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boletim informativo da Março 2 0 1 9 Atividades desenvolvidas entre 01 e 31 de março de 2019. número #9 OUVIDORIA

Atividades OUVIDORIA · para discutir violência policial no Carnaval _____ 09 7. Ouvidor expõe experiência de São Paulo em Rondônia _____ 10 8. Regional Central e Ouvidoria preparam

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b o l e t i m informativo da

M a r ç o2 0 1 9

Atividades desenvolvidas entre

01 e 31 de março de 2019.

número #9OUVIDORIA

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Í n d i c e

1. Ouvidoria na Área leva mais de 500 pessoas a audiência

na região Nordeste_____________________________________________________________ 03

2. Ouvidoria realiza diálogo com movimentos na preparação

para Ouvidoria na Área Leste II_____________________________________________________________ 05

3. Prêmio Justiça para Todas e Todos 2019 abre inscrições

e tem recorde de indicados_____________________________________________________________ 06

4. Núcleo de Segunda Instância e Ouvidoria auxiliarão a sociedade

civil na sistemática de precedentes nos Tribunais Superiores_____________________________________________________________ 07

5. Ouvidoria vai a Ribeirão Preto se encontrar com

movimentos sociais_____________________________________________________________ 08

6. Ouvidoria e Núcleo de Direitos Humanos recebem blocos

para discutir violência policial no Carnaval_____________________________________________________________ 09

7. Ouvidor expõe experiência de São Paulo em Rondônia_____________________________________________________________ 10

8. Regional Central e Ouvidoria preparam mobilização

para o Ciclo de Conferências_____________________________________________________________ 11

9. Ouvidoria e Núcleo de Habitação e Urbanismo recebem

o arquiteto Nabil Bonduki_____________________________________________________________ 11

10. Fazenda Pública da Defensoria e Ouvidoria discutem

casos e procedimentos de trabalho_____________________________________________________________ 12

11. Ouvido: Juliana Borges, pesquisadora e autora do livro

“Encarceramento em Massa” _____________________________________________________________ 13

12. Programa Pé do Ouvido com Nudem_____________________________________________________________ 16

13. Nota da Ouvidoria sobre incêndio na Favela do Cimento_____________________________________________________________ 17

14. Dados de atendimento - Março 2019_____________________________________________________________ 18

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1OUVIDORIA NA

ÁREA LEVA MAIS

DE 500 PESSOAS

A AUDIÊNCIA NA

REGIÃO NORDESTE

O programa Ouvidoria na Área chegou

à região Nordeste da cidade, realizando

reuniões com organizações e visitando

ações das entidades e movimentos in loco.

Durante todo o dia 20/3, essa foi a agenda,

finalizada com uma grande audiência pública

em que participaram mais de 500 pessoas.

Na audiência, ocorrida na Paróquia Nossa

Senhora de Sallete e coordenada pelo

ouvidor Willian Fernandes, também estiveram

presentes: a defensora pública que coordena a

assessoria da Primeira Subdefensoria Pública-

Geral, Maíra Coraci Diniz; o coordenador da

Unidade Norte-Oeste, Paulo André Costa

Carvalho Matos; a coordenadora do Núcleo

Especializado na Defesa e Promoção dos

Direitos das Mulheres, Paula Sant’Anna

Machado de Souza; a coordenadora da

unidade Santana, Amanda Polastro Schaefer;

e o defensor público que atua na região, Luiz

Gustavo Cordeiro.

a t i v i d a d e s

A audiência trouxe demandas relevantes

da sociedade, para atenção da Defensoria,

em especial acerca dos direitos de moradia,

cujo movimento se fez presente com a maior

representação.

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O programa Ouvidoria na Área tem o

objetivo de captar ativamente as demandas

da sociedade civil onde elas realmente

acontecem: nos territórios e regiões em que os

movimentos e a sociedade civil atuam. Através

do programa, a Ouvidoria estará presente em

toda a cidade de São Paulo, percorrendo 10

grandes regiões do município. Em cada uma

delas, haverá reuniões com lideranças locais

para tratar de temas de interesse da sociedade

e da Defensoria Pública.

O projeto será executado em parceria com

as organizações da sociedade civil e órgãos

da Instituição, contribuindo para manter ativas

as redes e propiciar uma articulação que leva

em conta as peculiaridades de cada área.

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OUVIDORIA REALIZA DIÁLOGO COM MOVIMENTOS NA PREPARAÇÃO PARA OUVIDORIA NA ÁREA LESTE II

2

Ainda no âmbito do Ouvidoria na Área, a

Ouvidoria realizou, na quinta-feira, 21/3, uma

roda de conversa com os movimentos sociais

e organizações da sociedade civil de caráter

preparatório para a audiência pública da

região Leste II. A audiência ocorre no dia 3/4 e

é precedida de uma série de reuniões e visitas

presenciais nas comunidades, para levantar

os principais temas e atores regionais que

devem fazer parte da discussão. É uma ação

de organização, articulação e mobilização que

está no centro da estratégia do programa.

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PRÊMIO JUSTIÇA PARA TODAS E TODOS 2019 ABRE INSCRIÇÕES E TEM RECORDE DE INDICADOS

3

A Ouvidoria-Geral da Defensoria abriu, do

dia 01 a 31 de março, as inscrições para o

Prêmio Justiça para Todas e Todos - Josephina

Bacariça. O prêmio é destinado a ações

com impacto social e possui três categorias:

defensor/a público/a, órgão ou unidade e

servidor/a da Defensoria Pública.

Os/as premiados/as são escolhidos/as pela

relevância dos trabalhos realizados, levando-

se em conta a colaboração para a construção

de uma sociedade mais livre, justa e solidária,

bem como a contribuição para a erradicação da

pobreza e redução das desigualdades sociais

e para a melhoria, ampliação, diversificação e

desburocratização do acesso à justiça

Para a edição de 2019, o volume de inscrições

ampliou significativamente. Foram recebidas

45 inscrições, sendo: 15 na categoria

defensor/a; 07 na categoria servidor/a; e 23

na categoria órgão/unidade.

A divulgação do resultado ocorre até o dia

15 de abril e a entrega do Prêmio se realizará

no mês de maio, que comemora o mês do/a

defensor/a público/a.

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4NÚCLEO DE SEGUNDA INSTÂNCIA E OUVIDORIA AUXILIARÃO A SOCIEDADE CIVIL NA SISTEMÁTICA DE PRECEDENTES NOS TRIBUNAIS SUPERIORES

O Núcleo Especializado de Segunda

Instância e Tribunais Superiores da

Defensoria Pública e a Ouvidoria-Geral da

Defensoria Pública, dando continuidade

ao projeto conjunto iniciado no ano de

2018, comunicam que o referido Núcleo

passa a estar à disposição para prestar

orientação a entidades da sociedade civil,

na vertente de educação em direitos, a

respeito de recursos e incidentes que

envolvam a sistemática de precedentes

no TJ-SP, STJ e STF.

Esta iniciativa é fruto do reconhecimento

de que a política de acesso à justiça conta

com diversos atores e que os movimentos

sociais exercem papel fundamental

na promoção e defesa de direitos e da

constatação de que matérias de relevância

e interesse social têm sido cada vez mais

decididas sob o regime de precedentes

pelos Tribunais acima referidos.

As consultas sobre o assunto poderão ser

encaminhadas ao Núcleo Especializado de

Segunda Instância e Tribunais Superiores

da Defensoria Pública através do e-mail

nucleo.tr [email protected]

e/ou à Ouvidoria-Geral da Defensoria

Pública, através do e-mail ouvidoria@

defensoria.sp.def.br.

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5OUVIDORIA VAI A RIBEIRÃO PRETO SE ENCONTRAR COM MOVIMENTOS SOCIAIS

O ouvidor Willian Fernandes esteve

na cidade de Ribeirão Preto, no dia

14/3, dialogando com entidades e

movimentos sociais. Organizado pela

própria sociedade civil, o encontro reuniu

especialmente lideranças do movimento

de moradia, mas contou também com

lideranças populares de outros temas.

Estiveram presentes Platinir Nunes e

Mauro Freitas, coordenadores da Macro

da União dos Movimentos de Moradia

de Ribeirão Preto e representantes da

Defensoria na região, como a Dra Joyce

Santos de Oliveira, coordenadora da

Regional de Ribeirão Preto, e o Dr. Bruno

Cesar da Silva, defensor público.

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6OUVIDORIA E NÚCLEO DE DIREITOS HUMANOS RECEBEM BLOCOS PARA DISCUTIR VIOLÊNCIA POLICIAL NO CARNAVAL Ouvidoria e o Núcleo de Cidadania

e Direitos Humanos da Defensoria

Pública de São Paulo se reuniram com

representantes dos blocos de Carnaval

de Rua de São Paulo na manhã da

sexta-feira, 8/3. O tema da reunião foi

a violência policial sofrida pelo blocos

durante o Carnaval, com ocorrências

de uso desmedido e desproporcional

da força, através da ut i l i zação de

bombas de gás lacrimogêneo, spray

de pimenta e, especialmente, balas de

borracha d i rec ionadas aos fo l iões e

fo l iãs . Em alguns casos, houve agentes

da Polícia Militar sem identificação

e ameaças de policiais a mulheres.

Mais de 20 representantes de blocos

estiveram presentes para trazer seus

relatos. O Núcleo reuniu as informações

e no próprio dia emitiu recomendação

à Polícia Militar sobre o respeito ao

direito cultural ao Carnaval e à livre

manifestação dos indivíduos. Outras

ações estão sendo estudadas e serão

tomadas pela Defensoria para tentar

evitar o abuso policial no Carnaval e nas

demais manifestações culturais.

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7OUVIDOR EXPÕE EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO EM RONDÔNIA

Na quarta-feira, 27/03, a Ouvidoria da

Defensoria Pública de São Paulo esteve no

estado de Rondônia dividindo a experiência

do órgão com os movimentos sociais,

sociedade civil e membros da Defensoria

Pública daquele Estado. O ouvidor Willian

Fernandes dividiu a experiência dos quatro

primeiros anos de Ouvidoria em São Paulo,

ocasião em que o modelo pioneiro de

ouvidoria externa foi implementado pela

primeira vez em um órgão do sistema de

justiça. O evento teve como objetivo coletar

subsídios para a organização do processo de

eleição do/a primeiro/a ouvidor/a daquele

estado. Com isso, a Defensoria Pública de

Rondônia será a próxima Defensoria Pública

a contar com Ouvidoria Externa, órgão de

participação e controle social.

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REGIONAL CENTRAL E OUVIDORIA PREPARAM MOBILIZAÇÃO PARA O CICLO DE CONFERÊNCIAS

OUVIDORIA E NÚCLEO DE HABITAÇÃO E URBANISMO RECEBEM O ARQUITETO NABIL BONDUKI

A coordenadora da unidade Regional

Central da Capital, Betânia Devechi Ferraz

Bonfá, esteve com o ouvidor Willian

Fernandes e o assessor Guilherme Varella

para discutir a estratégia de mobilização

para o Ciclo de Conferências. Objetivando

envolver cada vez mais a sociedade civil

e os movimentos sociais na Conferência

da Regional Central, o encontro mapeou

temas e áreas de atuação da Defensoria

No dia 12/3, a Ouvidoria e o Núcleo

Especializado de Habitação e Urbanismo

da Defensoria Pública receberam a visita

de Nabil Bonduki, arquiteto, urbanista e

professor da Universidade de São Paulo e

da Universidade da Califórnia/Berkeley. Na

ocasião, conversaram sobre as demandas

da Ouvidoria nas áreas de habitação e

urbanismo e sobre as perspectivas para o

desenvolvimento dessa pauta no sistema

de Justiça. No mesmo dia, o professor

Bonduki gravou uma edição do Programa

Pé do Ouvido, com o ouvidor Willian

Fernandes, que vai ao ar nas próximas

semanas.

na unidade, para realizar uma busca

ativa pelos setores com potencial para

o diálogo. Além disso, foram discutidos

pontos importantes da agenda de trabalho

entre a Ouvidoria e a Regional Central,

que ocupam o mesmo prédio, na Avenida

Liberdade, e compartilham o cotidiano

de atendimentos.

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FAZENDA PÚBLICA DA DEFENSORIA E OUVIDORIA DISCUTEM CASOS E PROCEDIMENTOS DE TRABALHO

10

O coordenador da área da Fazenda Pública

da Defensoria, Juliano Bassetto Ribeiro, esteve

com o ouvidor Willian Fernandes para discutir

casos importantes que relacionam os órgãos

e detalhar procedimentos para a otimização

do fluxo de atendimento. A reunião ocorreu

no dia 11/3 e contribuiu também para o

alinhamento sobre casos importantes.

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A seção Ouvido entrevista Juliana Borges, pesquisadora e militante do feminismo

negro. Ela lançou, no ano de 2018, o livro “Encarceramento em Massa”, pela

Coleção “Feminismos Plurais”, organizada e coordenada por Djamila Ribeiro,

através do Selo Sueli Carneiro (Pólen Livros). A autora é colunista do blog da

Boitempo, Mídia Ninha e editoria de Justiça da Carta Capital. Foi articuladora

política da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD), assessora

da Secretaria de Governo Municipal e Secretária-Adjunta da Secretaria Municipal

de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo. No âmbito do debate

sobre os direitos das mulheres, que marca o mês de março, Juliana Borges foi

ouvida acerca do acesso à justiça para as mulheres no Brasil.

JULIANA BORGES, PESQUISADORA E AUTORA DO LIVRO

“ENCARCERAMENTO EM MASSA”

11OUVIDO

“No sistema de justiça brasileiro, o tratamento dado às mulheres é dos piores

possíveis. E há um descaso intencional do Estado.”

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1. O mês de março é marcado pela luta pelos direitos

das mulheres. Na sua opinião, na conjuntura atual, o que

pode e o que não pode ser comemorado nessa data?

A primeira coisa que temos que pensar quando falamos em

mês da mulher, em 8 de março como Dia Internacional das

Mulheres, é fazer um trabalho de memória constante de que

o dia surge a partir da luta de mulheres internacionalistas

e socialistas. Trazendo pro calendário ocidental, a data se

torna 8 de março, mas foi o dia em que mulheres russas

iniciaram uma greve por pão e terra e essa mobilização das

mulheres, em 1917, trouxe como consequência grandes

mobilizações que culminaram na Revolução Russa. Fazer

essa lembrança, na atual conjuntura, significa dizer que o Mês

das Mulheres se pauta por uma luta coletiva. Não apenas

uma luta por direitos individuais ou por questões liberais.

Mas uma luta por transformações radicais na sociedade,

por transformações profundas. No atual cenário político,

é muito importante lembrar disso, pois temos vivido uma

série de retrocessos. No caso do Brasil, especialmente no

campo dos direitos sexuais e reprodutivos, nas políticas

que estavam sendo construídas e, com muita luta, tendo

marcos institucionais importantes, como o enfrentamento

da violência contra a mulher. Assim, estas são as principais

lutas a se fazer no próximo período: a luta contra a violência

contra a mulher, contra o feminicídio. E, no campo dos

direitos sexuais e reprodutivos, é importante lembrar que

não temos o governo brasileiro como parceiro das mulheres

para enfrentar essas questões.

2. Você tem atuado na interface entre direitos das

mulheres, acesso à justiça e política criminal. Como tem

visto a questão do tratamento das mulheres no sistema

de justiça brasileiro?

No sistema de justiça brasileiro, o tratamento dado às

mulheres é dos piores possíveis. Há uma série de violações

de direitos. Há uma troca muito grande de defensores,

promotores, juízes no conjunto das pessoas que estão

no sistema prisional, mas também no caso das mulheres,

no tocante aos direitos sexuais e reprodutivos. Há uma

dificuldade maior de acessar o pré-natal, no caso das

mulheres que estão grávidas. No relatório sobre o Judiciário

brasileiro de 2017, ficou apontado que havia apenas 32

profissionais ginecologistas para atender um universo de

mais de 40 mil mulheres em situação prisional, à época.

Isso mostra a dificuldade de as mulheres acessarem os seus

direitos sexuais e reprodutivos e seu direito à saúde nesse

sistema. No sistema penitenciário, por suas condições

insalubres, essas pessoas têm maiores chances de adquirir

tuberculose, HIV, uma série de doenças que pessoas em

liberdade teriam menor probabilidade de adquirir. Isso

se deve a um descaso intencional do Estado. Há outras

questões importantes para as mulheres, como o baixo

acesso ao absorvente e ao papel higiênico, que é uma

questão básica para o saúde das mulheres. Várias mulheres

recorrem a miolo de pão e outros expedientes que trazem

risco à sua saúde. E essas são apenas algumas questões

que demonstram o desrespeito aos direitos das mulheres

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em situação prisional. E isso se dá por conta de uma cultura

de se pensar que a pessoa, por estar privada de liberdade,

pode ter também uma privação de direitos e privação de

um tratamento com humanidade.

3. De que forma você vê o papel da Defensoria Pública

na busca pelos direitos das mulheres, especialmente das

camadas mais vulneráveis da sociedade?

Ainda com uma série de deficiências, a Defensoria é um

espaço muito importante. Em São Paulo, muitas vezes é

a única condição que as pessoas têm para garantir a sua

defesa. Porém, acho que há uma série de questões que

precisam ser garantidas. É preciso ter mais defensores. É

preciso qualidade no acompanhamento dos casos. Muitas

mulheres estão presas e não sabem onde estão seus

processos. Há dados que apontam que a rotatividade muito

grande de juízes, promotores e defensores tem impacto na

defesa dessas mulheres. É preciso fortalecer este órgão,

é preciso fortalecer este mecanismo e é preciso ter uma

atenção especial às mulheres que estão grávidas e que

estão em situação prisional. São mães de crianças de até

12 anos e que, muitas vezes, estão presas por cometerem

pequenos delitos. Elas poderiam estar respondendo ao

seu processo em liberdade. Ou poderiam estar cumprindo

pena em regime domiciliar. Esse é um papel importante

que a Defensoria pode cumprir na defesa das mulheres em

situação prisional.

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12PROGRAMA PÉ DO OUVIDO COM NUDEM

Em março, o programa Pé do Ouvido foi

dedicado à luta das mulheres. O ouvidor-

geral Will iam Fernandes conversou

com a coordenadora auxiliar do Núcleo

Especializado de Promoção e Defesa dos

Direitos das Mulheres (Nudem), a defensora

pública Nálida Coelho Monte, e a assistente

social Pamella Costa de Assis. O tema do

programa foi o trabalho do Núcleo e as

ações da Defensoria para alavancar o acesso

à justiça para as mulheres, especialmente

aquelas dos segmentos mais vulneráveis da

sociedade. Esta edição do Pé do Ouvido foi

ao ar no dia 31 de março e pode ser vista

neste link:https://bit.ly/2X3STZi

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13NOTA DA OUVIDORIA SOBRE INCÊNDIO NA FAVELA DO CIMENTO

A Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública

do Estado de São Paulo manifesta sua

solidariedade às vítimas do incêndio

ocorrido na Favela do Cimento, no sábado,

23/3, na Radial Leste, que matou uma

pessoa, feriu dezenas de outras e destruiu

casas, móveis e pertences dos moradores. A

Ouvidoria também exorta o poder público

a prestar proteção e assistência àquela

população vulnerável e requer providências

efetivas sobre o abuso policial ocorrido e,

especialmente, sobre as denúncias de o

incêndio ter sido criminoso.

É imprescindível apurar com afinco e

responsabilidade as causas deste incêndio

na Favela do Cimento. Assim como é

fundamental que a Prefeitura adote

medidas concretas e emergenciais no

sentido de abrigar e criar condições para

a nova moradia destas famílias. A inércia e

a omissão dos poderes públicos, municipal

e estadual, e dos órgãos da Justiça,

agravarão o triste episódio de violação de

direitos humanos e de afronta à dignidade

dos indivíduos que ali viviam.

A Ouvidoria-Geral já contatou o Núcleo

Especializado de Cidadania e Direitos

Humanos, sol icitando a atuação da

Defensoria Pública, e acompanhará as

medidas que serão tomadas no sentido

de apurar os responsáveis e proteger os

moradores e moradoras da Favela do

Cimento.

São Paulo, 26 de março de 2019

O incêndio ocorreu na véspera da

reintegração de posse da área, ordenada

por decisão judicial. Não houve qualquer

medida de amparo aos moradores e

moradoras, tampouco diálogo com os

agentes públicos para buscar alternativas à

desocupação. Sem mediação ou discussão

sobre os procedimentos a serem adotados,

a ação foi executada violentamente pelas

forças policiais (Guarda Civil Metropolitana

e Polícia Militar). O fogo teve início

assim que estas forças policiais e agentes

públicos aportaram na Favela. As famílias

não puderam salvar seus pertences e se

encontram, agora, em situação ainda mais

vulnerável daquela em que se encontravam

quando habitavam precariamente a área.

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14DADOS DE ATENDIMENTO - MARÇO 2019

Desde março de 2019, a apresentação dos

dados coletados nos atendimentos passou a

ser estruturada em dois momentos: 1. Número

total de atendimentos e 2. Detalhamento

das manifestações processadas. Visando

identificar de maneira mais qualificada as

principais questões apresentadas ao órgão,

os assuntos foram reclassificados e novos

temas foram introduzidos, dentre os quais:

“Critérios de atendimento preferencial ou

prioritário”, “Relações de trabalho”, “Pessoas

presas”, “Violência doméstica”, “Demandas

coletivas” e “Violência policial”.

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Número total dos atendimentos

De 1 a 31 de março, a Ouvidoria-Geral registrou 1.101 atendimentos, incluindo demandas com temáticas pertinentes à Ouvidoria e

demandas relacionadas aos serviços de outros setores e/ou órgãos externos à Defensoria. O volume de atendimentos dividido por

porta de entrada está representado no gráfico abaixo.

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Destacando-se como a porta de entrada com o maior volume de pedidos de atendimentos, de um total de 591 ligações telefônicas, 477

representavam busca por informações relacionadas aos serviços da Defensoria, enquanto 27 diziam respeito a atividades prestadas por

órgãos externos à Defensoria, perfazendo um total de 504 ligações (ou 85 %) não relacionadas aos serviços prestados pela Ouvidoria.

Os dados das portas de entrada, independentemente de gerarem ou não uma manifestação, apontam desafios sobre a atuação e

as condições de funcionamento da Defensoria, tais como a necessidade de ampliar canais de comunicação com vistas à prestação

ativa de informações sobre o andamento dos casos e a necessária garantia do direito à informação dos/as usuários/as dos serviços da

instituição.

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Análise das manifestações (elogios, reclamações e sugestões)

A Ouvidoria realizou a análise dos atendimentos que geraram manifestações com temáticas pertinentes à sua atuação institucional,

isto é, com conteúdo de sugestões, elogios e reclamações. As manifestações são distribuídas aos/às profissionais e setores envolvidos/

as para conhecimento e eventuais providências. Os dados, classificados em assuntos de maior destaque nos atendimentos, estão

expostos a seguir.

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Dentre as 177 manifestações registradas, 157 foram classificadas como reclamações, 18 como elogios e 02 como sugestões.

No tipo “reclamação” tem-se em primeiro lugar “Advogados/as conveniados/as, subsecção da OAB e entidades” com 22 manifestações,

“Falha na prestação de informações” com 19 e “Demonstração de desinteresse pelo caso ou divergência na condução do caso” com

17 registros.

Nota metodológica

O universo da coleta abrangeu todas as demandas recepcionadas nas seis portas de entrada, mediante o uso da ferramenta Excel, e todas as demandas

com conteúdo de sugestões, elogios e reclamações registradas e tratadas na ferramenta estatística do Sistema de Gestão OTRS.

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E x p e d i e n t e

B o l e t i m d a O u v i d o r i a

O U V I D O R I A

OuvidOr-Geral

assessOr TécnicO

assisTenTe TécnicO ii

assisTenTe Técnica i

assisTenTe Técnica i

aGenTe de defensOria

Oficiala de defensOria

Oficiala de defensOria

Oficiala de defensOria

Oficial de defensOria

esTaGiária de adminisTraçãO

esTaGiária de cOmunicaçãO

esTaGiária de cOmunicaçãO

esTaGiáriO de ensinO médiO

esTaGiáriO de ensinO médiO

esTaGiária de ensinO médiO

Willian Fernandes

Guilherme Varella

Jabes Campos

Rachel Miranda Taveira

Helena Harue Koyama

Priscila Rodrigues

Carol Ana Ribeiro

Maria Cristina Salerno

Renata Castelli

Renato Domingos Junior

Paloma da Silva de Carvalho

Isabella Santos Oliveira

Carolina de Jesus Reis Lima

Lucas Dobos Sampaio

Camila Soares de Souza

Gabrielle Carvalho

Equipe da Ouvidoria

Erika Simões

Paula Moroy

TexTOs

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cOnceiTO da diaGramaçãO

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Telefone: (11) 3105-5799

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O Boletim da Ouvidoria é uma publicação mensal com os principais destaques sobre a atuação da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.