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Alm do Primeiro Lugar em Exportaes de Carne Bovina:

O PRODUTO INTERNO BRUTO DO AGRONEGCIO PARANAENSE [email protected]

APRESENTACAO ORAL-Estrutura, Evoluo e Dinmica dos Sistemas Agroalimentares e Cadeias AgroindustriaisRICARDO KURESKI1; KATY MAIA2; ROSSANA LOTT RODRIGUES3. 1.PUCPR - IPARDES, CURITIBA - PR - BRASIL; 2,3.UEL, LONDRINA - PR - BRASIL.O PRODUTO INTERNO BRUTO DO AGRONEGCIO PARANAENSE 2006

The Gross Domestic Product of the Agribusiness of Paran - 2006Grupo de Pesquisa: Estrutura, Evoluo e Dinmica dos Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais

Resumo

Este artigo tem por objetivo demonstrar a mensurao do Produto Interno Bruto do agronegcio paranaense, alm de apresentar os clculos dos ndices puros de ligao. Os resultados encontrados indicam que o Produto Interno Bruto do agronegcio corresponde a 34,06% da economia paranaense em 2006, ou seja, 40.737 bilhes de reais. Esses resultados tambm apontam que a agroindstria superou em 1,30% a participao da agropecuria no conjunto de atividades do agronegcio. No que diz respeito atividade de alimentos e bebidas, constata-se que esta ficou classificada na primeira posio nos ndices puros de ligao.Palavras-chaves: Agronegcio, Produto Interno Bruto, Matriz de Insumo-Produto, Paran

AbstractThe objective of this article is to demonstrate how to measure the Gross Domestic Product of the agribusiness of Paran, besides presenting the calculations of the pure rates of linkage. The considered results indicate that the Gross Domestic Product of the agribusiness corresponds to 34,06% of the economy of Paran in 2006, that is to say 40.737 billion reais. They also indicate that the agroindustry surpassed the participation of the agriculture in the set of activities of the agribusiness in 1,30%. What concerns the activity of foods and drinks, it is noticed that it was classified in the first position in the pure rates of linkage.

Key Words: Agribusiness, Gross Domestic Product, Input-output matrix, Paran1. Introduo

A principal atividade econmica no estado do Paran o agronegcio, que constitui um conjunto de atividades interligadas com a produo da agropecuria. Como exemplo, podemos citar a indstria de adubo e fertilizantes, que possui ligaes para trs, fornecedora de insumos para a agricultura. J no encadeamento para frente, ou seja, compradores da produo agrcola ou da pecuria, contamos com as indstrias de caf e laticnios. De acordo com Morreto, Rodrigue e Parr (2002 p.33), na economia paranaense nos anos 70, ocorreu aprofundamento da modernidade da agricultura e ampliao do parque agroindustrial, alm do surgimento de outras indstrias desvinculadas dessas atividades.

A participao do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegcio paranaense foi estimada por Morreto, Rodrigue e Parr (2002). Os resultados obtidos demonstraram que tal participao na economia paranaense passou de 55,7% em 1980 para 37,7% em 1995. Conforme os autores, esse resultado foi decorrente da maior diversificao de complexidade da estrutura industrial da regio, no necessariamente vinculado ao agronegcio.

As contas nacionais e regionais no mensuram o PIB do agronegcio. necessrio um procedimento metodolgico especfico que agregue as diversas atividades que compem o agronegcio. Assim, alguns autores tm divulgado trabalhos propondo metodologias para identificar o peso do agronegcio nacional e regional. Guilhoto, Furtuoso e Barros (2000) estimaram o PIB do agronegcio brasileiro entre 1994 e 1999. Finamore e Montoya (2003) caracterizam o agronegcio da economia do estado do Rio Grande do Sul, para o ano de 1998. Guilhoto et al (2007) analisam a trajetria do Produto interno Bruto do agronegcio do Brasil e do estado da Bahia entre 1990 e 2005. Todas as metodologias empregadas utilizam a matriz de insumo-produto para a estimativa do PIB do agronegcio; entretanto, como destaca Arajo Neto e Costa (2005), estas apresentam diferenas .As matrizes utilizadas na metodologia foram elaboradas com base nas contas nacionais e regionais. Entretanto, no ms de maro de 2007, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) divulgou a atualizao das contas nacionais, mudando a base de elaborao das contas nacionais de 1985 para 2000. Nesse procedimento, foram incorporados dados do Censo Agropecurio de 1995-1996, a Pesquisa Industrial Anual, a Pesquisa do Anual do Comrcio, a Pesquisa Anual dos Servios, a Pesquisa da Construo Civil, a Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar e a Pesquisa de Oramento Familiar (IBGE 2008). A reviso das contas regionais tambm foi divulgada em dezembro de 2007. A nova base foi o ano de 2002, utilizando a mesma base de informaes das contas nacionais. A introduo das pesquisas resultou na melhoria das estimativas do PIB, principalmente da atividade de servios, a qual era subestimada na metodologia antiga. Em 2002, a participao das atividades de agropecuria, indstria e servios no PIB do Paran era de 16,21%, 40,79% e 43,00% respectivamente, pelo ano base de 1985. O novo resultado, pela base de 2002, foi de 10,65% para a agropecuria, 29,02% para a indstria e 60,33% para os servios. Comparando as duas estruturas, verifica-se reduo da participao da agricultura e da indstria e aumento da participao dos servios. A atualizao metodolgica divulgada pelo IBGE resultou na mudana da participao das atividades econmicas no PIB paranaense. Assim, os trabalhos realizados para calcular o PIB do agronegcio paranaense, brasileiro e dos outros estados, que utilizaram como base as contas nacionais e regionais antes da reviso metodolgica de 2007, ficaram defasados e, possivelmente, os resultados das participaes do agronegcio no PIB estejam superestimados.

O presente trabalho tem como objetivo calcular o Produto Interno Bruto do agronegcio paraense em 2006, com dados compatveis com os dados da contas regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica.

O artigo estrutura-se em trs sees, alm da Introduo. Inicialmente exposta a metodologia. Posteriormente so analisados os resultados para o agronegcio paranaense, apresentando-se os setores-chaves da economia e a participao do agronegcio na economia paranaense. Por fim, so apresentadas as Consideraes Finais.

2. Metodologia

2.1 Abordagem GHS : ndices puros de ligaes

Os ndices de ligaes de Rasmussen-Hirschman, embora largamente utilizados na literatura, so criticados por no levarem em considerao os diferentes nveis de produo em cada setor da economia. Com o intuito de corrigir essa deficincia, foi proposto, inicialmente, o enfoque Cella-Clements (CELLA, 1984; CLEMENTS, 1990); posteriormente, a viso do ndice puro de ligaes (GUILHOTO et al., 1994); e, mais recentemente, a abordagem do novo ndice puro de ligaes, tambm denominada GHS (GUILHOTO et al., 1996).

O novo ndice puro de ligaes, daqui por diante denominado GHS, ser utilizado neste estudo por permitir identificar os graus dos impactos na demanda final em determinadas regies ou setores, bem como para dimensionar as interaes entre setores e regies em termos de valor da produo.

Partindo-se da consolidao da abordagem GHS apresentada em Guilhoto et al. (1996), a matriz de coeficientes de insumos diretos, A, representando um sistema de insumo-produto para duas regies, j e r, dada por,

, (1)

em que Ajj e Arr so matrizes quadradas dos insumos diretos dentro da primeira e da segunda regio, respectivamente; Arj e Ajr representam matrizes retangulares mostrando os insumos diretos comprados pela primeira regio e vice-versa.

Da equao (5), chega-se a

, (2)

cujos elementos so definidos como:

(3)

(4)

(5)

(6)

Pela decomposio de (6), possvel verificar como ocorre o processo de produo na economia, bem como derivar uma srie de multiplicadores e de ligaes da estrutura produtiva. Assim, a matriz

(7)

pode ser interpretada como o multiplicador externo de Miyazawa (1976) para a regio j e a regio r, enquanto a matriz

(8)

representa o multiplicador interno de Miyazawa (1976) para a regio j e a regio r.

Na matriz

, (9)

a primeira linha separa a demanda final pela sua origem, isto , diferencia a demanda final interna da regio (I) da demanda final externa da regio (). A mesma ideia se aplica segunda linha.

Conjugando a equao (4) com a formulao de Leontief dada por

, (10)

possvel derivar um conjunto de ndices que podem ser usados para:

a) ordenar as regies em termos de sua importncia no valor da produo gerada;

b) verificar como ocorre o processo de produo na economia.

Esses ndices so obtidos de:

(11)

Fazendo-se o produto dos trs ltimos termos do lado direito da equao (12), chega-se a:

, (12)

em que o impacto direto da demanda final da regio r sobre a regio j, isto , fornece o nvel de exportao da regio j necessrio para satisfazer o nvel de produo da regio r, dada uma demanda final , e o impacto direto da demanda final da regio j sobre a regio r, ou seja, indica o nvel de exportaes da regio r necessrio para satisfazer a necessidade de produo da regio j para uma determinada demanda final .

A partir de (16), podem ser extradas as novas definies de ndice puro de ligao para trs (PBL) e de ndice puro de ligao para frente (PFL), dadas por:

(13)

(14)

O PBL representa o impacto puro do valor da produo total da regio j sobre a regio r, ((jYj), ou seja, o impacto que livre da demanda de insumos que a regio j realiza da prpria regio j e dos retornos da regio r para a regio j, e vice-versa. O PFL indica o impacto puro do valor da produo total da regio r sobre a regio j, ((rYr). Uma vez que o PBL e o PFL so expressos em valores correntes, o ndice puro do total das ligaes (PTL) de cada setor na economia pode ser obtido pela adio de ambos:

PTL = PBL + PFL (15)

Por fim, multiplicando-se os dois termos do lado direito de (12), tem-se:

(16)

O total da produo da regio j (Xj), representado em (16), pode ser dividido em dois componentes:

(17)

, (18)em que ofornece o nvel total de produo da regio j, que devido demanda final da regio j, e quantifica o nvel de produo total da regio j proporcionado pela demanda final da regio r. Da mesma forma, o nvel total de produo da regio r pode, tambm, ser separado em dois componentes:

(19)

, (20)em que fornece o nvel total de produo da regio r, que devido demanda final da regio j, equantifica o nvel de produo total da regio r, proporcionado pela demanda final da regio r.

Essa metodologia fornece um poderoso instrumental analtico, tendo em vista a integrao dos principais mtodos utilizados, possibilitando, dessa forma, a decomposio dos impactos entre as diferentes regies, alm de permitir a anlise da economia, dada a sua estrutura produtiva.

2.2 Produto Interno Bruto do Agronegcio

O clculo do PIB do agronegcio engloba o consumo de insumos, a produo da Agricultura, silvicultura, explorao florestal, Pecuria e pesca, agroindstrias e distribuio final. Com o procedimento metodolgico adotado pelo IBGE para a determinao do PIB, no possvel determinar o PIB do agronegcio diretamente. Para isso necessrio um procedimento alternativo. Neste trabalho adotou-se a metodologia de Guilhoto, Furtuoso e Barros (2000) e Finamore e Montoya (2003).

Para calcular o valor adicionado resultante das vendas para Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca, primeiramente necessrio levantar o coeficiente do valor adicionado. Isso feito para que se evite o erro de mltipla contagem, pois o valor fornecido no corresponde ao valor adicionado, mas sim a uma parte do valor da produo que fornecida atividade pelos demais setores.

, (21)

em que:

CVAi= coeficiente de valor adicionado;

VAi= valor adicionado;

Xi = valor da produo.

Multiplicando-se o coeficiente do valor adicionado pelo valor do fornecimento de insumos, obtm-se o PIB referente ao fornecimento de insumos Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca. Tem-se, ento,

em que

PIBi =PIB do agregado I (insumos) da atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;Zi =valor total do insumo de setor i para a atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;CVAi =coeficiente de valor adicionado do setor i.

O fornecimento de insumos para o prprio setor no foi calculado pela frmula (22). Assim, no valor do PIB das atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca esto incorporadas as parcelas do PIB das vendas de insumo dentro das prprias atividades. Esse procedimento evita a necessidade de se descontar do PIB da Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca a parcela referente ao PIB do agregado I (insumos). Guilhoto, Furtuoso e Barros (2000) adotaram o procedimento de descontar do valor adicionado da agricultura e pecuria a parcela do valor adicionado correspondente de insumos, evitando a dupla contagem. Esse procedimento no ser adotado neste trabalho, j que no se calcular o PIB referente compra de insumos dentro da prpria atividade. Dessa forma, o PIB da atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca resultado da seguinte frmula:

. (23)

Logo:

PIBII=PIB do agregado II para atividades Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;VBPj=valores da produo a preo bsico da Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;

CIj=consumo intermedirio das atividades Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca.Esse procedimento de clculo o adotado pelo IBGE para determinar o PIB das atividades econmicas. O clculo do PIB do agregado III corresponde atividade agroindstrias no estado do Paran. Utilizaram-se as mesmas atividades agroindstrias do trabalho de Guilhoto, Furtuoso e Barros (2000). A agroindstria paranaense foi composta pelas seguintes atividades: Alimentos e bebidas, Produtos do fumo, Txteis, Artigos do vesturio e acessrios, Artefatos de couro e calados, Produtos de madeira exclusive mveis , Celulose e produtos de papel, lcool, Defensivos agrcolas, Mveis e produtos das indstrias diversas. Para o clculo do PIB do agregado III utiliza-se a seguinte frmula:

(24)

PIBiii =PIB do agregado III (agroindstria) para atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;

VAi =Valor adicionado da agroindstria i.

Zi =valor total do insumo de setor i para a atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;CVAi = coeficiente de valor adicionado do setor i.

Para concluir o clculo necessrio obter o valor do PIB gerado pela distribuio final dos produtos do agronegcio. Assim o PIB referente demanda final uma parcela do valor adicionado, correspondente participao das atividades Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca e agroindstrias no total dessa demanda final , a qual obtida por meio da frmula:

, (25)

em que

PIBIII=PIB do agregado IV (demanda final) atividade Agricultura, silvicultura, explorao florestal e Pecuria e pesca;

VAC=valor adicionado do comrcio;

VAT=valor adicionado do transporte;

VAS = valor adicionado dos servios;

DFi=demanda final para atividade a preo bsico;

DF=demanda final a preo bsico.

O PIB do agronegcio corresponde soma dos PIBs dos agregados, obtido pela seguinte frmula:

3. Resultados e discusso

Os ndices puros normalizados de ligao intersetoriais objetivam medir a importncia das atividades considerando seu valor de produo. Esses ndices foram utilizados por Guilhoto, Furtuoso e Barros (2000) para analisar o agronegcio brasileiro. Rodrigues et al (2005) aplicou os ndices puros normalizados para apontar setores-chaves nas cinco regies brasileiras. Para anlise da economia paranaense podemos citar os trabalhos de Rodrigues (2000) e Moretto (2000).

Para determinar quais so os setores-chaves na economia paranaense adotou-se o procedimento metodolgico de Rodrigues et al (2005), no qual os setores que apresentam o ndice puro total normalizado (PTLN) maior do que 1 so considerados chave. Os ndices puros normalizados de ligao intersetoriais para trs (PBL), para frente (PFL) e o total (PTL) das atividades da economia paranaense so apresentados na tabela 1 e no grfico 1, juntamente com seus respectivos ordenamentos. Do total de 49 atividades, 17 so consideradas setores-chaves. Dentre as dez principais atividades, trs pertencem diretamente ao agronegcio paranaense (Alimentos e bebidas, Agricultura, Silvicultura, explorao floresta , Pecuria e pesca). O Comrcio e os Servios de manuteno e reparao ficaram na sexta posio, demostrando a importncia na comercializao dos produtos da agropecuria e da agroindstria na economia estadual . O resultado demonstra a importncia do agronegcio na economia paranaense.

A formao do agronegcio paranaense se d, portanto, em sintonia com o movimento dos mercados mundiais, no apenas por se integrar no comrcio de commodities modernas em substituio s culturas tradicionais, mas por construir uma rede articulada entre a agropecuria e as indstrias de meios de produo e de processamento. Esse processo resultou numa nova configurao do agronegcio, tanto em termos espaciais quanto da composio de suas atividades. Assim que as reas de maior fertilidade foram ocupadas pela produo do binmio soja/trigo, enquanto a produo de alimentos bsicos foi crescentemente deslocada para as reas de menor fertilidade. Ao mesmo tempo, o maior dinamismo no meio rural passou a se localizar nas propriedades maiores, onde as transformaes tecnolgicas iniciadas nos anos 60 encontraram maior ressonncia. Desse ponto de vista, a atual base rural do agronegcio paranaense j surge moderna e altamente integrada aos mercados mundiais (PAULA,N.M. 2005, p.35).

A tabela 2 apresenta o PIB do agronegcio paranaense em 2006. O PIB estimado para o agrononegcio paranaense foi de 40.737 milhes de reais, representando cerca de 34,06% da economia paranaense. Esse valor do PIB difere dos realizados pela metodologia tradicional, pois considera tambm o fluxo de compra e venda dos setores e a margem de comercializao; em outras palavras, tambm mensurvel o PIB das relaes intersetoriais.

A compra de insumos foi responsvel por 5,4% do PIB do agronegcio. As principais atividades fornecedoras de insumos so Produtos qumicos (adubos e combustveis) e Alimentos e bebidas (raes balanceadas para animais) que correspondem a 28,09% do total dos insumos empregados na agricultura e pecuria .

A agropecuria representa 8,25% da riqueza gerada no estado. Participa com 25,33% no PIB do agronegcio. Entre os principais produtos paranaenses da agricultura destacam-se o milho, a soja e o trigo com 26,35 %, 17,85 e 49,76% da produo nacional respectivamente. No ramo da pecuria, o Paran se destaca como o maior produtor de carne de frango com 22,74% da produo nacional em 2006. Na produo de carne suna, ficou em terceiro lugar com 17,05% da produo nacional, superado pelo estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A fonte dos dados foi a pesquisa trimestral do IBGE, de abates de animais. Franco e Pereira (2008 p.203) destacam que a liderana na produo de aves no estado do Paran resultado da reduo do preo da carne de frango em relao carne bovina, com a consequente expanso do consumo per capita e o aumento das exportaes em direo aos pases asiticos e europeus.

TABELA 2 - PRODUTO INTERNO BRUTO DO AGRONEGCIO PARANAENSE A PREO BSICO - 2006

Agregados PIB p.b

R$ MilhesParticipao no PIB do Paran (%)Participao no PIB do Agronegcio (%)

Insumos para agropecuria 2.1981,845,4

Agropecuria 9.8678,2524,2

Agroindstria 11.4219,5528,0

Distribuio 17.25214,4342,3

Total agronegcio 40.73734,06100,0

PIB a preo bsico 119.588100,00

Fonte: Clculo do autor

A agroindstria, que corresponde ao agregado III, participa com 28,48% no PIB do agronegcio. Evidencia-se aqui o segmento de Alimento e bebidas, responsvel por 41,49% da agroindstria. Dentre os grupos que compem esse segmento industrial, destaca-se a Produo de leos e gorduras vegetais e animais com 24,51%, tendo maior participao no valor de produo, seguida do Abate e preparao de produtos de carne e de pescado 22,77 % (Grfico 2).

No caso do Paran, a indstria de lcool tem ganho importncia na agroindstria paranaense. Segundo Rissardi Junior e Shikida (2007), o Paran passou de uma condio perifrica na cultura de cana-de-acar para a segunda posio no ranking brasileiro em produo dos principais derivados da cana o acar e o lcool em razo do grande progresso tecnolgico, entre outros fatores. ALCOPAR, citado por Queiroz, Shikida e Gimenes (2008 p.74), destaca que a produo da cana em terras paranaenses tem acompanhado as necessidades da indstria sucroalcooleira. O aumento de produo regional tem ocorrido em razo de investimentos na ampliao da rea de cultivo e no volume de cana produzida, alm do aumento da produtividade e da melhoria da qualidade da matria-prima. As 29 unidades produtoras de acar e lcool atingem economicamente 126 municpios, gerando 80 mil postos de trabalho.

A participao do PIB gerado pela distribuio final apresentou uma participao de 14,43% na economia paranaense e 42,3% no agronegcio. Um dos fatores que explica a participao expressiva na distribuio final dos produtos no PIB a pauta de exportaes paranaenses que corresponde, que inclui soja, farelo de soja, milho, carne de frango, produtos alimentares, papel e celulose, entre outros produtos do agronegcio. Com os dados das exportaes paranaenses, verifica-se que os complexos de soja, madeiras e manufaturas de madeira, Complexo carnes, acar e cereais representam 48,42% das exportaes do estado. 4. Consideraes finais

Este artigo apresentou o clculo do Produto Interno Bruto do agronegcio paranaense em 2006, assim como os setores-chaves atravs do mtodo dos ndices puros normalizados de ligao intersetoriais.

A metodologia usada no estudo para o clculo do PIB e para os ndices puros de ligao foi empregada por Guilhoto, Furtuoso e Barros (2000) em um estudo sobre o agronegcio brasileiro. Destaca-se que os dados utilizados na pesquisa so compatveis com os resultados das contas regionais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica em 2007.

Os resultados mostraram a importncia do agronegcio na economia do Paran. Por meio do critrio adotado para determinar os setores-chaves na economia paranaense, no qual os setores que apresentam o ndice puro total normalizado (PTLN) maior do que 1 so considerados chave, chegou-se a um resultado final que apresentou 17 atividades, sendo 4 destas, pertencido a atividades do agronegcio (Alimentos e bebidas, Agricultura, silvicultura, explorao florestal, Pecuria e pesca, Celulose e produtos de papel). Outro resultado corresponde participao na economia do agronegcio 34,06 % em 2006.

Como sugesto, a pesquisa aponta a necessidade de realizao de novos estudos para estimar o crescimento real do agronegcio paranaense. Tambm podem ser estimados outros macrossetores, como o ligado indstria automobilstica. Entretanto, para ampliar os estudos de impactos das polticas pblicas, como por exemplo no emprego necessria a construo de uma matriz de insumo-produto compatvel com as contas regionais pelos rgos de pesquisas estatuais ou federais.5. Referncias Bibliogrficas

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(22)

EMBED Word.Picture.8

Para maiores detalhes sobre as diferenas metodolgicas, consultar ARAJO NETO e COSTA (2005).

Para uma evoluo cronolgica das vrias abordagens de ndices de ligaes anteriores ao GHS e algumas aplicaes economia brasileira, ver Guilhoto et al. (1994) e Clements e Rossi (1991 e 1992).

1

Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

_971705538.unknown

_972553368.unknown

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_1169030552.unknown

_1301221684.unknown

_1328701217.unknown

_1331444431.doc

Abate e preparao de produtos de

carne e de pescado

22,77%

Processamento, preservao e

produo de conservas de frutas,

legumes e outros vegetais

1,86%

Produo de leos e gorduras

vegetais e animais

24,51%

Lacticnios

7,91%

Torrefao e moagem de caf

3,42%

Fabricao de bebidas

6,05%

Fabricao de outros produtos

alimentcios

11,04%

Fabricao e refino de acar

7,69%

Moagem, fabricao de produtos

amilceos e de raes balanceadas

para animais

14,75%

Fonte: Pesquisa Industrial Anual - IBGE

GRFICO 2 - PARTICIPAO PERCENTUAL, NO VALOR BRUTO DA PRODUO POR ATIVIDADE NO TOTAL

DA INDSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTARES E BEBIDAS NO PARAN - 2006

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