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CORREIO FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: correiofraterno@correiofraterno. com.br • Ano 41 • Nº 428 • Julho - Agosto 2009 Uma TV para os espíritas O Ministro Carlos Lupi e a proposta que fez de uma TV Espírita para o Ministério das Comunicações Pág. 6 41 ANOS DE CORREIO FRATERNO www.correiofraterno.com.br Visite o nosso site: União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, com o apoio da Federação Espírita Brasileira, si- nalizou por meio do Congresso Estadual re- alizado na Cidade de Serra Negra, SP, de 19 a 21 de junho, que a mudança de atitudes dos próprios espíritas deve ser a primeira contribuição do Espiritismo para a huma- nidade nesses tempos de busca, desafios e mudanças aceleradas, demonstrando a ur- gência de se atentar para a atual deman- da da Doutrina Espírita ser compreendida como uma visão aberta, para não correr o risco de retardar o cumprimento da sua maior tarefa: estimular a regeneração dos homens, através da predisposição ao bem. Tanto os oradores como os próprios representantes das instituições, muitos com longa vivência espírita, defenderam a necessidade de se dinamizar a forma de divulgação dos conteúdos espíritas, que nem sempre são transmitidos da maneira mais adequada, dentro da sua magnânima proposta universal e atemporal da visão li- bertadora da transformação do ser rumo à felicidade. Leia mais nas páginas 8 e 9. MODERNIDADE Um apelo à Iniciativa amplia frontei- ras do diálogo espírita Os santos sem religião A Um grupo se organiza para refletir sobre os te- mas desenvolvidos no ciclo de palestras, com o tema “Os 150 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos”. Nada menos que oitocentas e cinquenta pessoas vão até o encontro. Motiva- do, o grupo do interior de São Paulo institui uma associação, planeja três outros encontros e abre espaço para o diálogo com outras linhas do pensamento. Pág. 3 “Não importa o nome, Chico Xavier, Irmã Dulce, Gandhi, Luther King, Madre Tereza de Calcutá. Quem pode dizer que essas pessoas não tiveram vida santa? Todo aquele que luta pelo bem, pelos marginalizados e excluídos, pelos oprimidos... Todos aqueles que lutam pela paz e pela justiça, com certeza são santos. Santida- de independe de religião”. E há quem imagine que o sentido de ser santo esteja ligado tão so- mente à religião. Pág. 15 “A sociedade é desinformada sobre o Espiritismo. Não podemos nos comportar como verdadeiros buracos negros que só absorvem e nada devolvem. ” Raul Teixeira 14º Congresso Estadual de Espiritismo, em Serra Negra, junho de 2009

Correio Fraterno 428

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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Page 1: Correio Fraterno 428

CORREIOFRATERNO

O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA

P u b l i c a ç ã o d a E d i t o r a E s p í r i t a C o r r e i o F r a t e r n o • e - m a i l : c o r r e i o f r a t e r n o @ c o r r e i o f r a t e r n o . c o m . b r • A n o 4 1 • N º 4 2 8 • J u l h o - A g o s t o 2 0 0 9

Uma TV para os espíritasO Ministro Carlos Lupi e a proposta que fez de uma TV Espírita para o Ministério das ComunicaçõesPág. 6

41 ANOS DE CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

Visite o nosso site:

União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, com o apoio da Federação Espírita Brasileira, si-

nalizou por meio do Congresso Estadual re-alizado na Cidade de Serra Negra, SP, de 19 a 21 de junho, que a mudança de atitudes dos próprios espíritas deve ser a primeira contribuição do Espiritismo para a huma-nidade nesses tempos de busca, desafios e mudanças aceleradas, demonstrando a ur-gência de se atentar para a atual deman-da da Doutrina Espírita ser compreendida como uma visão aberta, para não correr

o risco de retardar o cumprimento da sua maior tarefa: estimular a regeneração dos homens, através da predisposição ao bem.

Tanto os oradores como os próprios representantes das instituições, muitos com longa vivência espírita, defenderam a necessidade de se dinamizar a forma de divulgação dos conteúdos espíritas, que nem sempre são transmitidos da maneira mais adequada, dentro da sua magnânima proposta universal e atemporal da visão li-bertadora da transformação do ser rumo à felicidade. Leia mais nas páginas 8 e 9.

MODERNIDADEUm apelo à

Iniciativa amplia frontei-ras do diálogo espírita

Os santos sem religião

A

Um grupo se organiza para refletir sobre os te-mas desenvolvidos no ciclo de palestras, com o tema “Os 150 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos”. Nada menos que oitocentas e cinquenta pessoas vão até o encontro. Motiva-do, o grupo do interior de São Paulo institui uma associação, planeja três outros encontros e abre espaço para o diálogo com outras linhas do pensamento. Pág. 3

“Não importa o nome, Chico Xavier, Irmã Dulce, Gandhi, Luther King, Madre Tereza de Calcutá. Quem pode dizer que essas pessoas não tiveram vida santa? Todo aquele que luta pelo bem, pelos marginalizados e excluídos, pelos oprimidos... Todos aqueles que lutam pela paz e pela justiça, com certeza são santos. Santida-de independe de religião”. E há quem imagine que o sentido de ser santo esteja ligado tão so-mente à religião.Pág. 15

“A sociedade é desinformada sobre o Espiritismo. Não podemos nos comportar como verdadeiros buracos

negros que só absorvem e nada devolvem. ”Raul Teixeira

14º Congresso Estadual de Espiritismo, em Serra Negra, junho de 2009

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2 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009ED

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RIA

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rontinha mais uma edição. Com contrastes e coincidências. Con-trastes entre o antigo e o novo,

como a história dos 37 anos do progra-ma espírita “Momento Espírita”, no Baú de Memórias, que de um lado revela uma das formas mais antigas de se falar sobre o Espiritismo por meio da comunica-ção de massa. Do outro, o emprego da mais nova tecnologia aplicada à comu-nicação, que passa a ser usada também na divulgação: a TV digital. Todos são recursos que, bem preparados, desempe-nham importantíssimo papel na difusão da Doutrina Espírita.

Mas, e os livros nisso tudo? Vão muito bem! E irão melhor ainda se mais

e mais grupos se inspirarem na multiplicação das biblio-tecas nas casas espíritas, como fez um dos centros espíritas no Triângulo Mineiro, criando uma biblioteca com mais de sete mil livros e ensinando ou-tras casas a fazerem o mesmo (Para Entender Melhor).

Mas a levar em considera-ção a madureza das reflexões sobre o ato de se ler, refletir e se transfor-mar, não serão apenas livros e comuni-cação que trarão a grande transformação da Nova Era. Para isso, grandes grupos já discutem e chegam à conclusão de que é momento de se repensar o que precisa

ser atualizado, em matéria de movimen-to espírita (Acontece e Especial).

Leia e tire você também as suas con-clusões.

Um grande abraço da equipe Correio Fraterno.

P

CORREIO DO CORREIO

O Sucesso do FraterninhoCostumo distribuir alguns exempla-res do Correio para alguns amigos es-píritas. Um casal, amigo nosso, tem um filho muito refratário às idéias espíritas, hoje já adolescente. Ele, contudo, é leitor assíduo do Fra-terninho. Sempre que a mãe chega com o jornal em casa, ele pede o encarte, o que mostra o alcance do trabalho!

Sampaio, por e-mail

Em nome da divulgaçãoEscrevo para lhes agradecer pelos exem-plares do Correio Fraterno que gentilmen-te nos enviaram. Os alunos adoraram. Parabenizo pelo belíssimo trabalho, assim como exalto a grande repercussão desse veículo, que agora pude avaliar mais de perto. Que os benfeitores continuem a lhes sustentar e a lhes inspirar nessa no-bre tarefa de divulgação da doutrina e de engrandecimento de seu movimento.

Astrid Sayegh, São Paulo-SP

Envio de artigosEncaminhar para e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do

Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora responsável: Izabel Regina R. Vitusso

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Editor de arte: Hamilton DertonioImpressão: AGG –Artes Gráficas Guaru

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Presidente: Izabel Regina R. Vitusso

Vice-presidente: Belmiro Tonetto

Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz

Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

Modernidade Sou assinante do jornal Correio Fra-terno há muitos anos, e me surpre-ende a transformação profunda que vem ocorrendo no material publica-do, cujo conjunto assume cada vez mais um caráter de modernidade, compatíveis com os tempos atuais e com a Doutrina Espírita. Parabéns.

Ildefonso do Espírito Santo, Salvador-BA

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kar-dec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

•Aapreciaçãorazoáveldosfatos,edesuas conseqüências.

•Acolhimentodetodasobservaçõesanós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

•Discussão,porémnãodisputa.Asin-conveniências de linguagem jamais tiveramboasrazõesaosolhosdepes-soas sensatas.

•Ahistóriadadoutrinaespírita,deal-gumaforma,éadoespíritohumano.Oestudodessasfontesnosfornecerá uma mina inesgotável de observa-ções,sobrefatosgeraispoucoconhe-cidos.

•Osprincípiosdadoutrinasãoosde-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, umateoria pessoal que exporemos.

•Não responderemosaosataquesdi-rigidos contra o Espiritismo, contra seuspartidáriosemesmocontranós.Aliás,nosabsteremosdaspolêmicasque podem degenerar em persona-lismo.Discutiremososprincípiosqueprofessamos.

•Confessaremos nossa insuficiênciasobre todos os pontos aos quais não nosforpossívelresponder.Longederepelir as objeções e as perguntas,nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.

•Se emitirmos nosso ponto de vista,issonãoésenãoumaopiniãoindivi-dual que não pretenderemos impor a ninguém.Nósaentregaremosàdis-cussão e estaremos prontos para re-nunciá-la,senossoerrofordemons-trado.

Esta publicação tem como finalidadeoferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões.Eligar,porumlaçocomum,osquecompreendemadoutrinaespí-rita sob seu verdadeiro ponto de vista moral:apráticadobemeacaridadedoevangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected] • Permitida a reprodução parcial de textos do Correio Fraterno desde que citada a fonte.

Ideias, palavras,transformação

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JULHO - AGOSTO 2009 CORREIO FRATERNO 3A

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NTEC

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á pouco mais de um ano um pequeno grupo de espíritas idealizava, na cidade de Ri-

beirão Preto, SP, um encontro com objetivo de divulgar as reflexões desen-volvidas durante o ciclo de palestras da USERP – União das Sociedades Espí-ritas Intermunicipal de Ribeirão Preto sobre os 150 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos.

O evento superou as expectativas, contando com a presença de mais de 840 participantes. Motivado, o grupo não parou: instituiu a Associação Ca-minhos para o Espiritismo, que já conta com associados de sete outras cidades do interior paulista. Planeja já três eventos até maio de 2010, além do realizado no dia 30 de maio, nas dependências das Faculdades COC, em Ribeirão Preto – o

1º. Fórum “Caminhos para o Espiritis-mo: Filosofia Espírita e Sociedade”.

Os temas propostos no 1º. Fórum: “A Verdade Filosófica”, o “Espiritismo como Produto Cultural”, “Filosofias Atuais no Espiritismo”, “Mídia, um Universo Inexplorado”, “Autocrítica, Pragmatismo e Dogmas”, revelam a vertente que inspira o grupo para o tra-balho. Segundo o presidente da Associa-ção, Gustavo Leopoldo Rodrigues Daré, a proposta do grupo é abrir espaço para o diálogo com todas as linhas do pensa-mento. “Temos o desafio de apresentar o Espiritismo como agente produtor de conhecimento que transcende o sepa-ratismo religioso, tornando-o acessível e útil a espíritas e não-espíritas. Outro desafio é o de elaborar estratégias de aproximação dos diferentes caminhos

do pensamento espírita, buscando a cooperação para produzir propostas de conciliação aos conflitos que o mundo contemporâneo nos impõe.”

Espaço para o diálogo foi o que cha-mou a atenção de um dos palestrantes convidados, Edgar Miguel, presidente da USE intermunicipal de Bauru, ao avaliar o perfil do evento que estimula a parti-cipação do público através de perguntas aos palestrantes. “É imperioso que os eventos espíritas sejam mais de discussão e desenvolvimento e cada vez menos me-ramente expositivos” – avalia Miguel.

Além de promover o livre-pensar diante dos conhecimentos espíritas, res-peitando as diferenças e singularidades individuais e de grupos, a Associação cria estratégias para introduzir a divulga-ção do Espiritismo na mídia não-espírita

e também se prepara para reproduzir o material dos Fóruns e Encontros em Anais, CD, DVD e para a internet.

Os próximos eventos serão:• 2º. Fórum “Caminhos – Os Instru-mentos Ético-moral e Religioso no Espiritismo”,a ser realizado no anfiteatro da UNIARA, em Araraquara, SP, no dia 23 de agosto.• 3°. Fórum “Caminhos – A Vertente Científica Espírita”, dia 14 de novem-bro, na Escola Prof. Henrique Moratto, em Matão, SP.• II Encontro “Caminhos para o Espiri-tismo: do Hoje ao Amanhã”, dia 29 de maio de 2010, no Centro de Conven-ções de Ribeirão Preto.

Para saber mais:www.caminhosparaoespiritismo.org.br.E-mail: [email protected]

Por IZABEL VITUSSO

INICIATIVAAMPLIAFRONTEIRASDO

DIÁLOGO ESPÍRITA

MAIKO OLINTO

H

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4 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009

conceito religioso da Fé como graça especial, con-cedida por Deus aos cren-

tes de uma determinada religião, pertence ao passado. Esse conceito equivale a uma interpretação pro-fundamente injusta da Justiça Di-vina. A Fé é um dom, sem dúvida, mas a doação de Deus é sempre universal, nunca se processa na me-dida estreita dos homens. Deus é o Criador e nós somos as suas criatu-ras. Isso quer dizer que Deus é Pai e nós somos os Seus filhos. Como po-deria o Pai Supremo, que é fonte de todo o amor, de toda a misericórdia, conceder apenas a alguns dos Seus filhos o dom fundamental da Fé, sem o qual o homem não poderia se elevar a Ele?

O novo conceito da Fé, estabele-cido pelo Espiritismo, coloca o pro-blema em termos claros e precisos. A Fé, como dom natural, está presente no coração de todas as criaturas hu-manas. À semelhança do amor, que todos trazemos em gérmem dentro de nós, a Fé precisa germinar em nosso coração e ser cultivada por nós à luz da Razão.

Assim, a Fé nos é dada como semente, mas temos de cultivá-la e desenvolvê-la. Nesse sentido, a Fé se torna uma conquista que temos de fazer na vida. Todas as nossas faculdades não devem também ser cultivadas? A Fé é uma faculdade da alma, do espírito, e cabe-nos desen-volvê-la em nós mesmos.

Fé e Razão se ligam com o Sol e a Terra. A Razão é o sol espiritual que alumia o nosso entendimento, afugentando as trevas e o frio da ig-norância e da superstição, para nos dar a luz da compreensão e o calor da vida. Um homem sem fé está morto em si mesmo, é o seu pró-prio sepulcro. Mas basta-lhe acen-der a luz da razão para libertar-se da morte e do túmulo, para ressuscitar como Lázaro ante a voz do Messias.

O materialista, o ateu, o homem sem fé, na verdade confia em si mes-

MO

SAIC

O

Pensamentos de Richard Simonetti

Aprimoramento Sempre é tempo para

algo aprender, no empenho permanente por vencer as próprias limitações,

buscando os prazeres mais nobres, que envolvam nosso

aprimoramento moral e espiritual.

***

Felicidade A felicidade deveria ser um estado natural, como uma casa aconchegante que nos abriga, proporcionando-nos proteção

e bem-estar. Afinal, por que nos sentimos

infelizes, se temos por Pai um Deus de infinito Amor e Misericórdia, que trabalha incessantemente por nós?

***

Distúrbios emocionais Terapeutas que cuidam de pacientes às voltas com

distúrbios emocionais e físicos indicam, hoje, como principal remédio, o empenho por fazer

algo em favor do próximo.

Em breve, leia esses e outros pensamentos de Richard Simonetti, em obra a ser lançada pela Correio Fraterno.

A luz da razão e o poder da féPor HERCULANO PIRES

O

ACERVOFUNDAÇÃOMARIAVIRGÍNIAEJ.HERCULANOPIRES

Herculano Pires, com sua filha caçula, Elenilda, em 1956.

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JULHO - AGOSTO 2009 CORREIO FRATERNO 5ESPEC

IAL

mo, tem fé nas suas próprias forças. É como o peixe das profundezas, que sabe dominar a água mas ainda não conhece a luz do sol. A fé humana que o sustenta nas lutas diárias da vida vai se abrir na fé divina que lhe mostrará o esplendor das estrelas. A luz da Razão, à semelhança da luz solar, fará germinar e crescer o poder da fé em seu coração. Ninguém se perde, ninguém está condenado para sempre. A Justiça de Deus se cumpre no íntimo de nós mes-mos, porque Deus está em nós, presente em nós na misericórdia das suas leis.

Texto extraído do livro O homem novo (editora Correio Fraterno) e publicado originalmente no jornal O Diário de São Paulo, sob o pseudônimo Irmão Saulo.

Missão dos Pais“Cada ser traz consigo, para cada existência, os resultados do seu desenvolvimento

anterior, em existências passadas. Esses resultados se encontram em estado latente no seu inconsciente, mas desde os primeiros anos de vida começam a revelar-se nas suas tendênciasenoconjuntodasmanifestaçõesdoseutemperamento.Cabeaospaiseaoseducadoresobservaressessinaiseorientaroseuajustamentoàscondiçõesatuais,corri-gindoasdeficiênciaseosexagerosnamedidadopossíveleaomesmotempopropician-

do novos desenvolvimentos na atual existência.” (Herculano Pires - Pedagogia Espírita)

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6 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009

PorELIANAHADDAD

Uma TV paraosespíritas

O que é a TVCEI e desde quando ela está operando?Luis Rivas: A TV é uma iniciativa do Conselho Espírita Internacional. É a TV dos espíritas. É por ela que vamos usufruir do entretenimento, da edu-cação espírita, ter amplas possibilida-des de nos capacitarmos e assistirmos às melhores palestras, participando e acompanhando, ao vivo, os eventos espíritas. Esteve em teste por um mês, via satélite, e agora já está transmitindo oficialmente como TV digital.

Como ela surgiu?Luis Rivas: Surgiu inicialmente como uma Web TV, na internet, por ser um meio mais econômico. Começamos a receber material de todo o Brasil e colo-cávamos na Internet. Como TV digital, um dos principais focos é a transmissão

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Apóstrêsanosfazendotelevisãoespíritapelainternet, a TVCEI inicia assuastransmissõesviasatéliteparatodooBrasilenaAméricadoSulpelosistemadigital.OeditorLuisHuRivas,quejáatuouemdiversasmídias para a divulgação do espiritismo, dentre as quais a revista “Vi-sãoEspírita”,éumdosresponsáveispeloprojeto.Durantearealizaçãodo 14º. Congresso Estadual da USE, em Serra Negra, SP, quando lan-çouoficialmenteaTVCEIporsatélite,eleconcedeuaoCorreio Frater-no a seguinte entrevista:

ao vivo de congressos, palestras e eventos espíritas realizados no Brasil e no mundo. E, também, uma de suas grandes vanta-gens é justamente a facilidade da intera-tividade, por continuar também on line.

Quem é o público da TVCEI?Luis Rivas: A TVCEI está voltada total-mente para o espírita e para o trabalha-dor espírita, inclusive com uma série de cursos de capacitação. Contamos já com cerca de 90 mil pessoas assistindo à pro-gramação. Há também uma produtora de DVD que nos ajuda a dar continui-dade ao processo, o que ajuda a somar já 60 títulos disponíveis. São congressos, palestras, videoaulas e documentários, além de um desenho espírita.

Como funciona esse satélite? Como se pode assistir à TVCEI?

Luis Rivas: É preciso ter um receptor digital e uma antena pequena apontada para o satélite Estrela do Sul. Esse satéli-te abrange todo o Brasil e demais países da América Latina. Não há mensalida-de, apenas um custo único de instalação, que inclui a aquisição particular do apa-relho e dos respectivos serviços técnicos. A antena abrange uma área que permite o acesso a 30 canais, algumas filiais da Globo, do SBT, da Record, da Band, a TV Unisa e mais sete canais temáticos.

Você acredita que este seja o ca-minho para a modernização da comunicação espírita?Luis Rivas: Não sei. Só o tempo vai di-zer. Estamos acompanhando o progres-so na Comunicação, disponibilizando uma programação variada. Uma TV espírita não pode ser uma mídia desin-teressante, enfadonha. Tem que ter uma programação alegre, numa linguagem moderna, com documentários, concur-sos, programa infantil, filmes, etc. Se não divulgarmos o Espiritismo de forma dinâmica quem vai divulgar?

E quanto à faixa etária do públi-co a ser atingido?Luis Rivas: Estou com dados muito interessantes. E preocupantes. Mes-mo com acesso pela internet, 73% do nosso público estão acima de 50 anos e 2% tem menos de 18. Apenas 5% es-tão abaixo de 24 anos. Ainda é pouco jovem acessando o conteúdo espírita e isso reflete o que está ocorrendo no Centro Espírita, o que merece uma análise, porque o pessoal hoje atuante daqui uns anos não vai estar mais aqui.

Por que isso acontece, na sua opinião? Luis Rivas: Vejo que há muitos jovens com muito potencial, mas os dirigen-tes não dão opção de crescimento a eles. Eles acabam desanimando, porque ficam sem oportunidades de atuação. Nós, que trabalhamos na área internacional, perce-bemos que nos países que investiram nos jovens, o espiritismo está crescendo muito.

O Paraguai é um bom exemplo. Havia apenas dois centros há quatro anos, hoje já tem mais de uma dezena.

Qual o segredo dos que conse-guiram?Luis Rivas: Mão dupla. O dirigente es-pírita tem mais idade, mais experiência, mas não tem o “gás” que o jovem tem. É preciso trabalhar em conjunto, pre-parando-se o jovem desde cedo. O que acontece é que aos 70, 80 anos, muitos dirigentes não conseguem gerir a casa, embora continuem no poder. Quando desencarnam, fica mais difícil dar con-tinuidade à tarefa que realizavam, que deveria haver sido de âmbito coletivo, preparando sucessores. Isso é alarmante no Brasil todo.

Quanto à TVCEI, o que podemos fazer? Como colaborar?Luis Rivas: Não podemos ser tímidos. Temos que participar, virando o jogo, assim como no filme O Filho de Fran-cisco, em que o pai dos meninos ligava ininterruptamente para as rádios solici-tando a execução da música; ou como a mobilização dos espíritas no passado, votando em Chico Xavier como o brasi-leiro do século. Precisamos da colabora-ção da iniciativa privada, dos profissio-nais liberais como parceiros. Não basta funcionar, é preciso expandir.

Espírita assiste muito à televisão?Luis Rivas: Descobrimos nas pesquisas que 63% dos espíritas têm TV por assi-natura. Espírita tem dinheiro. E, se tem condições, tem influência e pode pedir a TVCEI na sua assinatura. Pedem-nos 250 mil reais, por mês, para estarmos lá. Só que temos que mostrar que nós é que somos importantes para eles, pois as pesquisas também apontaram que 79% dos espíritas mudariam sua TV por assi-natura para aquela que tivesse a TVCEI dentre os canais oferecidos, o que signi-ficaria uma migração de 20 a 30 milhões de espíritas e simpatizantes.

Parece que estamos mesmo res-

Luis Rivas: Não basta funcionar, tem que expandir

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JULHO - AGOSTO 2009 CORREIO FRATERNO 7

Por PAULO ROBERTO VIOLA

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EVISTA

pirando novos ares, que tudo se acelera. Você concorda?Luis Rivas: Vale antes dizer que um canal de TV aberta está por volta de 10 milhões de reais! Conclusão: temos que ir pouco a pouco, ganhando espaço e melhorando sempre a nossa produção.

Por que o senhor se tornou adepto da Doutrina de Kardec?Carlos Lupi: Queria entender o que acontecia com a nossa alma, com os nos-sos sentimentos, e comecei a ler muitos livros sobre o tema e a ver o mundo pela ótica do Espiritismo, com a qual man-tenho uma identificação muito profun-da até hoje. Os princípios espíritas me ajudam a compreender melhor o ser humano, a melhor entender sentimen-

Espiritismo em canal aberto

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Paulista de Campinas, o atual ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupierajornaleiro,em1980,quandoiniciousuacarreirapolíticacomodeputado federal, passando pela secretaria municipal e estadual, no Rio deJaneiro,àpresidênciadoPDT,atéchegaraMinistrodoTrabalhoeEmpregodogovernoLula.Espíritadesdeos13anos,lembraquecedodespertou para o interesse do fenômeno da morte, que lhe parecia um tremendoabismo.AopassaremfrenteàsededaFederaçãoEspíritaBrasileira, no Rio, resolveu entrar e assistir a uma palestra. Passou então aestudaraDoutrinaeafrequentaroCentroEspírita.Entendendoaimportânciadadivulgaçãodadoutrinatambémemca-nalabertonosistematelevisivo,oMinistrocomentasuasimpressõesso-bre esse e outros assuntos em entrevista exclusiva ao Correio Fraterno:

ignorantes. Durante minha juventude, sentia-me discriminado pelos colegas de turma. Mas isso foi apenas uma fase. Eu sempre assumi a minha crença porque acho que, como espírita, meu papel é o de ajudar a divulgar a Doutrina e que-brar preconceitos.

O Espiritismo é hoje o terceiro maior grupo religioso do País, se-gundo o senso de 2006 do IBGE. No entanto, ainda é uma religião que não conseguiu o seu sinal de TV. O preconceito poderia estar retardando essa conquista?Carlos Lupi: Não é o que me informa o ministro da Comunicação Social, Hélio Costa, com quem eu já conversei sobre o assunto. Segundo ele, a programação é decidida livremente pelas operadoras, que têm liberdade para escolher sua linha edi-torial e conceder canais ou espaços da pro-gramação aos diversos grupos religiosos. Se há algum tipo de preconceito, penso que ele é muito mais de natureza comer-cial, por parte dos donos desses canais.

A seu ver, uma TV Espírita, em sistema aberto, poderia colabo-rar com os projetos educacionais do País? Carlos Lupi: Claro que poderia ajudar, e muito. Eu costumo dizer que o espi-ritismo é uma nova visão de mundo. Acho que seria muito útil para o País se todas as religiões tivessem meios para difundir a sua mensagem em condições de igualdade. Por isso, apresentei a pro-posta de uma TV Espírita ao Ministério das Comunicações e estou à disposição para continuar nessa luta. A democracia verdadeira, plena, exige essa igualdade de condições, que é boa para todos.

Sustenta-se que o maior legado ético e moral de nossa História

vem da administração imperial de Dom Pedro II, que foi um mis-sionário especialmente designa-do por Jesus. A seu ver, o que precisa a República para melhor honrar esse precioso legado his-tórico?Carlos Lupi: Acho que cada um de nós, na sua etapa, tem uma missão a cumprir. O que falta hoje, não só ao Brasil, mas à humanidade, é um pouco mais de so-lidariedade, de humanismo. Falta uma visão de sociedade mais justa, menos discriminadora, com as pessoas voltadas para a construção do bem. E isso, a meu ver, independe até mesmo de religião. Depende mais de grau da evolução de cada um de nós.

Como espírita publicamente de-clarado e desempenhando no mo-mento as altas funções de Ministro de Estado da República, que con-cepção o senhor tem do poder?Carlos Lupi: O poder é a oportunidade que o homem recebe de construir sonhos coletivos. Hoje, estou no Ministério do Trabalho e Emprego, vivendo no espaço mais importante que tive na minha vida e tenho a consciência tranquila. Erro todos os dias, mas busco fazer o que é correto. Guardadas as minhas limitações, quero dar a minha contribuição e ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas.

Que mensagem o senhor gos-taria de deixar para os nossos leitores?Carlos Lupi: A minha mensagem é a de acreditar, sempre. Acreditar nos sonhos, num mundo melhor, acre-ditar que vale a pena construir e não destruir; somar e não dividir, elevar o pensamento e não subjugar. Sou muito adepto à filosofia de São Francisco: “é perdoando que se é perdoado”.

Temos uma equipe boa, eficiente, mas ainda pequena. Há também os produ-tores independentes. Vamos ter breve-mente o filme Nosso Lar. A TV Globo está produzindo uma minissérie sobre o Chico. Estamos vivendo uma era de revolução espírita.

O Espiritismo está num momento de reflexão, exigindo mudanças, novas atitudes, um novo discurso...Luis Rivas: O Espiritismo tem que sair do Centro. As pessoas estão sofrendo, suicidando, destruindo suas vidas. E são espíritas latentes. Temos que ter essa

visão de facilitadores. E eu acredito no potencial espírita. Cada vez mais pessoas corajosas estão divulgando o Espiritis-mo, lembrando a frase de que o universo conspira a favor dos corajosos.

Para saber mais: www.tvcei.com.br

tos como o ódio, a raiva, a inveja e o desrespeito. Posso compreender minha própria personalidade, minhas falhas, o meu grau de evolução, o mundo e a vida.

O preconceito religioso já lhe in-comodou? Carlos Lupi: Já incomodou, sim, mas eu nunca escondi a minha opção religiosa. Muita gente ainda olha para os espíritas como se fôssemos feiticeiros ou mesmo

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8 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009

NOVOS ARES PARA O MOVIMENTO ESPÍRITA

om foco na urgência de um olhar mais atento à educação para a reconstrução de um mundo mais justo e feliz, a União das Sociedades Espíri-

tas do Estado de São Paulo mostrou du-rante a realização do seu 14º. Congresso Estadual de Espiritismo que o movimen-to espírita está atento à crise por que pas-sa a Humanidade e se empenha em dar a sua contribuição.

O evento foi realizado na Cidade de Serra Negra, SP, de 19 a 21 de junho, e reuniu palestrantes renomados, que participaram de dinâmicas e entrevistas, mostrando aos mais de mil congressistas que o tema principal do evento –Vi-vência no amor, pelos caminhos da edu-cação– não era somente um belo título a encabeçar um novo evento, mas um chamamento para um redirecionamento de atitudes. Um convite à renovação e a

ESPE

CIA

L

geração de novos ares, no próprio meio espírita, que impulsione ações com base nos sentimentos inovadores, numa edu-cação integral e completa, “inspirada no estudo da vida em sua plenitude, em seu movimento ascendente para os cimos da natureza e do pensamento”, como bem enfatizava o material promocional do congresso, simbolizado com sugestivo catavento.

Ideias claramente pontuadas deixa-ram evidente a inegável contribuição da Doutrina Espírita para o progresso social, mas chamaram a atenção para a necessidade de serem compreendidas em sua universalidade –nos aspectos cientí-fico, filosófico e religioso.

Uma das conclusões a que se pode chegar, a despeito do trabalho gigantes-co feito em torno da divulgação do Es-piritismo, é de que muitas pessoas não conhecem o que seja realmente o Es-

piritismo, e, por vezes, tecem opiniões desencontradas e preconceituosas, fruto de uma visão reducionista e sincrética. Sendo uma doutrina que abarca todos os aspectos do homem –bio, psico, sócio e espiritual–, o Espiritismo muitas vezes representa um desafio a ser vencido aos mais apressados e imediatistas. Enquanto isso, o materialismo propicia as inquie-tações, com suas teses nada consoladoras que tomam conta da vida social limitada no aqui e agora.

Allan Kardec já avisava em dezem-bro de 1863, na Revista Espírita, que o Espiritismo experimentaria sucessivos períodos: o da curiosidade, o filosófico, o da luta, o religioso, o intermediário e o da regeneração social. Indubitavelmen-te, idéias novas trazem conflitos, mas é preciso saber bem administrá-los para que grandes tesouros de conhecimento não se percam no tempo. Ele disse – em

Obras Póstumas – que aquele que sonhas-se com essa idade de ouro para a huma-nidade, deveria trabalhar, antes de tudo, na construção da base do edifício, sem pensar em lhe colocar a cúpula.

Os novos ares propostos no 14º. Congresso, realizado por expressivo ór-gão de representação no meio espírita, pega fôlego para sensibilizar os espíritas para que avaliem o teor da sua respon-sabilidade no momento atual, na busca de um novo diálogo que o mundo mo-derno exige não somente em função do progresso tecnológico como no desen-volvimento ético moral, que conclama a uma inadiável tarefa.

Deixa claro que há no espiritismo revelações de caráter transcendente para toda a Humanidade que precisam ser bem divulgadas e compreendidas, tan-to para a renovação da fé, incitando o homem à reflexão e ao conhecimento de si mesmo, como para obtenção de direcionamentos para as suas maiores dúvidas, ao esclarecê-lo sobre sua origem e destinação, iniciando-o no raciocínio libertador de que ele é permanentemente o agente de seu próprio destino, que –ali-ás– é para a felicidade. Jamais será para o sofrimento, embora a dor faça parte do caminho a ser trilhado, fruto das escolhas individuais.

Trata-se de um pensamento realmen-te revolucionário, que precisa ser divul-gado, que convida a todos a desaprender equívocos de interpretação e a reapren-der conceitos, deixando de lado o ranço das ideias materialistas decorrentes de crenças descabidas, mas que povoam o inconsciente, como a natureza punitiva de Deus, que gera culpa, medo e perse-guição.

Como bem destacaram os oradores Divaldo P. Franco, José Raul Teixeira, Alberto Almeida e Sandra Borba em suas respectivas abordagens sobre o tema do evento, o amor faz parte desse apren-dizado, mas não pode ser deturpado. Ser falso, raso e aparente. Nem mesmo

PorELIANAHADDAD

C

FOTOS IZABEL VITUSSO

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JULHO - AGOSTO 2009 CORREIO FRATERNO 9

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ESPECIA

L

instituído. Por isso, aos espíritas cabe o papel magnânimo de facilitadores de um caminho libertador, mas que exige um discurso inteligente e amoroso que atin-ja os corações pelo despertar e não pela imposição ou repetição de frases prontas.

Talvez já estejamos mesmo vivendo o período intermediário a que se referiu Kardec, como consequência natural da introdução do pensamento filosófico es-pírita no mundo, que começa a ser bus-cado e valorizado nas mais diversas áre-as de atuação. Mas ainda há muito por se fazer. Em tempos de crise de valores morais, o assunto espiritualidade ganha terreno como último recurso à desilusão humana, impulsionando o homem a avançar no conhecimento de si mesmo e do mundo “invisível”, fazendo-o refletir sobre Deus e a imortalidade da alma.

O papel de um movimento espírita consciente e preparado para os desafios de uma humanidade carente de educa-ção espiritual é de suma importância. Afinal, esses conteúdos já estão latentes, à espera do despertar, por estarem apoia-dos em princípios naturais, divinos e imutáveis.

Não poderia ser mais acertada, por-tanto, a base em que se apoiaram os pa-lestrantes do 14º. Congresso Estadual de Espiritismo que, inteligentemente, valo-riza a busca não do que, mas o do como fazer, colocando foco nas perguntas 913 e 914 de O Livro dos Espíritos que lem-bram que o egoísmo é o pior dos vícios e dele deriva todo o mal. E sem sua elimi-nação não há felicidade.

“...É preciso reformar as instituições humanas que estimulam e mantêm o egoísmo. Isso depende da educação.”

Raul Teixeira

Fica complicado se educar quando não se tem noção de que somos espíritos, cada qual na sua posição, no seu tempo, com suas experiências.

Não podemos fazer de conta que educamos, o que leva apenas a resulta-

dos temporários de faz de conta que fomos educados.

A sociedade é desinformada sobre o Espiritismo e é importante que assu-mamos isso quando pensarmos em uma educação integral, construindo e desper-tando pelo exemplo, sem esnobar conhe-cimento, colocando em prática o que já sabemos. Não podemos nos comportar como verdadeiros buracos negros que só absorvem e nada devolvem.

Fomos chamados à obra de regene-ração e, para isso, precisamos trabalhar para que a vontade de Deus se realize sobre o mundo.

Alberto Almeida

Não somos seres humanos fazendo uma jornada espiritual. Mas espíritos fa-zendo uma jornada humana. O Espiritismo traz uma grande contri-buição para a visão psicológica do ser, ensinando-o a amar. Quem se ama é feliz e faz feliz o outro. O espírita não é mesmo perfeito e precisa estar atento a atitudes novas, que exigem reciclagem de comportamentos. É preciso modificar a matriz dos nossos problemas, cuja cau-sa está na falta de educação do espírito como um todo. E o segredo está no pró-prio esforço pela superação.

Trata-se de uma doutrina lúcida, que traz todas as leis, tudo o que preci-samos para fazer também boas políticas públicas e transformarmos, por exem-plo, penitenciárias em museus. É preciso reeditar a História, mudar o discurso, expandir, e não deixar que, por timidez, nos roubem a ousadia.

Divaldo Franco

A crise na sociedade tem origem na família e a única forma de se evitar políticas arbitrárias é a vivência real da fraternidade solidária, acabando-se com a miséria moral, que é responsável pela miséria socioeconômica. É no lar que temos a oportunidade de edificar a socie-dade, trabalharmos esses espíritos com os quais temos grandes débitos ou grandes conquistas, retificando-nos a fim de que possamos crescer juntos, despertando os sentimentos nobres que dormem em nós. Por isso, o espiritismo nos convida a nos educarmos integralmente.

Não devemos temer o erro. Já que a estrada do progresso é feita de erros e acertos. O maior erro será acomodar-nos, ficar sem a oportunidade de testar-mos o nosso amor. Só ele resiste a qual-quer situação.

Sandra Borba

Toda a pedagogia de Jesus está base-ada na prática. Ele se afastou da verbo-sidade, do formalismo, da memorização e optou por provocar atitudes de desco-berta em seus seguidores. Chamava-os a observar, a tirar suas próprias conclu-sões... E seguir, numa atitude amorosa de libertação e confiança na possibilidade do aprendizado.

Ele respeitava o educando, suas par-ticularidades. Conhecia perfeitamen-te a arte de educar, convidando-nos a desaprender para reaprender, o que é a dinâmica do próprio processo reencar-natório, que, aos poucos, propicia-nos a harmonização com a Lei Divina. Daí o valor da aprendizagem significativa, onde o indivíduo não seja apenas um depósito de informações ou se coloque como re-ceptor de uma prescrição, um manual de conduta. Precisamos sim retomar a res-ponsabilidade do nosso próprio destino.

Na educação verdadeira, nem sem-pre os resultados são imediatos. Como espíritas, confiemos na qualidade da semente que semeamos. Aprendizagem verdadeira é a que conduz o indivíduo à autonomia.

Em entrevista com o radialista Éder Fávaro

Com a assessora de imprensa Paula Mikani

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10 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009PA

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A parábola do papagaioPor TATIANA BENITES

COISAS DE LAURINHA

Em sua casa Laurinha está assistindoà televisão, quando sua mãe chega e repara que seus brinquedos estão todos espalhados pela casa. – Laurinha, por favor, arrume primei-ro seus brinquedos e depois assista à televisão. Você sabe que as coisas nãodevemficarjogadas.Laurinhasaiudosofásemreclamarecomeçou a juntar os brinquedos. Colocou alguns no cesto de brinquedos, outros na pratelei-ra, outros em cima da cama e começou a organizar.A mãe de Laurinha reparou que ela estava demorando demais para uma tare-fatãofácileresolveuobservar. Em vez de pegar vários brin-quedos de uma vez, Laurinha apanhava um de cada vez, usando uma das mãos,deixandooutraparatrás.– Filha, o que aconteceu com a sua mão?– Não aconteceu nada.– Então por que você não pega os brinquedos com as duas mãos?–ÉporqueeuviquenapróximaaulaoassuntovaisersobreocapítulotrezedoEvangelho,daíquandoaprofessoraperguntareujávouterumexemplo para falar.–Masissoquevocêestáfazendonãotemnadaavercomapassagemdo Evangelho.– Tem sim! Estou fazendo tudo com a mão direita e a mão esquerda nem sonhacomoqueaoutraestáfazendo,lánãodiz“queamãoesquerdanão saiba o que faz a direita”?–Nãofilha.Esteéumsentidofigurado,umaparábola.–Oqueéparábola?– É uma história, com personagens, criada para transmitir uma mensa-gem indireta. A mão não quer dizer mão.– Hã?–Estaparábolaensinaquenãoéparafazermosobemedepoissairmosfalando para todo mundo. Entendeu?Laurinhasejogounosofáefalou:– E eu estou demorando um tempão pra arrumar os meus brinquedos porque eles escreveram “mão”. Por que eles não colocaram um persona-gem que fala, assim eu não ia perder tanto tempo.–Comoassim,filha?– Poderia ser assim “Que o papagaio da direita não saiba o que da es-querdafalou”iaserbemmaisfácildeentenderessahistória.Osadultoscomplicam muito!

e depender do esforço de algumas pessoas, o número de vezes que um livro consegue ser manuseado

e lido pode chegar a casas imprevisíveis.Para o segmento religioso espírita,

que é socialmente reconhecido pela simpatia ao estudo e à leitura, a dura-bilidade de um exemplar pode fazer a diferença. Mesmo sendo surpreen-dente o número de livros espíritas que entram em circulação todos os anos, desde a época da codificação da Dou-trina. Além das obras escritas por Allan Kardec, Léon Denis, e tantos outros no século XIX, os livros que compõem a bibliografia espírita –imensamente en-riquecida pelas psicografias do médium Chico Xavier e de outros que vieram somar– não param de crescer.

Tudo isso porque a base filosófica do Espiritismo se apoia no conheci-mento, através da reflexão, do incenti-vo à leitura, que tão bem a casa espírita procura difundir. Em decorrência, vem de grande parte delas o incentivo à ins-talação de bibliotecas, cada vez mais frequentadas por leitores assíduos de todas as idades.

Um exemplo do sucesso dessa ini-ciativa tem endereço certo: Rua Ituiu-taba, 633, em Uberlândia, MG. Um acervo de mais de sete mil livros re-

Quantas vezes o livro pode ser lido?

cebe os cuidados do bibliotecário José Roberto dos Reis que, através de re-cursos simples da informática fez do sistema de empréstimo de livros, CDs e DVDs um “cartão de visitas” do Centro Espírita Joana d’Arc, conheci-do em toda a região.

A receita deu tão certa que José Roberto, de administrador de uma biblioteca, passou a ser um multipli-cador delas em outras casas espíritas, já que ele arrecada computadores usa-dos, instala programas, dá cursos de organização de acervo e treina biblio-tecários para a função.

Juntamente com a equipagem, ele passou a oferecer também um curso para recuperar e encadernar livros, em pequena oficina no próprio Centro, com maquinaria, ferramentas e mate-riais simples como cola, papelão e re-talhos de corvin. Livros sem condições de uso ganham vida nova, muitas vezes mais reforçados que os novos –comen-ta satisfeita a educadora da Casa e sua auxiliar, Ivalda Oliveira.

O curso de reciclagem é oferecido a adolescentes e adultos da cidade e região.

Para saber mais: E-mail: [email protected], com José Roberto.

*Com a colaboração de Ivalda Oliveira

Por IZABEL VITUSSO*

SOficina de recuperação de livros

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JULHO - AGOSTO 2009 CORREIO FRATERNO 11

O REI ESTÁ MORTO!Vida longa para o rei!

ntre 1956 e 2005, mais de cem estrelas da música morreram com idade média de 35 anos, na

Europa e 42 anos nos EUA. Um dado entre macabro e curioso é o que ronda a idade dos 27 anos. Brian Jones, da formação inicial dos Rolling Stones, morreu afogado com essa idade. Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison também, todos de overdose de cocaí-na. Kurt Cobain, líder do Nirvana, se suicidou exatamente aos 27 anos. Mas não há nada de cabalístico. Afinal, Sid Vicious também morreu de overdose, mas aos 22 anos. Aos 45, Freddie Mer-cury, vocalista da banda inglesa Que-en, morreu de consequências da Aids. Assim como Renato Russo, líder do Legião Urbana, com apenas 36 anos. O rei do rock, Elvis Presley, morreu aos 42 anos, de causas ligadas a exces-sos de medicamentos. Mesmo motivo que, mais recentemente, levou à morte outro rei, desta vez do pop: Michael Jackson.

O que faz tantos famosos sucumbi-rem tão novos?

Segundo o Espiritismo, entende-mos que, rodeados de oportunidades em satisfazer suas vontades, os espíri-tos acabam sucumbindo aos excessos, quando, em verdade, seus talentos lhe foram concedidos para a realização de grandes coisas. Portanto, ter força de vontade para vencer o chamado das paixões é mais um triunfo do Espí-rito sobre a matéria, uma vitória das virtudes. Não tratamos apenas das riquezas materiais, mas, neste caso específico, da posse da criatividade artística, a inspiração.

Léon Denis, em seu livro O Espiri-tismo na arte, composto por uma série de artigos que escreveu para a Revista Espírita, em 1922, com o auxílio de

seus espíritos-guia, traz-nos depoi-mentos de grandes artistas do passado sobre inspiração. Beethoven, falando da fonte de onde lhe vinha a concep-ção de suas obras primas, dizia: “Eu me sinto forçado a deixar transbor-darem, de todos os lados, as ondas de harmonia que provêm do foco da ins-piração. Sei bem que Deus e os anjos estão mais perto de mim, em minha arte, que os outros. Comunico-me com eles e sem temor. A música é uma das entradas espirituais nas esferas su-periores da inteligência”.

Mozart, por sua vez, em uma de suas cartas a um amigo íntimo, ini-cia-nos em mistérios da inspiração musical:

“Quando estou com boa disposi-ção e completamente só, durante meu passeio, os pensamentos musicais me

vêm em abundância. Não sei de onde vêm esses pensamentos, nem como eles me chegam, minha vontade não tem nenhum poder nisso”.

Beethoven faleceu de cirrose hepá-tica, após contrair pneumonia, aos 57 anos. Mozart aos 35, por problemas de saúde, agravados por seus excessos comportamentais.

Remédios sem controle, drogas, bebidas, sexo desenfreado. Não há ins-piração que resista a tais combinações nada salutares, e que destoam deste ensinamento, na mesma obra citada: “Geralmente, é necessário que um ar-tista fique em um meio são, porque a chama criadora que o anima pode extinguir-se, sob a influência de um ambiente fluídico carregado de molé-culas materiais. A verdadeira arte não procura os prazeres da mesa, da carne,

PorGEORGEDEMARCO

e aqueles dos quais o espírito e o cére-bro não participam”.

Os Espíritos escolhem provas que lhe podem servir de expiação, segun-do a natureza de suas faltas. Alguns chegam, até mesmo, escolher o conta-to com o vício, ainda que seja apenas para viver no meio adequado à satis-fação de seus prazeres, denotando um senso moral pouco desenvolvido. No plano espiritual, percebem que não ganharam nada com aquela encarna-ção ociosa. Escolhendo provas acima de suas forças, o espírito fraqueja, como muitos artistas diante do poder que a fama lhes concede. É o alto pre-ço da fama, como se diz comumente. Quiseram ser provados no brilho que a ribalta oferece, e tropeçam nas pai-xões brutais, desencarnando em situa-ção deplorável.

Mas nem tudo se perde, quando isto acontece. As mortes de muitos destes astros que se tornam lendas, servem de exemplo e alerta para seus fãs, que buscam, então, caminhos di-ferentes aos deles. Se é morte por over-dose, a lição de que drogas não ajudam ninguém. Se de Aids, o aviso do sexo responsável. E por aí vai. Bom seria que, ainda em vida, dessem tais exem-plos. Nesse particular, os ‘reis’ brasilei-ros se saem melhor que os ‘reis’ estran-geiros. O rei do rock está morto. Mas o rei do futebol continua por aí, com seu sorriso escancarado. O rei do pop morreu aos 50 anos, enquanto o ‘rei’ Roberto Carlos está completando 50 anos de carreira artística ainda viven-do/ofertando tantas emoções... Vida longa ao Rei!

Jornalista, publicitário e radialista. Realiza ati-vidades como expositor e educador de mocidade na seara espírita.

E

ENSA

IO

Page 12: Correio Fraterno 428

12 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009A

GEN

DA

Saúde e Espiritualidade VI Congresso Nacional de Saú-

de e Espiritualidade - Para-digma Espírita. Tema: Evolução do espíri-to, de 14 a 16 de agosto,

em Marília, SP. Organização: Departa-mento Acadêmico da AME-BrasilE-mail:[email protected]; [email protected].: (11) 5581-7089 - (14) 8123-0333.

XIII Semana Espírita de São Ber-nardo do Campo

De 20 a 26 de setembro. Tema: “Cristo: rocha dos

séculos e Doutrina dos es-píritos: o Cristianismo re-divivo”. Realização: Con-

selho Espírita de São do Campo. Local: Grupo Fraternal Adolfo Bezerra de Menezes. Rua Batuíra, 390, B. As-sunção, São Bernardo do Campo, SP. www.conselhoespiritasbc.com.br

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SET

20

AGO

14

OUT

11

Resposta do Enigma: No século 19, o garoto por-tuguês trabalhava em São Paulo entregando o jornal Correio Paulista de forma tão ligeira quanto as aves

Batuíras, que habitavam a várzea do rio Tamanduateí,

que passa no centro da cidade. Aí está a origem do

apelido. *Saiba mais, acessando www.correiofraterno.

com.br

ENIGMADe onde vem o

apelido Batuíra, dado a Antonio Gonçalves da

Silva, pioneiro do Espiritismo em

São Paulo?

EVENTOS LAR

EMMANUELNoite da Pizza

12 de setembro, 19 horasSET

12

CRUZADA DO CORREIOElaboradoporTatianaBeniteseHamiltonDertonio,especialmenteparaoCorreioFraterno

Controle do movimento da conta corrente

(Pop.) Diz-se de lugaronde há espíritos

Ácido Acetil Salicílico

Autor de “Educação

para a morte”

Grito de dor

Período

Filosofia que identifica

Deus como mundo

Plano onde vivem os espíritos

Filtrar,destilar

Sofrimento físico ou

moral

_ _ _ _ _Gigantes, um dos primeiros fenômenos

espíritas

Chamadas telefônicas

internacionais

4ªvogal

AssembleiaNacional

Pedra de moinho

Compra-se na padaria

Advérbio de afirmação

Utensílio utilizado para tirar

sujeira

Série de TV americana voltada a medicina

Residência

Sentimento inferior

Instituto de Tecnologia

Tipo de grafite de

dureza média

Produto da emancipação

da alma

1.000em números

romanos

Ponto de energia

do nosso corpo

IRem inglês

Vitamina da laranja

Espírito encarnado

Ser pensante criado por

Deus

Porção de água

cercada por terra

Usado em barcos sem motor

Grande curso de água (pl.)

TREMem inglês

APRENDERem inglês

Últimas letras de “Brasil”

AmericanMedical

Association

Artigo definido feminino

Vogais de “medo”

Trans-missão de energia

Que possui muitos bens

AcreditaEnglish National Opera

Emprego

Natureza,raça

O que liga;laço

Chico _ _ _ _ _ _,famoso médiumAmor-próprio

Sílaba de “mostra”

Consoantes de “noite”

Unidade de

Tratamento

Umdos

chacrasPersonagem

de “Paulo

e Estevão”

Conjunção aditiva

Memória de computador

Dígrafo de “Sinhá”

Aluguel de salão para festas

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Page 13: Correio Fraterno 428

JULHO - AGOSTO 2009 CORREIO FRATERNO 13B

DE M

EMÓ

RIA

S

nova geração que liga a TV ou o computador e tem acesso à divulgação do Espiritismo

em plena era da cibernética pode nem imaginar os caminhos percorridos pela história da difusão espírita brasileira. E um de seus importantes capítulos diz respeito à radiodifusão, onde dedicados trabalhadores espíritas se iniciaram na tarefa décadas atrás, grande parte deles como voluntários, para fazer ecoar aos quatro ventos os fundamentos da dou-trina que abraçaram.

Com base na Cidade de Garça, região centro-oeste paulista, o progra-ma “Momento Espírita” está entre os mais antigos irradiados pelas emisso-ras de rádio no Brasil. Levado ao ar às 11h30, todos os domingos, através da Rádio Universitária AM, 1060 kHz, foi apresentado pela primeira vez pela antiga Rádio Clube da cidade, pelo orador e escritor José Benevides Ca-valcante –hoje redator e diretor– e por Aurino Gomes Ribeiro.

Em 37 anos de audiência, o “Mo-mento Espírita” adquiriu estilo pró-prio, e somou experiência, com tantos apresentadores que por lá passaram, muitos já desencarnados, como Agui-naldo Mendes Gomes, Carlos Roberto Fior e Enedina Tavares Meyer; e tam-bém Maria Izabel Mendes Faria, Maria Cristina Rebolo, Neide Pavani, Valéria Rodrigues Gomes e Francisco Luiz Santana. O “Momento Espírita” ainda serviu de inspiração para vários outros programas espíritas, como na região do Paraná, pela divulgação feita a cerca de dez anos na revista “Informação”.

Como Departamento de Divulga-ção do Centro Espírita Caminho de Damasco, ele teve origem no progra-ma chamado “A Vida Escreve”, uma espécie de crônica espírita trissemanal, apresentada por três anos pelo locutor da emissora.

“Naquela época, o preconceito con-tra o Espiritismo era considerável, prin-cipalmente nas pequenas cidades do interior.” E o “A Vida Escreve” tinha boa repercussão, o que levou a diretoria do Centro a assumir um compromisso maior, dando origem ao “Momento Espírita” – recorda José Benevides.

Diferentemente dos programas re-ligiosos tradicionais, o “Momento Es-pírita” suscita questionamentos, aborda temas atuais e incentiva a participação dos ouvintes através de perguntas e co-mentários, e fazendo ainda chegar às mãos de quem acompanha a progra-mação, as boas obras, através de sor-teios ao fim do programa.

Satisfeito por mais um ano de atividades, que conta com o traba-lho voluntário de amigos e membros da família – Cid Ramatori, Heliani e Marco Antonio Cavalcante, Cláudio Zacharias, Giuliana Sganzerla e Rafa-el Sanches – José Benevides avalia os resultados do trabalho: “recebemos de 12 a 15 ligações por edição do público de toda a região, sem falar na audiência mundial, em transmissão ao vivo, pelo site da emissora, www.unimidianet.com, por onde recebemos e-mails de várias cidades do Brasil e do exterior.

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Page 14: Correio Fraterno 428

14 CORREIO FRATERNO JULHO - AGOSTO 2009FO

I ASS

IM… Os espíritos

prenderam minha atenção

PorDUCILABELLODECAMPOS

Falta de valores moraisincomoda os brasileiros

ou assinante de Correio Fraterno há muitos anos. Tenho 87 anos e resido em Curitiba, PR, já há 25

anos. Em dezembro de 2007, fui com minha filha e meu genro passar o fim de ano na praia de Guaratuba, PR.

No domingo, 30 de dezembro, uma amiga me convidou para passear na praia. À certa altura, senti-me mal. Não estava gripada, mas comecei a tossir, fi-quei zonza; minha amiga correu a um barzinho, à procura de água. Recuperei-me e viemos embora. Este fato creio ter relação com o que passo a contar. Na terça-feira, 1º. de janeiro de 2008, voltamos a Curitiba, para casa. Minha filha me levou ao meu apartamento, entrou comigo e foi ao quarto onde dormia meu filho; e falou: “o Ralph está dormindo, solto na cama, deixe ele dor-mir”. E foi embora. Eu fiquei sozinha e assim eu fiz. Ele sempre dormia muito. Ralph e Renata são meus filhos adoti-vos, ele já com 44 anos, Renata hoje com 25.

O tempo foi passando. Veio a noi-te, achava que não deveria acordá-lo... Sentei-me para ver televisão; estava anunciado um filme... “Dois Filhos de Francisco”. Resolvi acomodar-me me-lhor para assisti-lo. Vi-o todo. Já era noite e achei que Ralph já poderia ser acordado. Fui vê-lo, toquei-o... Achei muito frio o seu corpo, sacudi-o e nada. Calmamente procurei um vizinho, ele veio, tocou-o e disse: “– Está morto!” Eu não me apavorei, pedi ao amigo vi-zinho que telefonasse para o irmão de Ralph (também adotado por mim).

Faço um parêntese para informar: sou surda, não falo ao telefone, isso há mais de 40 anos, pois me formei, ma-gistério, e aposentei muito cedo por surdez. Estava sozinha e o tal amigo vizinho me disse que havia acabado de

chegar, também, da praia. Moro num prédio pequeno e soube que àquela al-tura dos acontecimentos, que o prédio estava vazio! Eu estava só! E sem a possi-bilidade de falar ao telefone. Fiquei ho-ras sendo entretida pela espiritualidade, até poder encontrar alguém para nos so-correr. “Meus amigos espirituais pren-deram minha atenção, através do filme e outras ocupações, até que alguém che-gasse ao prédio. Meu outro filho, sendo noticiado pelo meu vizinho, falou: “eu também cheguei agora da praia”.

Ah, Jesus. Como eu agradeço todo dia, aos meus amigos espirituais, que eu nem sei quem são, pela ajuda naquela tarde em que meu filho tão querido se foi... sozinho.

A esta altura, devo lembrar que aquele mal-estar, ocorrido comigo na praia, relaciona-se com o falecimento do meu filho, porque, segundo o laudo do IML, ele falecera de um AVC exata-mente dois dias antes.

Passaram-se mais ou menos dois meses e eu sonhei com ele me pergun-tando: “– Tem sentido falta de mim?” respondo: “– Tenho, mas o que posso fazer?” E... acordo, repito o sonho mui-tas vezes para não esquecer.

Preciso dizer que, apesar de surda, percebo o tom de voz das pessoas, o timbre, a entonação. E, como espírita, sei que durante o sono, nossos espíritos saem do corpo... relacionam-se.

Obrigada por esta oportunidade de relatar um caso com pessoa tão querida de meu coração. Desculpe se cometi er-ros, estou um tanto desatualizada e esta máquina é quase tão velha quanto eu.

Essa história aconteceu com D. Du-cila, de Curitiba, PR. Conte a sua história também. Escreva para [email protected]

Por BEATRIZ QUEIRÓZ

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á locais na internet em que você lança suas perguntas e fica à espera das manifestações

do público. Chamou-me a atenção: “Você tem admiração por alguém de outra religião? Por quê?”. Eis uma das respostas: “Uma pessoa que admiro muito é o pastor da igreja da minha vó. Ele levanta cedinho, faz café e pão com mortadela. Depois de tudo pronti-nho, ele e a esposa vão pro centro da ci-dade, armam uma mesinha e começam a alimentar a turma que dorme na rua. Esse é mais um desconhecido que faz a diferença”. Mas a melhor resposta, de acordo com o autor da pergunta foi: “Os santos praticam a verdadeira religião. Estão sempre se ocupando em socorrer os irmãos desfavorecidos. Às vezes estão associados às religiões, às vezes não, mas todos guardam um traço de semelhan-ça: o amor ao próximo. Não importa o nome, Chico Xavier, Irmã Dulce, Gan-dhi, Luther King, Madre Tereza de Cal-cutá. Quem pode dizer que essas pessoas não tiveram vida santa?”.

E eis a avaliação do autor da per-gunta: “Todo aquele que luta pelo bem, pelos marginalizados e excluí-dos, pelos oprimidos... Todos aqueles que lutam pela paz e pela justiça, com certeza são santos. Santidade indepen-de de religião”.

Há quem imagine que o sentido de ser santo esteja ligado tão-somente à religião, aos ritos sagrados, a alguma di-vindade, a Deus, à pureza essencial. As afirmações contidas nos parágrafos an-teriores nos levam a entender com mais facilidade o sentido alternativo que o dicionário apresenta para a expressão “ser santo”. Ser santo também é ser vir-tuoso, bondoso, ter conduta exemplar. Ou então ser irrepreensível, digno de veneração e respeito. Ou, quem sabe, ter um acurado respeito pelo interesse comum e não individual. Ou, ainda: entender compromisso social na verda-deira acepção do termo e, quem sabe, ter esse tema como bandeira.

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Os santos sem religiãoPorARISTIDESCOELHONETO

James Keller é autor do livro You can change do world. Americano, mo-ralista de primeira, o autor fundou um movimento chamado Christopher. Vou dizer-lhes por que sinto admira-ção por Keller. E ele não é religioso.

Mario Tamassia também admira Keller, a ponto de citá-lo no artigo Ape-nas a luz de um fósforo, em seu livro A mãe que desistiu do céu (IDE, 1. Ed., p. 80), onde afirma que no movimento Christopher pode ingressar qualquer pessoa, de qualquer religião. E eles não têm estatuto, não exigem qualquer tipo de mensalidade ou taxa. O único pré-requisito é o cidadão “conscientizar-se de que possui responsabilidade indi-vidual pelo bem comum”. Assim, in-gressa quem se dispõe a empreender determinada obra comunitária, ou interessar-se efetivamente pelos proble-mas da comunidade.

Nessa ótica, um fio desencapado que possa provocar acidentes passa a ser um problema de todo cidadão e não só da concessionária de energia. Uma água parada é responsabilidade de todos e não só da saúde pública. Assim, não há lugar para a passividade descompromissada, na espera pelo Es-tado providencial e paternalista.

Keller compara um gesto de bon-dade, por mais humilde que seja, com vela, com chama, com luz. Quem já

acendeu um pequeno fósforo num ambiente escuro pode entender o po-der da luz. Assim, “na escala que vai de nós a Deus, encontraremos criaturas que luzem como lâmpadas elétricas, outras como faróis, até aquelas com o potencial de um Sol”. O importante então é fazer luz, de qualquer forma, lembrando que pequeninas chamas juntas podem banhar de luz um re-cinto imenso. Lembremo-nos que o Pai Criador não nos quer primeiro perfeitos para depois fazer luz. Ele necessita de nós agora –mesmo ainda

H

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em plena caminhada evolutiva–, para que o tão falado Reino se instale na Terra. Quem seriam esses intermediá-rios do Reino? Evangélicos, católicos, espíritas, budistas, islamitas? Brancos, negros, ricos, pobres? Médicos, padei-ros, operários, mecânicos, filósofos? Seríamos nós todos! A qualquer hora e em qualquer lugar, pois estamos no mesmo barco.

Brilhar a nossa luz. Não colocar a candeia sob o alqueire. Frequentemen-te, Jesus mencionou a necessidade de acendermos a nossa luz interna e dei-xarmos que ela se espalhe, impregnan-do ambientes, alcançando aqueles que estão ao nosso redor. O sentido de luz, na sua positividade intrínseca, é amplo. Nesse entendimento, compromisso so-cial, atuação ética, conduta moral irre-primível, tudo é luz, nas trevas de um mundo que ainda prima pelo egoísmo.

E quando pessoas como Keller e tantas outras, sem nenhuma rotulação religiosa, mas com tanta consciência coletiva, fazem isso melhor do que nós que nos dizemos religiosos, não fica até constrangedor?

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