastador. / preposição

acidental quando quer dizer exceto - exemplo: Todos brincam menos ela.

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Mesmo (pronome adjetivo demonstrativo quando designa identidade, equivale a em

pessoa, próprio - exemplo: Estivemos na mesma casa. Era Cristo a mesma inocência. /

substantivo comum precedido de artigo definido, quer dizer a mesma coisa - exemplo:

Façam o mesmo que eu fiz. / palavra de inclusão quando vale até - exemplo: Mesmo o

pai caiu neste erro. / advérbio de afirmação equivalendo a realmente - exemplo: Canta

mesmo como um passarinho. / palavra de concessão correspondente a ainda que -

exemplo: Mesmo doente sairei.

Muito (pronome adjetivo indefinido que acompanha um substantivo concordando com

ele - exemplo: Muito trabalho me cansa. / pronome substantivo indefinido quando quer

dizer muita coisa - exemplo: Muito se faz nesta casa. / advérbio de intensidade quando

modifica verbo, adjetivo ou advérbio - exemplo: Ele é muito inteligente.

Na (contração da preposição em com o artigo a - exemplo: na rua da amargura. /

contração da preposição em com o pronome demonstrativo a - exemplo: Estou em

minha casa e você na que ele vendeu. / pronome pessoal oblíquo a depois de verbo

terminado em vogal ou ditongo nasal - exemplo: Viram-na todos.

O (artigo definido quando vem antes de substantivo, determinando-o - exemplo: O

homem e o cantar. / pronome demonstrativo antes do pronome relativo que, da

preposição de ou junto a um verbo, sendo substituível por aquele/aquilo/isso - exemplo:

Ela era bonita e sabia que o era. O que eu disse. / pronome pessoal oblíquo quando vem

junto a um verbo e corresponde a ele - exemplo: O patrão estima-o. / substantivo

comum quando representa a letra do alfabeto - exemplo: Este o está torto.

Pior (advérbio de modo no grau comparativo de superioridade querendo dizer mais mal

- exemplo: Este autor escreve pior do que eu. / adjetivo no grau comparativo de

superioridade querendo dizer mais mau - exemplo: Antônio é pior que Paulo.

Pois (conjunção subordinativa causal relacionada a uma oração principal - exemplo:

Não vi nada, pois estava dormindo. / conjunção coordenativa explicativa, quando

pensamento em seqüência justificativa, anteposta ao verbo da oração que participa -

exemplo: Cedo se arrependerá, pois é o que acontece aos desavisados. / conjunção

coordenativa conclusiva posposta ao verbo e equivalente a portanto - exemplo: mande

os livros, pois, pelo portador. / palavra de situação quando traduz um sentimento -

exemplo: Pois vá saindo daqui logo! / palavra de realce seguida de sim ou não -

exemplo: Pois sim que você vai sair.

Porque (conjunção subordinativa causal relacionando causa da oração principal -

exemplo: Não veio porque não quis. / conjunção coordenativa explicativa, quando a

segunda frase explica a razão de ser da primeira - exemplo: Isso não é razão, porque ,

afinal de contas, os negócios têm ido bem. / conjunção subordinativa final equivalente a

para que - exemplo: Não veio porque lhe acontecesse alguma desgraça. / advérbio

interrogativo de causa em perguntas diretas e indiretas - exemplo: Por que vieste tarde?,

Perguntei-te por que não falaste nada. No fim de frase ou de período interrogativo,

escreve-se por quê. Preposição por e pronome relativo que, quando substitui-se o

pronome relativo por o qual (a/s) - exemplo: Não conheço o caminho por que devo

passar (= caminho pelo qual...) / substantivo comum - exemplo: Ele deve me dizer o

porquê de tanta confusão.

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Pouco (pronome adjetivo indefinido quando acompanha um substantivo - exemplo: Ele

teve pouco trabalho hoje. / pronome substantivo indefinido quando significa pouca

coisa - exemplo: Pouco não quero. / advérbio de intensidade - exemplo: Ele sempre fala

pouco. Ele é pouco inteligente.

Próprio (adjetivo significando peculiar, privativo, adequado, digno - exemplo: Essa

atitude não é própria de alguém de sua importância. / pronome adjetivo possessivo -

exemplo: Moro em casa própria. / pronome adjetivo demonstrativo equivalente a

mesmo (a/s) - exemplo: Ele cortou a si próprio com a faca. / substantivo comum -

exemplo: O senhor é o próprio?

Se (pronome pessoal oblíquo reflexivo referente ao sujeito do verbo, equivalente a si

mesmo, a si próprio - exemplo: O menino feriu-se. / Também pode ter valor de

reciprocidade, se puder ser substituído por a sim mesmos (as) a si próprios (as) - Eles

cortaram-se. / pronome apassivador quando a ação recai sobre o sujeito paciente na voz

passiva sintética - exemplo: Rasgou-se a carta (= A carta foi rasgada). / conjunção

subordinativa integrante responsável por introduzir orações substantivas que completam

sintaticamente a oração principal - exemplo: Não sei se choverá. / conjunção

subordinativa condicional equivalente a caso - exemplo: Se saíres agora, verás onde ele

está. / palavra de realce que pode ser retirada da frase sem prejuízo - exemplo: Foram-se

embora os convidados.);

Segundo (numeral ordinal, exemplo: Fevereiro é o segundo mês do ano. / substantivo

comum, indica fração de hora (tempo), exemplo: Gastou um segundo para resolver a

questão. / conjunção subordinativa conformativa, equivale a conforme, exemplo:

Segundo fui informado, ele não virá);

Todo (pronome adjetivo indefinido, quando se pode mudar para cada, qualquer,

exemplo: Todo homem deve trabalhar. / adjetivo, equivalente a inteiro, exemplo: O

campo todo queimou-se. / substantivo comum, exemplo: O todo é maior do que

qualquer parte. / advérbio de modo, quando quer dizer completamente, exemplo: Ele

estava todo zangado.).

SINTAXE

1. Frase, período e oração:

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa

juízo, indica ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza

emoções.

Normalmente a frase é composta por dois termos - o sujeito e o predicado - mas não

obrigatoriamente, pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo

que não chove.

Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a

entoação é reduzida a sinais de pontuação.

Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de

seus elementos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:

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frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres fazer?

frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mãozinha! - Faça-o sair!

frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo. / Que dia difícil! frases declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.

Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois

elementos essenciais: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o "ser de

quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Ele se

refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o

núcleo estiver num nome, teremos um predicado nominal.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

A existência é frágil.

A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um

pensamento completo e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-

exclamação e por reticências.

Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.

Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.

Mas, nem sempre oração é frase: "convém que te apresses" apresenta duas orações mas

uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.

Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de

um verbo. A oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na

existência de um predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.

Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:

Rua!

Que é uma frase, não é uma oração.

Já em:

"Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem."

Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si

mesmas não satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações,

formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de

oração absoluta.

Chove.

A existência é frágil.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:

"Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver."

Cantei, dancei e depois dormi.

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1.1 Termos essenciais da oração: O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais da oração, ou seja, sujeito e

predicado são termos indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem

orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a

presença do verbo.

O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.

a) "Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.";

b) "Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos".

Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha e primeira referem-se ao

conceito básico expresso em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito,

sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito se relaciona com o

verbo, estabelecendo a concordância.

A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna uma

função substantiva da oração. Pronomes substantivos, numerais e quaisquer outras

palavras substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a função de

sujeito.

a) Ele já partiu;

b) Os dois sumiram;

c) Um sim é suave e sugestivo.

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de determinação ou

indeterminação e o de núcleo do sujeito.

Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável pela concordância verbal. O

sujeito determinado pode ser simples ou composto.

A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível identificar claramente a que

se refere a concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa indicar

precisamente o sujeito de uma oração.

a) Estão gritando seu nome lá fora;

b) Trabalha-se demais neste lugar.

O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único núcleo. Esse vocábulo

pode estar no singular ou no plural; pode também ser um pronome indefinido.

a) Nós nos respeitamos mutuamente;

b) A existência é frágil;

c) Ninguém se move;

d) O amar faz bem.

O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais de um núcleo.

a) Alimentos e roupas andam caríssimos;

b) Ela e eu nos respeitamos mutuamente;

c) O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.

Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência ao sujeito oculto, isto é,

ao núcleo do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência

verbal ou pelo contexto.

Abolimos todas as regras.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se pode identificar claramente

a que o predicado da oração se refere. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso

contrário teríamos uma oração sem sujeito.

Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas maneiras:

a) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido

identificado anteriormente:

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a.1) Bateram à porta;

a.2) Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.

b) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pronome se. Esta é uma

construção típica dos verbos que não apresentam complemento direto:

b.1) Precisa-se de mentes criativas;

b.2) Vivia-se bem naqueles tempos;

b.3) Trata-se de casos delicados;

b.4) Sempre se está sujeito a erros.

O pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito.

As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de m

verbo impessoal. A mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de

orações sem sujeito com:

a) os verbos que indicam fenômenos da natureza:

a.1) Amanheceu repentinamente;

a.2) Está chuviscando.

b) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se

relacionam ao tempo em geral:

b.1) Está tarde.

b.2) Ainda é cedo.

b.3) Já são três horas, preciso ir;

b.4) Faz frio nesta época do ano;

b.5) Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;

b.6) Faz anos que esperamos melhores condições de vida;

b.7) Deve fazer meses que ele partiu.

c) o verbo haver, na indicação de existência ou acontecimento:

c.1) Havia bons motivos para nossa apreensão;

c.2) Deve haver muitos interessados no seu trabalho;

c.3) Houve alguns problemas durante o trabalho.

O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração contém a informação

nova para o ouvinte.

Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:

a) Chove muito nesta época do ano;

b) Houve problemas na reunião.

Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se declara a respeito desse

sujeito.

Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que difere do sujeito numa

oração é o seu predicado.

a) Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);

b) Passou-me (predicado) uma idéia estranha (sujeito) pelo pensamento (predicado).

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo está num nome ou num

verbo. Deve-se considerar também se as palavras que formam o predicado referem-se

apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.

Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres de opinião.

O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As

demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo.

A existência (sujeito) é frágil (predicado).

O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da oração. O verbo atua

como elemento de ligação entre o sujeito e a palavra a ele relacionada.

O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo:

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a) Chove muito nesta época do ano;

b) Senti seu toque suave;

c) O velho prédio foi demolido.

Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para indicar o estado do

sujeito, mas indicam processos.

O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; esse nome

atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do

sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de um

verbo.

Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não indica um processo. O

verbo une o sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do

sujeito:

"Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas."

Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, andar, ficar, parecer,

permanecer ou continuar, atuando como elemento de ligação entre o sujeito e as

palavras a ele relacionadas.

A função de predicativo é exercida normalmente por um adjetivo ou substantivo.

O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um

verbo e um nome. No predicado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito

ou ao complemento verbal.

O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indicando processos. É

também sempre por intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a

que se refere.

a) O dia amanheceu ensolarado;

b) As mulheres julgam os homens inconstantes

No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a de verbo

significativo e a de verbo de ligação. Esse predicado poderia ser desdobrado em dois,

um verbal e outro nominal:

a) O dia amanheceu;

b) O dia estava ensolarado.

No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento homens como o

predicativo inconstantes.

1.2 Termos integrantes da oração: Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento nominal são

chamados termos integrantes da oração.

Os complementos verbais integram o sentido do verbos transitivos, com eles formando

unidades significativas. Esses verbos podem se relacionar com seus complementos

diretamente, sem a presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de

preposição.

O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo.

a) Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;

b) Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;

c) Dou-lhes três.

d) Buscamos incessantemente o Belo;

e) Houve muita confusão na partida final.

O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:

a) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas:

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a.1) Amar a Deus;

a.2) Adorar a Xangô;

a.3) Estimar aos pais.

b) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento:

b.1) Não excluo a ninguém;

b.2) Não quero cansar a Vossa Senhoria.

c) para evitar ambigüidade:

Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria outra)

d) com pronomes oblíquos tônicos (preposição obrigatória):

Nem ele entende a nós, nem nós a ele.

O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, através

de uma preposição.

a) Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;

b) Os homens pedem-lhes amor sincero;

c) Gosto de música popular brasileira.

O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal. O

complemento nominal liga-se ao nome que completa por intermédio de preposição:

a) Desenvolvemos profundo respeito à arte;

b) A arte é necessária à vida;

c) Tenho-lhe profundo respeito.

Os nomes que se fazem acompanhar de complemento nominal pertencem a dois grupos:

a) substantivos, adjetivos ou advérbios derivados de verbos transitivos,

b) adjetivos transitivos e seus derivados.

1.3 Termos acessórios da oração e vocativo: Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, explicativos,

circunstanciais.

São termos acessórios o adjunto adverbial, adjunto adnominal e o aposto.

O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo

verbal, ou intensifica o sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função

adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais exercer o papel de adjunto

adverbial.

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são:

acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. afirmação: Sim, realmente irei partir. assunto: Falavam sobre futebol. causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede... são tantas vezes gestos

naturais. companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. conformidade: Fez tudo conforme o combinado. dúvida: Talvez nos deixem entrar. fim: Estudou para o exame. freqüência: Sempre aparecia por lá. instrumento: Fez o corte com a faca. intensidade: Corria bastante. limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.

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lugar: Vou à cidade. matéria: Compunha-se de substâncias estranhas. meio: Viajarei de trem. modo: Foram recrutados a dedo. negação: Não há ninguém que mereça. preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes. substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos. tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.

O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um

substantivo. É uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que

exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos

adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substantivo a que se refere, sem

participação do verbo.

Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.

O poeta português deixou uma obra originalíssima.

O poeta deixou-a.

O poeta português deixou uma obra inacabada.

O poeta deixou-a inacabada.

Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substantivo, adjetivo ou advérbio;

o adjunto nominal relaciona-se apenas ao substantivo.

O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a

idéia contida num termo que exerça qualquer função sintática.

Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é

sintaticamente equivalente ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo:

Segunda-feira passei o dia mal-humorado.

O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em:

a) explicativo: A lingüística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar

melhor nossa relação com o mundo.

b) enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, arte, ação.

c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo isso forma o carnaval.

d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na

baía anoitecida.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por

sinais de pontuação (dois-pontos ou vírgula).

A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou

hipotético.

A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes substantivos,

numerais e palavras substantivadas esse papel na linguagem.

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2. Período composto por coordenação: O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente completas,

ou seja, equivalentes.

Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades

competitivas.

O período acima é formada por três orações, no entanto essas orações são independentes

e poderiam constituir orações absolutas, caracterizando o período composto por

coordenação.

Quanto às orações coordenadas, elas estão divididas em assindéticas e sindéticas, sendo

estas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

As orações coordenadas assindéticas são aquelas ligadas sem o uso da conjunção:

Um pé-de-vento cobria de poeira a folhagem das imburanas, sinhá Vitória catava

piolhos no filho mais velho, Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.

Já as orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por meio de conjunções:

Dormiu e sonhou.

As orações coordenadas sindéticas aditivas são ligadas por meio de conjunções aditivas.

Ocorrem quando os fatos estão em seqüência simples, sem que acrescente outra idéia.

As aditivas típicas são e e nem.

Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções.

Não discutimos as várias propostas, nem (e não) analisamos quaisquer soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não só, mas

(também), tanto ... como.

Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de

reestruturação social do país.

As coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções adversativas.

A segunda oração exprime contraste, oposição ou compensação em relação à anterior.

As adversativas típicas são mas, porém, contudo, todavia, entanto, entretanto, e as

locuções no entanto, não obstante, nada obstante.

Este mundo é redondo mas está ficando muito chato.

O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda penúria.

Já as coordenadas sindéticas alternativas são introduzidas por conjunções alternativas,

indicando pensamentos ou fatos que se alternam ou excluem. A conjunção alternativa

típica é ou. Há também os pares ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja.

Diga agora ou cale-se para sempre.

Ora atua com dedicação e seriedade, ora age de forma desleixada e relapsa.

As coordenadas sindéticas conclusivas são introduzidas por conjunções conclusivas.

Nesse caso, a segunda oração exprime conclusão ou conseqüência lógica da primeira.

As conjunções e locuções típicas são logo, portanto, então, assim, por isso, por

conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas quando não anteposta ao

verbo).

Aquela substância é altamente tóxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.

As coordenadas sintéticas explicativas são introduzidas por conjunções explicativas e

exprimem o motivo, a justificativa de se ter feito a declaração anterior. As conjunções

explicativas são que, porque e pois (anteposta ao verbo).

"Vem, que eu te quero fraco."

Ele se mudou, pois seu apartamento está vazio.

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3. Período composto por subordinação: O período composto por subordinação é aquele composto por uma oração principal

(aquela que tem pelo menos um dos termos representado por uma oração subordinada) e

por orações subordinadas (aquelas que exercem função sintática em outra oração).

As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.

Quanto às formas, elas podem ser desenvolvidas (apresentam verbos numa das formas

finitas [tempos do indicativo, subjuntivo, imperativo], apresentam normalmente

conjunção e pronome relativo) e reduzidas (apresentam verbos numa das formas

nominais [infinitivo, gerúndio, particípio] e não apresentam conjunções nem pronomes

relativos, podem apresentar preposição):

Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.

Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.

As orações subordinadas substantivas exercem funções substantivas no interior da

oração principal de que fazem parte. Elas podem ser desenvolvidas ou reduzidas e são

classificadas de acordo com suas seis funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto,

complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.

As subordinadas substantivas subjetivas são aquelas orações que exercem a função de

sujeito do verbo da oração principal:

É preciso que haja alguma coisa de flor em tudo isso.

É preciso haver alguma coisa de flor em tudo isso.

O verbo da oração principal sempre se apresenta na terceira pessoa do singular. E os

verbos e expressões que apresentam essa oração como sujeito podem ser divididos em

três grupos:

verbos de ligação mais predicativo (é bom, é claro, parece certo); verbos na voz passiva sintética ou analítica (sabe-se, conta-se, foi anunciado); verbos do tipo convir, cumprir, importar, ocorrer, acontecer, suceder, parecer,

constar, quando na terceira pessoa do singular.

As subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do

verbo da oração principal:

Juro que direi a verdade.

Juro dizer a verdade.

Algumas objetivas diretas são introduzidas pela conjunção subordinativa integrante se e

por pronomes interrogativos (onde, por que, como, quando, quando).

Essas orações ocorrem em formas interrogativas diretas:

Desconheço se ele chegou.

Desconheço quando ele chegou.

Os verbos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e os auxiliares sensitivos (ver,

sentir, ouvir e perceber) formam orações principais que apresentam objeto direto na

forma de orações subordinadas substantivas reduzidas de infinitivo:

Deixe-me partilhar seus segredos.

As subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem o papel de objeto indireto do

verbo da oração principal:

Aspiramos a que a situação nacional melhore.

Lembre-me de ajudá-lo em seus afazeres.

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As subordinadas substantivas completivas nominais exercem papel de complemento

nominal de um termo da oração principal:

Tenho a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora.

Já as subordinadas substantivas predicativas exercem o papel de predicativo do sujeito

da oração principal:

Nossa constatação é que vida e morte são duas faces de uma mesma realidade.

As subordinadas substantivas apositivas exercem função de aposto de um termo da

oração principal:

Só desejo uma coisa: que nossa situação melhore.

As orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática dos pronome relativo.

Exerce a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal, sendo

introduzida por pronome relativo (que, qual/s, como, quanto/a/s, cujo/a/s, onde). Estes

pronomes relativos podem ser precedidos de preposição.

As subordinadas adjetivas dividem-se em restritivas e explicativas.

As restritivas restringem o sentido da oração principal, sendo indispensáveis.

Apresentam sentido particularizante do antecedente.

O professor castigava os alunos que se comportavam mal.

As explicativas tem a função de explicar o sentido da oração principal, sendo

dispensável. Apresentam sentido universalizante do antecedente.

Grande Sertão: Veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.

Geralmente, as orações explicativas vêm separadas da oração principal por vírgulas ou

travessões.

Os pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas desempenham

funções sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome relativo por

seu antecedente e proceder a análise como se fosse um período simples.

O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros - sujeito

Os trabalhos que faço me dão prazer - objeto direto

Os filmes a que nos referimos são italianos - objeto indireto

O homem rico que ele era hoje passa por dificuldades - predicativo do sujeito

O filme a que fizeram referência foi premiado - complemento nominal

O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso - adjunto adnominal

O bandido por quem fomos atacados fugiu - agente da passiva

A escola onde estudamos foi demolida - adjunto adverbial

Cujo sempre funciona como adjunto adnominal; onde como adjunto adverbial de lugar e

como será adjunto adverbial de modo.

As oração subordinadas adverbial corresponde sintaticamente a um adjunto adverbial,

sendo introduzida por conjunções subordinativas adverbiais. A ordem direta do período

é oração principal + oração subordinada adverbial, entretanto muitas vezes a oração

adverbial vem antes da oração principal.

As orações subordinadas adverbiais podem ser do tipo:

Causal, fator determinante do acontecimento relatado na oração principal. (Saí apressado, porque estava atrasado)

As principais conjunções são: porque, porquanto, desde que, já que, visto que, uma

vez que, como, que... A oração causal introduzida por como fica obrigatoriamente antes da principal.

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Consecutiva, resultado ou efeito da ação manifesta na oração principal. (Saímos tão distraídos, que esquecemos os ingressos)

As principais conjunções são: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), de maneira

que, de forma que...

Comparativa, comparação com o que aparece expresso na oração principal, buscando entre elas semelhanças ou diferenças. Pode aparecer com o verbo elíptico. (Naquele lugar chovia, como chove em Belém)

As principais conjunções são: assim como, tal qual, que, do que, como, quanto...

Condicional, circunstância da qual depende a realização do fato expresso na oração principal. (Sairei, se você der autorização)

As principais conjunções são: se (= caso), caso, contanto que, dado que, desde que,

uma vez que, a menos que, sem que, salvo se, exceto se...

Conformativa, idéia de adequação, de não contradição com o fato relatado na oração principal. (Saímos na hora, conforme havíamos combinado)

As principais conjunções são: conforme, como, segundo, consoante...

Concessiva, admissão de uma circunstância ou idéia contrária, a qual não impede a realização do fato manifesto na oração principal. (Saímos cedo, embora o espetáculo fosse mais tarde)

As principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de

que, conquanto, sem que... As conjunções concessivas sempre aparecem com verbo no subjuntivo.

Temporal, circunstância de tempo em que ocorreu o fato relatado na oração principal. (Saímos de casa, assim que amanheceu)

As principais conjunções são: quando, assim que, logo que, tão logo, enquanto, mal,

sempre que...

Final, objetivo ou destinação do fato relatado na oração principal. (Fomos embora, para que não houvesse confusão)

As principais conjunções são: para que, para, a fim de que, com a finalidade de...

Proporcional, relação existente entre dois elementos, de modo que qualquer alteração em um deles implique alteração também no outro. (Os alunos saíram, à medida que terminavam a prova)

As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, enquanto, ao passo

que, quanto...

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Uma oração pode ser subordinada a uma principal e, ao mesmo tempo, principal em

relação a outra (ele age / como você / para estar em evidência)

A Norma Gramatical Brasileira não faz referência às orações adverbiais modais e

locativas (introduzida por onde) - Falou sem que ninguém notasse / Estaciona-se sempre

onde é proibido.

As subordinadas reduzidas apresentam duas características básicas:

não é introduzida por conectivos, mas equivale a uma oração desenvolvida; apresenta verbo numa das três formas nominais.

Não é a falta de conectivo que determina a existência de uma oração reduzida, e sim a

forma nominal do verbo.

Classificam-se em reduzida de particípio, gerúndio ou infinitivo, em função da forma

verbal que apresentam.

As reduzidas de infinitivo podem vir ou não precedidas de preposição e, geralmente, são

substantivas ou adverbiais, raramente adjetivas. As orações adverbiais, em geral, vêm

precedidas de preposição. Entretanto, as proporcionais e as comparativas são sempre

desenvolvidas.

Algumas orações reduzidas de infinitivo merecem atenção: vem depois dos verbos

deixar, mandar, fazer, ver, ouvir, olhar, sentir e outros verbos causativos e sensitivos.

Deixei-os fugir (= que eles fugissem) - orações subordinada substantiva objetiva direta.

Este é o único caso em que o pronome oblíquo exerce função sintática de sujeito (caso

de sujeito de infinitivo).

As reduzidas de gerúndio, geralmente adverbial, raramente adjetiva e coordenada

aditiva. A maioria das adverbiais são temporais. Não há consecutiva, comparativa e

final reduzida de gerúndio.

Segundo Rocha Lima, as orações subordinadas adverbiais modais só aparecem sob a

forma reduzida de gerúndio, uma vez que não existem conj. modais. (A disciplina não

se aprende na fantasia, sonhando, ou estudando)

A reduzida de particípio, geralmente adjetiva ou adverbial, também sendo mais comuns

as temporais. Eventualmente, uma oração coordenada pode vir como reduzida de

gerúndio.

As adjetivas reduzidas de particípio são ponto de discussão entre os gramáticos. A

tendência atual é considerar estes particípios simples adjetivos (adjuntos adnominais).

4. Concordância nominal: Na concordância nominal, os determinantes do substantivo (adjetivos, numerais,

pronomes adjetivos e artigos) alteram sua terminação (gênero e número) para se

adequarem a ele, ou a pronome substantivo ou numeral substantivo, a que se referem na

frase.

O problema da concordância nominal ocorre quando o adjetivo se relaciona a mais de

um substantivo, e surgem palavras ou expressões que deixam em dúvida.

Observe estas frases:

Aquele beijo foi dado num inoportuno lugar e hora.

Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportuna.

Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportunos. (aqui fica mais claro que o adjetivo

refere-se aos dois substantivos)

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regra geral - a partir desses exemplos, pode-se formular o princípio de que o adjetivo anteposto concorda com o substantivo mais próximo. Mas, se o adjetivo estiver depois do substantivo, além da possibilidade de concordar com o mais próximo, ele pode concordar com os dois termos, ficando no plural, indo para o masculino se um dos substantivos for masculino.

Um adjetivo anteposto em referência a nomes de pessoas deve estar sempre no plural

(As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos).

Quando o adjetivo tiver função de predicativo, concorda com todos os núcleos a que se

relaciona. (São calamitosos a pobreza e o desamparo / Julguei insensatas sua atitude e

suas palavras).

Quando um substantivo determinado por artigo é modificado por dois ou mais adjetivos,

podem ser usadas as seguintes construções:

a) Estudo a cultura brasileira e a portuguesa;

b) Estudo as culturas brasileira e portuguesa;

c) Os dedos indicador e médio estavam feridos;

d) O dedo indicador e o médio estavam feridos.

A construção: Estudo a cultura brasileira e portuguesa, embora provoque incerteza, é

aceita por alguns gramáticos.

No caso de numerais ordinais que se referem a um único substantivo composto, podem

ser usadas as seguintes construções:

a) Falei com os moradores do primeiro e segundo andar./ (...) do primeiro e segundo

andares.

Adjetivos regidos pela preposição de, que se referem a pronomes indefinidos, ficam

normalmente no masculino singular, podendo surgir concordância atrativa.

a) Sua vida não tem nada de sedutor;

b) Os edifícios da cidade nada têm de elegantes.

Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio - são adjetivos ou pronomes adjetivos,

devendo concordar com o substantivo a que se referem.

a) O livro segue anexo;

b) A fotografia vai inclusa;

c) As duplicatas seguem anexas;

d) Elas mesmas resolveram a questão.

Mesmo = até, inclusive é invariável (mesmo eles ficaram chateados) / expressão "em

anexo" é invariável.

Meio, bastante, menos - meio e bastante, quando se referem a um substantivo, devem

concordar com esse substantivo. Quando funcionarem como advérbios, permanecerão

invariáveis. "Menos" é sempre invariável.

a) Tomou meia garrafa de vinho;

b) Ela estava meio aborrecida;

c) Bastantes alunos foram à reunião;

d) Eles falaram bastante;

e) Eram alunas bastante simpáticas;

f) Havia menos pessoas vindo de casa.

Muito, pouco, longe, caro, barato - podem ser palavras adjetivas ou advérbios,

mantendo concordância se fizerem referência a substantivos.

a) Compraram livros caros;

b) Os livros custaram caro;

c) Poucas pessoas tinham muitos livros;

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d) Leram pouco as moças muito vivas;

e) Andavam por longes terras;

f) Eles moram longe da cidade;

g) Eram mercadorias baratas;

h) Pagaram barato aqueles livros.

É bom, é proibido, é necessário - expressões formadas do verbo ser + adjetivo Não

variam se o sujeito não vier determinado, caso contrário a concordância será obrigatória.

a) Água é bom;

b) A água é boa;

c) Bebida é proibido para menores;

d) As bebidas são proibidas para menores;

e) Chuva é necessário;

f) Aquela chuva foi necessária.

Só = sozinho (adjetivo. - var.) / só = somente, apenas (não flexiona).

a) Só elas não vieram;

b) Vieram só os rapazes.

Só forma a expressão "a sós" (sozinhos).

A locução adverbial "a olhos vistos" (= visivelmente) - invariável (ela crescia a olhos

vistos).

Conforme = conformado (adjetivo - var.) / conforme = como (não flexiona).

a) Eles ficaram conformes com a decisão;

b) Dançam conforme a música.

O (a) mais possível (invariável) / as, os mais possíveis (é uma moça a mais bela possível

/ são moças as mais belas possíveis).

Os particípios concordam como adjetivos.

a) A refém foi resgatada do bote;

b) Os materiais foram comprados a prazo;

c) As juízas tinham iniciado a apuração.

Haja vista - não se flexiona, exceto por concordância atrativa antes de substantivo no

plural sem preposição.

a) Haja vista (hajam vistas) os comentários feitos;

b) Haja vista dos recados do chefe.

Pseudo, salvo (= exceto) e alerta não se flexionam

a) Eles eram uns pseudo-sábios;

b) Salvo nós dois, todos fugiram;

c) Eles ficaram alerta.

Os adjetivos adverbializados são invariáveis (vamos falar sério / ele e a esposa raro vão

ao cinema)

Silepse com expressões de tratamento - usa-se adjetivo masculino em concordância

ideológica com um homem ao qual se relaciona a forma de tratamento que é feminina.

a) Vossa Majestade, o rei, mostrou-se generoso;

b) Vossa Excelência é injusto.

4.1 Regência nominal: Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir

complementação para seu sentido precedida de preposição.

Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas. Merecem atenção especial as

palavras que exigirem preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.

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acostumado a, com; afável com, para; afeiçoado a, por; aflito com, por; alheio a, de; ambicioso de; amizade a, por, com; amor a, por; ansioso de, para, por; apaixonado de, por; apto a, para; atencioso com, para; aversão a, por; ávido de, por; conforme a; constante de, em; constituído com, de, por; contemporâneo a, de; contente com, de, em, por; cruel com, para; curioso de; desgostoso com, de; desprezo a, de, por; devoção a, por, para, com; devoto a, de; dúvida em, sobre, acerca de; empenho de, em, por; falta a, com, para; imbuído de, em; imune a, de; inclinação a, para, por; incompatível com; junto a, de; preferível a; propenso a, para; próximo a, de; respeito a, com, de, por, para; situado a, em, entre; último a, de, em; único a, em, entre, sobre.

5. Concordância verbal: * sujeito simples - verbo concorda com o sujeito simples em pessoa e número.

a) Uma boa Constituição é desejada por todos os brasileiros;

b) De paz necessitam as pessoas.

* sujeito coletivo (singular na forma com idéia de plural) - verbo fica no singular,

concordando com a palavra escrita não com a idéia.

O pessoal já saiu.

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Quando o verbo se distanciar do sujeito coletivo, o verbo poderá ir para o plural

concordando com a idéia de quantidade (silepse de número) - a turma concordava nos

pontos essenciais, discordavam apenas nos pormenores.

* sujeito é um pronome de tratamento - verbo fica na 3ª pessoa.

a) Vossa Senhoria não é justo;

b) Vossas Senhorias estão de acordo comigo.

* expressão mais de + numeral - verbo concorda com o numeral.

a) Mais de um candidato prometeu melhorar o país;

b) Mais de duas pessoas vieram à festa.

* mais de um + se (idéia de reciprocidade) - verbo no plural (Mais de um sócio se

insultaram.).

* mais de um + mais de um - verbo no plural (Mais de um candidato, mais de um

representante faltaram à reunião.).

* expressões perto de, cerca de, mais de, menos de + sujeito no plural - verbo no plural.

a) Perto de quinhentos presos fugiram.

b) Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio.

c) Mais de mil vozes pediam justiça.

d) Manos de duas pessoas fizeram isto.

* nomes só usados no plural - a concordância depende da presença ou não de artigo.

sem artigo - verbo no singular (Minas Gerais produz muito leite / férias faz bem). precedidos de artigo plural - verbo no plural ("Os Lusíadas" exaltam a grandeza do

povo português / as Minas Gerais produzem muito leite).

Para nomes de obras literárias, admite-se também a concordância ideológica (silepse)

com a palavra obra implícita na frase ("Os Lusíadas" exalta a grandeza do povo

português).

* expressões a maior parte, grande parte, a maioria de (= sujeito coletivo partitivo) +

adjunto adnominal no plural - verbo concorda com o núcleo do sujeito ou com o

especificador (AA).

a) A maior parte dos constituintes se retirou (retiraram).

b) Grande parte dos torcedores aplaudiu (aplaudiram) a jogada.

c) A maioria dos constituintes votou (votaram).

Quando a ação só pode ser atribuída à totalidade e não separadamente aos indivíduos,

usa-se o singular (um bando de soldados enchia o pavimento inferior).

* quem (pronome relativo sujeito) - verbo na 3ª pessoa do singular concordando com o

pronome quem ou concorda com o antecedente.

a) Fui eu quem falou (falei).

b) Fomos nós quem falou (falamos).

* que ( pronome relativo sujeito) - verbo concorda sempre com o antecedente.

Fomos nós que falamos.

* sujeito é pronome interrogativo ou indefinido (núcleo) + de nós ou de vós - depende

do pronome núcleo.

pronome-núcleo no singular - verbo no singular.

a) Qual de nós votou conscientemente?

b) Nenhum de vós irá ao cinema.

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pronome-núcleo no plural - verbo na 3ª pessoa do plural ou concordando com o pronome pessoal.

a) Quais de nós votaram (votamos) conscientemente?

b) Muitos de vós foram (fostes) insultados.

* sujeito composto anteposto ao verbo - verbo no plural.

O anel e os brincos sumiram da gaveta.

com núcleos sinônimos - verbos no singular ou plural (O rancor e o ódio cegou o amante. / O desalento e a tristeza abalaram-me.).

com núcleos em gradação - verbo singular ou plural (um minuto, uma hora, um dia passa/passam rápido).

dois infinitivos como núcleos - verbo no singular (estudar e trabalhar é importante.). dois infinitivos exprimindo idéias opostas - verbo no plural (Rir e chorar se alternam.).

* sujeito composto posposto - concordância normal ou atrativa (com o núcleo mais

próximo).

Discutiram / discutiu muito o chefe e o funcionário.

Se houver idéia de reciprocidade, verbo vai para o plural (Estimam-se o chefe e o

funcionário.).

Quando o verbo ser está acompanhado de substantivo plural, o verbo também se

pluraliza (Foram vencedores Pedro e Paulo.).

* sujeito composto de diferentes pessoas gramaticais - depende da pessoa prevalente.

eu + outros pronomes - verbo na 1ª pessoa plural (eu, tu e ele sairemos). tu + eles - verbo na 2ª pessoa do plural (preferência) ou 3ª pessoa do plural (tu e teu

colega estudastes/estudaram?).

Se o sujeito estiver posposto, também vale a concordância atrativa (saímos/saí eu e tu).

* sujeito composto resumido por um pronome-síntese (aposto) - concordância com o

pronome.

Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava.

* expressão um e outro - verbo no singular ou no plural (Um e outro falava/ falavam a

verdade.).

Com idéia de reciprocidade - verbo no plural (Um e outro se agrediram).

* expressão um ou outro - verbo no singular (Um ou outro rapaz virava a cabeça para

nos olhar).

* sujeito composto ligado por nem - verbo no plural (Nem o conforto, nem a glória lhe

trouxeram a felicidade.).

Aparecendo pronomes pessoais misturados, leva-se em conta a prioridade gramatical

(nem eu, nem ela fomos ao cinema).

* expressão nem um nem outro - verbo no singular (Nem um nem outro comentou o

fato.).

* sujeito composto ligado por ou - faz-se em função da idéia transmitida pelo ou.

idéia de exclusão - verbo no singular (José ou Pedro será eleito para o cargo / um ou outro conhece seus direitos)

idéia de inclusão ou antinomia - verbo no plural (matemática ou física exigem raciocínio lógico / riso ou lágrimas fazem parte da vida)

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idéia explicativa ou alternativa - concordância com sujeito mais próximo (ou eu ou ele irá / ou ele ou eu irei)

* expressão um dos que - verbo no singular (um) ou plural (dos que).

Ele foi um dos que mais falou/falaram.

Se a expressão significar apenas um, verbo no singular (é uma das peças de Nelson

Rodrigues que será apresentada).

* sujeito é número percentual - observar a posição do número percentual em relação ao

verbo.

verbo concorda com termo posposto ao número (80% da população tinha mais de 18 anos / dez por cento dos sócios saíram da empresa).

o verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele (perderam-se 40% da lavoura).

verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no plural (os 87% da produção perderam-se / aqueles 30% do lucro obtido desapareceram).

* sujeito é número fracionário - verbo concorda com o numerador.

1/4 da turma faltou ontem. / 3/5 dos candidatos foram reprovados.

* sujeito composto antecedido de cada ou nenhum - verbo na 3ª pessoa do singular.

Cada criança, cada adolescente, cada adulto ajudava como podia. / nenhum político,

nenhuma cidade, nenhum ser humano faria isso.

* sujeito composto ligado por como, assim como, bem como (formas correlativas) -

deve-se preferir o plural, sendo mas raro o singular.

Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades. / tanto uma, como a outra,

suplicava-lhe o perdão.

* sujeito composto ligado por com - observar presença ou não de vírgulas.

verbo no plural sem vírgulas (Eu com outros amigos limpamos o quintal.) verbo no singular com vírgulas, idéia de companhia (O presidente, com os ministros,

desembarcou em Brasília.)

* sujeito indeterminado + SE, verbo no singular.

Assistiu-se à apresentação da peça.

* sujeito paciente ao lado de um verbo na voz passiva sintética - verbo concorda com o

sujeito.

Discutiu-se o plano. / Discutiram-se os planos.

* locução verbal constituída de: parecer + infinitivo - verbo parecer varia ou o

infinitivo.

a) As pessoas pareciam acreditar em tudo.

b) As pessoas parecia acreditarem em tudo.

Com o infinitivo pronominal, flexiona-se apenas o infinitivo (Elas parece zangarem-se

com a moça.)

* verbos dar, bater e soar + horas - verbos têm como sujeito o número que indica as

horas.

a) Deram dez horas naquele momento.

b) Meio-dia soou no velho relógio da igreja.

* verbos indicadores de fenômenos da natureza - verbo na 3ª pessoa singular por serem

impessoais, extensivo aos auxiliares se estiverem em locuções verbais.

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a) Geia muito no Sul.

b) Choveu por muitas noites no verão.

Em sentido figurado deixam de ser impessoais (Choveram vaias para o candidato.)

* haver = existir ou acontecer, fazer (tempo decorrido) é impessoal.

a) Havia vários alunos na sala (= existiam).

b) Houve bastantes acidentes naquele mês (= aconteceram).

c) Não a vejo faz uns meses (= faz).

d) Deve haver muitas pessoas na fila (devem existir).

Considera-se errado o emprego do verbo ter por haver quando tiver sentido de existir ou

acontecer (J há um lugar ali. / L tem um lugar ali.)

Os verbos existir e acontecer são pessoais e concordam com seu sujeito (Existiam sérios

compromissos. / Aconteceram bastantes problemas naquele dia.)

* verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno da natureza (impessoal).

a) Fazia anos que não vínhamos ao Rio.

b) Faz verões maravilhosos nos trópicos.

* verbo ser - impessoal quando indica data hora e distância, concordando com a

expressão numérica ou a palavra a que se refere (Eram seis horas. / Hoje é dia doze. /

Hoje é ou são doze. / Daqui ao centro são treze quilômetros.).

* se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, concordará,

preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, independente de função sintática.

* pronome pessoal → pessoa → substantivo concreto → substantivo abstrato →

pronome indefinido, demonstrativo ou interrogativo.

a) Tu és Maria.

b) Maria és tu.

c) Tu és minhas alegrias.

d) Minhas alegrias és tu.

e) Maria é minhas alegrias.

f) Minhas alegrias é Maria.

g) As terras são a riqueza.

h) A riqueza são as terras.

i) Tudo são flores.

j) Emoções são tudo.

* se o sujeito é palavra coletiva, o verbo concorda com o predicativo (A maioria eram

adolescentes. / A maior parte eram problemas.).

* sujeito indica peso, medida, quantidade + é pouco, é muito, é bastante, é suficiente, é

tanto, verbo ser no singular (Três mil reais é pouco pelo serviço. / Dez quilômetros já é

bastante para um dia.).

* silepse de pessoa - verbo concorda com um elemento implícito.

a) A formosura de Páris e Helena foram causa da destruição de Tróia.

b) Os brasileiros somos improvisadores (idéia de inclusão de quem fala entre os

brasileiros).

5.1 a regência verbal: Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma

preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode

ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da

frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser

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empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes

relativos (O ideal a que aspira é nobre).

alguns verbos e seu comportamento:

ACONSELHAR (TD e I)

Aconselho-o a tomar o ônibus cedo.

Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo.

AGRADAR

* no sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).

Agrado minhas filhas o dia inteiro.

Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

* no sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").

As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

AGRADECER

* TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a

pessoa.

Agradecer-lhe-ei os presentes.

Agradeceu o presente ao seu namorado.

AGUARDAR (TD ou TI)

Eles aguardavam o espetáculo.

Eles aguardavam pelo espetáculo.

ASPIRAR

* No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição).

Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.

* No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a").

Ele aspira à carreira de jogador de futebol.

Não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a

elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de

substantivo feminino (que exija o artigo)

ASSISTIR

* No sentido de ver ou ter direito (TI - preposição A).

Assistimos a um bom filme.

Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.

* No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a preposição A)

Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.

Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

* No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.

Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.

Não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se

a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando

for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

ATENDER

* Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a.

Atenderam o meu pedido prontamente.

Atenderam ao meu pedido prontamente.

No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto

No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a

preposição a.

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Se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma

objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor

atendeu-os)

CERTIFICAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica,

certifica alguém de algo.

Observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino

(que exija o artigo)

Certifico-o de sua posse.

Certifico-lhe que seria empossado.

Certificamo-nos de seu êxito no concurso.

Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos.

CHAMAR

* TD, quando significar convocar.

Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

* TI, com a preposição POR, quando significar invocar.

Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

* TD e I, com a preposição A, quando significar repreender.

Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula.

Chamei-o à atenção.

A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se

notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam)

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando significar dar qualidade. A qualidade

(predicativo do objeto) pode vir precedida da preposição DE, ou não.

Chamaram-no irresponsável.

Chamaram-no de irresponsável.

Chamaram-lhe irresponsável.

Chamaram-lhe de irresponsável.

CHEGAR, IR (Intransitivo)

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega,

chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não

complementação.

Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de destino, e DE, na indicação de

procedência.

Quando houver a necessidade da preposição A, seguida de um substantivo feminino

(que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia)

* no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM.

Cheguei tarde à escola.

Foi ao escritório de mau humor.

* se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.

Se for eleito, ele irá para Brasília.

* quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.

Cheguei no ônibus da empresa.

A delegação irá no vôo 300.

COGITAR

* Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a preposição DE.

Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.

Hei de cogitar no caso.

O diretor cogitou de demitir-se.

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COMPARECER (Intransitivo)

Compareceram na sessão de cinema.

Compareceram à sessão de cinema.

COMUNICAR (TD e I)

* Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.

Comunico-lhe meu sucesso.

Comunico meu sucesso a todos.

CUSTAR

* No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A. Nesse caso, terá como sujeito

aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.

Custou-me acreditar em Hipocárpio.

Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.

* no sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a preposição A.

Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.

* no sentido de ter preço será intransitivo.

Estes sapatos custaram R$ 50,00.

DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)

Desfrutei os bens de meu pai.

Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam.

ENSINAR - TD e I

Ensinei-o a falar português.

Ensinei-lhe o idioma inglês.

ESQUECER, LEMBRAR

* quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.

Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó.

* constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome.

Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante.

FALTAR, RESTAR E BASTAR

* Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A.

Muitos alunos faltaram hoje.

Três homens faltaram ao trabalho hoje.

Resta aos vestibulandos estudar bastante.

IMPLICAR

* TD e I com a preposição EM, quando significar envolver alguém.

Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

* TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência,

acarretar.

Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.

Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.

* TI com a preposição COM, quando significar antipatizar.

Não sei por que o professor implica comigo.

Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)

INFORMAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa,

informa alguém de algo.

Informei-o de que suas férias terminou.

Informei-lhe que suas férias terminou.

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intransitivo)

* Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.

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Moro em Londrina.

Resido no Jardim Petrópolis.

Minha casa situa-se na rua Cassiano.

NAMORAR (TD)

Ela namorava o filho do delegado.

O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

OBEDECER, DESOBEDECER (TI)

Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?

Verbos TI que admitem formação de voz passiva:

PAGAR, PERDOAR

São TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto,

a pessoa.

Paguei a conta ao Banco.

Perdôo os erros ao amigo.

As construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais

PEDIR (TD e I)

* Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça

algo.

Pediram-lhe perdão.

Pediu perdão a Deus.

PRECISAR

* No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).

O mecânico precisou o motor do carro.

* No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).

Preciso de bom digitador.

PREFERIR (TD e I)

* Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.

Preferia um bom vinho a uma cerveja.

PROCEDER

* TI, com a preposição A, quando significar dar início ou realizar.

Os fiscais procederam à prova com atraso.

Procedemos à feitura das provas.

* TI, com a preposição DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.

O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.

Esta madeira procede do Paraná.

* Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.

Suas palavras não procedem!

Aquele funcionário procedeu honestamente.

QUERER

* No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD).

Quero meu livro de volta.

Sempre quis seu bem.

* No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição A).

Maria quer demais a seu namorado.

Queria-lhe mais do que à própria vida.

RENUNCIAR

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A.

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Ele renunciou o encargo.

Ele renunciou ao encargo.

RESPONDER

* TI, com a preposição A, quando possuir apenas um complemento.

Respondi ao bilhete imediatamente.

Respondeu ao professor com desdém.

Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.

* TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)

Ele apenas respondeu isso e saiu.

REVIDAR (TI)

Ele revidou ao ataque instintivamente.

SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)

* Com a preposição COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem

antipatizar-se.

Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

SOBRESSAIR (TI)

* Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.

Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

VISAR

* no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição A)

Não visamos a qualquer lucro.

A educação visa ao progresso do povo.

* No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)

Ele visava a cabeça da cobra com cuidado.

Ele visava os contratos um a um.

Se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)

São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como

complemento, estando em seu lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir,

referir-se, anuir.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar,

prevenir são TD e I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém

ou Quem informa, informa alguém de algo.

Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se,

não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o

verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui,

obedece-se às leis de ecologia)

* Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de),

acreditar (em), almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para),

cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar

(de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre) -

lista de Pasquale e Ulisses.

as variáveis na conjugação de alguns verbos:

Existem algumas variáveis na conjugação de alguns verbos. Os lingüistas chamam os

desvios de variáveis, enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.

verbo ver e derivados.

Forma popular: se eu ver, se eu rever, se eu revesse.

Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu revisse.

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verbo vir e derivados.

Forma popular: se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele interviu, eles proviram.

Forma padrão: seu eu vier, se eu intervier, eu intervim, ele interveio, eles provieram.

ter e seus derivados.

Forma popular: quando eu obter, se eu mantesse, ele deteu.

Forma padrão: quando eu obtiver, se eu mantivesse, ele deteve.

pôr e seus derivados.

Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles disporam.

Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse, eles dispuseram.

reaver.

Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela reavê.

Forma padrão: eu reouve, eles reouveram, ela reouve.

6. Pontuação: Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio -

que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos,

usamos os sinais de pontuação.

Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o

sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambigüidade.

ponto:

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de um frase declarativa de um

período simples ou composto.

Desejo-lhe uma feliz viagem.

A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era

conservado com primor.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro,

hab. = habitante, rod. = rodovia.

O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final.

o ponto-e-vírgula:

Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula,

praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula.

Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:

a) separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas que já

apresentam separação por vírgula:

Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura,

tornou-se uma doidivanas.

b) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e

privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;

(Constituição da República Federativa do Brasil)

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dois-pontos:

Os dois-pontos são empregados para:

a) uma enumeração:

... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e

daí tornou atrás, ao próprio ato.

Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que

deu, levado de um ímpeto irresistível...

(Machado de Assis)

b) uma citação:

Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:

- Afinal, o que houve?

c) um esclarecimento:

Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o

amasse, mas para magoar Lucila.

Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou

observações.

Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos:

ratificar/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc.

Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada

um por sua vez, isoladamente).

Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns

advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc.

NOTA A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos

ou de vírgula:

Querida amiga:

Prezados senhores,

ponto de interrogação:

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta

não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:

- O senhor não precisa de mim?

- Não obrigado. A que horas janta-se?

- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.

- Bem.

- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?

- Não.

(José de Alencar)

ponto de exclamação:

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com

entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro,

indignação etc.

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e

muito repousante, Jacinto!

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- Então janta, homem!

(Eça de Queiroz)

NOTA O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:

Oh!

Valha-me Deus!

O uso da vírgula:

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

a) para separar os elementos mencionados numa relação:

A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e

secretárias.

O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois

banheiros.

Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a

vírgula deve ser empregada:

Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria,

e roía as unhas.

b) para isolar o vocativo:

Cristina, desligue já esse telefone!

Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.

c) para isolar o aposto:

Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador.

Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou

melhor, aliás, além disso etc.):

Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos

economizado durante anos.

Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas.

Ontem à noite, fomos todos jantar fora.

f) para isolar elementos repetidos:

O palácio, o palácio está destruído.

Estão todos cansados, cansados de dar dó!

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

São Paulo, 22 de maio de 1995.

Roma, 13 de dezembro de 1995.

h) para isolar os adjuntos adverbiais:

A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.

Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e:

Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.

Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir.

Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

j) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal.

Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente.

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k) para separar o paralelismo de provérbios:

Ladrão de tostão, ladrão de milhão.

Ouvir cantar o galo, sem saber onde.

l) após a saudação em correspondência (social e comercial):

Com muito amor,

Respeitosamente,

m) para isolar as orações adjetivas explicativas:

Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no trabalho.

Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.

n) para isolar orações intercaladas:

Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.

O filme, disse ele, é fantástico.

6.1 Crase:

Crase não é acento, e sim superposição de dois "as". O primeiro é uma preposição, o

segundo, pode ser um artigo definido, um pronome demonstrativo a(as) ou aquele(a/s),e

aquilo. O acento que marca este fenômeno é o grave (`).

O domínio da crase depende de o aluno conhecer a regência de alguns verbos e nomes.

- crase da preposição a com o artigo definido a(s):

Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a preposição e o

termo regido tem de ser uma palavra feminina que admita artigo.

Uma dica é trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer ao (s)

usa-se crase, caso apareça a ou o (s) não haverá crase

a) Todos iriam à reunião.

b) Todos iriam ao encontro.

A crase é obrigatória:

- em locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas (femininas).

à queima-roupa, às cegas, às vezes, à beça, à medida que, à proporção que, à procura

de, à vontade

Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional (escrevi a (à) máquina.)

- expressão à moda de, mesmo que subentendida.

a) Era um penteado à francesa.

b) O jogador fez um gol à Pele.

- quando as palavras "rua", "loja", "estação de rádio" estiverem subentendidas.

Maria dirigiu-se à Globo (estação de rádio).

As situações onde não existe crase são:

- antes de palavra masculina e verbos.

a) Vende-se a prazo.

b) O texto foi redigido a lápis.

c) Ele começou a fazer dietas.

- antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas).

a) Refiro-me a uma blusa mais fina.

b) O vilarejo fica a duas léguas daqui.

- antes dos pronomes pessoais, inclusive as formas de tratamento.

a) Enviei uma mensagem a Vossa Majestade.

b) Nada direi a ela.

Neste caso, os pronomes senhora e senhorita são exceções.

- antes de pronomes demonstrativos esta (s) e essa (s).

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a) Refiro-me a estas flores.

b) Não deram valor a esta idéia.

- antes de pronomes indefinidos, com exceção de outra.

a) Direi a todas as pessoas.

b) Fiz alusão a esta moça e à outra.

- antes da preposição a tiver outra preposição.

Compareceu perante a juíza no dia da audiência.

Com a preposição até o uso é facultativo.

- no meio de expressões com palavras repetitivas.

Ficamos cara a cara.

- no a singular seguido de palavra no plural.

Pediu apoio a pessoas estranhas.

Não haverá crase antes de pronome interrogativo.

Na expressão devido à (s) + palavra feminina ocorre a crase.

- palavra feminina tomada em sentido genérico.

Apena pode ir de advertência a multa.

Havendo determinação, a crase é indispensável (Ele admite ter cedido à pressão dos

superiores.)

Na dúvida, e excluída qualquer das hipóteses tratadas, basta substituir a palavra

feminina por uma masculina equivalente. Se ocorrer ao no masculino, haverá crase.

Fui à cidade fazer compras - (ao supermercado).

A crase é facultativa:

- antes de nomes próprios femininos (exceto em nomes de personalidade pública - sem

artigo):

Enviei um presente a (à) Maria.

A exceção ocorre quando o nome feminino vier acompanhado de uma expressão que a

determine a crase é obrigatória (Dedico minha vida à Rosa do Jaboatão)

- antes do pronome adjetivo possessivo feminino singular:

a) Pediu informações a minha secretária.

b) Pediu informações à minha secretária.

c) Pediu informações a minhas secretárias.

d) Pediu informações as minhas secretárias.

e) Pediu informações às minhas secretárias.

Se o pronome possessivo for substantivo e por regência a preposição for exigida, a crase

será obrigatória (Foi a [à] sua cidade natal e à minha)

- antes de topônimos, a menos que estejam determinados.

a) Iremos a Curitiba.

b) Iremos à bela Curitiba.

c) Iremos à Bahia.

Quando o topônimo não estiver determinado, usa-se o teste da troca do verbo para

chegar. Se nesta troca aparecer chego da, há crase; se for chego de, não há crase.

- Crase da preposição a com o pronome demonstrativo e relativo:

Com os demonstrativos aquele (s), aquela (s) e aquilo, basta verificar se, por regência,

alguma palavra pede a preposição que irá se fundir com o "a" inicial do próprio

pronome.

Uma dica é trocar aquele (a/s) por este (a/s) e aquilo por isto, se antes aparecer a, há

crase.

a) Enviei presentes àquela menina.

b) A matéria não se relaciona àqueles problemas.

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c) Não se de ênfase àquilo.

O pronome demonstrativo a (s) aparece antes de que ou de e pode ser trocado por aquela

(s). Deve-se fazer o teste da troca por um masculino similar e verificar se aparece ao (s)

a) Esta estrada é paralela à que corta a cidade (o caminho é paralelo ao que corta a

cidade).

b) Conheço a moça de azul, não a de branco.

Antes dos pronomes relativos "que" e "quem" não ocorre crase. Já o pronome qual (s)

admite crase

Uma dica é trocar o substantivo feminino anterior ao pronome por um masculino, se

aparecer ao (s) há crase

a) A menina a que me refiro não estudou.

b) A professora a quem me refiro é bonita.

b) A fama à qual almejo não é difícil.

Casos especiais sobre o uso da crase:

- antes da palavra casa:

Quando a palavra casa significa lar, domicílio e não vem acompanhada de adjetivo, ou

locução adjetiva, não se usa a crase.

Iremos a casa assim que chegarmos (iremos ao lar assim que chegarmos).

Quando a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva.

Iremos à casa de minha mãe.

- antes da palavra terra:

Oposto de mar, ar e bordo - não há crase

O Marinheiro forma a terra.

Quando terra significa solo, planeta ou lugar - pode haver crase.

a) Voltei à terra natal.

b) A espaçonave voltará à Terra em um mês.

- antes da palavra distância:

Não se usa crase, salvo se vier determinada.

a) Via-se o barco à distância de quinhentos metros (determinado).

b) Olhava-nos a distância.

Crase - Exercícios

1. Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de crase é facultativo?

a) Minhas idéias são semelhantes às suas.

b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz

c) Dei um presente à Mariana.

d) Fizemos alusão à mesma teoria.

e) Cortou o cabelo à Gal Costa.

2. "O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor".

a) à - a - aquilo

b) a - a - àquilo

c) a - à - àquilo

d) à - à - aquilo

e) à - à - àquilo

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3. "A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas quadras da Avenida Central".

a) à - há

b) a - à

c) a - há

d) à - a

e) à - à

4. "O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, radicado ___ tempos em São

Paulo, e se exibe diariamente ___ hora do almoço".

a) o - à - a

b) ao - há - à

c) ao - a - a

d) o - há - a

e) o - a - a

5. "Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos ___ V. Sª ___

alguns dias".

a) à - àqueles - a - há

b) a - àqueles - a - há

c) a - aqueles - à - a

d) à - àqueles - a - a

e) a - aqueles - à - há

6. Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O Papa caminhava à passo firme.

b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.

c) Chegou à noite, precisamente as dez horas.

d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.

e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

7. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões contrárias _____ modificações

relativas _____ aquisição da casa própria.

a) às - àquelas _ à

b) as - aquelas - a

c) às àquelas - a

d) às - aquelas - à

e) as - àquelas - à

8. A alusão _____ lembranças da casa materna trazia _____ tona uma vivência _____

qual já havia renunciado.

a) às - a - a

b) as - à - há

c) as - a - à

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d) às - à - à

e) às - a - há

9. Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas.

a) após às

b) após as

c) após das

d) após a

e) após à

10. _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades _____ que os

socorros se destinam.

a) Há - à - a

b) A - a - a

c) À - à - a

d) Há - a - a

e) À - a - a

11. Fique _____ vontade; estou _____ seu inteiro dispor para ouvir o que tem _____

dizer.

a) a - à - a

b) à - a - a

c) à - à - a

d) à - à - à

e) a - a - a

12. No tocante _____ empresa _____ que nos propusemos _____ dois meses, nada foi

possível fazer.

a) àquela - à - à

b) aquela - a - a

c) àquela - à - há

d) aquela - à - à

e) àquela - a - há

13. Chegou-se _____ conclusão de que a escola também é importante devido _____

merenda escolar que é distribuída gratuitamente _____ todas as crianças.

a) à - à - à

b) a - à - a

c) a - à - à

d) à - à - a

e) à - a - a

14. A tese _____ aderimos não é aquela _____ defendêramos no debate sobre os

resultados da pesquisa.

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a) a qual - que

b) a que - que

c) à que - a que

d) a que - a que

e) a qual a que

15. Em relação _____ mímica, deve-se dizer que ela exerce função paralela _____ da

linguagem.

a) a - a

b) à - à

c) a - à

d) à - aquela

e) a - àquela

16. Foi _____ mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs a maldição

do cientista que reduzira o arco-íris _____ simples matéria: era uma ameaça _____

poesia.

a) a - a - à

b) há - à - a

c) há - à - à

d) a - a - a

e) há - a - à

17. A estrela fica _____ uma distância enorme, _____ milhares de anos-luz, e não é

visível _____ olho nu.

a) a - à - à

b) a - a - a

c) à - a - a

d) à - à - a

e) à - a - à

18. Estava __________ na vida, vivia _____ expensas dos amigos.

a) atoa - as

b) a toa - à

c) a tôa - às

d) à toa - às

e) à toa - as

19. Estavam _____ apenas quatro dias do início das aulas, mas ele não estava disposto

_____ retomar os estudos.

a) há - à

b) a - a

c) à - a

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d) há - a

e) a - à

20. Disse _____ ela que não insistisse em amar _____ quem não _____ queria.

a) a - a - a

b) a - a - à

c) à - a - a

d) à - à - à

e) a - à - à

21. Quanto _____ suas exigências, recuso-me _____ levá-las _____ sério.

a) às - à - a

b) a - a - a

c) as - à - à

d) à - a - à

e) as - a - a

22. Quanto _____ problema, estou disposto, para ser coerente __________ mesmo,

_____ emprestar-lhe minha colaboração.

a) aquele - para mim - a

b) àquele - comigo - a

c) aquele - comigo - à

d) aquele - por mim - a

e) àquele - para mim - à

23. A lâmpada _____ cuja volta estavam mariposas _____ voar, emitia luz _____

grande distância.

a) a - à - à

b) à - a - à

c) a - à - a

d) a - a - a

e) à - a - a

24. Aquela candidata _____ rainha de beleza, quando foi _____ televisão, pôs-se _____

roer as unhas.

a) à - à - a

b) à - a - à

c) a - a - à

d) à - à - à

e) a - à - a

25. Eis o lema _____ sempre obedecia: ódio _____ guerra e aversão _____ injustiças.

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a) à que - à - as

b) à que - à - às

c) a que - à - às

d) a que - à - as

e) a que - a - as

26. Faltou _____ todas as reuniões e recusou-se _____ obedecer _____ decisões da

assembléia.

a) a - a - as

b) a - a - às

c) a - à - às

d) à - a - às

e) à - à - às

27. Expunha-se _____ uma severa punição, porque as ordens _____ quais se opunha

eram rigorosas e destinavam-se _____ funcionárias daquele setor.

a) a - as - às

b) à - às - as

c) à - as - às

d) à - às - às

e) a - às - às

28. _____ alguns meses o Ministro revelou-se disposto _____ abrir _____ discussões

em torno do acesso dos candidatos e dos partidos _____ televisão.

a) A - a - as - à

b) Há - a - às - a

c) A - à - às - a

d) Há - à - as - à

e) Há - a - as - à

29. _____ Igreja cabe propugnar pelos princípios éticos e morais que devem reger

_____ vida das comunidades, enquanto _____ política deve visar ao bem comum.

a) A - à - à

b) À - a - a

c) À - à - a

d) À - à - à

e) A - a - a

1 C / 2 C / 3 D / 4 B / 5 B / 6 D / 7 A / 8 D / 9 B / 10 D / 11 B / 12 E / 13 D / 14 B / 15 B

/ 16 E / 17 B / 18 D / 19 B / 20 A / 21 B / 22 B / 23 D / 24 E / 25 C / 26 B / 27 E / 28 E /

29 B.

7. Colocação pronominal: Em função da posição do pronome em relação ao verbo, classifica-se:

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- próclise: antes do verbo (Nada se perde.)

- mesóclise: no meio do verbo (Dirigir-lhe-emos a palavra.)

- ênclise: depois do verbo (Fugiram-nos as palavras.)

A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja fator de

próclise ou seja um dos futuros do indicativo, com atenção aos casos especiais.

São fatores de próclise: - oração negativa, desde que não haja pausa entre o verbo e as palavras de negação.

a) Ninguém se mexe.

b) Nada me abala.

Se a palavra negativa preceder um infinitivo não-flexionado, é possível a ênclise:

Calei para não magoá-lo.

- frases exclamativas (começadas por palavras exclamativas) e optativas (desejo).

a) Deus te guie!

b) Quanto sangue se derramou inutilmente!

- conjunção subordinativa.

a) Preciso de que me responda algo.

b) O homem produz pouco, quando se alimenta mal.

A elipse da conjunção não dispensa a próclise: Quando passo e te vejo, exalto-me.

- pronome ou palavras interrogativas.

a) Quem me viu ontem?

b) Queria saber por que te afliges tanto.

- pronome indefinido, demonstrativo e relativo.

a) Alguém me ajude a sair daqui.

b) Isso te pertence.

c) Ele que se vestiu de verde está ridículo.

- advérbio (não seguido de vírgula) e o numeral ambos.

a) Aqui se vê muita miséria.

b) Aqui, vê-se muita miséria.

c) Ambos se olharam profundamente.

Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa. Este fator,

entretanto, não pode quebrar o princípio dos fatores de próclise.

Ele se feriu ou ele feriu-se. a) O homem se recupera ou o homem recupera-se. Ninguém me convencerá.

b) Tudo se fez por uma boa causa.

Por questão de eufonia, pode-se preferir a próclise ao invés da ênclise, quando o sujeito

vier antes do verbo

"Cada dia lhe desfolha um afeto."

Você viu-o.

Você o viu.

O uso de mesóclise: Respeitados os princípios de próclise, far-se-á mesóclise caso o verbo esteja nos tempos

futuros do indicativo.

Dar-te-ia = daria + te.

dar-te-ei = darei + te.

a) Diante da platéia, cantar-se-ia melhor.

b) Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.

Usa-se ênclise: - em início da frase ou após sinal de pontuação.

- casos não proclíticos e não mesoclíticos em geral.

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- nas orações imperativas afirmativa.

Procure suas colegas e convide-as.

- junto ao infinitivo não flexionado, precedido da preposição a, em se tratando dos

pronomes o/a (s).

a) Todos corriam a escutá-lo com atenção.

b) Ele começou a insultá-la.

c) Nem sei se nos tornaremos a vê-los novamente.

Estando o infinitivo pessoal regido da preposição para, é indiferente a colocação do

pronome oblíquo antes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio não.

a) Silenciei para não irritá-lo.

b) Silenciei para não o irritar.

Quanto às formas infinitas e locuções verbais: Para as formas finitas:

- infinitivo, regra geral = ênclise (Viver é adaptar-se.)

Admite-se também a próclise se o infinitivo não-flexionado vier precedido de

preposição ou palavra negativa (para te servir / servir-te, não o incomodar / incomodá-

lo)

Se o pronome for o/a (s) e o infinitivo regido da preposição a, é obrigatória a ênclise.

Se o infinitivo vier flexionado, prefere-se a próclise (desde que não inicie o período)

- gerúndio, regra geral = ênclise

A próclise é obrigatória se: o gerúndio vier precedido da preposição em ou se o

gerúndio vier precedido de advérbio que o modifique diretamente, sem pausa (Em se

tratando de colocação pronominal, sei tudo!)

- particípio,

Sem auxiliar não admite próclise ou ênclise e sim a forma oblíqua regida de preposição.

Concedida a mim a preferência, farei por merecê-la.

Para as locuções verbais: - auxiliar + infinitivo (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em

próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal.)

Devo calar-me / devo-me calar / devo me calar

Não devo calar-me / não me devo calar / não devo me calar.

Mesmo com fator de próclise, a ênclise no infinitivo é correta.

- Auxiliar + preposição + infinitivo (Há de acostumar-se / há de se acostumar - Não se

há de acostumar / não há de acostumar-se.)

- Auxiliar + gerúndio (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em

próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal.):

Vou-me arrastando / vou me arrastando / vou arrastando-me

Não me vou arrastando / não vou arrastando-me.

Com fator de próclise, o pronome não pode aparecer entre os verbos.

Auxiliar + particípio (os pronomes se juntam ao auxiliar e jamais ao particípio, de

acordo com as circunstâncias.

a) Os amigos o tinham prevenido.

b) Os amigos tinham-no prevenido.

8. Curiosidades ortográficas: A fim ou afim? Escrevemos afim, quando queremos dizer semelhante. (O gosto dela era afim ao da

turma.)

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Escrevemos a fim (de), quando queremos indicar finalidade. (Veio a fim de conhecer os

parentes. / Pensemos bastante, a fim de que respondamos certo. / Ela não está a fim do

rapaz.)

A par ou ao par? A expressão ao par significa sem ágio no câmbio. Portanto, se quisermos utilizar esse

tipo de expressão, significando ciente, deveremos escrever a par.

Fiquei a par dos fatos. / A moça não está a par do assunto.

A cerca de, acerca de ou há cerca de? A cerca de significa a uma distância. (Teresópolis fica a cerca de uma hora de carro do

Rio.)

Acerca de - significa sobre. (Conversamos acerca de política.)

Há cerca de - significa que faz ou existe(m) aproximadamente. (Mudei-me para este

apartamento há cerca de oito anos. / Há cerca de doze mil candidatos, concorrendo às

vagas.)

Ao encontro de ou de encontro a? Ao encontro de - quer dizer favorável a, para junto de. (Vamos ao encontro dos nossos

amigos. / Isso vem ao encontro dos anseios da turma.)

De encontro a - quer dizer contra. (Um automóvel foi de encontro a outro. / Este ato

desagradou aos funcionários, porque veio de encontro às suas aspirações.)

Há ou a? Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, podemos escrever há ou a,

nas seguintes situações:

Há - quando o espaço de tempo já tiver decorrido. (Ela saiu há dez minutos.)

A - quando o espaço de tempo ainda não transcorreu. (Ela voltará daqui a dez minutos.)

Haver ou ter? Embora usado largamente na fala diária, a gramática não aceita a substituição do verbo

haver pelo ter. Deve-se dizer, portanto, não havia mais leite na padaria.

Se não ou senão? Emprega-se o primeiro, quando o se pode ser substituído por caso ou na hipótese de

que.

Se não chover, viajarei amanhã (= caso não chova - ou na hipótese de que não chova,

viajarei amanhã).

Se não se tratar dessa alternativa, a expressão sempre se escreverá com uma só palavra:

senão.

Vá de uma vez, senão você vai se atrasar. (senão = caso contrário).

Nada mais havia a fazer senão conformar-se com a situação (senão = a não ser).

"As pedras achadas pelo bandeirante não eram esmeraldas, senão turmalinas, puras

turmalinas" (senão = mas).

Não havia um senão naquele rapaz. (senão = defeito).

Haja vista ou haja visto? Apenas a primeira opção é correta, porque a palavra "vista", nessa expressão, é

invariável.

Haja vista o trágico acontecimento... (hajam vista os acontecimentos...)

Em vez de ou ao invés de? A expressão em vez de significa em lugar de. (Hoje, Pedro foi em vez de Paulo. / Em

vez de você, vou eu para Petrópolis.)

A expressão ao invés de significa ao contrário de. (Ao invés de proteger, resolveu não

assumir. / Ao invés de melhorar, sua atitude piorou a situação).

Por quê, por que, porque ou porquê?

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A maioria da população sofre com as dificuldades em entender a utilização da língua-

padrão portuguesa, principalmente na utilização do "Por que / Por quê / Porque /

Porquê". Confira alguns exemplos:

Não sei por que você acha isso.

Claro. Por quê?

Não julgues porque não te julguem.

Dê-me ao menos um porquê para sua atitude.

A forma por que é a seqüência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo

(que). É equivalente a "por qual motivo", "por qual razão", vejamos:

Não sei por qual motivo você acha isso.

Não sei por qual razão você acha isso.

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto: final, de

interrogação ou exclamação, ou um ponto de reticências, a seqüência deve ser grafada

por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo que passa a ser tônico.

Não sei por quê!

Ainda não terminou? Por quê?

Existem casos em que por que representa uma seqüência preposição + pronome relativo,

equivalendo a pelo qual, pelos quais, pelas quais, pela qual. Em outros contextos por

que equivale a "para que":

O túnel por que deveríamos passar desabou ontem.

A forma porque também é uma conjunção, equivalente a pois, já que, uma vez que,

como:

Você continua implicando comigo! É porque eu faltei ontem?

Porque também pode indicar finalidade, como: para que, a fim de. Trata-se de um uso

mais freqüente na linguagem atual.

A forma porquê representa um substantivo. Significa causa, razão, motivo e

normalmente surge acompanha de uma palavra determinando, um artigo, por exemplo.

Creio que os verdadeiros porquês mais uma vez não vieram à luz.

SEMÂNTICA

Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua.

Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam

significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico -

engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam

significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar

/ Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem

significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

As homônimas podem ser:

Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto

(substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto

(substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela

(substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) -

serrar ( verbo);

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Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura

(substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem

significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os

parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento -

cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura

(situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar

(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma

publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada

(duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/

percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) -

subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição -

discrição / onicolor - unicolor.

Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários

significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no

posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente

distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)

Conotação e Denotação:

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo

contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo

duro e sólido, da natureza das rochas.

FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem

mais expressiva. É um recurso lingüístico para expressar experiências comuns de

formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.

As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo

particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido figurado, não-

denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.

As figuras de linguagem classificam-se em:

a) figuras de palavras;

b) figuras de som;

c) figuras de pensamento;

d) figuras de sintaxe.

Figuras de palavra: As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele

convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na

comunicação.

São figuras de palavras:

Comparação:

Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se

identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos - feito, assim como, tal,

como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e

outros.

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Exemplos: "Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se

fosse lógico." (Chico Buarque);

"As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos

ombros, pareciam aves noturnas paradas..." (Jorge Amado).

Metáfora:

Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança

resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida

como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas

subentendido.

Exemplo: "Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver

se posso extrair pérolas, que é a razão." (Machado de Assis).

Metonímia:

Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre

ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação

mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de

inúmeros modos:

- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o

conteúdo de um cálice) de licor.

- a causa pelo efeito e vice-versa: "E assim o operário ia / Com suor e com cimento

(com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento." (Vinicius de

Moraes).

- o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo

porto (o vinho da cidade do Porto).

- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado).

- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração

(sentimento, sensibilidade).

- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos

revolucionários.

- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.

- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo.

- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).

- o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão).

Sinédoque:

Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou

redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque

nos seguintes casos:

- o todo pela parte e vice-versa: "A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo

caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo."

(J. Cândido de Carvalho)

- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca

(todos os cariocas), atrevido.

- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um

mecenas (protetor).

Catacrese:

A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é uma espécie de metáfora desgastada,

em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca.

É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico." (Othon M.

Garcia).

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São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em

burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara /

sacar dinheiro no banco.

Sinestesia:

A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas

sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas

(subjetivas).

Exemplo: "A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa

indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela

mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal."

(Augusto Meyer)

Antonomásia:

Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica

ou fato que a distingue.

Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome,

cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.

Exemplos: "E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a

túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O

Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro

(= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)

Alegoria:

A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura

poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e

intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um

plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos - um

referencial e outro metafórico.

Exemplo: "A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo

soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o

contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos

comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente..."

(Machado de Assis).

Figuras de som: Chamam-se figuras de som os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de

sons ou, ainda, quando se procura "imitar" sons produzidos por coisas ou seres.

As figuras de som são:

Aliteração:

Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares,

geralmente em posição inicial da palavra.

Exemplo: "Toda gente homenageia Januária na janela." (Chico Buarque).

Assonância:

Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou

poema.

Exemplo: "Sou Ana, da cama / da cana, fulana, bacana / Sou Ana de Amsterdam."

(Chico Buarque).

Paronomásia:

Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de

significados diferentes.

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Exemplo: "Berro pelo aterro pelo desterro / berro por seu berro pelo seu erro / quero que

você ganhe que você me apanhe / sou o seu bezerro gritando mamãe." (Caetano

Veloso).

Onomatopéia:

Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.

Exemplo: "O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe, das planícies altas, /

Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou." (Mário de Andrade).

"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno." (Fernando Pessoa).

Figuras de pensamento: As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das

palavras, ao seu aspecto semântico.

São figuras de pensamento:

Antítese:

Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.

Exemplo: "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem

mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal." (Rui Barbosa).

Apóstrofe:

Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que

pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é

utilizada para dar ênfase à expressão.

Exemplo: "Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?" (Castro Alves).

Paradoxo:

Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas

também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade

enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para

paradoxo.

Exemplo: "Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um

contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;" (Camões)

Eufemismo:

Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma

verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.

Exemplo: "E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague".

(Chico Buarque).

Gradação:

Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma

idéia.

Exemplo: "Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo." (Castro Alves).

Hipérbole:

Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem

emocionante e de impacto.

Exemplo: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac).

Ironia:

Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos,

sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é

depreciativa ou sarcástica.

Exemplo: "Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: /

um amor." (Mário de Andrade).

Prosopopéia:

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Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento,

ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados

ou imaginários.

Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia

o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana:

"O peixinho (...) silencioso e levemente melancólico..."

Exemplos: "... os rios vão carregando as queixas do caminho." (Raul Bopp)

Um frio inteligente (...) percorria o jardim..." (Clarice Lispector)

Perífrase:

Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto,

acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.

Exemplo: "Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração

do meu Brasil." (André Filho).

Figuras de sintaxe: As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à

concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.

Elas podem ser construídas por:

a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;

b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;

c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;

d) ruptura: anacoluto;

e) concordância ideológica: silepse.

Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:

Assíndeto:

Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções

coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas

rítmicas (vírgulas).

Exemplo: "Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas

quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se." (Machado de Assis).

Elipse:

Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar

ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções,

preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.

Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas." (elipse do pronome

ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...).

Zeugma:

Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando

subentendida sua repetição.

Exemplo: "Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes." (Zeugma do

verbo: "e foram assassinados...") (Camilo Castelo Branco).

Anáfora:

Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período,

frase ou verso.

Exemplo: "Depois o areal extenso... / Depois o oceano de pó... / Depois no horizonte

imenso / Desertos... desertos só..." (Castro Alves).

Pleonasmo:

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Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de

significado.

a) Pleonasmo literário:

É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista

semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico,

enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.

Exemplo: "Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto /

Quando em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira).

"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)

"Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa).

b) Pleonasmo vicioso:

É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente

expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de

uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.

Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos /

hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista.

Polissíndeto:

Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais

vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que

sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.

Exemplo: "Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas /

e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel Bandeira).

Anástrofe:

Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas

(determinante/determinado).

Exemplo: "Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho." (Mário Quintana).

Hipérbato:

Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.

Exemplo: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " (As belas passeiam na Avenida à

tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).

Sínquise:

Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um

hipérbato exagerado.

Exemplo: "A grita se alevanta ao Céu, da gente. " (A grita da gente se alevanta ao Céu )

(Camões).

Hipálage:

Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence

a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase.

Exemplo: "... as lojas loquazes dos barbeiros." (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de

Queiros).

Anacoluto:

Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase,

alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos -

que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente

depois de uma pausa sensível.

Exemplo: "Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas." (Alcântara Machado).

Silepse:

Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a

elas associada.

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a) Silepse de gênero:

Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).

Exemplo: "Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito." (Guimarães Rosa).

b) Silepse de número:

Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).

Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam." (Mário Barreto).

c) Silepse de pessoa:

Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que

fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.

Exemplo: "Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas." (Machado de

Assis).

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão

inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes

que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as

inferências a que ele remete. Esse procedimento justifica-se por um texto ser sempre

produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Como ler e entender bem um texto?

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de

reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser

o primeiro contato com o novo texto. Dessa leitura, extraem-se informações sobre o

conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação

propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar

uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento

aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A

preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às

interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras

formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu.

Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação

pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na

referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui

são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc.

que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se

com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento

proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser

a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais

completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito

para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente

pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes,

são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a

posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, dessa maneira a resposta

será mais consciente e segura.

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1. Narração: Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando dados reais e

imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham

relação de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada em verbos de ação e

conectores temporais.

A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma

em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa ativamente dos

fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem). Já

a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até

mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).

O bom autor toma partido das duas opções de posicionamento para o narrador, a fim de

criar uma história mais ou menor parcial, comprometida. Por exemplo, Machado de

Assis, ao escrever Dom Casmurro, optou pela narrativa em 1ª pessoa justamente para

apresentar-nos os fatos segundo um ponto de vista interno, portanto mais parcial e

subjetivo.

1.1 Narração objetiva X Narração subjetiva objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que

está noticiado. É de cunho impessoal e direto.

subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São

ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos

personagens.

Observação - o fato de um narrador de 1ª pessoa envolver-se emocionalmente com

mais facilidade na história, não significa que a narração subjetiva requeira sempre um

narrador em 1ª pessoa ou vice-versa.

1.2 Elementos básicos da narrativa: Fato - o que se vai narrar (O quê?)

Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)

Lugar - onde o fato se deu (Onde?)

Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)

Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)

Modo - como se deu o fato (Como?)

Conseqüências (Geralmente provoca determinado desfecho)

A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes maneiras: piada, peça

teatral, crônica, novela, conto, fábula etc.

Uma narrativa pode trazer falas de personagens entremeadas aos acontecimentos, faz-se

uso dos chamados discursos: direto, indireto ou indireto livre.

No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da própria personagem. Para tanto,

recomenda-se o uso de algumas notações gráficas que marquem tais falas: travessão,

dois pontos, aspas. Mais modernamente alguns autores não fazem uso desses recursos.

O discurso indireto apresenta as palavras das personagens através do narrador que

reproduz uma síntese do que ouviu, podendo suprimir ou modificar o que achar

necessário. A estruturação desse discurso não carece de marcações gráficas especiais,

uma vez que sempre é o narrador que detém a palavra. Usualmente, a estrutura traz

verbo dicendi (elocução) e oração subordinada substantiva com verbo num tempo

passado em relação à fala da personagem.

Quanto ao discurso indireto livre, é usado como uma estrutura bastante informal de

colocar frases soltas, sem identificação de quem a proferiu, em meio ao texto. Trazem,

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muitas vezes, um pensamento do personagem ou do narrador, um juízo de valor ou

opinião, um questionamento referente a algo mencionado no texto ou algo parecido.

Esse tipo de discurso é o mais usado atualmente, sobretudo em crônicas de jornal,

histórias infantis e pequenos contos.

2. Descrição: Caracteriza-se por ser um "retrato verbal" de pessoas, objetos, animais, sentimentos,

cenas ou ambientes. Entretanto, uma descrição não se resume à enumeração pura e

simples. O essencial é saber captar o traço distintivo, particular, o que diferencia aquele

elemento descrito de todos os demais de sua espécie.

Os elementos mais importantes no processo de caracterização são os adjetivos e

locuções adjetivas. Desta maneira, é possível construir a caracterização tanto no sentido

denotativo quanto no conotativo, como forma de enriquecimento do texto.

Enquanto uma narração faz progredir uma história, a descrição consiste justamente em

interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar, etc.

2.1 Elementos básicos de uma descrição: nomear / identificar - dar existência ao elemento (diferenças e semelhanças)

localizar / situar - determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e no espaço

qualificar - testemunho do observador sobre os seres do mundo

A qualificação constitui a parte principal de uma descrição. Qualificar o elemento

descrito é dar-lhe características, apresentar um julgamento sobre ele. A qualificação

pode estar no campo objetivo ou no subjetivo. Uma forma muito comum de

qualificação é a analogia, isto é, a aproximação pelo pensamento de dois elementos que

pertencem a domínios distintos. Pode ser feita através de comparações ou metáforas.

2.2 Descrição subjetiva X Descrição objetiva: objetiva - sem impressões do observador, tentando maior proximidade com o real

subjetiva - visão do observador através de juízos de valor

No terreno objetivo temos as informações (dados do conhecimento do autor do texto:

livro comprado em Lisboa), as caracterizações (dados que estão no objeto de descrição:

livro vermelho). Já no subjetivo, estão as qualificações (impressões subjetivas sobre o

ser ou objeto: livro interessante). O ideal é que uma descrição possa fundir a

objetividade, necessária para a "pintura" ser a mais verídica possível, e a subjetividade

que torna o texto bem mais interessante e agradável. Sendo assim, a descrição deve ir

além do simples "retrato", deve apresentar também uma interpretação do autor a

respeito daquilo que descreve.

3. Dissertação Introdução A folha em branco, o tempo passando. As unhas roídas, o tema dado e nenhuma idéia.

Muitas pessoas já passaram por uma situação semelhante, em que não sabiam

absolutamente por onde começar a escrever sobre determinado assunto.

Escrever pode ser fácil para qualquer pessoa, desde que esta queira se empenhar para

tanto. Não há mágicas ou fórmulas práticas para aprender a escrever. Na verdade, é um

trabalho que depende sobremaneira do empenho do interessado em aprender.

Para este intento, algumas dicas práticas podem ser dadas para auxiliar, mas nada

substitui a necessidade de escrever sempre. O ato da escrita deve se tornar algo natural,

a fim de afastar o fantasma do "branco total". Além disso, a leitura e a atualização de

informações também colaboram muito na qualidade do texto.

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O objetivo da redação é chegar a um texto que será tão repleto de escolhas pessoais

(idéias, palavras, estruturas frasais, organização, exemplos) que, até partindo de um

mesmo assunto geral, milhares de pessoas podem chegar a um bom resultado

apresentando trabalhos nitidamente diferentes.

Para desenvolver esse trabalho, a presente apostila direciona-se ao estudo dissertativo.

Será considerada uma média de trinta linhas para as redações, sobretudo no tocante à

distribuição destas linhas nas subdivisões textuais apresentadas

Muitas vezes, as maiores dificuldades estão na concretização das idéias no papel. Para

auxiliar neste processo, a apostila conta também com um suporte de Língua Portuguesa.

A preocupação aqui não é de nomenclaturas ou classificações, o que teve relevo foi a

funcionalidade lingüística no momento da escrita.

Alguns pontos merecem destaque especial para um aprimoramento da escrita:

ler mais

adquirir o hábito de escrever

pontuar adequadamente

organizar idéias

construir períodos mais curtos

Estrutura textual Assunto

Delimitar um aspecto acerca do tema proposto é importante para uma boa abordagem

do assunto. Não se poderá fazer uma análise aprofundada se o tema for amplo, por isso

especifica-se o assunto a ser tratado.

A escolha do aspecto, entretanto, não pode restringir demais o tema ou corre-se o risco

da falta de idéias.

Essa delimitação deve ser feita na introdução e, a partir daí, o leitor sabe que aquele

aspecto será explorado no decorrer do texto e a conclusão fará menção direta a ele.

Observe alguns exemplos:

televisão - a violência na televisão / a televisão e a opinião pública

a vida nas grandes cidades - a vida social dos jovens nas grandes cidades / os problemas

das grandes cidades

preconceitos - preconceitos raciais / causas do preconceito racial

progresso - vantagens e desvantagens sociais do progresso / progresso e evolução

humana

3.1 Parágrafos: São blocos de texto, cuja primeira linha inicia-se em margem especial, maior do que a

margem normal do texto. Concentram sempre uma idéia-núcleo relacionada diretamente

ao tema da redação.

Não há moldes rígidos para a construção de um parágrafo. O ideal é que em cada

parágrafo haja dois ou três períodos, usando pontos continuativos (na mesma linha)

intermediários.

A divisão em parágrafos é indicativa de que o leitor encontrará, em cada um deles, um

tópico do que o autor pretende transmitir. Essa delimitação deve estar esquematizada

desde antes do rascunho, no momento do planejamento estrutural, assim a redação

apresentará mais coerência.

3.2 Qualidades de uma dissertação O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo. A coerência é um aspecto de

grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver

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pormenores excessivos ou explicações desnecessárias. Todas as idéias apresentadas

devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele.

A originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais

textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o tema proposto.

Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução,

desenvolvimento e conclusão, respectivamente. As idéias distribuem-se de forma lógica,

sem haver fragmentação da mesma idéia em vários parágrafos.

Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as

idéias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é obrigatório, entretanto, o

emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas

sugestões e suas respectivas relações:

assim, desse modo - têm valor exemplificativo e complementar. A seqüência

introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que

se disse anteriormente.

ainda - serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de

determinada conclusão; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de

idéias qualquer.

aliás, além do mais, além de tudo, além disso - introduzem um argumento decisivo,

apresentado como acréscimo. Pode ser usado para dar um "golpe final" num argumento

contrário.

mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposição

entre dois enunciados.

embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrário para depois

negar seu valor de argumento, diminuir sua importância. Trata-se de um recurso

dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de

vista contrário.

este, esse e aquele - são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos

anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre

eles.

3.3 O que é dissertação Dissertar é um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas

para a elevação dos preços, para o aumento da violência nas cidades, para a repressão

dos pais. É mundial a preocupação com a bomba atômica, a AIDS, a solidão, a

poluição. Muitas vezes, em casos de divergência de opiniões, cada um defende seus

pontos de vista em relação ao futebol, ao cinema, à música.

A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de idéias pessoais,

opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou

aceitarem uma forma de pensar diferente. Em todas essas situações e em muitas outras,

utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a

fim de, por meio da apresentação de idéias, dados e conceitos, chegar-se a conclusões.

Em suma, dissertação implica discussão de idéias, argumentação, organização do

pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. É, entretanto, necessário

conhecimento do assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante

desse assunto.

3.3.1 Argumentação A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o

assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de causa-conseqüência e pontos

favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.

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Algumas expressões indicadoras de causa e conseqüência:

causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de

conseqüência: conseqüentemente, em decorrência, como resultado, efeito de

Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de

opiniões: em contrapartida, se por um lado... / por outro... , xxx é um fenômeno

ambíguo, enquanto uns afirmam... / outros dizem que...

Exemplo de argumentação para a tese de que as abelhas são insetos extraordinários:

porque tem instinto muito apurado

porque são organizadas em repúblicas disciplinadas

porque fornecem ao homem cera e mel

apesar de seus ferrões e de sua força quando constituem um enxame

Mesmo quando se destacam características positivas, é bom utilizar ponto negativo.

Neste caso, destaca-se que a importância dos pontos positivos minimizam a

negatividade do outro argumento.

3.4 Partes de uma dissertação Introdução:

Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por

uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as

explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética,

pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.

A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras:

Constatação do problema Exemplos: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos

está promovendo uma mobilização político-social.

Delimitação do assunto Exemplos: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos

turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de

violência urbana.

Definição do tema Exemplos: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está

mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço

para sua erradicação.

Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria

suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no

desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e conseqüências,

prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada

uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento.

Observe alguns exemplos:

A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o

espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com

potencial até mesmo pedagógico.

(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento

educacional.)

Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse

processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar

novo racionamento.

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(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com

distribuição da energia gerada no Brasil e a conseqüência do racionamento do uso de

energia)

A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o

número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera

preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e "funkeiros"

Desenvolvimento:

Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o

corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o

momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar

para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.

Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas,

aproximadamente.

A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e

conseqüências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a

base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos tipos de argumentos;

logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.

A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa

abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é:

- Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.

- Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à

sociedade brasileira atual.

A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada:

- 3 argumentos: um parágrafo explica cada um dos argumentos;

- causas e conseqüências: podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-

se causas e conseqüências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma

conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos.;

- prós e contras: são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências,

substituídas por prós e contras.

- abordagem histórica: compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e

conseqüências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de

que não se tenha certeza.

- abordagem comparativa: usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no

decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as

duas ao mesmo tempo.

É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da

questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando

bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores

conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-

lo.

Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se

apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.

Encontre uma causa e uma conseqüência relacionados à proposição abaixo e construa

um parágrafo para cada argumento:

O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas

A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação

Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase:

Precariedade do sistema de transportes

Alto índice de mortalidade infantil

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Congestionamento nas grandes cidades

Aponte três conseqüências para os temas abaixo e construa um parágrafo

fundamentando cada uma.

Baixo índice de mão-de-obra especializada

Falta de investimento em tecnologia

Uso de agrotóxicos

Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir.

Construa um parágrafo envolvendo suas idéias.

As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação

Conclusão:

Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter,

assim como a introdução, em torno de 5 linhas.

Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis

soluções para o problema apresentado.

Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.

Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se

que, enfim...

Evitar numa dissertação:

Após o título de uma redação não coloque ponto.

Ao terminar o texto, não coloque qualquer coisa escrita ou riscos de qualquer natureza.

Detalhe: não precisa autografar no final também, e ainda assim será uma obra-prima.

Prefira usar palavras de língua portuguesa a estrangeirismos.

Não use chavões, provérbios, ditos populares ou frases feitas.

Não use questionamentos em seu texto, sobretudo em sua conclusão.

Jamais usar a primeira pessoa do singular, a menos que haja solicitação do tema

(Exemplos: O que você acha sobre o aborto - ainda assim, pode-se usar a 3ª pessoa)

Evite usar palavras como "coisa" e "algo", por terem sentido vago. Prefira: elemento,

fator, tópico, índice, item etc.

Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto. Lance mão de sinônimos e

expressões que representem a idéia em questão.

Só cite exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar. Faça somente uma

breve menção.

A emoção não pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Atenção à

imparcialidade.

Evite o uso de etc. e jamais abrevie palavras

Não analisar assuntos polêmicos sob apenas um dos lados da questão

Exemplo de texto dissertativo:

A posição social da mulher de hoje

Ao contrário de algumas teses predominantes até bem pouco tempo, a maioria das

sociedades de hoje já começam a reconhecer a não existência de distinção alguma entre

homens e mulheres. Não há diferença de caráter intelectual ou de qualquer outro tipo

que permita considerar aqueles superiores a estas.

Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a participação ativa das mulheres em

inúmeras atividades. Até nas áreas antes exclusivamente masculinas, elas estão

presentes, inclusive em posições de comando. Estão no comércio, nas indústrias,

predominam no magistério e destacam-se nas artes. No tocante à economia e à política,

a cada dia que passa, estão vencendo obstáculos, preconceitos e ocupando mais espaços.

Cabe ressaltar que essa participação não pode nem deve ser analisada apenas pelo

prisma quantitativo. Convém observar o progressivo crescimento da participação

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feminina em detrimento aos muitos anos em que não tinham espaço na sociedade

brasileira e mundial.

Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos ainda perduram e emperram essa

revolução de costumes. A igualdade de oportunidades ainda não se efetivou por

completo, sobretudo no mercado de trabalho. Tomando-se por base o crescimento

qualitativo da representatividade feminina, é uma questão de tempo a conquista da real

equiparação entre os seres humanos, sem distinções de sexo.

4. Tipos de Discurso: Um texto é composto por personagens que falam, dialogam entre si, manifestam, enfim,

o seu discurso.

Há três recursos para citar o discurso alheio:

a) Discurso direto:

Parece que a agulha não disse nada: mas um alfinete, de cabeça grande e não menor

experiência, murmurou à pobre agulha:

- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar a vida,

enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para

ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -

Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

(Um apólogo.) Machado de Assis

O texto reproduz a fala do alfinete e do professor de melancolia. Em ambos os casos, a

reprodução da fala é com as próprias palavras deles, como se o leitor estivesse ouvindo

esses personagens literalmente.

Esse tipo de expediente é denominado de discurso direto, cujas marcas típicas são:

- vem introduzido por verbo que anuncia a fala do personagem (murmurou, disse).

Esses verbos são chamados de verbos de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar,

falar).

- normalmente, antes da fala do personagem, há dois pontos ou travessão.

- os pronomes, o tempo verbal e palavras que dependem de situação são usados

literalmente, determinados pelo contexto.

b) Discurso indireto:

D. Paula perguntou-lhe se o escritório era ainda o mesmo, e disse-lhe que descansasse,

que não era nada; dali a duas horas tudo estaria acabado.

Nessa passagem o narrador reproduz a fala da personagem literalmente, mas usa suas

próprias palavras.

A fala de D. Paula chega ao leitor por via indireta, por isso esse expediente é

denominado de discurso indireto, cujas marcas são:

- discurso indireto também é introduzido por verbo de dizer.

- vem separado da fala do narrador por uma partícula introdutória, normalmente a

conjunção que ou se.

- os pronomes, o tempo verbal e elementos que dependem de situação são determinados

pelo contexto do narrador: o verbo ocorre na 3ª pessoa.

Vejamos um confronto dos discursos direto e indireto.

- Discurso direto: D. Paula disse: - Daqui a duas horas tudo estará acabado.

- Discurso indireto: D. Paula disse que dali a duas horas tudo estaria acabado.

Na conversão do discurso direto para o indireto, as frases interrogativas, exclamativas e

imperativas passam todas para a forma declarativa.

c) Discurso indireto livre:

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Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente Sinhá

Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.

Baleia queria dormir. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças

se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O

mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

Aqui, quase não conseguimos observar os limites entre a fala do narrador e a do

personagem.

Somente observando o tempo verbal e os adjetivos é que supomos tratar-se do discurso

do personagem.

Para um esclarecimento melhor, observemos os discursos abaixo:

- Discurso direto: Baleia pensava: O mundo ficará todo cheio de preás, gordos,

enormes.

- Discurso indireto: Baleia pensava que o mundo todo ficaria todo cheio de preás,

gordos, enormes.

- Discurso indireto livre: O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

Notamos que o discurso indireto livre é um discurso que exclui os verbos de dizer e a

partícula introdutória.

Quanto à citação do discurso alheio, cada citação assume um papel distinto no interior

do texto, pois:

Ao escolher o discurso direto, cria-se um efeito de verdade, dando a impressão de

preservar a integridade do discurso.

Já a opção pelo discurso indireto cria diferentes efeitos de sentido.

O primeiro, que elimina elementos emocionais ou afetivos gera um efeito de sentido de

objetividade analítica, depreendendo apenas o que o personagem diz e não como diz.

O segundo tipo serve para analisar as palavras e o modo de dizer dos outros e não

somente o conteúdo de sua comunicação.

E o discurso indireto livre mescla a fala do narrador e do personagem. Do ponto de vista

gramatical, o discurso é do narrador; do ponto de vista do significado, o discurso é do

personagem.

O efeito de sentido do discurso indireto livre está entre a subjetividade e a objetividade.

COERÊNCIA E COESÃO

1. Coerência:

Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer,

discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado produzida sempre com

uma determinada intenção. Assim como a frase não é uma simples sucessão de palavras,

o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz

de estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso

ocorre, temos um texto em que há coerência.

A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que

devem estar encadeados logicamente. Cada segmento textual é pressuposto do segmento

seguinte, que por sua vez será pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma

cadeia em que todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra

nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um

anterior, perde-se a coerência textual.

A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extra verbal,

ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor.

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Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará

Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar",

percebemos que ela é incoerente em decorrência da incompatibilidade entre um

conhecimento prévio que temos da realizada com o que se relata. Sabemos que,

considerando uma realidade "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).

Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima poderia fazer

sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto seria a "anormalidade" e

prevaleceria a coerência interna da narrativa.

No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a realidade "normal" pré-

conhecida, para guardar a coerência o texto deve apresentar elementos lingüísticos

instruindo o receptor acerca dessa anormalidade.

Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do décimo andar e

não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um

verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalidade do fato narrado.

2. Coesão: A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E

a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa ligado), é a propriedade que os

elementos textuais têm de estar interligados. De um fazer referência ao outro. Do

sentido de um depender da relação com o outro. Preste atenção a este texto, observando

como as palavras se comunicam, como dependem uma das outras.

São Paulo: Oito pessoas morrem em queda de avião Das Agências

Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes e uma mulher

que viu o avião cair morreram

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes,

além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião (1) bimotor Aero

Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo

PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara,

Zona Sul de São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu

mais três residências.

Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi

candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta página); o

piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva

Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus

(4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o

marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de

cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico

Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião

(1) Rockwell Aero Commander 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao

velório do filho (7) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir

a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de Congonhas

às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu

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na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de vila fechada, próxima à

avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul

de São Paulo. Ainda não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha

caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora

no mínimo 60 dias para ser concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em cima de

quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1)

ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e

queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram

socorridos no Pronto Socorro de Santa Cecília.

Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no acidente. Ele foi

retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à clareza e à compreensão do

texto. A memória do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, o avião

fosse citado uma vez no primeiro parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no

último, talvez a clareza da matéria fosse comprometida.

E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mecanismos:

a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Pode

perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente por ele ter sido o

veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é um dos

principais elementos de coesão do texto jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve

dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser

considerada a mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos

vestibulares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um número

elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.

b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o

mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez citado o

nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como se observa com

o elemento (7), na última linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -,

repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de

celebridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a

nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para

o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à prefeitura de

Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo

primeiro nome, a não ser nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da

matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais propriedade.

c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto

da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o empresário Silvio

Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas

eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio

da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo

após as palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião,

obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um

piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de

elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram

feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e

queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um

elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três

pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

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d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já

citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição, que é o

mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra

palavra (ou grupo de palavras). Confira os principais elementos de substituição:

Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou acompanhar um

nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em um parágrafo

ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de substituição

pronominal: o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4)

filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o

marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus

retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído

com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de

Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as três pessoas que

estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não sofreram ferimentos graves.

Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um

elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo

leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua relação com o

elemento qualificado.

Exemplos:

a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou

há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto presidente retoma

Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro

dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do

Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um

do mundo, etc.

Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido)

dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi demolido às 15h. Muitos

curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo (edifício

retoma prédio. Ambos são sinônimos).

Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles.

Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. Exemplos: Uma fila de

centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis, como sinal de

protesto contra o aumentos dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...

(paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar

o trânsito da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências

(o nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-exemplo)

Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou

grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a que

esse elemento pertença: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da

Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira encontrada... (protesto retoma toda a

idéia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram

encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos

animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem

atribuir a eles).

Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar: Em São

Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá

retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos

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referenciais, isto é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde,

lá, etc.

Observação: É mais freqüente a referência a elementos já citados no texto. Porém, é

muito comum a utilização de palavras e expressões que se refiram a elementos que

ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como

um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5)

era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A

palavra região serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma

região do país), que só é citada na linha seguinte.

Conexão:

Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a

propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na

Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos

pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais

elementos conectivos, agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr

Garcia (Comunicação em Prosa Moderna).

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em

princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente,

primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).

Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então,

enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que,

pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim,

finalmente agora atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente às vezes,

eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo

tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto,

quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as

vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim

também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia,

de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o

mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.

Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima,

por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não

apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente).

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é

certo, se é que.

Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente,

sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de

repente, imprevistamente, surpreendentemente.

Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é,

quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.

Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a

finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.

Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora,

mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela,

aquilo, ante, a.

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Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em

resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre

vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.

Causa e conseqüência. Explicação: por conseqüência, por conseguinte, como

resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto,

tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (=

porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo,

exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda

que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos

que, só que, ao passo que.

Idéias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Para compreender os conceitos de denotação e conotação é preciso observar que o signo

lingüístico é constituído de duas partes distintas, embora uma não exista separada da

outra.

Isto quer dizer que o signo tem uma parte perceptível (constituído de som e

representado por letra) e uma parte inteligível (constituída de conceito [imagem mental

por meio da qual representamos um objeto]).

Essa parte perceptível é denominada significante ou plano de expressão.

Já a parte inteligível é denominada significado ou plano de conteúdo.

Quando um plano de expressão (significante) for suporte para mais de um plano de

conteúdo (significado) temos a polissemia.

Assim o significante linha pode denotar os significados:

material para costurar ou bordar,

atacantes de futebol,

trilhos de trem ou bonde,

conduta de um indivíduo ou postura.

No entanto, a polissemia não deve ser vista como um problema, uma vez que será

neutralizada pelo contexto.

Pois assim que se insere no contexto a palavra perde seu caráter polissêmico e ganha um

significado específico, passando a ser denominado de significado contextual.

A costureira, de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na agulha.

O técnico deslocou o jogador da linha para a defesa.

As linhas de bonde foram cobertas pelo asfalto.

O conferencista, apesar da agressividade da platéia, não perdeu a linha.

Dessa maneira percebemos que o significado contextual é fundamental para

entendermos um texto.

A denotação é a relação existente entre o plano de expressão e o plano de conteúdo, ou

seja, o significado denotativo é o conceito ao qual nos remete certo significante.

No entanto, um termo além do seu significado denotativo, pode vir acrescido de outros

significados paralelos.

Esses novos valores constituem aquilo que denominamos sentido conotativo, ou seja, o

acréscimo de um novo valor constitui a conotação, que consiste num novo plano de

conteúdo para o signo que já tinha um significado denotativo.

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Assim duas palavras podem ter a mesma denotação e conotação completamente distinta,

uma vez que policial e meganha tem a mesma denotação, mas conotação totalmente

diferente.

O sentido conotativo varia de cultura para cultura, de classe social para classe social ou

de época para época.

PARÁFRASE, PERÍFRASE, SÍNTESE E RESUMO

1. Paráfrase:

Paráfrase é a reprodução explicativa de um texto ou de unidade de um texto, por meio

de uma linguagem mais longa. Na paráfrase sempre se conservam basicamente as idéias

do texto original. O que se inclui são comentários, idéias e impressões de quem faz a

paráfrase. Na escola, quando o professor, ao comentar um texto, inclui outras idéias,

alongando-se em função do propósito de ser mais didático, faz uma paráfrase.

Parafrasear consiste em transcrever, com novas palavras, as idéias centrais de um texto.

O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou

esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de

uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a

paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa.

Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de

síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo

intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura moderna.

2. Perífrase: O povo lusitano foi bastante satirizado por Gil Vicente.

Utilizou-se a expressão "povo lusitano" para substituir "os portugueses". Esse rodeio de

palavras que substituiu um nome comum ou próprio chama-se perífrase.

Perífrase é a substituição de um nome comum ou próprio por um expressão que a

caracterize. Nada mais é do que um circunlóquio, isto é, um rodeio de palavras.

Outros exemplos: astro rei (Sol) | última flor do Lácio (língua portuguesa) | Cidade-Luz

(Paris) Rainha da Borborema (Campina Grande) | Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro).

3. Síntese: A síntese de texto é um tipo especial de composição que consiste em reproduzir, em

poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. Desse modo, só devem ser

aproveitadas as idéias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário.

Procedimentos:

1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assunto e assimilar as idéias principais; 2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais importantes, ou anotando à parte

os pontos que devem ser conservados; 3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendo a seqüência de idéias do texto

original; 4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos, ou fazendo quaisquer

adaptações conforme desejar; 5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar seu vocabulário. Mantenha,

porém, o nível de linguagem do autor; 6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a sintetizá-lo.

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4. Resumo: Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso saber tirar dele o que é mais

importante, facilitando o trabalho da memória. Saber resumir as idéias expressas em um

texto não é difícil. Resumir um texto é reproduzir com poucas palavras aquilo que o

autor disse.

Para se realizar um bom resumo, são necessárias algumas recomendações:

1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata. 2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases ou palavras importantes. Isto ajuda a

identificar. 3. Distinguir os exemplos ou detalhes das idéias principais. 4. Observar as palavras que fazem a ligação entre as diferentes idéias do texto, também

chamadas de conectivos: "por causa de", "assim sendo", "além do mais", "pois", "em decorrência de", "por outro lado", "da mesma forma".

5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada um encerra uma idéia diferente. 6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há uma estrutura coerente, isto é, se todas

as partes estão bem encadeadas e se formam um todo. 7. Num resumo, não se devem comentar as idéias do autor. Deve-se registrar apenas o

que ele escreveu, sem usar expressões como "segundo o autor", "o autor afirmou que".

8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo de assunto abordado. É recomendável que nunca ultrapasse vinte por cento da extensão do texto original.

9. Nos resumos de livros, não devem aparecer diálogos, descrições detalhadas, cenas ou personagens secundárias. Somente as personagens, os ambientes e as ações mais importantes devem ser registrados.

SIGNIFICAÇÃO IMPLÍCITA Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

A frase transmite duas informações: ele freqüentou um curso superior, aprendeu

algumas coisas.

No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita uma crítica ao

sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da preposição mas.

Assim percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode ser apresentado por

um texto é o fato dele dizer aquilo que parece não dizer, ou seja, é a presença de

enunciados subentendidos ou pressupostos.

Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as entrelinhas do texto, isto é,

quando capta as mensagens implícitas.

Para não cair na exploração maliciosa de alguns textos que abusam dos aspectos

subentendidos ou pressupostos devemos saber que:

Pressupostos são idéias não expressas de maneira explícita, mas que pode ser percebida

a partir de certas palavras ou expressões utilizadas.

O tempo continua chuvoso (chove no momento - informação implícita estava chovendo

antes)

Pedro deixou de fumar (não fuma no momento - informação implícita fumava antes)

Quanto a utilização de pressupostos devemos saber que eles devem ser sempre

verdadeiros ou aceitos como verdadeiros, pois são eles que construirão informações

explícitas. Sendo o pressuposto falso, a informação explícita não terá cabimento.

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Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a interpretação textual,

uma vez que esse recurso argumentativo não é posto em discussão pelo autor do texto,

fato que aprisiona o leitor ao pensamento do autor e o leva a defender opiniões

contrárias a suas.

Os pressupostos são marcados por:

certos advérbios - Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. (Pressuposto

- Os resultados já deviam ter chegado ou Os resultados vão chegar mais tarde.)

certos verbos - O caso do contrabando tornou-se público. (Pressuposto - O caso não era

público.)

orações adjetivas - Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses,

não pensam no povo. (Pressuposto - Todos os candidatos a prefeito têm interesses

individuais.)

adjetivos - Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. (Pressuposto -

Existem partidos radicais no Brasil.)

Subentendidos são insinuações escondidas por trás de uma afirmação. (Quando um

fumante com o cigarro pergunta: Você tem fogo? Por trás dessa pergunta subentende-se:

Acenda-me o cigarro por favor.

Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como indiscutível para o falante e o

ouvinte, não permitindo contestações; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte,

uma vez que o falante esconde-se por trás do sentido literal das palavras.

O subentendido pode ser uma maneira encontra pelo falante para transmitir algo sem se

comprometer com a informação.

NÍVEIS DE LINGUAGEM A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se

comunicar.

Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais:

1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que

compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma lingüística utilizada

pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua

utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão,

jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola,

prestando serviço à sociedade, colaborando na educação, e não justamente o contrário;

2) a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que

apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.

Norma culta:

A norma culta, forma lingüística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a

unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do

ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.

Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e

dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:

Estou preocupado. (norma culta)

Tô preocupado. (língua popular)

Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)

Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua popular,

captando-lhe a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para viver; urge

conhecer a língua culta para conviver.

Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da língua culta.

O conceito de erro em língua:

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Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que

normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num

momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente

erro; na verdade, transgride a norma culta.

Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um

indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa

praia, vestido de fraque e cartola.

Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou

solene.

O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos,

parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções

do tipo:

Eu não vi ela hoje.

Ninguém deixou ele falar.

Deixe eu ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuse!

Não assisti o filme nem vou assisti-lo.

Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.

Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres os

interlocutores.

O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma

de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a

norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:

Eu não a vi hoje.

Ninguém o deixou falar.

Deixe-me ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuses!

Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.

Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.

Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunicação de massa (rádio,

televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgressões

da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que

deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário.

O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por

construções de rara beleza.

Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão,

ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete,

passando, assim, a constituir fato lingüístico registro de linguagem definitivamente

consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.

Exemplos:

Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)

Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)

Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dispersar e Não vamos dispersar-

nos.)

Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.)

O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.)

Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em virtude do seu significado, não

poderia ser adjetivo associado a indústria, já que não existe indústria que se pode tecer.

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Hoje, porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da indústria de fibra

têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.

As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir, despedir e desimpedir,

respectivamente, são exemplos também de transgressões ou "erros" que se tornaram

fatos lingüísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais verbos como

derivados de pedir, que tem, início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se

arcaizarem as formas então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje nenhuma

pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar.

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar palavras como corrigir e

correto, quando nos referimos a frases. "Corrija estas frases" é uma expressão que deve

dar lugar a esta, por exemplo: "Converta estas frases da língua popular para a língua

culta".

Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase "errada"; é, na verdade,

uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma

culta.

Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:

A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos

próprios da língua falada.

A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas

(intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos,

olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais

criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a

transformações e a evoluções.

Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas principalmente,

costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior.

Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre

estão atentos.

Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as

vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou

inferioridade, que em verdade inexiste.

Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo

interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de

dialetos, conseqüência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.

A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é a

modalidade que mantém a unidade lingüística de um povo, além de ser a que faz o

pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais

detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se

processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a

modalidade falada.

Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma lingüística,

deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

O ambiente sociocultural determina. O nível da linguagem a ser empregado. O

vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um

padre não fala com uma criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma

criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um

mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor

utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, se destacam em

importância o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência.

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A gíria:

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da linguagem.

Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar?

O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de comunicação,

desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário

oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que

denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à

mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, que estamos falando em gíria, e não em

calão.

Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita

não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a

visível intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre

amigos, familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal.

1. Narração: Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando dados reais e

imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham

relação de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada em verbos de ação e

conectores temporais.

A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma

em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa ativamente dos

fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem). Já

a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até

mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).

O bom autor toma partido das duas opções de posicionamento para o narrador, a fim de

criar uma história mais ou menor parcial, comprometida. Por exemplo, Machado de

Assis, ao escrever Dom Casmurro, optou pela narrativa em 1ª pessoa justamente para

apresentar-nos os fatos segundo um ponto de vista interno, portanto mais parcial e

subjetivo.

1.2 Elementos básicos da narrativa: Fato - o que se vai narrar (O quê?)

Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)

Lugar - onde o fato se deu (Onde?)

Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)

Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)

Modo - como se deu o fato (Como?)

Conseqüências (Geralmente provoca determinado desfecho)

A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes maneiras: piada, peça

teatral, crônica, novela, conto, fábula etc.

Uma narrativa pode trazer falas de personagens entremeadas aos acontecimentos, faz-se

uso dos chamados discursos: direto, indireto ou indireto livre.

No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da própria personagem. Para tanto,

recomenda-se o uso de algumas notações gráficas que marquem tais falas: travessão,

dois pontos, aspas. Mais modernamente alguns autores não fazem uso desses recursos.

O discurso indireto apresenta as palavras das personagens através do narrador que

reproduz uma síntese do que ouviu, podendo suprimir ou modificar o que achar

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necessário. A estruturação desse discurso não carece de marcações gráficas especiais,

uma vez que sempre é o narrador que detém a palavra. Usualmente, a estrutura traz

verbo dicendi (elocução) e oração subordinada substantiva com verbo num tempo

passado em relação à fala da personagem.

Quanto ao discurso indireto livre, é usado como uma estrutura bastante informal de

colocar frases soltas, sem identificação de quem a proferiu, em meio ao texto. Trazem,

muitas vezes, um pensamento do personagem ou do narrador, um juízo de valor ou

opinião, um questionamento referente a algo mencionado no texto ou algo parecido.

Esse tipo de discurso é o mais usado atualmente, sobretudo em crônicas de jornal,

histórias infantis e pequenos contos.

2. Descrição: Caracteriza-se por ser um "retrato verbal" de pessoas, objetos, animais, sentimentos,

cenas ou ambientes. Entretanto, uma descrição não se resume à enumeração pura e

simples. O essencial é saber captar o traço distintivo, particular, o que diferencia aquele

elemento descrito de todos os demais de sua espécie.

Os elementos mais importantes no processo de caracterização são os adjetivos e

locuções adjetivas. Desta maneira, é possível construir a caracterização tanto no sentido

denotativo quanto no conotativo, como forma de enriquecimento do texto.

Enquanto uma narração faz progredir uma história, a descrição consiste justamente em

interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar, etc.

2.1 Elementos básicos de uma descrição: nomear / identificar - dar existência ao elemento (diferenças e semelhanças)

localizar / situar - determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e no espaço

qualificar - testemunho do observador sobre os seres do mundo

A qualificação constitui a parte principal de uma descrição. Qualificar o elemento

descrito é dar-lhe características, apresentar um julgamento sobre ele. A qualificação

pode estar no campo objetivo ou no subjetivo. Uma forma muito comum de

qualificação é a analogia, isto é, a aproximação pelo pensamento de dois elementos que

pertencem a domínios distintos. Pode ser feita através de comparações ou metáforas.

2.2 Descrição subjetiva X Descrição objetiva: objetiva - sem impressões do observador, tentando maior proximidade com o real

subjetiva - visão do observador através de juízos de valor

No terreno objetivo temos as informações (dados do conhecimento do autor do texto:

livro comprado em Lisboa), as caracterizações (dados que estão no objeto de descrição:

livro vermelho). Já no subjetivo, estão as qualificações (impressões subjetivas sobre o

ser ou objeto: livro interessante). O ideal é que uma descrição possa fundir a

objetividade, necessária para a "pintura" ser a mais verídica possível, e a subjetividade

que torna o texto bem mais interessante e agradável. Sendo assim, a descrição deve ir

além do simples "retrato", deve apresentar também uma interpretação do autor a

respeito daquilo que descreve.

3. Dissertação Introdução A folha em branco, o tempo passando. As unhas roídas, o tema dado e nenhuma idéia.

Muitas pessoas já passaram por uma situação semelhante, em que não sabiam

absolutamente por onde começar a escrever sobre determinado assunto.

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Escrever pode ser fácil para qualquer pessoa, desde que esta queira se empenhar para

tanto. Não há mágicas ou fórmulas práticas para aprender a escrever. Na verdade, é um

trabalho que depende sobremaneira do empenho do interessado em aprender.

Para este intento, algumas dicas práticas podem ser dadas para auxiliar, mas nada

substitui a necessidade de escrever sempre. O ato da escrita deve se tornar algo natural,

a fim de afastar o fantasma do "branco total". Além disso, a leitura e a atualização de

informações também colaboram muito na qualidade do texto.

O objetivo da redação é chegar a um texto que será tão repleto de escolhas pessoais

(idéias, palavras, estruturas frasais, organização, exemplos) que, até partindo de um

mesmo assunto geral, milhares de pessoas podem chegar a um bom resultado

apresentando trabalhos nitidamente diferentes.

Para desenvolver esse trabalho, a presente apostila direciona-se ao estudo dissertativo.

Será considerada uma média de trinta linhas para as redações, sobretudo no tocante à

distribuição destas linhas nas subdivisões textuais apresentadas

Muitas vezes, as maiores dificuldades estão na concretização das idéias no papel. Para

auxiliar neste processo, a apostila conta também com um suporte de Língua Portuguesa.

A preocupação aqui não é de nomenclaturas ou classificações, o que teve relevo foi a

funcionalidade lingüística no momento da escrita.

Alguns pontos merecem destaque especial para um aprimoramento da escrita:

ler mais

adquirir o hábito de escrever

pontuar adequadamente

organizar idéias

construir períodos mais curtos

Estrutura textual Assunto

Delimitar um aspecto acerca do tema proposto é importante para uma boa abordagem

do assunto. Não se poderá fazer uma análise aprofundada se o tema for amplo, por isso

especifica-se o assunto a ser tratado.

A escolha do aspecto, entretanto, não pode restringir demais o tema ou corre-se o risco

da falta de idéias.

Essa delimitação deve ser feita na introdução e, a partir daí, o leitor sabe que aquele

aspecto será explorado no decorrer do texto e a conclusão fará menção direta a ele.

Observe alguns exemplos:

televisão - a violência na televisão / a televisão e a opinião pública

a vida nas grandes cidades - a vida social dos jovens nas grandes cidades / os problemas

das grandes cidades

preconceitos - preconceitos raciais / causas do preconceito racial

progresso - vantagens e desvantagens sociais do progresso / progresso e evolução

humana

3.1 Parágrafos: São blocos de texto, cuja primeira linha inicia-se em margem especial, maior do que a

margem normal do texto. Concentram sempre uma idéia-núcleo relacionada diretamente

ao tema da redação.

Não há moldes rígidos para a construção de um parágrafo. O ideal é que em cada

parágrafo haja dois ou três períodos, usando pontos continuativos (na mesma linha)

intermediários.

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A divisão em parágrafos é indicativa de que o leitor encontrará, em cada um deles, um

tópico do que o autor pretende transmitir. Essa delimitação deve estar esquematizada

desde antes do rascunho, no momento do planejamento estrutural, assim a redação

apresentará mais coerência.

3.2 Qualidades de uma dissertação O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo. A coerência é um aspecto de

grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver

pormenores excessivos ou explicações desnecessárias. Todas as idéias apresentadas

devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele.

A originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais

textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o tema proposto.

Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução,

desenvolvimento e conclusão, respectivamente. As idéias distribuem-se de forma lógica,

sem haver fragmentação da mesma idéia em vários parágrafos.

Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as

idéias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é obrigatório, entretanto, o

emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas

sugestões e suas respectivas relações:

assim, desse modo - têm valor exemplificativo e complementar. A seqüência

introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que

se disse anteriormente.

ainda - serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de

determinada conclusão; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de

idéias qualquer.

aliás, além do mais, além de tudo, além disso - introduzem um argumento decisivo,

apresentado como acréscimo. Pode ser usado para dar um "golpe final" num argumento

contrário.

mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposição

entre dois enunciados.

embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrário para depois

negar seu valor de argumento, diminuir sua importância. Trata-se de um recurso

dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de

vista contrário.

este, esse e aquele - são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos

anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre

eles.

3.3 O que é dissertação Dissertar é um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas

para a elevação dos preços, para o aumento da violência nas cidades, para a repressão

dos pais. É mundial a preocupação com a bomba atômica, a AIDS, a solidão, a

poluição. Muitas vezes, em casos de divergência de opiniões, cada um defende seus

pontos de vista em relação ao futebol, ao cinema, à música.

A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de idéias pessoais,

opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou

aceitarem uma forma de pensar diferente. Em todas essas situações e em muitas outras,

utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a

fim de, por meio da apresentação de idéias, dados e conceitos, chegar-se a conclusões.

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Em suma, dissertação implica discussão de idéias, argumentação, organização do

pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. É, entretanto, necessário

conhecimento do assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante

desse assunto.

3.3.1 Argumentação A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o

assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de causa-conseqüência e pontos

favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.

Algumas expressões indicadoras de causa e conseqüência:

causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de

conseqüência: conseqüentemente, em decorrência, como resultado, efeito de

Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de

opiniões: em contrapartida, se por um lado... / por outro... , xxx é um fenômeno

ambíguo, enquanto uns afirmam... / outros dizem que...

Exemplo de argumentação para a tese de que as abelhas são insetos extraordinários:

porque tem instinto muito apurado

porque são organizadas em repúblicas disciplinadas

porque fornecem ao homem cera e mel

apesar de seus ferrões e de sua força quando constituem um enxame

Mesmo quando se destacam características positivas, é bom utilizar ponto negativo.

Neste caso, destaca-se que a importância dos pontos positivos minimizam a

negatividade do outro argumento.

3.4 Partes de uma dissertação Introdução:

Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por

uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as

explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética,

pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.

A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras:

Constatação do problema Exemplos: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos

está promovendo uma mobilização político-social.

Delimitação do assunto Exemplos: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos

turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de

violência urbana.

Definição do tema Exemplos: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está

mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço

para sua erradicação.

Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria

suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no

desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e conseqüências,

prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada

uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento.

Observe alguns exemplos:

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A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o

espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com

potencial até mesmo pedagógico.

(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento

educacional.)

Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse

processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar

novo racionamento.

(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com

distribuição da energia gerada no Brasil e a conseqüência do racionamento do uso de

energia)

A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o

número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera

preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e "funkeiros"

Desenvolvimento:

Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o

corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o

momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar

para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.

Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas,

aproximadamente.

A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e

conseqüências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a

base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos tipos de argumentos;

logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.

A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa

abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é:

- Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.

- Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à

sociedade brasileira atual.

A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada:

- 3 argumentos: um parágrafo explica cada um dos argumentos;

- causas e conseqüências: podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-

se causas e conseqüências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma

conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos.;

- prós e contras: são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências,

substituídas por prós e contras.

- abordagem histórica: compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e

conseqüências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de

que não se tenha certeza.

- abordagem comparativa: usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no

decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as

duas ao mesmo tempo.

É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da

questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando

bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores

conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-

lo.

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Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se

apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.

Encontre uma causa e uma conseqüência relacionados à proposição abaixo e construa

um parágrafo para cada argumento:

O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas

A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação

Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase:

Precariedade do sistema de transportes

Alto índice de mortalidade infantil

Congestionamento nas grandes cidades

Aponte três conseqüências para os temas abaixo e construa um parágrafo

fundamentando cada uma.

Baixo índice de mão-de-obra especializada

Falta de investimento em tecnologia

Uso de agrotóxicos

Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir.

Construa um parágrafo envolvendo suas idéias.

As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação

Conclusão:

Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter,

assim como a introdução, em torno de 5 linhas.

Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis

soluções para o problema apresentado.

Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.

Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se

que, enfim...

Evitar numa dissertação:

Após o título de uma redação não coloque ponto.

Ao terminar o texto, não coloque qualquer coisa escrita ou riscos de qualquer natureza.

Detalhe: não precisa autografar no final também, e ainda assim será uma obra-prima.

Prefira usar palavras de língua portuguesa a estrangeirismos.

Não use chavões, provérbios, ditos populares ou frases feitas.

Não use questionamentos em seu texto, sobretudo em sua conclusão.

Jamais usar a primeira pessoa do singular, a menos que haja solicitação do tema

(Exemplos: O que você acha sobre o aborto - ainda assim, pode-se usar a 3ª pessoa)

Evite usar palavras como "coisa" e "algo", por terem sentido vago. Prefira: elemento,

fator, tópico, índice, item etc.

Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto. Lance mão de sinônimos e

expressões que representem a idéia em questão.

Só cite exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar. Faça somente uma

breve menção.

A emoção não pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Atenção à

imparcialidade.

Evite o uso de etc. e jamais abrevie palavras

Não analisar assuntos polêmicos sob apenas um dos lados da questão

Exemplo de texto dissertativo:

A posição social da mulher de hoje

Ao contrário de algumas teses predominantes até bem pouco tempo, a maioria das

sociedades de hoje já começam a reconhecer a não existência de distinção alguma entre

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homens e mulheres. Não há diferença de caráter intelectual ou de qualquer outro tipo

que permita considerar aqueles superiores a estas.

Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a participação ativa das mulheres em

inúmeras atividades. Até nas áreas antes exclusivamente masculinas, elas estão

presentes, inclusive em posições de comando. Estão no comércio, nas indústrias,

predominam no magistério e destacam-se nas artes. No tocante à economia e à política,

a cada dia que passa, estão vencendo obstáculos, preconceitos e ocupando mais espaços.

Cabe ressaltar que essa participação não pode nem deve ser analisada apenas pelo

prisma quantitativo. Convém observar o progressivo crescimento da participação

feminina em detrimento aos muitos anos em que não tinham espaço na sociedade

brasileira e mundial.

Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos ainda perduram e emperram essa

revolução de costumes. A igualdade de oportunidades ainda não se efetivou por

completo, sobretudo no mercado de trabalho. Tomando-se por base o crescimento

qualitativo da representatividade feminina, é uma questão de tempo a conquista da real

equiparação entre os seres humanos, sem distinções de sexo.

4. Tipos de Discurso: Um texto é composto por personagens que falam, dialogam entre si, manifestam, enfim,

o seu discurso.

Há três recursos para citar o discurso alheio:

a) Discurso direto:

Parece que a agulha não disse nada: mas um alfinete, de cabeça grande e não menor

experiência, murmurou à pobre agulha:

- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar a vida,

enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para

ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -

Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

(Um apólogo.) Machado de Assis

O texto reproduz a fala do alfinete e do professor de melancolia. Em ambos os casos, a

reprodução da fala é com as próprias palavras deles, como se o leitor estivesse ouvindo

esses personagens literalmente.

Esse tipo de expediente é denominado de discurso direto, cujas marcas típicas são:

- vem introduzido por verbo que anuncia a fala do personagem (murmurou, disse).

Esses verbos são chamados de verbos de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar,

falar).

- normalmente, antes da fala do personagem, há dois pontos ou travessão.

- os pronomes, o tempo verbal e palavras que dependem de situação são usados

literalmente, determinados pelo contexto.

b) Discurso indireto:

D. Paula perguntou-lhe se o escritório era ainda o mesmo, e disse-lhe que descansasse,

que não era nada; dali a duas horas tudo estaria acabado.

Nessa passagem o narrador reproduz a fala da personagem literalmente, mas usa suas

próprias palavras.

A fala de D. Paula chega ao leitor por via indireta, por isso esse expediente é

denominado de discurso indireto, cujas marcas são:

- discurso indireto também é introduzido por verbo de dizer.

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- vem separado da fala do narrador por uma partícula introdutória, normalmente a

conjunção que ou se.

- os pronomes, o tempo verbal e elementos que dependem de situação são determinados

pelo contexto do narrador: o verbo ocorre na 3ª pessoa.

Vejamos um confronto dos discursos direto e indireto.

- Discurso direto: D. Paula disse: - Daqui a duas horas tudo estará acabado.

- Discurso indireto: D. Paula disse que dali a duas horas tudo estaria acabado.

Na conversão do discurso direto para o indireto, as frases interrogativas, exclamativas e

imperativas passam todas para a forma declarativa.

c) Discurso indireto livre:

Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente Sinhá

Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.

Baleia queria dormir. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças

se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O

mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

Aqui, quase não conseguimos observar os limites entre a fala do narrador e a do

personagem.

Somente observando o tempo verbal e os adjetivos é que supomos tratar-se do discurso

do personagem.

Para um esclarecimento melhor, observemos os discursos abaixo:

- Discurso direto: Baleia pensava: O mundo ficará todo cheio de preás, gordos,

enormes.

- Discurso indireto: Baleia pensava que o mundo todo ficaria todo cheio de preás,

gordos, enormes.

- Discurso indireto livre: O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

Notamos que o discurso indireto livre é um discurso que exclui os verbos de dizer e a

partícula introdutória.

Quanto à citação do discurso alheio, cada citação assume um papel distinto no interior

do texto, pois:

Ao escolher o discurso direto, cria-se um efeito de verdade, dando a impressão de

preservar a integridade do discurso.

Já a opção pelo discurso indireto cria diferentes efeitos de sentido.

O primeiro, que elimina elementos emocionais ou afetivos gera um efeito de sentido de

objetividade analítica, depreendendo apenas o que o personagem diz e não como diz.

O segundo tipo serve para analisar as palavras e o modo de dizer dos outros e não

somente o conteúdo de sua comunicação.

E o discurso indireto livre mescla a fala do narrador e do personagem. Do ponto de vista

gramatical, o discurso é do narrador; do ponto de vista do significado, o discurso é do

personagem.

O efeito de sentido do discurso indireto livre está entre a subjetividade e a objetividade.

SIGNIFICAÇÃO IMPLÍCITA Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

A frase transmite duas informações: ele freqüentou um curso superior, aprendeu

algumas coisas.

No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita uma crítica ao

sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da preposição mas.

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Assim percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode ser apresentado por

um texto é o fato dele dizer aquilo que parece não dizer, ou seja, é a presença de

enunciados subentendidos ou pressupostos.

Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as entrelinhas do texto, isto é,

quando capta as mensagens implícitas.

Para não cair na exploração maliciosa de alguns textos que abusam dos aspectos

subentendidos ou pressupostos devemos saber que:

Pressupostos são idéias não expressas de maneira explícita, mas que pode ser percebida

a partir de certas palavras ou expressões utilizadas.

O tempo continua chuvoso (chove no momento - informação implícita estava chovendo

antes)

Pedro deixou de fumar (não fuma no momento - informação implícita fumava antes)

Quanto a utilização de pressupostos devemos saber que eles devem ser sempre

verdadeiros ou aceitos como verdadeiros, pois são eles que construirão informações

explícitas. Sendo o pressuposto falso, a informação explícita não terá cabimento.

Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a interpretação textual,

uma vez que esse recurso argumentativo não é posto em discussão pelo autor do texto,

fato que aprisiona o leitor ao pensamento do autor e o leva a defender opiniões

contrárias a suas.

Os pressupostos são marcados por:

certos advérbios - Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. (Pressuposto

- Os resultados já deviam ter chegado ou Os resultados vão chegar mais tarde.)

certos verbos - O caso do contrabando tornou-se público. (Pressuposto - O caso não era

público.)

orações adjetivas - Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses,

não pensam no povo. (Pressuposto - Todos os candidatos a prefeito têm interesses

individuais.)

adjetivos - Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. (Pressuposto -

Existem partidos radicais no Brasil.)

Subentendidos são insinuações escondidas por trás de uma afirmação. (Quando um

fumante com o cigarro pergunta: Você tem fogo? Por trás dessa pergunta subentende-se:

Acenda-me o cigarro por favor.

Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como indiscutível para o falante e o

ouvinte, não permitindo contestações; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte,

uma vez que o falante esconde-se por trás do sentido literal das palavras.

O subentendido pode ser uma maneira encontra pelo falante para transmitir algo sem se

comprometer com a informação.

NÍVEIS DE LINGUAGEM A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se

comunicar.

Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais:

1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que

compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma lingüística utilizada

pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua

utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão,

jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola,

prestando serviço à sociedade, colaborando na educação, e não justamente o contrário;

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2) a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que

apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.

Norma culta:

A norma culta, forma lingüística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a

unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do

ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.

Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e

dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:

Estou preocupado. (norma culta)

Tô preocupado. (língua popular)

Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)

Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua popular,

captando-lhe a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para viver; urge

conhecer a língua culta para conviver.

Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da língua culta.

O conceito de erro em língua:

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que

normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num

momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente

erro; na verdade, transgride a norma culta.

Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um

indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa

praia, vestido de fraque e cartola.

Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou

solene.

O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos,

parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções

do tipo:

Eu não vi ela hoje.

Ninguém deixou ele falar.

Deixe eu ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuse!

Não assisti o filme nem vou assisti-lo.

Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.

Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres os

interlocutores.

O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma

de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a

norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:

Eu não a vi hoje.

Ninguém o deixou falar.

Deixe-me ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuses!

Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.

Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.

Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunicação de massa (rádio,

televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgressões

da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que

deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário.

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O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por

construções de rara beleza.

Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão,

ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete,

passando, assim, a constituir fato lingüístico registro de linguagem definitivamente

consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.

Exemplos:

Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)

Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)

Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dispersar e Não vamos dispersar-

nos.)

Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.)

O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.)

Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em virtude do seu significado, não

poderia ser adjetivo associado a indústria, já que não existe indústria que se pode tecer.

Hoje, porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da indústria de fibra

têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.

As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir, despedir e desimpedir,

respectivamente, são exemplos também de transgressões ou "erros" que se tornaram

fatos lingüísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais verbos como

derivados de pedir, que tem, início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se

arcaizarem as formas então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje nenhuma

pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar.

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar palavras como corrigir e

correto, quando nos referimos a frases. "Corrija estas frases" é uma expressão que deve

dar lugar a esta, por exemplo: "Converta estas frases da língua popular para a língua

culta".

Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase "errada"; é, na verdade,

uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma

culta.

Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:

A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos

próprios da língua falada.

A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas

(intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos,

olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais

criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a

transformações e a evoluções.

Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas principalmente,

costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior.

Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre

estão atentos.

Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as

vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou

inferioridade, que em verdade inexiste.

Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo

interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de

dialetos, conseqüência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.

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A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é a

modalidade que mantém a unidade lingüística de um povo, além de ser a que faz o

pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais

detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se

processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a

modalidade falada.

Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma lingüística,

deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

O ambiente sociocultural determina. O nível da linguagem a ser empregado. O

vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um

padre não fala com uma criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma

criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um

mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor

utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, se destacam em

importância o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência.

A gíria:

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da linguagem.

Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar?

O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de comunicação,

desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário

oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que

denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à

mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, que estamos falando em gíria, e não em

calão.

Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita

não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a

visível intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre

amigos, familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal.

O que não se deve fazer numa redação:

- Começar usando palavras contidas no tema, como fazíamos na 1ª série da tia Teteca;

- Começar os parágrafos com as mesmas palavras, para ficar estético;

- Descuidar das margens e alinhamento dos parágrafos, inspirando-se em produções

impressionistas;

- Usar períodos muito longos e cheios de informações intercaladas em outras, para

complicar a vida do pobre corretor de sua redação;

- Entrar em desespero e arrancar os poucos cabelos ainda existentes;

- Rasurar, usar corretivos ou fazer aquele remendinho discreto como o carro dos

Bombeiros;

- Dar uma de esperto, fazendo uma introdução copiando a seguinte frase, original e

inédita: " O qualquer coisa é um fenômeno ambíguo", por não achar que existe outra

maneira;

- Usar aqueles chamados lugares-comuns para começar a bendita conclusão, inspirando-

se, quem sabe, naquele carrinho velho que só pegava no tranco;

- Explicar tão explicadinho cada detalhe que as benditas 30 linhas sejam poucas para o

seu testamento (não se esqueça daquela doação para a profª de redação e português);

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- Confundir os estilos, construindo um primor da Literatura Brasileira com uma

dissertação um pouco narrativa, descrevendo um fato;

- Achar que não tem assunto para tratar aquele tema, complicando o que é simples, só

para valorizar mais o curso e os seus professores (o corpo docente agradece a

homenagem, mas dispensa);

- Ficar uma hora para decidir sobre qual estilo e tema vai escrever, optando pelo

unidunitê, em vez de fazer a melhor escolha para você mesmo.

Temas metafóricos:

Muitas vezes, os temas propostos para uma redação não apresentam explicitamente um

assunto a ser abordado. Diante dessa situação, exige-se do candidato mais do que a

técnica redacional e o domínio da língua em sua modalidade formal. O poder de

abstração e a criatividade passam a ser instrumentos necessários nesse tipo de temática.

Não se pode pensar, entretanto, que tais habilidades são atributos genéticos. O

desenvolvimento desse raciocínio criativo é um trabalho que depende de prática e,

principalmente, do empenho do candidato.

Vamos observar alguns temas desse tipo e como o assunto pode ser extraído a partir de

uma análise mais criteriosa.

O que fazer diante do tema "Como sempre o mordomo é o culpado"?

Com certeza, não era para o candidato contar a história de seu tio-avô que foi inclusive

demitido quando era mordomo numa casa de janotas!

As palavras dizem mais nas entrelinhas que se pode imaginar. O advérbio "sempre" foi

associado a um julgamento humano: culpa do mordomo. É possível generalizar as

atitudes das pessoas?

Observe ainda a posição sócio-econômica de um mordomo. Pensando em termos mais

conotativos, o que representaria o mordomo numa estrutura social capitalista como a

nossa?

Diante dessas considerações puramente reflexivas e simples, pode-se depreender duas

estratégias de abordagem para o tema:

- questão das minorias injustiçadas;

- prejulgamento e preconceito.

Agora você já pode discorrer sobre o assunto e até propor outra estratégia. O tema é

seu!!

Como usar o gerúndio?

O emprego do gerúndio é considerado tão problemático que alguns escritores fazem

esforços para nunca empregá-lo. Podem-se observar, no entanto, alguns princípios

norteadores do uso dessa forma nominal.

O gerúndio constitui uma oração subordinada de caráter adverbial e, de certo modo,

também possui uma função adjetiva. Para ter um emprego claro, o gerúndio deve estar o

mais perto possível do sujeito ao qual se refere. Assim, Vi teu primo nadando não é o

mesmo que Nadando, vi teu primo.

O bom emprego do gerúndio traz significados distintos.

Gerúndio modal: Chegou cantando.

Gerúndio temporal: Indica contemporaneidade entre a ação expressa pelo verbo

principal e o gerúndio: Vi João passeando.

Gerúndio durativo: Ficou escrevendo sua redação.

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Gerúndio cuja ação é imediatamente anterior à do verbo principal: Levantando o

peso, deixou-o cair sobre o pé.

Gerúndio condicional: Tendo sido publicada a lei, obedeça-se!

Gerúndio causal: Conhecendo sua maneira de agir, não acreditei no que me disseram.

Gerúndio concessivo: Nevando muito, não iria à festa.

Gerúndio explicativo: Vendo que o leme não funcionava, o comandante chamou o

mecânico.

Alguns empregos do gerúndio devem ser evitados.

Quando as ações expressas pelos dois verbos: gerúndio e verbo principal não puderem

ser simultâneas: Chegou sentando-se. ou: Machado de Assis nasceu no Aio, estudando

com um amigo padre na infância.

Quando o gerúndio expressa qualidades e não comporta a idéia de contemporaneidade:

Vi um jardim florescendo.

Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo principal: O assaltante

fugiu, sendo detido duas horas depois. Seria melhor dizer: O assaltante fugiu e foi

detido duas horas depois.

Quando o gerúndio, copiando construção francesa (galicismo), passa a ter valor

puramente de adjetivo: Viu uma caixa contendo... A construção mais adequada seria:

Viu uma caixa que continha...

Como regra geral, pode-se dizer que o gerúndio está bem-empregado quando:

- há predominância do caráter verbal ou adverbial;

- caráter durativo da ação está claro;

- a ação expressa é coexistente ou imediatamente anterior à ação principal.

O uso do gerúndio será tão mais impróprio quanto mais se aproxime da função adjetiva,

ou da expressão de qualidades ou estados, ou quanto maior a distância entre o tempo da

ação expressa por ele e o tempo da ação do verbo principal.

O processo de redação: No processo de redação existe um plano estruturado para ligação lógica do que o

emissor codificador quer transmitir ao receptor ou decodificador da mensagem, ou

melhor, temos uma seqüência de idéias que geram um diálogo entre duas pessoas

(escritor e leitor) por meio de idéias que são tecidas por meio do tema proposto e

delimitado.

Formamos um plano de trabalho lógico ao leitor:

Introdução, que é o início de uma idéia geral e importante (objeto principal do trabalho).

Construímos o núcleo-frasal que será desenvolvido;

Desenvolvimento que é a manifestação do tema em todos os seus elementos (afirmação

ou negação). Nele se desenvolvem os elementos extrínsecos ou formais e os intrínsecos

(conceitos e argumentos) observando a clareza e a concisão do parágrafo.

Conclusão é o sintetizador do desenvolvimento e criador do elo final com a idéia geral

mencionada na introdução.

A estética de uma redação: No primeiro contato com a redação surge algo que torna importante o nosso ato de

escrever que se mantém na forma de passar a mensagem ao nosso leitor e a estética do

trabalho redacional, que mostra o quanto estamos interessados em que nosso

pensamento seja bem compreensível com lógica e clareza.

Surge então a busca por um trabalho mais limpo e com estética para a estrutura.

Ao formar um plano de trabalho para escrever sua redação, você deve visualizar

também a sua estética:

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- Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que

será a sua idéia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão;

- Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação

é o que mais tira pontos em uma redação;

- Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de

sílabas erroneamente como ca-rro (isto só acontece em espanhol e estamos escrevendo

na língua portuguesa);

- Nunca use gírias na redação, pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser

desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a seqüência do que vai ser

desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa;

- Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale;

- Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação!);

- Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silábica das palavras;

- Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel;

- Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para orientar seus

argumentos;

- Verifique sempre a estética: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e

principalmente a pontuação que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha

que é tão fácil pontuar!

- Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir

a letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço;

- A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê;

- Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;

- Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece

ser... Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores;

- Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente.". E de

"neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...".

Conselhos úteis: Em uma dissertação, nada é proibido, nada é obrigatório; tudo depende de bom-senso.

Portanto use sua inteligência, no momento de escrever uma redação.

Evite repetições de sons, de palavras e de idéias.

Palavras terminadas em ção, são, ssão, dade, mente provocam eco na sua redação.

A repetição de palavras denota vocabulário escasso.

A repetição de idéias demonstra falta de cultura, de conhecimento geral.

Em vez de substituir as repetições por sinônimos, reestruture o período, pois a idéia

continuará sendo repetida.

Reestruturar o período significa reescrevê-lo, dando outra formação sintática. Por

exemplo, em vez de escrever O homem está destruindo a Natureza, sem pensar no seu

próprio futuro reestruture para Destrói-se a Natureza, sem se importar com o futuro

Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos).

Por dois motivos: para evitar a repetição e para não elaborar períodos muito longos.

Não generalize; seja específico.

Utilize argumentos concretos, fatos importantes. Uma redação cheia de generalizações

demonstra a falta de cultura de seu autor, a falta de conhecimentos gerais, a falta de

contato com a realidade atual. Para evitar esse problema, leia bastante; leia jornais,

revistas, livros; assista a programas de reportagens, a filmes; interesse-se pela cultura;

alimente sua inteligência.

Não faça afirmações incoerentes.

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Como: Os jovens estão totalmente sem informações hoje...; Ninguém gosta de ler...;

Não há escritores bons hoje em dia.... A incoerência também demonstra falta de

conhecimento.

Não faça afirmações levianas.

Como: Todo político é corrupto...

Não afirme o que não pode ser provado.

Não escreva períodos muito curtos nem muito longos.

Evite mais de dois períodos por linha, ou seja, não coloque mais do que dois pontos

finais em uma mesma linha.

Evite escrever mais de duas linhas sem um ponto final sequer.

Não faça parágrafos muito curtos nem muito longos.

O ideal seria que os parágrafos contivessem, no mínimo, 4 linhas e, no máximo, 7

linhas.

Estruture adequadamente os períodos.

Períodos mal-estruturados demonstram falta de conhecimento da língua.

Observe a pontuação.

Nunca coloque vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o verbo e o seu

complemento.

- Não use expressões populares e cristalizadas pela população.

A dissertação é um trabalho técnico, portanto não se admitem expressões populares.

Expressões cristalizadas são frases comuns a qualquer cidadão, de qualquer nível

cultural.

Não use expressões vulgares.

Por ser um trabalho técnico, não há espaço para vulgaridades.

Não use linguagem figurada.

Todas as palavras da dissertação devem ser usadas em seu sentido exato.

Se for usar título, faça-o por meio de expressão curta.

Alguns concursos vestibulares exigem título na dissertação. Se for o caso, use poucas

palavras e só coloque ponto final, se usar verbo.

Cuidado com usos de conjunções: mas, porém, contudo são adversativas, indicam

fatores contrários; portanto, logo são conclusivas; pois é explicativa, e não causal.

Não deixe os parágrafos soltos.

Há de haver ligação entre eles. A ausência de elementos coesivos entre orações,

períodos e parágrafos é erro grave.

Não use a palavra eu nem a palavra você e evite a palavra nós.

A dissertação deve ser impessoal. Não se dirija ao examinador, como se estivesse

conversando com ele.

Não use palavras estrangeiras nem gírias.

Por ser trabalho técnico, use apenas palavras da Língua Portuguesa.

Atente para não elaborar frases ambíguas.

Se houver duplo sentido em uma frase, como o examinador saberá por qual optar?

Atente para não entrar em contradição.

Preste atenção a tudo o que for exposto na redação, para não dizer o contrário mais à

frente.

Lembre-se de que há quatro palavras muito importantes:

Originalidade e Criatividade - Não trabalhe com exemplos muito simples ou comuns;

seja criativo. Use sua inteligência.

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Homem e Sociedade - Tudo o que for colocado em sua redação deve ser importante

para a sociedade de um modo geral, e não apenas a você ou a um pequeno grupo de

pessoas.

REDAÇÃO OFICIAL

A redação oficial é caracterizada pela impessoalidade, uso do padrão culto de

linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Esses mesmos princípios aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre

permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige

o uso de certo nível de linguagem.

1. A Impessoalidade: O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações

oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades:

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado:

A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar

os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária

impessoalidade.

2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais: A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes

oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de

outro, de sua finalidade.

Por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e

concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão

culto é aquele em que:

a) se observam as regras da gramática formal e

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.

3. Formalidade e Padronização: A formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto

do qual cuida a comunicação.

A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta

diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.

4. Concisão e Clareza: Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo

de palavras.

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Para ela concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de

um tratamento personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por

definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos

textos;

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d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe

acrescentam.

5. Pronomes de Tratamento: O emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso

consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo: Presidente da República / Vice-Presidente da República /

Ministros de Estado / Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito

Federal / Oficiais-Generais das Forças Armadas / Embaixadores / Secretários-

Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial /

Secretários de Estado dos Governos Estaduais / Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores / Ministros do Tribunal de

Contas da União / Deputados Estaduais e Distritais / Conselheiros dos Tribunais de

Contas Estaduais / Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores / Membros de Tribunais /

Juízes / Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é

Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente

da República, / Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, /

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo

respectivo: Senhor Senador, / Senhor Juiz, / Senhor Ministro, / Senhor Governador.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por

Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Secretário de Estado da Saúde

00000-000 - Natal. RN

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Juiz de Direito da 10ª Vara Cível

Rua ABC, nº 123

01010-000 - Natal. RN

A Sua Excelência o Senhor

Deputado Fulano de Tal

Assembléia Legislativa

00000-000 - Natal. RN

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às

autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe

qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo

adequado é:

Senhor Fulano de Tal,

(...)

No envelope, deve constar do endereçamento:

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Ao Senhor

Fulano de Tal

Rua ABC, nº 123

12345-000 - Natal. RN

Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo

ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-

lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações

dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de

doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em

Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada

formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição,

em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

(...)

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre,

(...)

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais.

Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

(...)

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e

Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores,

Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes,

clérigos e demais religiosos.

6. Fechos para Comunicações: O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o

texto, a de saudar o destinatário. A legislação federal estabeleceu o emprego de somente

dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,

que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de

Redação do Ministério das Relações Exteriores.

7. Identificação do Signatário: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais

comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,

abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura) (espaço para assinatura)

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NOME

Chefe de Gabinete do Tribunal de Contas

NOME

Secretário de Estado da Tributação

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do

expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

NORMAS GERAIS DE ELABORAÇÃO:

Ao se elaborar uma correspondência deverão ser observadas as seguintes regras:

− utilizar as espécies documentais, de acordo com as finalidades expostas nas estruturas

dos modelos adiante expostos;

− utilizar os pronomes de tratamento, os vocativos, os destinatários e os endereçamentos

corretamente;

− utilizar a fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas

citações, e 10 nas notas de rodapé;

− para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes

Symbol e Wingdings;

− é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página.

No caso de Comunicação Interna, o destinatário deverá ser identificado pelo cargo, não

necessitando do nome de seu ocupante. Exceção para casos em que existir um mesmo

cargo para vários ocupantes, sendo necessário, então, um vocativo composto pelo cargo

e pelo nome do destinatário em questão.

Exemplo:

Ao Senhor Assessor

José Amaral

Quando um documento estiver respondendo à solicitação de um outro documento, fazer

referência à espécie, ao número e à data ao qual este se refere.

O assunto que motivou a comunicação deve ser introduzido no primeiro parágrafo,

seguido do detalhamento e conclusão. Se contiver mais de uma idéia deve-se tratar dos

diferentes assuntos em parágrafos distintos.

A referência ao ano do documento deverá ser feita após a espécie e número do

expediente, seguido de sigla do órgão que o expede.

CERTO: Ofício nº 23/2005-DAI/TCE

ERRADO: Ofício nº 23/TCE/DAI-2005

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) embora se refiram à

segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige à

comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa.

Exemplos:

Vossa Senhoria nomeará o substituto. Vossa Excelência conhece o assunto.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são

sempre os da terceira pessoa: "Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não

"Vossa...vosso...").

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir

com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

Assim, se o interlocutor for homem, o correto é "Vossa Excelência está atarefado"; se

for mulher,"Vossa Excelência está atarefada".

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SIGLAS E ACRÔNIMOS:

Sigla é a representação de um nome por meio de suas iniciais - Exemplos: INSS. Apesar

de obedecer às mesmas regras dispostas para as siglas, os acrônimos são distintos delas,

ou seja, são palavras formadas das primeiras letras ou de sílabas de outras palavras -

Exemplos: Bradesco;

em geral não se coloca ponto nas siglas; grafam-se em caixa alta as compostas apenas de consoante: FGTS; grafam-se em caixa alta as siglas que, apesar de compostas de consoante e de vogal,

são pronunciadas mediante a acentuação das letras: IPTU, IPVA, DOU; grafam-se em caixa alta e em caixa baixa os compostos de mais de três letras (vogais e

consoantes) que formam palavra: Bandern, Cohab, Ibama, Ipea, Embrapa.

Siglas e acrônimos devem vir precedidos de respectivo significado e de travessão em

sua primeira ocorrência no texto (Exemplos: Diário Oficial do Estado - DOE).

DESTAQUES:

Recurso tipográfico que estabelece contrastes, com o objetivo de propiciar saliências no

texto. Os mais comuns são os a seguir comentados.

Itálico - Convencionalmente, grafa-se em itálico títulos de livros, de periódicos, de

peças, de óperas, de música, de pintura e de escultura;

Assim como nomes de eventos e estrangeirismos citados no corpo do texto. Lembrar, no

entanto, que na grafia de nome de instituição estrangeira não se deve usar o itálico.

Contudo, no caso de o texto já estar todo ele grafado em itálico, o destaque de palavras

e de locuções de outros idiomas, ainda não adaptadas ao português, pode ser obtido com

o efeito contrário, ou seja, com a grafia delas sem o itálico; recursos esse conhecido

como "redondo".

Usa-se ainda o itálico na grafia de nomes científicos, de animais e vegetais (Exemplos:

Canis familiaris; Apis mellifera).

Pode-se adotar também, desde que sem exageros, o destaque do itálico na grafia de

palavras e/ou de expressões às quais se queira da ênfase.

Aspas - Usa-se grafar entre as aspas simples: a citação dentro de uma citação.

Já as aspas duplas, essas são adotadas para:

delimitar a indicação de citações diretas de até três linhas; destacar neologismos - sentido inusitado de uma palavra ou de uma expressão, ou

termos formados a partir de palavras de outra língua - "ajanelar o coração"; "deletar"; "zebra", como expressão de azar;

indicar um sentido não habitual - Exemplos: Havia um "porém" no olhar do diretor; destacar o valor - irônico ou afetivo de um termo - Exemplos: Ela era a "queridinha" do

papai.

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Negrito - O destaque do negrito é mais comumente usado na transcrição de entrevistas,

para separar perguntas de respostas; assim como, conforme antes mencionado, na

indicação de títulos e de subtítulos. Contudo, o negrito pode ser utilizado também,

comedidamente, na grafia de termos e/ou de expressões a que se queira dar ênfase.

Maiúsculas - Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de obras

artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúsculas (caixa alta - CA) é

convencionalmente usada na grafia de:

nomes próprios e de sobrenomes (José Ferreira) de cognomes (Ivan, o Terrível); de alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes dinásticos (os Médici);

topônimos (Brasília, Paris); regiões (Nordeste, Sul); nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação Getúlio Vargas,

Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas Americanas); nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia Militar); nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo); nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de Novembro); designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de unidades da

Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo); nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste); nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou político-

administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro); nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário Alvim); nome de

edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja do São José);

nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda); nome de corpo celeste, quando designativo astronômico ("A Terra gira em torno do

Sol"); nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei Afonso

Arinos).

Minúsculas - Além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do

ano, os dias da semana e os meses do ano, a letra minúscula (comumente chamada de

caixa baixa - Cb), é também usada na grafia de:

cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador, cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor, bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente, diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);

gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas); nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo); nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas, umbandistas); na palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo); nos termos designativos de instituições, quando esses não estão integrados no nome

delas - Exemplos: A Agência Nacional de Águas tem por missão (...), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas os compromissos relacionados a...;

nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Serra do Salitre);

prefixo Exemplos: ex-Ministro do meio Ambiente, ex-Presidente da República; nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;

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pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas Gerais, o sul do Pará - observe: "É bom morar na Região Norte do Brasil, mas muitos preferem o sul de São Paulo".

GRAFIA DE NUMERAIS:

Os numerais são geralmente grafados com algarismos arábicos. Todavia, em algumas

situações especiais é regra grafá-los, no texto, por extenso. Confira a seguir algumas

dessas situações:

de zero a nove: três livros, quatro milhões; dezenas redondas: trinta cadernos, setenta bilhões; centenas redondas: trezentos mil, novecentos trilhões, seiscentas pessoas.

Em todos os casos, porém, só se usam palavras quando não há nada nas ordens ou nas

classes inferiores (Exemplos: 14 mil, mas 14.200 e não 14 mil e duzentos; 247.320 e

não 247 mil e trezentos e vinte).

Acima do milhar, no entanto, dois recursos são possíveis:

aproximação de número fracionário, como em 23,7 milhões; desdobramento dos dois primeiros termos, como em 47 milhões e 642 mil.

As classes são separadas por pontos (Exemplos: 1.750 páginas), exceto no caso de ano

(Exemplos: em 1750), de código postal (Exemplos: CEP 70342-070) e de especificação

de caixa postal (Exemplos: 1011).

As frações são sempre indicadas por algarismos, exceto no caso de os dois elementos

dela se situarem entre um e dez (Exemplos: dois terços, um quarto, mas 2/12, 5/11 etc.).

Já as porcentagens, essas são indicadas (exceto no início de frase) por algarismos, os

quais são, por sua vez, sucedidos do símbolo próprio sem espaço: 86%, 135% etc.).

Os ordinais são grafados por extenso de primeiro a décimo, os demais devem ser

representados de forma numérica: terceiro, quinto, mas 13º, 47º etc.

As quantias são grafadas por extenso de um a dez (seis centavos, nove milhões de

francos) e com algarismos daí em diante (11 centavos, 51 milhões de francos). Porém,

quando ocorrem frações, registra-se a quantia exclusivamente de forma numérica (US$

325,60).

Os algarismos romanos são usados nos seguintes casos:

na designação de séculos: século XXI, século II a.C; na designação de reis, de imperadores, de papas etc.: Felipe IV, Napoleão II, João XXIII; na designação de grandes divisões das Forças Armadas: IV Distrito Naval, I Exército; no nome de eventos repetidos periodicamente: IX Bienal de São Paulo, XII Copa do

Mundo; na especificação de dinastias: II dinastia, IV dinastia.

Em se tratando de horas (hora legal), recomenda-se o uso de algarismos arábico,

seguido de abreviatura, sem espaço (Exemplos: 12h; das 13 às 18h30).

As datas devem ser grafadas por extenso, sem o numeral zero à esquerda. Exemplo: "4

de março de 1998, 1º de maio de 1998."

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Na ementa, no preâmbulo, na primeira remissão e na cláusula de revogação a data do

ato normativo deve ser grafada por extenso. Exemplo: Lei nº 8.112, de 11 de dezembro

de 1990. Nas demais remissões, a citação deve ser feita de forma reduzida. Exemplo:

Lei nº 8112, de 1990.

A identificação do ano não deve conter ponto entre a classe do milhar e a da centena.

Exemplo:

CERTO: 2005

ERRADO: 2.005

Convém que as décadas sejam grafadas em algarismos arábicos, e com a especificação

do século, para que não haja ambigüidades: década de 1920; década de 1870.

O Padrão Ofício:

Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma:

o ofício, o aviso e o memorando. Para uniformizá-los, adotou-se uma diagramação

única, que segue o padrão ofício.

Partes do documento no Padrão Ofício: O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:

Exemplos:

Mem. 123/2002-TCE Aviso 123/2002-TCE Of. 123/2002-SG/TCE

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:

Exemplo:

Brasília, 15 de março de 1991.

c) assunto: resumo do teor do documento

Exemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2002.

Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso

do ofício deve ser incluído também o endereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o

expediente deve conter a seguinte estrutura:

- introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o

assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: "Tenho a honra de", "Tenho

o prazer de", "Cumpre-me informar que", empregue a forma direta;

- desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia

sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior

clareza à exposição;

- conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição

recomendada sobre o assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam

organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:

- introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o

encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com

a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados

completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de

que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

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"Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do

Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata

da requisição do servidor Fulano de Tal."

ou

"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1º de

fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de

projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste."

- desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a

respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de

desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso

ou ofício de mero encaminhamento.

f) fecho;

g) assinatura do autor da comunicação; e

h) identificação do signatário.

Forma de diagramação:

Os documentos do Padrão Ofícial devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11

nas citações, e 10 nas notas de rodapé;

b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes

Symbol e Wingdings;

c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;

d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do

papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas

páginas pares ("margem espelho");

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;

f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;

g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;

h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada

parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em

branco;

i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas,

sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a

elegância e a sobriedade do documento;

j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão

colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;

l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de

tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos

documentos de texto;

n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto

preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;

o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte

maneira:

tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo

Exemplos: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002"

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Aviso e Ofício: Definição e Finalidade Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única

diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,

para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas

demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos

órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.

Forma e Estrutura Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo

do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula.

Exemplos:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República

Senhora Ministra

Senhor Chefe de Gabinete

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do

remetente:

- nome do órgão ou setor;

- endereço postal;

- telefone e endereço de correio eletrônico.

Memorando: Definição e Finalidade O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um

mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis

diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.

Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de

projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço

público.

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer

órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.

Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao

memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em

folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo

simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que

se historie o andamento da matéria tratada no memorando.

Forma e Estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de

que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

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Redação:

A elaboração de correspondências e atos oficiais deve caracterizar-se pela

impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e

uniformidade.

No caso da redação oficial, quem comunica é sempre a Administração Pública; o que e

comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão ou entidade que

comunica; o destinatário dessa comunicação é o público, o conjunto de cidadãos, ou

outro órgão ou entidade pública. A redação oficial deve ser isenta de interferência da

individualidade de quem a elabora.

As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecerem a certas regras

de forma. A clareza do texto, possibilitando imediata compreensão pelo leitor, o uso de

papéis uniformes e a correta diagramação são indispensáveis para a padronização das

comunicações oficiais. O texto deve ser conciso, transmitindo um máximo de

informações com um mínimo de palavras.

Identidade visual: Todos os papéis de expediente, bem como os convites e as publicações oficiais deverão

possuir a logomarca da TCE conforme disposto na Resolução nº 19, de 18 de maio de

2001, ou com norma que a suceder.

Logomarca, é a marca que reúne graficamente letras do nome de uma instituição e

elementos formais puros, abstratos. Pode-se ainda defini-la como qualquer

representação gráfica padronizada e distintiva utilizada como marca.

Artigos:

Na numeração de artigos em leis, decretos, portarias e outros textos legais, proceder-se-

á da forma como se segue:

Do artigo primeiro até o artigo nono, usa-se o numeral ordinal, ou seja 1º, 2º, 3º até o 9°,

precedido da forma abreviada de artigo - "Art.".

Exemplo:

"Art. 1º, Art. 2º, Art. 3º.... Art. 9º ".

Do artigo dez (inclusive) em diante, usa-se numeral cardinal, ou seja 10, 11, 12, 13 etc,

precedido da forma abreviada de Artigo - "Art.", e o numeral cardinal acompanhado de

ponto - "."

Exemplo:

"Art. 10.", "Art. 11.", "Art. 99.", "Art. 150." etc.

A indicação de artigo será separada do texto por dois espaços em branco, sem traços ou

outros sinais.

Exemplo:

Art. 1º Ao (nome do órgão) compete...

O texto de um artigo inicia-se sempre por letra maiúscula e termina com ponto, salvo

nos casos em que contiver incisos, quando deverá terminar por dois-pontos.

Em remissões a outros artigos do texto normativo, deve-se empregar a forma abreviada

"art." seguida do número correspondente.

Exemplo:

"... o art. 8º, no art. 15...".

Quando o número for substituído por um adjetivo (anterior, seguinte etc), a palavra

artigo deverá ser grafada por extenso.

Exemplo:

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"... no artigo anterior..."

O agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de

Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro; o de Livros a Parte.

Podem também ser subdivididos em "Disposições Preliminares", "Disposições Gerais",

"Disposições Finais" e "Disposições Transitórias".

As Subseções e Seções serão identificadas em algarismos romanos, grafadas em letras

minúsculas e em negrito.

Os Capítulos, os Títulos, os Livros e as Partes serão gravados em letras maiúsculas e

identificados por algarismos romanos. As Partes poderão desdobrar-se em Parte Geral e

Parte Especial, ou em parte expressas em numeral ordinal, por extenso.

O artigo desdobra-se em parágrafos ou em incisos.

Parágrafos:

O parágrafo constitui a imediata divisão de um artigo, em que se explica ou modifica a

disposição principal.

Quando um artigo contiver mais de um parágrafo, estes serão designados pelo símbolo

§, seguido de numeração ordinal até o nono parágrafo, inclusive.

Exemplo:

"§ 1º , § 2º, .....§ 9º...

A partir do parágrafo de número 10 (inclusive), usa-se o símbolo §, seguido de

numeração cardinal e de ponto.

Exemplo:

"§ 10., § 11." etc.

Se houver apenas um parágrafo deve-se grafá-lo como "Parágrafo único" e não "§

único", seguido de ponto e separado do texto normativo por 2 espaços em branco.

Nas referências "Parágrafo único", "Parágrafo anterior", "Parágrafo seguinte" e

semelhantes, a grafia é por extenso. O texto dos parágrafos inicia-se com maiúscula e

encerra-se com ponto, salvo se for desdobrado em incisos, caso em que deverá findar

por dois-pontos.

Os parágrafos desdobram-se em incisos.

Incisos:

O inciso é utilizado como elemento discriminativo de artigo, se o assunto nele tratado

não puder ser condensado no próprio artigo ou se mostrar adequado a constituir

parágrafo.

O inciso serve para divisão imediata do artigo ou do parágrafo.

Os incisos dos artigos devem ser designados por algarismos romanos, seguidos de hífen,

o qual é separado do algarismo e do texto por um espaço em branco, e iniciados por

letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio.

Ao final os incisos são pontuados com ponto-e-vírgula exceto o último, que se encerra

em ponto, e aquele que contiver desdobramento em alíneas, encerra-se por dois-pontos.

Os incisos desdobram-se em alíneas.

As alíneas (ou letras) são os desdobramentos dos incisos e deverão ser grafadas com a

letra minúscula seguindo o alfabeto e acompanhada de parêntese, separado do texto por

um espaço em branco.

Exemplo: "a), b)" etc.

Quando houver necessidade de desdobramento de alíneas em itens, estes deverão ser

grafados em algarismos arábicos, seguidos de ponto e separados do texto por um espaço

em branco.

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O texto dos itens inicia-se por letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e

termina em ponto-e-vírgula, dois pontos, quando se desdobrar em itens, salvo o último,

que se encerra por ponto.

Exemplo:

a) Representação do Ministério do....... tem a seguinte estrutura:

1. serviço de Planejamento e Desenvolvimento de Programas Educacionais;

2. serviço de Análise, Registro e Apoio Técnico;

3. serviço de Administração.

b) etc.

As alíneas se desdobram em itens.

O texto do item inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e

termina com ponto-e-vírgula ou ponto, caso seja o último e anteceda artigo ou

parágrafo.

Nas seqüências de incisos, alíneas ou itens, o penúltimo elemento será pontuado com

ponto e vírgula, seguido da conjunção "e", quando de caráter cumulativo, ou da

conjunção "ou", se a seqüência for disjuntiva.

Utiliza-se um espaço simples entre capítulos, seções, artigos, parágrafos, incisos, alíneas

e itens.

Quaisquer referências a números e percentuais feitas no texto, devem ser grafadas por

extenso (trinta, quinze, zero, vírgula zero, vinte e dois por cento), exceto data, número

de ato normativo e em casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto.

Encaminhamento: Os atos que forem encaminhados para publicação no Diário Oficial da União - DOU

deverão obedecer aos critérios estabelecidos pela Imprensa Nacional - IN, por meio da

Portaria nº 310, de 16 de dezembro de 2002, ou pela legislação que a suceder.

Os projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal

devem obedecer aos critérios estabelecidos pelo Decreto nº 4.176, de 28 de março de

2002 ou pela legislação que o suceder.

Apostila: Apostila é a averbação, feita abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias

pessoais (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, reversão,

aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa,

disponibilidade e aposentadoria), para que seja corrigida flagrante inexatidão material

do texto original (erro na grafia de nomes próprios, lapso na especificação de datas etc.),

desde que essa correção não venha a alterar a substância do ato já publicado. Deve ser

publicada no Boletim de Serviço ou no Boletim Interno e quando se tratar de ato

referente a Ministro de Estado, também no Diário Oficial.

Tratando-se de erro material em decreto pessoal, a apostila deve ser feita pelo Ministro

de Estado que o propôs. Se o lapso houver ocorrido em portaria pessoal, a correção por

apostilamento estará a cargo do Ministro ou Secretário signatário da portaria. Nos dois

casos, a apostila deve ser sempre publicada no Boletim de Serviço ou no Boletim

Interno e, quando se tratar de ato referente a Ministro de Estado, também no Diário

Oficial da União.