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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JANAÍNA MARQUES DA SILVA FERNANDES O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NA RETENÇÃO DE TALENTOS DA TÊXTIL SANTA INÊS FORTALEZA 2014

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

JANAÍNA MARQUES DA SILVA FERNANDES

O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS COMO FERRAMENTA ESTRAT ÉGICA NA

RETENÇÃO DE TALENTOS DA TÊXTIL SANTA INÊS

FORTALEZA

2014

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JANAÍNA MARQUES DA SILVA FERNANDES

O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS COMO FERRAMENTA ESTRAT ÉGICA NA

RETENÇÃO DE TALENTOS DA TÊXTIL SANTA INÊS

Monografia submetida à aprovação da Coordenação do Curso de Administração do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Mônica Helena Gurgel Barroso

Fortaleza

2014

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JANAÍNA MARQUES DA SILVA FERNANDES

O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS COMO FERRAMENTA ESTRAT ÉGICA NA

RETENÇÃO DE TALENTOS DA TÊXTIL SANTA INÊS

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Aos meus pais.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado força, sabedoria e discernimento para a

conclusão deste trabalho.

À minha família por estar sempre ao meu lado incondicionalmente me apoiando e

torcendo pelo meu sucesso.

À Professora Mônica Gurgel pela confiança, disponibilidade, orientação e as

sábias palavras que sempre transmitiram paz e confiança.

A todos os colaboradores da Têxtil Santa Inês que de forma direta ou indireta

ajudaram e contribuíram com a minha pesquisa.

Aos meus amigos pelos incentivos, por sempre terem me apoiado em todos os

momentos.

A todos os colegas e professores da Faculdade Cearense que de alguma forma

contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.

Muito obrigada.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta como tema o Plano de Cargos e Salários como

Ferramenta Estratégica na Retenção de Talentos da Têxtil Santa Inês. Foi definido como

objetivo geral verificar de que modo o plano de cargos e salários auxilia no processo de

retenção de talentos da Têxtil Santa Inês. A pesquisa foi bibliográfica, exploratória, descritiva

e realizada por meio de um estudo de caso. O universo da pesquisa foram os funcionários da

empresa em questão e a amostra alcançou 26 entrevistados. De modo geral conclui-se que o

plano não foi bem avaliado pelos colaboradores, percebendo-se uma insatisfação dos mesmos

no sentido da fragilidade na divulgação, falta de conhecimento e pelo fato da ferramenta ter

sido colocada em segundo plano o que ocasionou um abalo em sua credibilidade. Vale

ressaltar que os resultados advindos desta pesquisa poderão resultar em plano de ação para

implantar as melhorias necessárias, de modo a levar o colaborador a um melhor desempenho

no trabalho.

Palavras-chave: Plano de Cargos e Salários. Retenção. Satisfação.

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ABSTRACT

The present work has as theme the plan for jobs and wages as a strategic tool in

retaining of talents in the Têxtil Santa Inês. Therefore, it was defined as a general objective to

verify how the plan for jobs and wages assists in the process of retaining talent in Textile

Santa Ines. The research was bibliographic, exploratory, descriptive and it was performed

through a case study. The research involved the employees of the company in question and

the sample was developed by 26 respondents. Overall, it was concluded that the plan was not

well rated by collaborators, perceiving a certain dissatisfaction of them, in the sense of the

fragility to divulge informations, the lack of knowledge and the fact of the tool has been

placed in the background which affected your credibility. It is important to emphasize that the

results arising from this research could result in an action plan to implement the necessary

improvements in order to bring the employee to perform better at work.

Keywords: Plan for jobs and wages . Retention. Satisfaction.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Inter-relação do PCS com os subsistemas de RH....................................................13

Figura 2 - Tipos de recompensas..............................................................................................27

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Etapas para a implantação do Plano de Administração de Cargos e Salários.......................16

Quadro 2 - Métodos de Avaliação de Cargos..................................................................................21

Quadro 3 - Definições de salário............................................................................................................26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Sexo.........................................................................................................................36

Gráfico 2: Idade........................................................................................................................37

Gráfico 3: Escolaridade.............................................................................................................37

Gráfico 4: Tempo de serviço na TSI (Textil Santa Inês)..........................................................38

Gráfico 5: O Plano de Cargos e Salários atende às expectativas de desenvolvimento

profissional dos funcionários da Têxtil Santa Inês...................................................................38

Gráfico 6: A forma como o Plano de Cargos e Salários é disseminado na Têxtil Santa Inês

ocorre de forma clara e objetiva................................................................................................39

Gráfico 7: Através do Plano de Cargos e Salários a empresa disponibiliza ferramentas que

possibilitem a ascensão profissional dos seus funcionários (ex: cursos, treinamentos...)........39

Gráfico 8: A empresa utiliza o Plano de Cargos e Salários como uma ferramenta estratégica

para reter/manter seus atuais talentos........................................................................................40

Gráfico 9: O Plano de Cargos e Salários existente na empresa Têxtil Santa Inês atende as

minhas necessidades profissionais individuais.........................................................................40

Gráfico 10: Qual a sua avaliação geral com relação ao Plano de Cargos e Salários existente na

empresa Têxtil Santa Inês?.......................................................................................................41

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11

2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................13

2.1 Plano de Cargos e Salários................................................................................................13

2.2 Etapas para a implantação do plano...............................................................................15

2.2.1 Planejamento e divulgação do plano................................................................................17

2.2.2 Análise de cargos.............................................................................................................17

2.2.2.1 Descrição e especificação de cargos.............................................................................19

2.2.3 Avaliação de cargos.........................................................................................................20

2.2.3.1 Métodos de avaliações de cargos..................................................................................21

2.2.3.1.1 Método de escalonamento..........................................................................................22

2.2.3.1.2 Método de graus predeterminados.............................................................................22

2.2.3.1.3 Método de avaliação por pontos................................................................................22

2.2.3.1.4 Método de comparação dos fatores............................................................................22

2.2.4 Pesquisa salarial...............................................................................................................23

2.2.5 Política salarial.................................................................................................................24

2.2.6 Remuneração e salário.....................................................................................................25

2.2.6.1 Remuneração fixa.........................................................................................................27

2.2.6.2 Remuneração variável...................................................................................................28

2.2.6.3 Benefícios......................................................................................................................29

2.2.7 Plano de carreiras.............................................................................................................31

3 METODOLOGIA................................................................................................................33

3.1 Caracterização da empresa..............................................................................................34

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................................................................36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................42

REFERÊNCIAS......................................................................................................................44

APÊNDICE A – Questionário aplicado na empresa............................................................46

ANEXO A – Organograma da Têxtil Santa Inês.................................................................47

ANEXO B – Autorização para o uso de dados da Têxtil Santa Inês..................................48

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1 INTRODUÇÃO

O mercado têxtil é bastante competitivo e sempre está em constante transformação,

por isso as empresas devem sempre estar atentas a essas mudanças, desenvolvendo novas

formas de administrar seu negócio e preparando seus colaboradores para que a organização

possa sempre se manter em destaque nesse mercado.

Gestores e funcionários precisam alcançar resultados que se possam adequar às

mudanças que surgem no ambiente de trabalho, dessa forma é preciso que a empresa busque

ferramentas para manter seus colaboradores motivados e permanecerem na organização.

A Têxtil Santa Inês não fabrica o tecido que vende, na verdade ela é uma empresa

importadora de tecidos chineses. As organizações que atuam neste ramo de importação

possuem um grande desafio a cumprir: fazer o tecido importado chegar primeiro ao cliente do

que o produto nacional. A distância entre a China e o Brasil torna este desafio ainda maior,

pois a compra do produto deve ser planejada e realizada meses antes dele estar em alta no

mercado da moda, pois será enviado ao Brasil pelo mar, transporte que leva em média 55 dias

até chegar ao porto para ser desembaraçado e enviado ao cliente final.

Esse longo processo demanda uma grande capacidade de promover a eficiência em

toda a sua operação, para que todo o ciclo seja cumprido de forma eficiente e, assim, a empresa

obtenha sucesso comercialmente.

A motivação para este estudo se deu por meio da percepção da autora deste

trabalho, ao identificar ao longo de três anos na empresa em questão que não adianta apenas

fornecer um ambiente de trabalho limpo, organizado, com tecnologia, espaço e conforto se os

personagens principais, as pessoas que a compõem não estiverem satisfeitas com as

ferramentas utilizadas para retê-los e motivá-los. Por isso que o presente trabalho está

intitulado como “Plano de Cargos e Salários como Ferramenta Estratégica na Retenção de

Talentos da Têxtil Santa Inês”.

Com base nessas informações questiona-se: o Plano de Cargos e Salários funciona

como ferramenta estratégica para a retenção de talentos da Têxtil Santa Inês?

Este trabalho tem como objetivo geral desenvolver um estudo para verificar de que

modo o Plano de Cargos e Salários auxilia no processo de retenção de talentos da Têxtil Santa

Inês. Como objetivos específicos relacionam-se: 1) identificar o perfil dos funcionários da

Têxtil Santa Inês; 2) analisar a percepção dos funcionários a respeito do Plano de Cargos e

Salários; 3) verificar se o plano consegue reter os funcionários; 4) verificar o grau de satisfação

e motivação dos funcionários a respeito do Plano de Cargos, carreira e remunerações.

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Este é composto por esta introdução, seguida do referencial teórico que aborda o

conceito geral do Plano de Cargos e Salários, bem como faz uma explanação a respeito de cada

etapa necessária para a implantação e os métodos utilizados. Na sequência expõem-se a

metodologia, onde será utilizada a pesquisa exploratória, descritiva, de campo e bibliográfica,

através de um levantamento amostral por agrupamento probabilístico por conveniência. O

próximo capítulo é o da análise dos resultados onde será evidenciado o resultado da pesquisa,

posteriormente segue a conclusão da pesquisa e referências bibliográficas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Plano de Cargos e Salários

Neste capítulo será realizada uma revisão da literatura com o objetivo de

apresentar os conceitos teóricos do Plano de Cargos e Salários, bem como a explanação de

todas as etapas necessárias para sua implantação, o planejamento e divulgação, análise de

cargos, avaliação de cargos, pesquisa salarial, política salarial e plano de carreiras.

Para Pontes (2005) o tema Administração de Cargos e Salários sempre ocupou um

espaço muito importante no ambiente organizacional, passando por discussões e mudanças

expressivas.

Essas mudanças foram rápidas e radicais no que tange as tecnologias, a economia,

a qualidade e também com respeito ao cliente; desta forma é necessário que a empresa se

modifique e se torne mais competitiva.

A gestão do Plano de Cargos e Salários (PCS) é uma peça muito importante na

manutenção dos recursos humanos das empresas, pois estas precisam proporcionar um

ambiente de motivação e produtividade, fazendo brotar expectativas de crescimento

profissional e eliminando as contradições e distorções que possam desequilibrar a

remuneração.

Este plano irá produzir subsídios para as demais demandas do Departamento de

Recursos Humanos, como por exemplo, na contratação de um novo funcionário, programas de

treinamento, avaliação de cargos, critérios de salários, planejamento de carreiras e outros

programas da área de recursos humanos.

Figura 1 - Inter-relação do PCS com os subsistemas de RH

Fonte: criada pela autora

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Dessa forma a sua importância está na possibilidade da estruturação de tarefas e

responsabilidades que corresponderão a cada cargo, por meio da atribuição de valores justos e

coerentes, deixando claro o caminho a ser traçado, as perspectivas e as possibilidades que o

colaborador tem na organização.

Segundo Vizioli (2010, p. 166) “A administração de cargos e salários é a parte da

administração de recursos humanos que lida com as recompensas materiais pelo trabalho das

pessoas”.

Conforme Pontes (2005) planos adequados de gestão de recursos humanos fazem

com que a organização possua um ambiente motivador, com pessoas integradas e proativas e

que a principal ferramenta para que isso ocorra é o plano de cargos e salários, pois sem este

dificilmente os demais planos da empresa funcionariam.

Vizioli (2010) destaca algumas vantagens do PCS: deixar claro aos colaboradores

os critérios de promoção e reajuste, ajudar a organização a se planejar, conhecer seu quadro

funcional e definir para onde pode se expandir.

O autor referenciado acima pontua que o Plano de Cargos e Salários tem muitos

objetivos a alcançar tanto para a empresa quanto para o profissional, seguem abaixo alguns

deles:

• Alcançar o equilíbrio interno: este objetivo está intimamente ligado à isonomia

interna da empresa, ou seja, os salários devem ser distribuídos de forma igual aos

colaboradores de acordo com a responsabilidade do cargo que é ocupado;

• Alcançar o equilíbrio externo: é importante que os salários pagos aos

colaboradores estejam condizentes com o mercado, pois desta forma a

organização consegue atrair e reter talentos;

• Motivar os funcionários: quando o colaborador percebe que contribuindo para

alcançar as metas e objetivos organizacionais, será recompensado de forma

adequada;

• Fortalecer a estratégia: todas as práticas dos recursos humanos de uma

organização devem caminhar junto com as estratégias da organização e com o

PCS não seria diferente.

Um PCS eficiente e eficaz transmite maior credibilidade aos funcionários, pois

estes têm claramente noção da relação entre o seu trabalho e o seu comprometimento na busca

por resultados com a remuneração mensal.

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2.2 Etapas para a implantação do plano

Para Pontes (2005) o PCS deve ser implantado com a colaboração das gerências

da organização já que estas lidam diretamente com os colaboradores, sendo responsáveis pela

sua motivação e produção. A Gestão de Recursos Humanos receberá mais apoio durante a

elaboração do programa, fato que fornece uma maior certeza de que o plano será condizente

com a necessidade organizacional.

O mesmo autor ressalta ainda que para a criação e implementação do programa de

cargos e salários é necessário seguir algumas etapas pré-definidas que possibilitam um maior

conhecimento sobre o que será feito em cada etapa, assim como ajuda a estabelecer uma

ordem lógica na execução do trabalho.

A seguir segue um quadro apresentado por Pontes (2005) que ressalta as etapas de

implantação do PCS.

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Quadro 1: Etapas para a implantação do Plano de Administração de Cargos e Salários Etapas Fases Importantes

Planejamento e Divulgação do plano Elaboração do plano Discussão do plano com as gerências Aprovação do plano Divulgação do plano aos colaboradores

Análise dos cargos Coleta de dados Descrição dos cargos Especificação dos cargos Titulação dos Cargos Classificação dos cargos conforme os grupos ocupacionais Catálogo de cargos

Avaliação dos cargos Escolha de cargos-chave Formação do comitê de avaliação Escolha do método de avaliação Avaliação dos cargos-chave Avaliação dos demais cargos

Pesquisa salarial Escolha dos cargos Escolha das empresas Elaboração do mural de coleta de dados Coleta de dados Tabulação de dados Análise dos resultados Relato às empresas participantes

Estrutura salarial Cálculo da curva básica Determinação do número de graus Cálculo das amplitudes dos graus Análise de sobreposição dos graus

Política salarial Salário de Admissão Promoção horizontal e vertical Reavaliação de cargos Reajustes salariais Nível hierárquico das aprovações

Política de remuneração Definição de adicionais salariais Definição do pacote de benefícios Composição da remuneração (salário + benefícios)

Carreiras profissionais Sucessão de cargos Divulgação das carreiras aos colaboradores Definição do planejamento de recursos humanos Programa de desempenho Programa de treinamento e desenvolvimento

Participação nos lucros ou resultados Definição da estrutura do programa

Fonte: Pontes (2007, p. 36 e 37)

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Este quadro mostra cada etapa essencial para a criação de um PCS,

proporcionando um maior conhecimento a respeito do que será realizado em cada etapa e

ajudando também a estabelecer uma ordem coerente na execução do trabalho. A seguir será

realizado um estudo de cada uma dessas etapas.

2.2.1 Planejamento e divulgação do plano

Seguindo ainda o raciocínio de Pontes (2005) primeiramente deve-se estabelecer

qual o objetivo que se pretende atingir, o número de bandas salariais, a metodologia a ser

utilizada, as etapas e o tempo de execução.

Para tal são realizadas inúmeras reuniões com as gerências para explanar a

respeito dos detalhes propostos no projeto, além de colher sugestões para a adequação deste à

realidade da empresa. Posteriormente deve ser aprovado pela alta gerência da empresa, pois o

seu apoio é relevante para que a implantação possa vir a acontecer.

Em seguida o plano deve ser divulgado aos colaboradores sendo uma etapa tão

importante quanto às outras pois esclarece os objetivos a serem atingidos, além de informar a

metodologia a ser utilizada e os resultados que serão obtidos ao final do programa a fim de

não gerar ansiedade e insegurança nos colaboradores, o que pode interferir no resultado final.

Os métodos mais utilizados para a divulgação são palestras, audiovisuais, livretos e até

mesmo pela intranet.

2.2.2 Análise de cargos

Dessler (2005, p. 63) pontua que “Análise de cargo é o procedimento pelo qual se

determinam as obrigações desses cargos e as características das pessoas que devem ser

contratadas para eles”, e que as informações extraídas dessa análise são utilizadas para

realizar a descrição e as especificações do cargo.

Compartilhando da mesma visão do autor citado acima Vizioli (2010) discorre

que a análise de cargos é o processo de decompor um cargo em partes menores para poder

estudá-lo de forma coerente, onde estas partes seriam agrupadas em dois grupos, a descrição

de cargos que está relacionada com as funções e tarefas executadas pelo ocupante do cargo, e

a especificação do cargo que se refere às características que a pessoa deve ter para ocupar o

cargo.

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Já para Pontes (2005, p. 46) “É o estudo que se faz para coligir informações sobre

as tarefas componentes do cargo e as especificações exigidas do seu ocupante. Da análise

resulta a descrição e a especificação do cargo.” Portanto a análise de cargos é um documento

de fundamental importância para uma organização, pois possibilita conhecer efetivamente os

cargos e padronizar a realização das atividades.

Gil (2007, p. 175) irá complementar os demais dizendo que “... é o estudo que se

faz para obter informações sobre as tarefas ou atribuições de um cargo;”, além disso, ele

também ressalta algumas funções da análise conforme segue abaixo.

� Determinação do perfil do ocupante;

� Fornecimento de elementos para a avaliação de cargos e determinação das

faixas salariais;

� Determinação das linhas de autoridade e responsabilidades;

� Fornecimento de dados para subsidiar os programas de higiene e segurança.

Pontes (2005) destaca ainda que para ser realizada a análise de cargos são

necessárias duas fases: a coleta de dados e a descrição e especificação de cargos que juntos

resultarão no catálogo de cargos.

Para realizar a coleta de dados deve-se, inicialmente, escolher o método a ser

utilizado que pode ser a observação local, o questionário, a entrevista ou métodos

combinados.

De acordo com Vizioli (2010, p. 70) “Sem dúvida, a observação direta é o mais

simples e intuitivo método para a coleta de dados. Consiste em observar o trabalhador durante

determinado período e registrar o que ele faz.”. Como vantagem o autor cita a possibilidade

de detectar ações e comportamentos que talvez não fosse possível em outro método, e como

desvantagem ser um método demorado, caro e restritivo, além de só poder ser utilizado em

tarefas mecânicas e repetitivas.

Para Pontes (2005, p. 56) “O questionário é um método muito utilizado e indicado

para todos os grupos ocupacionais.”. São elaborados questionários-padrão, para cada grupo,

que serão preenchidos pelos colaboradores ou gerentes, devendo ser elaborado de forma

simples e clara, contendo instruções para o seu preenchimento. Como vantagens é um método

rápido e econômico e como desvantagem o preenchimento incompleto ou incorreto, onde

dificilmente somente com este método é possível conseguir boas descrições e especificações

de cargo.

Segundo o autor referenciado acima a entrevista é o melhor método para a

obtenção de dados, pois é aplicada uma entrevista previamente estruturada com o ocupante do

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cargo, sendo possível eliminar dúvidas sobre tarefas e especificações, onde os dados obtidos

são mais confiáveis, podendo este método ser aplicado a todos os grupos ocupacionais, já

como desvantagens, aponta-se as entrevistas mal estruturadas que podem restringir o crédito

do projeto, além do custo elevado.

Pontes (2005, p.76) “Para amenizar as desvantagens de cada método, devem ser

utilizados métodos combinados para o levantamento de dados.” Deste modo cabe à

organização decidir qual o método ou a combinação de métodos que mais se adéquam à sua

realidade, de forma a obter dados confiáveis e úteis.

2.2.2.1 Descrição e especificação de cargos

Como descrito por Pontes (2005, p. 45):

“A eficiência de um sistema de avaliação de cargos e administração de salários repousa no desenvolvimento aprimorado da descrição e especificação de cargos. As descrições e especificações de cargos fornecem o alicerce firme para a avaliação dos cargos, da qual resultará a fixação de salários internamente coerentes.”

Para Dessler (2005, p. 68) “A descrição de cargo é o estabelecimento escrito sobre

o que o funcionário faz, como faz e em que condições o trabalho é desempenhado.”, já para

Pontes (2005, p. 81) “é o relato das tarefas descritas de forma organizada, permitindo ao leitor

a compreensão das atividades desenvolvidas pela pessoa.”

Vizioli (2010, p. 64) pontua que “A descrição de cargos é um registro detalhado das

atividades realizadas pelo ocupante do cargo.” Portanto pode ser entendida como um retrato

simplificado do conteúdo das principais responsabilidades atribuídas a um determinado cargo,

que o diferencia dos demais da empresa.

Na visão de Dessler (2005) a descrição de cargos é o relato das atividades de

forma organizada, clara e impessoal, devendo possuir a identificação do cargo que contém seu

título, o resumo que descreve a natureza do trabalho em geral e os relacionamentos do

ocupante do cargo com outros dentro e fora da organização.

Seguindo por este mesmo ponto de vista, Pontes (2005) ressalta que a descrição

deve ser objetiva, contudo deve seguir algumas regras, como ser clara, impessoal e descrever

somente o cargo e não seu ocupante.

Após ser realizada a descrição parte-se para o próximo passo necessário à

implantação do Plano de Cargos e Salários, a especificação de cargos que pode ser

apresentado como uma seção na descrição ou constituir um documento à parte.

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A especificação do cargo conforme Gil (2007, p. 175):

“... consiste na identificação dos requisitos necessários para o desempenho das tarefas ou atribuições de um cargo. Ela abrange as aptidões, os conhecimentos, as habilidades e as responsabilidades que o ocupante do cargo deve possuir, bem como as condições de trabalho e riscos que o envolvem.”

Conforme Pontes (2005, p. 83) “A especificação do cargo é o relato dos

requisitos e responsabilidades impostos ao ocupante do cargo.”, em outras palavras, relaciona

os atributos que o colaborador deve ter como conhecimentos, habilidades, traços de

personalidade, escolaridade, qualificação e experiência.

O mesmo autor referenciado acima destaca que após descrever e especificar é

preciso fazer a classificação dos cargos, ou seja, distribuir estes em grupos ocupacionais.

Após esta etapa parte-se para a elaboração do catálogo que é a última parte da análise de

cargos, onde vão ser criados arquivos eletrônicos dos grupos ocupacionais, partindo-se então

para a avaliação de cargos’.

2.2.3 Avaliação de cargos

Conforme definido por Gil (2007, p. 184) “A avaliação de cargos consiste no

estabelecimento do valor relativo de cada cargo, com o objetivo de ordená-los de acordo com

sua importância na empresa”. Para este autor é por meio dessa avaliação que a organização

consegue montar um sistema que consiga determinar os salários que serão pagos e promover

o equilibrio interno.

Seguindo o mesmo raciocínio do autor citado acima, para Bohlander; Snell e

Sherman (2005, p. 261) a avaliação de cargos “Trata-se de um processo sistemático para

determinar o valor relativo dos cargos e estabelecer aqueles que devem receber remuneração

maior que outros dentro da empresa.”. Este processo ajuda a estabelecer um equilíbrio entre

os vários cargos existentes na organização.

De acordo com Pontes (2005, p. 169):

“Por meio da avaliação de cargos é estabelecido o valor relativo a cada cargo, com vistas a construir uma hierarquia entre eles. Portanto, pelo processo de avaliação, os cargos são analisados e comparados de forma a colocá-los em ordem de importância. Além de ordenar os cargos, a avaliação irá permitir o estabelecimento da estrutura salarial que, por sua vez, determinará consistentemente os salários a serem pagos.”

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Portanto é através da avaliação de cargos que as organizações podem determinar o

valor relativo dos cargos e dessa forma estabelecer quem deve receber uma remuneração

melhor.

Pontes (2005) ressalta que independentemente do método escolhido para a

avaliação de cargos é importante que esta seja realizada por um comitê que deve ser composto

pelo gerente de RH, gerente de remuneração e gerentes de áreas que tenham conhecimento

dos cargos que irão ser avaliados.

O comitê tem como objetivo garantir uma maior harmonia, uma correta

hierarquização, uniformização nos critérios e uma melhor aceitação posterior das avaliações

pela participação de indivíduos das diversas áreas da empresa.

2.2.3.1 Métodos de avaliações de cargos

Na visão de Pontes (2005, p.171) “Método de avaliação é um instrumento

utilizado para determinar o valor relativo do cargo para a construção da hierarquia. É uma

“régua” que permite mensurar o cargo.”.

O mesmo autor mostra que esses métodos podem ser divididos em dois grupos, os

não quantitativos compostos pelo escalonamento e graus predeterminados que permitem uma

rápida elaboração e fácil aplicação, mas não garantem bom resultado, e os métodos

quantitativos compostos pelos pontos e comparação de fatores,que permitem maior precisão e

objetividade, mas são mais onerosos e demorados.

Quadro 2 - Métodos de Avaliação de Cargos

GRUPOS MÉTODOS

Métodos não quantitativos • Escalonamento simples; • Graus predeterminados.

Métodos quantitativos • Pontos; • Comparação de fatores.

Fonte: Adaptada de Pontes (2007, p. 171)

Vizzioli (2010) mostra que os métodos de avaliação de cargos permitem analisar a

atual estrutura de cargos e salários da organização e detectar possíveis distorções, portanto a

relevância dessa ferramenta dá-se pelo fato dela alcançar o equilíbrio interno.

A seguir um detalhamento destes métodos.

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2.2.3.1.1 Método de escalonamento

Bohlander; Snell e Sherman (2005) destacam que este é o método mais simples e

mais antigo, onde os cargos são organizados de acordo com seu valor relativo. Conforme

Pontes (2005) este também é o método mais simples, permitindo uma hierarquização dos

cargos, fazendo uma avaliação em função das dificuldades das atividades realizadas, sendo

analisados ainda a experiência, os conhecimentos e a escolaridade.

2.2.3.1.2 Método de graus predeterminados

Gil (2007, p. 185) afirma que “Este método consiste no estabelecimento de uma

série hierárquica de categorias capazes de abranger todos os cargos da organização”. Pontes

(2005) ressalta que este é um aprimoramento do escalonamento, pois indica que um cargo é

mais importante que outro através de uma visão global, sem apresentar de fato as reais

diferenças que existem entre eles, mas sua avaliação é imprecisa mesmo sendo mais objetivo

que o escalonamento. A descrição prévia de graus crescentes em complexidade e dificuldades

forma uma base para comparar os outros cargos a eles e dessa forma alocar cada cargo à

descrição adequada.

2.2.3.1.3 Método de avaliação por pontos

Para Bohlander; Snell e Sherman (2005) é aquele que determina o valor relativo

de um cargo calculando os pontos totais atribuídos a ele, permitindo que os cargos sejam

avaliados quantitativamente com base em fatores que constituem o cargo. Para Pontes (2005,

p. 195) “É o método mais objetivo, analítico, preciso e de fácil aplicação, e seus resultados

são mais facilmente aceitos pelos colaboradores”, para este autor é importante seguir alguns

passos para realizar a avaliação, como a seleção dos cargos-chave, seleção dos fatores de

avaliação, graduação dos fatores de avaliação, avaliação dos cargos-chave, ponderação dos

fatores de avaliação e avaliação dos demais cargos do plano.

2.2.3.1.4 Método de comparação dos fatores

Na visão de Bohlander; Snell e Sherman (2005) este método permite que a

avaliação de cargos seja realizada para cada fator. Pontes (2005) destaca que este é um

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método ainda pouco utilizado pelas empresas, consiste em distribuir salários por fatores de

especificação que constituirão os critérios para avaliação, os passos a serem realizados são a

seleção dos cargos-chave, escolha dos fatores de avaliação, escalonamento dos cargos-chave

pelos fatores, divisão dos salários dos cargos-chave pelos fatores e elaboração da matriz para

avaliação dos demais cargos.

2.2.4 Pesquisa salarial

Vizzioli (2010) alerta que possuir uma distribuição igualitária de salários não

significa que essa remuneração esteja competitiva frente ao mercado, portanto é preciso

verificar o equilíbrio externo utilizando como ferramenta a pesquisa salarial.

Marras (2009, p. 111) destaca que a pesquisa de salários “É o instrumento

gerencial que possibilita conhecer, através da coleta e da tabulação estatística de dados, as

práticas e os valores salariais médios praticados num determinado mercado”.

Então a relevância desta pesquisa salarial dá-se pelo fato do gestor de

remuneração poder acompanhar o posicionamento dos salários no mercado e assim manter a

organização competitiva e mais atrativa.

Para a realização da pesquisa, segundo Pontes, (2005) devem ser seguidas

algumas fases.

� Seleção dos cargos a serem pesquisados;

� Seleção das empresas participantes;

� Preparação do manual de coleta de dados;

� Coleta de dados;

� Tabulação de dados;

� Análise do resultado e recomendações;

� Relatório aos participantes.

Vizioli (2010) destaca que os cargos escolhidos devem ser encontrados com

facilidade no mercado e para Pontes (2005) os cargos devem ser específicos e não incluir uma

grande quantidade de tarefas, portanto é necessário precaução na escolha dos cargos-chaves.

Marras (2009) ressalta que para escolher a empresa participante alguns parâmetros

devem ser seguidos, como a região geoeconômica, o segmento da empresa, o tipo de estrutura

salarial existente, a política salarial existente e praticada, o número de funcionários/cargos, o

tipo de mão-de-obra empregada e finalmente o porte da empresa.

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Para a coleta de dados Vizioli (2010) destaca que as formas mais comuns são a

distribuição de questionários ou então visitas e entrevistas e para Pontes (2005) o melhor

método é realizar entrevistas pessoalmente, pois dessa forma os cargos irão ser perfeitamente

identificados além de reduzir os erros.

Para a tabulação dos dados coletados é necessário cortar os extremos, ou seja,

aqueles valores que estão muito acima ou muito abaixo dos valores médios de mercado.

Pontes (2005) aponta que para a análise dos resultados é preciso que se compare

os dados do mercado com os da empresa pesquisadora para que a política salarial possa ser

estabelecida.

2.2.5 Política salarial

Marras (2009, p. 120) pontua que a política salarial “É o instrumento pelo qual a

empresa determina os parâmetros que deseja imprimir, fixando condições e normas a serem

seguidas ao longo de toda a estrutura organizacional”.

Seguindo o mesmo ponto de vista do autor acima Vizioli (2010) destaca que a

política salarial é um conjunto de normas que vão nortear a PCS, sendo, portanto, os “trilhos”

onde vai percorrer a política de remuneração.

Para Pontes (2005, p. 304):

“A política salarial determina as regras para a efetiva administração dos salários na empresa. De forma geral, essas regras estipulam o salário de admissão, as promoções e reclassificações e atualizações dos salários em função do mercado ou da perda de poder de compra motivada por inflação”.

Conforme o mesmo autor o primeiro passo a ser dado é a determinação do salário

de admissão que é o piso da faixa salarial determinada como a faixa mínima de salário para

cada agrupamento de cargos.

Posteriormente devem ser estabelecidos os critérios de promoção vertical,

horizontal e reclassificação e por meio destes é possível avaliar as condições do colaborador

progredir.

� Promoção horizontal: quando o colaborador se desloca lateralmente, seu salário

sobe, mas permanece no mesmo nível;

� Promoção vertical: quando o colaborador passa de um cargo para outro indo

para um nível mais alto;

� Reclassificação: quando são atribuídas mais atividades complexas a um cargo,

e este é reavaliado indo para um nível mais alto.

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Dessa forma, se realizada de maneira correta, a política salarial possibilita um

maior equilíbrio externo no sentido de salários e recompensas pois sem este equilíbrio a

organização pode não conseguir atrair profissionais qualificados, podendo até perder os

talentos que já possui.

2.2.6 Remuneração e salário

De acordo com Bohlander; Snell e Sherman (2005) o pagamento fornece aos

colaboradores da organização uma recompensa palpável pelos seus serviços, sendo também

uma fonte de reconhecimento. Para Hipólito (2002) a importância da remuneração dá-se pelo

seu caráter simbólico, ou seja, é a percepção do valor do indivíduo dentro da organização.

Segundo Bohlander; Snell e Sherman (2005, pag. 252):

“A remuneração inclui todas as formas de pagamento e recompensas aos funcionários pelo desempenho de seu trabalho. A remuneração direta abrange ordenados e salários do funcionário, incentivos, bonificações e comissões. A remuneração indireta abrange os vários benefícios oferecidos pelas empresas, e a recompensa não-financeira inclui programas de reconhecimento do funcionário, atividades gratificantes e horário de trabalho flexível para acomodar as necessidades pessoais.”

De acordo com Hipólito (2002) o sistema de recompensa reforça a proximidade

da relação entre aquilo que a organização valoriza e que estimula em seus profissionais, de

modo a incentivar comportamentos e atitudes que agreguem valor.

Então o modo como a organização remunera seus funcionários transmite a estes

uma mensagem a respeito do que a direção da empresa considera importante e também das

atividades que ela considera relevantes.

Bohlander; Snell e Sherman (2005) pontuam que “Para a maioria dos funcionários

o pagamento tem um peso direto não apenas em seu padrão de vida, mas também no status e

no reconhecimento que eles são capazes de atingir tanto no emprego quanto fora dele.”.

Pontes (2005) corrobora com a mesma idéia vez que o salário contribui com a aceitação social

do indivíduo, além de satisfazer suas necessidades básicas.

Para Vizioli (2010) o salário é à base da relação de emprego onde sua importância

para o funcionário dá-se por definir as condições de vida do profissional e pessoal, portanto

sua relevância na necessidade de reconhecimento social e compensação financeira esperada

pelo funcionário.

Segundo Marras (2009) o ato de remunerar merece um cuidado especial por parte

dos gestores por ser uma das principais atividades da organização. A necessidade de se

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oferecer um salário justo em contrapartida à realização de um determinado trabalho é um

critério delicado e que com o passar dos anos tem se tornado uma vertente de grande

importância para o mundo empresarial.

O autor referido acima destaca algumas das principais definições a respeito do

termo salário como segue abaixo.

Quadro 3 – Definições de salário Tipo de salário Definição

Salário nominal É aquele que consta em todos os documentos legais do colaborador.

Salário efetivo É o valor recebido após descontar as obrigações legais.

Salário complessivo É o que tem inserido em seu bojo toda e qualquer parcela adicional.

Salário profissional É aquele expresso em lei e se destina de forma específica a algumas profissões.

Salário relativo É a comparação de salários da mesma empresa.

Salário absoluto Montante líquido que o empregado recebe e que determina seu orçamento.

Fonte: Adaptado de Marras (2009, p. 92)

Como descrito por Hipólito (2002, pag. 92) “A estruturação de um sistema de

recompensas deve considerar, dentre as inúmeras possibilidades de composição, as formas

mais alinhadas à “filosofia” de gestão da organização e ao que se quer, de fato, valorizar e

estimular”.

Vizioli (2010) destaca que as recompensas materiais são fortes agentes de

motivação, porém elas acabam por viciar o trabalhador e o seu desempenho que havia sido

elevado volta a cair. As recompensas não materiais possuem um efeito mais duradouro, logo é

relevante que a organização combine estes dois tipos de recompensas para obter os melhores

resultados.

Do ponto de vista de Vizioli (2010, pag. 167) “A remuneração fixa, a

remuneração variável e os benefícios formam, juntos, a chamada remuneração total ou

remuneração global do funcionário, conforme segue na figura 2.

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Figura 2 – Tipos de recompensas

Fonte: Vizioli (2010), adaptada pela autora.

2.2.6.1 Remuneração fixa

Vizioli (2010) pontua que este tipo de remuneração é também chamado se salário-

base, sendo de fato o valor mínimo que o colaborador recebe a cada mês e que serve de

referência para os cálculos trabalhistas, não podendo ser inferior ao salário mínimo legal

vigente.

Segundo Hipólito (2002, pag. 95):

“... o salário é definido nas organizações em função do conjunto de responsabilidades e da complexidade do trabalho esperado de um profissional (avaliado ou não com base no conceito de competências) e é atribuído regularmente...”.

O mesmo autor pontua que o salário representa o principal componente do mix de

recompensas oferecido pelas organizações.

Pontes (2005) caracteriza que o salário é uma comprovação clara da valorização

que a organização dá ao seu colaborador e que se vier associado ao plano de carreiras poderá

se tornar não propriamente um fator de remuneração, mas sim a base que ajudará a criar a

motivação.

Na opinião de Bohlander; Snell e Sherman (2005, p. 257) “Uma combinação de

fatores internos e externos pode influenciar, direta ou indiretamente, os níveis de salários

pagos aos funcionários. Por meio de suas interações, esses fatores constituem a composição

de salário.”.

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Os fatores internos são a política de remuneração da empresa, o valor de um

trabalho, o valor relativo de um funcionário no cumprimento dos requisitos e a capacidade de

pagar do empregador. Os fatores externos são as condições do mercado de trabalho, as faixas

salariais, o custo de vida, as negociações coletivas e os requisitos legais.

2.2.6.2 Remuneração variável

Como descrito por Hipólito (2002, pag. 95) “a remuneração variável (em sua

diversas formas) está atrelada ao acompanhamento da performance/desempenho, podendo ou

não existir, com maior ou menor intensidade, em face dos resultados alcançados”.

O mesmo autor cita ainda alguns motivos para um crescimento acentuado na

utilização da remuneração variável:

� A busca por reduzir os custos fixos;

� Possibilidade de oferecer maiores ganhos quando os resultados forem

positivos;

� Maior aceitação desta prática por sindicatos, trabalhadores e empresas;

Portanto a remuneração variável é um programa desenhado para recompensar os

funcionários com bom desempenho e um de seus principais objetivos é estimular o trabalho

em equipe.

Neste contexto, Pontes (2005, pag. 359) destaca o conceito de remuneração

variável:

“É o processo de remunerar os colaboradores de forma a ter uma parte fixa e outra parte móvel. A parcelada fixa advém da definição da estrutura salarial [...] e a parte móvel advém de outros fatores, como desempenho da empresa, da equipe ou do colaborador.”

Na opinião de Hipólito (2002) a base para a avaliação da remuneração variável é a

avaliação do desempenho do colaborador por meio do acompanhamento das metas

predeterminadas pela empresa, onde a análise dos resultados em grupo determina o

pagamento variável e a apreciação individual determina a parte fixa.

Vizioli (2010) destaca que a remuneração variável possui diversas vantagens para

organização:

� Flexibilidade na estrutura salarial: a remuneração variável pode ser diminuída

em momentos de crise ou então implementada quando a situação for favorável;

� Empowerment do funcionário: permite que o funcionário tenha maior

autonomia e poder de decisão a respeito do que recebera como remuneração;

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� Aumento no comprometimento: o colaborador se sente parte da organização.

O mesmo autor informa que os principais tipos dessa remuneração são o incentivo

a longo prazo que é dirigido aos altos níveis hierárquicos, a participação nos lucros ou

resultados que foi garantida aos trabalhadores pela Constituição Federal de 1988 onde o

colaborador recebe uma parte do lucro anual da empresa, o bônus por desempenho que é

recebido após o funcionário atingir uma meta preestabelecida e por fim as comissões e

similares.

De acordo com Pontes (2005) são quatro as principais formas de estimular o

ganho variável dos colaboradores.

� Participação através de sugestões: o objetivo é estimular a criação de novas

idéias que venham a reduzir os custos da organização ou aumentar a

produtividade, e dessa forma o autor da idéia escolhida receberia um incentivo;

� Participação acionária: pode ser utilizada nas empresas portadoras de ações na

bolsa, onde é possível a participação do colaborador em seu capital;

� Participação nos lucros e resultados: é a forma mais simples de fazer com que o

colaborador participe efetivamente da competitividade da empresa, onde os lucros

da empresa são rateados pelos trabalhadores;

� Comissão e bônus: a comissão geralmente é utilizada para o pessoal de vendas,

que recebe um percentual sobre os valores vendidos enquanto que o bônus tem

como base um plano de resultados a ser atingido.

Na concepção de Hipólito (2002, pag. 96):

“Fica claro que as parcelas de remuneração fixa e variável se complementam, reconhecendo-se aspectos diferentes nos profissionais: enquanto o salário vem sendo vinculado a competência, e esta se demonstra aditiva ao longo do tempo (isto é, não diminui, a não ser em casos excepcionais), a parcela variável da remuneração tem como foco principal o acompanhamento de resultados, que se caracterizam, na essência, pela circunstancialidade. Podem, portanto, diminuir ou aumentar em função do ambiente, da organização ou do estado de ânimo/esforço do profissional ou equipe.”

2.2.6.3 Benefícios

Conforme Hipólito apud Cascio (1992) antigamente os benefícios haviam sido

pensados com o objetivo de suprir as necessidades básicas dos trabalhadores, mas com o

tempo ele foi transformado em um mecanismo de atração e retenção de pessoas talentosas.

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Na visão de Dessler (2003, pag. 207) “Benefício é todo pagamento indireto

recebido por um funcionário por continuar a trabalhar na empresa” e para Marras (2009,

pag.137) “Denomina-se benefício o conjunto de programas ou planos oferecidos pela

organização como complemento ao sistema de salários.”.

Do ponto de vista de Vizioli (2010, pag. 184):

“a lógica por trás dos benefícios é a seguinte: o colaborador dedica uma grande parcela de suas horas, dias e semanas ao alcance dos objetivos organizacionais; portanto, é justo que, além de remunerar monetariamente seu empenho, a organização busque maneiras de tornar a vida desse trabalhador mais conveniente, segura e saudável. Isso traz vantagem óbvias para o funcionário, mas também para a própria empresa, que passa a contar com uma equipe mais tranqüila, motivada e focada no trabalho.”

Para Marras (2009) um programa de benefícios tem como meta atender os objetivos

da organização e dos colaboradores. Aqueles são atendidos quando apóia a redução da

rotatividade oferecendo melhores condições de vida e de trabalho, tornando a empresa

competitiva e atrativa. Estes são supridos quando as suas necessidades individuais são

atendidas.

Hipólito (2002) destaca que gerir benefícios não é uma tarefa fácil pois uma vez

concedidos há uma dificuldade muito grande em reduzi-los, logo toda decisão tomada com

relação a este tema deve ser pensada e analisada em longo prazo, para que nenhum passo seja

dado em falso.

De acordo com Marras (2009) os benefícios oferecidos pelas organizações podem

ser divididos em dois tipos, os benefícios compulsórios e os espontâneos.

Os compulsórios são aqueles que a organização oferece aos seus colaboradores

para atender as exigências da lei ou de convenções coletivas, são eles o complemento de

auxílio-doença, 13° salário, salário-família, férias, salário maternidade, dentre outros.

Os espontâneos são aqueles oferecidos por vontade própria da empresa querendo

atender as necessidades dos colaboradores ou então para tornar sua remuneração mais atraente

frente ao mercado, são eles o seguro de vida, assistência médica, transporte, cesta básica,

assistência odontológica, dentre outros.

Vizioli (2010) cita uma forte tendência que são os benefícios flexíveis, que é o

meio pelo qual o colaborador pode escolher, dentre um leque de benefícios, aqueles que mais

atendem aos seus interesses e necessidades. Este sistema é bastante interessante para a

motivação, pois dá liberdade ao funcionário na sua escolha. Marras (2009) corrobora com o

pensamento, acrescentando que este modelo flexível implica uma empresa transparente e com

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uma relação aberta entre colaboradores e organização, para que possa existir discussões e

análises entre ambos.

De acordo com Pontes (2005) a melhor solução para os problemas relacionados ao

salário no Brasil é o desenvolvimento profissional que promove as pessoas que ocupam

posições mais baixas para posições superiores, o que acarretará também em um aumento de

salário.

2.2.7 Plano de carreiras

Bohlander; Snell e Sherman (2005) ressaltam que o programa de desenvolvimento

de carreira deve estar integrado com as funções e estruturas dos recursos humanos existentes

na empresa, além de ser visto como um processo dinâmico que associa as necessidades da

empresa com as dos colaboradores.

Do ponto de vista de Pontes (2005, pag. 333):

“Plano de Carreira é o instrumento que define as trajetórias de carreiras existentes na empresa. O plano de carreira é de responsabilidade da empresa. É possível desenvolver essas trajetórias de várias formas. Planejamento de Carreira é o estabelecimento do plano de desenvolvimento individual com os funcionários. O Planejamento de Carreira é da responsabilidade do indivíduo, podendo a empresa auxiliar as pessoas nesse processo.”

Bohlander; Snell e Sherman (2003 p. 179) afirmam que “nas empresas de hoje, os

indivíduos são responsáveis por iniciar e gerenciar o próprio planejamento da carreira’’, mas

os gerentes devem estimular seus funcionários a assumirem mais responsabilidades e a

organização deve fornecer suporte ajudando no desenvolvimento do colaborador, além disso,

a iniciativa individual deve ser combinada com as oportunidades dadas pela empresa para que

a carreira possa progredir.

Na opinião de Pontes (2005) a responsabilidade de definir um plano de carreiras

que venha a dar possibilidades de crescimento e ascensão ao funcionário é da empresa, mas é

relevante dizer que a carreira é uma decisão que só cabe ao colaborador, ou seja, ela é

individual, somente cabendo a ele a escolha de sua trajetória.

O autor acima citado menciona as principais vantagens associadas ao

planejamento de carreiras que seguem abaixo:

� Com o crescimento dos colaboradores, a organização tem a possibilidade de

atingir níveis mais elevados de produtividade e qualidade no trabalho que realiza;

� Motiva os colaboradores na busca de maior competência técnica;

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� Encoraja as pessoas na exploração de suas capacidades potenciais;

� Propicia a ascensão do colaborador na empresa;

� Atende às necessidades internas do preenchimento de vagas, através do

recrutamento interno;

� Propicia maior integração do colaborador com a empresa, através da

perspectiva de crescimento, aumentando a produtividade e diminuindo a

rotatividade;

� Cria condições para que as pessoas atinjam seus objetivos profissionais, em

consonância com o alcance dos objetivos organizacionais;

� Estabelece trajetórias de carreira, assegurando que os colaboradores tenham

perspectivas de desenvolvimento e ascensão profissional.

Na opinião de Dutra (2002, pag. 110):

“Quando as pessoas falam de planos de carreira, têm em mente projetos que deixam absolutamente claras as possibilidades de desenvolvimento profissional ou apontam com precisão esse horizonte. Associa-se, portanto, à noção de plano de carreira a ideia de uma estrada plana, asfaltada e bem conservada que, trilhada pela pessoa, a conduzirá ao sucesso, à riqueza e à satisfação profissional.”

Quando se olha para a realidade das empresas é possível observar que a carreira é

uma sucessão de acontecimentos tanto para a pessoa como para a empresa, sendo dessa forma

uma estrada sempre em construção por ambas as partes.

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3 METODOLOGIA

Para a realização do presente estudo tomou-se como base a classificação de

Vergara (2009) que apresenta dois aspectos da pesquisa: quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins pode-se considerar exploratória e descritiva. Exploratória, pois busca fazer

um levantamento bibliográfico sobre o tema para melhor compreendê-lo e por constatar que

não existe um estudo sobre o plano de cargos e salários da empresa em questão. Descritiva,

pois procura identificar de que maneira o plano de cargos e salários auxilia no processo de

retenção de talentos através de questionários averiguando os fatos recorrentes ao mesmo, a

fim de solucionar os problemas encontrados.

Segundo Gil (2007, p. 41) a pesquisa exploratória “tem como objetivo

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a

construir hipóteses”. Tendo como principal objetivo aprimorar ideias.

Conforme o mesmo autor (GIL, 2007, p. 75) “a pesquisa descritiva tem como

objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou,

então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.

Quanto aos meios pode-se considerar a pesquisa como sendo bibliográfica, pois “a

pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado

em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”

(VERGARA, 2009, p. 46).

Sua abordagem foi quantitativa e qualitativa. Quantitativa pois “procura

quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística”. (MALHOTRA, 2001,

p.155) e qualitativa, onde segundo McDaniel e Gates (2003, p.120) classificam como sendo

um tipo de pesquisa em que “os dados da pesquisa não estão sujeitos às análises de

quantificação ou quantitativas”.

A presente pesquisa caracteriza-se também como um estudo de caso porque o

objeto de estudo refere-se ao plano de cargos e salários no intuito de verificar se ele consegue

reter os talentos da organização, tendo sido avaliado por seus colaboradores através do

questionário aplicado. Segundo Gil (2007, p. 72-73) “o estudo de caso é caracterizado pelo

estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu

conhecimento de forma ampla e detalhada”.

Para a coleta dos dados foram aplicados 26 questionários através da ferramenta

Google docs, com o intuito de contemplar o máximo de adesão possível e respondido de

acordo com a conveniência dos funcionários. A pesquisa fez um levantamento amostral por

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agrupamento probabilístico por conveniência junto aos funcionários. Vergara (2009, p. 54)

afirma que “cada elemento da população é selecionado por critérios subjetivos do

pesquisador, de acordo com sua experiência e com os objetivos do estudo.” Foram

selecionadas pessoas de acordo com a conveniência do pesquisador, que estavam ao seu

alcance e que contavam com disponibilidade para responder ao questionário.

3.1 Caracterização da empresa

Em 16 de Dezembro de 1994 a antiga Malharia Santa Inês foi instalada no Centro

de Fortaleza, e possuía foco no mercado varejista de tecidos nacionais.

No ano 1995 foi inaugurada a primeira filial em um dos bairros de maior

concentração de confecções em Fortaleza, o Montese, sucedida por mais uma filial na Tristão

Gonçalves, no Centro.

Com seu perfil empreendedor e visionário Vicente de Castro, atual acionista

majoritário, implantou nos negócios a busca pelos resultados que fizeram a empresa expandir-

se rapidamente; procurou então diversificar o portfólio de produtos e ousar em novos

mercados.

Com o aumento da rentabilidade da Malharia, o salto no volume de vendas, o

melhor entendimento do mercado local e desfrutando das oportunidades advindas da ascensão

da China no cenário internacional os rumos do negócio foram revistos. A Malharia focaria, a

partir de então, nas vendas em atacado e para isso fecharia todas as filiais de varejo,

permanecendo apenas a matriz.

Para ofertar o volume compatível com sua demanda no ano de 1998 iniciaram-se

as operações de importação de tecidos chineses, o que permitiu um patamar de crescimento

para a organização da ordem de 30% ao ano.

Em 2012 a dinâmica do Grupo fez com que o volume de operações da Malharia

Santa Inês fosse reduzido drasticamente e ampliados os negócios nas empresas MI2

Comercial e Trinexco, sediadas na Paraíba e com filiais em Fortaleza, onde estão seus centros

administrativos.

Durante a trajetória do Grupo ocorreram diversas mudanças profundas em face de

seu rápido crescimento, como por exemplo, transformações na sua estrutura, mudança de

estratégia e alteração de sócios. Na maioria das situações as mudanças foram ocasionadas por

demanda do ambiente externo ou pelo surgimento de oportunidades no mercado.

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A estrutura física do Grupo dispõe de uma sede administrativa e um centro de

distribuição localizados na Rua Professor Vicente Silveira n° 1580 no Bairro Vila União em

Fortaleza/CE e dois centros de distribuição em Alhandra, na Paraíba.

O Grupo é composto pelas razões sociais Trinexco LTDA e MI2 Comercial

Importação e Exportação LTDA, atuando com o nome fantasia Têxtil Santa Inês. Além do

têxtil o Grupo comercializa e distribui equipamentos de ar-condicionado com marca própria

Starcool, possui uma fazenda com plantação de mogno de razão social Reflorestamento do

Brasil LTDA, além de duas incorporadoras que são a JVL Participações S.A. e a Castro

Barbosa Incorporações LTDA.

O plano de cargos e salários da Têxtil Santa Inês foi implantado no segundo

semestre de 2010, sendo desenvolvido por um comitê gestor formado pelo diretor e os

gerentes de cada área, com a orientação da Gomes de Matos Consultores e Associados.

Ao final da implantação foi criada uma cartilha com o objetivo de esclarecer como

iria funcionar o PCS além de mostrar o que deveria ser feito para obter um excelente

desenvolvimento profissional. O manual foi composto por uma introdução que explanava de

forma geral a ferramenta, abordava também um tópico a respeito do que é o plano e de forma

detalhada o funcionamento do mesmo.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise realizada neste presente estudo teve como objetivo verificar, através dos

colaboradores da empresa estudada, se o plano de cargos e salários (PCS) consegue reter seus

funcionários, constatando também se suas necessidades são atendidas. A pesquisa foi concretizada

entre os dias 14 e 15 de abril de 2014, abrangendo 26 colaboradores através de um questionário que se

encontra no apêndice deste presente trabalho. O mesmo foi aplicado via web contendo 10 questões,

dentre elas 09 objetivas e 01 subjetiva, apresentando duas etapas na qual a primeira tem como

objetivo traçar o perfil dos entrevistados e a segunda tem como finalidade responder aos

objetivos propostos neste presente estudo.

A escolha da ferramenta e a forma de avaliação se deram buscando praticidade,

rapidez, objetividade, participação expressiva dos funcionários, bem como facilidade na

tabulação e análise dos dados.

Neste relatório os dados apresentados estão brutos e em percentuais, fidedignos às

respostas coletadas. Uma das questões analisadas contava com um espaço para comentários

que foram transcritos da forma que foram colocados pelos respondentes.

1º Parte: Perfil dos Entrevistados

Gráfico 1: Sexo.

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

De acordo com o gráfico 1 foi possível observar que o perfil dos colaboradores da

Têxtil Santa Inês é predominantemente feminino e conta com 62% de seu corpo efetivo

formado por mulheres e 38% por homens.

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Gráfico 2: Idade.

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

Observou-se através do gráfico 2 que a empresa apresenta um perfil bastante

jovem de profissionais com 42% do seu quadro funcional na faixa etária entre 26 e 35 anos,

19% entre 36 a 45 anos, 19% entre 21 a 25 anos, 15% menores de 20 anos e 4% acima de 46

anos. Esse perfil jovem contribui para o crescimento da organização no que tange a idéias

inovadoras, rápido aprendizado e mais fácil adaptação a mudanças.

Gráfico 3: Escolaridade

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

O nível de profissionalização da empresa também foi observado pelo nível de

escolaridade apresentado no gráfico 3. O maior índice apresentado foi o de superior

incompleto com 42%, 27% com especialização, 23% com superior completo, 4% com ensino

fundamental, 4% com ensino médio e não houve nenhuma resposta para o item

Mestrado/Doutorado, evidenciando que os funcionários ainda estão buscando uma

qualificação profissional e que a organização preza pela pelo alto nível educacional.

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Gráfico 4:Tempo de Serviço na TSI.

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

O gráfico 4 mostra o tempo de serviço dos funcionários na empresa, diagnosticou-

se que 35% dos entrevistados possuem entre 03 e 04 anos de trabalho, 31% acima de 05 anos,

19% entre 01 e 02 anos e 15% manos de 01 ano. Desta maneira percebe-se que a maioria

trabalha a pelo menos quatro anos na organização, indicando que a empresa deve oferecer

algo de bom para que eles permaneçam, por isso podem ter um conhecimento melhor da

realidade da empresa, permitindo através de suas opiniões, uma melhor compreensão dos

aspectos investigados nesta pesquisa.

2º Parte: Sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações.

Gráfico 5: O plano de cargos e salários atende às expectativas de desenvolvimento profissional dos funcionários da Têxtil Santa Inês.

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

Observou-se através do gráfico 5 que na TSI o PCS não atende de forma

satisfatória às expectativas de desenvolvimento profissional dos entrevistados, fato que pode

ser concluído de acordo com os seguintes percentuais: 50% ocasionalmente, 27%

frequentemente, 19% nunca e 04% sempre.

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Gráfico 6: A forma como o Plano de Cargos e Salários é disseminado na Têxtil Santa Inês ocorre de forma clara e objetiva

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

Ao analisarmos o gráfico 6 é possível perceber que ocorreu uma variação na opinião dos

entrevistados vez que os percentuais ficaram muito próximos, 35% optaram por ocasionalmente, 31%

por frequentemente, 31% por nunca e 04% sempre, o que nos mostra que a disseminação do plano

ocorre com falhas e ruídos, além de não apresentar a clareza necessária para o entendimento geral já

que o percentual da assertiva nunca foi bastante expressivo. É possível observar que muitos não

conhecem de fato todas as ferramentas disponíveis no PCS da empresa, fato que pode provocar

desmotivação e insatisfação.

Gráfico 7: Através do Plano de Cargos e Salários a empresa disponibiliza ferramentas que possibilitam a ascensão profissional dos seus funcionários (ex: cursos, treinamentos...).

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

Através do gráfico 7 podemos verificar que a prática de disponibilizar

ferramentas que possibilitem a ascensão profissional na TSI ainda é pouco utilizada o que

pode ser percebido pelos dados coletados, 58% ocasionalmente, 19% frequentemente, 12%

sempre e 12% nunca. Fica claro que o investimento em treinamento e desenvolvimento não é

uma prioridade da organização. O plano não oferece, portanto, continuamente meios para que

o colaborador possa se desenvolver de forma adequada estando sempre atualizado para

oferecer melhores serviços à empresa.

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Gráfio8: A empresa utiliza o Plano de Cargos e Salários como uma ferramenta estratégica para reter/manter seus atuais talentos.

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

De acordo com o gráfico 8 é possível observar através dos índices 38%

ocasionalmente, 31% frequentemente, 23% nunca e somente 08% responderam sempre, que a

prática de utilizar o PCS como ferramenta estratégica para reter os talentos da organização

não é constante pois somente 2 pessoas afirmaram que isso sempre acontece. Deste modo a

organização acaba perdendo funcionários qualificados e experientes para seu concorrente, que

muitas vezes nem possui um PCS, mas que oferece outras oportunidades.

Gráfico 9: O Plano de Cargos e Salários existente na empresa Têxtil Santa Inês atende as minhas necessidades profissionais individuais.

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

De acordo com o resultado obtido no gráfico 9, foi possível observar que o PCS

implantado na TSI não consegue atender as necessidades profissionais individuais de cada

entrevistado porque 35% dos entrevistados respondeu que isso nunca acontece, 31%

frequentemente, 27% ocasionalmente e somente 08% optaram pelo sempre. Vale ressaltar que

o funcionário é peça essencial dentro da organização e se suas necessidades individuais não

forem atingidas o seu rendimento diminui e consequentemente o da empresa.

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Tabela 1: Qual a sua avaliação geral com relação ao Plano de Cargos e Salários existente na empresa Têxtil Santa Inês? Creio que o plano deveria ser um pouco mais divulgado.

O plano é bem estruturado, contudo não consegue atingir sua efetividade e objetivos por questões orçamentárias. É bom para alguns funcionários e para outros não, não são todos que são beneficiados com o plano. 8.0

Falta colocar em prática.

Muito profissional!

0

7

6

4

NÃO GOSTEI NO MEU CASO

ÓTIMO

na minha opinião é falho e deixa muito a desejar

Poderia ser melhor

6.00

BOM

Negativa

Boa

Se essas perguntas fossem feitas há 2 anos atrás, as respostas seriam diferente, pois o plano estava bastante ativo. Apresentava uma maior divulgação, disponibilizava dinâmicas... Enfim, o plano estava vivo. Hoje, no atual cenário da empresa, esse plano está adormecido. Não é praticado e nem divulgado. PRECISA SER APLICADO

bom

Fonte: Pesquisa de campo (2014)

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo objetivou verificar se o plano de cargos e salários funciona

como ferramenta estratégica na retenção de talentos na Têxtil Santa Inês. Com base nos

resultados obtidos foi possível constatar que tal objetivo foi alcançado, uma vez que foram

identificadas as percepções dos funcionários frente ao plano.

Em relação à percepção global dos funcionários foi possível observar que o grau de

motivação e satisfação está baixo devido à ferramenta não ser utilizada em sua plenitude,

conforme descrito pelos entrevistados este esta adormecido, além disso, possui lacunas em sua

divulgação, o que ocasiona ruídos e também um entendimento inadequado do seu real objetivo.

Foi possível constatar também que a insatisfação com o PCS se dá principalmente

pela maneira como a ferramenta é disseminada, já que muitos não têm conhecimento dos

benefícios e objetivos.

A Têxtil Santa Inês (TSI) utiliza de maneira esporádica a prática de oferecer

treinamento, cursos e palestras para desenvolver seu colaborador, essas práticas ajudariam a

empresa e evitar erros e assim estar à frente de seus concorrentes, além de não conseguir

atender as necessidades profissionais de cada funcionário individualmente, já que estes não se

sentem valorizados e motivados.

Outro ponto que pode ser mais desenvolvido na TSI é a participação dos

colaboradores no aprimoramento do plano pois não enxergam espaço para sugerir melhorias e

até mesmo novas ideias. É importante que a organização envolva seus funcionários na

formulação de ferramentas que serão dedicadas a eles próprios, pois desta forma os efeitos

seriam mais positivos e os resultados operacionais seriam alcançados de maneira mais

satisfatória.

Quanto à retenção dos colaboradores foi constatado, através da pesquisa, que o

PCS para esta prática é ineficiente, não sendo utilizada como uma ferramenta estratégica para

este fim. Os funcionários não se sentem motivados a ficarem na empresa estudada por conta

do plano, pois conforme citado acima muitos não possuem o conhecimento dos benefícios e

objetivos do mesmo.

Conclui-se que o plano não foi avaliado de forma positiva pelos colaboradores,

pois devido às mudanças que ocorreram na organização desde a sua implantação, sejam elas

administrativas ou financeiras, ele ficou adormecido, sem conseguir funcionar de forma plena.

Atrelada a isso a fragilidade na divulgação e a falta de conhecimento por parte dos funcionários

fizeram com que o plano ficasse com a sua credibilidade abalada.

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Diante do exposto pressupõe-se que este estudo abre portas para novas pesquisas

científicas, pois esse trabalho consiste em uma valiosa ferramenta de gestão, além de permitir

uma análise interna, também pôde identificar a situação atual do Plano de Cargos e Salários,

gerando levantamentos que poderão resultar em mudanças através de estratégias e ações que

visarão o crescimento e o desenvolvimento das pessoas.

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REFERÊNCIAS

BOHLANDER, G. W.; SNELL, S.; SHERMAN, A. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira, 2005. DESSLER, Gary. Administração de recursos humanos. 2.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. DUTRA, Joel Souza. Educação Corporativa. In: As pessoas na organização. Fleury, M. T. L. et al. (Organ.). São Paulo: Editora Gente, 2002. GIL, Antônio Carlos. Administração de recursos humanos: um enfoque profissional. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2007. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Censage Learning, 2007. HIPÓLITO, José Antonio Monteiro. Educação Corporativa. In:______. As pessoas na organização. Fleury, M. T. L. et al. (Organ.). São Paulo: Editora Gente, 2002. MACDANIEL, Carl; GATES, Roger. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Thomson, 2003. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: Uma orientação aplicada. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 1.ed. Sao Paulo: Atlas, 1986. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. PONTES, Benedito Rodrigues. Administração de cargos e salários. 11.ed. São Paulo: LTr , 2005. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10ª edição. São Paulo: Atlas, 2009. VIZIOLI, Miguel. Administração de RH. São Paulo: Pearson, 2010.

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APÊNDICE A – Questionário aplicado na empresa

Olá meu nome é Janaína Fernandes sou aluna do Curso de Administração da

Faculdade Cearense e estou elaborando meu trabalho de conclusão de curso, por esse motivo

encaminho este questionário a fim de obter as informações necessárias para concluir meu

trabalho.

Solicito sua colaboração e deixo claro que não haverá identificação do

participante.

1ª PARTE: Perfil dos entrevistados 1.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2.Idade: ( ) Menores de 20 anos ( ) Entre 21 a 25 anos ( ) Entre 26 a 35 anos ( ) Entre 36 a 45 anos ( ) Acima de 46 anos 3.Escolaridade: ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Especialização ( ) Mestrado/Doutorado 4.Tempo de serviço na TSI (Têxtil Santa Inês): ( ) Menos de 01 ano ( ) Entre 01 e 02 anos ( ) Entre 03 e 04 anos ( ) Acima de 05 anos 2ª PARTE: Sobre o plano de cargos e salários. 5.O plano de cargos e salários atende às expectativas de desenvolvimento profissional dos funcionários da Têxtil Santa Inês. ( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente ( ) Sempre

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6.A forma como o Plano de Cargos e Salários é disseminado na Têxtil Santa Inês ocorre de forma clara e objetiva ( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente ( ) Sempre 7.Através do Plano de Cargos e Salários a empresa disponibiliza ferramentas que possibilitem a ascensão profissional dos seus funcionários (ex: cursos, treinamentos...). ( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente ( ) Sempre 8.A empresa utiliza o Plano de Cargos e Salários como uma ferramenta estratégica para reter/manter seus atuais talentos. ( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente ( ) Sempre 9.O Plano de Cargos e Salários existente na empresa Têxtil Santa Inês atende as minhas necessidades profissionais individuais. ( ) Nunca ( ) Ocasionalmente ( ) Frequentemente ( ) Sempre

10.Qual a sua avaliação geral com relação ao Plano de Cargos e Salários existente na empresa

Têxtil Santa Inês?

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ANEXO A – Organograma da Têxtil Santa Inês

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ANEXO B – Autorização para o uso de dados da Têxtil Santa Inês