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COLELITÍASE E COLELITÍASE E LITOGÊNESE LITOGÊNESE Prof. Cíntia Presser da Silva Prof. Cíntia Presser da Silva Universidade Luterana do Brasil Curso de Medicina Disciplina de Sistema Digestório

Aula 2 - Colelitíase e Litíase Biliar

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COLELITÍASE E COLELITÍASE E LITOGÊNESELITOGÊNESE

Prof. Cíntia Presser da SilvaProf. Cíntia Presser da Silva

Universidade Luterana do Brasil Curso de Medicina

Disciplina de Sistema Digestório

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VIA BILIAR

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INTRODUÇÃO

Trato Biliar Humano Anatomia

• Ductos hepáticos• Ducto cístico• Ducto biliar comum• Esfincter de Oddi

Fisiologia• Baixa pressão• Baixo fluxo hiráulico de excreção de substâncias

insolúveis em água Vulnerabilidade à precipitações e formação de concreções

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INTRODUÇÃO

COLELITÍASE OU LITÍASE VESICULAR

Termo utilizado para descrever a presença de pedras na vesícula.

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A Litíase Vesicular (colelitíase) está entre as afecções mais freqüentes na raça humana, sendo que sua patogênese permaneceu obscura por grande parte do século 20.

A Litíase Biliar é a segunda maior causa de morbidade no mundo, sendo que a colecistectomia é a cirurgia eletiva realizada com maior freqüência nos EUA.

8-10% da população possui litíase.

INTRODUÇÃO

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HISTÓRIA NATURAL

70 a 80% dos portadores são assintomáticos.

Portador assintomático: Risco anual de cólica biliar: 1 a 4 % Risco anual de complicações: 0,1 a 0,4%

50% permanece assintomático em um ano de “follow up”pós crise

30% ausência de recidiva de crises em 10 anos 30% não apresenta novo episódio de cólica biliar

70 a 80% dos portadores são assintomáticos.

Portador assintomático: Risco anual de cólica biliar: 1 a 4 % Risco anual de complicações: 0,1 a 0,4%

50% permanece assintomático em um ano de “follow up”pós crise

30% ausência de recidiva de crises em 10 anos 30% não apresenta novo episódio de cólica biliar

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COMPONENTES DA BILE

ColesterolEletrólitosSais BiliaresBilirrubina

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LITÍASE VESICULAR

Principais solutos que contribuem para a formação da LV: colesterol cálcio bilirrubina indireta

Sais biliares e fosfolipídios (lecitinas) solubilizam a bile.

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LITÍASE VESICULAR

A supersaturação destes solutos promovem a formação de cristais que quando aderidos ao muco da parede vesicular levam à formação do barro biliar.

A Litíase Vesicular (LV) ocorre quando a concentração de colesterol excede a capacidade de solubilização dos sais biliares.

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LITÍASE VESICULAR

CO LESTERO L8 0%

NegrosV e sícu laC irró tico s

E s ta do s he m o lít icos

M arronsC o léd o co

In fe cçã o d e du c tos b ilia res

PIG M ENTARESB ilirru b in a to d e C a

C o le s te ro l

TIPO S DE CÁLCULOS

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LITÍASE VESICULAR

PATO G EN IA D O S C Á LC U LO S D E C O LESTER O L

Supersaturaçãode colestero l

Aceleração dotem po de nucleação

H ipom otolidadevesicu lar

H ipersecreçãode m uco

LIT ÍASEVESIC U LAR

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SUPERSATURAÇÃO DE COLESTEROL

PRÉ-FORMADO (80%) Captação hepática de

lipoproteínas séricas(LDL) e de colesterol obtido da dieta.

Ésteres de colesterol: provenientes da adição de ácidos graxos

Ácidos biliares: colesterol é substrato para sua síntese que é regulada pela 7-alfa hidroxilase.

SÍNTESE “DE NOVO” (20%) Caminho pelo qual o

fígado utiliza acetato para a síntese de colesterol através da enzima Hidroxi-metil-glutaril coenzima A redutase (HMG CoA)

Regula a produção de colesterol para níveis maiores ou menores, dependendo do “pool” hepático.

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SUPERSATURAÇÃO DE COLESTEROL

TRANSPORTE DO COLESTEROL: Micelas simples:agregados de sais biliares Micelas mistas: sais bilires+colesterol-fosfolipídios (principal

forma de transporte do colesterol na bile) Vesículas: não há sais biliares

(colesterol+fosfolipídios+bilirrubinas)• Unilamelares• Multilamelares

SECREÇAÕ EXCESSIVA PODE DEVER-SE: Aumento da atividade da HMG CoA redutase Diminuição da síntese de sais biliares Aumento da captação de lipoproteínas pelo fígado Diminuição da conversão de colesterol a ésteres de colesterol

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ACELERAÇÃO DO TEMPO DE NUCLEAÇÃO (TN)

Média de TN: 3 dias LV; 15 dias em controles FATOR DE NUCLEAÇÃO: promove a precipitação de

colesterol na bile, diminuindo o tempo de nucleação. Glicoproteína mucina Aminopeptidase N Imunoglobulina G Transferrina Cálcio (carbonato de cálcio, bilirrubinato de cálcio, fosfato

de cálcio)

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HIPERSECREÇÃO DE MUCO

Gel de Mucina: ambiente ideal para o desenvolvimento de cristais de colesterol.

Secreção de Mucina: Controle genético Supersaturação de colesterol exerce efeito tóxico

sobre as paredes da vesícula Aumento da síntese de prostaglandinas (maiores

reguladoras da produção do muco vesicular)

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HIPOMOTILIDADE VESICULAR

Controle neural de seu esvaziamento é mediado pelo SNParassimpático (contração).

Diminuição da resposta ao estímulo fisiológico da colcistocinina (hormônio estimulante da contração da vesícula biliar)

Estase vesicular: Ex: Nutrição Parenteral Total (NPT).

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PATOGENIA DOS CÁLCULOS PIGMENTARES

NEGROS Pequenos, duros,

espiculados Hemólise crônica

(anemia falciforme, esferocitose), cirrose

Principal soluto é o Bilirrubinato de cálcio

MARRONS Infecções bacterianas na

bile Beta-glicuronidases que

formam a bilirrubina não conjugada

Acúmulo de muco e citoesqueletos bacterianos nos ductos biliares

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- LITÍASE VESICULAR -FATORES ASSOCIADOS

Idade Sexo Obesidade Drogas

Grupo étnicoGravidez Dieta •DM

•D. Crohn

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QUADRO CLÍNICO

COLELITÍASE: 70 A 80% assintomáticos

CÓLICA BILIAR: dor episódica no quadrante superior direito ou região

epigástrica, auto-limitada, duração de 1 a 4 horas Aumento gradual da dor em um período de 15 a 60 min

até atingir um platô . Duração maior que 6 horas sugere colecistite aguda Não há febre ou leucocitose. Dor causada pela contração da vesícula contra um ducto

cístico obstruído

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COMPLICAÇÕES

COLECISTITE AGUDA Inflamação da parede da vesícula biliar Dor tipo cólica biliar associada a febre e leucocitose Duração prolongada Náuseas e vômitos Obstrução crônica do ducto cístico em 90% dos casos 10% colecistite acalculosa Exame físico: Sinal de Murphy (dor à palpação do QSD

quando paciente inspiração)

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COMPLICAÇÕES

COLEDOCOLITÍASE Ocorrência de pedras no ducto biliar comum 15% dos pctes com colelitíase apresentam coledocolitíase Complicações perigosas: colangite e pancreatite Icterícia em 20 a 40% dos casos Aumento de fosfatase alcalina, GGT e bilirrubinas

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COMPLICAÇÕES

PANCREATITE Dor intensa na região superior do abdomem Dor em faixa Náuseas e vômitos Elevação de amilase e lipase

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COMPLICAÇÕES

COLANGITE Sinônimos: Colangite ascendente, Colangite bacteriana Infecção bacteriana dos ductos biliares Pus na via biliar Causas: 85% coledocolitíase, quase universal em

estenoses biliares pós-traumáticas, dificilmente obstrução neoplásica

Bactérias mais comuns: E. coli, Klebsiella, Pseudomonas, Enterococo, Proteus

Tríade de Charcot: dor, icterícia e febre presente em 70% dos casos

Calafrios , letargia, confusão mental

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DIAGNÓSTICO

Ananmenese Exame físico Exames laboratoriais

Hemograma Transaminases e bilirrubinas Fosfatase alcalina GGT

Exames de imagem Ecografia Abdominal Ecoendoscopia Colecistograma Oral Cintilografia CPER, TC, RM

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EXAMES LABORATORIAIS

CÓLICA BILIAR Usualmente normais

COLECISTITE AGUDA Leucocitose BT 2 a 4 mg/dl Transaminases e FA podem elevar

COLEDOCOLITÍASE BT> 4mg/dl Amilase aumentada Transaminases e FA elevadas

COLANGITE Leucocitose Hemocultura positiva FA e BT elevadas

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ECOGRAFIA ABDOMINAL

COLELITÍASE: focos hiperecogênicos com sombra acústica posterior. Sensibilidade e especificidade de 95%

COLEDOCOLITÍASE: cálculos visualizados em 50% a 60% dos casos. OBS: A Eco confirma, mas não exclui coledocolitíase

COLECISTITE AGUDA: Murphy sonográfico; espessamento da parede da VB (>4mm), fluido peri-colecístico

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ECOENDOSCOPIA

COLEDOCOLITÍASE Alta acurácia para

confirmar ou excluir litíase de colédoco

Sensibilidade e especificidade 95%.

Concordância com CPER 95%

Operadores experiêntes Não é terapêutico

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COLECISTOGRAMA ORAL

COLELITÍASE Cálculos aparecem como

defeitos de enchimentos móveis na VB opacificada

Sensibilidade e Especificidade > 90% quando a VB é opacificada, mas isto não ocorre em 25% dos casos

Necessária que o ducto cístico esteja pérvio

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CINTILOGRAFIA

COLECISTITE AGUDA Resultado normal:

demonstra radioatividade da VB, colédoco e delgado em 30 a 60min

Resultado positivo: não visualização da vesícula com com excreção preservada no colédoco e delgado

Sensibilidade e especificidade de 95%

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COLANGIOPANCREATOGRAFIA ENDOSCÓPICA

RETRÓGRADA CPER

COLEDOCOLITÍASE CPER- “gold standard” Sensibilidade e

especificidadede 90% Exame diagnóstico e

terapêutico COLELITÍASE

Defeitos de enchimento Sensilbilidade 80% Eco permanece principal

método diagnóstico

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TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA,

COLANGIORESSONÂNCIA

TOMOGRAFIA Não é ideal para litíase

não complicada Ótima para complicações

como formação abcesso, perfuração da VB, pancreatite

COLANGIORESSONÂNCIA Método não invasivo para

diagnóstico de litíase Não é terapêutico

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TRATAMENTO

Colelitíase assintomática: Tto conservador exceto: pcte jovem, pctes em lista de tx de órgãos, vesícula em porcelana.

Colelitíase sintomática: Cólica biliar

• colecistectomia laparoscópica ou a céu aberto Colecistite Aguda

• Antibioticoterapia (Cefoxitina para casos leves, Ampi+Genta+Metro casos severos)

• Após, cirurgia Coledocolitíase -CPER, cirurgia após. Colangite-CPRE (papilotomia endoscópica);

antibioticoterapia

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