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DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICOE
DISFAGIA
Carolina Simões e Carlos Freitas
SERVIÇODEGASTRENTEROLOGIAEHEPATOLOGIA
IICursodeAtualizaçãoemGastrenterologiaeHepatologia
22e23demarçode2017
Caso Clínico I
¨ ♂ 49A
Tx IECAà suspendeuà S/melhoriaObservado- ORL- Pneumologia
Tosse seca | Pirose | Regurgitação ácidaØ disfagia, odinofagia, perda ponderal Ø alterações analíticasRadiografia de tórax: sem alterações
5 Anos
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
IBP -1x/dia – 16 SEMANASMedidas comportamentais e dietéticas
Resposta clinica
Caso Clínico II
¨ ♂ 49A
Regurgitaçãoácida+Disfagia eodinofagia progressivasØmedicação
Assintomático
3 meses 2 anos
Esofagite Grau A1 ou + erosões restritas à mucosa, < 5 mm, não confluentes
Esofagite Grau B1 ou + erosões restritas à mucosa, >5 mm, não confluentes
Esofagite Grau CErosões confluentes, < 75% da circunferência do lúmen
Esofagite Grau D Erosões confluentes, > 75% da circunferência do lúmen
ClassificaçãodeLos Angeles
IBP 2x/dia à COM MELHORIA
DRGE – Definição e Classificação
Classificação de Montreal¨ Refluxo do conteúdo gástrico para o esófago, orofaringe ou tracto
respiratório, que causa sintomas e/ou complicações
Síndromes esofágicas Síndromes extra-esofágicasSíndromes
sintomáticasSíndromes com lesão esofágica
Associações estabelecidas
Associações propostas
1. Síndrome típicode refluxo
2. Dor torácica associada ao refluxo
1. Esofagite2. Estenose péptica3. Esófago de
Barrett4. Adenocarcinoma
1. Tosse crónica2. Laringite de
refluxo3. Asma associada
ao refluxo4. Erosões
dentárias
1. Faringite2. Sinusite3. Fibrose
pulmonar idiopática
4. Otite média recorrente
DRGE - Epidemiologia
¨ Prevalência a aumentar¤ Grande variabilidade geográfica e na definição
¤ 10-20% países ocidentais
Dent J, El-Serag HB, Wallander M-A, Johansson S. Epidemiology of gastro-oesophageal reflux disease: a systematic review. Gut. 2005 May; 54(5): 710–717
WGO Global Guidelines GERD 2015
DRGE – Predisposição e factores risco
Alimentação Estilo de vida
Medicação Gravidez
Caucasianos Comorbilidades Hérnia do hiato
Posição ao dormir H. pylori
WGO Global Guidelines GERD 2015
DRGE - Anamnese
Antecedentes Pessoais e Familiares
PredisposiçãoFactores de risco
Caracterizar sintomas (1º ep/recorrência; frequência; duração;
intensidade; triggers)
Outros sintomasPadrão do sono
Terapêutica já efectuada ECD
WGO Global Guidelines GERD 2015
DRGE – Complicações
WGO Global Guidelines GERD 2015
EsofagiteErosiva
Estenose péptica
EsófagoBarrett
ADC
DRGE – “Red Flags”
¨ Disfagia / odinofagia persistente ou progressiva
¨ Vómitos persistentes
¨ Dor restroesternal persistente
¨ Disfonia / tosse persistentes
¨ Perda ponderal involuntária
¨ Hemorragia digestiva
¨ Anemia ferropénica
¨ Massa epigástrica
¨ Linfadenopatias
¨ Sintomas atípicos “de novo” > 45-55 A
¨ História familiar ADC esófago ou gástrico
WGO Global Guidelines GERD 2015
DRGE – Diagnóstico
Sintomas (≥2/semana)
Pirose e regurgitação (S 75-83%; E 55-63%)*
Prova terapêutica
WGO Global Guidelines GERD 2015* Dent J, El-Serag HB, Wallander MA et al. Epidemiology of gastro-oesophageal reflux disease: a systematic review. Gut 2005;54:710-717.
Diminuição >50% sintomas à DRGE
IBP 8-12sem id/bid
Em que doentes está indicada EDA?
ü Sintomas persistentes ou progressivos apesar Tx
ü Sintomas de alarme *
ü Alto risco de complicações**
ü Síndromes extra-esofágicos
ü Massa, estenose ou úlcera em exames de imagem
ü Avaliação pré-operatória
ü Sintomas recorrentes após procedimentos antirefluxo
* Disfagia, odinofagia, perda ponderal>5%, HD, Anemia ferropénica, Vomitos persistentes (7-10d)** ♂ | >45-55A | Caucasianos | Sintomas crónicos (>5-10A) | HFamiliar ADC esófago / Barrett |
Tabagismo | Obesidade
ASGE 2015
EDA de reavaliação?
SimNão
ü DRGE erosiva grave após terapêutica(Classificação de LA B, C e D)
à Exclusão de esófago de Barrett
ü Sintomas de “novo”
ü DRGE com controle sintomático, sempresença de Esófago de Barrett
WGO Global Guidelines GERD 2015ASGE 2015
Quais as indicações para pHmetriaesofágica de 24h com impedância ?
¨ Indicações:¤ Sintomas típicos/atípicos refratários IBP e sem lesões mucosa EDA
¤ Adequação da Tx ao controlo do pH esofágico nos doentes com complicações da DRGE
¤ Confirmação de refluxo patológico nos candidatos a cirurgia
¤ Persistência de sintomas pós-cirurgia anti-refluxo
Comprovar, caracterizar e estabelecer associação entre sintomas e refluxo
DRGE - tratamento
¨ Medidas gerais
¤ Perda ponderal se excesso de peso
¤ Sintomas noturnos: elevação da cabeceira e evitar refeições 2-3 horas
antes do deitar
¤ Eliminação de desencadeantes (chocolate, cafeína, álcool, comidas
ácidas) à não recomendado por rotina
Recomendações com baixo nível de evidência
DRGE – tratamento farmacológico
¨ NÃO há diferenças major na eficácia
¨ Duração: 8-12 semanas
¤ 30-60 min antes da refeição (PA ou J)
¤ 1/dia à após 8 semanas se ᴓ resposta ou sintomas nocturnos à 2/dia
¤ Considerar switch de IBP se não houver resposta
¨ Manutenção:
¤ Sintomas recorrentes após interrupção do tratamento
¤ Complicações (Esofagite ou Barrett)
à Longo termo: dose mínima eficaz
WGO Global Guidelines GERD 2015
IBP – qual devemos escolher?
DRGE – tratamento farmacológico
¤ Anti-H2 (diminuem sintomas; não cicatrizam)
n Como adjuvantes dos IBP (ex: sintomas noturnos)
n Como terapêutica de manutenção na ausência de esofagite erosiva
¤ Metoclopramida, domperidona
n Não recomendados na DRGE
¤ Sucralfafo
n Sem benefício
DRGE refratária
¤ Maiorian Esofagite não erosiva
n Pirose funcional
¤ Compliance terapêutica? Dose ajustada?
¤ Tratamento:n Antagonistas receptores H2
n Cirurgia anti-refluxo
Prócinéticos à NÃO RECOMENDADOS
10%
40%
50%
Ø 10-40% mantêm sintomas e/ou evidencia de esofagite
DRGE - Abordagem
DRGE
IBP id/bid 8-12 semanas
STOP se alívioAvaliar resposta Tx
Tx “on-demand” (menor dose eficaz)
Alteração estilo vida
Mantém IBPSintomas frequentes
EstenoseEsófago Barrett
H.Pylori “Test-and-Treat” à IBP longa duração
Cirurgia antirefluxoDoença estrutural (hérnia hiato)
Regurgitação, aspiração, estenoseSintomas nocturnos persistentes apesar IBP bid
Efeitos adversos Tx médicaRefluxo não ácido com boa correlação com sintomatologia
WGO Global Guidelines GERD 2015
Caso Clínico II
¨ ♂ 51 anos¨ Obeso
¨ DRGE de longa evolução >5 A
¨ Sintomatologia controlada
EsófagodeBarrett
EDA ?
Esófago de Barrett
¨ Sintomas crónicos (>5anos)
¨ Idade > 50 anos
¨ Sexo masculino
¨ Tabaco
¨ Obesidade tipo central
¨ Raça caucasiana
Álcool não aumenta risco
Mais comum em parentes 1º grau
¨ Idade avançada
¨ Aumento extensão EB
¨ Tabado
¨ Obesidade tipo central
¨ ᴓ AINES, IBP, Estatinas
Risco de progressão para cancro:
¨ S/ displasia ~0.2-0.5%/ano
¨ DBG ~7%/ano
Factores de Risco E.Barrett Factores de Risco ADC
Definição: substituição epitélio estratificado escamoso doesófago distal por ≥ 1cm epitélio colunar metaplásico.
Esófago de Barrett
¨ ♂ (não recomendado em ♀)
¨ Sintomas crónicos ou frequentes
¨ 2 ou mais FRisco EB
Se ausência EB na EDAà NÃO RECOMENDADO repetir
Se esofagite erosiva (LA B, C e D)
à Repetir após 8-12sem IBP
¨ ᴓ Displasia¤ 3-5 anos
¨ Displasia indefinida¤ Optimização Tx
¤ EDA 3-6m à 12 m
¨ Displasia baixo grau¤ EDA 12m ou Tx endoscópico
¨ Displasia alto grau¤ EDA 3m
¤ Tx endoscópica
Rastreio Vigilância
Caso Clínico III
¨ ♂ 63 anos. Excesso de peso¨ Desde há 3 meses – disfagia para sólidos, por vezes com
sensação de impacto alimentar
¨ Refere episódios de azia e pirose desde há > 20 anos. Não medicado
Esofagite+Estenosepéptica
EDA ?
Disfagia – Como abordar?
Anamnese e exame objectivo
Disfagia orofaríngea Disfagia esofágica
DiagnósticoVideofluoroscopia de deglutição
RM cabeça e pescoçoPET-TC Scan torácico
Manometria esofágica com impedância
DiagnósticoEndoscopia digestiva alta
Manometria esofágica com impedânciaCintigrafia com radionuclideosPET-TC Scan toraco-abdominal
CausasMecânicas / Obstrutivas
Neuromusculares
Dificuldade em iniciar deglutiçãoRegurgitação nasal, Tosse, Halitose
Pneumonia recorrente
Sensação de impactamento alimentarSólidos +/- Líquidos
Intermitente / ProgressivaRegurgitação / Impactamento
WGO Global Guidelines Dysphagia 2014
Disfagia – papel da endoscopia
¨ Elevada acuidade diagnóstica na disfagia de causa obstrutiva
(superior ao trânsito esofágico)
¨ Permite biópsias
n Se suspeita de estenose de causa maligna
n Se mucosa normal – para exclusão de esofagite eosinofílica
¨ Permite terapêutica endoscópica (dilatação)
The role of endoscopy in the evaluation and management of dysphagia. ASGE guidelines 2014
Exame de 1ª linha
Obrigada