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UNESP
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
Engenhocas: Catapulta
Docente: Prof. Dr. Maria Lcia Pereira Antunes
Angela Yuri Saito
Angelita de Cssia Roquetto
Beatriz Capelo Olimpio
Camila Cardoso Leite da Silva
Junho de 2016
Sorocaba
Objetivo
Por meio de uma catapulta, determinar a velocidade inicial de
lanamento de um corpo realizando movimento oblquo, lanamento esse
realizado com diferentes angulaes.
Introduo
H duas formas de se pensar em composio de movimento. Na
primeira, o movimento do objeto pensado como resultante de dois
movimentos, como quando dois sistemas de coordenadas esto em movimento
relativo (o primeiro movimento seria o deslocamento de um objeto observado
num determinado sistema de referncia, j o segundo movimento associado
ao deslocamento desse sistema de coordenadas. Um exemplo disso so
carrossis, os cavalos sobem e descem num eixo vertical, por outro lado o
carrossel gira em relao ao parque). J na segunda forma, o movimento do
objeto pensado como resultante de dois ou trs outros movimentos retilneos
ao longo de eixos ortogonais. Por exemplo, no estudo do lanamento de
projteis, Galileu introduziu a decomposio do movimento em duas
componentes, uma horizontal e outra vertical. O movimento de duas
componentes em eixos ortogonais complexo, assim sendo, a decomposio
de movimentos um artifcio para equacionar alguns problemas em duas (no
plano) ou trs (no espao) dimenses em termos de equaes de uma
dimenso em funo do tempo.
H muitos movimentos que ocorrem em duas dimenses, ou seja, em
um plano. Quando tratado o movimento dos projteis, considera-se a
superfcie da Terra como sendo plana.
Estudando o lanamento de um projtil de um ponto em um certo
instante (tempo t=0), este pode ser uma bala de canho por exemplo, dados
pelas coordenadas (x0, y0). Esse projtil ser lanado no espao com uma
velocidade inicial v0. O vetor velocidade formar um ngulo com a horizontal
(eixo x), sendo este conhecido como ngulo de tiro. Sendo as componentes do
vetor velocidade as seguintes:
possvel a partir destes dados, prever a posio da partcula, bem
como prever sua velocidade para qualquer instante de tempo. O maior
interesse ser em calcular a altura mxima atingida; o tempo de queda (o
tempo de durao do voo livre) e; o alcance do projtil na posio horizontal.
Para conseguir calcular tais objetivos, preciso determinar as equaes
bsicas do movimento.
Assim sendo, temos que como a acelerao da gravidade aponta na
direo perpendicular superfcie terrestre, o sistema de coordenadas
cartesianas mais indicado aquele no qual um dos eixos paralelo ao cho
(eixo x) e o outro eixo paralelo acelerao da gravidade.
Pode-se estudar o movimento do projtil com a composio de dois
movimentos: um na direo vertical (eixo y) e outro na direo horizontal (eixo
x).
Como no existe acelerao ao longo do eixo x, o movimento nessa
direo uniforme e escreve-se:
Sendo X0 a coordenada inicial (no tempo t=0) e V0x a componente da
velocidade inicial no eixo x.
A componente da velocidade no eixo x constante e dada por:
J ao longo do eixo y a acelerao constante e dada pela acelerao
da gravidade g. O movimento no eixo y , portanto, uniformemente variado e,
para a orientao de eixos consideradas, escreve-se:
Sendo y0 a coordenada inicial (eixo y) e V0y a componente da velocidade
inicial.
A componente da velocidade escreve-se:
Chega-se assim a concluso de que, dadas a posio inicial (x0, y0) e a
velocidade inicial (v0x, v0y) do projtil, pode-se determinar a sua posio e
velocidade em qualquer instante (t) depois do lanamento.
Para a posio, basta determinar x e y. Sendo essas coordenadas, para
um tempo qualquer, dadas pelas seguintes expresses:
J para a velocidade, a qualquer tempo, tem-se a seguinte expresso
para suas componentes:
Sendo, portanto, estas as equaes bsicas do movimento. A partir
delas pode-se obter informaes sobre esse movimento.
No entanto a partir da equao:
Tem-se:
Substituindo t pela expresso acima obtida na equao encontra-se:
Desta forma obtm-se para a trajetria a expresso:
Sendo, portanto, a equao da trajetria a equao de uma parbola.
A altura mxima do projtil ser atingida quando sua velocidade se
igualar a zero no eixo y, pois nesse momento ele deixar de subir. Isto ocorre
no tempo (tm) dado por:
Onde
Isto ,
A altura mxima (Ym) ser dada pela substituio de t por tm na
expresso:
Assim sendo,
Quando o projtil y=0, quer dizer que ele atingiu o cho no instante tq,
assim:
A soluo dessa equao dar:
Quando o projtil atinge o cho ele tambm atingi uma posio no eixo
x, a qual chamada de alcance. Para determina-lo basta substituir o tempo t,
pelo tempo de queda tq na equao x = x0 + v0xt, obtendo-se assim:
Especificamente, nesse experimento, o tema explorado ser a frmula
do Alcance (R), sendo esse a distncia mxima entre o ponto de lanamento e
o ponto de queda, ou seja, quando y=0, o que leva a relao ilustrada pela
Figura 1:
R = x(t) - x0
Figura 1: Esquema relativo ao plano de lanamento oblquo de um corpo qualquer.
Pode-se considerar x0 como origem do eixo x, ou seja, x0=0. Como x(t)
definido como produto da velocidade inicial pelo cosseno do ngulo de
lanamento em relao ao tempo, tem-se assim:
t = R/v0.cos0
Paralelamente a isso, tem-se tambm que y(t) y0 = 0 implicando na
relao:
v0.sen0.t gt2/2 = 0
Substituindo t se obtm:
v0.sen0.[R/v0.cos0] [R/v0.cos0]2.g/2 = 0
Aps algumas manipulaes,
v0.sen0.[R/v0.cos0] = [R/v0.cos0]2.g/2
v0.sen0 = ([R/v0.cos0]2.g/2)/ [R/v0.cos0]
v0.sen0 = [R/v0.cos0].g/2
2 v0.sen0/g = R/v0.cos0
R = 2 v0.sen0. v0.cos0/g
R = 2 v02 sen0.cos0/g
Chega-se formula final do alcance:
R = sen(2).v02/g
Que ser utilizada nesse experimento para determinar-se a velocidade
inicial na qual o corpo lanado da catapulta, ou seja:
[R.g/sen(2)]1/2
= v0
Nota-se que o alcance (R) no depende da massa do corpo, assim
sendo, utilizaremos corpos com massas diferentes, mas que possuem mesmo
padro de forma, para que a variao da resistncia do ar seja desprezvel.
Materiais e Mtodos
Materiais:
Cabo de vassoura
Pregos
Parafusos
Furadeira
2 ganchos de metal
4 discos de madeira
Vigas de madeira
Chave de fenda
Martelo
Alicate
Elsticos de dinheiro
Fita mtrica (0,1) cm
Lixa
Serrote
Lpis
Transferidor
Cilindro de madeira
Papel carto
Cmera
Fita adesiva
Pedras
Mtodos:
Primeiramente cortaram-se dois pedaos de viga com 24x4 cm (Corpo
1), outros dois pedaos com 4x7 cm (Corpo 2) e um de 10x4 cm (Corpo 3),
como podemos ver nas Figuras 2 e 3.
Figura 2: dimenses das peas esquematizadas apresentando cota em cm.
Figura 3: Apresentao das peas de madeira cortadas para a preparao da base da
catapulta, sendo elas da esquerda para a direita o Corpo 3, o Corpo 1 e j acoplado a
ele o Corpo 2.
Em seguida, serrou-se o cabo de uma vassoura em 4 pedaos com 10
cm cada (Corpo 4) e em um deles talhou-se uma concavidade com centro na
metade e profundidade de 1 cm. Com isso, adquiriu-se um pequeno cilindro de
madeira proveniente de mveis planejados, com aproximadamente 15 cm
(Corpo 5). Tambm foi serrado um pedao de vassoura com 20 cm (Corpo 6),
de acordo com a Figura 4.
Figura 4: Cabo de vassoura previamente cortado seguindo as medidas j
mencionadas, sendo apresentado da direita para a esquerda o Corpo 4 (quatro
primeiros cilindros proveniente de um mesmo cabo de vassoura possuindo a mesma
dimenso entre si), o Corpo 5 e o Corpo 6.
Em uma marcenaria encomendaram-se 4 moedas de madeira com 5 cm
de dimetro possuindo um furo central com o dimetro mdio de um parafuso
(Corpo 7), de acordo com a Figura 5.
Figura 5: Moedas de madeira apresentando 5 cm de dimetro (corpo 7).
Foram feitos furos na viga de 24x4 cm (Corpo 1) com uma furadeira
(sendo os furos feitos da seguinte forma, a partir da extremidade mais afastada
da alavanca: 2cm da ponta at o primeiro furo, do primeiro furo para o segundo
3cm, do segundo para o terceiro furo 4cm e do terceiro para o quarto furo
11cm) como apresentado pela Figuras 6.
Figura 6: Esquema da marcao dos furos na base da catapulta.
O esquema de montagem da catapulta seguir de acordo com a Figura
7, sendo j fixados ganchos na parte superior da catapulta.
Figura 7: Esquema de como a catapulta ser montada.
Com pregos, fixou-se a base da catapulta, ligando o Corpo 1 ao Corpo 2
a 7 centmetros da extremidade, como descrito pela Figura 6. O processo foi
realizado para os dois Corpos 1, de acordo com a Figura 8.
Figura 8: Base da catapulta j furada apresentando estrutura final seguindo a Figura 6.
Tambm, com a furadeira foram feitos furos no pedao de vassoura com
20 cm, no entanto neste foi feito apenas um furo. Com as laterais prontas,
encaixou-se o Corpo 5 em ambos os lados, e ele foi transpassado no furo do
Corpo 6 (pedao de vassoura com 20 cm), depois de fixar nele um gancho de
varal. Na prxima etapa, encaixou-se a viga com cncavo (Figura 9) ligando as
duas laterais e para liga-la na parte de cima, fixou-se a estaca de madeira nos
parafusos previamente colocados na viga com 4x7, terminando assim a
estrutura base da catapulta, como apresentado pelas Figuras 10, 11, 12 e 13.
Figura 9: Corpo 3 com cncavo em sua metade.
Figura 10: Incio da montagem da base da
catapulta, com um dos lados j fixados,
onde foi pregado o Corpo 3.
Figura 11: Preparao para parafusar os
dois ps da catapulta demonstrando
tambm seu brao ainda no fixado.
Figura 12: Fixando a base da catapulta
utilizando para isso um martelo e pregos j
fixados.
Figura 13: Base da catapulta totalmente
acoplada.
Sequencialmente, parafusaram-se os cilindros de vassoura nos furos
das extremidades com as moedas de madeira, de acordo com as Figuras 14,
15, 16, 17 18 e 19.
Figura 14: Incio da colocao das rodas
da catapulta.
Figura 15: Colocao das rodas da
catapulta, fixando tambm os cilindros
(Corpo 4) de sustentao.
Figura 16: Finalizao da colocao das
rodas de um lado da catapulta.
Figura 17: Mesmo procedimento de
colocao das rodas, agora com um par j
fixado.
Figura 18: Finalizando a colocao das
rodas.
Figura 19: Catapulta com as quatro rodas
j fixadas.
O mesmo foi feito para os outros dois cilindros, porm sem a moeda, de
acordo com as Figuras 20, 21, 22, 23, 24 e 25.
Figura 20: Incio da fixao dos Corpos 4
que possuem papel na sustentao da
estrutura da catapulta.
Figura 21: Representao da fixao dos
pedaos de cabo de vassoura sendo
acoplados catapulta.
Figura 22: Catapulta com todos os
Corpos 4 fixados, ainda sem os elsticos
enganchados vista de cima.
Figura 23: Catapulta pronta ainda sem os
elsticos enganchados vista lateral.
Figura 24: Catapulta pronta ainda sem os
elsticos enganchados vista de frente.
Figura 25: Catapulta pronta ainda sem os
elsticos enganchados vista de trs.
Passaram-se elsticos nos dois ganchos laterais, e sendo ele passado
tambm no gancho do brao da catapulta, finalizando assim a montagem do
prottipo, de acordo com as Figuras 26 e 27.
Figura 26: Catapulta finalizada com os
elsticos enganchados.
Figura 27: Catapulta finalizada com os
elsticos enganchados.
Com uma fita adesiva acoplou-se lateral da catapulta, de acordo com a
Figura 28, um transferidor de papel, para que fosse possvel medir o ngulo de
lanamento.
Figura 28: Transferidor de papel acoplado a catapulta.
/
Para realizar as medidas, primeiramente realizaram-se 5 lanamentos
de corpos com dimenses parecidas (Figura 29) submetidos angulao de
30 em uma superfcie plana, anotando a distncia percorrida por esses com
uma trena, e depois repetiu-se este procedimento para as angulaes de 45 e
60, anotando os valores obtidos, como representado genericamente pelas
Figuras 30, 31, 32 e 33.
Figura 29: Corpos que foram
arremessados pela catapulta durante o
experimento.
Figura 30: Incio do trajeto de um corpo
qualquer arremessado pela catapulta.
Figura 31: Incio do trajeto de um corpo
qualquer sendo lanado pela catapulta
construda visto de trs.
Figura 32: Objeto quase no fim de seu
trajeto.
Figura 33: Objeto ao fim da trajetria em duas dimenses, em contato com o cho.
Resultados
Ao realizarem-se as medies com os ngulos de 30, 45 e 60 em uma
superfcie plana obtiveram-se as 5 distncias que seguem nas Tabelas 1, 2 e 3.
Tabela 1: Distncias alcanada pelo corpo lanado quando submetido angulao de
30.
ngulo de 30
Distncia Alcanada (cm)
470
520
530
560
730
562100
Tabela 2: Distncias alcanada pelo corpo lanado quando submetido angulao de
45.
ngulo de 45
Distncia alcanada (cm)
340
370
360
360
410
36026
Tabela 3: Distncia alcanada pelo corpo lanado quando submetido angulao de
60 em lanamentos.
ngulo de 60
Distncia Alcanada (cm)
100
100
130
130
130
11816.4
Com as distncias mdias foi possvel calcular a velocidade inicial de
lanamento e seu erro, dados apresentados na Tabela 4.
Tabela 4: Velocidade inicial mdia de cada corpo de acordo com o ngulo de
lanamento.
ngulo () Velocidade (cm/s)
30 700100
45 60010
60 37030
Discusso
Embora se tenha chegado em um valor experimental da velocidade
inicial do corpo, esse contm erros que no puderam ser mensurados, tais
como a preciso do ngulo, a resistncia do ar, a inclinao da superfcie e o
fato de se ter desconsiderado a altura inicial de lanamento, pois as medidas
obtidas foram os valores horizontais percorridos pelos corpos quando tocam o
cho, sendo que esse no seria verdadeiramente o valor inicial na vertical (eixo
Y) de lanamento. Porm, utiliza-se o dado obtido para apenas se ter ideia da
velocidade que se pode lanar pequenos corpos com a catapulta construda.
Outro fato notrio se deu nesse experimento foi a comprovao de que a
massa do corpo no influencia em sua velocidade, pois mesmo alterando os
corpos o alcance obtidos por eles num dado ngulo condiz com a mdia.
Concluso
Pode-se concluir ao final do experimento e montagem, que
independente dos erros de medida, principalmente quanto se tange ao
referencial adotado, quanto maior for o ngulo de lanamento do objeto pela
catapulta, menor ser a distncia alcanada pelo corpo e consequentemente
menor ser a sua velocidade mdia, sendo este resultado independente da
massa e tamanho do objeto.
Referncias
E-FSICA. Mecnica: Composio do Movimento, Movimento em duas
direes. Disponvel em
. Acesso em 24
de abril de 2016.
S Fsica. Movimento Oblquo. Disponvel em
.
Acesso em 23 de abril de 2016.