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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM
VANESSA TEREZINHA KELLER
ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM A SÍNDROME FOGO NO ESTÔMAGO E
COM O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
TRATADO COM ACUPUNTURA.
Florianópolis
2009
VANESSA TEREZINHA KELLER
ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM A SÍNDROME FOGO NO ESTÔMAGO E
COM O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
TRATADO COM ACUPUNTURA.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Especialização em Acupuntura do Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Fabián Oliva
Florianópolis
2009
VANESSA TEREZINHA KELLER
ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM A SÍNDROME FOGO NO ESTÔMAGO E
COM O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
TRATADO COM ACUPUNTURA.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Especialização em Acupuntura do Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Acupuntura.
Florianópolis, ___de ___________de 2009.
____________________________________
Orientador Prof. Dr. Marcelo Fabián Oliva
______________________________________
Prof. Tátila de Souza Barcala
____________________________________ Prof. Ms. Luisa Regina Pericolo Erwig
Dedico este trabalho aos meus pais
Sebaldo Keller e Terezinha Ivoni Colvero
Keller, por sempre me apoiarem e
acreditarem em meu potencial.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por iluminar o meu caminho. A minha família, por estar
sempre presente, me auxiliando em todos os desafios que encontro. Ao meu noivo e
sua família pelo apoio constante. Ao Professor Dr. Marcelo Fabián Oliva, por me
ajudar neste momento de conclusão de curso. Ao paciente, por sua essencial
colaboração nessa pesquisa.
A nenhum de nós é dado mais do que
pode realizar e a nenhum de nós é pedido
mais do que o que está dentro de nosso
poder.
EDWARD BACH
RESUMO
A Doença do Refluxo Gastroesofágico acomete ambos os sexos e em todas as
faixas etárias. O presente estudo tem como objetivo investigar a eficácia da
acupuntura na Doença do Refluxo Gastroesofágico. A pesquisa caracteriza-se como
um estudo de caso de natureza descritiva, com adoção de delineamento
experimental. A amostra deste estudo é conceituada como não-probabilística
intencional, formada por um paciente com idade de 25 anos, do sexo masculino. Os
instrumentos para coleta de dados são: Registro de Dados do Paciente e Escala
Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose e, para a prática da acupuntura, são:
agulhas descartáveis de acupuntura, da marca Dong Bang, em aço inoxidável,
esterilizadas por raio gama, com tamanho 0,25mm x 30 mm em formato filiforme;
bandeja de aço inoxidável; álcool 70º GL; algodão; maca e lençol descartável.
Verifica-se a evolução do paciente ao longo de dez atendimentos com acupuntura.
Os resultados da pesquisa comprovaram a eficácia da acupuntura na Doença do
Refluxo Gastroesofágico, pois os sintomas típicos e associados dessa doença foram
sanados.
Palavras-Chave: Acupuntura. Doença do Refluxo Gastroesofágico. Pirose.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Sistema digestório......................................................................................17
Figura 2 – Processo ilustrativo do RGE.......................................................................22
Figura 3 – Hérnia de hiato...........................................................................................24
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução da Escala Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose....39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Sintomas da DRGE e do Fogo no Estômago...........................................28
LISTA DE SIGLAS
CIEPH – Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem.
CPF – Cadastro Pessoa Física.
DRGE – Doença do Refluxo Gastroesofágico.
DUM – Dia da última menstruação.
EANOP – Escala Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose.
EEI – Esfíncter esofágico inferior.
EIE – Esfíncter inferior do esôfago.
ER – Esofagite de Refluxo.
ESE – Esfíncter superior do esôfago.
HCl – Ácido Clorídrico.
MTC – Medicina Tradicional Chinesa.
OMS – Organização Mundial da Saúde.
RGE – Refluxo Gastroesofágico.
SUS – Sistema Único de Saúde.
TPM – Tensão pré-menstrual.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................
1.2 OBJETIVO GERAL............................................................................................
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................
2.1 SISTEMA DIGESTÓRIO....................................................................................
2.1.1 Esôfago..........................................................................................................
2.1.2 Estômago.......................................................................................................
2.2 DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO..............................................
2.2.1 Hérnia de hiato..............................................................................................
2.2.2 Sintomas da DRGE.......................................................................................
2.2.3 Diagnóstico da DRGE...................................................................................
2.2.4 Tratamento da DRGE....................................................................................
2.2.5 Esofagite de Refluxo ...........................................................................................
2.3 ACUPUNTURA..................................................................................................
2.3.1 DRGE conforme a MTC................................................................................
2.3.2 Tratamento da DRGE com acupuntura.......................................................
2.3.2.1 Explanação dos pontos de acupuntura........................................................
3 METODOLOGIA...................................................................................................
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA................................................................
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA..............................................................................
3.3 INSTRUMENTAÇÃO.........................................................................................
3.4 PROCEDIMENTOS...........................................................................................
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS............................................................................
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.....................................................
4.1 APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO............................................................
4.2 EVOLUÇÃO.......................................................................................................
4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...........................................................
4.4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................
REFERÊNCIAS.......................................................................................................
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APÊNDICES............................................................................................................
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..........................
APÊNDICE B - Registro de Dados do Paciente...................................................
APÊNDICE C - Escala Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose..........
ANEXOS..................................................................................................................
ANEXO A - Endoscopia.........................................................................................
ANEXO B - Nexium: Esomeprazol magnésio 40mg - AstraZeneca...................
ANEXO C - Pantoprazol: Pantoprazol 20mg Genérico - Medley........................
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14
1 INTRODUÇÃO
A constante evolução do mundo exige ao homem rigorosas adaptações em
seus hábitos. Os horários de alimentação, descanso e lazer tornaram-se escassos.
Como consequência, surgem desequilíbrios físicos e emocionais, que podem
ocasionar doenças, dentre elas a Doença do Refluxo Gastroesofágico, uma das
disfunções mais frequentes do canal alimentar.
A Doença do Refluxo Gastroesofágico é considerada uma afecção de grande
importância, devido à elevada e crescente incidência. Conforme dados
epidemiológicos1, estima-se que cerca de 40% da população adulta apresentem, em
alguma fase da vida, sintomas de refluxo gastroesofágico. O principal sintoma da
Doença do Refluxo Gastroesofágico é a pirose, que em forte intensidade e
frequência, prejudica a qualidade de vida do paciente.
O tratamento da Doença do Refluxo Gastroesofágico deve ser rápido e
eficiente, pois, se não tratada, a doença pode causar patologias como a Esofagite
que, em quadro clínico grave, tende a evoluir para câncer. Por esta razão, é de
extrema importância a realização de pesquisas e estudos sobre novas formas de
tratamento para Doença do Refluxo Gastroesofágico. A acupuntura se destaca como
um método de tratamento para esta doença.
A acupuntura é uma técnica de tratamento da Medicina Tradicional Chinesa,
conhecida e respeitada por orientais há milênios e que tem sido constantemente
estudada e praticada no ocidente. A Organização Mundial da Saúde – OMS
reconhece a acupuntura como terapia complementar. No Brasil, o Sistema Único de
Saúde do Governo Federal – SUS implantou a acupuntura por meio da Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. A prática da acupuntura é
reconhecida por ser eficaz no tratamento de diversas patologias. O seu principal
efeito é restabelecer e manter o paciente em equilíbrio, direcionando o tratamento à
causa e não somente aos sintomas da enfermidade.
Conferindo as qualidades expostas sobre a acupuntura e analisando a
necessidade de novas formas de tratamento para a Doença do Refluxo
1 Dados extraídos do artigo DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: comparação entre as
formas com e sem Esofagite, em relação aos dados demográficos e às manifestações sintomáticas (2001).
15
Gastroesofágico, a presente pesquisa verificará se a aplicação da acupuntura em
um estudo de caso incorrerá na melhora da Doença do Refluxo Gastroesofágico.
1.2 Objetivo geral
Investigar a eficácia da acupuntura na Doença do Refluxo Gastroesofágico,
com a síndrome Fogo no Estômago.
1.3 Objetivos específicos
Descrever os pontos relevantes sobre a Doença do Refluxo Gastroesofágico
na visão ocidental.
Identificar a síndrome correspondente à Doença do Refluxo Gastroesofágico
na Medicina Tradicional Chinesa.
Correlacionar as principais características da Doença do Refluxo
Gastroesofágico com a síndrome específica da Medicina Tradicional Chinesa
Fogo no Estômago.
Identificar o resultado da acupuntura no número de ocorrências de pirose.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Sistema digestório
A manutenção do ser humano depende de um abastecimento alimentar
sequencial. Contudo, os componentes nutricionais precisam ser modificados
quimicamente para que ocorram a absorção e a assimilação dos mesmos pelo
organismo. Esta sequência de reações compreende a digestão, que é uma das
funções do conjunto de órgãos denominado sistema digestório. As demais funções
deste sistema são: ingestão, mastigação, deglutição, peristaltismo, absorção e
defecação.
Ingestão – tomada de alimento para o sistema digestivo por via bucal; mecânico. Mastigação – movimentos para pulverizar os alimentos e misturá-los com a saliva; mecânico (mastigar) e químico (ação salivar). Deglutição – engolir a comida; mecânico. Peristaltismo – contrações rítmicas, em forma de ondas, que movem os alimentos através do trato digestivo; mecânico. Absorção – passagem das moléculas alimentares através da membrana mucosa do intestino delgado para os sistemas circulatório e linfático, para distribuição para as células; mecânico e químico. Defecação – descarga dos resíduos indigeríveis, chamados fezes, do trato digestivo; mecânico. (VAN DE GRAAFF E RHEES, 1991, p. 379).
O sistema digestório é formado pelo canal alimentar ou trato gastrointestinal e
pelos órgãos anexos ou órgãos digestórios acessórios. Este trato consiste em um
tubo oco, com aproximadamente nove metros de comprimento.
Tendo sua origem na boca, o canal alimentar estende-se na faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e finaliza no ânus. Os dentes, a
língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas constituem os
órgãos digestórios acessórios, conforme Tortora e Grabowski (2002).
17
Figura 1 – Sistema digestório. Fonte: GUIZZO (1998, p. 22).
O esôfago e o estômago são importantes órgãos do sistema digestório,
responsáveis, entre outras funções, pelo transporte e armazenagem temporária do
bolo alimentar, respectivamente.
2.1.1 Esôfago
Define-se esôfago como um tubo muscular de aproximadamente 25 cm de
comprimento, que se estende da faringe ao estômago, seguindo a curvatura da
coluna vertebral.
Pode-se distinguir três porções no esôfago: cervical, torácica e abdominal, sendo a segunda a maior delas. No tórax, o esôfago situa-se ventralmente à coluna vertebral e dorsalmente a traquéia, estando próximo da aorta. Para atingir o abdômen ele atravessa o músculo diafragma e, quase imediatamente, desemboca no estômago. (DÂNGELO E FATTINI, 2002, p.125).
18
A estrutura histológica do esôfago, segundo Tortora e Grabowski (2002), está
dividida em quatro camadas:
Mucosa – consiste em epitélio escamoso estratificado não-queratinizado,
tecido conjuntivo areolar, músculo liso e glândulas mucosas. A função desta
camada é proteger o esôfago dos desgastes consecutivos ocasionados
pela passagem dos alimentos.
Submucosa – é composta por tecido conjuntivo areolar, vasos sanguíneos e
glândulas mucosas.
Muscular – é dividida em superior, intermediário e inferior. A primeira é
formada de músculo esquelético, a segunda é constituída de músculo
esquelético e liso e a terceira apresenta músculo liso.
Adventícia – é a camada superficial, também conhecida como túnica
serosa, possui tecido conjuntivo areolar. É responsável por unir o esôfago
às estruturas próximas.
O esôfago é responsável por transportar líquido e alimento para o estômago
por peristaltismo, que é o processo no qual ocorrem contrações e relaxamentos da
musculatura da parede do esôfago, de acordo com Van de Graaff e Rhees (1991).
As contrações são repetidas em ondas que empurram o alimento em direção ao
estômago.
A entrada e saída do bolo alimentar no esôfago são controladas por duas
estruturas. A primeira, chamada de esfíncter superior do esôfago e, a segunda,
conhecida por esfíncter inferior do esôfago.
O esfíncter superior do esôfago (ESE) impede que o ar ganhe a luz esofágica durante a respiração, assim como que o material esofágico reflua para a orofaringe, com possível aspiração subsequente, enquanto o inferior (EIE) previne o refluxo gastro-esofagiano. (PINOTTI, 1990, p.34).
O ESE localiza-se na porção cervical do esôfago, situado entre este órgão e a
faringe. É formado por músculos, onde se destaca o músculo cricofaríngeo. O ESE
permanece em alta pressão, para evitar o refluxo do bolo alimentar do esôfago à
faringe e relaxa no momento da deglutição, para a passagem do bolo alimentar da
faringe ao esôfago.
19
Encontrado na porção abdominal do esôfago, o EIE situa-se entre o esôfago e
o estômago e é constituído por musculatura circular. Mantém-se em alta pressão
para impedir o refluxo do bolo alimentar do estômago para o esôfago e relaxa na
deglutição, para a passagem do bolo alimentar do esôfago ao estômago.
2.1.2 Estômago
O estômago é a porção mais dilatada do canal alimentar e une o esôfago ao
duodeno. Normalmente, apresenta-se em formato de J e encontra-se logo
abaixo do diafragma, nas regiões epigástrica, umbilical e hipocôndrica esquerda do
abdome.
A forma do estômago e a sua posição são variáveis, de acordo com a idade,
os tipos de constituição e de alimentação, bem como da postura física do indivíduo e
do estado fisiológico do órgão, conforme Dângelo e Fattini (2002). Ademais, sua
posição e tamanho variam continuamente, pois o diafragma o empurra para baixo a
cada inspiração e o puxa para cima, durante a expiração.
A estrutura do estômago apresenta duas margens: a primeira é a margem
medial côncava do estômago, definida por curvatura menor; e a segunda é a
margem lateral convexa, denominada curvatura maior. Anatomicamente, o estômago
apresenta quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro.
O cárdia circunda a abertura superior do estômago. A parte arredondada, acima e à esquerda do cárdia, é o fundo. Abaixo do fundo fica a grande parte central do estômago, chamado corpo. A região do estômago que se liga ao duodeno é a pilórica (piloro = porteiro); tem duas partes, o antro pilórico, que se liga ao corpo do estômago, e o canal pilórico, que leva ao duodeno. (TORTORA e GRABOWSKI, 2002, p. 761).
A parede do estômago é constituída por túnicas serosa, muscular, submucosa
e mucosa, juntamente com seus vasos e nervos. As fibras longitudinais, circulares e
oblíquas da túnica muscular, favorecem os movimentos de compressão na formação
do quimo. Os movimentos de distensão são realizados pelas dobras longitudinais da
túnica mucosa, denominadas pregas gástricas. A túnica mucosa é permeável, o que
favorece certa absorção e nela também podem ser encontradas as glândulas
20
gástricas, compostas pelas células secretoras zigogênicas ou principais, parietais e
mucosas, segundo Van de Graaff e Rhees (1991).
O estômago apresenta cinco funções básicas no sistema digestório2:
1. Mistura saliva, alimento e suco gástrico para formar o quimo.
2. Reservatório para reter o alimento, antes de liberá-lo para o intestino
delgado.
3. Secreta suco gástrico, que contém HCl, pepsina, fator intrínseco e lipase
gástrica.
4. HCl mata as bactérias e desnatura as proteínas. A pepsina começa a
digestão das proteínas. O fator intrínseco auxilia a absorção de vitamina
B12. A lipase gástrica auxilia a digestão dos triglicerídeos.
5. Secreta gastrina no sangue.
O estômago recebe os alimentos e, por meio de movimentos contráteis,
mistura-os a secreção gástrica e forma o quimo ácido. A atividade contrátil aumenta
de forma progressiva levando o quimo ácido a ser esvaziado lentamente para o
duodeno.
Do ponto de vista de sua motilidade, o estômago é composto de duas regiões com diferentes características funcionais: o terço proximal é primeiramente um reservatório e os dois terços distais têm como função misturar e esvaziar o conteúdo. (CINGOLANI E HOUSSAY, 2004, p. 186).
Como o intestino demora a completar a digestão e a absorção dos alimentos,
o estômago os mistura e armazena, liberando somente pequenas porções para o
intestino delgado, em intervalos adequados.
A capacidade média do estômago é de 30 ml de armazenamento no recém-
nascido, expandindo para aproximadamente 1000 ml durante a puberdade e
atingindo 1500 ml na fase adulta, de acordo com Gray (1995).
A digestão gástrica apresenta três fases: cefálica, gástrica e intestinal. A
primeira fase consiste em reflexos iniciados pelos receptores sensitivos na cabeça. A
visão, o odor, o paladar, o pensamento em um alimento ou as emoções, provocam
secreções gástricas, mesmo antes de o alimento entrar no estômago. Já na
segunda, a liberação da secreção gástrica inicia somente após o alimento entrar no
2 Tortora e Grabowski, 2002, p. 762.
21
estômago. Na terceira fase, os receptores estão situados no intestino delgado.
Diferencia-se das fases anteriores, por apresentar efeitos inibidores.
Enquanto os reflexos iniciados durante as fases cefálica e gástrica estimulam a atividade secretora do estômago e a motilidade, os que ocorrem durante a fase intestinal têm efeitos inibidores, que retardam a saída do quimo do estômago e impedem a sobrecarga do duodeno com mais quimo que ele pode processar. (TORTORA E GRABOWSKI, 2002, p.767).
O estômago apresenta dois orifícios que funcionam como um mecanismo de
abertura e fechamento para regular o trânsito do bolo alimentar. O primeiro é
identificado como EIE e localiza-se na entrada do estômago. O segundo,
denominado esfíncter do piloro, é a comunicação do estômago com o duodeno,
responsável por controlar a velocidade da passagem do conteúdo gástrico para o
duodeno. O mau funcionamento desses esfíncteres pode gerar patologias como a
Doença do Refluxo Gastroesofágico.
2.2 Doença do Refluxo Gastroesofágico
O refluxo gastroesofágico (RGE) consiste no retrocesso do conteúdo gástrico
do estômago para o esôfago. Em quantidades mínimas, assintomático e de curta
duração, o RGE é considerado fisiológico. Torna-se patológico ao apresentar forte
intensidade e frequência, além de sintomas clínicos específicos, conforme Pinotti
(1990).
A definição de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), de acordo com o
Consenso Brasileiro da DRGE, é:
Uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos, associados ou não a lesões teciduais. (CORSI, 2007).
Considera-se a DRGE de fundamental importância, acometendo ambos os
sexos em todas as faixas etárias. O estresse, os maus hábitos alimentares e os
fatores genéticos são alguns aspectos que estão relacionados a esta doença.
22
O RGE é resultado de certos defeitos fisiológicos, no qual várias estruturas
estão envolvidas, porém duas são as principais: o EIE e a hérnia de hiato, de acordo
com Harrison e Braunwald (2002).
Figura 2 – Processo ilustrativo do RGE. Fonte: Centro de tratamento do refluxo gastroesofágico (2009).
O EIE ou também chamado de esfíncter esofágico inferior (EEI) causa RGE,
devido a algumas falhas no seu mecanismo, sendo três as principais: número
demasiado de relaxamentos, diminuição da sua pressão e seu deslocamento para o
tórax.
O evento mais comum associado ao refluxo parece ser um relaxamento inadequado do esfíncter esofágico inferior, i.e., relaxamento do EEI não associado à deglutição ou à distensão do corpo do esôfago por líquido refluído. Assim, duas anormalidades do EEI podem estar associadas ao refluxo: um esfíncter com tônus muito baixo, como o medido pela pressão do esfíncter esofágico inferior, ou o relaxamento inadequado de um esfíncter de competência normal. (WYNGAARDEN, SMITH E BENNETT, 1993, p. 652).
Eventualmente, na presença de uma hérnia de hiato o EIE poderá ser
deslocado para o tórax.
23
2.2.1 Hérnia de hiato
A hérnia de hiato ou também conhecida como hérnia hiatal, é denominada
pela elevação temporária ou definitiva de parte do estômago para o tórax, através do
hiato esofágico3. A causa é resultado de um alargamento anormal do hiato
esofágico. Apresenta dois tipos principais: hérnia de hiato paraesofágica e hérnia de
hiato por deslizamento.
Na hérnia de hiato paraesofágica, a região esofagogástrica permanece em
sua posição normal, mas uma bolsa de peritônio, usualmente contendo parte do
fundo gástrico, estende-se através do hiato esofágico, anteriormente ao esôfago.
Este tipo é raro e dificilmente provoca o RGE, segundo Moore (1994).
O tipo mais comum é a hérnia de hiato por deslizamento. Nesta, a região
esofagogástrica e parte do estômago, desliza para o tórax através do hiato
esofágico, unindo o estômago ao esôfago em uma linha reta. A causa da formação
da hérnia de hiato por deslizamento é consequência do enfraquecimento dos
ligamentos que unem porção esofagogástrica ao diafragma e o aumento da pressão
abdominal.
As hérnias de hiato adquiridas são comuns devido à maior pressão na cavidade abdominal comparada à pressão no tórax. Ocorrem com maior freqüência em pessoas após a meia idade, possivelmente devido ao enfraquecimento do músculo que forma o hiato esofágico no diafragma. Uma porção do fundo gástrico pode herniar-se através do hiato esofágico para o tórax. (MOORE, 1994, p. 145).
As modificações anatômicas e funcionais resultantes da hérnia de hiato
geralmente causam RGE, pois reduz a pressão do EIE.
3 Região do diafragma que o esôfago atravessa para desembocar no estômago. (PINOTTI, 1990).
24
Figura 3 – Hérnia de hiato Fonte: MOORE E DALLEY (2001).
2.2.2 Sintomas da DRGE
Os sintomas típicos da DRGE são: pirose e regurgitação. O primeiro, também
chamado popularmente de azia, é a sensação de queimação subesternal que tem
origem no epigástrio e move-se em direção ao pescoço, de acordo Harrison e
Braunwald (2002). A pirose pode agravar-se com refeições em grandes quantidades
e com o hábito de deitar após a refeição, além da ingestão de alimentos ácidos ou
gordurosos. O segundo é o refluxo do conteúdo gástrico para a boca ou para a
árvore respiratória, segundo Wyngaarden, Smith e Bennett (1993).
O sintoma mais característico é a pirose retroesternal. Outros sintomas da DRGE são: azia, regurgitação, sialorréia, disfagia, odinofagia, dor torácica não-cardíaca e manifestações respiratórias e otorrinolaringológicas. […] A dor torácica não-cardíaca pode confundir-se com aquela da isquemia
miocárdica. (ZEITUNE, 1999, p. 12).
25
A dor abdominal, as náuseas e a halitose são outros sintomas associados à
DRGE.
2.2.3 Diagnóstico da DRGE
As manifestações clínicas e a anamnese são fundamentais para o diagnóstico
da DRGE, conforme Harrison e Braunwald (2002).
Os exames comumente solicitados para o diagnóstico da DRGE, segundo
Nasi, Moraes e Cecconello (1996), são: a endoscopia digestiva alta, a manometria e
a pHmetria.
A endoscopia digestiva alta avalia a mucosa esofágica e verifica se há
presença de hérnia de hiato. Já a manometria e a pHmetria são importantes para a
caracterização e diagnóstico das doenças do esôfago, de acordo com Corsi (2007).
2.2.4 Tratamento da DRGE
O tratamento clínico da DRGE pode ser dividido em: comportamental,
dietético e medicamentoso. O tratamento cirúrgico é indicado quando o tratamento
clínico não apresentar respostas positivas ou em casos com graves complicações. O
tratamento clínico comportamental consiste em: evitar deitar após as refeições,
elevar a cabeceira da cama em quinze centímetros, corrigir condições que
aumentem a pressão intra-abdominal e não fumar, conforme Pinotti (1990).
O tratamento dietético é baseado em evitar alimentos gordurosos e cítricos,
bem como diminuir a ingestão de chocolate, hortelã, menta, anis, laranja e tomate.
Faz parte do tratamento dietético a redução do consumo de bebidas que contenham
cafeína, como chás, café, alguns refrigerantes e moderar nas bebidas alcoólicas e
gasosas. Recomenda-se fazer refeições fracionadas a cada quatro horas e limitar o
uso de alimentos em temperaturas extremas, segundo Pontes e Campos (1993).
Diversos são os medicamentos empregados no tratamento da DRGE.
Geralmente, estes medicamentos passam por evoluções na sintetização do princípio
26
ativo e tornam-se específicos para cada nível da doença. A metoclopramida, a
domperidona e a cisaprida, denominadas drogas pró-cinéticas, têm a função de
aumentar a pressão do EIE, enquanto os antiácidos, os antagonistas dos receptores
H2 e os inibidores da bomba protônica, como o lansoprazol, o pantoprazol e o
esomeprazol, reduzem a acidez da secreção gástrica, protegendo a mucosa do
esôfago, de acordo com Zeitune (1999).
A DRGE prolongada e não tratada possibilita a manifestação de sérias
doenças, como a Esofagite de Refluxo.
2.2.5 Esofagite de Refluxo
A Esofagite de Refluxo (ER) é caracterizada pelas lesões inflamatórias na
mucosa do esôfago, principalmente no seu terço distal. Estas lesões são resultados
da exposição do esôfago ao conteúdo gástrico proveniente da DRGE.
Dependendo do efeito nóxio do material regurgitado, seu tempo de contato com a mucosa esofágica, bem como da capacidade de defesa desta, poderá ou não se instalar a ER. O processo inflamatório inicia-se no interstício da mucosa e depois migra para camadas mais superficiais. As alterações verificadas na endoscopia e que sugerem o processo inflamatório variam desde edema, friabilidade ou, às vezes, palidez até lesões erosivas e ulcerosas. (ZEITUNE, 1999, p.12).
A ER apresenta cinco complicações principais: hemorragia, estenose, úlcera
péptica do esôfago, complicações pulmonares e esôfago de Barret. Na primeira,
verificam-se sangramentos causados por Esofagite superficial erosiva. A segunda é
uma grave complicação da ER, associada às ulcerações da mucosa. Na terceira,
encontram-se erosões superficiais que atingem somente a mucosa. A quarta é
consequência da aspiração das secreções regurgitadas, principalmente à noite. Já a
quinta e última, é a mais grave delas, por ser considerada lesão pré-neoplásica,
conforme Pinotti (1990).
O câncer de esôfago pode estar associado à DRGE, segundo Tortora e
Grabowski (2002). Por esta razão, o tratamento da DRGE deve ser completo e
adequado.
27
A prática complementar de acupuntura destaca-se no tratamento clínico da
DRGE, apresentando excelentes resultados, principalmente no alívio dos sintomas
típicos. De acordo com Enerst e White (2001), os acupunturistas tratam distúrbios
digestivos com regularidade.
2.3 Acupuntura
Define-se acupuntura como um método terapêutico que utiliza a inserção de
agulhas em pontos específicos do corpo, com o objetivo de restabelecer ou manter a
saúde. Registros revelam que a acupuntura originou-se na China, aproximadamente
há cinco mil anos, no entanto, o ocidente conheceu a acupuntura somente no início
do século XX, conforme com Wen (2006). Atualmente, no ocidente, a acupuntura é
difundida e reconhecida por seus inúmeros benefícios.
A acupuntura é uma prática da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Esta
medicina oriental diferencia-se da medicina ocidental, pois apresenta sua própria
anatomia, fisiologia, etiopatogenia, diagnóstico e tratamento.
Os tratamentos com acupuntura geralmente envolvem a cuidadosa inserção de agulhas extremamente finas em locais da pele conhecidos como pontos de acupuntura. Mapas antigos de acupuntura chinesa revelam um singular sistema especializado de pontos que correm ao longo de canais que fornecem energia aos órgãos do corpo. Os acupunturistas chamam a estes canais de meridianos. A medicina tradicional chinesa ensina que a colocação de agulhas de acupuntura em acupontos específicos afeta o movimento do ch’i, uma singular forma de energia vital que flui ao longo dos canais de meridianos para nutrir e sustentar diferentes órgãos do corpo. (GERBER, 2000, p. 172).
O ch’i ou também chamado de Qi, está presente em cada porção do universo,
manifestando-se de diferentes formas. De acordo com Maciocia (1996, p.52), “O Qi
modifica-se em sua forma de acordo com sua localização e função”. Essa energia
vital deve percorrer livremente pelo corpo para se obter um perfeito estado de saúde,
caso contrário, um fluxo anormal dessa energia gera doença.
Muitas são as patologias tratadas através da acupuntura, entre elas, a DRGE
que está entre as principais disfunções do canal alimentar.
28
2.3.1 DRGE conforme a MTC
A DRGE, segundo a MTC, está relacionada à síndrome do Estômago
denominada Fogo no Estômago.
Na tabela abaixo, estão descritos alguns dos principais sintomas da DRGE
que são característicos do Fogo no Estômago.
Tabela 1 - Sintomas da DRGE e do Fogo no Estômago
DRGE Fogo no Estômago
Pirose Dor e sensação de queimação no
epigástrio
Regurgitação Regurgitação
Manifestações respiratórias Respiração debilitada
Náusea Náusea
Halitose Mau Hálito
Esofagite Ulcerações e hemorragia
Fonte: da autora, baseada em Wyngaarden, Smith e Bennett (1993) e Zeitune (1999) sobre DRGE e Maciocia (1996), Maike (1995) e Ross (2003) sobre Fogo no Estômago.
A constipação, a fome e a sede constantes são outras manifestações clínicas
do Fogo no Estômago, de acordo com Ross (2003).
Transformar, digerir os alimentos e ser a origem dos fluídos, são algumas das
principais funções do estômago. Outro aspecto relevante é o trajeto do Qi do
estômago normalmente ser descendente.
A patologia Fogo no Estômago é um padrão de calor cheio no interior do
estômago, que pode ser causada, devido ao consumo excessivo de alimentos
quentes. Como consequência desse padrão, o calor queima os fluídos gerando a
sede e a constipação, além de interferir no trajeto do Qi que passa a ser ascendente,
o que ocasiona náusea e regurgitação, que é ácida, devido ao calor fermentar os
fluídos, de acordo com Maciocia (1996).
29
2.3.2 Tratamento da DRGE com acupuntura
O tratamento da DRGE, considerando a associação com o Fogo no
Estômago, consiste em eliminar o calor do estômago e estimular a função
descendente do Qi.
Os pontos de acupuntura, ou também chamados de acupontos, para o
tratamento da DRGE, segundo Maciocia (1996) são: E-21, Ren-13, E-44, E-45, BP-
6, Ren-12 e PC-6. Com método de estimulação moderada em Ren-12 e Ren-13 e os
outros pontos em sedação.
A seleção dos pontos VC-12, E-21, E-44 e PC-8 com método de dispersão, E-
45 com método de sedação, BP-6 com método de tonificação, adicionando F-1 e F-2
para Fogo no Fígado, somando E-37 e IG-11 para constipação e acrescentando PC-
3 para Fogo no Coração, são os pontos indicados para o tratamento da DRGE,
conforme Ross (2003).
2.3.2.1 Explanação dos pontos de acupuntura
A localização, as principais indicações e as particularidades dos pontos de
acupuntura relacionados com a DRGE, de acordo com Focks e Ulrich (2008) e Perez
(2007) são:
O ponto E-21 é chamado de liangmen na MTC, localiza-se 4 cun4 sobre o
umbigo e 2 cun laterais à linha mediana anterior. As principais indicações
são: distúrbios do trato gastrintestinal, além de regular o Qi e eliminar a
estagnação.
O ponto Ren-13 ou VC-13 é chamado de shangwan na MTC, localiza-se
na linha mediana anterior, 3 cun abaixo do ângulo esternocostal. As
principais indicações são: regular o estômago e o Qi de contrafluxo.
Particularidade: ponto de cruzamento com os canais de energia do
Estômago e do Intestino Delgado.
4 Unidade de medida para distâncias no corpo usado pelos chineses, segundo Focks e Ulrich (2008).
30
O ponto E-44 é chamado de neiting na MTC, localiza-se entre o segundo
e o terceiro dedo do pé, proximalmente à prega interdigital. As principais
indicações são: tornar permeável o canal de energia, expulsar o calor,
cessar dores, regular o intestino e tranquilizar o Shen5. Particularidade:
ponto Água.
O ponto E-45 é chamado de lidui na MTC, localiza-se 0,1 cun ao lado do
ângulo lateral do sulco ungueal do segundo dedo do pé. As principais
indicações são: tornar permeável o canal de energia e expulsar o calor
dos canais Estômago e Intestino Grosso, além de tranquilizar o Shen.
Particularidades: ponto Metal e ponto de Sedação.
O ponto BP-6 é chamado de sanyinjiao na MTC, localiza-se 3 cun
proximais à proeminência do maléolo medial, na margem posterior medial
da tíbia. As principais indicações são: distúrbios do trato gastrintestinal,
além de fortalecer o Baço e o Estômago, nutrir o sangue e o Yin6, bem
como tranquilizar o Shen. Particularidade: ponto Luo de Grupo7 dos três
meridianos Yin do pé.
O ponto Ren-12 ou VC-12 é chamado de zhongwan na MTC, localiza-se
na linha mediana anterior, 4 cun acima do umbigo. As principais
indicações são: doenças do trato gastrintestinal, além de diminuir o Qi de
contrafluxo, regular o fluxo do Qi e aliviar dores. Este ponto é considerado
o principal para o tratamento dos problemas funcionais do Estômago.
Particularidades: ponto Mu8 do Estômago, ponto de reunião dos canais
Estômago, Intestino Delgado e Triplo Aquecedor e ponto de Influência das
vísceras.
O ponto PC-6 ou CS-6 é chamado de neiguan na MTC, localiza-se 2 cun
proximais à parte anterior do espaço na articulação da mão, no punho,
entre os tendões do músculo palmar longo e do músculo flexor radial do
carpo. As principais indicações são: tranquilizar o Shen, harmonizar o
5 Shen corresponde à mente na MTC, conforme Maciocia (1996).
6 Yin e Yang são duas forças que se completam, se opõem e se transformam uma na outra. O Yin
representa o estado mais material e denso da substância, enquanto o Yang representa o estado mais rarefeito e imaterial, de acordo com Maciocia (1996). 7 São pontos de comunicação entre três canais, segundo Perez (2007).
8 São pontos de natureza Yin, frequentemente usados em patologias agudas, com localização no
tórax ou no abdômen, conforme Maciocia (1996).
31
Estômago e tornar permeável o canal de energia. Particularidades: ponto
Luo9 e ponto de abertura do vaso Curioso.
O ponto PC-8 ou CS-8 é chamado de laogong na MTC, localiza-se no
meio da palma da mão, entre os metacarpais II e III. As principais
indicações são: vômitos e gastrites, além de resfriar o Fogo do Coração,
tranquilizar o Shen, filtrar o aspecto Yin do nutriente e resfriar o sangue.
Particularidades: ponto Fogo e ponto Dominante.
O ponto F-1 é chamado de dadun na MTC, localiza-se 0,1 cun proximal e
lateral ao ângulo lateral do sulco ungueal do hálux. As principais funções
são: inflamações e dor no epigástrio. Particularidades: ponto Madeira e
ponto Dominante.
O ponto F-2 é chamado de xingjian na MTC, localiza-se entre o hálux e o
segundo dedo do pé, proximal à prega interdigital. As principais funções
são: filtrar o Fogo do Fígado, distribuir o Qi e filtrar o calor.
Particularidades: ponto Fogo e ponto de Sedação.
O ponto E-37 é chamado de shangjuxu na MTC, localiza-se 6 cun distais
do E-35, que se localiza abaixo da patela na depressão lateral do
ligamento da patela, e à largura de um dedo lateralmente à margem
anterior da tíbia, no músculo tibial anterior. As principais indicações são:
distúrbios do trato gastrintestinal e distensão abdominal, além de regular o
Baço, o Estômago e o Intestino, eliminar a estagnação, filtrar a umidade e
o calor, tornar permeável o canal de energia e aliviar as dores.
Particularidade: ponto de Influência no Intestino Grosso.
O ponto IG-11 é chamado de quchi na MTC, localiza-se na extremidade
lateral da prega do cotovelo, numa depressão entre a extremidade da
prega e o epicôndilo lateral do úmero, na região do músculo extensor
radial longo do carpo. As principais indicações são: filtrar o calor, expulsar
o vento, resfriar o sangue, tornar permeável o canal de energia.
Particularidades: ponto de Tonificação e ponto Terra.
O ponto PC-3 ou CS-3 é chamado de quze na MTC, localiza-se na prega
do cotovelo, ulnar ao tendão do bíceps, entre o tendão e a artéria
branquial. As principais indicações são: distúrbios gastrintestinais, além
9 Denominado ponto de drenagem conforme Perez (2007).
32
de filtrar o calor e conduzir o fogo para fora, harmonizar o Estômago e o
Intestino e aliviar as dores. Particularidade: ponto Água.
33
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterização da pesquisa
O presente estudo de caso é uma pesquisa de natureza descritiva, com
adoção de delineamento experimental, conforme Rudio (2003).
3.2 População e amostra
A amostra deste estudo é conceituada como não-probabilística intencional,
por haver seleção de um subgrupo para ser representativo de toda população, de
acordo com Gil (1999).
Foi estabelecido o estudo de caso de um paciente a convite da autora, com
idade de 25 anos, do sexo masculino, assistente administrativo, residente em
Balneário Camboriú - SC.
3.3 Instrumentação
Como instrumentos de pesquisa, foram utilizados os seguintes itens: Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice A); Registro de Dados do Paciente
(apêndice B); Escala Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose (EANOP)
(apêndice C); agulhas descartáveis de acupuntura, da marca Dong Bang, em aço
inoxidável, esterilizadas por raio gama, com tamanho 0,25 mm x 30 mm em formato
filiforme; bandeja de aço inoxidável; álcool 70º GL; algodão; maca; e lençol
descartável.
34
3.4 Procedimentos
No procedimento para a coleta de dados, foram preenchidos o Registro de
Dados do Paciente e a EANOP. O registro foi realizado no primeiro atendimento, por
meio de entrevista, enfatizando as questões associadas ao tema da pesquisa.
Durante os demais atendimentos, verificou-se a evolução do caso, por intermédio da
escala, que foi preenchida antes de cada atendimento com acupuntura. Para o
preenchimento da escala, o paciente relatava como passou a semana anterior e, ao
final da conversa, ele respondia qual foi o número de ocorrências de pirose que ele
sentiu. Na tabela, o grau zero representa sem número de ocorrências de pirose, o
grau cinco representa médio número de ocorrências de pirose e o grau dez
representa elevado número de ocorrências de pirose.
Previamente à aplicação das agulhas, o paciente foi orientado a ficar em
decúbito dorsal sobre a maca revestida com lençol descartável. A área, onde se
localizam os pontos de acupuntura a serem trabalhados, foram higienizados com
algodão embebido em álcool 70º GL. Em seguida, foram inseridas as agulhas de
acupuntura em profundidade média e mantidas por vinte minutos sem manipulação.
O paciente recebeu dez atendimentos com acupuntura, realizados uma vez
por semana, entre os dias 02 de fevereiro de 2009 e 27 de abril de 2009.
3.5 Tratamento dos dados
As informações foram tratadas, conforme estatística descritiva de dados
pareados, dispostos em gráficos para melhor compreensão.
35
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Apresentação do caso clínico
O paciente D.C.R., sexo masculino, 25 anos, solteiro, assistente
administrativo, residente em Balneário Camboriú – SC, descreveu como queixa
principal a pirose intensa e diária.
Como queixas associadas, D.C.R relatou: regurgitação, disfagia, dor na
região do peito, náusea, dores abdominais, constipação, fome e sede constantes e
halitose.
No aspecto emocional, o paciente descreveu sentir excesso de preocupação,
ansiedade e irritabilidade.
As incidências de pirose apareceram no final de 2007 e, com o tempo,
aumentaram. Procurou um médico em novembro de 2008, que solicitou a
endoscopia (anexo A). Durante o exame, foi constatada a presença de uma hérnia
hiatal por deslizamento e de Esofagite erosiva. Com o resultado do exame, D.C.R
recebeu o diagnóstico de DRGE e do seu agravamento, a Esofagite.
Após o diagnóstico, o médico responsável receitou Nexium (anexo B) –
Esomeprazol 40mg, do Laboratório AstraZeneca, com indicação de uma caixa,
contendo 28 comprimidos. Passados quinze dias do término do Nexium, o médico
receitou Pantoprazol Genérico (anexo C), Pantoprazol 20mg, do Laboratório Medley,
com indicação de duas caixas contendo 28 comprimidos cada.
Durante o tratamento alopático, D.C.R não sentiu pirose, mas quando
esquecia de tomar o medicamento sentia fortes e frequentes piroses.
Ao terminar o tratamento farmacológico, D.C.R continuou com as incidências
de pirose e seu médico alertou que possivelmente o uso de Pantoprazol seria
necessário por tempo indeterminado. Não satisfeito com o tratamento alopático,
D.C.R procurou o tratamento com acupuntura, com esperança de modificar seu
quadro clínico.
Logo após o paciente responder o Registro de Dados do Paciente, foi
verificada sua língua, que estava vermelha, seca e com saburra amarela.
36
4.2 Evolução
Os pontos de acupuntura aplicados durante a pesquisa foram selecionados
de acordo com a necessidade do paciente.
1º Atendimento - 02/02/09
Segundo relato do paciente, este apresenta pirose intensa e frequente, com
até dezesseis episódios por dia.
EANOP: 9
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
2º Atendimento - 09/02/09
O paciente informou que durante a semana não teve pirose por dois dias.
EANOP: 5
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
3º Atendimento - 16/02/09
O paciente relatou que por dois dias na semana não teve pirose. Relacionou
que a frequência da pirose são menores no início da semana e maiores próximo ao
final da semana.
EANOP: 5
37
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
4º Atendimento - 23/02/09
Durante a semana não apresentou pirose por dois dias, conforme a descrição
do paciente. As ocorrências são próximas às principais refeições, quando está com
fome e, no final do dia entre às 17h00minhrs e 19h00minhrs.
EANOP: 5
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
5º Atendimento - 02/03/09
O paciente observou que voltou a ter pirose todos os dias e sempre no final
da tarde.
EANOP: 6
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
6º Atendimento - 30/03/09
Devido às férias do paciente, este ficou três semanas sem atendimento.
Neste atendimento, o paciente observou que durante a semana não teve ocorrência
de pirose por três dias.
EANOP: 4
38
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
7º Atendimento – 06/04/09
Segundo relato do paciente, por cinco dias não teve pirose.
EANOP: 2
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
8º Atendimento -13/04/09
O paciente informou que ficou durante seis dias sem pirose.
EANOP: 1
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
9º Atendimento - 20/04/09
Durante a semana, o paciente não teve pirose.
EANOP: 0
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
39
10º Atendimento - 27/04/09
O paciente não teve pirose nenhum dia da semana.
EANOP: 0
Acupontos: VC-12 (zhongwan), E-21 (liangmen), E-44 (neiting), CS-8
(laogong), E-45 (lidui), BP-6 (neiguan), F-1 (dadun), F-2 (xingjian), CS-3 (quze), E-37
(shangjuxu) e IG-11 (quchi).
4.3 Apresentação dos resultados
Os resultados, quanto ao número de ocorrências de pirose, podem ser
observados por meio do Gráfico 1. Nota-se que o paciente apresentou evolução na
diminuição do número de ocorrências de pirose no decorrer dos atendimentos,
chegando a zero nos dois últimos atendimentos.
Gráfico 1 - Evolução da Escala Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose. Fonte: Dados coletados pela pesquisadora.
40
Conforme o relato de D.C.R, o tratamento com acupuntura também
apresentou efeito positivo nas queixas associadas. A disfagia, dor na região do peito
e náusea eram consequências da pirose e com a sua erradicação, esses sintomas
desapareceram. A regurgitação, as dores abdominais, a halitose e a fome e a sede
constantes, estavam ausentes ao final dos atendimentos. O intestino voltou a
funcionar normalmente e as emoções preocupação, ansiedade e irritabilidade foram
amenizadas.
4.4 Análise e discussão dos resultados
Os resultados da pesquisa podem ser confirmados pelo efeito da acupuntura
de restabelecer o equilíbrio. De acordo com Wen (2006), a acupuntura estimula o
mecanismo de compensação e equilíbrio em todo o corpo, para então erradicar a
doença.
Para complementar a comprovação dos resultados, Gerber (2000, p.195)
afirma que os “[…] tratamentos de acupuntura para problemas do estômago
reduzem efetivamente a acidez gástrica”. Com a redução da acidez gástrica, a
pirose pode até ocorrer e o paciente não sentirá desconforto, além de não agredir o
esôfago, tornando mais rápido o processo de cicatrização da Esofagite.
41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A DRGE apresenta como sintoma típico a pirose. As frequentes e intensas
ocorrências de pirose causam desconfortos físicos e emocionais ao paciente,
prejudicando sua vida profissional e pessoal.
Com o término da pesquisa, foi comprovada a eficácia da acupuntura na
DRGE, pois as ocorrências de pirose reduziram chegando ao número zero e, as
queixas associadas foram sanadas. Sendo assim, é possível afirmar que a
acupuntura é mais uma forma de tratamento para pacientes com DRGE.
A presente pesquisa agregou conhecimento teórico-prático à pesquisadora,
que tem como intenção, auxiliar os demais profissionais em futuras pesquisas e
agregar reconhecimento à prática da acupuntura.
42
REFERÊNCIAS
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45
APÊNDICES
46
APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A presente pesquisa, ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM A SÍNDROME FOGO
NO ESTÔMAGO E COM O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DO REFLUXO
GASTROESOFÁGICO TRATADO COM ACUPUNTURA, será realizada pela autora
Vanessa Terezinha Keller, aluna do curso de Especialização em Acupuntura do
Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem – CIEPH e orientada pelo
professor Dr. Marcelo Fabián Oliva. A iniciativa a este estudo baseou-se pela
carência de novas opções de tratamentos para a Doença do Refluxo
Gastroesofágico. O objetivo da pesquisa é investigar a eficácia da acupuntura na
Doença do Refluxo Gastroesofágico. Os procedimentos de coleta de dados serão
realizados por meio de entrevista, não utilizando gravações de nenhuma espécie. A
prática de acupuntura será da seguinte forma: o paciente será orientado a ficar em
decúbito dorsal sobre a maca revestida com lençol descartável. A área, onde se
localiza os pontos de acupuntura a serem trabalhados, serão higienizados com
algodão embebido em álcool 70º GL. Em seguida, as agulhas de acupuntura serão
inseridas em profundidade média e mantidas por vinte minutos sem manipulação. O
paciente poderá sentir leves desconfortos na inserção das agulhas e, após a
aplicação, poderá sentir formigamento e sensações de queimação nos acupontos.
Geralmente, a correta prática da acupuntura não apresenta riscos, mas o paciente
terá a liberdade de, em quaisquer incômodos, avisar urgentemente a pesquisadora.
O resultado esperado da pesquisa é a melhora na Doença do Refluxo
Gastroesofágico. A participação do paciente é voluntária e é reservado o direito do
mesmo solicitar o cancelamento do consentimento a qualquer momento sem
prejuízos ou ônus. É garantida ao paciente a privacidade e confidencialidade de
todas as suas informações fornecidas durante a pesquisa. Caso ocorra qualquer
dano imediato ou tardio ao paciente, esse será devidamente indenizado. Qualquer
dúvida, o paciente pode ligar para o telefone 48 9106-0283 ou enviar e-mail para
47
Eu,________________________________________________________________,
portador da cédula de identidade nº_______________________, inscrito no CPF
sob o número ______________________, declaro ter sido informado e concordo em
participar, como voluntário, da pesquisa descrita acima.
______________________, ___/___/______.
___________________________________ Voluntário
___________________________________ Pesquisadora
___________________________________ Orientador
___________________________________ Testemunha
Nome: RG/CPF:
48
APÊNDICE B
Protocolo no.: _______________
REGISTRO DE DADOS DO PACIENTE10
IDENTIFICAÇÃO DATA: _____/______/__________
Nome:
Profissão / Atividade Ocupacional:
Sexo:____________ Etnia:___________________ Data de nascimento:____/____/______ Idade:
Estado Civil: Escolaridade:
Peso: Altura: Encaminhamento: Telefone:
MOTIVO DA CONSULTA
Identificar o motivo principal:
Quando iniciou? Que época do ano? Possível causa?
Características do caso (frequência, intensidade, com que sinais se manifestam):
CARACTERÍSTICAS PSICOSSOCIAIS
Religião / Crenças:
Lazer:
Trabalho:
10
Documento elaborado pela autora, adaptado do Registro de Interagência usado no curso de Naturologia Aplicada da Universidade do Sul de Santa Catarina.
49
Relação com a família:
Comportamento / temperamento / humor (como reage às emoções, estado emocional):
CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS
Percepção dos órgãos dos sentidos (alterações e aspectos da percepção visual, auditiva, olfativa, gustativa e tátil) – (relação com a música, com a água, lembranças, medos, traumas, etc):
HÁBITOS ALIMENTARES E DE HIDRATAÇÃO
Tipos de alimento:
Número de refeições / apetite:
Complementos nutricionais:
Preferências alimentares:
Tempo de alimentação:
Intolerância alimentar:
Líquidos ingeridos: Quantidade:
Quantidade de água:
Bebidas alcoólicas:
Temperatura preferida dos alimentos:
Tendências – obesidade ou magreza:
Sono e repouso (hábitos, insônia, pesadelos, tempo de sono, dificuldades, uso de medicamentos):
50
FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS EXCRETORES
Sistema Tegumentar (integridade, secreções – ceras, suor – sinais. Presença de patologias):
Sistema Respiratório (investigar problemas respiratórios. Tosse. Expectoração. Características da respiração):
Sistema Digestório (eliminações, funcionamento, dificuldades digestivas e intestinais e patologias):
Sistema Genito-urinário (DUM. Gravidez e tipo de parto. TPM. Andropausa. Alterações hormonais. Exames preventivos – câncer cólon de útero ou próstata – eliminações – urina e menstruação):
Visão pessoal (auto-estima. Afetividades):
Sistema Circulatório (varizes. Pressão arterial. Úlceras varicosas):
Atividade física (problemas e dificuldades. Tipo. Frequência. Motivo da atividade):
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PATOLOGIAS E TRATAMENTOS
Histórico de doença(s) na família (investigar histórico de doenças na família. Grau de parentesco. Hereditariedade):
Assistência médica (distúrbios crônicos. Cirurgias. Medicamentos – importante a bula do medicamento):
Percepção do profissional:
SINAIS VITAIS
PA: _____/_____mmHg FC: _____bpm Fr:_____mpm TC:_____oC.
ATENDIMENTOS
DATA: ___/___/_______
DATA: ___/___/_______
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APÊNDICE C
Escala Avaliativa do Número de Ocorrências de Pirose
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sem Médio Elevado
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ANEXOS
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ANEXO A
Endoscopia
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ANEXO B
Nexium: Esomeprazol magnésio 40mg – AstraZeneca
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ANEXO C
Pantoprazol: Pantoprazol 20mg Genérico - Medley