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COLÉGIO TÉCNICO SÃO BENTO Avenida XV de Novembro, 413 – Centro - Ferraz de Vasconcelos - SP - CEP: 08500-405 - Tel.: (11) 4678.550 [email protected] Biossegurança Ano: 2011 1 Biossegurança na Estética A biossegurança na estética consiste em ações de prevenção de doenças no ambiente de trabalho. Sabemos que quando se trata da relação de contato profissional-cliente os riscos de serem transmitidas doenças que vão desde um simples resfriado, até uma micose, hepatite e AIDS existem. Algumas medidas hoje são até mesmo colocadas no guia técnico que existe para profissionais, um trabalho realizado pela COVISA, com o propósito de garantir a qualidade da saúde daquele que cuida da beleza. Em razão da crescente demanda do segmento de beleza, a vigilância sanitária mobiliza-se para verificar e garantir a qualidade e segurança do serviço prestado. Para quem entende que Beleza está ligada diretamente com o bem-estar e esse com a saúde, inserir tais atitudes no ambiente de trabalho é contribuir também pela credibilidade na atuação da esteticista ou do profissional de beleza. A fundamental assepsia e anti-sepsia das mãos, a lavagem com sabonete líquido antes e depois de cada procedimento, antes de colocar luvas e depois de retirá-las e, o uso de anti-sépticos que destroem as bactérias e, que inclusive várias empresas de cosméticos na área de estética possuem, com ativos hidratantes que higienizam e não deixam as mãos ressecadas. A apresentação do profissional também é super importante, não somente por questão visual, mas pela higiene, unhas compridas acumulam sujidades, cabelos soltos é fonte de transmissão, sapatos abertos não protegem o profissional e o uso do avental é justamente para que haja uma separação, entre o ambiente externo e do trabalho, preservando a integridade higiênica do contato profissional- cliente. A limpeza do ambiente é essencial, imagine, depois de um dia cheio, numa cidade movimentada como São Paulo, por exemplo, sua cliente ir até a sua cabine e lá entrar num ambiente limpo, aromatizado quem sabe... e obrigatoriamente arejado, com toda estrutura organizacional, lixeiras de pedal, pra que não se tenha contato com o lixo, mantendo os materiais perfuro - cortantes como a agulha tipo insulina, separados do lixo comum, evitando até mesmo por em risco a saúde daquele que realiza a coleta, além do uso de lençol, espátula e materiais de apoio descartáveis, e os que não forem realizar a limpeza correta, desinfecção primeiramente com água e sabão, depois adequando de acordo com o material, a esterilização com soluções como álcool a 70% ou autoclave. O uso imprescindível dos chamados EPI's (Equipamentos de proteção individual), que são as máscaras que protegem da inalação de aerossóis, protetores oculares, aventais e gorros que protegem de respingos, e as luvas que

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Biossegurança Ano: 2011

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Biossegurança na Estética

A biossegurança na estética consiste em ações de prevenção de doenças no ambiente de

trabalho. Sabemos que quando se trata da relação de contato profissional-cliente os riscos de

serem transmitidas doenças que vão desde um simples resfriado, até uma micose, hepatite e

AIDS existem. Algumas medidas hoje são até mesmo colocadas no guia técnico que existe

para profissionais, um trabalho realizado pela COVISA, com o propósito de garantir a

qualidade da saúde daquele que cuida da beleza. Em razão da crescente demanda do segmento

de beleza, a vigilância sanitária mobiliza-se para verificar e garantir a qualidade e segurança

do serviço prestado. Para quem entende que Beleza está ligada diretamente com o bem-estar e

esse com a saúde, inserir tais atitudes no ambiente de trabalho é contribuir também pela

credibilidade na atuação da esteticista ou do profissional de beleza. A fundamental assepsia e

anti-sepsia das mãos, a lavagem com sabonete líquido antes e depois de cada procedimento,

antes de colocar luvas e depois de retirá-las e, o uso de anti-sépticos que destroem as bactérias

e, que inclusive várias empresas de cosméticos na área de estética possuem, com ativos

hidratantes que higienizam e não deixam as mãos ressecadas. A apresentação do profissional

também é super importante, não somente por questão visual, mas pela higiene, unhas

compridas acumulam sujidades, cabelos soltos é fonte de transmissão, sapatos abertos não

protegem o profissional e o uso do avental é justamente para que haja uma separação, entre o

ambiente externo e do trabalho, preservando a integridade higiênica do contato profissional-

cliente. A limpeza do ambiente é essencial, imagine, depois de um dia cheio, numa cidade

movimentada como São Paulo, por exemplo, sua cliente ir até a sua cabine e lá entrar num

ambiente limpo, aromatizado quem sabe... e obrigatoriamente arejado, com toda estrutura

organizacional, lixeiras de pedal, pra que não se tenha contato com o lixo, mantendo os

materiais perfuro - cortantes como a agulha tipo insulina, separados do lixo comum, evitando

até mesmo por em risco a saúde daquele que realiza a coleta, além do uso de lençol, espátula e

materiais de apoio descartáveis, e os que não forem realizar a limpeza correta, desinfecção

primeiramente com água e sabão, depois adequando de acordo com o material, a esterilização

com soluções como álcool a 70% ou autoclave. O uso imprescindível dos chamados EPI's

(Equipamentos de proteção individual), que são as máscaras que protegem da inalação de

aerossóis, protetores oculares, aventais e gorros que protegem de respingos, e as luvas que

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devem ser sempre usadas em procedimentos que entrem em contato com secreções, devendo

ser descartadas após o uso. Devemos nos atentar também aos cosméticos que utilizamos nos

procedimentos, eles devem ser devidamente regulamentados pela ANVISA/Ministério da

saúde, prestando atenção nas datas de validade e armazenando-os em local seco, limpo e

arejado. Tudo isso está incluso no que você esteticista pode e deve oferecer ao seu cliente! Os

custos não existem, quando se leva em conta, o diferencial em ter beleza com segurança, os

clientes sentem a diferença, pagam por ela e só tendem a crescer no seu estabelecimento, você

obtém além dos resultados em seus tratamentos sem comprometimento, a certeza de que é

uma profissional, uma verdadeira "cuidadora" da beleza, do bem-estar e do principal: Saúde!

Promova isso, contagie o mercado com o que há de melhor!

Acidente do trabalho

Considera-se acidente de trabalho o acidente sofrido pelo trabalhador a serviço da empresa na

realização do trabalho ocasionando danos corporais, perturbação funcional ou doença que

cause a morte, perda ou redução temporária ou permanente da capacidade para exercício do

trabalho. São considerados, ainda, como AT os acidentes de trajeto e as doenças

ocupacionais. É importante ressaltar que os acidentes sofridos pelos trabalhadores, no horário

ou local de trabalho, devido agressões praticados por terceiros ou colegas de trabalho também

são considerados acidentes de trabalho. Assim como aqueles acidentes sofridos fora do local e

horário de trabalho, desde que o trabalhador esteja executando ordens ou serviços para a

empresa.

Profissionais de saúde e tipos de exposições

São considerados profissionais e trabalhador do setor saúde os que atuam, direta ou

indiretamente, em atividades onde há risco de exposição ao sangue e a outros materiais

biológicos, incluindo aqueles profissionais que prestam assistência domiciliar, atendimento

pré-hospitalar e ações de resgate feitas por bombeiros ou outros profissionais. As exposições

que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B(HBV)

e C (HCV) são definidas como:

• Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (por

ex. agulhas, bisturi, vidrarias);

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• Exposições em mucosas – por ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz,

boca ou genitália;

• Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas

abertas

• Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco quando envolverem a

presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto

àquele que tenha sido exposto.

Tipos de riscos

Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a

Portaria n° 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta Portaria contém uma

série de normas regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à

segurança e medicina do trabalho. Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma

Regulamentadora número 5 (NR-5):

NORMA REGULAMENTADORA 32 - NR 32

Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde

Do objetivo e campo de aplicação

Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a

implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços

de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em

geral.

Riscos e seus agentes:

Riscos de acidentes

Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua

integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas

e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico

inadequado, armazenamento inadequado, etc.

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Riscos físicos

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar

expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes

e não-ionizantes, vibração, etc.

Riscos químicos

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam

penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de: poeiras, fumos

gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição,

possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Riscos biológicos

Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre

outros.

Riscos ergonômicos

Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador,

causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o

levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura

inadequada de trabalho, etc.

Os germes e a origem das infecções

Os germes são seres vivos infinitamente pequenos, não sendo possível vê-los a olho nu. Para

serem visualizados, precisamos da ajuda de um microscópio. Por isso são chamados de

microrganismos ou micróbios = micro (pequeno) bio (vida). Estes micróbios são classificados

em: protozoários, fungos, vírus- bactérias. Como exemplo de doenças causadas por

protozoários tem a Giardíase, doença intestinal que causa diarréia. Das doenças causadas por

fungos, temos as micoses de pele e a Candidíase oral (sapinho) ou vaginal. Exemplo de

doenças causadas por vírus tem a Gripe, a Hepatites e a AIDS. Como doenças bacterianas, os

furúnculos, as amigdalites, e as pneumonias causadas por estes germes são alguns exemplos.

Assim, fica ilustrado que os microrganismos, também chamados de agentes infecciosos,

podem causar infecção.

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Infecção é uma doença caracterizada pela presença de agentes infecciosos que provocam

danos em determinados órgãos ou tecidos do nosso organismo causando febre, dor, eritema

(vermelhidão), edema (inchaço), alterações sanguíneas (aumento do numero de leucócitos) e

secreção purulenta do local afetado, muitas vezes. O nosso contato com microrganismos não

significa obrigatoriamente que desenvolveremos doenças.

Como nos proteger durante nosso trabalho em estética

Durante o desenvolvimento de nosso trabalho na área da saúde, tanto no atendimento direto

ao cliente ou nas atividades de apoio, entramos em contato com material biológico. Como

material biológico, nos referimos a sangue, secreções e excreções, saliva e outros fluidos

corporais. Estes materiais biológicos podem estar alojando microrganismos, por isso

consideramos estes fluidos de pacientes ou os equipamentos e ambiente que tiveram contato

com eles, como potencialmente contaminados por germes transmissíveis de doenças. Por não

sabermos se os germes estão ou não presentes nestes equipamentos, vamos sempre considerá-

los contaminados. Desta forma, na nossa rotina de trabalho sempre devemos estar conscientes

da importância de nos protegermos ao manipularmos materiais, artigos, resíduos e ambiente

sujos de sangue e/ou secreções.

Para nossa proteção usaremos os Equipamentos de Proteção Individual, que irão bloquear a

transmissão de microrganismos evitando a nossa contaminação, a dos clientes e do ambiente

de trabalho.

Equipamentos de Proteção Individual – EPI's

Iremos abordar algumas considerações sobre o que são os equipamentos de proteção

individual, bem como, deve ser o uso correto dos mesmos pelo profissional na realização de

procedimentos estéticos, como forma de proteção contra doenças infecto-contagiosas. Na

realização de limpezas de pele, a alta rotatividade no atendimento e o contato profissional-

cliente muito próximo e prolongado, fazem com que o risco de exposição do esteticista a

microorganismos provenientes do cliente, seja por meio de secreções como a saliva; fluídos

como sangue; exsudatos provenientes da extração de acnes ou por meio de lesões na pele seja

aumentado. Desta forma, o profissional pode torna-se mais vulnerável à contaminação por

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diversas doenças infecto-contagiosas, como: herpes, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado,

tuberculose e AIDS.

Para os fins de aplicação da Norma Regulamentadora – NR 6, considera-se Equipamento de

Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no

trabalho.

As recomendações hoje existentes para o uso de EPI's são bastante genéricas e padronizadas,

não considerando variáveis importantes como o tipo de equipamento utilizado na operação, os

níveis reais de exposição e até mesmo das características ambientais e da cultura onde o

produto será aplicado. Estas variáveis acarretam muitas vezes gastos desnecessários,

recomendações inadequadas e podem aumentar o risco do trabalhador, ao invés de diminuí-lo.

Obrigação do empregador:

� Fornecer os EPI’s adequados ao trabalho

� Instruir e treinar quanto ao uso dos EPI’s

� Fiscalizar e exigir o uso dos EPI’s

� Repor os EPI’s danificados

Obrigação do trabalhador:

� Usar e conservar os EPI’s

Quem falhar nestas obrigações poderá ser responsabilizado:

� O empregador poderá responder na área criminal ou cível, além de ser multado pelo

Ministério do Trabalho.

� O funcionário está sujeito a sanções trabalhistas podendo até ser demitido por justa

causa.

Tipos de EPI

Óculos de Proteção

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Os óculos, assim com as máscaras, também representam uma barreira de proteção de

transmissão de infecções, mais particularmente, uma proteção para os profissionais, diante do

risco de fluídos contaminados como sangue, exsudatos e secreções, atingirem diretamente os

olhos.

(Os óculos de proteção devem ser usados para evitar que

sangue, exsudatos (como pus ou secreções como saliva), atinjam os olhos do profissional

durante o atendimento, visto que a conjuntiva do olho apresenta menor barreira de proteção,

que a pele).

Um exemplo de situação que poderia ocorrer na estética, durante uma limpeza de pele, seria

na extração de uma pústula, que tende, com a pressão dos dedos, espirrar o seu conteúdo,

podendo atingir face e olhos do profissional. Os óculos devem ser colocados após a máscara,

ficando posicionado sobre a mesma.

Consideramos que os óculos adequados devem possuir barreiras laterais, ser leves e

confortáveis e de transparência o mais absoluta possível, devendo ser de material de fácil

limpeza. Quando os óculos apresentarem sujidades, devem ser lavados com sabonetes

líquidos germicidas ou soluções anti-sépticas, enxaguados e enxugados com toalha de papel.

O gorro e a máscara de proteção

O gorro evita a queda dos cabelos (que representam uma importante fonte de infecção, já que

podem conter inúmeros microrganismos), na área do procedimento.

Além disso, o gorro oferece uma barreira mecânica para a possibilidade de contaminação dos

cabelos, através de secreções que possam "espirrar", além de evitar que microorganismos

possam colonizar os cabelos do profissional. É uma medida de segurança e de higiene, tanto

para o profissional quanto para o cliente, que também deverá utilizá-lo.

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O profissional deve prender os cabelos, sem deixar mechas

aparentes, de forma que o gorro cubra todo o cabelo e orelhas, conforme. Ao retirar o gorro, o

mesmo deve ser puxado pela parte superior central e descartado no lixo, devendo ser trocado

entre os atendimentos sempre que houver necessidade, devido ao suor e as sujidades. Gorros

descartáveis não devem ser guardados, pois representam um meio bastante propício à

proliferação de bactérias.

A máscara representa uma importante forma de proteção das mucosas da boca e do nariz,

contra a ingestão ou inalação de microorganismos, também representa a mais importante

medida de proteção das vias superiores, contra os microorganismos presentes durante a fala,

tosse ou espirro. Devem ser sempre utilizadas no atendimento de todos os clientes e são

obrigatoriamente descartáveis. Devem apresentar boa qualidade de filtração e ser seguras

durante duas horas de uso.

O profissional deve considerar algumas características ao comprar máscaras, as quais devem:

���� Ser confortáveis;

���� Ter boa adaptação aos contornos faciais;

���� Não tocar lábios e a ponta do nariz;

���� Não irritar a pele;

���� Não provocar embaçamento dos óculos;

���� Ter boa capacidade de filtração;

���� Ser descartável.

O avental

Os vários tipos de aventais são usados para fornecer uma barreira de proteção e reduzir a

oportunidade de transmissão de microorganismos. Previnem a contaminação das roupas do

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profissional, protegendo a pele da exposição a fluídos como sangue, exsudatos e secreções

orgânicas.

Os aventais não precisam ter necessariamente a cor branca,

apesar de possibilitar a melhor visualização de sujidades, devem apresentar mangas longas

para que os punhos possam ser cobertos pelas luvas, para assim, permanecerem

descontaminados, o que irá possibilitar uma melhor proteção do profissional. Os aventais

devem ser trocados, sempre que apresentarem sujidades e contaminação visível seja por

sangue ou por secreções orgânicas. Devem ser utilizados somente na área de trabalho e nunca

devem ser guardados no mesmo local, onde são guardados objetos pessoais.

As luvas

As luvas são usadas como barreira de proteção prevenindo contra contaminação das mãos ao

manipular material contaminado, reduzindo a probabilidade de que microrganismos presentes

nas mãos sejam transmitidos durante procedimentos.

O uso de luvas não substitui a necessidade da LAVAGEM DAS MÃOS porque elas podem

ter pequenos orifícios inaparentes ou danificar-se durante o uso, podendo contaminar as mãos

quando removidas.

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luvas sobre luvas

Técnicas

���� Lavar as mãos com água e sabão antes de calçá-las;

���� Colocá-las de forma a cobrir os punhos do avental;

���� Enquanto o profissional estiver de luvas, não deverá manipular objetos como canetas,

fichas de clientes, maçanetas, ou qualquer objeto que esteja fora do seu campo de

trabalho, a não ser com o uso de sobre - luvas;

���� Usar luvas de látex SEMPRE que houver CHANCE DE CONTATO com sangue,

fluídos do corpo, trabalho com microrganismos e animais de laboratório.

���� Usar luvas de PVC para manuseio de citostáticos (mais resistentes, porém menos

sensibilidade).

���� Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho SEMPRE usando luvas.

���� Luvas (de borracha) usadas para limpeza devem permanecer 12 horas em solução e

���� Hipoclorito de Sódio a 0,1% (1g/l de cloro livre = 1000 ppm). Verificar a integridade

das luvas após a desinfecção.

���� NUNCA reutilizar as luvas, DESCARTÁ-LAS de forma segura.

���� As luvas deverão ser retiradas imediatamente, após o término do tratamento do

cliente;

���� Deverão ser removidas pelo punho, evitando tocar na sua parte externa;

���� Deverão ser jogadas no lixo para materiais contaminados;

���� As mãos deverão ser lavadas, assim que as luvas forem retiradas. Segundo o

Ministério da Saúde (BRASIL, 2000a), as luvas não protegem de perfurações de

agulhas, mas está comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue, em

até 50% de seu volume.

É necessário esclarecer os profissionais, que não acreditam na necessidade de maiores

cuidados com a própria saúde, que a não utilização dos equipamentos de proteção

individual, pode favorecer a sua própria contaminação.

Ao lavarmos as mãos estabelecemos uma seqüência de esfregação das partes da mão

com maior concentração bacteriana. Vejamos a técnica da lavagem das mãos:

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É importante lembrar que para melhor remoção da flora microbiana as mãos devem estar sem

anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana ficará retida nestes locais

sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem rotineira das mãos o uso de sabão

neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da flora transitória e parte da flora residente.

O uso de sabões com anticépticos devem ficar restritos a locais com pacientes de alto risco e

no desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos e invasivos ou em situações de surto de

infecção hospitalar.

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Uso do álcool gel

Geralmente as instalações físicas no ambiente de trabalho têm poucas pias e temos uma

demanda grande de trabalho, de forma que lavamos pouco as mãos comparadas ao número de

vezes em que a lavagem das mãos está indicada. Para substituir a lavagem das mãos,

indicamos a aplicação de um anticéptico de ampla e rápida ação microbiana que é o álcool

gel. O álcool gel é composto de álcool 70% mais 2% de glicerina para evitar o ressecamento

das mãos. Ele irá destruir a flora aderida nas mãos no momento da aplicação, porém as mãos

não devem apresentar sujidade visível. Neste caso indica-se a lavagem das mãos com água e

sabão. Vejamos como usar o álcool gel:

- aplicar o álcool glicerinado (3 a 5 ml) nas mãos e friccionar em todas as faces da mão até

secar naturalmente;

- não aplicar quando as mãos estiverem visivelmente sujas.

O álcool gel também pode ser usado como anticéptico após a lavagem das mãos.

Uso correto do álcool em gel

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Manipulação de Instrumentos e Materiais

Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções

devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas (olhos, nariz e

boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de microrganismos para outros pacientes e

ambientes. Todos os instrumentos reutilizados têm rotina de reprocessamento. Verifique para

que estes estejam limpos ou desinfetados/esterilizados adequadamente antes do uso em outro

cliente ou profissional. Confira se os materiais descartáveis de uso único estão sendo

realmente descartados e se em local apropriado.

Manipulação de Materiais Cortantes

Ao manusear, limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e outros

instrumentos de corte tenham cuidado para não se acidentar. A estes materiais chamamos de

instrumentos perfuro - cortantes. Eles devem ser descartados em caixas apropriadas, rígidas e

impermeáveis que devem ser colocado próximo a área em que os materiais são usados. Nunca

recape agulhas após o uso. Não remova com as mãos agulhas usadas das seringas descartáveis

e não as quebre ou entorte. Seringas e agulhas reutilizáveis devem ser transportadas para a

área de limpeza e esterilização em caixa de inox ou bandeja.

Exemplos de caixas de descarte de materiais perfuro - cortantes

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Vacinação

Todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra a hepatite B e o tétano. Estas

vacinas estão disponíveis na rede pública municipal.

Limpeza de Pele

A limpeza de pele é um procedimento que pode ser realizado em todos os tipos de pele,

porém com ênfases diferentes. Em peles lipídicas a ênfase maior é a extração das acnes; nas

peles eudérmicas (normais) é a manutenção do equilíbrio e, nas peles alípicas e desvitalizadas,

é o reequilíbrio do manto hidrolipídico. É um procedimento que deve ser aplicado antes de

qualquer tratamento.

Muitas pessoas aparentemente saudáveis, podem não saber que possuem alguma doença

infecto-contagiosa, pelo fato de serem portadores assintomáticos. Um fato importante que

deve ser levado em consideração, é o da possível omissão, por parte do cliente, da existência

de algum tipo de doença contagiosa, durante a realização da anamnese. "Os pacientes podem

albergar agentes etiológicos de determinada doença, mesmo sem apresentar os sintomas

clínicos ou mesmo sem desenvolver a doença em questão”.

De acordo com as Precauções Universais uma abordagem segura é considerar que todo

paciente, ou no caso da estética, todo o cliente pode ser portador em potencial de algum tipo

de doença infecto-contagiosa.

A limpeza de pele é um procedimento, no qual existe uma grande proximidade, entre o

esteticista e o cliente. Segundo o Programa de Biossegurança e Ergonomia em Odontologia da

Secretaria de Estado da saúde de Minas Gerais (1999), a concentração de microorganismos

em torno do corpo, é maior num raio de 50 cm. Durante o procedimento, a distância

estabelecida entre o cliente e o profissional é muito pequena, e o acúmulo de

microorganismos é mais intenso. Além disso, quando o cliente chega à sala de estética, traz

consigo uma grande quantidade de microorganismos, sendo estes patógenos ou não, e que

estão presentes em sua pele, cabelos e roupas. Outro fato importante em relação à

proximidade, é que durante a fala, espirro ou tosse do cliente, gotículas de saliva

contaminadas podem ser aspiradas ou inaladas pelo profissional.

O profissional também irá estabelecer um longo período de contato direto com o cliente,

através da manipulação da sua estrutura tegumentar. Além disso, a alta rotatividade no

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atendimento faz com que o profissional entre em contato direto com uma quantidade variada

de pessoas.

Durante a realização do procedimento, o profissional, pode se deparar com duas situações:

a) Pele sem solução de continuidade: que caracteriza uma pele hígida, sem a

presença de lesões, que interrompam a continuidade do tecido. Neste caso,

também podem ser incluídas as peles com acne de grau I, caracterizada pela

presença de comedões. Este tipo de pele irá oferecer menor risco de

contaminação ao ser manipulada.

b) Pele com Solução de Continuidade: que caracteriza uma pele que apresenta

lesões que interrompem a continuidade do tecido. Neste caso, também podem

ser incluídas as peles com acnes de grau II (pápulo-pustulosa), grau III

(nódulo-cística), grau IV (conglobata) e grau V (fulminans). Uma pele que

apresenta solução de continuidade acaba oferecendo maior risco de

contaminação para o profissional, pois ao manipular este tipo de pele, pode

entrar em contato com fluídos orgânicos como sangue, ainda que em pequena

quantidade, e exsudatos provenientes da extração de pústulas ou de lesões

abertas. As lesões existentes nos tecidos podem ser, não somente lesões de

acne, mas manifestações de alguns tipos de doenças. Algumas lesões possuem

na sua superfície, ou no seu interior, o agente infeccioso, como por exemplo,

as lesões do herpes simples e da tuberculose.

De acordo com as Precauções Universais (CDC, 1987), sangue e certas secreções de todos os

clientes, que forem atendidos dentro da estética devem ser considerados potencialmente

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infectantes para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), HBV (Vírus da Hepatite B) e

outros patógenos, mesmo estes clientes estando aparentemente saudáveis.

O profissional deve saber que a pele e as mucosas possuem uma determinada permeabilidade,

e que este fator pode influenciar o seu contágio por microorganismos, e que a chance de

contágio será ainda maior, se a pele ou mucosa estiverem lesionadas, por exemplo: a retirada

da cutícula das unhas é uma forma de agressão e que pode facilitar a penetração de

microorganismos. Uma pele saudável e intacta representa uma barreira eficaz contra

diferentes tipos de vírus e bactérias. Portanto, é de extrema importância o conhecimento dos

fatores de risco presentes, durante a realização de uma limpeza de pele, pois só assim o

profissional de estética irá se paramentar de forma adequada durante o atendimento dos seus

clientes, evitando situações, como demonstra a figura 15, na qual o profissional não utiliza

avental, touca e óculos de proteção.

Principais Doenças Infecto-Contagiosas

Conforme abordado anteriormente, são vários os fatores presentes em uma limpeza de pele,

que podem favorecer a contaminação do profissional, por alguma doença infecto-contagiosa.

"Infecção é a invasão do corpo por microorganismos patogênicos e a reação dos tecidos à

sua presença e à das toxinas por eles geradas". (PACIORNIK, 1975, p. 313).

As vias de penetração por microorganismos são: via aéreas superiores, via cutânea e via

ocular.

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Através das vias aéreas superiores (nariz e boca), o profissional pode inalar ou aspirar,

gotículas de saliva ou secreção nasofaringeana contaminadas, que podem ser eliminadas pelo

cliente, durante a fala, tosse ou espirro.

Por via cutânea, quando o profissional possui cortes ou ferimentos, e entra em contato direto

com secreções ou sangue contaminados do cliente ou sofre um acidente com agulha

contaminada.

Por via ocular, quando secreções contaminadas, atingem a conjuntiva dos olhos. Um exemplo

seria durante uma extração, quando o profissional ao realizar pressão com os dedos para

extrair uma pústula, o exsudato contaminado atingisse o seu rosto e olhos.

As principais doenças infecto-contagiosas que serão abordadas e que podem representar riscos

para o profissional de estética na realização de limpezas de pele, são: herpes simples, hepatite

B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e, até mesmo, a AIDS.

Herpes Simples: o herpes simples é uma doença infecto-contagiosa ocasionada por um vírus

denominado vírus do herpes simples (HSV), e que se divide em dois tipos: o HSV-I e o HSV-

II. É uma doença universal, de grande poder de disseminação e, que apesar de infectar cerca

de 90% da população, não se manifesta clinicamente em mais de 30%. O HSV-I é

responsável pelo herpes labial e o HSV-II pelo herpes genital. Porém, o VHS-I é o agente

etiológico em 20% das infecções genitais primárias, e o VHS-II pode ser causa de infecções

em outras áreas, além da região genital.

O herpes caracteriza-se pelo aparecimento de vesículas agrupadas, e que se localizam

especialmente nos lábios, e nos genitais, mas que podem surgir em qualquer outra parte do

corpo como: olhos (por meio da auto-inoculação pelas mãos), face, nariz, e cavidade oral.

A infecção ocorre quando uma pessoa não infectada entra em contato direto com lesões

herpéticas infectadas com o vírus, através da pele ou da mucosa, o que caracteriza a infecção

primária.

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O herpes também é transmitido, através do contato direto com a saliva de pessoas

contaminadas, mesmo essas sendo assintomáticas.

"O primeiro contato com o vírus ocorre em geral ainda na infância, sendo que grande parte

da população já está contaminada quando se expõe a pessoas portadoras durante a vida".

O vírus penetra na célula e se reproduz. A partir daí, penetra no tecido nervoso, onde

permanece em latência. Fatores como estresse emocional, baixa de resistência, exposição ao

sol, frio intenso, podem reativar o vírus que retorna à superfície do epitélio, provocando as

manifestações clínicas. A transmissão pode ocorrer tanto de pessoas com manifestação clínica

evidente, como assintomáticas.

"A sintomatologia da doença caracteriza-se por mal-estar, náuseas, cefaléia, irritabilidade,

aumento da temperatura (febre) e adenopatia cervical".

A infecção recorrente instala-se em uma pessoa previamente infectada e é caracterizada pela

reativação do vírus, com alguns sintomas semelhantes ao da infecção primária, porém menos

severos, que aparecem até dois dias antes das lesões típicas. As lesões evoluem num prazo de

7 a 15 dias e o vírus fica novamente em período de latência em um gânglio nervoso. Os

períodos de recorrência são variáveis podendo ocorrer em intervalos de dias, meses ou anos e

estão diretamente relacionados a fatores climáticos, orgânicos (imunitários) e emocionais.

Ainda, segundo o autor, as vacinas anti - herpéticas são duvidosas e ineficazes.

Para o profissional de estética, a forma de prevenção mais adequada é o uso correto dos

equipamentos de proteção individual.

Hepatite B: A hepatite B é uma infecção causada pelo vírus HBV, que provoca lesões

degenerativas ou inflamatórias no fígado. Pode se apresentar em intensidades variáveis, desde

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um quadro clínico agudo (de evolução rápida) e benigno, até um quadro grave e fatal, ou

ainda evoluindo para hepatopatias crônicas (que evoluem lentamente e perduram por muito

tempo). No Brasil os dados indicam a incidência anual, em torno de 22% de casos agudos de

hepatite B atendidos ao longo dos últimos seis anos, sendo a freqüência maior (63%), na faixa

de 21 a 40 anos. A esta ocorrência de casos novos soma-se a população de portadores

crônicos que compõem o reservatório de vírus da população.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2004), existem mais de 300

milhões de pessoas portadoras do vírus da hepatite B no mundo. Os bancos de sangue do

Estado do Paraná detectam anualmente perto de 30.000 novos doadores infectados pelo vírus

da hepatite B, e destes, 2.000 são portadores do HBV. Em mais dos 60% dos casos em adultos

a infecção pela hepatite B é assintomática, ou seja, a pessoa não sabe que tem a doença. A

hepatite B é extremamente contagiosa e pode ser propagada por pessoas que não sabem que

são portadoras do vírus. Existem portadores que permanecem assintomáticos durante anos.

O vírus é transmitido parenteralmente (por via sangüínea), por meio de exposição da pele

lesionada ou mucosa ao sangue ou a outros fluídos orgânicos. Fluídos orgânicos como:

secreções nasais, pus, suor e lágrimas apresentaram HBsAg (antígeno indicador da infecção),

porém o risco de transmissão por meio dos mesmos é extremamente baixo ou inexistente.

"A concentração mais elevada do vírus é observada no sangue, estando presente também em

exsudatos. Menores concentrações, porém significativas, são encontradas no sêmen, no fluído

Partículas do HBV isoladas

no plasma humano.

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vaginal e na saliva de indivíduos com viremia. Portanto, exposição ao sangue e contatos

sexuais são modos mais comuns de transmissão do HBV. O vírus permanece viável em

superfícies secas à temperatura ambiente por um período de sete dias e, possivelmente, até

por períodos mais longos. Mesmo em quantidades ínfimas de sangue ou soro, um indivíduo

pode se contaminar no caso de inoculação percutânea, contato com superfície ocular ou

outras mucosas e ainda por uma exposição inadvertida, através de cortes e arranhões

preexistentes na pele ou na mucosa".

O vírus da hepatite B pode estar presente no sangue em concentrações muito elevadas,

podendo ser transmitido por várias vias com quantidades insignificantes de sangue (0, 000025

ml).

As formas possíveis de contágio que poderiam ocorrer com o profissional de estética, durante

uma limpeza de pele, seriam através de um acidente com agulha contaminada, ou através do

contato direto da pele ou mucosa do profissional, com sangue contaminado, exsudatos

purulentos ou secreções como, por exemplo, a saliva.

A maioria dos indivíduos que são infectados pelo vírus da hepatite B desenvolve uma

infecção aguda, podendo ou não apresentar sintomas. O período médio de incubação é de 120

dias e os sintomas e sinais mais comuns em adultos são: anorexia, náuseas, vômitos, dor

abdominal, hepatomegalia e icterícia.

A doença em adultos é resolvida, obtendo-se a cura. O vírus é eliminado e são produzidos

anticorpos específicos (anti-HBs), que conferem imunidade ao indivíduo. Porém, em

portadores assintomáticos, a fase aguda pode evoluir para a fase crônica, e os indivíduos sem

saber, podem transmitir o vírus para outras pessoas.

"A hepatite B apresenta cura espontânea em até 90% dos casos, mas a taxa de cronificação

varia de acordo com a idade da infecção, de 85% em recém-nascidos e entre 6% a 10% em

adultos. Cerca de 50% dos doentes crônicos desenvolvem cirrose hepática ou carcinoma

hepatocelular" (Ministério da Saúde, 2002).

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2004) considera que após a fase aguda, estado

inicial da doença, 10 a 5% dos doentes, não se curam da infecção e desenvolvem a hepatite

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crônica. Desses, 30% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado e aproximadamente 70%

permanecem com o vírus, transmitindo a doença para outras pessoas.

Hepatite C: O texto de convocatória da oitava Conferência Internacional sobre Hepatite C,

realizada em Londres Inglaterra, em setembro de 2004, mostra que 3% da população mundial

(aproximadamente 170 milhões de pessoas) estão infectadas pelo vírus HCV. A doença foi

identificada em 1989 e hoje é reconhecida como a maior causa de cirrose e câncer do fígado.

"Atualmente, a infecção pelo vírus da hepatite C é considerada por muitos especialistas a

doença infecciosa crônica mais importante em todo o mundo". (Ministério da Saúde,

Programa Nacional para prevenção e controle das Hepatites virais, 2002, p.1).

Assim como a hepatite B, a hepatite C é uma infecção causada por vírus (HCV), que provoca

lesões predominantes no fígado, degenerativas ou inflamatórias. É transmitida principalmente

pelo contato direto de mucosas ou pele lesionada, com sangue ou algumas secreções corporais

de pessoas contaminadas. O contágio também pode ocorrer por meio de acidentes com

agulhas ou quando o profissional é atingido por secreções de uma pessoa contaminada.

Após a infecção com o vírus da hepatite C, o doente pode apresentar, em alguns casos,

sintomas como mal-estar, vômitos, náuseas, icterícia e dores musculares, que caracterizam a

fase aguda da doença. Porém esta hepatite é assintomática na maioria dos casos e o portador

só saberá que está doente, anos após ter sido infectado, já estando em fase crônica e com o

risco de desenvolver cirrose e câncer de fígado.

"Entre as pessoas infectadas pelo HCV, apenas 15% a 20% eliminam o vírus do organismo,

enquanto cerca de 80% a 85% evoluem para a infecção crônica, sob diferentes

apresentações. Vários estudos demonstram que 20% dos portadores crônicos de hepatite C

evoluem para cirrose e entre 1% a 5% desenvolvem carcinoma hepatocelular. O tempo de

evolução para o estágio final da doença é de 20 a 30 anos".

Influenza (Gripe): A gripe é uma doença viral, de evolução rápida e intensa (aguda),

geralmente benigna, mas que pode se agravar e até mesmo levar à morte. É uma doença

altamente contagiosa que atinge de forma evidente o aparelho respiratório. Afeta milhões de

pessoas a cada ano, ocupando o primeiro lugar entre as doenças de distribuição universal.

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O vírus da gripe é conhecido como Myxovirus influenzae, também denominado vírus

influenza, que se subdivide em A, B e C, sendo que somente os do tipo A e B, têm relevância

clínica em humanos. Devido à sua grande capacidade de mutação acaba gerando novas

variantes, para as quais a população não está imune.

O vírus influenza se encontra em abundância na região nasofaringeana, e transmite-se por

meio do contato direto com gotículas da secreção nasofaringeana que pessoas infectadas

eliminam ao tossir, falar ou espirrar, e são inaladas ou aspiradas por outra pessoa. Quando o

vírus atinge as vias respiratórias superiores, invadem as células epiteliais que revestem as

mucosas dessas vias e se multiplicam, sendo eliminados nos exsudatos resultantes do

processo inflamatório que provoca. A deposição deles em roupas, utensílios e objetos pode

viabilizar sua disseminação. Ambientes fechados onde se aglomeram muitas pessoas

contribuem para a sua disseminação, bastando existir apenas uma pessoa infectada, para que a

doença possa se alastrar.

"O período de incubação varia entre 24 e 72 horas. O vírus pode ser encontrado desde o

início dos sintomas nas secreções nasais e faringianas e persiste enquanto houver febre".

Ainda de acordo com o autor (1976, p. 20), as características clínicas da doença são: febre

entre 38º C e 40º C, calafrios, suor excessivo, tosse seca, dores musculares e articulares,

fadiga, mal-estar, dor de cabeça, nariz obstruído, coriza, dor e irritação na garganta, podendo

todos ou somente alguns sintomas estarem presentes. O quadro clínico ainda pode sofrer

complicações, evoluindo para bronquites, bronquiolites e pneumonias.

Nas últimas décadas, a imunização anual com vacinas inativadas contra influenza, tem sido a

principal medida para a profilaxia da gripe e redução da morbi - mortalidade, relacionada à

doença. Atualmente, entre 180-200 milhões de doses de vacina contra influenza são

distribuídas e utilizadas a cada ano no mundo.

Na estética, a gripe pode ser prevenida por meio da vacinação e pelo uso correto dos

equipamentos de proteção individual.

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Resfriado Comum: O resfriado comum é uma afecção aguda, altamente contagiosa e que

atinge o trato mais alto do aparelho respiratório (cavidade nasal e faringe). Não apresenta

grande comprometimento do estado geral e na maioria

dos casos não é acompanhado de febre, sendo considerado pouco grave.

"Cinco famílias diferentes de vírus podem causar os resfriados. O vírus mais freqüentemente

envolvido é o rinovírus. Devido à grande variedade de vírus, não existem ainda vacinas para

proteger as pessoas destas viroses".

A principal via de transmissão se dá a partir do contato direto com gotículas de secreções

nasofaringeanas contaminadas, eliminadas pela boca ou nariz do doente ao falar, tossir e

espirrar. Essas gotículas contaminadas são inaladas por outra pessoa e depositam-se na

mucosa nasal. Os vírus que chegam até a conjuntiva dos olhos, também podem se estender até

Hemácia infectada com o vírus da

gripe.

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o nariz, desenvolvendo a doença. O vírus também pode sobreviver horas na superfície dos

objetos e nas mãos das pessoas infectadas.

Os sintomas surgem de um a três dias, após a pessoa entrar em contato com o vírus, e podem

durar até uma semana, na maioria dos casos. Dentre as características clínicas, destacam-se:

coriza intensa, obstrução do nariz dificultando a respiração, espirros, tosse e garganta

inflamada (dolorosa), diminuição do olfato e da gustação, dores pelo corpo, dor de cabeça. A

febre é rara e, quando presente, não ultrapassa 38ºC.

Na estética, o resfriado pode ser prevenido, através do uso correto dos equipamentos de

proteção individual.

Tuberculose: A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa que atinge principalmente os

pulmões (tuberculose pulmonar), podendo afetar outros órgãos como pele, rins, ossos,

intestinos, cérebro, etc. (tuberculose extrapulmonar). Seu agente etiológico é o

Mycobacterium tuberculosis, conhecido também por bacilo de Koch, núcleos de Wells contêm

bacilos da tuberculose envoltos, por uma camada de muco e podem permanecer no ar

durante horas, em ambientes úmidos e mal iluminados. "É indireta também a transmissão que

se realiza por via digestória, através de objetos e alimentos contaminados." Após a

transmissão do bacilo de Koch, várias situações podem ocorrer. A primeira é que o indivíduo,

através das suas defesas, pode eliminar o bacilo sem nada acontecer. Na segunda situação, os

microorganismos se desenvolvem, mas não causam a doença, na qual os microorganismos

causam apenas lesões discretas, não progressivas, que evoluem para formas cicatriciais. Na

terceira situação, ocorre o desenvolvimento da doença. A tuberculose pode ser dividida,

conforme a fase em que se apresenta: tuberculose primária, que ocorre em um organismo que

nunca foi infectado; e tuberculose pós-primária ou de reinfecção, na qual a ativação da doença

pode ocorrer logo após a infecção primária ou anos depois. Também pode ocorrer devido a

novos contágios, por reinfecção exógena ou por reativação endógena de focos tuberculosos

preexistentes, oriundos de disseminação da infecção primária.

A tuberculose pulmonar possui um início silencioso e, sua evolução, que pode durar meses ou

anos, se dá de forma crônica com febre, tosse, expectoração, falta de apetite e emagrecimento.

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Uma das formas mais importantes de prevenção da tuberculose pelo profissional de estética é

o uso adequado dos equipamentos de proteção individual.

AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): A síndrome da imunodeficiência

adquirida, cuja sigla na língua portuguesa é SIDA, e em inglês é AIDS, é causada pelo vírus

da imunodeficiência humana (HIV), que ao penetrar na corrente sangüínea, irá infectar os

linfócitos T4, que são as células responsáveis pela imunidade celular. Na realidade não é uma

doença e sim um estado de deficiência imunológica.

"A síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) é a doença infecciosa que mais mata no

mundo. Desde que foi reconhecida pelo CDC (sigla em inglês para Centro para o Controle

de Doenças), de Atlanta, EUA, em 1981, a AIDS se espalhou rapidamente, sendo considerada

uma epidemia mundial, já no final da década de 1980. Hoje, de acordo com dados da

Organização Mundial de Saúde (OMS), 40 milhões de pessoas possuem a enfermidade. Do

total de infectados, aproximadamente 95% vivem em países em desenvolvimento, sobretudo

na África, onde 10% da população estão contaminadas. No Brasil, já foram notificados mais

de 215 mil casos, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul. A AIDS não tem cura e já matou

cerca de 20 milhões de pessoas desde o início da epidemia."

Lesões Ulceradas de Tuberculose Cutânea.

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O HIV compromete o sistema imunológico, impedindo que ele realize a defesa do organismo

contra as agressões de bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas. Após a pessoa

ter sido contaminada pelo HIV, decorre certo tempo até o aparecimento de sintomas como

fraqueza, febre, emagrecimento e diarréia prolongada, sem causa aparente. Sendo que, mais

da metade dos soropositivos, só irão apresentar os sintomas da AIDS, após oito anos de

infecção.

A AIDS manifesta-se clinicamente por: infecções oportunistas causadas por protozoários,

fungos, bactérias e vírus, sendo que a pneumonia provocada pelo protozoário Penumocystis

carinii é a mais comum; neoplasias raras como o Sarcoma de Kaposi, atingindo com maior

freqüência a pele; além de outras neoplasias malígnas.

As lesões do Sarcoma de Kaposi, são elevadas, de coloração vermelho-arroxeada, e podem se

localizar em qualquer parte da pele, podendo ser única, ou múltipla. Seu agente causador é um

tipo de vírus, denominado Herpes Vírus Humano 8 (HHV8) ou Herpes Vírus do Sarcoma de

Kaposi (HVSK). A transmissão ocorre através da inoculação do vírus na corrente sangüínea,

por meio de sangue e esperma contaminados, sendo rara a transmissão por meio do suor,

lágrima e saliva. A transmissão por meio de fluídos como secreções nasais, pus, suor e

lágrimas, é extremamente baixo ou inexistente. Porém, o HIV tem sido demonstrado em

alguns desses fluídos. Precauções de proteção devem ser tomadas com relação ao sangue e

fluídos corpóreos que contenham sangue.

"Além de ter poder invasor bem menor do que o vírus da hepatite B, o HIV necessita de

concentrações bastante elevadas para produzir um processo infeccioso”.

Uma pele saudável e intacta representa uma barreira bastante eficiente, contra a penetração

por diferentes tipos de bactérias e vírus, inclusive o HIV.

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Na estética, durante a realização de limpezas de pele, a contaminação pode ocorrer quando o

profissional entrar em contato, através da mucosa ou pele lesionada, com sangue contaminado

ou secreções, que também contenham sangue. Também pode ocorrer por meio de um acidente

com agulha contaminada com sangue. Existe uma grande dificuldade de identificar todos os

portadores do HIV, uma vez que existem portadores assintomáticos, e que não sabem que

estão com o vírus. Por isso, todas as pessoas devem ser consideradas como portadores em

potencial, de algum microorganismo patogênico. Existem pessoas infectadas com o HIV há

13 anos e que não desenvolveram nenhum sintoma da doença.

Pelo fato da AIDS ser uma doença de maior gravidade que a hepatite B, as medidas

necessárias para a proteção são as mesmas utilizadas para a hepatite B, as quais incluem a

utilização de equipamentos de proteção individual de forma adequada.

A Biossegurança estabelece ações para a proteção da saúde humana e uma delas inclui a

utilização dos equipamentos de proteção individual. Os profissionais de estética, durante a

realização de limpezas de pele, devem evitar o contato direto com mucosa ou pele do cliente e

com matéria orgânica (sangue, exsudatos, secreções), proveniente do mesmo, por meio do uso

de barreiras protetoras como luva, avental, máscara, gorro e óculos.

O uso desses equipamentos de proteção individual reduz as chances de exposição do

profissional a possíveis microorganismos, provenientes de clientes e que podem ser

causadores de doenças como: herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado,

tuberculose e AIDS. Além do risco de contato com matéria orgânica, a proximidade entre

profissional-cliente, a alta rotatividade no atendimento e o tempo de contato prolongado,

podem contribuir para a transmissão de algumas dessas doenças.

O uso inadequado ou incompleto dos equipamentos de proteção individual por parte dos

profissionais, pode não constituir proteção total contra os microorganismos, já que a limpeza

de pele oferece alguns riscos, que podem contribuir para a contaminação do profissional.

Além disso, a eficiência e a importância de cada equipamento determinam uma

interdependência, e a utilização dos mesmos em conjunto, promove uma eficiência na

proteção.

Desta forma, é essencial que haja conscientização para que aconteçam mudanças na conduta

dos profissionais, levando-os a adotarem medidas mínimas de segurança no atendimento de

todos os clientes, como forma de preservar a própria saúde e da pessoa que está sendo

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atendida. Acreditamos que a conscientização pode ser feita por meio de palestras abertas,

demonstrações do uso dos equipamentos e até por meio da criação de cartazes explicativos.

Caso de AIDS no Brasil

Meningite por Haemophilus Influenzae tipo b

Descrição

A forma capsulada do Haemophilus particularmente a do tipo B (HIB) é a responsável pela

quase totalidade de doença invasiva. O quadro clínico da meningite por Haemophilus

Influenzae tipo B não difere das meningites de outras etiologias. O início, geralmente, é

súbito, com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e rigidez da nuca. Em alguns casos, o

quadro clínico é acompanhado por exantema petequial.

Agente infeccioso

É um bacilo gram-negativo o Haemophilus influenzae, sorotipo B; outros sorotipos raramente

causam meningite.

Reservatório

O reservatório é o homem doente.

Modo de transmissão

A transmissão se dá de pessoa a pessoa, por meio de gotículas e secreções da nasofaringe. A

entrada do vírus ocorre, também, pela nasofaringe.

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Período de incubação

O período de incubação é desconhecido, mas, provavelmente, é curto, de dois a quatro dias.

Período de transmissibilidade

A transmissão perdura enquanto o agente infeccioso estiver presente no organismo do

indivíduo infectado, o que pode ocorrer num período prolongado, mesmo sem secreção nasal.

A transmissão deixa de ocorrer após 24 a 48 horas do tratamento adequado.

Varicela

Descrição

A varicela ou catapora é uma doença infecciosa que se apresenta, habitualmente, com febre

baixa e lesões vesiculares generalizadas, pruriginosas, concentradas, em sua maioria, no

tronco e na face, com menor presença nas extremidades (braços e pernas). As lesões podem

atingir as mucosas e nunca aparecem nas mãos e nos pés. A maioria dos casos (90%) ocorre

em pessoas com menos de 15 anos de idade.

A infecção primária produz a doença. Depois da infecção primária o agente infeccioso pode

permanecer latente nos gânglios nervosos próximos à medula espinhal e a sua reativação

causa o herpes zoster. O herpes zoster é uma doença que apresenta lesões vesiculares e dor

intensa em uma a três zonas do corpo, relacionadas às terminações dos nervos acometidos. O

herpes zoster é menos contagioso que a catapora porque a transmissão ocorre somente pelo

contato direto com as lesões.

Agente infeccioso

O agente infeccioso é o vírus da varicela-zoster ou Herpesvirus varicellae, pertencente à

família Herpesviridae.

Reservatório

O reservatório é o indivíduo infectado.

Fonte de infecção

A fonte de infecção é o homem doente.

Modo de transmissão

A varicela se transmite por intermédio do contato direto com secreções das lesões vesiculares

e da nasofaringe da pessoa infectada. A porta de entrada habitual é a mucosa do trato

respiratória superior.

Período de incubação

O período de incubação é de 10 a 21 dias, sendo, em média, 14 dias.

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Hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, um tipo de

bactéria. A hanseníase é conhecida por vários outros nomes, sendo lepra o mais conhecido. O

nome lepra sido evitado devido ao estigma de uma doença deformante, contagiosa e incurável

que a doença carrega.

Transmissão da hanseníase

Atualmente acredita-se que sejam pela via respiratória, as secreções respiratórias,

principalmente nasais, carregam um grande número de bactérias. A transmissão pode ser por

tosse, espirro ou perdigotos da fala. É importante destacar que a hanseníase não é transmitida

com tanta facilidade como infecções respiratórias comuns tipo gripes é necessário contato

íntimo e prolongado que só ocorre em pessoas que moram na mesma casa. O tempo de

incubação, ou seja, da contaminação até o surgimento dos sintomas é em média de 2 a 5 anos.

Portanto, uma doença de evolução extremamente lenta.

Sintomas da hanseníase

A hanseníase se manifesta principalmente acometendo a pele e os nervos. A lesão típica é

uma mancha hipopigmentada (mais clara que a pele) associada à perda de sensibilidade no

local.

A hanseníase é classificada de acordo com a resposta do nosso organismo à presença do

bacilo:

- Hanseníase indeterminada = É aquela que apresenta uma lesão única e evolui para cura

espontaneamente na maioria dos casos. São 90% dos casos.

- Hanseníase paucibacilar ou tuberculóide = São os pacientes com 5 ou menos lesões de

pele, onde não se consegue detectar a bactéria quando se retira amostras das lesões.

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São pacientes que apresentam resposta imune parcial ao bacilo. Não conseguem destruí-lo,

mas também não o deixam se alastrar pelo corpo.

- Hanseníase multibacilar ou lepromatosa = É a forma mais grave. Pacientes apresenta-se

com 6 ou mais lesões de pele, com amostras positivas para o bacilo de Hansen. São doentes

com sistema imune ineficaz contra a bactéria. Nas formas indeterminadas e paucibacilar as

lesões são hipopigmentadas ou avermelhadas com bordas levemente elevadas.

Hanseníase multibacilar Dimorfa

Hanseníase multibacilar Virchowiana

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Uma característica de todas as lesões da hanseníase é a perda da sensibilidade. No início a

dormência é restrita a lesão, mas se não tratada pode destruir nervos levando a perda completa

da sensibilidade e paralisia nos membros e face.

A falta de sensibilidade nos membros faz que o paciente perca a capacidade de sentir dor, o

seu principal mecanismo de alerta para agressões. Com isso, é possível que ocorram

mutilações, principalmente nas extremidades, por lesões repetidas que não são percebidas

pelos doentes. O paciente não sente queimaduras, cortes nem traumas nos locais onde os

nervos foram destruídos pela hanseníase.

Acidente com sangue e/ou secreções – atendimento do profissional exposto

No desenvolvermos nossas atividades de assistência à saúde de forma direta ou indireta ao

paciente, lidamos com material biológico, isto é, sangue, secreções e excreções corporais.

Estes fluidos contendo ou não sangue, podem estar albergando microrganismos responsáveis

por doenças graves virais e bacterianas. Mesmo assim os riscos de acidentes sempre estão

presentes, pois há situações em que fatores gerais como stress, sobrecarga de trabalho,

agitação psicomotora do paciente e a transgressão das normas de prevenção podem ter sua

participação na ocorrência de acidentes com exposição a materiais biológicos. Doenças virais

como a AIDS e a Hepatite B podem ser inibidas na sua transmissão através de ações

profiláticas com a vacina e imunoglobulina, no caso da Hepatite B, e antiretrovirais, com

diferentes composições e indicações, no caso da AIDS.

Fluxo para exposição ocupacional a material biológico nas unidades de saúde

Entende-se por exposição ocupacional as situações envolvendo sangue ou secreções corporais

em lesões percutâneas (como ferimentos pérfuro - cortantes determinados por agulhas, por

exemplo), contato com membrana mucosa ou pele não-íntegra (quando há alguma lesão de

pele, dermatite ou ferida) ou contato com pele íntegra quando a duração do mesmo é

prolongada (vários minutos ou horas). Secreções corporais incluem: sêmen, secreções

vaginais, líquido cerebroespinhal, sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico, amniótico.

Exposição a saliva, lágrimas, vômito, urina e fezes sem a presença de sangue não requer

acompanhamento pós - exposição.

Se confirmada a exposição ao material biológico, o que fazer:

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1. Recomenda-se como primeira conduta, após a exposição à material biológico, os cuidados

imediatos com a área atingida. Essas medidas incluem a lavagem exaustiva do local exposto

com água e sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. Apesar de não haver

nenhum estudo que demonstre o benefício adicional ao uso do sabão neutro nesses casos, a

utilização de soluções anti-sépticas degermantes é uma opção. Não há nenhum estudo que

justifique a realização de expressão do local exposto como forma de facilitar o sangramento

espontâneo. Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou com

solução salina fisiológica. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções

locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são

contraindicados.

2. Identifica cliente fonte.

3. Busca orientação da chefia imediata.

4. Solicita a Ficha de Notificação de Acidente do Trabalho NAT (as duas vias) para a chefia.

5. Vai ao setor de referência levando amostra de sangue do paciente-fonte rotulada, folha de

consentimento do paciente fonte e NAT.

6. Na referência, faz o boletim de atendimento, dirigi-se à consulta médica (avaliação do risco

para quimioprofilaxia do HIV e hepatite B), faz a coleta de sangue e retira os antirretrovirais,

se for o caso.

Chefia imediata ou representante

1. Providencia consentimento por escrito do paciente fonte para coleta de amostra de sangue.

Caso o paciente não tenha condições clínicas para o consentimento, fazer a coleta

identificando com o número do prontuário.

2. Providencia a coleta de amostra de sangue do paciente-fonte (5 ml de sangue em tubo seco

com tampa, guardar sob refrigeração de 2 a 8 graus se não encaminhar no momento).

4. Orienta sobre a rotina e encaminha o acidentado. Caso o acidentado negue-se a seguir a

rotina, solicita ao acidentado que assine o termo de recusa e encaminha o termo de recusa do

acidentado e a ficha de NAT

5. Emite a ficha de NAT (em duas vias) e entrega ao funcionário.

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OBS: a coleta do paciente-fonte só será realizada se o acidentado concordar em seguir a

Rotina pós-exposição.

1. Faz acompanhamento sorológico em 3 e 6 meses se o paciente tiver sorologia positiva.

Caracterização dos acidentes biológicos

Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra;

Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível;

Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou

exposição percutânea com material pérfuro - cortante.

Coleta seletiva dos resíduos sólidos de saúde

O gerenciamento de resíduos deve ser implantado como rotina e devem ser oferecidas as

condições necessárias para seleção dos resíduos, recolhimento para um local de

armazenamento até a coleta pelo. Deve haver uma Comissão de Gerenciamento de Resíduos

que deverá incluir em sua rotina um programa de treinamento para os profissionais geradores

de resíduos e para os responsáveis pela limpeza e dispensação final dos resíduos. Cada sala de

uma Unidade de Saúde, dependendo do tipo de atividade desenvolvida deverá ter locais

determinados para a localização das lixeiras de Coleta Seletiva. A Coleta Seletiva compreende

a separação, já no momento do descarte, dos diferentes tipos de resíduos. Nas Unidades de

Saúde, geram-se resíduos Comuns, Recicláveis, Infectantes e Químicos. Recomenda-se que,

nas salas, cada lixeira contenha a identificação do tipo de resíduo e acima, com adesivo, seja

fixada uma lista de resíduos que deverão ser desprezados em tais lixeiras. Indica-se o uso de

cores para identificar os recipientes e programação visual padronizando símbolos e descrições

utilizadas.

Resíduos Comuns

São resíduos nos estados sólidos ou semissólidos, semelhantes aos resíduos domiciliares que

resultam de atividades diversas de alimentação, fisiológicas, de limpeza, não oferecendo

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nenhum risco à sua manipulação ou à Saúde Pública. Compondo os resíduos comuns, temos

os resíduos recicláveis que serão descartados e recolhidos separadamente.

Relação dos Resíduos: Cascas de frutas, restos de lanches, erva-mate, papel higiênico,

absorventes higiênicos, papel toalha, papel carbono, esponjas, esponja de aço, folhas e flores,

restos de madeira, isopor, etc.

Como acondicionar dentro da sala: Lixeira com tampa e pedal identificada como Lixo

Comum, com saco preto e uma relação dos resíduos a serem descartados ali. Os sacos destas

lixeiras menores deverão ter seu recolhimento ao final de cada turno ou com 2/3 de sua

capacidade preenchida, e serem colocados dentro de um saco preto maior.

Onde armazenar até a coleta final: Colocar os sacos grandes contendo os resíduos

recolhidos de cada sala dentro de um container. Centralizar os diferentes contêineres com

tampa e identificação, (lixo comum, lixo reciclável, lixo infectante), em uma área protegida de

chuva, de acesso restrito somente a profissionais da limpeza.

Resíduos Recicláveis

São resíduos sólidos que, após o uso, podem ter sua matéria prima reaproveitada, gerando

economia de recursos naturais e financeiros, além gerar novos empregos através das usinas de

reciclagem. São resíduos de plástico, vidro, papel, papelão e metal sem sujidade biológica

visível.

Relação dos Resíduos: Frascos de soro papéis de embrulho, caixas ou tubos plásticos de

medicamentos, rolos vazios de esparadrapo, caixas de papelão, vidros, frascos-ampola vazios,

copos descartáveis, tubos de alvejantes e detergentes, sacos plásticos, embalagens de água,

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refrigerantes, embalagens de alumínio, latas em geral etc. Os vidros grandes, frágeis ou

quebrados devem ser protegidos em caixa de papelão antes do descarte no saco plástico.

Como acondicionar dentro da sala: Lixeira com tampa e pedal identificada como Lixo

Reciclável, com saco verde e uma relação dos resíduos a serem descartados ali. Estes sacos de

lixo deverão ter seu recolhimento ao final de cada turno ou com 2/3 de sua capacidade

preenchida, e serem colocados dentro de um saco verde maior.

Onde armazenar até a coleta final: Colocar os sacos grandes com os resíduos recolhidos

dos diversos locais dentro de um container. Centralizar os diferentes contêineres com tampa e

identificação, em uma área protegida de chuva, de acesso restrito somente a profissionais da

limpeza.

Resíduos Infectantes

São resíduos que resultam das atividades de assistência, laboratório ou atos cirúrgicos, que

promovam liberação de material biológico, oferecendo risco à Saúde Pública ou à

manipulação. Dentro deste grupo incluem-se os pérfuro - cortantes que devem ter o descarte

em recipiente apropriado antes de serem agregado ao restante dos resíduos infectantes.

Relação dos Resíduos: Gaze, esparadrapo, sondas, drenos, cateteres, luvas usadas, máscaras

usadas, gorros usados, bolsas coletoras de drenagens, papel de embrulho contaminado,

campos protetores de superfícies, etc.

Como acondicionar dentro da sala: Lixeira com tampa e pedal identificada como Lixo

Infectante, com saco branco e uma relação dos resíduos a serem descartados ali. Estas lixeiras

deverão ter seu recolhimento ao final de cada turno ou com 2/3 de sua capacidade preenchida,

e serem colocados dentro de um saco branco leitoso com espessura mínima de 10

micrometros contendo o símbolo internacional de risco biológico estampado no saco de 100

litros.

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Resíduos Farmacêuticos e Químicos

São resíduos tóxicos compostos por medicamentos

inflamáveis, explosivos, reativos, genotóxicos ou mutagênicos.

Relação dos Resíduos:

quimioterápicos e antineoplásicos, germicidas

soluções para revelação e fixação de radiografias.

Como acondicionar dentro da sala:

deverão ser encaminhados ao fabricante ou

que elimine a periculosidade do resíduo para a saúde

conforme consta na Resolução CONAMA n° 283/2001.

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Resíduos Farmacêuticos e Químicos

São resíduos tóxicos compostos por medicamentos vencidos, resíduos corro

reativos, genotóxicos ou mutagênicos.

Relação dos Resíduos: Medicamentos vencidos, reatores sorológicos vencidos,

quimioterápicos e antineoplásicos, germicidas fora da validade, solventes, mercúrio lí

soluções para revelação e fixação de radiografias.

mo acondicionar dentro da sala: Quando vencidos ou contaminados, estes resíduos

deverão ser encaminhados ao fabricante ou empresa tecnicamente competente para tratamento

de do resíduo para a saúde pública ou para o meio

Resolução CONAMA n° 283/2001.

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vencidos, resíduos corrosivos,

Medicamentos vencidos, reatores sorológicos vencidos,

fora da validade, solventes, mercúrio líquido,

Quando vencidos ou contaminados, estes resíduos

empresa tecnicamente competente para tratamento

pública ou para o meio ambiente,

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAPTISTA, P. Herpes simplex. Artigos por especialidades: artigos em inglês, 2003.

Disponível em: <http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?549>. Acesso em: 2 out. 2004.

BAUMANN, J. C.; SANTO, M. L. Sistema imunológico: fortalecer ou enfraquecer um

grande segredo. Curitiba: Paraná Livros, 1991.

BORAKS, S. Diagnóstico bucal. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2001.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas da Saúde. Coordenação

Nacional de DST e AIDS. Manual de condutas. Controle de infecções na prática odontológica

em tempos de AIDS:. Brasília: Ministério da Saúde, 2000a. Disponível em:

<http://www.aids.gov.br/manual_odonto.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2004.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas da Saúde. Coordenação

Nacional de DST e AIDS. Manual de condutas. Exposição ocupacional a material biológico:

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<http://lildbi.saude.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah_txtc/>. Acesso em: 10 nov. 2004.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a toda equipe do Colégio Técnico São Bento e em especial a Professora Suely

Souza da Silva que participou da revisão desta apostila.