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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 1º PERÍODO Karylleila Andrade Klinger Kyldes B. Vicente PALMAS-TO

COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO - ead.unitins.br050719174220... · EAD UNITINS / EDUCON - COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO - ADMINISTRAÇÃO 6 Bibliografia Básica ABREU, Antônio Suárez. A

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

1º PERÍODO

Karylleila Andrade Klinger

Kyldes B. Vicente

PALMAS-TO

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Universidade do Tocantin

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Tecnologia em educação continuada

Fundação Universidade do Tocantins

Reitor: Edison Nazareth AlvesPró-Reitor Acadêmico: Humberto Luiz Falcão CoelhoPró-Reitor de Pesquisa e Extensão: Maria Luiza C. P. do NascimentoPró-Reitor de Administração e Finanças: Joaber Divino MacedoDiretor de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais: Galileu MarcosGuarenghi

Educon – Empresa de Educação Continuada Ltda

Diretor Presidente: Luiz Carlos Borges da SilveiraDiretor Executivo: Márcio YamawakiDiretor de Desenvolvimento de Produto: Luiz Carlos da Silveira FilhoDiretor Administrativo e Financeiro: Júlio César AlgeriCoordenação de Educação a Distância: Eliane Garcia DuarteCoordenação Geral - Tocantins: Eugênio Leone Neto

Equipe Pedagógica – Unitins

Coordenação Pedagógica Geral: Geraldo da Silva GomesCoordenação do Curso Administração: Claudemir AndreacciCriação de Imagens, diagramação e paginação: Edglei Dias RodriguesFormatação: Kamylla Sylvia dos Santos Oliveira Valdirene Cássia da SilvaRevisão: Denise Mendes França, Maurício Clementino, Kyldes B. VicenteConteúdos da Disciplina: Karylleila Andrade Klinger Kyldes B. Vicente

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SUMÁRIO

AULA 1 07Apresentação do programa e língua padrão

AULA 2 10A ligação lógica das idéias: coesão textual I

AULA 3 17A ligação lógica das idéias: coesão textual II

AULA 4 25

A ligação lógica das idéias: coerência textual

AULA 5 34A redação do parágrafo: conceituação, redação e estruturação

AULA 6 45

A redação do parágrafo: formas de ordenar e desenvolvimento

AULA 7 54O que é leitura

AULA 8 59Os níveis de leitura

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APRESENTAÇÃO

Este caderno de conteúdo e atividades da disciplina de Comunicação e Expressão temcomo objetivo a produção textual. Para que você possa desenvolver melhor o seuraciocínio, as atividades, ora apresentadas, fundamentam-se, sobretudo, no saber articularde forma lógica as idéias. Para combinar reflexões teóricas com propostas práticas, estecaderno não só traz contribuições relevantes para o ensino de língua portuguesa, comotambém motivará você para um trabalho mais prazeroso com o texto.

PLANO DE ENSINO

CURSO: ADMINISTRAÇÃOPERÍODO: 1ºDisciplina: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃOCrédito: 04

Ementa:A ligação lógica das idéias, por meio de articuladores; a estruturação do parágrafo pormeio de mecanismos lingüísticos; os níveis de leitura; informações implícitas e explícitas:pressupostos e subtendidos; polifonia e intertextualidade; escritura de resumos; elaboraçãode fichamento; revisão gramatical.

Objetivos- Incentivar o desenvolvimento reflexivo-teórico para a produção de textos;- Ler, interpretar e redigir variados tipos de textos (técnicos, acadêmicos, jornalísticos eoutros);- Conhecer as condições de produção de um texto;- Reconhecer os níveis de leitura;- Saber ordenar parágrafos.

Conteúdo programático- A ligação lógica das idéias, por meio de articuladores textuais- Coesão e coerência textual- Redação do parágrafo: conceituação, tópico frasal; formas de ordenar o desenvolvimentodo parágrafo; conclusão- Os níveis de leitura: emocional, racional e sensorial; estrutura superficial, intermediáriae profunda- Informações implícitas e explícitas: pressupostos e subtendidos- Polifonia e intertextualidade- Resumos; elaboração de fichamento- Revisão gramatical

Leituras obrigatóriasBLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de Comunicação Escrita. 12.ed. São Paulo: Ática, 1995.MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.

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Bibliografia BásicaABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 5.ed. SãoPaulo: Ateliê Editorial, 2002.ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, SãoPaulo: Ática, 2004.PLATÃO & FIORIN. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1997.

Bibliografia ComplementarBLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de Comunicação Escrita. 12.ed. São Paulo: Ática, 1995.FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 9.ed, São Paulo: Ática, 2002.FULGÊNCIO, Lúcia; LIBERATO, Yara. Como facilitar a leitura. 7.ed, São Paulo: Contexto,2003.MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1983PLATÃO & FIORIN. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1998.

Karylleila Andrade KlingerMestre em Linguística Geral e Semiótica - USPDoutoranda em Línguística Geral e Semiótica - USP

Kyldes B. VicenteMestre em Estudos Literários - UFG

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APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA E LÍNGUA PADRÃO

Objetivo:

Apresentar o programa e o cronograma de Comunicação e Expressão ecompreender a importância da língua padrão e seus usos.

Os livros O que é leitura (MARTINS, 1983) e Técnicas deComunicação Escrita (BLISKSTEIN), que estão na bibliografia serãodiscutidos nas tele-aulas. Portanto, todos deverão lê-los antes dasapresentações das aulas.

Nesta primeira aula, vamos apresentar o programa da disciplina de Comunicaçãoe Expressão e estudar sobre a importância da língua padrão e seus usos.

Palavras-chaves: programa da disciplina, língua padrão, variedades lingüísticas.

Mas antes de iniciarmos as discussões do nosso caderno de conteúdos e atividades,vamos conversar um pouco sobre o conceito de língua padrão. Esse é o nível delinguagem que iremos abordar e apresentar no decorrer do nosso estudo.

Mas, o que é língua padrão?

Toda equalquer línguapossui diferentesformas lingüísticasde se falar a mesmacoisa. Ou seja, hávárias formas de sefalar determinado enunciado. Isso quer dizer que não há uma modalidade mais bonitaou mais feia que a outra. A não ser que adotemos o preconceito lingüístico de acharque existe apenas uma única maneira de se falar a nossa língua, uma forma mais bonitae prestigiada. Neste caso, estaríamos menosprezando as condições sociais, regionais eestilísticas de cada pessoa ou grupo.

AULA 01

Enunciado: é toda manifestação concreta de uma frase, emsituações de comunicação. Assim, por exemplo, “Como o dia estáquente” é uma frase (gramatical) do português. Toda vez que elafor pronunciada, por indivíduos diferentes, ou pelo mesmoindivíduo, em momentos diferentes, tem-se o enunciado dessafrase.

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Preconceito lingüístico está ligado à confusão criada entre língua e gramáticanormativa. O preconceito existe quando acredita-se que existe uma única forma de sefalar a língua portuguesa, excluindo assim todas as outras formas de se falar. Ex.: “Nósfomos”, “Nóis foi”, “A gente vai”, “Nóis fumo”.

No entanto, não podemos nos esquecer que existe uma diferenciação valorativa,resultado do significado social, que certas formas lingüísticas adquirem nas sociedades.Assim, é preciso entender que para cada situação existe uma forma de se falar. Precisamosnos adequar e procurar aceitar e respeitar a linguagem do outro. Desse modo, estamosrespeitando o lugar de onde o outro veio, sua história de vida Não podemos nos esquecertambém de que o nosso ouvinte está sempre nos avaliando, nos julgando. Aprendemosque a linguagem é altamente reveladora e que ela nos expõe. Diz quem somos e o quequeremos. Reflete nossa classe social, nossa procedência, revela nossa opinião, nossaintenção enquanto autores. Nesse caso, a linguagem é poder.

Os manuais de gramática normativa contêm normas de bom uso da língua, para falar eescrever bem. Compreende-se o bom uso no sentido de utilizar a língua apenas em suavariedade culta, padrão.

Toda e qualquer língua admite variações. É o que chamamos de variações lingüísticas.São formas, maneiras diferentes de se falar a mesma coisa.

As variações lingüísticas são condicionadas por fatores geográficos, sociais eestilísticos.

Geográfico - de região para região. Compare as pronúncias de um nordestino, um cariocaum gaúcho, um português e um brasileiro, por exemplo. Há diferenças no vocabulário(tangerina, mimosa, bergamota) e de sintaxe (me dê a chave X dê-me a chave).

Ex.: Em Portugal se diz “comboio”, e, no Brasil, “trem”.No nordeste se diz “sei não” e “não sei” (ou “não sei, não”, no sudeste).

Social – vai depender da idade, sexo, profissão, posição social, grau de escolaridade,bairro onde reside. Este tipo de variação está relacionada à identidade dos falantes etambém à organização sociocultural da comunidade de fala.

Ex.: Uso da dupla negação, como em “ninguém não viu,” “eu não vi não”,“eu nem num fiz isto”. Presença do [r] no lugar do [l], “pranta”, planta, “fror”, flor.

Estilística - podemos dizer que cada usuário da língua tem um estilo próprio que vaidepender do ambiente ou situação. O estilo pode ser formal, informal, coloquial, familiar,

Ex.: linguagem informal “vem cá, benzinho,” linguagem formal“Por favor, pegue isto para mim”.

Assim fica mais fácil entender por que as línguas não são inertes, estáticas. Elasvariam, elas se modificam continuamente com o tempo.

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Somos o que somos quando conquistamos nossa palavraentre milhares de outras. (Carlos Alberto Faraco)

Vamos realizar algumas atividades para melhor fixar a discussão sobre língua padrão?

1 - Observe as frases abaixo considerando apenas a linguagem oral:

a) A gente fomos para a feira.b) A gente foi para a feira.c) Nós fomos à feira.d) Nóis foi para a feira.e) Nóis fomo para a feira.

2 – Na sua vida cotidiana, como falante da língua portuguesa, responda as questões abaixo:

a) Você considera uma dessas variedades mais correta que as outras? Por quê? Eas outras, como você as classifica?

b) Com qual delas você se identifica mais? Há alguma frase que você não se identifica de jeito nenhum? Por quê?

c) Considerando as variedades acima decorrentes do nível social, produza um perfildesses falantes, observando o grau de escolaridade, procedência, idade, sexo,posição social etc.

d) Considere as frases (a) “A gente fomos para a feira” e (b) “A gente foi para a feira”.As duas são aceitáveis no cotidiano? E mais, como falante nativo da língua portuguesa,você acha que há alguma regra que possa responder o uso dessas duas situações?Qual (is) seria (m)?

e)Você acha que há alguma relação, uma regra que possa responder a inserção deum [i] nas palavras “nóis”, “feiz”, “veiz”? Qual seria?

a b c d e

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, São Paulo: Ática, 2004.FARACO, C.A. & TEZZA, C. Prática de Texto para estudantes universitários. Petrópolis:Vozes, 1992MUSSALIN, Fernando; BENTES, Anna Christina. Introdução à Lingüística. Vol 1. SãoPaulo: Cortez, 2000.

A LIGAÇÃO LÓGICA DAS IDÉIAS: COESÃO TEXTUAL I

Objetivo:

Identificar os elementos coesivos por retomada ou antecipação na produçãotextual.

Coesão textual por retomada ou antecipação.

Vamos estudar sobre a coesão textual, o uso dos elementos coesivos por retomadaou antecipação na produção textual.

Palavras-chaves: coesão textual, retomada ou antecipação, anáfora e catáfora.

Você já parou para refletir como os textos são construídos?

Observe como, a todo instante, estamos produzindo textos, principalmente naoralidade. Essa produção oral depende de uma série de circunstâncias: grau deformalidade, objetivo da comunicação, relação entre os participantes e o canal utilizadopara a realização de tal evento (telefone, rádio, televisão, internet, conversas formais einformais, palestras, chats, videoconferências e outros).

Oralidade pode ser considerada como sinônimo de língua falada.

AULA 02

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Já na produção escrita, que difere da oralidade, necessitamos ficar mais atentosa alguns elementos lingüísticos que estabelecem relações de sentidos, os quais já sãoutilizados na oralidade, mas em menor grau, pois quando falamos, fazemos uso não sóde elementos verbais, mas também prosódicos (ritmo, velocidade da voz, pausas) enão lingüísticos (hum!, ahn!) que desempenham uma função interacional qualquer nafala.

Lingüística é a ciência da linguagem

Assim, nas situações comunicativas – oral e escrita -, fazemos uso de elementosque nos auxiliam na ligação das idéias que estão sendo ditas ou escritas. Esses elementosfazem o que chamamos de coesão textual.

Vamos ler agora alguns textos para entender um pouco melhor o que seja a coesãotextual.

Texto 1

Bolo de Milho

Ingredientes

3 copos de milho (natural)2 copos de açúcar3 copos de leite6 ovos3 colheres (sopa) de farinha de trigo2 colheres (sopa) de manteiga1 pitada de sal1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de PreparoBata todos os ingredientes no liquidificador. Coloque em uma forma untada e

enfarinhada. Leve ao forno quente por 1 hora.

Texto 2

31/01/2005 - 17h09

Dólar perde para o real pelo 8º mês e bancos erram previsões

SÉRGIO RIPARDOda Folha Online

O real fechou o oitavo mês consecutivo de valorização frente ao dólar - para odesgosto dos exportadores, que perdem dinheiro na hora de trocar suas divisas. Mais

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uma vez, os bancos erraram suas previsões para o câmbio. No último dia de janeiro, amoeda americana caiu 1,39% e encerrou vendida a R$ 2,61, bem abaixo da médiaprojetada pelos analistas (R$ 2,70) para o período. Essa é a menor cotação desde oinício de junho de 2002. No mês, a baixa acumulada foi de 1,65%.

A queda da cotação nesta segunda-feira se acentuou após o anúncio do lançamentode uma captação externa pelo Tesouro Nacional, que ofereceu aos investidores um bônusde 20 anos. A oferta inicial era de US$ 1 bilhão, mas devido à forte demanda (acima deUS$ 6 bilhões), o Brasil elevou o valor da emissão para US$ 1,25 bilhão.

A operação indica que, lá fora, existe apetite dos grandes bancos por papéis deemergentes, um sinal de confiança na economia do país e uma garantia de acesso àcapital externo. Ou seja, o ingresso de dólar tende a continuar forte, sem criar problemasgraves de financiamento para o governo e empresas.

A moeda americana chegou a exibir uma cotação mínima de R$ 2,609. Se por umlado a queda do dólar é positiva para aliviar as importações de matérias-primas e, portabela, reduzir a pressão sobre a inflação, o real forte pode prejudicar o saldo da balançacomercial no futuro. É por isso que os exportadores reclamam da queda do dólar, poiseles faturam menos na conversão da moeda.

Desde o final do ano passado, o dólar no Brasil segue a tendência internacionalda cotação. No mundo, a moeda dos EUA perde valor para o euro, iene e libra. Adepreciação do dólar interessa aos EUA, pois estimula suas exportações e inibe asimportações. Ou seja, fica mais barato comprar produtos americanos. A maior economiado planeta precisa atrair capital estrangeiro para reduzir seu déficit externo.

O ingresso de dólares no Brasil também é crescente. Os exportadores vendemmais, trazendo mais divisas para o país. Bancos e empresas estão captando mais recursosem empréstimos fechados no exterior. Em busca de ganhos maiores, os investidoresestrangeiros também aplicam mais dinheiro na compra de papéis brasileiros,principalmente títulos públicos atrelados aos juros.

Tomar empréstimo no exterior também ficou mais barato, o que ajuda a aumentara oferta de dólares no país. O custo do crédito está menor porque a percepção sobre orisco de um calote na dívida brasileira caiu de forma significativa desde 2003. O governoLula adotou medidas ortodoxas em troca da credibilidade com bancos credores: o paísfez economia recorde para pagar juros da dívida e cumpriu metas com o FMI. Com isso,o risco Brasil desabou e reduziu o custo das captações no exterior.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u93027.shtml

Como você pôde observar, no primeiro texto, a receita divide-se em duas partes:inicialmente, apresenta os ingredientes e, em seguida, o modo como ela é preparada.Naquela, introduzem termos novos (novos do ponto de vista da comunicação, informaçõesque estão sendo introduzidas pela primeira vez). Agora, no segundo momento, essestermos e informações que foram apresentados são retomados. O milho, o açúcar, o leite,os ovos, a farinha de trigo, a manteiga, referidos anteriormente, são retomados por artigosdefinidos, que possuem como função de denotar que o termo que eles precedem indicamo mesmo ser que outro termo idêntico presente no texto já mencionara. Quando dissemoso milho, o que se está indicando é que é aquele mesmo milho já mencionadoanteriormente.

O segundo texto também é construído por meio de retomadas, isto é, recupera-se,em uma sentença B, um termo presente em uma sentença A. No exemplo:

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“Essa é a menor cotação desde o início de junho de 2002”

o elemento essa recupera a informação contida na frase anterior. Há vários tiposde elementos coesivos. São chamados de conectores ou operadores discursivos, quesão palavras ou expressões responsáveis pela concatenação, pela criação de relaçõesentre os segmentos do texto. São exemplos de conectores: portanto, também, pois,então, já que, mas, com efeito, aliás, porque, etc.

Na frase:

“A oferta inicial era de US$ 1 bilhão, mas devido à forte demanda (acima deUS$ 6 bilhões), o Brasil elevou o valor da emissão para US$ 1,25 bilhão”

O elemento conectivo mas estabelece uma relação de oposição, isso quer dizerque contrapõe argumentos orientados para conclusões contrárias.

Assim, caro aluno, para melhor construir um texto com unidade semântica, ouseja, com lógica, é necessário realizar a ligação, a conexão, a relaçãoentre as palavras, frases e expressões. A isso chamamos de coesãotextual.

Texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças,mas pelo encadeamento semântico delas, criando, assim, umaredetrama semântica a que damos o nome de textualidade. Oencadeamento semântico que produz a textualidade chama-se coesão.

Semântica é um meio de representação do sentido dos enunciados.

Que tal entendermos um pouco mais sobre a COESÂO TEXTUAL?

De acordo com Platão e Fiorin (1997), há dois tipos de coesão:retomada ou antecipação e conexão.

Coesão por retomada ou por antecipação

Ex. 1: (...) a moeda americana caiu 1,39% e encerrou vendidaa R$ 2,61 bem abaixo da média projetada pelos analistas (R$ 2,70)para o período. Essa é a menor cotação desde o início de junho de2002.

A expressão definida essa remete à expressão já posta, a moeda americana,levando você a fazer um movimento referencial de retrospectiva, ou seja, para trás. Sãochamados de anafóricos esses elementos, que podem ser os pronomes demonstrativos(este, esse, isso, aquele), os pronomes relativos (que, o qual, cujo, onde), certos advérbiose locuções adverbiais (nesse momento, então, aí, lá etc), os verbos fazer e ser, o artigo

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definido, expressões nominais, sinônimos, o pronome pessoal de 3º pessoa (ele/ela, o/a,lhe). Vamos estudar outros exemplos:

Ex. 2: Maria, Ana e João estudam muito, Antônio quase não ofaz.

(= estuda)

Ex. 3: O Estatuto da Criança e do adolescente é claro. Lá estáescrito: “É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos, salvo nacondição de aprendiz.” (Cap. V, Art. 60.)

Ex. 4: O governo Lula adotou medidas ortodoxas em troca dacredibilidade com bancos credores: o país fez economia recorde parapagar juros da dívida e cumpriu metas com o FMI. Com isso, o riscoBrasil desabou e reduziu o custo das captações no exterior.

Ex. 5: Ela deveria ser erradicada do nosso país imediatamente, a exploraçãosexual.

Mas, não podemos nos esquecer que da mesma forma que podemos retomarelementos já introduzidos no texto, podemos, também, antecipar, ou seja, anunciarelementos. Sabe como esses elementos são chamados? São denominados decatáforas. Vejamos um pouco mais sobre a antecipação deelementos lingüísticos.

Ex 6: O presidente disse isto: o país é grande o suficiente paracrescer mais na economia.

Agora, vamos praticar a coesão e a interpretação textual, lendoo texto abaixo.

Leia a propaganda retirada da Revista Veja, Edição 1888, ano 38, nº 3, 19 dejaneiro de 2005 e responda o que se pede.

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1. Os elementos coesivos, por retomada, alguns e ela, respectivamente, no 1º e 2º parágrafos, referem-se a que elementos?

2. A palavra Bohemia é substituída várias vezes no texto por pronomes ouexpressões. Cite algumas delas.

3 – As expressões “Por tudo isso”, 4º parágrafo, “Tudo isso”, 6º parágrafo, sãochamados de elementos anafóricos. Por quê? A que eles se referem?

Vamos aplicar um pouco mais a coesão textual?

1. Construa uma nova versão dos textos a seguir, utilizando, em relação àspalavras TVP e idéias, os mecanismos de coesão que julgar adequados, evitando repeti-las:

a) TVP pode ter complicações fatais. Principalmente em casos de operação,hospitalização e desinformação. TVP significa Trombose profunda. Para milhares depessoas, a TVP também pode significar a morte. A TVP pode surgir de maneira silenciosa,especialmente após cirurgias prolongadas. A TVP é grave – mas a avaliação de risco ésimples, e o tratamento preventivo. Tire a TVP do seu caminho.

b) Nós trabalhamos com idéias. As idéias não têm cheiro, mas as idéias sãopercebidas de longe. As idéias não têm tamanho, mas as idéias ocupam bibliotecas. Asidéias não têm duração, mas algumas idéias não morrem jamais. Idéias que entrem porum ouvido e não saiam pelo outro. Idéias que ascendam a imaginação. Idéias quesensibilizem as pessoas e logo se transformam em ações. É um perigo trabalhar comidéias. Tem gente que morre de medo. (...)” (KOCK, Ingedore, Villaça. Inter-ação pelalinguagem. São Paulo: Contexto, 1997.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, São Paulo: Ática, 2004CHAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Como se faz um texto: a construção dadissertação argumentativa. Recife: Editora do Autor, 2001.FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 9.ed, São Paulo: Ática, 2002.KOCH, Ingedore Villaça. A Inter-Ação pela Linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.PLATÃO & FIORIN. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1997._______________. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1998.TERRA, Terezinha. Todo dia uma delícia. São Paulo: Ática, 1993.

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A LIGAÇÃO LÓGICA DAS IDÉIAS: COESÃO TEXTUAL II

Coesão textual: conexão ou seqüencial.

Objetivo: reconhecer os elementos coesivos na produção textual e identificar os

elementos que fazem parte da coesão seqüencial.

Nesta segunda etapa da coesão textual, vamos estudar a coesão seqüencial. Ouso desses elementos conectores ou operadores discursivos na produção textual.

Palavras-chaves: Coesão seqüencial ou por conexão, conectores ou operadoresdiscursivos.

Dando continuidade ao nosso estudo sobre a coesão textual, iremos agora parao segundo caso: coesão seqüencial ou por conexão. Esse tipo de coesão tem porobjetivo realizar uma amarração semântica, isto é, fazer progredir, deixar fluir o texto. Jásabemos que o uso desses elementos é fundamental para facilitar a interpretação dasidéias do autor. No entanto, sua má utilização pode produzir incoerências e contradiçõesno raciocínio.

Coesão é uma relação semântica entre um elemento do texto ealgum outro elemento responsável pela sua interpretação. Assim, aspalavras que ouvimos ou vemos estão ligadas entre si dentro de umaseqüência textual.

Para facilitar a sua compreensão, utilizaremos a classificação de Koch (1997) ePlatão e Fiorin (1997) referentes à classificação da coesão seqüencial.

O que vem a ser, então, coesão seqüencial ou por conexão??? Achoque preciso de exemplos para entender melhor.

AULA 03

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Coesão seqüencial

São conectores, ou seja, palavras ou expressões responsáveis peloestabelecimento de relações de sentido e concatenação entre os segmentos do texto.São exemplos: então, portanto, mas, contudo, já que, pois, aliás, daí, e, assim, dessaforma e outros.

Que tal um texto para esclarecer melhor?

Só uma “Revolução Americana” pode nos ajudar1

Arnaldo Jabor

Para modernização do país, temos de abandonar velhos modos de pensar.

Outro dia eu escrevi uma coisa que achei profunda. Desculpem a “máscara”, masachei mesmo. Se quiserem um pouco de humildade, digo com falsa modéstia que foiapenas a faísca da ferradura. Eu estava galopando em minha condição de asno, quandoa ferradura bateu numa pedra e eu tive uma fagulha de inteligência. Mas, a verdade éque achei legal e repito aqui: “A idéia de uma ‘solução geral’ para o crescimento daeconomia brasileira é herança dos velhos tempos da esquerda centralizadora. Para haverprogresso, há que esquecer “planos B” ou algo assim; temos de abandonar a idéia deuma política “central, geral, total”, como nos planos qüinqüenais da URSS ou nos “saltospara a frente” da China de Mao. Somente uma política econômica indutiva, repito “indutiva”,descentrada e pragmática, com mudanças possíveis, pode ir formando um tecido deparcialidades que acabem por mudar o conjunto”.

Não sou economista, mas sei que os fundamentos econômicos não podem ser“desconstruídos”. No entanto, em ações de governo, muitas vezes detalhes “micro” sãomais importantes que uma lógica totalizante, geral. A palavra-chave é: “indução”, conceitoque é uma das fobias do pensamento filosófico. Bom mesmo sempre foi um doce silogismoaristotélico, com premissas e conclusão. Ou então uma boa causa universal que abranjatudo, o “todo”, o “uno”, o “âmago” do qual se “deduz” o particular. Esse é o grande charme,o “baratão” do pensamento, que se sente “divino”, abarcando tudo, como um deus único.A filosofia européia “continental” sempre trabalhou mais assim. É uma herança da religiãoe do mito. Já o pensamento “indutivo” tem uma tradição mais anglo-saxônica (Hume, J.S.Mills) e depois americana (Peirce) e é mais pragmático, porém mais antipático do que a“dedução”, porque não serve para grandes causas nem grandes conclusões. Não é poracaso que o pensamento indutivo e pragmático nas ciências e filosofia aceleraram muitomais o progresso, de dentro do ventre da revolução comercial e conceitual inglesa.Regeram o ritmo do capitalismo e dominaram o mundo.

Voltando ao chão brasileiro, vemos que o velho vício da dedução nos leva àparalisia, diminui a imaginação, o improviso, a coragem de experimentar, como já falei hásemanas. Uma ideologia em bloco amarra uma coisa na outra. Por isso, se para fazerum ato político ou administrativo tenho de dar conta de todo o conjunto, nada rola.

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Aliás , a própria quebra do Estado brasileiro, no meio dos anos 80, foi ruim e boa.Deu-nos uma orfandade dolorosa diante do gigante quebrado, mas criou mais autonomiana sociedade civil. Deixou claro que o Estado tem de existir para a sociedade e não ocontrário, como ainda é hoje. Já deixamos de ser vítimas e passamos a ser cúmplices.

Ao contrário do simplismo de ver tudo por uma ótica generalizante, as mudançasna economia mundial nos mostraram a importância das pequenas causas que podemderrubar um universo inteiro. Trouxe a idéia de eficiência contra o delírio ideológico.Muito mais importante do que esperar o momento geral e total para uma ação política é acoragem indutiva de até errar e corrigir. Muito mais importante que lamentar a pobreza, édescobrir formas de combatê-la. Há grande distância entre diagnóstico e solução. Muitosse contentam com o apontamento deprimido dos problemas, como se conseqüênciasfossem causas (...).

Ao elaborar um texto, as idéias são organizadas para que possamos transmitir ainformação de acordo com o que desejamos. É nesse instante que utilizamos osconectores para estabelecer a relação de sentido desejado.

Lendo o texto de Arnaldo Jabor, podemos verificar que alguns deles já foramdestacados para que possamos compreender melhor o que estamos dizendo. Assim,teremos os conectores que introduzem um enunciado como sendo a condição para aocorrência de um outro, constituindo a relação lógica se...então: caso, desde que, amenos que, a não ser que, se, logo. Exemplo:

Se quiserem um pouco de humildade, (então) digo com falsa modéstia que foiapenas a faísca da ferradura.

Nesse aspecto, o conector se estabelece um sentido de condicionalidade. Emum outro instante, o uso de conectores: mas e no entanto, já estabelece outro sentido,o de oposição, pois eles têm a função de contrapor argumentos orientando paraconclusões contrárias: mas, porém, contudo, todavia, embora, ainda que, posto que,apesar de. Veja melhor:

Não sou economista, mas sei que os fundamentos econômicos não podem ser“desconstruídos”.

Observe que, inicialmente, poderíamos afirmar que a frase “não sou economista”indicaria que ele não poderia compreender os fundamentos economistas, só que, apresença do conectivo de oposição mas faz com que o sentido seja desviado. No caso:não sou economista, MAS sei que os fundamentos ...

Já com o exemplo:

Bom mesmo sempre foi um doce silogismo aristotélico, com premissas e conclusão.Ou então uma boa causa universal que abranja tudo, o “todo”, o “uno”, o “âmago” do qualse “deduz” o particular.

Aqui teremos uma outra relação de sentido, a condicionalidade pois os conectoresintroduzem argumentos alternativos que levam a conclusões diferentes ou opostas: ou,ou então, quer...quer, seja...seja, caso contrário.

É bom observar que, dependendo do sentido que quisermos, podemos comunicarde forma correta a informação que desejamos ou sermos traídos pelo sentido. Por isso,tenha bastante atenção com esses conectivos!!!!

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No texto de Arnaldo Jabor, podemos encontrar também os conectores queestabelecem uma comparação de superioridade ou de igualdade entre dois elementoscom vistas a uma dada conclusão: mais que, menos que, tão...como. Veja só:

Já o pensamento “indutivo” tem uma tradição mais anglo-saxônica (Hume, J.S. Mills) edepois americana (Peirce) e é mais pragmático, porém mais antipático do que a “dedução”(...)

Logo depois, podemos ver que os conectores que introduzem um explicação oujustificativa ao que foi dito anteriormente, são introduzidos no texto para completar aidéia apresentada: porque, já que, que, pois, como, já que, visto que. É o que ocorreem:

(...) a “dedução”, porque não serve para grandes causas nem grandes conclusões.

Após a explicação, o autor nos encaminha para uma conclusão, utilizandoconectores que marcam esta relação, isto é, que introduzem uma conclusão em relaçãoa dois ou mais enunciados anteriores: logo, por conseguinte, portanto, por isso, assim,então, pois, de modo que, em vista disso.

Por isso, se para fazer um ato político ou administrativo tenho de dar conta detodo o conjunto, nada rola.

Além desses conectores, podemos encontrar ainda, aqueles que introduzem umargumento decisivo, apresentado como um acréscimo, como se fosse desnecessário,justamente para dar o golpe final no argumento contrário: aliás, além do mais, além detudo, além disso, ademais. É o caso de:

Aliás , a própria quebra do Estado brasileiro, no meio dos anos 80, foi ruim e boa.

Podemos encontrar também, os conectores que marcam uma relação de conjunçãoargumentativa, isto é, que ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: e,também, ainda, nem, não só, mas também, além de, além disso, a par de.

Deixou claro que o Estado tem de existir para a sociedade e não o contrário, comoainda é hoje. Já deixamos de ser vítimas e passamos a ser cúmplices.

Temos os conectores que marcam uma relação de retificação, de correção, isto é, osque introduzem uma correção, um esclarecimento referente ao enunciado anterior: oumelhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja.

Ao contrário do simplismo de ver tudo por uma ótica generalizante, as mudanças naeconomia mundial nos mostraram a importância das pequenas causas que podem derrubarum universo inteiro.

E os conectores que marcam o argumento mais forte orientado no sentido de umadeterminada conclusão: até, mesmo, até mesmo, inclusive. Outros introduzem umargumento, deixando subtendida a existência de uma escala com outros argumentosmais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quanto muito.

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Muito mais importante do que esperar o momento geral e total para uma ação política é acoragem indutiva de até errar e corrigir.

É muito importante observarmos a diferença entre o mas e o embora, pois,mesmo tendo o mesmo sentido, há uma particularidade: primeiramente, o mas nuncainicia o período composto, salvo em situações particulares de estilo ou de mudança deassunto, já o embora sempre leva o verbo da oração iniciada por ele a flexionar-se nomodo subjuntivo, diferenciando-se do mas que faz o verbo permanecer no indicativo.Vejamos:

Ao me levantar, tomo um copo de água com meio limão, embora o limão seja ácido, aoser digerido pelo organismo ele se transforma num sal.

Para fixar melhor, que tal respondermos algumas questões voltadas àcoesão seqüencial?

1 – A partir das tirinhas abaixo da Turma da Mônica, identifique os elementos coesivospor retomada e antecipação e por conexão (seqüencial). Não se esqueça de explicitar arelação de sentido dos conectores que fazem parte da coesão seqüencial.

http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira9.htm

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http://www.monica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira322

http://

www.monica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira299

2 - Sabemos que a leitura eficiente de um texto pressupõe, entre outros cuidados,o de compreender as conexões estabelecidas pelos conectivos e anafóricos. O texto quesegue traz bons exemplos desses elementos.

A Contabilidade como instrumento do gerenciamento ambiental2

Infelizmente, as questões ambientais só se tornaram objeto de preocupação paraalguns de seus principais agentes (empreendedores de atividades econômicas poluentes),quando os níveis de poluição sobre a água, solo e ar atingiram patamares mais alarmantes.

Apesar de os prejuízos causados ao planeta terem ocorrido todos em nome dodesenvolvimento econômico, em nome da eliminação da pobreza reinante entre os povos,o sistema ecológico já não suporta as agressões que lhe são feitas, qualquer que seja ajustificativa apresentada. Tal constatação remete-nos ao confronto entre a continuidadedo desenvolvimento econômico e a do sistema ecológico. Atingimos, portanto, o estágioem que a necessária convivência do desenvolvimento econômico com o meio ambientetorna-se ameaçada, embora não sejam mutuamente exclusivos, a questão ecológica se

Maisa de Souza Ribeiro

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impõe, pois constitui-se na base essencial do sistema de vida no planeta. Assim sendo,só resta aos mentores do processo de desenvolvimento econômico encontrar alternativaspara adaptá-lo às limitações do atual estado da natureza.

Na expressão Desenvolvimento Sustentável, está implícito que o desenvolvimentodeve satisfazer às necessidades e aspirações do presente sem comprometer a capacidadee os recursos das futuras gerações. Considerando-se que esse comprometimento éprovocado, entre outros fatores, pelos efluentes do processo produtivo de empresaspoluidoras e pelo esgotamento dos recursos naturais, as empresas devem adaptar emelhorar seus sistemas de produção de forma a eliminar a quantidade de refugospoluentes.

Investimentos estão sendo realizados em algumas áreas nas quais os recursosnaturais foram exauridos, visando não só à sua recuperação e aos reflorestamentos,mas também à sua destinação a um novo uso ou, pelo menos, à restauração dos aspectosestéticos.

As alternativas, ainda rudimentares perante as dimensões da degradação ambiental,não ganharam a adesão de importantes segmentos empresariais. Contudo, iniciativas jáexistentes podem conduzir, ainda que a longo prazo, a uma conscientização ampla dasociedade, inclusive do empresariado, de modo que o desenvolvimento econômicosatisfaça às necessidades e aspirações presentes sem prejuízo para as gerações futuras.

a) Quais são os elementos a que se referem os pronomes lhe (lhe são feitas) e lo(adaptá-lo) no segundo parágrafo?

b) Os conectivos apesar de e embora, no segundo parágrafo, manifestam umarelação de contradição entre enunciados. Como você explica essas contradições?

c) Portanto e pois, ainda no segundo parágrafo, estabelecem que tipo de relaçõesde sentido?

d) Explique quais são os argumentos que são orientados para uma determinadaconclusão por meio dos conectores pelo menos e inclusive, nos parágrafos 4 e 5,respectivamente.

e) Na oração: “Investimentos estão sendo realizados em algumas áreas nas quaisos recursos naturais foram exauridos, visando não só à sua recuperação e aosreflorestamentos, mas também à sua destinação a um novo uso ou, pelo menos, àrestauração dos aspectos estéticos”, o uso do elemento lingüístico mas também fazpressupor algum outro significado além do que está explicito no texto?

Explique-o.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, São Paulo: Ática, 2004

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CHAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Como se faz um texto: a construção da dissertaçãoargumentativa. Recife: Editora do Autor, 2001.DUBOIS et al. Dicionário de Lingüística. São Paulo: Cultrix, 1998.FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 9.ed, São Paulo: Ática, 2002.KOCH, Ingedore Villaça. A Inter-Ação pela Linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.____________________. A Coesão Textual. 7.ed.. São Paulo: Contexto, 1994.PLATÃO & FIORIN. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1997._______________. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1998.XAVIER, Antonio Carlos dos Santos Xavier. Como se faz um texto. A construção daDissertação Argumentativa. Recife: Ed. Do Autor, 2001.

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A LIGAÇÃO LÓGICA DAS IDÉIAS: COERÊNCIA TEXTUAL

Coerência textual

Objetivo:

conhecer como se estabelece a coerência textual, analisar as metas-regras dacoerência e compreender a diferença entre a coesão e coerência textual.

Nesta aula, iremos conhecer o elemento do texto a coerência textual. Para queisso aconteça, precisaremos entender como funcionam as meta-regras de coerência.Somente assim vamos compreender que relação existe entre coesão e coerência textual.

Palavras-chaves: coerência, coesão, meta-regras.

Antes de começarmos a trabalhar a noção de coerência, vamos discutir inicialmentea relação entre coesão e coerência.

Coesão e coerência devem se distinguir?

Então qual será a relação entre coesão e coerência textual?

Há autores que distinguem dois níveis de análise, outros não. Como já vimos naslições anteriores, módulo 1 e 2, a coesão é um conceito semântico referente às relaçõesde sentido que se estabelecem entre os enunciados que compõem o texto. De acordocom Fávero (1995), a interpretação de um elemento depende da interpretação de outro.Desse modo, o sistema lingüístico está organizado em três níveis: o semântico(significado), o léxico-gramatical e o fonológico-ortográfico. A coesão é obtida,

AULA 04

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sobretudo, por meio da gramática e parcialmente por meio do léxico. Isto quer dizer queas palavras que ouvimos ou vemos estão ligadas entre si dentro de uma seqüência.Vejamos alguns exemplos:

Fonológico pertence à fonologia, a ciência que estuda os sons da língua.

Léxico designa o conjunto de palavras que formam a língua de uma comunidade, deuma atividade, de uma pessoa, etc.

Gramática é a descrição completa de uma língua, isto é, dos princípiosde organização da língua.

Ex. 1: Marcos e Antônio são excelentes advogados. Eles seformaram na melhor universidade do país.

Ex. 2: Pedro comprou uma bicicleta nova e Carlos também.

Conforme KOCK e TRAVAGLIA (1999), a coerência teria aver com a boa formação do texto, mas num sentido que não tem nada a ver com qualqueridéia semelhante à noção de gramaticalidade usada no nível de frase, sendo mais ligada,talvez, a uma boa formação em termos de interlocução comunicativa.

Você pode perceber então que a coerência se estabelece na interação, numasituação comunicativa entre dois falantes.

Veja, é ela que faz com que o texto faça sentido para os falantes, devendo servista, pois, como um princípio de interpretabilidade do texto.

É por isso que a coerência não necessariamente precisa da coesão para sermanifestada. A coesão contribui para estabelecer a coerência, mas não garante suaobtenção.

Vejamos com mais clareza como isso acontece no poema “A Pesca”, de Affonso Romanode Sant’Anna.

A Pesca

o anilo anzolo azulo silêncioo tempoo peixe

a agulhaverticalmergulha

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a águaa linhaa espuma

o tempoa ancorao peixe

a gargantaa âncorao peixe

a bocao arrancoo rasgão

aberta a águaaberta a chagao rasgão

aquelíneoágilclaroestabanado

o peixea areiao sol

Podemos observar, neste texto, que os elementos coesivos não existem, mas issonão prejudica a unidade textual, ou seja, o título já produz o sentido que precisamos.

Vejamos mais um exemplo.

Cidadezinha qualquer1

Carlos Drummond de Andrade

Casas entre bananeirasmulheres entre laranjeiraspomar amor cantarUm homem vai devagar

Um cachorro vai devagarUm burro vai devagar

Devagar... as janelas olhamEta vida Besta, meu Deus.

Neste poema, vemos claramente a escassez de elementos coesivos. Destaca-sea presença da repetição “vai devagar”, dando ritmo e produzindo um caráter concreto.

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“Tudo vai devagar na cidadezinha”. Embora já no título verifiquemos a presença de umaparáfrase, isto é, o próprio título retrata a vida de uma cidadezinha. E no último verso oresumo sobre a vida que se leva no interior.

Paráfrase objetiva reafirmar alguns dos sentidos citados por outro texto. Ou seja,um enunciado A é denominado de paráfrase de um enunciado B se A contém a mesmainformação que B.

Que tal estudarmos um pouco mais sobre a coerência ?

A metas regras de coerência2

Um estudioso francês chamado Michel Charolles conseguiu descobrir quatroprincípios fundamentais responsáveis pela coerência textual. Chamou-os de meta-regrasda coerência. São as seguintes:

a) Meta-regra da repetição - um texto coerente deve conter elementos repetidos.Essa meta refere-se à coesão textual. O fato de, em uma frase, recuperarmos

termos, expressões contidos em frases anteriores, por meio de pronomes, elementoslexicais ou substitutos constitui um processo de repetição e recorrência. Não podemosnos esquecer de que a coesão textual é, portanto, a primeira condição, mas não asuficiente, para que a coerência seja estabelecida. Ex.:

Irene3

Irene pretaIrene boaIrene sempre de bom humor.Imagino Irene entrando no céu:- Com licença, meu branco!E São Pedro, bonachão:- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

b) Meta-regra da progressão - em um texto coerente, seu conteúdo deveapresentar progressão, informações novas à medida que vai sendo escrito. Vamos ver oexemplo.

Me sinto vazia com a solidão, oca, sem vida, sem vontade de viver. A solidãonão quer me deixar viver. Sinto a solidão em todo lugar e momento.

O texto é circular, pois não apresenta informação nova nenhuma.

Manoel Bandeira

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c) Meta-regra da não-contradição – em um texto coerente, o que se diz depoisnão pode contradizer o que se disse antes ou o que ficou pressuposto, isso quer dizerque cada parte do texto deve fazer sentido. Podemos verificar de uma forma mais claraneste exemplo retirado de ABREU (2004).

Para as tropas aliadas, o dia 4 de junho foi um dia terrível. Os homens da 4ªdivisão da infantaria ficaram o dia inteiro no mar. Os navios-transporte e as embarcaçõesde desembarque faziam círculos ao largo da Ilha de Wight. As ondas arrebentavam sobreos lados, cai uma chuva forte. Os homens estavam prontos para o combate, mas semdestino nenhum. Depois dessa exaustiva caminhada, todos estavam cansados. Nessedia 3 de junho, ninguém queria jogar dados ou pôquer, ou ler um livro ou ouvir outrainstrução. O desânimo tomava conta de todos.

Veja, há uma certa incoerência no texto quando nele se diz que os soldados estavamexaustos depois de uma caminhada. Eles estavam em um navio-transporte. Além disso,a informação que no dia 3 ninguém estava disposto a jogar ou fazer qualquer outraatividade de descanso contradiz as informações contidas no início do parágrafo, que dizque a ação ocorreu no dia 4.

d) Meta-regra da relação – em um texto coerente, seu conteúdo deve estaradequado a um estado de coisas no mundo real ou em mundos possíveis. Vamos vereste texto do Millôr Fernandes:

O evento“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou tirrim-tirrim. A mocinha,

filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: ‘Alô. Doisquatro sete um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou? Há quantotempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu! Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha!Meus parabéns!!! Homem ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não’ Desligouo telefone. O pai perguntou: ‘Mauro teve um filho? ‘A mocinha respondeu: ‘Não. Casou.’”.

Moral: Já não se entendem os diálogos como antigamente.

O pai possui um conhecimento de mundo que lhe permite supor que Mauro teveum filho, já que a filha dissera: “Meus parabéns!!! Homem ou mulher”.

Não entendi o que é conhecimento de mundo!

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Vejamos, o Conhecimento de Mundo é adquirido tanto formal como informalmente. Éconhecido também como uma espécie de dicionário enciclopédico do mundo e da culturaque estão armazenados na memória.

Vamos praticar a coerência?

1 – Identifique em cada um dos textos a seguir a meta-regra de coerência que foiinfrigida2.

a) É realmente apropriado que nos reunamos aqui hoje, para homenagear AbrahamLincoln, o homem que nasceu numa cabana de troncos que ele construiu com suaspróprias mãos. (político, em um discurso, homenageando Lincoln)

b) Mantle rebate com as duas mãos porque é anfíbio. (Idem)

c) Alguma força sinistra entrou, aplicou uma outra fonte de energia e apagou as informaçõescontidas na fita. (Alexander Haig, oferecendo ao juiz John Sirica uma teoria sobre um“buraco” de 18,5 minutos nas fitas de Nixon, durante o caso Watergate)

d) Substituição de bateria: substitua a bateria velha por uma bateria nova. (Instrução emmanual de aparelho elétrico)

e)1 - considerando etc. etc., este Conselho resolve: que uma nova cadeia seja construída;2 - que a nova cadeia seja construída com os materiais da velha cadeia; 3 - que a velhacadeia seja usada até que a nova esteja pronta. (Resolução da Junta dos Conselheiros,Canto, Mississipi, 1800)

f) Por que os judeus e árabes não podem se reunir e discutir a questão como bonscristãos? (Arthur Balfour, estadista britânico, primeiro –ministro e ministro do Exterior)

h) Precisamos de leis que protejam a todos. Homens e mulheres, normais e bichas,qualquer que seja sua perversão sexual ...ahn, preferência. (Bella Abzug, político deNova York, em um comício em defesa da Emenda dos Direitos Iguais)

2 – Nesta música, do grupo Os Titãs, procure analisar como se estabelece a relaçãoentre coesão e coerência. É bom relembrar que um texto pode conter mais do que osentido das expressões, pode incorporar conhecimentos e experiências cotidianas,atitudes e intenções, isto é, fatores não-lingüísticos. Veja se consegue ouvir a músicapara poder compreender melhor os elementos textuais. Não se esqueça de observar oritmo, pausa e a entonação.

Titãs

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O Pulso

O pulso ainda pulsa

O pulso ainda pulsa

Peste bubônica, câncer, pneumonia

Raiva, rubéola, tuberculose, anemia

Rancor, cisticircose, caxumba, difteria

Encefalite, faringite, gripe, leucemia

O pulso ainda pulsa (pulsa)

O pulso ainda pulsa (pulsa)

Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia

Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia

Úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria

Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania

E o corpo ainda é pouco

E o corpo ainda é pouco

Reumatismo, raquitismo, cistite, disritmia

Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia

Brucelose, febre tifóide, arteriosclerose, miopia

Catapora, culpa, cárie, câimbra, lepra, afasia

O pulso ainda pulsa

O corpo ainda é pouco

Ainda pulsa

http://titas.letras.terra.com.br/letras/48989/

E a coesão propriamente dita? Que tal recapitularmos?

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Desafios para o desenvolvimento institucional

Liliane G. da Costa Reis

Quando se fala em desenvolvimento institucional, trata-se de pensar e planejarde forma orgânica o futuro de uma organização. Não é fruto do acaso, mas de uma sériede ações que seus membros decidem tomar, com o intuito de alcançar determinadosobjetivos.

Desta forma, o desenvolvimento institucional envolve a visão que a organizaçãotem do contexto social, econômico, político e cultural onde atua, seu projeto político maisamplo, a definição (ou revisão) de suas formas de atuação, métodos de intervenção narealidade e do impacto que sua ação deve ser capaz de provocar. Permite que aorganização atualize seus valores e missão, analise as parcerias desejáveis e que decisõessejam tomadas no presente levando em conta o que se quer alcançar no futuro previsto.Desta análise também decorrem decisões que dizem respeito aos aspectos internos:pessoas, procedimentos, estruturas de poder, recursos materiais etc.

Se pudéssemos destacar um elemento em torno do qual o desenvolvimentoinstitucional possa ser pensado, diríamos que é o papel que uma organização pretendecumprir em determinado momento histórico e pelo qual deseja ser reconhecida. Porexemplo, há alguns anos o papel das organizações não governamentais no Brasil eraprincipalmente de denúncia quanto às arbitrariedades e autoritarismo do Estado comrelação às questões políticas, sociais e trabalhistas. Hoje, ampliaram seu leque de atuaçãoe desejam ser reconhecidas por sua atuação a favor da democratização das políticaspúblicas.

Ao deslocar o foco, não se perderam os valores fundadores, mas os mesmosforam atualizados em vista de uma nova realidade. Não foi obra do acaso, mas resultadode reflexões que indicaram novas direções para o trabalho das ongs.

No entanto, raramente se tem pleno controle sobre todas as variáveis que envolvemo desenvolvimento institucional na direção desejada, principalmente em se tratando deorganizações da sociedade civil, que enfrentam uma série de restrições. Destacaria,aqui, as restrições de caráter cultural: não temos uma cultura dominante que valorizeprocessos democráticos, a inclusão e a solidariedade. Tais valores predominam na esferafamiliar e nos laços de amizade, mas não são facilmente estendidos ao domínio público.Isto faz com que o trabalho das organizações que se dedicam, das mais variadas formas,às questões sociais enfrente inúmeras barreiras ao reconhecimento da validade de suaspropostas junto à sociedade mais ampla.

http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_dez99.cfm

3 - Então, leia o texto acima e estabeleça, nos conectivos grifados, na primeirasequência as relações de sentido, e na segunda, as referências, substituições.

a) Quando_________________________________________________

b) Mas____________________________________________________

c) Dessa forma_____________________________________________

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d) E______________________________________________________

e) Também________________________________________________

f) Que____________________________________________________

g) Se_____________________________________________________

h) Por exemplo_____________________________________________

i) No entanto_______________________________________________

a) Seus______________________________________________________

b) Seu_______________________________________________________

c) os mesmos_________________________________________________

d) tais valores_________________________________________________

e) isto_______________________________________________________

4) Procure reescrever o texto abaixo, substituindo as palavras destacadas por sinônimos.Se houver necessidade, você poderá fazer adaptações.

“Destacaria, aqui, as restrições de caráter cultural: não temos uma cultura dominanteque valorize processos democráticos, a inclusão e a solidariedade.”

5) Em certas situações de comunicação, determinados elementos de uma frase dadapodem deixar de ser expressos, sem por isso os destinatários deixarem de compreendê-la. Diz-se então que há uma elipse, que as frases são incompletas ou elípticas. Paraque você não se esqueça, as elipses também são elementos de coesão. Como já foi dito,o elemento deixa de ser apresentado explicitamente, mas ele é conhecido no texto. Notexto “Permite que a organização atualize seus valores e missão, analise as parceriasdesejáveis e que decisões sejam tomadas no presente levando em conta o que se queralcançar no futuro previsto” a elipse se encontra no início do texto. “Ø Permite..” . A queelemento se refere essa elipse?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, São Paulo: Ática, 2004CHAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Como se faz um texto: a construção da dissertaçãoargumentativa. Recife: Editora do Autor, 2001.DUBOIS et al. Dicionario de Lingüística. São Paulo: Cultrix, 1998.FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 9.ed, São Paulo: Ática, 2002.KOCH, Ingedore Villaça. A Inter-Ação pela Linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.____________________. A Coesão Textual. 7.ed.. São Paulo: Contexto, 1994.KOCK, Ingedore Villaça. e TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e Coerência. 6.ed. São Paulo:Cortez, 1999.PLATÃO & FIORIN. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1997._______________. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1998.SANT’ANNA, Affonso Romano. A pesca. Disponível em <http://www.geocities.com/artuso.geo/42.htm> . Acesso em 17/2/2005.XAVIER, Antonio Carlos dos Santos Xavier. Como se faz um texto. A construção daDissertação Argumentativa. Recife: Ed. Do Autor. 2001.

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Conceituação, redação e estruturação do parágrafo

Objetivo:Conhecer a estrutura do parágrafo, ou seja, as suas partes, além de definir o assunto e oobjetivo de se escrever textos.Palavras-chaves: parágrafo, estrutura, assunto e delimitação.

Nas aulas anteriores, vimos que devemos ordenar as idéias para que o leitoracompanhe o raciocínio que estamos desenvolvendo. Isto é, nós - emissores - enviamosuma mensagem - no caso, o texto -- para um destinatário.

Emissor: quem envia a mensagemDestinatário: quem recebe a mensagem

É por isso que devemos sempre que ter em mente para quem estamos dirigindonossa mensagem, pois é o destinatário quem vai ler, interpretar e compreender o queescrevemos, é ele quem vai preencher os espaços vazios, quem vai conectar as idéias,perceber as relações estabelecidas. Por isso é preciso termos o cuidado de elaborarmensagens claras para que haja melhor entendimento.

Assim, caro aluno, para a escrita da mensagem, é importante que tenhamos umplano no qual seja definido o que vai ser dito – o assunto -, considerando onde se querchegar com o texto a ser escrito - o objetivo.

Devemos, ainda, observar que a correção lingüística do texto é indispensávelpara que o leitor seja capaz de entender a mensagem. Mas isso ainda não basta. Énecessário, além disso:

A REDAÇÃO DO PARÁGRAFO

AULA 05

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· Organização do texto· Progressão das idéias· Conteúdo

Pressuposições sobre o conhecimento e a capacidade do leitor

E como posso desenvolver todas essas etapas???

Você sabe que, para elaborar um texto coerente, não basta reunir qualquer conjuntode frases, ordenadas de forma aleatória, mas organizá-las de tal forma que o leitor possaentender aquilo que desejamos comunicar. É para isso que organizamos nossas idéiasem parágrafos. E o que é um parágrafo?

A conceituação

O parágrafo é uma estrutura superior à frase, que desenvolve, eficazmente, uma únicaidéia-núcleo.Antonio Suárez Abreu

Devemos nos lembrar que o conceito acima aplica-se ao chamadoparágrafo-padrão.

Vamos percorrer as etapas prévias da escrita do parágrafo?

Antes da redação do parágrafo, é preciso atentar para alguns procedimentos iniciaisindispensáveis: a delimitação do assunto e a fixação do objetivo norteador do queserá escrito. Só depois de ultrapassadas essas etapas, é que teremos condições deredigir o parágrafo.

A delimitação do assunto: a restrição ou delimitação do assunto é necessáriapara que possamos organizar o parágrafo com mais facilidade.

Se você vai escrever sobre VIOLÊNCIA, por exemplo, podem surgir muitas idéias,tornando--se difícil selecionar quais os aspectos do assunto serão escritos. Além disso,quando o assunto é muito amplo, você corre o risco de ficar divagando e construir umconjunto de frases muito gerais, sem apro-fundar nenhum aspecto do tema. Por isso,para escrever sobre VIOLÊNCIA, é importante delimitar o assunto, o que facilita aorganização e a ordenação das idéias.

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Quando já se tem uma idéia do assunto, precisa-se conhecer o caminho a seguir. Dar-lhe uma rota.

Vamos ver o exemplo???

Assunto: Violência

Delimitações do assunto:

1. O problema da violência urbana2. O problema da violência nas grandes metrópoles3. O problema da violência em Palmas.

Podemos perceber que o assunto violência apresenta aspectos muito gerais, poispoderíamos escrever um texto somente com impressões, sem ter um direcionamento,nem apresentar exemplos concretos ou fazer comparações. Já com a delimitação, nóspoderemos desenvolver um bom texto, falando de elementos que compõem apenas umaparte do assunto.

Você verá que isso tornará seu texto mais fácil de ser construído!

Para praticar, vamos fazer a delimitação do seguinte assunto:

PODER

Delimitação 1: _____________________________________________Delimitação 2: _____________________________________________Delimitação 3: _____________________________________________

Depois de delimitado o assunto, é importante que pensemos em qual o objetivoque pretendemos alcançar com a escrita desse texto. É aí que entraremos na segundaetapa: a fixação do objetivo.

A fixação do objetivo: estabelecer a finalidade da escrita de determinado assunto.A fixação clara do objetivo facilita a seleção e a ordenação das idéias.

Para compreendermos melhor, vamos observar o exemplo abaixo.

Para você escrever sobre a Violência em Palmas, poderá orientar-se por um dosseguintes objetivos:

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- mostrar algumas das causas da violência em Palmas;- listar algumas das conseqüências da violência em Palmas;- comparar os aspectos da violência em Palmas e outras metrópoles;- indicar alguns exemplos da violência em Palmas.

Observe que, se fixarmos um objetivo a alcançar, não correremos o risco deperdermos o caminho que nos propomos a seguir.

Passadas as etapas de delimitação do assunto e de fixação do objetivo, é quevamos começar a escrever nosso texto.

Nosso texto, então, será estruturado em um parágrafo (inicialmente) para que nossasidéias sejam desenvolvidas dentro do contexto temático escolhido.

Vamos conhecer a estrutura do parágrafo?

O chamado parágrafo-padrão é constituído de três partes essenciais: o tópicofrasal, o de-senvolvimento e a conclusão. Na seqüência da nossa exposição,explicitaremos cada uma dessas par-tes.

A estrutura do parágrafo

TÓPICO FRASAL (introdução)DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO OU TRANSIÇÃO

É importante ressaltarmos que nem todos os parágrafos apresentam essa estrutura.Em parágrafos curtos e naqueles cuja idéia central não apresenta complexidade, aconclusão costuma não aparecer.

Para que você obtenha a prática da escrita de um bom parágrafo, é importante quevocê treine bastante a construção de parágrafos, procurando redigir o tópico frasal deforma clara, pois é nele que está contida a idéia que será desenvolvida.

Então, vamos aos passos para a formulação de um tópico frasal?

Delimitado o assunto, fixado o objetivo que deverá orientar o parágrafo, vocêpoderá come-çar a escrever. É importante redigir, em primeiro lugar, uma ou mais frasesque expressem o objetivo escolhido.

Essa ou essas frases iniciais do parágrafo que traduzem, de maneira geral e sucinta,a idéia-tópico, a idéia-núcleo do parágrafo constituem o que se chama tópico frasal.

É bom lembrar que é o tópico fra-sal que garante a você não se afastar do objetivoestabelecido, mantendo a coerência do texto.

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Exemplificando: se você for escrever sobre:

Assunto delimitado - O problema da violência em Palmas

Objetivo - Apresentar algumas das causas da violência em Palmas

Então você poderá introduzir o assunto com uma das seguintes frases (tópicosfrasais):

A população de Palmas vem sofrendo muito com o surto de violência que se abateusobre sua cidade.

OU

O surto de violência que se abateu sobre Palmas possui causas conhecidas.

Note que a frase-tópico resume o assunto proposto. Isso torna fácil odesenvolvimento!!!!

Ei, você se lembra das delimitações que você fez para o assunto poder? Opróximo passo é escolher uma delas, fixar o objetivo e redigir o tópico frasal.Vamos tentar?

Assunto: ______________________________________________________Delimitação do Assunto: _________________________________________Objetivo fixado: ________________________________________________Tópico frasal: _________________________________________________________

Agora que nós já estudamos as etapas prévias e o tópico frasal, o próximo passo édesenvolver o parágrafo.

Nessa etapa, desenvolvimento do parágrafo, o redator passa a expandir as idéiasindicadas no tópico frasal. Para isso, em primeiro lugar, selecionamos os aspectos oudetalhes particulares que desen-volvam a frase-núcleo e, posteriormente, os ordenamos.

Para ordená-los, construímos um plano de desenvolvimento, que servirá comoforma de controle. Isso evitará a inclusão de aspectos ou detalhes desnecessários ouincoerentes com o objetivo fixado.

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Com o tópico frasal anteriormente apresentado, teríamos o seguinte plano:

Exposição de algumas das causas da violência em Palmas:

• Aumento da pobreza e do desemprego; • Falta do desenvolvimento de projetos sociais; • Fracassos e frustrações por não conseguir realizar sonhos na nova Capital.

Para desenvolver seu parágrafo, você pode optar por diversas formas deordenação, que irão variar conforme o objetivo fi-xado para a redação de seu texto.

Veja:

• Mostrando exemplos – exemplificação• Estabelecendo comparações – comparação• Enumerando detalhes- enumeração

Mas lembre-se:

Seja qual for a forma de ordenação empregada, a preocupação maior do autor deve sera de fundamentar de maneira clara e convincente as idéias que defende ou expõe.

As formas de ordenação do desenvolvimento do parágrafoserão estudadas mais profundamente na próxima aula!!!

Como ficaria o plano de desenvolvimento das idéias doassunto que você delimitou?

É bom retomar o caminho já percorrido para delimitar o assunto,fixar o objetivo e construir o tópico frasal.

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Então, depois de planejar o desenvolvimento das idéias, execute-o:

Você já observou que, obedecendo as etapas para escrever o texto, as idéiaspodem ser melhor organizadas?

A última etapa a percorrer é a conclusão. É nela que você fechará seu raciocínio.A formulação da conclusão pode ser feita de duas formas básicas:

Assunto:

____________________________________________________

Delimitação do assunto:

_______________________________________

Tópico frasal:

________________________________________________

________________________________________________

Hipóteses:

1.

__________________________________________________________

2. _________________________________________________________

3. _________________________________________________________

Plano de desenvolvimento das idéias

Tópico frasal:

________________________________________________

________________________________________________

Desenvolvimento:

____________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

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1. Retomando o objetivo expresso na frase núcleo, recapi-tulando o conjunto dedetalhes ou aspectos particulares que fazem parte do desenvolvimento.

2. Apresentando conseqüências e implicações daquilo que foi expresso notópico frasal e no desenvolvimento.

Em outras palavras, reorganizamos resumidamente os diversos aspectos da fasede desenvolvimento em uma frase final, que feche o parágrafo.

E a transição entre o desenvolvimento e a conclusão do parágrafo é feita,geralmente, por meio de articuladores ou conectores que indiquem a relação deconclusão, tais como:

Assim Logo Dessa forma Então

Fique atento!!!

Em algumas ocasiões, esses articuladores de conclusão não estãoexplícitos.

Ah!! Existem parágrafos que apresentam apenas tópico frasal e desenvolvimento,desenvolvimento e conclusão ou somente desenvolvimento, quando inseridos num texto.

Veja o parágrafo abaixo:

Os descobridores, de Daniel J. Boorstin; Civilização Brasileira; 646 páginas - Ocaminho que o historiador americano Daniel Boorstin escolheu para escrever essa históriacompacta da ciência é duplamente inovador. Em primeiro lugar, ele deixou de lado oshabituais catálogos de nomes e descrições de experimentos que costumam rechear asobras de referência, entediando o leitor não especializado. Preferiu fazer a crônica daluta surda que sempre se travou entre as fantasias que os séculos transformariam emciência e a “intocável realidade” que os instrumentos científicos de uma época podiamdetectar. A segunda novidade foi a opção por uma narrativa romanceada - e nãoburocraticamente cronológica - para descrever a trajetória da evolução de algunsinstrumentos, como o relógio, a bússola e o microscópio. Com isso, algumas passagensda obra ganham sabor inesperado. É o caso da história dos despertadores digitais, queo leitor aprenderá, deliciosamente, ter sua origem numa engenhoca inventada nosmosteiros medievais com a finalidade de acordar os monges para as orações noturnas.Longe da sisudez dos textos técnicos, Boorstin consegue a proeza de unir precisãocientifica e leitura acessível. (Veja).

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Assunto: A obra Os descobridores, de Daniel J. Boorstin.

Delimitação do Assunto: Resenha crítica da obra.

Objetivo Fixado: Mostrar a dupla inovação estabelecida pelo escritor Daniel Boorstin aoescrever a história da ciência.

Tópico Frasal: Daniel Boorstin, ao escrever uma história compacta da ciência, procedea duas inovações.

Plano de Desenvolvimento das Idéias:

1. Apresentação das duas novidades:• Abandono dos catálogos de nomes e descrições de experimentos e preferência

pela crônica.• Opção por uma narrativa romanceada.

Conclusão: o autor une precisão científica e leitura acessível.

E assim, caro aluno, fique atento, pois, ao escrever, desejamos atingir um objetivodeterminado, e todo texto (parágrafo) deve evidenciar isso. O tópico frasal, odesenvolvimento e a con-clusão devem constituir uma unidade organizada, coesa ecoerente para facilitar a recepção do leitor.

Só está faltando concluirmos o nosso parágrafo, vamos lá?

Assunto (delimitado): __________________________________________Tópico frasal: ________________________________________________Desenvolvimento: _____________________________________________Conclusão: __________________________________________________

Como você viu, o parágrafo possui as três partes essenciais à sua redação, ouseja: tópico frasal, desenvolvimento e conclusão.

Agora que já estudamos a estrutura do parágrafo, vamos praticar um pouco???

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1. Proponha 4 delimitações para os seguintes assuntos:

- Sexo:

- Dinheiro:

2. Vamos, agora, fazer a leitura dos parágrafos seguintes, identificar a estrutura de cadaum (tópico frasal, desenvolvimento e conclusão) e especificar o assunto, a delimitação eo objetivo fixado.

Não se esqueça de rever os conceitos estudados!!!

1. Sono dos anjosUma pesquisa inglesa comprovou o que a sabedoria materna já pregava. Bebês

que são bastante expostos à luz do dia dormem muito melhor à noite. De acordo com oscientistas, essa providência ajuda a regular o relógio biológico dos pequenos maisrapidamente. Portanto, nada de manter a janela fechada durante o dia.

Istoé/1835-8/12/20042. Dinheiro Rural: uma revista que se propõem não só a mostrar tudo que o campo temproduzido, mas também as inovações e tecnologias que fazem do agro business o setormais próspero da economia brasileira. Matérias completas, analíticas e dinâmicas sobrediferentes assuntos, desde a participação cada vez mais efetiva do Brasil no mercadointernacional às mais recentes técnicas agropecuárias. Mais do que uma revista, DinheiroRural é um verdadeiro guia para quem trabalha, investe e faz do setor de agronegócios alocomotiva do país. Leia Dinheiro Rural: quem planta informações, colhe riquezas.

ISTOÉ/1833-24/11/2004

3. Apresentar soluções ou sensações de engolir ar é sinal de que a digestão estárealmente sendo mal feita. Normalmente isso está relacionado com maus hábitosalimentares. Por exemplo, fazer as refeições depressa e sem mastigar bem os alimentos.São sintomas que costumam piorar com a ingestão de alimentos mais gordurosos efrituras, quando naturalmente a digestão é mais lenta. Observe se come rapidamente ouse engole a comida sem mastigar o suficiente e tente se corrigir. Se o problema persistir,vá ao medico.

ISTOÉ /1834-1º/12/2004

4. Um universo desconhecidoAo pesquisar os oceanos dos quatro cantos do planeta, o Censo da Vida Marinha anunciou13 mil novas formas de vida aquática, sendo 106 espécies de peixes. Ao custo de US$ 1bilhão e com a participação de mil cientistas de 70 países, o estudo começou em 2000 edeve acabar em 2010. O objetivo é traçar um mapa geral dos oceanos e mostrar umbanco de dados de espécies marinhas, de bactérias e baleias. A expectativa é que nospróximos anos surjam outros milhares de organismos ainda desconhecidos. Há hoje cerca

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de 230 mil espécies descritas na literatura científica e calcula-se que existam pelo menosdez vezes mais espécies a ser descobertas. Entre as estrelas do censo marinho estão opeixe-escorpião, o girassol aquático e a bactéria azul. Com o uso de transmissores presosa alguns peixes, os pesquisadores puderam acompanhar a trajetória de atuns e tartarugas.

Istoé/1834-1º/12/2004

Referências Bibliográficas:

ABREU, Antônio Soárez. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2002.BOAVENTURA, Edivaldo. Como Ordenar Idéias. São Paulo: Ática, 2001.FERREIRA, Marina & PELLEGRINI, Tânia. Redação: Palavra e Arte. São Paulo: Atual,1999.

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A REDAÇÃO DO PARÁGRAFO

Formas de Ordenar o Desenvolvimento do Parágrafo

Objetivo:

Conhecer as formas de ordenar o desenvolvimento do parágrafo.Palavras-chaves: parágrafo, ordenação, enumeração, causa, conseqüência, parágrafo misto

Vimos na aula anterior que o parágrafo pode ser estruturado de tal forma quepodemos expor nossas idéias de forma organizada, sem correr riscos de nos perdermos.Depois de compreendida a estrutura do parágrafo-padrão, passaremos agora ao estudodas formas de construir o desenvolvimento desse parágrafo.

Não se esqueça de que vamos nos deter em uma parte do parágrafo-padrão, odesenvolvimento. Para isso, vamos compreender agora os principais elementos quecompõem os diferentes tipos de ordenação do parágrafo?

São eles:

Ordenação por enumeração

Ordenação por causa-conseqüência

Ordenação por comparação: semelhança ou contraste

Ordenação por tempo e/ou espaço

Ordenação por definição

Ordenação por exemplificação

Além dessas formas de ordenação, iremos estudar também:

AULA 6:

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O parágrafo misto

Vamos conhecê-los melhor?

1. Ordenação por enumeração

O desenvolvimento ordenado por enumeração é organizado, freqüentemente, pormeio de certos articuladores que têm a função de marcar certa ordem que se querestabelecer, seja a enumeração de situações ou características de um fato.

Devemos observar a presença de alguns conectivos que têm a característica deestabelecer a ordenação. Vejamos alguns destes articuladores de ENUMERAÇÃO:

Primeiro, segundo, em primeiro lugar, em segundo lugar, inicialmente, após, a seguir,depois, em seguida, mais adiante, por fim, ainda, além, também etc.

Para entendermos melhor, vamos ler o texto Segmentação do Ensino Superior:

Podemos dividir o ensino superior hoje, dentro e fora do Brasil, em três gruposprincipais: (I) instituições elitizadas, destinadas a formar “elite intelectual” do país, (II)instituições que popularizam o ensino superior e (III) instituições de baixa qualidadeacadêmica, que, na nossa opinião, formarão um grupo cada vez menor de pessoas. Oprimeiro grupo está crescendo, aproveitando suas fortes marcas para abrir novas unidadese novos cursos. O segundo grupo está crescendo, buscando as melhores localizaçõesfísicas, a melhor infra-estrutura e a maior integração possível com os empregadorespróximos de cada uma de suas novas unidades. O terceiro grupo, composto porinstituições com pouca preocupação acadêmica ou baixa capacidade administrativa,sempre existirá, como existe em todos os setores. Na nossa opinião, cabe ao governogarantir que o público-alvo do segmento do ensino superior (alunos e empregadores)perceba de maneira transparente se uma determinada instituição irá ou não agregarvalor à sua carreira ou à força de trabalho. O provão é um destes mecanismos, masainda não leva em conta a nota de entrada do aluno na instituição. As notas dadas peloMEC às instituições físicas e ao corpo docente são outros mecanismos, mas têm tidopouquíssima divulgação na mídia.

(@prender Virtual/março/abril/2003, p. 15)

O desenvolvimento do parágrafo é feito a partir da enumeração de elementos. Talenumeração está clara a partir do uso dos articuladores: primeiro, segundo eterceiro.

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2. Ordenação por causa-conseqüência

Nesse tipo de ordenação, o desenvolvimento tende indicar a(s) causa(s) do fatoapresentado e o(s) resultado(s) ou efeito(s) produ-zido(s).

Normalmente, a relação causa-conseqüência geralmente é evidenciada porexpressões (articuladores) ou é percebida por meio da interpretação das idéiasrelacionadas.

As expressões indicadoras de CAUSA são:

porque, já que, visto que, uma vez que, pois, a razão disso, a causa disso, devidoa, por motivo de, em virtude de, graças a.

Já as que indicam CONSEQÜÊNCIA:

tão que, tal que, tanto que, tamanho que, de forma que, de maneira que, de modoque, em conseqüência, como resultado, por isso, em vista disso etc.

Exemplos:1) parágrafo ordenado por CAUSA:

A estrutura educacional brasileira também tem proporcionado várias injustiçassociais. O ensino público superior (3o grau), tido como gratuito, só é dado a uma pequenaparcela da população brasileira. No entanto, seu custo é cobrado de toda a populaçãopor intermédio dos impostos embutidos. O governo usa o dinheiro de todos (dinheiropúblico) para dar ensino superior a alguns poucos cidadãos, enquanto a maioria tem quepagar faculdade particular se quiser ensino superior. Portanto, se o sistema atual nãoproporciona igualdade de oportunidade, dificilmente será bem-sucedido como instrumentosocial. O componente de justiça, entre todos os cidadãos, não pode ser desprezado emnenhuma atividade. O governo precisa reformular o sistema educacional tornando-orealmente justo para todos os cidadãos.

Valvim M. Dutra/www.renascebrasil.com.br

2) parágrafo ordenado por CAUSA-CONSEQÜÊNCIA:

Em pesquisa recente que revela o perfil do fraudador nas empresas, detecta-seque 43% fraudam por apropriação indébita, sendo que Caixas, Bancos e Estoques sãoos itens mais visados. As empresas norte-americanas perdem cerca de US$ 9,00 por diadevido a fraudes. Esse tipo de ação ilícita consome dezenas de bilhões de dólares porano naquele país. As perdas das empresas podem chegar até 6% de seu faturamentocom fraudes. Por aí, é possível ter uma idéia do campo de trabalho para o Investigador

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Contábil, área ainda quase inexplorada pela profissão. Nos Estados Unidos e Europa, érotina fazer o trabalho de investigação contábil duas vezes por ano; portanto, essaespecialização profissional é bastante conhecida. No Brasil, temos ainda menos de 30profissionais nessa área, com a remuneração em torno de R$ 100,00 por hora.

http://www.fipecafi.com.br/public_artigos/marion/prepproffuturo.pdf

3. Ordenação por comparação: semelhança ou contraste

Na ordenação por comparação, estabelecemos um confronto de idéias, seres,coisas, fatos ou fenômenos mostrando seus pontos comuns (semelhanças) ou seuscontrastes (diferenças).

Na comparação que assinala as semelhanças, desenvolvendo um paralelo entreos itens citados, evidenciam-se articuladores como:

assim como... também, tanto como..., tanto quanto, além de..., também, não só...(como) também, de igual modo, em ambos os casos etc.

Já na comparação que assinala os contrastes, aparecem as seguintes expressões:

de um lado... de outro lado, por um lado... por outro lado, se por um lado... poroutro lado, (para) uns... (para) outros, este... aquele, ao contrário..., em oposição...,enquanto..., já..., ao passo que..., mas..., porém etc.

.

Exemplo:

Em português, é bom lembrar, educação à distância, ensino a distância eteleducação são termos utilizados para expressar o mesmo processo real. Contudo,algumas pessoas ainda confundem teleducação como sendo somente educação portelevisão, esquecendo que tele vem do grego, que significa ao longe ou, no nosso caso,a distância. Há diferenças entre educação a distância e educação aberta, porém aindaprevalece, principalmente nos projetos universitários, forte ilusão de semelhança entreambos os conceitos. No caso da educação aberta, esta pode ser a distância ou presencial,o que a diferencia da educação tradicional, é que todos podem nela ingressar,independentemente de escolaridade anterior. O aluno pode organizar seu próprio currículoe ir vencendo-o por seu próprio ritmo (Cirigliano, 1983, 11). Além disso, na expressãoeducação à distância, pode-se ou não usar a crase, pois ela é facultativa neste caso,sendo obrigatória somente quando define-se a distância, por exemplo: à distância detrês metros.

http://www.intelecto.net/ead_textos/ivonio1.html

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4. Ordenação por tempo e/ou espaço

As indicações de espaço são necessárias sempre que for conveniente mostrar olugar em que aconteceram os fatos referidos. Já a ordenação temporal exprime a ordemsegundo a qual o reda-tor teve a percepção ou o conhecimento de algo acontecido. Podeocorrer o emprego simultâneo dos critérios de ordenação de idéias por tempo e espaço.

Vamos examinar as expressões indicativas dessas formas de ordenação:

TEMPO:agora, já, ainda, antes, depois, em seguida, breve, logo que, finalmente,

freqüentemen-te, após, antes de, à medida que, à proporção que, enquanto, sempreque, assim que, ultima-mente, presentemente, no século tal, muitos anos atrás, naqueletempo etc.

ESPAÇO:longe de, perto de, em frente de, atrás de, diante de, detrás de, abaixo de, dentro

de, fora de, aí, ali, cá, além, à direita, à esquerda, no país tal, no local tal etc.

Exemplos:

Ordenação por tempo

Na Idade Média, os livros eram manuscritos em pergaminhos e papiros pelosmonges copistas, que passavam dias a fio nos conventos fazendo esse trabalho é porisso que o assunto das obras era quase sempre religioso. Esses monges eram ótimosdesenhistas, mas a maioria não sabia ler. Da Idade Média à era moderna, o gosto literáriomudou da água para o vinho. Tanto que o autor mais traduzido do mundo é o americanoSidney Sheldon, cujos romances foram vendidos em 51 línguas e distribuídos em 180países.

http://biblioteconomia.objectis.net/artigos/6coisas

Ordenação por espaçoO cozido é um prato muito simples, feito com legumes verdes e secos,

carnes e água. Na França, o turista poderá optar por uma das 132 qualidades de cozido.Na Itália, ninguém contesta o sabor dos bollitos. E na Espanha, não há cozido sem grão,apesar do arroz não fazer parte dos ingredientes do prato. Já em Portugal, o prato docozido é aproveitado para preparar um arroz delicioso. Na Itália, um molho saboroso,quase sempre feito à base de rabanete picante, caracteriza um estilo. Só o campo dosenchidos e carnes já daria um tratado de culinária. Não há qualquer semelhança entreum presunto de Bayoone, de Parma, de Trevélez ou de Monção. Também não se compara

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um chorizo espanhol e um chouriço português. Cada um deles dá um caldo de sabordiferenciado, inconfundível que torna os cozidos de cada região singulares. (ZH Turismo)

5. Ordenação por tempo e espaço simultaneamente

Não espanta que as lendas do Santo Graal tenham feito tanto sucesso na IdadeMédia. Acreditava-se que os restos mortais dos mártires fossem dotados de poderesfísicos e espirituais. Durante as Cruzadas, um fragmento da “verdadeira cruz” costumavaser carregado pelos exércitos cristãos nas batalhas contra os sarracenos, como umaespécie de talismã da vitória. Em 1239, o rei francês São Luís pagou uma verdadeirafortuna pela suposta Coroa de Espinhos, construindo uma das obras-primas da arquiteturagótica (a Sainte-Chapelle de Paris) só para abrigá-la. Por toda Europa, fiéis diziam possuiritens famosos, como o dente de leite do menino Jesus, a cabeça de São João Batista, oprepúcio de Cristo, as lágrimas, o leite ou os cabelos (ruivos, louros, morenos...) deMaria. O costume de venerar relíquias continuou a contar com o apoio do Vaticano mesmoapós o fim da Idade Média: no Concílio de Trento, em 1545, o poder dos objetos sagradosfoi reafirmado como um dos dogmas da fé católica. Ainda assim, a Igreja jamais aceitouoficialmente a crença no Graal.

Revista Superinteressante/fevereiro 2005

6. Ordenação por definição

De todas as formas de ordenação esta é a mais abstrata, pois revela os atributosessenciais de um objeto por meio de sua definição, muito utilizada em textos técnicos oucientíficos.

Nesta forma de ordenação, é freqüente o emprego do verbo SER ou de verboscomo CHAMAR-SE, DENOMINAR-SE, CONSIDERAR-SE, TRATAR-SE DE.

Exemplo:A educação a distância é um recurso de incalculável importância como modo

apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva queoutras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos emdecorrência da ampliação da clientela atendida.

http://www.intelecto.net/ead_textos/ivonio1.html

7. Ordenação por exemplificação

Nessa modalidade, a exemplificação ou justificação de determinada afirmação éfeita por meio de exemplos ilustrativos, para que seja estabelecida uma relação entre adefinição e algo concreto.

O parágrafo seguinte usa a exemplificação para justificar a afirmação feita no tópicofrasal.

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Observe o emprego da expressão por exemplo.

Exemplo:O Brasil tem gritantes problemas no campo da Educação. Há, por exemplo,

uma preocupação crescente com a quantidade em prejuízo da qualidade do ensino. Abrem-se inúmeros estabelecimentos de ensino superior sem as mínimas condições defuncionamento. Daí as desistências, as repetências, a corrupção e outros males quedenigrem a Educação em nossa Pátria.

(MACEDO, Jorge Armando. A redação do vestibular. São Paulo, Ed. Moderna).

1. O parágrafo misto

Alguns parágrafos caracterizam-se, no seu desenvolvimento, por serem mistos.Os parágrafos mistos são aqueles em que predomina mais de uma forma.

Exemplo:Na luta contra a depressão fora do divã, os psiquiatras de todo o mundo decidi-ram

investir em outros tipos de acompanhamentos médicos, além dos remédios e da aplicaçãodo ECT. Nas regiões onde o inverno é longo e intenso, como os países nórdi-cos, crescemdia a dia as experiências à base das chamadas clínicas de luz. Nelas, as pessoas comproblemas depressivos ou maníaco-depressivos são expostas a raios arti-ficiais quereproduzem a mesma freqüência da luz solar infravermelha. Com isso, a glândula pinealé ativada, o que gera um aumento da metabolização dos neurotransmissoresantidepressivos. Uma outra técnica é a chamada “deprivação do sono”, que con-siste emmanter o paciente acordado por até 36 horas, de forma que a produção deneu-rotransmissores seja regularizada. “Através de estímulos acústicos, luminosos, jogose a presença de especialistas que se revezam, as pessoas em tratamento são mantidasacordadas”, explica o psiquiatra carioca Jorge Alberto da Costa e Silva, presidente doComitê Internacional de Tratamento e Prevenção da Depressão.

O autor cita as técnicas de cura para a depressão, exemplificando-as. Cada umadas técni-cas aponta para a causa e também para a conseqüência da sua aplicação.Em função disso, a ordena-ção desse parágrafo é classificada: por exemplificação epor causa e conseqüência, o que indica o parágrafo misto.

Os parágrafos no contexto da dissertação

Para concluir, convidamos você a observar a estrutura de cada um dos parágrafosdo texto abaixo, conforme a sua posição no contexto da dissertação. Não se esqueça deexaminar os elemen-tos de transição entre os diferentes parágrafos, ou seja, osseqüencializadores textuais.

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1. Analise agora os parágrafos abaixo e classifique-os quanto ao tipo de ordenaçãoapresentada.

1. Vocação para o turismoNos últimos anos, o setor turístico viveu uma grande transformação em Florianópolis.

A busca por maior organização e crescimento planejado na área levaram a cidade a setornar, segundo pesquisas recentes da Embratur, o segundo destino turístico deestrangeiros em todo o Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro, e o terceiro em númeroabsoluto de visitantes. Além disso, a capital catarinense foi considerada, pela revistaExame, a terceira melhor cidade brasileira para se fazer negócios. Essa efervescênciaturística já mostra resultados definitivos: a construção de novos equipamentos paraeventos, recreação e hospedagem e a ampliação e melhoria da infra-estrutura já existentee da oferta de serviços. Há também o surgimento de escolas e faculdades de turismo ehotelaria. Florianópolis, além de bela, torna-se eficiente. Parte desse aperfeiçoamentodeu-se em parceria com a administração pública, considerada a melhor do Brasil pordiferentes instituições de pesquisa. O esforço agradou os turistas: mais de 93% estãosatisfeitos e pretendem voltar. (Brasil Travel News/Ano XVII/nº 171, p. 58)

2. Reforma da ProvidênciaNão se trata de uma reforma da previdência, mas sim de uma reforma de emergência.

Ou melhor: para os aposentados da Austrália é uma reforma da Providência. Osaposentados daquele país passaram a gozar do direito de ter um desconto de 5% nosbordéis. As prostitutas australianas cobram em média US$ 140 por “benefícios” de umahora. “Esse desconto caiu do céu”, diz o aposentado que passou a freqüentar o bordelViper Room. “Todos os demais negócios do país dão promoção aos aposentados. Jáestava na hora de fazer isso no nosso ramo de negócios, mesmo porque os lucros andamcaindo”, diz o proprietário da casa, Neil Campbell. (Istoé, 25/06/2003, p.21)

3. O berço da Contabilidade é a Itália.No século XV, o cenário mundial da Contabilidade era a Itália. Praticamente, durante

quatro séculos, esse país foi o grande formador da doutrina contábil, perdendo a primaziapara os norte-americanos nos primórdios deste século. Se há um fator preponderante namudança do cenário mundial da Contabilidade da Itália para os Estados Unidos,certamente, este fator foi o foco no cliente, no usuário principal da Contabilidade. Enquantona Itália havia exagerado culto à personalidade, ou seja, aos grandes teóricos daContabilidade, nos Estados Unidos o usuário era consultado, sendo proporcionado a elea manifestação de seus anseios em relação às informações contábeis. Essa manifestaçãodos usuários estimulava o desenvolvimento da Contabilidade Gerencial, que secontrapunha à ênfase teórica dos italianos. Quando o foco está nos grandes estudiosos

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(gênios) da Contabilidade, a Auditoria tem papel secundário. Todavia, quando o usuárioé o centro das atenções, a Auditoria desenvolve-se, ganha papel proeminente. Auditoriacontinua sendo a ênfase maior no cenário mundial da Contabilidade, que são os EstadosUnidos.

http://www.fipecafi.com.br/public_artigos/marion/prepproffuturo.pdf

Não se esqueça de delimitar o assunto e fixar o objetivo.

2. Para que possamos fixar melhor o conteúdo estudado, construa cinco parágrafos(tempo/espaço, exemplificação, enumeração, causa-conseqüência e definição) a respeitodo seguinte assunto: Empreendedorismo.

a) tempo/espaço

b) exemplificação

c) enumeração

d) causa-conseqüência

e) definição

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O QUE É LEITURA?

Os níveis de leitura: emocional, racional e sensorial.

Objetivo:

conhecer os níveis racional, emocional e sensorial da leitura.Palavras-chaves: leitura, ato de ler, emoção, razão e sensação.

Vejamos a tirinha4 a seguir:

Desde que entramos na escola, nossa atenção é chamada para o prazer ou anecessidade da prática da leitura. Mas poucas vezes somos levados a pensar o que éessa prática. O livro O Que é Leitura, de Maria Helena Martins, nos leva a compreenderque começamos a ler bem antes da iniciação na escola ou no conhecimento do alfabeto,percebendo os elementos que nos cercam e decodificando-os.

AULA 7:

www.hq.cosmo.com.br/textos/quadrinex/qhagar

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De acordo com MARTINS (1994), iniciamos os primeiros passos rumo à leituraquando ainda somos bebês, que é quando começamos a compreender o mundo a nossavolta.

É quando nos irritamos com a luz forte e nos tranqüilizamos quando há penumbra.Sentimos a pulsação de quem nos amamenta, o cheiro agradável e o colo da mãe.

Procedendo assim, começamos a atribuir sentidos às coisas que nos cercam, asquais constituem nossas leituras iniciais e nos preparam para o ato de ler a palavraescrita. A autora diz ainda que a leitura, apesar de se desencadear na convivência, é umato solitário, ou seja, ninguém ensina ninguém a ler, cada um desenvolve sua leitura nainteração com os outros e com o mundo.

Apesar de ser um ato solitário, a leitura pode ser facilitada ou dificultada pelo modocomo é direcionada, defendendo que as condições internas e externas também influenciamna leitura.

É nesse aspecto que, muitas vezes no ensino da leitura na escola, ainda prevalecea pedagogia do sacrifício, do aprender por aprender, sem se colocar o porquê, como epara quê. Isso impede o aluno de compreender a função da leitura, assim como suaimportância dentro e fora da escola.

Na tirinha de Hagar, o Terrível, vemos que o protagonista das aventuras bárbarasdesconhece a importância da leitura, chegando a questionar a preferência do filho porleitura e não por conquistas. Mas o bárbaro logo se vê diante de um enigma: descobrir oque significa a palavra crepúsculo, cuja decodificação será primordial para resistir aoataque viking.

Observemos também que, enquanto Hagar lê demoradamente o bilhete, o sol sepõe e a noite chega, levando, assim, implicitamente, o bárbaro e seus companheiros aoperigo. Nesse caso, a leitura considerada inútil pelo bárbaro é condição para vencer ouperder uma batalha.

Então, o que é leitura?

Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples interpretação dossímbolos gráficos, de códigos, requer que o indivíduo seja capaz de interpretar o materiallido, comparando-o e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que oindivíduo mantenha um comportamento ativo diante da leitura. Para que isso aconteça, énecessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão tudo cairáno esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamoscondições cognitivas para utilizar.

As nossas experiências culturais, sociais e políticas interferem no processo decompreensão da leitura. Dessa forma, é importante que tenhamos em mente que o ato deler não se restringe à decodificação mecânica de textos escritos, pois, segundo a autora,o processo da leitura se configura gradualmente.

Inicialmente, devemos observar que em um primeiro momento, ler é uma capacidadecerebral e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática,a semântica - é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.

Posteriormente, é interessante que façamos uma pré-leitura ou leitura inspecional,que tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nossurpreenda e, segundo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos,efetivamente. Na verdade, é nossa primeira impressão sobre o livro, na qual perguntamos:

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• Por que ler este livro?

• Será uma leitura útil?

• Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?

Tais perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurandousar de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor e o assunto, evitandopreconceitos, já que se você se propuser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico,rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo.

LER é:

· Armazenar informações

· Desenvolver e ampliar horizontes

· Compreender o mundo

· Comunicar-se melhor

· Escrever melhor

· Relacionar-se melhor com o outro

Caro aluno, depois de vasculharmos e analisarmos bem o livro na pré-leitura éimprescindível que saibamos em qual gênero o livro se enquadra: trata-se de um romance,um tratado, um livro de pesquisa e, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridaspráticas e exemplos5.

É bom lembrar que, de uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas atétermos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis sãocumulativos e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente todaa nossa leitura.

Maria Helena Martins argumenta também sobre o caráter dinâmico e circunstancialda leitura, apresentando os três níveis de leitura – nível sensorial, nível emocional enível racional – os quais constituem uma inter-relação e simultaneidade, desencadeadase percebidas conforme a experiência, o interesse do leitor, das expectativas e dascondições do contexto em que se insere.

O primeiro deles é o Nível Sensorial, cuja característica relaciona-se às respostasque damos aos estímulos. É assim que a criança começa a “ler”: percebendo o cheiro, ogosto, sentindo o que é quente ou frio, e é assim que nós desenvolvemos esse aspectoda leitura, já que mesmo na leitura de um livro, primeiramente ele é tateado, tem suaspáginas cheiradas e as gravuras, vistas.

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Logo após, o Nível Emocional. É nesse nível que nossas emoções são despertadasconforme as situações, os ambientes, as conversas causais, levando-nos a lugares outempos outros, causando satisfação ou insatisfação. Nesse aspecto, o leitor se deixaenvolver pelos sentimentos que o texto lhe desperta. Sua atitude é de formação de opinião,tendendo ao irracional.

Já no Nível Racional, a leitura liga-se aos aspectos intelectuais, buscando do textoapenas o objeto lido, sem considerar o contexto em que foi criado: ocorrerá a valorizaçãodo caráter reflexivo, dialético.

É interessante não perdermos a noção de que a leitura racional acrescenta àsensorial e à emocional o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento,a reflexão, a reordenação do mundo objetivo, possibilitando-lhe, no ato de ler, atribuirsignificado ao texto e questionar tanto a própria individualidade como o universo dasrelações sociais.

Assim, caro aluno, a leitura sensorial tende ao imediatismo, o emocional aoconservadorismo e o racional ao progressismo, mas que em função da dinamicidade daleitura, inter-relacionam-se no ato de ler.

Vamos praticar um pouco?

O texto que vem a seguir é um fragmento da peça “Auto da Compadecida”, deAriano Suassuna. Vamos lê-lo para responder as questões seguintes?

CHICÓ – Mas, padre, não vejo nada de mal em se benzer o bicho.JOÃO GRILO – No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhornão benzeu?PADRE – Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eununca ouvi falar.CHICÓ – Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor.PADRE – É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor éfácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro?JOÃO GRILO – É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisaé benzer motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major AntônioMorais.PADRE – (mão em concha no ouvido) Como?JOÃO GRILO – Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major AntônioMorais.PADRE – E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais?JOÃO GRILO – É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas omajor é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego,fui forçado a obedecer, mas disse a Chicó: o padre vai se zangar.PADRE – (desfazendo-se em sorrisos) Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deuspara ter direito de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quemera o cachorro!JOÃO GRILO – (cortante) Quer dizer que benze, não é?PADRE – (a Chicó) Você o que é que acha?JOÃO GRILO – (a Chicó) Você o que é que acha?CHICÓ – Eu não acho nada demais.PADRE – Nem eu. Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus.

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1. No início do texto, há uma discussão entre Chicó, João Grilo e o padre sobre o atode benzer um cachorro. De acordo com sua experiência, qual dos três debatedoresrepresenta a autoridade mais credenciada para decidir sobre a questão posta emdebate? Explique por quê.

2. Levando em conta as opiniões que circulam durante a discussão, qual é o parecerdo padre sobre a validade de benzer o cachorro? Que argumento ele usa paraapoiar sua opinião?

3. Qual é o parecer de Chicó e de João Grilo? Que argumento os dois utilizam afavor de benzer o cachorro?

4. Até esta altura do debate, o padre demonstra em seu ponto de vista uma atitudeautônoma? Por quê?

5. Numa outra intervenção, João Grilo apela nesta altura de maneira explícita paraum argumento. Qual é esse argumento? Como o padre reage a esse argumento?

6. Na penúltima fala de João Grilo, ele revela que não queria vir, mas veio por purasubmissão ao major, pois sabia que o padre ia zangar-se. O padre se zangou,conforme previa João Grilo? Por quê?

7. Em que sentido o texto apresentado encerra uma crítica ao modo como o padrecomanda a sua paróquia? Você chegou a essa resposta fazendo uma leiturasensorial, emocional ou racional? Explique.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, São Paulo: Ática, 2004FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. SãoPaulo: Cortez, 1988.FULGÊNCIO, Lucia e LIBERATO, Yara. Como Facilitar a Leitura. 7.ed.São Paulo: Contexto,2003.MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1998PLATÃO & FIORIN. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1997._______________. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1998.MOISÉS, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 1998.

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Os níveis de leitura

Estruturas superficial, intermediária e profunda.

Objetivo:

Conhecer os níveis de leitura de um texto: estruturas superficiais, intermediárias eprofundas.

Palavras-chaves: níveis de leitura, conhecimento de mundo.

Como fazer uma boa leitura?

Conhecimento lingüístico é o conhecimento que faz com que o indivíduo faleuma língua como falante nativo. É o que acontece quando falamos português, obedecendoa todas as regras da língua. O conhecimento sobre o uso da língua.

Já sabemos que todos nós precisamos adotar alguns procedimentos, hábitos paramelhorar o rendimento possível da leitura de um texto. Mas para respondermos a essapergunta é preciso antes destacar que não existe uma resposta única e fechada, ou seja,uma solução ou fórmula mágica.

Conhecimento de Mundo é uma espécie de dicionário enciclopédico do mundo eda cultura, armazenado na memória.

Pode-se afirmar que para que haja uma leitura proveitosa, além do conhecimentolingüístico propriamente dito, é necessário que tenhamos um repertório de informaçõesexteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo.

Ambíguo: que tem dois ou mais sentidos.

Devemos nos lembrar que, às vezes, quando um texto é ambíguo, é o conhecimentode mundo que o leitor tem dos fatos que permite fazer uma interpretação adequada doque se lê.

Para exemplificar, vamos observar a questão seguinte, extraída de um vestibularda UNICAMP:

“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito.A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, queproíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menoresde 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeiossem a companhia ou autorização dos pais.”

AULA 8:

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Pela posição em que se situa a expressão:

sem a companhia ou autorização dos pais

permite a interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menorespodem ir a rodeios ou motéis.

Só que o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação éestranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provável que eletenha tido a intenção de dizer que:

os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dospais e de freqüentarem motéis.

Percebemos, então, que é o conhecimento de mundo que nos permite reconhecera ambigüidade do texto em questão.

Platão2 assinala que o aluno deve observar três questões básicas durante a leiturade um texto.

I - Qual é a questão de que o texto está tratando?

Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questõessecundárias da principal, isto é, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando oleitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genéricae confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não temrepertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.

II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão?

Pelo texto, é possível notar vários indicadores da opinião de quem escreve. Porisso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificar essa opinião. Não saberdar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.

III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentara opinião dada?

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Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor paraconvencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentosdo autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitoracompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto significaacompanhar com atenção o seu percurso argumentativo.

É bom lembrar que no primeiro contato com qualquer texto, pormais simples que ele pareça, normalmente nos defrontamos com adificuldade de encontrar determinada unidade por trás de tantossignificados que ocorrem na superfície.

É por isso que Platão e Fiorin acreditam que há três níveis de leitura:

uma estrutura superficial, em que afloram os significados mais concretos e diversificados.É nesse momento que podem ser destacados o narrador, os personagens, os cenários, otempo e as ações concretas;

uma estrutura intermediária, em que se definem basicamente os valores com que osdiferentes sujeitos entram em acordo ou desacordo;

uma estrutura profunda, em que ocorrem os significados mais abstratos e mais simples.É nesse nível que se podem postular dois significados abstratos que se opõem entre si egarantem a unidade do texto inteiro.

Vamos entender um pouco mais sobre esses três níveis de leituraanalisando a fábula a seguir?

O Vento e o Sol“O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente, viram umviajante que vinha caminhando.- Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco, seráo mais forte. Você começa, propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem.

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O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homemajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se. O sol saiu de seuesconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor edespiu o paletó.”

(O amor constrói, a violência arruína)

Podemos depreender, a partir do primeiro nível de leitura, os seguintessignificados:

• Os personagens vento e o sol disputam qual dos dois é o mais forte;• O vento acredita que pode resolver a disputa quem fizer o viajante tirar o casaco

mais depressa;• O sol propõe que o vento seja o primeiro, já pensando em uma estratégia;• O viajante não tira o casaco, pois o vento é forte demais;• O sol, articulista, aparece “com todo o esplendor sobre o homem”, que logo retira

o casaco.

Em um nível intermediário, os dados concretos podem ser organizados e definidos emum plano mais abstrato:

• O vento acredita que usando a força, a violência vai conseguir fazer com que oviajante tire o casaco;

• O sol utilizou uma estratégia mais simples, mais pacífica;• No desespero, o vento percebeu que sua estratégia não tinha dado certo e o sol,

que tinha se afastado atrás das nuvens, observa a ação incoerente do vento earma-se com uma nova estratégia.

Em um nível mais profundo, podemos imaginar uma leitura ainda maisabstrata, que resume o texto todo:

• Num primeiro momento existe a disputa de quem é o mais forte;• Afirmação da força (vento) negação da forma, da violência• Afirmação da pacificação

Vamos trabalhar os níveis de leitura?

Na fábula abaixo, analise os três níveis de leitura: estrutura superficial, intermediária eprofunda:

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O Camundongo da Cidade e o do Campo3

Um camundongo que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia nocampo. Aquele era um pouco arrogante e espevitado, mas o camundongo do campoqueria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceu-lhe o que tinha de melhor: feijão, toucinho, pão e queijo. O camundongo da cidade torceuo nariz e disse:- Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobresalimentos. Naturalmente, aqui no campo, é difícil obter coisa melhor. Venha comigo e eulhe mostrarei como se vive na cidade. Depois que passar lá uma semana, você ficaráadmirado de ter suportado a vida no campo.

Os dois puseram-se, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa docamundongo da cidade.

Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse elepolidamente ao primo.Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de umagrande festa. Puseram-se a comer geléias e bolos deliciosos. De repente, ouviramrosnados e latidos.

- O que é isto? Perguntou, assustado, o camundongo do campo.- São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade.- Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar.Neste momento, a porta se abriu e apareceram dois enormes cães.Os camundongos tiveram que fugir a toda pressa.- Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no

campo.- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro.”(Mais vale o pouco certo,

que o muito duvidoso)

1 – Estrutura superficial

2 – Estrutura intermediária

3 – Estrutura profunda

Neste outro exercício, você deverá ler o texto e responder as questões abaixo:

Os Moralistas

Luis Fernando Veríssimo

— Você pensou bem no que vai fazer, Paulo?

— Pensei. Já estou decidido. Agora não volto atrás.

— Olhe lá, hein, rapaz...

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Paulo está ao mesmo tempo comovido e surpreso com os três amigos. Assim quesouberam do seu divórcio iminente, correram para visitá-lo no hotel. A solidariedade lhefaz bem. Mas não entende aquela insistência deles em dissuadi-lo. Afinal, todos sabiamque ele não se acertava com a mulher.

— Pense um pouco mais, Paulo. Reflita. Essas decisões súbitas...

— Mas que súbitas? Estamos praticamente separados há um ano!

— Dê outra chance ao seu casamento, Paulo.

— A Margarida é uma ótima mulher.

— Espera um pouquinho. Você mesmo deixou de freqüentar nossa casa por causa daMargarida. Depois que ela chamou vocês de bêbados e expulsou todo mundo.

— E fez muito bem. Nós estávamos bêbados e tínhamos que ser expulsos. Outra coisa,Paulo. O divórcio. Sei lá.

— Eu não entendo mais nada. Você sempre defendeu o divórcio!

— É. Mas quando acontece com um amigo...

— Olha, Paulo. Eu não sou moralista. Mas acho a família uma coisa importantíssima.Acho que a família merece qualquer sacrifício.

— Pense nas crianças, Paulo. No trauma.

— Mas nós não temos filhos!

— Nos filhos dos outros, então. No mau exemplo.

— Mas isto é um absurdo! Vocês estão falando como se fosse o fim do mundo. Hoje, odivórcio é uma coisa comum. Não vai mudar nada.

— Como, não muda nada?

— Muda tudo!

— Você não sabe o que está dizendo, Paulo! Muda tudo.

— Muda o quê?

— Bom, pra começar, você não vai poder mais freqüentar as nossas casas.

— As mulheres não vão tolerar.

— Você se transformará num pária social, Paulo.

— O quê?!

— Fora de brincadeira. Um reprobo.

— Puxa. Eu nunca pensei que vocês...

— Pense bem, Paulo. Dê tempo ao tempo.

— Deixe pra decidir depois. Passado o verão.

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— Reflita, Paulo. É uma decisão seriíssima. Deixe para mais tarde.

— Está bem. Se vocês insistem...

— Na saída, os três amigos conversam:

— Será que ele se convenceu?

— Acho que sim. Pelo menos vai adiar.

— E no solteiros contra casados da praia, este ano, ainda teremos ele no gol.

— ambém, a idéia dele. Largar o gol dos casados logo agora. Em cima da hora. Quandonão dava mais para arranjar substituto.

— Os casados nunca terão um goleiro como ele.

— Se insistirmos bastante, ele desiste definitivamente do divórcio.

— Vai agüentar a Margarida pelo resto da vida.

— Pelo time dos casados, qualquer sacrifício serve.

— Me diz uma coisa. Como divorciado, ele podia jogar no time dos solteiros?

— Podia.

— Impensável.

— É.

— Outra coisa.

— O quê?

— Não é reprobo. É réprobo. Acento no “e”.

— Mas funcionou, não funcionou?

1 – O produtor do texto construiu uma narrativa com vários personagens. No nívelsuperficial, situe e explicite as características básicas dos personagens de Paulo eseus amigos.

2 – Num nível mais abstrato da leitura, os personagens da narrativa cultivam os mesmosvalores referentes à atitude de Paulo?

3 – O texto é construído a partir da oposição: moralismo x falso moralismo. Num nívelmais profundo, esses conceitos se confundem, são relativos ou eles são absolutos nanarrativa?

Fábula é uma narrativa curta, geralmente protagonizada por animaisirracionais, cujo comportamento deixa transparecer uma alusão aosseres humanos. É, muitas vezes, identificada com a parábola oucom o apólogo, em razão da moral, implícita ou explícita.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12.ed, São Paulo: Ática, 2004DUBOIS et al. Dicionario de Lingüística. São Paulo: Cultrix, 1998.FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. 9.ed, São Paulo: Ática, 2002.FULGÊNCIO, Lucia e LIBERATO, Yara. Como Facilitar a Leitura. 7.ed.São Paulo: Contexto,2003.KLEIMAN, Ângela. Leitura: Ensino e Pesquisa. Campinas: Pontes, 1989.KOCH, Ingedore Villaça. A Inter-Ação pela Linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1983PLATÃO & FIORIN. Lições de Texto. São Paulo: Ática, 1997._______________. Para Entender o Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1998.VERÍSSIMO, Luis Fernando. As Mentiras que os Homens Contam, Editora Objetiva: Riode Janeiro, 2000, pág. 41.

Aula 2

Dólar perde para o real pelo 8º mês e bancos erram previsõeshttp://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u93027.shtml

Aula 3

Só uma “Revolução Americana” pode nos ajudarEste texto não está na íntegra. Pode ser encontrado na página http://www.geocities.com/cronistaarnaldo/index2.htm

A Contabilidade como instrumento do gerenciamento ambientalTexto capturado do site http://www.fipecafi.com.br/public_artigos/maisa/portugal_anais.pdf

Aula 4

A Pescahttp://www.pead.letras.ufrj.br/tema09/textoecoerencia.html

Cidadezinha qualquerhttp://biblioweb.dgsca.unam.mx/horizonte/brasil/drumm6.html

IreneManuel Bandeira in http://educaterra.terra.com.br/literatura/poesiamoderna/poesiamoderna_2.htm

A metas regras de coerênciaABREU, Antonio Suaréz. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2004.

Identifique em cada um dos textos a seguir a meta-regra de coerência que foiinfrigida

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Esses textos foram retirados da obra de Ross e Kathryn Petras, traduzida por RuyJungmann, intitulada O Melhor do Besteirol apud ABREU, Antonio Suaréz. Oficina deredação. São Paulo: Ática,2004, p. 45 e 46.

O Pulsohttp://titas.letras.terra.com.br/letras/48989/

Desafios para o desenvolvimento institucionalhttp://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_dez99.cfm

Aula 6

Segmentação do Ensino Superior:@prender Virtual/março/abril/2003, p. 15

aula 7

http://www.portrasdasletras.com.br

Auto da CompadecidaSuassuna, Ariano. Auto da Compadecida. São Paulo: Agir, 2001

Aula 8

Platão e FiorinFrancisco Platão Savioli é Professor e Autor de Português do Anglo Vestibulares e tambémProfessor Assistente Doutor de Língua Portuguesa, Redação e Expressão Oral doDepartamento de Comunicações e Artes da ECA-USP.

O vento e o solhttp://www.mundoimaginario.com/Contos/vento_sol.htm

O Camundongo da Cidade e o do CampoFábula retirada do site http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/Fabulas/fabulasdeesopo1.htm

Os Moralistashttp://www.releituras.com/lfverissimo_moralistas.asp