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Entendendo o BATISMO Rvmo. Charles Edward Cheney, D.D.

Entendendo o BATISMO - igrejaanglicana.com.brigrejaanglicana.com.br/.../uploads/2016/07/Entendendo_o_Batismo.pdf · Entendendo o Batismo A importância do rito não é baseada meramente

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  • Entendendo o BATISMO

    Rvmo. Charles Edward Cheney, D.D.

  • Entendendo o BATISMOA Posio dos Anglicanos Reformados

    Rvmo. Charles Edward Cheney, D.D.Bispo da Igreja Episcopal Reformada

  • ORE PARA QUE O ESPRITO SANTO USE ESSE T E X T O P A R A T R A Z E R G R A A E CONHECIMENTO DAS VERDADES ETERNAS E PARA EDIFICAO DA IGREJA.

    Traduzido do livro, What do Reformed Episcopalians Believe | https://archive.org/stream/whatdoreformedep00chen

    Todo direito de traduo protegido por lei internacional de domnio pblico.

    Autor: Rvmo. Charles E. Cheney, D.D. Traduo e Reviso: Renan Wilkerson Capa: Revmo. Josep M. Rossello Ferrer

    Acesse em: http://igrejaanglicana.com.br

    http://igrejaanglicana.com.br

  • Portanto, ide, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em

    nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo...

    Mateus 28:19.

    As divises da igreja visvel tm sido habitualmente representadas pelos pedaos rasgados da tnica sem

    costuras de Cristo, tnica esta que foi reduzida pelos rudes soldados na crucificao.

    Essa noo pessimista e triste da condio da Cristandade tem suas origens na falsa ideia acerca da real

    unidade do povo de Deus.

    Nessa noite no Getsemni, quando nosso Senhor iniciou

    Sua importante obra sacerdotal de intercesso por aqueles que Ele redimiu por seu sangue, disse: Para que

    sejam um assim como ns (Joo 17:22 ***). Ele se referia a uma unidade que deve ser sempre demonstrada

    de forma externa e em um organismo visvel? A resposta encontra-se na linguagem da prpria orao. Jesus

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  • Entendendo o Batismo

    buscou que seus discpulos fossem um, tal como Ele e o

    Pai eram um, no entanto, o Pai entronizado em glria, invisvel ao olho humano, revestido de toda as foras

    inerentes a Sua Onipotncia no era um, de qualquer forma visvel ou externa, com aquele Homem de dores,

    despojado de glria, humilhado, que sentia fome e sede, que dormia, que foi tentado pelo diabo, perseguido

    pelos homens, trado e ridicularizado. A perfeita unio entre o Pai e o Filho a unidade da natureza e da

    vontade espiritual e invisvel. A orao de Cristo aponta para o fato de que seus discpulos, ainda que possuam

    diferenas visveis e orgnicas, devero agir em um esprito e um s propsito.

    O cristianismo tem lidado com os maiores problemas que o pensamento humano j enfrentou ao longo da histria.

    Pensar que todos os discpulos devem seguir o mesmo raciocnio ou que consigam chegar sempre as mesmas

    concluses pensar em algo que nunca foi prometido pelo Mestre. As tentativas de obrigar os seguidores de

    Cristo a ter uma mesma percepo intelectual acerca da verdade doutrinria tem causado sempre uma espcie de

    fatal superstio ou, por outro, uma reao de descrena.

    Nas ruas das grandes cidades, um enorme rolo

    compressor usado para esmagar diversos materiais at formar um pavimento uniforme. Em suas faixas h

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  • Entendendo o Batismo

    materiais dos mais distintos. Terra, pedra, granito e argila

    que so perfeitamente compactados para formar o pavimento das ruas. A unidade neste caso no de

    natureza, mas sim uma unidade da fora artificial empregada.

    A histria do Cristianismo Europeu, por muitos sculos, foi o registro de uma unidade externa e orgnica, fruto

    de fora e opresso. Poucos so os cristos hoje que encontram nessa idade de escurido o melhor exemplo

    ou o formato mais elevado do que a Igreja de Cristo deveria ser. H grandes fatos e princpios inseridos nos

    grandes credos e confisses evanglicas que pertencem a todo o Corpo de Cristo. Tudo isto constitui o Templo

    da Verdade Divina. Trata-se da herana comum da igreja verdadeira, herana esta que nosso culto de Santa

    Comunho chama de companhia bendita de todos os fiis. Contudo, enquanto a mente humana for tal como

    no atual estado, os homens seguiro divididos, buscando as melhores e mais eficazes formas pelas quais

    a verdade comum possa ser defendida e preservada.

    Observe a seguinte ilustrao baseada no sistema

    educacional e que mostra de forma cristalina o ponto em comento. O jovem que sai de uma de nossas faculdades

    ou escolas pblicas, com uma mente bem desenvolvida, forte, simtrica, sob intensa influncia de seus

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  • Entendendo o Batismo

    professores, cada um dos quais que eram verdadeiros

    entusiastas em suas respectivas reas de estudo. Um desses professores considerou ser possvel melhorar o

    desenvolvimento intelectual de seu aluno por meio da cincia matemtica. Outro dedicou suas foras para que

    seu pupilo se tornasse um conhecedor de lnguas modernas e antigas. Um terceiro mestre ensinou um

    profundo amor cincia da fsica. Cada um destes professores eram leais ao propsito de moldar o carter

    daquele aluno. Se tivessem sido menos entusiasmados em suas reas de atuao, teriam causado efeitos

    negativos naquele aluno, pois este no teria tido uma esmerada educao.

    De igual modo ocorre na Igreja de Cristo. Para cada uma das comunhes evanglicas, uma rea essencial da

    verdade parece ser o mais importante pilar no templo do Evangelho. Manter essa coluna firme, zelar pela sua

    segurana e defend-la quando atacada verdadeira lealdade para com o prprio evangelho.

    Os Anglicanos Reformados no pretendem ter o monoplio da verdade de Deus. No entanto,

    reconhecemos nossa responsab i l idade como representantes de certos princpios, os quais se

    negligenciados poro em perigo os fundamentos de todo o edifcio. Em profunda lealdade ao Evangelho e ao

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  • Entendendo o Batismo

    Rei, reivindicamos o direito de fazer conhecido aos

    outros os mtodos pelos quais ajudaremos na sustentao da imponente estrutura da igreja universal.

    Por onde comearemos? A Biografia de algum comea no bero. Um gegrafo buscando descrever o curso do

    rio, buscar o seu incio. A histria, inclusive, nos mostra onde tudo comeou.

    Deste modo, ser membro da igreja visvel tem seu marco inicial no rito solene ordenado pelo Cristo. Trata-se de

    razo suficiente para iniciar esta srie de sermes com o tpico Os Anglicanos Reformados e o Batismo.

    I. O LUGAR DO BATISMO NA PALAVRA DE DEUS

    Os Anglicanos Reformados so cautelosos com qualquer

    doutrina que no tenha sua base e autoridade nas Escrituras. A esse respeito, eles tratam os princpios

    religiosos com a mesma preciso com a qual o patriotismo norte-americano trata os princpios polticos.

    No que concerne aos meus direitos e deveres como cidado da Repblica, tenho profunda considerao

    pelas opinies e interpretaes da Constituio que aparecem nas declaraes de Washington, Jefferson e

    Adams. As palavras de tais homens devem ser respeitadas, mas nunca devem tomar o lugar da

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  • Entendendo o Batismo

    Constituio que se mantm acima de qualquer

    controvrsia. O apelo final deve ser a prpria Constituio. De igual modo, cada clrigo Anglicano

    Reformado, seja ele um dicono, presbtero ou bispo, requerido em sua ordenao no ensinar como essencial

    para a salvao aquilo que as Escrituras Sagradas no ensinam ou que no possa ser claramente provada por

    meio delas.

    Causa alguma admirao que alguns se detenham tanto

    sobre aquilo que no essencial para a salvao em detrimento das promessas ou ordenaes solenes que

    deveriam afetar o ensino. Sem bice, mesmo nas questes que aparentemente so de somenos, os

    Anglicanos Reformados desejam dar a conhecer o testemunho de Deus escrito em Sua Palavra.

    Contudo, nenhum estudante conhecedor das Escrituras pode chegar concluso de que o Batismo um tema

    secundrio ou de pouca importncia.

    H nada menos que setenta e seis passagens no novo

    testamento que tratam da questo do Batismo. Deus no colocou esta questo para o escanteio. impossvel ler

    as Escrituras e ignorar as aluses ao Batismo. Fazer isso seria o mesmo que olhar para os cus no meio da noite e

    ignorar a existncia das estrelas.

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  • Entendendo o Batismo

    A importncia do rito no baseada meramente na

    frequncia com o qual o mesmo mencionado. H uma evidncia de peso bem maior. O prprio Senhor Jesus

    Cristo insistiu para ser batizado. Ele no tendo pecados, foi lavado. Obviamente ele no tinha nenhuma

    necessidade que a gua fosse utilizada sobre sua Santa Pessoa como smbolo de limpeza espiritual, no entanto

    considerou ele o uso smblico da gua de extrema importncia - Como professor de homens pecadores a

    fim de ensin-los a necessidade de purificao interior compelindo Joo, o Batista, a batiz-lo (Mt 3:13-15).

    Isaas predisse 700 anos que Cristo seria contado entre os transgressores. Sem pecado foi ele batizado a fim de

    que em todos aspectos fosse identificado com os transgressores.

    Seu ministrio foi marcado pelo batismo daqueles que se tornaram Seus seguidores, muito embora no tenha

    batizado ningum com suas prprias mos, seus discpulos administraram o sacramento sobre aqueles

    que iam se convertendo, maior nmero do que aqueles que foram batizados por Joo nas guas do Jordo (Jo

    4:1,2).

    Vamos um pouco alm disso. As ltimas palavras de um

    pai ao seu filho so sempre de suma importncia. As

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  • Entendendo o Batismo

    instrues de um general aos seus oficiais lideram um

    exrcito para uma batalha de vida ou morte e se referem aos pontos essenciais para o sucesso. As ltimas palavras

    ditas por Jesus para aqueles que Ele enviou para levarem Sua bandeira at os confins da terra eram

    ordens para batizar todos que, mediante o Evangelho, cressem nEle. (Mt 28:19)

    Os Anglicanos Reformados tm seus marcos firmes nas Escrituras quando proclamam a natureza do sacramento

    do batismo. Pois, como ensina o Novo Testamento, a determinao do Mestre foi levada adiante pelos Seus

    inspirados discpulos. difcil lembrar nas pginas de Atos, um isolado recorde de converses seja Saulo de

    Tarso, mais de 3000 judeus no dia de Pentecostes, o carcereiro de Felipe, Ldia, a vendedora de prpura, de

    um corao transformado que no tenha sido seguido de uma confisso de lbios no batismo. Os Anglicanos

    Reformados no afirmam como a Igreja Romana que no h possibilidade de salvao sem o simbolismo de

    purificao. No temos nenhuma prova de que o ladro arrependido tenha sido batizado. Tambm no podemos

    limitar a misericrdia de Deus quando uma alma contrita e temente a Deus se encontre em uma situao que faz

    com que a administrao do sacramento se faa impossvel. No queremos nos tornar juzes daqueles

    crentes que podem ser encontrados, tais como, a

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  • Entendendo o Batismo

    Sociedade de Amigos, que tem sido enganados por uma

    falsa espiritualidade no que tange ordenao de Cristo. Estes devero responder perante o Mestre. Ele [Cristo]

    sustenta inabalvel certeza e a Bblia claramente declara que todos os crentes devem professar sua f por meio do

    batismo em guas em nome da Santssima Trindade. Isso o suficiente para demonstrar que a lavagem batismal

    no uma mera opo cerimonial, trata-se de uma obrigao para cada alma que confia em Cristo e faz sua

    vontade.

    II. a fidelidade Palavra de Deus que compele o Anglicano Reformado a acreditar que A Q U A N T I D A D E D E G U A U S A D A N O SIMBOLISMO DA PURIFICAO PELO PODER D O E S P R I T O N O U M A Q U E S T O RELEVANTE.

    No temos nenhum problema de honrar e respeitar aos cristos que no aceitam mesa do Senhor aqueles que

    no receberam o batismo por imerso. No entanto, uma profunda convico da verdade bblica que nos

    orienta a protestar contra aquilo que nos parece uma excluso sem qualquer necessidade. a Bblia que

    ensina que a lavagem com gua um simbolismo da limpeza espiritual mediante a obra do Esprito Santo. a

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  • Entendendo o Batismo

    mesma Bblia que ensina que o outro sacramento [Santa

    Ceia] simboliza o alimento da alma pela f no Salvador Crucificado.

    Os Anglicanos Reformados no devem se perguntar o motivo pela qual a quantidade de po e vinho no foi

    prescrita para a Mesa do Senhor j que alguns agem como se a quantidade de gua devesse ser prescrita? Se

    um pouco de po e vinho, que no satisfaz a fome e sede do corpo, podem simbolizar a forma como Cristo

    satisfez nossa alma, por que ento um punhado de gua no seria suficiente para demonstrar a limpeza que Cristo

    fez mediante seu Santo Esprito em nossos coraes?

    Os limites deste sermo no me permitem estender os

    argumentos. Permita-me que diga algo sobre o termo grego [Baptizo] que d origem palavra batismo: nunca foi provado que tal palavra signifique apenas imerso de um corpo em gua. Tanto Plutarco

    quanto Xenofonte, autores gregos clssicos, usam esse termo para referir-se asperso, no mesmo sentido que

    um jardineiro que rega suas plantas. H alguma prova de que quando tal palavra, mais antiga que o Novo

    Testamento, foi usada nos Evangelhos teve seu sentido clssico alterado? Caso contrrio, no h sequer uma

    passagem que nos leve a pensar que essa palavra signifique apenas imerso.

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  • Entendendo o Batismo

    Eu posso dar um ou dois exemplos para que ento

    possamos continuar investigando essa questo. Existe o conhecido tratado do Rev. William H. Cooper, DD, um

    presbtero da Igreja Episcopal Reformada dos USA, que tem como ttulo Facts for the Umprejudiced, tratado

    este nunca refutado.

    So Marcos, falando acerca dos Fariseus, disse E,

    quando voltam do mercado, se no se lavarem, no comem (Mc 7:4). Sabemos que no se trata da

    necessidade de tomar um banho completo todas as vezes que se sentasse para comer j que este tipo de

    purificao era reservada para casos especiais de quebra da lei cerimonial.

    So Lucas nos informa que os Fariseus que convidaram nosso Senhor para jantar ficaram surpreendidos porque

    Jesus no se lavava primeiro - no grego, no se batizava (Lc 11:37,38). Ser que os anfitries esperavam

    que Cristo fosse totalmente imerso em gua como forma de se preparar para a Ceia?

    Novamente So Marcos fala acerca da cerimonia farisaica de lavagem no original - O batismo de mesas. Ser

    que todas as mesas judaicas eram totalmente submersas? Devemos crer que um tanque ou um

    batistrio foi providenciado pelos fariseus para tal

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  • Entendendo o Batismo

    propsito?

    Joo Batista profetizou que Jesus batizaria com o Esprito Santo e com fogo (Mt 3:11). O cumprimento se

    deu no dia de Pentecostes. Mas como? O Autor do livro de Atos descreve o evento da seguinte forma E foram

    vistas por eles lnguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles (At 2:3). Eles

    certamente no foram literalmente imersos em fogo. Novamente, quando Pedro pregou para Cornlio e sua

    casa O Esprito Santo, como j dissemos, caiu sobre todos eles enquanto ouviam essas palavras (At 10:44).

    Eles no foram imersos no Esprito Santo. Quando Pedro inicia a descrio da cena aos discpulos em Jerusalm,

    ele descreveu como sendo batismo. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: Joo certamente batizou

    com gua; mas vs sereis batizados com o Esprito Santo. (At 11:16).

    Contudo a passagem mais frequentemente usada para esclarecer a controvertida questo encontra-se na

    epstola de So Paulo aos Romanos. L-se Ou no sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus

    Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para

    que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glria do Pai, assim andemos ns tambm em novidade

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  • Entendendo o Batismo

    de vida. (Rm 6:3,4).

    Nossos amigos que afirmam ser o batismo unicamente por imerso, declaram que a expresso figurativa

    sepultado com Ele deve ser interpretado literalmente como o sepultamento de uma pessoa mediante a

    imerso em gua.

    Parece-me incrvel que a simples linguagem figurada

    deva ser entendida de forma literal por homens estudiosos e inteligente, sobretudo considerando que

    So Paulo tambm afirma em muitas passagens que ns fomos plantados juntos com Ele na semelhana de sua

    morte. Por que essa figura de linguagem no entendida tambm em sentido literal?

    Quando o apstolo afirma que nosso velho homem foi crucificado com Ele - Por que razo a figura de

    linguagem usada no interpretada de forma literal como se devssemos crucificar um cristo?

    Deveria ser um trabalho simples provar que todos os monumentos da igreja primitiva, as inscries dos

    primeiros cristos nas catacumbas, como tambm os primeiros livros cristos concordam unanimemente que o

    batismo era realizado por imerso, asperso ou uma combinao de ambas as formas ( veja o livro Batismo

    Apostlico de C. Taylor). Os Anglicanos Reformados so

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  • Entendendo o Batismo

    persuadidos pela Palavra de Deus, contra a qual no

    cabem recursos.

    III Ns atestamos a veracidade de um importante documento por meio de um selo. O BATISMO EM TODOS OS RAMOS DA IGREJA CRIST O SELO MAIS IMPORTANTE PARA IDENTIFICAR A RELAO ENTRE A ALMA HUMANA E O SEU REDENTOR. Isso atesta o pacto existente entre o pecador e seu Salvador quando aquele, arrependido e com f, recebe a Cristo como seu nico sacrifcio expiatrio.

    Jesus convida - Venha a mim. A alma responde em

    amorosa e confiante rendio. No entanto, a rendio no ser completa enquanto no houver o solene

    selamento mediante o batismo. Contudo, deve-se frisar que os Anglicanos Reformados no podem se esquecer

    que Cristo jamais convidou apenas adultos. Ele no chamou apenas homens e mulheres para que viessem a

    Ele. Ele tambm disse deixe vir as crianas at mim (Mc 10:14). O seu convite e ordenana foi para que

    os pais que criam nele dedicassem sua prole em sinal de completa rendio, tal como ocorrera diretamente com

    eles. Certamente, Ele quis dizer que as crianas, tal como seus pais, devem receber o selo de total entrega a Ele. O

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  • Entendendo o Batismo

    motivo para que ele tenha ordenado que deixassem as

    crianas irem at ele se faz mais forte em decorrncia daquilo que disse Porque delas o Reino dos Cus.

    Cristo afirmou to claramente quanto as palavras permitem faz-lo que os filhos de pais crentes so

    membros do Reino e da Igreja. Ns temos Sua Palavra e podemos crer nisso. Poderia haver algo mais antibblico

    do que recusar o selo (pela qual o vnculo com Cristo testemunhado) quela classe de almas que Ele mesmo

    aponta como membros do seu Reino?

    Ademais, como Anglicanos Reformados seguimos os

    passos de Nosso Senhor que perto de findar sua carreira terrena, deu uma especial comisso para o perdoado e

    restaurado Apstolo Pedro. Ele imprime na conscincia do seu discpulo que ele deve alimentar Suas

    ovelhas. Devemos notar que antes de Ele dizer isso, afirmou alimente Meus cordeiros (Jo 21:15-17). Ento

    os cordeiros pertencem a Cristo. Igualmente as ovelhas, sendo bem certo que ambos encontram-se em Seu

    rebanho e sob seus cuidados. Porventura o Bom Pastor colocaria Sua marca, Seu distintivo, Seu sinal apenas

    sobre as ovelhas e no tambm sobre os cordeiros?

    Os Anglicanos Reformados no devem esquecer que

    quando os apstolos saram revestidos de Poder recebido em Pentecostes, batizaram famlias. Ldia de

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  • Entendendo o Batismo

    Tiatira foi batizada com sua casa - uma expresso que

    tem um significado equivalente ao da palavra famlia (At. 16:15). No apenas isto, mas Paulo e Silas

    batizaram o Carcereiro de Filipos, bem como todos os seus (At 16:33). O Apstolo S. Paulo ao escrever Igreja

    de Corntio no deixa claro se batizou ou no Estfanas, o cabea de uma casa, mas no nega haver batizado

    famlia dele (I Co 1:16)

    Parece incrvel para os Anglicanos Reformados de que o

    costume judaico de receber os infantes formalmente na congregao por meio uma cerimnia, possa ter sido

    retirado dos primeiros cristos, uma vez que inexiste qualquer comando neste sentido e no h nenhuma

    controvrsia sobre essa inexplicvel omisso. Para o Anglicano Reformado, o assunto intensamente prtico.

    Toda a histria confirma que nos primrdios da Igreja, os pais crentes tomavam sobre si a responsabilidade pela

    formao de seus filhos na f crist, prtica esta que infelizmente tm sido negligenciada pelos membros da

    igreja atual. O Cristianismo Primitivo realizava essa solene dedicao, entregando seus filhos a Cristo. Era dever e

    privilgio dos pais cercar a criana desde o bero com a atmosfera da verdade crist, da orao e da instruo

    diria, a fim de que a criana crescesse com todo o senso de responsabilidade para ser o cumprimento da

    promessa de seus pais. O segredo de todo o bem que

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  • Entendendo o Batismo

    ocorreu nos primeiros sculos do cristianismo no outro

    seno a religio da famlia, sempre estimulada e sustentada pela conscincia dos pais e dos filhos que

    tanto haviam se dedicado ao Senhor.

    Aqueles discpulos no criam que seus filhos devessem

    esperar para aprender os rudimentos da f com um professor da Escola Bblica Dominical. Tambm no criam

    que eles devessem crescer na escurido, totalmente alienados acerca de Deus ou ainda que devessem

    esperar um avivamento para que s ento um lampejo de luz os retirassem dessa situao.

    Se os pais que congregam na Igreja Anglicana Reformada seguirem os padres confessionais, faremos

    com o batismo infantil se torne universal em nosso meio, e isso ser feito de forma real e poderosa no como se

    fosse uma superstio ou algo sem sentido.

    IV. Fidelidade Bblia compele os Anglicanos Reformados a fazerem um solene PROTESTO CONTRA A TEORIA QUE AFIRMA QUE O NOVO NASCIMENTO INSEPARVEL DO BATISMO.

    Quando nossos pais peregrinos deixaram sua terra natal,

    laos familiares e as suas doces associaes na Velha Inglaterra para ter uma nova casa e construir uma nao

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  • Entendendo o Batismo

    alm do mar, o mundo inteiro tinha o direito de

    perguntar o motivo pelo qual eles estavam se afastando tanto de sua terra natal. H cerca de 14 anos, alguns de

    ns se afastaram com coraes tristes e lgrimas amargas das doces associaes e daquilo que nos parecia uma

    terra natal ou a casa de nossa infncia. Todos tinham o direito de nos questionar o motivo pelo qual nos

    afastamos de nossa Igreja me. A resposta total ser dada na medida em que este curso avana, porm uma

    das razes pertence ao nosso tema de hoje. Nosso velho Livro de Oraes exige que os ministros declarem

    imediatamente aps o batismo de uma criana ou adulto que estes nasceram de novo do Esprito de Deus (veja

    Ofcio Batismal, Livro de Orao). Um beb, um filho da ira, levado pia batismal (veja o Catecismo da Igreja).

    A gua do Batismo derramada sobre a testa da criana e a est! Em seguida, pela primeira vez, o Ministro ergue

    sua voz a Deus em ao de Graas dizendo Graas te damos, pois a Ti agradou regenerar esta criana com Teu

    Santo Esprito

    Para o Cristianismo evanglico, o novo nascimento o

    ato criativo do Esprito Santo pelo qual Ele concede uma nova vida espiritual alma humana. No entanto,

    nosso antigo Livro de Oraes retirava esse papel do Senhor Onipotente, retirou a semelhana que havia entre

    o batismo e a criao do homem e a reduziu a uma

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  • Entendendo o Batismo

    cerimnia realizada por uma criatura pecadora. Ns

    reconhecemos o fato de que muitas vezes nenhum fruto do Esprito foi manifesto naqueles que foram um dia

    batizados. Ns podemos comear pelo testemunho bblico do Mago Simo, batizado por mos apostlicas,

    mas que ainda assim estava em fel de amargura e em lao de iniquidade (At 8:23). Ns apelamos aos mais

    altos lderes de nossa Igreja para que provassem pela Escritura que o novo nascimento est inseparavelmente

    vinculado ao batismo com gua. Eles nos apontaram para a linguagem de Cristo quando afirmou a Nicodemos

    Se algum no nascer da gua e do Esprito, no pode entrar no Reino de Deus (Jo 3:5). Claramente Cristo

    ensinou aos discpulos que o batismo deve ocorrer em guas e no Esprito Santo, mas no h nenhum

    pronunciamento solene de Jesus ao mestre judeu no sentido de que o batismo com gua implica no Batismo

    do Esprito. Posso dizer a um imigrante recm-desembarcado Exceto que voc se naturalize e se filie

    ao esprito da nao que o adotou, voc no pode ser um americano, mas no ouso dizer d o passo legal

    para naturalizao e o esprito de devoo patritica vir tambm.

    Ento nos lembramos das palavras de S. Paulo a Tito de acordo com Sua misericrdia nos salvou pela lavagem da

    regenerao e da renovao do Esprito Santo, (Tt 3:5)

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  • Entendendo o Batismo

    No entanto, supor que a lavagem da regenerao o

    mesmo que a lavagem do batismo uma mera petio de princpios. No apenas isso, mas o apstolo So Paulo

    tambm explica a lavagem da regenerao como algo especialmente distinto das obras de justia que

    tenhamos feito. Afirma assim que pelas obras de justia ningum pode ser salvo. Contudo nos parece que a vasta

    maioria dos cristos dos dias de Paulo e Tito, tinham o batismo como um ato deliberado de um adulto,

    voluntariamente feito como uma obra de justia que, por consequncia, no pode ser a mesma lavagem da

    regenerao referida pelos apstolos.

    Ainda, novamente, somos lembrados de que So Pedro

    declara o Batismo agora tambm vos salva (I Pe 3:21), mas no podemos nos esquecer de ler o restante do

    versculo no do despojamento da imundcia da carne, mas da indagao de uma boa conscincia para com

    Deus.

    De forma direta, os ministros evanglicos da Igreja

    Episcopal Protestante tm sido empurrados para essa posio temerosa. Eles at hoje no encontraram

    nenhuma evidncia nas Escrituras de que a regenerao encontra-se vinculada ao ato batismal. O Esprito Santo

    livre (Jo 3:8). Ele pode criar um novo corao na hora do rito batismal, ou antes, ou depois do mesmo. Talvez seja

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  • Entendendo o Batismo

    adequado aos ministros que discordam dessa verdade

    que desistam da administrao do servio batismal ou que em solene ao de graas, declarem publicamente

    que no creem na verdade de Deus.

    Que no se pense que a Igreja Anglicana Reformada

    surgiu da primeira manifestao do dilema dos clrigos da baixa Igreja Episcopal Inglesa e Americana. Ministros

    evanglicos e leigos tem sofrido constantemente sob o jugo do servio batismal desde os dias da Reforma. Eles

    se viram diante do terrvel abismo entre os ensinamentos simples do evangelho e as palavras postas pelo livro de

    Orao na boca do ministro oficiante. Eles contemplaram como, sob o ensinamento de uma regenerao batismal,

    as almas dos pecadores foram ameaadas. Pela crena de que a lavagem pelo Esprito Santo era algo conjunto

    com o batismo em guas, os homens passaram a depositar toda sua esperana acerca da eternidade em

    uma cerimnia.

    Perceberam tambm que havia uma superstio

    extremamente romanista que permeava a mente dos membros humildes e iletrados da Igreja, levando estes a

    crerem que as crianas no batizadas certamente pereceriam eternamente. Eles haviam escutado nos

    plpitos da Alta Igreja, em linguagem floreada como a do Bispo Mant, que pelo Batismo temos um novo

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  • Entendendo o Batismo

    princpio posto em ns. A santificao e a pureza contra

    corrupo so atribudos Igreja de Cristo como efeito da lavagem com gua. Ouviram tambm que o Batismo

    o novo nascimento. Posteriormente, quando esses mesmos ministros, com a Bblia em mos, se opuseram a

    esse falso ensinamento, ouviram de seus membros Por todo esse tempo, voc no tem batizado com gua,

    orando para que Deus santifique-a para que se opere a lavagem mstica dos pecados? Voc no tem, todas as

    vezes que batiza algum, se virado para as pessoas e dito vejam agora, essa criana (ou essa pessoa) est

    regenerada! Vamos dar graas?!. Voc, como se pudesse sondar os coraes, no dizia Ns

    agradecemos porque a Ti aprouve regenerar essa criana (ou essa pessoa) com o Teu Esprito Santo?

    Ento voc se pergunta: Como os clrigos honestos, conscientes e tementes a Deus conseguiram se manter

    na antiga Igreja e, frise-se, em todas ocasies do Batismo declarar aquilo que acreditavam ser inconsistente com a

    palavra de Deus? Posso responder a essa pergunta a partir de minha prpria experincia. Eu consegui deixar

    minha conscincia em paz, em meio aos muitos anos de ministrio na Igreja Episcopal Protestante, explicando a

    linguagem do servio batismal a partir duas ou trs teorias diferentes que haviam sido apresentados por

    alguns telogos da ala baixa da Igreja. Uma dessas

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  • Entendendo o Batismo

    teorias revelava-se como uma verdadeira ponte sobre o

    abismo existente entre o livro de oraes e a Bblia, a saber, essa teoria afirmava que a regenerao

    referenciada pelo livro de Orao era de ordem eclesistica, um novo nascimento para a igreja visvel,

    no para a igreja invisvel.

    Outro posicionamento foi denominado de o julgmento

    de caridade. Em outras palavras, tinham como certo, por caridade, que a criana ou o adulto batizado iria se

    arrepender criam que Deus daria Seu novo nascimento espiritual para aquela alma. Esse posicionamento

    ensinava ao ministro a se ver em um momento futuro, supondo arrependimento e a f exercida, a regenerao

    comunicada ao esprito. Ensinava que ao fazer isto, poderia afirmar a regenerao como se a mesma j

    tivesse ocorrido, podendo assim declarar a Deus toda sua gratido. Esse mtodo uma explicao superficial e

    antinatural, mas apenas demonstra como os clrigos da ala baixa da Igreja foram compelidos a encontrarem uma

    forma de preencher o abismo que havia entre a Bblia e o servio batismal.

    Chegou o dia em que fui despertado em minha conscincia de que eu estava fazendo malabarismos para

    explicar textos simples, para for-los a dizer algo que no queriam dizer. O servio batismal no estava falando

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  • Entendendo o Batismo

    do futuro, mas sim daquilo que era realizado naquele

    momento por meio da administrao da gua no sacramento. Ns te agradecemos porque a Ti aprouve

    regenerar essa pessoa.

    Em agonia de esprito, busquei uma outra explicao.

    Ser que o servio batismal no significa apenas um novo nascimento no sentido de introduzir o batizado em um

    novo mundo de privilgios na igreja? No era sobre uma regenerao meramente eclesistica sobre a qual falava

    o livro de orao? No entanto, as prprias palavras usadas no servio se recusavam a permitir tal

    entendimento, uma vez que dizia aprouve a Ti regenerar com Teu Esprito Santo. Certamente esse texto se

    referia a uma regenerao espiritual.

    Finalmente cheguei ao ponto no qual me vi obrigado,

    perante Deus, a optar entre o servio de culto e a Bblia. Acerca de mim, voc j sabe qual foi minha escolha.

    Deus estava trabalhando em cima de outras mentes e conscincias, tal como fez com a minha prpria.

    Quando ento a Igreja Anglicana Reformada se armou para esse conflito, foi com o tema do servio batismal

    que passou a ecoar o ensinamento da Palavra de Deus. Houve um intenso combate contra o ensinamento de

    que o batismo com gua o canal pela qual se opera a

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  • Entendendo o Batismo

    regenerao. Passamos a ensinar reiteradamente que o

    sacramento uma anunciao clara da verdade, um sinal e selo da regenerao batismal, mas que no pode ser

    confundido com a prpria regenerao. Peo ento para que o seu amor e devoo fraternal sejam dados a esta

    Igreja que fiel palavra de Deus, sobretudo nesta questo concernente precipuamente ao reino visvel de

    Cristo.

    Senhor - disse um engenheiro norte-americano ao Czar

    Nicolau da Rssia - Tenho demarcado o curso da ferrovia neste mapa. Devemos evitar essa cadeia de

    montanhas. Devemos seguir o vale tortuoso do rio e neste ponto deveremos passar por uma importante

    cidade, evitando de usar um caminho reto.

    O Czar ento pegou seu lpis e desenhou uma linha reta

    que ligava um terminal ao outro e disse ns vamos construir a estrada nessa linha

    Nosso antigo Livro de Orao da Igreja Episcopal Protestante desviou para a direita e esquerda em relao

    s Escrituras no que concerne ao servio batismal, no entanto Deus nos chamou ao curso da Bblia, com o lpis

    do Esprito Santo, e disse para a Igreja Anglicana Reformada Construa l. Ns honestamente e em

    orao tentamos obedecer.

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  • Entendendo o Batismo

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