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Coesão Textual
Comunicação e Discurso – 1/2013Prof. Sabine Mendes Moura, Dn.
Lições de texto – Lição 24
Dêixis
Este termo está relacionado com o gesto de apontar: um gesto, um fazer, que, pressupondo uma situação de comunicação face a face e uma intencionalidade significativa comum a dois sujeitos, se situa a meio caminho do dizer.
DêixisNuma primeira acepção —
próxima do seu sentido etimológico — dêixis tem o sentido de indigitação, mostração.
No âmbito da descrição gramatical, o termo refere uma mostração de caráter verbal, o "gesto verbal" de apontar, chamando a atenção, por exemplo, para um elemento do contexto evidente pela sua proximidade.
Uma Curiosidade…Na gramática tradicional, a
definição dos demonstrativos coincide com esta noção de dêixis.
É este!
Dêixis• Karl Bühler atribuiu ao fenômeno da dêixis uma importância central no
funcionamento da linguagem verbal.
• Segundo Karl Bühler, o conceito de mostração verbal tem duas implicações:
- Campo mostrativo: não é de natureza física, mas linguística: uma vez que só pode gerar-se a partir de um ato de fala;
- Marco de referência egocêntrico: "Para que a dêixis funcione [...] é imprescindível que exista um termo ou ponto de referência [...]: esse termo ou baliza referencial é a pessoa do próprio sujeito que fala, no momento em que fala e em que, apontando ou chamando a atenção para si próprio, se designa como EU." (Carvalho, 1973: 664-665.).
DeixisÉ a partir do sistema
de coordenadas da enunciação — o EU/TU-AQUI-AGORA— que se realizam as operações de referenciação que tornam possível a significação e que constituem a base do funcionamento da deixis.
Ex: Deixo-te aqui a pensar nisso! volto já.
Dêixis e Elementos Dêiticos
Para além dos demonstrativos, tradicionalmente descritos como dêiticos, têm também função dêitica:
— os pronomes pessoais;— os pronomes e determinantes possessivos;— os pronomes e determinantes demonstrativos;— os artigos;— os advérbios de lugar e de tempo;— os tempos verbais;— alguns lexemas, como por exemplo: “ir” / “vir” (movimento de
afastamento / aproximação em relação ao espaço em que se encontra o locutor e interlocutor, respectivamente).
COESÃO POR RETOMADA OU ANTECIPAÇÃO
• A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos. Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.
• Explicação: O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele , o termo André; o faz, o predicado briga com quem torce para o outro time - são anafóricos.
• A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplos: Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.
Operadores argumentativos
PERTENCEM A CLASSES GRAMATICAIS DIVERSAS NA GRAMÁTICA TRADICIONAL E, EM ALGUNS CASOS, SÃO INCLUÍDOS NO GRUPO DE PALAVRAS DENOTATIVAS
COESÃO POR ENCADEAMENTO DE SEQUÊNCIAS TEXTUAIS
Análise do discurso publicitário (Fernandes, 2008) – sentido de intimidação.
Análise do discurso publicitário (Fernandes, 2008) – introdução de uma pressuposição – já – cabelos enrolados antes?
Análise do discurso publicitário (Fernandes e Silva, 2008) –introdução do argumento mais forte
Coesão por justaposição
Coesão por justaposição
Precisamos correr!• Estou atrasado.• Comemos demais no feriado.• Não aguento essa sua lentidão.• A vida é dura com quem não se apressa.
Pouco mais de 30 manifestantes, incluindo índios que viviam na Aldeia Maracanã, realizaram na tarde desta terça-feira (26) um protesto em frente ao Museu do Índio, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Eles se posicionaram contra a remoção dos cerca de 20 índios que viviam no antigo Museu do Índio, vizinho ao Maracanã, pelo governo do estado.
O advogado Aarão da Providência, também indígena, era um dos mais exaltados. Ele cobrou a abertura do museu - fechado até 1º de abril depois que a intenção de fazer um protesto no local tornou-se pública. Aarão ainda afirmou os índios que aceitaram ir para um abrigo em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, "se venderam por pirulitos e espelhos".
O protesto foi pacífico e não chegou a interditar a via pública. Os manifestantes não seguiram em passeata após o protesto - Jornal do Brasil, 23 de Março de 2013.