Bocage - Improvisos de Bocage

7/21/2019 Bocage - Improvisos de Bocage

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Manuel Maria Barbosa du Bocage

Improvisos de Bocage



Na sua mui perigosa enfermidade,

Dedicados

A seus amigos

Parve (nec invideo) sine me, Liber, ibis in Urbem:

(Hei mihi!) qu Domino non ice" ire "uo#$

Ovid. Trist. Lib. I. Eleg. I.

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LISBOA,

NA IMPRESSÃO R!IA.

Ano "#$%.

Por %rdem &uperior#



AOS AMIGOS.

SONETO I

Terno Pa& '"(, bo) Manesc*i '+(, Aurlio '-( caro,

Alvares etre)oso '/(, Al)eida *u)ano '%(,

0err1o '2( 3restante, valedor Montano '4(,

Moni& '#(, 5ue etrais teu no)e ao Te)3o avaro6

0reire '7(, 8iana '"$(, Blanc*eville '""(, 9 raro,

Moral tesoiro, 5ue 3ossui El)ano:

S9cio de 0lora '"+(: e tu de so) Tebano

; <isne '"-(= E tu, <ardoso, e) letras claro '"/(6

Monu)ento *onrador da >u)anidade,

?Se o 0ado )e su)ir da Morte no Er)o@

!rata vos deia cordial Saudade.

Ireis nos versos )eus do !lobo ao ter)o,

Por serdes, co) benca Piedade,

Nncios, Nncios de u) Ceus ao 8ate enDer)o.

'"( 0rancisco os da Pa&.

'+( o1o Pedro Manesc*i.

'-( Marcos Aurlio Rodrigues.

'/( Ant9nio os Alvares.

'%( oa5ui) Pereira de Al)eida.

'2( Prior dos AnFos.

'4( os 8entura Montano.

'#( Nuno Alvares Pereira Moni&.

'7( !reg9rio 0reire <arneiro.

'"$( !onGalo os Rodrigues 8iana.



'""( Ciogo os Blanc*eville.

'"+( O Padre Mestre 0r. os Mariano da <onceiG1o 8eloso.

'"-( o1o 8icente Pi)entel Maldonado.

'"/( O Cese)bargador do Porto 8icente os 0erreira <ardoso. Cevota)b) )encionar *onrosa)ente o Coutor Manoel oa5ui) de Oliveira,

Medico e) Lisboa: o )eu a)igo Policar3o, da Rua Nova da Rain*a: o

Cirector do <orreio !eral: e os Maria de Oliveira, 0il*o do Ad)inistrador

dos Seguros do )es)o <orreio6 todos 3ara co)igo instru)entos da

ProvidHncia.

'&e es"iver nos meus ados a pr*ima e*"in+o de meus dias,$

EPITÁFIO

Ce El)ano eis sobre o )r)ore sagrado

A Lira, e) 5ue c*orava, ou ria A)ores.

Ser deles, ser das Musas Doi seu 0ado6

>onre)Jl*e a Lira 8ates, e A)adores.

'-uod ice", in"er vos nomen habe"e meum#$

Ovidio.



SONETO II

Se o !rande, o 5ue nos Orbes dia)antinos

Te) curvos a seus 3s dos Reis os 0ados,

Nova)ente )e der ver a)i)ados

Ce )odesta 8entura os )eus Cestinos:

Se acordare) na Lira os sons Civinos,Kue dor)e) ?F da !loria n1o le)brados@

Ao <ro etreo, cndidos, e alados,

>onrar co) Ele *u) Ceus ireis, )eus *inos.

Mas, da *u)ana <arreira inda no )eio,

Se a dbil or vital sentir )urc*ada

Por Lei 5ue envolta na eistHncia veio:

<oa )ente 3elos <us toda es3raiada,

Cirei, de Eternidade uDano, e c*eio6

A Ceus, 9 Mundo= 9 Nature&a= 9 Nada=Q



SONETO III

Pela vo& do Trov1o <orisco intenso

<la)a, 5ue Nature&a i)3era *u) Ente,

Kue cinge do ureo Cia o vu ridente,

Kue veste datra Noite o )anto denso.

Pas)ar na I)ensidade crer o I)enso6 Tudo e) n9s o re5uer, o adora, o sente.

Prova)Jte ol*os, ouvidos, 3eito, e )ente

Nu)en= Eu oiGo, eu ol*o, eu sinto, eu 3enso.

Tua Ideia, 9 !r1o Ser, 9 Ser Civino,

Me *e vida, se )e d1o )ortal des)aio

Males 5ue soDro, e )ales 5ue i)agino.

Nunca I)3iedade e) )i) De& bruto ensaio6

Se)3re ?at das Paies no desatino@

Tua <le)Hncia a)ei, te)i teu Raio.



SONETO IV

<aro a 0bo, a 0ilinto, a Lsia, 0a)a,

Na Lcia 0onte, e Argiva i)erso AlDeno '"%(,

Pelas Ceusas Ir)1s Dadado Is)eno '"2(,

E) 5ue Nu)en Ra&1o, 8erdade a)a6

<anoro Melibeu '"4(, 3or 5ue) derra)a

InveFa, e !l9ria o nctar, e o veneno:

0il9soDo <antor, )eu doce Oleno '"#(,

Coce ao S9cio inDeli&, 5ue e) ais te c*a)a=

El)iro '"7(, 5ue de Soa o gr1o Tesoiro

Revolves, 3ossessor, co) )1o su3re)a:

E outros, 5ue o TeFo *onrais, o 8ouga, o Coiro '+$(:

CaiJ)e 5ue o Let*es sorvedor n1o te)a6

Por v9s co)3rado ao Te)3o e) versos de oiro,

<isne talve& 5ue s9i U *ora etre)a.

'"%( O Bac*arel Co)ingos Mai)iano Torres.

'"2( o1o 8icente Pi)entel Maldonado.

'"4( Miguel Ant9nio de Barros.

'"#( Nuno Alvares Pereira Moni&.

'"7( os Agostin*o de Macedo.

'+$( >u) dos 5ue *onra) o Coiro Bento >enri5ues Soares, a)igo do

c*orado o1o Ba3tista unior ?Autor da nova <astro@ a)igo, co)o eu,

da5uele, cuFa )e)9ria deve saudosa)ente viver e) 5uanto o Engen*o, e a

Moral Dore) dotes de 3reGo. O glorioso ao 8ouga 0rancisco oa5ui) Ringre,

5ue 3elo sabor da Antiguidade, 5ue * nas suas Poesias, e 3elo estro 5ue as

levanta, )erece esta nota.



SONETO V

CeseFo iluso, e v1o= Para 5ue traGas

Kuadro, 5ue i)agens divinais oDerece

A terna, ausente A)ada )e a3arece,

E) <u de A)ores ecli3sando as !raGas.

Ante a doce 8is1o, co) 5ue )e enlaGas,

? )urc*o, estril F@ )eu ser oresce:

Mas sbito 0antas)a eis desvanece

<*us)a de encantos, 5ue e) teu son*o abraGas.

<oroado de <i3reste o Cesengano,

O )eu nada )e agoira... 9 dor= )ais Dorte

Co 5ue e) seu gr1o su3re)o o esDorGo *u)ano=

<*orai, Piedade, e A)or, t1o triste sorte,

<*orai6 longe de Anlia e3ira El)ano:

Os 5ue a Ternura uniu desune a Morte.



SONETO VI

Cura 0ilosoa auda& DorceFa

Por darJ)e essHncia nova ao 3ensa)ento:

Ce bron&e di& 5ue Dorre o soDri)ento,

E e) brasas, co)o e) ores, )anso esteFa6

Ci&, 5ue, 9 Leis de Venon '+"(, 3or v9s )e reFa:

Kue sabe do alto Siste)a alto Portento6

Os 9rg1os vive), )orre o senti)ento,

E )udo, e Drio, o coraG1o caleFa.Q

Mas a*= Mais sbio 5ue Venon o Eterno,

0onte Us lgri)as deu, deu Donte ao riso6

<o) a Lei das sensaGes )eu ser governo.

Se eu Dolgasse entre o )al 5ue e) )i) diviso,

Na )ente ousara unir o *orror do InDerno

Aos S9is, de 5ue se es)alta o Paraso.

'+"( Cisc3ulo de <rates, e 0undador do Estoicis)so, ou Seita dos

Est9icos. Kuando o >o)e) crH vi&in*ar co) o seu Nada, ?o Nada Wniversal@

as so)bras, e) 5ue o envolve), o abaDa) as suas 3aies, se rareDa&e), e

esvaece) aos lu)es da ustiGa, e do Cesengano6 ou F l*e brote

sobrenatural)ente na al)a este Den9)eno, ou F 3or5ue, eva3orado o a)or

3r93rio, atente )ais nos outros 5ue e) si. Eu, talve& nesse estado, ou n1o

longe dele, conDesso ingenua)ente, 5ue, 3ela suavidade, e a3uro do )etro

?nas co)3osiGes lavradas co) )ais desvelo, e )ais gosto@ 3elas ores,

3elos es)altes Poticos de 5ue as a)eni&a, e Dor)oseia, ?e) es3ecial as

B5uicas@ Bel)iro est )ui sobranceiro aos Engen*os vulgares. A Ra&1o )e

3ede, 5ue l*e *onre o )rito: e o <oraG1o, 5ue l*e releve a, talve&,



inFustiGa, co) 5ue trabal*ou re)overJ)e de *u) gr1o, *avido da 8o&

3blica.

SONETO VII

Agora 5ue a seu lbrego Retiro

<o)o 5ue a baGa Morte )e enca)in*a,

E o coraG1o, 5ue as nsias l*e adivin*a,Cbil se ensaia no nal sus3iro6

Musa de El)ano, e Musa de Bel)iro,

WnaJse a gloria sua gloria )in*a6

Meu no)e aguarentou co) vo& )es5uin*a,

Eu Fusto ao seu n1o Dui, e a sHJlo as3iro.

Ne) tu )e es5uecers, !ast1o cadente '++(,

Lustroso a3ar do )i), 5uando de c*oDre

Xgneas canGes brotei, cu) Ceus na )ente.

Abri, 8erdade, abri teu ureo coDre6

Isto El)ano etraiu coa )1o tre)ente

No srio 3onto 5ue iluses n1o soDre.

'++( Se a locuG1o, a Dantasia, e o rit)o caracteri&a) a )ente Potica,

a3onto C. !ast1o <outin*o co)o dourai co) estes tesoiros do Es3irito. N1o

soa, co)o devera, ?e alta)ente@ o louvor de To)s Ant9nio dos Santos, e

Silva nos )eus talve& lti)os versos, 3or5ue e) outros, de )onG1o )ais

0eba, e F divulgados, l*e teci elogios, e) 5ue a Draterna a)i&ade, 5ue de

)uito nos liga, nada 3roDeriu avesso FustiGa, e ao to) circuns3ecto do

Ciscerni)ento.



SONETO VIII

N1o )ais, 9 TeFo )eu, Dor)oso, e brando,

Y )arge), Drtil de gentis verdores,

Ters da alta Wlisseia *u) dos <antores,

'+-( Sus3iros no ureo )etro )odulando.

Rindo n1o )ais ver, n1o )ais brincando

Por entre as NinDas, e 3or entre as 0lores

O <ro divinal dos nus A)ores,

Cos Vros a&uis o aDvel Bando.

<oa Dronte F se) )irto, e F se) loiro,

O arrebata de roFo a )1o da Sorte

Ao <li)a salutar, e U )arge) de oiro.

EiJlo e) 0ragas de *orror, se) lu&, se) norte:

Soa da5ui, dali 3iado Agoiro6

Sois v9s, Cesterro eterno, Er)os da Morte=

'+-( '.armina Pas"oris &icui moduabor avena#$

8irgil. Eclog. "$.



SONETO IX

Nest9reos Cias, 5ue son*ava El)ano,

Bril*antes de al)os gostos, de urea Sorte,

Po)3osa 0antasia, auda& Trans3orte,

As a&as cerceai do Orgul*o insano.

Plano de *u) Nu)en contradi& )eu 3lano,

E 5uer 5ue se esvaeGa, e 5uer 5ue aborte6

Eis, eis 3al3ita, 3recursor da Morte,

No t)ido aneuris)a o Cesengano.

A Ceus, 9 !nios 5ue Wlisseia ad)ira6

?<antor, 5ue *onrastes, *onrareis, <antores@

8ersos, 3rantos l*e dai, 5ue El)ano e3ira.

CeiaiJl*e a cin&a e) 3a&, Datais A)ores:

E v9s, do etinto 8ate a <a)3a, e Lira,

'+/( 8irtudes, 5ue ealtou, cobri de ores.

'+/( BenecHncia, e Piedade, celebradas no E3icdio ao Mar5uHs de

AngeFa.



'Ao &enhor Nuno /vares Pereira 0oni1#$

SONETO X

<oa )ente Fuvenil, subli)e, alada

Sabes da trrea Mans1o, Mans1o 3roDana:

Introdu&es, Moni&, a ideia uDanaL na de S9is se) conto Estancia ornada.

, de Lsia cantando a >istoria *onrada,

Soas 5ual !rega Musa, ou 5ual Ro)ana:

, )edrando nos <us a DorGa *u)ana,

Teu Metro criador Da& Ente o Nada.

Nove Ceusas louG1s, trHs Ceusas nuas

Te abre) tesoiros6 cada 5ual te ad)ira

No verso graGas )il, 5ue Dora) suas.

Assa& lu&iu teu Estro6 a )ais as3ira:

E estran*o n1o ser 5ue substituas

A tuba de Mar1o de 0lacco Lira.

-uero (se meus dias 2ndarem) dei*ar uma prova do mui"o emque "ive, do mui"o que merecem os "aen"os de um dos meus mais

caros Amigos#



ZAo sbito desastre de u) Poeta a)ado da NaG1o.[

SONETO XI

<antor, 5ue a Dronte erguia engrinaldada

<onvosco, Idlias coroas6 )irto, e rosas,

Kue viu 3or )1o das Tgides Dor)osasCe alFDares a Lira, e de oiro ornada:

Mente, de etreos Cons abril*antada,

Kue, solta e) 3roduGes louG1s, 3o)3osas,

Surgiu, voou co) a&as lu)inosas

Ante o Bando 5ue vai de roFo ao Nada:

Estro, o3ulento do 0ebeo Tesoiro,

? dos 3icos Sons talve& no ensaio@

Ouviu sair das trevas triste agoiro.

Seu 0ado o Dul)inou, bateuJl*e o raio

\ So)bra tua... ai dor= L )es)o, 9 Loiro6

<*oraiJo, A)ores, Tgides, c*oraiJo.

De Au"or annimo3 por4m que 4 f5ci conhecer peo es"io#





ZPelo Bac*arel Co)ingos Mai)iano Torres[

SONETO XIII

Se as rduas Leis da s1 0ilosoa

Sacra gide n1o s1o contra a CesgraGa,Ent1o e) 5ue desdi& a *u)ana RaGa

Cas outras, 5ue Ra&1o n1o alu)ia

Seus venenos distile a Tirania,

Raivoso o 0ado e) raios se desDaGa6

Al)a, 5ue o lu)e da Ra&1o re3assa,

Sorve tran5uila o nctar dAlegria.

Kuando a 8entura ao 3ensa)ento acode,

E n1o 3rova reve&es o CeseFo,

E)bates de aiG1o 5ual5uer sacode.

Aos )ales na constncia ser sobeFo

A 3oucos dado Doi: El)ano o 3ode6

C, 5ue *u) novo troDeu glorie o TeFo.

0oni1#



ZAo Sen*or Manoel Maria de Barbosa du Bocage, e) res3osta ao

Soneto 3g. 2., 3elos )es)os coasoantes.[

SONETO XIV

E) teu !nio se ina)a Dogo intenso,Bril*ante e)anaG1o du) Ceus, du) Ente,

Kue as Estrelas, a Lua, o Sol ridente

Nu) dia De& surgir do <*1os denso6

Teu etasis te eleva a Es3aGo i)enso,

Sentes i)3ulsos, 5ue o Mortal n1o sente:

Eis lcido clar1o te abrasa a )ente,

E o Ser encaras, 3or 5ue) vivo, e 3enso.

Pas)ado, absorto no Dulgor Civino,

Re3assado de at9nito des)aio,

Anto S9lio do Eterno ti)agino6

Acordas, e do <anto e) novo ensaio

Cos Ateus aviltando o desatino,

Louvas *u) Ceus, e tre)es do seu raio.

Por 6# A# &oares#



ZAo sen*or o1o Pedro Manesc*i, 3or ocasi1o do incHndio e) 5ue

3erdeu todos os seus bens.[

SONETO XV

Nos 3uros Lares teus asso)a, irado,8ulcano e) ondas de indo)vel c*a)a:

I)3etuoso cresce, *orrvel bra)a6

Parece aceso 3ela )1o do 0ado=

E) Derventes voragens des)andado,

Tudo aDeia, enegrece, abrasa, ina)a,

E e) cin&a intil, sbito, derra)a

Teus )erecidos bens, Manesc*i *onrado.

Mas tu dessa Datal, visvel Peste,

Cessa, do InDerno i)age) devorante,

O dano, estrago, *orror baldar 3udeste.

Rico de u)a Al)a singular, constante,

Tens, tens tudo6 A)i&ade, 5ue te 3reste,

C9, 5ue te c*ore, e Musa, 5ue te cante.

A composi+o des"e &one"o 4 an"erior 5 minha mo4s"ia, mas a

7ra"ido me ordena p89o aqui#



ZA u)a Con&ela de estre)ada Bele&a, de rara 8irtude, e )orta

na or dos anos.[

SONETO XVI

Ce >o)ens, e Nu)es sus3irado Encanto,Lilia, inocente co)o virge) Rosa,

Lilia, )ais branda, Lilia, )ais Dor)osa

Kue a NinDa etrea, de 3unceu )anto6

Eu, e os A)ores ?5ue 3erder1o tanto@

Ca)osJte s cin&as oblaG1o )i)osa6

<urva goteFe )in*a Cor saudosa

Na )ole oDerenda, 5ue re5uer )eu 3ranto.

E) teu sagrado, 3erenal Retiro

Cis3on*o, ao so) de lnguidas 5uerelas,

A rosa, o cravo, a tli3a, o sus3iro.

Medrai no c*1o de A)or, orin*as belas...

A* Lilia= Eu go&o o <u=... Lilia= Eu res3iro

Tua al)a 3ura na Dragrncia delas=

Pediu9mo Pessoa, que vir"uosamen"e a amava3 e a m5goa do

assun"o, apurada na "ris"e1a da minha si"ua+o, deu um &one"o, que

"ave1 penhore os cora+es "ernos#



ZNa gravssi)a enDer)idade do Sen*or Manoel Maria de Barbosa

du Bocage.[

SONETO XVII

El)ano= El)ano= Os 5ue te ouvira) rindo,Pen*as, e Montes, 5ue teu Metro alGava,

<la)ar Da& *oFe a Cor, 5ue e) 3ranto os lava,

E, )ais 5ue todos, o Per)esso, e Pindo.

Bos5ues, Paisagens, 5ue teu verso lindo

E) dobro enri5ueceu, teu )al agrava6

<*ora)Jte !raGas, NinDas, 5ue ele *onrava,

O nveo rosto co) as )1os cobrindo.

Inda, <isne do TeFo, inda teu <anto,

Be) 5ue rouco, sescuta: e e) desconsolo

das Musas te c*ora o <ro santo.

Kuando n1o ergas o )eluo colo,

Kue) restar c*orarJte >u) Ceus e) 3ranto

Se *Jde ent1o ver, c*orando o )es)o A3olo.

Por ;om5s An"nio dos &an"os, e &iva#



ZE) res3osta ao antecedente6 El)ano a To)ino.[

SONETO XVIII

8a3or doirando, 5ue )e aDu)a os Lares,

?Por5ue a Morte os baDeFa de contino@Solto de ti rel)3ago divino,

'+%( Milton de Lsia, alu)iou )eus ares.

O be) douvirJte, o be) de )e c*orares

Kuasi 5ue ir)ana desigual Cestino6

Tu de asso)bros <antor, ?0bo, ou To)ino@

Eu Ave, eu 9rg1o de 3avor, de a&ares.Q

Nveo )ati& daurDeras reas '+2(,

<isne 5ual ove outrora '+4(, e 5ue no alado

Etasi aos <us a )elodia alteias=

8o&, de 5ue adoro o cntico sagrado,

8o&, 5ue a dor )in*a, o 0ado )eu 3ranteias=

CJ)e teus sons, e cantarei )eu 0ado. '+#(

'+%( Pelo estro, e 3ela cegueira.

'+2( As do TeFo.

'+4( Kuando se tornou <isne 3or Leda.

'+#( Por5ue ent1o a gloria co)3ensaJ)e a Dortuna. A3esar do 5ue digo

a 3g. "$, se)3re tive ocasi1o de *onrar o )eu insigne <o)3atriota.



SONETO XIX

!nio )orda&, 5ue o Mrito gol3eia,

Nadando e) ondas de sulDrea c*a)a,

Leva de roFo a Musa 5ue do !a)a

<antou 3rodgios )il, de gloria c*eia.

Se) lu& o Triste, e sDrego da al*eia,

Ra&es Dalaciosas i)agina, e tra)a:

Por), rison*a, n1o des)aia a 0a)a

Kentre os Lu&eiros i)ortais vagueia6

N1o eu assi), 5ue, at9nito, e curvado,

Teus sons adoro, )aFestoso El)ano,

Pelos Sales 0ebeos etasiado=

8ate, credor do Sculo Ro)ano=

Cigno Ca5uele, a cuFa so)bra, e lado

<antava outrora o <isne Mantuano=

'Por D# 7as"o aus"o da .<mara .ou"inho#$



SONETO XX

Se na 5ue, )orna, e lgubre, )ur)ura,

<orrente Averna, co)o as so)bras densa,

Cer 5ueda enor)e a sDrega CoenGa

Kue vida 5uer sorverJ)e a Donte i)3ura6

Ce eleitos 8egetais saga& )istura

N1o Doi rgido estorvo U Morte inDensa6

S9 3ode aos ol*os )eus 8irtude i)ensa

A do >orror Derrol*ar Morada escura.

Arde, 9 Estro= 0ul)ina o Monstro *u)ano,

Kue orige) vil ao Mundo, a si 3resu)e,

E <ausa divinal re3ugna, insano.

Salv], Princi3io dAl)a, etreo Lu)e=...

Se u) Ceus n1o Dora, 5ue seria El)ano=

Eiste o 8ate 3or 5ue eiste o Nu)e.

0IM.



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