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Escola Secundária de Fontes Pereira de Melo - 401780 ³Escola em processo de mudança´ Rua O Primeiro de Janeiro 4100-366 PORTO PORTUGAL Telef.: +351 226069563 Fax: +351 226008802 E-mail: esc fontespmelo sapo.pt P á g i n a 1 Ano Lectivo 2010/2011 Área: Cidadania e Profissionalidade NUCLEO GERADOR 1: Domínio de Referencia 4 F ormadores: Pedro Fragoso Margarida Matos A Cidade dos Mortos - Comentário Já tive oportunidade de assistir ao documentário A Cidade dos Mortos e à curta- metragem Waiting For Paradise do realizador Sérgio Tréfaut. A sessão a que assisti foi especial, uma vez que no final da projecção presente na sessão - disponibilizou-se para responder a questões apres audiência, fazendo ainda uma interessante introdução em que apresentou que não são focados no documentário. A minha primeira nota vai para a questão fundamental do filme: o cenár mas é difícil para nós, ocidentais, perceber isso. A simbologia funerá habituados tem uma raiz claramente cristã, onde existem anjos, cruzes bastante homogénea, apesar da sua diversidade. Quando olhamos para uma imagem que representa um cemitério de raiz cri conseguimos rapidamente identificá-lo enquanto tal. Isto não se passa com el arafa*, uma vez que este é um cemitério de raiz islâmica simbologia é diferente. Em tons maioritariamente ocres, vemos ruas e casas e pessoas. A única peça que conseguimos identificar como sendo funerária, pelo no ocidental, são algumas campas isoladas, pintadas em matizes azuis, ver brancos; tons pastel que pouco se destacam no mar de pó. Devido às necessidades religiosas, os mausoléus são construidos com câ pessoas podem pernoitar e são essas câmaras que os donos alugam ou ced gratuitamente a desalojados, que acabam por habitá -las de forma perma

CP NG1 DR4 Associativismo

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Escola Secundria de Fontes Pereira de Melo - 401780 Escola em processo de mudana

Ano Lectivo 2010/2011

rea: Cidadania e Profissionalidade NUCLEO GERADOR 1: Domnio de Referencia 4

Formadores: Pedro Fragoso Margarida Matos

A Cidade dos Mortos - Comentrio J tive oportunidade de assistir ao documentrio A Cidade dos Mortos e curtametragemWaiting For Paradise do realizador Srgio Trfaut. A sesso a que assisti foi especial, uma vez que no final da projeco o realizador presente na sesso - disponibilizou-se para responder a questes apresentadas pela audincia, fazendo ainda uma interessante introduo em que apresentou alguns pontos que no so focados no documentrio. A minha primeira nota vai para a questo fundamental do filme: o cenrio um cemitrio, mas difcil para ns, ocidentais, perceber isso. A simbologia funerria a que estamos

habituados tem uma raiz claramente crist, onde existem anjos, cruzes e uma arquitectura bastante homognea, apesar da sua diversidade. Quando olhamos para uma imagem que representa um cemitrio de raiz crist conseguimos rapidamente identific -lo enquanto tal. Isto no se passa com el arafa*, uma vez que este um cemitrio de raiz islmica e a simbologia diferente. Em tons maioritariamente ocres, vemos ruas e casas e pessoas. A nica pea que conseguimos identificar como sendo funerria, pelo nosso padro ocidental, so algumas campas isoladas, pintadas em matizes azuis, verdes, amarelos ou brancos; tons pastel que pouco se destacam no mar de p. Devido s necessidades religiosas, os mausolus so construidos com cmaras onde as pessoas podem pernoitar e so essas cmaras que os donos alugam ou cedem gratuitamente a desalojados, que acabam por habit -las de forma permanente.

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Em algumas das casas vemos sofs, armrios, televises, cozinhas quase completas... difcil distinguirmos entre estas residncias e as que encontramos em bairros pobres. As "comodidades" que vemos so at muitas. Confesso que esperava uma pobreza bem mais acentuada. A meio do documentrio vemos um vendedor ambulante, com o seu carro, passear pelas ruas, anunciando "leite, natas, bolos e arroz doce". E os midos aparecem e pedem bolos s mes, que os compram e aproveitam para dizer mal das vizinhas e criticar as praticas alheias. Talvez por no nos ser possvel identificar a simbologia ou perceber as mensagens escritas nas paredes, o facto do espao ser um cemitrio tem pouca importncia. H alguns anos, vi um documentrio sobre a mesma temtica: pessoas que habitam em cemitrios. Nesse caso, num cemitrio Filipino; provavelmente, em Manila. As pessoas que moravam no cemitrio eram, com efeito, os mais pobres dos pobres. No tinham mobilirio ou qualquer tipo de conforto e dormiam dentro dos mausolus, sobre as campas, cobertos por panos. Num dos casos, a nica coisa que

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tinham para cobrir-se era uma faixa publicitria de um partido poltico (ou de uma marca publicitria, nem sei). Ningum se sentava mesa para comer, porque no havia mesa: comiam em pratos lascados, pousados sobre as campas. Eram todos magros e tristes. As crianas brincavam entre o p, fazendo rolar crnios desenterrados, e o narrador explicava que o cheiro a cadveres em decomposio era nauseante. Claro que a simbologia funerria era crist e, por isso, mais interpretve l aos nossos olhos, mas no foi esse o factor que mais me impressionou.

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Escola Secundria de Fontes Pereira de Melo - 401780 Escola em processo de mudana Esta no a realidade do Cairo.

O documentrio A Cidade dos Mortos muito interessante e permite-nos ver um pouco do dia-a-dia das famlias que habitam aquele espao mas, apesar de tudo, simples esquecermos que se trata de um cemitrio. Seria importante, ainda assim, explicar as diferenas entre os habitantes desse espao e os outros bairros pobres do Cairo, perceber como que alguns deles tm luz e gua, ou qual o nvel de (in)dependncia de quem vive ali, relativamente ao exterior. No final, ficamos com a sensao que muito ficou por dizer. Gostaria ainda de ter visto o impacto da chegada de um funeral; no a prpria celebrao fnebre - algo que, em si, no se relaciona co m a abordagem deste filme -, mas as alteraes rotina que isso provoca: gente a esvaziar e a limpar os mausolus, antes das chegadas das famlias, por exemplo. clara a importncia do casamento para aquelas famlias, mas julgo que esse um factor comum a todos os habitantes do Cairo, do Egipto, de outros locais com culturas semelhantes. No final, a curta-metragem permite-nos assistir ao desenrolar de um casamento no espao do cemitrio: desde a preparao at ao final da boda. De qualquer das formas, este um trabalho muito interessante que est a passar nas nossas salas de cinema e que no devem deixar de ver.

2Antigamente, a rea para tmulos situava-se fora da cidade num local deserto. "Essa rea foi utilizada como um cemitrio para as conquistas rabes, Fatimids, Abssidas, Ayyubids, Mamlukes, Otomanos, e muitos mais". Com as sucessivas invases de que o Egpcio foi alvo, e particularmente a ocupao francesa de 1978-1801 a.c., que fez que a populao mudasse um pouco as suas tradies, com cemitrios mais dentro das cidades. Principiaram a refugiar-se neles como abrigo, mas nos tempos modernos, do Egipto por causa do forte crescimento urbano da cidade do cairo e dos preos elevados das habitaes , da crise imobiliria, a falta de habitao satisfatria e a preos acessveis para uma populao crescente, muitos egpcios pobres tm feito nestes locais as suas casas permanentes. Muitos foram viver nesses cemitrios porque so baratos e prticos e como um ponto de partida na vida. No entanto, logo percebem que no ser a sua casa temporria , mas sim permanente.

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Escola Secundria de Fontes Pereira de Melo - 401780 Escola em processo de mudana Coisas minhas... e vossas tambm CEMITRIOS DE MORTOS ... E DE VIVOS Parte II NO EGIPTO A Cidade dos Mortos ou tambm City of the Dead (Qarafa, Arafa) um cemitrio no centro da Cidade do Cairo. Este cemitrio enorme com cerca de 7 km de comprimento. um dos pontos de atraco turstica, se bem que nem toda a gente tenha coragem de o visitar. Samuel, o nosso guia egpcio tinha-nos prometido uma visita de reconhecimento, mas quando disse que era uma populao pobre que o habita e que a zona no era aconselhvel a turistas sozinhos, a maior parte do grupo atemorizou-se, pensando tratar-se de uma espcie de Cova daMoura ou, outro bairro problemtico. Sinceramente no sei se assim , pois a nossa visita foi depois do jantar, com o enorme autocarro mal passando nas ruas apertadas que circundam o"bairro "do cemitrio.

A dada altura e, porque vinham dois carros em direco contrria e a rua era demasiado estreita e escura, foi necessrio recuarmos at proceder inverso de marcha. A que foi o grande problema, pois nem a habilidade do condutor seria capaz de a fazer sem a ajuda do populares. Surgiram de todos os lados e ao mesmo tempo que tentavam dirigir as manobras, mulheres, crianas e jovens, penduravam-se a pedir gratificaes. Foram minutos desconfortveis, tenho que admitir, pois s tinha uma ideia da panormica interior daquele bairro de mortos e vivos, porque durante o dia j passramos perto a caminho de outras visitas.

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Para alm de estarem enterradas cerca de 1 milho de pessoas, nestes cemitrios vive uma pobre comunidade egpcia ,formando uma sociedade ilegal, mas tolerada, em separado com a restante, mesmo com a mais pobre. So cerca de cinco milhes que ali vivem e formando as suas prprias empresas. Na religio egpcia, conforme a maior parte de ns estudmos, a morte no vista como algo de luto mas como um caminho para outra vidaque comea. Dai a forma to estranha para ns como que tratam os seus mortos. O que ns chamamos de jazigos, so verdadeiras casas (vi-as do alto do autocarro) , onde os familiares deixavam comida, pois acreditam que os mortos desfrutavam da mesma naquela vida que era s deles. Hoje em dia, no so simples tumbas ou sarcfagos que por l existem, mas l dentro existem, mas casas,mesquitas, escolas, infantrios, boutiques, vendedoresambulantes, gua e electricidade, inicialmente com puxadas feitas do exterior. Os sem abrigo vivem em meio s tumbas, nico alojamento disponvel e normal ver-se roupa estendida a secar em cordas amarradas entre lpides...

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Se s 5as feiras o dia sagrado para eles descansarem ( e por graa o guia contou vrias anedotas sobre as 5as feiras conjugais, que de momento no me recordo), s 6as as famlias renem-se para as visitas aos familiares. Embora as autoridades desencorajem as visitas tursticas ,sexta feira o melhor dia para disfaradamente se poder visitar a Cidade dos Mortos. Tambm contado pelo nosso guia, nas casas agora ocupadas pela populao, no dia da vista ao seus mortos (que l continuam dentro convivendo com os vivos), saiem para deixar os familiares celebrar o convvio. Depois da visita retomam a sua ocupao de aluguer! Antigamente, a rea para tmulos situava-se fora da cidade num local deserto. "Essa rea foi utilizada como um cemitrio para as conquistas rabes,Fatimids, Abssidas, Ayyubids, Mamlukes, Otomanos, e muitos mais". Com as sucessivas invases de que o Egpcio foi alvo, e particularmente a ocupao francesa de 1978-1801 a.c., que fez que a populao mudasse um pouco as suas tradies, com cemitrios mais dentro das cidades. Principiaram a refugiar-se neles como abrigo, mas nos tempos modernos, do Egipto por causa da crise imobiliria, a falta de habitao satisfatria e a preos acessveis para uma populao crescente, muitos egpcios pobres tm feito nestes locais as suas casas permanentes. Muitos foram viver nesses cemitrios porque so baratos e prticos e como um ponto de partida na vida. No entanto, logo percebem que no sera sua casa temporria , mas sim permanente. No Egipto as paredes das casas so erguidas consoante o aumento ou casamentos na famlia.Tambm mediante o dinheiro pintam -se e terminam-se as casas. Na Cidade dos Mortos essa prtica utilizada e podem ver-se a partir da casa inicial, andares j levantados.

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No que se refere pouca higiene dentro daqueles muros, retirei da net a seguinte informao: "A Cidade dos Mortos parece seus habitantes ideal porque ela j est construda, a preos acessveis, e parcialmente equipado. No entanto, existem muitas desvantagens de morar l. "Eles so unidos por um nmeroainda maior de baratas, mosquitos, moscas e vermes de todo tipo", escreve Nedoroscik em A Cidade dos Mortos, A Histria do Cairo 's Cemitrio Comunidades." "Os quartos tambm so preenchidos com o cheiro esmagadorados amontoados de lixo fora de suas portas e esgoto vazando da ONU drenados tanques." "Alm disso, os moradores se instalando na Cidade dos Mortos esto inseguros sobre o seu estado de vida, porque eles esto vivendo l contraa lei".

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Escola Secundria de Fontes Pereira de Melo - 401780 Escola em processo de mudanaMas nos bairros pobres as condies so similares pelo que me pude aperceber, contrastando com os bairros ricos e o quarteiro presidencial. Ainda dentro do Cairo e caminho das pirmides( que j esto praticamente rodeadas de bairros com aparncia de clandestinos) tirei uma foto dum canal sem gua, que o nosso guia diz j nem ser lixo, porque nem podamos imaginar o que era " lixo".

Sinopse (Waiting for Paradise): Todas as semanas tm lugar vrios casamentos dentro da Cidade dos Mortos. So festas surpreendentes, que duram vrios dias, sempre no cemitrio. Comeam numa manh, com a cerimnia em que se faz o colcho dos noivos e se exibe o enxoval. Alguns dias mais tarde o processo culmina numa festa de arromba (com msicos ou DJs profissionais), muitas vezes regada de lcool, com alto consumo de haxixe e notas a voar.

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Nome: Maria de Ftima Cardoso da Mouta Gomes N.17 Curso EFA _NS Turma 10_2

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