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Ciên. Agron., 9 (1-2): 77-86 Dezembro, 1979 - Fortaleza-Ceará COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA DO ESTADO DO CEARÁ* M. J. N. SOUZA ** F. A. M. LIMA *** J. B. PAIV A **** to da geomorfologia - o estudo das formas do relevo terrestre do ponto de vista genético e evolutivo - representa um aspecto da natureza, e como tal, decorre da influência de numerosos eventos naturais. Não se trata de ques- tionar o fato de ser ou não o relevo um recurso natural, mas demonstrar que o seu papel é de incontestável valor para o aproveitamento, manejo e preservação dos mesmos. MATERIAL E MÉTODO Os trabalhos foram desenvolvidos em etapas de campo e escritório seguintes: Em campo, após numerosasviagens por todo o território do Estado e com auxílio de cartas básicas, foi possível a constataçãodos elementos básicos que definiram cada um dos compartimen- tos de relevo. Em escritório, utilizaram-se princi- palmente imagens radargramétricas(off set - preto e branco) da cobertura do Estado do Ceará, cedidas pelo "Projeto RADAM" datadas de 1972 e "Projeto RADAMBRASIL" de 1976, sediado em Salvador-BA., de escalas1:250.000. So- bre estas foi feita uma interpretação vi- sual e demarcadosem nanquim os limi- tes das diferentes unidades. Uma redu- ção controlada em máquina xerográfi- ca foi executada em cada uma n;i!; im;i- Trata o presente trabalho da com- partimentação topográfica do Estado do Ceará, com vistas ao fornecimento de informações para um aproveitamento ra- cional dos recursos naturais, ou para a indicação de algumasdiretrizes que con- duzam a uma adequadapolítica de utili- zação agrícola. Conforme é sugerido na própria titulação não se trata de um trabalho de cunho geomorfológico na verdadeiraacepçãodo termo. O objetivo é mais restrito, e compreende apenas uma parcela daquilo que é pretendido por uma pesquisa geomorfológicaampla. Ressalte-se contudo, que não obstante a restrição supramencionada,o estudo da compartimentação topográfica e das formas de relevo registradas em compartimento, representa o requisito indispensável, quer para o cumprimento dos outros propósitos da Geomorfolo- gia, como para demonstrar o seu relacio- namento com os demais fatores do am- biente, no qual o homem desenvolve suas atividades. Nesse sentido, o obje- * Trabalho realizado com recursos do Convênio entre FCFC/CNPq/FDTU/EBTU - Pesquisa e Experimentação Agronômica para Domesticação de PlantasNativas do Nordeste. ** Professor do Departamento de Geociências do Centro de Ciências da Universidade Federal do Ceará - UFC. *** Pe~uisador Bolsista do Conselho Nacional de Pesquisas. **** Professor do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará - UFC.

COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA DO ESTADO DO CEARÁ*

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Ciên. Agron., 9 (1-2): 77-86Dezembro, 1979 - Fortaleza-Ceará

COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA DO ESTADO DO CEARÁ*

M. J. N. SOUZA **F. A. M. LIMA ***J. B. PAIV A ****

to da geomorfologia - o estudo dasformas do relevo terrestre do ponto devista genético e evolutivo - representaum aspecto da natureza, e como tal,decorre da influência de numerososeventos naturais. Não se trata de ques-tionar o fato de ser ou não o relevo umrecurso natural, mas demonstrar que oseu papel é de incontestável valor para oaproveitamento, manejo e preservaçãodos mesmos.

MATERIAL E MÉTODO

Os trabalhos foram desenvolvidos emetapas de campo e escritório seguintes:

Em campo, após numerosas viagenspor todo o território do Estado e comauxílio de cartas básicas, foi possívela constatação dos elementos básicos quedefiniram cada um dos compartimen-tos de relevo.

Em escritório, utilizaram-se princi-palmente imagens radargramétricas (offset - preto e branco) da cobertura doEstado do Ceará, cedidas pelo "ProjetoRADAM" datadas de 1972 e "ProjetoRADAMBRASIL" de 1976, sediado emSalvador-BA., de escalas 1 :250.000. So-bre estas foi feita uma interpretação vi-sual e demarcados em nanquim os limi-tes das diferentes unidades. Uma redu-ção controlada em máquina xerográfi-ca foi executada em cada uma n;i!; im;i-

Trata o presente trabalho da com-partimentação topográfica do Estado doCeará, com vistas ao fornecimento deinformações para um aproveitamento ra-cional dos recursos naturais, ou para aindicação de algumas diretrizes que con-duzam a uma adequada política de utili-zação agrícola. Conforme é sugerido naprópria titulação não se trata de umtrabalho de cunho geomorfológico naverdadeira acepção do termo. O objetivoé mais restrito, e compreende apenasuma parcela daquilo que é pretendidopor uma pesquisa geomorfológica ampla.Ressalte-se contudo, que não obstantea restrição supramencionada, o estudoda compartimentação topográfica e dasformas de relevo registradas emcompartimento, representa o requisitoindispensável, quer para o cumprimentodos outros propósitos da Geomorfolo-gia, como para demonstrar o seu relacio-namento com os demais fatores do am-biente, no qual o homem desenvolvesuas atividades. Nesse sentido, o obje-

* Trabalho realizado com recursos do Convênioentre FCFC/CNPq/FDTU/EBTU - Pesquisa e

Experimentação Agronômica para Domesticaçãode Plantas Nativas do Nordeste.

** Professor do Departamento de Geociências do

Centro de Ciências da Universidade Federal doCeará - UFC.

*** Pe~uisador Bolsista do Conselho Nacional de

Pesquisas.**** Professor do Departamento de Fitotecnia do

Centro de Ciências Agrárias da UniversidadeFederal do Ceará - UFC.

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gens para 1 :500.000, a fim de se obterum produto final compatível com o ma-pa do Estado do Ceará de mesma escala.Após união de todas as imagens já re-duzidas, copiou-se em papel vegetal,utilizando-se a legenda e convenções con-forme apresenta-se no mapa de com-partimentação topográfica produzido.

RESULTADOS E DISCUSSOES

I - Aspectos Gerais do Relevo doCeará

A compartimentação topográfica doterritório cearense, decorre eminente-mente de eventos naturais que se verifi-caram no Período Pleistocênico, sem dú-vida o de maior significado para aná-lise dos fatos geomorfológicos. Referi-da compartimentação, comportando re-levos desenvolvidos em terrenos do em-basamento cristalino, ou em áreas decapeamentos sedimentares, decorre deum jogo de influências em que partici-pam a estrutura geológica ao lado dosfatores paleoclimáticos e eustáticos, alémda dinâmica morfogenética atual.

A dinâmica morfogenética é estrei-tamente vinculada às condições climá-ticas atuais, evidenciando a atuaçãopresente dos processos erosivos respon-sáveis pela esculturação do modelado.Sob tal ponto de vista e considerando anecessidade de um conhecimento maisaprofundado da dinâmica ambiental -

com reflexos diretos no processo de uti-

lização da terra - a morfogênese atualmerece ênfase especial, quando se tratada caracterização de cada comparti-mento.

Cumpre referir que o relevo cearenseengloba compartimentos bastante dife-renciados, que se justificam por meca-nismos genéticos complexos. Um fatocontudo chega a ser imediatamente cons-tatado. Trata-se da prevalência das su-perfícies rebaixadas do sertão recobertaspor caatingas, que compreendendo ex-tensas depressões periféricas de bordosde bacias sedimentares em contato comrochas do escudo cristalino, se estendemno sentido dos fundos dos vales ou sedirigem para o litoral através de decli-ves suavemente inclinados. Estas depres-sões que atestam os efeitos pronunciadosdos processos erosivos a que estiveramsubmetidas no Pleistoceno, são constan-temente interrompidas pelo surgimentode formas residuais elevadas que cons-tituem os relevos serranos. Nesse par-ticular, há uma diversificação da paisa-gem dos sertões, pelo surgimento nãoapenas destas serras mas também pelasplanícies aluviais, que comportando so-los de melhor qualidade e maior umida-de, permitem uma atividade agráriamais intensa.

Em atendimento aos objetivos refe-ridos e considerando a necessidade deseparar os setores de relevos com carac-trísticas próprias e dotadas de certograu de homogeneidade, foram identi-ficadas as seguintes unidades:

Área (km2) %UN DADES

746,0014.484,00

101.992,002.146,002.586,008.014,00

11.402,002.306,004.340,00

0,509,79

68,911,451,755,417,701,562,93

1. Planície litorânea2. Os Tabuleiros Sub-litorâneos3. A Depressão Sertaneja4. A Chapada do Apodi5. A Chapada do Araripe6. O Planalto da Ibiapaba7. Os Maciços Residuais Cristalinos8. As Crsitas Residuais e Inselbergs9. As Planícies Fluviais

148.016,00 100,00TOTAL

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COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRAFICA DO ESTADO DO CEARA 79

II - Caracterização dos Compartimentos Topográficos

Passa-se a seguir, a estabelecer umacaracterização súmária de cada unidade,procurando-se evitar discussões mais pro-

A '

fundas sobre a genese das mesmas, afe-ta, mais diretamente, aos estudos de na-tureza geomorfológica.

1. A Plan(cie Litorânea - Trata-sede uma faixa de terra que acompanhaparalelamente a faixa costeira, com lar-gura de 5 - 10 km e constituída porsedimentos arenosos recentes intensa-mente trabalhados pela ação eólica.

Referido trabalho tem como conse-qüência geomorfológica principal a ela-boração de um vasto cordão de dunasmóveis submetidas a uma contínua mo-bilização das partículas de areia. À re-taguarda das dunas móveis, dunas degeração mais antiga, acham-se revesti-das por vegetação, o que contribui paradeter a remoção do material. Nestasdunas, há indício da efetivação de pro-cessos pedogenéticos, que se refletenum desenvolvimento, embora incipien-te, de um horizonte superficial, quemantém uma vegetação de porte arbus-tivo e às vezes arbóreo, denotando maioravànço da pedogênese. É comum em de-terminadas áreas da planície litorânea,verificar-se uma interpenetração dos doistipos de dunas, ao lado de paleodunasdisseminadas a maior distância dacosta.

Ao lado das dunas, as planícies flú-vio-marinhas, desenvolvidas através deüm processo combinatório de agentesfluviais e marinhos, marcam a paisagemda planície litorânea. Observa-se então,que sob a influência da preamar os se-dimentos marinhos são depositados aolado das aluviões fluviais. Este ambien-te cria condições para a fixação de man-gues que se dispõem longitudinalmenteàs calhas fluviais próximo às embocadu-ras dos rios. É oportuno salientar queestas planícies nem sempre têm o seudesenvolvimento num sentido perpendi-cular à linha do litoral. Muitas vezes,

elas têm sentido paralelo, em especialquando o cordão de dunas se interpõecomo obstáculo à livre circulação do es-coamento fluvial. Os cursos d'água demenor caudal, chegam mesmo a ser bar-rados fórmando lagoas costeiras de acen-tuado comprimento e pequena largura.Circundando-as, constata-se o desenvol-vimento das plan ícies flúvio-lacustres depequena expressão espacial. Nota-se queo posicionamento das dunas tem papeldecisivo para explicar a padronagemanastomótica ou labiríntica, verificadasnos baixos cursos d'água, ou os fre-qüentes desvios das embocaduras.

Na faixa costeira observa-se, às ve-zes, a presença de inúmeras pontas quequebram, de quando em quando, a re-tificação do litoyal (Jericoacoara, Igua-pe, Mucuripe, entre outras). A ocor-rência das mesmas é justificada pelaconstituição litológica de maior resistên-cia, associadas que estão, aos afloramen-tos de quartzitos ou às concreçõeslateríticas. É comum também, a exis-tência de paredões costeiros escu Itu ra-dos pela abrasão marinha, responsávelpelas falésias observadas em Paracuru,Caucaia, Camocim, Jericoacoara, MorroBranco.

Motivada pela excessiva dinâmicasólida e pela deficiência de atuação dapedogênese, a planície litorânea poucorepresenta em termos de ocupação agrí-cola. Apenas nas dunas edafisadas, alavoura de subsistência, particularmenteatravés do plantio da mandioca, chegaa ter algum destaque. Coqueirais sãorotineiramente observados neste compar-timento geomorfológico.

2. Os Tabuleiros Sub-Litorâneos -Á retaguarda da "Cordilheira" d~ dunase desenvolvidos em material detríticopertencente ao Grupo Barreiras, a notacaracterística é dada pelos relevos re-baixados de topos horizontais que cons-tituem os tabuleiros sub-litorâneos.

A área, como um todo, se apresen-ta como uma rampa suavemente incli-nada do interior para o oceano com de-clividade não superior a 5%. Represen-

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ta, portanto, um típico g/acis de acu-mulação que sulcado pela drenagem quedemanda o litoral, isola os interflúviostabuliformes. As altitudes dos tabulei-ros variam, normalmente, de 30 a 40 m,alcançando para o interior já nas proxi-midades do contato com rochas do em-basamento cristalino, cotas mais ele-vadas.

A pequena capacidade de incisãolinear proporcionada pela drenagem,confere uma pequena amplitude alti-métrica entre os interflúvios e os fundosde vales. Esta amplitude dificilmentesupera a cota de 15 m. As encostas des-ses relevos têm feições retil íneas e ex-põem, às vezes, um material concrecio-nário de maior resistência que dificultao aproveitamento agrícola. Por outrolado, nos interflúvios quando os sedi-mentos de textura mais arenosa sãosubstituidos por sedimentos mais pe-sados e de textura argilosa, a dissecaçãodo relevo tende a se acentuar e o mode-lado resultante tem topos ligeiramenteconvexos.

O aproveitamento agrícola atual temrevelado uma expressiva expansão dacultura do cajueiro, que encontra, nossolos dos tabuleiros de capeamento are-noso, condições favoráveis.

A boa drenagem apresentada pelossolos dificulta a ação erosiva dos pro-cessos pluviais acentuando contudo osefeitos da lixiviação. Sob tal ponto devista, o trabalho de desgaste só chega ase processar de modo mais pronun-ciado, quando os sedimentos argilososafloram, dificultando a infiltração e ace-lerando a ablação superficial atravésdo lençol de escoamento difuso.

3. A Depressão Sertaneja - Compre-ende em termos de extensão geográfica,a unidade de maior expressividade. Re-presenta uma superfície embutida, entreplanaltos cristalinos e/ou sedimentares,com níveis altimétricos variáveis entre100 - 350 m, com topografia expres-sivamente aplainada ou ligeiramenteondulada e recoberta por caatingas deporte e flora bastante diferenciáveis,

conforme a localização. Pela extensãoque a caracteriza, a depressão sertanejaapresenta acentuadas mudanças de natu-reza litológica e edáfica. Não obstanteas nuances observadas quanto às rochas,nota-se como um todo, o desenvolvi-mento de uma superfície de erosão quetruncando os mais diferenciados tiposde rochas, enseja a elaboração de umvasto aplainamento desenvolvido porprocessos de pediplanação engendradospelas condições de semi-aridez mais ri-gorosas. A distribuição espacial dos solosé bastante complexa, expresso por asso-ciações das mais diversificadas.

É na depressão sertaneja, que as con-dições climáticas de semi-aridez se tor-nam mais agudas com totais pluviomé-tricos que dificilmente ultrapassam a 800mm. O que porém, melhor identifica oclima regional é o regime pluviométricoirregular, tanto que no que diz respeitoao tempo, quanto no espaço. Esta irre-gularidade alcança, às vezes, os casos ex-tremos de secas, ou de chuvas excessi-vas e até mesmo um atraso pronunciado,que confere empecilho ao ciclo agrí-cola normal e à maturação da colheita.É desta forma que o regime pluviomé-trico sertanejo condiciona diretamentea agropecuária, tornando-a extremamen-te vulnerável e responsável pela fragili-dade econômica do sertão, onde os ní-veis de renda chegam a ser irrisórios.Pelo que representa em termos deárea no contexto espacial cearense, tor-na-se imprescindível e imperiosa a neces-sidade do desenvollvimento de pesqui-sas que conduzam ao e,stabelecimento dediretrizes exeqüíveis para atenuar as li-mitações impostas pelo quadro natural.E isto só será possível através de umatecnologia adaptada aos recursos natu-rais existentes, que são, sem dúvida,pouco propícios às atividades rurais. Énesse ambiente que o binômio pecuá-ria-algodão se destaca.

Do ponto de vista geomorfológico,as áreas deprimidas do sertão se eviden-ciam através de rampas suavemente in-clinadas com declives da ordem de 3 a

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8%. O caimento topográfico se orientano sentido dos fundos dos vales, ou dolitoral, com declive a partir da base dosníveis elevados dos planaltos sedimenta-res, ou dos maciços residuais, ou mesmodas cristas e inselbergs.

Na maior parte do sertão a capacida-de de incisão linear da drenagem é inci-piente o que justifica a pequena ampli-tude entre os interflúvios e fundos devales. Quando a drenagem se adensa eas rochas tenras prevalecem, há condi-ções para que a topografia se mostremais dissecada e os interflúvios assu-mam formas de topos convexizados.

mentos difuso e concentrado com ele-vado poder no transporte de detritosfinos; processos erosivos chegam a trun-car indistintamente litologias e estrutu-ras, conduzindo à elaboração das super-fícies erosivas (pedimentos), que identi-ficam o sertão; revestimento generaliza-do de caatinga que tem papel irrelevantepara deter ou atenuar os efeitos da açãoerosiva; pequena espessura do manto dealteração das rochas, com grande fre-qüência de solos pedregosos; capacidadediminuta da incisão linear promovidapela rede de drenagem.

Pelo que representa no quadro espa-cial cearense, o conhecimento adequa-do da dinâmica ambiental sertaneja,constitui condição prioritária para sechegar a proposições racionais para apolítica de planejamento agrícola do Es-tado.

A dinâmica morfogenética das de-pressões sertanejas estão estreitamentecorrelacionadas com os condicionantesclimáticos e com o caráter caducifóliodo revestimento florístico. A acentuadaamplitude diuturna das temperaturas éo principal fator que conduz à desagre-gação física das rochas. As chuvas tor-renciais por outro lado têm papel deci-sivo no processo de remoção daquele ma-terial alterado. O revestimento florís-tico pouco contribui para deter os efei-tos das enxurradas sertanejas e o materialsuperficial por ocasião da estação chuvo-sa, vai aos poucos sendo removido pelaação do lençol de escoamento e pelo len-çol concentrado (erosão hídrica Iam i-nar). Disso resulta a menor profundidadedos solos e a ocorrência de pavimentodesértico (chão pedregoso) pela pequenacapacidade transportadora do lençol deescoamento. É evidente, portanto, quedecorrente dos reter Idos processos de re-moção do material alterado e da peque-na espessura dos solos, a atividade agrí-cola é afetada. Em suma, um conjuntode características ambientais servem paradefinir a fisiografia da depressão serta-neja referindo-se como mais significati-vas as seguintes: pronunciada diversifi-cação litológica pela ocorrência de ro-chas cristalinas, cristalofilianas e sedi-mentares, de diferentes origens e ida-des; condições climáticas semi-áridas res-ponsáveis por processos físicos de alte-ração das rochas e pela ação dos escoa-

4. A Chapada do Apodi - Trata-sedo mais rebaixado nível de planaltosedimentar do relevo cearense, com alti-metria que não supera 250 m. Desenvol-vida em formações sedimentares do Gru-po Apodi (Formação Jandaira e Açu, doCretáceo), nota-se o suave mergulho es-tratigráfico no sentido NNE, o que con-tribui decisivamente para conferir ao re-levo, uma certa dissimetria, face a umescarpamento mais íngreme em sentidocontrário. A morfologia, portanto, se as-semelha mais a uma feição cuestiformeem que o "front" com declive mais (n-greme se volta para o interior, enquantoo reverso mergulha de modo mais suavepara o litoral através de declives nãosuperiores a 5%.

limitando a fronteira norte-orientaldos Estados do Rio Grande do Norte eCeará, a chapada do Apodi é capeada emsua quase totalidade por calcá rios per-tencentes à Formação Jandaira. Em ter-ritório cearense, a escarpa voltada paraoeste, só chega a ser mais perceptívelquando o Rio Jaguaribe se aproxima damesma. Há então o contato das litolo-gias do Grupo Apodi com as aluviõesda planície fluvial elaborada pelo Ja-guarit>e.

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A topografia da chapada é extrema-mente regular e sem qualquer indíciodos processos de dissecação do relevo.Isto se deve à permeabilidade apresenta-da pelos terrenos calcá rios e aren íticosque caracterizam o relevo. Por outro la-do, a baixa altimetria da área não chega afavorecer a formação de chuvas orográ-ficas, uma vez que os deslocamentos dear não encontram maiores obstáculosque motivem condições ambientais aná-logas àquelas observadas na depressãosertaneja.

mento populacional, contrastando com aocupação observada na chapada propria-mente dita.

6. O P/ana/to da /biapaba - Cons-titui um dos mais expressivos comparti-mentos de relevos do território cearense,limitando em toda a sua fronteira oci-dental com Q Estado do Piau í. Em ter-mos estruturais, a escarpa da I biapabacompreende o rebordo leste da bacia se-dimentar Paleozólico do Maranhão-Piauí.Este rebordo constitui um "front" dedeclive superior a 35% que contrastapara leste com os terrenos rebaixados eaplainados da depressão sertaneja. À me-dida que se atinge a superfície de topoda Ibiapaba a topografia declina de mo-do quase imperceptível para oeste nosentido do Piauí. Evidencia-se então aárea do reverso configurando para a I bia-paba como todo, um bloco dissimétricoque coaduna nitidamente com os relevosde cuestas.

A dinâmica geomorfogenética, temem conseqüência das condições prece-dentes referidas, uma evolução que emgrande parte guarda semelhançacom as superfícies de aprainamento ser-tanejas. O mesmo pode ser verificado doponto de vista de uti I ização da "lerra.

5. A Chapada do Araripe - Abran-ge os setores meridionais do territóriocearense na fronteira com o Estado dePernambuco. Desenvolve-se em rochascretácicas do Grupo Araripe. Contraria-mente à Chapada do Apodi, no Araripeas cotas altimétricas alcançam em mé-dia 900m. O topo do planalto compre-ende uma superfície tabular onde a ine-xistência de drenagem superficial justi-fica a preservação da superfície horizon-tal sem que se chegue a denunciar qual-quer trecho sujeito aos efeitos dos pro-cessos de dissecação do relevo. A preca-riedade do escoamento superficial decor-rente da elevada porosidade e permeabi-lidade das rochas, justifica porém o sur-gimento de inúmeras ressurgências navertente setentrional voltada para o Cea-rá. Este fato condiciona o desenvolvi-mento de um típico "brejo" de pé-de-serra. Trata-se da região do Carlri. Nestaárea as condições naturais em nada seassemelham ao que é verificado no topoda chapada. Há então a predominânciade formações vegetais de porte arbóreo,os rios são perenes e a vida agrícola édas mais intensas. Pela melhoria das con-dições naturais o Cariri além de ser umadas mais importantes regiões agrícolas doEstado, apresenta extraordinário adensa-

As altitudes médias do Planalto daIbiapaba estão em torno de 150m e éoportuno referir que de norte para sulcomo de leste para oeste, as condiçõesecológicas são substancialmente diferen-tes. Nos setores setentrionais os efeitosdas chuvas orográficas são mais eviden-tes tanto no "front" como no reversoimediato. À medida que o obstáculo to-pográfico é transposto, cessam os efeitosdas chuvas. Passa-se assim depois de 8-10km, de faixa úmida primariamente reco-berta pela mata perenifólia ou sub-pere-nifólica (brejo), para a região do "car-rasco" e na qual a semi-aridez é o princi-pal fator condicionador ao lado de latos-solos, regossolos e areias quartzosas,reslJltantes de um arenito que acobertatodo o planalto em território cearense.De norte para sul, sobremaneira apóso boqueirão formado pelo Rio Poti, acaatinga ocupa a quase totalidade do es-paço, refletindo assim também, quedasubstancial das precipitações. Nota-seque, tanto para o sul quanto para o oestehá um aumento progressivo das deficiên-cias hídricas. A área úmida tem portantoextensão restrita e com o desmatamento

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indiscriminado que se efetivou nos últi-mos anos, motivado pela expansão dacultura cafeeira, já se observa pequenasmanchas de mata primitiva. Evidente-mente que o referido problema tem es-treita conexão com uma pol ítica racionalde preservação e de uso da terra.

7. Os Maciços Residuais Cristalinos -Nos vastos aplainamentos que caracteri-zam o sertão cearense , surgem, de quan-do em quando, áreas de exceção que re-presentam verdadeiras "ilhas" de umida-de no contexto geral semi-árido. Trata-sedos maciços antigos constituidos por ro-chas metamóficas ou intrusivas revesti-dos primariamente por florestas pere-nifólicas ou subperenifólicas com morfo-gênese qu ímica e evolução associada comos processos de dissecação do relevo. Adireção predominante desses maciços éSW-NE ou SSW-NNE e mais raramenteS-N. Esta orientação ao lado da locali-zação e da altitude, confere, para cadamaciço, a verificação de setores distintosdo ponto de vista ambiental. Nas serrassituadas mais próximas ao litoral, com al-titudes superiores a 600m, as vertentesorientais são, via de regra, submetidasaos efeitos de maiores precipitações, oque se reflete na ocorrência de encostade barlavento e favorece a fixação de umcontingente demográfico dos mais ex-pressivos. Esta popu lação se ded ica auma atividade agrícola policuftora, semobedecer, contudo, às mínimas condi-ções de preservação dos recursos naturaisrenováveis. As técnicas utilizadas para autilização da terra são as mais rudimen-tares possíveis, o que agrava sensivelmen-te uma pol ítica de preservação daquelesrecu rsos.

gico para o aproveitamento agrícola, asuperutilização da terra é a tônica ca-racterística. Com isso o equilíbrio eco-lógico é diretamente afetado. Através dodesmatamento indiscriminado que vemse processando sem que se preserve nemmesmo os topos das elevações ou encos-tas, com declives superiores a 40%, osprocessos de erosão acelerados com fre-qüentes deslizamentos de terra porocasião da estação chuvosa, tendem a umdepauperamento dos solos e afetam osmananciais hídricos.

Nas vertentes ocidentais ao abrigodos ventos úmidos, se estabelecem asáreas de "quebradas" onde apesar de severificarem processos de dissecação pro-movidos pela drenagem, a morfogêneseguarda semelhanças com certas áreas dasdepressões sertanejas em especial com osrelevos ondulados revestidos por caatin-gas hipoxerófilas. A tipologia das lavou-ras da mesma forma não chega a ser con-trastante com o sertão pois prevalece acultura algodoeira, ao lado da produçãode cereais de subsistência.

Os maciços cristalinos secos, com al-titudes abaixo de 600m, localização in-teriorizada e sem que se verifiquem pro-nunciadas mudanças climáticas motiva-das por influência morfológica, não temas características de "brejo" referidaspara os topos e vertentes de barlaven~osdos maciços úmidos mais elevados. Temum ambiente com condições análogas aodas vertentes de sotavento daquelasserras úmidas.

Os maciços residuais cristalinos, con-tudo, compreendem importantes regiõesagrícolas do Estado, onde o sistema fun-diário tem conotações estreitas com amelhoria dos fatores do potencial eco-lógico. A par de tais condições, concen-tram efetivos humanos expressivos quevivem da exploração de minifúndios,através de uma policultura que pela su-perutilização da terra, tem favorecido adeteriorização de recursos naturais reno-váveis e contribuido para agravar a qua-lidade'de vida dessa DoDulacão.

Considerando-se que nessas áreasmais úmidas dos maciços residuais, adissecação do relevo ocorre na forma detopos aguçados ou convexos e os decli-ves das encostas superam a 25%, háque considerar a preocupação pela ado-ção de técnicas agrícolas que ímpeçamou atenuem os efeitos degradacionais.Nota-se, contudo, que pelas menores li-mitacões ofertadas pelo potencial ecoló-

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84 SOUZA. M. J. N. ET AL

Dentre os maciços úmidos podemser considerados os seguintes: Baturité,Maranguape, Meruoca, Machado, Urubu-retarT}a etc. As serras das Matas, Calogi,Rosário, São Pedro, Estêvão, Guaribas,Pipocas, além de outros compartimentosmenores se enquadram como serrassecas.

8. As Cristas Residuais e Inselbergs -São formas disseminadas pela depres-são sertaneja que efetivam os efeitos se-letivos de trabalho erosivo no decorrerda história geológica recente da região.São geralmente áreas despidas de solo oude vegetação e quando a pedogênese seefetiva, conduz à formação de solos li-tólicos, recobertos por uma caatingade porte arbustivo. O significado agrícoladestas formas não tem expressão merece-dora de uma maior referência.

9. As Plan{cies Fluviais - Repre-sentam típicas formas de deposição flu-vial que por oferecerem melhores condi-ções de utilização agrícola, contrastamcom os setores interfluviais com solosmais limitativos para aquele tipo de uso.Dentre estas planícies as mais expressi-vas foram formadas pelos rios Jaguaribe,Banabuiu, Salgado, Acaraú, Curu, Co-reaú, Aracatiaçu, Aracatimirim, Poti,dentre outros. Transversalmente, podemser observadas nestas planícies, setoresbem homogêneos e claramente identifi-cados: a vazante- compreende basica-mente o talvegue e o leito menor do rio,podendo ser submetido a cheias perió-dicas. Na área de vazante a largura édependente do débito e do regime flu-vial e atinge para os maiores rios até1000-1200m. Nela podem ser notadasa presença de bancos de areia e "croas".Imediatamente após a área da vazante,identifica-se a várzea que compreende amaior parte da planície fluvial. É normal-mente uma área de terras planas, desen-volvidas em ambas as margens, com lar-gura que superam a 10 km, para rios demaior escoamento. O material Que cons-

titui é de natureza aluvial e mais rara-mente, podendo-se nela notar a ocorrên-cia de leitos de divagação do rio, em par-ticular nos baixos cursos, quando a ve-locidade do fluxo hidrológico é sensivel-mente diminuida. A várzea só chega aser atingida pelas águas do escoamentofluvial por ocasião de chuvas excessivasque provocam, conseqüentemente, aocupação do chamado leito maior ex-cepcional. Às vezes, as várzeas apresen-tam pequenos compartimentos mais ele-vados e abrigados mesmo durante ascheias excepcionais. Representam as po-pularmente conhecidas "várzeas altas".Em geral, porém, o que prevalece é achamada "várzea baixa" ocupada pelamata galeria de carnaubais. O limite daplanície com os interflúvios, é marcadofinalmente pela ocorrência de terraçosfluviais-pequenas barrancas recobertaspor seixos pouco arestados que compre-endem parcelas representativas dos anti-gos leitos de inundações fluviais.

É oportuno referir que nas planíciesfluviais, o nível hidrostático encontra-sea uma profundidade que pouco supera a5 metros, possibilitando que haja duran-te a estação seca, um aproveitamento dolençol freático por meio de cacimbasou de poços pouco profundos. Nos riosmaiores, é freqüente também a presençade pequenas lagoas alimentadas pelo ex-travasamento de água do leito menor,quando se transpõe o obstáculo repre-sentado pelo dique marginal (pequenabarranca fluvial que separa o leito me-nor da área de várzea.

Cumpre salientar finalmente que ap-sar das planícies fluviais constituirem pe-quenos cQmpartimentos de relevos dedisposição longitudinal as possibilidadesque oferecem às atividades agrícolas,conferem às mesmas, importância dasmais significativas.

CONCLUSOES

Das referências aludidas anteriormen-te para caracterizar os diversos compar-timentos do relevo cearense, chega-se

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COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRAFICA DO ESTADO DO CEARA 85

a propor algumas observações que acre-dita-se ser de inestimável valor I quandose trata da programação de estudos bá-sicos com vistas ao aproveitamento eco-nômico dos recursos naturais renováveis.

áreas mais propícias à atividade agrí-cola, com a constante incorporaçãode novas terras, tenderão a compro-meter seriamente o futuro de solosdotados de boa fertilidade, além deagravar as condições do equillbrioecológico. O referido fato vem severificando com mais intensidade nas"serras" úmidas do Ceará. É impres-cindível que se atinja a uma aproxi-mação do estado de equil íbrio entreo uso agrícola do solo e a conser-vação do ambiente.Cumpre referir finalmente que, em-

bora os propósitos do presente trabalhofossem extremamente restritivos, procu-rou-se abrir perspectivas que, à primeiravista, pouco tinham a ver com o objetocentral desta pesquisa. Mas o que pro-curou-se ressaltar, comprova que os es-tudos setorais sobre algum elemnto am-biental devem ser sucedidos por outrosque conduzam ao necessário grau de in-tegração. Só entã? poder-se-á atingir asíntese para o conhecimento pleno doambiente natural.

SUMMARY

The authors describe a summarizedclassification of nine of relief identi-fied in the topographic analysis of theState of Ceará. They show the impor-tance of the search in providing infor-mation for the management of renewa-ble natural resources and it is providedguidelines for a more rational policy ofagriculture use. The work was developedwith field observations and use of basiccharts, mainly radar mosaico A map ofTopographic Compartimentation at the1 :500.000 scale was organized and it ispresented.

Os estudos sobre compartimentaçãotopográfica constituem requisitos in-dispensáveis para a proposição de cri-térios de regionalização. Represen-tam por outro lado elementos im-prescindíveis para um conhecimentoadequado do ambiente e, como tal,base para levantamentos ecológicos,fitogeográficos, pedológicos etc.;O estabelecimento da compartimen-tação topográfica não deve ser enca-rada como um fim em si mesmo, masrepresentar um elemento auxiliarpara o desenvolvimento de estudosque objetivam uma finalidade prag-mática;Os estudos que tratam do conheci-mento do ambiente com vistas aum aproveitamento econômico, sódevem ser analíticos, na medida emque conduzam a posteriores sínte-ses, pois o meio ambiente não éconseqüência de elementos estan-ques, mas de fatores que guardem es-treitas relações de reciprocidade;Há necessidade premente de queos estudos ecológicos não se restrin-jam aos levantamentos botânicos ouzoológicos, consubstanciados estrita-mente na fisiologia e sistemática, ounas relações mútuas entre os seresvivos. Há que se pensar no jogo dasrelações entre os seres vivos e o seuambiente, o qual resulta de uma in-tegração inicial dos fatores abió-ticos-clima, litologia, hidrologia e re-levo;A atividade agrícola tem implica-ções diretas com o ambiente poisconsistindo numa substituição do re-vestimento vegetal original por umavegetação cultivada, deve ser prece-dida do conhecimento pleno e ade-quado' das condições ambientais eOs desmatamentos indiscriminados epredatórios que se observam nas

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