Aula 03 - Parte 1 - Paisagem conceito geográficogeografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Sueli/2s2012/... · administração romana ... (La Blache 1903)recursos naturais

Cartografia Ambiental

CONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMDRA. SUELI ANGELO FURLANDRA. SUELI ANGELO FURLAN

CONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMREPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICASREPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICAS

Foncelini (1871) – paisagem é o pagospagos que i ifi il lsignifica vila ou lugar;

PagosPagos vem do grego peghé – significa fonte, mas também túmulo próximo de uma colina.

PagosPagos – habitantes de um lugaragosagos s d u ug

Lugar aparece como parte de um todo Lugar aparece como parte de um todo indicando uma escala espacial não definida.

REPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICASREPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICAS

P P Pagos Pagos – conjunto e vilas, determinadas pela administração romana – século XX. P í i i i j t Província seria um espaço maior, um conjunto de PagosPagos que por sua vez seria um conjunto de vicus (vilas ou povoados) Foncelini (op cit )de vicus (vilas ou povoados) Foncelini (op. cit.)Gália e Germânia eram divididas em PagosPagos . Al PP t S i Alguns PagosPagos eram extensos como na Suiça denominada Cantão. PaganosPaganos também e am os camponesesPaganosPaganos também eram os camponeses.


PagosPagos ( i ) f i t d PagosPagos -- (paisagem) referia-se a uma parte de um todo político-territorial, relativo a sociedade e seu “ambiente” .

Nas línguas orientais paisagem aparece sempre ligada a naturezanatureza.

ManzarManzar em árabe significa paisagem panorama ManzarManzar – em árabe significa paisagem, panorama, algo que se mira de um ponto de vista; vista aérea; vista natural, com conotação positiva daquilo que se vê


MandarimMandarim – chaiin choinre (paisagem) tem significado literal de montanha e água e significado literal de montanha e água e fon tin – imagem do vento também representaria paisagem. representaria paisagem.

Lí l ti

REPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICASREPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICASLínguas neolatinas...

Italiano Italiano Italiano Italiano

Paisaggio é uma porção do território considerada de Paisaggio é uma porção do território considerada de um ponto de vista, de uma perspectiva, com senso afetivo, mais ou menos associado a um ponto de vista de ordem estética ou artística por sinal vista de ordem estética ou artística, por sinal parecido com o significado que os árabes adotam para a palavra paisagem.

É o paesepaese, segundo o qual seria um território cultivadoum território cultivadoe, portanto, rural, habitado, com características e, portanto, rural, habitado, com características físicas e humanas individualizadas (Devoto & Oli, 1988).

Paisagem da Janela - Magrite

F êF êREPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICASREPRESENTAÇÕES LINGUÍSTICASFrancêsFrancês

Paysage Paysage -- refere-se a uma região, em especial aos seus aspectos físicos especial aos seus aspectos físicos (Litre, 1957).

EspanholEspanhol

Paisaje Paisaje -- porção do território observada e t d t tí ti representada em seus aspectos artísticos,

principalmente na pintura.

Paisagem por sua exuberância dos g paspectos físicos – Serra Gaúcha


PortuguêsPortuguês

PaisagemPaisagem – a palavra paisagem já foi PaisagemPaisagem a palavra paisagem já foi associada a figuras pintadas em tecido de paugagepaugage (Machado tecido de paugagepaugage (Machado, 1990).

C h (1982) b t l i Cunha (1982) o verbete relaciona paisagem ao país, região derivado d l ti do latim pagepage e paguspagus.

CONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEM

GEÓGRAFOS FRANCESES, RUSSOS E ALEMÃES FORAM OS QUE MAIS SE ALEMÃES FORAM OS QUE MAIS SE DESTACARAM PELO ESTUDO GEOGRÁFICO DAS PAISAGENS.

OUOUOUOU

PELO ESTUDO DA GEOGRAFIA DAS PELO ESTUDO DA GEOGRAFIA DAS PAISAGENS.

CONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEM

Aspectos físicos visíveis

Natureza percebida, ligada ao contexto social espacial (ocidente)espacial (ocidente).

Paisagem é sempre parte de um todo. Nunca o todo, o cosmos ou espaço total.

CONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMCONCEITO GEOGRÁFICO DE PAISAGEMPaisagemPaisagem é um conceito chave da Geografia que também é utilizado por outros campos do conhecimento.conhecimento.

Conceito tradicional, foi visto no passado como o objeto capaz de conferir unidade e identidadeunidade e identidade a j pGeografia.

Após um período em que a paisagem Geográfica foi, t it ó f l d l entre muitos geógrafos, relegada a um plano

secundário, renasce a partir de 1970 como um conceitoconceito--chavechave da Geografia

Correa, Roberto Lobato (1996)

PAISAGEMPAISAGEM

• paisagem visual, cenário mosaico de

• percepção subjetiva dapaisagem

IMAGEMIMAGEMMORFOLOGIA

cenário, mosaico de elementos

paisagem

SISTEMA TERRITORIALSISTEMA TERRITORIALFormada por: Subsistemas biofísico + socioeconômico

conjunto de elementos agentes e processos inter-conjunto de elementos, agentes e processos inter-relacionados (naturais e, sociais, econômicos, culturais) que atuam em um território.

O QUE É PAISAGEM GEOGRAFICA?

Vidal de La Blache (1903)

Um dos fundadores da Geografia gcomo disciplina acadêmica, afirmava ser a paisagem “ le que le que afirmava ser a paisagem le que le que ll´́oeil embrasse du regard”oeil embrasse du regard”

O QUE É PAISAGEM GEOGRÁFICA? O QUE É PAISAGEM GEOGRÁFICA?

A Paisagem como espaço do campo visual foi reforçada por autores de

õ i l gerações posteriores, por exemplo Pierre George: a paisagem é a “ porção do espaço geográfico porção do espaço geográfico analisadaanalisada visualmente”

Olivier Dolfuss afirma que “a paisagem é o aspecto imediatamente

tí ltí l d áfi ” perceptívelperceptível do espaço geográfico”.

O QUE É PAISAGEM GEOGRÁFICA? O QUE É PAISAGEM GEOGRÁFICA?

August Berque: “ as paisagens são herança e experiência”

Jean Brunhes e Pierre Deffontaines t i para esses autores as paisagens se

expressam pela expressão da cultura, fundamentalmente a cultura materialfundamentalmente a cultura material

Eric Dardel – paisagem representa o Eric Dardel paisagem representa o sentido que as sociedades dão a suas vidas – projeções, idéias e planos.

N f ê i áfi t

ABORDAGENS DO ESTUDO DA PAISAGEMABORDAGENS DO ESTUDO DA PAISAGEMNas referências geográficas encontramos muitos autores e abordagens:

Capel, Claval, Gomes, Hartshorne, Janes Li i to e S to di te i e o Ligingstone, Santos – discutem a paisagem no âmbito da História do pensamento Geográfico – categoria analítica.

Passarge, Schluter, Brunhes, Dion, Sórre e Sauer – autores clássicos estudam a paisagem Sauer autores clássicos estudam a paisagem como cultura e “ambiente”

“Toute vie sociale repose sur des savoir-faire, d ti d ides pratiques e des connaissances géographiques: les hommes doivent comprendre le milieu dans lequel ils sontcomprendre le milieu dans lequel ils sont installés pour l’exploiter et aménager; ils ont a s’orienter e à se repérer; ils ne se sentent chezs orienter e à se repérer; ils ne se sentent chez eux que là oú l’espace qui les entoure est marqué de signes qu’ils comprennent et de q g q psymboles qu’ils partagent.”

Paisagem marcada por signos que compreendemos signos que compreendemos

e compartilhamos.

Paul Claval. Históire de la Géographie, 1995

ABORDAGENS DO ESTUDO DA PAISAGEMABORDAGENS DO ESTUDO DA PAISAGEM

Berque e Cosgrove – paisagem expressão da leitura a partir de um recorte cultural.leitura a partir de um recorte cultural.

Milton Santos - a paisagem são os objetos – a te i lid de do e o e o té o te o materialidade do espaço que contém o tempo

empiricizado.

Carlos Augusto Figueiredo Monteiro, Bertrand, Sotchava, Mateo, Salinas – a paisagem é um sistema cartografável sistema cartografável.

Forman & Godron – a paisagem é um mosaico p gfuncional de trocas.

PAISAGEM NA GEOGRAFIA FRANCESAPAISAGEM NA GEOGRAFIA FRANCESAVidal de La Blache

Um dos primeiros geógrafos a desenvolver uma teoria sobre a paisagem como categoria geográfica foi o francês Paul Vidal de la Blache

Utiliza o termo payspays para expressar um lugar de l i iã t í ti escala maior - uma região, com características

ímpares de seu terreno e seus habitantes.

PAISAGEM NA GEOGRAFIA FRANCESAPAISAGEM NA GEOGRAFIA FRANCESA

La Blache destaca a fisionomiafisionomia do payspays l d l ã l como resultante da relação temporal entre

os habitantes de uma região e seus recursos naturais (La Blache 1903)recursos naturais (La Blache, 1903).

Vidal de La Blache

Um Genre de vieGenre de vie é a unidade cultura e natureza

Vid l d L Bl h t °15Vidal de La Blache, carnet n°15, p.54, 14 avril 1892, © Bibliothèque de l’Institut de

Le village de Peille (photo G.J. fig. 266,in Le Tableau de la Géographie de la France édition illustrée Hachette

Géographie de Paris.France, édition illustrée, Hachette, 1908). © Hachette


La Blache reconheceu a relação relação La Blache reconheceu a relação relação entre vida humana e naturezaentre vida humana e natureza de modo similar à delineada por modo similar à delineada por Marx e Engels (Cosgrove, 1996)

O Genre de vieGenre de vie é representado pelo conjunto de técnicas e pelo conjunto de técnicas e hábitos. Conceito utilizado até hoje em estudos da Geografia hoje em estudos da Geografia Cultural.


Genre de vieGenre de vie

Os gêneros de vida mudam historicamente, mudando assim a forma e a escala do objeto de estudo da geografia. Vidal observa tal mudança ocorrendo no capitalismo industrial em sua época...vejamos seus escritos....

“ D d t i i i ld i id d iDESCRIÇÃO DA PAISAGEM LA BLACHIANADESCRIÇÃO DA PAISAGEM LA BLACHIANA“ Desde tempos imemoriais as aldeias ou comunidades rurais que eles representavam dividiam entre elas a terra cultivada, constituindo universos minúsculos cada um fornecendoconstituindo universos minúsculos, cada um fornecendo tudo o que era necessário para uma existência autônoma: campos, bosques e pastagenscampos, bosques e pastagens. ..

(L Bl h 6 )(La Blache, 1917:161‐2)

“T bé it t t t i t l i l b

DESCRIÇÃO DA PAISAGEM LA BLACHIANADESCRIÇÃO DA PAISAGEM LA BLACHIANATambém situavam‐se entre uma e outra a um certo intervalo espacial, e observamos que, com efeito eram distribuídas de acordo com uma distância regular que nunca variava de mais de alguns quilômetros... (Mas) o agrupamento da i dú t i d i ã i t id d h dindústria de mineração ignora estas necessidades, reconhece apenas uma, a de manter contato com a mina, localizando‐se em nós privilegiados onde os meios de transporte concentram todos os elementos necessários pra sua sobrevivência.

(La Blache, 1917:161‐2)


Para La Blache a paisagem contém a evidência da mudançaevidência da mudança e a dialética evidência da mudançaevidência da mudança e a dialética entre genre de viegenre de vie e milieu milieu -- significa que ela promove bem como reflete que ela promove, bem como reflete, tal mudança.


“ ...a individualidade geográfica não surge a partir de uma simples consideração de geologia e clima. Não é algo préNão é algo pré‐‐ordenado pela ordenado pela natureza.natureza.

Devemos partir da noção de que um país é um ventre no qual as t d id d id f d l tsementes adormecidas da vida foram semeadas pela natureza, mas no

qual seu crescimento e uso dependem do homem. É ele quem ao submeter a terra a seus usos revela sua individualidadeÉ ele quem, ao submeter a terra a seus usos, revela sua individualidade. ..


“ ... É ele quem estabelece as conexões entre suas características distintas para a incoerência de circunstâncias locais, ele introduz um conjunto sistemático de forças. Assim, é um “ payspays” definido e diferenciado que se torna, com o tempo, uma medalha gravada na imagem de um povo uma medalha gravada na imagem de um povo (A paisagem como herança)(A paisagem como herança)... (A paisagem como herança)... (A paisagem como herança)

La Blache, 1903:8


A Cultura está presente na Leitura da paisagem Lablachiana como da paisagem Lablachiana como expressão da técnica e da força expressão da técnica e da força do do hábitohábito (permanência e do do hábitohábito (permanência e resistência a mudança)

Claval, 2003

GEOGRAFIA FRANCESA E O ESTUDO DA PAISAGEMGEOGRAFIA FRANCESA E O ESTUDO DA PAISAGEM

FORMAS, SISTEMAS AGRÁRIOS, FORMAS, SISTEMAS AGRÁRIOS, PLANOS DE CIDADES, PLANOS DE CIDADES, ,,TEMPORALIDADES E CULTURA, PAPEL TEMPORALIDADES E CULTURA, PAPEL DA DA TÉCNICATÉCNICA.

ESCALAS LOCAIS E REGIONAIS.ESCALAS LOCAIS E REGIONAIS.

ABORDAGEM HISTÓRICA DA ABORDAGEM HISTÓRICA DA PAISAGEM. PAISAGEM COMO UNIDADE PAISAGEM. PAISAGEM COMO UNIDADE DA CULTURA E AMBIENTE.DA CULTURA E AMBIENTE.

SEGUIDORES DE LA BLACHESEGUIDORES DE LA BLACHE

Jean BrunhesJean Brunhes – Buscava uma leitura da paisagem através dos fatos p gobserváveis e dados objetivos. Mapas de Unidades de Unidades de Paisagens Paisagens pela l ifi ã t classificação por temas.

i ff ii ff i fi lPierre DeffontainesPierre Deffontaines – Etnografia rural –Descrição de paisagens e modo de vida – visão regional Influenciou a – visão regional. Influenciou a geografia brasileira (Aroldo de Azevedo – Livro: Brasil, a Terra e o ,homem) –

SEGUIDORES DE LA BLACHESEGUIDORES DE LA BLACHE

ARMAND FRÉMONTARMAND FRÉMONT – Cultura do espaço vivido – Teoria dos lugares centrais e gpaisagem como expressão da herança e experiência.

JeanJean--Robert PitteRobert Pitte – importância dos id lh isentidos – o olhar e a pintura.

Augustin BerqueAugustin Berque – paisagem como expressão das práticas sociais materiais e simbólicasmateriais e simbólicas

PAISAGEM NA GEOGRAFIA ALEMÃPAISAGEM NA GEOGRAFIA ALEMÃ

Carl Troll (1950)

““ O termo paisagem Geográfica diz respeito a um setor da superfície terrestre definido por uma configuração espacial determinada, resultante de um aspecto exterior, do conjunto de seus elementos e de suas relações externas e internas, que estão enquadrados pelos limites naturais das

d d ” ( ã d t fl !)outras paisagens de caráter distinto” . (noção de trocas e fluxos!)


Carl Troll (1950)

Paisagem não é uma dimensão de uma gdeterminada escala.

éPaisagem é estrutura e funcionalidade.


Todas as paisagens refletem também transformações temporais e conservam transformações temporais e conservam testemunhos de tempos passados.

Existe (...) um escalonamento dimensional uma hierarquia de dimensional, uma hierarquia de paisagens de diferentes dimensões


Morfologia da PaisagemMorfologia da PaisagemMorfologia da PaisagemMorfologia da Paisagem

Estrutura e Divisão da PaisagemEstrutura e Divisão da PaisagemEstrutura e Divisão da PaisagemEstrutura e Divisão da Paisagem

Quando se analisa a estrutura da Quando se analisa a estrutura da paisagem apreende-se a lógica que é atribuir lhe um caráter de é atribuir-lhe um caráter de conjunto, de totalidadetotalidade.

ESCOLA ALEMÃ E A ECOLOGIA ESCOLA ALEMÃ E A ECOLOGIA

Paisagem é fisonomia e funcionalidade;

DA PAISAGEM AMERICANA.DA PAISAGEM AMERICANA.Paisagem é fisonomia e funcionalidade;

Troll diferencia paisagem natural e paisagemTroll diferencia paisagem natural e paisagem cultural;

A i fl t d t i dAs paisagens refletem as mudanças temporais de diversas escalas, como o longo tempo geológico, o tempo econômico de grande velocidade. Os t d i t t h itempos deixam testemunhos na paisagens;

A paisagem possui uma estrutura composta poruma estrutura composta porA paisagem possui uma estrutura composta por uma estrutura composta por unidades de paisagens de diversas dimensõesunidades de paisagens de diversas dimensões, desde escalas pequenas, abrangendo grandes extensões até escalas grandes compostas porextensões, até escalas grandes, compostas por pequenas extensões de terra, as quais denomina ecótopos ou unidades topoecológicas.

ESCOLA AMERICANA – Forman & Godron, 1986

Enfoca especialmente as relações horizontais entre osp çelementos de um mosaico da paisagem. Foco naconfiguração territorial e funcionalidade (trocas)

d iEstrutura da paisagem

mancha

matriz

matrizcorredor

Princípios básicos da ecologia da paisagemp g p g

1ª l i d g g fí d T bl :1ª lei da geografía de Tobler:

Os elementos mais próximos estão mais relacionados entre sí que os í â éelementos mais distantes (princípio da distância).Por este critério

podemos criar padrões para o ordenamento das densidades técnicas.

Teoría da insularidade biogeográfica de McArthur y Wilson:

A biodiversidade diminui com o tamanho das ilhas. (ilha = espaço A biodiversidade diminui com o tamanho das ilhas. (ilha espaço natural isolado, fragmento, patch ou mancha). Por esse criterio deve-se valorizar sempre maiores áreas e sua conectividade.

Vários autores: A heterogeneidade da paisagem depende da escala de análise. Definir uma escala de fenômeno, de análise e de representação para o ordenamento territorial representação para o ordenamento territorial

O problema que enfoca: a fragmentação de habitats

E ã d t id b i ã difExpansão do espaço construido: urbanização difusa

Avanço da fronteira agrícola

Avanço da extração mineral

Exploracao florestal e desmatamentos

Mosaico heterogêneo

Fragmentação dos hábitats naturais

A fragmentação de hábitats

A fragmentação apresenta dois componentes (Saunders et al., 1991):

Redução da quantidade de um hábitat específico ou dos hábitats naturais em seu conjunto.

Disposição espacial de hábitat remanescente em fragmentos cada vez mais pequenos e isolados entre sí.

A fragmentação de hábitatsA fragmentação de hábitats

BAIRROS COTA - CUBATÃO


A fragmentação de hábitatsSANTOS E SÃO VICENTE

GUARUJÁ SPA fragmentação de hábitats

UBATUBA SP


Processo de Fragmentação (critério de análise para a criticidade)g ç ( p )

Intacto Menos de 10 % do

i t t l

Salpicado 10 – 40 % dol

i t t l

Fragmentado40 – 60 % do

RelictoCerca del 90 % do

i t t l ecosistema natural alterado

ecosistema natural destruído

ecosistema natural destruido

ecosistema natural destruido

Perda de ecossistemas naturaisDi i i ã d ti id d

Hábitat alterado

á

Diminuição da conectividadeAumento do efeito de borda

Hábitat intacto

Fragmentação de hábitats

Pesquisas sobre fragmentação em várias regiões vem demonstrandoque a fragmentação provoca:

Extinções localizadas

Mudanças na composição de espécies

Facilidades para a expansão de espécies cosmopolitas eoportunistas

Propriedades dosParches (manchas)

CORE vs BORDA

( )

Bordacore Borda

ÍNDICES DA PAISAGEM (Landscape metrics)

A estrutura da paisagem pode ser analisadaquantitativamente com o uso de indicesindices dede desenhodesenhoquantitativamente com o uso de indicesindices dede desenhodesenhodo fragmento, por meio de SIG (Sistemas deInformação Geográfica).ç g )

Este tipo de análise se aplica geralmente sobre cartas d d t (l d l d )de uso da terra (land use, land cover).

ÍNDICES DA PAISAGEM (Landscape metrics)

Tipos de índices:

a) Índices de medida das propiedades dos parches (fragmentos):

•Número de parchesp•Superficie•Perímetro•Forma•Forma•Distância da borda•Dimensão fractal…

b) Índices de medida das propiedades da paisagem:Di id d d ti d h•Diversidade de tipos de manchas

•Proximidade entre manchas de um mesmo tipo•Distribuição espacial e abundancia das manchas…

Conectividade (distância estrutural e funcional entre (distância estrutural e funcional entre

manchas)

A conectividade se caracteriza pela capacidade de uma paisagem em facilitar ou impedir o movimento por entre manchas de recursos

É uma propriedade crucial para a sobrevivência de uma metapopulação em uma paisagem uma metapopulação em uma paisagem fragmentada.

Fonte: Metzger, 1997

Conectividade

Exemplos de conectividade entre manchas de habitats (B t 2003) (Bannet, 2003).

a) Manutenção de pequenos mosaicos dentro da paisagem;

b) Conectividade do tipo stepping stone; stepping stone;

c) Corredores que fornecem conexões continuas entre fragmento e manchas de habitats favoráveis.

Fonte:LaBio (http://ecopaisagem.wikispaces.com/Conectividade+estrutural

Conectividade

“Toda paisagem pode ser caracterizada por uma gradação da conectividade estrutural para um dado g ç phabitat, definida pela distância, densidade, complexidade, largura e qualidade da rede de

d d id d d t i t ” l corredores, densidade dos steppingstones” e pela permeabilidade da matriz”


A composição florística é um forte indicador é um forte indicador do grau de conectividade.

Ex: estudo da estrutura da vegetação em EMBUg ç

Biota Neotrop. vol.7 no.3 Campinas 2007

Conectividade

“Através da conectividade dos fragmentos é que se dá Através da conectividade dos fragmentos é que se dá a troca genética entre eles, onde há a percolação destes.”


Percolação

Teoria da percolaçãoTeoria da percolação: :

Refere-se a rápidas mudanças no tamanho, número e forma da borda das manchas ocorrem número e forma da borda das manchas ocorrem próximo a um nível probabilístico (proporção de habitat) onde a maior mancha percola somente de uma extremidade à outra do mapa. Existem métricas estatísticas para analisar.

Fonte: Metzger, 1997).

Proporção de habitat

Acima de um valor limite, as paisagens estão bem conectadas para paisagens estão bem conectadas para todas as populações, não importa

équão longe cada espécie pode dispersar;p ;


Mas se a proporção está abaixo do valor limite pequenas mudanças na distância limite, pequenas mudanças na distância de dispersão máxima podem produzir uma grande diferença na abundância de grande diferença na abundância de espécies e utilização de habitat

Fonte: Metzger, 1997p.3


Algumas espécies invasoras ou exóticas podem ser beneficiadas exóticas podem ser beneficiadas pela área de borda.

Os limites para perturbação variam entre 20% e 40% de proporção, equivalente aos valores de Andren, 1994. (ver na bibliografia)


Espécies com capacidade baixa de dispersão e com grande área mínima dispersão e com grande área mínima demonstram um aumento na taxa de extinção quando a proporção está entre extinção quando a proporção está entre 40 e 60%.

O limite de extinção para espécies com alto potencial demográfico está entre 25 e 50%.

Fonte: Metzger, (1997).


“Em paisagens altamente fragmentadas o Em paisagens altamente fragmentadas, o tamanho e isolamento serão complementares ao efeito de perda de habitat sendo que a ao efeito de perda de habitat, sendo que a perda de espécies ou a diminuição do tamanho da população será maior do que o tamanho da população será maior do que o esperado somente pela perda de habitat” (Andren 1994)(Andren, 1994)

Rede ecológicaFragmentos forestaisFragmentos forestais

Nodo da rede

Conectores

M t i í lMatriz agrícola

BIBLIOGRAFIA

BENNETT, A. F. 2003. Linkage in the landscape: The role of corridors and Connectivity in the Wildlife Conservation. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge, United Kingdom, 254p.

BRADLEY, J. C., SCHOOLEY, R. L. & PHILLIPS, C. A. 2010. Wetland hydrology, area, and isolation influence occupancy and spatial turnover of the painted turtle, Chrysemys picta. Landscape Ecology, 25: 1589-1600.CLAVAL, Paul. L´Analyse des Paysages. Geographies et Cultures 1995: 13

CLAVAL, Paul. A contribuição francesa ao Desenvolvimento da Abordagem cultural na Geografia In CORREA R L ROSENDAHL Z Introdução a cultural na Geografia. In CORREA, R. L. ROSENDAHL, Z. Introdução a Geografia Cultural, 2003: 147-166

COSGROVE, Denis. Em direção a uma Geografia Cultural Radical: COSGROVE, Denis. Em direção a uma Geografia Cultural Radical: Problemas da Teoria. Espaço e Cultura, 1996 (5): 5-29

DEVOTO, Giacomo E OLI, Gian Carlo. Nuovo Vocabulário Ilustrato Della li I áli 1988lingua Itálica , 1988.

FONCELINI, E. Lexicon Totour Latinittatis se. sl 1871

BIBLIOGRAFIA

GUADAGNIN, D. L. & MALTCHIK, L. 2007. Habitat and landscape factors associated with neotropical waterbird occurrence and richness in wetland fragments. Biodiversity Conservation, 161: 1231-1244.

LEITÃO, A. B. & AHERN, J. 2002. Applyng landscape ecological concepts and metrics in sustainable landscape planning. Landscape and Urban Planning, 59: 65-93.g,

LA BLACHE, Vidal. Tableau de la Geografie de la France. Vol. 3 Paris, 1903.

LOBATO, Roberto. Geografia Cultural: uma bibliografia. Espaço e Cultura, 1996 (5): 67-71MEDINA-FERERO, G. & VIEIRA, M. V. 2007. Conectividade funcional e importância da interação organismo-Paisagem Oecologia Brasiliensis importância da interação organismo-Paisagem. Oecologia Brasiliensis, 11(4): 493-502.

METZGER, J. P. 1997. Relationships between landscape structure and tree species diversity in tropical forests of South East Brazil Landscape and species diversity in tropical forests of South-East Brazil. Landscape and Urban Planning, 37: 29-35.

BIBLIOGRAFIA

ODUM, E. P. & BARRET. G. W. 2008. Fundamentos de Ecologia. Cengage Learning, São Paulo, 612p.

TAYLOR, P., FAHRIG L. & WITH, K. A. 2006. Landscape connectivity: A return to basics. Pp. 29-43 in: K. R. Crooks and M. Sanjayan (eds.). Connectivity Conservation Cambridge University Press Cambridge Connectivity Conservation. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom.

TISCHENDORFI, L., BENDER, D. J. & FAHRIG, L. 2003. Evaluation of TISCHENDORFI, L., BENDER, D. J. & FAHRIG, L. 2003. Evaluation of patch isolation metrics in mosaic landscapes for specialist vs. generalist dispersers. Landscape Ecology, 18: 41-50.

TROLL, Carl. A Paisagem Geográfica e sua investigação (1950). Espaço e Cultura, 1996 (4): 1-18

Documents

Aula 03 - Parte 1 - Paisagem conceito geográficogeografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Sueli/2s2012/... · administração romana ... (La Blache 1903)recursos naturais