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Edição 220 - Revista Backstage

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Revista Backstage - Edição 220

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Sumário

A décima quinta edição do Festival

de Verão de Salvador contou com a

parceria de empresas brasileiras

para a sonorização do evento. As

caixas J15 foram mais uma vez as

escolhidas para o áudio do palco

principal, 15 Verões, e o sistema de

multicabo digital DSPro chegou

definitivamente para ficar. Além das

parcerias, o evento teve como

novidade a tecnologia video

mapping, também no palco

principal. Ainda na seara da

iluminação, trazemos nesta edição

uma entrevista exclusiva com Dedo

Weigert, da Dedolight. Na sessão

Espaço Gigplace, confira um bate-

papo com Florência Saraiva e ainda

uma reportagem sobre o áudio do

mais novo filme sobre a vida do

maestro Tom Jobim.

Danielli Marinho

Coordenadora de redação

SumárioAno. 19 - março / 2013 - Nº 220

18 VitrineConfira os destaques e lança-mentos para o mês de marçocomo a Anakonda, uma caixa

flexível da K-array ou ainda oYoga YGM 400, um mic profis-sional para estúdio.

26 Rápidas e rasteirasNovidades para a Festa Nacio-nal da Música 2013, um novosoftware da d&b e um concursopara descobrir talentos sãoalguns dos destaques.

30 Gustavo VictorinoFique por dentro do queacontece nos bastidores domercado de áudio.

32 GigplaceA profissão do backstage da vezé a de engenheiro de áudio emuma entrevista com FlorênciaSaraiva.

36 O Som de cada PAA sexta reportagem da série trazos segredos dos técnicos de PARoberto Lima e Fausto Prochet.

“ 50 A Luz do TomNeste segundo filme sobre a vidado maestro Tom Jobim, conferimoscomo foi captado o áudio e os se-

gredos da mixagem do longa.

56 Carnaval na SapucaíO carnaval da Avenida Marquesde Sapucaí (RJ) teve novidadescom os modelos VTX.

74 Mics para guitarrasNo artigo deste mês, o colunistaRicardo Mendes ensina como ar-ranjar múltiplos microfones para

guitarras em seu home studio.

106 Som nas IgrejasNova Igreja, na Barra da Tijuca(RJ) antes de receber novos equi-pamentos teve toda a parte elétri-ca e de acústica tratadas.

112 Vida de artistaLuiz Carlos Sá traz este mês umareflexão sobre os Direitos Auto-rais e o rumo da atividade artísti-

ca no País.

NESTA EDIÇÃO4040

Sá & GuarabyraAos 40 anos de carreira, a dupla coloca opé na estrada apresentando um show voz e

violão que relembra grandes sucessos quemarcaram sua trajetória.8484

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CADERNO TECNOLOGIA

Expediente

Os artigos e matériasassinadas são de respon-sabilidade dos autores.É permitida a reproduçãodesde que seja citada afonte e que nos seja envia-da cópia do material. Arevista não se responsa-biliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

64 CubaseVintage Compressor e Tube Com-pressor. Dois novos plug-ins do

Cubase prontos para dar maispotencial à sua mixagem.

68 LogicO Logic Pro apresenta

algumas funcionalidadesque podem facilitar namanutenção de um backup

dos seus projetos.

72 SibeliusConheça outras opções de

escrita e edição de acordesno Sibelius 7.

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected] [email protected] de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumRevisão TécnicaJosé Anselmo (Paulista)TraduçãoFernando CastroColunistasCristiano Moura, Gustavo Victorino, JorgePescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá,Marcello Dalla, Ricardo Mendes, SergioIzecksohn e Vera MedinaColaboraram nesta ediçãoAlexandre Coelho, George Ribeiro, Luiz Urjaise Miguel SáEstagiáriaKarina [email protected]ção de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: DivulgaçãoPublicidade:Hélder Brito da SilvaPABX: (21) [email protected] / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected]çãoAdilson Santiago, Ernani [email protected]í[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85Distribuição exclusiva para todo o Brasil pelaFernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. AJardim Belmonte - Osasco - SPCep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos denúmeros atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro.

Roland VR 09Um dos lançamentos da NAMM 2013, o equipamento se

apresenta como uma versão light do VR-700, mas permi-

tindo um rápido acesso aos timbres que os tecladistas

tanto utilizam em suas performances.

Dedo de luzLenda viva no mundo dafotografia, Dedo Weigert,

em sua passagem pelo Bra-sil, falou sobre o futuro da

tecnologia LED, seu amorpelo cinema e sobre a De-

dolight, empresa em queestá a frente há 50 anos .

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90 Iluminação cênicaDa ideia do projeto até a execução,

muitas etapas devem ser cumpri-das, cada uma com suas particula-ridades e dificuldades.

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Melhor remediardo que prevenir

siga: twitter.com/BackstageBr

o Brasil do século 21, que promete ser o país do futuro, ainda pairasobre nossas cabeças a tal da expressão “jeitinho brasileiro”. E,

talvez por conta desse jeitinho, estamos vendo uma série de acidentesse sucederem, e que poderiam ser evitados, bastava o bom senso e a res-ponsabilidade terem sido colocados em prática.Uma das maiores tragédias do país e do mundo, ocorrida em Santa Maria(RS), no final de janeiro, expôs com mais veemência o mau hábito cultu-ral de nem sempre darmos a devida atenção ao lidar com vidas. Uma sériede erros graves que ocasionou aquele ocorrido de dimensões aindaimensuráveis no estado gaúcho, cometidos pela banda, pelos orga-nizadores, produtores, engenheiros e até mesmo pelo Estado, dia a diasão repetidos Brasil afora. A diferença é que não são noticiados, fazendoparecer que a tragédia da boate Kiss tenha sido um fato isolado.Não é. O problema é que, em nome do dinheiro (e do lucro), e apoiadospelo nosso jeitinho de fazer as coisas, na ilusão de que acidentes sóacontecem com os outros ou na certeza da impunidade, nos permiti-mos a apenas contar os prejuízos em vez de tentar evitá-los. Quantasboates, casas de festas, shows, teatros etc., foram fechados depois doincêndio? Quantas outras milhares de pessoas estavam em risco? Danoite para o dia, presenciamos a política do “tolerância zero” aplicadade forma torta por aqueles que deveriam,a priori, zelar permanente-mente pela nossa segurança.Não é de agora que o país sedia shows, eventos, faz festas de grandeporte e tem boates. Não é de hoje que temos conhecimento e adota-mos normas e políticas de segurança tanto para trabalhadores envol-vidos no show business ou na área de entretenimento, quanto para opúblico que os assiste.A Teoria das Janelas Quebradas, um estudo do cientista político James Q.Wilson e do psicólogo criminologista George Kelling - e que inspirou oprefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, a acabar com a violênciana cidade -, parte do princípio de que é preciso combater os pequenosdelitos para realizar a manutenção da ordem social. Talvez esteja nahora de colocar a responsabilidade em prática, aplicar até mesmo o“tolerância zero” de forma correta, na tentativa de prevenir e não deremediar o que às vezes não pode nem ser remediado.

Boa leitura.

Danielli Marinho

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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JBLwww.jbl.com/pt-br

A JBL apresentou ao mercadobrasileiro uma linha de caixas desom inspirada na musicalidade daÁfrica. Batizado de Jembe em ho-menagem a um dos mais antigostipos de tambores do mundo, onovo sistema proporciona repro-dução de áudio firme e refinadapara computadores pessoais oupara qualquer outra plataformacom saída auxiliar 3,5mm. As cai-xas possuem um design único, ins-pirado na forma dos tambores afri-canos cobertos de pele. Elas tam-bém seguem o conceito de designda JBL, chamado de Weave, comformas arredondadas.

K-ARRAYwww.gobos.com.br

A K-array apresentou o KAN200 Anakonda, uma caixaacústica com formato de linha e flexível para atender àsnecessidades de quem precisa colocar som em lugares dedifícil acesso e estreitos. Projetada para ser usada onde umacaixa de som tradicional não teria possibilidade de serinstalada, sua resposta de frequência é de 150 Hz - 18KHz, +/- 6dB. Cada módulo KAN200 mede 2 metros decomprimento e é composto de 8 drivers de neodímio.

YAMAHAhttp://br.yamaha.com

As unidades de rack Ri8-D e Ro8-D, di-vulgadas pela Yamaha, oferecem entradas esaídas diretamente nos painéis frontais,tendo indicadores de presença de sinal, ali-mentação 48V, sincronismo e configuraçãofrontal. Elas foram desenvolvidas para ga-rantir o mesmo nível de qualidade de áudioque as mesas e sistemas CL Series, oferecen-do, no entanto, ainda maior flexibilidade.

STUDIO Rwww.studior.com.br

O novo SKY Sound Array mod. R590 da Studio R é um line array ativo,processado e tri-amplificado Studio R. O R590 não opera com caixas pas-sivas e ativas interdependentes ou impedâncias baixas em amplificadorescompartilhados, e sim com um sofisticado sistema de tri-amplificaçãoprocessada interna. Ele acompanha o exclusivo software Studio R Sarray,para dimensionamento, posicionamento e previsão de desempenho desistemas com múltiplas caixas, bumper e planos de audição.

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AKGwww.br.akg.com

A AKG anunciou uma nova linha de fones de ouvido. Associando-se ao DJ e produtor Tiësto, a marca austríaca desenvolveu uma gamade fones que estabelecem uma nova referência em termos de quali-dade de som, desenho e conforto. São três modelos – K67, K167 eK267 Tiësto. Os K67 e os K167 estão equipados com drivers de40mm, enquanto o modelo K267 usa drivers de 50mm.

HOHNERwww.proshows.com.br

Os instrumentos da série Bravo daHOHNER, marca distribuída pelaProshows, oferecem características dedesempenho que até então só estavamdisponíveis com instrumentos consi-deravelmente mais caros. Um bomexemplo é o mecanismo de teclado“T” incorporado à série Bravo. Elepossui teclado padrão piano, com 96botões de graves, ideal desde pequenasfestas até grandes eventos folclóricos.

CSRwww.csr.com.br

A CSR divulgou no Brasil o Microfone Profissional para Estú-dio Yoga YGM 400. O equipamento possui excelentes caracte-rísticas, dentre as quais podemos citar a Polaridade Unidirecional, frequência de resposta 20 – 20KHz e Peso de 420g.

OVERSOUNDwww.oversound.com.br

A Linha Insanno, da Oversound, foi criada para os amantes doSom pra Fora, Trios, Mini-Trios e Pancadão. São alto-falantescom características especiais para atender às mais severas con-dições de uso, com grande desempenho. Utilizam circuito mag-nético de grande força, conjunto móvel com resistente bobinade 4” (100 mm) em Kapton e enrolamento inside/outside, conea vácuo de celulose especial, dupla centragem e suspensão de-senvolvidas para suportar grandes deslocamentos (Xmax).

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DBRwww.proshows.com.br

A linha DBR de alto falantes profissionais tem produtos extremamente qualificados ecom uma performance sonora exemplar. A linha é ideal para construção de sistemas dePA de médio e grande porte. Dentre os falantes apresentados pela Proshows, empresaque distribui a marca no Brasil, está o modelo CV15, um dos mais vendidos em 2012.

LEAC’Swww.leacs.com.br

A Leac’s anunciou as caixas It! 6,5. Oequipamento possui excelentes caracte-rísticas, dentre as quais podemos destacara Potência RMS de 75 Watts, Resposta deFrequência de 60 Hz a 18 Khz, Falante de6,5 “ / Tweeter de Neodímio, Gabineteem Plástico Injetado ABS de primeira li-nha, super resistente e com tecnologiaLeác´s 100% nacional.

RØDEwww.rodemic.com

A RØDE Microphones anunciou o novo Smart-Lav, criado nos mesmos moldes do RØDE Rec edo iXY. Ele é um microfone de lapela de alta qua-lidade que pode ser conectado a qualquer disposi-tivo Apple, incluindo iPhone e iPad. Ele é extre-mamente funcional para qualquer ocasião, sejaem um set de filmagem, casamentos, reuniões,igrejas ou palestras.

BORNEwww.bornetecnologia.com.br

A Borne Amplificadores vem investin-do em suas potências e o destaque é aPA6000, super classe AB que possui1200w RMS em 4ohms, menor peso e 3unidades rack, proteção contra curtos eventilação forçada que proporciona con-trole de temperatura. A PA6000 é idealpara dar qualidade técnica para pequenase médias apresentações.

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AMERICAN DJwww.americandj.com

Com o novo American DJ Micro Real Galaxian e seuefeito laser incrível, todos os DJs, artistas e boates pode-rão obter luz de qualidade com bastante acessibilidade.Ele possui apenas dois quilos e acende mais de 200 pa-drões de laser vermelho e azul, que podem ser projetadasno teto, parede ou na pista de dança.

CHAUVETwww.equipo.com.br/br

A Chauvet, marca distribuída pela Equipo no Brasil, está lan-çando mais um integrante da Intimidator Spot LED 350 de luzesem movimento. Intimidator 350 é o mais poderoso LED na li-nha Intimidator. Um LED de 75 watts combinado com ótica su-perior torna este equipamento consideravelmente mais bri-lhante do que a maioria das luminárias de LED de 90 watts atu-almente no mercado.

ROBEwww.robe.cz

A Robin DLX, da Robe, possui cores impressio-nantemente suaves e uniformes. Utilizando osistema RGBW LED, o equipamento possibilitauma roda de cores virtuais e uma série de bran-cos em 2700, 3200, 5600 e 8000 graus Kelvin.

OSRAMwww.osram.com.br

A OSRAM, multinacional especializada em iluminação,lançou cinco novos acessórios para o Kreios G1, projetorestático de LED. Já conhecido no mercado por seu designe eficiência, é a opção ideal para substituição de banners eprojetores tradicionais. Com os novos itens, o produto iráproporcionar ainda mais ajustes no controle de luz, alter-nar a forma e as dimensões do feixe luminoso, além deampliar as variedades de aplicações.

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CORREÇÃO 1Diferente do que foi publicado na

reportagem David Guetta no Bra-

sil, edição 218, a nacionalidade do

DJ é francesa e não inglesa.

CORREÇÃO 2No sumário da edição 210, erra-

mos a grafia do nome da música

de Stevie Wonder. O correto é I

Just Called to Say I Love You.

FESTA NACIONAL DA MÚSICA 2013

Em fevereiro último, o jornalistaFernando Vieira e sua equipe recep-cionaram o mundo artístico e em-presarial para o lançamento do pro-jeto da Festa Nacional da Música2013 e mais uma edição anual da re-

vista da Festa. A publicação de maisde 300 páginas é editada pela VFEditora e conta todos os detalhes doencontro de 2012 em Canela, noRS. O evento aconteceu na sededa Daisul e contou com a presençada prefeita em exercício de Cane-la, Carmen Seibt, e de parlamen-tares daquela cidade, sede do en-contro há mais de 30 anos. Tam-bém estiveram presentes muitosartistas, empresários, executivos ejornalistas. A Festa Nacional daMúsica 2013, o maior encontro damúsica brasileira, acontecerá naserra gaúcha entre os dias 20 e 24de outubro desse ano e, segundoFernando, seu criador, terá muitasnovidades na programação e nacobertura jornalística com trans-missão ao vivo pela TV, agora emtodos os dias do evento.

(Gustavo Victorino)

VEM AÍ O COMUNICAI! CAMPOS

Dia 25 de maio acontece mais umaedição do Comunicai!, em Cam-pos, no RJ. O evento será realizadona Igreja Presbiteriana do Caju,em Campos dos Goytacazes, das8h30min às 18h. O objetivo é in-tegrar e capacitar técnicos deáudio e multimídia cristãos parao exercício de suas funções, alémde ser uma grande oportunidadepara compartilhar experiênciasvivenciadas nas igrejas, para reci-clagem e para aprendizado de no-vos conhecimentos técnicos.O Comunicai! nasceu na PrimeiraIgreja Batista de Itaparica, emVila Velha/ES, e desde então jáforam realizadas duas edições, em2009 e em 2011, contando com aparticipação de técnicos cristãosdo Espírito Santo, Minas Gerais,São Paulo, Rio de Janeiro e Dis-trito Federal, dentre outros esta-

dos do Brasil, além de palestran-tes de renome nacional, comoAldo Soares, Henrique Elisei,Emerson Duarte, David Distler eDaniel Ferreira.O evento representa grande opor-tunidade para compartilhar expe-riências vivenciadas nas igrejas,servindo também para reciclageme aprendizado de novos conheci-mentos técnicos, resultando emtrabalho técnico de qualidade,melhorando a excelência do ser-viço prestado à igreja e a Deus. Asinscrições já estão abertas e podemser feitas no site do evento (http://comunicaicampos2013.blogspot.-com.br). Informações sobre valo-res, hospedagem, programação,preletores etc., também podem serobtidas no site. Após o encerra-mento do encontro, haverá umjantar de confraternização.

Fernando Vieira e a Prefeita deCanela, Carmen Seibt

UPGRADEA Avid e o Abbey Road Studios,

um dos mais famosos estúdios de

gravação do mundo, anunciaram

uma atualização da estação de tra-

balho de pós-produção de música

e áudio. A partir de agora, o estú-

dio passa a usar o Pro Tools HDXe

HD I/O. Há anos, o estúdio vem tra-

balhando com o Pro Tools HD e,

com a atualização das placas

HDX, junto com a Interface de

áudio HD Series, a potência irá au-

mentar consideravelmente, pro-

porcionando melhor desempenho

e som inigualável. O Abbey Road é

responsável por sucessos de artis-

tas como Adele, Florence + The

Machine, assim como filmes de

grandes bilheterias, como 007 –

Operação Skyfall e O Hobbit.

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REDUÇÃO DE CARBONO

A Warwick recebeu certificado da ClimatePartner GmbH pela iniciativa decompensação na diminuição de carbono relativas à produção e distribuiçãode instrumentos musicais da marca.

D&B LANÇA SOFTWARE DE CÁLCULO

A d&b desenvolveu um software decálculo, o ArrayCalc V7, que pode serusado tanto para acomodar precisa-mente um line array como tambémpara apontar fontes de designs ouuma combinação dos dois em um sis-tema de design híbrido simples. Eletambém pode simplificar o processo

de criação de controles remotos emespaços de trabalho via uma funçãode exportação no próprio softwareR1 remote control. A empresa vaidemonstrar o produto durante aMusikmesse + Prolight and SoundFrankfurt, que acontece entre os dias10 e 13 de abril, na Alemanha.

Concursopara descobrir talentosMais uma da Avid e do lendário AbbeyRoad Studios: as duas empresas, emparceria, lançaram um concurso musi-cal. O concurso global de talentos temcomo foco artistas, músicos e produto-res que aspiram ser reconhecidos naNAMM. A ideia é dar a estes profissi-onais do mundo inteiro a oportunida-de de terem seus trabalhos julgadospor personalidades ilustres da indús-

tria da música, bem como por fãs on-line, durante o período de votação,que irá de 8 a 15 de março de 2013. Astrês músicas vencedoras, escolhidaspelos jurados, irão receber o melhorpacote de gravação, que inclui a mi-xagem e masterização de uma trilha desua escolha no Abbey Road Studios,além de um sistema Pro Tools|HDNative da Avid.

Creme de Papayae Margareth Menezes em Salvador

A banda carioca de axé-music Cremede Papaya fez o público de Salvadorvibrar na segunda-feira de carnaval.O conjunto participou do CordãoCultural AfroPop de Margareth Me-nezes, no circuito Barra-Ondina,apresentando versões como de Amor

de Chocolate (Naldo) no ritmo baia-no. Além do grupo, passaram tam-bém pelo trio da cantora, que propôsuma fusão de gêneros musicais, asambista Mariene de Castro, o ins-trumentista Fred Menendez e o can-tor e compositor Jair Luz.

Mariene de Castro, Felipe Xaxá (Creme dePapaya) e Margareth Menezes no CordãoCultural AfroPop Brasileiro

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A Solid State Logic passa a contar com um novo gerente regional de vendaspara a América Latina. Max Noach irá supervisionar dia a dia as atividades devenda e de apoio na América Central e na América do Sul. Desde que se mudoupara o Brasil, Max atuou em serviços locais de consultoria comercial para em-presas relacionadas à radiodifusão, gravação e pós-produção, além de já ter atu-ado como gerente divisional para a Marutec (Tagima) e mais recentementecomo gerente de vendas da unidade de negócios de áudio da ProShows.

Max Noach na SSL

CORREÇÃO 3Na edição 218, página 16, houve um

equivoco ao afirmarmos que o produ-

to amplificador de potência CE1004

pertence à Boss, do grupo Roland.

Na verdade, o equipamento mostra-

do é criação da Boss Audio Systems,

que não tem nada a ver com a marca

japonesa. Nesse sentido, o link corre-

to seria http://www.bossaudio.com/

auto/bridgeable-car-amplifier-remo-

te-subwoofer-level-control-ce1004/.

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BOLA FORANão dá para elogiar. Algumas empresastêm um estigma e uma predisposição quemesmo a mais vanguardista ou elogiávelatitude precisa ser vista com reservas por-que invariavelmente tem algo nebulosoou mal explicado. Elogiei a Microsoft pelainiciativa de reduzir drasticamente ospreços do seu novo Windows 8 no Brasil etentar acabar com a pirataria. Bola foraminha... Na verdade a empresa ofereceuapenas uma atualização. O pacote vendi-do detecta na MBR (Master Boot Record é aárea de inicialização na região de armaze-namento de dados) do HD, uma instalaçãoanterior do Windows e se torna “insta-lável”. Ou seja, quem tentar usar o pacoteem um HD novo se ferrou. O Procon-SPjá identificou a maldade e a empresa acei-tou divulgar a verdade para não ser pro-cessada. E eu, assim como milhares deconsumidores, fiquei com cara de bobopela confiança e pelo elogio.

DIFERENÇAO boa praça Rogério Raso, leia-se SantoÂngelo, acaba de retornar dos EUA,onde expôs na NAMM 2013. O execu-tivo voltou impressionado com a dife-rença de tratamento dada pelos com-pradores americanos em comparaçãoaos similares tupiniquins. Enquanto lo-jistas e consumidores brasileiros ficambabando por marcas e produtos da terrado Tio Sam (algumas já bem decaden-tes...), os fabricantes e as marcas brasi-leiras são bombardeados por todo o tipode pergunta. Na hora de comprar, os

gringos querem saber detalhes referen-tes à assistência técnica, suporte e“liability” (responsabilidade por eventu-ais danos) ao consumidor. Perguntamtambém sobre os sistemas de produção ematérias-primas eventualmente nocivasao meio ambiente. Enfim, enchem osaco. Mesmo exibindo certificados in-ternacionais de qualidade (coisa que amaioria dos fabricantes americanos nemsabe o que significa), surgem as objeções esomente a partir daí começam as negoci-ações de preço, frete e prazos de disponi-bilidade do produto em solo americano.Em suma, eles são profissionais, mas cha-tos. Enquanto isso, aqui na terra brasilis

qualquer lixo montado lá ou no orienteentra sem qualquer preocupação com oconsumidor, desde que tenha preço bai-xo e proporcione boas margens de lucro.Tá mais do que na hora dos compradoresbrasileiros, sejam lojistas, importadoresou consumidores, tratarem os importa-dos com o mesmo nível de exigência. ASanto Ângelo produz alguns dos melho-res cabos do mundo, mas compete mui-tas vezes de forma desigual, aqui e lá fora,com produtos sem qualquer cuidado deorigem ou qualidade. E tudo isso por seruma empresa brasileira.

GRAMMYA 55a edição do Grammy não trouxe sur-presas ou muita coisa interessante. Obelo show televisivo no Staples Centerde Los Angeles não escondeu a ruindadeda atual música dos gringos. O que tinhade bom era inglês, a começar pela bandabritânica Mumford & Sons, que ganhouo principal prêmio da noite, o de melhorálbum. A ironia é que os caras tocam (ebem) ritmos caipiras americanos. Ecomo sempre, os intragáveis rappers es-tavam lá tentando “cantar”...

CHARVELA Sonotec é a nova distribuidora dasguitarras Charvel para o Brasil. A marcaamericana se notabilizou por produzirexcelentes guitarras de ataque voltadasa timbres agressivos notadamente usa-dos no rock pesado. Em fase de importa-

A exemplo de outros

segmentos econômicos

do país, a falta de

união entre

produtores e

importadores de

áudio e instrumentos

musicais traz perdas

a todos. Os interesses

nem sempre

convergentes fazem

da categoria um

verdadeiro balaio de

caranguejos onde

quem tenta subir é

puxado para baixo

pela maioria. Mas

todos negam essa

realidade obtusa em

nome da ética.

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GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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ção, o produto estará disponível naslojas ainda no segundo semestredesse ano. Mais um golaço da turmade Presidente Prudente.

HONRA AO MÉRITOO fundador da poderosa RolandCorporation Japan, o engenheiroKiutaro Kakehashi, acaba de recebero Grammy de Tecnologia por ser umdos idealizadores do sistema MIDI, omecanismo pelo qual os teclados dequalquer marca conversam com ou-tros instrumentos ou acessórios.Ainda muito utilizado, o sistema cri-ado em 1983 foi decisivo para a evolu-ção dos modernos sistemas de inter-face. A ideia foi tão genial que viroupadrão por 30 anos. Ao lado do ame-ricano Dave Smith, criador dos tecla-dos Prophet, Kakehashi chocou omundo da música quando em 1983,durante o NAMM Show, na Califór-nia, fez um sintetizador Roland Jú-piter 6 conversar com um tecladoProphet 600 conectado por um atéentão misterioso cabo com sinal de16 vias combinadas que proporcio-nava dualidade de comandos na co-municação entre os equipamentos. Anovidade virou item obrigatório emtodos os teclados desde 1983. Com oadvento da conexão USB, o panora-ma vai mudar, mas a genialidade dainvenção será eterna.

MARINHEIROSLançado no fim de 2012 na Europae EUA, o disco Son of Rogue’s

Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs &

Chanteys é uma coletânea oriundade um projeto do ator JohnnyDepp que une artistas como NickCave, Tom Waits e Frank Zappa in-terpretando canções de marinhei-ros. Entre as 36 faixas, se destaca amúsica Rio Grande, regravada pelovocalista do R.E.M. Michael Stipe eCourtney Love, cantora do Hole eex-mulher de Kurt Cobain. A letrafala sobre marujos que deixam assuas casas em direção à cidade gaú-

cha de Rio Grande, no extremo suldo Brasil. Por séculos, a rota foi ocaminho dos marinheiros inglesesque iam para Buenos Aires.

CARNAVALSempre achei que a música baiana,mais precisamente o axé, seria o fu-turo do carnaval. O ritmo frenéticoe modernizado por sonoridades maiscontemporâneas e agressivas trouxeum novo frescor à folia de Momoainda no século XX. Hoje a realidadeparece ser outra. A falta de qualidadee a mesmice colocam o axé em quedaaté no carnaval. Para não soçobrar,os trios do milionário carnavalbaiano buscam alternativas em ve-lhos sucessos de outros ritmos e esti-los ou ainda convidados especiaispara virarem atração na folia de lá.Mas a verdade é que a coisa tá afun-dando e logo vai virar ritmo regionaldivulgado nacionalmente apenaspelas eternas professoras de aeróbicade belas pernocas torneadas que osbaianos vendem (e bem..) para oBrasil como cantoras.

PLANETA ATLÂNTIDAApesar da milionária cobertura damídia global (leia-se Rede Globo),o evento acusou o golpe da oportu-na e necessária mudança de datapor conta da tragédia de Santa Ma-ria. A perda de público recebeu odevido desconto por conta de alte-ração também na programação. Noentanto, a atitude do Grupo RBS,promotor do evento, é elogiável aoassumir a mudança e o prejuízo delaadvindo. Em nome do respeito aum estado que até hoje sangra dedor, o bom senso falou mais alto.

HOMENAGEADONenrod Adiel, executivo da Sono-tec, será um dos homenageados naedição da Festa Nacional da Músi-ca de 2013. Nei, como é conhecidopelo mercado e pelos amigos, foi oprimeiro gestor a acreditar no su-

cesso da retomada do evento há 9anos. Os violões da Ovation e osmicrofones da Karsect foram osprecursores da Mostra de Instru-mentos que é hoje a mais seletiva edisputada vitrine de equipamen-tos com acesso direto e pessoal aosprincipais artistas da MPB. A vi-são de mercado e a projeção de fu-turo fizeram da iniciativa do exe-cutivo uma aposta vitoriosa. O re-conhecimento se justifica pelo tra-balho realizado ao longo dos anoscom a conquista de novos endor-ses, a dedicação aos princípios depluralidade do evento e a divulga-ção das marcas de uma das maioresimportadoras da América Latina.Não bastasse isso, o cara é um boa

praça e querido por todos. Pela in-dicação, os amigos estão comemo-rando juntos...

SEMPRE PODE PIORARQuando eu achava que os cariocasnão poderiam criar nada pior do queo Latino, agora me aparecem comesse tal de Naldo. Deve ter alguémdentro da Globo se dando bem comessas monstruosidades musicais.Não tem outra explicação.

CHARADA E CURIOSIDADERecebo uma estranha ligação nomeu escritório em Porto Alegre. Dooutro lado um artista se identifica efalando um espanhol correto meconsulta sobre o mercado musicalbrasileiro e as leis que o regem. Ex-pliquei que minha especialidade - e,de resto, do meu escritório - é volta-da a aspectos contratuais, direitosde imagem e tópicos do direito in-ternacional que regulam a proprie-dade intelectual (copyright) e deexecução. O interlocutor então dis-parou... “Preciso processar dois ar-tistas brasileiros por plágio”. Quan-do disse os nomes eu caí para trás. Amúsica voltou a ser hit no carnavalbaiano e foi gravada anos atrás pordois artistas de fora da Bahia.

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Profissões do

backstage’backstage‘F L O R Ê N C I A S A R A I V A

E N G E N H E I R A D E Á U D I O

amos primeiro co-nhecer um pouco

nossa entrevistada.Quem é a Florência,o que você fazia an-tes de trabalhar comáudio, qual a sua formação?Com 13 anos (1987), eu estava encan-tada com o mundo dos teclados e umamigo da minha mãe que fazia músicaeletroacústica me levou para conhecero estúdio dele, chamado Estúdio daGlória e foi lá que eu vi, pela primeiravez, que existia esse cara que mexia coma mesa. Embora eu gostasse de tocar, eume divertia muito mais ouvindo as má-

[email protected]

Fotos: Paulo Farat, Caelos

Freitas, Marcelo Rezak,

Hugo Lacerda, Ariel Mar tini,

Arquivo pessoal / Divulgação

V

quinas tocando sozinhas e mudando osenvelopes dos timbres. Na hora em quevi a mesa de som, pensei: MeoDeos!! Euposso ficar fazendo a música e outro caratoca os instrumentos! Que maravilha!Era uma mesa de 16 canais. Ali, decidique era isso que eu ia fazer da vida.Em 1988 comecei a colecionar os jor-naizinhos “Música e Tecnologia” publi-

Nesta série de entrevistas, algumas vezes sairemosdos bastidores dos shows e iremos trilhar os

bastidores de todas as produções que tiveremprofissionais trabalhando e que geralmente

muitos de nós mesmos do ramo sequer sonhamosque existem profissionais do áudio ou

iluminação ou mesmo funções que nuncaimaginamos, mas que direta ou indiretamente

estão ligados ao dia a dia do entretenimento. Aprofissão do dia é Engenheira de Áudio e a

entrevistada é Florência Saraiva.

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cados e distribuídos grátis peloSolon nas escolas de música.Em 1994, entrei na primeira turmade Produção Fonográfica do Mayr-ton Bahia, na Rio Música. Meusprofessores foram o Fábio Hen-riques e o Gilberto (Peninha) Su-zano. Imediatamente, comecei a fa-zer assistências no estúdio da esco-la, onde, no dia 7 de setembro de1994, assinei uma OS pela primeiravez como engenheira de gravação.Daí em diante, foi só trabalho cha-mando trabalho. Em 1995, o Mayr-ton me chamou para ser engenheirados discos que ele estava gravandopara um selo que ele havia recém-lançado e me fez entrar em todosos grandes estúdios do Rio. Umavez passando pelos estúdios, o pes-soal começou a me chamar diretopara trabalhar e eu virei um verda-deiro rato de estúdio. Dormia noestúdio com saco de dormir e tudo.Fazia todos os períodos. E tive a sortede ser das primeiras pessoas a saberusar bem o ProTools. O Mayrtontrouxe um dos EUA (que rodavanum Quadra Nubus) e me deu 1 mêspra eu aprender a mixar no software.Foi difícil, mas graças a isso, aprendialgo que me deu um diferencial que,durante muitos anos, me permitiutrabalhar muito. Em 1998 comecei adar aulas na Rio Música e substituí oFábio Henriques no período da noi-te no Discover Estúdio e tive a hon-ra de aprender a trabalhar com oGuilherme Reis.Em 2001, comecei a dar aulas noIATEC, onde finalmente conhecimeus mestres Sólon do Valle eRoberto Peddruzzi. No IATEC,pude bolar um curso de gravaçãodo jeito que eu achava certo e foimuito bom. Dou aulas no IATECdesde 2002.Em 2004, o Claudio Fujimori daLoudness contratou o IATEC paradar aulas de gravação ao vivo na Gange eu fui escalada para ir. No final de2005, eu já estava morando em SP

(com o Fuji) e fazendo freelas para oCarlos Freitas, da Classic Master. Tra-balhei como segunda engenheira láde 2005 a 2009. Aprendi horrorescom o Carlinhos, que é uma pessoaprofundamente generosa, além deum profissional excepcional.

Para que todos entendam melhor, oque você faz, o que é um engenhei-ro de áudio, e quais as múltiplasfunções que você pode exercer ?Essa pergunta é bem difícil de res-ponder. Sempre que me perguntameu me enrolo para responder. Aengenharia de áudio é uma áreamultidisciplinar e, como tal, temmuitas especialidades.Mas, basicamente, um engenheirode áudio trabalha com som. Ele sabemontar um sistema de áudio (nessaparte há sempre o fatídico comen-tário: “aaah, tipo home theater!”),ele sabe de acústica, de elétrica, deeletrônica, de música e tem de saberbastante como lidar com pessoasem situações de estresse.As funções que exercemos sãodimensionamento de sistemas,montagem e alinhamento de siste-mas, gravação em estúdio, gravaçãoao vivo, mixagem de som ao vivo(PA e monitor), mixagem de sompara TV, mixagem de som para dis-cos e DVDs (ou celular, ou internetetc), edição de áudio, masterizaçãoe pós-produção de áudio para vídeo(DVD, Blu-ray, TV etc.).

Quais as dificuldades de você inici-ar no áudio, sendo uma mulher?Acredito que seu início não foi fá-cil. Quais as pessoas que fizeram adiferença no início da sua carreira?Não foi fácil, não. Ainda é difícilpara as mulheres, tanto que nosapoiamos mutuamente para facili-tar um pouco o caminho, que é ár-duo. Há uma comunidade no Fa-cebook (Female Audio Pro BR) eno Gigplace (Meninas do Áudio)para que as mulheres conversem etroquem informações e se apoiemnos momentos difíceis.Muitos homens fizeram a diferençapra mim, foram meus mestres e abri-ram as portas para que eu conseguis-se chegar até onde cheguei. A gentenão faz nada nessa vida sozinho.Acho que os principais foram o Fá-bio Henriques, o Gilberto Suzano(que me deu a primeira oportunida-de de trabalhar como assistente), oMayrton Bahia, o Guilherme Reis, oPaul Ralphes (com quem trabalhodireto desde 1997), o Carlos Freitas,o Felipe Abreu, o Sólon do Valle, oRoberto Pedruzzi, o Fernando Lopese o meu marido, Cláudio Fujimori.Mas há tantos e tantos amigos, pro-dutores e artistas que sempre me in-dicam e confiam no meu trabalho,que fica quase injusto não citar todomundo aqui.

Nos dias atuais já é normal en-contrar mulheres no áudio. O que

Florência e Paulo Farat

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mudou na postura dos profissionais edas empresas?Mudou muita coisa, mas ainda existeum “ranço” machista, principalmenteno universo do áudio ao vivo. Por outrolado, também há empresas que contra-tam bastante mulheres para trabalhar,como a Classic Master e a Tukasom.

Você tem atuado no mercado comofreelancer. Qual a sua visão do merca-do atual, como ele evolui desde quevocê começou?Sempre fui freelancer, sempre quis issopor causa da liberdade. A autodiscipli-na para viver sem salário certo, eu te-nho, então não foi um problema paramim fazer essa opção.Alguém disse que antes, “poucos fazi-am música para muitos” e que, hoje,são “muitos fazendo música para mui-tos”. O mercado é muito pulverizadohoje e apenas aqueles que souberemvalorizar seu próprio talento, adap-tando-o às novas tecnologias e aosnovos orçamentos, é que vão conse-guir continuar trabalhando. Isto sig-nifica saber trabalhar bem com os no-vos sistemas de áudio e saber valorizaro seu cachê.

O mercado de entretenimento tem cresci-do muito no Brasil nos últimos anos. Aseu ver o mercado tem se preparado paraessa crescente necessidade de profissio-nais especializados e para complementarneste mesmo mercado? A seu ver o queprecisa ser feito para que o mercado dasprofissões ligadas ao entretenimento sejamais organizado quanto às condições detrabalho e cachês?Acho que a formação do profissional, oestudo, são muito importantes. Em ou-tras profissões, as pessoas pagam o quefor para fazer um MBA, uma especializa-ção. No nosso mercado é mais difícil enão há o hábito. São duas coisas: 1)Muitos profissionais querem se especi-alizar, mas não possuem os recursos parapagar o que os cursos valem e; 2) Aque-les que poderiam pagar um curso, mastêm uma grande resistência ao estudo, àaquisição de conhecimento. Ouço mui-to a triste frase: “quem não sabe tirarsom vai dar aula”. Isso reflete uma men-talidade muito desanimadora.Temos de nos organizar de verdade parater períodos máximos de trabalho epara termos uma remuneração mais va-lorizada e tabelada. No entanto, houvevárias tentativas de organização que”

“O mercado émuito pulverizado

hoje e apenasaqueles que

souberem valorizarseu próprio

talento,adaptando-o às

novas tecnologiase aos novos

orçamentos,é que vãoconseguircontinuar

trabalhando

Meninas do áudio

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não tiveram amplo apoio por não ex-pressarem verdadeiramente as ne-cessidades dos profissionais.Também acredito muito na organiza-ção informal para viabilizar o conhe-cimento para aqueles que não podempagar por ele. Talvez nossa associaçãoformal acabe surgindo das associa-ções informais, como os grupos nasredes sociais.

Como você encara a necessidadede reciclagem de conhecimentos eo que você tem feito pra se manteratualizada?Estudo, estudo, estudo. Temos até umgrupo de estudos semanal das meni-nas do áudio. Toda semana chamamosalgum profissional amigo para nosensinar algum tópico, como acústica,elétrica, eletrônica, áudio digital, etc.Sinto muita falta de sentar com osoutros profissionais para conversarsobre situações que aconteceram du-rante a semana, de forma a aprendermais com as experiências dos outros.As listas de discussão, como as que háno Gigplace, ajudam muito (sempreajudaram, mesmo antes da existênciada nossa comunidade). Ler matériasnas revistas, fazer cursos livres, en-fim, investir na própria carreira.

Falando em especialização o quevocê gosta mais de fazer? Qual o ca-minho ou função que enxerga comoseu caminho profissionalmente?Bom, eu sou geminiana, não consigoescolher um caminho só. Não consi-go dizer: “ah, não quero mais fazer talcoisa no áudio”. Gosto mesmo detudo. Mas acredito que temos de nosespecializar e, no momento, estoucorrendo atrás de mixagem ao vivo.Tanto para PA quanto para monitor.

Como mulher atuante no mercadodo áudio, o que ainda te incomodano dia a dia do trabalho?A vida tem altos e baixos. E tem diasque fazemos um trabalho ruim. Nes-ses dias, o que mais me incomoda é

que há pessoas que tinham certeza deque eu ia me sair mal por ser mulher. Irmal em determinada situação nãotem a ver com o gênero da pessoa e,sim, com a competência dela.

Muitas meninas hoje em dia tem seinteressado pelas profissões noáudio, seja no backstage e ou nos es-túdios. Qual o conselho ou dica quevocê daria para as iniciantes?Estudem e tenham uma postura pro-fissional. Sejam gentis e educadas.Relevem os insultos e piadinhas.Concentrem-se em servir bem à artede fazer som. E, sobretudo, sejam bemhumoradas e felizes, mesmo quandotudo estiver nas trevas!

Com o fenômeno das redes sociaiscomo o Gigplace e Facebook, temosvisto grupos de mulheres se juntandoem comunidades como o das Meninasdo Áudio. Quais os maiores ques-tionamentos que rolam nesses grupos?O que as meninas mais querem éaprender a ser boas profissionais.Querem conhecimento técnico equerem saber como se portar no tra-balho. Uma coisa que me instigoumuito para fazer o grupo de estudoscom as meninas foi a avidez delas porconhecimento. Elas querem apren-der, querem fazer cursos, querem iraos workshops. Os meninos têm esta-do menos interessados.

Para finalizar: quais os seus planospara o futuro, o que a Florência pla-neja estar fazendo daqui a 10 anos?Eu nunca planejo nada a tão longo prazo.Eu estou sempre aberta para as mudan-ças que a vida pode trazer. No momento,quero mixar bem ao vivo e este será oobjetivo para os próximos anos.

Este espaço é de responsabilida-de da Comunidade Gigplace. En-vie críticas ou sugestões para [email protected] ou [email protected]. E visiteo site: http://gigplace.com.br.

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esponsável pelo som de uma das ar-tistas mais badaladas do momento

– a cantora sertaneja Paula Fernandes, otécnico Roberto Lima aponta como suamais marcante característica profissio-nal a busca por conhecer, tanto quantopossível, a sonoridade do artista comquem está trabalhando.“Levo muito em consideração o som quefoi criado no estúdio pelo produtor musi-cal e pelo artista. Sempre que possível, atéacompanho a gravação e a mixagem do dis-co. Também sempre ouço o disco do artistaantes (de um trabalho novo), com o intui-to de conhecer melhor o som da banda etentar mostrar um trabalho o mais próxi-mo possível do original”, conta.Já Fausto Prochet, que atualmente tra-balha com bandas como Kid Abelha eForfun, destaca como sua característicaprincipal a capacidade de extrair o me-lhor rendimento de qualquer sistemade som que seja fornecido para o evento.Segundo o técnico, sua meta é conse-guir uma mixagem bem equilibrada des-de o início do show, homogeneidade decobertura da plateia e consistência so-nora nas diferentes apresentações.“Na verdade, meu objetivo é não variarmuito de artista para artista, mantendo

Alexandre Coelho

[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal /

Internet / Divulgação

R sempre o foco no melhor rendimentodo sistema. Caso haja necessidade de in-terferências estéticas particulares, eubusco os recursos que melhor reprodu-zem o efeito desejado”, salienta.Pragmático, Prochet não vê problema ematender qualquer solicitação do artista oudo produtor do espetáculo e, eventual-mente, mudar algum detalhe da mixagemque ele próprio havia pensado. Ele lembraque já passou por essa situação e garanteentender perfeitamente que o suportetécnico deve trabalhar em prol das exi-gências artísticas do espetáculo.“Já fui solicitado a dar mais destaque a coi-sas que eu apresentava na mixagem comonuances, mas é muito natural que issoaconteça, pois cada indivíduo tem sua opi-nião. E o departamento de engenhariadeve atender às solicitações do departa-mento artístico”, considera.Roberto Lima afirma nunca ter passadopor uma situação desse tipo, mas enxer-ga de forma positiva qualquer diálogoentre os setores artístico e técnico quecompõem um espetáculo musical. “Nãovejo isso como uma crítica, e sim comouma forma de melhorar, desde que o ar-tista tenha conhecimento sobre o queestá pedindo”, pondera.

A série dereportagens sobre

como cadaprofissional deáudio encontra

uma sonoridadeprópria traz, nessaedição, os técnicos

Roberto Lima eFausto Prochet.

PARTE 6

O somDE CADA PAO somDE CADA PA

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ALINHAMENTO

Tecnicamente, para atingir a sonori-dade que busca em um show ou aten-der às exigências do artista ou do pro-dutor musical, Roberto Lima não dis-pensa o uso de bons equipamentos.Segundo ele, o que mais favorece otrabalho de um técnico e acaba fazen-do a diferença é um bom sistema dePA e a opção por microfones de quali-dade. “E, no alinhamento do PA, usoo Smaart 7, mas não dispenso as mú-sicas nem o bom e velho ‘alô, teste,som’ no microfone”, revela.Fausto Prochet, por sua vez, diz quealcança o seu diferencial no trabalhocomo técnico pesquisando muito eregistrando tudo o que é possível,para sempre extrair alguma lição queseja útil em futuros trabalhos. Tecni-camente, o engenheiro não abre mãodo analisador de espectro, que captaeventuais problemas que escapam àslimitações do ouvido humano. Assimcomo Roberto Lima, no alinhamento

do PA Prochet também faz uso dosoftware Smaart. O técnico conta umpouco da forma como atua nesta eta-pa da sonorização de um show.“A profundidade da análise costumavariar de uma situação para outra.Houve casos em que uma simples me-dição do sistema como um todo já medisse tudo o que eu precisava saber naocasião. E também houve casos emque tive que analisar separadamente aresposta de cada caixa de um sistemacomplexo, até chegar ao resultado de-sejado. Após deixar o sistema tecnica-mente em ordem, gosto muito de co-meçar a avaliação auditiva do PA ou-vindo a música escolhida em um head-phone de referência, para ter uma no-ção da diferença entre a referência e aresposta do sistema”, detalha.Com o sistema já alinhado, RobertoLima, sempre que possível, opta porfazer a passagem de som com a banda,ainda que, muitas vezes, por força dascircunstâncias, seja obrigado a passar

Roberto Lima

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o som com os roadies. Já Fausto Prochetnão abre mão do soundcheck virtual.“Uso desde 2004 e tento sempre ter esserecurso à mão, junto com o recall maiscompleto do evento que originou os ar-quivos empregados no processo (mes-mo artista, instrumentos, backline, mi-crofones e mixer). Mesmo no pior cená-rio, sem recall e com roadies ocupadosou incapazes de executar o instrumentode forma minimamente aceitável, esserecurso me proporciona a possibilidadede ir ao palco e me gravar tocando todosos instrumentos para, posteriormente,me dirigir à mesa de som e colocá-losem sobreposição. Acho o soundcheckvirtual melhor do que passar o som como artista, pois o arquivo capturado noshow tem ‘energia de show’, e proporci-ona uma representação mais fiel do quevai acontecer”, acredita.

FOCO NO SOM DO ARTISTA

Se trabalham de formas diferentes noque diz respeito à passagem de som,Roberto Lima e Fausto Prochet concor-dam em um ponto: a busca do técnicopor uma identidade própria não podecomprometer a sonoridade do artistacom o qual ele trabalha. “Não acho issoimportante, essa identidade tem que serda banda ou do artista”, sentencia Lima.“Temo que a busca de uma identidadesonora pelo técnico possa ofuscar o ver-dadeiro objetivo de sua presença, que,no meu ponto de vista, é a identidadesonora do artista”, completa Prochet.Nessa busca pelo melhor som a cadashow, Prochet lamenta que existam pro-fissionais que se sentem incomodadospela necessidade de se trabalhar duropara a obtenção de um bom rendimentodo sistema, e alguns outros que não gos-tam de ter expostas as falhas em seus sis-temas. “Acho bastante curioso esse tipode comportamento, pois frequentemen-te lido com pessoas que trabalham duropara melhorar as imperfeições de seussistemas, e vejo que essa prática traz re-sultados mais agradáveis”, avalia.Divergências são comuns na estrada.Roberto Lima recorda uma história vi-vida por ele, que revela a falta de profis-sionalismo por vezes encontrada porquem conhece de perto a realidade doshow business brasileiro, mas que fazemparte da profissão.“Certa vez, fui mixar uma banda de rootsreggae. Como era a primeira vez quemixava esse estilo, ouvi as músicas da ban-da, passamos o som e ficou tudo certo. Nahora do show, surgiu um técnico, que tra-balhava na empresa de som e já tinha to-mado umas e outras, que começou a mepedir para colocar agudo no bumbo e nobaixo, sendo que eu havia tirado todas asaltas dos dois. Tentei por várias vezes ex-plicar que as músicas eram assim mesmo,mas ele não aceitava de jeito nenhum. Di-zia que se eu não sabia era pra deixar paraele. Até que eu chamei o segurança e elefoi retirado. Mas o show foi ótimo e muitoelogiado, principalmente por não ter oagudo no bumbo”, diverte-se.Fausto Prochet

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40 FESTIVALoram quatro dias de muita música efesta na capital baiana, com atrações

contemplando diversos estilos musi-cais que iam do sertanejo da dupla Jorge& Matheus ao axé de Ivete Sangalo,passando pelo rock and roll do CapitalInicial. Um dos maiores eventos queacontecem no Nordeste, o Festival de

Verão de Salvador como em outrosanos teve um gostinho de pré-carnavale levou para o parque de exposições dacidade cerca de 70 mil pessoas em cadadia de evento.Responsável pela sonorização dos trêspalcos, a João Américo Sonorização(JAS), usou o sistema da FZ Áudio nopalco principal 15 Verões com uma novadisposição para as caixas modelo J15.

FDanielli Marinho

[email protected]

Revisão técnica: José

Anselmo “Paulista”

Fotos: Danielli Marinho e

Divulgação

FESTIVAL

A 15ª edição do

Festival de Verão

de Salvador foi

marcada por

algumas novidades

como a nova

disposição do

sistema de PA,

mudança na house

mix, uso do sistema

de multicabo

digital no palco

principal 15

Verões, além da

consolidação de

parcerias.

Apesar de ter diminuído a quantidade decaixas do sistema de PA do palco princi-pal, foram adotadas duas colunas deoutfill para fazer a cobertura dos camaro-tes. Um dos responsáveis técnicos daJAS, Rodrigo Nascimento explica que amudança no número de caixas e configu-ração do sistema foi para atender princi-palmente à necessidade visual do palco.“Quando o festival é televisionado hánecessidade de se adequar. Ano passado,por exemplo, deu para montar mais cai-xas porque o palco tinha mais altura,mas esse ano diminuímos duas e fizemosalgumas melhoras no rendimento dosistema, então achamos que duas caixasa menos por lado ia atender perfeita-mente”, fala. “A FZ J15 A é um modelo

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DE VERÃODE VERÃOSalvadorSalvador

mais novo de PA para grandes áre-as, com três vias pré-amplificado. Eesse ano eu e Marcelo Vilela acha-mos que está melhor. Os técnicostambém estão gostando muito, compoucas mexidas no equalizador.Tem técnico que não corrige, outrostiram para a sonoridade chegar aotimbre pretendido”, acrescenta.Segundo Marcelo Vilela, tambémtécnico da JAS, embora o sistematenha sido dimensionado com me-nor quantidade de caixas, conti-nuou com a mesma eficácia. “O sis-tema que estamos usando é digital,

incluindo os PAs, além de tambémter um backup analógico. Temosainda as mesas rodando em paralelono sistema digital com o multicabodigital da DSPro”, completa.Para o processador, segundo Ro-drigo, foi usado o Lake, além de umgerenciador da FZ. “Existe umsoftware, o Easy Focus, que dimen-siona e que prevê como é que vaiser a distribuição do áudio na are-na, que simula de forma matemáti-ca e faz com que a gente consigaprever. A partir disso, fazemos adistribuição da curvatura da caixa.

Daí executamos algumas corre-ções, porque o que vale mesmo é oambiente, o tipo de piso, o públicoe com isso fazemos os ajustes e con-seguimos chegar a um resultadoque é o melhor. Mas cada técnicotem a sua mixagem e corrige algu-mas coisas. Usamos uma mesa con-troladora que distribui o áudio dasduas mesas de PA para todas as cai-xas com a mixagem estéreo, nooutfill para fazer a cobertura doscamarotes, dois delays, um delayestéreo para fazer um acompanha-mento da resposta de frequência

Iluminação feita somente commovings, video mapping e

sistema de PA nacional da FAÁudio marcaram a 15ª edição

do evento

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para o público que está mais distante dopalco”, fala.“Tentamos de todas as formas diminuiro número de caixas do PA, porque o pé-direito é baixo e se colocássemos maisde 16 caixas ia ter problemas de maismicrofonia. Então por causa da alturanão conseguimos colocar o mesmo nú-mero de caixas, mas reforçamos os PAs

laterais para os camarotes. Esse ano foidiferente, ficou superlegal, os técnicosficaram satisfeitos. Eu particularmenteacho que ainda podemos chegar a umpadrão melhor, o espaçamento entre ossubs, por exemplo, poderia ser umpouquinho mais fechado, mas não temcomo ter tudo de uma vez só, mas jáagradou a praticamente quase todos e

Unidade móvel - transmissão ao vivo em 5.1

A transmissão do festival pelo canal a caboMultishow foi realizada pela unidade móvel(U.M.) Epah Estúdios, que após seis anos,retornou ao evento com esse novo nome. Anovidade é que o Festival foi totalmente em5.1 na casa dos telespectadores. “Estamoscom tudo conectado por fibra óptica, nossaunidade com o palco, todo por fibra óptica,com o sistema utilizando os conversores daDSPro com a Venue Profile, Então o quemudou foi basicamente isso porque estamosem 5.1 ao vivo”, fala Marcelo Freitas, doEpah Estúdios, acrescentando que, paraesse trabalho, a equipe contou com RobertoMarques, Beto Neves e Deco, fazendomixagem, e de Daniel Reis, no apoio ao siste-ma de microfones.“É importante dizer que não estamos pe-gando o L/R e retransmitindo. Todos osshows que o Epah faz para o Multishow são

gravados em multitracks. Então, recebe-mos os canais abertos, mixamos isso e colo-camos de duas formas no ar: em 2.0 e 5.1.Salvo alguns artistas, que demandam umamixagem muito específica, aí, por exemplo,podemos optar por ter o L/R e compensarcom voz, com bumbo ou baixo que geral-mente são canais que não têm uma ênfasepara o ao vivo, mas que para a TV é neces-sário”, explica Marcelo. De acordo com ele,ano passado, o Epah foi responsável pelatransmissão de 140 shows, tendo usado oL/R em um ou dois shows, e mais de 90%dos shows foi por multitrack. Ou seja, aU.M. recebia o sinal limpo, da estruturatoda, do mesmo jeito que o monitor e PArecebiam, e remixava tudo. No Festival de

Verão de Salvador foram gravadas 36 ho-ras de música, uma média de 9 horas emeia de música por dia.

“Já trafegamos

o sinal do PA

também digital,

só mudamos o

desenho do

sistema do PA,

no palco

principal, o 15

Verões.

(Fernando Lima) Fausto Prochet levou sua própria Beringher X-32

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os técnicos saíram daqui com umaboa referência”, assegura. “Esseano tentamos colocar o máximoque pudemos em digital, no PAprincipal fizemos duas formas: di-gital direto no PA e digital noprocessador, que seria o analógicoentrando na mesa também”, com-pleta José Carlos.Fausto Prochet, técnico de PA doKid Abelha, já havia usado esse PA

em São Paulo, “Eugostei muito do PAdas duas vezes queusei e eu acho que, através do es-forço do José Carlos, tem evoluídoe tem tido resultados melhores.Então, desde que usei, que era umaconfiguração parecida de line ouviuma evolução e acredito que com adedicação do pessoal vai evoluir ain-da mais e pode competir com osgringos tranquilamente. Cada umcom sua característica, o FZ com adele, mas atendendo a todos os artis-tas. Achei que no Kid Abelha, que éuma missão crítica, pois a voz daPaula exige um cuidado muito gran-de, eu achei que ele respondeu bem”,considera. Fausto usou uma console

Behringer X32 para fazer o PAda banda. “A mesa é minha e semprea uso na estrada”, comenta.Para Marcelo Sussekind, que já co-nhecia o sistema da FZ, este é omelhor PA nacional. “Para mim éo melhor, é bem na frente dos ou-tros. No meu rider, eu tenho FZ. Osom dele tem um pouco de Vertec eum pouco de V-Dosc. A clareza doV-Dosc e a pancada do Vertec”,compara. José Luiz Carrato, técni-co de PA do Capital Inicial com-partilha também das boas impres-sões do sistema. “Eu gostei muitodesse sistema. Ele tem uma boapressão, isso com certeza. Dá paraperceber que ele é bem eficientenesse ponto”, afirma.

MUDANÇA NO FOHCom a saída da TV Globo da trans-missão do festival (esse ano quemfez a transmissão ao vivo foi o canala cabo Multishow), a house mix ga-Marcelo Sussekid, PA Ana Carolina

Valmir Elpidio (à esquerda) e Fernando Lima

José Carlos e Rodrigo Madeira, da JAS

José Carrato gostou da pressão mas gostaria de mais opções de consoles na house

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nhou uma nova posição em frente aopalco principal “15 Verões”. Segundo ostécnicos de PA que por ali passaram, adisposição na região central da arenamelhorou bastante a percepção do som,ajudando até mesmo a melhorar a per-

formance no PA, que foi gerenciado poruma Digidesign Venue SC-48, usadacomo master e que também comandoufrontfill, torres de delay e torres laterais.Na house, os técnicos de PA das bandascontaram com duas Venue Mix Rack.“Esse ano foi especial porque a housemix está no centro do palco. Está me-lhor assim. Isso é uma demanda técnicapara quem vai mixar escutar os dois la-dos, porque a maioria, diria 98% dasmixagens, é em estéreo. E se você nãoescuta o outro lado, você fica um poucosem a panorâmica da mixagem”, senten-cia Rodrigo.Para Deny Mercês, técnico de PA deClaudia Leitte, o posicionamento cen-

“Com relação às

caixas do sistema

para mim está

perfeito. O

alinhamento, o

acoplamento do

sistema, ano

passado, tivemos o

mesmo som e não

estava legal. Esse

ano está nota 10

(Deny Mercês)

Emerson, Beto neves, Kalunga e Daniel Reis

Unidade Móvel Epah fez a transmissão do festival

Palco principal e o sistema de line array FZ Áudio

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Lista de equipamentos Festival de Verão 2013

28 - FZ J15A PA L/R20 - FZ J15A PA LL/RR12 - VLA JAS Delay L/R48 –Subwoof Beyma08 – VLA2 Front08 - FZ J08, 02 - FZ J12, 06 – SubsBeyma JAS (Side)28 - Monitores JAS 2112 - MS14 - Amp. Powersoft K10 (Subwoof)16 - Amp. de Mo JS 2001AB/H04 – Tip 5000H/2R, 04 – Tip 3000AB/2R, 04 – Tip 2000AB/2R (Amp. Delay)04 – Tip 5000H/2R (Sub. Side)05 – Avid Mix Rack /01- Com StageRack Remote Box01 – Avid Profile01 – Avid SC48 c/ Stage Rack Remote Box02 – PM 5D04 – Lake LM2601 – XTA 44801 – Apogee Big Ben04 – Pré Amek 909802 – Intercom Axxent

02 – Avalon VT 73701 –Lexicon 480L02 – DsPro DSnake Compact 64R04 – Dspro DSnake Compact04 – Dspro DSnake Modular 56 Canais01 – Multicabo whirlwind 56 CanaisMicrophones

SM 58/SM 57/SM 52 Beta/SM 91/SM81/SM 56 Beta/SM 57 Beta A/SM 57Beta/SM 98/SM98Beta/SM 87 Beta/S/FUR/ND 409/BF 604 /MD 241/ND 904/Rode /D 112/AKG 414 AKG 411/AKG451B/AKG 535 /AKG 418/AKG 419/S/FAT 4000/AT 5100/AE 3000 ATM450 ND448 /ND 468 /Audix D2.Qbox.Directs Box’sKT, BSS, WW, COUNTRYMANSennheiserSKM 5200SK 5200Ears EW300Ear EK2000

tral da house mix em um tipo defestival como o de Verão de Salva-dor ajuda muito. “Antigamente fi-cava de um lado só da house e nãoouvíamos bem, não sabíamos e erauma aventura muito grande. Issonesse festival esse ano, pode tercerteza, ajudou muito a gente”,conta. “Com relação às caixas dosistema para mim está perfeito. Oalinhamento, o acoplamento dosistema, ano passado, tivemos omesmo som e não estava legal. Esseano está nota 10”. avalia.

SISTEMAMULTICABO DIGITALEm um festival que já é realizadohá 15 anos, parece que não há maisnovidade a ser apresentada. Noentanto, o mundo do áudio estáem constante evolução e comoprova disso, o advento do multi-cabo digital em grandes festivais.“Estamos utilizando o multicabodigital, que são cabos de rede quefazem o tráfego dos canais que vem

do palco para as mesas de som tan-to do monitor quanto do PA. Issofacilita para quem está operando

os canais e tem que configurar issoapenas com o arquivo. A plugagemfica fixa e os arquivos é que se mo-

Video Mapping foi a opção usada na 15ª edição do festival

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Video mapping e movings para fotografia

O palco principal 15 Verões ganhou um armais sofisticado nesta edição do festival. Ouso da tecnologia de video mapping, ao in-vés de imensos paineis de LED, e a adoçãode moving lights para fazer a fotografia paraa TV, foi a aposta das equipes de iluminaçãodo evento. O resultado foi um show à partecom muita luz e imagem, porém na medida eintensidade certas. “Tivemos que segurarum pouco, esse ano, a luz de plateia parapoder valorizar o mapping”, explica olighting desinger Junior Luzbel, proprietárioda Luzbel, empresa responsável pela ilumi-nação do festival.“Foi um desafio muito grande, mas aceiteicom tranquilidade desenhar a luz daqui emfunção do cenário dentro dessa nova pro-posta de mapping. Desenhamos o cenárioem forma de triangulo em um projeto quetrabalhasse harmonicamente com cenogra-fia”, acrescenta. Ainda segundo Juninho, aideia foi trabalhar com linha reta, de maneiraque se formassem três tipos de triângulos nopalco. “A ideia do projeto do mapping é doGiuseppe Mazoni, que é o arquiteto do festi-val. Ele desenhou o palco. Depois que elefez todo o projeto do palco, eu passei a de-senhar a luz”, conta Junior.Outra novidade foi o uso de quatro movings,inclusive para fazer a fotografia da TV, du-

rante a transmissão do canal a cabo Mul-tishow. “Fizemos toda a fotografia commovings e a novidade foi o moving 5R daElation, pela primeira vez usado no festivalaqui na Bahia. Para iluminar o cenário e fazera fotografia de chão foram os movings Robe1200 LED Wash”, enumera.Para fazer todo o gerenciamento da luz, asescolhidas foram as consoles Grand MA. Fo-ram quatro mesas, sendo duas MA Light, umaUltra Light, além de duas Command Wing.

Relação de equipamentos:

24 ROBIN MMX SPOT 800;24 ROBIN LED 1200;54 ROBIN LED 100;12 ROBE WASH 1200;30 ELATION PLATINUM BEAM 5R;20 ROBE BEAM 700;16 ATOMIC 3000;04 HAZER;03 FOLLOW SPOT MSR 1200;02 MA LIGHT 02;01 MA ULTRA LIGHT 02;02 MA COMMAND WING;10 BRUT 06 LAMPADAS 650W.

PLATEIA

18 ROBE COLORSPOT 1200 EAT;180 PAR 64.

“A cada dia vamos

ter que tentar

melhorar cada

vez mais:

melhoria

de equipamento, de

atendimento ao

cliente,

aperfeiçoamento de

pessoal, a nossa

prestação de

serviços tem que ter

uma qualidade

diferenciada,

(Valmir Elpidio)

dificam de uma banda para a outra. Domodo antigo, de dois anos atrás, eratudo plugado na mão e o cara anotavatudo no papel. A gente tem ressaltadomuito o digital ultimamente, tanto asmesas de som e outros equipamentosque também são digitais, processadores.Quanto menos conversão, de analógicopara digital e vice versa, fica melhor.Então fazemos na mesa digital, entra noprocessador digital e isso garante umaqualidade de som, pois onde tiver me-nos conversão possível dá para melho-rar na sonoridade”, analisa Rodrigo,técnico da JAS.“Basicamente o que estamos fazendonesse festival é a distribuição de todo oáudio do palco através de rede para to-das as mesas e, através de um softwarede gerenciamento, todas as conexões,todas as ligações são configuradas viasoftware e não há necessidade de ficar

trocando de conexões físicas para fazeros testes”, explica Paulo Dalla Santa,sócio da DSPro. Outra vantagem, se-gundo Paulo, é que o sistema tambémpermite gravação por uma porta de rede,o que significa que o Festival poderia sergravado em um computador comum pormeio do software da DSPro através deuma placa de rede convencional.Como esse foi o segundo ano usando osistema de multicabo digital, José Carlosconta que alguns ajustes foram feitospara a edição do Festival desse ano. “AJoão Américo usou as primeiras versõesdo multicabo para testar e o Rafael, daDSPro, pedia para dar a nossa opinião.Quando tinham algumas coisas que pre-cisávamos corrigir, eu gravava esse áudioe enviava o trecho gravado. Assim foievoluindo. Ano passado, quando veio omulticabo, relatamos nossas dificuldadespara que o Rafael e o Paulo, da DSPro, pu-

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dessem ver o que podia ser feitopara otimizar o sistema”, relata.

PARCERIASAlém das novidades na área técni-ca, este ano a edição do Festival foitambém marcada pela consolida-ção das parcerias e a estreia danova direção da JAS, que aconte-ceu a partir da fusão das empresasElpidio e João Américo Sonoriza-ção. Para Valmir Elpidio, um dossócios atuais, o desafio agora émanter o padrão buscando melho-rar o que já vem dando certo. “Acada dia vamos ter que tentar me-lhorar cada vez mais: melhoria deequipamento, de atendimento aocliente, aperfeiçoamento de pes-soal, a nossa prestação de serviçostem que ter uma qualidade diferen-ciada, assim como os equipamen-tos deverão ser renovados e atua-lizados a cada ano”, enumera.Valmir, que pela primeira vez tra-balha no PA do palco principal,comenta ainda que o suporte da

Quanta, Sennheiser e FZ Áudiotem sido bastante importante.“Para mim está sendo o primeiroano no palco principal. Ano passa-do eu fiz os dois outros palcos, aindapela empresa Elpidio Sonorização,

mas agora estamos juntos, eu, Fer-nando Lima e João Américo Bezer-ra à frente da João Américo So-norização”, comenta.Fernando Lima, sócio da JAS, co-menta que o formato do ano passa-

Sistema de PA contou com 16 caixas modelo J15 por lado

Cenário desenhado em forma de triângulo afim de casar com a cenografia

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do foi mantido, inclusi-ve com a utilização domulticabo digital, a-través da parceria coma DSPro. “Já trafega-mos o sinal do PAtambém digital, sómudamos o dese-nho do sistema doPA, no palco prin-cipal, o 15 Verões”.Fernando tam-bém falou sobre afusão, acrescen-tando que, ao

contrário do que se poderiapensar, o negócio foi bem pensado.“Tem a questão da composição acionáriada empresa, quando muita gente ficouassustada até porque ela se deu um poucoantes dos grandes eventos, do réveillon,do festival e do carnaval, e a prova de quefoi uma coisa pensada e estruturada é arealização do festival, que está transcor-rendo dentro do que é esperado, comoaconteceu no ano passado e no anoretrasado”, ressalta.

SOM AO VIVOPelo segundo ano consecutivo, a Quan-ta, em parceria com a Sennheiser e FZÁudio, montou um lounge para receberos técnicos e engenheiros de som dasbandas que se apresentaram no festival.O espaço também foi o local onde a em-presa apresentou aos convidados umnovo produto: a divisão Quanta Live.

Focada em atendimento a clientes desom ao vivo, de som instalado em igrejas,casas de shows etc., a ideia é atender commais personalidade esse mercado. “Es-tamos atendendo um mercado com asprincipais marcas de som de equipamen-tos de áudio profissional de som ao vivo,com Avid, consoles Venue, FZ na parte dePA e Sennheiser para toda a parte demicrofonação e in-ears”, explica NelsonAlberti, gerente de marketing da Quanta.A nova divisão surgiu a partir da neces-sidade, observada pela empresa, do con-sumidor de som ao vivo ter um trata-mento diferencial daquele de estúdio.Segundo Nelson, a forma de se falar, aforma de se prestar o suporte e atenderesse cliente é diferente. “Criamos issotudo para mostrar a importância quedamos ao cliente de pró-audio, de somao vivo, que está usando na ponta, aovivo, em um show”, completa.

MAIS DOIS PALCOSAlém de ser responsável pelo palco prin-cipal, a João Américo/Elpidio, tambémficou responsável pelos outros dois pal-cos: Passarela do Ritmo e Estúdio do Som.No palco Estúdio do Som, com capacidadepara 2 mil pessoas, foi usado um sistemaVertec VT 4889-1. Já no palco Passarela

do Ritmo, que comporta cerca de 12 milpessoas, a opção foi usar um sistema daBeyma Kw-V12. “O grande barato hoje éa diversidade de sistemas que tem na em-presa. Tem FZ, Beyma, VLA da empresa,Vertec”, analisa Valmir.

Iluminação contou com equipamentos Robe e Elation

Modelo J15 compôs o sistema de PA do palco 15 Verões

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ontinuação de A Música Segundo An-

tonio Carlos Jobim, película que narraa incrível trajetória musical de um dosprincipais expoentes da música brasilei-ra, o filme em questão, que estreou nodia 8 de fevereiro, se desenvolve sob oolhar de Thereza Jobim, primeira espo-sa; Ana Lontra Jobim, segunda esposa;e de Helena Jobim, irmã de Tom. Comdesenho fotográfico incrível, que in-corpora sons da natureza a clássicos domúsico, as locações escolhidas para anarrativa remetem o espectador ao ‘Riode Janeiro de Tom’, aquele de cujo bairroIpanema era um ‘imenso areal’, com

C poucas casas e aparência bucólica e oJardim Botânico, ‘a extensão do quintalde sua casa’.Logo no início do longa aparecem imagensdo acervo disponível no Instituto AntônioCarlos Jobim, como um vídeo raro do en-contro entre o pianista e Dorival Caymmi,além de objetos de uso pessoal, como cha-péus e instrumentos musicais.

DEPOIMENTOSA primeira a falar é Helena, que lembrade um Tom que, na infância, só dormiaouvindo música e teve uma meniniceprivilegiada apreciando literatura e boa

Luiz Urjais

[email protected]

Fotos: Dario de Almeida Prado / Ivelise Ferreira / Divulgação

“Vou te contar, Os olhos já nãopodem ver, Coisas que só o

coração pode entender,Fundamental é mesmo o amor,

É impossível ser felizsozinho...”, este trecho da

canção Wave descreve bem oescopo do filme A Luz do

Tom, de Nelson Pereira dosSantos: um diálogo entre as

três mulheres maisimportantes da vida de Tom

Jobim recordando momentosíntimos, que poucos conhecem,de um maestro que também foiirmão, marido e pai. Captaçãoe mixagem do áudio contaram

com um tratamento e umsegredo especial.

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música. Uma das curiosidades é orelato do acaso que une Noel Rosa aTom. De acordo com a irmã, o mes-mo parteiro que trouxe o maestro,foi quem trouxe Noel ao mundo.Outro momento interessante é so-bre seu primeiro contato com o pia-no. Algo que, segundo ela, sempreque recordava, o emocionava. He-lena também fala da relação estreitaque ele tinha com a natureza. “Tomsempre dizia que escutava músicana mata e quando chegava em casa,escrevia as canções que ouvia. To-dos achavam graça disso”, lembra.

Em seguida, assume a história The-reza Jobim, que fala do Tom estudi-oso, que cursou Arquitetura, masqueria viver da música e casar. Lem-bra da época em que o maestro toca-va em bares, ganhando trocados e arelação de sete anos de namoro, en-tre idas e vindas, que culminou nocasório. Com muito bom humor,Thereza lembra do dia a dia de re-cém-casados na casa de sua sogra:“Tom estudava escalas o dia intei-ro, repetindo muitas vezes. Ele ti-nha uma oitava complicada. Paradesenvolvê-la, ele treinava exaus-

tivamente”. Outro momento inte-ressante lembrado por ela é dequando Tom consegue seu primeiroaluno de piano. “O menino chegoulá em casa, com caderninho de mú-sica e Tom, em pouco tempo de aulavirou-se para ele e disse, ‘vamosdescer, tomar um suco?’... O rapaznunca mais foi às aulas’, diverte-se.Por fim, assume a cena Ana LontraJobim, segunda esposa de Tom.Com ela, relatos a respeito de umbom pai e de um homem feliz. Elafala do momento em que ele co-nheceu Nero, um botânico/ bruxoque tinha uma ligação forte com amata - fase em que, para ela, Tomprecisava de um contato mais es-treito com a natureza.

ÁUDIODividindo a responsabilidade porselecionar a trilha sonora de A Luz

do Tom com Nelson Pereira, o dire-tor musical Paulo Jobim, conta queforam priorizados os períodos danarrativa de acordo com os depoi-mentos, sem muitos mistérios.“Optamos por quase todo o áudiode Tom em Minas Gerais, piano evoz. Foram necessárias algumascoisas orquestrais, devido às tran-sições de uma mulher para outra,alguns sambas e coisas da BandaNova, correspondentes à Ana. Foiuma questão de gosto, claro que emalguns momentos fez-se necessá-ria menção a determinada obra,como quando se fala da valsa queele compôs novinho, ou quandotoca ‘Três Apitos, de Noel Rosa,para dar ênfase ao depoimento da‘’união’ entre ambos.Participando do processo de sono-rização do filme, desde a gravação àmixagem, Jorge Saldanha, do estú-dio A Casa de Som, ressalta a im-portância do áudio, como elemen-to que reforça a mensagem da cena,para o documentário. “Um mo-mento bonito é a hora em que saida lagoa e entra uma música, logo

Nelson Pereira dos Santos e Helena Jobim - Praia

Nelson Pereira dos Santos e Ana Lontra Jobim

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após chegar às montanhas. Ali, começa,ao fundo, a canção. Carta ao Tom, deVinícius de Moraes e Toquinho, prepa-rando para o depoimento de Thereza -menção ao local onde Tom morou gran-de parte de sua vida”.Dentre as curiosidades deste trabalho,mixado e masterizado no estúdio MegaBarra, no Rio de Janeiro, Jorge destaca aida, após cerca de um ano, à Florianópolispara gravar as ambientações dos pássaros.Ele explica que no dia da gravação do de-poimento de Helena, em que ela mencio-na o canto do pássaro inhambu, que Tomconseguia reproduzir com facilidade, nãohavia sequer sons de pássaros no local.“Voltei, quase um ano depois, para registraro som desta ave em específico”, afirma.

No comando da mixagem, Ricardo Cutzrevela que o segredo do trabalho estevena utilização da mesa Euphonix System5. “A Euphonix, por se tratar de umamesa de som de verdade, e não apenas deuma controladora, possui seu próprioequalizador e compressor, os quais fo-ram utilizados no processo. Hoje, a Aviddisponibiliza na versão 10 do Pro Toolso ‘channel strip’, plug-in de compressãoe equalização feito a partir do algoritmoda System 5. O DAW usado foi o Protools”. Ainda de acordo com Ricardo,para a reverberação das vozes e músicas,foram usados os hardwares T.C. Elec-tronics Sytem 6000 - que possui quatromáquinas de reverb stereo - e duasLexicon 480L e 300L. “Pode-se dizer”

“Por se tratarde um

documentário,devíamos

ter em tornode 60 pistas

por rolo, ondetínhamos

separados os sonsdos diretos,

as músicas em5.1 ou stereo,

ambientese efeitos

(Ricardo Cutz)

Helena em cena com equipe

Nelson, Alexandre e Maritza Brejal Nelson Pereira dos Santos, Maria e Jorge Saldanha

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que este filme foi mixado “out-of-the-box”, através de um workflowonde o som sai do Pro Tools, passapela mesa e é gravado em 5.1, numoutro Pro Tools. Ou seja, o ProTools funciona apenas como umplayer e um recorder”, explica.“Usamos dois Pro Tools, um paratocar o áudio, alimentando a mesa,e outro como gravador, recebendo

o sinal. Por se tratar de um docu-mentário, devíamos ter em torno de60 pistas por rolo, onde tínhamosseparados os sons dos diretos, as mú-sicas em 5.1 ou stereo, ambientes eefeitos. No ‘Pro Tools gravador’, ti-nha um 5.1 da mix final e os ‘stems’,que é a mix final gravada separada-mente em elementos de diálogos,música e efeitos”.

É sabido que todo filme, em suamixagem, passa por várias etapas, aspré-mixes. Para atender a este pro-cesso, em A Luz do Tom, Ricardo ex-põe que, como de costume, haviauma pré-mix de diretos, tanto dosom das entrevistas, como das mú-sicas tocadas ao longo do docu-mentário. “Em filmes de ficção,costumamos ter também uma pré-mix de foley, de ambientes, efeitos...No caso do som direto, geralmente,há uma espécie de restauração, onde‘normalizamos’ seu volume, passan-do por ‘denoisers’, diminuindo ruí-dos de fundo - como sons de trânsi-to, vento, ar condicionado, ou ou-tras ‘imperfeições’. No caso de A Luz

do Tom, como todas as músicas eramfonogramas stereos originados dosdiscos lançados pelo maestro, usa-mos o algoritmo “UNWRAP” daTC. System 6000 para fazer um“UPMIX” de stereo para 5.1. Nestefilme, não tivemos muito materialde arquivo que necessitasse de umtratamento mais específico”.

MERCADOAtuando nas ambientações das ce-nas e na edição de áudio, ou seja, notratamento do som gravado, Jorgeconclui que com o advento do digi-tal, abriu-se um leque de possibili-dades que, além de baratear os cus-tos, fez a cabeça das pessoas do ramoevoluir, entendendo a importânciado som, de forma subliminar, paraadicionar qualidade ao produto fi-nal. “Infelizmente, o som só é per-cebido quando está ruim. Um pro-fissional que atua no cinema devese atentar ao bom senso e bom gos-to. É necessário conhecimento doque se está fazendo, prática no ra-mo, estudos constantes, pois tudomuda o tempo todo... Costumo di-zer que hoje se trabalha o som deforma tridimensional: com o queestá na tela de cinema - como se fos-se um quadro - e tudo ao seu redor. Étraduzir sonoramente a cena”.

Nelson Pereira dos Santos com Thereza Jobim

Sete de filmagem: Nelson Pereira dos Santos e Paulo Jobim

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ais um carnaval se passou. A cam-peã foi a Vila Isabel, escola do sam-

bista Martinho da Vila. A cada ano quepassa, se aperfeiçoa mais a sonorizaçãodeste espetáculo com uma característicamuito particular: ele anda por uma ave-nida com 550 metros de extensão. Du-rante o percurso, nada pode falhar nosom, sob pena de atrapalhar o desenvol-vimento das baterias das escolas desamba, que são o coração de todo o es-petáculo. São cerca de 50 pessoas traba-lhando apenas no áudio entre técnicosde som nos contêineres, nos três cami-nhões de som e os auxiliares que fazem atroca de cabos e ajudam na progressãodo desfile de várias formas. O ano de2013 foi de ajustes em relação ao ano

M

Miguel Sá

[email protected]

Revisão técnica:

José Anselmo “Paulista”

Fotos: Divulgação

Após o primeirocarnaval com a

nova arquibancadaem 2012, a

Gabisom fazpequenos ajustes

na sonorização como uso do

sistema VTX

passado, quando foram construídas asnovas arquibancadas. Nesta edição docarnaval carioca, foi usado o sistemaVTX, da JBL. Antes de chegar nelas, osinal de áudio que ia da bateria para osmicrofones da Globo era “esplitado”para a unidade móvel da emissora e paraa mesa de som dos caminhões. De lá, osinal ia para a mesa master em umcontêiner no setor 9.Como no ano passado, a recepção do si-nal da avenida foi feita em uma Digicooperada por Marcos Possato, a mixagemfoi feita por Éder Moura na Venue Pro-file e a distribuição do sinal nas caixasda Marquês de Sapucaí foi operada porValtinho em uma Yamaha PM1D. Du-rante as três trocas dos cabos de fibra

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20132013NAVALNAVALANO DE ANO DE ANO DE ANO DE ANO DE AAAAAJUSTESJUSTESJUSTESJUSTESJUSTES

ótica que acontece nos caminhõesde som, no decorrer da avenida, otécnico da mesa que recebe o sinalverifica se tudo está chegando cor-retamente no cabo recém-conec-tado e dá o ok para a retirada docabo do estágio anterior da aveni-da. O sinal é então enviado para amesa de mixagem que, por sua vez,manda grupos com bateria, har-monia e voz separados para a mesaque faz o delay e distribui o sinalpela avenida.

SONORIZAÇÃOA Gabisom usou um total de 284caixas. Ao longo da Marquês deSapucaí, 30 das torres de som tive-

ram uma configuração bastanteparecida, com uma variação no nú-mero de caixas nos da esquerda enos da direita devido a diferençasna construção dos camarotes e fri-sas: do lado esquerdo, cada torretinha uma VTX V-25 para a pista,

uma Norton LS-4 para as frisas euma GS-2 para camarotes e arqui-bancadas. No lado direito, foramcolocadas uma VTX V-25 para apista, duas Norton LS-4 para frisase camarotes e uma Vertec 4889para as arquibancadas.

Marcos Possato Eder Moura

Peter Racy e Waltinho.Acima, as caixas já posicionadas na

Sapucaí

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O setor 1, que é a entrada das escolasde samba na avenida, foi sonorizadocom duas Vertec 4889 em cada uma dasseis torres do setor. Na arquibancadada Praça da Apoteose, havia 10 torres,cada uma com duas KF-850, da EAW.“As KFs foram usadas também em am-bos os recuos de baterias, sendo um to-tal de quatro torres com seis caixas emcada; e na avenida Presidente Vargas

(concentração das escolas antes de en-trar na Marquês de Sapucaí), haviamais oito torres com duas KF-850 emcada”, detalha Peter Racy.

O DELAYEsta é uma parte essencial na sono-rização da Marquês de Sapucaí. Osparâmetros de delay mudam na medi-da em que a bateria da escola de sambaavança. O volume de cada caixa abai-xa na medida em que a bateria e o ca-minhão chegam mais perto dela. Asmudanças de delay e volume são feitasde acordo com o avanço do caminhãode som, onde há um controle que écomo se fosse um GPS. A partir dosdados de localização, a cada cincometros são feitas as mudanças nosparâmetros de cada torre. São 112mudanças da primeira à última torrenos 550 metros de avenida. A YamahaPM1D tem 48 auxiliares que permi-tem mudanças no delay ao longo detoda a Marquês de Sapucaí. Outrasmesas dão 100 metros, no máximo.A única mudança em relação ao anopassado, feita por sugestão da Liga In-dependente das Escolas de Samba(LIESA), foi a diminuição do som nastorres que ficavam imediatamente àfrente da bateria. Elas estavam sendoouvidas com um delay em relação aosom acústico pelos componentes.

PM1D fez a distribuição do sinal nas caixas na Marquês de Sapucaí

Caixas Norton também foram usadas para as frisas

Conteiner no setor 9 recebia sinal do áudio

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uitos dos tradicionais fabricantesde teclados levaram seus lança-

mentos (e produtos recém-lançados) parao evento, como foi o caso da Casio (PriviaPX-5S), da Korg (KingKorg; SP 280) e daKurzweil (SP 5-8; SPS 4-8; PC 3K). Noentanto, alguns visitantes saíram umpouco decepcionados, pois acreditavamque a poderosa Yamaha, comemorandoneste ano o seu 125º aniversário de funda-ção, deixaria o mercado repleto de novi-dades nesta categoria de produtos, fatoeste que não se consumou (certamente ofabricante o fará em um grandioso evento,no decorrer do presente ano).Outro fabricante que sempre se faz pre-sente na Feira é a gigante japonesaRoland, que neste ano apresentou, en-tre os seus lançamentos, dois teclados

M voltados ao conceito de portabilidade.O primeiro (RD-64) vem para ser o no-vato da linha de stage pianos da empresa(juntando-se aos modelos RD-700NX eRD-300NX) e traz timbres de pianosacústicos e elétricos baseados na tec-nologia proprietária Roland Super-NATURAL aliados ao avançado meca-nismo de teclas “Ivory Feel-G”, o qualproporciona sensibilidade de toque,textura e aparência similares aos me-lhores pianos de concerto, em um te-clado com 64 teclas (algo muito poucocomum de encontramos no mercado).Já o segundo produto vem para ser asolução “tudo em um” para os tecla-distas que atuam nos palcos, em umaembalagem portátil e leve dotada derecursos e poder sonoro capaz de aten-

Iniciado um novo

ano, chega a hora

dos profissionais e

amantes do mundo

da música voltarem

as suas atenções

para as terras do

“Tio Sam” para

conferir os

principais

lançamentos das

indústrias do áudio

e de equipamentos

musicais,

apresentados na

maior feira do

segmento realizada

nas Américas, a

NAMM (National

Association of

Music Merchants,

ou, Associação

Nacional dos

Comerciantes de

Música) que, em

sua edição de

inverno, foi

realizada neste ano

entre os dias 24 e 27

de janeiro em

Anaheim, na

Califórnia.

Page 61: Edição 220 - Revista Backstage

61

der as necessidades dos músicosmais exigentes do mercado.

ROLAND VR-09Com um gerador de sons baseadoem três intuitivos blocos sonoros(Piano; Organ; Synth), os quais

totalizam 223 timbres (com 128 no-tas de polifonia), o VR-09 apresen-ta-se como uma versão light do VR-700 com 61 teclas (com opção de ali-mentação A/C ou por pilhas), po-rém não menos poderoso, permitin-do o rápido acesso aos timbres que os

tecladistas comumente utilizam emsuas performances (os chamados“timbres essenciais”) por meio deum painel frontal com visual “lim-po”, direto e descomplicado.No bloco “Organ”, o usuário en-contrará três diferentes modelos

Luciano Freitas é técnico de

áudio da Pro Studio americana

com formação em ‘full mas-

tering’ e piano erudito

Roland VR-09QUALIDADE SONORARoland VR-09QUALIDADE SONORA“embalada para viagem”

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de instrumento (Jazz, Rock, e o estrean-te Transistor), todos baseados na tecno-logia proprietária SuperNATURAL, amesma existente em outros equipa-mentos top de linha da Roland, como as

workstation Jupiter 50 e 80 e o módulode timbres Integra 7. O autêntico con-trole em tempo real proporcionado pe-las suas dez barras deslizantes (draw-

bars) soma-se aos simuladores de alto-

Roland VR-09 - Organ Editor no iPad

Roland VR-09 - Synth Editor no iPad

“Já na seção de

“Piano”, o

usuário

encontrará

timbres de pianos

acústicos multi-

sampleados

derivados da

linha Fantom e

de pianos

elétricos e

clavinetes

Page 63: Edição 220 - Revista Backstage

63

falantes rotativos (des-taque para o algoritmo‘Twin Reverb’) e de am-plificadores valvuladospara reproduzirem as ca-racterísticas presentesnos mais famosos órgãosvintages da história comrealismo surpreendente.Como não poderia dei-xar de ser, o fabricanteequipou o produto comum mecanismo de teclascom resposta extrema-mente rápida, item es-sencial para perfeita execução detécnicas como glissandos, trinadose stacattos percussivos. Como nestemodo o equipamento opera comtrês partes multitimbrais (duas par-tes multitimbrais nos outros doisblocos anteriormente citados), ousuário poderá conectar o VR-09um teclado controlador para umsetup com dois manuais (superior einferior) e ainda expandir este setup

com uma pedaleira, por meio daporta PK IN existente no paineltraseiro do equipamento (compatí-vel com os modelos PK-6 e PK-9).Já na seção de “Piano”, o usuárioencontrará timbres de pianos acús-ticos multi-sampleados derivadosda linha Fantom e de pianos elétri-cos e clavinetes que resgatam osclássicos que marcaram as décadas1960, 1970 e 1980. Graças ao ótimoprocessador de efeitos presente noequipamento, esses timbres de pia-nos elétricos apresentam-se comqualidade sonora equivalente aosencontrados em muitos stage pianos

dedicados, disponíveis atualmenteno mercado por preços muito supe-riores aos do VR-09.Completando o seu motor sonoro,encontramos o bloco “Synth”, noqual o usuário poderá encontrarsons de lendários sintetizadoresvintages (analógicos, híbridos e di-gitais), além de construir novastexturas musicais presentes na

música eletrônica contemporânea.Nesta categoria, cada timbre per-mite reproduzir o som de três parci-ais, cada qual com um oscilador, umconjunto de filtros e uma seção deamplificador, sendo a edição emtempo real destes (filtros e amplifi-cador) possível por meio das barrasde edição do modo “Organ” (utili-zando cinco das dez drawbars dispo-níveis). Ainda encontra-se presenteno equipamento o controlador D-Beam (sensor de luz), capaz de adici-onar expressividade e um “charme”todo especial a qualquer performance

com esses timbres.Todo esse poder sonoro não estariacompleto sem um poderoso proces-sador de efeitos. E é isso mesmo queo VR-09 oferece, permitindo aousuário trabalhar com até seteprocessadores de efeitos simulta-neamente. Com algoritmos dedi-cados de Reverbs (seis tipos) e deDelays (seis tipos) que oferecemqualidade de estúdio, ainda são en-contrados no equipamento botõesgiratórios pelos quais se torna pos-sível controlar facilmente a inten-sidade dos efeitos de Overdrive,Tone, Compressor, Rotary e dosMulti-efeitos (MFX).Outra ferramenta cada vez maiscomum nos novos equipamentosda Roland é o reprodutor de arqui-vos de áudio armazenados em uni-dades flash externas (por exemplo,

em um pendrive). O VR-09 é capazde reproduzir arquivos de áudioWAV, AIFF e MP3, além dos tradi-cionais arquivos MIDI (formatosO e 1, compatibilidade com os pa-drões GM 2, GS e XG Lite), per-mitindo ainda ao usuário gravarsuas execuções no formato WAV(44.1kHz/16 Bits) na unidade flash

e na memória interna do equipa-mento, neste caso, utilizando afunção Looper Section (apenasvinte segundos de gravação e re-produção em loop). Caso o usuárioprecise gerar rapidamente partesrítmicas para as suas composições, oequipamento também conta com52 padrões rítmicos pré-programa-dos, que vão do funk ao rock, dojazz aos estilos musicais latinos.Seguindo a tendência do mercado,a Roland está disponibilizandogratuitamente aos usuários do VR-09 um editor de timbres em forma-to de App para ser utilizado com otablet iPad, elevando a edição dostimbres de órgãos e synths a outropatamar. A comunicação entre osdois dispositivos pode se dar pormeio do kit de conexão de câmerada Apple (iPad Camera Connec-tion Kit) ou pelo sistema de cone-xão sem fio (WNA 1100-RL) de-senvolvido pela Roland.

Para saber mais

[email protected]

Roland VR-09 - Edição com iPad

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este artigo, seguiremos com plug-insespecíficos do Cubase 7 para mixa-

gem onde podemos utilizar as técnicasN aprendidas. Os novos plug-ins foram ela-

borados justamente para dar ao Cubase 7maior potencial no que diz respeito à

CUBASECUBASE77

VINTAGE COMPRESSOR E TUBE COMPRESSOR

MIXANDO NOCUBASE 7MIXANDO NOCUBASE 7

Marcello Dalla é enge-

nheiro, produtor mu-

sical e instrutorPARTE 1

Olá amigos,

Na edição

passada falamos

do processamento

offline como

forma de atuar de

uma maneira

eficiente na

mixagem com a

utilização de

plug-ins em cada

clip de áudio

separadamente.

Esta ferramenta é

poderosa e deve

ser usada no

procedimento de

mixagem em

todas as versões

do Cubase.

Page 65: Edição 220 - Revista Backstage

65

mixagem. Vamos conhecê-los em detalhes e vou agregan-do às descrições de cada um, minhas considerações pesso-ais sobre o uso e resultados sonoros após alguns meses detrabalho com o Cubase 7.Vintage Compressor (Figura 1) - Baseado emtecnologia de convolução para simulação de compres-sores analógicos, este compressor tem a assinatura so-nora dos de estado sólido. Excelente para transientesrápidos, ele tem a opção de ataque automático no botão“punch” onde o áudio que está sendo processado é ana-lisado em suas porções de ataque ponto a ponto do si-nal, antecipadamente. Com esta função ativada, oVintage Compressor analisa o transiente de entrada edeixa passar o conteúdo interessante para preservareste transiente atuando somente no restante do sinal.Da mesma forma, o botão “auto” para ajuste automáti-co de release favorece a performance precisa do com-pressor, evitando que ele interfira comprimindo dife-rentemente ataques sequentes e denunciando sua pre-sença. Algumas aplicações em que já utilizei:1)Comprimindo caixa para preservar transientes deataque e encorpar o restante do som da peça. Ótimo re-sultado. Transparência mesmo em taxas de compressãomais elevadas. Com as funções “punch” e “auto”ativadas ele se mostra eficiente mesmo que existamataques em intervalos rápidos variáveis. Mas semprevale a pena alterar a regulagem dos tempos e observar oresultado musical.2)No bumbo. Pelos mesmos motivos acima e princi-palmente por trazer um pouco mais de peso sem “bor-rar” o grave. Pode ser antecedido por um equalizadorpuxando a ponta para melhor definição, principalmen-te no casamento com o baixo.3)Em Voz. Para vocais pop/rock funciona bem. Preser-va os ataques de palavras e sílabas consonantais. Em4:1 de taxa não rouba o brilho e o ar dos vocais, nestecaso a regulagem do input também oferece boas opçõesde sonoridade.4)Guitarra solo. Muito interessante acoplado posteri-ormente ao VST Amp Rack. Muitas possibilidades defazer o solo cortar bem a mixagem.Os demais comandos são como os analógicos:Input – Ganho do sinal de entrada;Output – Ganho do sinal de saída ou ganho de com-pensação;Attack, Release – Tempos de atuação e de saída docompressor no sinal, respectivamente;Ratio – Taxa de compressão em ajustes fixos 2,4,8 e 20:1.O VU Meter mostra a redução de ganho pela atuaçãodo compressor enquanto o In/Out Meter mostra os ní-veis e picos de sinal em entrada e saída lado a lado, faci-litando o ajuste do ganho de compensação.

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66 Tube Compressor (Figura 2) – Exce-lente simulador de compressores val-vulados. Também baseado em modela-gem por convolução. O calor e a suavida-de da compressão analógica valvuladaestão presentes na sua assinatura sonora.Possui várias regulagens e opções parauso como filtro em Side Chain. Vamosconhecer sua implementação:Drive – Controla a saturação da válvula;Input – Determina a quantidade decompressão. Quanto maior o ganho de

entrada, mais compressão é aplicada.Funciona como compressores ana-lógicos em que a compressão natural daválvula é usada em diferentes níveis de-

pendendo do sinal de entrada. A sono-ridade também varia.Limit – Incrementa a taxa de compres-são a um nível de limitação. Não é umlimiter de picos rápidos e constantes. Afunção de limitação dele é mais destina-da a uma segurança de um eventualtransiente.Output – Ajusta o ganho de saída docompressor, ou ganho de compensação.Attack – Determina a velocidade deatuação do compressor. Seguindo a mo-

delagem dos analógicos, não éum compressor rápido mesmoem tempos de ataque pequenos.Release – É o tempo que o com-pressor leva para retornar aoganho original. Se a tecla “auto”é selecionada, o Tube Compres-sor automaticamente encontrao tempo de release que varia de-pendendo da análise do sinal. Éa tecnologia Steinberg conheci-da como “Look Ahead” (olhar àfrente), em que o sinal de entra-

da é analisado antes de ser processado.Aparentemente parece ser o ideal, masnão é bem assim. O ouvido é nosso me-lhor juiz. Fazer o ajuste manual pode ser

O ajuste interno do Side Chain émuito útil para modelar o funcionamento docompressor. Essa é uma grande aplicação doTube Compressor

Page 67: Edição 220 - Revista Backstage

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muito mais musical que simples-mente deixar em “Auto”, tudo vaidepender do resultado sonoro. Valea pena experimentar.Mix – Ajusta a mixagem entre o sinalprocessado pelo compressor e o sinaloriginal. Além de também preservartransientes, permite a gradação desonoridade do canal original e do ca-nal com saturação de válvula. Os re-sultado são bem interessantes.Medidores In/Out – Assinalam va-lores de pico para os sinais de entradae saída do plug-in. Permitem o equilí-brio ganho de entrada/ganho decompensação.Medidor VU – Mostra a redução deganho pela atuação do compressor.Botão Side Chain – Ativa e desativao filtro Side Chain. O sinal de entra-da pode ser ajustado para determinaros parâmetros do filtro. O ajuste in-terno do Side Chain é muito útil paramodelar o funcionamento do com-pressor. Essa é uma grande aplicaçãodo Tube Compressor.Sessão de filtros – Quando o botãoSide Chain está ativo é possível sele-cionar o tipo de filtro para a funçãoSide Chain do Tube Compressor: LP(passa baixa), BP (Passa banda), HP(Passa alta).Center (Side Chain ativo) – Deter-mina a frequência central do filtro.Q-Factor (Side Chain ativo) – De-termina a resolução do filtro.Monitor (Side Chain ativo) – Permi-te monitorar o sinal filtrado.Com esta implementação é possívelutilizar o Tube Compressor como umde-esser eficiente. Atua muito bemcomo filtro de graves nas técnicas decasamento de baixo e bumbo em SideChain. Nas situações de abertura de re-gião de frequências, atua para que a vozganhe destaque dentre os instrumen-tos da sessão harmônica, por exemplo.Algumas aplicações em que já utilizeio Tube Compressor:1) Compressão de voz solo ganhan-do suave sonoridade valvulada. Gos-tei do resultado, mas sempre sem

abusar de drive e de sinal de input.Em taxas de compressão mais ele-vadas, ele colore em excesso. Nes-tes casos o Vintage Compressor émais transparente.2) Compressão de canais overheadde bateria para dar unidade no sompreservando transientes. Boa ligana sonoridade do instrumento.3) Casamento de bumbo e baixocom Side Chain. Oferece boa so-noridade resultante.4) Trabalhando em conjunto com oMaximizer é perfeito. O Tube acres-centa a saturação suave e o Maxi-mizer acomoda dinamicamente.Pode até ser usado nesta configura-ção no bus stereo, mas com cautela.Mesmo desenhado para canais dis-cretos, o Tube Compressor pode serinteressante com sinais mais com-plexos, mas sempre com audiçãocuidadosa dos resultados.5) Como de-esser em canais comsobras de agudos.O que vimos aqui é só o começo. Vouseguir com os plug-ins específicos eas novas implementações de mixa-gem do Cubase 7 detalhadamente aolongo das próximas edições. Temosmais coisas novas, muito interessan-tes que podem contribuir muito paranossas mixagens. Fiquem ligados.Abraço!

Para saber online

[email protected]

www.ateliedosom.com.br

Facebook: ateliedosom

Twitter:@ateliedosom

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a hora de salvar um projeto, temosvárias escolhas no Logic Pro. Va-

mos ver como funciona passo a passo.Assim que iniciamos um projeto, ao aci-onar Command + S pela primeira vezou escolher no menu File > Save, va-mos ter uma série de opções começandopelo nome escolhido do arquivo. Cadaum adota sua melhor prática. Eu costumonomear os arquivos de acordo com a se-guinte lógica: Ano_número sequencialdo projeto_iniciais do produtor_BPM_-nome da música. Assim, no meu caso, tere-mos o primeiro projeto do ano 2013 com oseguinte nome: 2013_001_VM_120_mi-nha música.Desta forma, fica mais fácil identificar umdeterminado projeto na pasta de projetos.Além disso, costumo utilizar as eti-quetas coloridas que temos no Mac.Basta ir sobre o nome do arquivo napasta e clicar com o botão direito domouse e ir até o menu Label. Aí temosas opções de nenhuma cor, representa-da pelo x, até a cor verde. Para mim, overde é um projeto finalizado e as de-

N mais cores vão representando estágiosda produção do projeto. Fica assimmais fácil de trabalhar com priorida-des e ter noção do que está finalizado.Algumas pessoas separam pastas paraprojetos finalizados, em andamento,sem definição, mas isso para mim nãofuncionou muito bem. Prefiro ter essavisão clara (e colorida) do andamentodos projetos.

GERENCIANDONO LOGIC PROGERENCIANDOSEUS PROJETOS CRIADOS

NO LOGIC PROVera Medina é produtora, cantora,

compositora e professora de canto e

produção de áudio

Atualmente temos

várias opções para

guardar uma cópia

de segurança,

também conhecida

como backup, dos

principais projetos.

Com certeza é mais

tranquilo ter uma

cópia do que

imaginar que seu

disco rígido ou

outra mídia vão

durar para sempre.

O Logic Pro

apresenta algumas

funcionalidades,

desde o momento de

salvar o arquivo,

que podem facilitar

na manutenção de

um backup

consistente com o

projeto. Essas

funcionalidades

também tornam a

troca de arquivo

mais fáceis entre

colaboradores.

Figura 01

Page 69: Edição 220 - Revista Backstage

69

Voltando agora ao menu que se abreao acionar File > Save, depois de no-mear o arquivo, observamos na parteinferior da tela uma série de opções(vide figura 1):• Include Assets (incluir ativos)• Advanced Options (Opções avançadas)- Copy external audio files to projectfolder (copiar arquivos externos deáudio para a pasta do projeto)- Copy EXS instruments to projectfolder (copiar instrumentos EXSpara a pasta do projeto)- Copy EXS samples to project folder(copiar samples do EXS para a pasta doprojeto)- Copy Ultrabeat samples to projectfolder (copiar os samples do Ultra-beat para a pasta do projeto)

- Copy Space Designer Impulse respon-ses to project folder (copiar os arquivosde responses do Space Designer Im-pulste para a pasta do projeto)- Copy movie files to project folder(copiar os arquivos de vídeo para apasta do projeto)Obrigatoriamente, você deve manteras opções mínimas escolhidas In-clude Assets (incluir ativos) e, em se-guida, Copy external audio files toproject folder (copiar arquivos deáudio externos para a pasta do proje-to). Às vezes importamos ou arrasta-mos algum arquivo de áudio para oprojeto e esquecemos que ele não es-tava contido na pasta do projeto. Es-tas opções vão garantir que seu proje-to fique consistente ao abrir, sem fal-

tar os devidos arquivos. Todas asdemais opções são opcionais. Nomeu caso, geralmente só deixodesmarcada a opção de SpaceDesigner Impulses e movie files,quando não estou trabalhandocom estes dados em meu projeto.Outro fator importante a se no-tar, também na figura 1, é que, aoescolher as opções de armazena-mento dos dados, são criadas pas-tas respectivas na pasta principaldo projeto, tornando fácil tam-bém a busca e reutilização de al-guns dados em outro projeto aoimportá-lo ou abrir o projeto emoutro computador com a mesmaversão do Logic Pro. Outra dica éque eu trabalho geralmente com

duas versões do projeto. Na pri-meira, geralmente utilizo tantoarquivos de áudio e gravações,como também arquivos MIDI.Aplico os efeitos mínimos neces-sários e ao terminar este projetotenho uma versão mixada básica.Esse arquivo já serve para apre-sentar o projeto com uma sonori-dade razoável antes de prosseguir.Como a arte da masterização émuito mais complexa do que amaioria imagina, geralmente pre-paro outro projeto, agora transfor-mando todas as tracks em áudio eaí trabalho uma pré-master, algo aser apresentado para um cliente oucomo demo. É importante pensarem estágios da produção e não ten-

“Outra dica é que eu trabalhogeralmente com duas versões do projeto.Na primeira, geralmente utilizo tantoarquivos de áudio e gravações“

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tar misturar tudo num mesmo projeto.Masterização é uma etapa muito sutil ecomplexa e atualmente temos muitas op-ções até mesmo virtuais, onde você enviaseu arquivo e uma referência e por um va-lor interessante pode ter seu arquivo de-vidamente masterizado. Mas isso é outroassunto, para uma outra ocasião. Uma ter-ceira versão para projetos realmente im-portantes que você queira garantir acessono futuro pode ser feita renderizando oáudio sem efeitos (bypass) em formatoWave. Já falamos sobre como fazer isto emoutras oportunidades.Antes de finalizar totalmente o projeto,outra funcionalidade que pode ser apli-cada é abrir o menu Media do lado direi-to superior e a pasta Bin (vide figura 2).Aí temos duas opções, ir até o menuEdit > Select Unused ou clicar com omouse direito sobre os arquivos na pas-

ta Bin que também abrirá um me-nu popup com esta opção SelectUnused. Ao clicar nesta opção, to-dos os arquivos que não estão maissendo utilizados no projeto ficamdestacados e você pode procedercom Edit > Delete e seu projetoficará menor (na maioria dos ca-sos, utilizamos muitos arquivosintermediários no processo deprodução e fica muito lixo acu-mulado no projeto).Agora que temos uma pasta com oprojeto todo copiado, você pode ounão comprimi-los com programasZip, Rar etc. para ocupar um menorespaço e garantir que os arquivosestejam todos ali, sem perda. Temosentão algumas opções de armazena-mento. Você pode manter o arqui-vo no seu computador destinado àprodução e fazer um backup incre-mental em um outro disco rígido acada projeto finalizado. Lembrandoque, para os usuários de Mac, temoso Time Machine que até entãonunca deu problema para mim.Outras opções que se tornam cadavez mais populares, uma vez que ovalor do espaço em cloud (nuvem)está cada vez mais atrativo devido à

concorrência, é adquirir um plano nowww.gobbler.com (destinado a usuáriopro audio, provendo backup, FTP paracompartilhamento e integração com oSound Cloud) ou outros serviços, taiscomo o Drop Box. Procure um serviçoconfiável para garantir que seus arqui-vos estejam sempre acessíveis.

Para saber online

[email protected]

www.veramedina.com.br

Figura 02

“Masterização é

uma etapa muito

sutil e complexa e

atualmente temos

muitas opções até

mesmo virtuais,

onde você envia

seu arquivo e

uma referência e

por um valor

interessante pode

ter seu arquivo

devidamente

masterizado

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77ESCRITA DE ACORDES

NO SIBELIUS

ENSANDO EM INTERVALOS

Após escrever a primeira nota, é pos-sível escrever as próximas pensando emintervalos, que além de mais musical, tam-bém é incrivelmente intuitivo sem erros.Basta pressionar o número do intervalono teclado convencional. Por exemplo,vamos criar uma tríade básica: crie a notaDÓ e pressione o número 3. O Sibeliusentende que é para escrever a nota MI,uma terça acima (fig. 1). Na hora de escre-ver a quinta (SOL) é que precisamos terum pouco mais de atenção. Ao pressionaro número 5, a nota criada será a nota SI,que é a quinta do MI e não a nota SOLcomo gostaríamos (fig.2). Vamos enten-der o porquê disso: repare na figura 1 quequando a nota MI é criada, ela recebe a corazul. É isto que indica que ela está selecio-nada, e por isso o Sibelius entende que ointervalo de quinta é baseado nela.

P Ou seja, o correto é sempre pensar nointervalo levando-se em consideraçãoa nota selecionada. Para nosso exemplo,para criar a nota SOL (quinta do DÓ),basta pressionar novamente o número 3com a nota MI selecionada (fig.3).Para escrever intervalos abaixo na notaselecionada, basta pressionar o botãoSHIFT junto com o número do intervalo.Por exemplo, a combinação SHIFT + 3cria uma nova nota uma terça abaixo.

PENSANDO NOS

NOMES DAS NOTAS

Se a ideia de pensar por intervalos nãocaiu bem, o Sibelius apresenta a segundasolução: pensar pelos nomes das notas.Então basicamente você pensa: "euquero um DÓ, um MI e um SOL" e pron-to. Vamos entender como fazer: Escrevaa primeira nota (DÓ) da maneira que

Escrever notas

sobrepostas no

Sibelius utilizando

o mouse é muito

simples, pois basta

clicar onde quiser

para que notas

sejam criadas.

Porém, nem sempre

"simples" significa

"eficiente". Na

prática, este método

é bastante lento e

um bocado

desengonçado, pois

é comum clicar na

posição errada.

Neste artigo, vamos

ver outras opções de

escrita e edição de

acordes.

Cristiano Moura é produtor, en-

genheiro de som e ministra cur-

sos de Sibelius na ProClass-RJ

Fig. 1 - intervalo de terça

Page 73: Edição 220 - Revista Backstage

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preferir. Para acres-centar o MI, pressio-ne o SHIFT + E, queé a letra que corres-ponde à nota MI nacifragem. Para acres-

centar o SOL vamosfazer a mesma coisa.SHIFT + G.Este método é interes-sante, mas não é possí-vel escrever notas abai-xo. Apenas notas acimada nota selecionada.

UTILIZANDO UM CONTROLADOR MIDI

Não há muito o que dizer: se você tem um controlador MIDI(fig. 4) à disposição, vale muito a pena se acostumar a inserir

Fig. 2 - acorde montado errado

Fig. 3 - acorde correto

Para saber online

[email protected] | http://cristianomoura.com

acordes por lá.Mais do que isso, é

possível inserir cifras.O processo é bem similar. Es-

colha a duração do acorde no Key-pad e pressione todas as notas do seu

controlador MIDI de uma única vez, e não se esqueçade incluir os acidentes, pois não precisar especificar noKeypad os acidentes é uma das grandes vantagens des-te método. Abraços e até a próxima!

Fig. 4 -

controlador

MIDI

Page 74: Edição 220 - Revista Backstage

PROD

UÇÃO

MUS

ICAL

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74 PARA GUITARRASMULTI-MICROFONAÇÃO

TRÁS DA CAIXAUma dica: quando queremos mais

grave no som da guitarra, o que é desejávelespecialmente em guitarras de 7 cordas ouentão em afinações “drop-tune”, a dica écolocar um microfone atrás da caixa doamplificador. É importante levarmos emconsideração que existem basicamentedois tipos de caixas de guitarra: as de fun-do aberto, normalmente encontradas noscombos (amplificador e caixa na mesmapeça) e as de fundo fechado, normalmenteseparadas do cabeçote.As caixas fechadas costumam ter maisresposta de graves do que as abertas, es-pecialmente as de quatro alto-falantes.

A

Continuando o

artigo anterior,

vamos analisar

mais possibilidades

de multi-

microfonação para

a guitarra com

microfones

adicionais,

independente de

quantos microfones

tenham sido

utilizados na

captação principal.

Já as abertas, usualmente têm um oudois alto-falantes. Isso pode alterar amelhor posição para o microfone emcada um dos casos. Na caixa fechada,você pode deixar o microfone mais per-to, pois a parede traseira da caixa irá na-turalmente atenuar drasticamente asfrequências agudas. Já para a caixa aber-ta, você pode afastar o microfone umpouco mais, ou então usar algo como umcobertor, livros ou madeira para tamparo fundo da caixa. Mas muito cuidado,porque isso também irá dificultar a ven-tilação do amplificador (por isso oscombos têm a parte de trás aberta) e vocêcorre o risco de superaquecer o amplifi-

PARA GUITARRASO Tamanho do seu Estúdio

PARTE 11

MULTI-MICROFONAÇÃO

Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

Page 75: Edição 220 - Revista Backstage

75

cador, especialmente os valvula-dos.O microfone a ser utilizadodeve ser um de cápsula grande, as-sim como para qualquer som grave.Os condensadores que eu utilizosão o Neumman U-87 ou o AudioTechnica AT 4047 (que é um “co-ver” do U-47). Mas o fato é quevocê poderia utilizar qualquercondensador de cápsula grande.Outra boa opção é um dinâmico decápsula grande também. O meupreferido para esta tarefa é o AKGD-112, mas outros como o Elec-tro-Voice RE-20, Shure Beta 52 eSennheiser MD-421 farão o traba-lho tão bem quanto.

DISTANTEMr. Jimmy Page sempre se valeudeste recurso. Você pode ouvir per-feitamente em faixas como a gui-tarra dedilhada ao fim de Over the

Hills and Far Away. É também umdos meus recursos preferidos. Devolta aos anos 60, quando compu-tadores tomavam um andar inteirode um prédio e demoravam horaspara realizar cálculos que são feitosem segundos por qualquer laptopatual, nem se sonharia com a exis-tência do que chamamos de plug-

ins hoje. Havia poucas unidades dereverbs de mola (spring reverbs)nos estúdios, que provavelmenteestariam sendo utilizadas em ou-tros tracks, como a voz, por exem-plo. Ao colocar um microfone bemlonge do amplificador da guitarra,conseguia-se um som “distante”,por mais óbvia que esta definiçãopossa ser. Era justamente essa dis-tância que jogava um papel inte-ressante na construção do timbre.Ele pode ser adicionado e dosadojunto aos microfones próximos dacaixa para ser utilizado como am-biência para aquela guitarra. Casoseja utilizado apenas este microfo-ne distante na mixagem, o efeito éum som mais “etéreo” ou maispsicodélico, mesmo que nenhumefeito esteja sendo utilizado. Sevocê tiver uma estante tipo girafa,experimente colocar o microfonebem próximo do teto. As reflexõesque habitam por ali raramente sãoescutadas por nós.Se você tiver uma sala grande, óti-mo. Experimente em várias dis-tâncias diferentes e escolha o quemais gostar ou achar que melhor seencaixa na música. Muitos de nósnão temos uma sala grande, masexistem algumas alternativas: dei-xe a porta do estúdio aberta, mes-mo que o estúdio seja o seu quarto,e experimente colocar o microfoneno corredor, ou até mesmo em ou-tro cômodo. Ou então em umaparte da casa, como escadas, quecostumam gerar bastante reverbe-ração. No entanto, lembre-se deque, como o microfone não estáposicionado próximo à fonte desom, ele estará sujeito a bastanteinterferência sonora de outros ruí-dos que existam no ambiente. Parase conseguir um resultado satis-fatório, é necessário que o ambien-te seja extremamente silencioso.Na prática, você só encontrará es-sas condições em um estúdio comtratamento acústico ou então se

você morar em uma casa isolada nomeio do mato.Você pode estar se perguntando:para que esta trabalheira toda se agente pode simplesmente abrir umplug-in e simular isso? Bem, pri-meiro porque essa trabalheira é di-vertida, e depois, da mesma manei-ra que um plug-in não soa igual aooutro, os reverbs naturais tambémnão soam iguais entre si e tambémnão soam iguais aos plug-ins. Vocênão precisa se utilizar deste recur-so toda vez que for gravar uma gui-tarra, mas sempre é interessanteter isso como mais uma carta namanga. Da mesma maneira quesempre desejamos ter mais umplug-in para termos mais opções,por que não ter mais conhecimen-to para termos mais opções utili-zando somente a acústica?

Para saber mais

[email protected]

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uando separamos os apetrechos queirão compor nosso pacote do dia de

trabalho, há certas “ferramentas” muitoúteis que, por algumas razões, por vezesesquecemos, ou mesmo não sabemos queelas existem. Por isto, vamos a elas.

E AS SOBRAS?Podemos começar por um bomalicate corta cordas. Elespodem ser desde alicates decorte de fios para eletrônica(encontrados em casas dematerial elétrico-eletrôni-co), passando por alicates decorte para bijuterias e arte-sanato (nas casas para artesa-nato e material para bijuteri-as), até os específicos alicatespara cortar cordas de instru-mentos musicais (estes en-contrados em boas casas deinstrumentos musicais).Ao trocar as cordas, sempresobram grandes partes dasmesmas, que podemos enro-lar no poste da tarraxa. Po-

rém, quando estes restos de cordas são ex-tensos demais, ao enrolar na tarraxa per-cebemos que há uma pequena confusãoali… como a clássica cena do novelo de lãque se embola todo nas patas de seu gato!Para evitar este incomodo, que pode atéatrapalhar a afinação do instrumento,por tornar a corda instável, é necessário

cortar estas pontas, deixandoapenas o equivalente a 4 de-dos de sobra. Este pequenopedaço pode agora ser enrola-do na tarraxa sem nenhumdesastre. Porém é preciso mui-to cuidado ao efetuar o corte.Observe sempre seus dedos,aja devagar, meça bem o restode corda posicionando já natarraxa e, então, efetue o corte.

HIGIENEDAS CORDASUm kit que deve acompanharo alicate descrito acima é olimpador de corda. Um pro-duto especial anti corrosivo,produzido para limpar as cor-

Ok, na edição de

janeiro falamos do que

levar para o estúdio

(instrumentos,

equipamentos diversos,

etc). Em seguida, de

como transportar

corretamente seus

instrumentos em bags,

cases e capas. Agora,

temos uma dica de

equipamentos

adicionais que podem

ser úteis nas mais

diversas situações

profissionais.

MANTENHA

AJUSTADO

MANTENHA

AJUSTADOO INSTRUMENTO

Jorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

Q

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das e mantê-las mais tempo com bri-lho e maciez. Varias marcas (impor-tadas) fabricam este produto.Com uma flanela macia, limpa eseca, deve-se aplicar e passar umapequena quantidade do liquido so-bre cada corda em movimentos lon-gitudinais por toda a extensão delas.

VIDA FACILITADASe a limpeza não for suficiente, atroca das cordas é necessária…Mas, quem não reclamou de, ao setrocar cordas do instrumento, ficargirando interminavelmente cadatarraxa? Para resolver isto há umachave para girar tarraxas. Uma fer-ramenta feita na maior parte emplástico, e que encaixada na borbo-leta da tarraxa, ajuda a girar o dispo-sitivo de modo mais fácil é prático.Após passar a corda pela ponte, cor-tar os excessos e sobras de cada uma edirecionar a ponta delas dentro das

aberturas das tarraxas, encaixe o bo-cal da chave na borboleta da tarraxa egire-a no sentido natural em relaçãoao braço do instrumento. Pronto! Atroca de cordas e a afinação delas tor-naram-se agora mais tranquilas.

TESTE SEUS CABOSTestador de cabos. Este é um equi-pamento eletrônico bem simples,menos do que um pedal de efeito,porém pode nos salvar de situaçõesestranhas. Consiste em um apare-

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lho que emite um sinal elétrico, e quan-do encaixamos os plugs de um cabo, seo sinal passar incólume de uma pontaà outra o cabo estará ok! Existemoportunidades em que testar um

cabo previamente, por mais que se con-fie nele, é bem melhor do que ser pegode surpresa. Lembre-se sempre de levar

cabos extras, também.

PORTÁTILE COMPACTOAlgo que pode ser útil é umdispositivo de USB compacto.Sendo a maioria esmagadorados estúdios hoje digitais, eem algumas situações especí-ficas se faz necessário o usode um conversor interfaceUSB, então este é o quepodemos citar como algomuito interessante para seter no gigbag. Claro quetodo estúdio deve ter um

ou vários deles, porém nunca se sabe quan-do algum extra será a salvação da lavoura.

AQUECIMENTOPor último, algo que se deve acostu-mar sempre é o aquecimento e alon-gamento da musculatura dos dedos,mãos e braços antes de tocar. Um

produto interessante é oGrip Master, que traba-lha a musculatura especí-fica dos dedos de cadamão. É um aparelho me-cânico com molas e cha-ves que se posicionam sobos dedos e que devem serpressionados em diversascombinações diferentes.

Isto ajuda a aquecer, mas lembre-se denunca forçar os músculos dos dedos e,também, de sempre alongar a muscu-latura após aquecê-la.Mas, e na próxima edição?Mais dicas, uai!Paz Profunda.:.

Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

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o time de participações do trabalhode Davidson constam nomes como

os de Ney Conceição e Sérgio Barrozo(baixo), Paulo Braga (bateria), MarceloMartins (sax e flauta) e Leonardo Amue-do (violão).Como a grande maioria dos america-nos, Roger descobriu a bossa nova atra-vés das gravações de Stan Getz, cujo

NLuiz Urjais

[email protected]

Fotos: Divulgação

compacto de “Garota de Ipanema” (comJoão e Astrud Gilberto, e Tom Jobim),fez com que o gênero ficasse mundial-mente famoso. Ele explica que tomouconhecimento do estilo musical em1962 quando, ainda criança, escutou odisco e, desde então, a brasilidade musi-cal tomou conta de seu repertório. “Souapaixonado pela melodia e ritmo brasi-

PrimeiraPrimeiraO lançamento do CD Journey to Rio do compositor e pianista norte-americano Roger

Davidson aconteceu no último mês de outubro na casa de shows Studio RJ, na zona sul do

Rio de Janeiro. Produzido por Pablo Aslan e gravado em outubro de 2011 no Zaga Music

estúdio, o álbum autoral contou integralmente com músicos locais e é uma ode ao gênero

bossa nova - intensamente ligado à carreira do nova-iorquino .

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Jornadaao Rio

Jornadaleiros desde pequeno e durantemuitos anos a bossa nova, o samba,chorinho e outros estilos fizeramparte de minha vida. Quando co-mecei a tocá-los, a relação com oBrasil decolou e, desde então, sintoum vínculo estreito com o país. Sórestava vir pessoalmente”, declara.Journey to Rio é o primeiro (dos trêsálbuns do músico destinados aogênero brasileiro) gravado no país- uma realização que, segundo ele,demorou cerca de 50 anos para seconcretizar. “A primeira vez que

vim pessoalmente ao Brasil foi emoutubro de 2011. Mas considero aprimeira ‘’viagem ao Rio’ quandoescrevi minha primeira bossa no-va, em 1978 - ou talvez antes disso,quando escutei pela primeira vezJoão Gilberto”, relata. Ainda deacordo com Roger, não haveria me-lhor lugar para produzir um álbumde música brasileira do que no pró-prio Brasil. “Eu queria absorver asvibrações da cidade onde a bossanova se iniciou. Outro fator pre-ponderante foi querer priorizar, ex-

clusivamente, músicos brasileirosnas seções e shows. De uma formageral, considero o nível dos profis-sionais daqui e norte-americanos omesmo, mas é óbvio que os primei-ros ficam mais à vontade e enten-dem melhor a maneira de se tocarmúsica brasileira”, comenta.O álbum é homônimo a uma faixaescrita pelo pianista em 2000 e ca-racteriza seu primeiro CD duplo dacarreira. Sobre o processo de gra-vação, Roger descreve como ‘’na-tural’ a experiência de produzir um

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reu de forma muito simples e orgânica -dos músicos ao engenheiro de gravação.Todos, de forma instintiva, entenderamas composições e nenhuma explicaçãoacerca do ritmo ou jeito de se tocar foinecessária. Todos com quem trabalhei,além de extremamente talentosos, sãomuito agradáveis e de fácil convivência.Inclusive, tive o privilégio de ter tocadoanteriormente com um deles, o bateristaPaulo Braga, a quem conheci em Nova

Iork, no início de 2002”, acrescenta.Além da apresentação realizada no Riode Janeiro, no mesmo mês, Roger Da-vidson tocou em São Paulo, no Jazz nosFundos. “A resposta do público não po-deria ter sido mais calorosa e entusias-mada. Já me sinto muito ligado aos bra-sileiros e espero voltar ao país no anoque vem”, revela o músico que frequen-temente é rotulado de artista clássico,devido às suas composições voltadas,em sua maioria, para o gênero erudito.

Técnica de gravação usada foi a tradicional para música jazzística instrumental

Roger ao piano duranta a gravação no estúdio

“A resposta do

público não

poderia ter sido

mais calorosa e

entusiasmada. Já

me sinto muito

ligado aos

brasileiros e espero

voltar ao país no

ano que vem

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GRAVAÇÃOO disco ‘Journey to Rio foi gravadono Zaga Music estúdio, com pro-dução de Pablo Aslan. De acordocom o engenheiro de gravação naocasião, Roger Freret, a técnica degravação abordada foi a tradicio-nal para música jazzística instru-mental. “O som da bateria foi ba-seado no microfone de bumbo, decaixa e dos overheads, posicio-nados em X/Y diretamente acimada cabeça do baterista. Os outrosmicrofones foram gravados paraeventual necessidade de acentoem uma ou outra peça. A bateriafoi gravada em um booth de aproxi-madamente 5x3m. O piano foigravado na sala principal do estú-dio (8x3m), usando um par deTLM103 em uma figura de capta-ção próxima a um ORTF, com an-gulação e espaçamento adaptadospara esse microfone, fazendo o

ajuste fino de fase de ouvido noheadphone”, explica.O sistema de gravação utilizadofoi ProTools TDM com interfaces888/24; na monitoração, Dynau-dio BM6A / Yamaha NS-10 comamplificação Hafler; e nos pré-amplificadores Universal Audio2-610, Universal Audio 6176,Millenia HV-3D. Na microfo -nação, Freret utilizou 01 AKGD112, 01 AKG C414, 01 RodeNT55, 02 Sennheiser MD421, 02Neumann KM184, 01 NeumannU87, 01 UA 610 DI Input, 02 Neu-mann TLM103, 01 Beyer M88 e 01Telefunken AR-51.

Para Freret, uma das peculiaridadesdo Zaga Music estúdio é a de consti-tuir grande parte de sua clientelaorbitando entre a música instru-mental, jazz e a bossa nova.A mixagem e masterização do álbumforam realizadas, respectivamente, nolendário estúdio Avatar, pelo enge-nheiro Roy Hendrickson (MilesDavis, Frank Sinatra, Liza Minelli) emasterizado pelo premiado engenhei-ro Scott Hull (Steely Dan, DonaldFagen, Sting) em seu estúdio Mas-terdisk, também em Nova York. ‘Jour-

ney to Rio sai pelo selo norte-america-no Soundbrsuh Records, com distri-buição no Brasil pela Delira Música.

Journey to Rio foi gravado no Zaga Music (RJ)

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Os 4 Os 4

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal / Elenize

Dezgeniski / Internet / Divulgação

o Rio São Francisco aos jingles daPaulicéia: Sá & Guarabyra come-

moram os 40 anos de um caminho abso-lutamente original dentro da MPB.Uma história que começa com o trio SáRodrix e Guarabyra, nos anos 1970. Naépoca, Sá exercia a profissão de jornalis-ta, Rodrix estava recém-saído da bandaSom Imaginário, que causou uma pe-quena revolução na música brasileiraacompanhando Milton Nascimento, eGuarabyra atuava também nos bastido-

D

O início oficial das

comemorações aconteceu no Rio

de Janeiro, na pequena e

sofisticada casa de shows

Miranda. Um total de

seiscentas pessoas assistiu ao

desfile de sucessos e lados B da

dupla Sá & Guarabyra.

de Sá de Sá

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0 anos 0 anosres da música, na direção do Festi-val Internacional da Canção.O início da carreira do trio teve odisco Passado, Presente, Futuro, lan-çado pela Odeon, com músicascomo a Primeira Canção da Estrada

e Me Faça um Favor, fortemente in-fluenciado pelo folk americano deCrosby Stills & Nash. Estas can-ções e o sucesso de Casa no Campo,de Zé Rodrix, marcaram o grupocom o rótulo do rock rural, conso-lidado no disco Terra, que lançou osucesso Mestre Jonas.Antes do fim do trio,eles se mudaram paraSão Paulo para traba-lhar com o maestro tro-picalista Rogério Duprate Luiz Augusto Botelho –um dos maiores nomes doáudio brasileiro, recém fa-lecido - no estúdio e pro-dutora de jinglesVice-Ver-sa. Foi quando levaram paraSão Paulo o baterista LuisMoreno, o baixista SérgioMagrão, o compositor CesarMercês e o guitarrista SérgioHinds. Esta era uma das forma-ções do grupo O Terço, que os

acompanhou no primeiro disco sóde Sá & Guarabyra, o Nunca, de1974. Neste disco tocou também ocompositor e tecladista FlávioVenturini, então recém-incorpo-rado ao grupo.Nos anos seguintes, entre idas evindas no eixo Rio-SP, a dupla lan-ça os discos Cadernos de Viagem –com músicos consagrados nos es-túdios e palcos da época, comoRobertinho Silva

na bateria, Luis Alves no baixo eLuis Tenório Jr nos teclados – Pirão

de Peixe com Pimenta e Quatro, am-bos lançados pela Som Livre. Ape-sar de ter sido sucesso de crítica, oexperimental Cadernos... foi umfracasso de vendas e quase sepultaa carreira artística da dupla. Apósdois anos refugiados nosjingles publicitári-

& Guarabyra & Guarabyra

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os, a dupla lança Pirão... O disco que me-lhor sintetiza a experiência estradeira dadupla após os parênteses preenchidospelo jazz rural do disco anterior.Em Pirão de Peixe com Pimenta, no qualos ritmos brasileiros estão mais presen-tes que em álbuns anteriores, estão ossucessos Sobradinho e Espanhola. Valedestacar a qualidade dos arranjos de Ro-gério Duprat, Eduardo Souto Neto eNelson Angelo. Quase dá para dizer queeste disco faz parte de uma fase orques-tral da dupla, assim como o Quatro.Apesar de ter um conceito menos fe-chado, este último foi feito com todo operfeccionismo possível, levando maisde um ano para gravar e mixar mais al-guns clássicos, como o country-xoteSete Marias e a suingada Nave Louca. Oprolongado tempo de gravação os fezcair em desgraça na gravadora.A década de 1980 seria a do sucesso po-pular, com o imenso sucesso do disco aovivo Dez Anos Juntos, lançado pela anti-ga RCA e a constante participação emtrilhas de novelas de sucesso, como Ro-

que Santeiro. No megassucesso da Glo-

bo, a dupla emplacou três músicas: Roque

Santeiro, Verdades e Mentiras e Dona, estaúltima cantada pelo grupo Roupa Nova.

Em 1983, Milton Nascimento grava odisco Caçador de Mim , nome da música deLuiz Carlos Sá e Sérgio Magrão que setornou um dos maiores clássicos da MPB.Nesta época, a dupla viajava o Brasil in-teiro tocando em exposições de gado efestas das cidades do interior, descobrin-do um mercado então ainda desprezado.Apenas as duplas sertanejas de raiz fazi-am isto até então. Pela RCA lançaramainda os discos Paraiso Agora, Harmonia eCartas Canções e Palavras.

O ciclo de sucessos de novela acaba em1990 com Estrela Natureza, tema deJuma Marruá, um dos principais perso-nagens da novela Pantanal, na extintaRede Manchete. Primeira telenovela aameaçar a liderança da Rede Globo. Nosanos 1990, se reaproximaram de ZéRodrix, que fez arranjos para o segundodisco da dupla pela gravadora Eldoradoapós Vamos por Aí. Ainda que tenhamcontinuado a fazer shows por todo oBrasil, foi uma década de poucos discos.

Sá volta aos palcos ao lado de Guarabyra só com voz e violão

“Em Pirão de Peixe

com Pimenta, no

qual os ritmos

brasileiros estão

mais presentes que

em álbuns

anteriores, estão os

sucessos

Sobradinho e

Espanhola. Vale

destacar a

qualidade dos

arranjos de Rogério

Duprat, Eduardo

Souto Neto e

Nelson Angelo.

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Entre eles, um dos melhores da du-pla– Rio Bahia, lançado pela RGE–no qual voltam a lançar mão de ar-ranjos orquestrais. O disco passouem branco na grande mídia.Apesar dos revezes na indústriafonográfica, há muito que a dupla jánão dependia disto para prosseguir acarreira. Por isto, a crise dos anos2000 pouco influiu no ritmo de tra-balho quando se tornaram nova-mente um trio. A volta de Zé Rodrixaconteceu em um show no Rock inRio III, em 2001. No ano seguinte,lançavam um dos primeiros DVDsdo mercado com o show Outra Vez na

Estrada. O sucesso prosseguiu até ofalecimento de Zé, após a gravação,em 2009, do que se tornou o últimodisco do trio, Amanhã.

RECOMEÇOA história que aqui foi contada empalavras, os dois contaram - em

cima do pequeno palco do Miranda- por meio das canções feitas nestagrande viagem de 40 anos. A co-memoração é apenas mais um dosrecomeços da dupla. Recomeçosem nunca ter parado. E por queum show só com vozes e violões?“Um show desses é um desafio, exi-ge sincronia perfeita entre o quevocê canta e toca e entre o que fazseu parceiro na voz e no instru-mento. É uma verdadeira escola,

pois qualquer falha salta aos olhosdo público. É uma sintonia finaque faz com que você chegue aoshow com banda com sobras de de-sempenho”, diz, com naturalidade,Luiz Carlos Sá.Da primeira fase do trio, entramMe Faça um Favor e a Primeira Can-

ção da Estrada, além das “lados B”Ribeirão e Viajante. Os clássicos Es-

panhola e Sobradinho, além de umaarriscada versão voz e violão ape-

O ciclo de sucessos de novelaacaba em 1990 com Estrela Natureza,tema de Juma Marruá, um dos principaispersonagens da novela Pantanal

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nas com Sá de Sete Marias expõem a faseáurea dos anos 1970, do Pirão de Peixe edo Quatro. Em Caçador de Mim, Dona eRoque Santeiro o show é também daplateia cantando junto. Ficam de foraapenas as músicas famosas na voz de ZéRodrix, como Mestre Jonas, por exemplo.“O repertório já vem sendo montado háalgum tempo. A gente vai pinçando dasnossas preferidas”, explica Sá.Para ajudar a contar tanta história, Sáusa um violão de 12 cordas Takamine

EAN10C -12; um violão açoTakamine EAN10C TBS; umaviola 10 cordas Strinberg Ele-troAcústica e, eventualmen-te, um Takamine Nylon EAN60C, todos turbinados porum pedal Boss Chorus En-semble com a saída plugadaem um amplificador RolandAC60. Guarabyra tambémusa um violão Takamineaço EAN10 TBS, um nylon

EAN60C e também estápartindo para o Roland AC60.E agora a pergunta inevitável: há planospara um DVD comemorativo? “Depoisde correr um pouco por aí para aperfei-çoar a estrutura do show, pretendemosgravar um DVD com banda. Mas oshow a dois tem agradado tanto que jáestamos pensando num DVD dele tam-bém”, planeja Sá.

Depois de emplacar sucessos nasnovelas e consolidar o rock rural,

nos anos 90, a dupla volta aospalcos com um show mais

intimista

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primeiro momento está re-lacionado à concepção do

projeto de iluminação cênica.Nele, o Lighting Designer elabo-

rará, a partir de reuniões, briefingdo show, turnê ou espetáculo (do

qual está vinculado o conceitoprincipal), e informações técnicas econstrutivas do palco ou do espaço -

o Lighting Plot que fará parte doTechnical Rider. Nesse alinhamento

inicial, além dos aspectos visuais e es-téticos, técnicos, tecnológicos, funci-

onais, são também consideradas as vi-abilidades do projeto, de forma que as

etapas posteriores possam ser produzi-das satisfatoriamente.

O Technical Rider é um manual des-critivo, elaborado com todos os deta-

lhes de produção e preparado de for-ma a garantir que os artistas com as

respectivas equipes técnicas sejam ca-pazes de fornecer informações, dados,

especificações e requisitos para o me-lhor desempenho profissional das pro-

dutoras locais. Todas as especificações

O

técnicas fazem parte desse documento -

incluindo marcas, modelos e até confi-gurações de equipamentos e instrumen-

tos de iluminação.

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

VERDADEMOMENTOS DAVERDADENA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Toda produção de

um espetáculo ou

show - no que se

refere aos projetos

de iluminação

cênica - passa por

alguns “momentos

da verdade”. Neles,

fatos e

acontecimentos se

sucedem

cronologicamente,

carregados de

ansiedade e

expectativas, de

forma que as ideias

iniciais se

concretizem em

realizações - e cada

qual tem suas

particularidades,

suas dificuldades e

seus cuidados.

Technical Rider e “informações sobre iluminação” - Iggy

Pop & The Stooges (2012) - Fonte: The Smoking Gun

Page 91: Edição 220 - Revista Backstage

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Mais especificamente, os diagra-mas, esquemas e detalhamento do

projeto de iluminação cênica sãodestacados no Lighting Plot. Esse,

por sua vez, configura-se no mapaou representação gráfica com a po-

sição e disposição de estruturas, ins-trumentos e elementos diversos, tais

como as conexões para a alimenta-ção elétrica dos dispositivos, com

especificações de montagem, apre-sentados de forma bidimensional ou

tridimensional, com especificaçõestécnicas e cenográficas, de maneira

visual e prática (como se espera queo evento seja montado).

No segundo momento, a contra-tação dos equipamentos e instru-

Stage Plot com o software WYSIWYG - Fonte: Jim on Light

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mentos de iluminação. Realizada pelaprodutora local ou empresa responsável

pela produção do evento, são identifi-cados todos os recursos constantes do

Technical Rider - com todas as especi-ficações do Lighting Plot, uma vez des-

critas e identificadas. Instrumentos de

iluminação similares podem ser usados,desde que atendam as especificações

mínimas ou informações constantes doprojeto. Em casos específicos, instru-

mentos descontinuados (ou seja, nãomais fabricados) e constantes do proje-

to original poderão requerer a substitui-

Montagem do 12-12-12 Concert - show para as vítimas do Furacão Sandy (2012) - Fonte: Huffington Post

Projeto de LD de Chris Kuroda para a banda Phish - Turnê “Joy” (2010) - Fonte: SVC Online

“O terceiro

momento se

constitui na

montagem do

evento. Nesta

etapa, as

prioridades de

montagem e o

“inventário”

(check-list de

tarefas e recursos

disponíveis)

antecedem

qualquer

atividade

Page 93: Edição 220 - Revista Backstage

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Para saber mais

[email protected]

ção por similares, ajustáveis à necessidade do projeto. Emoutras situações, adaptações são necessárias, em função da

indisponibilidade de determinados instrumentos no mer-cado local.

O terceiro momento se constitui na montagem do evento.Nesta etapa, as prioridades de montagem e o “inventário”

(check-list de tarefas e recursos disponíveis) antecedemqualquer atividade. Testes de lâmpadas e instrumentos de

iluminação são realizados antes da disposição deles nas es-truturas de Box-Truss, assim como o endereçamento dos

respectivos instrumentos (pelo painel digital, “DIPswitches” ou seletor rotatório, e em alguns equipamentos,

pelo software de controle). Também são mapeados oscabeamentos - devidamente testados -, e todas essas ativi-

dades deverão ser sincronizadas ainda com outras etapasou partes do projeto - tais como a montagem da sonori-

zação, só para um exemplo de uma atividade que ocorrequase que simultaneamente (com todos os testes que ela

também requer). Nesta etapa ocorrem todos os ajustes eadaptações no projeto, quando possíveis e necessários. E

nunca podemos esquecer dos itens de segurança (EPIs),fundamentais sempre!

O quarto e mais marcante momento é a realização doevento. Seria a verdade absoluta ou transparente de todas

as etapas anteriores, na qual também se evidenciam todosos esforços de todos os envolvidos, desde a concepção até o

último ajuste para o último instrumento disponibilizado.Outros personagens fundamentais se sobressaem nesta

etapa, com técnica, com arrojo, improvisos e ainda“gerenciamento de imprevistos”. Problemas surgirão, as-

sim como soluções e alternativas.Por fim, a desmontagem e preparação para o próximo pro-

jeto, o próximo evento. Todo cuidado é válido nesta etapa,pois é natural que todos queiram rapidamente finalizar

mais um projeto, mais um espetáculo/show (e naturalmen-te descansar).

E em todas as etapas, é possível perceber a importância deprofissionais distintos, com formações, vivências e experiên-

cias únicas, incomparáveis e que se somam. Resultados? Fi-cam nos registros - profissionais ou amadores -, publicados

nas mídias impressas e virtuais, compartilhados nas redes so-ciais e eternizados nas mentes e lembranças dos públicos que

são privilegiados com as somatórias desses trabalhos.Mas com tudo isso, o trabalho nunca cessa e nunca poderá ser

o mesmo! Os “momentos da verdade” se renovam, e novosdesafios surgem todos os dias, e exigem mais capacitação, me-

lhor qualificação e atualização constante. Esses e outros as-suntos serão abordados em futuras conversas!

Abraços e até a próxima!

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Atra

o final de 2012 Weigert veio aoBrasil, a convite da TELEM, distri-

buidora da marca no país, para uma sé-rie de seminários sobre iluminação emLED. Tivemos o prazer de bater umpapo de cerca de duas horas com o gran-de mestre do cinema, onde ele falou so-bre sua trajetória, sobre sua empresa, ofuturo da tecnologia e o amor incondi-cional pela sétima arte.

NGeorge Ribeiro

[email protected]

Fotos: Divulgação

Atra Dedo Weigert é

uma lenda. Pelo

menos quando se

fala do mundo do

cinema e da

direção de

fotografia, o

cineasta alemão é

uma unanimidade.

E foi exatamente

esta experiência por

trás das câmeras

que lhe garantiu o

sucesso na área de

iluminação. Há 50

anos a frente da

Dedolight, Weigert

tem a sensibilidade

artística para

construir

equipamentos

capazes de serem

usados como

ferramentas

criativas, antes de

um produto de

vendas e negócios.

Backstage: Como você entrou na in-

dústria de iluminação?Dedo Weigert: Eu comecei no teatro, de-pois virei marionetista, trabalhei comogerente de produção em uma pequenacasa de shows, depois eu me tornei assis-tente de câmera e comecei a trabalhar emdiversos grandes documentários para aTV americana. Comecei filmando naAlemanha, depois fiz um filme sobre ahistória do Kremlin, quando fiquei emMoscou por 5 meses, com 8 câmeras de35 mm. Nós tínhamos todas as luzes deduas empresas grandes, dois caminhõesvindos da Inglaterra e mesmo assim nãofoi o bastante.Gravei alguns super documentários, oque foi um excelente aprendizado porqueestávamos gravando sequências dramáti-cas sobre a história. Logo depois disso euacabei me tornando o diretor de fotografiadesta série. O documentário do Kremlinfoi vendido para 80 países. Todos estesfilmes foram trabalhos muito interes-santes e pesados.Algumas destas coisas foram interes-santes, muitas delas foram difíceis, maseu sempre gostei do trabalho. Eu sempreficava impressionado de saber que al-guém estava disposto a pagar tanto di-nheiro para que eu fizesse aquilo quemais amava. Depois de umas 28 horas detrabalho alguém vinha e me chamavapara comer e eu dizia, “vai indo na fren-te que eu estou terminando”.

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vés do olhovés do olhoda câmera

Eu tive sorte, mas também trabalheimuito. Houve outras séries america-nas, em que me disseram que se euconcordasse em trabalhar comocâmera em seis filmagens, eu poderiaproduzir seis filmes meus. Então nosanos que se seguiram eu fiquei gra-vando documentários em mais de 40países - até mesmo 5 filmes aqui noBrasil. Filmes diferentes, sobre his-tória, sobre a Transamazônica, so-bre um Jangadeiro na Bahia, sobreSocial Workers em Recife, filman-do também em Manaus, na Flo-resta Amazônica.

Backstage: E o trabalho como

empresário, como começou?Weigert: Ao mesmo tempo, a em-presa que eu fundei em 1965 come-çou a se tornar uma empresa de alu-guel, tendo cerca de 50 câmeras, e eutambém virei um especialista em fil-magem de alta velocidade, e começa-mos a vender este tipo de câmeras, ea preparar as pessoas para usá-las.Então criamos um departamentode pesquisa e desenvolvimento,contratamos uma equipe científi-ca da universidade de Heidelberg.Construímos para eles sistemas degravação de alta velocidade e siste- Dedo Weigert está há 50 anos à frente da Dedolight

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mas ópticos bastante complexos paramicroscópios, coisas que achavam fisica-mente impossíveis. Aprendemos a fazersistemas de vídeo de alta velocidade commetadados, e sistemas ópticos de zoomque transcenderam vários conceitos.Em 1966 eu mostrei o primeiro tripé decabeça fluída da Europa, o que hoje é opadrão. Eu mostrei o primeiro zoomcom controle de frequência, eu semprebrinquei com esta parte técnica.Quando finalmente apresentamos osprimeiros trabalhos em alta velocidadeem 1981, o que ainda era algo para pro-pósitos industriais - para análise deimagem -, vendemos muitas câmeras.Ainda hoje trabalhamos com isso, ape-sar de que filmagem de alta velocidadeestá acabando - agora é vídeo de altavelocidade -, e temos algumas das me-lhores câmeras do mundo, que são asPhanton. Também estamos nos especi-alizando em iluminação especial paraalta velocidade. Em iluminação para es-túdio, é normal termos luzes Fresnel,que estão sendo construídas exatamen-te da mesma forma há 100 anos. Nósmudamos este princípio adicionandoum segundo par de lentes, que deu-nostrês vezes mais eficiência, melhor foco,melhor distribuição de luz e é ainda umsistema muito ecológico, pois dá muitaluz com pouca voltagem. Talvez isso nãoseja tão interessante para os ricos brasi-

leiros que têm tanta energia, afinalvocês tem Itaipu...

Backstage: Você ficaria surpreso em

saber que, além do mais, economizarenergia é bom para todo mundo...

Weigert: Sim, claro. Bom, foi então quenós aperfeiçoamos as luzes colocandoum sistema triplo-móvel para o foco emudamos o típico padrão esférico daslentes como qualquer Fresnel, para umsistema duplo-esférico, dando melhordistribuição de luz e de cor. E para issonós ganhamos nosso segundo prêmiopelo comitê do Oscar e nosso primeiroprêmio Amy Awards.A seguir nós construímos muitos equi-pamentos inovadores de iluminação.Em alguns países nós fomos extrema-mente bem sucedidos dentro das maio-res demandas dos filmes com maioresorçamentos, como, por exemplo, no de-correr de alguns filmes do Harry Potterem que você encontra alguns Dedo-lights, junto com outras marcas. Mas,dentro dos efeitos especiais, onde é ne-cessário alta precisão, havia somentenossas luzes.Lord of the Rings, American Beauty, Código

da Vinci, na cena onde encontram o cor-po do Curador do Museu, também usa-ram nossas luzes, porque nenhuma ou-tra daria o controle gráfico que eles pre-cisavam.Então onde há as maiores demandas, láestamos. Então temos muitos amigos en-tre os diretores de fotografia que filmamas produções de maior orçamento. Nósfalamos com eles, aprendemos com eles.Ao mesmo tempo, as nossas luzes tam-bém podem ser usadas em pequenos pa-cotes para os times de menor produção.Quando eu comecei neste negócio, umaequipe de documentário da BBC eracomposta por 12 pessoas. Hoje o mesmotrabalho é feito por dois caras: um atrásda câmera e um na frente. Então elestêm falta de mãos, de grana, de tempo.Então precisamos fornecer as mesmasluzes em formatos menores, mais leves,indestrutíveis e econômicos. E tambémtemos luzes leves bem especiais.

“Quando eu

comecei neste

negócio, uma

equipe de

documentário da

BBC era composta

por 12 pessoas.

Hoje o mesmo

trabalho é feito por

dois caras: um

atrás da câmera e

um na frente. Então

eles têm falta de

mãos, de grana, de

tempo

Em sua passagem pelo Brasil, Dedo fezdemonstrações com o uso deequipamentos de iluminação

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Backstage: Apesar de toda a fama,a Dedolight ainda é pouco usada

no Brasil...Weigert: Sei disso. Construímos 5,6 ou 7 gerações de equipamentosde iluminação que ainda são des-conhecidos aqui no Brasil. Vende-mos nossas luzes em mais de 70 pa-íses. Temos no Brasil uma equipemuito boa de pessoas que queremaprender sobre nossas luzes e mos-trá-las com muita boa vontade. Maso Brasil é um país muito grande, enossas luzes não vendem muitobem no catálogo, elas não vendembem pela internet, elas precisam deum processo educativo, precisamosensinar as pessoas a iluminar.Em alguns países já estamos bemadiantados nisso. Na Rússia, porexemplo, alguns dos seminários deiluminação que eu dou lá se torna-ram uma espécie de evento cult,onde 300 pessoas vêm para dois

dias para ouvir sobre luzes. Hátambém uma escola para ensinaros câmeras de TV e eu tenho umcontrato com eles para lecionar láe isso nos ajuda a atingir pessoas demuito longe.Então eu faço muito trabalho educa-cional, e eu viajo muito. Ao mesmotempo, eu comando uma empresa,desenvolvo luzes. Tenho um incríveltime de designers, os melhores emóptica, três gurus eletrônicos e cincoprojetistas em mecânica.

Backstage: Como você vê as no-vas tecnologias em LED?

Weigert: Hoje todo mundo está fa-lando sobre LED, e dizem que seráa fonte de luz do futuro. E eles es-peram que os LEDs sejam mais le-ves, tenham consumo mais baixo,sem calor e com vida útil infinita.O fato de não produzir calor émentira. Uma luz produz 90% ca-

lor, 10% luz. Um LED é 85% calor,a diferença é que não produz calorpara a frente. Fora a pouca resis-tência às altas temperaturas. Seuma lâmpada alógena trabalha a2.100 graus Celsius, você estátranquilo. Agora se um LED che-ga a 85 graus, a cor já se deteriora.Se chega a 100 graus, ele morre. Porisso o LED precisa de muito res-friamento. Para aproveitar o que oLED tem de bom, estamos criandoum híbrido de nosso avançado sis-tema duplo-esférico de lentes comLEDs especialmente desenvolvi-dos. Isso porque trabalhar com LEDem foco é muito complicado.Então estamos tentando chegar auma solução melhor possível, masvocê paga por isso com saída de luz.Uma lâmpada alógena de estúdiotem 20 Lúmen por Watt, nossaDedolight Alógena tem 40 Lúmenpor Watt. Uma florescente tem 80

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Lúmem por Watt. Uma típica LED defósforo hoje tem 60 Lúmen por Watt.Mas se você quiser mais cor, você pagatendo menos luz.Nós estamos muito avançados nisso, mashá outros problemas envolvidos, quandovocê fala de óptica altamente desenvolvi-da. Na posição frontal do ângulo certo, háuma camada de fósforo em todos os LEDse no centro a luz toma um caminho maiscurto até o fósforo. Na orla há um cami-nho mais longo, o que dá uma cor diferen-te. Para luz focada isso é um problema.Quando o sol abaixa, fica vermelho, é lin-do. Mas quando tem cores diferentes nocentro e na borda, isso é um desastre.Então tivemos que desenvolver umatecnologia de LED totalmente diferen-te, para resolver os problemas, e fizemosisso. E todas nossas pequenas luzes LEDaté 90 Watt, trabalham com refrigeraçãopassiva, ou seja, sem ventiladores. Quan-do você passa de 50 watts, você precisa deum sistema de refrigeração bem específi-co, que nós roubamos da tecnologia decomputadores, um sistema de tubos decalor que também precisa de ventilado-res, por que idealmente as fontes de LEDnão podem aquecer a mais de 65 graus. Eisto não é tão fácil. Então, algumas destasluzes acabaram ficando meio grandes;mas sim, há futuro. E nós trabalhamosduro para desenvolver nosso casamentoentre nosso sistema duplo-esférico comos LEDs especialmente desenvolvidos. Eé aqui que estamos agora.

Backstage: O que o Brasil representahoje para a sua companhia?

Weigert: O Brasil é um país maravilho-so, enorme, e fazer filmes no Brasil foium grande privilégio devido ao númerode incríveis imagens. Com a TELEM,nós temos excelentes parceiros, masnossas luzes não vendem normalmente.Elas precisam de muito trabalho de di-vulgação, e alguns de nós precisam ir aoscanais de TV, mostrar as luzes, deixar lápara testar. Já que o Brasil é um país gran-de, precisaria de muita gente para real-mente estabelecer o nosso nome aqui. En-tão tudo que podemos esperar é desenvol-ver passo a passo e esperar que nossos par-ceiros aqui vejam isso como oportunidadee queiram contratar mais gente, ir maislonge e também é importante trabalharjunto dos professores e escolas de ilumi-nação, e ajudá-los e ensiná-los porquenossas luzes são diferentes.Mas isso leva tempo e esforço, e a esterespeito ainda há um enorme potencialde crescimento, que nós atingimos emalguns países como Rússia e Inglaterra.Mas em países grandes, como Brasil eChina, é muito difícil fazer um país tãogrande saber o que temos. Precisa demuita ajuda, muita gente, muito esforço,motivação e tentamos ajudar a realizarisso da melhor forma possível. Mas nãopodemos pedir para ninguém trazer umanova forma de iluminar para um país in-teiro. Isso leva tempo, muitos passos epor isso estou fazendo mais e mais vídeos

Dedo falou em palestra aos brasileiros sobre a nova tecnologia LED de seus equipamentos

“Mas não podemos

pedir para ninguém

trazer uma nova

forma de iluminar

para um país

inteiro. Isso leva

tempo, muitos

passos e por isso

estou fazendo mais

e mais vídeos

tutoriais que

ensinam a iluminar

e a usar nossas

luzes, como

funciona, como

montá-las e como

repará-las

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tutoriais que ensinam a iluminar e ausar nossas luzes, como funciona,como montá-las e como repará-las.Isto é algo que temos feito mais e mais.

Backstage: Faltam bom equipamen-

to e pessoal no Brasil?Weigert: Não posso julgar isso. Eu es-tive trabalhando no Brasil com meupróprio time, nunca vi outras equi-pes trabalhando. Eu acho que há al-gumas pessoas extremamente co-nhecedoras, e, na minha maneira depensar nos filmes, eu gosto de pesso-as obcecadas por fazer imagens. Euacho que a indústria cinematográfi-ca, independente do tipo de câmerasque use, precisa deste tipo de gente.Gente louca, gente que não fariaqualquer outra coisa. Muitos paísestêm estas pessoas, e filmes brilhan-tes saíram do Brasil. Não é sobreequipamento, é sobre fazer arte, étreinamento, é entendimento, mas ogrande capital em fazer filmes é aalma das pessoas.Alguns países pobres perguntam sobreo futuro da indústria cinematográficadeles, e eu conto para eles sobre a Ale-manha dos anos 20 e 30, um períodode instabilidade política e econômica,e muitos dos melhores filmes foramfeitos naquela época. Não é o tamanhoda sua conta bancária que é determi-nante, é o tamanho da sua alma e cora-ção e eu acredito que há uma especiali-dade brasileira que é a de ter um montede gente que coloca a alma e o coraçãono que faz. E acho que isso é um gran-de ingrediente que permite as pessoasfazerem grandes filmes.Agora algumas pessoas pensam queos americanos só fazem filmes debang-bang, mas isso não é verdade.Há também filmes muito sensíveis eemocionantes, só que eles não sãodistribuídos e ninguém os vê.Provavelmente o mesmo aconteceaqui. Deve haver muitos filmes ex-celentes que ninguém vê, porque agrana e o interesse não estão lá. Masas pessoas investem 1 milhão, 2 mi-

lhões na promoção do filme, e é as-sim, infelizmente, que filmes são vis-tos. Se não há circo o bastante emvolta disso, se não há atenção nos ta-petes vermelhos, não há divulgação.Mas muito trabalho incrível é feitode forma desapercebida bem quieto etalvez isso nunca seja visto por umpúblico internacional.Então eu tenho certeza de que estesfilmes também são abundantes noBrasil, e esta é a chance de que seja aprincipal fonte para desenvolverfilmes que vão mais fundo, que temum toque artístico e que traga lin-das mensagens.

Backstage: Como você vê a aceita-

ção dos diretores de fotografia a fon-tes LED de iluminação?

Weigert: Todo mundo tem grandesexpectativas, mas muitos dos equipa-mentos em LED ainda têm limita-ções severas. É por isso que precisa-mos mostrar e ensinar para que sai-bam qual lhes dá uma boa cor, porquemuitas das regras para avaliar boa co-loração não se aplicam mais. Há mé-todos atuais que podem ser úteis, masas pessoas não sabem.Sim, o LED está bem confortável emiluminação pública, em muitos as-pectos da iluminação arquitetural,em luz automotiva. Mas como ferra-menta criativa, precisa ser escolhidacom muito cuidado, por que algumasdelas não têm vida útil, outras nãotêm boa cor e nenhuma delas têmmelhor cor. E também a vida longa eeconomia precisam ser vistas comcritério, porque quando você compraum computador para você, não tem ailusão de que seu neto usará aquelecomputador. Em três meses alguémvai lhe dizer “Este é o modelo antigo,certo?” em três anos eles vão dizer“Não dá para rodar o software maisrecente, certo?”. O mesmo acontececom tecnologia LED. Está se desen-volvendo tão rápido e tudo que fala-mos sobre ela hoje, pode não ser maisverdade em um ano.

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KARINA CARDOSO | [email protected]

Álbum de Eyshilajá está disponível no IdeiasMusik

Graça Music na Era Digital

A Graça Music começou a investir na Era da música digital, através de uma par-ceria firmada com a empresa Imusica, que atuará como intermediária entre a gra-vadora e os canais de distribuição de conteúdo online. A partir de agora, o catá-logo da GMusic estará disponível no iTunes e nas principais operadoras de celu-lar do Brasil e da América Latina, além da rede de lojas web Imusica.Dentre os álbuns que já estão disponíveis no iTunes, títulos de Thalles, MarianaValadão, Ao Cubo, Pr. Antônio Cirilo, Soraya Moraes, Bruna Olly, FabianoMotta, Sandro Nazireu, Dany Grace, Discopraise, Fernandes Lima, Joe Vasconce-los, Dayane Damasceno e Giselle Di Mene.

O novo álbum de Eyshila, Jesus, o Bra-

sil Te adora já pode ser encontrado na

loja virtual de música da operadora

Claro: o IdeiasMusik. No canal, você

pode ouvir, criar uma playlist com suas

canções favoritas, compartilhar com

seus amigos do Facebook, além de

baixar para o seu computador ou celu-

lar, tudo de forma simples e rápida.

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃOA Igreja Presbiteriana da Muda-Usina, no Rio de Janeiro, apresentará no dia 29 demarço o Oratório “A Crucifixão”, de John Stainer, com a regência do maestro JoãoGenuncio, a partir das 19 horas. A entrada é franca. O tempo fica na Rua Conde deBonfim, 958- - Tijuca.

GRAÇA FILMESLANÇA HERMIEEM ALTO MARNo mês de janeiro, a

Graça Filmes lança o

DVD Hermie em Alto

Mar. A turma do Jardim

Dourado vive uma gran-

de aventura e aprende

que é possível confiar

em Deus em todas as si-

tuações da vida. O de-

senho animado foi pro-

duzido por Max Lu-

cado, com as vozes de

Tim Conway (Hermie),

Rick Burgess (Ziggy) e

Bubba Bussey (Iggy).

RACHELMALAFAIATERMINAGRAVAÇÃO DEVOZ DE SEUNOVO CDRachel Malafaia acaba

de dar continuidade às

preparações do novo

álbum. A cantora voltou

ao estúdio para concluir

as gravações de voz do

seu terceiro CD pela

Central Gospel Music.

Para acompanhar a a-

doradora, estava pre-

sente a cantora Lilian

Azevedo, fonoaudió-

loga de Rachel, que

também fez parte do

backing vocal do seu

disco, além do diretor

de voz, Jairo Bonfim. Até

o final de fevereiro, o CD

será encaminhado para

a masterização.

NANI AZEVEDO PARTICIPA DO PROGRAMA TUDO +Nani Azevedo participou do programa Tudo +. Além de abrir as portas de sua casa,a cantora contou sobre sua biografia e sua vida em família. O programa é comandadopela apresentadora Naine Câmara e tem um formato bem descontraído.No encontro teve muita música, Palavra de Deus e ministração. Nani Azevedo tam-bém compartilhou o momento especial que vive atualmente em seu ministério econtou como iniciou sua parceria com a gravadora Central Gospel Music.

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No dia 7 de junho de 2012,o Credicard Hall foi palcoda gravação do 17º trabalhodo Renascer Praise, maiorgrupo de louvor da AméricaLatina. O lançamento ofi-cial do Renascer Praise 17 foirealizado no Ginásio do Ibi-

rapuera, no dia 14 de agosto. O evento contou com aparticipação de um coral de 1.500 vozes, orquestra sin-fônica e centenas de bailarinos. O DVD Novo dia,Novo tempo já está nas melhores lojas do Brasil.

Novo dia, Novo tempoRenascer Praise 17

Marcela Taís lança seu pri-meiro disco com uma pro-posta de música e estilo di-verso ao que o público cris-tão está acostumado. Cabelosolto traz uma mensagempoética e um estilo musicaldiferente no cenário gospel,

misturando blues, reggae, pop e folk. O repertório pos-sui músicas com ênfase nos valores cristãos, mas comleveza inédita.

Cabelo SoltoMarcela Taís

LançamentosLançamentos

Lindo Senhor traz várias can-ções inéditas e regravaçõesde canções de CarlinhosFelix. Das regravações, des-tacam-se Amor de Deus, doFruto Sagrado, gravado ori-ginalmente em 1995; BaiãoEletrônico, da Banda Azul,

de autoria de seu antigo amigo Janires; e o hit Marca daPromessa, da banda Trazendo a Arca, do álbum homô-nimo, de 2007. O álbum foi gravado ao vivo durante oJesus Vida Verão realizado em janeiro de 2011 e prometeser um dos melhores trabalhos da carreira do cantor.

Lindo SenhorCarlinhos Felis

O novo CD de Dalcides,Alma & Coração, traz can-ções intimistas que fazemparte da história do cantor.Um dos destaques é Tocandoem Frente, a primeira músi-ca do álbum. Com arranjosde Duda Suliano e direção

vocal de Thiago Garcia, o CD Alma & Coração já estádisponível nas lojas.

Alma & CoraçãoDalcides

O cantor Joe Vasconcelosestá lançando pela GraçaMusic seu primeiro CD eminglês, intitulado None LikeYou. Este novo trabalho con-ta com 10 faixas de muitolouvor, com canções assina-das por Doen Moen, Jeremy

Redmon, Grace Knodt, Rafael Bitencourt, além dopróprio Joe Vasconcelos. Este CD foi gravado em estú-dios na cidade de Nashville, estado do Tenessee, nosEstados Unidos.

None like youJoe Vasconcelos

A banda gaúcha Tanlan (no-me dado ao estilo de kung-fuque se baseia no louva-deus)é uma das mais novas apostasda Sony Music. Recém-con-tratados da gravadora, elesestarão lançando um álbuminédito com muito pop rock.

O CD, contendo 12 faixas, tem participação especial deMarcos Almeida. Ele foi totalmente produzido, gravadoe mixado pela banda. Destaques para as músicas LoucoAmor e Vaidade.

Um dia a maisTanlan

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Em seu novo CD, Profetasda Esperança, Kleber Lucasfaz um passeio por toda asua história musical, rela-tando suas experiências emsuas ministrações pelo Bra-sil e pelo mundo. Este é odécimo álbum com canções

inéditas do cantor e compositor, que disponibilizaacesso aos conteúdos multimídia exclusivos. A pri-meira música de trabalho, Vou Deixar na Cruz, estreounas rádios com grande sucesso. Nela, Kleber divide aautoria com Fernanda Brum, Rogério Vieira, SérgioKnust e bispo Bené Gomes.

Profeta da EsperançaKleber Lucas

[email protected]

Robinson Monteiro, em seuprimeiro trabalho indepen-dente, Prostrei-me, chegou asuperar a marca de um mi-lhão de CDs vendidos. Ocantor ainda recebeu váriosprêmios, dentre eles o Tro-féu Promessas. Robinson

agora lança mais um trabalho em sua carreira: É só crer.A produção é assinada por Paulo César Baruk que tam-bém faz uma participação especial na canção Eu queroviver para ti. Além de Baruk, há a participação dorapper Lito Atalaia na canção Só tu és o Senhor.

É só crerRobinson Monteiro

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SOM

NAS

IGRE

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ACÚSTICA,ACÚSTICA,

Miguel Sá

[email protected]

Revisão técnica:

José Anselmo “Paulista”

Fotos: Ernani Matos / Divulgação

uando foi chamado para reformarmais uma igreja, em novembro de

2011, o projetista e professor VagnerPedretti ainda não sabia que teria umaoportunidade única. Como em nenhumoutro projeto, ele poderia, nesta reforma,colocar em prática tudo o que haviaaprendido em mais de 25 anos de áudio.“Havia uma demanda por um sistemaprofissional dentro do Templo e o pastorpresidente da Nova Igreja, Maurício

Q

Como seria uma

igreja construída

para obter o melhor

áudio, tanto pelos

equipamentos como

pela acústica da

sala? A resposta

está na Nova

Igreja, Barra da

Tijuca, Rio de

Janeiro.

Fragale, topou a empreitada de ter um sis-tema de sonorização moderno”, comenta.No projeto, Pedretti não pensou apenasem áudio, mas nas dificuldades que pode-ria encontrar. “Existe uma deficiênciamuito grande das igrejas em relação a nor-mas e regulamentações. Aqui eu quis se-guir isso muito à risca. Antes de colocar oequipamento, tratamos o sistema elétrico,cuidamos do aterramento e, depois, fize-mos a implantação da acústica da igreja.

antes de tudoNOVA IGREJA, BARRA DA TIJUCA

Demanda por sistema profissionallevou à reforma acústica e elétrica

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Fizemos a mudança do layout e geramos um ambienteadequado para um novo sistema de sonorização”, reforçao profissional. O resultado é um sistema onde a instala-ção elétrica, a acústica e o equipamento de sonorizaçãoforam projetados de forma integrada para ter o melhorrendimento possível, inclusive para a gravação de CDs,DVDs e transmissão do culto via internet.

ELÉTRICA E REFORMA ACÚSTICAO plano inicial não envolvia uma reforma tão profun-da. O que, no princípio, seria um pequeno reparo nasala, se tornou um projeto inteiramente novo. As refor-mas começaram, efetivamente, em meados de 2012. Oprimeiro passo foi fazer uma instalação elétrica queatendesse, de forma correta, às normas e regulamenta-

Sistama da K-array usado no templo Subs modelo KO 40 para atender até a terceira fileira de cadeiras

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ções e proporcionasse as condições pa-ra que o equipamento funcionasse coma melhor qualidade de áudio possível.Pedretti chamou Framklim Garrido,da FGL Áudio, para refazer toda a parteelétrica do local. “Não é possível teruma instalação como esta sem ater-ramento e sistema elétrico adequado”,reitera Vagner Pedretti.A partir de cálculos e medições, o proje-tista estabeleceu as necessidades de mate-rial para a reforma acústica da sala. Osdifusores foram feitos em MDF. Os mó-dulos foram montados recheados com lãde rocha. Depois, tomaram um banho detinta epox e foram laqueados. “A inten-ção da construção da sala foi a de gerar umambiente acusticamente bem confortá-vel e natural e ainda proporcionar grava-ção de CDs e DVDs”, diz Vagner.

EQUIPAMENTOS DE SOMPara a sonorização da sala, Pedretti op-tou por um sistema K-Array com seiscaixas de cada lado. Foram ainda insta-lados quatro caixas de front fill paraatender ao púbico sentado até a terceirafila das cerca de 600 cadeiras. Os subsusados foram os KO 40, com falantes de21 polegadas. As medições finais para oalinhamento da sala foram feitas no sis-tema In Easy. Neste estágio, Pedrettiteve, mais uma vez, a colaboração deFramklim Garrido e também do proje-tista Marcelo Claret. “Conseguimos

uma homogeneidade (na cobertura so-nora do ambiente). Temos um sistemaque pode gerar 130 dB SPL. Claro queisto é desnecessário, mas a razão disso époder trabalhar folgado, sem problemasrelacionados a ruídos, obtendo a melhorqualidade sonora. Com isto, ainda faze-mos com que o equipamento dure bas-tante tempo”, explica.A console escolhida, dentro dos objeti-vos da reforma e sonorização do local,foi a Venue SC-48. O monitor dos músi-cos é gerenciado por eles próprios pelosistema Aviom. “Saimos da SC48 viarede e lá tem um controle remoto paracada músico, deixando o técnico mais àvontade para mixar o PA”, detalhaPedretti. Para músicos, cantores e pas-tores, os microfones disponíveis são osSM 98, Beta 87 A e AKG 414, entreoutros. No entanto, a igreja ainda vaiadquirir novos microfones para bateria.O pastor usa um Head set Countrymanpara ter mobilidade durante o culto.

OPORTUNIDADEVagner Pedretti está há muitos anos noáudio. Evangélico, começou a carreiracom Sólon do Valle e hoje leciona ProTools no Iatec. “Comecei dentro deigreja, fui criado dentro da igreja e fizquestão de retornar a quem me deu tan-to. De todos os trabalhos que fiz, este foionde pude usar todo o meu conheci-mento”, comemora o projetista.

Venue SC48 foi a mesa escolhida para os técnicos

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OFERTAS IMPERDÍVEIS - BONS NEGÓCIOS

::::::::::::::::::::::: PREÇOS VÁLIDOS ATÉ 10/04/13 OU ENQUANTO DURAR O ESTOQUE ::::::::::::::::::::::::::::::::

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BONS NEGÓCIOS - OFERTAS IMPERDÍVEIS

::::::::::::::::::::: PARA ANUNCIAR: [email protected] - PABX.: (21) 3627-7945 :::::::::::::::::

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LUIZ

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LOS

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arafraseando e invertendo o Shin Tzu dos execu-tivos pós-modernos, a Arte sempre foi objeto de

guerra, guerra essa no sentido de opiniões, dissensões,discussões, divergências, polêmica... O que seria da cri-ação artística sem isso? Imaginem um mundo onde rei-nasse eterno consenso sobre o belo: prova a Históriaque desse consenso, pela impossibilidade de renovação,vem a decadência, mesmo porque, como o bem e o mal,o belo não existe sem o feio, diz o necessário clichê. Per-di a conta de quantas brigas comprei em nome da músi-ca. Profissionais ou estéticas, elas sempre me ensinaramalguma coisa, principalmente sobre a finíssima frontei-ra que separa o certo do errado, corda bamba que derru-ba aquelas opiniões apriorísticas surgidas deimproviso, antes que seus donosse aprofundem de fato no durocerne da questão em pauta.Por uma estranha acomoda-ção que me acometeu de unstempos pra cá, tenho assistidoaqui do meu confortável cama-rote belorizontino a movi-mentação demagógicade certos meios políti-

P

cos pautados por lobistas de alto bordo que tentam de-molir a consagrada instituição do Direito Autoral. Sa-ída de pessoas que vivem de chicanas e aprontes com odinheiro público, essa ideia poderia soar cômica, senão fosse trágica. Na tentativa de baratear ainda maiso que já é mais que barato - a criação - e acenando aonosso pobre povo com a possibilidade de ter comidagrátis pra alma, eles querem que voltemos ao século 17onde os Bachs da vida dependiam do mecenato da elitepara exercer sua genialidade, ou seja, vestindo uma ca-misa pseudodemocrática, tentam submeter de novo aliberdade de criação a quem tem dinheiro para finan-ciá-la, sequela final de sua “cruzada” torta.

Na realidade, essa é a ponta aparente de um iceberg depreconceitos sociais que taxa a atividade artística comocoisa de desocupados: uma profissão que por aliar doseselevadas de prazer à sobrevivência econômica acaba sen-do vista com maus olhos por aqueles que, à falta de umtalento específico, têm que ganhar o pão de cada dia emmeio a contrariedades e pressões, como se nós, artistas,não as sofrêssemos também. Como senós, nas artes, não tivéssemos tambémque suportar interferências indese-jáveis no nosso dia a dia. Em umagravante adicional, a des-consideração da iniciati-

das artesA guerra

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va privada pelo que é legalmente devi-do leva uma grande e importante par-cela da atividade cultural do país a de-pender de apoio indireto do dinheiropúblico, aprofundando ainda mais o in-crível paradoxo que é tentar fazer algu-ma coisa culturalmente significativano Brasil, e aqui tomo partido mesmocontra o arroz-com-feijão de araque

que limita o alcance do povo a meiadúzia de gêneros musicais que se reve-zam na orelha da rapaziada. Educação éum perigo. Cultura é um perigo. Háquantos Maquiavéis a gente sabe disso?Vamos então aos exemplos clássicos:você come uma pizza e paga. Vocêcompra um carro e paga. Você comprauma roupa e paga. Tudo isso você pagapara as pessoas que produziram o quevocê consumiu: para o designer, parao fabricante, para o restaurante...Imagine então se o dono da concessi-onária recusa-se a pagar à fábrica doautomóvel, se a tecelagem recusa-se aremunerar quem desenhou a roupa,se o dono do restaurante exige que opizzaiolo trabalhe de graça. Estabele-ce-se o caos. Pior ainda a coisa ficaquando o artista é desvalorizado porseus próprios colegas de Arte, comovi acontecer recentemente por oca-sião de uma campanha contra o paga-mento de direitos de inserção musicalem filmes nacionais nascida nos meioscinematográficos e apoiada por co-nhecidos cineastas. Era o caso de nós,compositores das músicas incluídasnos filmes deles, recusarmos a inclu-são de nossas composições e assistir-

mos ao divórcio de duas artes quesempre andaram juntas, música e ci-nema. Ou estaria eu sendo atrevidodemais ao dizer que o cinema veio de-pois da música e que esta precisa me-nos dele do que ele desta, visto que acena muda sempre precisava do pia-nista mais do que a partitura necessi-tava de uma cena? Não me interpre-

tem mal: sou vidrado em cinema,musiquei alguns filmes e sou amigo demuita gente ligada ao meio, mas foi umequívoco colossal da turma do visualquerer pendurar a conta na nossa es-tante. Fora o fato de que jamais conse-gui receber integralmente o pagamen-to pelas duas trilhas que fiz para lon-gas-metragens, fora os curtas que eunem cobrei porque ou eram de amigosou porque eu queria fazer mesmo, vistoque, sem-vergonha que eu sou, conti-nuo fascinado por música de cinema.Só fico triste por ver que o prazer doofício, por mais profissionalmente quetentemos agir, faz com que nos meta-mos sistematicamente em roubadasgigantescas. E também por sentir quemais dia menos dia a única possibili-dade de viver de música neste Brasil -onde querer exercer seus direitos decriação parece ser uma atitude excep-cional e malvista – será descer ao me-trô, passar o chapéu e contar com a boavontade daqueles seres miraculososque conseguem ter seu trabalho justa epontualmente remunerado. Quais se-jam, as Outras Pessoas.Aliás, pense nisso antes de comprarseu próximo produto pirata.

Pior ainda a coisa fica quandoo artista é desvalorizado por seuspróprios colegas de Arte, como viacontecer recentemente

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