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Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 35, nº 2, p. 85 - 87 abril / maio / junho 2006 Artigo Original 85 AVALIAÇÃO DAS LESÕES DA CAVIDADE ORAL POR ENDOSCOPIA DE CONTATO EVALUATION OF ORAL CAVITY LESIONS THROUGH CONTACT ENDOSCOPY 1 GYL HENRIQUE ALBRECHT RAMOS 2 ROGÉRIO A. DEDIVITIS 3 BENEDITO VALDECIR DE OLIVEIRA 4 PAOLA PEDRUZZI 5 CRISTIANE MIRANDA FRANÇA RESUMO Introdução: A endoscopia de contato, um exame que atualmente proporciona a observação das mucosas e suas alterações com a magnificação de 60 e 150 vezes, foi primeiramente descrita em 1979 por Hamou, aplicando-o para o colo uterino. Esse procedimento foi sendo testado e aplicado para outras topografias e sítios, com especial atenção para a mucosa da laringe (pregas vocais, na maioria das vezes), mucosa nasal, rinofaringe e estruturas viscerais do pescoço, como a paratireóide. Objetivo: Avaliar a aplicabilidade do mesmo no exame da mucosa oral. o Pacientes e método: Utilizando-se o telescópio de 0 , Karl Storz®, modelo 8715A, com magnificação de 60 e 150 vezes, o exame foi realizado após a coloração da mucosa e da lesão com solução a 1% de azul de metileno e consistiu no contato da lente do telescópio e conseqüente captação das imagens. Resultados: Verificou-se a possibilidade de identificar as estruturas de interesse para a classificação das alterações na mucosa da cavidade oral (células, citoplasma, núcleos, nucléolos, divisões nucleares), as estruturas vasculares subjacentes e os limites entre o tecido evidentemente alterado e o pouco alterado a normal. Conclusão: É possível utilizar o método nas situações que envolvem desde a simples inspeção da mucosa em pacientes de risco para doenças malignas até o auxílio na definição de margens cirúrgica da superfície da mucosa. Descritores: câncer bucal; diagnóstico; endoscopia de contato. ABSTRACT Introduction: The contact endoscopy is an examination method which allows the observation of mucosa and its changes under magnifications of x60 and x150 and was first described in 1979 by Hamou, applying it on the uterine cervix. That procedure was approached to other sites, mainly the laryngeal mucosa (most often to the vocal folds), nasal mucosa, nasopharynx and visceral neck organs, such as the parathyroid gland. Objective: To evaluate its application on the examination of the oral mucosa. o Patients and methods: A 0 telescope, Karl Storz®, 8715A model was employed under the magnification of both x60 and x150. The analyzes were performed after staining the mucosa and the lesion with methilene blue solution (1%) and consisted in the contact with the telescope lens and images recording. Results: It was verified the possibility of identifying important structures in order to classify the changes in the oral cavity mucosa (cells, cytoplasm, nuclei, nucleoli, nuclear division), the surrounding vascular structures and the margins of the tissue obviously changed and the limits between the tissue with fair changes and the normal one. Conclusion: It is possible to employ the method in situations including the mucosa inspection in patients at risk of malignant diseases and auxiliary for the definition of the mucosa layer surgical margins. Key words: oral cancer; diagnosis; contact endoscopy. 1. Mestre pelo Curso de Pós-Graduação em Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis, São Paulo 2. Doutor em Medicina pelo Curso de Pós-Graduação em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina 3. Cancerologista, Cirurgião da Cabeça e do Pescoço. 4. Cancerologista, Cirurgiã da Cabeça e do Pescoço. 5. Doutora em Odontologia (Patologia Bucal) pela Universidade de São Paulo Instituições: Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba; Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Ana Costa (2), Santos; e Disciplina de Patologia Geral e Bucal da Universidade Metropolitana de Santos (5). Correspondência: Rua da Paz 195 sala 12 – 80060-160 Curitiba, PR. e-mail: [email protected] Recebido em: 19/12/2005; aceito para publicação em: 06/03/2006.

AVALIAÇÃO DAS LESÕES DA CAVIDADE ORAL POR … · para o exame da mucosa da cavidade bucal foi em 19898, concluindo que o mesmo apresentava significativo potencial para o diagnóstico

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Page 1: AVALIAÇÃO DAS LESÕES DA CAVIDADE ORAL POR … · para o exame da mucosa da cavidade bucal foi em 19898, concluindo que o mesmo apresentava significativo potencial para o diagnóstico

Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 35, nº 2, p. 85 - 87 abril / maio / junho 2006

Artigo Original

85

AVALIAÇÃO DAS LESÕES DA CAVIDADE ORAL POR

ENDOSCOPIA DE CONTATO

EVALUATION OF ORAL CAVITY LESIONS THROUGH CONTACT

ENDOSCOPY

1GYL HENRIQUE ALBRECHT RAMOS

2ROGÉRIO A. DEDIVITIS

3BENEDITO VALDECIR DE OLIVEIRA

4PAOLA PEDRUZZI

5CRISTIANE MIRANDA FRANÇA

RESUMOIntrodução: A endoscopia de contato, um exame que atualmente proporciona a observação das mucosas e suas alterações com a magnificação de 60 e 150 vezes, foi primeiramente descrita em 1979 por Hamou, aplicando-o para o colo uterino. Esse procedimento foi sendo testado e aplicado para outras topografias e sítios, com especial atenção para a mucosa da laringe (pregas vocais, na maioria das vezes), mucosa nasal, rinofaringe e estruturas viscerais do pescoço, como a paratireóide.Objetivo: Avaliar a aplicabilidade do mesmo no exame da mucosa oral.

oPacientes e método: Utilizando-se o telescópio de 0 , Karl Storz®, modelo 8715A, com magnificação de 60 e 150 vezes, o exame foi realizado após a coloração da mucosa e da lesão com solução a 1% de azul de metileno e consistiu no contato da lente do telescópio e conseqüente captação das imagens.Resultados: Verificou-se a possibilidade de identificar as estruturas de interesse para a classificação das alterações na mucosa da cavidade oral (células, citoplasma, núcleos, nucléolos, divisões nucleares), as estruturas vasculares subjacentes e os limites entre o tecido evidentemente alterado e o pouco alterado a normal. Conclusão: É possível utilizar o método nas situações que envolvem desde a simples inspeção da mucosa em pacientes

de risco para doenças malignas até o auxílio na definição de margens cirúrgica da superfície da mucosa.

Descritores: câncer bucal; diagnóstico; endoscopia de contato.

ABSTRACTIntroduction: The contact endoscopy is an examination method which allows the observation of mucosa and its changes under magnifications of x60 and x150 and was first described in 1979 by Hamou, applying it on the uterine cervix. That procedure was approached to other sites, mainly the laryngeal mucosa (most often to the vocal folds), nasal mucosa, nasopharynx and visceral neck organs, such as the parathyroid gland.Objective: To evaluate its application on the examination of the oral mucosa.

oPatients and methods: A 0 telescope, Karl Storz®, 8715A model was employed under the magnification of both x60 and x150. The analyzes were performed after staining the mucosa and the lesion with methilene blue solution (1%) and consisted in the contact with the telescope lens and images recording.Results: It was verified the possibility of identifying important structures in order to classify the changes in the oral cavity mucosa (cells, cytoplasm, nuclei, nucleoli, nuclear division), the surrounding vascular structures and the margins of the tissue obviously changed and the limits between the tissue with fair changes and the normal one.Conclusion: It is possible to employ the method in situations including the mucosa inspection in patients at risk of malignant diseases and auxiliary for the definition of the mucosa layer surgical margins.

Key words: oral cancer; diagnosis; contact endoscopy.

1. Mestre pelo Curso de Pós-Graduação em Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis, São Paulo2. Doutor em Medicina pelo Curso de Pós-Graduação em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina3. Cancerologista, Cirurgião da Cabeça e do Pescoço.4. Cancerologista, Cirurgiã da Cabeça e do Pescoço. 5. Doutora em Odontologia (Patologia Bucal) pela Universidade de São Paulo

Instituições: Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba; Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Ana Costa (2), Santos; e Disciplina de Patologia Geral e Bucal da Universidade Metropolitana de Santos (5).

Correspondência: Rua da Paz 195 sala 12 – 80060-160 Curitiba, PR. e-mail: [email protected]

Recebido em: 19/12/2005; aceito para publicação em: 06/03/2006.

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INTRODUÇÃO

A endoscopia de contato, um exame que atualmente proporciona a observação das mucosas e suas alterações com a magnificação de 60 e de 150 vezes, foi primeiramente descrita em 1979 por Hamou, aplicando-a ao colo uterino,

1particularmente para o diagnóstico do câncer cervical .Progressiva e paulatinamente, esse procedimento

foi sendo testado e aplicado para outras topografias e sítios, com especial atenção para a mucosa da laringe (pregas

2,3 4vocais, na maioria das vezes) da mucosa nasal , da 5,6rinofaringe e de estruturas viscerais do pescoço, como a

7paratireóide , sempre com resultados satisfatórios.O primeiro artigo referindo-se à aplicação do método

8para o exame da mucosa da cavidade bucal foi em 1989 , concluindo que o mesmo apresentava significativo potencial para o diagnóstico e para a pesquisa na área. Após este, não se encontrou outra referência específica para o estudo da cavidade bucal. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Brasil), o câncer da boca tende a ser o 8º mais freqüente entre os homens (com 9.985 casos estimados para 2005) e o 9º entre

9as mulheres (com 3.895 casos estimados para 2005) . O diagnóstico precoce é fator significativo para a cura e obtenção de uma maior sobrevida dos pacientes, com menor disfunção e maior qualidade de vida.

Essa detecção precoce pode ocorrer por meio da avaliação de lesões ou alterações da mucosa da boca, sintomáticas ou não. Essas lesões podem ser tanto as potencialmente cancerizáveis (como as leucoplasias) como as já consideradas malignas intra-epiteliais (as

10eritroplasias) , como as já malignas, mas em estádio inicial (T1).

O exame da mucosa oral com o auxílio do endoscópio de contato pode ser útil na detecção de lesões malignas em fase incipiente, além de outras possíveis aplicações. Antevendo-se a utilidade da endoscopia de contato no diagnóstico e tratamento das lesões suspeitas e malignas da boca, pretende-se avaliar a aplicabilidade do mesmo no exame da mucosa oral.

CASUÍSTICA E MÉTODO

A endoscopia de contato foi realizada utilizando-se o otelescópio de 0 , Karl Storz®, modelo 8715A, com

magnificação de 60 e 150 vezes. O exame foi realizado após a coloração da mucosa e ou da lesão com solução a 1% de azul de metileno e consistiu no contato da lente do telescópio e conseqüente captação das imagens.

As imagens foram gravadas por sistema de vídeo VHS, convertidas para DVD (digitalizadas), instaladas no computador e as mais significativas foram selecionadas para documentação e análise crítica pelos autores.

Os exames foram realizados pelo mesmo profissional médico (GHAR), especialista em cirurgia da cabeça e do pescoço. Os seguintes aspectos foram considerados na captação das imagens: a compatibilidade entre a angulação da lente (0 grau) e as superfícies a serem examinadas; o conforto para o paciente e o examinador; e as secreções do paciente e o acúmulo de detritos na mucosa e lesões.

A interpretação das imagens baseou-se na avaliação por todos os autores, também cirurgiões da cabeça e do pescoço e de uma patologista (CMF), com o objetivo de analisar a capacidade de reconhecerem as estruturas e situações de interesse (núcleos, citoplasma, distribuição das

células) para a uma futura tentativa de validação desse método nessa topografia. Foram avaliadas as dificuldades técnicas encontradas e a qualidade das avaliações realizadas.

RESULTADOS

Foram analisados 12 exames, interessando lábio (3), soalho da boca (3), língua (3), palato duro (2) e região jugal (1). Foram observadas desde a mucosa normal até patologias benignas e malignas (tabela 1), confirmadas pelo exame histopatológico.

Tabela 1 – Topografia e resultado histopatológico das mucosas estudadas

Os principais dados coletados e os respectivos resultados estão listados nas tabelas 2 e 3, considerando as dificuldades técnicas encontradas e a qualidade das avaliações realizadas (figura 1).

Tabela 2 – Dificuldades com o aparelho.

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Tabela 3 – Dados referentes às imagens captadas nos doze casos.

Figura 1 – A imagem captada e os principais itens (exceto vasos) analisados: 1 – célula em metáfase; 2 – células em

citocinese; 3 – área tumoral, com provável queratina, sendo difícil discernir citoplasma/núcleo; maior celularidade; 4 – núcleos com área menor, podendo ser atipia; 5 – borramento, provavelmente por estiramento do tecido na hora do contato com o aparelho.

DISCUSSÃO

O aparelho utilizado para esse estudo é o mesmo idealizado para a microcolposcopia e para a endoscopia de contato da laringe, sendo que esse último é o que mais usa a óptica com angulação zero grau (como neste trabalho). O tamanho, cerca de trinta centímetros, leva a algumas dificuldades, como a da transmissão dos finos tremores das mãos, proporcionando falta de foco e de precisão na aplicação do mesmo às lesões.

Provocando as mesmas dificuldades, as estruturas como a língua (principalmente) e o lábio, por apresentarem muitos movimentos involuntários e aquela, por estar úmida no início do exame (saliva ou muco), levava ao deslizamento do aparelho com facilidade e também provocava distorções nas imagens.

Esses fatos foram superados com a adaptação de um apoio de braço (o mesmo usado para a retirada de sangue) e a participação do paciente e ou de um assistente na apreensão do lábio, da língua ou do próprio aparelho, firmando-o e minimizando-se, assim, a falta de precisão e os tremores citados acima.

O excesso de saliva e ou muco foi contornado com a respiração bucal contínua, provocando o ressecamento do lábio e/ou da língua, auxiliado por uma prévia aplicação de gaze. A aplicação de ar morno ou frio sobre a superfície (ar comprimido ou usando-se um secador de cabelos a frio) apressava e mantinha essa situação por mais tempo e, em localizações mais posteriores, como o início da base da língua e o palato mole.

A angulação natural do palato duro e a falta de apoio contraposto do palato mole foram outros fatores que dificultaram a captação de imagens melhores, demandando um tempo maior para o exame destas localizações. Sempre foi possível obterem-se imagens semelhantes às das demais localizações, suscitando mais paciência e prática.

As imagens referentes às ulcerações são tipicamente avermelhadas e as malignas, no caso, o carcinoma espinocelular (geralmente nas bordas das ulcerações), são tipicamente compostas por uma celularidade intensa, desordenada, abrupta, sendo óbvia a alteração em comparação com a mucosa adjacente. As alterações compreendidas entre essas duas quase obviedades citadas acima demanda um estudo maior e mais detalhado (figura 1).

Foi possível a identificação das estruturas úteis e necessárias para a análise e possível definição diagnóstica quanto às displasias, como o citoplasma e o núcleo, as figuras de mitoses, dependendo das condições da lesão, da obtenção da imagem, da experiência do examinador e do analisador.

CONCLUSÃO

Verificou-se a possibilidade de identificarem-se as estruturas de interesse para a classificação das alterações na mucosa da cavidade oral (células, citoplasma, núcleos, nucléolos, divisões nucleares), as estruturas vasculares subjacentes e os limites entre o tecido evidentemente alterado e o pouco alterado a normal.

Percebeu-se a possível utilização do método nas mais variadas situações que envolvem, desde a simples inspeção da mucosa em pacientes de risco para doenças malignas, até o auxílio na definição de margens cirúrgica da superfície da mucosa (ou talvez a profundidade muscular e de outras estruturas importantes como as neurais, linfática e vasculares) no intra-operatório ou imediatamente após a ressecção do espécime cirúrgico.

REFERÊNCIAS

1. Hamou JE. Histeroscopy and microcolpohysteroscopy. Text and atlas. Norwalk, Conn: Appleton and Lange, 1991.11. L'Estrange P, Bevenius J, Willians L. Intraoral application of microcolpohysteroscopy: a new technique for clinical examination of oral tissues at high magnification. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1989;67:282-5.2. Andrea M. Vasculature of the anterior commissure. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1981;90:18-20.3. Andrea M, Dias O, Santos A. Contact endoscopy during microlaryngeal surgery: a new technique for endoscopic examination of the larynx. Ann Otol Rhino Laryngol. 1995;104:333-9.4. Andrea M, Dias O, Macor C, Santos A, Varandas J. Contact endoscopy of the nasal mucosa. Acta Otolaryngol (Stock). 1997;117:307-11.5. Xiaoming H, Haiqiang M, Manquan D, Hanyong S, Yong S, Kela L, Xiaoman L, Tengbo H. Examination of nasopharyngeal epithelium with contact endoscopy. Acta Otolaryngol. 2001;121:98-102.6. Pak MW, To KF, Leung SF, Hasselt CA. In vivo diagnosis of nasopharyngeal carcinoma using contact rhinoscopy. Laryngoscope. 2001;111(8):1453-58.7. Dedivitis RA, Guimarães AV. Contact endoscopy for intraoperative parathyroid identification. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2003;112(3):242-5.8. L'Estrange P, Bevenius J, Williams L. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1989;67(3):282-5.9. INCA. Câncer de Boca: Estimativa de Incidência de Câncer no Brasi l para 2005 [Si te na in ternet ] . Disponível em http://www.inca.gov.br. Acessado em Dezembro de 2005.10. Ramos GHA. Câncer da gengiva superior. In: Rapoport A, editor. Câncer da boca. São Paulo: Pancast, 1997; p.69-83.

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