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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 371 | Periodicidade Quinzenal | 30 de Setembro de 2020 | Preço 4,00 Euros Câmara de Sever do Vouga promove a Rota do Cabrito Lagoa vai receber um concurso de vinhos único no mundo CAP apresentou documento estratégico “Ambição Agro 2020-30” Ministra da Agricultura apresentou em Nelas rede de inovação para o setor Há mesa… e para todos os gostos!

Director: José Luís Araújo | N.º 371 | Periodicidade Quinzenal ......Depois de confecionado “ia-se comendo” enquanto duravam. Botelha A botelha é uma variedade de abóbora

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w w w. g a z e t a r u r a l . c o m

Director: José Luís Araújo | N.º 371 | Periodicidade Quinzenal | 30 de Setembro de 2020 | Preço 4,00 Euros

• Câmara de Sever do Vouga promove a Rota do Cabrito

• Lagoa vai receber um concurso de vinhos único no mundo

• CAP apresentou documento estratégico “Ambição Agro 2020-30”

• Ministra da Agricultura apresentou em Nelas rede de inovação para o setor

Há mesa…

e para todos os gostos!

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Ficha técnica

Ano XV | N.º 371Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A)E-mail: [email protected] | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, LdaSede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís PachecoOpinião: Luís Serpa | Jorge Farromba

Júlio Sá Rego | Gabriel CostaDepartamento Comercial: Luís Cruz

Sede de Redacção: Lourosa de Cima3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail : [email protected]: www.gazetarural.com

ICS: Inscrição nº 124546Propriedade:

Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. LdaAdministrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339Detentor de 100% do Capital Social:

José Luís AraújoDep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica: Novelgráfica, LdaR. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

05 Festival Gastronomia de Bordo arranca em Peniche

06 Câmara de Sever do Vouga promove a Rota do Cabrito

08 25 chefs portugueses participam no Arrebita Idanha Bio

10 Melgaço convida a saborear a sua gastronomia

11 Semana do Choco vai decorrer em 59 espaços de restauração de Se-

túbal

12 Festa nas Aldeias Históricas com emoções e experiências únicas

14 CNEMA definiu calendário dos Concursos Nacionais 2020

15 Inovcluster lança Escola de Queijeiros na Região Centro do país

16 Wine & Music Valley regressa a Lamego em 2021

18 Lagoa vai receber um concurso de vinhos único no mundo

22 Ministra da Agricultura visitou as aldeias históricas da região da Serra

da Estrela

24 CAP apresentou documento estratégico “Ambição Agro 2020-30”

27 Ministra da Agricultura apresentou em Nelas rede de inovação para o

setor

29 Manteigas foi o concelho do país com maior crescimento de consumo

no Verão

32 Universidade do Minho cria aplicação para alertar agricultores sobre

mudanças climáticas

33 Posto de Turismo de Trancoso reabre após obras de requalificação

35 Politécnico de Viseu recebeu 2.400 novos estudantes

36 Diário de Bordos – A Genebra do Sul

38 Opinião de Júlio Sá Rego - Água do Povo

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SaboreS ruraiS

‘Petiscos vegetais’ da BeiraEstas são propostas integradas na ‘Carta Gastronómica da Es-

trela Sul’, um território localizado, como o nome indica, a sul da Serra da Estrela. Trata-se de ‘vegetais’ que a maioria das pessoas cultivavam e que assim aproveitavam num processo cuja fritura constituía uma forma de conservação. O que havia na horta, de-pendendo também do período do ano, era passado por polme com farinha e ovos e havia quem também juntasse um pouco de leite.

Depois de confecionado “ia-se comendo” enquanto duravam.

BotelhaA botelha é uma variedade de abóbora que após cortada em

talhadas finas é colocada em água fria com sal cerca de 12 horas. Depois de enxutos, os pedaços passam pelo polme e vão a fritar em azeite.

CheroviasAs cherovias (ou pastinacas) pertencem à «família» da cenoura,

têm casca branca-creme e um leve sabor a anis. Como precisam de frio e até de geada para desenvolver o seu sabor único, são muito cultivadas nesta região.

Para as preparar, são cozidas em água e sal e cortadas em fatias finas, no sentido longitudinal. Passadas por polme, vão a fritar em azeite.

Peixinhos da hortaPara os peixinhos da horta o feijão verde é cozido (não dema-

siado) com água e sal. Depois de escorridas, as vagens passam por polme e vão a fritar em azeite bem quente.

BeringelasAs beringelas são cortadas às rodelas e colocadas em água e sal

durante 20 minutos. Depois de enxutas e envolvidas em polme vão a fritar em azeite.

Nota – Há quem substitua a imersão colocando pedras de sal nas rodelas durante algum tempo para lhes diminuir a água

(Os pratos apresentados foram confecionados no Restaurante «A Mila» em S. Vicente da Beira)

Em: www.jornalsabores.com

De 2 a 25 de Outubro

Festival Gastronomia de Bordo arranca em Peniche

A terceira edição do Festival Gastronomia de Bordo arranca dia 2 de Outu-bro em Peniche. Como nos anos anteriores, parte desta cidade, ruma a Ílhavo e atraca na Murtosa. Os três Municípios estão ligados pela temática do mar e pelo que este representa nas suas histórias, associadas à pesca longínqua, costeira e lagunar.

Em Peniche, a criação da marca territorial em torno do Mar reflete não só uma aposta estratégica, como também a valorização de um passado

histórico alicerçado nas atividades relacionadas com a pesca.A gastronomia constitui um património cultural que importa preservar e

potenciar e para as comunidades da pesca, assume um papel importante para o desenvolvimento económico e atratividade local.

Este ano, o festival Gastronomia de Bordo em Peniche adaptou-se às novas circunstâncias e fica circunscrito à experimentação dos pratos nos restaurantes Xakra Beach Bar, Entre Peniche Tapas, Bar Ambassador, Res-taurante O Pedro - Peniche, Restaurante Sardinha, Tables, Prainha Restau-rant, O Minhoto e Wine Bar entre outros que assumem o compromisso de garantir que as receitas e pratos correspondem à sua origem, amarrada às épocas e às técnicas de confeção tradicional.

De 2 a 25 de Outubro os visitantes podem encontrar receituário tradi-cional dos marítimos nos restaurantes aderentes a esta iniciativa, como Alfaquique (peixe-galo) com açorda de ovas, Arroz de sardinhas, Sopa de peixe, Caldeirada à moda de Peniche, Cavala salgada à moda de Pe-niche, Filetes de peixe-porco com arroz de berbigão, Lagosta suada à moda de Peniche, Polvo suado, Quelmes secos grelhados com batatas a murro, Raia de molhinho, Sequinho, entre outros.

Os municípios de Ílhavo, Murtosa e de Peniche, integraram uma candidatura no âmbito da Programação Cultural em Rede que visa desenvolver um programa assente na valorização do património ma-terial e imaterial, através de iniciativas que incrementem o turismo cultural e contribuam para o aumento da competitividade regional.

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Cabrito assado em forno a lenha, caldeirada, chanfana, grelhado com castanhas e arroz de miúdos são algumas das iguarias que inte-

gram o património gastronómico do concelho, apresentando-se diferen-tes modos de confeção, indo ao encontro de todos os gostos.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Sever do Vouga salienta a importância deste evento para a economia local, atraindo visitantes ao concelho, no rigoroso cumprimento das regras da DGS, que os restaurantes já cumprem. António Coutinho destacou a atratividade do território do concelho, numa altura em que mostra, também, alguma preocupação com a situação que atravessamos.

Gazeta Rural (GR): A Câmara promove a Rota do Cabrito. O objec-tivo é ‘animar’ o tecido económico, nomeadamente a restauração, nesta fase?

António Coutinho (AC): Sim. É um evento que cumpre as regras estipuladas pela DGS, uma vez que a restauração está a funcionar e que já tem um conjunto de normas para cumprir no dia a dia. Além disso, pretendemos com esta iniciativa atrair pessoas a Sever, um concelho que tem inúmeros atrativos e onde podem andar com total segurança.

GR: Mais do que nunca, nesta altura é importante atrair visi-tantes ao concelho?

AC: Perfeitamente. Temos notado que não tem havido um

Nos dois primeiros fins de semana de Outubro

Câmara de Sever do Vouga promove a Rota do Cabrito

Em Sever do Vouga, o mês de Outubro traz consigo a tradição de várias gerações. Durante os dois primeiros fins de semana (3, 4 e 5 e 10 e 11), 14 restaurantes irão promover os sabores regionais na IX Rota do Cabrito.

grande decréscimo e a prova disso é a ocupação dos es-paços de alojamento local. Percebe-se que as pessoas procuram fugir dos grandes centros e vêm mais para o in-terior no sentido de estarem mais ‘isolados’ e em seguran-ça. Temos sentido que tem continuado a haver visitantes, que vão dando que fazer à restauração. A Rota do Cabrito é, também, para isso.

“Há um conjunto de boas razões para visitarem o nosso concelho”

GR: A paisagem, os monumentos e a gastronomia são boas razões para vir a Sever do Vouga?

AC: Diria que temos um conjunto de boas razões para visi-tarem o nosso concelho. O território, por si só, já é um bom atrativo. Quem vem a Sever pela primeira vez fica encantado. Há uns dias encontrei um casal de Lisboa, que nesta fase da pandemia procurou locais do interior para visitar e ficaram ‘apaixonados’ por Sever do Vouga. Decidiram que vêm viver para cá, até porque a atividade que desenvolvem lhes permite trabalhar em casa.

Outro dia encontrei um casal no Braçal ‘meio’ perdido, porque queria visitar as minas e não sabia como lá chegar. Levei-os lá e ficamos um pouco a conversar. Ele vivia na Noruega há oito anos,

onde fez o Erasmus, e durante este tempo não tinha vindo a Portugal. Dizia-me que a Noruega tem paisagens fantásticas, mas estava deslum-brado com o que agora encontrou em Portugal. “Nós temos cá de tudo e vamos para fora visitar países, quando não conhecemos o nosso”, disse--me.

Em Sever temos de tudo, em termos de paisa-gens e monumentos. Somos um concelho valoriza-do pela água, com rios e cascatas, além de vários percursos pedonais que passam por esses sítios des-lumbrantes. Acho que temos um potencial enorme para o turismo de natureza.

GR: Esta fase que vivemos é propícia ao regresso ao interior e ao campo?

AC: Quero acreditar que sim, mas tenho algumas dúvidas. Está em discussão o plano de reabilitação do país, com as propostas do António Costa e Silva. Já es-miucei aquilo tudo e ‘apanho’ muito pouco daquilo. E nós contribuímos com propostas´.

O interior continua a ser o parceiro pobre. No plano não tem muito de palpável nesta matéria, com uma apos-ta séria no interior e na fixação ou atração de pessoas que o venham valorizar. Tem que haver mais do que isso, no-meadamente descriminação positiva para quem se quer instalar no meio rural. E não falo daqueles que vêm ocupar a terra, mas especialmente de gente qualificada que cá faz

muita falta, por exemplo os médicos. Em Sever andamos sempre aflitos, porque nos fal-tam médicos nas Unidades de Saúde e quando vêm é de forma transitória. Estão uns meses e vão-se embora.

Julgo que há um conjunto de assuntos que têm que ser pensados a sério, nomeada-mente o que se pretende para o interior. Se querem que continue a desertificar-se ou, pelo contrário, criar condições de atratividade para quem ali se quer instalar. Fala-se muito no interior, mas é pouco o que se faz para melhorar a situação.

GR: Como se tem vivido no concelho este período de pandemia? AC: Tivemos momentos complicados e difíceis, especialmente a primeira quinzena

de Abril, com muitas preocupações, medo e alarmismo também. Chegámos a ter situações deveras difíceis, com a agravante de haver muito pouco conhecimento so-bre a Covid 19 e, em face disso, não sabíamos bem como agir. O primeiro ‘ataque’ à pandemia passou muito pela Câmara, que teve que andar a servir de ‘bombeiro’ em todo o lado, nomeadamente nas IPSSs. Foi um período complicadíssimo, mas conseguimos, com esforço de muita gente, minorar as situações e tivemos apenas um foco num lar. Neste momento temos tudo controlado, mas voltámos agora a ter preocupações, mas estamos mais preparados.

Contudo, estou muito preocupado com as Escolas e verificamos que, no país, todos os dias há novos casos, nomeadamente nos estabelecimentos de ensino e em locais onde há mais aglomeração de pessoas. Por muito que queiramos que haja regras, e que estas sejam cumpridas, há sempre falhas. Neste momento é uma questão de sorte passar ao lado desta situação que nos aflige, embora todos tenhamos que ter cuidados e todos são poucos, porque há sempre quem não os tenha.

GR: Pelo meio de tudo isso um incêndio que afetou o concelho?AC: Este incêndio foi complicado. E nós procuramos estar preparados para

estas situações. Nos últimos anos passamos um pouco ao lado, mas desta vez calhou-nos a nós. Em 2017 escapámos à fúria das chamas e disse, na altura, que no ano seguinte nos tocaria. Foi este ano.

Nós fazemos a preparação da época de incêndios com as diversas entida-des, desde logo a proteção civil, os bombeiros, a GNR e, este ano, a Polícia Judiciária. Foi elaborado um plano e um sistema de vigilância para tentar dissuadir os incendiários e tentar apanhá-los. Porém, tudo isto é ultrapas-sado pela vontade de fazer mal e isso é incontrolável.

Penso, contudo, que faltam outras coisas. Andamos sempre a falar nos acessos difíceis que temos a alguns locais, mas como os melhoramos? Temos zonas com grandes inclinações onde é difícil chegar. Só os meios aéreos lá conseguem ir, de dia, e há que dizer que atuam de forma muito rápida. Neste aspeto reconheço que demos um grande salto.

Neste incêndio tivemos duas situações incontroláveis, que foi o vento forte - que mudava de direção com frequência - e o facto de ter sido durante a noite. Para além de ter ardido muita floresta, conseguimos evitar a perda de bens, nomeadamente de habitações, e pessoas, que foi o mais importante.

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Em dois dias de comunhão com a natureza e com as mais antigas tradi-ções e culturas do município, 25 chefs portugueses de topo cozinham

com mestria os melhores produtos biológicos locais nas aldeias de Penha Garcia e de Idanha-a-Velha. José Avillez (Belcanto, **Michelin), Alexandre Silva (LOCO, *Michelin, e FOGO), José Júlio Vintém (Tombalobos) e Óscar Geadas (G, 1*Michelin) são os primeiros nomes confirmados de um elenco que conta com muitos outros cozinheiros de topo.

Tendo como missão a revitalização das economias regional e nacional, o Arrebita Idanha Bio tem como prioridade absoluta a segurança da popu-lação e de todos os envolvidos. Assim, e em concordância com as normas da Direção Geral da Saúde (DGS), Proteção Civil, Bombeiros e GNR, os percursos são controlados e de sentido único, de forma a impedir a aglo-meração de pessoas. Por iniciativa própria, a Amuse Bouche, entidade promotora do evento, assegura ainda a realização do teste à Covid-19 a todos os chefs participantes e staff envolvido.

Num amplo “recinto” natural ao ar livre, o espaço é uma das grandes mais-valias deste Arrebita, permitindo à organização cumprir todas as regras da DGS e a nova legislação decorrente da implementação do Es-tado de Contingência. Nesse sentido, o número de visitantes em per-manência é limitado e permanentemente controlado por uma equipa de 30 colaboradores cuja função é a de garantir que todos possam desfrutar do evento em segurança.

“O Arrebita Idanha Bio é uma oportunidade de juntar a tradição à inovação, a partir dos produtos certificados como Geo-Produtos do Geopark Naturtejo, Geopark Mundial da UNESCO”, afirma p presi-dente da Câmara de Idanha-a-Nova. Armindo Jacinto adianta que “nesta que é a primeira Bio-Região portuguesa, integrada na Rede Internacional de Eco-Regiões, temos a oportunidade perfeita para aliar a excelência da produção à excelência da gastronomia, confe-cionada pelos melhores Chefs Portugueses, alguns reconhecidos com Estrelas Michelin”.

Com este evento pretende-se sensibilizar a opinião pública para a dinamização dos produtos portugueses de excelência, das

Nos dias 3 e 4 de Outubro em Penha Garcia e Idanha-a-Velha

25 chefs portugueses participam no Arrebita Idanha Bio

Nos dias 3 e 4 de Outubro Idanha-a-Nova acolhe o Arrebita Idanha Bio, o único evento gastronómico desenhado para o atual con-texto de pandemia e 100% alinhado com as novas normas de segurança do Estado de Contingência, que reúne os melhores chefs e produtores nacionais. Com o foco na sustentabilidade e no património natural e histórico-cultural, o objetivo é estimular a economia da região e o turismo nacional. O acesso é gratuito.

economias locais, dos circuitos curtos de comercia-lização e da economia circular. Este desígnio vai ao encontro dos Objetivos do Desenvolvimento Susten-tável, preconizados pela ONU, ao dinamizar modos de produção amigos do ambiente, promover a geo e a biodiversidades, a boa preservação e utilização da qua-lidade da Água e Energia, a maior fixação de carbono e menor emissão de gases de efeito de estufa.

No dia 3 de Outubro, o evento decorre em Penha Gar-cia. É nos moinhos de rodízios que alguns dos melhores Chefs do país vão cozinhar pratos confecionados no fogo e inspirados nas tradições da região. Localizados nas mar-gens do rio Pônsul, estes moinhos onde outrora se pro-duziam farinhas de trigo e centeio estão inseridos na Rota dos Fósseis, uma zona classificada pela UNESCO onde se encontram vestígios com 480 milhões de anos.

A 4 de Outubro é a vez de Idanha-a-Velha, uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal, receber os cozinheiros nas suas ruas e ruínas romanas. Um palco natural privilegiado onde os visitantes terão oportunidade de provar a mais in-ventiva e contemporânea cozinha de rua, em criações que valorizam os melhores e mais frescos produtos da região numa lógica sustentável.

Com acesso gratuito em ambos os dias, o evento decorre entre as 12,30 e as 19,30 horas de dia 3 de Outubro e no pe-ríodo das 13 às 21 horas de dia 4 de Outubro. Os pratos custam entre 5 e 8 €.

Uma criação da Amuse Bouche, o Arrebita Idanha Bio é o segundo evento com o selo Arrebita Portugal, depois de, em Agosto, Portimão ter acolhido com enorme sucesso a primeira edição. O evento está inserido na programação oficial da Lisboa Capital Verde Europeia 2020, com o apoio e colaboração das Câ-maras de Lisboa e Idanha-a-Nova.

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De 2 a 4 de Outubro, em 13 restaurantes do concelho

Melgaço convida a saborear a sua gastronomia

Bifes de presunto, cabrito do monte assado no forno acompanhado com Alvarinho e bucho doce, são as propostas para o Fim de Semana Gastronómico em Melgaço, que vai decorrer de 2 a 4 de Outubro em 13 restaurantes do concelho.

O município mais a Norte de Portugal associou-se, uma vez mais, à iniciativa ‘Fins de Semana Gastronómicos’, promovida pela Entida-

de Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, e pretende atrair ao concelho os apreciadores da boa mesa.

Os visitantes que nestes dias escolham Melgaço para pernoitar terão 10% de desconto no alojamento, para as noites de sexta e sábado, nos espaços aderentes. Durante estes dias, o Destino de Natureza Mais Ra-dical de Portugal proporciona também uma panóplia de atividades para quem quiser descobrir o que Melgaço. Provas de Alvarinho e de quei-jos, visitas aos espaços museológicos, ao centro de artesanato “Artes”, à Porta de Lamas de Mouro e diversas atividades radicais e de nature-za são algumas das propostas. A beleza natural, o clima, o património histórico e a gastronomia são motivos que têm atraído cada vez mais turistas ao concelho mais a norte do país.

Em virtude da situação de contingência, a autarquia apela a que todos sigam, rigorosamente, as normas de segurança emanadas pela Direção-Geral da Saúde, como o uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social.

De 2 a 11 de Outubro em 59 espaços de restauração de Setúbal

Em Setúbal há choco frito e outras propostas

O choco, uma das bandeiras gastronómicas mais conhecidas de Setúbal, vai es-tar em destaque nas ementas do concelho, entre 2 e 11 de Outubro, numa sema-na gastronómica que encerra com uma sessão de degustação comentada.

São 59 espaços de restauração do concelho que integram a Semana do Choco, os quais vão incluir nas suas ementas, durante aquele período, receitas em

que o choco é o ingrediente dominante, com propostas que vão muito para lá do famoso prato de choco frito.

Este evento é organizado pela Câmara de Setúbal, através do programa de pro-moção de gastronomia local “Setúbal Terra de Peixe”, com os apoios da Docapes-ca e da Makro.

A Semana do Choco culmina no dia 11, às 18 horas, na Casa da Baía, com uma degustação comentada pelo chef Luís Machado. A sessão, organizada pela au-tarquia e a Docapesca, é de participação gratuita, embora com lotação limitada como medida de mitigação em resposta à atual crise sanitária.

O futuroé agora.

Escola Superior Agrária de Viseu

Escola Superior de Saúde de Viseu

Escola Superior de Educação de Viseu

Para mais informações sobre a nossa oferta formativa:www.ipv.pt

Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego

Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu

ViseuLamego

Novas candidaturas 2020/21

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Este ano, no fim-de-semana prolongado do feriado de 5 de Outubro (se-gunda-feira), todos os caminhos vão dar às Aldeias Históricas de Por-

tugal. É por esses dias que o Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” chega às Aldeias Históricas de Castelo Mendo, Almeida e Piódão. A festa começa logo na sexta-feira, dia 2 de Outubro, na Aldeia Histórica de Castelo Mendo, seguindo para Almeida, onde acontece no sábado, dia 3 de Outubro, e ter-mina só no domingo, dia 4 de Outubro, na Aldeia Histórica de Piódão. Um excelente pretexto para fazer umas “miniférias” pelas Aldeias Históricas de Portugal.

Sublinhe-se que, devido à pandemia, a participação nos eventos do Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” é limitada e sujeita a inscrição prévia – mas a festa poderá ser sentida e vivida em todo o mundo, via livestreaming, na página de Facebook das Aldeias Históricas de Portugal.

No dia 2 de Outubro, o tema da festa na Aldeia Histórica de Castelo Mendo será “D. Mendo, a Donzela que se fez Varão”. Um romance anti-go (pequeno canto épico) que simboliza a força e o poder da mulher – e cujos pormenores serão desvendados no evento. Estando a figura fe-minina em grande destaque, a cabeça-de-cartaz só podia ser uma das grandes mulheres da música portuguesa dos nossos tempos, Capicua.

O programa inclui ainda uma conferência “Donzela que se fez Va-rão”, sobre o poder e a liberdade da mulher; um showcooking e jantar com o chef Álvaro Costa e uma visita guiada/percurso performativo partindo da temática do evento, com a participação de atores pro-fissionais da Cooperativa Artística da Raia Beirã (CARB) e elementos da comunidade.

No dia seguinte (3 de Outubro), na Aldeia Histórica de Almeida, o tema da festa será a “Roda dos Eispostos” (expostos). Instituída em Almeida no ano de 1843, a roda dos expostos (ou dos “enjeitados”) consistia num mecanismo utilizado para abandonar (na linguagem da época, expôr ou “enjeitar”) recém-nascidos, que ficavam ao cuidado das instituições de caridade. O mecanismo, em forma de tambor ou portinhola giratória, embutido numa parede, era

construído de tal forma que quem deixava a criança não era visto por aquele que a recebia. Este modelo existiu por toda a europa, a partir do século XVI.

A partir do tema e a época em que se contextuali-za, o evento do Ciclo “12 em Rede” na Aldeia Histó-rica de Almeida promove visitas guiadas encenadas e comentadas por investigadores da temática, momentos musicais e gastronómicos alusivos à altura. O chef Álva-ro Costa será o anfitrião de um momento de prova de produtos endógenos, showcooking e jantar, e no final da noite, a Orquestra Sem Fronteiras, dirigida pelo maestro João Gaspar, apresenta o concerto “Do convento ao Quar-tel”, com comentários de Maestro Vitorino de Almeida e participação do Coro Etnográfico de Almeida.

No domingo, dia 4 de Outubro, na Aldeia Histórica de Piódão, o tema da festa do Ciclo “12 em Rede” será “A Es-trada Real”. Piódão volta a emergir no tempo para recordar os contrastes de uma época longínqua, em que a Estrada Real – que passava por Piódão –, era uma das mais impor-tantes rotas comerciais e vias de comunicação entre a Beira Litoral e a Beira Interior.

Como uma autêntica viagem no tempo, o evento levará ha-bitantes e visitantes em vários momentos evocativos da épo-ca, como um showcooking “Cozinha do Piódão: os sabores dos produtos de cá”, instalações artísticas, uma sessão de declama-ção de “Poemas de Torga” pelo ator e encenador Sinde Filipe, concerto de Noiserv, e muito mais.

A inscrição, que é gratuita, pode ser feita para a totalidade dos eventos ou apenas para um momento específico, como um con-certo ou uma visita guiada – sendo que o limite de participantes dependerá do espaço e da tipologia de cada atividade.

Para melhor conhecer as Aldeias Históricas de Castelo Mendo e Almeida, em ple-no clima de festa e animação, a Associação de Desenvolvimento Turístico Aldeias Históricas de Portugal, promotora do Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa”, em parceria com o associado The Travel Corner, propõem um programa turístico de duas noites com alojamento e pequeno-almoço, entrada nas festas do Ciclo “12 em Rede” das Aldeias Históricas de Castelo Mendo e Almeida, visitas guiadas, passeios de charrete, prova de vinhos numa adega cooperativa, e muito mais.

Há também um programa turístico criado por ocasião da festa na Aldeia His-tórica de Piódão, promovido em parceria com o associado Try Portugal, que que inclui alojamento em quarto duplo com pequeno-almoço; caminhada “Piódão Terra do Fim do Mundo” e caminhada “Mata da Margaraça”, com almoço volan-te nas duas caminhadas; entrada garantida nos programas da festa do Ciclo “12 em Rede” na Aldeia Histórica de Piódão, entre outros.

Os eventos são promovidos pela Associação de Desenvolvimento Turístico Aldeias Históricas de Portugal, numa organização do Município de Almeida, do Município de Arganil, da Junta de Freguesia de Castelo Mendo, da Junta de Freguesia de Piódão, Associações e Agentes económicos locais. Uma iniciativa apoiada pelo Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvi-mento Regional, através do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE).

A festa só acaba em Novembro!

O ciclo “12 em rede | Aldeias em Festa 2020” só termina em Novembro! Depois de Castelo Mendo, Almeida e Piódão, a festa segue para Sortelha, a 17 de Outubro; Castelo Novo, a 24 de Outubro, Idanha-a-Velha, a 31 de Outubro; e Monsanto, a 7 de Novembro.

De 2 a 4 de Outubro, em Castelo Mendo, Almeida e Piódão

Festa nas Aldeias Históricas com emoções e experiências únicas

De 2 a 4 de Outubro, o Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” vai levar mais vida e animação às Aldeias Históricas de Castelo Mendo, Almeida e Piódão. Um fim-de-semana prolongado, graças ao feriado de 5 de Outubro, que promete um sem fim de experiências únicas: concertos de Capicua, Orquestra Sem Fronteiras e Noiserv, declamação de poemas com o ator e encenador Sinde Filipe, showcookings, visitas guiadas, exposições, e muito mais.

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Adiados para 2021 devido à pandemia

CNEMA definiu novo calendário dos Concursos Nacionais 2020

As datas para a realização dos Concursos Nacionais 2020, adiados para o próximo ano devido à pandemia, já estão definidas e as várias provas decorrem no âmbito da Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo e do Salão Prazer de Provar. Estas iniciativas têm como parcei-ros a QUALIFICA/OriGIn Portugal, o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) (Concurso Nacional de Azeites de Portu-gal) e a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) (Con-curso Nacional de Mel).

O objetivo é estimular a produção de qualidade, dar a conhecer os melhores produtos nas diferentes regiões do país, incentivar

o seu consumo, promover o encontro de produtores, empresas, téc-nicos e apreciadores. Com a realização destas atividades pretende-se premiar, promover, valorizar e divulgar a qualidade, especificidade e a diversidade dos produtos portugueses.

Para Vasco Gracias, diretor executivo do CNEMA, “o Centro Nacio-nal de Exposições não pode deixar de apoiar todas as iniciativas que destaquem o que de melhor se produz em Portugal e este espaço é o local certo para se realizarem”. “É com o maior prazer que nos associamos a entidades de referência na área agro-alimentar para promover os Concursos Nacionais, competições que contam com um júri altamente qualificado e que funcionam em prova cega de modo a reconhecer a qualidade de cada produto.”

Este responsável afirma que “o impacto económico e as vendas são aspetos que não se podem descurar e por isso mesmo os premiados que obtenham a qua-lificação “Melhor dos Melhores” podem beneficiar de um stand tipo, gratuito, no Salão Prazer de Provar 2021 durante a Feira Nacional de Agricultura. Quem conse-guir Medalhas de Ouro, Prata e Bronze pode beneficiar de uma redução, respectivamente, de 30%, de 20% e de 10% no custo do stand”. “São ações que visam acrescen-tar valor comercial e valorizar o produto para benefício dos produtores”, conclui.

Também Ana Soeiro responsável da Associação Qualifi-ca – OriGIn Portugal acredita que “os Concursos Nacionais são uma excelente forma de dinamizar a produção e enal-tecer o empenho, a resiliência e o trabalho dos “melhores produtores do mundo”. “Estes Concursos têm mostrado que todos os anos aparecem novos concorrentes, mais produtos tradicionais, novas formas de apresentação e também algu-ma inovação sem perda de carácter, da personalidade e da tradicionalidade”, sustenta. “Nos concursos que organizamos reconhece-se a qualidade de cada produto, o saber fazer, o mérito, a genuinidade, a tipicidade, a sustentabilidade e a ori-gem!”, conclui.

Os interessados podem consultar o calendário em www.cne-ma.pt e www.concursosnacionais.pt e www.qualificaportugal.pt e aceder a todas as informações como Regulamento, Critérios de Qualificação de Produtos Tradicionais, Data Limite de Inscri-ção, Envio de Amostras, entre outras. A Inscrição é exclusivamen-te eletrónica através dos formulários criados para o efeito.

Vai arrancar a 26 de Outubro

Inovcluster lança Escola de Queijeiros na Região Centro do país

A Inovcluster - Associação do Cluster Agro-industrial do Centro vai lançar em Outubro uma “Escola de Queijeiros”, iniciativa direcionada especificamente para a produção de queijo com Denominação de Origem Protegida (DOP).

“O objetivo é o de capacitar empreendedores para o conhecimento das principais técnicas de produção de queijo com DOP nas regiões da

Serra da Estrela, Beira Baixa e Rabaçal (Penela)”, refere a associação.Integrada no projeto “Programa de Valorização da Fileira dos queijos da

Região Centro”, a iniciativa arranca no dia 26 de Outubro, embora o período de candidaturas encerre a 2 de Outubro.

Com 20 vagas disponíveis e uma carga horária de 80 horas, 40 das quais destinadas à componente teórica, o curso que decorrerá na Escola Superior Agrária de Castelo Branco e Viseu, em horário laboral. As 40 horas restantes estão destinadas à componente prática a realizar em queijarias da região Centro com fabrico de queijo com DOP. “Uma ação formativa nestes mol-des e direcionada especificamente para a produção de queijo com DOP é, sem dúvida, uma ação pioneira em Portugal”, salienta a Inovcluster, que envolve um consórcio alargado de 14 entidades de base regional.

No consórcio, estão inseridos os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e Viseu, entidades coordenadoras da ação. Segundo a presidente da Inovcluster, Cláudia Domingues Soares, trata-se de “uma aposta na qualidade e na excelência, posicionando a Região Centro no incremento da produção e valorização do queijo com DOP”.

O Programa de Valorização da Fileira dos Queijos da Região Centro é cofinanciado pelo CENTRO 2020, através do Fundo Europeu de Desen-volvimento Regional.

Tlf.: 232 411 299Tlm.: 918 797 202

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Nos dias 10 e 11 de Setembro

Wine & Music Valley regressa a Lamego em 2021

O primeiro grande festival em Portugal inspirado no vinho - o Wine & Mu-sic Valley - regressa a Lamego a 10 e 11 de Setembro de 2021. A segunda edi-ção deste evento voltará a reunir um cartaz musical de luxo, os produtores de vinho da região e chefes de cozinha de renome.

Os pormenores foram avançados durante a primeira ação de apresenta-ção do II Wine & Music Valley, na qual marcou presença o presidente

da Câmara de Lamego, Ângelo Moura. “Na edição de estreia recebemos mais de 17 mil pessoas no Porto Comercial de Cambres. Acarinhamos este pro-jeto desde a primeira hora e estamos muito satisfeitos com a parceria que desenvolvemos com os promotores da iniciativa, disponibilizando o apoio logístico necessário. A nossa ambição é incrementar a notoriedade deste território, que possui um enorme potencial, e estimular o desenvolvimen-to do enoturismo. É uma aposta ganha”, fundamenta o autarca.

A fusão dos melhores vinhos e da melhor gastronomia, acompanhada por uma seleção musical de qualidade, promete tornar o próximo Wine & Music Valley um festival diferenciador. Para o palco Douro Stage estão já confirmados os artistas João Pedro Pais, Ana Moura, Pedro Abrunhosa e Expensive Soul. Mas outros nomes relevantes, nacionais e internacio-nais, serão anunciados em breve para atuar no “coração” do Douro Vi-nhateiro em plena época de vindimas.

Na vertente gastronómica, o destaque vai para a zona “Chef’s Stage”, onde estarão em ação cozinheiros nacionais a trabalhar em restauran-tes com estrela Michelin. O público vai ainda poder assistir a momen-tos gastronómicos ao vivo com “live cooking shows” e degustações.

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O Secretário de Estado da agricultura presidiu à cerimónia de apresen-tação. Nuno Russo congratulou-se com a realização deste concurso

e destacou a singularidade de participação conjunta de municípios e pro-dutores, assim como o trabalho da AMPV e ARVP na promoção e divulga-ção dos vinhos nacionais e das várias regiões de Portugal, ligadas à pro-dução de vinhos qualidade e ao que de melhor se produz no território.

“Os concursos são sempre momentos de valorização das nossas Deno-minações de Origem e das Indicações Geográficas, pelo que é essencial a certificação dos nossos vinhos para garantirmos a preservação da sua origem, da sua qualidade, mas também a promoção da nossa excelência e divulgação do nosso valor”, defendeu o Secretário de Estado, acres-centando que “este concurso em particular permite a defesa e a divul-gação da identidade dos territórios e da sua relação com a cultura do vinho, possibilitando uma ocasião de promoção dos municípios”.

Nuno Russo constatou ainda que nestes tempos de pandemia, a agricultura não parou e as exportações também não. “Acreditamos na resiliência do setor”, afirmou, acrescentando que “em boa hora o Presidente da República se juntou a nós e a vós neste concurso, com a sua chancela de Alto Patrocínio, o que é um estímulo ainda maior que temos de juntar ao excelente comportamento do setor. Temos de, com iniciativas como esta, ser capazes de promover a excelên-cia dos nossos produtos, a capacidade de produzir e de criar valor acrescentado”.

“Este concurso é único no mundo”, diz secretário-geral da AMPV

O Concurso Cidades do Vinho está inserido no Concurso Inter-

nacional que há 18 anos é promovido pela associação italiana Città del Vino, e “é único no mundo, por unir os municípios e os produtores, ou seja, por promover si-multaneamente os vinhos e os territórios”, começou por destacar o secretário-geral da AMPV. José Arruda lem-brou a grande representatividade e sucesso que os vinhos portugueses têm alcançado neste concurso internacional e adiantou que a expectativa da organização é um aumen-to substancial do número de vinhos inscritos.

“Acreditamos que será possível termos mais de 500 vi-nhos em prova no concurso nacional, o que significará um peso muito grande dos vinhos portugueses no concurso in-ternacional em Itália”, já que ficam automaticamente inscri-tos no concurso internacional os vinhos que participarem no Concurso Cidades do Vinho, frisou José Arruda, destacando ainda a iniciativa que irá ser realizada pela primeira vez em Portugal: a Prova Nacional de Vinhos, no dia 1 de Maio de 2021, na Anadia, e a qual irá envolver mais de meio milhar de pessoas a provar os vinhos mais pontuados do Concurso Cidades do Vinho.

José Arruda agradeceu a todos os que aceitaram fazer par-te das comissões deste concurso, nomeadamente os 90 pre-sidentes de Câmara - a totalidade dos municípios associados -, uma vez que “o sucesso deste concurso só é possível com o envolvimento dos municípios”. Finalizou a sua intervenção afirmando que “este concurso não pretende competir com nenhum outro, porque tem uma ótica e uma visão totalmente diferentes. A sua essência fundamental é o território, as suas

potencialidades, os seus produtos endógenos, o turismo, o vinho”.

Município de Lagoa será o anfitrião do concurso

Enquanto anfitrião do concurso, Luís Encarna-ção, presidente da Câmara de Lagoa, reconheceu que a realização desta iniciativa “é uma oportuni-dade para o Algarve e uma chamada de atenção para os vinhos algarvios”, até porque “os vinhos mais a sul estão cada vez melhores”.

Prova de que o setor no Algarve, e em particu-lar Lagoa, está no bom caminho é o facto de que em 2016 - ano em que Lagoa deteve o galardão de Cidade do Vinho - existiam três produtores no con-celho e quatro anos depois esse número triplicou. O enoturismo algarvio também tem dado provas da sua vitalidade e Luís Encarnação acredita que essa área poderá dar “um enorme contributo para mitigar as consequências da sazonalidade” tão presentes numa região como o Algarve.

Presidente da CAP deseja que o concurso “ganhe expressão”

Entre muitas outras entidades presentes nesta cerimó-nia, esteve a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), representada pelo presidente Eduardo Oliveira e Sousa. “O que enaltece o território, as histórias e a cultura, só pode promover o país. Era muito bom que este concur-so ganhasse expressão, porque o importante é enaltecer o trabalho dos viticultores, dos produtores, do país”, revelou.

Em representação de Carlos Carreiras, presidente do Mu-nicípio de Cascais, esteve Luís Capão, da Cascais Ambiente, e enquanto anfitrião desta sessão de apresentação, falou do exemplo do vinho de Carcavelos, “um legado que agora co-meça a ser mais valorizado”, para fazer referência ao setor do vinho em geral, que tem tido uma grande evolução, fruto “do trabalho ímpar, de grande esforço, dos produtores portugue-ses”.

RECEVIN entidade parceira na promoção da genuinidade dos territórios vinhateiros

O Concurso Cidades do Vinho conta com a colaboração da Recevin - Rede Europeia de Cidades do Vinho, entidade que é também parceira do concurso internacional Città del Vino e que agrega cerca de 600 cidades de mais de uma dezena de países, atribuindo desde 2016 a distinção da Cidade Europeia do Vinho, promovendo assim a genuinidade dos territórios vinhateiros.

O presidente da Recevin e presidente do município de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, marcou também presença nesta cerimónia e mostrou-se confiante num “nú-mero de amostras muito relevante nos dois concursos”. Anunciou também a realiza-ção da V Conferência Mundial de Enoturismo em Reguengos de Monsaraz em Maio de 2021.

Outro evento internacional que irá marcar a agenda no próximo ano irá decorrer em Torres Vedras. O Concurso Mundial do Sauvignon terá lugar a 12 e 13 de Março, e a AMPV é co-organizadora.

Carlos Bernardes, presidente da Câmara de Torres Vedras, destacou a afirmação inquestionável do setor do vinho em Portugal e “o trabalho da AMPV na afirmação dos territórios, onde a agricultura representa um pilar fundamental e a vinha e o vinho são determinantes”.

A realização deste concurso mundial em Torres Vedras vem contribuir para uma maior promoção da região. Estarão em prova cerca de 1000 vinhos, avaliados por um júri internacional composto por 80 especialistas de vários pontos do mundo.

Também ele destacou a importância da distinção de Torres Vedras enquanto Cidade Europeia do Vinho, juntamente com Alenquer, em 2018, realçando o im-pulso que esse galardão deu ao enoturismo local, que passou de 4 unidades em 2018 para 12 atualmente.

Importantes personalidades do setor associam-se ao concurso e inte-gram o júri e comissões científica e de honra

Na presidência da Comissão de Honra e da Comissão Científica estão dois homens que há mais de 50 anos se dedicam ao setor. Vasco d’Avillez preside à Comissão de Honra e dispensa apresentações pelo seu percurso profissional ligado ao vinho e gosto pessoal pela história e pelas estórias associadas a este produto que há quase 1000 anos faz parte da cultura do nosso país. “É a pensar nessa herança que temos de pensar as rotas e o enoturismo, que são os braços armados do vinho, para chegarmos às pessoas, sobretudo às que vêm de fora”, apelou Vasco d’Avillez.

A presidir a Comissão Científica está o especialista e investigador An-tónio Curvelo Garcia, também ele um grande defensor da promoção dos vinhos ligados ao território e que o levou a fazer um levantamento dos brasões dos municípios, constando que há 63 que têm na sua heráldica elementos alusivos à uva ou ao vinho, “o que atesta precisamente essa ligação e revela o que é o nosso território”.

António Ventura ex-presidente da direção da Associação Portuguesa de Enologia e Viticultura (APEV) preside ao júri deste concurso e é com grande expectativa que olha para este concurso, que terá a avaliar os vinhos nele inscritos “alguns dos mais conceituados provadores nacio-nais”.

Nesta cerimónia intervieram ainda Álvaro Amaro, membro do Con-selho Diretivo da AMPV e presidente do município de Palmela; Jorge Sampaio, vice-presidente da Anadia, que apresentou a Prova Na-cional de Vinhos; João Fernandes, presidente da Oikos, parceira da AMPV neste concurso, uma vez que todos os vinhos a concurso po-dem estar, de uma forma gratuita, para venda online na plataforma smartfarmer.pt; e Cátia Mateus, Rainha das Vindimas de Portugal.

De 26 a 29 de Novembro no Convento de São José

Cidade de Lagoa vai receber um concurso de vinhos único no mundo

O Convento de São José, na cidade de Lagoa, vai receber, entre os dias 26 e 29 de Novembro, um concurso de vinhos único no mun-do. As particularidades do Concurso Cidades do Vinho, o trabalho inovador da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP) e o seu espírito de iniciativa nos tempos difíceis que atravessamos foram aspetos que, de forma unânime, foram realçados pelos oradores convidados da sessão de apresentação deste concurso, que decorreu no auditório da Casa das Histórias - Paula Rego, em Cascais.

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Aumentar o consumo e o conhecimento dos consumidores brasileiros sobre os vinhos de Portugal é o objectivo desta iniciativa focada em

supermercados e lojas associadas da ABRAS.De acordo com os dados disponíveis, a grande distribuição representa

quase 70% das vendas de vinhos no Brasil e o sector foi responsável, em 2019, por 31% da importação e venda de vinhos portugueses no país. Pe-rante as alterações nos hábitos de consumo trazidas pela pandemia de Covid-19, que levaram a um aumento nas vendas de vinhos na grande distribuição entre Fevereiro e Maio de 2020 face às restrições existentes em bares e restaurantes, a ViniPortugal identificou uma oportunidade para lançar esta campanha promocional exclusiva em supermercados, juntando-se à ABRAS para activar os seus estabelecimentos associados, alargando a oferta de vinhos portugueses disponíveis.

Durante o Festival, mais de 1.500 marcas de vinhos serão apresenta-das por cerca de 200 produtores, que além de fornecerem as suas já tradicionais marcas, querem apresentar novidades.

Para o presidente da ViniPortugal, “o consumidor brasileiro tem vin-do a demonstrar interesse em conhecer novas castas, novas regiões e diferentes perfis de vinhos. Portugal tem essa diversidade e variedade vitivinícola para oferecer, algo que não é desconhecido dos brasilei-ros, não só pelo histórico de iniciativas que temos vindo a desenvol-ver ao longo dos últimos anos, mas também pelo grande fluxo de turistas que elegem Portugal como o seu primeiro destino interna-cional. Por tudo isso, entendemos ser pertinente levar a cabo este Festival, ajustando-o ao momento atípico vivido actualmente, que não deve impedir de continuarmos a promover a qualidade dos vinhos portugueses mundo fora”.

Portugal ocupa, desde 2016, a segunda posição no ranking de importação de vinhos no Brasil. No primeiro semestre de 2020 Portugal registou um crescimento de 16,8% no mercado brasilei-ro, com um aumento de 17,2% em volume e de 18,6% em valor.

Em supermercados de todo o país, de 23 de Outubro a 1 de Novembro

Vinhos de Portugal apostam no Brasil com campanha promocional inédita

De 23 de Outubro a 1 de Novembro, a ViniPortugal, em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), promove o “Festival Vinhos de Portugal”, uma campanha promocional inédita que vai dar a conhecer mais de 1.500 vinhos de portugueses em mais de 2.500 estabelecimentos das principais redes de supermercados de diferentes estados do Brasil, bem como nas duas maiores plataformas de e-commerce de vinhos no país.

Os supermercados participantes no “Festival Vi-nhos de Portugal” vão contar com materiais promo-cionais exclusivos para os espaços reservados aos vinhos portugueses, enquanto mais de 4.000 opera-dores dos pontos de venda vão receber formação so-bre Vinhos de Portugal, ministrada por Carlos Cabral, um dos mais experientes e reconhecidos profissionais do Brasil, com 50 anos de trabalho no sector do vinho e mais de 23 anos na formação de colaboradores espe-cializados na seção de vinhos de supermercados de todo o Brasil.

As principais redes de supermercados de diferentes estados já confirmaram participação no Festival, nomea-damente as insígnias Carrefour, Pão de Açúcar, Wall Mart – BIG, Cencosud, Supermercados BH, Irmãos Muffato, Zona Sul, Super Big, Makro Atacadista, Supermercado Guanaba-ra, Supermercado Mundial e Giga Atacado. Lojas e importa-doras como a World Wine, Empório Frei Caneca, Casa Santa Luzia, Superadega e Empório Vinhares também vão dedicar atenção especial aos vinhos portugueses. As duas maiores plataformas e-commerce de vinhos do Brasil, Wine.com e Evino, vão realizar campanhas de promoção exclusivas de vi-nhos portugueses durante o Festival.

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Nesta iniciativa, Maria do Céu Antunes teve oportunidade de teste-munhar a importância da simbiose entre o setor primário e o tu-

rismo para o desenvolvimento dos territórios, exemplificada nalguns dos seus casos de maior sucesso: Aldeias de Montanha, Aldeias Históricas de Portugal e Aldeias do Xisto.

O dia começou nas Casas da Lapa, situadas na Aldeia de Montanha de Lapa dos Dinheiros, Seia, onde teve lugar um pequeno-almoço regional. Seguiu-se uma deslocação à Praia Fluvial da Aldeia de Montanha de Lo-riga e um contacto com a empresa Abicarnes, na Aldeia de Montanha de Valezim. A iniciativa terminou com uma visita à Aldeia Histórica de Linhares da Beira, Celorico da Beira.

A deslocação foi acompanhada pelo presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, e pelos coordenadores das Aldeias de Montanha, Aldeias Históricas de Portugal e Aldeias do Xisto, respe-tivamente Célia Gonçalves, Dalila Dias e Rui Simão, assim como por autarcas e outras individualidades da região.

Na ocasião, a ministra destacou a ligação cada vez mais estreita en-tre o setor primário - a agricultura - e o turismo, exemplificando com as redes das Aldeias de Montanha, do Xisto ou Históricas de Portu-gal. “Este território não ficou à espera que as coisas acontecessem” e avançou com projetos que “envolvem as comunidades locais das aldeias” e que se situam “maioritariamente no interior”. “Esta rede simbiótica de aldeias deste território do Centro de Portugal faz a diferença e não é de hoje, nem deste Verão, nem deste contexto pandémico, é desde há muito tempo a esta parte e estes projetos fazem-no com uma persistência que faz acontecer”, elogiou a mi-nistra da Agricultura.

“O desenvolvimento agrícola é determinante para a vitalidade

de territórios como estes, para poderem alimentar to-dos os setores conexos, como é o caso do turismo, e só por isso vale a pena estar aqui a celebrar o Dia Mundial do Turismo, reforçando o papel determinante para o de-senvolvimento rural, para a criação de emprego qualifi-cado, para uma vitalidade dos territórios que combatem o abandono e a desertificação. Estamos a criar aqui con-dições para manter os pastores, os agricultores, as espé-cies autóctones”, sublinhou Maria do Céu Antunes.

Pedro Machado, por sua vez, frisou que a pandemia em que vivemos, apesar de ter “fechado portas, nomea-damente as aeroportuárias de mercados decisivos para o Centro de Portugal, como o Brasil, Alemanha, França, abriu algumas janelas”. “Janelas de oportunidade para territórios como este, janelas de oportunidade para o turismo ativo, para o cicloturismo, para a gastronomia, para a saúde e bem--estar, para muitos daqueles produtos que são o portefólio que temos, com vantagem competitiva no Centro de Portu-gal”, disse. “Muitos portugueses redescobriram o seu próprio país e não só tiveram boas surpresas, como acredito que vão voltar em 2021 e em 2022 e, mais do que isso, vão recomendar aos amigos e colegas de trabalho, mas também nas redes so-ciais onde vão ‘instagramar’ muito daquilo que puderam obser-var e, seguramente, essa janela de oportunidade vai servir para reforçar estes três projetos que aqui falámos hoje”, acrescentou.

Por parte das Aldeias de Montanha, Célia Gonçalves realçou igualmente a forte ligação entre o mundo rural e a atividade tu-rística, exemplificando com o que se passa na rede que coordena.

“A autenticidade das aldeias está presente nas expe-riências turísticas que estes territórios proporcionam a quem os visita. A atividade turística está cada vez mais próxima das comunidades locais”, considerou.

Rui Simão apresentou as principais características intrínsecas das Aldeias do Xisto, nomeadamente a “paisagem, que é o primeiro anfitrião do turista” e deu a conhecer os principais objetivos da rede, como “de-senvolver bens e serviços que sejam significantes para os lugares e para os habitantes”. Como exemplo, deu a plataforma Book in Xisto, que permite a reserva online de alojamento e experiências nas várias Aldeias do Xisto.

Já Dalila Dias realçou que as três redes são “uma im-portante mais-valia para a região Centro”, destacando a dualidade sempre presente entre o espaço rural e a di-mensão turística. “As 12 Aldeias Históricas de Portugal têm tirado partido desta ligação. São 12 aldeias com monumen-tos nacionais, com um lado patrimonial que é fundamental preservar”, mas que se complementam com experiências di-versificadas, exemplificando com “a maior rota de walking e cycling do país”, entre outras propostas. “Os recursos já estão cá, vamos dar-lhes uma nova vida”, concluiu.

Turismo do Centro oferece noites nas redes de Aldeias da região

O Turismo Centro de Portugal vai oferecer noites nas Aldeias de Montanha, Históricas e de Xisto, ao abrigo de um passatempo

hoje apresentado para assinalar o Dia Mundial do Turismo.Turismo do Centro oferece noites nas redes de Aldeias da região. “É um

passatempo que já foi colocado nas redes sociais e que tem a atribuição de ‘vouchers’ distribuídos respetivamente pelas três redes [Aldeias de Monta-nha, Aldeias Históricas de Portugal e Aldeias de Xisto], que vão oferecer experiências aos portugueses ou estrangeiros”, anunciou o presidente do Turismo Centro de Portugal.

Pedro Machado explicou que, contrariamente ao que o Turismo do Cen-tro costuma fazer, com iniciativas nos postos de turismo com produtos endógenos, este ano avançou com uma iniciativa diferente “face aos con-dicionalismos e à conjuntura atual do estado de contingência” por causa da pandemia de covid-19. “Entendemos substituir, não a capacidade de manter a hospitalidade e de receber bem nos postos de turismo, mas criar estes passatempos, aproveitando as redes sociais e aquilo que po-dem significar na acessibilidade para mais cidadãos poderem usufruir”, justificou.

A pandemia “não trouxe nada de bom”, assumiu Pedro Machado, “mas criou janelas de oportunidade a estes territórios que souberam responder muito positivamente aos desafios que foram criados”. Os três projetos envolvidos no passatempo - Aldeias de Montanha; Al-deias Históricas de Portugal e Aldeias de Xisto - oferecem, cada uma delas, duas noites em dois locais distintos de cada um dos projetos para usufruírem de espaços, experiências turísticas e culturais que cada uma destas “Aldeias” proporciona.

Para celebrar o Dia Mundial do Turismo

Ministra da Agricultura visitou as aldeias históricas da região da Serra da Estrela

Celebrar o Dia Mundial do Turismo, que este ano tem como mote ‘Turismo e Desenvolvimento Rural’, foi o objectivo da acção que levou a ministra da Agricultura a visitar as aldeias de Lapa dos Dinheiros, Loriga, Valezim e Linhares da Beira, na região da Serra da Estrela.

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A CAP defendeu a criação de um programa que permita aos agricul-tores produzir energias renováveis, dando resposta ao desafio das

alterações climáticas. “Na linha de ambição europeia de promover a utili-zação de energias renováveis e corresponder aos desafios das alterações climáticas, a CAP preconiza a implementação de um programa que per-mita aos agricultores portugueses produzirem energia renovável, valori-zando os recursos e tendo em conta as especificidades próprias do setor, através de um balanço do consumo anual ou intra-anual de três anos, de forma a abranger as especificidade e a sazonalidade dos consumos”, lê-se no documento “Ambição Agro 2020-30”. Em causa está um con-junto de propostas que pretendem enquadrar a visão do setor agrícola na recuperação económica do país.

“Um verdadeiro contributo para a recuperação da economia”

A cerimónia, que pelas atuais circunstâncias juntou um número mais restrito de convidados e foi transmitida em formato webinar, contou com a presença do Presidente da República, que fez o dis-curso de encerramento. Presentes estiveram também governantes e representantes de vários ministérios, como da Economia e Tran-sição Digital ao Planeamento; da Coesão Territorial ao Ambiente, da Agricultura à pasta da Internacionalização. Um facto pelo qual a CAP se congratula, uma vez que deixa bem vincado o papel da agricultura portuguesa como motor da economia nacional e como eixo fundamental da estratégia de recuperação económica que o País terá de encetar na próxima década.

Perante a plateia presencial, que incluiu ainda representantes

de diversos partidos e ex-ministros da Agricultura, e os mais de 500 participantes que acompanharam a ceri-mónia via webinar ZOOM e Facebook Live, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, caracterizou a Ambi-ção Agro2020-30 como “um verdadeiro contributo para a recuperação da economia nacional e um impulso para a coesão e progresso social, tendo apelado à “criação de uma estrutura de gestão, próxima do poder de decisão, capaz de resistir aos ciclos eleitorais e orçamentais no decurso da próxima década, para garantir a mais eficaz e adequada alocação de recursos financeiros ao mundo rural e agrícola, para aumentar a inovação, a sustentabilidade e as exportações”. “

A crise pandémica veio confirmar a resiliência do setor agroalimentar e agroflorestal perante as situações mais ad-versas e não apenas em contextos de crescimento, demons-trando a sua mais-valia vital para a economia nacional. Em 2019 esta atividade atingiu um VAB de cerca de 17 mil milhões de euros, com as suas exportações a representarem pratica-mente 20% das vendas totais de bens de Portugal ao exterior. Entre 2010 e 2019, as exportações agroalimentares e agroflo-restais, no seu conjunto, registaram um crescimento superior a 50%.

Atendendo ao peso da agricultura na economia portuguesa, mas também ao papel de superação que este setor tem em con-textos económicos mais adversos, a CAP apresentou um plano de ações estratégicas, horizontais, que potenciam o desenvolvi-

mento do setor Agro de forma integrada com o desejado progresso do País. Para tal, contou com o contributo de um painel alargado de especialistas, com diferentes visões e perspetivas, que ajudaram a elaborar um conjunto de orientações estratégicas em áreas de atuação fulcrais para uma Agricultura mais verde, sustentável e produtiva.

Um documento “reivindicador”

O documento “reivindicador”, como lhe chamou o presidente da CAP, elenca um conjunto de medidas para modernizar o setor e recuperar a economia com a ajuda dos fundos europeus, abordando áreas como a tec-nologia, energia, água e os solos. “É um documento um pouco diferente do habitual, não é reivindicativo, mas reivindicador. É apresentando no âmbito da estratégia que o Governo pretende implementar para abarcar a ajuda financeira que vai receber da União Europeia”, afirmou o presi-dente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Trata-se de uma proposta programática de médio e longo prazo, di-vidida em “10 eixos estratégicos: Rede de Infraestruturas indispen-sáveis; qualificação da população, a aceleração da transição digital, as infraestruturas digitais, a Ciência e Tecnologia; Saúde e o futuro; Estado Social; Reindustrialização do país; Reconversão industrial; Transição energética e eletrificação da economia; Coesão do terri-tório, Agricultura e Floresta; Novo paradigma para as cidades e a mobilidade; e Cultura, Serviços, Turismo e Comércio.

“Agricultura não parou e foi fundamental em período de confinamento”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encerrou a apresentação do documento “Ambição Agro 2020-30” e defendeu que os agricultores portugueses “são excecionais”, destacando o papel do setor durante os primeiros meses da pandemia de co-vid-19.

“Os agricultores portugueses são excecionais e foram exce-

cionais durante o período inicial da pandemia. A agricultura não para e não parou, e isso foi [...] fun-damental em período de confinamento”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na cerimónia de encerramento da apresentação do documento “Ambi-ção Agro 2020-30”, elaborado pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Para o Presidente da República, o sucesso da decla-ração do Estado de Emergência e das suas sucessivas renovações, “com confinamento voluntário, está liga-do largamente à garantia que os agricultores deram” e também ao setor do comércio e da indústria. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, foi essa garantia que permitiu “que não houvesse um vazio económico e social superior ao que tinha de existir pelas circunstâncias”.

Recuperação económica passa pelo “robustecimento da agricultura”

O primeiro-ministro enviou uma mensagem gravada e defendeu que é inquestionável que a recuperação económi-ca passa pelo robustecimento da agricultura, agradecendo ainda ao setor pela resposta dada perante a pandemia de covid-19. “Hoje, ninguém questiona que recuperar a econo-mia passa por robustecer o setor agrícola, e este é o nosso desígnio. Com o contributo da CAP [Confederação dos Agri-cultores de Portugal], vamos alcançar as nossas metas”, afir-mou António Costa.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro agradeceu ainda ao setor pela resposta que tem dado durante a pandemia de covid-19, permitindo que nada falte na mesa dos portugueses. “Pedimos às pessoas que ficassem em casa, mas houve outros, contudo, que não o puderam fazer. Se não faltou nada à nossa alimentação é porque houve alguém que arregaçou as mangas.

Por uma agricultura mais sustentável, mais inovadora e mais exportadora

CAP apresentou documento estratégico “Ambição Agro 2020-30”

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) apresentou o documento estratégico “Ambição Agro 2020-30”, que contou com a contribuição de um painel alargado de especialistas, que delinearam ações estratégicas para áreas de atuação vitais como as Energias Renováveis; a Tecnologia e Digitalização; a Gestão da Água, do Solo e Combate à Desertificação; a Floresta e Sustentabilidade do Ter-ritório; e o Desenvolvimento Industrial e Agroalimentar; entre outras.

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Temos de agradecer aos agricultores portugueses, que permitiram que nada faltasse na mesa dos portugueses”, notou.

Costa lembrou ainda que as alterações climáticas são uma realidade e que a subsistência da agricultura depende do combate às mesmas. No que se refere à temática da inovação e das exportações, também abordada no documento da CAP, o governante lembrou que Portugal reduziu em 400 milhões de eu-ros o seu défice alimentar e as exportações cresceram 5% ao ano na última década, graças ao contributo da agricultura.

Ambição Agro 2020-30 recebeu o contributo de um painel alargado de especialistas

A crise pandémica veio confirmar a resiliência do setor agroalimentar e agroflorestal perante as situações mais adversas e não apenas em contex-tos de crescimento, demonstrando a sua mais-valia vital para a economia nacional. Em 2019 esta atividade atingiu um VAB de cerca de 17 mil mi-lhões de euros, com as suas exportações a representarem praticamente 20% das vendas totais de bens de Portugal ao exterior. Entre 2010 e 2019, as exportações agroalimentares e agroflorestais, no seu conjunto, registaram um crescimento superior a 50%.

Atendendo ao peso da agricultura na economia portuguesa, mas também ao papel de superação que este setor tem em contextos eco-nómicos mais adversos, a CAP apresentou um plano de ações estraté-gicas, horizontais, que potenciam o desenvolvimento do setor Agro de forma integrada com o desejado progresso do País. Para tal, contou com o contributo de um painel alargado de especialistas, com dife-rentes visões e perspetivas, que ajudaram a elaborar um conjunto de orientações estratégicas em áreas de atuação fulcrais para uma Agricultura mais verde, sustentável e produtiva.

António Sampaio e Mello, professor de Finanças na Universidade de Wisconsin e no MIT, coordenou um painel de especialistas que se debruçaram sobre sete áreas de ação específicas e que fizeram as devidas intervenções nesta sessão: Jorge Vasconcelos, presi-dente da NEWES - New Energy Solutions e professor do Instituto Universitário Europeu, em Florença, abordou o tema a área das Energias Renováveis e Sustentabilidade Ambiental; António Câ-

mara, professor da Universidade Nova de Lisboa, debruçou-se sobre a temática Tecnologia e Digita-lização; Francisco Nunes Correia (numa mensagem lida pelo presidente da CAP, na impossibilidade da sua presença), especialista em Hidrologia e Ambiente e ex-ministro do Ambiente, analisou o tema da Ges-tão da Água, do Solo e Combate à Desertificação; a área da Promoção Comercial e Valorização Interna e Externa foi analisada pelo secretário geral da CAP, Luís Mira; já o tema da Floresta e Sustentabilidade do Ter-ritório foi o eixo da intervenção de António Gonçalves Ferreira, vice-presidente da CAP e presidente da União da Floresta Mediterrânica; António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, falou sobre o Desenvolvimento Industrial e Agroalimentar; en-quanto Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro abordou a área dedicada aos Centros de Investigação e Desenvolvimento Nacionais. An-tónio Sampaio e Mello fechou o ciclo de intervenções, com uma apresentação dedicada ao tema “A Economia depois da pandemia”.

A governante, que falava em Nelas, no Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, acrescentou ain-

da que outro desafio é “poder inverter a demografia e a tendência demográfica do país com o envelhecimen-to, nomeadamente no setor agrícola” e conseguir “ter territórios mais resilientes e mais preparados”. “Para isso, sabemos que é preciso mais conhecimento, mais tecnologia e mais investigação dedicada e orientada para estes desígnios” referiu Maria do Céu Antunes que disse que “estes 24 polos querem ser o motor das políti-cas publicas” para atingir as “metas ambiciosas traçadas pela agenda de Inovação para a agricultura 20/30”.

Daqui a 10 anos, em 2030, disse, o objetivo é “poder atingir as metas ambiciosas, nomeadamente fazer com que 80% dos jovens agricultores se instalem no interior do país e fazer com que mais 20% da nossa população adira à dieta mediterrânica como forma de saúde e promoção de bem-estar. “Que possamos aumentar a produção agrícola em 15% e onde possamos também fazer com que o inves-timento na investigação e no desenvolvimento tecnológico possa ser aumentado em 60%”, enumerou, acrescentando que “o desejo é valorizar a exportação em dois mil milhões de euros, mas por causa da pandemia, o valor poderá de ser ajustado”.

Sem qualquer orçamento previsto para esta agenda de inovação - os polos vão funcionar em edifícios do Governo já existentes -, Maria do Céu Antunes defendeu que “o pior que pode acontecer, do ponto de vista em política é traçar objeti-vos e estratégias em função do orçamento, porque fica sempre

coxo”. “Ou o orçamento não chega ou a estratégia fica sempre diminuída e esta agenda é ambiciosa e deve alocar fundos sejam eles da Agricultura, da Coesão, das Ciências, dos orçamentos de Estado ou a partir dos instrumen-tos mecanizados em Bruxelas”, assumiu.

Da mesma forma que ainda não há orçamento para a “requalificação de alguns dos polos que estão obsoletos”, admitiu a ministra, como é o caso do de Nelas, onde decorreu a apresentação da rede e, para o qual, o pre-sidente da Câmara ainda não tem um levantamento feito do investimento necessário. “A presença aqui de todos estes responsáveis políticos, leva--me a crer que, até ao final do ano, poderá haver novidades. Estamos incluídos na rede e queremos saber em que se consubstancia esta rede da inovação para o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão”, adiantou José Borges da Silva.

No seu entender, “tem de haver um envolvimento entre os agentes lo-cais e económicos, instituições de ensino e os ministérios essenciais para dinamizar o centro que exige a requalificação das instalações e dos ins-trumentos de investigação e apetrechamento de recursos humanos”.

Durante a apresentação, o secretário de Estado da Ciência, Tecnolo-gia e Ensino Superior, José Sobrinho Teixeira, destacou que “nunca o setor agrícola esteve tão qualificado como agora e a tendência é que seja cada vez mais qualificado”.

Da mesma forma que a ministra da Coesão Territorial, Ana Abru-nhosa, elogiou a meta da agenda ou “querer que 80% dos jovens agricultores se fixem no interior, porque isso é tornar o território mais coeso”.

Os 24 polos distribuídos pelo país vão trabalhar “cadeias de valor e valorização de produtos endógenos” como a fruta, o vinho, vinha e espumante, o olival e azeite e a horticultura, os cereais, as legu-minosas, a produção animal e pastagens e forragens.

Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão é um dos polos

Ministra da Agricultura apresentou em Nelas rede de inovação para o setor

A ministra da Agricultura apresentou em Nelas a rede de inovação para o setor, projeto que vai atentar aos desafios do futuro, como alterações climáticas ou desigualdades sociais e territoriais. “São 24 polos que constituem uma rede que se quer consolidada,

moderna, tecnológica e preparada para fazer face àquilo que são os desafios que temos pela frente como o combate às alterações climáticas, o esbater as desigualdades sociais e territoriais”, explicou Maria do Céu Antunes.

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Em comunicado, o município do distrito de Castelo Branco explica que o valor ainda é provisório e que os técnicos da autarquia se mantêm

no terreno a proceder ao levantamento de todos os estragos causados pelo fogo que depois alastrou a Oleiros e Castelo Branco e que demorou vários dias a ser extinto.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, salienta que já reivindicou junto do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a necessidade de o Governo, através do Ministério da Agricultura, abrir um aviso específico de apoio para os pequenos agricultores, que perde-ram uma importante fonte de rendimento.

Salientando a extrema violência do incêndio que terá destruído 16 mil hectares, João Lobo também defende a urgência de se tomarem medi-das que ajudem “a resolver um problema estrutural que se criou e tem vindo a agravar nas últimas oito décadas”. “Não podemos voltar com as mesmas soluções e esperar resultados diferentes. Temos de ter solu-ções diferentes”, aponta o autarca, citado na nota de imprensa.

O autarca defende que é necessário definir uma gestão profissio-nalizada da floresta, pois “as políticas públicas só se exercem em ter-reno público. Não defendo que nacionalizemos os territórios, pois os privados continuarão a ser proprietários, mas vão ter que perder a capacidade de gestão quando não contribuem para uma floresta ordenada e segura”.

João Lobo afirma, igualmente, que “só a existência de áreas lim-

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Segundo dados revelados pelo SIBS Analytics

Manteigas foi o concelho do país com maior crescimento de consumo no Verão

Manteigas é o concelho do país onde o consumo global registado, através de operações bancárias, mais aumentou neste Verão, destacando-se dos restan-tes com uma subida exponencial de 34%, segundo dados revelados recente-mente pelo SIBS Analytics, em parceria com o Turismo de Portugal.

Nas posições seguintes surgem os concelhos de Terras de Bouro (16%), Porto Santo (5%) e Grândola (3%), conforme dados publicados na segun-

da edição da infografia ‘Destinos de Verão’, cuja análise conclui que o “consu-mo português trava queda no turismo em Verão atípico”.

Os dados apresentados revelam um novo perfil de turista nacional, através da análise da variação do consumo nas regiões portuguesas face ao período homólogo, com uma maior tendência na procura dos destinos turísticos do interior.

Neste período de pandemia, com todas as restrições impostas no comba-te ao surto da COVID-19, o consumo global em Portugal sofreu uma quebra de 9%, onde as operações com cartões bancários internacionais registaram uma descida de 48% face a 2019, tendo sido o consumo português, com uma redução de apenas 3%, “aquele que contribuiu para travar a queda do consumo global nacional”.

No incêndio de 13 de Setembro

Câmara de Proença-a-Nova estima prejuízos de sete milhões de euros

A Câmara de Proença-a-Nova estima que os prejuízos causados pelo incêndio, que deflagrou no dia 13 no concelho, ultrapassem os sete milhões de euros, entre danos florestais, ambientais e agrícolas, bem como infraestruturas e recursos hídricos.

pas e geridas pode refrear o avanço das chamas em situa-ções como as que se viveram neste incêndio”, pelo que aguarda com “expectativa” a implementação de algumas medidas recentemente aprovadas sobre esta matéria, no-meadamente as áreas de gestão de integração da paisagem, de que Proença-a-Nova faz parte do projeto-piloto, ou o ar-rendamento forçado quando os proprietários não limpam e não gerem os seus terrenos dentro das áreas que tiverem planos de gestão eficazes.

O edil considera ainda que a obrigatoriedade de limpeza das faixas de gestão de combustível junto dos aglomerados florestais pode ter feito a diferença em algumas aldeias nes-te incêndio, nomeadamente Fórneas e Dáspera. “Na gestão de combustível junto aos aglomerados, Proença-a-Nova é um exemplo”, salienta, destacando o “papel essencial dos habi-tantes das localidades na defesa do seu património, feito sem o auxílio inicial dos bombeiros, só possível porque a gestão de combustível estava feita”.

Sublinhando ainda a importância do trabalho dos bombeiros, reitera que também são precisas mudanças na vertente do com-bate aos incêndios. “Precisamos organizar as forças que temos no território e que fora da época dos incêndios exerçam outras fun-ções na defesa da floresta”, apontou.

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No território Viseu Dão Lafões encontram-se algumas das maiores e mais carismáticas montanhas de Portugal, servidas por uma rede

de estradas com características que cumprem os critérios que definem as “Subidas Épicas”.

Neste contexto, a CIM Viseu Dão Lafões promoveu, em parceria com os respetivos municípios, os circuitos de: S. Pedro do Sul – Arada (S. Pedro do Sul); Castro Daire – Montemuro (Castro Daire); Campo de Bes-teiros – Caramulinho (Tondela); Vouzela – Adsamo (Vouzela).

As Subidas Épicas Viseu Dão Lafões são compostas pelos quatro cir-cuitos agora sinalizados. Apresentando, cada um deles, uma distância igual ou superior a 6 km, com etapas acima dos mil metros de altitu-de, com diferenças de cotas iguais ou superiores a 500 metros, um declive médio igual ou superior a 4% e, pelo menos, 20% da distância com inclinação igual ou superior a 10%, cumprindo assim os critérios definidos para uma Subida Épica.

Com esta iniciativa, integrada no projeto Bike Roads/Subidas Épi-cas, os amantes do ciclismo passarão a dispor de um desafio único, na região Viseu Dão Lafões.

Recorde-se que as Bike Roads – Subidas Épicas são um conjunto selecionado das melhores estradas de montanha para a prática de ciclismo, permitindo aos utilizadores desfrutar destes circuitos em autonomia e ao longo de todo o ano. São subidas cujas carac-terísticas técnicas, associadas à distância, desnível acumulado, altitudes, inclinações e paisagem, as transformam em desafios

A “Adaptação às Alterações Climáticas na Região Vi-seu Dão Lafões” foi o mote desta conferência, onde

foram debatidos temas como o “Papel, Estratégia e Pro-jetos Promovidos pela CIM Viseu Dão Lafões”, “Risco de Incêndios Florestais na Região Viseu Dão Lafões” e “Geor-referenciação e Cartografia Intermunicipal de Risco de On-das de Calor, Erosão dos Solos, Secas e Escassez de Água”.

A iniciativa contou com as intervenções de Sérgio Barro-so, diretor do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Carlos Delgado, gestor de Projeto Bizfuture, e José Luís Zêzere, professor Catedrático do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, num de-bate moderado por Luís Carvalho, chefe de projeto do CEDRU.

Para o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, “com este webinar, a CIM Viseu Dão Lafões procurou, de novo, con-tribuir para promoção e partilha de conhecimento relativo aos riscos associados às alterações climáticas, como sejam, ondas

No âmbito do projeto “Produção de Conhecimento sobre Riscos Associados as Alterações Climáticas”

Comunidade Intermunicipal debateu “Adaptação às Alterações Climáticas

na Região Viseu Dão Lafões”Debater as consequências das alterações climáticas na região, bem como as medidas de adaptação que poderão ser implementadas

em resultado do aprofundamento do conhecimento sobre riscos e vulnerabilidade climática da região Viseu Dão Lafões, para servirem de base para a elaboração de planos municipais de emergência e de defesa da floresta contra incêndios, foi o objetivo de um webinar promovido pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, através do seu Gabinete Técnico Florestal.

de calor, erosão dos solos e incêndios florestais, bem como, informação sobre risco de incêndio florestal na região”, salientou Nuno Martinho.

“Este tipo de ações, que temos desenvolvido no âmbito da proteção civil e da defesa da floresta contra incêndios, afiguram-se como instru-mento fundamental para dotar o território de conhecimento e ferra-mentas que permitam uma maior sensibilização para a problemática das alterações climáticas facilitando, não só, o alinhamento de estra-tégias municipais, numa perspetiva de adaptação face às inevitáveis alterações climáticas, bem como o robustecimento da informação na área da proteção civil, consolidando um trabalho desenvolvido, em prol do território, baseado na adoção de princípios da sustentabili-dade, equidade e coesão territorial”, concluiu o Secretário Executivo.

Esta iniciativa, desenvolvida no âmbito do projeto “Produção de Conhecimento sobre Riscos Associados as Alterações Climáticas para a Região Viseu Dão Lafões”, cofinanciado pelo POSEUR, Portu-gal 2020 e Fundo de Coesão, contou com a participação de técnicos municipais e forças de proteção civil da região.

apelativos para os ciclistas amadores ou profissionais, permitindo replicar as sensações vividas nas competi-ções profissionais mais carismáticas.

Para o secretário Executivo da CIM Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, “esta iniciativa enquadra-se na estraté-gia, que a CIM Viseu Dão Lafões delineou, de consolida-ção da região enquanto destino de turismo natureza, atra-vés da criação de um produto compósito no domínio do Walking & Cycling que alia percursos pedestres, ecopistas, centros de BTT e Trail às subidas épicas”.

“Com o projeto Subidas Épicas Viseu Dão Lafões, a CIM, pretende valorizar os territórios de montanha e respetivo património natural, através da promoção das suas estradas enquanto produto turístico diferenciado capaz de dar respos-ta aos mais recentes fluxos turísticos ligados ao ciclismo e ci-cloturismo”, concluiu o Secretário Executivo.

A CIM Viseu Dão Lafões assinalou a ocasião em quatro mo-mentos distintos, em Vouzela, Campo de Besteiros (Tondela), S. Pedro do Sul e Castro Daire.

Um investimento que ascende a 40 mil euros

Viseu Dão Lafões desafia amantes do ciclismo com 4 Subidas Épicas

Num investimento que ascende a 40 mil euros, ao abrigo do projeto “Promoção dos Produtos Turísticos Integrados de Base Inter-municipal”, a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões sinalizou os quatro circuitos que constituem as Subidas Épicas Viseu Dão Lafões.

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Diz a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo

Açores “são um exemplo de boas práticas” sustentáveisO Governo dos Açores disse que a região é um

“exemplo de boas práticas” sustentáveis e que está “à frente” da “nova abordagem mundial” do setor do turismo assente na sustentabilidade.

Segundo a secretária regional da Energia, Ambien-te e Turismo, Marta Guerreiro, os Açores são “um

exemplo de boas práticas na área da sustentabilidade, com uma notoriedade internacional muito positiva”.

Marta Guerreiro destacou que a região se afirmou “no mercado turístico como o primeiro e único arquipélago do mundo, e a única região do país, com a certificação de des-tino sustentável”, atribuída pela certificadora Earthcheck, em dezembro de 2019.

A governante falava em Lagoa, na ilha de São Miguel, na cerimónia de abertura do terceiro fórum da Cartilha de Sus-tentabilidade dos Açores. A secretária regional recordou as palavras do comissário europeu Thierry Berton em 21 de Abril que afirmou ser necessário “reinventar o turismo do amanhã”, que deve assentar na sustentabilidade, evitando a “sobrelota-ção” e apostando na “proximidade.

Segundo Marta Guerreiro, os Açores percorreram um cami-nho que faz com que o arquipélago esteja “à frente naquela que tem de ser a nova abordagem no setor do turismo”. “Esta pode ser uma nova abordagem mundial do setor, mas, para os Açores, este foi o caminho que escolhemos percorrer nos últimos anos, antecipando um conjunto de trabalhos de organização e planea-mento em defesa do território e do setor”, afirmou a secretária.

“Climalert” inclui uma app para telemóvel e uma plataforma Web

Universidade do Minho cria aplicação para alertar agricultores sobre mudanças climáticas

O Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Universidade do Minho coordena um projecto para alertar os agricultores sobre mudanças climáticas, ajudando-os a optimizar a irrigação das culturas e a antecipar ou adiar colheitas.

A Universidade do Minho refere que o projecto, denominado “Clima-lert”, inclui uma aplicação para telemóvel e uma plataforma Web.

“A aplicação de telemóvel, em fase de testes, permite de forma simples e gráfica que o agricultor registe e analise tendências do estado da sua cultura e da produtividade ou avalie ciclos de temperatura, precipitação e intempéries”, lê-se no comunicado. A par da aplicação, está a ser con-cebida uma plataforma Web de apoio à tomada de decisão no sector da água, de modo a planear cenários de exploração agrícola e uso hídrico a médio e longo prazo.

“Quem decide e investe, vê assim as probabilidades mais benéficas para o meio ambiente e para o seu negócio”, sublinha-se no comunica-do. O projecto junta parceiros de Portugal, de Espanha e da Alemanha e conta com 845 mil euros da União Europeia, até 2021. Vai ser apresen-tado esta sexta-feira, no Mosteiro de Tibães, em Braga, no âmbito do Greenfest, um festival de sustentabilidade.

interesses dos sectores da agricultura e dos recursos hídricos”. “O que é difícil, pois a água é muito utilizada na agricultura, mas por ve-zes devolvida aos ecossistemas de forma contaminada”, diz a também investigadora do CBMA e professora da Escola de Ciências da Uni-versidade do Minho. Para Cláudia Pascoal, “este projecto é valioso, pois promove a sustentabilidade com benefícios económicos para agricultores e para os gestores ambientais, que têm de gerir bacias hidrográficas tendo em conta as alterações climáticas”.

As ferramentas do Climalert foram criadas na Universidade do Minho, através dos centros de investigação CBMA, Algoritmi e de Sistemas Microeletromecânicos, e estão a ser testadas nos três países do consórcio. O Climalert envolve ainda o Instituto Portu-guês do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Instituto Catalão de Investi-gação da Água (em Espanha) e o Centro de Investigação Ambien-tal Helmholtz (na Alemanha).

A intervenção no Estádio Municipal custou mais de 389 mil euros e teve uma comparticipação

no valor de 179.962,56 euros no âmbito do programa BEM -- Beneficiação de Equipamentos Municipais. As obras incluíram a substituição da cobertura (que era em chapas de amianto), o revestimento a capoto nas pare-des da zona das bancadas e dos balneários, a melhoria do conforto térmico, a construção de uma pista de atletismo e a pavimentação da área envolvente, entre outras inter-venções.

«Atendendo às obras realizadas, foi um excelente inves-timento, necessário e muito importante para continuarmos a ter qualidade de vida e pela disponibilização aos grupos desportivos, às associações e às escolas», disse o presidente da Câmara Municipal de Trancoso.

O processo de construção da pista de atletismo foi acom-panhado por técnicos da Associação de Atletismo da Guarda. «Queremos que seja utilizada com muita frequência e quere-mos disponibilizá-la aos grupos desportivos, às associações e às escolas», acrescentou.

A cerimónia de inauguração das obras de requalificação do Estádio Municipal Dr. Fernando Lopes foi presidida pelo secretá-rio de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Mi-

guel. Para a cerimónia foi também convidada a campeã olímpica Rosa Mota, para que sirva «de motivação a muitos dos atletas e jovens» de Trancoso «que gostam do atletismo», justificou Amílcar Salvador.

As obras de requalificação do Posto de Turismo representam um inves-timento global de 58 mil euros e tiveram uma comparticipação de 47 mil euros do Programa de Ação da Estratégia de Eficiência Coletiva das Aldeias Históricas de Portugal 2020.

O edifício, situado junto das Portas d›El Rei, numa das entradas princi-pais do centro histórico, encontrava-se «bastante deteriorado» e «já não respondia às atuais necessidades», segundo o autarca. «Hoje temos um Posto de Turismo requalificado, bonito e espaçoso, para recebermos bem quem nos visita», disse.

Amílcar Salvador referiu que o centro histórico de Trancoso «é dos mais bonitos do país, está bem preservado» e regista anualmente «um fluxo turístico muito significativo», lembrando que, em 2019, só pelo castelo, passaram «quase 32 mil visitantes».

Referiu que o município está a «apostar forte» no setor do turis-mo e destacou as intervenções em curso na aldeia de Moreira de Rei (onde existe aquela que é considerada a maior necrópole de sepulturas antropomórficas da Península Ibérica) e no castelo de Trancoso (com a execução do projeto «Do monumento construído ao monumento interpretado»).

Tal como o Estádio Municipal Dr. Fernando Lopes

Posto de Turismo de Trancoso reabriu após obras de requalificação

O Posto de Turismo de Trancoso já reabriu «totalmente remodelados», após a realização de obras de requalificação. Também o Está-dio Municipal Dr. Fernando Lopes sofreu obras e já está disponível para a comunidade. Segundo o presidente da Câmara de Trancoso os dois equipamentos encontravam-se «bastante deteriorados» e necessitavam de obras de recuperação e “são dois equipamentos muito importantes para o concelho de Trancoso», referiu Amílcar Salvador.

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Iniciativa decorreu em diversos locais da cidade de Viseu

Cubo Mágico recebeu cerca de 12.000 pessoas em 104 das 802 atividades

Cerca de 12.000 pessoas assistiram a 104 espetáculos, das 802 ativida-des que se realizaram no âmbito do Cubo Mágico ao longo de dois meses, adiantou o vereador da Cultura da Câmara de Viseu. “Foram realizadas 802 atividades culturais e de animação urbana, das quais 104 com plateias or-ganizadas, com reserva de lugar prévio. Essas 104 atividades, que corres-pondem a espetáculos de música e de cinema, contaram com cerca de 12.000 pessoas”, enumerou Jorge Sobrado.

O vereador falava da programação do Cubo Mágico, que decorreu em Viseu entre 21 de Julho e 21 de Setembro, em “três palcos perma-

nentes e mais seis recintos pontualmente utilizados”, e “um pouco por toda a cidade”. “Foram mobilizadas mais de 200 estruturas artísticas e culturais e, na vertente de mercados e de feiras e reativação de lojas, foram envol-vidas 143 empresas ou operadores económicos itinerantes. Estimamos que, no conjunto, foram envolvidas mais de 2.000 pessoas”, contabilizou.

Segundo aquele responsável, estes foram os números que a autarquia conseguiu registar, uma vez que o Cubo Mágico “decorreu em espaço público, em espaços abertos, e tirou partido mais da organização e da disciplina do espaço público do que da criação de recintos fechados, cobertos ou limitados”, sendo que esse público não é possível de con-tabilizar”. Uma programação que decorreu durante a pandemia de co-vid-19, mas que, explicou Jorge Sobrado, “se no início o público estava com algumas dúvidas”, o evento “foi conquistando a cidade de Viseu e a região pelo seu conceito e pela sua atitude”.

“Do que conhecemos, pela informação da autoridade de saúde lo-cal, não há e não houve, que seja do nosso conhecimento, nenhum caso de contágio associado às atividades do Cubo Mágico, nomeada-mente às atividades culturais e recreativas desenvolvidas”, assumiu Jorge Sobrado. Reforçou que as atividades “permitiram fragmentar o público, pulverizar as atividades em espaços, evitar as concen-trações garantindo um padrão muito elevado de higienização e de controlo de públicos, quer por parte da organização, quer por parte da segurança privada e da polícia que acompanhou o pro-grama”.

Um evento que, no entender de Jorge Sobrado, “acrescentou segurança a Viseu”, uma vez que “permitiu à cidade acolher, de

Com aquisição de novos equipamentos para Laboratório de Química

ACOS aumenta resposta às necessidades

dos produtores de azeitona e de azeite

A ACOS - Associação de Agricultores do Sul, sedeada em Beja, adquiriu re-centemente equipamentos para o Laboratório de Química e aumentou a

oferta de análises de azeite, indo ao encontro das necessidades dos produtores. Com mais estes equipamentos, passou a ser possível fazer no Laboratório da ACOS uma grande parte das determinações analíticas necessárias à classificação do azeite como virgem extra, virgem ou lampante, categorias definidas em re-gulamentos comunitários.

Estas análises permitem avaliar a qualidade e a pureza do azeite, ou seja, se este tem qualidade adequada à sua comercialização e se não tem misturas com outros óleos vegetais. É também já possível determinar o teor de componen-tes antioxidantes naturais relevantes para a saúde, ou seja, de polifenóis totais e de hidroxitirosol, tirosol e oleuropeina em azeitona e azeite.

O laboratório de Química da ACOS tem actualmente disponíveis análises de rendimento e qualidade em azeitona, análises de bagaço de azeitona, de qualidade e de pureza do azeite e ainda análises ao óleo de bagaço de azei-tona. Este tipo de análises permite verificar possíveis problemas na quali-dade da azeitona em resultado de falhas durante o processo de produção, transformação e armazenamento, que poderão conduzir a uma desvalori-zação do azeite produzido, e também problemas de pureza que podem re-sultar de contaminações acidentais ou de fraudes. As análises disponíveis permitem também a certificação do azeite que se destina à exportação, designadamente para o Brasil.

As análises químicas à azeitona são um instrumento objectivo de apoio ao processo de decisão sobre o momento ideal para a colheita. Permitem a monitorização do rendimento e qualidade das azeitonas ao longo da campanha, bem como a determinação das perdas de azeite no bagaço.

Para assegurar e atestar a qualidade dos resultados do laboratório, a ACOS pediu a acreditação pela norma NP EN ISO/IEC 17025, a qual foi obtida em 2015. A acreditação, segundo esta norma, é um reconheci-mento da competência técnica do Laboratório e obriga a um controlo de qualidade permanente dos ensaios realizados.

O controlo de qualidade implica, entre outros procedimentos, a participação em ensaios de comparação interlaboratorial, nos quais o organizador do ensaio envia uma mesma amostra para vários la-boratórios de todo o mundo, comparando e avaliando os resultados obtidos. O laboratório da ACOS participa anualmente em três en-saios - de âmbito internacional - de comparação interlaboratorial ao azeite e em um de azeitona.

Para o ano letivo 2020/2021

Politécnico de Viseu recebeu 2.400 novos estudantes

O Politécnico de Viseu (PV) registou o maior número absoluto de entradas de estudantes, na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, dos últimos dez anos. Os resulta-dos, que acompanham o aumento nacional, man-têm ainda o posicionamento na lista de politécnicos nacionais. No total dos concursos, esperam-se mais 2.400 novos estudantes no Politécnico de Viseu, no ano letivo 2020/2021.

O PV registou 847 candidatos colocados na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Supe-rior (CNAES), o maior valor dos dez últimos anos. Com uma taxa de ocupação de 64%, novamente a mais ele-vada no mesmo período, o PV mantém a posição na lis-ta de números absolutos de candidatos aos politécnicos nacionais, depois do Porto, Lisboa, Coimbra, Leiria, Setú-bal e Bragança.

Quando ainda faltam realizar as 2.ª e 3.ª fases do CNAES, os resultados dos restantes concursos e dos regi-mes de mudança de curso, João Monney Paiva, presidente do Politécnico de Viseu, indica que, apesar da tendência nacional de redução do número de estudantes internacio-nais, essa descida não é expectável no PV. Para 2020/21, Monney Paiva, aponta um total «2400 novos estudantes a quererem melhorar as condições com que se dispõem a en-frentar o futuro. Que é agora no Politécnico de Viseu».

O valor indicado resulta da previsão em crescendo da che-gada de novos estudantes nas várias ofertas formativas dis-ponibilizadas, em particular nas licenciaturas (onde se regista um aumento de 8% em relação ao ano anterior, mantendo--se um crescimento contínuo nos últimos quatro anos) e nos CTeSP. Para a 2.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensi-no Superior, que se iniciou a 28 de Setembro e termina a 9 de Outubro, o Politécnico de Viseu disponibiliza 484 vagas.

forma disciplinada e controlada, públicos, num con-texto de retoma do turismo, de desconfinamento so-cial e de aumento de interações das pessoas” e “até acrescentou segurança no encontro de famílias e emi-grantes”. “O programa foi feliz e bem-sucedido, sobre-tudo porque permitiu uma rampa de retoma de muitas atividades que estão a sofrer de forma muito violenta os efeitos da crise e os efeitos da travagem a fundo na eco-nomia”, defendeu. Nomeadamente, destacou o vereador, os setores da cultura e das artes, mas também todos os setores económicos, como o das diversões e das atividades itinerantes que há largos meses estavam numa situação de suspensão de atividade. “Mas também uma animação do comércio local, da restauração e da hotelaria que tiveram neste programa um balão de oxigénio e um acelerador da sua atividade, deixando, naturalmente, emprego e rendi-mento na cidade e na região”, considerou.

Jorge Sobrado defendeu mesmo que “foi um sinal de espe-rança para estes operadores que podem olhar para um hori-zonte a médio longo prazo com mais segurança e confiança”. “Foi também um sinal muito forte de que é possível fazer e os operadores estão agora mais confiantes e com mais conheci-mento para o futuro, porque a pandemia ainda continua. Há inúmeras relações que nos chegam do país de que, a partir de Viseu, conseguimos definir um modelo seguro e prudente das atividades. A opinião é muito generalizada e francamente muito positiva”, rematou.

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DiárioS De borDo

Genebra, Cidade do SulPor: Luís Serpa

Genebra aparece regularmente no topo das listas das melhores cidades do mundo para se viver. Não é difícil ver porquê: tem todas as vanta-

gens de uma cidade pequena e todas as vantagens de uma grande, sem as respectivas desvantagens. O Cantão de Genebra conta cerca de meio milhão de habitantes, dos quais duzentos mil vivem na cidade propriamente dita. Desses quinhentos mil, quarenta por cento são estrangeiros – se bem um quarto do total de estrangeiros tenha nascido na Suíça: como é fácil e pouco penalizador ser estrangeiro, muitos não se dão ao trabalho de se naturali-zar, um processo longo, penoso e caro. Em 2004 a naturalização automática de estrangeiros de terceira geração foi referendada e recusada. Em 2016, uma naturalização «facilitada» (aspas porque cito) foi aprovada, mas teve posteriormente pouca adesão.

As ruas de Genebra são limpas – tão limpas que parecem escovadas, mais do que varridas – e seguras; têm uma invejável variedade de lojas, restaurantes, serviços diversos; ouvem-se poucas buzinadelas – se bem que haja algumas. Os carros não deviam ter buzinas, é a única forma de as evitar -, há ciclovias de uma largura desmesurada (algumas por causa da Covid-19...), os semáforos estão feitos para os peões. Os autocarros e eléctricos têm um horário afixado em cada paragem e por inacredi-tável que pareça respeitam-no (com mais ou menos dois minutos de tolerância). Isto deve-se a duas coisas: a) a quantidade de faixas Bus e b) os respectivos condutores poderem alterar os semáforos para ver-de quando se aproximam deles. Não é frequente ver um transporte colectivo parado num sinal de trânsito por causa disso – e geralmente quando se vê é porque há outro no cruzamento que carregou primei-ro no botão. A maioria das linhas intra-urbanas tem uma cadência de oito a dez minutos, mas essa cadência aumenta para quatro mi-nutos para algumas delas à hora de ponta e cinco durante o dia – e isto, relembremo-lo, com horários respeitados.

Acresce que os transportes são confortáveis, porque as ruas estão bem pavimentadas (se não estiverem cheios, o que é fre-quentemente o caso, pelo menos às horas de maior ocupação). As bicicletas são inúmeras, de todas as formas e feitios: eléctricas, de carga, com reboques ou avanços para crianças, caras, baratas, de corrida ou de cidade. Os automobilistas ralham com a largura

das ciclovias, «sempre vazias» segundo eles (não é inteiramente verdade, mas tão pouco é falso. As bici-cletas circulam por todo o lado). Os engarrafamentos são gigantescos – provocados não só pelas ciclovias, mas também pelas sempiternas obras.

Cheguei a Genebra pela primeira vez em 82 ou 83 e desde aí não me lembro de ter visto a cidade um dia – um que fosse – sem obras. Ele é canos, ele é aumentar as linhas de eléctrico – quando cheguei havia uma, hoje há cinco – ele é melhorar os passeios para lhe aumentar a segurança, modificar as ruas para tornar impossível a circulação a mais de trinta km/h...

A lista de trabalhos não pára, mas os genebrinos recla-mam e continuam. A verdade é que tudo está à distância de um voto e quando o assunto é verdadeiramente sério as pessoas recorrem a ele. Como por exemplo aquando da renovação da Place du Marché, em Carouge (uma fregue-sia de Genebra): a autarquia resolveu abater os plátanos da praça, que segundo ela estavam doentes e substituí-los por outros. A população da comuna disse que não, montou uma iniciativa popular e a coisa esteve em discussão, aná-lises, contra-análises durante quase um ano. Findo o qual foi a votação. As autoridades ganharam – puderam abater os plátanos – mas foi meia vitória: o seu projecto inicial teve de ser alterado. Ganharam todos... (Isto passou-se em 2000. Treze anos depois, os novos plátanos estavam atacados por um fungo e tinham de ser abatidos, mas dessa vez não segui o episódio.)

Para mim, o sistema político suíço é o melhor do mundo pela razão simples de que os políticos não têm poder. Quem man-da é «o soberano». Há dois tipos de mecanismo de consulta: a iniciativa popular e o referendo. Este aplica-se a propostas do governo; aquela a... bem, iniciativas populares, que podem ser ou partidárias (organizadas por um partido) ou ad hoc (um gru-po de cidadãos independente de partidos faz uma proposta de

lei, junta-se, lança uma recolha de assinaturas e normalmente dois anos depois o tema vai a votação, se conseguirem as assinaturas, que variam em função da amplitude da iniciativa. Se a iniciativa for cantonal ou comunal é mais rápido, naturalmente).

Alguns temas são de referendo obrigatório, como os impostos, por exemplo. Os governos não podem criar ou aumentar impostos sem perguntar ao povo se concorda, o que tem a van-tagem acrescida de os obrigar a explicar muito bem explicadinho para que vai servir o dinheiro (e quando o motivo do imposto acaba este é directa-

mente retirado). Ou os que exigem uma alteração da constituição, como a naturalização automática ou facilitada. É um sistema complexo e não exportável, porque a Suíça são vinte e três países com fiscalidades, leis, escolaridades, polícias, administrações diferen-tes; cada um desses países está, por sua vez, dividido em comunas que têm autonomia em vastas áreas da administração da administração pública. (Não mencionando as di-visões linguísticas: há quatro línguas oficiais, das quais uma – o romanche – é pouco utilizada.)

Nunca consegui viver em Genebra, mas sempre gostei de cá voltar. As primeiras se-manas aqui, quando regressava de uma viagem ou de uma estadia fora (normalmente África, América Latina ou Portugal) reconciliavam-me com a humanidade. Depois, chegava o aborrecimento, a previsibilidade, a rigidez (um supermercado fecha às 19h00, não fecha às 19h01), a eficácia da administração – tem coisas boas e coisas más... Era demasiado jovem: é preciso envelhecer para se gostar verdadeiramente da Suíça. Genebra, sendo a menos suíça das cidades, aceita velhos um pouco menos velhos, como eu.

Curiosamente, para os suíço-alemães Genebra é uma cidade «do sul» – todos somos sempre o sul ou o norte de alguém – desorganizada e estranha, socialista e sensual. Têm razão: Genebra está ligada ao Mediterrâneo pelo Ródano e mesmo que não seja inteiramente navegável o Mediterrâneo chega aqui. Ou pelo menos eflúvios.

Há nesta cidade, para nós tão organizada, rígida, inflexível, ilhotas de vida, de alegria, de caos. Basta escavar um bocadinho (ou ir a Carouge, enclave católico no meio do calvinismo, que já pertenceu ao reino da Sardenha, oásis de paz, tolerância e boémia. Mas isso fica para depois).

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A água do povo... e os contadoresPor Júlio Sá Rego

Ao fim da estrada, chega-se a uma freguesia onde no cimo da serra a água corre. Livre e espontânea, ela brota aqui e acolá, formando

poços, lagos e córregos. Ao longo das gerações, o povo da freguesia domes-ticou-a, trazendo-a às casas e levando-a aos campos e estábulos. Homens, animais e plantações usufruíam sustentavelmente dessa riqueza de forma coletiva e comunitária, atentando-se aos ciclos da chuva e da secura para assegurar água contínua para todos.

O comunitarismo, contanto, já passou de moda e a Câmara decidiu que já era hora de pôr um basta. Onde já se viu ter água gratuita? Agora há de ter contadores! E assim foram, políticos, técnicos e GNR, num esforço conjunto de conquista, hegemonizar a recalcitrante freguesia. O povo levantou-se, elevou-se e a turma não teve outra saída: dar meia-volta com seus contadores debaixo do braço.

Passam anos como corre água, consume-se uma década e lá estavam eles de volta com operários e tratores para reocupar o espaço: abrem buraco, substituem canos instalados pela comunidade, reaproveitam os poços, jogam cloro na água. Pronto! Agora há de pagarem pela água. Não bastasse a surpresa, a fatura vitalícia vinha acompanhada de um sistema de saneamento com estação de tratamento que des-peja direto no rio de águas cristalinas. Até o pobre rio tinha de pagar a conta.

O povo mais uma vez se levantou e argumentou. “Não pedimos água com cloro em nossas casas”. “Temos água limpa e pura que sempre dessedentou os nossos pais”. “E o rio, coitado, para quê despejar lá”?

“Somos uma freguesia tão pequena, não há necessidade de su-jar o rio, basta apenas melhorar nossas fossas.” Ninguém queria pagar para beber água com cloro e a desconfiança era grande com relação à honestidade da empresa de saneamento de sem-pre garantir o tratamento necessário para salvaguardar o rio.

CróniCaS ruraiS

O debate sobre a privatização da água e o trata-mento das águas residuais ultrapassa as fronteiras dessa pequena freguesia. Parte do capital internacio-nal descarta que o acesso à água seja um direito públi-co, à imagem das declarações de um dirigente de uma grande empresa agroalimentar suíça em 2018. Em suas próprias palavras, pensar que todo ser humano deve ter acesso a água é uma forma de extremismo. As águas de-veriam todas ser privatizadas. Água privada e rio poluído, seria esta a hegemonização proposta para essa freguesia do cimo da serra?

O povo continua firme em seu combate pela gestão co-munitária de sua água e a proteção de seu rio. Os contado-res ainda não foram instalados e a estação de tratamento segue em construção. Mas o povo sozinho, de sua pequena freguesia, está a perder a batalha. A voz miúda já não inti-mida e, do topo do Alvão, apela por apoio e atenção. Esta freguesia chama-se Alvadia, terra bravia de gente íntegra.

“Alvadia, Terra Fria,Como tu não há igual.Nasceste no cimo da serraNo distrito de Vila Real.”(Um pastor poeta do Alvão)

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