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JOSÉ FERROLHO Noémia Ramos: A comandante dos bombeiros pág. 13 Urgências noturnas não fecham em Serpa pág. 9 Vale de Rocins aguarda por novo habitante pág. 4/5 Carnaval de arromba em Cuba e Entradas pág. 11 e 12 €1,20 Veja como na página 25 Postos BP Beja Este VALE na PUB PCP defende eleições legislativas antecipadas Comunistas mantêm tabu sobre o nome dos candidatos às próximas eleições locais Entrevista a Miguel Madeira nas págs. 6/7 SEXTA-FEIRA, 1 FEVEREIRO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1606 (II Série) | Preço: 0,90 Foi uma semana de loucos em Beja. Primeiro, três adolescentes foram parar ao hospital por consumo de drogas químicas de venda legal em smart shops .Nodomingo,umhomem disparou, em plena via pública, vários tiros sobre a mulher e sobre o próprio filho (na foto o momento em que foi presente ao juiz de instrução). Na quarta-feira, um homem foi encontrado morto, em casa, depois de 15 dias desaparecido. págs. 2 e 8 Droga, loucura e morte

Ediçao N.º 1606

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Diario do Alentejo

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Page 1: Ediçao N.º 1606

JOSÉ

FER

ROLH

O

NoémiaRamos:A comandantedos bombeiros

pág. 13

Urgênciasnoturnas não fechamem Serpa

pág. 9

Vale de Rocinsaguardapor novohabitante

pág. 4/5

Carnavalde arrombaem Cubae Entradas

pág. 11 e 12

€1,20Veja como na página 25 Postos BP Beja

Este

VALE

na

PUB

PCP defende eleiçõeslegislativas antecipadas

Comunistas mantêm tabu sobre o nome dos candidatos às próximas eleições locais

Entrevista a Miguel Madeira nas págs. 6/7

SEXTA-FEIRA, 1 FEVEREIRO 2013 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1606 (II Série) | Preço: € 0,90

Foi uma semana de loucos em Beja.

Primeiro, três adolescentes foram

parar ao hospital por consumo de

drogas químicas de venda legal em

smart shops. No domingo, um homem

disparou, em plena via pública, vários

tiros sobre a mulher e sobre o próprio

filho (na foto o momento em que

foi presente ao juiz de instrução).

Na quarta-feira, um homem foi

encontrado morto, em casa, depois de

15 dias desaparecido. págs. 2 e 8

Droga,loucurae morte

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013 Editorial

FraturantesPaulo Barriga

Não estamos habitua-dos a isto. Não precisa-mos disto. Não gosta-

mos disto. E, acima de tudo, não queremos isto. Beja, a cidade e o distrito, nunca interessou a ninguém nem para coisa ne-nhuma. Depois do 25 de Abril, excluídos os calores da Reforma Agrária e, agora, os refrescos do Alqueva, Beja foi largada ao abandono. Foi esquecida pelos sucessivos governos. Pelas tele-visões. Pelas outras pessoas que habitam o País mais em cima e mais em baixo. Ficou parada no tempo. Passou ao lado da eu-foria chocalheira do novo-ri-quismo da viragem do milénio. Decresceu em termos popula-cionais, em termos de criação de riqueza, em termos de emprego, em termos de esperança. Beja, a cidade e a região, não gera vo-tos. Não é fabricante de provei-tos, conveniências ou benefí-cios para a classe política. Logo, Beja não existe. Não é assunto. Não dá notícia. Ou melhor, não dava. Em 15 dias, nos últimos 15 dias, Beja instalou -se no cen-tro do debate nacional. Beja pas-sou a ser o vórtice da discussão. Transformou-se no grande bate-boca nacional, produzindo, a cada instante, temas interessan-tes, fraturantes, suculentos para grande deleite do País voyeur. Quis-se falar do dinheiro que o Estado andou durante décadas a gastar mal e porcamente e con-seguiram-se descobrir elefan-tes brancos em Beja. Notável. Um cão de raça perigosa mata um bebé e Beja passa a ser, afi-nal, a capital dos direitos dos animais. Impressionante. Em contrapartida, um tipo baleia a mulher e o filho e é Beja que repõe a pena de morte na or-dem do dia. Comovente. Três miúdas vão parar à urgência e um rapaz é atropelado mor-talmente depois de, suposta-mente, consumirem drogas sin-téticas legais e Beja passa a ser a grande bandeira pela legaliza-ção total do chamon. Brilhante. Não estamos habituados a isto. E, acima de tudo, não quere-mos isto. Antes sós, novamente e para sempre, do que fraturan-temente mal acompanhados.

Com o andar da carruagem, mesmo com a promessa do chefe do Governo a dizer que em 2015 tudo estava pronto, não acreditamos. Porque as obras estão atrasadas e tudo anda com um ritmo muito lento.

Manuel Castro e Brito, in Correio do Alentejo on line

Michael Lampreia

22 anos, reserva de força de segurançaÉ óbvio que sim. As smart shops comercializam produ-tos nefastos ao organismo. E no entanto pouca informação existe acerca dos efeitos e da-nos que o seu consumo pro-voca. Veja-se o que aconteceu a três miúdas em Beja na se-mana passada. Vendem-se dro-gas de forma legal e de fácil acesso a menores de idade. Isto não é normal. Acho muito bem que se encerrem estas lojas.

João Mósca

17 anos, estudantePenso que os produtos que uma smart shop vende são pe-rigosos. Mas uma vez que es-tão legalizados e que se comer-cializam em lojas abertas ao público, transmitem a sensa-ção errada de que o seu con-sumo não há de ser prejudicial. Deveria haver ações de infor-mação acerca destas drogas. Nas escolas, nas bibliotecas. Para alertar sobretudo os mais jovens, para a sua perigosidade.

Ana Vieira

28 anos, técnica de segurança e higiene no trabalhoTendo em conta as notícias da atualidade, sim. Se as dro-gas lá vendidas estão a levar jovens a entrar em coma su-bitamente, sim, são uma ame-aça. Não existe informação. Penso que muitos jovens es-tão a consumir substâncias químicas sem terem ideia al-guma do que estão a consumir. Até podem pensar que é social-mente fixe, sem terem noção do perigo a que estão sujeitos.

José Rafael,

53 anos, professor do ensino secundárioSim. Sobretudo pela forma ve-lada como os estupefacien-tes são lançados no mercado. As informações disponibiliza-das nas embalagens não cor-respondem de todo à sua real utilização e efeitos que provo-cam. Tal facto deveria ser su-ficiente para colidir com a lei. É importante que exista uma ação informativa concertada. E que as autoridades de saúde pública tomem uma atitude.

Voz do povo As smart shops põem em perigo a saúde pública? Inquérito de José Serrano

Vice-versa“Os canais que transportarão a água para Sines fazem parte da nossa rede primária de distribuição. O projeto, já concluído, está em fase de aprovação, e esperamos começar a empreitada em breve, de forma a que – sempre em concertação com as Águas de Portugal – consigamos que a água de Alqueva chegue a Sines durante o ano de 2015”.

João Basto, in Antena 1

Fotonotícia Solidão. A notícia é nova, o género é que infelizmente se repete a cada dia que passa, um pouco por

todo o País. Um homem de 53 anos de idade, que residia sozinho numa pequena habitação do bairro velho do Pelame, em Beja, foi en-

contrado morto, esta quarta-feira, por volta do meio dia e meia. Há mais de 15 dias que ninguém na vizinhança avistava este homem.

Tempo demais para quem não tem ninguém. Chamados ao local, os Bombeiros de Beja constataram que já estava cadáver há vários

dias. O delegado de saúde atestou o óbito e não registou qualquer sinal de violência. Morreu da pior das doenças do nosso tempo: de

solidão. PB Foto de Pedro Barrocas

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013Rede social

“Moura, Concelho Educador” vol-

tou a fortalecer-se na Semana da

Comunidade Educativa?

A Câmara Municipal de Moura sempre se preocupou com a edu-cação e tem um papel importante nesta matéria. O nosso objetivo é sempre melhorar. E, neste sen-tido, as iniciativas que são or-ganizadas, como a Semana da Comunidade Educativa, permi-tem promover a reflexão e debater os temas que mais preocupam e, ao mesmo tempo, incentivar uma maior relação entre docentes, au-xiliares de ação educativa, alu-nos, pais, encarregados de educa-ção. Esta semana permitiu, mais uma vez, juntar as entidades em torno das questões que são im-portantes para o concelho. E con-tinuar este percurso de “Moura, Concelho Educador”. A educação é uma prioridade, sempre.

Este ano a temática “Mais Jovem”

esteve em destaque, até porque

se relaciona com o programa que

também foi apresentado e que

tem o mesmo nome…

Sim, é verdade. Quisemos e que-remos promover a participa-ção dos jovens. Chamá-los a dar a sua opinião, incentivá-los a en-volverem-se na vida da sua co-munidade. Ouvi-los e perceber as suas preocupações é funda-mental. Têm uma palavra a dizer e a sua opinião conta. Foram vá-rias as atividades que acontece-ram na Semana da Comunidade Educativa, nomeadamente expo-sições, workshops, apresentação de projetos, ateliers, sessões de música, debates, ações de sensi-bilização, conversas e formações, entre outras. E todas as atividades tiveram uma boa participação.

O balanço foi, assim, positivo?

Muito. E, inclusive, ficámos com uma boa base para continuar este trabalho. As questões, as opini-ões deixadas vão ser agora ana-lisadas. A troca de experiências é fundamental. Foi muito enri-quecedor. Esta semana, sob a te-mática “Mais Jovem”, foi muito importante para sensibilizar os jovens para as questões da sua comunidade. Não queremos que os nossos jovens, mesmo que te-nham de sair da sua terra, per-cam a ligação ao seu conce-lho. Queremos que contribuam para o desenvolvimento desta terra. Queremos que se envol-vam nas decisões. Na vida da sua comunidade.

Bruna Soares

3 perguntasa Maria

José Silva Vereadora da Câmara

Municipal de Moura

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 24

ODEMIRA TEMPORAL DESTRUIU MAIS DE 25 HECTARES DE ESTUFAS

O mau tempo destruiu mais de 25 hectares de estufas de framboesas e morangos no concelho de Odemira, causando prejuízos “largamente” superiores a dois milhões de euros. A intempérie afetou cerca de 15 empresas da zona, que empregam mais de 3 500 pessoas, revelou o presidente da Associação de Horticultores do Sudoeste Alentejano (AHSA), Paul Dolleman. Os efeitos do temporal sentiram-se, principalmente, no Perímetro de Rega do Mira, abastecido pela barragem de Santa Clara, zona onde estão implantados cerca de 140 hectares de estufas e túneis de plástico.

SEXTA-FEIRA, DIA 25

BEJA JOVEM DE 16 ANOS MORREU ATROPELADO

Um jovem de 16 anos foi atropelado mortalmente, cerca das 19 horas, nos arredores de Beja, por um veículo ligeiro de passageiros. O acidente ocorreu na Estrada Nacional 260, na variante de Beja. O corpo do jovem, que residia em Pedrógão, concelho de Vidigueira, distrito de Beja, foi encaminhado para a morgue do Hospital Distrital de Beja para ser efetuada a autópsia.

SÁBADO, DIA 26

LISBOA PROFESSORES DA REGIÃO EM MANIFESTAÇÃO

Professores da região participaram em manifestação em Lisboa. O protesto foi organizado pela Fenprof, com o objetivo de defender a escola pública, a profissão de professor e a qualidade do ensino. Os docentes pediram na avenida da Liberdade a demissão do ministro da Educação.

TERÇA-FEIRA, DIA 29

SANTO ANDRÉ REFLORESTAÇÃO É PRIORIDADE

A praga de nemátodo do pinheiro dizimou parte da floresta de Vila Nova de Santo André e a reflorestação é assim, segundo a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a Junta de Freguesia de Vila Nova de Santo André, “o grande desafio ambiental em 2013”. Após a construção da ciclovia e a instalação das ilhas ecológicas, de acordo com as entidades, é preciso devolver à cidade a sua mancha verde. Através da candidatura ao programa Floresta Comum, ao qual se juntaram os apoios de empresas da região, vai ser possível plantar mais de quatro mil novas árvores.

BEJA RESERVATÓRIO DUPLICA RESERVAS DE ÁGUA

O reservatório de água potável da Atalaia, em Beja, vai ser ampliado, num investimento de 1,1 milhões de euros, para permitir duplicar as atuais reservas de água da cidade. A obra, a cargo da empresa Águas Públicas do Alentejo, da qual a Câmara de Beja faz parte, foi consignada e visa a construção de um novo reservatório com capacidade para cinco mil metros cúbicos de água, explica o município.

QUARTA-FEIRA, DIA 30

VIDIGUEIRA COLÓQUIO “EMPREENDER POR NOVOS CAMINHOS”

O empreendedorismo agrícola e soluções para inovar no comércio tradicional foram abordados no colóquio “Empreender por novos caminhos”, que decorreu em Vidigueira. Promovido pela Associação Terras Dentro em parceria com a Câmara de Vidigueira, no âmbito do Contrato Local de Desenvolvimento, incluiu também dois workshops: “Empreendedorismo Agrícola: Uma Nova Realidade” e “Inovar no comércio tradicional: novas soluções”.

CUBA AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ORGANIZOU “DIA ABERTO”

O Agrupamento de Escolas de Cuba organizou o “Dia Aberto”, uma iniciativa que pretendeu mostrar a escola aos pais, dando a conhecer aquilo que faz ao longo do ano. Durante o “Dia Aberto” os pais puderam visitar a escola, as salas de aula e assistir a atividades dinamizadas pelos alunos. Aconteceram ainda conversas com os professores.

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Alunos de Almodôvar no “Diário do Alentejo”São alunos do Agrupamento de Escolas de Almodôvar e vieram visitar o “Diário do Alentejo”. Estas turmas ganharam, na categoria do 3.º ciclo, o concurso “Todos Contam” a nível nacional. Uma honra ter tão ilustres cidadãos na nossa redação.

Miguel Ângelo regressou a BejaMiguel Ângelo apresentou o verdadeiro disco inicial da sua carreira a solo. “Primeiro” fez muitos irem ao Pax Julia Teatro Municipal, em Beja. Como confessou ao “Diário do Alentejo” foi bom voltar a uma cidade da qual guarda “boas memórias”.

Kalu apresentou trabalho a solo nos InfantesO baterista do Xutos e Pontapés, Kalu, esteve em Beja, nos Infantes, a mostrar o seu mais recente trabalho. A sua primeira aventura a solo surge com o álbum “Comunicação”. E Kalu deu uma noite de rock à cidade.

Noites Decantadas animam adegas de ErvidelA iniciativa Noites Decantadas continua animar as adegas de Ervidel. O ciclo, que contempla música, teatro e poesia, decorre até ao dia 11. O objetivo, segundo a junta de freguesia local, é “promover, defender e valorizar a cultura do vinho”.

Beja Romana desvendadaBeja Romana. Foi esta a proposta dos Passeios de Beja. E a praça da República, o local do fórum, foi o local de partida. Conceição Lopes, arqueóloga, foi a guia desta visita. E foram muitos os que seguiram caminho à descoberta da história da cidade.

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Vale de RocinsAgricultura ainda é o sustento do lugar

O que faz falta é genteVale de Rocins é um lugar da freguesia de Salvada, que não tem monu-

mentos, mas que tem uma escola, só que está encerrada. Só se encon-

tram duas crianças e, por isso, não é de espantar que a população se en-

cha de felicidade com o anúncio da chegada de mais um bebé. É que,

segundo os habitantes, o que aqui falta é, sobretudo, “gente”. Não há

quem não se conheça. Todos, na verdade, são poucos para habitar a terra

que já foi de muitos. Em compensação, garantem, vivem num lugar com

uma paisagem de “cortar a respiração”.

Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

Vale de Rocins. Vale de Rossins. Vale de Russins. É desta forma que se apresentam as várias placas e indi-

cações que seguem para o lugar. Optámos por Vale de Rocins. É uma estrada estreita que leva até lá. Pelo caminho, deixando a al-deia de Salvada para trás, no concelho de Beja, rebanhos de cabras atravessam a es-trada, como se o movimento por aqui fosse pouco. As cegonhas descansam nos inúme-ros ninhos que se avistam. Só uma pequena placa indica a direção a seguir. Uma pe-quena placa, numa estrada que leva a mais lado nenhum. Montes e vales. E um aglo-merado de casas que se dispersou por esses mesmos montes e vales. Pintadas a branco, de barras azuis, amarelas, consoante o gosto, ou de barras nenhumas.

O sol brilha e há quem saia à porta para se aquecer. A escola não tem crianças, porque a terra só já conta com dois representantes da faixa etária a ela destinada. Mas há esperança. Há mais uma criança a caminho. Uma das pou-cas jovens da terra está grávida. “Está para vir um bebé, ainda vamos ver isso se Deus quiser. Mais uma criança para Vale de Rocins”, conta Lisete Ramos, habitante da terra, que ostenta o cabelo rigorosamente penteado, enquanto ha-via os fregueses ao balcão da sua mercearia, que, à falta de outros equipamentos, é também ponto de encontro, de convívio.

Lisete, na companhia de outras mulheres do lugar, lembra os tempos em que a escola era frequentada por mais de 30 alunos. “Foi há muito”, diz. E rapidamente acrescenta: “Não dá para ninguém viver aqui. Tenho três filhos, mas nenhum está cá, nem pensa em vir. Nas aldeias e nas cidades já é difícil, quanto mais aqui. Há só aí três ou quatro casais mais novos”. O fu-turo? “Com o tempo vai caindo tudo”, argu-menta. Refere-se às casas, porque monumen-tos também aqui não os há. Em contrapartida, defendem, “Vale de Rocins tem uma paisagem de cortar a respiração”. “Abrimos a janela e te-mos campo e mais campo. Estamos aqui bem. Vivemos aqui bem, somos como uma família. Não há o que pague este sossego, esta paz”, ex-plica Lisete.

Numa cadeira, na mercearia, senta-se Gertrudes Maria. 91 anos e uma força de vi-ver invejável, segundo a vizinhança. “Ainda caia as paredes sozinha”, dizem as mulheres. Gertrudes, contudo, começa por dizer: “Estou sozinha, morreu-me tudo. Morreu-me o meu filho, morreu-me o meu homem”. Mas deixa as tristezas para outro dia e, ao mesmo tempo, deixa safar um sorriso largo. “Esta terra já foi muito diferente. Havia aqui muita família, muitos bailes. Hoje estão para aí umas 14 ca-sas com gente, e é pouca. Esses montes por aí

estavam todos habitados e agora não se avista ninguém”.

“Os novos vão-se embora e os velhos mor-rem”. É assim que Gertrudes explica o facto de a população de Vale de Rocins ter diminu-ído com o passar do tempo. “Éramos mais de 100. Hoje não chegamos a 40”. E, para não fa-lhar muito a soma, começa a contar. “A prima Luísa, o tio Henriques e mais estes dois são quatro. O Zé cinco, a Fernanda seis…oito, nove, dez, onze…”.

Era, na verdade, a agricultura que dava pu-jança à terra e que mantinha a população, mas também ela foi esmorecendo, embora ainda seja o sustento de várias famílias do lugar.“Toda a gente andava no campo, toda a gente tinha uma bestinha, uma hortinha. Tudo andava na monda, apanhando azeitonas. Era outra vida”, dizem os habitantes.

“Pertencemos à freguesia de Salvada. Não estamos muito distantes e toda a gente, ou a grande maioria, tem carro. Quando precisa-mos de alguma coisa deslocamo-nos à fregue-sia ou a Beja”, diz Josélia Romão, que ainda se entretém na pequena taberna que mantém aberta. “Sempre passa um ou outro e bebe um copinho. Os caçadores gostam de petiscar e muitas vezes reúnem-se aqui. Sempre dá um movimento à terra”, afirma.

Para o campo passa, por sua vez, de anci-lho partido na mão, Agostinho Romão. “Vou dar cabo do corpo mais um bocadinho”, iro-niza, enquanto avista as suas galinhas, que an-dam soltas pela terra. “Entretemo-nos assim, já não temos idade para grandes trabalhos, mas ficar em casa é que não. Cá vamos passando o tempo”, conta.

Festas só há uma no lugar. “A Semana Cultural da Salvada abre a escola que está fe-chada e sempre é uma animação”, explica o ho-mem. “Antigamente é que havia moços e mo-ças para dançar. Agora já há poucos”. Mas a falta de festas “é o de menos”, considera a po-pulação. O que falta a Vale de Rocins é “gente”. No campo de futebol, junto à escola primá-ria, as balizas repousam com as redes à espera de bolas, e de quem as chute. Um estendal, vi-rado para a paisagem, ornamenta-o. E um carro ou outro também o usa como parque de estacionamento.

“Só o casario e a paisagem. É o que há para ver por aqui. E um petisco ou outro, para quem quer tirar uma bucha. Igreja também não há. Quem se quer batizar ou rezar à santinha vai à Salvada”, conclui Agostinho Romão. E remata: “Mas estamos cá bem, é a nossa terra e gosta-mos muito dela. É tudo gente que se dá bem e que recebe bem”.

A mesma estrada estreita leva os que visi-tam o lugar de volta.

População Maioria dos habitantes são idosos

Paisagem Habitantes orgulham-se da beleza natural do lugar

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Semana Cultural

Todos os anos Salvada, no concelho de Beja, organiza a sua Semana Cultural e Vale de Rocins, lugar que pertence à freguesia, recebe sempre o encerramento da iniciativa. Um arraial popular dá, uma vez por ano, animação à terra. E as gentes da pequena povoação orgulham-se de receber este evento, que volta a dar vida ao largo da escola. O convívio e a partilha voltam a encher as ruas e o lugar recebe, por esta altura, a visita de mais forastei-ros. O pouco comércio que existe também se mantém de portas abertas, de modo a acolher quem visita a terra por altura da festividade.

Passeio das Cegonhas

O “Passeio das Cegonhas” atrai muita gente até ao lugar de Vale de Rocins. A iniciativa tem captado a atenção de muitos interessados e amantes da natureza e a proposta da Junta de Freguesia de Salvada tem-se revelado um êxito, até porque o património natu-ral é uma das mais-valias do lugar. A ação é aberta a todos os interessados e com este passeio pretende-se contribuir para uma crescente importância da educação ambiental, principalmente nos jovens da freguesia, nomeadamente através da marcação dos ninhos de cegonhas. A construção e colocação de ninhos artificiais são outras das propostas des-tes passeios, que todos os anos marcam a agenda cultural da freguesia e, consequente-mente, de Vale de Rocins. A organização sugere sempre aos participantes que não se es-queçam da máquina fotográfica porque nestes passeios é sempre possível captar imagens de grande beleza. Os passeios terminam sempre com um almoço convívio na escola de Vale de Rocins.

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Autárquicas2013Direção de Beja pretende “derrota do Governo” antes das Autárquicas 2013

PCP defende legislativas antecipadasConsolidar, crescer e avançar eleitoralmente em todas as câmaras do distrito

é o objetivo central da Direção da Organização Regional de Beja do PCP para

as eleições do outono. Apesar de manter o tabu em relação ao nome dos can-

didatos às diferentes autarquias da região, o líder dos comunistas de Beja,

Miguel Madeira, considera que não existe qualquer atraso ou diferendo in-

terno na preparação das listas. Madeira afirma ainda que as Autárquicas não

devem ser uma “espécie de primárias” para as Legislativas e defende a reali-

zação de eleições antecipadas para a Assembleia da República. O dirigente co-

munista aponta baterias às indefinições do PS, mostra-se contrário à criação

de comunidades intermunicipais e à limitação dos mandatos autárquicos. E

volta a defender uma única região administrativa para o Alentejo.

Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Neste momento estão reunidas condições

para a CDU tornar a conquistar a maioria das

câmaras no distrito de Beja?

Encaramos estas eleições numa perspetiva de consolidar, crescer e avançar eleitoralmente. Os nossos objetivos passam por reforçar posições nas autarquias de maioria CDU e por reforçar o número de votos e de mandatos nas autarquias onde a CDU ainda não é maioria. Naturalmente que, com votações tão expressivas como as que tivemos em alguns concelhos e freguesias, nal-guns casos a rondar os 40 por cento, não pode-mos agora ter outro objetivo que não seja a vi-

tória nesses locais.

A CDU tem vindo a perder su-

cessivamente peso elei-

toral na região. O que

será necessário fa-

zer para travar

essa tendência?

Houve si-tuações,

que se impõe desde já é derrotar este Governo e abrir um novo rumo com uma política patrió-tica e de esquerda.

Recentremos a conversa. A CDU apenas apre-

sentou candidato em Alvito. Não teme que es-

tejam a perder votos a cada dia que passa?

A CDU não considera que esteja atrasada na preparação destas eleições autárquicas. A CDU tem o seu próprio calendário. É sabida a forma como o PCP e a CDU preparam as eleições e defi-nem as suas listas de candidatos. É um processo muito amplo e democrático, como nenhuma ou-tra força política o faz. Estamos num processo de recolha de opiniões dos eleitos, dos candidatos, dos dirigentes, dos simpatizantes, de muita gente sem partido… É um processo que está a decorrer com vigor, com tranquilidade e o mais natural é que, mais cedo que tarde, sejam anunciados can-didatos, listas, iniciativas e propostas. Não obede-cemos a nenhum outro calendário que não seja o calendário que a própria CDU tem definido.

Trata-se “apenas” de uma questão estraté-

gica ou será que também há, por detrás deste

vosso calendário, alguma indefinição e até al-

guma fratura no interior da própria estrutura

em relação a alguns nomes e a algumas solu-

ções para certos concelhos?

Percebo que os nossos adversários gostariam que fosse isso, mas não é! Tudo isto decorre de um conjunto de prioridades que o PCP e a CDU têm para 2013, em que as eleições autárquicas são uma importante batalha mas a nossa ação e a nossa intervenção política não se esgota nessa ba-talha. Atendendo às condições de vida por que os portugueses estão a passar, o PCP está profun-damente empenhado em lutar no dia a dia.

Confirma a candidatura de João Rocha à

Câmara de Beja?

Estamos a discutir essas questões, do concelho de Beja e dos outros concelhos. Neste momento se-ria prematuro anunciar publicamente qualquer decisão que terá de ser tomada nos órgãos pró-prios, nos sítios próprios e no momento próprio.

Ainda não foi tomada a decisão ou ainda não

foi revelada?

como é o caso de Beja, em que a CDU não re-novou a maioria e acabou por subir a votação. Portanto, precisamos ter cuidado na leitura desses resultados.

No final, o que conta é o número de câmaras

conquistadas…

Em 2009, a CDU conquistou uma câmara que não tinha e não ganhou duas em que era maio-ria. Hoje colocamos como objetivo o reforço de votos e de mandatos, com a certeza de que, nes-tas Autárquicas, muita gente, até de outros par-tidos, vai dar um voto de confiança à CDU e é por isso que encaramos esta batalha com muita confiança para 2013.

Está a dizer que, poucas vezes como agora,

umas eleições autárquicas foram tão condi-

cionadas pela própria conjuntura nacional e

internacional?

Não podemos desligar a situação local do que se está passar no nosso país. Não se podem retirar responsabilidades ao PS, ao PSD e ao CDS pelo que está a acontecer. As pessoas estão muito pre-ocupadas se o dinheiro chega ao final do mês, com o roubo nos salários e nas reformas, se têm dinheiro para ir ao médico ou para comprar me-dicamentos, se têm dinheiro para pagar as pro-pinas dos filhos, se têm condições para fazer face a situações de desemprego, de pobreza e de mi-séria. E o Partido Socialista também tem muitas responsabilidades na situação a que o País che-gou. Essa é a razão pela qual o PCP defende a der-rota deste Governo, e destas políticas, devolvendo ao povo a voz em eleições antecipadas.

Começámos a falar de eleições autárquicas e já

estamos em legislativas antecipadas…

Defendemos eleições legislativas antecipadas porque achamos que o sofrimento que está a ser imposto ao povo português não deve ser perpe-tuado nem por mais um mês, nem por mais um dia. Mas em relação ao Partido Socialista isso não acontece, porque o PS não consegue resol-ver essa contradição insanável de, por um lado, querer parecer oposição mas, por outro, estar completamente comprometido com o memo-rando da troika. Não podemos fazer destas au-tárquicas uma espécie de eleições primárias. O

Defendemos eleições legislativas antecipadas porque achamos que o sofrimento que está a ser imposto ao povo português não deve ser perpetuado nem por mais um mês, nem por mais um dia. Mas em relação ao Partido Socialista isso não acontece, porque o PS não consegue resolver essa contradição insanável de, por um lado, querer parecer oposição mas, por outro, estar completamente comprometido com o memorando da troika.

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As decisões estão a ser tomadas. E serão publica-mente anunciadas com toda a tranquilidade e com toda a confiança num bom resultado que, es-tamos convictos, vamos alcançar em Beja.

Considera que a CDU tem mesmo possibili-

dade de recuperar a Câmara de Beja?

Não é apenas uma avaliação do PCP nem da CDU. Quem vive e quem trabalha em Beja sente, naturalmente, a necessidade imperiosa de pôr fim a este rumo de desnorte, de incom-petência, de desastre que foram estes anos de gestão do Partido Socialista na Câmara de Beja. Estramos em crer que quem está em condições de devolver ao povo de Beja aquilo de que Beja necessita é, naturalmente, a CDU, que é uma força com a qual as pessoas podem contar, com o trabalho, com honestidade, com a competên-cia dos candidatos e dos eleitos e, naturalmente, que não há outro objetivo que não seja a recon-quista da Câmara Municipal de Beja.

O PSD apresenta uma lista combativa a Beja.

Esse facto pode ajudar, de alguma forma, a

CDU?

A CDU parte para estas eleições, e para esta ba-talha em concreto, com a convicção de que não só é a força que está em condições de interrom-per este ciclo de desastre do PS, como também com a ideia de que muita gente, dos diferentes setores partidários, irá votar na CDU. Quanto às outras forças políticas, penso que é saudável apresentarem-se com as suas propostas pró-prias, com as suas ideias próprias, para que o eleitorado possa decidir em consciência.

A CDU não pode recandidatar os seus autarcas

em Serpa e Moura. Sente que fica aqui algum

vazio, alguma orfandade nestes concelhos?

Primeiro, não achamos que se devam limitar direitos, liberdades e garantias, nomeadamente com decisões de secretaria. Deveria ser o povo, através do voto, a fazer a avaliação do trabalho dos candidatos que se apresentam. Segundo, não existe nenhum vazio. Nem em Serpa, nem em Moura. É uma realidade que está presente, com a qual vamos lidar, mas uma das caracte-rísticas muito importantes da CDU é o trabalho coletivo. Os processos estão a ser conduzidos,

Alvito, convictos de que, também aí, é para consolidar, crescer e avançar.

Pelas suas palavras, a CDU terá a maioria das

autarquias do distrito de Beja e, por conse-

guinte, conseguirá hegemonia nas estruturas

intermunicipais. Acha possível um entendi-

mento com o PS no sentido de criar unanimi-

dades em políticas comuns para a região?

O PCP é o único partido que tem um plano es-tratégico para o desenvolvimento de todo o Alentejo. Temos as nossas ideias, temos as nos-sas propostas, muitas delas reconhecidas como imprescindíveis e necessárias pela larga maio-ria da população, pelas forças vivas do distrito e até pelos outros partidos políticos. Agora, te-mos de olhar para as responsabilidades que o Partido Socialista tem tido, nomeadamente quando é Governo... Não pode haver sol na eira e chuva no nabal. O PS não pode ter um dis-curso aqui na região, mas depois não ser coe-rente com essas posições nos centros de decisão a nível nacional.

Está a confirmar que é impossível uma aproxi-

mação regional entre os dois partidos?

Não estou a dizer que é impossível, estou a dizer que o PS tem de resolver esta contradição insaná-vel. Não se pode ter uma palavra na região e ou-tra completamente diferente em Lisboa.

É a favor da criação das comunidades

intermunicipais?

Sempre fomos contra esta imposição das co-munidades intermunicipais. Foi o Partido Socialista, no Governo, que as impôs aos muni-cípios, sem deixar que os municípios decidissem por si. Transferir responsabilidades e competên-cias das autarquias para estruturas que não são eleitas, é voltar ao passado. Aquilo que defende-mos é o direito do associativismo intermunici-pal, dos municípios se agregarem como enten-derem, com estruturas que o povo, de quatro em quatro anos, elege. Não deixamos igualmente de exigir o cumprimento constitucional da institu-cionalização das regiões administrativas. O PCP defende uma região Alentejo. Polinucleada.

Não esconde que o PCP tem as baterias apon-

tadas ao PS nestas eleições…

Não desligamos estas eleições autárquicas da necessidade de interromper o rumo a que o País tem vindo a estar sujeito e portanto o que consideramos é que o PS precisa de se clarifi-car em relação a essa matéria. Lutamos para derrotar este Governo, mas também lutamos para derrotar esta política. Em relação a essa matéria seria importante o PS clarificar-se, porque não pode estar com o memorando da troika e ao mesmo tempo dizer que anda pre-ocupado com as pessoas e com os trabalha-dores, e com as regiões e com o interior e com o poder local. É necessário voltar a dar a voz ao povo, em eleições antecipadas, e construir uma alternativa com uma política patriótica e de esquerda. O PCP tem propostas e está, na-turalmente, disponível para dialogar com to-dos aqueles que queiram também participar num novo rumo alternativo para resgatar o nosso país desta situação dramática.

aprofundados e, portanto, estamos em crer que, quer num sítio, quer noutro, os objetivos da CDU não podem deixar de passar por conso-lidar, reforçar e crescer.

Santiago Macias é uma boa escolha para enca-

beçar a lista da CDU em Moura?

É um nome… É vereador e estará, natural-mente, entre as considerações que estão a ser feitas… Mas, como disse há pouco, não seria correto nem adequado antecipar decisões que, apesar de até poderem estar próximas de con-cretização, necessitam ainda do aprofunda-mento e da discussão coletiva no plano das es-truturas partidárias e da coligação.

E em Aljustrel, a CDU pretende reaver este seu

histórico bastião? Fala-se em diferentes nomes

para encabeçar a lista…

Pela votação que obtivemos em Aljustrel em 2009, apesar de não termos conquistado a presi-dência da câmara municipal, não podemos dei-xar de ter outro objetivo que não seja a vitória. Aliás, importa reparar que já houve outras elei-ções, é certo que com características diferencia-das, onde obtivemos resultados importantes e animadores… também em Aljustrel, a discus-são em relação ao cabeça de lista e aos candida-tos está ser feita.

Nos últimos dias, como quem não quer a

coisa, têm vindo a lume alguns nomes, nome-

adamente o de Miguel Bento para concorrer a

Mértola. Confirma esta candidatura?

É como digo: isto é como um relógio parado, pelo menos duas vezes por dia acerta. O meu cama-rada Miguel Bento tem assumido sempre as res-ponsabilidades autárquicas que tem tido…

Quer dizer que se trata de uma autoproposta?

No PCP e na CDU fazemos as coisas de forma muito coletiva.

Então como é que aparece o nome dele?

Como aparecem outros… não nos deixamos surpreender por alguma criatividade que al-guma comunicação social apresenta. Mas to-dos esses nomes de que falou, em diferentes concelhos, são de pessoas com provas dadas,

com capacidades, e decerto, darão o seu con-tributo nestas importantes eleições autárqui-cas. Vamos ver em que situações e em que con-dições é que o farão.

Há um nome que, por certo, não recusará confir-

mar, o de João Português à Câmara de Cuba…

A coordenadora concelhia de Cuba, em mo-mento oportuno, divulgará a decisão que for tomada. Lá está, outro caso em que, se calhar, em qualquer outro lugar do País, com uma vo-tação dessas, facilmente ganharíamos com maioria absoluta e, portanto, não podemos dei-xar de assumir como objetivo, até pelos resulta-dos que houve em 2009, a disputa pela Câmara Municipal de Cuba.

A CDU não arrisca, desnecessariamente, uma

troca de presidente de câmara em Alvito?

É a prova provada de que não precisamos da limitação de mandatos para decidirmos por nós próprios aquilo que entendemos melhor. O atual presidente de Alvito participou nesta decisão. Quero aqui sublinhar a forma muito democrática e cordata como em Alvito a CDU concluiu o seu processo de discussão e fez a apresentação do seu candidato, que não é o atual presidente de câmara. É muito impor-tante o trabalho de cooperação que tem sido feito entre os meus camaradas João Penetra e António João Valério, respetivamente pre-sidente da câmara e da Junta de Freguesia de

A CDU parte para estas eleições com a convicção de que não só é a força que está em condições de interromper este ciclo de desastre do PS, como também de que muita gente, dos diferentes setores partidários, irá votar na CDU.

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Atual

08 A Semana Gastronómica “Ervas da Baronia”

regressa, entre os dias 11 e 17, ao concelho de Alvito.

As ervas típicas da região, disponíveis nesta época

do ano, vão estar em vários pratos confecionados

em diversos restaurantes do concelho. Espargos,

catacuzes e carrasquinhas são os ingredientes.

“Ervasda Baronia” para provar

em Alvito

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Avaliações

Gratuitas

Vítimas continuam em estado grave em hospitais de Lisboa

Atirador de Beja em prisão preventiva

O Tribunal de Beja aplicou a medida de prisão preventiva ao suspeito de ter baleado mulher e filho, em Beja. A medida de coação mais gravosa foi decretada por uma juíza de instrução criminal, após várias horas de interro-gatório, na terça-feira.

O crime aconteceu no domingo. Pelas 13 e 40 horas o Comando Distrital de Beja da PSP recebeu uma comu-

nicação, via 112, que informava que tinha havido uma agressão com arma de fogo na rua Afonso Albuquerque, junto à Casa da Cultura. “Os elementos da PSP ao chega-rem ao local verificaram que se encontra-vam duas pessoas caídas com ferimentos provocados por arma de fogo”, explicou o Comando Distrital de Beja da PSP, em co-municado enviado ao “Diário do Alentejo”. Uma mulher, de 45 anos, e um jovem, de 15 anos de idade, pode ler-se no mesmo co-municado.

Presumia-se, então, que o suspeito da autoria dos disparos fosse marido e pai das vítimas. O relógio marcava 20 e 30 horas quando foi encontrado. Numa pensão no centro da cidade Pax Julia.

Elementos da Esquadra de Investigação Criminal encontraram, em sua posse, den-tro do quarto, “um revólver calibre.38”.

O revólver apreendido, porém, não cor-respondia ao utilizado no crime. O revól-ver “calibre.22”, que correspondia às mu-nições e invólucros deixados no local do crime, viria a ser encontrado pela PSP, mas “no interior de um autoclismo, numa casa de banho pública da cidade”.

Antes, já as vítimas tinham sido enca-minhadas para o hospital da cidade, apre-sentando um estado clínico “muito grave”. Foram, depois, transferidas para Lisboa, Hospital de São José (mulher) e Hospital de Santa Maria (filho).

A mulher foi atingida com cinco tiros e o rapaz, que estudava na Casa Pia, em Beja, com uma bala na cabeça.

O homem, agricultor, de 46 anos, viveu e cresceu no concelho de Beja, perto da al-deia de Penedo Gordo. Fontes revelaram à Lusa que a mulher terá fugido de casa na úl-tima segunda-feira, refugiando-se em casa de familiares em Beja. As mesmas fontes avançaram a possibilidade de na origem do crime “estarem motivos passionais”.Segundo o relato, viviam num monte na zona de Benavente, sendo considerada uma família problemática e haverá “sus-peitas de violência doméstica”.

Na quarta-feira passada, chegavam as notícias de que o jovem baleado continu-ava internado com prognóstico reservado.

STAL e os despedimentos

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da

Administração Local e Regional (STAL),

em comunicado enviado, alerta “para o

risco que correm atualmente mais de dez

mil trabalhadores com vínculo privado, que

integram o universo do setor empresarial

local”. Em causa está a previsível “extinção

da maioria das empresas locais”.

Pisões preocupa CDU

Os vereadores da CDU na Câmara de Beja

continuam preocupados com a villa romana

de Pisões. Os vereadores estão contra a

proposta apresentada pelo executivo,

que passa, de acordo com eleitos da CDU,

“pela atribuição da casa do guarda a uma

família carenciada da cidade, a qual ficaria

responsável pela vigilância e segurança do

local, pela realização da limpeza do sítio

e pela abertura do mesmo aos visitantes”.

Consideram os vereadores que “a solução

apresentada não passa de recurso a

exploração de mão de obra barata”. E

defendem que “esta solução deve apenas

ser considerada na base de uma eventual

garantia de permanência presencial,

relativamente ao local”.

Santiago contra agrupamentos

A Câmara Municipal de Santiago do

Cacém está contra a decisão do Ministério

da Educação de constituir dois “mega

agrupamentos” no concelho. Em causa

está a reorganização da rede escolar no

município. Segundo a autarquia, “a decisão

foi tomada com manifesto desprezo pelos

pareceres unânimes dos conselhos gerais e

da Câmara Municipal” e irá “comprometer

o já periclitante equilíbrio em que se

encontram as escolas e, seguramente, o

próximo ano letivo”.

CDU visita Albernoa

Os vereadores da CDU na Câmara Municipal

de Beja visitaram na quarta-feira, 30,

a freguesia de Albernoa. A visita, que

pretendeu dar continuidade ao contacto

direto com as populações, contou ainda com

uma reunião com os elementos dos órgãos

de gestão da freguesia.

PSD em roteiro concelhio

O PSD prosseguiu com o roteiro “14

Semanas, 14 Concelhos” visitando, na

segunda-feira, 28, o concelho de Odemira.

A Casa do Povo de São Martinho das

Amoreiras, a Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Odemira,

a Associação de Beneficiários do Mira,

entre outras instituições, estabelecimentos

comerciais e entidades receberam a visita

dos sociais-democratas.

Património da AD na Cimbal

A Câmara Municipal de Beja, na sequência

da proposta apresentada da passagem

do Museu Regional para a Comunidade

Intermunicipal do Baixo Alentejo

(Cimbal), propõe que, à semelhança do

que foi feito pela Assembleia Distrital de

Faro, a Assembleia Distrital transmita

gratuitamente o seu património imobiliário

para a comunidade.

Assunção Cristas no Alqueva

Na cerimónia de inauguração da segunda

central hidroelétrica do Alqueva, a

ministra da Agricultura considerou

aquele projeto como “imagem de

marca de um Portugal dinâmico e

moderno”, que abarca a agricultura e

a produção de energia renovável.

Adolescentes tiveram alta

Processo-crime contra smart shop de Beja

Romã junta portugueses e espanhóis em Aljustrel O colóquio “O Caso da Romã – Desafios para a Agricultura Portuguesa” pretende juntar em Aljustrel, na segunda-feira, dia 4, pelas 14 horas, diversos especialistas na matéria, de Portugal e Espanha. No mesmo dia será assinada a escritura pública que

dará origem à criação da empresa para o desenvolvimento da cultura da romã no Alentejo (Ibergranatum), constituída por ca-pitais portugueses e espanhóis. Durante o colóquio será tam-bém apresentada a empresa Voro Plant Unipessoal, com sede em Aljustrel.

Foi na sexta-feira passada que três ado-lescentes, com idades entre os 13 e os 15 anos, deram entrada no Hospital José

Joaquim Fernandes, em Beja, depois de terem tomado substâncias químicas de venda legal.

As jovens consumiram substâncias adqui-ridas na única smart shop da cidade e foram recolhidas por ambulâncias dos bombeiros e INEM num café, junto ao referido esta-belecimento, que entretanto foi fiscalizado pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que instaurou um pro-cesso-crime “por corrupção de substâncias

alimentares e medicinais”. Durante a fiscalização, a ASAE apreen-

deu 217 embalagens de produto suspeito, no valor de 924 euros. Fonte oficial da auto-ridade disse à Lusa que “não foi decretada qualquer suspensão” da atividade da smart shop, porque “não existe suporte legal” para a fundamentar.

As adolescentes tiveram alta no sábado, pelas 12 e 30 horas, depois de terem ficado em observação no serviço de pediatria.

A PSP de Beja também está a investigar a smart shop.

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Urgências de Serpa encerrarão de madrugada em “data oportuna”

Fecho foi suspenso,comissão mantém-se “alerta”

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Freguesias, IP8 e IP2 na Assembleia Distrital A Assembleia Distrital de Beja, considerando as deliberações esmagadoramente contrárias pelos di-versos órgãos autárquicos do distrito, relativamente à lei das freguesias e à luta destas, decidiu pronun-ciar-se sobre a proposta entregue pelo vice-presidente

da Câmara Municipal de Castro Verde, António Colaço, apresentada pelos eleitos da CDU. Apela, assim, a Assembleia Distrital de Beja, que “o Presidente da República imponha a paragem desta lei, evitando da-nos de vária ordem na organização administrativa do território”. A Assembleia Distrital de Beja tomou ainda

posição sobre o IP8 e o IP2, “exigindo clara e decidida-mente que o Governo retome as obras do IP8 e do IP2, recusando-se a aceitar inevitabilidades e imposições injustificadas, com sérios prejuízos para as condições desta via, da segurança para os seus utilizadores e da imagem de desprezo da região”.

O regente agrícola Vasco Morais de Almeida é o

candidato do PSD à presidência da Câmara de Cuba

(PS), nas eleições autárquicas deste ano, anunciou

a distrital social-democrata de Beja. A distrital de

Beja do PSD refere que Vasco Morais de Almeida,

de 42 anos, aceitou o convite do partido para se

candidatar à presidência da Câmara de Cuba, vila

“onde mantém forte e antiga afinidade familiar”.

“Apesar de ser a primeira vez que se envolve num

projeto político”, o “interesse” de Vasco Morais de

Almeida “pela vida associativa e de cidadania não é

recente”, refere o PSD, lembrado que o candidato foi

o mandatário no concelho de Cuba da candidatura

de Cavaco Silva à Presidência da República.

Vasco Morais de Almeida

candidato do PSD em Cuba

Projeto Aldeias Ribeirinhas recebeu distinção

O projeto Aldeias Ribeirinhas de Alqueva,

gerido pela EDIA e pela Associação

Transfronteiriça dos Municípios das Terras

do Grande Lago de Alqueva (Atmtgla),

recebeu a Distinção “+e+i” – Programa

Estratégico para o Empreendedorismo e a

Inovação, do Ministério da Economia e do

Emprego. O Programa Estratégico “+e+i” visa

estimular o empreendedorismo e promover o

financiamento à inovação, contribuindo para a

capacidade de crescimento e para o aumento do

nível de competitividade do País. Esta distinção,

segundo a EDIA, “é o reconhecimento da

importância do projeto Aldeias Ribeirinhas

de Alqueva para o desenvolvimento regional e

para a inversão do processo de desertificação e

abandono em áreas rurais de baixa densidade

populacional, através da promoção do

empreendedorismo”. Recorde-se que no âmbito

do projeto Aldeias Ribeirinhas de Alqueva estão

no terreno 15 jovens licenciados, distribuídos

pelas aldeias de Capelins, Póvoa de S. Miguel/

/Estrela, Luz, Alqueva e Campinho.

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O encerramento de madrugada das urgências do hospital de Serpa, previsto para o mês de fevereiro,

foi para já suspenso por razões logísticas devendo ocorrer “em data oportuna”, in-formou o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) em comunicado. “Por razões de ordem logística”, o fecho do Serviço de Urgência Avançada (SUA) do Hospital de São Paulo, entre a meia-noite e as oito ho-ras, “não poderá ocorrer” a partir de hoje, dia 1, “conforme estava previsto”, pode ler--se no documento, onde se acrescenta que “quando se configurar uma data opor-tuna para a alteração do horário de funcio-

namento do SUA”, “atempadamente, será dado público conhecimento aos interessa-dos, utentes e trabalhadores” do serviço.

A notícia é encarada pela Comissão de Utentes da Saúde e Outros Serviços Públicos do Concelho de Serpa com uma “satisfação relativa”, uma vez que o que tem sido rei-vindicado é, não uma suspensão do fecho, mas “o não encerramento definitivo” do SUA, no período da madrugada. É por esse motivo que foi já agendada para hoje, sexta--feira, a partir das 21 horas, uma concentra-ção da população junto ao Hospital de São Paulo. “Para dizer que estamos alerta e que continuamos na luta, porque, não só que-remos o não encerramento das urgências,

como também a implementação do Serviço de Urgência Básica, prometido desde 2008”, como explicou ao “Diário do Alentejo” Palmira Guerreiro, da comissão.

Segundo a responsável, o encerramento do SUA de madrugada, a ter lugar, pode sig-nificar o “caos” no concelho e, em alguns casos, “a morte”. “Falando nas freguesias rurais, algumas distam 30 ou mais quiló-metros da sede de concelho, sendo que não há transportes e dificilmente as pessoas têm dinheiro para sustentar serviços como os dos bombeiros, que são pagos. É uma po-pulação envelhecida, com carências a to-dos os níveis, e é muito mau se tiverem de se deslocar para Beja”.

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INAC certifica pista de Beja

Aeroporto com asas para voar

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Com a recente certificação pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), o aeroporto de Beja está “apto” a funcionar sem restrições para todo o tipo de tráfego, anunciou a ANA. No entanto, para já, o fim deste processo não trará alterações ao quo-tidiano da pista alentejana, disse ao “Diário do Alentejo” Pedro Beja Neves, responsável pela infraestru-tura aeroportuária.

Texto Aníbal Fernandes com Lusa

Em comunicado enviado à Lusa, a ANA – Aeroportos de Portugal in-formou que o processo de certifica-

ção do aeroporto de Beja ficou concluído, estando agora “reunidas todas as condi-ções” para a utilização da infraestrutura “sem as restrições que vigoravam” antes.

Pedro Beja Neves, diretor do aero-porto alentejano, lembrou ao “Diário do Alentejo” que sempre disse que este seria “um processo longo”, mas, agora, o aero-porto que, antes da conclusão do processo de certificação, precisava de autorizações pontuais do INAC para operar voos civis comerciais, passa agora a funcionar nos mesmos termos “dos restantes aeroportos nacionais”.

Já este mês devem realizar-se com des-tino a Frankfurt, Alemanha, os primeiros voos promovidos pela UTi Worldwide Inc, uma empresa internacional que presta ser-viços transitários por via aérea, marítima

e rodoviária, e que está presente em mais de meia centena de países.

Mais voos a caminho Aquando da inaugu-ração do escritório da companhia em Beja, no final de 2012, António Beirão, manan-ging director da UTI Portugal, afirmou existir “uma grande oportunidade nesta presença no aeroporto de Beja não só para a UTI mas também para o próprio aero-porto”, o que foi confirmado na altura por Pedro Beja Neves que via na presença desta multinacional em Beja um motivo de “or-gulho”, referindo que o terminal de carga do aeroporto estava “pronto e apetrechado para qualquer operação de carga aérea”.

Cerca de dois meses depois, está pres-tes a iniciar-se a atividade da UTI que, se-gundo António Beirão, pretende, por um lado, “trazer novos negócios e tráfegos e, por outro, redirecionar uma parte das cen-tenas de voos charters que fazemos anual-mente para Beja”.

Ao nível do tráfego de passageiros, Pedro Beja Neves disse ao “Diário do Alentejo” que, em março, o aeroporto as-sistirá ao primeiro de vários voos prove-nientes da Alemanha, resultantes de uma parceria com a herdade dos Grous e com o resort Vila Vita.

Também as negociações para as car-reiras entre Cabo Verde e Beja “estão bem encaminhados”, apurou o “Diário do Alentejo” junto do escritório da opera-dora africana em Lisboa, não havendo, no entanto, uma data definida para o início

das operações, embora se “esteja a traba-lhar para isso”, confirmou Beja Neves.

Desenvolvimento da região Segundo a ANA, a certificação do aeroporto de Beja “constitui um incentivo adicional ao de-senvolvimento da estratégia definida para os vários segmentos de negócio”, com “um especial enfoque” na captação de indústria aeronáutica e de operações de carga aérea e de passageiros.

A certificação do aeroporto de Beja é um “marco de importância inegável” para que o aeroporto de Beja “reforce o seu papel de infraestrutura ao serviço do desenvol-vimento económico e social do Alentejo”, sublinha a ANA.

O INAC já tinha certificado a infraes-trutura aeronáutica da Base Aérea n.º 11, que é usada pelo aeroporto de Beja, para voos sem passageiros e estacionamento e manutenção de aeronaves, mas faltava a certificação para a realização de voos de passageiros.

Por isso, até à conclusão de todo o pro-cesso de certificação, as operações de voos civis comerciais a partir do aeroporto de Beja tinham de ser previamente autoriza-das pelo INAC.

O aeroporto de Beja, que resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11 e custou 33 milhões de euros, come-çou a operar a 13 de abril de 2011 e, na maioria dos dias, tem estado aberto, mas praticamente vazio, sem voos e sem passageiros.

Seguro em AljustrelAntónio José Seguro, secretário-geral do

Partido Socialista, participou num jantar

comício com militantes e simpatizantes do

Baixo Alentejo. A iniciativa aconteceu no

pavilhão do parque de feiras e exposições e foi

promovida pela Federação do Baixo Alentejo

do PS e pela concelhia socialista de Aljustrel.

Coordenador do BE no distritoJoão Semedo, coordenador do Bloco de

Esquerda, visitou, na segunda-feira, 28, o

distrito de Beja. O líder do BE esteve no Centro

de Saúde de Castro Verde, reuniu-se com a

Junta de Freguesia de Casével e participou

ainda numa sessão pública, que teve lugar

no auditório da Biblioteca Municipal de

Beja, onde em destaque esteve o impacto do

Orçamento do Estado na vida dos portugueses.

CDU em ronda por SerpaA coordenadora concelhia de Serpa da CDU

promoveu, no fim de semana, uma série de

encontros entre eleitos e ativistas da CDU

em três freguesias do concelho: Vila Nova

de São Bento, Vale de Vargo e Vila Verde

de Ficalho. Em análise esteve o balanço do

atual mandato autárquico. Os encontros

serviram ainda para eleitos e ativistas

perspetivarem o próximo ato eleitoral.

“Os Verdes” pronunciaram-se O Partido Ecologista “Os Verdes”

apresentou na Assembleia da República

uma declaração política sobre as

intempéries que recentemente assolaram

o País e sobre os apoios que existem

para a resolução dos danos provocados

por este tipo de fenómenos. Para “Os

Verdes”, “Portugal precisa de promover

uma adaptação mais eficaz (ainda que

com óbvia impossibilidade de controlar

tudo e todos) a estes fenómenos”.

E defendem ainda que “há uma

necessidade absoluta de que a dimensão

do fenómeno natural não transporte

consigo uma inevitável tragédia social”.

PCP de Serpa pelas urgênciasA comissão concelhia de Serpa do PCP

está contra o anunciado fim do serviço

de urgências no Hospital São Paulo, “24

horas por dia, já a partir de fevereiro”.

O PCP considera que “se estão a retirar

serviços essenciais ao hospital de Serpa”

e que “está em causa a saúde, a qualidade

de vida e o futuro das gentes de todo

este território”. A comissão concelhia

de Serpa do PCP, em comunicado,

manifesta-se, assim, “solidária com a

população e com todas as ações de luta

que estão a decorrer e que estão previstas

em defesa dos serviços de saúde e de

todos os serviços públicos no concelho”.

A Comissão Política Concelhia do PS de Serpa

elegeu, por unanimidade, Noel Farinho como

candidato do PS à Câmara Municipal de Serpa nas

próximas eleições autárquicas. Recorde-se que Noel

Farinho já tinha anteriormente sido candidato.

É natural de Brinches, licenciado em Sociologia,

e atualmente é vereador na oposição na Câmara

de Serpa, funções que desempenha já em segundo

mandato. Desempenhou entre 2005 e 2012 o cargo de

diretor do Centro de Emprego de Beja. Atualmente

exerce funções de conselheiro de orientação

profissional no Serviço de Emprego de Moura.

Noel Farinho candidato

do PS em Serpa

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Animação e folia pela noite dentro As festividades na vila de Cuba incluem ainda a iniciativa Time4Fun, promovida pelo Grupo4Fun, com o apoio da câmara, e que propõe, entre os dias 8 e 11, no parque de feiras, “animação e folia pela noite dentro”. O programa reserva para os quatro dias as atuações de Radio Pirata e do dj Moreno (dia 8, 23 horas), Gonçalo e Vidigal

e dj Seven e dj Tape (dia 9, 23 horas), Rédea Curta, Dubstep & Drum n’ Bass, dj Days, Friedbass dj e dj Lady F (dia 10, 23 horas); Ruben Baião, Morango Tango e dj Frederico Barata (dia 11, 22 horas). A vereadora Teresa Calado destaca a presença, no pro-grama da Time4Fun, de algumas bandas locais, “como aconte-ceu no ano passado”. “Normalmente quando apoiamos estes

eventos tentamos sempre que no âmbito da programação seja dada prioridade aos grupos que temos cá, e temos vozes e mú-sicos de grande qualidade na zona”, refere a autarca, acrescen-tando que durante os quatro dias, no recinto do parque, es-tarão ainda em funcionamento bares explorados por “alguns estabelecimentos e associações locais”.

A Câmara Municipal de Santiago do

Cacém promove, nos dias 7 e 8, os desfiles

de Carnaval das escolas do concelho.

Os cortejos vão acontecer em várias

freguesias do concelho e espera-se a

participação de mais de mil crianças.

Cortejos de Carnaval

em SantiagoSantiagodo Cacémdo Cacém

Carnaval em Aljustrel

À semelhança de anos anteriores,

Aljustrel prepara-se para comemorar o

Carnaval e, segundo a câmara municipal,

a festa começa na sexta-feira, dia 8,

com o desfile de Carnaval das escolas.

Promovido pela autarquia, com o

apoio do Agrupamento de Escolas, do

infantário da Santa Casa da Misericórdia

e da GNR, o cortejo irá juntar cerca de

meio milhar de crianças. Os foliões irão

reunir-se, a partir das 10 horas, na praça

da Resistência. Os festejos continuam

ainda na Vila Mineira, no mesmo dia,

mas a partir das 22 horas, com o baile

de Carnaval, promovido pelo Centro de

Convívio de Vale d´Oca, no pavilhão do

parque de exposições e feiras, com o apoio

da Câmara Municipal e Junta de Freguesia

de Aljustrel. O baile repete-se depois na

segunda-feira, dia 11, e será animado pela

banda Karisma, organizado pelo Sport

Clube Mineiro Aljustrelense.

Entrudo em Vidigueira

A Câmara Municipal de Vidigueira

promove no próximo dia 10, pelas 15

horas, mais um desfile de Carnaval, com

o apoio de várias entidades locais e da

população do concelho. No final do desfile

haverá uma matiné dançante. O programa

do Entrudo na vila de Vidigueira inclui

ainda uma noite carnavalesca (dia 8, 21

e 30 horas), uma festa da esferovite (dia

9, 21 e 30 horas) e um baile de máscaras,

seguido de entrega de prémios (dia 11, 21

e horas). Estes três eventos terão lugar

no pavilhão Vasco Da Gama. No desfile

de domingo poderão “participar grupos

representativos de todas as freguesias,

associações, clubes, escolas, grupos

organizados e pessoas em nome individual,

sem limite de idade”, do concelho, devendo

os participantes fazer a sua inscrição

até ao próximo dia 5. Como “estímulo

ao envolvimento dos participantes, a

organização vai atribuir prémios de

participação e, de acordo com a votação do

júri, irá atribuir menções honrosas” aos

10 melhores foliões individuais, aos cinco

melhores grupos organizados e aos cinco

melhores grupos organizados com carro

alegórico.

Dezoito escolas na Geração Depositrão

Estão presentes na quinta edição da

Geração Depositrão 18 escolas do distrito

de Beja, o que se traduz em mais de 5 000

alunos da região. A campanha pretende

que os mais novos e a comunidade local

estejam mais próximos do tema da

reciclagem, particularmente resíduos de

equipamentos elétricos e eletrónicos e

pilhas e acumuladores.

Na terça-feira de Carnaval, dia 12, pe-las 15 horas, as ruas da vila de Cuba recebem mais “um grandioso corso carnavalesco”, com “a diversão e qua-lidade já demonstrada, num aconteci-mento já bem enraizado na identidade cultural do Baixo Alentejo”.

O corso, promovido pela câmara mu-nicipal local, integrará, “mais uma vez, várias centenas de figurantes,

carros alegóricos e muitos foliões em des-file”. Para além “de bailarinas e sambis-tas”, o corso contará, à semelhança do ano passado, com “a participação especial” do grupo Athaualpa, considerado “um dos mais consagrados de Espanha” e que é constituído “por cerca de uma centena de foliões em desfile sincronizado”.

A vereadora do pelouro da Cultura, Teresa Calado, realça, em declarações ao “Diário do Alentejo”, que o evento “é de ex-trema importância para a dinamização” do concelho, “não só do ponto de vista cultu-ral, mas também do ponto de vista do tu-rismo, nomeadamente no que concerne à restauração, ao alojamento”: “Há toda uma dinamização que permite promover um desenvolvimento local extremamente im-portante”, reforça a autarca, relembrando que “esta é uma iniciativa” que a autarquia

“já vem desenvolvendo há mais de uma dé-cada” e que “tem vindo de ano para ano a crescer”. Este “crescimento” deve-se, nas suas palavras, “não só ao investimento que a autarquia tem feito, mas também à mo-bilização da população em geral, que se tem constituído em grupos de foliões, que todos os anos tradicionalmente partici-pam no corso e que todos os anos tentam fazer sempre mais e melhor, não obstante os recursos financeiros às vezes não serem aqueles que nós gostaríamos que fossem”.

Devido ao atual contexto de contenção económica, a câmara foi obrigada a fazer, já no ano passado, “um reajustamento no apoio” concedido aos grupos partici-pantes. De acordo com o regulamento do corso carnavalesco, uma iniciativa “que visa também incentivar a criatividade, a imaginação e o espírito de associativismo no seio da comunidade”, a autarquia dis-ponibiliza uma verba de 200 euros para todos os grupos (compostos no mínimo por 15 elementos) que pretendam partici-par. A atribuição da verba é feita, no en-tanto, de “forma criteriosa, atendendo a fatores de natureza qualitativa e quantita-tiva que se prendem com o cumprimento integral do número de elementos que compõem o grupo, a apresentação, a ori-ginalidade, a criatividade e a capacidade

de imaginação”. Apesar de as inscrições para a partici-

pação no corso terminarem só no próximo dia 4, Teresa Calado acredita que o número de participantes, e o montante a atribuir pela autarquia, “não sejam muito diferen-tes” dos do ano passado – perto de 8 000 euros em apoios e quase mil participantes. “Para uma localidade de quatro mil e qual-quer coisa habitantes, 900 pessoas em des-file é representativo”, refere a vereadora, adiantando que “apesar de o Governo não dar tolerância de ponto, tal como aconte-ceu no ano passado”, o “maior inimigo” do Carnaval de Cuba “é o mau tempo”. “No ano passado já tivemos esta contrariedade de não termos tolerância de ponto e ainda assim não tivemos falta de pessoas a verem o corso, porque de facto esta é uma inicia-tiva que já está bem enraizada a nível regio-nal e nós já temos visitantes que vêm pra-ticamente de todos os pontos do Alentejo para verem o Carnaval de Cuba, esperemos que este ano aconteça exatamente a mesma coisa”, conclui Teresa Calado.

O corso, conduzido sob a temática “Dos 80 anos da Feira Anual de Cuba e promo-ção da festa do nosso pão 2013”, tem iní-cio nas imediações do Centro Cultural de Cuba, finalizando com um baile junto ao Monumento ao Cante. NP

Centenas de figurantes, carros alegóricos e muitos foliões em desfile

“Grandioso corso carnavalesco” em Cuba

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Entrudanças já mexe nas escolas de Castro Verde

“Se eu fosse um pássaro, como é que

eu dançava?”

Depois de duas sessões a deli-near, a cortar formas e a falar dos tipos de cores que exis-

tem – “quentes”, como o vermelho, ou “frias”, como o azul – eis que chega a grande hora. O tempo está parda-cento e frio, como se vê através da ja-nela, mas dentro desta sala do Centro Escolar n.º2 de Castro Verde os pin-céis de várias espessuras e os godés pintalgados de cor prometem uma tarde ensolarada. “O meu vai ser um pássaro arco-íris”, declara Catarina, enquanto experimenta um novo tom para acrescentar à sua máscara mul-ticolor, entre o vermelho, o rosa e o la-ranja. Tomás confessa que nunca viu uma abetarda, mas sabe que é uma ave de grande porte, porque é assim que aparece nos livros. Com a quan-tidade certa de vermelho e branco, acaba de inventar um rosa choque que faz inveja às meninas com quem partilha a mesa. Diana prefere o ver-melho sangue, sem misturas, para depois juntar um “bico pintado de la-ranja”. Cada qual será o pássaro que melhor lhe encher as medidas, sem demasiadas regras, desde que se obe-deça ao princípio de estar “em silên-cio e calmos”, como aconselha Pedro Leal, um dos monitores, para que se lhe oiça a voz entre a algaraviada ge-ral. “O tempo é muito pouco mas o importante é que eles se divirtam e tenham gosto por aquilo que estão a fazer. A parte da pintura é aquela de que gostam mais, porque é quando são mais livres de fazerem o que que-rem”, explica Helena Oliveira, o ou-

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Uma década a dançar na planície

Este ano, contrariando as edições anteriores, o Entrudanças vai ter início a uma sexta-feira, prolongando-se até domingo, dia 10. No arranque, agendado para as 18 horas, no Museu da Ruralidade, recorda-se, em imagens projetadas, os “10 anos de Entrudanças em Entradas”,

uma sessão que contará com a participação do grupo coral As Ceifeiras. Nessa mesma noite, pe-las 21 horas, está prevista uma grande fogueira na praça Zeca Afonso com banda sonora a cargo dos Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho. Seguem-se três bailes até de madrugada: com João Gentil, no centro recreativo (CRE); de danças galegas, com Sergio Cobos, na praça Zeca Afonso; e com os Tazzuff, novamente no CRE. No domingo, depois de uma maratona de bailes, oficinas de dança e de instrumentos, cante alentejano, atividades para famílias e crianças, animação de rua, gastronomia local e percursos de natureza, há lanche comunitário na praça Zeca Afonso, pelas 16 e 30 horas, com bolo alusivo ao 10.º aniversário e participação da Banda Filarmónica 1.º de Janeiro e do grupo coral As Papoilas do Corvo.

tro elemento da equipa da coopera-tiva PIA – Projetos de Intervenção Artística.

A sensivelmente um mês do Entrudanças, festival que este ano, entre os próximos dias 8 e 10, cele-bra o seu 10.º aniversário na planí-cie alentejana, mais concretamente em Entradas, arrancou o projeto “O passo dos bandos”, com cinco tur-mas do concelho de Castro Verde e um total de 125 crianças, entre o pré-escolar e o primeiro ciclo. Antes que cheguem os forasteiros, uma média entre 500 e 700 pessoas, que terão dias agitados entre ofici-nas de dança, passeios, concertos e bailes, a comunidade local faz a sua parte, envolve-se. E fá-lo de vá-rias maneiras, nomeadamente atra-vés das suas crianças, que também

terão o nome inscrito nos cartazes com a programação. A hora e o dia já estão marcados. Será pelas 14 e 30 horas de dia 9, em Entradas, num desfile que tem arranque junto às escolas e que culminará no Baile da Passarada. Esta, a dança, é a outra vertente do projeto, a juntar-se ao trabalho de criação de máscaras em cartão e dos respetivos figurinos, a partir de roupas velhas.

Marta Guerreiro, coordenadora do Entrudanças, uma organização da associação PédeXumbo com as autarquias locais, tem a seu cargo a tarefa de pôr a criançada a mo-ver-se como pássaros, em dois ban-dos. Os das cores quentes e os das cores frias. O tema pareceu óbvio à equipa do projeto comunitário, este ano concebido e dinamizado em

colaboração com a cooperativa PIA. “São os nossos 10 anos aqui na pla-nície e nós damos imensa impor-tância ao que nos rodeia e como isso influencia o festival. O universo am-biental de Castro Verde, na sua rari-dade de espécies, como a abetarda e o peneireiro-das-torres, pareceu--nos o mais sugestivo para as más-caras”, explica a coordenadora.

E para que não falte rigor à en-cenação, a própria Liga para a Proteção da Natureza (LPN) está envolvida, explicando aos mais no-vos como se comportam e movem os pássaros em cada fase do ciclo de vida. Foi assim na sessão de movi-mento e dança a que o “DA” assistiu em Entradas. Uma introdução aba-lizada, por Cátia Marques, técnica de animação e educação ambiental,

que serviu de alicerce para muita improvisação e criatividade. “Se eu fosse um pássaro como é que eu….”, lança Marta Guerreiro, ao som de uma polca, dança tradicional euro-peia, enumerando os movimentos a executar: voar, andar, comer, pou-sar, construir o ninho, pôr o ovo, chocar o ovo, e, na primavera, “vol-tar a encontrar com quem namo-rar para voltar a pôr o ovo”. Os bai-larinos obedecem, entusiasmados, e rapidamente saem da linha para encontrar novo par, assim que a mú-sica dá o sinal, e improvisam asas com os braços. Além desta dança, serão ensaiadas mais duas.

“É um festival da terra, que as pessoas já sentem como seu. De iní-cio era uma coisa de forasteiros e acho que o trabalho comunitário que temos vindo a fazer tem vindo a alterar isso. E é isso que nós quere-mos. É que o festival não seja nosso, mas de todos e principalmente de quem cá vive. E quem vem é muito bem recebido. A troca de experiên-cias entre locais e não locais é muito interessante”, orgulha-se Marta Guerreiro, adiantando que, para além das crianças, também as mu-lheres da terra estão a preparar a chegada de mais um Entrudanças. “Já demos início ao trabalho de de-coração com um grupo de senhoras. Muitas são mães das crianças, ou-tras são do grupo coral As Ceifeiras. Estão a ajudar-nos a fazer os enfeites do festival, em papel recortado, a fa-zer lembrar os napperons antigos”.

“O passo dos bandos”, com cinco turmas do concelho de Castro Verde, num total de 125 crianças, é o projeto comunitário que a asso-ciação PédeXumbo está a promover este ano, no âmbito de mais um Entrudanças, que decorrerá em Entradas, entre os próximos dias 8 e 10. Inspirado nas aves estepárias, tão queridas pelos castrenses, o projeto, que trabalha as expressões plástica e corporal dos mais no-vos, vai ter apresentação pública, com desfile e baile, integrando a programação de um festival que já foi “de forasteiros”.

Texto Carla Ferreira Foto José Ferrolho

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Perfil

Estava há pouco mais de três meses a trabalhar na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Vidigueira, colocada pelo centro de emprego, quando o presidente da direção lhe fez o con-vite: ser comandante da corporação. “Por al-gumas desventuras apareceu esta aventura. Não foi nada pensado, aconteceu”, lembra Noémia Ramos, que antes de ter ficado de-sempregada exercia as funções de diretora técnica da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva (Cuba), onde esteve “durante 13 anos e meio”, para além de ter lecionado no já extinto Instituto Superior de Serviço Social de Beja, de que chegou a ser diretora.

A 28 de março de 2007 Noémia Ramos tomava posse, tornando-se assim, aos 40 anos, a primeira mulher no País a co-mandar uma corporação de bombeiros. A atual comandante diz que foi uma decisão “muito pensada”, porque “efetivamente ti-nha algum receio”: “O que me levou a acei-tar foi um pouco o desafio de coordenar e comandar uma área completamente dife-rente da minha [é licenciada em Serviço Social], mas, acima de tudo, aceitei este de-safio devido aos bombeiros desta casa, que me aceitaram apesar de não ser da área de-les, apesar de ser a primeira mulher a vir a ser comandante. Acho que tive um apoio incondicional”.

Noémia Ramos reforça que não teve “grandes problemas” de aceitação pelo facto de ser mulher: “Fui muito bem aceite ao ní-vel do corpo de bombeiros de Vidigueira, acho que mais do que aceite deram-me o benefício da dúvida, e acho que lhes conse-gui provar que era capaz. Claro que com o apoio deles, porque qualquer comandante se não tiver as suas tropas não consegue co-mandar”. Ao “nível do distrito, da estrutura da proteção civil” também foi “muito bem aceite”, contando na altura, recorda, com o apoio do então comandante do Centro Distrital de Operações de Socorros de Beja,

Canudo Sena, para além “dos outros co-mandantes dos corpos dos bombeiros”.

Volvidos quase seis anos, e estando já a cumprir a sua segunda comissão de serviço – cada comissão tem a duração de cinco anos –, Noémia Ramos diz que o balanço é “muito positivo”: “Acho que é uma expe-riência única, estou muita satisfeita por ter aceite naquela altura esse desafio, porque é uma área que as pessoas desconhecem. As pessoas falam muito nos bombeiros, mas percebem muito pouco da sua organização, e o balanço é extremamente positivo, por-que temos ao nível do desempenho, ao nível dos sentimentos e das emoções algo que não teríamos noutro setor”, diz.

É claro que conciliar a vida familiar com uma profissão que requer “uma disponibili-dade de 24 horas por dia”, diz, “não é fácil”. “É conciliável, com algumas dificuldades e com algumas perdas. Acabo por, se ca-lhar, não acompanhar tanto como desejaria o percurso da Rita [a filha que atualmente tem 17 anos]. Tento, quando estou ausente em termos de corpo, estar presente por ou-tras vias. Apresenta alguma dificuldade, mas tenho conseguido conciliar e acabo também por ter o apoio do meu marido e da minha filha, porque se não também não conseguia conciliar isto”. Até porque, re-lembra, apesar de ambos terem reagido “com surpresa, com expectativa” ao convite da direção para que ocupasse o cargo de co-mandante, “estavam à espera que eu acei-tasse”: “Nunca me disseram para não acei-tar. Por prática na minha casa as pessoas são um bocado livres de tomarem as deci-sões que entenderem, apesar de sabermos que isso vai sempre ter mais-valias e prejuí-zos a nível familiar, mas acho que aceitaram bem. A minha filha aceitou sempre, desde pequenina, que a mãe é um bocado ausente em termos de presença física”.

Atualmente são seis as mulheres, a ní-vel nacional, que comandam corporações

de bombeiros, a maioria localizada no Alentejo – Barrancos, Nisa e Portel, para além de Vidigueira. Noémia Ramos acre-dita que o seu exemplo foi seguido, “abrindo portas” a outras mulheres: “As mulheres já faziam parte do quadro de comando mas nunca como comandantes, eram segundas comandantes ou adjuntas de comando”, diz, realçando que para além de ter sido pioneira, é, até ao momento, a única comandante “que não era bombeira”: “Todas as outras que vie-ram a seguir eram já dos corpos de bombei-ros”. E por isso mesmo, por não ter qualquer ligação aos “homens da Paz”, quando foi no-meada “nem farda tinha”, uma situação que acabou por fazer título de uma notícia publi-cada na ocasião da sua tomada de posse num jornal nacional e que originou um “episódio engraçado”: “Os bombeiros de Reguengos de Monsaraz pelos jeitos viram a notícia e en-tão passaram por cá e ofereceram-me umas botas. Eu como não pertencia a esta famí-lia quando me nomearam nem farda tinha e então há imensas reportagens [em meios de comunicação social] em que estou à ci-vil, de saia, etc, porque efetivamente não ti-nha farda. Só posteriormente é que a com-prei, além de que não foi muito fácil também encontrar as minhas botas, porque calço o 35 e por isso tenho de calçar o 36”.

Noémia Ramos é ainda comandante municipal de proteção civil de Vidigueira, cargo que ocupa desde 2008 a convite do presidente da câmara municipal local. “A lei chama-lhes comandantes municipais, mas eu acho que onde sou comandante é no corpo de bombeiros, na parte municipal sou mais uma coordenadora de recursos. Não me parece que sejamos comandantes sem tropas, sem homens (risos)”, diz, concluindo que pelo facto de ser mulher “faz um traba-lho diferente”, “uma gestão diferente dos re-cursos, até mesmo afetivos”, mas não quer dizer “que seja melhor ou pior”: “Não me cabe a mim fazer essa avaliação”.

Noémia Ramos, a primeira mulher a comandar uma corporação de bombeiros

Sim, senhora comandante

Noémia Ramos, natural de Vidigueira, foi a primeira mulher no País a coman-dar uma corporação de bombeiros. Volvidos quase seis anos, e estando já a cumprir a sua segunda comissão de serviço – cada comissão tem a dura-ção de cinco anos –, a ex-diretora téc-nica da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva diz que o balanço é “muito positivo”.

Texto Nélia Pedrosa Foto José Serrano

É claro que conciliar a vida familiar com uma profissão que requer “uma disponibilidade de 24 horas por dia”, diz, “não é fácil”. “É conciliável, com algumas dificuldades e com algumas perdas. Acabo por, se calhar, não acompanhar tanto como desejaria o percurso da Rita [a filha que atualmente tem 17 anos](...).

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OpiniãoEntre marido e mulher não metas a colher?Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia

Todos conhecemos o ditado: “Entre marido e mulher não metas a co-lher”. Entre “marido e mulher não metas a colher”? Será?

No domingo passado, em Beja, mais uma mulher foi vítima deste preconceito tosco e retrógrado. Mais uma mulher e o seu filho fo-ram brutalmente agredidos a tiro pelo companheiro da mulher, en-

grossando uma estatística que não cessa de aumentar em número e grau de violência.

Paradoxalmente continua a ser o grupo dos homens com quem as mulheres mantêm uma relação íntima o que surge associado com maior expressividade ao total de vítimas. Não se trata, assim, da clássica imagem do criminoso, en-capuzado, na calada da noite, com o móbil do roubo, da vio-lação ou outro qualquer. Nestes casos, os criminosos são os maridos, os companheiros ou os namorados. Também não sucedem numa qualquer ruela ou beco escuro. Acontecem onde não era suposto que acontecessem – na casa do nosso vizinho, na nossa rua, no nosso bairro, no nosso prédio…

As vítimas, mais do que estatís-ticas, têm nomes, rostos e uma história. São pessoas comuns – como todos nós. Espancadas, violentadas e muitas vezes co-bardemente assassinadas nas suas próprias casas.

Os números são avassalado-res e deveriam envergonhar-nos a todos. A União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) contabilizou, em 2012, a morte de 36 mulheres e 49 casos de tentativa de homicídio relacio-nados com casos de violência doméstica. Estes indicadores, que não param de aumentar, são ainda mais preocupantes sabendo nós que, por medo de represálias ou por desconfiança em relação à justiça, a maioria dos casos de violência domés-tica não chegam a ser, sequer, objeto de queixa formal junto das autoridades policiais.

Importa, por isso, como pro-põe a UMAR, reforçar as me-didas de polícia nas situações de violência doméstica; apli-car instrumentos de avaliação de risco; promover medidas de coação adequadas e poten-

ciar o seu acompanhamento; aperfeiçoar a vigilância ele-trónica; aumentar as medidas de fiscalização no combate à posse ilícita de armas e desenvolver estratégias que visem a penalização dos agressores. Tudo no sentido de melhorar a segurança, a proteção, a integridade física e psíquica das mulheres, potenciando vidas não violentas e evitando mais mortes.

Para alcançar este desígnio, a par do poder legislativo, executivo e judicial, a comunicação social deverá continuar

a assumir um papel determinante, colocando na agenda me-diática e social os crimes de violência doméstica, que nunca como hoje tiveram tanta mediatização. Mas não chega!

Não chega o que está a ser feito, porque aquilo que nos revela a estatística é que este tipo de crimes continua a au-mentar. Todos nós, absolutamente todos, devemos assumir as nossas responsabilidades neste flagelo social, porque de-nunciar casos de violência doméstica, mais do que um de-ver legal, é uma obrigação moral.

Por isso, entre marido e mulher, quando se tratar de ga-rantir direitos universais, todos (mas mesmo todos) temos a obrigação de meter a colher.

De um lado terra,do outro lado terraRuy Ventura Poeta e ensaísta

Desde que o Homem é Homem (ser pensante com capacida-des de conceptualização abs-trata) que a água foi erigida enquanto mediador simbó-lico entre os habitantes ani-mados da Terra. E entre to-dos os meios aquáticos que rodeiam e cruzam essa “mão do mundo” que é a Península

Ibérica (como referiu, se não estou em erro, Miguel de Unamuno), logo muito cedo o rio Guadiana – em conjunto com outras artérias que irrigam com o seu sangue a por ve-zes seca carne hispânica – se constituiu enquanto ponte maternal entre os povos das suas margens ou entre os ha-bitantes do “mare clausum” mediterrânico, os das margens da imensidão atlântica e os do interior da plataforma con-tinental. Só muito mais tarde o grande rio do Sul – “Anas”, “Odiana” ou “Guadiana”, conforme as épocas – foi obrigado a assumir o papel de fronteira entre países que as guerras e as políticas reais e/ou senhoriais dividiram. Não era esse o seu papel. Logo que pôde, inundou as suas margens, sub-mergiu as linhas que só os mapas recordam, diluiu as di-visões que separavam os dedos de uma mão que, afinal, com os seus diferentes estatutos e funções, têm como finali-dade a reunião (porque só apertada a mão revela toda a sua força).

Tudo isto conheceram sempre os seres humanos que povoaram, ao longo de milénios, as duas margens do Guadiana. No fundo, bem no fundo, os habitantes de Monsaraz, Mourão, Juromenha, Olivença, São Bento da Contenda, Villanueva del Fresno, Cheles, Alconchel ou Villareal (herdeiros de muitos lugares da Lusitânia romana e visigótica e do reino rebelde de Badajoz) souberam sem-pre que viviam num território unido pela Cultura e pela Geografia. Os contrabandistas dos dois lados tinham cons-ciência, com Miguel Torga, de que de um e de outro lado ha-via somente terra, de que numa margem e na outra margem existia apenas gente...

Olivença, por exemplo, mudou de mãos há perto de du-zentos anos, com todo o seu território municipal. Na prá-tica, apesar de pontes derrubadas e de línguas mescladas, a fronteira não se transportou, deixou somente de existir. Há mapas que o assinalam… Mudou a administração po-lítica de uma parte da província de Entre Tejo e Odiana, mas teriam mudado as pessoas e a sua genealogia fami-liar e cultural, os edifícios e a sua arquitetura, o relevo e a sua orografia? Estas questões fazem hoje, talvez, pouco sen-tido, quando estamos nos braços duma União Europeia que

acabou com os postos aduaneiros e unificou a trocas comer-ciais. A língua portuguesa f loresce do lado extremenho – e ainda bem. Como escreveu um dia o filósofo Agostinho da Silva, quanto mundo seremos quando um dia soubermos instituir uma Comunidade dos Povos de Língua Ibéricas…

O território de Olivença – antigo concelho português que não deixou de o ser, pelo menos na alma, apesar de admi-nistrado por representantes de Madrid – está do outro lado do Guadiana, do outro lado do lago artificial chamado bar-ragem de Alqueva. Atravessar as diversas pontes que redu-zem a distância entre as duas margens será sempre encon-trar uma identidade material depurada. Em nenhuma outra parcela do território peninsular fará talvez tanto sentido a palavra “saudade”. A viagem tem um poder analgésico. Encontramo-nos na fortaleza de Alconchel, nas muralhas e nas torres oliventinas do castelo templário do tempo do rei trovador D. Dinis, no manuelino da igreja de Santa Maria Madalena, no interior barroco da Misericórdia, feito de ta-lha e azulejos com paralelos noutras partes lusas. Visitar o Museu Etnográfico é compreender que dois séculos fizeram muito pouco pela divisão de povos duplos um do outro. A separação – metaforizada durante muito tempo na derru-bada “Ponte da Ajuda” – acentuou a saudade, mas não des-truiu a identidade, que dispensa separações artificiais do território.

Mais do que visitar mentalmente a memória contida no topónimo “Contienda” – palimpsesto de lutas, de escara-muças, de mortes, de vidas destruídas e sempre reconstru-

ídas – é preciso caminhar em peregrinação até Cheles, onde o fim de mais uma guerra ibé-rica (a guerra da restauração da independência, que se seguiu à revolta de 1 de dezembro de 1640 contra o domínio filipino) levou à construção de uma er-mida consagrada ao Cristo da Paz, como ato de ação de gra-ças. A paz está agora consoli-dada – e todos a solidificare-mos se nos adentrarmos por um território onde nos veremos sempre, como num espelho múltiplo. Não terá sido, talvez, por acaso que até o martírio cí-vico de um dos heróis da luta antissalazarista (Humberto Delgado) foi ocorrer precisa-mente numa dessas terras onde a fronteira nos une, numa pe-quena parcela do campo que rodeia Villanueva del Fresno.

Nesta parte da bacia hidro-gráfica do Guadiana, empresada pelos portugueses para sua sub-sistência, a água veio cumprir a sua função primordial de ele-mento simbólico e material de li-gação. Submersas as fronteiras, a barragem parece traduzir ma-terialmente uma palavra árabe

pouco lembrada, “aldjusûr”. Não apenas açude (“as-sudd”) ou ponte (“al-kantarâ”), mas uma síntese das duas, conserva na sua semântica uma metáfora híbrida: se, por um lado, alarga o poder fertilizador das águas, por outro serve de elemento de li-gação entre terras e seres. Assim será sempre a viagem entre as duas partes da raia. Fertilizará quem tiver abertura para em-preendê-la, para além das estritas necessidades materiais do comércio. Ligará um território humano que no fundo, bem no fundo, nunca deveria ter sido divido.

14 Mais um passo em frente na estratégia do AEROPORTO DE BEJA. Esta semana, o Instituto Nacional de Aviação Civil,

após um demorado processo de avaliação, acabou por certificar a pista bejense. Nada que altere o quotidiano do aeroporto em termos de tráfego. Mas por fim esta infraestrutura está “apta” a receber sem restrições qualquer tipo de tráfego aéreo. PB

Receitas chegam para pagar despesas do Estado social, não o clientelismo (…) O ataque ao Estado social disfarça a inca-pacidade de efetuar o debate mais vasto e fundamental que seria o da refundação do Estado em geral. Viriato Soromelho--Marques, “Jornal de Negócios”, 30 de janeiro de 2013

Estes indicadores, que não param de aumentar, são ainda mais preocupantes sabendo nós que, por medo de represálias ou por desconfiança em relação à justiça, a maioria dos casos de violência doméstica não chegam a ser, sequer, objeto de queixa formal junto das autoridades policiais.

Não terá sido, talvez, por acaso que até o martírio cívico de um dos heróis da luta antissalazarista (Humberto Delgado) foi ocorrer precisamente numa dessas terras onde a fronteira nos une, numa pequena parcela do campo que rodeia Villanueva del Fresno.

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A necessidade desta reforma era uma evidência desde o fim do cavaquismo (…) É possível fazer cortes ou poupanças sem comprometer necessariamente o espírito de oferta e até restabelecer alguma equidade. Manuel Villaverde Cabral, “Jornal de Notícias”, 30 de janeiro de 2013

15 São umas atrás das outras as más notícias que se vão sucedendo em BEJA e que colocam a cidade na ordem

do dia, pelas piores razões. Desde tentativas de homicídio em plena rua, a cães perigosos que matam crianças, passando pela intoxicação de adolescentes com drogas químicas de venda livre, tudo tem acontecido nos últimos tempos. Beja necessita de uma valente benzedura. PB

A direção da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo acabou por voltar atrás na decisão de encerrar o serviço

de URGÊNCIA do hospital de SERPA, durante o período noturno. A notícia está a ser bem acolhida na Cidade Branca, mas a comissão de utentes permanece alerta, uma vez que a Ulsba diz que apenas suspendeu a decisão de encerramento por “razões logísticas”. PB

Pontedo GuadianaLuciano Raimundo Beja

A ponte ferroviária do Guadiana encon-tra-se abandonada há muito tempo.

Trata-se de uma riquíssima obra de arte, cuja construção custou milhares de contos.

A ponte do Guadiana sofreu, entre os anos de 1945 a 1983, duas grandes re-parações que eram orientadas diaria-mente pelo saudoso engenheiro Gabriel Marques de Campos, por serem traba-lhos considerados de alto isco.

Na última reparação foram mon-tadas redes de proteção, para evitar a queda de operários ao rio.

Nestas grandes reparações a CP gas-tou milhares de contros.

A ponte do Guadiana serviu os sis-temas ferroviário e rodoviário, que era orientado por seis guardas de passagem de nível.

Seria bom que a infraestrutura desta ponte fosse aproveitada porque é uma ri-quíssima obra de arte.

A pessoa que subscreve este artigo conhece bem os factos apontados, por-que trabalhou durante 42 anos nos ser-viços de via e obras da CP, que tinha a seu cargo a manutenção desta obra de arte.

O caminhoparaa educaçãoManuel Vargas Aljustrel

Ao longo da vida todos temos a nossa quota parte de responsabilidade face à educação que existe presentemente, em especial pelas ações que cometemos no dia a dia, quer pela intervenção entre a comunidade escolar e a comunidade educativa.

Não pretendo, no entanto, diferen-ciar os agentes educativos interventi-vos, responsáveis, daqueles que são in-diferentes, permissivos, à situação educacional.

No entanto, é incompreensível cor-tar na educação, tendo como justifica-ção um conjunto de medidas de austeri-dade, baseadas numa visão meramente economicista.

É do conhecimento geral que, até ao momento, ainda não se fez o suficiente para se encontrar uma solução alterna-tiva, que permita não comprometer o futuro educativo.

Apesar de atualmente começarem a

surgir os mega-agrupamentos e os cen-tros escolares, estes não se coadunam com o modelo educacional vigente, de-sajustado da realidade, face às necessi-dades existentes.

Assim, é necessário fortalecer a arti-culação entre os vários ciclos de ensino, adequando o programa/projeto através de uma reflexão e ajustamento dos con-teúdos programáticos, adaptando e di-versificando as estratégias à realidade, para que contribua para o enriqueci-mento do currículo.

Desta maneira contribuiremos para que exista uma interdisciplinaridade ao nível dos vários anos de escolaridade, proporcionando uma sequencialidade em termos cognitivos/aprendizagem.

Será bom realçar que todo o pro-cesso educativo se baseia num ato con-tínuo e cujo objetivo é alcançar o su-cesso escolar.

Perante todas estas mudanças de atitude é bom não esquecer a vertente teórica/prática que é essencial na via profissionalizante e que no futuro deve ser mais valorizada.

Em suma, a educação é uma bata-lha fundamental, cuja vitória contri-buirá para uma sociedade mais equi-tativa/humana e servirá como exemplo para as gerações vindouras.

Bejanas bocasdo mundoEduardo Franco Beja

(…) Pois assim se mostra a força da gente de uma região que, há muito, pelos go-vernos portugueses, foi relegada para se-gundo plano da economia nacional. Ser ela o exemplo da má gestão da despesa nacio-nal é no mínimo tendencioso e permissivo, em claro benefício de quem realmente cria os “elefantes brancos” deste país.

Em má hora (…) foi emitida aquela peça jornalística da estação televisiva SIC. Podíamos estar a dormir, mas felizmente não foi e nunca será o caso.

Causou-me alguma revolta. Sempre soube, de há alguns anos para cá, como se servem da comunicação social para tentar parar Beja no tempo da evolução. Mas, per-doem-me por aparentar um discurso algo inflamado, disto não há memória.

(…) O pensar nacional tomou-nos e teima em tomar-nos como um baldio, onde o lixo do Governo que por cá se deixa é um crime contra os portugueses que nós somos.

(…) Porque nós somos Beja e somos Portugal.

Há 50 anos

As primeirasandorinhase a repressão do “terrorismo”

Numa das últimas edições de janeiro de 1963, o “Diário do Alentejo” noti-ciava na primeira página que tinham

chegado as primeiras andorinhas a Beja. O vespertino dava pormenores:

“Uma informação amável e solícita da nossa leitora sra. D. Ernestina Madeira Rocha, moradora na rua Capitão João Francisco de Sousa, diz-nos que, indiferente aos rigores do frio e da chuva, chegou hoje a Beja o primeiro casal de andorinhas, que se instalou num bei-ral da sua residência.

Uma esperança de que o tempo primaveril já não deve demorar muito...”.

Nesses dias, o jornal trazia quase diaria-mente pequenas notícias da guerra colonial. O pouco que a Censura fascista deixava passar...

Por exemplo, na edição de 26:“Devem chegar hoje a Lisboa os sobrevi-

ventes do DC-4 – Os sobreviventes do desastre do avião DC-4, da Força Aérea Portuguesa, que se despenhou no mar das Canárias, causando três mortos, devem chegar hoje a Lisboa.

Só o major Relvas Pena permanecerá num hospital de Las Palmas.”

Quatro dias mais tarde, no cimo da pri-meira página, outra brevíssima informação, impressionante pelo seu laconismo:

“O terrorismo na Guiné – Foi agora divul-gado que, num dos ataques á Guiné, além dos militares mortos, conforme já informámos, registaram-se elevados prejuízos.”

Na edição seguinte, a 31, o tema era Angola, onde as acções armadas dos nacio-nalistas tinham sido desencadeadas há mais tempo, desde fevereiro de 1961:

“A acção repressiva do terrorismo em Angola – Segundo noticiam os enviados es-peciais da Imprensa luandense, as forças mili-tares em serviço no território angolano conti-nuam ‘sob a canícula e as chuvadas, através de montes e vales, sem descanso’, a acção repres-siva dos terroristas que, em diversos pontos, persistem na sua actividade sangrenta.”

E também havia uma informação de Moçambique, onde a Frelimo ainda prepa-rava o início da luta armada de libertação nacional:

“Regressaram militares de Moçambique – No paquete ‘Angola’, regressou ontem a Lisboa uma companhia de caçadores especiais que esteve dois anos em missão de soberania, na província de Moçambique.”

Apesar das más (e curtas) notícias de África, o “Diário do Alentejo” mantinha o bom humor. E continuava a publicar regular-mente “A graça da tarde”. Como esta:

“Juiz – O réu confessa ou não que praticou o crime de que é acusado?

O réu – Depois da brilhante defesa do meu advogado, creia o sr. dr. juiz que até eu estou a duvidar muito que tenha sido o criminoso...”.

Carlos Lopes Pereira

Cartas ao diretor

Poemário

Nada seiRita Nascimento

Não sei porque escrevo,Porque sonho as letras,Porque canto as vírgulas,Porque ondulo nas frasesSem nunca chegar a um ponto.Não sei porque vivo um texto,Porque desejo um conto.Não quero voltar aos Ases,Não quero acabar nos Zês.Não. Não quero parar.Quero continuar a saltarBarreiras de capítulos,Escalar páginas sem cume,Remar ao sabor das sílabas Que ardem no meio do lume.

Partir das reticências,Nunca alcançar os dois pontos,Trepar as interrogações,Abraçar as exclamações…E, sem perder o ritmoEscrever milhares de contos.

Quero casar com os nomes,Fazer amizade com os verbos,Namorar com os pronomes,Fazer dos determinantes meus servos.

Quero ser chefe de imprensa,Quero obedecer ao poeta,Quero uma prosa imensa,Não quero um ponto na meta!

Vou ler toda a EpopeiaEscrever duas ou três,Sem perder a consciênciaDe que tudo era Uma Vez!

ViagemEmergindo na brisa que me abraça,Percorrendo caminhos sem chão,imagino um destino que enlaçao futuro de um passado em vão.

Agora, que sopra o vento ao luarEu sigo o que espero um dia alcançar,Momentos que guardo, profun-dos no olharSão meros destinos que me fa-zem voar…

Leve como o ser, abraço o mundoUniverso meu reflete a luzQue brilha intensa lá ao fundo,Que por estes trilhos me conduz!

Sigo em viagem, rumo a mimBalanço com o vento que ao passarPor entre as minhas asas me torna, assimLeve; flutuando ao luar!

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CartaMemórias da minha infância e sequênciasA tia Felizarda e Santa Bárbara – Para a Lia Maria Fernandes, com o afecto de sempre

Manuel Ramos Lampreia Lisboa

Na carreira das casas do Quinita, próxima das Portas de Moura, que perfizeram quase totalmente o arrua-mento, foi onde eu nasci nos anos 1920.

A fileira das habitações iniciava-se com a moradia do proprietário, coberta de azu-lejos verde-escuro, termi-

nando com uma garagem, onde ficava o automóvel do dono, um grande e pesado Citröen que era conduzido pelo moto-rista, senhor João. E, por vezes, também, pelo filho único do proprietário, de nome Vicente.

Todas as casas eram de um só piso, mas possuindo pla-tibanda, com janelas para a estrada de circunvalação, acon-tecendo que, por baixo, havia outras moradias, fazendo com que vivenciássemos o desfrute de primeiro andar.

Em frente das nossas casas ficava a continuação das mu-ralhas que cercavam a velha Pax Julia, com grandes pedras, algo soltas, onde se acoitavam vários répteis que apareciam no Estio.

As habitações que ficavam em frente das nossas eram to-das de telha-vã, salvo as da continuação, para a esquerda, onde ficava o armazém de ferro e materiais de constru-ção, terminando no escritório do patrão que era analfabeto, tendo de ter um escriturário, o senhor Carracinha.

O proprietário, de nome Joaquim Crujo de Oliveira, fumava charuto, e aos domingos perguntava ao vende-dor de “O Século”, se o jornal trazia bonecos, para poder comprá-lo.

Na última moradia de telha-vã, à direita da casa onde

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morávamos, existia uma pequeníssima habitação que era a da tia Felizarda, encostada a um prédio de dois andares, com um pátio interior, para onde davam todos os inquili-nos, ou residentes, seguindo-se as outras habitações, até às escadas de pedra, que subiam para o Terreirinho das Peças, onde as muralhas da cidade conservavam as ameias, e ti-nham, à sua retaguarda, um espaçoso largo, donde o arru-amento subia para a cidade, e no canto direito havia um pequeno casinhoto, em alvenaria, “O Marco”, da água po-tável, com uma empregada que a vendia às pessoas que en-chiam as bilhas de barro de Beringel, pelo preço de um tos-tão, cada. E perto estava um chafariz, para o gado.

A tia Felizarda era uma mulher de muita idade, com o dorso já muito encurvado, usando uma pequena bengala, tendo a face deveras encarquilhada, o que lhe dava o aspecto daquilo que, ao tempo, se atribuía o epíteto de “bruxa”.

Ora, durante o Inverno, as trovoadas fustigavam a ci-dade, duma maneira terrífica e todos nós temíamos as con-sequências dos raios, porquanto pára-raios, ao tempo, só os havia na alta chaminé, de pequenos tijolos vermelhos, duma fábrica desactivada, não muito longe do “Cano”, nome dado ao chafariz, local onde os quadrúpedes iam “dessedentar-se”, havendo, à direita, um lavadouro, telhado, onde as mu-lheres iam lavar a roupa suja, e os pára-raios da fábrica de panificação, “Os moinhos de Santa Iria”, onde trabalhava o meu tio José Augusto, que havia de conseguir que eu pu-desse observar a grandeza das máquinas que encerrava ta-manho edifício.

Nos dias de feroz tempestade, não sabíamos onde nos meter, a minha mãe, de nome Mariana Amélia, bastante te-merosa e enervada, recorria, então, à tia Felizarda que, logo que chegava, bastante molhada, com o lenço da cabeça e o xaile encharcados, pediria, então, um novelo de lã e a res-pectiva agulha de tricotar.

No auge do ribombar dos trovões, aí estava a tia Felizarda, a rezar a Santa Bárbara, ao mesmo tempo que atravessava o novelo com a agulha, rezando, com ardência: “Eu te coso e recoso, trovoada maldita, por amor de Deus e Santa Bárbara”. Reza esta que se haveria de estender até que começasse a ouvir, mais espaçadamente, os trovões, aca-bando por clarear e a trovoada nos abandonar.

Com o refazer dos nossos ânimos, a minha mãe agrade-cia à tia Felizarda, por nos ter trazido a calma, entregando-

lhe, então, um pão caseiro, amassado pela minha tia Maria Cristina e cosido no forno, perto da estrada, fechando a quadratura das nossas habitações. Este era propriedade do abastado Batista Branco que, de tão gordo se fazia transpor-tar num trem, puxado por duas muares, com o cocheiro à frente, sendo o patrão acompanhado por um criado, para ajudá-lo a subir a descer.

Ele era também dono dos burros pequenos que trans-portavam a lenha do mato, orientados por um tratador; ha-vendo que se pagar, à forneira, um pão pela cozedura, e uma unidade monetária por cada pão.

A nossa rua era de terra nua, calcada, onde podíamos jo-gar ao “arraiol” (berlinde), fazendo as três covas necessárias para o jogo, com facilidade, e encontrando-se, ao fundo, uma subida que atravessava as “portas de Moura”, grande e histórica abertura das muralhas, levando-nos às frequen-tes lojas de comércio. A primeira, à esquerda, era a do tio João da Garrida, sapateiro, separado do solo por um “poial”, de pedra, encostada à muralha, tendo uma pequena porta, no início da travessa, onde a sua mulher vendia hortaliças e, onde, no Verão, íamos comprar pequenas melancias, por um tostão.

No cimo da rua das Portas de Moura, havia a loja do se-nhor João Galamba, no início da rua da Mouraria, profu-samente abastecida, pelos muitos produtos alimentares que eram embalados por cartuchos de “papel-pardo”, onde pu-demos ler a primeira publicidade: uma mãe a puxar as ore-lhas do filho porque não fora à loja do João Galamba.

Na descida, regressando pelas Portas de Moura, havia duas tabernas, uma também vendia café, sendo na mais próxima das muralhas onde haveria de chegar, no final do Verão, tulhas, em madeira forrada, carregadas de uvas, já que ao fundo havia instalações para fabricar vinho.

Mais abaixo, no princípio da rua Tenente Valadim, havia uma loja de ferreiro, do senhor Manuel Massena, que habi-tava na casa a seguir à minha, e era meu padrinho. Na sua oficina, também fabricavam ferraduras, depois do ferro que saía da forja, com a ajuda de um fole que o punha em brasa, numa fornalha com coque, e era batido na bigorna, com um pesado martelo e por um ajudante, o tio João, com uma muito pesada marreta.

Quando comecei a frequentar a escola primária, no vulgo, então, “Escola Régia”, ia sozinho até à escola do

Beja antiga e moderna. Daqui a alguns dias, a 9 de fevereiro, a Câmara Municipal de Beja vai devolver à cidade, depois de demoradas obras de requalificação, o bairro da Mouraria. Trata-se de um dos mais tradicionais e característicos bairros bejenses da zona intramuros. Um aglomerado habitacional carregado de história e de histórias, como esta que o nosso leitor Manuel Ramos Lampreia nos fez chegar por carta. Memórias da Mouraria bejense nos anos 20 do século XX que o

fotojornalista José Ferrolho revisitou ainda esta semana.

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Salvador. Fiquei no primeiro andar, o método de iniciação de leitura era o do poeta João de Deus, aparecendo, na so-brecapa, com as suas veneráveis barbas de prata.

Ainda hoje não sou capaz de explicar como assimilei o código léxico. Lembro-me de ver alguns companheiros em frente duma reprodução, grande, do livro de leitura, e a pro-fessora a ensinar-lhes a combinação das consoantes mais fortes com as vogais.

O papel de escrita tinha duas linhas, e recordo que a mi-nha caligrafia tinha um es-mero total, que era levada a uma quarta classe, ao lado, para que os respectivos alu-nos vissem.

Neste primeiro ano, tive um grande dissabor, devido à minha mãe me ter ves-

tido um fato “à maruja”, todo branco, ornamentado a azul, e quando precisei de ir à casa de banho, no pátio, não fui capaz de desabotoar os botões, da gola, que se prendiam à frente e atrás das calças, tendo “borrado” todo o fato, nas calças compridas, como os marinheiros.

Então, não regressando à aula, deslizei, a caminho de casa, através da travessa, junto à muralha, para não ser visto naquela figura. Assim que cheguei, a minha mãe deu-me banho e mandou avisar a professora, explicando porque ti-nha abandonado a aula.

Logo que a minha rua foi calcetada com passeios, foi-lhe dado o nome patriótico de rua 1.º de Dezembro. E nos fins do Inverno, eu e o meu irmão António trazíamos cadeiras de bunho para o passeio, e fazíamos “emparadas”, com o au-xílio duma manta de lã. Era nesse “aconchego” que nos jun-távamos às raparigas da nossa idade, iniciando, com elas, os jogos sexuais directos, para nosso gáudio e o delas.

Mais tarde, quando iniciei o ensino secundário, frequen-tei o Liceu de Fialho de Almeida, na Praça da República. E no ano lectivo seguinte passei para o novo liceu, cujo pro-jecto se ficou a dever a um arquitecto moderno, ao tempo. A sua inauguração foi feita pelo Presidente da República, o general Óscar Fragoso Carmona, e eu estive, no pátio da en-trada, no “Castelo de Infantes” da Mocidade Portuguesa,

onde ele nos passou revista, fazendo “festas” à esquerda e à direita, com a sua estatura mais elevada que a nossa, com pouco mais do que 12 anos.

O edifício tinha, à frente, na parte direita, em baixo, uma placa de pedra com cercadura dourada que dizia: “Este edi-fício foi construído sob o governo da Ditadura Militar”.

A inscrição com o nome do Liceu, mudou, nos anos se-guintes para “Diogo de Gouveia”, um dos jesuítas que es-tiveram nos Países Baixos, irmão do que dera o nome ao Liceu de Évora: André de Gouveia.

Quando terminei o curso dos liceus, tendo estado na parte final no Colégio “O Lidador”, próximo da Praça da República, fui aluno do engenheiro dr. José Luís Conceição e Silva que soube inscrever na minha pessoa o seu forte ca-rácter humano e político.

Depois fui estudar para a Escola do Magistério de Évora, onde estive dois anos, tendo sido perseguido pelas autori-dades escolares, e não só, por acompanhar com filiados no MUD Juvenil. Aí frequentei a casa do dr. Virgílio Ferreira, ao tempo neo-realista, que juntava amigos da oposição ao governo de Salazar.

Quando fiz o “Exame de Estado”, não obstante ter sido considerado o melhor para quem assistiu, foi-me dada a mesma classificação que a pior aluna obteve. Estava, as-sim, prenhe de verdade, o que o director, inspector Alves Martins, dissera: “O seu caso está dependente do ministro, e vai ter muitas dificuldades”.

De facto, quando concorri ao Distrito escolar, fui dester-rado para Barrancos, o concelho mais distante de casa, com um autocarro a chegar à tardinha e a sair de manhã.

Por ser assim, no ano imediato concorri a Ervidel, onde estive dois anos e tendo continuado a ser perseguido poli-ticamente. Daí saí, então, para o concelho de Mafra, onde vim a consorciar-me com uma colega que já estivera no ensino especial, de nome Maria Helena Sacarrão, vindo a ser pai aos 27 anos, na povoação de Barras, onde ela exer-cia. Ficando no concelho até perfazer nove anos, concorri ao Instituto de Costa Ferreira, na Avenida Álvares Cabral, em Lisboa, onde me formei para a Educação de Deficientes Mentais.

Tendo investido, cientificamente, na minha profissão, apresentei em 1960, no I Congresso de Saúde Mental, re-alizado no Hospital de Santa Maria, sob a presidência do

professor Victor Fontes, da Faculdade de Medicina, um trabalho extraído da minha classe, de 15 alunos, intitu-lado “Inf luência da família na Personalidade da Criança” que a revista “Vértice”, então sediada em Coimbra, publicou.

Dados os encómios que o meu trabalho obtivera do júri, fui aconselhado a enviá-lo à embaixada de França, dado que já vinha frequentando o Instituto Français au Portugal, e dali recomendaram-me que o director do instituto a que se subordinavam as classes especiais sancionasse a minha pretensão.

Obtida a bolsa de estudo, segui para Paris, onde fiquei no ano lectivo de 1962/63, a fim de estagiar nos hospitais onde Madame Borel-Maisonny fazia a reeducação da linguagem escrita (dislexias e disortografias) sendo todo o meu traba-lho orientado pelo “Centre International de l’Enfance”, sob a direcção do professor Henry Bounet.

Regressado de França, retomei o meu trabalho no ensino especial, sendo, então, convidado para trabalhar no Centro de Investigação Psicológica e Pedagógica, da Fundação Calouste Gulbenkian, onde voltaram a dar-me uma bolsa de estudo, para Paris, no ano lectivo de 1966/67, a fim de aprofundar os estágios que já fizera e frequentar um curso de psicomotricidade, designado “Bom Départ”, e integrar, também, grupos de formação psicológica; dinâmica que se levava a cabo, em círculo fechado, nos arredores da denomi-nada “cidades das luzes”.

Na volta, conservei o meu trabalho, levando a cabo uma investigação com o método atrás referido, que fora publi-cado na revista francesa “Reiducation Orthophonique”, e no livro que publiquei na editora Morais, sob o título A criança e a educação.

Já, então, tinha aberto, com um médico pedopsiquiatra e um psicólogo, o consultório médico-psicopedagógico, onde reuni nove colegas, com a minha formação de base, e uma terapeuta da fala.

Ali estive durante 20 anos, após os quais o médico pedop-siquiatra resolvera fechar as portas a fim de se reformar.

E foi desta maneira, um tanto infausta, que terminou a minha actividade reeducativa da linguagem escrita e da psicomotricidade.

Carta escrita ao abrigo do antigo Acordo Ortográfico

A Câmara Municipal de Beja inaugura, no dia 9, a partir das 11 horas,

as obras de requalificação do bairro da Mouraria. Está agendada

uma demonstração de ginástica sénior, seguida de um desfile da

fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Vidigueira. O ato oficial

deverá acontecer pelas 12 horas e posteriormente acontece um

almoço convívio, bem como a atuação do Grupo Coral do Lidador.

Bejainauguraobras dobairro da Mouraria

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Futebol juvenil

Uma vitória, um empate, duas derrotas e um treinador despedido

Um pódio alentejano

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Desporto

Campeonato Distrital de Benjamins (14.ª

jornada): Série A: Ferreirense A-Despertar A,

2-0; Desportivo Beja-Vasco Gama, 0-3; Alvito-

-Bairro da Conceição, 4-4; Figueirense-Aljus-

tre lense, 1-7. Folgou o Sporting Cuba. Líder:

Ferreirense, 33 pontos. Próxima jornada

(2/2: Aljustrelense -Ferreirense A; Despertar

A-Desportivo Beja; Vasco Gama-Alvito; Sporting

Cuba-Figueirense. Folga o Bairro da Conceição.

Série B: Despertar B-Ferreirense B, 1-2; Sobral

da Adiça-Santo Aleixo, 0-19; Moura-Piense, 5-0;

Serpa-NS Beja, 1-9. Folgou a CB Beja. Líder: NS

Beja, 39-3 pontos. Próxima jornada (2): Piense -

-Des pertar B; Ferreirense B-Sobral da Adiça;

Santo Aleixo-CB Beja; Serpa-Moura. Folga o

NS Beja. Série C: Odemirense-Castrense, 7-1;

Almodôvar-Ourique, 3-3; São Marcos-Milfontes

A, 7-3; Boavista-Ro sai rense, 3-1; Milfontes

B-Renascente, 5-2. Líder: Odemirense, 40 pon-

tos. Próxima jornada (2/2): Rosairense-Ode-

mirense; Castrense-Almodôvar; Ourique-São

Marcos; Renascente-Milfontes A; Milfontes

B-Boavista.

Campeonato Distrital de Infantis (14.ª jor-

nada): Série A: Vasco Gama-Ferreirense, 1-6;

NS Beja-Alvorada, 10-0; Sporting Cuba-Des-

pertar A, 2-7; Alvito-Desportivo Beja, 13-0.

Folgou o Bairro Conceição. Líder: Despertar, 36

pontos. Próxima jornada (2/2): Desportivo Beja -

-Vas co Gama; Ferreirense-NS Beja; Alvorada -

-Spor ting Cuba; Bairro Conceição-Alvito. Folga

o Despertar. Série B: Amarelejense-Moura,

1-0; Operário-Serpa, 1-7; Aldenovense-Piense,

6-3; Guadiana-CB Beja, 11-1. Folgou o Despertar.

Líder: Amarelejense, 36 pontos. Próxima jornada

(2/2): CB Beja-Amarelejense; Moura-Operário;

Serpa-Aldenovense; Despertar-Guadiana. Folga

o Piense. Série C: Aljustrelense-Odemirense, 1-5;

Renascente-Boavista, 5-1; Milfontes A-Castrense

A, 0-12; Milfontes B-Almodôvar, 3-5. Folgou

o Castrense B. Líder: Odemirense, 36 pontos.

Próxima jornada (2/2): Almodôvar-Aljustrelense;

Odemirense-Renascente; Boavista-Milfontes A;

Castrense B-Milfontes B. Folga o Castrense A.

Campeonato Distrital de Juvenis (5.ª jor-

nada): Moura-Despertar, 1-1; Serpa-Desportivo,

2-4; Almodôvar-Aljustrelense, 1-2. Folgou o

Castrense. Líder: Desportivo Beja, 12 pontos.

Próxima jornada (3/2): Despertar-Aljustrelense;

Desportivo Beja-Moura; Castrense-Almodôvar.

Folga o Serpa.

Taça Distrito de Beja em Juniores (2.ª eli-

minatória): Vasco Gama-Cabeça Gorda, 4-1;

Desportivo Beja-Despertar, 0-1. Vasco da Gama

e Despertar são os finalistas.

Campeonato Distrital de Futebol Feminino

(11.ª jornada): CB Almodôvar-Serpa, 0-26;

Almansor-Ourique (adiado 17/2); Odemirense-CB

Castro Verde, 1-4. Folgou o Vasco Gama. Líder: CB

Castro Verde, 28 pontos. Próxima jornada (2/2):

Serpa-Odemirense; Ourique-CB Almodôvar;

Vasco Gama-Almansor. Folga a CB Castro Verde.

Campeonato Distrital de Futsal (13.ª jor-

nada): Safara-Barrancos, 7-6; Luzerna-Almo-

do varense, 3-3; Ferreirense-Baronia, 0-1; Des-

portivo Beja-Alcoforado, 7-3; IP Beja-ADVN São

Bento, 2-1; Vasco Gama-Vila Ruiva, 4-1. Folgou

o NS Moura. Líder: Baronia, 36 pontos. Próxima

jornada (1/2): Vasco Gama-NS Moura; IP Beja -

-Vila Ruiva; Desportivo Beja-ADVN São Bento;

Ferreirense-Alcoforado; Luzerna-Baronia;

Safara-Almodovarense. Folga o Barrancos.

Campeonato Nacional de Iniciados (2.ª fase

1.ª jornada): Desportivo Beja-Louletano, 0-6;

Lusitano VRSA-Despertar, 3-4. Líder: Louletano,

34 pontos; 2.º Despertar, 29. 7.º Desportivo Beja,

sete. Próxima jornada (3/2): Despertar-Odiáxere.

Folga o Desportivo de Beja.

Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase

1.ª jornada): BM Almada-Odemirense, 1-3;

Cova Piedade-Despertar, 4-0. Líder: Louletano,

35 pontos. 7.º Odemirense, 11. 8.º Despertar,

nove. Próxima jornada (2/2): Odemirense-Es-

toril; Despertar-BM Almada.

3.ª Divisão – Série F

16.ª jornada

Aljustrelense-Esp. Lagos .................................................. 1-1 Vasco da Gama-At. Reguengos ......................................0-2 Sesimbra-Juventude Évora ..............................................0-1 Lusitano VRSA-Lagoa ........................................................ 2-1 Moura-Monte Trigo ...........................................................4-0 Castrense-U. Montemor ...................................................1-4 J V E D G P

U. Montemor 16 11 4 1 35-11 37

Moura 16 10 5 1 36-11 35

At. Reguengos 16 9 4 3 23-13 31

Esp. Lagos 16 7 7 2 29-15 28

Juventude Évora 16 6 6 4 17-15 24

Sesimbra 16 6 5 5 21-26 23

Aljustrelense 16 5 5 6 16-14 20

Vasco da Gama 16 4 5 7 20-26 17

Monte Trigo 16 4 2 10 16-28 14

Lusitano VRSA 16 3 5 8 16-26 14

Castrense 16 3 2 11 15-31 11

Lagoa 16 1 4 11 15-43 7

Próxima jornada (3/2/2013): U. Montemor-Aljustrelense, Esp.

Lagos-Vasco da Gama, At. Reguengos-Sesimbra, Juventude

Évora-Lusitano VRSA, Lagoa-Moura, Monte Trigo-Castrense.

1.ª Divisão – AF Beja

16.ª jornada

Aldenovense-Amarelejense ............................................7-0 Serpa-Desp. Beja ................................................................3-1 Praia Milfontes-Almodôvar .............................................3-0 Rosairense-Sp. Cuba ..........................................................1-0 São Marcos-Piense ............................................................ 0-0 Bairro da Conceição-Cabeça Gorda ............................. 0-0 Guadiana-Odemirense ..................................................... 1-2 J V E D G P

Almodôvar 16 12 3 1 36-17 39Praia Milfontes 16 10 3 3 33-17 33Odemirense 16 10 3 3 27-13 33Serpa 16 9 5 2 30-14 32Aldenovense 16 8 5 3 33-17 29Piense 16 7 5 4 29-18 26Rosairense 16 6 4 6 23-22 22Sp. Cuba 16 5 4 7 17-18 19Cabeça Gorda 16 4 6 6 30-24 18São Marcos 16 4 2 10 12-36 14Bairro da Conceição 16 3 3 10 11-29 12Guadiana 16 4 0 12 18-39 12Desp. Beja 16 2 5 9 14-28 11Amarelejense 16 3 2 11 15-36 11

Próxima jornada (10/2/2013): Odemirense-Aldenovense, Amarelejense-Serpa, Desp. Beja-Praia Milfontes, Almodôvar --Rosairense, Sp. Cuba-São Marcos, Piense-Bairro da Conceição, Cabeça Gorda-Guadiana.

O triunfo, claro e inequívoco, do Praia de Milfontes sobre o Desportivo de Almodôvar veio dar novo fôlego ao campeonato, diminuindo a vantagem do líder para seis pontos.

Texto e foto Firmino Paixão

E a questão que agora se coloca é se o Almodôvar, que tem um calendário mais favorável que os seus antagonis-

tas, será capaz de manter esta diferença de seis pontos para o Milfontes e Odemirense e sete para o Serpa. Ainda assim, o campe-

Numa jornada em que as quatro equi-pas sul alentejanas jogaram todas no seu terreno, só o Moura cumpriu a sua missão com natural distinção.

Texto Firmino Paixão

Agora vem aí mais uma vaga de jogos fora. O Aljustrelense (estreando novo técnico) vai atuar no terreno do líder,

equipa que ainda não perdeu no seu campo. O Vasco da Gama viajará para Lagos, onde não devem esperar facilidades, e o Castrense jogará em Monte Trigo, terreno tradicional-mente difícil, sobretudo tendo em conta a na-tural desmotivação e ansiedade que, se adivi-nha, deve imperar na equipa de Mário Tomé. O Moura tem uma tarefa mais branda, desce para o recinto do Lagoa, último classificado

da série, palco onde se lhe exige que con-quiste os três pontos.

Da ronda anterior veio a notícia da saída de Carlos Piteira e Abel Lebreiro do comando técnico dos tricolores, após o empate caseiro com o Esperança de Lagos. A derrota pe-sada sofrida pelo Castrense no seu reduto aos pés do líder, e a derrota, também caseira, do Vasco da Gama ante o Atlético de Reguengos. O União de Montemor mantém -se na frente, isolado (uma derrota sofrida em Moura), com mais dois pontos que o Moura (uma derrota sofrida em Montemor), e o terceiro é Reguengos, com menos seis pontos que o lí-der e menos quatro que os mourenses. Um pódio com sotaque alentejano. Também não admira, porque elevam-se a oito as equipas da região que disputam a prova nesta despe-dida da 3.ª Divisão Nacional.

Milfontes impôs primeira derrota ao líder e relançou o campeonato

O líder naufragou no Mira

(a equipa apresentou-se com Miguel Ângelo, interinamente, no banco).

No Rosário o Sporting de Cuba ofereceu boa réplica, mas acabou tangencialmente derrotado, enquanto o Piense não foi além da conquista de um ponto no pelado de São Marcos.

O Odemirense passou em Mértola à tan-gente e o outro empate sem golos registou --se em Beja, entre o Bairro da Conceição e o Cabeça Gorda.

A prova sofre uma interrupção para dar entrada à Taça Distrito de Beja e regressa no próximo dia 10.

onato ganhou uma nova vaga de incerteza e abriu corredores de aproximação para as duas equipas do litoral alentejano que fica-ram melhor posicionadas para discutir o tí-tulo.

Na semana em que se escreveu essa his-tória da primeira derrota do Almodôvar, sete equipas, metade das que estão em prova, não marcaram qualquer golo.

O Aldenovense fê-lo por todos, goleando o Amarelejense por 7-0.

O Serpa construiu um triunfo natural so-bre o Desportivo de Beja, na semana em que Hugo Rolim deixou o comando dos bejenses

1.ª divisão AF Beja Bairro da Conceição e Cabeça Gorda empataram a zero em Beja

Taça Distrito de Beja Realiza-se no próximo domingo a 2.ª eliminatória da Taça Distrito de Beja, em seniores, jornada com-posta pelos seguintes jogos: Sporting de Cuba --Aldenovense; Piense-São Marcos; Desportivo de Beja-Rosairense e Amarelejense-Cabeça Gorda.

As equipas finalistas do Torneio Interassociações de Futsal Sub/20

(Lisboa, Leiria, Viseu e Braga) vão disputar o título no próximo fim de

semana nas localidades de Nelas e Viseu. As meias-finais disputam-se

amanhã no Pavilhão de Nelas e no domingo, em Viseu, apuram-se o

3.º e 4.º classificados e joga-se a final. Recorde-se que Lisboa e Leiria

foram as equipas apuradas na fase zonal sul disputada em Beja.

Torneio Inter-

associações de Futsal

Sub/20

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19Taça Fundação Inatel – 11.ª jornadaSérie A: Brinches-Ficalho, 0-2; Pedrógão-Salvadense (não se realizou); Quintos --Luso Serpense, 0-1. Líder: Ficalho, 16 pontos. Próxima j o r n a d a (2 / 2) F i c a lh o --Quintos; Luso Serpense-Pe-drógão. Folgam Brinches e Salvadense.

Série B: Neves-São Matias, 2-1; Faro do Alentejo-Lou-redense, 1-1; Penedo Gordo - -Beringelense, 4-1. Folgou a AC Cuba. Líder: Penedo Gordo, 24 pontos. Próxima jornada (2/2): Louredense-AC Cuba; São Matias-Penedo Gordo; Beringelense-Faro do Alentejo. Folga o Neves.

Série C: Alvorada-Messe-ja nense, 2-1; Mombeja --Vale d’Oca, 1-4; Jungeiros - -San ta Vitória, 1-0. Folgou o Figueirense. Líder: Vale d’Oca, 28 pontos. Próxima jornada (2/2): Jungeiros - -Al vor ada; F igueirens e --Santa Vitória; Mombeja --Me ssejanense. Folga o Vale d’Oca.

Série D (9.ª jornada): Al ca-riense-Sanjoanense, 3-2; Fer-nandes-Albernoense, 0-1; Sete-Trindade, 1-2. Líder: Fer-nandes, 19 pontos. Próxima jornada (16/2): Sanjoa nen-se-Fernandes; Trindade - Alca-riense; Albernoense-Sete.

Série E: Cercalense-Re lí-quias, 1-0; Soneguense --San ta Luzia, 3-1; Colense --Amo reiras Gare, 2-2. Folgou o Luzianes. Líder: Luzianes, 22 pontos. Próxima jornada (3/2): Santa Luzia-Luzianes; Relíquias-Colense; Amoreiras Gare-Soneguense. Folga o Cercalense.

Série F: Saboia-Bemposta, 1-0; Milfontes-Malavado, 1-1; Cavaleiro-Boavista, 2-1. Folgou o Campo Redondo. L íder : Saboia, 26 pon-tos. Próxima jornada (3/2): Malavado-Campo Redondo; Bemposta-Cavaleiro; Boa vis-ta-Milfontes. Folga o Saboia.

Série G (9.ª jornada): Al mo-dovarense-Pereirense, 0-4; Na ve -re dondense-San ta clarense, 1-1; Serrano-Santa Clara-a-Nova, 3-2. Líder: Santaclarense, 20 pontos. Próxima jornada (17/2): Pereirense - -Naveredondense; San ta Clara-a--Nova-Almodo va rense; Santa cla-rense-Serrano.

O futebol é uma modalidade

apaixonante, fortemente

mobilizadora, às vezes alienante,

que se rege por interessantes

regras facilmente transponíveis

para outras vivências.

Uma equipa é constituída por 11

atletas, eleitos (qual deputados) de

entre um grupo mais numeroso,

ponderados critérios como

a qualidade, competência,

disponibilidade física, dedicação,

uma infindável lista de itens,

semanalmente avaliados no estádio

(qual parlamento) pela exigente

moldura de adeptos e simpatizantes

(o povo). Os melhores procuram

o triunfo da tribo, os menos bons

assistem, os mais dotados esforçam-se

para levar o povo à glória, os

suplentes assistem, os titulares

lutam pela valorização do emblema,

os suplentes não são capazes.

O banco de suplentes é, regra geral,

o poiso dos menos dedicados,

dos menos competentes, aqueles

que, às vezes, até metem golos na

própria baliza e prejudicam os

interesses do seu clube, do emblema

que os projeta. Muitas vezes estão

ali para fazer número, mas o

inquestionável é que a condição

de suplente é frequentemente

associada à de menos dotado.

No futebol e na política existem

algumas analogias. O povo é,

ciclicamente, chamado para fazer a

equipa que defenderá os desígnios da

nação. Uma missão que deveria ser

nobre. Um campeonato que deveria

ter jogos inesquecíveis. Na hora de

constituir o plantel, os melhores

posicionam-se em lugares elegíveis,

às vezes notáveis que os superiores

interesses do patrão do clube impõem

ao treinador como sendo mais

capazes (e que grande desilusões

temos visto). Atrás destes, às vezes

de cócoras, ficam os outros, os que

espreitam uma oportunidade, têm

ambição, mas a qualidade é inferior.

Uma espécie de boas e más

moedas, citando o mais alto

magistrado da nação.

Então, quando a moeda (o jogador)

que pensávamos boa se torna falsa,

avança o suplente, o menos dotado,

o menos competente, que podia ser

um jogador sofrível, mas empenhado

(e não é), que podia ser um avançado

perdulário, mas que lutasse pela

sua equipa (e não luta), que fosse

desastrado, mas entrasse em campo

para defender o seu emblema (e não

defende). Ora se não luta, não defende,

não dignifica, para além de ser menos

dotado e menos competente, não

merece a titularidade e será sempre

o alvo do coro de assobios da grande

plateia. Acenemos-lhe, então, os lenços

brancos e entoemos uma grande vaia.

Se não dá o corpo ao manifesto pelo

coletivo, se é recorrente em meter

golos na própria baliza, se não sua a

camisola, é porque nada lhe corre nas

veias que o identifique, o emblema

que, por engano (de alguns) foi

defender (?). Não merece a confiança

dos adeptos. Não esperemos pelo

cartão vermelho do juiz da partida,

levante-se já o grande auditório e

apontemos-lhe o caminho, rua.

Os lenços brancos

Firmino Paixão

A equipa do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda, Ferrobico, campeã distrital da 2.ª Divisão em 2011/12, procura consolidar a sua per-manência no escalão principal da AF Beja.

Texto e foto Firmino Paixão

O ciclo positivo de sete jogos sem der-rotas e a sua elevada capacidade re-alizadora são elementos indiciado-

res da qualidade de um plantel jovem, que atravessa um bom momento competitivo. O treinador da equipa, Celso Ramos, 35 anos, responsável pelo bom trabalho que está a ser feito em Cabeça Gorda, quer que a equipa suba alguns degraus na tabela, para um lu-gar condicente com o justo valor do plantel. O treinador assume o amadorismo da equipa e sublinha a mística do clube, mas teme que os fracos recursos do Ferrobico não permi-tam manter este grupo unido para o futuro.

O Cabeça Gorda está a fazer um bom cam-

peonato. As expectativas iniciais já foram

superadas?

Não, ainda não foram, ainda é um pouco cedo. Este lugar ainda não é o nosso. O nosso lugar na classificação é um pouco lá mais para cima.

A equipa completou um ciclo de sete jogos

sem derrotas, período muito positivo em que

marcou 25 golos …

Estamos bem, sabíamos que o trabalho algum dia iria dar frutos. A máquina estava bem ole-ada e assim continua. Foi para isso que traba-lhámos, mas o nosso lugar não era lá em baixo, no fundo da tabela, onde andámos durante quatro ou cinco jornadas. Mas tudo isto é fruto do trabalho e dedicação dos jogadores e mérito da grande família do Ferrobico.

Fazendo jus ao epíteto do Ferrobico, a equipa

é uma das mais realizadoras, mas sofre muitos

golos. Existem lacunas defensivas?

Nem por isso, nas últimas três jornadas até nem sofremos golos. Acho que não existem problemas defensivos, mas há jogos em que os adversários vão à nossa baliza e fazem dois ou três golos, e há outros em que não é assim. Lembro-me, por exemplo, do jogo em casa com o Almodôvar. Não merecíamos ter perdido, fi-zemos três golos ao líder do campeonato e nos últimos minutos eles deram a volta ao jogo. São incidências do futebol, não há nada a fazer. A par disso, já disse aos meus jogadores que gosto de ver bom futebol e a nossa equipa tem que jo-gar bem, privilegiar a qualidade.

Os objetivos que persegue são os iniciais ou

têm sido reformulados à medida que a prova

avança e a produção vai melhorando?

Ferrobico não perde há sete jornadas consecutivas

“O nosso lugar é mais acima”

e reado-queo. Onos,a seruipa

m lu-ntel.uipaque

rmi-ro.

am-

ram

edo.ar na

ogos

que

gumole-

aba-aixo,antefrutoérito

uipa

uitos

s atétemquedoissim.como, fi-nosSão

er. Aostoe jo-

s ou

rova

Não, o primeiro objetivo é a manutenção, é esse que manteremos sempre como priori-dade absoluta. Mas sabemos o nosso valor e, de acordo com aquilo que tem sido o nosso traba-lho e a nossa prestação, também sabemos que o nosso lugar será uns furos mais acima na classificação.

Um lugar entre os cinco primeiros?

E por que não? Temos estado a consolidar a vantagem em relação às equipas que estão atrás de nós, mas agora temos que olhar para o

topo e pensarmos em alcançar aqueles que es-tão acima de nós, o Rosairense e o Sporting de Cuba, por exemplo. Temos que dar esse salto, porque estamos fartos de estar no nosso lugar, já aqui andamos há algumas jornadas.

Tem um plantel muito jovem, que ao longo da

época tem vindo a ser reforçado …

Na verdade conseguimos alguns jogadores im-portantes que são verdadeiras mais-valias para o plantel, porque se inseriram muito bem no grupo. Só assim é que são reforços, porque po-deriam ser jogadores com muita qualidade, mas se não tivessem capacidade para se adap-tar ao espírito e à mística do Ferrobico não va-lia a pena.

Uma base para o futuro, associada ao trabalho

que o clube está a desenvolver na formação?

Não será fácil. Como se sabe, o clube não paga compensações financeiras, nem prémios aos jo-

gadores. Manter esta equipa será, certamente, muito difícil, mas se o conseguíssemos, jun-

tando aqui mais dois ou três juniores, es-tava assegurada a equipa para a próxima

época, mas dificilmente manteremos aqui todos estes jogadores.

Sentem que alguns atletas podem

ser aliciados para outros projetos?

Por enquanto não sabemos, ainda é muito cedo para avaliarmos isso, mas a direção, e eu próprio, tudo faremos para que ninguém abandone este grupo no final da época.

Que avaliação faz do campeo-

nato que muita gente considera

atípico por não haver conheci-

mento do futuro enquadramento

competitivo?

Atípico, acho que não. É um campeo-nato normal, marcado pelas circunstâncias da crise e dos novos regulamentos. Será atípico, talvez, porque o quinto classificado da 2.ª di-visão está a competir no primeiro escalão, o quarto e o terceiro também estão, só se for por isso. Mas penso que a 2.ª divisão voltará na pró-xima época, quero acreditar nisso, até para po-der motivar os meus jogadores, para assegurar-mos a manutenção e ficarmos já descansados. Mas será uma incógnita, por isso, temos que andar lá em cima para estarmos salvaguarda-dos de eventuais surpresas.

Quem é o seu candidato à vitória no

campeonato?

Inicialmente os meus favoritos eram o Milfontes e o Aldenovense, mas agora o maior candidato é o Almodôvar. Tem dado provas disso e tem sido acompanhado pela estrelinha da sorte. Mas está na frente com todo o mérito.

AP Alentejo Os novos órgãos sociais da Associação de Patinagem do Alentejo, eleitos para o quadriénio 2013/2017, tomaram posse no início desta semana. Nuno Palma Ferro foi reconduzido como presidente do organismo que tutela a modali-dade na região. Está em curso um projeto de reestruturação que, em breve, pode redefinir o âmbito geográfico da Associação de Patinagem do Alentejo.

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Nas águas do rio

Guadiana, em Mértola,

cresce uma modalidade

onde têm nascido

canoístas que elevam

ao púlpito a imagem de

Portugal aos quatro cantos

do mundo. O grande rio

do sul, passo o pleonasmo,

possui componentes

naturais atraentes que

levaram homens audazes a

fundarem o Clube Náutico

de Mértola no dia 3 de

junho de 1986. O clube,

opino, tem ultrapassado

problemas físicos, em

particular, sendo que as

instalações primárias

cruzaram atempadamente

uma nova rota, resultando

o erigir de uma pomposa

infraestrutura que tem

capacidades múltiplas

para conveniências

diversas. Com o rio a seus

pés, mesmo a coabitar

de paredes meias, e o

estonteante olhar as águas

fl uviais localizadas ao

fundo do vale, a labuta

diária que os atletas

travam numa peleja

titânica escarpa abaixo,

escarpa acima, deixam

explícito a sua entrega a

uma modalidade à qual se

entregam de corpo e alma:

a canoagem. A Vila Museu

assume-se como hino a

um mundo desportivo

que se depara com efetivas

realidades de um Alentejo

sem fronteiras. Do Clube

Náutico de Mértola saem,

regularmente, atletas

de renome nacional e

internacional. Carlos

Viegas, um dos homens

que tem carregado com

o piano da canoagem às

costas, é indubitavelmente

um dirigente que jamais

renegou a sua fi rme

convicção em trazer

para a ribalta valores

que espalham perfume

universal. O centro de

estágio do Clube Náutico

arroga-se como uma mais -

-valia que leva a Mértola os

mais prestigiados atletas

nacionais e internacionais,

não obstante a

originalidade das suas

nacionalidades. Sei que as

condições naturais que a

vila acolhe, bem como as

mansas águas que o leito

do rio proporciona aos

atletas, são equivalências

imperdíveis. Mértola foi na

semana passada anfi triã

de 10 canoístas da seleção

nacional de juniores que

ali estagiaram. Sinais

de um tempo onde a

canoagem chancela

Mértola como uma visita a

não perder.

Mértola e a canoagem José Saúde

A “Pardaloca” de Bruno Helena destacou-se entre os alados do distrito de Beja que integraram a seleção nacional concorrente à 33.ª Olimpíada de Columbofilia.

Texto e foto Firmino Paixão

No resca ldo da 33.ª Olimpíada de Colum-bo filia, realizada na ci-

dade de Nitra, na República da Eslováquia, onde a seleção do nosso país conquistou apenas uma “medalha de bronze” na ca-tegoria sport absoluta (pombo da Associação de Lisboa), vai tam-bém o destaque para o honroso 6.º lugar conseguido pelo columbó-filo bejense Bruno Helena na ca-tegoria de sport fundo, que esteve entre os melhores portugueses. Além de Bruno Helena a equipa nacional integrava aves dos co-lumbófilos José Ameixa (38.º clas-sificado na especialidade de sport meio fundo) e João Manuel Coelho (31.º classificado na categoria de sport adultos).

Nova campanha, novos desa-

fios Os próximos desafios dos concorrentes da Associação Columbófila do Distrito de Beja já estão lançados. Trata-se da campanha desportiva 2013, cujo calendário já foi aprovado em assembleia geral da coletivi-dade e ratificado pela Federação Portuguesa de Columbofilia, não sem que se tivessem regis-tado algumas dis-cordâncias face

ACD BEJACALENDÁRIODESPORTIVO 2013

2/03 – Montelano I – norte – 233 km, velocidade2/03 – Villa Martin I – sul – 234 km, velocidade10/03 – Villa Martin I – norte – 233 km, velocidade 10/03 – Montellano I – sul – 236 km, velocidade16/03 – Cala del Moral I – geral – 350 km, meio fundo24/03 – Algodonales I – norte – 251 km, velocidade24/03 – Vila Martins II – sul – 234 km, velocidade30/03 – Totana I – geral – 560 km, fundo07/04 – Granada I – geral – 390 km, meio fundo13/04 – Cartagena – geral – 610 km, fundo13/04 – Montellano II – norte – 233 km, velocidade13/04 – Algodonales I – sul – 252 km, velocidade21/04 – Guadix I – geral – 430 km, meio fundo27/04 – Sta Magdalena – geral a) – 750 km, grande fundo27/04 – Algodonales II – norte – 251 km, velocidade27/04 – Montellano II – sul – 236 km, velocidade 5/05 – Cala del Moral II – geral – 350 km, meio fundo11/05 – Totana II – geral – 560 km, fundo11/05 – Villa Martin II – norte – 233 km, velocidade11/05 – Algodonales II – sul – 252 km, velocidade19/05 – Granada II – geral – 390 km, meio fundo25/05 – Sta Magdalena II – geral – 760 km, grande fundo25/05 – Montellano III – norte – 233 km, velocidade25/05 – Villa Martin III – sul – 234 km, velocidade 2/06 – Guadix II – geral – 430 km, meio fundo8/06 – Cartagena II – geral – 610 km, fundo16/06 – Cala del Moral III – geral – 350 km, meio fundo22/06 – Totana II – geral – 560 km, fundo

a) Campeonato Nacional de Maratona

Pomba de Bruno Helena obteve 6.º lugar na República da Eslováquia

O êxito da “Pardaloca”

O Castrense apurou-se para a 2.ª eliminatória

da Taça de Portugal, em hóquei em patins,

batendo a formação do Vasco da Gama de

Sines (7/5). O Hóquei de Grândola perdeu em

casa com o Salesiana (4-5) e foi afastado. A

próxima eliminatória disputa-se em 23/2 já

com o Hóquei de Santiago, isento desta fase.

Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de

Seniores Masculinos (14.ª jornada): AC Sines -

-Zona Azul, 22-40; CCP Serpa-Redondo, 21 -

-25. O Redondo lidera, com 35 pontos, 2.º

Zona Azul, 34; 4.º CCP Serpa, 22. Próxima

jornada: Zona Azul-CCP Serpa (Pavilhão

de Santa Maria, amanhã às 17 e 30 horas).

Basquetebol O Beja Basket Clube derrotou a equipa do Portimo-nense (75/50) em partida referente à 6.ª jornada do Nacional da 2.ª Divisão de Basquetebol. A próxima jornada, marcada para a tarde de amanhã, levará a equipa bejense até ao recinto do Reguengos de Monsaraz. O BBC está na 3.ª posição, com oito pontos, menos quatro que o líder Atlético de Reguengos.

Castrense na Taça de

Portugal em hóquei

Campeonato Nacional da

3.ª Divisão em andebol

lumbófilos José Ameixa (38. classificado na especialidade de sportmeio fundo) e João Manuel Coelho (31.º classificado na categoria de sport adultos).t

Nova campanha, novos desa-

fios Os próximos desafios dosconcorrentes da AssociaçãoColumbófila do Distrito de Beja já estão lançados. Trata-se da campanha desportiva 2013, cujo calendário já foi aprovado em assembleia geral da coletivi-dade e ratificado pela Federação Portuguesa de Columbofilia, nãosem que se tivessem regis-tado algumas dis-cordâncias face

– geral – 350 km, meio fundo11/05 – Totana II– geral – 560 km, fundo11/05 – Villa Martin II– norte – 233 km, velocidade11/05 – Algodonales II – sul – 252 km, velocidade19/05 – Granada II– geral – 390 km, meio fundo25/05 – Sta Magdalena II– geral – 760 km, grande fundo25/05 – Montellano III – norte – 233 km, velocidade25/05 – Villa Martin III– sul – 234 km, velocidade 2/06 – Guadix II – geral – 430 km, meio fundo8/06 – Cartagena II– geral – 610 km, fundo16/06 – Cala del Moral III– geral – 350 km, meio fundo22/06 – Totana II – geral – 560 km, fundo

a) Campeonato Nacional de Maratona

às alterações verificadas nas li-nhas de voo (deslocação para o sul de Espanha). O primeiro dos três treinos que antecedem a competição realiza-se já no pró-ximo dia 9, com soltas de Alosno, seguindo-se mais duas soltas, uma desde Valverde del Camino e outra desde El Castilo de Las Guardas e no dia 2 de março co-meçará oficialmente a temporada desportiva com uma prova de ve-locidade (233 km de linha de voo) com soltas na localidade espa-nhola de Montelano. O calendá-rio contempla sete provas na es-pecialidade de velocidade, sete de meio fundo e sete de fundo, onde se incluem duas provas de grande fundo desde Santa Magdalena, com linhas média de voo de 750 km para as zonas centro leste

e sul, a primeira das quais (27 de abril) será o Campeonato Nacional de Maratona.

Sobre a deslocação das linhas de voo para o sul do país vizi-nho, o campeão nacional Bruno Helena (Asas de Beja) teve opor-tunidade de afirmar ao “Diário do Alentejo”: “A linha de voo em que concorríamos era muito boa para os pombos alentejanos, agora va-mos mudar para sul, vamos ver se, com esta mudança, consegui-mos manter tantos pombos, mas também é bom mudar de vez em quando, porque em termos de li-nhas de voo o distrito fica mais equilibrado”. Também o colum-bófilo José Palma Lampreia, que recentemente terminou o seu mandato como presidente da as-sociação regional, comentou no sua página pessoal na Internet que “a mudança ocorre no melhor pe-ríodo da columbofilia no distrito de Beja”, considerando perigosas as rotas da nova campanha.

O novo executivo da associa-ção regional, liderado por António Félix Ninhos, não deixou Lampreia sem resposta, lembrando que a al-teração foi decidida democrati-camente em assembleia geral pe-los delegados das coletividades, e quanto à perigosidade das novas linhas e voo “se a alteração foi ou não benéfica só o tempo o dirá”, disse.

As aves ainda não voam mas já existem voos cruzados na presti-giada e competitiva columbofilia do distrito de Beja, antecedendo o início de mais uma campanha desportiva.

Page 21: Ediçao N.º 1606

Diário do Alentejo1 fevereiro 2013

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Diário do Alentejo n.º 1606 de 01/02/2013 Única Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA2.° Juízo

ANÚNCIOProcesso: 373/12.2TBBJAReforma de DocumentosRequerente: José Fernando Horta Parreira e outro(s)...Requerido: Axa Portugal – Companhia de Seguros SANos autos acima identifi cados, correm éditos para citação dos inte-

ressados incertos para comparecerem pessoalmente neste tribunal, no dia 28-02-2013, às 10 horas, a fi m de intervir na conferência, a que se refere o n.º 2 do Art.º 1069º do CPC, fi cando ainda advertidos de que:

Na falta de acordo, devem os interessados dissidentes, deduzir a sua contestação no prazo de 20 dias contados da realização de conferência.

Na falta de contestação, o juiz ordenará a reforma do título, declarando sem valor o título desaparecido.

Fica convidada qualquer pessoa que esteja na posse dos títulos ao portador n.°s 716798, 716796 e 716797 – “Capinveste 2003” a vir apresentá-los até ao dia designado para a conferência – art°s 1069° n°2 e 1072° al. a), ambos do CP Civil.

Beja, 18-01-2013.N/Referência: 2478550

A Juiz de Direito,Dr.ª Estela Vieira

O Ofi cial de Justiça,Maria Paula Reis

Diário do Alentejo n.º 1606 de 01/02/2013 Única Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA2.° Juízo

ANÚNCIOProcesso: 91/13.4TBBJAInterdição/inabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoInterdito: Ana Ramos Machado QuaresmaFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/

Inabilitação em que é requerido Ana Ramos Machado Quaresma, com residência em domicílio: Lar da Fundação de Santo António, Santa Clara do Louredo, 7800-000 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

Beja, 30-01-2013.N/Referência: 2490535

A Juiz de Direito,Dr.ª Celine Alves

O Ofi cial de Justiça,João Santos

Diário do Alentejo n.º 1606 de 01/02/2013 Única Publicação

COOPERATIVA DE CONSUMO

POPULAR CASTRENSE, CRL

CONVOCATÓRIANos termos do art. 15º n.° 7 dos Estatutos da Cooperativa de

Consumo Popular Castrense, CRL, convoco a Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no próximo dia 7 de Fevereiro de 2013, quinta-feira, pelas 21 horas e 30 minutos, que terá lugar no Cine-teatro Municipal de Castro Verde, sito na Praça da Liberdade, em Castro Verde com a seguinte Ordem de Trabalhos:

Ponto Único – Eleição dos Corpos Gerentes da Coopcas-trense, triénio 2013-2016

Nota: No caso de à hora marcada não se encontrar reunido o número legal de sócio,. a Assembleia reunirá, no mesmo dia e local, p,elas 22 horas, com o número de sócios que estiver presente.

Castro Verde, 18 de Janeiro de 2013.O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Sebastião Colaço Canário

Diário do Alentejo n.º 1606 de 01/02/2013 Única Publicação

COOPERATIVA DE CONSUMO

POPULAR CASTRENSE, CRL

CONVOCATÓRIANos termos do artº 20º nº 4 dos Estatutos da Cooperativa de

Consumo Popular Castrense, CRL., convoco a Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no próximo dia 7 de Fevereiro de 2013, quinta-feira, pelas 20 horas e 30 minutos, que terá lugar no Cine-teatro Municipal de Castro Verde, sito na Praça da Liberdade, em Castro Verde, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

Ponto 1 – Análise da situação de Insolvência da Coopcas-trense;

Ponto 2 – Suspensão temporária do n.° 2 do artº 15º dos Estatutos.

Nota: No caso de à hora marcada não se encontrar reunido o número legal de sécios, a Assembleia reunirá, no mesmo dia e local, pelas 21 horas, com o número de sócios que estiver presente.

Castro Verde, 18 de Janeiro de 2013.O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Sebastião Colaço Canário

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Page 22: Ediçao N.º 1606

Diário do Alentejo1 fevereiro 2013

saúde22

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Page 23: Ediçao N.º 1606

Diário do Alentejo1 fevereiro 2013

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Desabituação tabágica – H. Pulido Valente

Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina

Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de

Lisboa

Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja

Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja

Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia

Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.

Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –

Tratamento inovador para deixar de fumar

Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar

Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação

Especial e Reabilitação

Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H.

de Beja

Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/

Obesidade – Instituto Português de Oncologia de

Lisboa

Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias

Urinárias – H. Beja

Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de

Évora

Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-

talar de Lisboa (H.Júlio de Matos).

Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças

de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.

Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/

Alergologia Respiratória/Apneia do Sono

Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e

Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar

do Baixo Alentejo

Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital

de Beja

Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia

Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) –

Hospital da Cuf – Infante Santo

Dr. Jorge Araújo – Ecografi as Obstétricas

Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças

do Sangue – Hospital de Beja

Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica –

Hospital de Beja

Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia

da Orta.

Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/

Orientação Vocacional

Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala

Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação

Especial e Reabilitação

Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira

especialista em saúde materna/Cuidados de

enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação

pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-

nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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Page 24: Ediçao N.º 1606

Diário do Alentejo1 fevereiro 2013

necrologia institucional24

Diário do Alentejo n.º 1606 de 01/02/2013 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BARRANCOS

EDITAL N.º 01/2013(Publicitação das transferências concedidas pela Câmara Municipal de Barrancos no 2.º Semestre/2012)

ANTÓNIO PICA TERENO, Presidente da Câmara Municipal de Barrancos, torna

público, nos termos e para cumprimento do disposto na Lei n.º 26/94, de 19 de Agosto,

os benefícios concedidos no 2.º semestre de 2012.

Listagem das transferências concedidas

BENEFICIÁRIO

MONTANTE TRANSFERIDO

OBSERVAÇÃO

Agrupamento de Escolas de Barrancos 2.902,32 Refeições Escolares Agrupamento de Escolas de Barrancos 1.995,00 Protocolo Pavilhão Agrupamento de Escolas de Barrancos 950,00 Protocolo (BPB) Agrupamento de Escolas de Barrancos 845,09 Outras despesas c/Educação Assembleia Distrital de Beja 2.233,00 Comparticipação ano 2012 Associação Barranquenha p/ Desenvolvimento 25.102,25 Projeto - Eeagrants Associação Barranquenha p/ Desenvolvimento 32.182,68 Comparticipação Projeto AGIR Associação Barranquenha p/ Desenvolvimento 16.449,00 Protocolo – Delib.82/CM/12,14/8 Associação de Municípios Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

3.150,67 Comparticipação - Projeto

Associação de Municípios Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

16.161,00 Comparticipação

Associação de Defesa do Património de Mértola 6.961,50 Projeto “Tradições Orais” Associação de Municípios Alentejanos p/Gestão do Ambiente

577,74 Comparticipação

Associação de Municípios Alentejanos p/Gestão do Ambiente

850,43 Comparticipação - Projeto

Associação de Reformados de Barrancos 7.837,50 Banco de Medicamentos Associação Humanitária B.V. Barrancos 12.000,00 Assistência Médica Fim de Semana Associação Humanitária B.V. Barrancos 14.250,00 Protocolo de Colaboração Associação Humanitária B.V. Barrancos 14.250,00 Protocolo – Equipa Intervenção

Permanente Associação Humanitária B.V. Barrancos 1.570,00 Contrato – Programa (Apoio Saúde) Associação Nacional de Municípios Portugueses 4.218,00 Quotização Junta de Freguesia de Barrancos 1.500,00 Deliberação n.º118/CM/12, 10/10 Junta de Freguesia de Barrancos 97,39 Transferência - STAPE Lar Nossa Sr. ª da Conceição de Barrancos 26.318,40 Protocolo – Delib.n.º83/CM/12, 14/8 Resialentejo EIM 3.599,53 Comparticipação - Projeto

TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES …….............................. €196.001,50 Aguas Públicas do Alentejo, SA 13.881,78 Projeto – Comparticipação Associação Barranquenha p/ Desenvolvimento 5.617,00 Projeto – Eeagrants Associação de Municípios Alentejanos p/ Gestão do Ambiente

11.424,62 Comparticipação - Projeto

Associação Humanitária B.V .Barrancos 10.800,00 Protocolo - POVT Junta de Freguesia de Barrancos 19.611,65 Protocolo Lar Nossa Sr.ª da Conceição de Barrancos 48.000,00 Protocolo Obras Pares

TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS CAPITAL ……........................... €109.335,05

TOTAL: (CORRENTES + CAPITAL) ……....................... €305.336,55

Câmara Municipal de Barrancos, 09 de janeiro de 2013

O Presidente da Câmara

Dr. António Pica Tereno

AGÊNCIA FUNERÁRIA

SERPENSE, LDA

Gerência: António Coelho

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Baleizão

PARTICIPAÇÃO

É com pesar que participa-

mos o falecimento da Sra. D.

HELENA DA GRAÇA SIMÃO

ocorrido no dia 24/01/2013,

de 90 anos, viúva, natural

de Baleizão. O funeral a car-

go desta agência realizou-se

no dia 25/01/2013, pelas 14

horas, da Casa Mortuária

de Baleizão para o cemité-

rio local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

É com pesar que partici-

pamos o falecimento do

Sr. LEOPOLDO ALEIXO

TRONCÃO ocorrido no dia

28/01/2013, de 62 anos, ca-

sado com a Sra. D. Maria

Apo lón ia Ruívo Ar ruda

Troncão, natural da fregue-

sia de Santa Maria, Serpa.

O funeral a cargo desta

agência realizou-se no dia

29/01/2013, pelas 16 e 30

horas, da Casa Mortuária

de Serpa para o cemitério

local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO,

AGRADECIMENTO E

MISSA DO 7.º DIA

Francisca Efi génia

Gomes Cano

Mendes PintoFilhos, genros, noras e restante

família cumprem o doloroso de-

ver de participar o falecimento

da sua ente querida ocorrido no

dia 27/01/2013 e na impossibi-

lidade de o fazerem individual-

mente vêm por este meio agra-

decer a todas as pessoas que

a acompanharam à sua última

morada ou que de outra forma

manifestaram o seu pesar. Mais

informam que será celebrada

missa no dia 02/02/2013, sá-

bado, às 10 horas, na igreja da

Misericórdia, em Vidigueira, e

agradecem desde já a todos

os que se dignarem assistir ao

ato religioso.

MISSA DE 30.º DIA

Maria Amélia Branco

Lampreia Godinho

Sobrinha e restante família

comunicam que será cele-

brada missa pelo seu eterno

descanso no 1.º mês do seu

falecimento, dia 04/02/2013,

segunda-feira, às 18 e 30 ho-

ras, na igreja do Carmo, em

Beja, e agradecem antecipa-

damente a todas as pessoas

que nela compareçam.

MISSA

Augusto Manuel

Porta Nova PintoFaleceu em 07/02/2011

2.º Ano de Eterna Saudade

Pais, avós, irmão, tios, primos

e restante família participam

a todas as pessoas de suas

relações e amizade que será

celebrada missa pelo eterno

descanso do seu ente queri-

do no dia 07/02/2013, às 18

e 30 horas, na igreja da Sé,

em Beja, agradecendo desde

já a todos os que nela parti-

ciparem.

AGRADECIMENTO E

MISSA DE 30.º DIA

A família de IVONE CORREIA

PERPÉTUA agradece reco-

nhecidamente a todos os que

se dignaram acompanhar o

funeral da sua familiar, bem

como a todas as pessoas que

demonstraram o seu carinho

e amizade.

Participam que será celebra-

da uma missa em sua home-

nagem no dia 10 de fevereiro,

domingo, pelas 12 horas, na

igreja do Carmo, em Beja,

agradecendo antecipadamen-

te a todas as pessoas que se

dignarem assistir a esta cele-

bração.

Amarante / Beja

Eugénia Rosa

Pinheiro Pinto

da Silva Pires

1.º Ano de Eterna Saudade

Seu esposo, fi lhos, genro e

neto recordam com muito

amor e profunda saudade a

sua ente querida, falecida em

29 de janeiro de 2012.

SALVADA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ROSÁLIA ROSA CONDUTO, de 84 anos, natural de Mértola, casada com o Exmo. Sr. Mariano Dias Ramos. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 26, da Casa Mortuária da Salvada, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ANA MARIA VERÍSSIMO LAMPREIA LOPES GONÇALVES, de 60 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, casada com o Exmo. Sr. António de Oliveira Gonçalves. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

TRINDADE

†. Faleceu o Exmo. Senhor FRANCISCO JOSÉ JANEIRO, de 61 anos, natural de Trindade - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Celeste Conduto Janeiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27, da Casa Mortuária da Trindade, para o cemitério local.

BEJA / SANTA VITÓRIA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA MANUEL CÂNDIDO FILIPE, de 36 anos, natural de Campo Grande - Lisboa, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 29, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Santa Vitória.

FARO DO ALENTEJO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ANA ROSA SERRANO PRATAS, de 76 anos, natural de Faro do Alentejo - Cuba, casada com o Exmo. Sr. Jacinto António Ratinho Roberto. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia, da Casa Mortuária de Faro do Alentejo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor MANUEL ANACLETO RAPOSO, de 81 anos, natural de Santana de Cambas - Mértola, casado com a Exma. Sra. D. Assunção Chora Madeira Raposo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 30, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras

condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt ou siga-nos em www.facebook.com/funepaxjulia

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos

Page 25: Ediçao N.º 1606

Diário do Alentejo1 fevereiro 2013

25

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os leitores do “Diário

do Alentejo” vão ter descontos.

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por um lado, dar um impulso à economia

local e, por outro, ajudar os consumidores

neste tempo de crise.

Aproveite as oportunidades.

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1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e

BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado

no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou supe-

riores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abasteci-

mento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com ou-

tras campanhas desconto a decorrer no Posto de Abas-

tecimento; 4. Este vale só é válido para abastecimentos

em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados

com cartões: Routex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma

responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda,

roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou

não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7.

Válido até 30 de abril de 2013.

Diário do Alentejo n.º 1606 de 01/02/2013 Única Publicação

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26 Quer tenha muito ou pouco espaço, o importante é ter interesse em

cultivar os seus próprios alimentos e criar uma horta doméstica. É

biológico e ajuda à poupança. Cultivar os seus próprios alimentos por

prazer e até criar a sua própria horta é o desafio lançado pelo projeto Re-

Planta, que junta, num esforço coletivo, três entidades responsáveis pela

gestão de resíduos na região do Alentejo – Associação de Municípios

do Alentejo Central, Gesamb e a Resialentejo. O desafio é para todos,

tenham muito ou quase nenhum espaço para o efeito, o que importa

é valorizar os resíduos orgânicos a uma escala doméstica e introduzir

hábitos de compostagem junto da população. O objetivo é fazer com

que a população em geral adquira práticas de agricultura biológica e de

cultivo. Marta Dias, responsável pelo projeto, refere que “não é obrigatório

ter um jardim para frequentar as oficinas, basta que tenha a motivação

e o interesse em começar a cultivar os seus próprios alimentos”.

Replantar e cultivar

o que comemos

Vida académica aliada ao comércio regional

Loja Cubo divulga o melhor que há no Alentejo

Aberta a toda a comunidade, e localizada no campus do IPBeja, a loja Cubo dispo-nibiliza o que de melhor existe na região, das compotas aos vinhos, passando pe-los rebuçados e por tantos outros pro-dutos. Ao mesmo tempo divulga artigos da marca institucional. Este é um projeto que visa estreitar os laços entre as co-munidades académica e regional.

Publireportagem Sandra Sanches

Conhecida por loja Cubo, devido à geometria do espaço, é um projeto com várias dimensões que abarca

duas principais vertentes, a académica e a regional. É junto ao refeitório e próximo do auditório dos serviços comuns do estabele-cimento de ensino que podemos encontrar este espaço. É ali que a comunidade acadé-mica (alunos, funcionários, docentes e não docentes) divulga os seus artigos, nome-adamente de merchandasing (canetas, t --shirts, livros, pines e emblemas, entre ou-tros), e que a comunidade em geral tem a possibilidade de colocar à venda produtos regionais, como vinhos, compotas, rebuça-dos, chás e até mesmo chocolates.

É num terreno próximo de Beja que os alunos de Agronomia testam os seus pro-dutos em aulas práticas que lhes conferem

a habilidade para o setor da horticultura, fruticultura, viticultura e olivicultura. E são estes mesmos alunos que são respon-sáveis por todo o processo desde o seu iní-cio, da plantação à colheita, terminando no embalamento dos produtos, que poste-riormente seguem para venda na loja Cubo, numa lógica de estímulo ao consumo de proximidade.

O Cubo também está vocacionado para apoiar a comunidade académica na dispo-nibilização de serviços de apoio às ativida-des científicas, pedagógicas e culturais.

Aldo Passarinho, coordenador geral do projeto, explica ao “Diário do Alentejo” que a ideia surgiu da necessidade de se estrei-tarem os laços entre a comunidade acadé-mica e a comunidade regional, tirando par-tido do fator positivo de a loja se encontrar perto do auditório, por onde anualmente passam centenas, se não milhares, de pes-soas, nomeadamente as que chegam atra-vés do projeto de mobilidade Erasmus e os muitos convidados ou participantes que as-sistem aos seminários realizados durante todo o ano.

Confrontados com o facto de este pú-blico perguntar várias vezes onde poderiam encontrar produtos da região, os responsá-veis decidiram juntar o útil ao agradável.

Até à data a recetividade tem sido

positiva, o que leva os responsáveis a alar-garem o leque de produtos colocados à dis-posição no Cubo, abrangendo áreas como a bricolagem, a moda e o artesanato.

Os preços são acessíveis, segundo refere Aldo Passarinho: “Não fugimos aos pre-ços que as marcas e os produtores vendem, sendo que a concorrência deve ser leal e nesse sentido não inflacionamos os preços”.

No entanto, como o principal objetivo da loja não é “ganhar dinheiro”, o Cubo consegue ter sempre alguns preços mais em conta, tanto para o produtor como para o consumidor. Neste sentido, o lucro, que é reduzido, reverte para as ofertas institucio-nais que o IPBeja tem por prática realizar.

Aldo Passarinho recorda a todos os po-tenciais produtores interessados em pro-mover os seus produtos no Cubo, que “os estão a divulgar numa escala internacio-nal”, uma vez que o IPBeja atraia imenso público.

Comprar no Cubo é, sem dúvida, uma forma de promover o regional. Para os inte-ressados que ali queiram promover os seus produtos, apenas se exige uma condição: “que todo o produto seja regional”. Pois não esqueçamos que a grande missão deste pro-jeto é criar dinâmicas económicas e, acima de tudo, contribuir para o desenvolvimento da região.

P.M. Comercial e Queijaria Guilherme galardoadasA P.M. Comercial – Serviços e

Equipamentos para a Agricultura e

Pecuária, Lda. e a Queijaria Guilherme,

Unipessoal, Lda., ambas de Serpa, foram

distinguidas recentemente, em Braga,

com o estatuto PME Excelência 2012, um

instrumento de reputação pelo Iapmei –

Instituto de Apoio às Pequenas e Médias

Empresas e à Inovação, para premiar

os melhores desempenhos empresariais

em vários setores de atividade.

Autoridades distribuem telemóveis a idosos no AlentejoQuase centena e meia de idosos que vivem

isolados no Alentejo estão a receber

telemóveis, que não só representam

uma companhia permanente, como um

auxílio muito útil em caso de emergência,

sendo este um equipamento simples e

de fácil manuseamento. Este dispositivo

sénior está programado com uma

patilha, que possui números já pré-

marcados, bem como uma ligação direta

para a GNR e bombeiros e um possível

número de um familiar mais chegado. Os

telemóveis estão a ser entregues através

de uma parceria entre a GNR e o projeto

solidariedade Coração Delta, projeto

este que visa combater o isolamento e

as necessidades dos idosos no Alentejo.

Esta ajuda não se fica, no entanto, pela

entrega dos telemóveis. Uma vez por

semana, Manuela Oliveira, voluntária

da Delta e “madrinha” do projeto, ligará

para os idosos e dará o apoio necessário.

Sete empresas de mármores do Alentejo unem-se para exportar e evitar “morte” do setorSete empresas alentejanas de mármores,

dos concelhos de Vila Viçosa e Borba,

uniram esforços numa parceria “pioneira”

vocacionada para a exportação, para

fazer face à crise e contrariar “a morte

óbvia do setor”. O empresário José Artur

Batanete refere que “é um esforço que

achámos ser pertinente para tentar

contrariar a morte óbvia que aí vem, se

não fizermos nada”. A iniciativa teve como

base a constituição de um agrupamento

complementar de empresas (ACE),

denominado Rose Project ACE. Marbrito,

Marmoz, António Galego e Filhos, Lopes

Batanete, RBR Mármores, Marmetal e

Margrimar são as empresas fundadoras

deste ACE e que os envolvidos dizem ser

“pioneiro no setor dos mármores”.

Empresas

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Acontece na Biblioteca Municipal de Beja “Cantos de colo e em-balo”, dirigido a mães e bebés até aos seis meses (segundas-feiras, 16 horas, quin-zenalmente); “Histórias para fazer Tem Tem” – canções e rimas para acordar as pa-lavras”, para pais e filhos dos seis aos 12 meses (quartas-feiras, 18 horas, semanal).

Dica da semanaA sugestão que te damos é uma ida ao Mu-seu Jorge Vieira, mas também queremos que fiques a conhecer um pouco mais deste ar-tista plástico que deve a sua formação ao pai que, após uma tentativa falhada na área da educação física, resolve inscrevê-lo em 1941 na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde frequenta arquitetura e depois escultura.Durante os anos 70 do século XX, foi assis-tente na Escola de Belas-Artes do Porto e em 1981 regressa à de Lisboa. Encontramos no seu trabalho várias temáticas, desde os animais aos seres humanos, passando muito por composições geometrizadas. Em 1995 é inaugurada a Casa das Artes Jorge Vieira em Beja. Em 1997 começou a escultura “Homem-Sol” para a Expo’98 e, em 1998, ano da sua morte, executa ainda uma escultura para a ponte Vasco da Gama, em Lisboa. Muito do espólio deste artista foi doado ao Museu em Beja, que desde en-tão tem apresentado não só artistas con-temporâneos como divulgado e ensinado a obra deste escultor junto dos mais peque-nos através de ateliers de cerâmica. À solta Fácil e sem grandes custos, podem ter um disfarce original.

Aproveitem a ideia.

A páginastantas... YARA | IARA é o mais recente livro da fabulosa ilustradora Margarida Bo-telho. Margarida é, na verdade, mais do que uma ilustradora, é essencial-mente uma autora de alma que alia as histórias das suas vivências a um modo de ilustrar muito particular a que nos habituou e encantou.Quem já a ouviu contar as suas via-gens fica preso nelas e no brilho dos seus olhos. Quando começa a falar, as mãos dançam e puxam para estas viagens, mesmo aqueles que não se arriscam a pôr os pés fora de casa. Os livros traduzem-se na história docu-mental de duas culturas, como já tí-nhamos visto acontecer com EVA. YARA | IARA é o segundo livro da co-leção Poka Pokani e faz parte de um projeto artístico de intervenção co-munitária que se baseia no registo documental de histórias registadas na primeira pessoa, neste caso de uma menina kayapó que vive na bacia do rio Xingu na Amazónia e outra me-nina que vive na Europa. Ambas ini-ciam a sua viagem em lados opostos do livro, mas no fim sentimos que há tantos pontos em comum e que con-vergem no centro do livro.Ficamos mais ricos com as histó-rias e com as palavras que povoam as páginas deste livro, como tucanaré (peixe), tracajá (tartaruga), copaíba (árvore) entre tantas outras.Ficamos à espera com muita expec-tativa da próxima história que se de-senvolve em Sadhana, na Índia, e de que já tivemos oportunidade de ouvir a Margarida falar.

O Museu Jorge Vieira/Casa das Artes, em Beja, inaugura a 8 de

fevereiro uma exposição sob o tema “Jorge Vieira visto pelas

crianças”, no âmbito dos ateliers realizados durante 2012. A exposição

vai estar patente no museu até 10 de março e é uma oportunidade de

juntares a família e percorrerem este universo de cor, forma e som. De

terça a domingo, das 9 e 30 às 12 e 30 horas, e das 14 às 18 horas.

Crianças recriam universo

do artista Jorge Vieira, em Beja

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Boa vida

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ComerCamarão em molho de tomate com arroz brancoIngredientespara 4 pessoas: 1 kg. de camarão (calibre 30/40);q.b. de sal grosso;q.b. de pimenta branca moída no momento;1 dl. de azeite;2 cebolas médias;4 dentes de alho; 1 folha de louro;6 tomates maduros sem pele e sem grainhas;2 dl. de vinho branco;10 gr. de pimento amarelo;10 gr. de pimento verde;1 molho de coentros; q.b. de arroz branco cozinhado.

Confeção:Comece por descascar o ca-marão deixando a cabeça e o rabo. Com a ajuda de uma faca retire as tripas e lave-os em água corrente. Tempere com sal e pimenta e reserve no frigorífico. Leve um tacho ao lume com azeite, cebola picada, alho pi-cado e a folha de louro. Quando a cebola começar a ficar mur-cha junte o tomate também picado e sal. Deixe refogar um pouco e adicione o vinho branco. Deixe ferver para eva-porar o álcool. Acrescente um pouco de água (a necessária para cozinhar o camarão), os pimentos cortados às tiras e deixe ferver. Junte o camarão e deixe cozinhar por três a cinco minutos.Retifique o tempere a seu gosto, polvilhe com coentros picados e sirva com o arroz.Bom apetite…

NOTA: Não deixe cozinhar demasiado o camarão para ele não ficar rijo.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasMortalidade

A doença – e a consciência de ser um corpo e não de ter um corpo – surpreen-

deu-o uma manhã em que acordou a sentir-se preso no seu próprio cadá-ver. O escritor Christopher Hitchens passou para o lado da “terra da do-ença” – um cancro no esófago – quando promovia a seu livro de memórias. Resistiu a admitir as li-mitações da doença enquanto conse-guiu. Procurou manter os seus com-promissos e agarrou-se à sua crença na ciência, na expectativa que um tratamento atrasasse ou detivesse a mesma doença que lhe vitimou o pai quando este tinha 79 anos.

Hitchens tinha 61 anos quando a doença o surpreendeu e durante um ano e meio submeteu-se a trata-mentos brutais. A “Vanity Fair” foi-lhe publicando os textos em que, com enorme sentido crítico e de ironia, fala da sua nova condição. Grande parte desses textos estão agora reunidos neste Mortalidade. Nele, Histchens partilha, com o espírito e sentido de observação apurado característicos, apontamentos sobre o seu estado de saúde e relativos ao modo como ami-gos, conhecidos e até desconheci-dos lidam com o mesmo. Conta, por exemplo, como quando se está do-ente as pessoas tendem a oferecer CD. E que frequentemente, segundo a sua experiência, são CD de Leonard Cohen. Evoca as histórias e os comen-tários que são impostos ao doente. Histórias de suposta compreensão que o autismo de quem quer conso-lar transforma, por vezes, em ditos de mau gosto. Ditos infelizes e pertur-bantes com que não se conforma o es-pírito que habita o corpo doente.

Humanista e um dos expoen-tes do ateísmo moderno, Hitchens reflete, naturalmente, sobre a rela-ção com Deus. Sobre as expectati-vas daqueles que esperam o seu re-encontro com a religião. O espírito do autor de Deus não é grande – como a religião envenena tudo con-tinua, porém, a reclamar-se livre e a revoltar-se contra a crença em Deus que sempre considerou totalitária. Mortalidade regista a consciência crítica de Hitchens relativa à condi-ção que experimenta, na primeira pessoa, fixando a degradação do seu corpo enquanto o espírito instru-mentaliza a escrita como um exer-cício de liberdade e afirmação da consciência do indivíduo.

Maria do Carmo Piçarra

ToirosForcados solidários

Faz hoje, dia 1 de fevereiro, precisamente um ano que criei um espaço na blogosfera inteiramente dedicado à figura do forcado

amador. Trata-se do blogue forcadoamador.blogs-pot.com

Juntei um conjunto de amigos que já colabo-ravam, na sua maioria, com outras publicações taurinas e que tinham em comum o facto de já te-rem envergado uma jaqueta de ramagens.

O objetivo principal a que todos nos propú-nhamos era de divulgar, defender, enaltecer, dig-nificar e promover a figura do forcado!

Passado um ano o objetivo está a cumprir-se. Marcámos o nosso espaço na tauromaquia por-tuguesa, e quem veste, vestiu ou simplesmente admira a jaqueta de ramagens, o barrete verde e a cinta vermelha, encontrou um espaço onde pode saber um pouco mais sobre esta arte bem portuguesa.

Aproveitando a visibilidade do blogue, no fi-nal do ano 2012 promovemos uma campanha de solidariedade a favor do forcado Nuno Carvalho, do Aposento da Moita. Essa campanha constou da recolha de tampas plásticas em vários pontos do Alentejo, no dia 5 de janeiro, com o apoio dos grupos de forcados locais. As tampas foram en-tregues na passada semana na Moita do Ribatejo, diretamente na empresa que faz a reciclagem, pe-los representantes do blogue “Forcado Amador”, Vítor Besugo e António Santos, e pelo vereador da Câmara Municipal de Fronteira, António Gomes. Presentes ainda estavam representantes do Grupo de Forcados do Aposento da Moita e da associa-ção “Eu Acredito – Nuno Carvalho”.

Foram recolhidas cinco toneladas de tampas, que apenas representam 750 euros, mas é uma ajuda, e, acima de tudo, representa uma enorme mobilização e uma grande onda de solidariedade em volta de Nuno Carvalho.

O blogue “Forcado Amador”, a associação “Eu Acredito – Nuno Carvalho” e o Grupo de Forcados do Aposento da Moita agradecem às se-guintes entidades/individualidades que torna-ram possível esta recolha: câmaras municipais de Beja, Fronteira e Monforte, Junta de Freguesia de Alter do Chão, Santa Casa de Misericórdia de Arês; grupos de forcados de Cascais, Beja, Monforte, Montemor, São Manços, Évora, Moura, Arronches, Portalegre, Académicos de Elvas, Redondo, Monsaraz, Alter do Chão; Mercado Municipal de Évora, Bombeiros Voluntários de Barrancos, Associação Tauromáquica de Cabeço de Vide – Tentação em Festa, Bar Dallas, Daniel Mantinhas (Multibox), Hotel Brasa, Delta Cafés e a todos os anónimos que contribuíram para o su-cesso desta causa.

Vítor Morais Besugo

JazzLuís Figueiredo “Lado B”

É uma realidade incontornável: nos últimos anos emergiram no panorama jazzístico portu-guês diversos pianistas cujo talento e personali-

dade artística o vieram enriquecer sobremaneira. Luís Figueiredo (n. 1979, Coimbra) é certamente um de-les. Ao terceiro disco – depois da estreia com “Manhã” (2010), em trio, e “Palavra de Mulher” (2012), em par-ceria com a cantora Sofia Vitória – Figueiredo assume-se como uma das vozes mais interessantes do piano no jazz em Portugal, quer como instrumentista de firme talento quer como compositor com muito a dizer. Em “Lado B” o pianista surge acompanhado por um quar-teto/quinteto constituído por nomes relevantes na cena nacional. No contrabaixo está Mário Franco, músico conhecido pela sua abordagem lírica ao instrumento que aqui desempenha um papel central. Sobre o ba-

terista Alexandre Frazão já quase tudo foi dito: fica aqui mais uma vez patente a sua espantosa capacidade de se adaptar a diversos contextos e de veicular acertadamente diferentes matizes rítmicas. O trompetista João Moreira revela-se em excelente forma, deixando, com toda a sua musicalidade e apurado sen-tido melódico, uma marca indelével em todo o disco. Ricardo Toscano é um dos mais promissores saxofonis-tas nacionais, dotado de téc-nica notável e em pleno pro-cesso de afirmação. Será um nome certamente a ter em conta nos próximos anos.

Se o formato de trio concedia ao pianista uma maior centralidade na construção do edifício musical, aqui ganha sobretudo relevo a sua dimensão de composi-tor. Em “Lado B” apenas uma peça não é de sua auto-ria. O disco abre com a placidez de “Looking Out the Window”, marcado pelo piano cristalino e pelo deli-cadíssimo trabalho de címbalos. A utilização do arco pelo contrabaixista acentua uma certa aura de drama-tismo. De cariz vincadamente “milesiano”, “Slo-Mo” é introduzido por Frazão e conta com o líder inspirado em fender rhodes e um aceso diálogo entre Moreira e Toscano. Em “Dear John, Dear Kenny” Figueiredo pa-rece prestar tributo a duas das suas maiores referências: o pianista John Taylor e o trompetista Kenny Wheeler. Outro dos momentos mais marcantes do disco é o in-tenso lirismo de “LAventure Commence”, marcado por uma superior prestação de João Moreira (ouça--se aquela nota a prolongar-se por quase dois minu-tos e meio). “Schwinga” swinga que se farta. Excelente a introspetiva leitura de “Silence” (original de Charlie Haden), com Franco e o líder em destaque. Toscano está excelente no mais livre “Plastic Fantastic” e Sofia Vitória canta, e bem, na reprise de “Looking Out the Window”, uma letra de sua autoria. Um disco muito conseguido de alguém cujos passos importa continuar a seguir atentamente no futuro.

António Branco

Christopher HitchensD. Quixote 102 págs.13,90 euros

Luís Figueiredo – “Lado B”Luís Figueiredo (piano e fender rhodes), João Moreira (trompete e fliscorne), Mário Franco (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) + Ricardo Toscano (saxofone alto) e Sofia Vitória (voz).Editora: Sintoma RecordsAno: 2012

O Cineteatro Marques Duque, em Mértola,

recebe amanhã, sábado, dia 2, pelas 21 e 30

horas, o concerto de Márcia. A entrada é

gratuita. O concerto insere-se na iniciativa

municipal Arte Non Stop, que tem como

objetivo promover as atividades culturais

junto do público jovem de Mértola.

Márcia no Cineteatro

de Mértola

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O plano exposicional aprovado pela Federação Portuguesa de Filatelia – APD (FPF) para este ano consta de 31

exposições.Integra este conjunto uma exposição inter-

-regional bilateral, aberta não só aos filatelistas portugueses, mas também aos da Bulgária.

Dos restantes 30 eventos quatro têm a ca-tegoria de Filapex. Os certames deste tipo tam-bém são exposições de competição, mas, neste caso, a competição opõe apenas filatelistas per-tencentes a dois agrupamentos filatélicos: um, o clube organizador, o outro, o convidado.

Os 26 eventos restantes não são de compe-tição. São certames vulgarmente designados por mostras filatélicas e neles apenas expõem os filatelistas convidados pelos respetivos or-ganizadores. É habitual os expositores serem apenas os sócios do agrupamento, ou então fi-latelistas convidados.

Como se trata de eventos aprovados pela FPF, para todos eles os correios vão emitir um carimbo especial para comemoração do evento e para 18 deles a FPF atribui um apoio financeiro para a ajuda das despesas com a sua efetivação.

Para a exposição bilateral é provável, a exemplo do que tem acontecido com certames do mesmo género, que os correios emitam um carimbo para cada um dos dias da exposição.

A exposição Portugal-Bulgária terá lugar em Évora, de 1 a 6 de outubro, e será organi-zada pela Confraria Timbrológica Meridional – Armando Álvaro Bóino de Azevedo.

Quanto às exposições restantes, uma terá lugar em Stuttgart (Alemanha) e é organizada pelo Clube Filatélico Português, com sede nesta cidade. As outras estão territorialmente dividi-das por quase todo o País e estão assim distri-buídas: 12 exposições na zona 1 (Porto e todo o norte do rio Douro); três na zona 3 (distri-tos de Lisboa, Santarém, Setúbal); 12 na zona 4 (Alentejo e Algarve); e duas na zona 6 (Açores).

Duas destas exposições já decorreram; uma em Faro, a outra em Côja, e foram inau-guradas, respetivamente, nos dias 7 e 25 de janeiro.

A FPF também divulgou a lista das pu-blicações filatélicas a que, este ano, dá al-gum apoio financeiro. São seis as publicações apoiadas e o subsídio que lhes é atribuído é igual para todas. Trata-se das revistas “Vale do Neiva Filatélico” (da Associação Filatélica Vale do Neiva), “Boletim do Clube Filatélico de Portugal” (do Clube Filatélico de Portugal, Lisboa), “Filatelia Lusitana” (da FPF, Lisboa), “O Timbre” (da Confraria Timbrológica Meridional, Évora), “Selos e Moedas” (Clube Galitos, Aveiro) e do jornal “Voz Filatélica – Margem Sul” (da Associação Filatélica A Sul do Tejo, Barreiro).

Houve 180 carimbos no ano passado Entre ca-rimbos comemorativos e carimbos de pri-meiro dia de circulação, os correios emitiram 180 exemplares durante o ano de 2012.

Do primeiro tipo de carimbos foram pro-duzidos 63, que assinalaram filatelicamente outros tantos acontecimentos. Neste número também estão incluídos cinco exemplares que foram usados no primeiro dia de circulação de novos bilhetes-postais.

Do segundo tipo, que são os carimbos pro-duzidos para assinalar a entrada em circula-ção de novas emissões de selos ou de etiquetas de impressão de franquia automática, houve 28 emissões, que produziram um total de 117 carimbos, distribuídos por nove cidades.

Para Lisboa, Porto, Funchal e Ponta Delgada houve 28 exemplares para cada uma. Os restantes cinco carimbos foram usados em Calheta (São Jorge – Açores), Ílhavo, Santarém, Viseu e Guimarães.

Os bilhetes-postais para os quais foram emitidos carimbos especiais assinalam o Dia do PI em 2012; os 75 anos do Museu Marítimo de Ílhavo; os 150 anos da 1.ª edição do Amor de Perdição; o cinquentenário da revista “Se-los e Moedas – Clube Galitos” e os 500 anos da morte de Amerigo Vespucci.

As ilustrações mostram-nos estes dois úl-timos bilhetes-postais.

Geada de Sousa

FilateliaEste ano há 31 exposições

g Carneiro – (21/3 - 20/4)

Nesta altura, tem capacidade para perspetivar com

clareza aspetos fundamentais da sua vida e, por esta

razão, poderá assumir novos compromissos a médio e

longo prazos. Nesta fase aposte na sua vida social, no

seu mundo de amigos. Aposte em novas relações, os

contactos que fizer serão muito importantes. Deverá

procurar segurança e estabilidade junto de familiares,

de novos e velhos amigos. Organize festas, encontros,

passeios.

hTouro – (21/4 – 21/5)

Questões de foro profissional terão de ser devida-

mente analisadas. Reflita sobre a sua vida, num todo.

É dessas experiências e atitudes, umas positivas e ou-

tras nem por isso, mas todas com consequências, que

poderá de uma forma inteligente planear o futuro, com

mais ênfase no plano profissional. Deverá ter muita

atenção na maneira como lida com os seus colegas e

superiores a fim de melhorar as relações no trabalho.

Quando fizer escolhas que implicam outras pessoas,

consulte-as primeiro para não ser mal interpretado.

iGémeos – (21/5 – 21/6)

Estará muito criativo, por isso quebre os padrões ins-

tituídos, exteriorize sentimentos, faça uma viagem e

procure conhecer lugares e pessoas diferentes, e não

espartilhe a vontade de dar amor. No momento de de-

cidir e planear as suas atividades escolha a paz, a har-

monia, aproveite a sua vontade de viver e o seu sis-

tema nervoso deixará de o surpreender. Bom período

no aspeto financeiro.

jCaranguejo – (22/6 – 22/7)

Um novo ciclo de mudança está aí. Procure enfrentá-

-lo numa perspetiva positiva porque irá envolver

toda a sua rotina, tanto no aspeto material como psi-

cológico, e poderá ainda alterar os seus objetivos de

vida. Com estas mudanças poderá sentir alguma irri-

tabilidade e agressividade. No entanto, estará bene-

ficiado a nível amoroso. Aceite de bom grado as inicia-

tivas do seu amor e pondere as suas reações para que

esta oportunidade não seja frustrada. Bastante favo-

rável a nível financeiro. Faça uma alimentação saudá-

vel e longos passeios.

kLeão – (23/7 – 23/8)

Atravessará grandes tensões a quase todos os ní-

veis. A nível profissional reveja a sua postura e ana-

lise os benefícios do bom relacionamento entre as pes-

soas que trabalham juntas. Esteja aberto ao diálogo.

Lembre-se de que a sabedoria é um percurso pessoal.

Vai sentir vontade de mudar algumas coisas dentro de

si, sobre as quais tem refletido bastante. Use toda a

sua sedução e vá jantar com o amor da sua vida. Tem

descurado o descanso e o sono. Procure cuidar da sua

saúde.

lVirgem – (24/8 – 23/9)

A sua relação amorosa estará numa das melhores fa-

ses do ano. Se puder, faça uma viagem a um lugar ro-

mântico sem grandes planos e terá resultados sur-

preendentes. Época propícia ao envolvimento com

crianças. Se tiver filhos deixe-se contagiar pelo amor e

alegria que lhe transmitem. Altura para dar mais aten-

ção à sua vida pessoal, início de um regime alimentar,

uma dieta. Verá aumentado o seu bem-estar físico.

aBalança – (24/9 – 23/10)

As mudanças continuarão de alguma forma presen-

tes. A aprendizagem nunca chega ao fim. É altura para

guardar um tempo a fim de meditar e fazer alguma in-

trospeção. É importante conhecermo-nos a nós pró-

prios antes de conhecermos os outros. Sentirá na sua

luz interior uma proteção especial para seguir o melhor

caminho. Todas as fases da sua vida contêm ligações.

Basta estar-se vivo. Profissionalmente, não se agarre

ao passado, olhe para o futuro. Os problemas de saúde

serão resolvidos com facilidade.

bEscorpião – (24/10 – 22/11)

Processo profundo de renovação pessoal em curso.

Segue agora uma conversa sincera consigo próprio

em que poderá fazer uma avaliação honesta do que

constitui o seu percurso até ao presente e, com con-

vicção, fazer duras escolhas, para renascer purificado,

livre de culpas. Altura para modificações nas suas re-

lações pessoais e vida doméstica. Os seus contactos

estão beneficiados, principalmente com pessoas de

sexo oposto. Organize convívios com os seus amigos.

cSagitário – (23/11 – 21/12)

Em harmonia com o exterior, estará otimista e conse-

guirá perspetivar a solução mais adequada e rentável

para as questões profissionais. Com energia especial

nesta vertente, pesquise, analise e reorganize a sua

equipa. Novas metodologias podem ajudar. Entrará

numa fase sensível quanto à relação amorosa, evite

comportamentos impulsivos que poderão ser desas-

trosos. Favorecidas pequenas viagens.

dCapricórnio – (22/12 – 20/01)

Fase de reflexão profunda poderá trazer mudanças e

novas opções no seu quotidiano. Estabelecidas no-

vas prioridades, terá mais tempo para o convívio com

os amigos de longa data que trarão conforto. O aper-

feiçoamento profissional continuará a ser um foco de

empenho e será publicamente reconhecido. Melhore a

atenção dispensada à família e passe mais tempo com

os familiares de maior idade. Faça uma alimentação

equilibrada.

eAquário – (21/1 – 19/2)

Junte-se com amigos, esteja com familiares ou esta-

beleça novas relações humanas, pois a vivência des-

tes simples prazeres em convívio vai fazer-lhe mui-

tíssimo bem. As suas capacidades de sensibilidade

e compaixão estarão muito desenvolvidas, portanto,

não hesite se se sentir pronto a ajudar os outros de for-

mas inovadoras, sentirá uma grande recompensa in-

terior. Deverá também cuidar de si estabelecendo

novos hábitos alimentares ou dedicando-se a uma ati-

vidade física.

fPeixes – (20/2 – 20/3)

Fase de instabilidade emocional. Com apelo à intuição,

conseguirá recuperar energia para reagir e defender

os seus interesses. Profissionalmente, este processo

será mais demorado, porque não terá de imediato a

ajuda de que necessita. Tome muita atenção à sua

volta, alguém mal intencionado procura uma quebra

ou fraqueza suas. Faça uma terapia de relaxamento e

adote uma postura de vida natural e sincera.

Previsões – Semana de 2 a 9 de fevereiro

Características dos nativos de Aquário (21 de janeiro a 19 de fevereiro)

Os aquarianos são originais, inteligentes e humanitários. Por isso, gostam de lutar por causas positivas e de

planear um futuro feliz. Têm, na generalidade, personalidade forte e tolerante, por outro lado, são imprevisíveis,

“do contra” e não compreendem a complexidade emocional. Detestam solidão, rotinas e imitações.

Ana Maria Batista – Beja

Taróloga – Método Maya

Gabinete aberto (Jardim do Bacalhau)Contacto para marcação de consultas: 968117086

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História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

A Zarcos, Associação de Músicos de Beja promove amanhã, sábado,

entra as 15 e as 18 horas, na Casa da Cultura, em Beja, um workshop de

didgeridoo, “instrumento indígena oriundo da região australiana”. O

workshop será ministrado pelo formador José João Cabrita Guerreiro,

membro da Associação Portuguesa de Didgeridoo e dinamizador do

instrumento em Portugal desde 2001. O workshop, que é dirigido a todas

as idades, compreenderá a construção de um didgeridoo e explicações

sobre o seu funcionamento. Serão depois introduzidas algumas técnicas

base para a sua execução, “sendo que as palavras-chave para encarar este

workshop são descontração e respiração”. Serão ainda abordadas “técnicas

de sons de animais como o dingo, cão da Austrália; o kookabura, pássaro

mítico; o cavalo, o canguru, o mocho e o pombo”, assim “como ritmos

contemporâneos e o canto difónico – Tuva Mongólia (técnica de base)”. Pelas

23 horas haverá uma jam session de didgeridoo e percussão nos Infantes.

Casada Cultura

recebe workshop de

didgeridoo

30

Fim de semana

A Biblioteca Municipal de Sines recebe até ao próximo dia 18 a exposição “Janusz Korczak: Reformador do Mundo”. Janusz

Korczak, nascido em 1878, ficou conhecido pelo “seu derradeiro ato heroico: prisioneiro no Gueto de Varsóvia, juntamente com as 200 crianças que habitavam a escola que dirigia, declinou as ofertas de amigos para se salvar, optando por acompanhar os seus alunos na viagem final para o campo de ex-termínio de Treblinka”.

A mostra, que é cedida pela Embaixada da Polónia em Lisboa, é uma das iniciativas levadas a cabo pela Biblioteca de Sines com o objetivo de assi-nalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto declarado pela ONU (dia 27 de ja-neiro). De acordo com os responsáveis, “o objetivo é educar para a tolerância e direitos humanos e com-plementar o ensino destas temáticas nas escolas de Sines”.

Janusz Korczak “formou-se em medicina e de-senvolveu uma promissora carreira literária. No entanto, ficaria conhecido pela sua dedicação ao ensino dos mais jovens e pelos seus inovadores mé-todos pedagógicos. Autor da célebre frase ‘Eu não posso criar outra alma, mas posso acordar a alma adormecida’, fundou um orfanato para crianças judias, entre os sete e os 14 anos, que dirigia como uma democracia: as crianças tinham o seu próprio parlamento, jornal e tribunal, meios à sua disposi-ção para debater eventuais transgressões e decidir quais as sanções a aplicar. Desenvolveu teorias edu-cativas inovadoras, que o tornaram um pedagogo de referência e autor de obras no campo da teoria e prática educacional. Das suas iniciativas destaca-se o pioneirismo em prol dos direitos da criança, pois acreditava na plena dignidade das mesmas e na sua necessidade de amor e respeito”, refere a biblioteca, em comunicado de imprensa.

Sines recorda pedagogo polaco Janusz Korczak

Em Memória das Vítimas do Holocausto

“Da pedra ao boneco de Estremoz” Inaugurada no início da semana, continua pa-tente ao público no Museu Municipal de Vidigueira a exposição “Da pedra ao boneco de Estremoz”, da autoria do Museu Municipal e Centro de Ciência Viva de Estremoz. A mostra traça “uma traje-tória da rocha ao figurado, cujas primeiras referências datam do início do séc. XVIII”. Associadas à mostra, terão lugar nos dias 19 e 26 duas ações, dinamizadas por técnicos do Centro de Ciência Viva de Estremoz, e através das quais será possível “desvendar e experienciar esta arte”.

DR

Teresa Tapadas atua em Odemira e OuriqueO Cineteatro Camacho Costa, em Odemira, recebe hoje, sexta-feira,

pelas 21 e 30 horas, a fadista Teresa Tapadas, considerada “um dos

grandes nomes do fado da atualidade”. A fadista conta com uma

carreira “ainda relativamente breve, mas com passos seguros”, salienta

a Câmara de Odemira, carreira essa “marcada por prémios como a

Voz Revelação do Fado (2001)

e por desafios ousados como

dividir o palco com a Orquestra da

Moldávia ou a Sinfónica Urdmuta,

da Rússia”. Teresa Tapadas tem

realizado inúmeros espetáculos

em Portugal e um pouco por toda

a Europa, Brasil, Cabo Verde,

Peru, Canadá ou Estados Unidos,

entre outros. Acompanhada

dos músicos Pedro Pinhal, Jorge

Barreiro, Guilherme Banza,

Eurico Machado e Bernardo

Couto, a fadista “garante um

espetáculo de qualidade, onde os

clássicos se combinam com novas

versões e inéditos”, conclui a autarquia. “Traços de Fado”, o CD lançado

em 2011, será a base do espetáculo a apresentar em Odemira. Amanhã,

sábado, será a vez do Cineteatro Sousa Telles, em Ourique, receber o

espetáculo da fadista, também pelas 21 e 30 horas.

“A Menina Inês Pereira” em ErvidelA Junta de Freguesia de Ervidel promove amanhã, sábado,

pelas 21 e 30 horas, na Adega do Moreira, mais uma noite

dedicada ao vinho e à cultura, no âmbito da iniciativa Noites

Decantadas. A companhia de

teatro Fatias de Cá apresentará

a peça “A Menina Inês Pereira”,

inspirada nas obras de Gil

Vicente e com encenação

de Carlos Carvalheiro. A

peça é “uma miscelânea da

Compilaçam de todalas obras de

Gil Vicente, centrada na farsa

de Inês Pereira, estreada pelo

autor em 1523 no Convento de

Cristo em Tomar, recriando

o mote ‘mais quero asno que

me leve, que cavalo que me

derrube’”, adianta a autarquia. A peça será seguida de uma

prova de vinhos.

Rui A.Pereira apresenta Tempos em Beja É apresentado amanhã, sábado, pelas 17 horas, na Biblioteca Municipal de Beja, o livro Tempos, da autoria do artista plástico Rui A. Pereira e editado pela Campo da Comunicação. A sessão deverá contar com as participações de António Delgado, escultor e professor coordenador da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha; António Paisana, artista plástico; Fernando Rosa Dias, professor e investigador da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa; Fernando Vicente, diretor da livraria Círculo das Letras/Espaço de Arte Rogério Ribeiro, em Lisboa; Henrique de Melo, editor da Campo da Comunicação; e Paula Santos, diretora da Biblioteca de Beja. Durante o evento será ainda apresentado “Quebrar”, um pequeno filme de José Costa Barbosa sobre a obra de Rui A. Pereira, com música ao vivo de Blaze & Stars, e inaugurada a exposição de desenho “O tempo”, da autoria dos alunos do 8.º B da Escola Básica Integrada de Santa Maria e que apresenta trabalhos que tiveram como referência a obra Tempos. A apresentação terminará com um momento musical a cargo de Cool

Jazz Duo e com uma degustação de vinhos.

DR

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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“Diário do Alentejo” interrompe edição impressaque mostrava foto de cadáver político de António Saleiro

Ao que parece, a história repete-se. Depois da interrupção na gráfica e retirada das bancas da edição polémica do jornal “El País” com uma alegada imagem de Hugo Chávez entubado, foi agora a vez de o suplemento Não confirmo, nem des-minto do “Diário do Alentejo” ver a sua edição impressa desta semana a ser inter-rompida na gráfica porque mostrava uma imagem do cadáver político de Antó-nio Saleiro que afinal era falsa, e pela qual já pedimos desculpa. Foi o próprio ex-deputado que chamou a atenção para o facto: “As notícias da minha morte polí-tica foram manifestamente exageradas! Além disso, a imagem não era minha… Ao que parece, era de um senhor que tinha abusado da comida na ceia de Natal e que encontraram a dormir na escadaria da igreja Matriz em Almodôvar. Como o macaco tinha bigode, assumiram que era eu, os maganos! Eu ando aqui para as curvas! Veja lá que os próprios governos civis morreram antes de mim! Ando para aqui mais rijo que o Mário Soares ou o Almeida Santos!”.

Última Hora: Há mais de 45 minutos que não é criadoum movimento de cidadãos independentes em Beja

É uma notícia que acaba de chegar da nossa redação na Salvada e que nos obrigou a parar as rotativas: há mais de 45 minutos que não é criado um movimento de cidadãos independentes em Beja. Depois dos movimentos Beja Merece e Por Beja com Todos, registou-se um surpreendente descréscimo na criação deste tipo de iniciativas cívi-cas que se reproduzem à velocidade de coelhos com anfetaminas. Ao que apurámos, os últimos movimentos a serem criados foram o Beja Albina – movimento dos defensores dos direitos dos albinos bejenses –, Beja a Cavalo – movimento dos defensores dos direitos das pessoas que apreciam um bom bife com ovo a cavalo –, e Beja sem Sentido de Orientação – movimento dos defensores dos direitos das pessoas que têm relutância em utilizar os piscas dos seus automóveis para sinali-zar qualquer manobra.

Inquérito Como vê o papel do Baixo Alentejo no Portugal do novo milénio?

CASTRO E BRITO

Presidente da ACOS

Infelizmente, vejo muito mal, sabe. Repare no

exemplo da barragem de Alqueva, que não ata nem

desata… Foi uma pena só termos tido ministros da

Agricultura que não sabem distinguir uma alface de

uma betoneira e cuja única função tenha sido fa-

zer com me aparecessem mais cabelos brancos. Se a

EDIA quiser, podem deixar a chave da barragem de-

baixo do tapete à entrada do empreendimento que

a ACOS não se importa de gerir aquilo, e de certeza

que fará um bom trabalho.

CASTRO E BRITO

Mentor da Ovibeja

Para grande pena minha, isto vai de mal a pior.

Repare que o aeroporto de Beja nunca mais des-

cola. Não é fazendo voos para Cabo Verde que as

coisas se resolvem – o que é que vamos importar de

lá? Cachupa? Jogadores para o Amarelejense? Se a

ANA quiser podem deixar a chave do aeroporto de-

baixo do tapete junto à porta de embarque n.º 254.

Acredito que a ACOS poderá fazer melhor trabalho a

dirigir o aeroporto.

CASTRO E BRITO

Sócio do Clube do Bigode

Antes de mais, permita que lhe diga que as pes-

soas que aparecem neste inquérito estão cada vez

mais bonitas! Veria as coisas melhor se Beja não

fosse uma cidade morta… Só teríamos a ganhar

se os atores políticos despissem a camisola dos

partidos e vestissem uma camisola de gola alta,

porque com as correntes de ar não se brinca! Se o

senhor Pulido Valente quiser deixe as chaves da ci-

dade debaixo do tapete à entrada do Castelo que

a ACOS fica a tomar conta disto. É garantido que

pior não fazemos…

As três vítimas das substâncias adquiridas na smar tshop em Beja já tiveram alta. As raparigas, que felizmente

se encontram bem, agradeceram ao dr. Unicórnio Lilás e à enfermeira Gafanhoto Magenta pelos cuidados prestados.

Segundo o Ministério da Agricultura, a barragem de Alqueva ficará concluída até 2085 em duodécimos.

Pista do aeroporto de Bejarecebeu certificaçãoda universidade Lusófona Depois de avanços e recuos, a pista do aeroporto de Beja recebeu, finalmente, a certificação que lhe permite re-ceber voos civis de passageiros. Todavia, podemos adiantar que a certificação não foi dada pelo INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil), como foi tornado público, mas sim pela universidade Lusófona. A Não confirmo, nem desminto teve acesso ao documento, e deixa-o aqui na íntegra.

Page 32: Ediçao N.º 1606

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail [email protected]

Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla

Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores da Redacção Aníbal

Fernandes, Firmino Paixão | Colunistas António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Domitília Soares, Filipe Pombeiro, Filipe Nunes, Francisco Marques, João

Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho

Marques, Nuno Figueiredo, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@

sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje o céu apresentará algumas nuvens mas não se prevê chuva. As temperaturas andarão entre os seis e os 15 graus, prevendo-se, para amanhã, uma diminuição dos valores máximos. No domingo, o dia estará soalheiro, apesar de mais frio, com mínimas de três graus.

Moura comemora 25 anos de elevação a cidadeHoje, sexta-feira, 1, Moura celebra os 25 anos de

elevação a cidade e a câmara municipal preparou

várias iniciativas para assinalar a efeméride. O

programa inclui, assim, o ato de inauguração

oficial do edifício da Lógica – Sociedade Gestora do

Parque Tecnológico de Moura, que acontece pelas

9 e 30 horas. Pelas 17 horas, decorre a inauguração

da área envolvente do edifício dos Quartéis, após

obras de requalificação. Esta intervenção, segundo

a autarquia, consistiu “no arranjo paisagístico do

espaço, com pavimentação, plantação de árvores,

colocação de mobiliário urbano e iluminação”.

Uma parte das traseiras do edifício dos Quartéis

foi transformada em parque de estacionamento.

A população de Moura, de acordo com a câmara

municipal, terá ainda à sua disposição mais um

serviço gratuito, que deverá ficar disponível

a partir das 9 horas. Trata-se da instalação de

rede wireless em diversos locais da cidade.

Cante ao baldão, despique e viola campaniça em congressoAcontece em Amoreiras-Gare, concelho de Odemira,

no dia 23, o congresso de “Cante ao Baldão, Despique

e Viola Campaniça”. A iniciativa, promovida pela

Câmara Municipal de Odemira e pela Associação

para o Desenvolvimento de Amoreiras-Gare, deverá

começar pelas 10 horas, no centro social da aldeia.

ADPM mostra tradições do mundo rural a alunosA Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), desde o início do ano letivo, está a realizar uma campanha de educação ambiental junto das escolas dos concelhos de Mértola e Almodôvar. Este ano os temas, segundo a associação, “estão relacionados com os ofícios tradicionais associados ao mundo rural, em que, através da realização de atividades práticas de demonstração e experimentação, sempre de uma forma lúdica e educativa, os mais novos têm a oportunidade de conhecer o dia-a-dia de pastores, moleiros, tecedeiras, agricultores e pescadores”. A campanha abrange 15 escolas dos dois concelhos.

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Recebeu recentemente a medalha de

mérito municipal de Sintra, grau ouro.

Como reage a este galardão?

Não é difícil de imaginar. Tem sido uma satisfação, nem todos a têm, mas também não são raros os que a têm. A Câmara de Sintra galardoa muitas individualidades da terra, em qualquer campo. Desta vez, tocou-me a mim e eu fiquei satisfeito por isso, embora não estivesse à espera. E fi-quei até nervoso, por saber que depois te-ria que ir ao palanque, agradecer. Mas foi um dia bom, um dia feliz. A medalha está cá e ainda bem. Sente-se uma pessoa querida neste

concelho?

Felizmente, sou. Mas isso tem que ver com o ser jornalista, porque é através dessa missão que eu me relaciono com a população e as coletividades. No meu caso, gerei amizades, e sou muito esti-mado, felizmente. Tenho essa sorte.

Reside em Sintra desde os anos 50. A esta

distância, como vê a evolução de Beja e

da sua região?

A nossa cidade esteve sempre bonita. Evoluiu, engrandeceu-se, criou bair-ros. Eu gosto muito de levar lá pessoas e toda a gente fica maravilhada. Ficam en-cantados com a limpeza das ruas, o trato das pessoas… Os edifícios principais es-tão iguais, mas o jardim do Bacalhau, quanto a mim, mudou para pior. O antigo era muito mais bonito e era para conser-var, da mesma forma que se conservam os monumentos antigos. Não se devem fazer modernices para pior. O meu cora-ção está em Beja, embora já não tenha lá família. A minha família, infelizmente, já mora toda no cemitério. Mas a minha cidade é Beja, tenho muitos amigos em Beja, de infância e outros que fui criando com o tempo. E todos os anos, em agosto,

passo lá uns oito ou 10 dias. Não dispenso o meu jardim, a praça da República, onde fui criado, porque nasci na rua dos Escudeiros. Enfim, mas a mudança na praça da República, para mim, também foi para pior. E, como eu, há muita gente que discorda daquela modificação.

Qual a sua perceção sobre a forma como

se faz jornalismo atualmente?

É mais moderna, mas as pessoas escre-vem como escreviam, com a diferença de que dantes escreviam à máquina ou à mão e agora escrevem nos computado-res. Aliás, agora escreve-se é com liber-dade, porque dantes a Censura não dei-xava. Hoje temos essa possibilidade, essa liberdade, o que é muito importante. Mas estas novas tecnologias, se por um lado vieram facilitar o trabalho, também vie-ram roubar postos de trabalho. Cada vez mais, os jornalistas vão sendo dis-pensados. Dantes precisava-se de muita gente para fazer um jornal, diário ou não. Acabaram-se, por exemplo, com postos de trabalho ao nível dos revisores de im-prensa. Hoje, o próprio jornalista escreve, lê e o computador até corrige.

O que se ganhou e perdeu com as novas

tecnologias?

O que se perdeu foi o desaparecimento de postos de trabalho, o que cada vez se agrava mais. Mas ganhou-se qualidade. Os jornais têm mais qualidade do que tinham antigamente. Qualidade, mui-tas vezes, gráfica. Não quer dizer que te-nhamos melhores escritores, jornalistas. Porque, esses, houve-os sempre. Houve sempre grandes escritores. Beja teve um escritor grande no “Diário do Alentejo”, que foi o Manuel Garrido, depois o Moedas… Beja teve escritores de nome também, o que não foi o meu caso, eu aí era tipógrafo só. Carla Ferreira

António Faias82 anos, natural de Beja Filho de um sapateiro e de uma costureira, interrompeu os estudos para aprender o ofício de tipógrafo no jornal “Notícias de Beja”. Consegue, em horário noturno, terminar o curso comercial, e, com 25 anos, ruma até Lisboa para um lugar de linotipista no então recém-fundado “Diário Ilustrado”. Segue para o diário “A Capital”, onde trabalhou também como revisor, e aí permanece até à reforma. Com mais tempo livre, começa a colaborar informalmente no “Jornal de Sintra” e, no início dos anos 90, a direção convida-o para integrar o seu quadro redatorial, onde chegou a desempenhar o cargo de editor.

De aprendiz de tipógrafo a redator respeitado

Jornalista de Sintra com o “coração em Beja”

Em Sintra chamam-lhe o “jornalista caminheiro” e a câmara local já lhe atribuiu, inclusivamente, o seu mais alto reconhecimento. No último dia 14 de janeiro, António Faias, que entrou no mundo dos jornais como aprendiz na tipografia do “Notícias de Beja”, recebeu das

mãos de Fernando Seara a medalha de mérito municipal de grau ouro, premiando a sua “distinta carreira como jornalista” ao serviço do “Jornal de Sintra”. Uma vida dedicada ao

concelho adotivo, mas sem nunca cortar o cordão umbilical que o liga à cidade mãe.

quadro de honra

O “DA” está no canal 475533 doNº 1606 (II Série) | 1 fevereiro 2013

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