Distribuição Espacial e Temporal Das Doenças

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  • 15/04/2014

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    Distribuio Temporal e Espacial de Eventos Epidemiolgicos

    Sries CronolgicasTeoria Epidmica e ndice Endmico

    Abril de 2014

    Prof. Elizngela Guedes

    Sntese

    1. Introduo2. Distribuio das Doenas no Tempo2.1. Tendncia Histrica2.1.1 Anlise das sries cronolgicas2.2. Variaes Cclicas2.3. Variaes Sazonais2.4. Variaes Irregulares2.5. Diagrama de Controle2.6. Conceitos de Endemia, Epidemia e Surto

    OBJETO DA EPIDEMIOLOGIA

    Introduo

    Estuda o processo sade-doena em populaes, analisando a distribuio e os determinantes das enfermidades, danos

    sade e eventos associados sade coletiva, propondo medidas especficas de preveno, controle ou erradicao de doenas, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte e avaliao das

    aes de sade

    Introduo

    Epidemiologia Descritiva

    Coeficientes e indicadores de sade- Incidncia, - Prevalncia,- Mortalidade,- Letalidade etc.

    Como organizar essas informaes?

    TempoEspao

    Pessoa

    Introduo

    Base dos estudos epidemiolgicos: Quem adoeceu? Onde a doena ocorreu? Quando a doena ocorreu? (Tempo)

    (Espao)(Pessoa)

    Importncia:

    Maior facilidade de apresentao dos dados,

    Pistas de possveis causas de doenas, elaborao de hiptesesa serem posteriormente testadas.

    Planejamento em Sade (reas de risco, grupos mais expostos aorisco de serem atingidos por uma determinada doena).

    5,5

    4,0

    3,2

    4,3

    3,2

    4,43,8

    3,1

    5,15,6

    9,0

    7,4

    8,0

    9,99,3

    7,6

    6,8

    7,9

    5,7

    0123456789

    10

    Soro

    rrea

    tivid

    ade

    canin

    a (%

    )

    Anos

    Figura x. Frequncia de ces positivos para leishmaniose visceral emBelo Horizonte, 1993 a 2011.

    Infeco canina antecede doena em humanos

    Fonte: SVCZ/SMSA-PBH, 2010

    Introduo

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    2

    Muito Alta

    Alta

    Mdia

    Baixa

    ST

    BARREIRO

    CENTRO SUL

    LESTE

    NORDESTE

    NOROESTE

    NORTE

    OESTE

    PAMPULHA

    VENDA NOVA

    Anos 2001 a 2005 Anos 2002 a 2006 Anos 2003 a 2007

    Muito alta

    STBaixaMdiaAlta

    Muito Alta

    Alta

    Mdia

    Baixa

    ST

    Figura x. Nveis de transmisso da leishmaniose visceral em humanos, segundo taxa de incidncia acumulada em Belo Horizonte MG, 2001-2007. FONTE: GECOZ/ SMSA-PBH

    A partir do conhecimento da evoluo temporal ou espacial passada de uma doena possvel criar modelos de predio de sua ocorrncia futura, utilizando-se de tcnicas de sries temporais.

    Avaliar a efetividade de medidas de interveno.

    Acompanhamento da incidncia da poliomielite noBrasil aps os programas de vacinao em massa.

    Raiva urbana em alguns municpios.

    Sries cronolgicas ou temporais

    So aquelas que estudam a variao de um fenmeno durante um perodo de tempo

    determinado.

    Segundo, minuto, hora , dia, semana, ms ou ano

    Distribuio das Doenas no Tempo

    Anlise de observaes sequenciais no tempo

    Flutuaes aleatrias

    Detectar tambm os 4 tipos de evoluo temporal:

    Tendncia histrica

    Variaes sazonaisVariaes cclicas

    Variaes irregulares

    Variaes nas Sries cronolgicas ou temporais 1) Tendncia Histrica

    Anlise das mudanas na frequncia (incidncia, mortalidade etc.) da doena por um longo perodo de tempo (dcadas).

    Se observa a longo prazo

    Tempo mnimo = fenmeno estudado e disponibilidade dosdados

    No incluem variaes de curtos perodos

    Podem ser estacionrias, ascendentes ou decrescentes

    Importncia - previso do movimento futuro

    (Geral ou Secular)

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    3

    1) Tendncia Histrica

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    1982198

    3198

    4198

    5198

    6198

    7198

    8198

    9199

    0199

    1199

    2199

    3199

    4199

    5199

    6199

    7199

    8199

    9200

    0200

    1200

    2200

    3200

    4200

    5

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    Human cases Dog cases Dog cases Linear (Human cases Dog cases)

    Fonte: OPAS, 2006

    Figura x. Total de casos de raiva em humanos e ces, Amrica Latina, 1982 a 2005.

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    4000

    4500

    5000

    1838 50 60 70 80 90 1900 10 20 30 40 50 60 1970

    Identificao do bacilo de tuberculose

    Quimioterapia

    BCG

    Mc Keown, T. 1976

    1) Tendncia Histrica

    Figura x. Taxa de mortalidade por tuberculose pulmonar na Inglaterra e Pas de Gales, 1838 a 1960.

    2) Variaes Sazonais:

    Variao na incidncia de uma doena cujo ciclo coincide com as estaes do ano.

    Ocorre dentro de um perodo de um ano.Variaes semelhantes se repetem durante os mesmos meses em anos sucessivos

    Dependem de fatores como:-Radiao solar,-Temperatura,-Umidade do ar,-Precipitao,-Maior aglomerao de pessoas etc.

    (Estacionais)

    2) Variaes Sazonais:

    Fonte: SMSA-PBH, 2009

    Figura x. Casos confirmados autctones de dengue, segundo semana epidemiolgica e ano, Belo Horizonte, 1999/2004.

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

    Distribuio mensal de casos de Leptospirose por regio do Brasil, 2002 a 2006

    2) Variaes Sazonais:

    Fonte: FUNED, 2012

    2) Variaes Sazonais

    Figura X - Ovino. Alopecia e eritema associados grande quantidade crostas na pele da regio periocular e orelha. Souza et al. 2005

    Dermatite alrgica sazonal em ovinos

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    3) Variaes Cclicas

    SoSo variaesvariaes tambmtambm aa longolongo prazoprazo

    TempoTempo mnimomnimo:: pelopelo menosmenos 33 picospicos dede frequnciafrequncia

    OscilaesOscilaes ouou desviosdesvios emem tornotorno dada retareta ouou curvacurva dada tendnciatendncia

    ImportanteImportante:: preverprever oscilaesoscilaes ee implementaoimplementao dede medidasmedidaspreventivaspreventivas ee controlecontrole

    Flutuaes na incidncia de uma doena em um perodo maior que um ano.

    3) Variaes Cclicas:Ex: Sarampo a cada 3 anos nascimento de suscetveis

    epidemia

    epidemia

    epidemia

    epidemia

    epidemia

    epidemia

    Fonte: Vigilncia em Sade Pblica, 1998.

    Figura x. Incidncia, ms a ms, do sarampo no Municpio de So Paulo, 1950-1993.

    4) Variaes Irregulares:Alteraes inusitadas na incidncia das doenas, diferente do

    esperado para a mesma.

    Variaes espordicas provocadas por eventos casuais, no previsveis

    No apresentam padro de periodicidade regular

    Catstrofes Naturais IncndiosGrevesEpidemias (Diagrama de controle)Conflitos armados, etc.

    Exemplos

    4) Variaes Irregulares:

    Srie temporal dos casos de leptospirose ocorridos por semana epidemiolgicano Municpio do Rio de Janeiro, Brasil, no perodo entre 1995-1999.

    Fonte: Tassinari et al., 2004

    Representao tabularRepresentao tabular Representadas na forma de tabela

    Constituda de pelo menos 2 colunas tempo e nmero de vezes que o fenmeno acontece

    Frequncia ndice ou coeficiente

    Quando fenmeno na populao adiciona-se a terceira coluna: por 100, 1.000, 10.000 ou 100.000 habitantes

    Ttulo: o que, onde e quando (acima da tabela numerada) Fonte: rodap da tabela

    Anlises das Sries CronolgicasTabela

    Tabela x. Frequncia de ces positivos para leishmaniose visceral em Belo Horizonte, 1993 a 2009.

    Fonte: SVCZ/SMSA-PBH, 2010

    AnoCo examinado

    Total Positivo % positivo1993 2415 133 5,51

    1994 13869 554 3,99

    1995 122291 3965 3,24

    1996 108022 4691 4,341997 142286 4531 3,18

    1998 54980 2426 4,41

    1999 105636 4042 3,83

    2000 106894 3316 3,10

    2001 84512 4325 5,122002 161918 9094 5,62

    2003 118403 10605 8,96

    2004 82181 6119 7,45

    2005 149470 11901 7,96

    2006 83881 8268 9,862007 155643 14476 9,30

    2008 163090 12449 7,63

    2009 153519 10475 6,82

    Total 1809010 111370 6,10

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    Dois eixos cartesianos: x para o tempo e y para o eventoExpresso matemtica: y= f (t) Unio dos pontos polgono Expressam em forma imediata as porcentagens de crescimento ou diminuioTtulo: abaixo do grfico (o que, onde, quando) - fonte, tambmA proporo entre os eixos deve, sempre, ser de 1 (y) para 1,5 (x)

    y

    Anlise das Sries Cronolgicas

    Representao grfica

    5,54,0

    3,24,3

    3,24,4 3,8

    3,1

    5,1 5,6

    9,07,4 8,0

    9,9 9,3

    7,66,8

    0

    3

    6

    9

    12

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    Ano

    % c

    es po

    sitiv

    os

    Grfico

    Figura x. Frequncia de ces positivos para leishmaniose visceral emBelo Horizonte, 1993 a 2009.

    Fonte: SVCZ/SMSA-PBH, 2010

    1 Mtodo das Mdias Mveis

    Suavizar as variaes de uma srie irregular

    Difcil entender a tendncia do fenmeno

    Calcula-se a mdia mvel 3 em 3, 5 em 5 ou mais anos

    Quanto mais anos se agrupar mais chance

    de perder flutuaes

    importantes

    mais regular a linha de tendncia

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    AnosCasos

    por 100.000

    Totais mveis

    Mdias Mveis

    1981 8,3 - -1982 8,9 - -1983 11,3 47,2 9,41984 9,8 49,5 9,91985 8,9 50,8 10,21986 10,6 47,7 9,51987 10,2 46,8 9,41988 8,2 48,9 9,81989 8,9 50,6 10,11990 11,0 48,5 9,71991 12,3 48,5 9,71992 8,1 47,3 9,51993 8,2 41,4 8,31994 7,7 34,1 6,81995 5,1 30,2 6,01996 5,0 26,9 5,41997 4,2 26,5 5,31998 4,9 26,7 5,31999 7,3 - -2000 5,3 - -

    1 Mtodo das Mdias Mveis

    2,105

    8,505

    2,106,109,88,93,11

    9,95

    5,495

    6,109,88,93,119,8

    4,95

    2,475

    9,88,93,119,83,8

    ==++++

    ==++++

    ==

    ++++

    Mdias Mveis

    Doena x - Taxa de incidncia por 100.000 habitantes noBrasil de 1981 a 2000

    Se fosse 3 em 3 seriam o 1 e o ltimo ano

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    1 Mtodo das Mdias Mveis

    Grfico - Doena x - Taxa de incidncia por 100.000 habitantes no Brasil de 1981 a 2000

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    10,0

    12,0

    14,0

    1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999Anos

    Tax

    a p/

    10

    0.00

    0

    CasosobservadosMdiasMveis

    Podem ocultar variaes importantes

    Comea 2 anos depois e termina 2 anos antes

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    Figura x. Taxa de incidncia por 100.000 habitantes da doena X no Brasil, 1981 a 2000.

    2 Mtodo das Semi-mdias

    Grfico de dados pode ser representado por uma linhareta

    Dividem-se os dados em 2 grupos iguais

    Se o nmero de anos impar o ano da metade seincluir em ambas semi-mdias

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

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    Anos Taxas por 100.000 Semi-mdias1996 45,01997 43,0 41,41998 36,21999 32,3 32,72000 29,5

    2 Mtodo das Semi-mdias

    Taxas de mortalidade de bovinos por botulismo no Brasil, 1996/2000.

    As semi-mdias sero:

    7,323

    2,983

    5,295,322,36

    4,413

    2,1243

    2,360,430,45

    ==

    ++

    ==

    ++

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    2 Mtodo das Semi-mdias

    05

    101520253035404550

    1996 1997 1998 1999 2000Anos

    Tax

    a po

    r 10

    0.00

    0

    N de casospor 100.000

    Linear (Semi-mdias)

    41,2

    32,7

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    Figura x. Taxas de mortalidade de bovinos por botulismo no Brasil, 1996 a 2000.

    3 Mtodo dos mnimos quadrados

    Melhor maneira de estimar a variao

    Considera todos os valores da srie

    Mtodo:Utiliza-se , em que e x

    x

    xyy

    =

    XXx = YYy =

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    3 Mtodo dos mnimos quadrados

    Anos X Y x = X - X y = Y - Y x xy1990 0 66,6 -5 -28,4 25 1421991 1 84,9 -4 -10,1 16 40,41992 2 88,6 -3 -6,4 9 19,21993 3 78,0 -2 -17,0 4 341994 4 96,8 -1 1,8 1 -1,81995 5 105,2 0 10,2 0 01996 6 93,2 1 -1,8 1 -1,81997 7 111,6 2 16,6 4 33,21998 8 88,3 3 -6,7 9 -20,11999 9 117,0 4 22,0 16 882000 10 115,2 5 20,2 25 101Total 55 1045,4 110 434,1Mdia 5 95,0

    Tabela x. Produo estimada, em toneladas, de pescados de guas interiores no Brasil, 1990 a 2000.

    x95,3y

    x110

    1,434y

    xx

    xyy

    =

    =

    =

    YYy =

    x95,3YY =

    ( )XX95,3YY =( )5X95,395Y =

    XY 95,32,75 +=

    Como y e x:

    XXx =Substituindo y e x, teremos:

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    Anos X Y x = X - X y = Y - Y x xy Y= 75,2 + 3,95X1990 0 66,6 -5 -28,4 25 142 75,21991 1 84,9 -4 -10,1 16 40,4 79,21992 2 88,6 -3 -6,4 9 19,2 83,11993 3 78,0 -2 -17,0 4 34 87,11994 4 96,8 -1 1,8 1 -1,8 91,01995 5 105,2 0 10,2 0 0 95,01996 6 93,2 1 -1,8 1 -1,8 98,91997 7 111,6 2 16,6 4 33,2 102,91998 8 88,3 3 -6,7 9 -20,1 106,81999 9 117,0 4 22,0 16 88 110,82000 10 115,2 5 20,2 25 101 114,7Total 55 1045,4 110 434,1Mdia 5 95,0

    3 Mtodo dos mnimos quadrados

    Tabela x. Produo estimada em toneladas, de pescados de guas interiores no Brasil, 1990 a 2000.

    Exemplo:Para o ano de 2001:Y=75,2 + 3,95XY=75,2 + 3,95(11)Y=118,65

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    Pontos para traar o grfico

    2001

    3 Mtodo dos mnimos quadrados

    Figura x. Produo estimada em toneladas, de pescados deguas interiores no Brasil, 1990 a 2000.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    1990 1992 1994 1996 1998 2000Anos

    Ton

    ela

    das

    de pe

    sc

    ado

    Produo depescado

    TendnciaMnimosQuadrados

    Anlise das Sries Cronolgicas Anlise das Sries Cronolgicas

    XY 95,32,75 +=

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    4) Variaes Irregulares:Alteraes inusitadas na incidncia das doenas diferente do

    esperado para a mesma.

    Variaes espordicas provocadas por eventos causais no previsveis

    No apresentam padro de periodicidade regular

    Catstrofes Naturais IncndiosGrevesEpidemiasConflitos armados, etc.

    Exemplos

    4) Variaes Irregulares:

    Existem procedimentos para se conhecer se a variao de uma determinada doena est dentro do esperado

    ou apresenta alguma variao irregular

    Endemia

    Processo epidmico

    ENDEMIA

    Agravo (ou doena) espacialmente localizada, habitualmente presente em determinada populao e cujo nvel de

    incidncia situa-se sistematicamente nos limites da faixaendmica previamente convencionada para uma populao e

    poca determinada

    Ocorrncia habitual de determinado agravo em uma rea geogrfica.

    Normal Esperada

    EPIDEMIA

    uma elevao brusca, temporria e significante daincidncia de um agravo, ultrapassando a faixa

    endmica, provocada por alteraes de um ou mais

    fatores da estrutura epidemiolgica.

    Processo epidmico = exemplo tpico de variao irregular de uma doena.

    Para sua deteco, a VE utiliza DIAGRAMA DE CONTROLE

    Surto???Pandemia???

    Diagrama de controle

    Mtodo grfico usado pela Vigilncia Epidemiolgica para o acompanhamento da evoluo temporal das doenas

    Incidncia(n. Casos)

    Tempo (semanas ou meses)

    Distribuies estatsticas:- Normal (mdia e desvio padro)- Quartis (mediana e quartis)

    ndice Endmico

    Representao grfica sucesso de ndices que cobrem normalmente o perodo de 1 ano.

    A partir das taxas de morbidade e mortalidade derivam todos os outros instrumentais da epidemiologia.

    Diante delas, como saber se estamos diante de umaepidemia ou uma endemia?

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    Clculo do ndice Endmico

    Distribuies estatsticas:- Normal (mdia e desvio padro)- Quartis (mediana e quartis)

    Clculo do ndice Endmico

    EXEMPLO:

    Lembrando que: x 1,96 s

    Onde x representa os valores mdios e s os respectivos desvios-padro

    Fonte: Medronho, 2009

    Fonte: Medronho, 2009

    Mdia - 1,96DP Mdia + 1,96DP

    Fonte: Medronho, 2009

    Construo do Diagrama de Controle

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    Clculo do ndice Endmico

    Distribuies estatsticas:- Normal (mdia e desvio padro)- Quartis (mediana e quartis)

    Clculo do ndice Endmico

    Menos de 5 anos = flutuaes de um ano a outroMais de 7 anos = mudanas na populao

    Especificao por semanas ou meses:Tamanho da populao

    Frequncia da doena na populao

    1 passo: Averiguar a morbidade da doena em questo nosltimos 5 ou 7 anos, especificada por semanas ou meses.

    Anos Jan Fev Mar Abr Ma Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

    2002 9 3 5 7 6 8 7 8 6 6 6 2 74

    2003 5 3 2 8 6 5 7 7 20 4 5 6 78

    2004 3 9 5 8 8 14 20 14 17 12 3 13 126

    2005 15 14 9 10 20 15 22 21 12 8 6 11 163

    2006 16 22 11 17 29 26 11 8 20 5 15 9 189

    2007 7 7 5 11 10 14 12 11 11 21 11 6 132

    2008 7 14 19 10 7 17 10 7 9 7 7 3 207

    Frequncia de casos de uma determinada doena, em local etempo definidos

    1 passo: nmero de casos da doena, nos ltimos 5 - 7 anos2 passo: ordenar as frequncias mensais

    Jan Fev Mar Abr Ma Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total3 3 2 7 6 5 7 7 6 4 3 2 745 3 5 8 6 8 7 7 9 5 5 3 787 7 5 8 7 14 10 8 11 6 6 6 1267 9 5 10 8 14 11 8 12 7 6 6 1329 14 9 10 10 15 12 11 17 8 7 9 16315 14 11 11 20 17 20 14 20 12 11 11 18916 22 19 17 29 26 22 21 20 21 15 13 207

    PQ1 =n + 1

    100x 25

    PQ2 =n + 1

    100x 50

    PQ3 =n + 1

    100x 75

    PQ1 =7 + 1

    100x 25 = 2

    PQ2 =7 + 1

    100x 50 = 4 (Mediana)

    PQ3 =7 + 1

    100x 75 = 6

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    Jan Fev Mar Abr Ma Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Zona de segurana

    Zona de xito

    Zona de alerta

    Zona epidmica

    Primeiro quartil

    Mediana

    Terceiro quartil

    3 passo: passar os valores da mediana, 1 e 3 quartis para o grfico

    O clculo da mediana e dos quartis permitir representar graficamente a curva endmica e determinar 4 diferentes

    reas ou zonas:

    1) Zona de xito (abaixo do 1 quartil)

    2) Zona de Segurana (entre 1 quartil e mediana)

    3) Zona de Alerta (entre mediana e 3 quartil)

    4) Zona Epidmica (acima do 3 quartil)

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    10

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    Jan Fev Mar Abr Ma Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Ms

    Fre

    qun

    cias

    Zona de xito

    Zona de segurana

    Zona de alerta

    Zona epidmica

    Curva endmica

    1Q

    2Q

    3Q

    Interpretao do grfico

    - Casos abaixo do 1Q: Resultado positivo de medidassanitrias implantadas.

    - Casos abaixo da Mediana: idem ao anterior, pormalgumas sofrem flutuaes normais (aleatrias) nestaregio do grfico.

    - Casos acima do 3Q: Epidemia

    Varola: 1 caso epidemia (n de casos ir depender da gravidade da doena).

    Fonte: Medronho, 2009

    Fonte: Medronho, 2009

    Fonte: Medronho, 2009

    O Processo O Processo EpidmicoEpidmico

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    Incidncia Mxima

    Egresso

    RegressoProgresso

    Limiar epidmico Limiar epidmico

    Incid

    n

    cia

    nv

    el

    en

    d

    mic

    oIn

    cid

    n

    cia

    nv

    el

    ep

    id

    mic

    o

    Tempo

    Incidncia mxima

    Egresso

    Surto de gastroenterite ocorrido em maro de 1990, entre alunos de veterinria da UFMG.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    27.03.90 28.03.90 29.03.90 30.03.90 31.03.90 01.04.90 02.04.90

    Dias

    N

    me

    ro d

    e c

    aso

    s

    Egresso

    Progresso

    Incidncia mxima

    Regresso

    O Processo Epidmico

    Surto de gastroenterite

    0100200300400500600700800900

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Nmero de casos de Febre Aftosa Na Inglaterra em 2001

    ProgressoRegresso

    Incidncia mxima

    Egresso

    O Processo Epidmico

    Mortalidade por poliomelite, municpio de So Paulo, 1924 1990

    Fonte: Vigilncia em Sade Pblica, 1998.

    Coeficiente por100.000

    habitantes

    O Processo Epidmico

    Classificao das Classificao das EpidemiasEpidemias Epidemia Progressiva

    Propagada (Contato)

    Epidemia por fonte comum

    Fonte pontualFonte persistente

    Velocidade da etapa de progresso

    Existncia de um mecanismode transmisso de hospedeiro

    a hospedeiro

    Epidemia Lenta

    Epidemia Explosiva

    AbrangnciaSurto epidmico

    Pandemia

    Tipo de epidemiaTipo de epidemia CritriosCritrios

    Classificao das epidemias

    Sim

    No

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    Epidemia Lenta

    Critrio diferenciador: a velocidade na progresso lenta.

    A ocorrncia de casos novos gradual e progride durante longo

    tempo

    Exemplo: enfermidades com perodo de incubao longo, ou enfermidades nas quais a

    populao altamente resistente ou imune

    Epidemia de HansenaseEpidemias de Tuberculose

    Casos de AIDS nos EEUU, por semestre - 1981 a 1985

    020406080

    100120140

    jan-jun1981

    jan-jun1982

    jan-jun1983

    jan-jun1984

    jan-jun1985

    Epidemia Lenta

    Casos de AIDS nos EUA, por semestre, 1981 a 1984

    Epidemia Explosiva (ou macia)

    Critrio diferenciador: a velocidade do processo de

    progresso. O processo ocorre atingindo a quase totalidade dos

    susceptveis e a incidncia mxima alcanada logo aps o

    incio da egresso.

    Exemplo: pode ocorrer em comunidades altamente susceptveis,

    onde a populao adoece praticamente ao mesmo tempo

    Epidemia explosiva

    Surto de intoxicao alimentar em local X, data X.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    1 2 3 4 5 6 7 8

    Horas

    Nm

    ero

    de c

    aso

    s

    Epidemia progressiva ou propagadaCritrio diferenciador:o mecanismo de transmisso de hospedeiro a hospedeiro, segundo diferentes vias:

    respiratria, oral, venrea, dentre outros. A propagao se d em cadeia, originando uma corrente de

    transmisso de susceptvel a susceptvel at o esgotamento ou diminuio destes a um nvel crtico.

    Nmeros de casos

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    1982 1985 1988 1991 1994

    Anos

    Nm

    ero

    de c

    aso

    s (1

    0n)

    Epidemia por fonte comum

    Critrio diferenciador: inexistncia de um mecanismo de transmisso de hospedeiro a

    hospedeiro. O fator extrnseco, o agente infeccioso ou fsico-qumico, veiculado pela gua, alimentos

    ou ar. Geralmente so epidemias explosivas e localizadas no tempo e no espao.

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    Epidemia por fonte comum

    Tipos de epidemias por fonte comum Tipos de epidemias por fonte comum

    Fonte pontual: a exposio se d durante curto intervalo de tempo

    Ex.: intoxicao alimentar.

    Fonte persistente: a fonte de infeco tem existncia dilatada e a exposio da populao se

    prolonga por longo perodo de tempo.Ex.: clera, parasitoses, radiaes, etc.

    Surto de botulisomo em confinamento de bovinso - Paracatu -

    MG, junho de 2002

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    16 - 14 15 - 16 17 - 18 19 - 20 21 - 22 23 - 24 25 - 26 27 - 28 29 - 30

    Dias de junho

    Nm

    ero

    de

    caso

    s

    Epidemia por fonte comumFonte pontual

    Surto de botulismo em confinamento de bovinos Paracatu, MG, junho de 2002.

    Abrangncia das epidemias

    Surto epidmico: ocorrncia epidmica restrita a um espao extremamente delimitado (fazenda, colgio, edifcio, apartamento

    etc), onde todos os casos esto relacionados entre si.

    Pandemia: ocorrncia epidmica caracterizada por uma larga distribuio espacial atingindo diversas

    naes ou continentes.

    7a Pandemia de clera

    23/1/91 - Peru - 1o caso na Amrica Latina1/3/91 - Equador10/3/91 - Colmbia8/4/91 - Brasil12/4/91 - Chile26/8/91 - Bolvia

    Influenza Aviria

    FONTE: SVS-MINISTRIO DA SADE-BR

    2003

    Evoluo Influenza Aviria Alt Pat H5N1 2003-2006 (Abr 25)

    Fonte OIE 2004Fonte OIE

    Evoluo Influenza Aviria Alt Pat H5N1 2003-2006 (Abr 25)

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    2005Fonte OIE

    Evoluo Influenza Aviria Alt Pat H5N1 2003-2006 (Abr 25)

    2006 Abr 25Fonte OIE

    Evoluo Influenza Aviria Alt Pat H5N1 2003-2006 (Abr 25)

    Distribuio das Doenas no Espao

    Clera em Londres (Snow, 1854)

    Distribuio das Doenas no Espao

    Descrio da ocorrncia de uma doena ou evento adverso sade

    Distribuio espacial dos casos

    Disperso do problema reas de maior incidncia

    Distribuio das Doenas no Espao

    Usos das informaes sobre a distribuio geogrfica dos agravos:

    1) Indicar os riscos a que a populao est exposta

    Associao entre aglutininas anti-Leptospira interrogans em ces e reasno atendidas por rede de esgoto, BeloHorizonte MG, 2001/02.

    Fonte: Magalhes et al. 2005

    reas de vulnerabilidade sade (vilas e favelas)

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    Distribuio das Doenas no Espao

    2) Acompanhar a disseminao de eventos

    Ex: Leishmaniose Visceral no Brasil

    1983-19881989-1994

    1995-20002001-2009

    Fonte: SVS MS, 2009

    Casos de LV por UF de infeco, Brasil 2009 e 2010

    2009

    Fonte: SVS/MS.

    2010

    Mapa de Grid da densidade de casos de LV, Brasil, 2010 - Rodovias

    Fonte: SVS/MS

    Rodovias brasileiras

    Distribuio das Doenas no Espao

    3) Definir as prioridades de interveno

    Fonte: SMSA-PBH, 2008

    Reduo dos casos de dengue na Regional Noroeste de Belo Horizonte, MG, 2007 e2008

    Distribuio das Doenas no Espao

    4) Avaliar o impacto das intervenes

    Fonte: SMSA-PBH, 2008

    2007

    286 Casos de dengue761 Casos de dengue

    2008

    Anlise Espacial em Sade

    Conceito: Estudo quantitativo da distribuio dasdoenas ou servios de sade onde o objeto referenciado geograficamente.

    Usos em Epidemiologia:- Identificar difuso e etiologia de doenas, visando sua predio e controle.-Identificar padres espaciais de morbidade oumortalidade e os fatores a eles associados,

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    Anlise Espacial em Sade

    Mtodos: (Gatrell & Bailey (1996) Visualizao Anlise exploratria de dados Modelagem

    Tcnicas: Geoprocessamento Geoestatstica Anlise de dados em trelia Anlise de padres pontuais

    1. Geoprocessamento

    Conceito: Conjunto de tcnicas de coleta, tratamento e exibio deinformaes.Sistema de Informao Geogrfica (GIS).

    Monitoramento de ovitrampas em Belo Horizonte, 2009

    BARREIRO

    CENTRO SUL

    OESTE

    NOROESTELESTE

    PAMPULHA

    NORDESTE

    NORTE

    VENDA NOVAEpidemiologia: atividades devigilncia epidemiolgica eplanejamento de aes depreveno e controle.

    Fonte: SMSA/PBH

    2. Geoestatstica

    Conceito: Estudo de fenmenos que variam no espao.

    Valores em posies prximas so correlacionados.

    Correlao diminui a medida que a distncia aumenta.

    Mapa de Kernel

    Fonte: SMSA/PBHDistribuio de casos de dengue na rea do Centro de SadeErmelinda, Belo Horizonte, MG, 2007.

    3. Anlise de dados em treliaConceito: Observaes associadas com regies, regulares ouirregulares.

    Negativos: 83Sem informao: 654Positivos: 116

    Distribuio espacial da raiva bovina nos municpios de Minas Gerais, 2006.Fonte: Menezes et al., 2008

    4. Anlise de padres pontuais

    Conceito: A varivel de interesse a prpria localizao do evento.O objetivo saber se os eventos observados ocorreramaleatoriamente ou se possuem algum padro sistemtico emdeterminada regio, como agregao (clustering) ou regularidade.

    (SVS, on line)

    Distribuio espacial dos casos de LV, segundo UF deresidncia, Brasil, 2006

    1 Ponto = 1 Caso

    Sistema de Informao Geogrfica

    Conjunto de processos, executados em modelo de aproximao do mundo real, produzindo informaes

    espaciais teis na tomada de decises.

    SIG o sistema computacional que materializa os conceitos do geoprocessamento de fenmenos espaciais, executados

    em modelo de aproximao do mundo real, produzindo informaes teis na tomada de decises.

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    Sistema de Informao Geogrfica

    So as principais ferramentas do geoprocessamento epodem ser definidos de uma forma simplificada comosistemas de gerenciamento de informao georrelacional, ouseja, que tem a capacidade de relacionar um banco dedados a um determinado elemento presente no espaogeogrfico.

    Sistema de Informao Geogrfica

    As principais funes de um SIG so:

    Coletar, armazenar e recuperar informaes baseadas em sua localizao espacial;

    Identificar locais de interesse, em um ambiente, segundo um determinado critrio;

    Investigar como os dados se relacionam espacialmente, oferecendo subsdios para anlises complexas;

    Contribuir para elaborao de cenrios diante de intervenes sobre o meio fsico, na anlise de impactos e proposio de alternativas.

    Sistema de Informao Geogrfica

    O SIG necessita de cinco elementos bsicos:O SIG necessita de cinco elementos bsicos:

    HardwareHardware

    SoftwareSoftware

    DadosDados

    Profissionais e MtodosProfissionais e Mtodos

    Sistema de Informao Geogrfica

    Banco de Dados Espaciais e de Atributos Sistema de Apresentao Cartogrfica Sistema de Digitalizao de Mapas Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Sistema de Anlise Geogrfica Sistema de Processamento de Imagens Sistema de Anlise Estatsticas

    Para que um sistema seja considerado SIG, deve oferecer ao usurio:

    Sistema de Informao Geogrfica

    Levantamento de dados em campo (GPS, Track maker...)

    Independente da varivel a ser descrita e analisada no espao geogrfico, existem etapas bsicas a serem seguidas na elaborao da base de dados para anlise espacial, bem como construo de um banco de dados geogrficos:

    Recuperao dos dados com a referncia espacial correta (Datum, coordenada, projeo)

    Criao dos campos de dados de interesse com relao aos parmetros ou variveis levantados

    Base de dados geogrficosSistema de Informao Geogrfica

    Base de dados georrelacional

    Base de dados geogrficos

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    Bibliografia Consultada BIERRENBACHL, A.L., DUARTELL, E.C., FERREIRA, A.B., SOUZA, M.F.M.Tendncia da mortalidade por tuberculose no Brasil, 1980 a 2004. Rev SadePblica 2007;41(Supl. 1):15-23. BRASIL, Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Guia deVigilncia Epidemiolgica, 6 ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2005. CORREA, Paulo Roberto Lopes; FRANCA, Elisabeth and BOGUTCHI, TniaFernandes. Infestao pelo Aedes aegypti e ocorrncia da dengue em BeloHorizonte, Minas Gerais. Rev. Sade Pblica [online]. 2005, v. 39, n. 1, pp. 33-40. MEDRONHO,Roberto A. et al (ed). Epidemiologia. So Paulo: EditoraAtheneu, 2009. PEREIRA, Maurcio Gomes. Epidemiologia, Teoria e Prtica. Rio de Janeiro;Guanabara koogan; 1995.ROUQUAYROL, M. Z. & ALMEIDA FILHO, Naomar. Epidemiologia e Sade.Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. WALDMAN, Eliseu Alves. Vigilncia em Sade Pblica. So Paulo:Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo. Ed. FundaoPetrpolis Ltda. 1998.

    Muito Obrigada!