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CRISMA 2010 TEMA 2 É PRECISO RECEBER O CRISMA? Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura 1.- "O Espírito Santo descerá sobre vós e vos dará força e sereis minhas testemunhas. . ." (At 1,8) Trazer sempre a BIBLIA Conversemos: Eu preciso ou não de receber o Crisma? 'Será que não consigo ser bom e justo por mim próprio? Ler --- Act. 1,8 Não é verdade o que diz o provérbio: "Querer é poder" ? Jo. 20,19 Então, para sermos cristãos, não basta viver o Baptismo? 2Pe. 1,4 Act. 8,16-17 Antes de irmos às respostas, vejamos alguns exemplos da história. Rom.7, 14-25 São factos bastante conhecidos entre nós. Ef. 6, 10-20 2.- O caso do soldado Marino Era o ano 264. O Império Romano dominava o mundo. A Igreja sofria muito os cristãos eram perseguidos. Quando alguém se declarava cristão publicamente, era colocado diante de um dilema: ou renunciava à sua fé ou passava a ser um candidato ao martírio. FOI o que aconteceu com o soldado Marino. Ele estava para ser promovido a um alto posto do exército romano. Talvez por inveja, alguém o denunciou como cristão. Marino era de Cesareia, da Palestina. O Imperador Galeno mandou chamá-lo e perguntou-lhe se era cristão. A resposta foi positiva. O imperador falou-lhe claramente: "Ou você renuncia à fé em Jesus Cristo e será promovido, ou então continua a ser cristão. Mas, neste caso, será julgado e provavelmente condenado. E deu-lhe o prazo de três horas para resolver, O soldado procurou o Bispo que o tinha baptizado recentemente e contou-lhe o problema, O Bispo impôs as suas mãos sobre Marino e deu-lhe o Espírito Santo, a fim de que tivesse co- ragem para o resolver bem. Depois colocou diante de Marino a espada e o Evangelho, para que escolhesse um dos dois. Marino escolheu o Evangelho. De seguida, apresentou-se corajosamente perante o imperador para morrer pela fé. 3.- O pecado de Pedro S. Pedro era um companheiro de Jesus e líder dos apóstolos. No entanto, a certa altura acobardou-se perante uma situação muito difícil. Quando Jesus foi preso, ele negou Jesus; e, depois da morte de Jesus, escondeu-se numa sala “com medo dos judeus” (Cf. Jo 20, 19). Porém, no dia de Pentecostes, o Espíirito Santo desceu sobre ele e sobre os outros apóstolos e, cheios de coragem e sabedoria, perderam o medo de ser cristãos e de agirem como tal. Não desprezar a graça de Deus 4.- Deus pode dar-nos a sua graça como Ele quer e quando Ele quer. Mas é certo que os sacramentos são os meios normais ou ordinários que Jesus deixou à sua Igreja para nos conceder os seus dons. Quem se der ao luxo de desprezar os sacramentos, pode ficar sem receber alguma graça que Deus iria dar-ihe por meio dos sacramentos. Por exemplo: quem despreza o sacramento do Crisma, está-se a arriscar a fracassar na sua vocação cristã, porque está a desprezar o dom do Espírito Santo, sem o qual não conseguimos dar testemunho de Jesus. O Senhor disse:

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CRISMA 2010

TEMA 2É PRECISO RECEBER O CRISMA?

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura1.- "O Espírito Santo descerá sobre vóse vos dará forçae sereis minhas testemunhas. . ." (At 1,8) Trazer sempre a BIBLIAConversemos: Eu preciso ou não de receber o Crisma? 'Será que não consigo ser bom e justo por mim próprio? Ler --- Act. 1,8Não é verdade o que diz o provérbio: "Querer é poder" ? Jo. 20,19Então, para sermos cristãos, não basta viver o Baptismo? 2Pe. 1,4 Act. 8,16-17Antes de irmos às respostas, vejamos alguns exemplos da história. Rom.7, 14-25São factos bastante conhecidos entre nós. Ef. 6, 10-20

2.- O caso do soldado MarinoEra o ano 264. O Império Romano dominava o mundo. A Igreja sofria muito os cristãos eram perseguidos. Quando alguém se declarava cristão publicamente, era colocado diante de um dilema: ou renunciava à sua fé ou passava a ser um candidato ao martírio.FOI o que aconteceu com o soldado Marino. Ele estava para ser promovido a um alto posto do exército romano. Talvez por inveja, alguém o denunciou como cristão. Marino era de Cesareia, da Palestina. O Imperador Galeno mandou chamá-lo e perguntou-lhe se era cristão. A resposta foi positiva.O imperador falou-lhe claramente: "Ou você renuncia à fé em Jesus Cristo e será promovido, ou então continua a ser cristão. Mas, neste caso, será julgado e provavelmente condenado. E deu-lhe o prazo de três horas para resolver,O soldado procurou o Bispo que o tinha baptizado recentemente e contou-lhe o problema, O Bispo impôs as suas mãos sobre Marino e deu-lhe o Espírito Santo, a fim de que tivesse co-ragem para o resolver bem. Depois colocou diante de Marino a espada e o Evangelho, para que escolhesse um dos dois. Marino escolheu o Evangelho. De seguida, apresentou-se corajosamente perante o imperador para morrer pela fé.

3.- O pecado de PedroS. Pedro era um companheiro de Jesus e líder dos apóstolos. No entanto, a certa altura acobardou-se perante uma situação muito difícil. Quando Jesus foi preso, ele negou Jesus; e, depois da morte de Jesus, escondeu-se numa sala “com medo dos judeus” (Cf. Jo 20, 19). Porém, no dia de Pentecostes, o Espíirito Santo desceu sobre ele e sobre os outros apóstolos e, cheios de coragem e sabedoria, perderam o medo de ser cristãos e de agirem como tal.

Não desprezar a graça de Deus4.- Deus pode dar-nos a sua graça como Ele quer e quando Ele quer.Mas é certo que os sacramentos são os meios normais ou ordinários que Jesus deixou à sua Igreja para nos conceder os seus dons. Quem se der ao luxo de desprezar os sacramentos, pode ficar sem receber alguma graça que Deus iria dar-ihe por meio dos sacramentos.Por exemplo: quem despreza o sacramento do Crisma, está-se a arriscar a fracassar na sua vocação cristã, porque está a desprezar o dom do Espírito Santo, sem o qual não conseguimos dar testemunho de Jesus. O Senhor disse:

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"Descerá sobre vós o Espírito Santoe Ele vos dará a força,e sereis minhas testemunhas em Jerusalém,em toda a Judeia e na Samariae até aos confins da terra" (Act 1,8).

5.- O Baptismo, só, não basta. Ele dá-nos a vida de Deus, através da graça santificante (Cf. 2 Pd 1,4). E essa vida nova precisa de crescer e de produzir frutos. Por isso Jesus instituiu os sete sacramentos, para que cada um deles nos dê uma graça própria ou dom especial. O Crisma dá-nos o Espírito Santo como "força" de Deus, para fortalecer a nossa fé e ajudar-nos a cumprir a nossa missão. O soldado Marino já tinha recebido o Baptismo, mas, para testemunhar a sua fé em Jesus Cristo, precisou de receber o Espírito Santo pelo Crisma. Paulo, tal como todos os santos, sentiram muitas vezes um desiquilíbrio interior. Passaram muitas provações; experimentaram essa luta interior entre o bem e o mal. Homem muito impulsivo, sentia também este dilema interior. Por isso, reconhece que, apenas através da sua capacidade humana teria fracassado na sua missão. Ele diz: “Pela graça de Deus sou o que sou. A graça que Ele me deu não foi estéril” (Cf. 1 Cor 15, 10).O mesmo se diga daqueles samaritanos que tinham sido baptizados pelo Diácono Filipe. Para viverem com firmeza a sua fé, os Apóstolos Pedro e João foram lá e deram-lhes o Espírito Santo através do Crisma (Cf. Act 8,16-17),Alguém poderia dizer: "O Crisma não adianta nada. Há muita gente crismada que vive sem fé e sem amor". Infelizmente é verdade. Realmente, há muita gente crismada que vive sem fé e sem amor. Mas não é por culpa do Sacramento. Em geral, são pessoas que não se prepararam devidamente para receber o sacramento.Há quem seja crismado por mera formalidade, sem saber o que está a fazer e sem a disposição sincera de colaborar com a graça de Deus. Então o sacramento fica sem efeito. Não produz fruto. Um sacramento não é "magia". Deus respeita a nossa liberdade. Precisamos de receber o Crisma conscientes do que estamos a fazer e dispostos a colaborar com a graça de Deus.

6.- PARA RECORDAR• Por que precisamos de receber o Crisma?

• O que aconteceu com o soldado Marino?

• Como era São Pedro antes e depois do Pentecostes?

• O que nos diz São Paulo sobre a luta interior?

• Por que é que não basta o Baptismo na vida do cristão?

• Dar um exemplo bíblico que fale da necessidade do Crisma.

• Por que, muitas vezes, não vale nada receber o Crisma?

7.- REFLECTIR:• Sou livre ou escravo do mal?

• Nas dificuldades, tenho rezado?

8.- COMPROMISSO: • Orar mais. Sem a graça não se vive a fé.

• Ler Rom 7, 14-25; Ef 6, 10-20.

SUGESTÃO;

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• Pedir ao padre uma orientação espiritual. Oração final…

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TEMA 3O ESPÍRITO SANTO, VIDA DA IGREJA

Cântico . Oração inicial e proclamação da leituraInício - Leitura: Mt. 10, 16-20

Trazer sempre a BIBLIA1. Uma história:

Era uma vez um artista muito famoso. Ele fazia estátuas perfeitas. Um dia chegou alguém, parou diante da estátua de um general e começou a pensar: "Que maravilha ! É mesmo um homem perfeito, mas com uma grande diferença: tem boca, mas não fala; tem mãos, mas não pega; tem ouvidos, mas não ouve; tem olhos, mas não vê; tem nariz, mas não cheira; tem pés, mas não anda.”Porque é que aquela estátua não falava nem andava ? Que lhe faltava ?Assim seria a Igreja sem o Espírito Santo. O Espírito do Senhor é a vida da Igreja. Jamais algum cristão realizou ou poderá realizar coisas maravilhosas sem ser pelo poder do Espírito Santo. VEJAMOS O QUE NOS DIZ A HISTÓRIA.

2. Vamos ver alguns exemplos:

OS APÓSTOLOS: Já vimos que os Apóstolos, antes de Pentecostes, eram medrosos. Mas, depois que receberam o Espírito Santo, encheram-se de sabedoria e de coragem. (Cf, Act 5,41)

ESTEVÃO: Era da comunidade de Jerusalém. Foi o primeiro mártir, depois de Cristo. Morreu apedre-jado em testemunho da fé, "Cheio do Espírito Santo", ele louvava a Deus na hora do martírio e intercedia pelos carrascos, à semelhança do que fez Jesus (Cf. Act 7,54-60),

PAULO: Certa vez, um mago chamado Élimas queria impedir a conversão do procônsul Sérgio Paulo. Então o Apóstolo Paulo, pelo poder do Espírito Santo, fez Élimas ficar cego. Aí o procônsul converteu-se (Cf. Act 13, 4-12).

FILIPE: O Diácono Filipe foi guiado e conduzido pelo Espírito em todos os seus trabalhos apostólicos. O Espírito Santo mandou-o aproximar-se do carro da rainha para converter o secretário dela, e depois o arrebatou e o levou para evangelizar em Azoto (Cf. Act 8,26-40)

INÁCIO: Inácio de Antioquia foi martirizado no ano 107, no governo de Trajano, imperador romano. Era Bispo de Antioquia. Quando viajava de sua cidade para Roma, onde ia ser morto pela fé, ele escreveu algumas cartas às comunidades cristãs. Nessas cartas, que ainda hoje se lêem, Inácio revelou uma coragem e uma alegria que só o Espírito Santo lhe poderia dar.

FRANCISCO: Nem é possível mencionar todos os grandes homens e mulheres que viveram ou ainda vi-vem pelo Espírito de Deus, como S. José, S. João Baptista, São Francisco de Assis, Santo António de Lisboa, Padre Anchieta, São João Bosco, Santa Luíza de Marillac, Raoui Follereau, Padre Damião, São Vicente de Paulo, Padre Kolbe, Madre Teresa de Calcutá, João XXII!, os pastorinhos de Fátima, João Paulo II. . . Francisco viveu a plena liberdade do Espírito com aquele carisma de pobreza e simplicidade que o fez o irmão universal dos homens e dos animais.

PADRE DAMIÃO: Era da Bélgica. Foi morar com os leprosos na ilha de Molocai, no Havaí. Dedicou a sua vida aos doentes. Construiu-lhes uma igreja e escolas. Deu-lhes conforto espiritual e suavizou os seus sofrimentos.

Act 5,41Act 7,54-60Act 13, 4-12Act 8,26-40Lc. 16, 27-31

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PADRE KOLBE: Era polaco. Foi feito prisioneiro no campo de concentração, na Alemanha, durante a segunda guerra mundial. Certo dia fugiu um prisioneiro. Quando isso acontecia, outro prisioneiro qualquer devia morrer no lugar do fugitivo. O homem que foi sorteado para morrer começou a chorar, pois desejava um dia voltar para casa e ver sua família, Então, o Padre Kolbe ofereceu-se para morrer em vez daquele homem.

JOÃO XXIII: Foi eleito Papa com a avançada idade de 77 anos e governou a Igreja pelo curto espaço de cinco anos. Mas, movido pelo Espírito Santo, renovou a Igreja com o Concílio Vaticano II, que foi um "novo Pentecostes".

MADRE TERESA: Madre Teresa de Calcutá foi uma pessoa que se entregou ao serviço do amor aos irmãos abandonados. Nela o Espírito de Deus se manifestava visivelmente. Nasceu em Calcutá, na índia, em 1910. O seu esquecimento de si mesma é urn desafio para o nosso mundo. Ela é a "novidade do Espírito". Madre Teresa disse: "A alegria do Senhor é a nossa força".

JOÃO PAULO II: Foi um Papa carismático. Iluminado e impelido pelo Espírito Santo, visitou muitos países, enfrentando grandes dificuldades. Foi o mensageiro universal da paz.

3. O Espírito Santo não é qualquer espíritoÀs vezes ouvimos dizer: "Os espíritos atormentam o fulano X"; “Eu acredito na reencarnação dos espíritos”. Não confundam o Espírito Santo com esses espíritos. Aliás, segundo e Evangelho, as almas dos mortos não voltam à terra, nem para trazer recados (Cf. Lc 16,27-31) nem para reencarnar noutra pessoa (Cf. Hb 9,27).Encontramos na Bíblia certas expressões como esta: João Baptista tinha o "espírito" e o poder de Elias (Cf. Lc 1,17). Mas esse "espírito de Elias" não é a alma de Elias, é sim o modo de agir de Elias.O Espírito Santo é inconfundível. É único, porque é Deus. É o amor de Deus que ilumina e que fortalece a nossa vida.

4. RECORDANDO

• O que é o Espírito Santo para a Igreja?

• Como é que o Espírito Santo agiu em Estêvão e Filipe?

• Como foi o martírio de Santo Inácio de Antioquia?

• Cita alguns nornes de cristãos que viveram pelo Espírito.

• Como foi que o Espírito Santo agiu no Padre Kolbe?

• Qual foi o grande acontecimento da Igreja no século passado?

• Que quer dizer "ter o espírito de Elias"?

5. REFLECTINDO:

• Como tenho recebido a graça de Deus?

• Sou vaidoso ou simples? Egoísta ou generoso?

6. COMPROMISSO:• Saber ouvir a voz. de Deus,

• Ler Act 6,8 - 7,60.

7. SUGESTÃO:

• Ler a vida de S. João Baptista e descobrir nela as manifestações do Espírito Santo.

Oração final…

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CRISMA 2010

“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

TEMA 4OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

"Ninguém pode dizer 'Jesus é o Senhor' a não ser pelo Espírito Santo" (1 Cor 12,3).

Conversemos: Na oração que o Bispo reza, quando impõe as mãos sobre os crismandos, são mencionados sete dons do Espírito. Não quer dizer que o Espírito Santo se esgote nesses sete dons. Essa numeração é um modo de ver os mistérios de Deus do lado humano. Na verdade, o Espírito Santo é uma fonte inesgotável de graças e de dons do amor de Deus.Os sete dons mencionados são: Sabedoria, Inteligência ou Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus.

SABEDORIA: Pelo dom da sabedoria buscamos, não as vantagens deste mundo, mas o Bem supremo da vida, que nos enche o coração de paz e nos faz felizes. (Pv 3,13-15; Sb 7,26). Vem Espírito da Sabedoria faz-me descobrir na vida teu sabor, tua alegria.

INTELIGÊNCIA: É o dom divino que nos ilumina para aceitarmos as verdades reveladas por Deus. Mesmo não compreendendo o Mistério, entendemos que ali está a nossa salvação, porque procede de Deus, que é infalível. (Jr 24,7).Vem dom do entendimento conceder-me que repouse só em Ti o meu pensamento.

CONSELHO: É a luz que o Espírito Santo nos dá para sabermos distinguir o certo do errado, o verdadeiro do falso. Só assim orientamos bem a nossa vida e a de quem pede um conselho. Vem Espírito Divino, dá-me o teu Conselho, para que na vida siga os caminhos do Evangelho.

FORTALEZA: É o dom da coragem para vivermos fielmente a fé no dia-a-dia, e até diante do martírio, se for preciso. Ê esse o dom que faltou ao Apóstolo S. Pedro quando negou o Mestre, e que lhe foi dado depois pelo Espírito Santo, no dia de Pentecostes.(Rom 8,31)Vem ó dom da Fortaleza, faz-me tua testemunha neste mundo, com firmeza.

CIÊNCIA: Não é a ciência dos laboratórios, mas a ciência de Deus, que é negada aos “espertos” e concedida aos simples (Cf. Mt 11,25). Por esse dom o Espírito Santo revela-nos interiormente o pensamento de Deus sobre nós, pois "os mistérios de Deus ninguém os conhece, a não ser o Espírito Santo" (1 Cor 2,10-15).Vem supremo dom da Ciência trazer luz à minha mente e prestar-me tua assistência.

PIEDADE: É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. Por ser o "amor do Pai e do Filho", o Espírito Santo nos dá o sabor das coisas de Deus. (Rom 14,17). Vem ó dom da Piedade, nesta altíssima virtude inflamar a minha vontade.

Pv 3,13-15Sb 7,26Jr 24,7Rom 8,31Mt 11,251 Cor 2,10-15

Rom 14,17

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CRISMA 2010

“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

TEMOR DE DEUS: Não quer dizer "medo de Deus", mas medo de ofender a Deus. Sendo Ele o nosso melhor amigo, temos o receio de não lhe retribuirmos o amor que lhe é devido. Mais do que temor, é respeito e estima por Deus.Vem dom do Temor de Deus conceder-me com amor viver sempre rumo aos Céus!

Em Jesus estavam todos esses dons que acabamos de ver. E isto já havia sido predito pelo profeta Isaías sete séculos antes de Jesus nascer (Cf. Is 11,1-4). Na verdade, o maior dom do amor de Deus é o próprio Espírito Santo. E Jesus sempre teve a plenitude do Espírito Santo.Além destes sete dons que recebemos no Crisma, existem outros dons chamados "carismas”1. São dados gratuitamente pelo Espírito Santo a quem Ele quer, como Ele quer e quando Ele quer, para o bem da comunidade. Ninguém os adquire por merecimento próprio. São Paulo repreende quem se envaidece por possuí-los. Ele diz: "Que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que te glorias como se fosse coisa tua?" (1 Cor 4,7).O verdadeiro carisma contribui para a edificação da Igreja e é sempre um sinal do amor de Deus. E, porque é um dom espiritual gratuito, ele deve servir gratuitamente os irmãos. Jesus disse a seus discípulos: "Dai de graça o que de graça recebestes" (Cf. Mt 10,8). Quando um carisma é usado para meio de vida, ou pra vaidade pessoal, ou, pior ainda, para criar divisão na comunidade, é sinal de que não vem de Deus, pois o Espírito Santo promove a unidade da Igreja e não a discórdia.

Ler 1 Cor 12,4-11RECORDANDO

• Que são os carismas? Para que são dados?

• Que significa "Temor de Deus"?

• Explique o que é o dom da Sabedoria.

• Diga uma frase bíblica sobre o dom da Fortaleza.

• Qual o sinal de um verdadeiro carisma?

• Qual o sinal negativo de um carisma? Por quê?

REFLECTINDO:• Tenho algum dom do Espírito Santo? Qual?

• Que bem tenho feito com esse dom?

•COMPROMISSO:

• Valorizar a minha vida pela bondade.SUGESTÃO: Fazer uma oração, pedindo ao Espírito Santo o dom de que mais necessita.

1 “Graças especiais, por meio das quais os fiéis ficam preparados para assumir vários compromissos ou ministérios que contribuem para

renovar e construir ainda mais a Igreja” (LG.12)

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“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

TEMA 5OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

Cântico . Oração inicial e proclamação da leituraÉ pelo fruto que se conhece a árvore" (Mt 12,33).

1. Ler Lc 13, 6-9.Os bons frutos do Espírito Santo

2. A história que acabámos de ler foi contada por Jesus a umas pessoas que gostavam de comentar a vida dos outros, mas nada faziam de bom. Logicamente, Jesus não estava a pensar em figos. Ele queria era falar da nossa conversão e das nossas boas obras. Devemos ser muito mais responsáveis que uma figueira, pois fomos criados "à imagem e semelhança de Deus" (Cf. Gn 1, 26). E o Senhor sempre nos tratou com muito amor. A vinda de Jesus à terra foi o sinal visível do amor que o Pai tem por nós. Pode ser que tu, até hoje, tenhas vivido acomodado no teu egoísmo, sem produzir frutos de amor ao próximo. Pois bem, agora tens um prazo para começar a produzir "frutos". O adubo do cristão é a força que o Espírito Santo nos dá no Crisma. Aproveita esta oportunidade.

3. Ver também o que Jesus disse em Jo 15, 5-6.E os frutos do Espírito Santo devem ser "bons", pois ele é o Espírito da Verdade, da Justiça e do Amor de Deus. Jesus disse que se reconhece o cristão pelas boas obras, assim como pelos frutos se conhece a árvore (Mt 7,19-20).

Agir segundo o Espírito Santo4. As nossas acções, não só devem ser boas, mas devem ser feitas com o Espírito de Deus. Pode alguém fazer coisas boas, mas com segundas intenções. Jesus disse: "Quando deres esmolas, não te ponhas a anunciar em público, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, com a intenção de serem elogiados pelos homens" (Cf. Mt 6, 2).O maligno sempre nos tenta: ou para não fazermos o bem, ou para fazermos o bem sem o Espírito de Deus. Por isso nos alertou Jesus, dizendo: "Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos céus, mas somente aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor', não foi em teu nome que profetizamos e em teu nome que expulsamos demónios e em teu nome que fizemos muitos milagres?' Então, sem rodeios, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a maldade" (Mt 7,21-23).A prática de actos de piedade ou de obras de caridade, sem fé e sem amor, faz-nos cair no farisaísmo, condenado por Jesus.

5. Ler o que o Senhor nos diz em Gal 5, 22-26, sobre os frutos do Espírito.Nós não somos "árvore de Natal"

6. No encontro anterior, vimos que o Espírito Santo pode dar-nos dons especiais ou carismas. Os dons carismáticos são concedidos, gratuitamente, para que produzam frutos. Caso contrário, a pessoa "carismática" torna-se uma árvore de Natal. Tem luzes multicoloridas. Toda agente pára, olha, admira. Mas a árvore não vai além disso. Tem apenas beleza, mas não tem frutos (Lembram-se da estátua?, no Tema

3). Os dons carismáticos são dados, não para enfeitar a pessoa, mas para enriquecer a Igreja com frutos do Espírito.Acreditar em Jesus é seguir os seus ensinamentos,é fazer o que diz a Oração de S.FranciscoHá pessoas que têm dons extraordinários. Poderiam colaborar em muitas coisas na Igreja. Mas nunca dizem "sim".. Às vezes fazem-se humildes, dizendo que outros sabem fazer melhor. Têm sempre alguma desculpa para dar.Mas não te envaideças, se tens algum dom. Antes, põe ao serviço da comunidade o dom que tu recebeste, pois ninguém poderá apresentar-se diante de Deus só com o que de Deus recebeu, mas sim com os frutos que produziu, com os dons que Deus lhe deu (Cf. Mt 25,14-30).

Lc 13, 6-9Jo 15, 5-6Mt 7,19-20Gl 5, 22-26Mt 25,14-30

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CRISMA 2010

“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

7. RECORDANDO:

• Conta a parábola da Figueira sem frutos.• O que acontece às pessoas que não dão bons frutos?• Como devemos realizar as boas obras?• O que dirá Jesus a quem faz o bem com segunda intenção?• Que é farisaísmo?• Quais os frutos do Espírito mencionados na Bíblia?

8. REFLECTINDO:

• Estou a produzir bons frutos? Quais?• Se Deus viesse até mim, hoje, para buscar frutos, o que Ele encontraria?

9. COMPROMISSO:• Organizar espiritualmente a minha vida.• Ler GáI 5, 13-26 e todo capítulo 13 de 1 Cor.

10. SUGESTÃO:

• Fazer uma campanha daquilo que é mais urgente para os necessitados: roupas, alimentos, …• Ou iniciar uma recolha de ofertas para o “Moinho para as mulheres de Uíge” – Angola (ver Farol)

11. ACTIVIDADE Descobre, no diagrama, estas 33 palavras:

1) Os sete dons do Espírito Santo;

2) Dezoito frutos do Espírito Santo;3) O nome da mãe do Salvador;4) Lugar onde Filipe pregou o Evangelho; 5) O primeiro nome da Missa ou da Eucaristia; 6) Nome do primeiro mártir depois de Cristo; 7) Cidade onde se formou a primeira comunidade cristã; 8) Quem morreu por outro no campo de concentração; 9) Praticante de actos de piedade sem fé;

10) Quem disse "Pela graça de Deus sou

o que sou".

S. José, Rogai por nós! S. João Baptista, Rogai por nós!Stº António, Rogai por nós!

.

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“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

TEMA 6A IGREJA

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

Jesus Cristo instituiu a Igreja, portanto a Igreja não é uma invenção dos homens, mas uma instituição divina, para que a Sua mensagem da salvação fosse transmitida a todo o seu povo, em todos os tempos.

A Igreja é Apostólica, porque vem dos apóstolos, a quem Cristo preparou e enviou ao Mundo para ensinar a todos, receber o Baptismo e ser fiel a Ela. A Igreja é Una, em Cristo e no seu representante, o Papa.

A Igreja é um povo Universal porque nasce de Deus, pela fé em Jesus Cristo e quer a salvação de todos.

A Igreja é a família dos Filhos de Deus.

A Igreja é o Povo de Deus, formado pelos homens, Filhos de Deus pelo Baptismo através do qual assumimos o compromisso de transformar a sociedade: "Vós sois o sal da terra e a luz do mundo" (Mt 5, 13-14).

Daí a definição: Igreja somos nós, comunidade reunida em nome de Jesus, em nome do Amor.

A Igreja é a comunidade, não é só do padre, não é só do povo, mas sim, de todos nós cristãos, marcados pelo sinal da Cruz.

Então Igreja é: 4 Uma comunidade; 4 edificada pelo Espírito Santo; 4 convocada pela Palavra de Deus 4 unida pela Eucaristia e pelos demais sacramentos; - valorizando os carismas e ministérios, especialmente o do bispo e do padre, para garantir a ligação com a Igreja Apostólica e Missionária

Algumas exigências são feitas àqueles que fazem parte da Igreja:4 a conversão de vida; 4 o Baptismo, que integra na família de Deus; 4 a missão, que tem por objectivo formar comunidades cristãs; 4 a abertura aos pobres, destinatários principais do Evangelho;4 a ligação da fé com a vida, pelo testemunho da solidariedade, (sujeitos da evangelização);4 a comunhão com os demais membros da comunidade, para enriquecer as pessoas e abri-

las às outras, evitando os extremos do individualismo e da massificação.

1 - Evangelizar: Missão da Igreja Cristo, Evangelizador do Pai, escolheu DOZE e enviou-os a pregar. A eles associou discípulos. Cristo Ressuscitado confirma e amplia esse mandato: "Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura" (Mc 16, 15).A prática evangelizadora de Jesus continua na Igreja. A actual sociedade exige a necessidade de incentivar a consciência missionária da Igreja.

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Mt 5, 13-14Act 2, 42 – 47

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CRISMA 2010

“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

2 - Caminhos da missão de Jesus evangelizador à Igreja evangelizadora Jesus é o próprio Evangelho. Jesus é a referência e modelo para a missão evangelizadora da Igreja. Há uma ligação profunda entre Jesus, a Igreja e o Evangelizador. A Igreja para evangelizar deve-se evangelizar.

O Evangelizador:4 precisa ouvir o que deve acreditar;4 deve converter-se e renovar-se continuamente;4 deve praticar a comunhão fraterna e o serviço (Act 2, 42).

A igreja evangelizadora é enviada a evangelizar. A evangelização é dever fundamental do povo de Deus. A evangelização deve ser proclamação clara:

4 de Jesus Cristo;4 Filho de Deus, feito homem;4 morto e ressuscitado;4 salvação de todos os homens.

Análise da realidade da Igreja hoje :

JULGAR: De acordo com a Palavra de Deus e dignidade do homem.

AGIR: Pastoralmente (em relação à pessoa). Dimensão social e política da fé. Opção preferencial pelos pobres. Defesa e promoção da dignidade humana, especialmente do pobre e da mulher. Condenação do capitalismo liberal, do marxismo colectivista. Comunhão e participação.

Reflecte sobre esta frase da sábia Madre Teresa de Calcutá:"Talvez tu sejas o único Evangelho vivo que o teu irmão possa ler."

Objetivo geral da acção pastoral da Igreja:Evangelizar com renovado ardor missionário, testemunhando Jesus Cristo, em comunhão fraterna, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para formar o povo de Deus e participar da construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida e da esperança nas diferentes culturas, a caminho do reino definitivo.

3 – O Papa - Papa quer dizer Pai da Cristandade. Como o pai se congrega em torno da família, assim a Igreja que é a grande família dos filhos de Deus se congrega em torno do Papa. O primeiro Papa foi o apóstolo Pedro, a quem Cristo deu toda autoridade sobre os demais apóstolos, a missão de congregar o rebanho em torno de Cristo, Supremo Pastor.

4 - Papa Bento XVI - O Papa Bento XVI ……..

5 – O Bispo - Dom José Policarpo, nasceu em 26 de Fevereiro de 1936, em Alvorninha, Caldas da Rainha. A sua ordenação sacerdotal foi a 15 de Agosto de 1961 e a ordenação episcopal foia a 26 de Maio de 1978. A 24 de Março de 1998 tornou-se o 16º Patriarca de Lisboa.

6 – O Pároco – P. Joaquim Batalha, nasceu dia 13 de Julho de 1938, na Paróquia de Mafra, onde foi baptizado a 19 de Fevereiro de1939. Foi ordenado presbítero, em 15 Agosto de 1964, na Igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa e tomou posse como Pároco em 19 de Outubro de 1997 das Paróquias de Ribamar e Santa Bárbara. Assistente da Acção Católica Rural da Diocese de Lisboa, desde 1972. Presidente da Direcção da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, em Ribamar.

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7 – A paróquia - Éo território da diocese sob a direção espiritual do Pároco.Nossas paróquias – S. Bárbara e Nª Senhora de Monserrate – pertencem à “Vigararia Mãe do Salvador/XIII”, na Região Pastoral do Oeste, do Patriarcado de Lisboa. O Pároco coordena todas as todas as actividades, contando com o auxílio dos leigos da Paróquia. São diversos grupos de leigos, auxiliando o Pároco na condução apostólica e evangélica da Paróquia.

Podemos citar:4 Catequese dos Sacramentos da Iniciação Cristã: Baptismo, Crisma e Eucarisitia;4 Pastoral Juvenil: Escuteiros, Trilhos de Luz, Associação de Acólitos, Mov. Eucarístico

Juvenil; ACN/Acção Católica dos mais Novos…;4 Pastoral Social: Grupos PAS (Grupos Paroquial de Acção Social de Ribamar e de S.

Bárbara); 4 E outras…

Há um Conselho Paroquial e um Conselho Económico, formado de paroquianos que auxiliam o Pároco nas directrizes e nas distribuições dos trabalhos da Paróquia.

8 – A missão do leigo - A Igreja de Cristo foi fundada sobre os apóstolos, no dia de Pentecostes, tendo à frente São Pedro, o Primeiro Papa. A Igreja, formada por homens, caracteriza-se na comunidade real, viva e visível, que é a Igreja local ou paroquial. Por isso não pode haver cristãos vagos, avulsos, desligados, sem compromisso com a comunidade. Não pode haver cristãos em cima do muro.

Com os primeiros cristãos, a Igreja nascente, formaram-se as comunidades (Igrejas) de Jerusalém, de Antioquia, de Éfeso, de Corinto, etc. Foi em Antioquia que os seguidores de Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos, por viverem em comunidade, amando-se em nome de Cristo (Act 11, 26). Cristo havia dito que a marca registrada dos cristãos era a vida em comunidade (Act 2, 42 – 47).

O Crisma deve levar o cristão a um compromisso na comunidade paroquial, a começar pela escolha de um padrinho, que não deve ser trazido de longe, nem ser alguém que não trabalhe pela Igreja, mas uma pessoa empenhada na comunidade local ou numa comunidade próxima, de modo que possa dar acompanhamento ao afilhado. É preciso que o crismando descubra a alegria de ser útil à sua comunidade como pedra viva na edificação da Igreja.

9 – Meios para ser comunidadeAntes de qualquer coisa, a participação nos sacramentos: Baptismo, Confissão, Eucaristia, Crisma, Matrimónio, Ordem e Unção dos Doentes é importantíssima. Um cristão que não participa dos sacramentos é como uma pessoa que se definha tendo com que se alimentar e saciar.

Dois sacramentos são de crescimento espiritual: 4 A confissão 4 A Eucaristia.

A leitura assídua da Palavra de Deus, dos Documentos da Igreja, a leitura de formação cristã e moral, freqüência assídua à Eucaristia, se possível alguns dias na semana, ou pelo menos nos feriados, dias Santos e aos Domingos.

Na oração, na recitação do Rosário, encontramos os principais mistérios da nossa fé. O empenhamento nalguma pastoral da paróquia também deve participar.O importante é colocar-se ao serviço da comunidade paroquial, consultando o Pároco, que nos orientará para a pastoral que temos facilidade e capacidade para trabalhar.

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10 – Preparação de um altar para a celebração da Eucaristia

01 – Altar: representa a mesa que Jesus e os

Apóstolos usaram para celebrar a Ceia na

Quinta-Feira Santa

02 – Toalha: lembra a dignidade e o respeito que devem ao

altar.

03 – Sacrário: é onde ficam guardadas as âmbulas e píxides

com Hóstias Consagradas.

04 – Ostensório/Custódia: onde se coloca a Hóstia Consagrada para Adoração dos fiéis.

05 – Lâmpada do Santíssimo Acesa: indica Jesus presente no sacrário vivo e real, como está no céu.

06 – Círio Pascal: é uma vela grande, benzida na cerimônia da Vigília Pascal (Sábado Santo). Indica

“Cristo Ressuscitado”, “Luz do Mundo”.

07 – Sineta: é accionada para maior atenção no momento mais solene da Missa, a Consagração.

08 – Cálice: Nele se deposita o vinho que vai ser transformado em sangue de Jesus. È feito

normalmente de metal prateado ou dourado ou outro material nobre.

09 – Patena: é como um pratinho que acompanha o cálice. Na patena é colocada a Hóstia Grande, do

Celebrante.

10 – Sanguíneo: é uma toalhinha comprida, serve para enxugar o cálice onde estava o Sangue de

Jesus.

11 – Pala: é uma peça quadrada, que serve para cobrir o cálice com o vinho.

12 – Hóstias: as hóstias grandes e pequenas são feitas de trigo puro, sem fermento. A maior depois

de consagrada é para o sacerdote partir, como Jesus fez: partiu o Pão e deu...

13 – Cibório/Píxide: é igual ao cálice, mas fechado com uma tampa justa. Nela colocam-se as hóstias

dos fiéis que depois serão guardadas no sacrário.

14 – Galhetas: são duas jarrinhas que contém água e vinho. O vinho é para a consagração. A água

serve para misturar no vinho antes da consagração, lavar os dedos do celebrante e purificar o

cálice e as âmbulas depois da comunhão.

15 – Manustérgio: é para enxugar os dedos do celebrante no Ofertório.

16 – Corporal: é uma toalha branca quadrada, que vai no centro no altar. Chama-se corporal porque

sobre ela coloca-se a Hóstia consagrada que é o corpo do Senhor.

17 – Missal: é o livro que o padre usa para ler as orações da Missa.

18 – Crucifixo: é para lembrar o sacrifício de Jesus, no altar da Cruz.

19 – Velas acesas: lembra Cristo luz do mundo. A Missa só tem sentido para quem tem fé.

20 – Flores: as flores simbolizam beleza, amor e alegria.

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TEMA 7O CRISTÃO NA PARÓQUIA

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,20)

Conta-se que, certa vez, um padre novo foi enviado para urna paróquia do interior. Era uma terra pequena, cheia de intrigas de maledicências. As pessoas diziam que eram católicos, mas a igreja estava sempre vazia.O padre chegou entusiasmado, com novas ideias e muita esperança. Na sua chegada, houve banda de música. Mas não passou disso. A igreja continuou vazia.Apesar das muitas iniciativas para mudar a situação não terem resultado, ele nunca desistiu das pessoas tentando sempre inovar e promover actividades que fizesse as pessoas saírem da rotina. A certa altura, perante tal insistência, os jovens, começaram a aproximar-se mais do padre, a conversar com ele e começaram a sentir que tinham ali uma pessoa que os sabia escutar nas suas dúvidas e dificuldades. O povo, vendo esta novidade, também se aproximou e, a partir dessa altura, a Paróquia transformou-se.

Igreja Universal, Diocesana e ParoquialVamos falar de nossa participação na comunidade paroquial, que é o sinal mais visível da Igreja. Antes, porém, queremos fazer algumas explicações.Por igreja Universal entendemos a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, que se encontra espalhada pelo mundo todo, tendo o Papa corno ponto de unidade visível. Diocese ou Igreja Particular é uma porção do povo de Deus confiada a um Bispo. É uma Igreja completa e autónoma, porque tem o seu pastor próprio, que é o Bispo Diocesano. Os Bispos são sucessores dos doze Apóstolos. Devem exercer a sua missão em comunhão com o Papa. O Papa é o sucessor de Pedro, a quem Jesus confiou um cuidado especial por toda a sua Igreja.Paróquia ou Igreja Local é uma comunidade da Diocese, entregue aos cuidados pastorais de um padre, que recebe o título de Pároco. O Pároco deve trabalhar em comunhão com o Bispo Diocesano. Sua autoridade depende do Bispo. Todos os padres, com o Bispo Diocesano, formam o Presbitério.Igreja Universal, Igreja Diocesana e Igreja Paroquial são dimensões da mesma e única Igreja de Jesus Cristo. A Igreja Universal está presente, viva e actuante em todas as Dioceses e Paróquias.

Ama a tua ParóquiaÉ muito difícil fazer que uma Paróquia de dez ou vinte mil habitantes seja uma "comunidade". Mas precisamos, pelo menos, criar comunidades na nossa Paróquia. A própria palavra "Igreja" tem sentido comunitário. Igreja quer dizer "assembleia" É a assembleia daqueles que se reúnem em nome de Jesus. Tanto é que, no início da Missa, dizemos. "Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo."Infelizmente há paroquianos desligados de qualquer vínculo paroquial. Vão baptizar fora, porque o outro padre não exige nada de preparação. Vão casar noutra Paróquia, porque a igreja é mais bonita. E existem também os católicos turistas: cada domingo "assistem" à Missa numa igreja, É pena. Com isso perde-se o sentido de comunidade fraterna, que foi sempre o sinal da Igreja de Jesus CristoMas, apesar destas dificuldades, qualquer Paróquia tem um grupo de pessoas que se amam como irmãos. Esse núcleo é o "sinal" do Reino de Deus. A comunidade é, para tais pessoas, o lugar feliz do encontro com os irmãos, onde Jesus se faz presente, como Ele mesmo disse "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,20).Em geral, é na comunidade paroquial que recebemos o Baptismo. Nela e por ela o Senhor revela-nos o seu amor e chama-nos a viver a fé. Aí fazemos a nossa primeira experiência de conviver com os irmãos

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em Cristo. A Paróquia é o primeiro pedacinho da "Terra Prometida" que pisamos. A soma das ruas que nela percorremos durante a vida, formará o longo caminho que nos leva até à porta do céuAmemos a nossa Paróquia. Apesar de suas falhas e limitações humanas, ela é o lugar que Deus escolheu para, pouco a pouco, ir revelando o seu amor por nós.O Papa João Paulo II lembra que a Paróquia, mais do que um território com o seu templo e seus limites geográficos, é o ambiente onde recebemos a graça da fé e celebramos os mistérios de Deus com os nossos irmãos. Paróquia é, acima de tudo, a Família de Deus, onde fazemos a experiência de viver a fraternidade animada pelo Espírito da unidade. É a "casa da família acolhedora e fraterna".

Participa activamente na tua comunidadeParticipa em alguma actividade pastoral da sua Paróquia. Eis algumas comunidades ou equipes de trabalho:Equipes de trabalho

Equipas de Catequese Equipas de Liturgia Coros

Comunidade e Grupos Grupos de Jovens (Movimento Eucarístico Juvenil, ACN, JARC, Amigos de Jesus, Escuteiros, Renovamento Carismático; LIAM

Todos estes grupos ou comunidades foram inspirados por Deus. Portanto, são bons. Mas devem estar em comunhão com a Igreja e ao serviço da evangelização. Não podem tornar-se instrumento de partido político, porque a Libertação anunciada no Evangelho é muito mais do que a Libertação humana apregoada pelos partidos. Nem se podem fechar sobre si mesmos, porque se tornariam estéreis.Vê qual é o teu dom ou carisma e entra num desses grupos. Não fique sozinho. Não se feche. Abra-se para o Espírito Santo. Sinta a alegria de ser Igreja. Ninguém nasceu à toa. Realize sua vida de filho de Deus com seus irmãos.O trabalho dos cristãos é comparado ao funcionamento do corpo humano. Todos os membros trabalham em conjunto. E o Concílio diz "O cristão que não trabalha na medida da sua possibilidade, é inútil para a Igreja e para si".

RECORDANDO: Que é Igreja Universal e Igreja Particular? Qual é a minha Paróquia? Que ela significa para mim? Que disse João Paulo II sobre a Paróquia? Por que é difícil a Paróquia toda ser uma comunidade? Que quer dizer a palavra "Igreja"? Que disse Jesus sobre as reuniões dos cristãos?

REFLECTINDO: Interesso-me pela minha Paróquia?

Quais as actividades que ela tem?

COMPROMISSO: Pôr em prática os dons que recebi de Deus. Ler Mt 25, 14-30; Jo 15, 1-17

SUGESTÃO: Fazer uma pesquisa sobre a tua Paróquia, data de fundação, os seus párocos, população,

situação religiosa, financeira, horário de Missas, actividades pastorais.

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TEMA 8O CRISTÃO NO MUNDO

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

"Vós sois o sal da terra" "Vós sois a luz do inundo" (Cf. Mt 5, 13-14).

Certo homem considerava-se justo. Não roubava, não matava nem falava mal de ninguém. Fugia de tudo quanto era pecado. Procurava ser um homem correcto. No dia do Juízo, ele queria comparecer diante de Deus com as mãos limpas e a consciência em paz.

Um dia esse homem morreu e foi bater à porta do céu Para ele, o seu lugar no paraíso estava garantido, pois sempre tinha sido um homem recto e não havia feito mal a ninguém. Mas teve uma triste surpresa. O porteiro do céu olhou o ficheiro e disse-lhe penalizado:

— Amigo, aqui na lista não consta o seu nome. Muito espantado, o homem respondeu:— Mas como? Não é possível Sou um cristão correcto. Não fiz mal a ninguém. Tenho as mãos

limpas. Nunca foram manchadas pelo roubo nem pelo crime.Então o porteiro foi perguntar ao anjo chefe se tinha havido algum engano. Aí o anjo chefe veio

pessoalmente até à portaria e disse ao homem:— Amigo, de facto suas mãos são limpas, mas, infelizmente, estão vazias.E o homem não pôde entrar no céu.

Aí está o ensinamento desta história. Para alguém entrar no céu, não basta fugir do mal: precisa fazer o bem. O cristão não pode ficar fechado numa redoma para não se contaminar pelo pecado. Jesus disse que a fé deve manifestar-se através de boas obras. A nossa missão é ser "sal da terra e luz do mundo". Assim falou Jesus:

Ler Mateus 5, 13-16

A missão dos cristãos no mundo

A missão de ser "sal da terra e luz do mundo" é comum a todos os cristãos, padres, leigos. O Papa João Paulo II disse que é através dos leigos que a Igreja cumpre a sua missão evangelizadora no mundo, na política, na economia, na realidade social, nos meios de comunicação social, na família, na civilização do amor, na escola, na educação das crianças e adolescentes, no campo da ciência, da arte, da cultura e nas diversas profissões (CL 23)

Na Bíblia, há muitas comparações que mostram a necessidade da participação activa de todos na missão da Igreja, cada um com seus dons. Por exemplo:

CORPO HUMANO: Os cristãos são comparados aos membros do corpo humano. Assim como cada membro do corpo tem sua função própria, para o bem de todo o corpo, também cada cristão deve pôr em prática os seus dons, para o bem da Igreja (Cf. 1 Cor 12)

TALENTOS Jesus diz que cada um precisa produzir, segundo os dons recebidos de Deus. Aquele que recebeu cinco talentos, produziu mais cinco, e recebeu a sua recompensa, aquele que recebeu dois, produziu outros dois, e recebeu a recompensa, mas aquele que recebeu um talento, enterrou o seu talento, e foi "lançado nas trevas" (Cf. Mt 25, 14-30).

Mateus 5, 13-16Mateus 25, 14-30Mateus 20, 1-7

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VINHA Na Bíblia Sagrada, Jesus compara o mundo a uma vinha. E o dono da vinha sai a contratar operários nas diversas horas do dia ao amanhecer, às nove horas, ao meio-dia, às três da tarde e às dezassete horas (Cf. Mt 20, 1-7). São Gregório Magno diz que essas diversas horas do dia representam as idades do homem infância, adolescência, juventude, idade adulta e idade avançada.

Preparar-se para ser "sal e luz"

Pelo Baptismo somos chamados a participar, não só nas celebrações litúrgicas da Igreja, mas em toda a missão evangelizadora da Igreja, que se estende a toda sociedade e a todas as criaturas (Cf. Mc 16,15) E isto não é fácil Quando o cristão começa a ser "luz do mundo" ele passa a ser rejeitado por aqueles que agem nas trevas. Jesus disse "Quem faz o mal detesta a luz e foge dela, para que as suas obras não sejam descobertas" (Jo 3, 20)

A política, por exemplo, é um campo a ser evangelizado. Muitos católicos, porém, dizem "Eu nem quero saber de política. É coisa suja". E, de facto, há muita corrupção na política. Mas ela não vai melhorar enquanto os bons não forem políticos. Pelo contrário: quanto mais as pessoas honestas ficarem fora da política, mais desonesta será a política. É claro, porém, que ninguém deve entrar na política se não tiver capacidade para isso. Estamos a falar do dever de cada cristão colocar os seus "dons" ao serviço da evangelização.

Daí a necessidade de os cristãos se prepararem bem para participar de maneira eficaz na "construção de uma sociedade justa e fraterna", militando, inclusive, no campo difícil da política. Sem uma formação sólida, baseada no Evangelho, e sem a força do Espírito de Deus, o cristão, por mais bem intencionado que esteja, acabará por cair na jogada dos corruptos, que entram na política, não para servir o povo, mas para se enriquecer à custa do povo.

RECORDANDO: O que nos ensina a história do homem das mãos limpas? Como Jesus falou da missão do cristão no mundo? Quais as três comparações da Bíblia sobre o cristão? Como a Igreja está presente e age no mundo? É fácil ser "luz do mundo"? Por quê? O que a Igreja diz da Política? Pode alguém entrar na política sem preparação? Por quê?

REFLECTINDO: Para onde está a caminhar a nossa sociedade? Que posso fazer para melhorá-la?

COMPROMISSO: Preparar-me para participar na construção de uma sociedade mais justa.

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TEMA 9NAMORO E CASAMENTO

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

"E os dois serão uma só carne" (Cf. Mt 19,5).

Era morena, muito bonita. Olhos verdes e grandes. Bastante descontraída. Tinha acabado de dar uma entrevista pela televisão. Ela era procurada por fotógrafos de renome. Já foi até capa de revistas. Quinze anos apenas. Charme e beleza estavam ali.

Falou sobre livros (havia lido pouco), drogas, moda e família. Lembro-me que disse:— Família já está ultrapassada. Casamento de véu e grinalda, de papel passado, já passou de moda. Tudo é

muito antiquado.A reportagem entrou no ar logo após a novela das oito. Foi um prato cheio. Joana e as suas amigas viram

tudo. Começaram a discutir o assunto e não se entenderam.Roberta, cabeça oca, gritou muito espontaneamente:— Fixe. É isso mesmo. Os meus pais precisavam de ter ouvido. O que interessa é namorar e morar juntos,

numa boa, é claro. Essa coisa de casamento muito bonitinho, é mesmo coisa de cotas.Fernanda, porém, não gostou muito. E disse:— Discordo. Acho que devemos preservar os valores fundamentais da sociedade. E a família é a base.Então, Rita afirmou:— Estou contigo, Fernanda. Aquela fulana projectou o seu próprio problema. Conheço, e muito bem, aquela

miúda. Ela está a querer justificar a vida que leva.Roberta engoliu em seco. Era pura verdade.

E tu, o que pensas?Não sei se tu pensas como a Roberta ou se estás de acordo com a Fernanda e a Rita. Eu, de minha parte,

tenho a dizer uma coisa em geral: as pessoas que atiram pedras contra a família é porque não experimentaram o amor de um lar. Na verdade, é uma revolta contra a família que não tiveram. O ambiente familiar é de suma importância para o desenvolvimento integral de nossa personalidade. E aqui nós damos os parabéns aos jovens que, mesmo tendo pais problemáticos ou nem os tendo, conseguiram superar essa dificuldade e encaminhar-se bem para a vida, dando-nos um exemplo de garra e boa vontade.

Preparem o vosso casamentoUm casamento errado é uma infelicidade para os pais e para os filhos. O desentendimento dos pais gera

insegurança e medo nas crianças. Elas sentem que o seu "mundo" está a desabar. O aumento de divórcios e de mães solteiras está a multiplicar o número de crianças e jovens com medo da vida. E, quando se tem "medo da vida", é mau sinal, porque a vida é a coisa mais bela do mundo.

Se quiserem cortar o mal pela raiz, preparem bem o vosso casamento. Senão, entramos num círculo vicioso o casamento errado traz problemas para os filhos, e os filhos, por sua vez, vão ter problemas no seu casamento.

E quando é que o casamento dá certo? Não podemos responder taxativamente, porque casamento não é matemática, mas história de duas vidas onde entra a liberdade. Podemos, porém, apontar situações desfavoráveis para o bom casamento. Exemplos: casamento por motivo de gravidez, casamento por paixão, casamento sem maturidade ou sem amor,.

"Sinal amarelo" para o casamentoGRAVIDEZ: Há gente que casa por motivo de gravidez. Elogiamos os jovens que querem assumir o

seu filho, mas nem sempre o casamento é a solução. Se eles estão preparados, tudo bem. Mas, se não estão, o casamento pode ser mais um problema. Casamento é uma opção de vida. Deve ser feito com inteira liberdade, quando os noivos "querem" e não porque "precisam" ou devem casar-se. Só se casa por amor.

Génesis 1,26-31

ou

Mateus 19, 1-11

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PAIXÃO: Muitos pensam que paixão é amor. Não é. Paixão é um desequilíbrio, ou "febre" do amor. Costuma acontecer entre os 14 e 17 anos. Este casamento é um risco, porque a paixão é transitória. Quando ela passa, acaba-se o casamento. Só o amor é estável e ajuda a estabilidade do casamento.

IMATURIDADE: Às vezes os namorados amam-se de verdade, com equilíbrio. Mas são novos. Ainda não chegaram a uma estabilidade psíquica. A sua mentalidade vai mudar. O casamento é um risco. Casamento é uma opção definitiva. Não pode ser feito numa fase de transição. Muitas vezes ouvimos dizer: “O nosso casamento não deu certo. Nós amavamo-nos, mas, sei lá, pensávamos de maneira diferente."

SEM AMOR: No casamento deve haver amor consciente e responsável. É um amor efectivo e não apenas afectivo. Não se pode casar para preencher uma carência afectiva. Isto costuma acontecer com meninas que sofrem muito em casa. Elas embarcam para o casamento na primeira oportunidade. É uma fuga de casa e não uma opção para o casamento.

Amor é mais do que sexoO sexo é uma coisa maravilhosa, criada por Deus. Mas o sexo não é tudo: é apenas uma parte do amor No

casamento, o sexo pode diminuir com o tempo, o amor vai até o fim. E, mesmo quando o sexo está em plena vitalidade, o seu uso, sem amor, não é suficiente para fazer o casal feliz. Porque o homem e a mulher foram criados "à imagem e semelhança" de Deus, que é amor (Cf Gn 1, 27 e 1 Jo 4, 8).

Por isso, a simples atracção sexual não é garantia de casamento acertado. A experiência sexual durante o namoro, mais do que "prova de amor" é satisfação do egoísmo. A sociedade está cheia de filhos órfãos, nascidos de "prova de amor". Outros nem chegaram a nascer: foram assassinados no ventre da mãe. O aborto é cobardia. É pecado muito grave. Respeitem a vida. Não estraguem a alegria do vosso casamento. Preparem-se para construir um lar feliz. A família é o "berço da vida e do amor" (CL 49). Ela acolhe com carinho a vida pequenina e frágil para ajudá-la a crescer e ser feliz. É no ambiente sadio da família que se faz a primeira experiência de amar e ser amado. Jovens, se não for por amor, não se casem. O casamento não é a única maneira de realizar a vida. Os solteiros têm também o seu lugar e a sua missão, na Igreja e no mundo. Deus não cria ninguém para ser inútil. Cada um tem a sua vocação própria. Os que desejam casar-se, pensem, desde já, nestas palavras que um dia vão dizer diante do altar: "Eu N., recebo-te por meu esposo (por minha esposa) a ti N., e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”.

RECORDANDO: Em que situações o casamento costuma não dar certo?

O que pode acontecer no casamento apenas por paixão?

Por que é preciso maturidade para se casar? Qual a coisa mais importante no casamento? Amor e sexo são a mesma coisa? Qual a diferença?

REFLECTINDO: Tenho vocação para o matrimónio?

Como está a ser o meu namoro? Sou egoísta?

COMPROMISSO: Educar-me para uma vida de amor

SUGESTÃO:

Se tiveres dúvidas sobre sexo, namoro, casamento, procura orientação com alguém preparado (padre,

professora, etc)

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CRISMA 2010

“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

TEMA 10VOCAÇÃO

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

"Venham e sigam-me " (Cf Mt 4,19)

Certo homem tinha uma quinta. No centro dela havia uma cerca de bambu e nada mais, porque a terra era seca e não produzia nada. Apenas existia aqueles bambus, muito bonitos… mas inúteis porque apenas servia para ali estarem e o resto do terreno seco e estéril.

Mas o homem pegou naqueles bambus, cortou-os apesar de serem lindo e deu-lhes utilidade: ligou aqueles bambus a uma fonte e levou água para a quinta. E a terra, que era estéril, começou a produzir trigo, uvas e outros alimentos.

Alguma semelhança com o bambuCerto dia, Jesus caminhava pela praia do Mar da Galileia e viu dois rapazes a pescar. Eram dois

irmãos. Simão, depois chamado Pedro, e André. Eles lançavam a rede ao mar pois eram pescadores profissionais. Jesus parou, olhou para eles e disse-lhes com muito amor: "Venham e sigam-me, eu os farei pescadores de homens." Eles deixaram imediatamente as redes e seguiram a Jesus.

O Senhor continuou a sua caminhada pela praia. Pouco mais adiante, viu outros dois irmãos a pescar. Eram Tiago e João, filhos de Zebedeu. Jesus chamou-os também. E, deixando o barco e o pai, eles seguiram-no (Cf Mt 4, 18-22)

E, como estes, Jesus chamou muitos outros. O caso de Mateus foi assim: o Senhor ia a passar por uma rua de Cafarnaum e viu um homem sentado junto à sua mesa de cobrador de impostos. E disse-lhe sem mais nem menos: "Segue-me." Mateus deixou tudo e seguiu Jesus (Cf Mt 9,9)

Ainda hoje o Senhor continua a chamar jovens para servirem ao Projecto de Salvação do seu Reino. Cada um tem a sua história. Mas todos os chamamentos de Deus têm alguma coisa parecida com a história do bambu: Deus começa por tirar as folhas e os raminhos de nossa vaidade. Finalmente, pede a entrega total de nossa vida para o serviço de seu Reino.

Há, porém, uma grande diferença entre nós e o bambu o bambu teve mesmo que morrer para dar vida à terra. Nós não precisamos morrer: Jesus quer-nos vivos. E cheios de vida para fazermos, hoje, o que Ele fazia quando estava na terra. O que Ele quer é que entreguemos a nossa vida nas suas mãos, para que Ele continue a caminhar com os nossos pés, a falar com a nossa boca, a ver com os nossos olhos, a ouvir com os nossos ouvidos, a abençoar com as nossas mãos, a consolar com a nossa presença, a amar com o nosso amor. E tudo o que Ele nos tira, dar-nos-á multiplicado. Ele disse: "Todo aquele que tiver deixado casas ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou filhos, ou terras, por minha causa, receberá cem vezes mais e a vida eterna" (Mt 19,29)

Por que é que o padre não se casa?Cada pessoa tem a sua vocação e é feliz na medida em que a realiza. Dizem até: "Vocação

acertada, vida feliz".Ser padre é uma vocação especial, um dom de Deus que coloca o homem além dos limites das suas

possibilidades. O que o padre faz, não é coisa sua: é de Jesus Cristo. O Senhor disse aos seus discípulos. "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos despreza, a rnim despreza" (Cf Lc 10,16)

Mas, apesar da sua missão divina, o padre continua a ser um homem como os outros, com as suas tentações, fraquezas e pecados. Assim, "poderá compreender os que ignoram e erram" (Cf Hb 5, 1-2). A

Mateus 4, 18-22

Hebreus 5, 1-2

João 15, 14-15

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“O Baptismo é a raiz e o tronco duma árvoree o Crisma são os seus ramos e frutos”

Frei Betto

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força do padre não está em si mesmo, mas em Jesus, que o escolheu e carinhosamente chama-o de "meu amigo" (Cf Jo 15, 14-15)

O padre renuncia ao casamento. A isto chamamos de "celibato". Não quer dizer que o casamento seja um estado de vida imperfeito. De maneira alguma. O matrimónio é um sacramento. O padre não se casa para não estar "dividido". O marido divide a sua vida e o seu amor com a esposa. São Paulo escre-veu: "Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo e do modo de agradar a esposa, e fica dividido" (1 Cor 7, 33). A família do padre é a Igreja, e todos os seus cuidados devem ser com a "casa de Deus", como fazia Jesus (Cf Lc 2, 49)

Qualquer grande amor é provado com algum sacrifício ou renúncia. No casamento, o noivo renuncia a todas as outras raparigas, e a noiva renuncia a todos os outros rapazes. Assim, também o padre na Ordenação Sacerdotal, ele renuncia ao casamento e se consagra ao serviço da Igreja, como sinal do seu grande amor a Jesus. Quanto maior é o amor, maior é a prova que dele se dá. E esta renúncia é feita com alegria, porque é um presente para a pessoa amada.

Como padre, dou o meu testemunho cada dia que passa, aumenta a minha alegria por ter dito "sim" a Deus. Sou um pobre pecador mas, porque confiei em Jesus Cristo e consagrei a minha vida ao serviço da sua Igreja, sinto segurança e paz, pois sei que o meu nome está inscrito no Reino dos céus, como amigo íntimo do Senhor (Cf Lc 10, 20)

As raparigas também são chamadasAs raparigas também podem consagrar a sua vida ao serviço do Reino de Deus através de um voto.

E existe uma grande variedade de serviços na Igreja. Há Religiosas (Freiras) que se dedicam às crianças abandonadas, aos velhinhos carentes, aos doentes, à educação da juventude (nos colégios), às missões, à catequese, à liturgia, à pastoral em geral, etc.

Vocês, rapazes e raparigas, já descobriram a vossa vocação? É o casamento? É ser padre? É ser freira? É dedicar-se à sociedade e à Igreja como solteiro ou solteira? Peçam a luz do Espírito Santo e façam a vossa opção com amor e coragem. O futuro da Igreja está nas vossas mãos.

O Papa João Paulo II disse aos jovens: "A Igreja olha para vós com confiança e amor. Ela é a verdadeira juventude do mundo. Olhem para ela e nela encontrarão o rosto de Cristo" (CL 46).

RECORDANDO: Como foi a vocação dos primeiros Apóstolos? O que Jesus pede a quem Ele chama para ser padre? Por que é que o padre não se casa?

Pode o padre ser feliz sem se casar? Por quê? O que é que o Papa João Paulo II disse aos jovens?

REFLECTINDO: Qual é a minha vocação? Que reposta estou a dar? A minha vida tem alguma semelhança

com a história do bambu? Qual?

COMPROMISSO: Pedir ao Espírito Santo para que me esclareça e me dê força para seguir a minha vocação.

Ler Mt 10, 1-42; 19, 16-29.

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TEMA 11A BÍBLIA NA VIDA

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

" Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância." (Cf. Jo 10, 10)

Comecemos por ver a apresentação sobre a Bíblia.

Deus revela-Se na vida

Cada um de nós conhece a rotina da sua vida. Tudo que tem para fazer desde a manhã até à noite. E existem pessoas que enfrentam uma jornada de trabalho inclusive na madrugada. Este é o nosso dia-a-dia, assim vivemos a maior parte do tempo. E com diz o salmista, em todos estes momentos, sentimos que, de manhã, Deus guia nossos passos e, á noite, aconselha nosso coração (Salmo 121,5-6).

Mas existem momentos especiais na vida em que Deus se faz presente de maneira marcante, inesquecível. Nessa hora, quando nos olhamos ao espelho, percebemos que a amizade de Deus fez mudar a nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionarmos com as pessoas, com a natureza, com nós mesmos e até com Ele. São experiências fortes que ficam gravadas em nós para sempre.

A experiência de Deus deixa marcas na nossa vida, principalmente porque Ele sempre nos liberta de uma situação difícil, de sofrimento, seja na vida pessoa, familiar ou social. E essa experiência de libertação motiva-nos a entrar a sério na vida, para que outras pessoas também possam viver com mais liberdade, dignidade e justiça. No dia-a-dia, nós passamos a sentir-nos mais solidários uns com os outros.

Nesse compromisso pela vida, participam pessoas do mundo inteiro, inclusive de outras religiões. As pessoas cristãs constituem apenas um grupo dentro deste compromisso, juntamente com vários outros grupos.

E, para as pessoas cristãs, existe um livro importante que traz a memória de um povo que também se preocupou em comprometer-se com a vida. Este livro é a Bíblia, que conta a memória do povo de Israel. Por isso, ela ilumina a nossa caminhada hoje.

É preciso adquirir hábitos de leitura da Bíblia, para buscarmos juntos os caminhos de vida, como disse Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10,10).

A Bíblia nasce da vida

Quando paramos para reflectir sobre a realidade e olhamos par ao chão da nossa vida, certamente nos encontramos com muitas pessoas. Em seus corpos estão as marcas da vida: uns trazem a pela curtida pelo sol, as mãos calejadas, os pés cansados, o rosto marcado por muita luta e trabalho; outros têm a aparência de levarem uma vida mais confortável.

Dizem que no nosso corpo está gravada a história da nossa vida, da nossa família, das amizades que cultivamos, das lutas, dos conflitos, das dores e das alegrias. E as nossas histórias dependem de onde colocamos os nossos pés. Dependem dos lugares, do chão de onde estamos a falar.

Salmo 121 (120)Mateus 13, 4-9Mateus 18, 12-14Mateus 18, 23-27Lucas 15,8-10

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CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

Vamos conversar:

Onde é que nossa comunidade tem colocado os seus pés? Por onde temos andado?

Quais as condições de vida das pessoas e famílias da nossa comunidade?

Em que medida a acção da comunidade pode ajudar a melhorar a realidade?

Na Bíblia também encontramos a memória, a partilha e as marcas dos pés de muitas pessoas, que tiveram sonhos, conflitos e desafios, assim como nós.

Por exemplo, vamos ler Mt 13, 4-9:

De quem são as marcas dos pés que aparecem nos textos?

E em Mt 18,12-14? De quem são os pés que aparecem em Mt 18, 23-27? E em Lc 15,8-10?

Nestes textos, encontramos marcas de pés de trabalhadores do campo, de quem lida com ovelhas, de pessoas endividadas, de mulheres...

Repara em tanta gente diferente! Jesus (a comunidade) via as diferenças entre as pessoas e dialogava com elas a partir da REALIDADE em que eles estavam, das suas histórias de vida. Ele dizia uma palavra de acordo com a realidade da pessoa ou do grupo com quem estava a conversar. O ensinamento dele não caía do céu. Nascia da terra. Brotava do chão, da experiência do dia-a-dia.

Isto quer dizer que, para ler a Bíblia, nós precisamos de nos aproximar o máximo possível da realidade das pessoas que viveram naquele tempo. Procurar conhecer os lugares, os costumes daquela época, os valores, a história daquele grupo, os seus interesses e as suas necessidades, os seus sonhos e as suas dificuldades. Mas recordando sempre que esse grupo viveu há muito tempo, numa cultura muito diferente da nossa.

Para ler a bíblia precisamos dialogar com as personagens do texto, com o local onde a acção decorre, com a comunidade que reflecte a realidade da altura. Nós e os povos da Bíblia temos o mesmo chão: a vida, onde Deus se faz presente. Com esse diálogo percebemos que o mesmo Deus caminha, hoje, connosco. Por isso, a Bíblia é como um espelho: ela revela a presença de Deus na história e ilumina a nossa vida.

COMPROMISSO:- Escreve uma palavra sobre o sentido da presença de Deus na tua vida. Traz esse

trabalho no próximo encontro.

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TEMA 12SACRAMENTO DE RECONCILIAÇÃO

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

" Darvos-ei um coração novo." (Cf. Ez 36,26)

Quando nos afastamos de um amigo ou o ofendemos é preciso fazer a reconciliação, "fazer as

pazes". Assim é a nossa relação com Deus. Muitas vezes esquecemos que Deus é um Pai e que está

sempre connosco. Pedir perdão é não voltar as costas a Deus e viver unido na sua amizade.

Há pessoas que dizem: "Eu confesso-me directamente a Deus". Provavelmente essas pessoas

esqueceram-se daquela passagem bíblica, quando Jesus envia os apóstolos pelo mundo: "Tudo o que

vocês perdoarem na terra será perdoado no céu, o que vocês não perdoarem na terra não será

perdoado no céu" (cf. Mt 18,18).

Quando Jesus conferiu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados, estava a pensar na nossa

felicidade. O perdão liberta do rancor, dos sentimentos mesquinhos que só geram infelicidade, O perdão

rompe a cadeia do ódio e devolve-nos a paz. É um erro pensar que "fulano não merece o meu perdão".

Corno podemos esperar ser perdoados se não perdoamos?

Sobretudo, não devemos julgar o que alguém nos fez como "imperdoável". Lembra-te de que, na

cruz, Cristo disse: "Perdoai-os, Pai. Eles não sabem o que fazem..." E se ele perdoou o que lhe fizeram,

quem somos nós para achar que o que fizeram contra nós não merece perdão?

A Igreja recomenda que nos confessemos pelo menos uma vez por ano, de preferência na Páscoa,

que é época de arrependimento e reflexão. A confissão é um momento de partilha, de esclarecimento,

de desabafo. Confessamos os erros, falhas, pecados que cometemos devido à nossa fraqueza; as

desobediências aos nossos pais e a tantos outros; a indiferença ao sofrimento dos outros: e quando

somos causa de intriga e tristeza para os outros... E quantas vezes as nossas palavras ofendem,

destroem e machucam a outra pessoa? Quantas vezes pensamos que somos melhores que os outros?

E quantas vezes deixamos que outros ocupem um lugar central na vida, e Deus... um lugar secundário?

Quantas situações revelam nossos pecados... O que dizemos ao padre ele jamais poderá comentar com

ninguém. Ficas só tu, ele e Deus, que toca os corações dos que o abrem assim tão profunda e

intimamente como no momento da confissão.

JESUS CHAMA-NOS À CONVERSÃO

João Baptista percorria os povoados anunciando a salvação e pedindo a salvação e a mudança de

vida para receber o Senhor Dizia, ________________________________________________________

___________________________________________________________________________. (Lc 3,3-6)

Ezequiel 36, 26Lucas 3,3-6Mateus 18,18Mateus 4,17João 3, 3Mateus 18, 3

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E Jesus, depois da prisão de João, continuou a afirmar: ____________________________________

___________________________________________________________________________. (Mt 4,17)

Um dia, à noite conversando com Nicodemos, Jesus apresentava a conversão do coração como

condição necessária para entrar no Reino do Deus. Disse-lhe Jesus: ____________________________

____________________________________________________________________________. (Jo 3, 3)

Certo dia, reunindo os seus discípulos ao redor de uma criança, falou-lhes da necessidade de viver

na simplicidade: ______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________. (Mt 18, 3)

Neste mundo em que vivemos, com tantas injustiça e divisões, nós mesmo sentimos divisões dentro

de nós: _____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

RESUMO:

A conversão é urna oferta gratuita de Deus, urn dom da sua misericórdia, é aceitar a Deus que

se nos oferece ern Jesus; é deixar que Ele se faça presente na nossa vida, segundo a sua

vontade; é um "sim" sincero a Deus, o único que nos pode salvar;

A conversão é assumir uma nova forma de viver; é uma mudança radical de toda a pessoa (não

apenas em detalhes secundários):

- é um reencontro com Deus (deixamos que o seu Espírito seja guia da nossa vida);

- é um reencontro com os outros (criando novos relacionamentos e novas estruturas de

vida);

- é um reencontro consigo mesmo (assumindo mais responsavelmente a própria vida).

A conversão é uma experiência de libertação: é viver a Páscoa de Jesus: ressuscitar, com Ele,

para o homem novo, viver atitudes mais evangélicas, levar uma vida segundo o Espírito (que é

Vida), assumir um compromisso firme com a justiça e o bem de todos.

A conversão exige:

- um conhecimento cada vez mais profundo da pessoa de Jesus, pois trata-se de uma

mudança que nos leva a viver como Ele;

- um conhecimento sincero de si próprio, da própria vida (em todos os aspectos: família,

trabalho, amigos, dinheiro, atitudes, comportamentos) com um compromisso decidido de

mudança,

- exige, finalmente, viver esta transformação com a comunidade (não apenas como

assunto pessoal), com a sociedade (tomando atitudes novas frente à vida e às pessoas), e

como um processo que dura a vida inteira.

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"DAR-VOS-EI UM CORAÇÃO NOVO."

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TEMA 13SACRAMENTO DA EUCARISTIA E CRISMA

Cântico . Oração inicial e proclamação da leitura

“Isto é o Meu Corpo que é dado por vós.” (Cf. Lc 22, 17-20)

A Eucaristia não foi um rito mágico, inventado por Jesus na última Ceia, ou umas palavras misteriosas pronunciadas sobre o pão e o vinho,

A Ceia foi como um símbolo de toda a vida de Jesus. Ele viveu durante toda a vida numa disponibilidade total, especialmente com os pobres, Não guardou nada para si próprio. Deu tudo o que tinha. Deu-se a si próprio. Entregou a sua vida aos outros.

Quando Jesus se reuniu com os discípulos no dia anterior à sua morte, realizou um gesto que era expressão de todo o amor que tinha no coração, como resumo de todo o amor que foi distribuindo na sua vida. Aquela Ceia era manifestação do compromisso total de Jesus com o homem. Pouco antes de morrer, Jesus oferece a sua vida, voluntariamente: oferece o seu corpo e o seu sangue, por todos, Jesus doa-se para que todos tenham vida.

Para simbolizar essa entrega, pegou o pão e o cálice e deu a seus discípulos: era Ele próprio oferecido por todos. Um sacramento do seu amor

Ele tinha dito: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos amigos". É isso que Ele sempre fez, e que agora fazia também na Ceia: dar a vida pelos amigos, como humilde servidor Para que os discípulos pudessem compreender melhor os gestos de Jesus, pouco antes Ele tinha lavado os pés de cada um.

Pouco depois, também durante a Ceia, Jesus deu a seus discípulos o mandamento do amor fraterno. Ele foi o primeiro a dar o exemplo. Diz São João que Jesus amou até o fim, até à cruz, sem limites.

No final, disse aos discípulos: «fazei isto em minha memória». Desta forma, a entrega de Jesus para cumprir a vontade do seu Pai ficaria sempre actuante entre nós, no sacramento do pão e do vinho. Ele está sempre entre nós como aquele que é capaz de dar a vida, sem pedir nada.

Os apóstolos deixaram-nos a narração da última Ceia de Jesus:Mt 26, 17-9 Mc 14, 22-24 Lc 22, 7,23 1 Cor 11, 23-29

Aquela Ceia ficou, para sempre, como símbolo e manifestação suprema do amor de Deus com o homem.Os primeiros cristãos entenderam que aquele gesto era muito importante. Reuniam-se frequentemente, em

comunidade, para celebrar a "Eucaristia". Era uma recordação viva de Jesus. Jesus, naquele sacramento do pão e do vinho, estava sempre vivo e ressuscitado entre eles. E é por isso também que, em consequência, tentavam depois viver como Ele viveu. Para eles, celebrar a Eucaristia não era apenas o gesto de partir o pão e beber do cálice: era muito mais, era um compromisso de vida em comunidade, um sacramento que transformava a sua vida. E tudo isso porque era o sacramento da plena comunhão com Jesus.

Mas, nem todas as comunidades conseguiram viver aquela generosidade de Jesus. Surgiram egoísmos e divisões. Paulo criticou severamente esse comportamento, pois é uma contradição querer celebrar a Eucaristia (sacramento da doação generosa de Jesus) quando existe divisão na comunidade (cf. 1 Cor 11,17-24).

Paulo diz que não é possível comungar o corpo de Jesus sem, ao mesmo tempo, comungar com o irmão e preocupar-se com os problemas dele. Viver divididos e, ao mesmo tempo, comer o pão da unidade é uma contradição.

Também os antigos profetas fizeram as mesmas denúncias, falando dos antigos ritos religiosos: Deus não gosta de sacrifícios e ritos oferecidos por quem não se preocupa com os irmãos, os pobres e marginalizados. Dizia o Senhor: "Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão e depois volta para oferecer o sacrifício". O próprio Jesus tinha falado nos mesmos termos: "Se no altar te lembrares de ter tido alguma coisa contra teu irmão, vai primeiro reconciliar-te com ele".

Portanto, não pode existir comunhão com Deus, sem a comunhão com o irmão.

CELEBRAMOS A CEIA DO SENHORComo é que nós celebramos a Eucaristia? Será que conservamos o sentido profundo da Ceia do Senhor? A

Eucaristia é uma lembrança viva da doação total de Jesus e, portanto, um sacramento que transforma a nossa vida, ensinando-nos a amar melhor os irmãos?

Se a Eucaristia não for sacramento do amor, perdeu o seu sentido. Se não for sacramento da "comunidade" que vive a paz e a união, perdeu a sua referência a Jesus.

Lucas 22, 17-20Mateus 26, 17-9Marcos 14, 22-241 Coríntios 11, 23-29

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Frei Betto

CRISMA é o sinal de que recebemos e aceitamos o Espírito Santo na nossa vida. É o sinal de que assumimos conscientemente os compromissos do Baptismo.

Em primeiro lugar, a Eucaristia é o sacramento do amor de Deus pelo homem, manifestado em Jesus. E é por isso que, quando celebramos a Eucaristia, "agradecemos" a Deus o presente que Ele nos fez em seu próprio filho Jesus. Toda a Eucaristia é, fundamentalmente, uma ACÇAO DE GRAÇAS.

Em segundo lugar, a Eucaristia é o sacramento do amor fraterno. Eucaristia, sem vida fraterna, não é nada, seria como um rito mágico esvaziado do seu sentido. A Eucaristia tem de ser uma celebração do que foi a vida de Jesus, do seu amor generoso por todos. Portanto, sem comunhão com os irmãos, não celebramos nada. O teste que mede a nossa preparação para poder celebrar a Eucaristia é a vida de fraternidade com todos, principalmente com os mais carentes. Quem recebe Cristo, na Eucaristia, deve estar disposto a receber os pobres. Dizia São João Crisóstomo: "O templo do irmão indigente é mais precioso que o templo do Senhor"

Portanto, é necessário unir a Eucaristia com a vida. Sem compromisso com a vida, a Eucaristia perde o seu valor. A Eucaristia ensina a viver em fraternidade, a estar voltados para os outros, a superar egoísmos, porque a Eucaristia é comunhão com Deus e com o irmão. Quem comunga o corpo do Senhor, que se deu sem medida, está a assumir o compromisso de DAR-SE aos outros. Se a Eucaristia não nos leva a transformar a nossa vida e a um compromisso mais sério com o próximo, é porque já não estamos a celebrar a Ceia do Senhor: trata-se de um rito que perdeu o sabor. Seria a recordação de um "morto", não a recordação do Cristo vivo, ressuscitado.

Celebramos a Eucaristia, quando Jesus está vivo, para nós, nos pobres e humildes. Celebramos a Eucaristia não tanto para pedir a Deus ajuda nos nossos problemas, mas para melhor aprender a amar. Nisso consiste a Ceia do Senhor.

JESUS PROMETE-NOS SEU ESPÍRITONa noite da quinta-feira, antes de morrer, Jesus jantou, pela última vez, com seus discípulos. Era o momento da

despedida. Os discípulos ficaram tristes e preocupados. Depois de três anos de amizade e de vida em comum, não era fácil para eles se acostumarem com a ideia de perder o amigo e enfrentar o futuro sozinhos.

Quem lhes dará coragem para ficar unidos e continuar a obra de Deus?Vendo Jesus a tristeza deles, conversou com eles e tentou consolá-los, com a melhor das promessas: _______

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ (Jo 14,15-17)E também: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ (Jo 14,26)

Quem é o Espírito que Jesus vai enviar aos seus discípulos? O Espírito é alguém intimamente ligado a Jesus e ao Pai. É o amor do Pai e do Filho que nos é comunicado. A sua missão é estar presente na vida dos amigos de Jesus, pois, sem Ele, é impossível conhecer e amar Jesus; sem a Sua força, é impossível viver o Evangelho e ser testemunhas de Jesus. O Espírito torna os discípulos “homens novos”, capazes de seguir Jesus e amar como Jesus amou.

A Bíblia compara o Espírito:• A um sopro de vida que cria o homem;• A uma voz que nos faz entender a verdade;• A uma água viva que faz renascer o deserto;• A um fogo que aquece o coração;• A uma luz que purifica, transforma e ilumina.

A Bíblia diz que o Espírito é o grande DOM do Pai e do Filho, faz de nós a sua morada e continua em nós a obra de Jesus. O Espírito ilumina a nossa vida e leva-nos a Deus. Dá força e esperança na luta e nos compromissos; acende em nós o fogo do amor; anima a testemunhar a fé em Jesus. Ele é a nossa alegria e a nossa paz.

JESUS CUMPRIU A PROMESSA E ENVIOU O ESPÍRITOOs apóstolos, antes de receber a plenitude do Espírito, eram cobardes, ignorantes, medrosos. Depois,

anunciavam, corajosamente, o Evangelho e testemunhavam a ressurreição de Jesus. O Espírito estava com eles e acompanhava-os por todo o lado, fortalecendo-os nos momentos difíceis.

Foi com a presença do Espírito, e com a sua graça, que se formaram as primeiras comunidades, vivendo fraternalmente e compartilhando os bens. O Espírito Santo era a VIDA da primeira Igreja.

Com o Crisma que vão receber, o Espírito Santo espera ser a VIDA DE CADA UM DE VÓS.