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CONTABILIDADE GERENCIAL Professor Me. Silvio César de Castro GRADUAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PROCESSOS GERENCIAIS MARINGÁ-PR 2012

Conta Bili de Geren Cial

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COntabilidade

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  • CONTABILIDADE GERENCIALProfessor Me. Silvio Csar de Castro

    GRADUAO

    ADMINISTRAO

    PROCESSOS GERENCIAIS

    MARING-PR2012

  • Reitor: Wilson de Matos SilvaVice-Reitor: Wilson de Matos Silva FilhoPr-Reitor de Administrao: Wilson de Matos Silva FilhoPresidente da Mantenedora: Cludio Ferdinandi

    NEAD - Ncleo de Educao a Distncia

    Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos SilvaCoordenao Pedaggica: Gislene Miotto Catolino RaymundoCoordenao de Marketing: Bruno JorgeCoordenao Comercial: Helder MachadoCoordenao de Tecnologia: Fabrcio Ricardo LazilhaCoordenao de Curso: Reginaldo Aparecido CarneiroSupervisora do Ncleo de Produo de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa MouraCapa e Editorao: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Luiz Fernando Rokubuiti, Renata Sguissardi e Thayla Daiany Guimares CripaldiSuperviso de Materiais: Ndila de Almeida Toledo Reviso Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janana Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos.

    CENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao a distncia: C397 Contabilidade gerencial/ Silvio Csar de Castro.Maring - PR,2012. 222 p.

    Graduao em Administrao - EaD. 1. Contabilidade gerencial. 2. Patrimnio contbil. 3. EaD. I. Ttulo.

    CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR

    As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM.

    Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimao - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maring - Paran - www.cesumar.brNEAD - Ncleo de Educao a Distncia - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - [email protected] - www.ead.cesumar.br

  • CONTABILIDADE GERENCIAL

    Professor Me. Silvio Csar de Castro

  • 5CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    APRESENTAO DO REITOR

    Viver e trabalhar em uma sociedade global um grande desafio para todos os cidados. A busca por tecnologia, informao, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderana e soluo de problemas com eficincia tornou-se uma questo de sobrevivncia no mundo do trabalho.

    Cada um de ns tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por ns e pelos nossos far grande diferena no futuro.

    Com essa viso, o Cesumar Centro Universitrio de Maring assume o compromisso de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.

    No cumprimento de sua misso promover a educao de qualidade nas diferentes reas do conhecimento, formando profissionais cidados que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidria , o Cesumar busca a integrao do ensino-pesquisa-extenso com as demandas institucionais e sociais; a realizao de uma prtica acadmica que contribua para o desenvolvimento da conscincia social e poltica e, por fim, a democratizao do conhecimento acadmico com a articulao e a integrao com a sociedade.

    Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituio universitria de referncia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisio de competncias institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidao da extenso universitria; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distncia; bem-estar e satisfao da comunidade interna; qualidade da gesto acadmica e administrativa; compromisso social de incluso; processos de cooperao e parceria com o mundo do trabalho, como tambm pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educao continuada.

    Professor Wilson de Matos SilvaReitor

  • 6 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Caro aluno, ensinar no transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produo ou a sua construo (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que, no Ncleo de Educao a Distncia do Cesumar, voc ter sua disposio todas as condies para se fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que est inserido.

    Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo de formao e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduao, determinadas pelo Ministrio da Educao (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distncia geogrfica que voc esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.

    Neste sentido, por meio de um modelo pedaggico interativo, possibilitamos que, efetivamente, voc construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade ser vivenciada especialmente no ambiente virtual de aprendizagem AVA no qual disponibilizamos, alm do material produzido em linguagem dialgica, aulas sobre os contedos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formao, tm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competncias necessrias para que voc se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.

    Portanto, recomendo que durante a realizao de seu curso, voc procure interagir com os textos, fazer anotaes, responder s atividades de autoestudo, participar ativamente dos fruns, ver as indicaes de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitaro organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construo de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitria.

    Um grande abrao e timos momentos de construo de aprendizagem!

    Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo

    Coordenadora Pedaggica do NEAD- CESUMAR

  • 7CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    APRESENTAO

    Livro: Contabilidade GerencialProfessor Me. Silvio Csar de Castro

    Ol, prezado acadmico! Seja bem-vindo ao livro de Contabilidade Gerencial. Pelo fato deste livro ter sido organizado, especialmente, para o seu estudo, procuro aqui mostrar qual a melhor maneira para estud-lo, e, desta forma, lhe proporcionar maior aproveitamento.

    Eu sou o professor Silvio Csar de Castro, trabalho junto ao Cesumar, no ensino da contabilidade por mais de dez anos e fiquei imensamente feliz em poder construir este material para nossos alunos. Essa satisfao se d, tendo em vista que com isso tive a liberdade de incorporar todos os aspectos que acredito serem importantes aos nossos acadmicos em relao ao ensino da contabilidade.

    Agora, fao um breve relato, para facilitar o entendimento da obra por voc, acadmico leitor.

    Na unidade I, chamada CONTABILIDADE - ASPECTOS INTRODUTRIOS, procurei introduzir os aspectos bsicos e conceituais da contabilidade geral, focando sua funo principal, que evidenciar a informao necessria para a tomada de deciso, ou seja, para a gesto do negcio. Por isso, iniciei o assunto com a Contabilidade e seu posicionamento cientfico, demonstrando que a contabilidade uma cincia social com objeto de estudo e objetivos prprios, assim como mencionamos o seu campo de atuao. Trabalhamos, tambm, nas questes com os princpios contbeis, dando foco ao regime da competncia. Foi abordado tambm, os aspectos relacionados aos atributos da informao contbil que pode, inclusive, ser ampliado a qualquer tipo de informao utilizada para a tomada de deciso.

    Por fim, nosso foco foi a Informao Contbil, elencando os usurios e os principais atributos da informao contbil.

    Portanto, nosso propsito, neste captulo, que voc compreenda as bases da contabilidade e a sua funo de apoio gesto.

    Na unidade II, denominada de PATRIMNIO CONTBIL, inserimos subsdios relacionados ao objeto de estudo da contabilidade, o patrimnio. Dessa forma, iniciamos, primeiramente, com a definio e conceitos do Patrimnio Contbil, que se refere, logicamente, ao patrimnio da

  • 8 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    prpria empresa, divididos em bens, direitos e obrigaes. Juntamente, discorrido de forma introdutria aquilo que ser foco na prxima unidade, ou seja, o Balano Patrimonial.

    Na unidade III, a qual denominei de BALANO PATRIMONIAL, explicarei de forma detalhada, porm simples e bem ilustrada, como constitudo o Balano Patrimonial de uma entidade por meios de seus respectivos grupos: Ativo e Passivo. Os prazos de classificao e sua estrutura de apresentao. Tambm aprofundamos nos subgrupos que compem os grupos do Ativo e do Passivo, focando na liquidez e nos prazos. Ser apresentado um importante aspecto, o das origens e aplicaes de recursos, demonstrando de onde vm e onde so utilizados os recursos das entidades, o qual a base e princpio do Balano Patrimonial.

    Utilizamos, tambm, a metodologia de Balanos Sucessivos com o propsito de evidenciar a voc como se forma o Balano Patrimonial de uma empresa e sua variao aps qualquer evento ou fato ocorrido na empresa.

    Na unidade IV, chamada de DEMONSTRATIVO DE RESULTADO apresento a Demonstrao do Resultado do Exerccio, cuja finalidade principal demonstrar o Lucro ou Prejuzo que a empresa auferiu em um determinado perodo. Neste ponto, falamos tambm sobre Receitas, Despesas, Custos e Impostos e a consequente formao do resultado da empresa.

    O propsito da apurao do resultado est ligado eficincia econmica da empresa, por isso, esta demonstrao no tem finalidade financeira, ou seja, compor um fluxo de caixa, das entradas e sadas de dinheiro no perodo.

    Desta forma, o objetivo que voc compreenda a importncia, a estrutura e os itens que compes este relatrio oferecido pela contabilidade.

    Na unidade V, chamada de ATIVO PERMANENTE: IMOBILIZADO, nos aprofundaremos em um dos grupos do Ativo do Balano Patrimonial, que contm os bens que tm a finalidade de gerar receitas futuras. o grupo que compe os bens fsicos da empresa: imveis, veculos, equipamentos, maquinrios, benfeitorias, ou seja, a infraestrutura da entidade.

    A finalidade deste aprofundamento entendermos um pouco dos ajustes que a contabilidade faz ao patrimnio, especificamente, as perdas de valor decorridas por uso, obsolescncia ou ao da natureza.

    Discorremos sobre os conceitos da Amortizao em geral. Os clculos para chegar a estes

  • 9CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    valores e os percentuais definidos na legislao fiscal sobre os limites para estas redues, tm como contrapartida reduzir o resultado, ou seja, so custos ou despesas.

    Citamos exemplos para a depreciao, exausto e amortizao e seus respectivos clculos.

    Atrelado a isso, tambm investimos um espao para falar sobre o controle de bens, que so formulrios destinados a descrever a vida destes bens, desde sua aquisio, amortizao e venda, se for o caso.

    Na unidade VI, nomeada CONTROLE DE ESTOQUE, tratado basicamente do mrito do controle dos estoques e sua respectiva avaliao. Mrito face importncia que tem, porm, pouco observada de forma geral pelos gestores. Comento sobre o Custo pela mdia ponderada mvel, o PEPS e o UEPS (veja os significados destas siglas no captulo em questo). Alm disso, quais os reflexos no resultado da empresa em se utilizar cada uma dessas formas de avaliao de estoque.

    Na unidade VII, CONTABILIDADE DE CUSTOS: INTRODUO E INSUMOS, tratado de um assunto importantssimo para a Contabilidade Gerencial, devido sua respectiva importncia para a gesto de um negcio, que o conhecimento dos elementos que compem o custo de produtos e servios

    A grande importncia deste assunto est no fato de que custos esto diretamente relacionados a gastos na produo que, por sua vez, influenciam a apurao da margem bruta do produto.

    Abordamos, neste captulo, itens como terminologias, classificao e os elementos/insumos que so considerados custos.

    A unidade VIII, apresenta um tema muito discutido na gesto de custos das empresas, pois a maior dificuldade quando se fala em acumular custos a um produto o rateio dos custos indiretos, ou seja, aqueles que no tm uma relao diretamente proporcional produo. A, entram os critrios de rateio. Veremos instrumentos que auxiliaro na tomada de deciso no que se refere produo e ao produto. Conheceremos, tambm, a formao da Margem de Contribuio, isto , o quanto cada produto contribui para que a empresa possa arcar com os seus gastos fixos.

    Na sequncia, entenderemos como encontramos o Ponto de Equilbrio. Voc j parou para pensar em qual fase de um ms, ou em qual ms (no caso especfico da agricultura e pecuria),

  • 10 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    o empresrio sabe que sua empresa tem condies de pagar seus gastos fixos, e da o que vier lucro?

    Vamos conhecer tambm os pontos de equilbrio contbil, financeiro e econmico que tm o mesmo princpio, mas peculiaridades distintas.

    Por fim, vamos conversar sobre a Alavancagem Operacional. Como saber at onde minha empresa pode crescer em vendas sem aumentar os seus gastos fixos? Vamos te mostrar como calcular e como encontrar o ndice Grau de Alavancagem Operacional, que vai dizer quantas vezes crescer o lucro em decorrncia do crescimento das vendas, dentro do mesmo gasto fixo.

    Bom, isso, caro acadmico! Esperamos que esta iniciao ao conhecimento da contabilidade seja de grande valia para sua vida profissional.

    Qualquer dvida, estarei disposio juntamente com nossa equipe.

  • UNIDADE I

    CONTABILIDADE - ASPECTOS TRODUTRIOS

    CONTABILIDADE E SEU POSICIONAMENTO CIENTFICO 19

    OBJETIVOS, OBJETO E CAMPO DE ATUAO DA CONTABILIDADE 20

    USURIOS DA INFORMAO CONTBIL 31

    ATRIBUTOS DA INFORMAO CONTBIL 33

    UNIDADE II

    PATRIMNIO CONTBIL

    CONCEITO DE PATRIMNIO CONTBIL 41

    DIREITOS 43

    OBRIGAES 44

    PATRIMNIO LQUIDO 44

    UNIDADE III

    BALANO PATRIMONIAL

    BALANO PATRIMONIAL ASPECTOS INTRODUTRIOS 55

    ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO 56

    ATIVO 57

    PASSIVO 57

    PATRIMNIO LQUIDO 57

  • PRAZOS NO BALANO PATRIMONIAL 60

    ORIGENS E APLICAES 63

    BALANO PATRIMONIAL: GRUPO DE CONTAS 64

    ESTRUTURA PATRIMONIAL 65

    ATIVO 66

    ATIVO CIRCULANTE 66

    ATIVO NO CIRCULANTE 67

    PASSIVO 70

    CONTAS DEDUTIVAS, REDUTORAS OU RETIFICADORAS 72

    PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO 75

    BALANOS SUCESSIVOS 76

    APRESENTAO DA METODOLOGIA 77

    UNIDADE IV

    DEMONSTRATIVO DE RESULTADO

    DRE DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCCIO: ASPECTOS CONCEITUAIS 87

    RECEITAS 88

    CUSTOS 88

    DESPESAS 89

    OBJETIVO 91

    OBRIGATORIEDADE 91

  • CONTEDO 91

    FORMA DE PREPARAO DO DRE 93

    FORMA DE APRESENTAO 95

    COMENTRIOS SOBRE OS ITENS QUE COMPEM O DRE 98

    DEDUES DAS VENDAS 98

    CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E DOS SERVIOS PRESTADOS 99

    DESPESAS OPERACIONAIS 101

    LUCRO LQUIDO DO EXERCCIO 102

    EXEMPLO RESULTADO DA ATIVIDADE EM DETERMINADO PERODO E SEU REFLEXO NO BALANO PATRIMONIAL 103

    UNIDADE V

    ATIVO PERMANENTE: IMOBILIZADO

    ATIVO PERMANENTE 114

    DEPRECIAO ACELERADA 118

    AMORTIZAO 119

    EXAUSTO 121

    CONTROLE DE BENS 123

    CONSIDERAES FINAIS 127

  • UNIDADE VI

    CONTROLE DE ESTOQUE

    CONTROLE DE MATERIAL/ MATRIA-PRIMA/ MERCADORIAS 135

    CUSTO MDIO PONDERADO MVEL 139

    P.E.P.S PRIMEIRO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR 139

    U.E.P.S LTIMO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI 140

    UNIDADE VII

    CONTABILIDADE DE CUSTOS: INTRODUO E INSUMOS

    CONCEITOS E TERMINOLOGIAS UTILIZADAS 147

    EMPRESAS INDUSTRIAIS 149

    GASTOS 149

    INVESTIMENTOS 152

    RECEITAS 153

    PERDAS 153

    DESEMBOLSO 154

    CLASSIFICAO DOS GASTOS 154

    GASTOS VARIVEIS (DESPESAS / CUSTOS VARIVEIS) 157

  • UNIDADE VIII

    RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAO CIFs

    RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAO CIFs 175

    MTODOS DE CUSTEIO 179

    CUSTEIO POR ABSORO 180

    SOLUO 183

    CUSTEIO VARIVEL 185

    MARGEM DE CONTRIBUIO 190

    PONTO DE EQUILBRIO 199

    PONTO DE EQUILBRIO CONTBIL (PEC) 200

    PONTO DE EQUILBRIO FINANCEIRO (PEF) 201

    PONTO DE EQUILBRIO MULTIPRODUTOS 211

    CONCLUSO 219

    REFERNCIAS 221

  • UNIDADE I

    CONTABILIDADE - ASPECTOS TRODUTRIOSProfessor Me. Silvio Csar de Castro

    Objetivos de Aprendizagem

    Entender os conceitos da teoria de Conjunto.

    Contabilidadeeseuposicionamentocientfico.

    Objetivos,objetoecampodeatuaodaContabilidade.

    UsuriosdaContabilidade.

    AtributosdaInformaoContbil.

    Plano de Estudo

    A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade:

    ReconheceraContabilidadecomocinciasocial

    ConheceroobjetivodaContabilidadeesuaabrangncia

    IdentificarosusuriosdaContabilidadeeosatributosdainformaocontbil

  • 19CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    INTRODUOTem-se percebido que a maioria das pessoas que nunca teve contato com a literatura a respeito da Contabilidade, julgam-na como uma cincia exata. No entanto, tendo a Contabilidade objeto prprio de estudo, o Patrimnio das entidades (pessoas fsicas e jurdicas), que o examina de forma mais intensa qualitativamente (buscando descrever e explicar as mutaes patrimoniais), do que quantitativamente, faz com que a mesma seja considerada como uma cincia social.

    CONTABILIDADE E SEU POSICIONAMENTO CIENTFICO

    A Resoluo 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade, em seu apndice, descreve que:Contabilidade possui objeto prprio o Patrimnio das Entidades e consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condies de generalidade, certeza e busca das causas, em nvel qualitativo semelhante s demais cincias sociais. A Resoluo alicera-se na premissa de que a Contabilidade uma Cincia Social com plena fundamentao epistemolgica. Por consequncia, todasasdemais classificaesmtodo, conjuntodeprocedimentos, tcnica, sistema,arte, paracitarmos as mais correntes referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente concernentes sua aplicao prtica, na soluo de questes concretas.O Patrimnio tambm objeto de outras cincias sociais por exemplo, da Economia, da Adminis-trao e do Direito que, entretanto, o estudam sob ngulos diversos daquele da Contabilidade, que, o estuda nos seus aspectos, quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente,

    Font

    e: P

    HOTO

    S.CO

    M

  • 20 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    apreender,no sentido mais amplo possvel, e entender as mutaes sofridas pelo Patrimnio, tendo em mira, muitas vezes, uma viso prospectiva de possveis variaes. As mutaes tanto podem decorrer da ao do homem, quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o patrimnio.

    OBJETIVOS, OBJETO E CAMPO DE ATUAO DA CONTABILIDADE

    A Contabilidade considerada um sistema com objetivo de fornecer informaes a uma gama de usurios. As informaes so elaboradas com base no objeto de estudo da Contabilidade, ou seja, o patrimnio das entidades. Em relao ao patrimnio, que ser objeto de estudo da prxima unidade, pode-se informar por hora, que so os bens, os diretos e as obrigaes de cunho financeiro, ou seja, mesurveis em moeda corrente, das entidades (FIPECAFI, 2000).

    Essas informaes a respeito do patrimnio so disponibilizadas em forma de relatrios/demonstraes, impressas ou no, podendo ser analisadas pelos usurios sob a tica financeira, econmica e de produtividade entre outros aspectos da entidade em questo e tem como objetivo as tomadas de deciso (FIPECAFI, 2000).

    Nesse contexto, a Contabilidade Gerencial um dos segmentos da contabilidade geral ou

    Font

    e: P

    HOTO

    S.CO

    M

  • 21CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    financeira que se relaciona mais ao registro, controle e gerenciamento do patrimnio das organizaes. A contabilidade gerencial visa avaliar financeiramente a empresa, controlar e levantar custos, oramentos, ou seja, de forma geral, tem um enfoque voltado para a emisso de relatrios gerenciais. Os seguintes aspectos organizacionais so englobados pela contabilidade gerencial:

    ContabilidadedeCustosIndustriais.

    SistemaOramentrio.

    FluxosdeCaixaeOramentosdecaixadaempresa.

    Avaliaofinanceiraederesultadossegmentada.

    Auxiliar a gerncia nas tomadas de deciso o objetivo principal da contabilidade gerencial. A identificao dos fatos contbeis e sua quantificao para estabelecer as diretrizes a serem adotadas pelos administradores devem acompanhar, passo a passo, o cotidiano empresarial. Nesse sentido, compete ao contador gerencial evidenciar aquilo que relevante ou irrelevante para ser objeto de anlise, alis, a simples aglomerao de dados algo extremamente simples de se obter por meio dos atuais sistemas de informaes computacionais. A relevncia da contabilidade gerencial reside na identificao daquilo que realmente vai fazer a diferena nas decises das empresas como, por exemplo, fabricar um bem ou adquirir de terceiros, deixar de produzir uma linha de produtos, terceirizar, enfim, cabe ao contador atuar para subsidiar o modelo para a deciso entre diferentes linhas de ao.

  • 22 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Quadro 1 - Aspectos da informao: contabilidade financeira x gerencial

    Fator Contabilidade

    Financeira

    Contabilidade

    Gerencial

    Usurio dos relatrios. Externo e Internos Internos

    Objetivo dos relatrios. Facilitar a anlise

    financeira para as

    necessidades dos

    usurios externos.

    Objetivo especial de facilitar o planejamento,

    controle, avaliao de desempenho e tomada

    de deciso internamente.

    Forma dos relatrios. Balano Patrimonial,

    Demonstrao dos

    Resultados,

    Demonstrao das

    Origens e Aplicaes

    de Recursos e

    Demonstrao das

    Mutaes do

    Patrimnio Lquido.

    Oramentos, contabilidade por

    responsabilidade, relatrios de desempenho,

    relatrios de custo, relatrios especiais no

    rotineiros para facilitar a tomada de deciso.

    Freqncia dos

    relatrios.

    Anual, trimestral e

    ocasionalmente

    mensal.

    Quando necessrio pela administrao.

    Custos ou valores

    utilizados.

    Primariamente

    histricos (passados)

    Histricos e esperados (previstos)

    Bases de mensurao

    usadas para quantificar

    os dados

    Moeda corrente. Vrias bases (moeda corrente, moeda

    estrangeira moeda forte, medidas fsicas,

    ndices etc.).

    Restries nas

    informaes fornecidas.

    Princpios Contbeis

    Geralmente Aceitos.

    Nenhuma restrio, exceto as determinadas

    pela administrao.

    Arcabouo terico e

    tcnico.

    Cincia Contbil. Utilizao pesada de outras disciplinas, como

    economia, finanas, estatstica, pesquisa

    operacional e comportamento organizacional.

    Caractersticas da

    informao fornecida.

    Deve ser objetiva

    (sem vis),

    verificvel, relevante

    e a tempo.

    Deve ser relevante e a tempo podendo ser

    subjetiva, possuindo menos verificabilidade e

    menos preciso.

    Perspectiva dos

    relatrios.

    Orientao histrica. Orientada para o futuro para

    facilitar o planejamento, controle e avaliao de

    desempenho antes do fato (para impor

    metas), acoplada com uma orientao histrica

    para avaliar os resultados reais (para o

    controle posterior do fato).

    Fonte: Padovese, 1997.

  • 23CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Nesse ponto importante relatar que a contabilidade, independentemente de sua aplicao e especializao, regida por meio de princpios. A resoluo do Conselho Federal de Contabilidade n750 de 29/12/1993 dispe sobre tais princpios:

    O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerccio de suas atribuies legais e regimen-tais.CONSIDERANDO que a evoluo da ltima dcada na rea da Cincia Contbil reclama a atualiza-o substantiva e adjetiva dos Princpios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resoluo CFC 530-81.RESOLVE:

    CAPTULO IDOS PRINCPIOS E DE SUA OBSERVNCIA

    Art. 1 Constituem PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por esta Resoluo.1AobservnciadosPrincpiosFundamentaisdeContabilidadeobrigatrianoexercciodaprofis-so e constitui condio de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). 2 Na aplicao dos Princpios Fundamentais de Contabilidade a situaes concretas, a essncia das transaes deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

    CAPTULO IIDA CONCEITUAO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAO

    Art. 2 Os Princpios Fundamentais de Contabilidade representam a essncia das doutrinas e teorias relativasCinciadaContabilidade,consoanteoentendimentopredominantenosuniversoscientficoeprofissionaldenossoPas.Concernem,pois,Contabilidadenoseusentidomaisamplodecinciasocial, cujo objeto o Patrimnio das Entidades.Art. 3 So Princpios Fundamentais de Contabilidade:I - o da ENTIDADE;II - o da CONTINUIDADE;III - o da OPORTUNIDADE;IV - o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;V - o da ATUALIZAO MONETRIA;

  • 24 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    VI - o da COMPETNCIA eVII - o da PRUDNCIA.

    Seo IO PRINCPIO DA ENTIDADE

    Art.4OPrincpiodaENTIDADEreconheceoPatrimniocomoobjetodaContabilidadeeafirmaaautonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um Patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, umasociedadeou instituiodequalquernaturezaou finalidade, comousemfins lucrativos.Porconsequncia, nesta acepo, o patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou proprie-trios, no caso de sociedade ou instituio.Pargrafo nico. O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil.

    Seo IIO PRINCPIO DA CONTINUIDADE

    Art.5ACONTINUIDADEounodaENTIDADE,bemcomosuavidadefinidaouprovvel,devemser consideradas quando da classificao e avaliao dasmutaes patrimoniais, quantitativas equalitativas.1ACONTINUIDADE influenciaovaloreconmicodosativose,emmuitoscasos,ovalorouovencimento dos passivos, especialmente quando a extino da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsvel. 2 A observncia do Princpio da CONTINUIDADE indispensvel correta aplicao do Princpio daCOMPETNCIA,porefeitodeserelacionardiretamentequantificaodoscomponentespatri-moniais e formao do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de gerao de resultado.

    Seo IIIO PRINCPIO DA OPORTUNIDADE

    Art. 6 O Princpio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, tempestividade e integridade do registro do patrimnio e das suas mutaes, determinando que este seja feito de imediato e com a extenso correta, independentemente das causas que as originaram.Pargrafo nico. Como resultado da observncia do Princpio da OPORTUNIDADE:I - desde que tecnicamente estimvel, o registro das variaes patrimoniais deve ser feito mesmo na hiptese de somente existir razovel certeza de sua ocorrncia;

  • 25CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos fsicos e monetrios;III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variaes ocorridas no patrimnio da ENTIDADE, em um perodo de tempo determinado, base necessria para gerar informaes teis ao processo decisrio da gesto.

    Seo IVO PRINCPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

    Art. 7 Os componentes do patrimnio devem ser registrados pelos valores originais das transaes com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do Pas, que sero mantidos na avalia-odasvariaespatrimoniaisposteriores,inclusivequandoconfiguraremagregaesoudecompo-sies no interior da ENTIDADE.Pargrafo nico. Do Princpio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:I - a avaliao dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, consi-derando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposio destes;II - uma vez integrado no patrimnio, o bem, direito ou obrigao no podero ter alterados seus va-lores intrnsecos, admitindo-se, to-somente, sua decomposio em elementos e/ou sua agregao, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;III - o valor original ser mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimnio, inclusive quando da sada deste;IV - os Princpios da ATUALIZAO MONETRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL so compatveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantm atualizado o valor de entrada;V - o uso da moeda do Pas na traduo do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneizao quantitativa dos mesmos.

    Seo VO PRINCPIO DA ATUALIZAO MONETRIA

    Art. 8 Os efeitos da alterao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contbeis atravs do ajustamento da expresso formal dos valores dos componentes patri-moniais.Pargrafo nico. So resultantes da adoo do Princpio da ATUALIZAO MONETRIA:I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;II - para que a avaliao do patrimnio possa manter os valores das transaes originais (art. 7),

  • 26 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    necessrioatualizarsuaexpressoformalemmoedanacional,afimdequepermaneamsubstantiva-mente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequncia, o do patrimnio lquido;III - a atualizao monetria no representa nova avaliao, mas, to-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicao de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variao do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado perodo.

    Seo VIO PRINCPIO DA COMPETNCIA

    Art. 9 As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 1 O Princpio da COMPETNCIA determina quando as alteraes no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuio no patrimnio lquido, estabelecendo diretrizes para classificao dasmutaes patrimoniais, resultantes da observncia do Princpio da OPORTUNIDADE. 2 O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas, consequncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao. 3 As receitas consideram-se realizadas:I - nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firmedeefetiv-lo,querpelainvestiduranapropriedadedebensanteriormentepertencentesENTI-DADE, quer pela fruio de servios por esta prestados;II - quando da extino, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desapare-cimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;III - pela gerao natural de novos ativos independentemente da interveno de terceiros;IV - no recebimento efetivo de doaes e subvenes. 4 Consideram-se incorridas as despesas:I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiro;II - pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo;III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

    Seo VIIO PRINCPIO DA PRUDNCIA

    Art. 10. O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas paraaquantificaodasmutaespatrimoniaisquealteremopatrimniolquido.

  • 27CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    1 O Princpio da PRUDNCIA impe a escolha da hiptese de que resulte menor patrimnio lquido, quando se apresentarem opes igualmente aceitveis diante dos demais Princpios Fundamentais de Contabilidade. 2 Observado o disposto no art. 7, o Princpio da PRUDNCIA somente se aplica s mutaes posteriores, constituindo-se ordenamento indispensvel correta aplicao do Princpio da COMPE-TNCIA.3AaplicaodoPrincpiodaPRUDNCIAganhanfasequando,paradefiniodosvaloresrelati-vos s variaes patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau varivel.Art. 11. A inobservncia dos Princpios Fundamentais de Contabilidade constitui infrao s alneas c, d e e do art. 27 do Decreto-Lei n 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicvel, ao Cdigo deticaProfissionaldoContabilista.

    Art. 12. Revogada a Resoluo CFC n 530-81, esta Resoluo entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 1994.Braslia, 29 de dezembro de 1993. IVAN CARLOS GATTI Presidente(1) Publicada no DOU, de 31-12-93 e de 07-02-94.

    Em relao ao princpio da competncia, existem dois regimes:

    a) Regime de competncia: as receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlaciona-rem, independentemente de recebimento ou pagamento.

    b) Regime de caixa o regime contbil que apropria as receitas e despesas no perodo de seu recebimento ou pagamento (embolso ou desembolso), respectivamente, independente-mente do momento em que so realizadas.

    A despesa s considerada no regime de caixa, quando for paga, independente do momento que esta foi realizada. O que considera aqui o momento em que foi paga.

    A receita s considerada no regime de caixa quando for recebida, independente do momento que esta foi realizada. O que considera aqui o momento em que foi recebida e no o momento em que foi efetuado o negcio e emitido a nota fiscal de venda.

  • 28 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Exemplos:

    a) Vamos supor que a assinatura anual de um jornal custou R$ 120,00 e esta quantia foi paga para a editora em 4 vezes sem juros de R$ 30,00. No regime de caixa, respectivamente nofluxodecaixa,osvalorespagosseroconsideradoseagendadosnomomentoemqueocorrer seu pagamento, ou seja, R$ 30,00 por ms. J no regime de competncia, a des-pesa dever ser R$ 10,00 por ms, perfazendo um total de R$ 120,00 (perodo de um ano de assinatura), independente de como ela foi paga.

    b) Havendo a venda de um bem para pagamento futuro, ou seja, uma venda a prazo, no regime de caixa, a receita s ser considera quando for recebida, ou seja, no dia que a parcela correspondente for quitada pelo cliente. Esse agendamento do recebimento da parcela,serefetuadojuntoaofluxodecaixa.Jnoregimedecompetncia,areceitaconsiderada receita ganha no momento da negociao, ou seja, o total da emisso da nota fiscaldevenda,independentedomomentoqueserpaga.

    A contabilidade uma cincia de natureza econmica que tem por objetivo produzir informao para possibilitar o conhecimento do passado, presente e futuro da realidade econmica em termos quantitativos e qualitativos de todos os seus nveis organizativos, mediante a utilizao de um mtodo especfico apoiado em bases suficientemente testadas, com o fim de adoo das decises financeiras externas e as de planejamento e controles internos.

  • 29CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Preocupa-se com todos os acontecimentos que possam influenciar o equilbrio patrimonial e por isso os identifica, seleciona, analisa e promove medidas, processos, avaliao e comunicao de dados, facilitando a tomada de deciso. A contabilidade desempenha um papel essencial na conduo da gesto das entidades, no exame da sua eficcia e resultados.

    Nesse sentido, Silvrio e Viceconti (2000, p. 2) expem que o campo de atuao da Contabilidade so as

    entidades econmico-administrativas, assim chamadas aquelas que, para atingirem seu objetivo, seja econmico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um rgo administrativo, que pratica atos de natureza econmica necessrios aos seus fins.

    Silva (2002, p. 3) esclarece que as entidades econmico-administrativas so assim classificadas:

    a) Entidades com fins lucrativos chamadas empresas, que visam lucros para preservar e/ou aumentar o seu patrimnio lquido. Exemplo: empresas comerciais, industriais, de servios, agrcolas etc.

    b) Entidades com fim socioeconmico intituladas instituies, visam atingir supervit que reverter em benefcio de seus integrantes. Exemplo: associaes de classe, clubes sociais etc.

    c) Entidades com fins sociais tambm chamadas instituies, que tm por obrigao atender s necessidades da coletividade a que pertencem. Exemplo: a Unio, os Estados e os Municpios.

    Diante do exposto, pode-se afirmar que os objetivos da contabilidade so:

    procederaoregistrodaestruturasocietriadaorganizao,bemcomo,alteraesfuturas;

    registrar,analisarecontrolaropatrimniodasentidades;

    gerarinformaesparatomadadedecisodaadministrao;

    gerar informaespara terceiroscomvnculode interesseparacomoempreendimento(acionistas, investidores, fornecedores, governo etc.).

    Silva (2002, p. 2) afirma que a Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas

  • 30 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    as empresas) ou em particular (aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia). Assim, no estudo da Contabilidade pode-se enfocar, dentre outros, os seguintes ramos:

    ContabilidadeComercialedeServios.

    ContabilidadeIndustrial.

    ContabilidadeBancria.

    ContabilidadeHospitalar.

    ContabilidadePblica.

    ContabilidadeAgropecuria.

    ContabilidadeSecuritria.

    ContabilidadedeTransporte(rodovirio,martimo,areo).

    ContabilidadedasPessoasFsicas-AtividadeRural.

    ContabilidadedeAutnomos.

  • 31CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    USURIOS DA INFORMAO CONTBIL

    Anteriormente, foi informado que as informaes contbeis so destinadas aos usurios para tomadas de deciso.

    Segundo Silva (2002, p.3), usurios

    compreendem todas as pessoas fsicas e jurdicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliao da situao e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), scios acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos etc.

    No entanto, verifica-se que pode existir uma variedade de usurios com necessidades de informaes especficas. Nessa variedade, existem dois grupos distintos: internos e externos. A Resoluo 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade conceitua:

    Os usurios internos incluem os administradores de todos os nveis, que usualmente se valem de informaes mais aprofundadas e especficas acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional.

    Segundo Miranda (2002), usurios Internos so todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que tm facilidade de acesso s informaes contbeis, tais como:

    Gerentes:paraastomadasdedeciso.

    Font

    e: P

    HOTO

    S.CO

    M

  • 32 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Funcionrios:cominteresseempleitearmelhorias.

    Diretoria:paraaexecuodeplanejamentosorganizacionais.

    O usurio interno principal da informao contbil a alta administrao, que pela proximidade Contabilidade, pode solicitar a elaborao de relatrios e demonstrativos de acordo com suas necessidades especficas, auxiliando-lhes na gesto do negcio. Os relatrios especficos podem, alm de abranger quaisquer reas de informao (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber, aplicaes financeiras, compra e vendas no dia ou no perodo e os gastos gerais de funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos perodos de tempo (semana, quinzena, ms etc.), de acordo com as necessidades administrativas.

    Os usurios externos concentram suas atenes, de forma geral, em aspectos mais genricos, expressos nas demonstraes contbeis.

    Para Miranda (2002), usurios Externos so todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto s informaes, mas que as recebem de publicaes das demonstraes pela entidade, tais como:

    Bancos: interessadosnasdemonstraesfinanceirasa fimdeanalisara concessodefinanciamentosemediracapacidadederetornodocapitalemprestado.

    Concorrentes:interessadosemconhecerasituaodaempresaparapoderatuarnomer-cado.

    Governo:quenecessitaobter informaessobreas receitaseasdespesasparapoderatuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de tributao.

    Fornecedores:interessadosemconhecerasituaodaentidadeparapodercontinuarouno as transaes comerciais com a entidade, alm de medir a garantia de recebimento futuro.

    Clientes:interessadosemmediraintegridadedaentidadeeagarantiadequeseupedidoseratendidonassuasespecificaesenotempoacordado.

  • 33CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    ATRIBUTOS DA INFORMAO CONTBIL

    Como a RESOLUO N 785/95 do Conselho Federal de Contabilidade que aprova a NBC T 1 (Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas) Caractersticas da Informao Contbil, descreve, de forma completa, sobre os seus atributos e caractersticas, a mesma encontra-se reproduzida a seguir na ntegra:

    1.1 DO CONCEITO E CONTEDO1.1.1 A Contabilidade, na sua condio de cincia social, cujo objeto o patrimnio, busca, por meiodaapreenso,daquantificao,daclassificao,doregistro,daeventualsumarizao,dade-monstrao, da anlise e relato das mutaes sofridas pelo patrimnio da entidade particularizada, a gerao de informaes quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos fsicos, quanto monetrios. 1.1.2 As informaes geradas pela Contabilidade devem propiciar, aos seus usurios, base segura s suas decises, pela compreenso do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evoluo, riscos e oportunidades que oferece.1.1.3 A informao contbil se expressa por diferentes meios, como demonstraes contbeis, es-criturao ou registros permanentes e sistemticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, pareceres, laudos, diagnsticos, prognsticos, descries crticas ou quaisquer outrosutilizadosnoexerccioprofissionalouprevistosemlegislao.

    1.2 DOS USURIOS

    Font

    e: P

    HOTO

    S.CO

    M

  • 34 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    1.2.1 Os usurios so pessoas fsicas ou jurdicas com interesse na entidade, que utilizam as infor-maescontbeisdestaparaseusprpriosfins,deformapermanenteoutransitria.

    1.2.2 Os usurios incluem, entre outros, os integrantes do mercado de capitais, investidores, pre-sentesoupotenciais, fornecedoresedemais credores, clientes, financiadoresdequalquernature-za, autoridades governamentais de diversos nveis, meios de comunicao, entidades que agem em nome de outros, como associaes e sindicatos, empregados, controladores, acionistas ou scios, administradores da prpria Entidade, alm do pblico em geral. 1.3 DOS ATRIBUTOS DA INFORMAO CONTBIL1.3.1 A informao contbil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equitativa, de forma a satis-fazer as necessidades comuns a um grande nmero de diferentes usurios, no podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerado o fato de que os interesses destes nem sempre so coincidentes.1.3.2 A informao contbil, em especial aquela contida nas demonstraes contbeis, notadamente asprevistasemlegislao,devepropiciarrevelaosuficientesobreaentidade,demodoafacilitaraconcretizao dos propsitos do usurio, revestindo-se de atributos, entre os quais, so indispens-veis os seguintes: confiabilidade;

    tempestividade;

    compreensibilidade;e

    comparabilidade.

    1.4 DA CONFIABILIDADE1.4.1Aconfiabilidadeatributoquefazcomqueousurioaceiteainformaocontbileautilizecomobasededecises,configurando,pois,elementoessencialnarelaoentreaqueleeaprpriainformao.1.4.2Aconfiabilidadedainformaofundamenta-senaveracidade,completezaepertinnciadoseucontedo. 1 A veracidade exige que as informaes contbeis no contenham erros ou vieses, e sejam ela-boradas em rigorosa consonncia com os Princpios Fundamentais de Contabilidade e as Normas BrasileirasdeContabilidadee,naausnciadenormaespecfica,comastcnicaseprocedimentosrespaldados na cincia da contabilidade, nos limites de certeza e previso por ela possibilitados. 2 A completeza diz respeito ao fato de a informao compreender todos os elementos relevantes esignificativossobreoquepretenderevelaroudivulgar,comotransaes,previses,anlises,de-monstraes, juzos ou outros elementos. 3 A pertinncia requer que seu contedo esteja de acordo com a respectiva denominao ou ttulo.

  • 35CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    1.5 DA TEMPESTIVIDADE1.5.1 A tempestividade refere-se ao fato de que a informao contbil deve chegar ao conhecimento dousurioemtempohbil,afimdequeestepossautiliz-laparaseusfins.

    1.5.2 Nas informaes preparadas e divulgadas sistematicamente, como as demonstraes cont-beis, a periodicidade deve ser mantida. Quando por qualquer motivo, inclusive de natureza legal, a periodicidade for alterada o ato e suas razes devem ser divulgados junto prpria informao.1.6 DA COMPREENSIBILIDADE1.6.1 A informao contbil deve ser exposta da forma mais compreensvel possvel ao usurio que se destine. 1 A compreensibilidade presume que o usurio disponha de conhecimentos de Contabilidade e dos negcios e atividades da entidade, em nvel que o habilite ao entendimento das informaes colocadas sua disposio, desde que se proponha a analis-las, pelo tempo e com a profundidade necessrios.2Aeventualdificuldadeoumesmoaimpossibilidadedeentendimentosuficientedasinformaescontbeis por algum usurio jamais ser motivo para a sua no-divulgao.1.6.2 A compreensibilidade concerne clareza e objetividade com que a informao contbil divulgada, abrangendo desde elementos de natureza formal, como a organizao espacial e recursos grficosempregados,ataredaoetcnicadeexposioutilizadas.

    1A organizao espacial, os recursos grficos e as tcnicas de exposio devempromover oentendimento integral da informao contbil, sobrepondo-se, pois, a quaisquer outros elementos, inclusive de natureza esttica. 2 As informaes contbeis devem ser expressas no idioma nacional, sendo admitido o uso de palavrasemlnguaestrangeirasomentenocasodemanifestainexistnciadepalavracomsignificadoidntico na lngua portuguesa. 1.7 DA COMPARABILIDADE1.7.1 A comparabilidade deve possibilitar ao usurio o conhecimento da evoluo entre determina-da informao ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas Entidades, ou a situao destas num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posies relativas.1.7.2 A concretizao da comparabilidade depende da conservao dos aspectos substantivos e formais das informaes. Pargrafo nico A manuteno da comparabilidade no dever constituir elemento impeditivo da evoluo qualitativa da informao contbil.

  • 36 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    CONSIDERAES FINAIS

    Apesar da maioria das pessoas que nunca tiveram contato com a Contabilidade pensarem, ela no uma cincia exata, mas sim social. E tem como objeto de estudo o patrimnio das entidades. Lembrando que o patrimnio tudo aquilo que pode ser mensurado financeiramente nas entidades/empresas, tais como estoques, veculos, contas a pagar, contas a receber, dinheiro no banco e em caixa etc.

    A contabilidade regida por uma srie de princpios que foram normatizados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

    O objetivo da contabilidade gerar informaes para as tomadas de deciso por parte dos usurios, que podem ser internos e externos. No que tange informao gerada, essa requer os seguintes atributos: confiabilidade; tempestividade; compreensibilidade e comparabilidade.

    A contabilidade vista, no Brasil, de forma geral, como uma ferramenta para tomadas de deciso?

    .....

    Acesso em: 03/ fev. 2007.

  • 37CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    O Manual de Contabilidade por Aes, apresenta, no intervalo indicado, a estrutura conceitual bsica da contabilidade sob a tica dos objetivos da contabilidade, relacionados com os usurios da informa-o contbil e a natureza das informaes geradas pela contabilidade e do seu relacionamento com outras cincias sociais.FIPECAFI, Manual de Contabilidade da Sociedade por Aes. So Paulo: Atlas, 2000, pp. 42-44.Biblioteca CESUMAR, chamada: 657.95 F981m, 5. ed.

    ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

    Responda s seguintes questes:

    1. Quais os objetivos da contabilidade?

    2. Qual o objeto de estudo da contabilidade?

    3. Qual o campo de atuao da contabilidade?

    4. Oqueentidade?Comopodemserclassificadas?

    5. Por que a contabilidade considerada uma Cincia Social?

    6. O que so usurios internos e externos?

    7. Descreva quais os atributos da informao contbil, segundo a RESOLUO CFC

    N 785/95.

    8. Oquesignificaveracidadeemtermosdeatributodainformaocontbil?

    9. Qualosignificadodecompletezaemrelaoinformaocontbil?

    10. De forma geral, os escritrios de contabilidade tm prestado servios voltados tomada de deciso por parte dos usurios?

    11.Qualasoluoparaosmicroempresriosquenopossuemcondiesfinanceirasparamanter um contabilista em seu negcio?

    12. Os relatrios contbeis gerados por empresas terceirizadas atendem aos atributos da infor-mao contbil?

  • 38 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    13. Os atributos da informao contbil so mais relevantes para os usurios internos ou ex-ternos? Por qu?

    Atividade resolvida - quadro com 5 relatrios/demonstrativos contbeis pertinentes a cada tipo de usurio:

    USURIOS INTERNOS

    Diretor

    Comercial

    Diretor

    Financeiro

    Gerente de

    Produo

    Diretor de

    Marketing

    1.

    2.

    Faturamento

    3. Estoques

    4.

    Inadimplncia

    5. Patrimnio

    Lucro/Prejuzo

    1.

    2.

    Faturamento

    3. Estoques

    4.

    Inadimplncia

    5. Custo

    Produtos

    Lucro/Prejuzo

    1. Gastos

    2. Fluxo de

    caixa

    3.

    Faturamento

    4.

    5.

    Inadimplncia

    Lucro/Prejuzo

    1. Estoques

    2. Custo

    Produtos

    3 Prev.

    Faturam.

    4. Prev.

    Investim.

    5. Relat.

    Perdas

    1. Custo Produto

    2. Custo Eventos

    3.

    Faturamento

    4.

    Lucro/Prejuzo

    5.

    Estoques

    USURIOS EXTERNOS

    Fornecedores Clientes Governo Instituies

    Financeiras

    Investidores e

    Acionistas

    1.

    Faturamento

    2. Patrimnio

    3.

    Lucro/Prejuzo

    4. Prev. Faturam.

    5.

    Inadimplncia

    1.

    Faturamento

    2. Patrimnio

    3.

    4.

    Inadimplncia

    5. Impostos

    Lucro/Prejuzo

    1.

    Faturamento

    2. Patrimnio

    3. Estoques

    4.

    5. Impostos

    Lucro/Prejuzo

    1.

    Faturamento

    2. Patrimnio

    3. Estoques

    4.

    5. Fluxo de

    caixa

    Lucro/Prejuzo

    1.

    Faturamento

    2. Patrimnio

    3. Estoques

    4.

    Lucro/Prejuzo

    5.

    Inadimplncia

    Scio

    Proprietrio

  • UNIDADE II

    PATRIMNIO CONTBILProfessor Me. Silvio Csar de Castro

    Objetivos de Aprendizagem

    ConceitodePatrimnioContbil.

    Ativo,bens,direitos.

    Passivo,obrigaes.

    PatrimnioLquido.

    Plano de Estudo

    A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade:

    Compreenderoselementosquecompeopatrimniocontbil

    Classificarositensentreativo,passivoepatrimniolquido

  • 41CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    INTRODUODando continuidade ao que foi verificado na unidade anterior, em que foi definido como objeto de estudo da contabilidade o patrimnio das entidades, essa unidade tem como objetivo explorar, de forma mais aprofundada, o que compe o patrimnio. Segundo Miranda (2002, p. 19), o patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes vinculados a uma pessoa fsica ou jurdica, com finalidade definida e mensurvel economicamente. Isso ser verificado com o auxlio de exemplos que possam tratar do assunto com uma maior proximidade da prtica das entidades no dia a dia. Diante do balano patrimonial, o lado esquerdo acomoda o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma entidade, e o lado direito inclui as obrigaes a serem pagas por essa entidade.

    CONCEITO DE PATRIMNIO CONTBIL

    BENS

    Segundo Ferrari (2001), bens representam tudo o que pode ser avaliado economicamente e que satisfaa necessidades humanas/corporativas.

    Pode-se classificar os bens em:

    Tangveis,corpreos,concretosoumateriais.

    Intangveis,incorpreos,abstratosouimateriais.

    Font

    e: P

    HOTO

    S.CO

    M

  • 42 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Bens Tangveis, Corpreos, Concretos ou Materiais tm existncia fsica; existem como coisa ou objeto.

    Exemplos:

    Numerrios:dinheiro.

    Mercadoriasemestoque,produtos,materiaisdeconsumo.

    Fixosouimobilizados(representamosbensdurveis,comvidatilsuperiora1ano):im-veis, veculos, mquinas, instalaes, equipamentos, mveis e utenslios etc.

    Derenda:nodestinadosaosobjetivosdaempresa(imveisdestinadosrendaoualu-guel).

    De consumo (no durveis ou que so gastos ou consumidos no processo produtivo);depoisdeconsumidos, representamdespesas:combustveise lubrificantes,materialdeescritrio, material de limpeza etc.

    Bens Intangveis, Incorpreos, Abstratos ou Imateriais

    No possuem existncia fsica, porm, representam uma aplicao de recursos imprescindvel aos objetivos da entidade, e cujo valor reside em direitos de propriedade que so legalmente conferidos aos seus possuidores, como marcas e patentes, frmulas ou processos de fabricao, direitos autorais, autorizaes ou concesses, ponto comercial, fundo de comrcio, benfeitorias em prdios de terceiros, pesquisa e desenvolvimento de produtos, custo de projetos tcnicos, despesas pr-operacionais, pr-industriais, de organizao, reorganizao, reestruturao ou remodelao de empresas etc. (FERRARI, 2001).

    Bens Mveis

    So os bens que fazem parte do patrimnio das entidades que se move ou pode mover todos os objetos materiais que se podem transportar, mudar sua localizao sem perder suas caractersticas e direitos a eles inerentes.

  • 43CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Bens Imveis

    So aqueles bens que fazem parte do patrimnio das entidades que se no movem so, de forma geral, inertes, imutveis. Bem que no mvel, como terreno, prdio, edifcio, casa etc.

    DIREITOS

    Valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores de propriedade da empresa que se encontra em posse de terceiros. A Tendncia de que os valores correspondentes aos direitos se tornem bens.

    Exemplos:

    Ttulos a receber, clientes, contas a receber, notas promissrias a receber, dinheiro depositado no Banco, aplicaes financeiras, adiantamento a funcionrios, emprstimos a scios etc.

    Propriedade

    Favero et al. (1997) esclarecem que para ter propriedade necessrio possuir o legtimo poder de deciso sobre o destino do objeto. Nem sempre ser o proprietrio necessrio que se tenha a posse. Um arrendamento mercantil (Leasing) de uma mquina ou veculo, pelo qual a empresa pagar aluguel mensal, no se caracteriza como ativo, embora o bem esteja dentro da empresa (posse e no propriedade).

    AvalivelemDinheiro

    Os mesmos autores afirmam que qualquer bem ou direito dever ser mensurvel em dinheiro para poder ser considerado como ativo de uma empresa. Iudcibus e Marion (2000) colocam que um dos itens mais significativos que normalmente no contabilizado como ativo, pois no tem um valor objetivo, o que denominamos de Goodwill (traduzido para o portugus como Fundo de Comrcio, Aviamentos, Mais Valia... tradues essas que no refletem fielmente. Para eles, inicialmente, pode-se dizer que goodwill o valor maior, um gio de uma empresa em virtude de bons servios prestados; da imagem/reputao; dos consumidores conquistados ao longo dos anos etc. Esses aspectos considerados positivos, e outros, no momento de se avaliar uma empresa, podem representar montantes, algumas vezes, maiores de que seu ativo tangvel, no entanto, no existe a possibilidade de se realizar uma avaliao precisa dado ao

  • 44 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    seu subjetivismo assim sendo, o goodwill no demonstrado.

    Benefcios Presentes ou Futuro

    Favero et al. (1997) afirmam que necessrio tambm que o bem ou direito tenha a capacidade de trazer benefcios presentes ou futuros para a empresa, ou seja, tenha a potencialidade de gerao de caixa. Se a empresa possuir um ttulo a receber de uma empresa falida, no teremos mais um ativo, pois no existe mais a possibilidade de convert-lo em dinheiro, no trazendo benefcio algum para sua portadora.

    OBRIGAES

    Segundo Miranda (2002, p. 18), as obrigaes constituem-se em ato da pessoa ou empresa dispor de algum bem ou servio e que em troca destes originam um compromisso futuro de pagamento, representado por um documento, como as duplicatas a pagar. So dvidas ou compromissos de qualquer espcie ou natureza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em posse da entidade.

    Exemplos: financiamentos, emprstimos bancrios, salrios a pagar, impostos a pagar etc.

    PATRIMNIO LQUIDO

    O patrimnio lquido constitudo pela soma dos bens mais os direitos menos as obrigaes, ou seja, (pl= bens+direitos-obrigaes). Como o prprio nome sugere, patrimnio lquido significa a fatia de recursos que da prpria entidade, pois se somar o que ela possui (bens) mais o montante do que tem para receber (direitos) e efetuar a quitao do que ela deve (obrigaes) o que resta o lquido (patrimnio lquido).

    Exemplo:

    Se uma empresa possui em bens: R$ 50.000; direitos: R$ 60.000; e em obrigaes: R$ 40.000, seu patrimnio lquido ser:

    pl= 50.000+60.000-40.000

    pl= 70.000

  • 45CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    CONSIDERAES FINAIS

    Por meio do quadro abaixo, pode-se verificar os conceitos trabalhados nesta unidade.

    Inicialmente, uma indicao das origens e aplicaes dos recursos. Isso significa que todos os recursos que a entidade possui vm das origens (passivo e patrimnio lquido). Quando pensamos dessa forma possvel perceber que o passivo da empresa apenas um registro de quem forneceu os recursos para a empresa. similar quando se compra algo e ele vem com uma etiqueta de sua procedncia. As origens (passivo e patrimnio lquido) representam a etiqueta e no o bem, esse encontra-se no ativo (aplicaes). Por meio do quadro abaixo possvel tambm observar alguns exemplos de bens, direitos, obrigaes e do patrimnio lquido.

  • 46 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    .....

    .Acesso em: 03/02/2007.

    Marion (2004) apresenta no captulo indicado, uma viso clara e objetiva a respeito do patrimnio, objeto de estudo da contabilidade. Apresenta tambm o conceito de patrimnio lquido, utilizando-se deexemplosdeempresasfictciascomafinalidadedefacilitaroaprendizadoarespeitodosaspectosque envolvem o patrimnio contbil.MARION, Jos Carlos. Contabilidade Bsica. 7. ed. So Paulo: Atlas, 2004, pp. 33-41.Biblioteca CESUMAR, nmero de chamada: 657 M341c, 7. ed. 2004.

    Faa voc agora um levantamento do seu patrimnio.1. Faa uma relao dos seus bens e atribua valores a eles.2. Faa uma relao do que voc tem a receber nos prximos 12 meses.3. Descreve suas dvidas e respectivos valores para os prximos 12 meses.

  • 47CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

    1. Responda:

    a) Qual o conceito de Patrimnio?

    b) O que so bens? Cite 5 exemplos de bens.

    c) Qual a diferena entre bens mveis e bens imveis?

    d) Qual a diferena entre bens materiais e imateriais?

    e) O que se entende por Direitos? O que se entende por Obrigaes?

    f) No senso comum, como pode ser entendido o patrimnio?

    g) Contabilmente, como composto o patrimnio?

    h) Riqueza lquida de uma empresa medida de que forma?

    i) Quando os Bens + Direitos forem menores que as Obrigaes, como considerada a situ-ao da empresa?

    j) ComopodeserdefinidoopatrimnioLquido?

    k) Se uma empresa possui em bens e direitos $ 30.000 e em obrigaes a pagar $ 20.000, sua situao lquida (patrimnio Lquido) ser de quanto?

    l) Em determinado ms, uma empresa comprou mercadorias a prazo de $ 8.000 e as ven-deu,vista,pelovalorde$20.000.Aprincpio,pode-seafirmarqueoPatrimnioLquidoaumentou em quanto?

    2. Relacione a coluna da esquerda com a da direita:

    a) Direitos ( ) Veculos

    b) Bens Materiais ( ) Duplicatas a Receber

    c) Bens Imateriais ( ) Fornecedores

    d) Obrigaes ( ) Marcas e Patentes

    3. Assinale a alternativa que contm apenas Direitos e Bens:

    a. Fornecedores, Duplicatas a Receber, Dinheiro.

    b. Mveis, Adiantamento a Funcionrios, Estoque de mercadorias.

  • 48 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    c. Fornecedores, Salrios a Pagar, Impostos a Pagar.

    4. Complete:

    a) OselementosquedevemserrepresentadosdoladoesquerdodogrficorepresentativodoPatrimnio so os _____________ e os ______________________ .

    b) OselementosquedevemserrepresentadosdoladodireitodogrficorepresentativodoPatrimnio so as ___________________________ .

    5. A Cia Densada apresentava, em 25/05/2007, o seguinte conjunto de bens, direitos e obri-gaes:

    BancoContacorrente $50.000

    Aplicaesfinanceiras $45.800

    Ttulosapagar $20.000

    Estoques $58.400

    Veculos $145.000

    Emprstimosapagar $60.000

    Prdios $960.000

    Fornecedores $115.000

    Salriosapagar $63.000

    Pede-se:

    a) O total dos bens.

    b) O total de direitos.

    c) O total de obrigaes.

    6. Relacione a coluna da esquerda com a da direita:

    a) Direitos ( ) Adiantamento de Clientes

    b) Bens Materiais ( ) Emprstimo a scios

    c) Bens Imateriais ( ) Dinheiro em caixa

  • 49CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    d) Obrigaes ( ) Marcas e patentes

    7. Assinale a alternativa que contm apenas Obrigaes:

    a) Fornecedores, Duplicatas a Receber, Dinheiro.

    b) Mveis, Clientes, Fornecedores.

    c) Fornecedores, Salrios a Pagar, Impostos a Pagar.

    8. Complete:

    a) O aspecto qualitativo consiste em ___________________________ os Bens, Direitos e Obrigaes.

    b) O aspecto quantitativo consiste em ___________________________ aos Bens, Direitos e Obrigaes os seus respectivos _____________________.

    9.ColoqueVseaafirmativaforverdadeiraeFseforfalsa:

    ( ) Elementos positivos so as Obrigaes.

    ( ) Elementos positivos so os Bens e as Obrigaes.

    ( ) Elementos positivos so o os Bens e os Direitos.

    ( ) Ativo composto por Bens e por Obrigaes.

    10.ColoqueVseaafirmativaforverdadeiraeFseforfalsa:

    ( ) A Situao Lquida Patrimonial igual soma dos Bens com os Direitos.

    ( ) A Situao Lquida Patrimonial ser sempre negativa.

    ( ) A Situao Lquida Patrimonial igual a soma dos Bens e Direitos menos as obrigaes exigveis.

    11. Qual a equao que representa o patrimnio lquido?

    12. Separe as contas que seguem em Bens, Direitos e Obrigaes e informe qual o patrimnio lquido.

    Caixa 3.000,00

    Veculos 3.000,00

    Mveis e utens. 2.000,00

  • 50 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Duplicatas a pg. 24.000,00

    Mquinas 10.000,00

    Ordenados a pg. 2.000,00

    Promissrias a pg. 2.000,00

    Duplicatas a receber 7.000,00

    Impostos a pg. 4.000,00

    Ttulos a receber 5.000,00

    Aluguis a receber 500,00

    13. Cia. Comercial Vision:

    Adiantamento de clientes $ 5.000

    Adiantamentos a funcionrios $ 1.500

    Adiantamentos a terceiros $ 3.000

    Bancos Conta Movimento $ 17.000

    Caixa $ 12.000

    COFINS a recolher $ 900

    Dividendos a pagar $ 12.000

    Duplicatas a Pagar $ 23.000

    Duplicatas a Receber $ 39.000

    Financiamentos $ 7.000

    ICMS a recolher $ 1.200

    Imveis $ 87.000

    Imposto de Renda a Pagar $ 18.000

    Impostos a recuperar $ 1.000

    Instalaes $ 13.000

  • 51CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Marcas, Patentes industriais $ 18.000

    Mercadorias $ 23.000

    PIS a recolher $ 800

    Terrenos $ 50.000

    Ttulos a receber $ 15.000

    Utilidades e servios a pagar $ 3.500

    Com base nos valores anteriores, informe:

    a) O total dos bens.

    b) O total de direitos.

    c) O total de obrigaes.

    d) O patrimnio Lquido.

    e) O total de bens mveis.

    f) O total de bens imveis.

    14.ClassifiqueascontasqueseguememBens,DireitosouObrigaes:

  • 52 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Veculos 100.000,00

    Mveis e utenslios 50.000,00

    Prdios 400.000,00

    Contas a pagar 5.000,00

    Impostos a pagar 12.000,00

    Dinheiro em Caixa 2.500,00

    Bancos conta corrente 4.000,00

    Duplicatas a receber 80.000,00

    Nota promissria a receber 14.500,00

    Impostos a recuperar 2.000,00

    Fornecedores a pagar 45.000,00

    Adiantamento a funcionrios 2.500,00

    Ordenados e salrios a pagar 3.000,00

    Emprstimos e financiamentos a pagar 20.000,00

    Emprstimos e financiamentos aps 360 dias 40.000,00

    Duplicatas a receber aps 360 dias 12.000,00

    Ttulos a pagar 10.000,00

    Instalaes 10.000,00

    Estoque de mercadorias para revenda 60.000,00

    Mquinas 50.000,00

    Com base nos valores anteriores, determine:

    a) O total dos bens.

    b) O total de direitos.

    c) O total de obrigaes.

    d) O patrimnio Lquido.

    e) O total de bens mveis.

    f) O total de bens imveis.

  • UNIDADE III

    BALANO PATRIMONIALProfessor Me. Silvio Csar de Castro

    Objetivos de Aprendizagem

    AspectosIntrodutrios.

    Ativo,PassivoePatrimnioLquido.

    PrazosnoBalanoPatrimonial.

    OrigenseAplicaes.

    BalanosSucessivos.

    Plano de Estudo

    A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade:

    AimportnciadoBalanoPatrimonial

    Acomposiodoativo,passivoepatrimniolquido

    Dequeformaosrecursosingressamnasentidades

    Compreenderasvariaespatrimoniaispormeiodebalanossucessivos

  • 55CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    INTRODUO

    A unidade anterior trabalhou com os elementos organizacionais que fazem parte do patrimnio contbil. Foi possvel verificar que o patrimnio no sentido contbil inclui as obrigaes das entidades, diferentemente do entendimento do senso comum, onde erroneamente patrimnio diz respeito apenas s posses mensurveis financeiramente de posse das entidades. Foi possvel tambm identificar o patrimnio lquido, onde as obrigaes so deduzidas dos bens e direitos. Nesta unidade, ser apresentado, talvez o mais conhecido e importante relatrio da contabilidade para as entidades, o balano patrimonial. Ou seja, a demonstrao que expe, em dado momento, a posio financeira dos elementos que compem o patrimnio (bens, direitos, obrigaes e patrimnio lquido), devidamente valorados, denomina-se Balano Patrimonial, se o perodo corresponder ao exerccio social da empresa, ou Balancete Patrimonial, se for Mensal (MARION, 2004).

    BALANO PATRIMONIAL ASPECTOS INTRODUTRIOS

    O Balano Patrimonial expe os seus componentes em agrupamentos de Ativo, Passivo Exigvel e Patrimnio Lquido, de forma a permitir o reconhecimento do capital acumulado dos proprietrios e de sua variao de um perodo para outro. O balano Patrimonial reflete a posio financeira em determinado momento de uma empresa (FIPECAFI, 2000).

    Font

    e: P

    HOTO

    S.CO

    M

  • 56 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Ferrari (2001) afirma que obter dados do Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido, analisar suas variaes durante determinado perodo de tempo, por meio da verificao direta dos registros contbeis, tarefa trabalhosa. Mesmo nas pequenas empresas podem ocorrer diariamente inmeras operaes e seus registros contbeis contm grande nmero de particularidades.

    Da, a necessidade de resumir e apresentar os dados de forma adequada, que permitam s pessoas interessadas conhecer a situao patrimonial da empresa e as variaes ocorridas durante certo perodo de tempo.

    De forma geral, o Balano Patrimonial um quadro (mapa, grfico etc.) onde demonstrada a situao econmica/ financeira da empresa na data a que o balano diz respeito. O balano avalia a riqueza, isto , o valor da empresa, mas no demonstra o seu resultado, apenas o apresenta em valor total, sendo a sua demonstrao feita num outro documento chamado demonstrao de resultados. O balano composto por duas partes, que se encontram sempre em equilbrio. O Ativo igual ao Passivo mais o Patrimnio Lquido.

    ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO

    Como j foi apresentado anteriormente, o Balano Patrimonial abriga no seu lado esquerdo, os bens e direitos e do lado direito as obrigaes e o patrimnio lquido.

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO

    Lado Esquerdo Bens e Direitos Lado Direito Obrigaes e o Capital

    investido pelos scios

  • 57CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    ATIVO

    De acordo com Miranda (2002, p. 17), o ativo representa a parte dos valores positivos do patrimnio, tudo aquilo que a entidade possui ou que ela tem a receber de terceiros. Abrange o conjunto de bens e direitos da entidade.

    PASSIVO

    O passivo representa todas as obrigaes financeiras que uma empresa tem para com terceiros, provenientes de transaes passadas, realizadas com data de vencimento e beneficirio certo e conhecido. Todas passivo representam os valores negativos do patrimnio (FERRARI, 2001).

    PATRIMNIO LQUIDO

    O patrimnio lquido a diferena entre os valores positivos do ativo (bens e direitos) e os valores negativos do passivo (obrigaes) de uma entidade em um determinado momento. a parte do balano que representa o capital investido pelos scios e est graficamente localizado no seu lado direito (MARION, 2004).

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO

    BENS OBRIGAES

    Estoques Fornecedores

    Mquinas, Imveis, Veculos Salrios a pagar

    Dinheiro Emprstimos e Financiamentos

    DIREITOS PATRIMNIO LQUIDO

    Duplicatas a receber Capital Social

    Banco conta movimento Lucro/Prejuzo acumulado

  • 58 CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    Silva (2002, p. 6) descreve que o Balano Patrimonial uma demonstrao que relata os bens e direitos (Ativo), e as obrigaes e a participao dos acionistas (Passivo) da empresa, dando ao leitor a posio patrimonial e financeira da empresa.

    O termo balano tem a ver com balana, pois os dois lados, ativo e passivo, devem estar em harmonia, ou seja, equilibrados com os mesmos valores totais. Nesse sentido, esse aspecto chamado de Equilbrio Patrimonial, de onde resulta a seguinte Equao Patrimonial:

    ATIVO = PASSIVO EXIGVEL + PATRIMNIO LQUIDO

    Ao final de um perodo, quando comparamos os valores do Ativo com os do Passivo, podemos obter trs situaes:

    Pode-se afirmar, ento, que a riqueza lquida ou patrimnio lquido da empresa pode ser medido pela seguinte equao:

  • 59CONTABILIDADE GERENCIAL | Educao a Distncia

    PL=ATIVO-PASSIVO EXIGVEL

    A entidade pode apresentar trs situaes patrimoniais:

    a) PL>ATIVO-PASSIVOEXIGVELessasituaonosproporcionaumasituaolquidapositiva, pois os valores componentes do Ativo permitem solver as obrigaes e ainda apresentam saldo.

    Exemplo:

    Ativo: R$ 100.000

    Passivo Exigvel: 70.000

    PL= 100.000-70.000 = 30.000

    Ativo

    $ 100.000,00

    Passivo

    $ 70.000,00

    $ 30.000,00

    Patrimnio Lquido

    b) PL