Sérgio Augusto de Loreto Bordignon Programa de Mestrado em Avaliação de Impactos Ambientais, Centro Universitário La Salle, Canoas, RS

E-mail: bordignon@ibest.com.br

salb@unilasalle.edu.br

How to identify berberry plants and ther distribution in Brazil

Aceranthus C.Morren & Decne. Achlys DC. Berberis L. Bongardia C.A.Mey. Caulophyllum Michx. Diphylleia Michx. Dysosma Woodson Epimedium L. Gymnospermium Spach Jeffersonia Barton Leontice L. Mahonia Nutt. Nandina Thunb. Plagiorhegma Maxim. Podophyllum L.

http://data.kew.org/cgi-bin/vpfg1992/genlist.pl?BERBERIDACEAE

FAMÍLIA BERBERIDACEAE

Flora mundial: 15 gêneros e cerca de 650 spp. (Troncoso 1987, Landrum 1999, Souza & Lorenzi 2012), ocorrendo predominantemente no Hemisfério Norte, e um gênero, Berberis, com cerca de 500 spp., se estende para às regiões andinas e temperadas da América do Sul (Landrum 1999).

Distribuição geográfica de Berberidaceae

Angiosperm Phylogeny Webside

Distribuição geográfica do gênero Berberis L.

Gênero Berberis L. América do Sul: principalmente nos Andes (Chile e Argentina), com 20 espécies de Berberis reconhecidas (Landrum, 1999). Ulloa Ulloa (2008) cita um total de 34 spp. (31 endêmicas) para o Cone Sul (Argentina, sul do Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai).

Argentina: 16 espécies nativas de Berberis que se estendem de preferência pelas províncias andinas até o Estreito de Magalhães. Na província de Buenos Aires ocorre somente B. ruscifolia Lam. (Troncoso, 1987). Ulloa Ulloa (2008) cita 18 espécies sendo 8 endêmicas.

Uruguai: 4 espécies. B. laurina Billb., B. montevidensis C.K. Schreid., B. ruscifolia Lam. e B. sellowiana C.K. Schreid. (Ulloa Ulloa 2008).

Brasil: 4 espécies nativas de Berberis L. e algumas espécies exóticas de Berberidaceae são cultivas como plantas ornamentais como Nandina domestica, comumente cultivada e, esporadicamente, os berberis (B. korena, B. thunbergii) e o matrônio-ilex (Mahonia aquifolium) (Souza & Lorenzi 2012, Stehmann (2013).

As espécies de Berberis que ocorrem no Brasil segundo Stemann (2013).

Berberis campos- portoi Brade Origem: endêmica do Brasil (MG) Domínio Fitogeográfico: Bioma Mata Atlântica Tipo de Vegetação: Campos de Altitude

Berberis glazioviana Brade Origem: endêmica do Brasil (MG e RJ) Domínio Fitogeográfico: Bioma Mata Atlântica Tipo de vegetação: Campos de Altitude, Floresta Ombrófila ( = Floresta Pluvial).

Berberis kleinii Mattos Origem: endêmica do Brasil (RS e SC) Domínio Fitogeográfico: Bioma Mata Atlântica Tipo de vegetação: Campos de Altitude, Floresta Ombrófila ( = Floresta Pluvial) e Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária).

Berberis laurina Billb. Origem: Brasil (RS, SC, PR, SP, RJ e MG) , Uruguai e Argentina. Domínio Fitogeográfico: Bioma Mata Atlântica e Pampa Tipo de vegetação: Campos de Altitude, Floresta Ombrófila ( = Floresta Pluvial) e Floresta Ombrófila Mista (= Floresta com Araucária)

Mapa dos Biomas do Brasil (IBGE, 2004)

Mapa das regiões fitoecológicas do Rio Grande do Sul (Cordeiro & Hasenack 2009 )

Regiões Fisiográficas do Rio Grande do Sul (Fortes 1959)

Descrição resumida do gênero Berberis L. Pequenas árvores ou arbustos com espinhos tri-partidos. Folhas simples, fasciculadas, pecioladas, de bordo liso ou com dentes espinescentes, comumente com um único espinho no ápice. Inflorescências racemosas uni ou multifloras. Flores hermafroditas com 6 a 9 sépalas, 6 petálas; 6 estames livres com anteras valvares; ovário súpero, unilocular com 2-8 óvulos, estilete peltado. Fruto tipo baga, pequenos, roxo-escuros a negros quando maduros. Chave para identificação das espécies que ocorrem no sul do Brasil (Adaptada de Mattos 1967) 1. Ramos terminais com com marron, pubescentes; espinhos com até 0,7

cm de comprimento, com dois canais dorsais. Folhas com até 1,8 cm de comprimento. Pedúnculos unifloros e solitários................B. kleinii Mattos

2. Ramos terminais amarelados, glabros; espinhos com mais de 1 cm de comprimento, com 1 canal dorsal. Folhas com mais de 5 cm de comprimento. Inflorescência racemosa................................B. laurina Billb.

Berberis kleinii Mattos

Detalhe de uma exsicata de B. kleinii mostrando flor isolada (Coletor: Igaci et al. 397, Urubici, SC - ICN 172064)

Detalhe de uma exsicata de B. kleinii com fruto maduro (Coletor: L.B.Smith, R. Reitz e R. Klein 7684, Bom Retiro, SC - ICN 1806)

Distribuição geográfica de Berberis kleinii Mattos

Mapa obtido de INCT- Herbário Virtual da Flora e dos Fungos

Região onde ocorre Berberis laurina - São José dos Ausentes, RS, Brasil

Berberis laurina Billb. Nome popular: Espinho-de-são-joão, são-joão, berberis, Origem: não é endêmica do Brasil – ocorre também no Uruguai e Argentina. Distribuição Geográfica: Sudeste (MG, RJ e SP), Sul (PR, RS e SC) Domínios Fitogeográficos: Mata Atlântica e Campos Sulinos Tipo de vegetação: Campo de Altitude, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Ombrófila Mista.

Berberis laurina – A) plântula; B) hábito de um planta florida fotografada na localidade de Guaritas, Caçapava do Sul, RS.

A

D

B

Berberis laurina – A) Raízes; B) Corte de uma raiz com cor amarela devido a presença de pigmentos – São Francisco de Paula, RS.

A B

Berberis laurina Billb. - A) espinhos 3-partidos; B) ramos com folhas fasciculadas com bordo liso e um único espinho no ápice; C) folhas com bordo espinhento. Guaritas, Caçapava do Sul, RS.

A B

C

Variabilidade em folhas Berberis laurina Billb.

Planta coletada em Pelotas, RS (HAS 65220)

Planta coletada em Nova Prata, RS (HAS 65206)

Planta coletada no Itaimbesinho, Cambará do Sul, RS por Porto et al. 1068 (ICN)

Planta coleta no Caracol, Canela, RS por M.B. Alves et al. (ICN 21889)

Variabilidade em folhas de Berberis laurina Billb.

Berberis laurina – A) Ramo com inflorescências; B) detalhe das flores.

A B

C

B

Berberis laurina – A) Frutos imaturos com estigma peltado; B) frutos imaturos e em maturação.

A

B

B

Distribuição geográfica de Berberis laurina Billb. no Brasil

Mapa obtido de INCT- Herbário Virtual da Flora e dos Fungos

Locais de coletas de Beberis no Sul do Brasil e Uruguai

Mapa obtido a partir de amostras (esxicatas) existentes nos Herbários HAS, ICN, PACA e dados disponíveis no site do MO.

Campo e Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) - Região dos Campos de Cima da Serra, São Francisco de Paula, RS, Brasil

Campo e Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) - Região dos Campos de Cima da Serra, São Francisco de Paula, RS, Brasil

Campo e Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) - Região dos Campos de Cima da Serra, São Francisco de Paula, RS, Brasil

Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) - Região dos Campos de Cima da Serra, São Francisco de Paula, RS, Brasil

Floresta Ombrófila Mista – Região dos Campos de Cima da Serra, Parque Nacional dos Aparados da Serra, Cambará do Sul, RS, Brasil

Região dos Aparados da Serra – Canyon Itaimbezinho, Parque Nacional dos Aparados da Serra, Cambará do Sul, RS, Brasil

Região dos Aparados da Serra - Canyon Fortaleza, Parque Nacional da Serra Geral, Cambará do Sul, RS, Brasil

Região dos Aparados da Serra – Canyon Fortaleza, Parque Nacional da Serra Geral, Cambará do Sul, RS, Brasil

Região da Serra do Sudeste – Guaritas, Caçapava do Sul, RS, Brasil

Região da Serra do Sudeste – Minas do Camaquã, Caçapava do Sul, RS, Brasil

Região da Serra dos Sudeste - Guarda Velha, Caçapava do Sul, RS, Brasil

Região da Serra do Sudeste – Rincão do Inferno, Lavras do Sul, RS, Brasil

Região da Serra do Sudeste – Cerros das Almas, Capão do Leão, RS, Brasil

Referências • Cordeiro, J.L.P.; Hasenck, H. Cobertura vegetal atual do Rio Grande do Sull. In: Pillar, V.

D.; Müller, S. C.; Castilhos, Z. M. S.; Jacques, A. V. A. (ed.) Campos Sulinos conservação e uso sustentável da biodiversidade. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2009, 403 p. il. col. Capítulo 23. p. 285 - 299.

• INCT- Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. Disponível em http://inct.splink.org.br/ • Landrum, L.R. 1999. Revision of Berberis (Berberidaceae) in Chile and adjacent Southern

Argentina. Annals of the Botancial Garden. 8 (6): 793-834. • Mattos, J.R., 1967, Berberidaceae. In: Fl. Ilustr. Catarin., p.1-15. • Stehmann, J.R. 2013. Berberidaceae in: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim

Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB77985) • Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 09 Oct 2013 <http://www.tropicos.org • Troncoso, N.S. 1987. Berberidaceas. In: Burkart. Flora Ilustrada de Entre Rios. Parte III

Dicotiledôneas Arquiclamídeas A: Salicales a Rosales. I.N.T.A. Buenos Aires. • Ulloa Ulooa, C. 2008. Berberidaceae. In: Zuloaga F, O Morrone & M Belgrano (eds), C

Marticorena & E Marchesi (assoc. eds), Catálogo de las plantas vasculares del cono sur (Argentina, southern Brazil, Chile, Paraguay y Uruguay). Monographs in Systematic Botany from the Missouri Botanical Garden 107, vol.2. p. 1575-1580.

• Angiosperm Phylogeny Webside - http://www.mobot.org/mobot/research/apweb/ Acessado em 08.10.2013.