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ESPECIAL NATAL 13 DEZEMBRO 2012 2 CONVÍVIO. Amigos do Centro Cultural conversaram durante duas horas O Natal não pode continuar a ser apenas um tempo de troca de prendas e de consumo desenfreado Cerca de duas dezenas de pessoas reflectiram sobre a quadra numa iniciativa do Centro Cultural Scalabitano Numa época de crise com famílias a passarem sérias dificuldades e a necessitarem acima de tudo de amizade e de solidariedade um grupo de pessoas trocou opiniões sobre aquilo que deveria ser a essência do Natal. Um tempo de partilha e de amizade. Houve quem lembrasse mesas da consoada com convidados carenciados à mesa e crianças que eram obrigadas a ceder algumas das suas prendas a meninos pobres. Em criança era hábito Manuela Mar- ques ter, na noite de Natal, outras pessoas que não eram da sua família a partilhar aquela noite. Viúvas que estavam sozinhas ou crianças que não tinham a família reuni- da como a sua. Houve mesmo alguns anos em que Manuela Marques teve que ofere- cer um dos seus presentes a outra criança que não recebia nenhum. E tinha que ser um dos presentes de que ela mais gostas- se. A decisão não era fácil porque tinha de abdicar de algo que queria muito mas foi assim que, no seio da sua família, apren- deu a importância de partilhar. Agora que já está reformada faz-lhe confusão que o Natal esteja resumido a um “consumismo desenfreado”. Há 30 anos, em Moçambique, apesar do calor e da distância, a consoada de Cremil- da Salvador era o mais portuguesa possível. Bacalhau com couves, velhoses, farófias... No dia de Natal o almoço já era mais lo- cal. Marisco,chamuças, caril. Deitavam-se foguetes, cantava-se e dançava-se na rua, em pleno Verão. Nesse dia era habitual os portugueses comprarem animais e comidas aos moçambicanos. Entretanto, Cremilda regressou a Santarém e o Natal africano passou a fazer parte das suas memórias. Estas foram duas histórias sobre o Na- tal contadas na noite de sexta-feira, 7 de Dezembro, no auditório Mário Viegas, em Santarém, durante o convívio promovido pelo Centro Cultural Scalabitano, onde se falou sobre o Natal. Os cerca de duas dezenas de participantes foram unânimes em afirmar que se perdeu o verdadeiro es- pírito do Natal e que o consumismo afas- tou completamente as pessoas. “O Natal é ajudarmos, partilharmos algo com o ou- tro mas vivemos tempos em que as pessoas estão muito centradas nelas próprias, no seu mundo e não vêem que o vizinho pode precisar de ajuda. Há 50 anos havia muito menos dinheiro mas no Natal era sempre tempo de ajudar aqueles que precisavam”, recordou Carlos Falcão. A mesma opinião é partilhada pelo pa- dre Aníbal Vieira que também marcou pre- sença na iniciativa. O pároco de Casével, São Vicente do Paul e Vaqueiros (conce- lho de Santarém) lamentou ainda o stress a que, sobretudo as crianças de pais sepa- rados, estão sujeitas na época das festas para poderem estar com toda a família na véspera e dia de Natal. O padre realça que a essência do Natal não é a materiali- zação de ter coisas novas mas a evolução espiritual das pessoas. O serão foi inter- calado com momentos de poesia sobre a quadra natalícia. Junta de Almeirim entrega cabazes de Natal a 70 famílias A Junta de Almeirim vai entregar ca- bazes de Natal a 70 famílias da freguesia, numa iniciativa que está prevista para dia 20 de Dezembro. A autarquia organizou dois espectáculos, a 25 de Novembro e a 9 de Dezembro, com o objectivo de anga- riar alimentos para compor esses cabazes. Cada alimento entregue nesses espectácu- los valeu como entrada. “Reunimos arroz, massa, feijão, entre outros produtos, a que vamos juntar bacalhau e carne para fazer uns cabazes mais de acordo com a quadra natalícia”, refere Joaquim Sampaio, pre- sidente da junta. A par dos espectáculos a junta distri- buiu cestos por alguns estabelecimentos comerciais como farmácias, uma pastela- ria e uma óptica, onde os clientes foram deixando os seus contributos em alimen- tos. As famílias a quem vão ser entregues os cabazes foram identificadas pelos ser- viços da junta de freguesia. foto O MIRANTE

ESPECIAL NATAL

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ESPECIAL NATAL 13 DEZEMBRO 20122

CONVÍVIO. Amigos do Centro Cultural conversaram durante duas horas

O Natal não pode continuar a ser apenas um tempo de troca de prendas e de consumo desenfreadoCerca de duas dezenas de pessoas reflectiram sobre a quadra numa iniciativa do Centro Cultural Scalabitano Numa época de crise com famílias a passarem sérias dificuldades e a necessitarem acima de tudo de amizade e de solidariedade um grupo de pessoas trocou opiniões sobre aquilo que deveria ser a essência do Natal. Um tempo de partilha e de amizade. Houve quem lembrasse mesas da consoada com convidados carenciados à mesa e crianças que eram obrigadas a ceder algumas das suas prendas a meninos pobres.

Em criança era hábito Manuela Mar-ques ter, na noite de Natal, outras pessoas que não eram da sua família a partilhar aquela noite. Viúvas que estavam sozinhas ou crianças que não tinham a família reuni-da como a sua. Houve mesmo alguns anos em que Manuela Marques teve que ofere-cer um dos seus presentes a outra criança que não recebia nenhum. E tinha que ser um dos presentes de que ela mais gostas-se. A decisão não era fácil porque tinha de abdicar de algo que queria muito mas foi assim que, no seio da sua família, apren-deu a importância de partilhar. Agora que já está reformada faz-lhe confusão que o

Natal esteja resumido a um “consumismo desenfreado”.

Há 30 anos, em Moçambique, apesar do calor e da distância, a consoada de Cremil-da Salvador era o mais portuguesa possível. Bacalhau com couves, velhoses, farófias... No dia de Natal o almoço já era mais lo-cal. Marisco,chamuças, caril. Deitavam-se foguetes, cantava-se e dançava-se na rua, em pleno Verão. Nesse dia era habitual os portugueses comprarem animais e comidas aos moçambicanos. Entretanto, Cremilda regressou a Santarém e o Natal africano passou a fazer parte das suas memórias.

Estas foram duas histórias sobre o Na-tal contadas na noite de sexta-feira, 7 de Dezembro, no auditório Mário Viegas, em Santarém, durante o convívio promovido pelo Centro Cultural Scalabitano, onde se falou sobre o Natal. Os cerca de duas dezenas de participantes foram unânimes em afirmar que se perdeu o verdadeiro es-pírito do Natal e que o consumismo afas-tou completamente as pessoas. “O Natal é ajudarmos, partilharmos algo com o ou-tro mas vivemos tempos em que as pessoas estão muito centradas nelas próprias, no seu mundo e não vêem que o vizinho pode precisar de ajuda. Há 50 anos havia muito menos dinheiro mas no Natal era sempre tempo de ajudar aqueles que precisavam”, recordou Carlos Falcão.

A mesma opinião é partilhada pelo pa-dre Aníbal Vieira que também marcou pre-sença na iniciativa. O pároco de Casével, São Vicente do Paul e Vaqueiros (conce-

lho de Santarém) lamentou ainda o stress a que, sobretudo as crianças de pais sepa-rados, estão sujeitas na época das festas para poderem estar com toda a família na véspera e dia de Natal. O padre realça que a essência do Natal não é a materiali-zação de ter coisas novas mas a evolução espiritual das pessoas. O serão foi inter-calado com momentos de poesia sobre a quadra natalícia.

Junta de Almeirim entrega cabazes de Natal a 70 famílias

A Junta de Almeirim vai entregar ca-bazes de Natal a 70 famílias da freguesia, numa iniciativa que está prevista para dia 20 de Dezembro. A autarquia organizou dois espectáculos, a 25 de Novembro e a 9 de Dezembro, com o objectivo de anga-riar alimentos para compor esses cabazes. Cada alimento entregue nesses espectácu-los valeu como entrada. “Reunimos arroz, massa, feijão, entre outros produtos, a que vamos juntar bacalhau e carne para fazer

uns cabazes mais de acordo com a quadra natalícia”, refere Joaquim Sampaio, pre-sidente da junta.

A par dos espectáculos a junta distri-buiu cestos por alguns estabelecimentos comerciais como farmácias, uma pastela-ria e uma óptica, onde os clientes foram deixando os seus contributos em alimen-tos. As famílias a quem vão ser entregues os cabazes foram identificadas pelos ser-viços da junta de freguesia.

foto O MIRANTE

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Voluntários em bicicleta recolhem alimentos para carenciados em Gançaria e Alcanede

Mais de uma centena de voluntários é es-perada dia 15 de Dezembro em mais uma Recolha de Alimentos de Bicicleta designa-do de “Mochila às Costas” nas freguesias de Alcanede e Gançaria, concelho de Santarém, que tem como objectivo a distribuição de alimentos para a ceia de Natal das famílias mais carenciadas.

A iniciativa parte da união de diversas instituições das duas freguesias: Associação Desportiva de Aldeia da Ribeira (A.D.A.R), Junta de Freguesia de Alcanede e de Gança-ria, os Bombeiros Voluntários de Alcanede

e Santa Casa da Misericórdia de Alcanede. Esta última entidade irá receber os alimen-tos e fazer a respectiva distribuição.

Em 2011 realizou-se uma campanha seme-lhante na qual foi angariada cerca de uma tonelada de alimentos. Na altura foram vi-sitados cerca de dois mil habitantes com a ajuda de 70 voluntários nas suas bicicletas. A organização espera visitar este ano mais de três mil habitantes e passar por 33 loca-lidades das duas freguesias. O ponto de reu-nião para dia 15 é o quartel dos Bombeiros de Alcanede às 09h00.

ACIS garante animação das ruas na época de NatalAs principais ruas da Póvoa de Santa

Iria, Alverca, Vila Franca de Xira, Casta-nheira do Ribatejo e Arruda dos Vinhos têm animação garantida nos dias 20, 21 e 22 de Dezembro. Foi esta a forma que a ACIS - Associação Empresarial dos con-celhos de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos - encontrou para convidar os munícipes a fazer as suas compras de na-tal no comércio local.

As actividades, que visam promover o comércio local, dando a conhecer os pro-

dutos e serviços, incluem modelagem de balões, animação da leitura, ateliê de ex-pressão dramática e a tradicional visita do Pai Natal. “Encontramo-nos no pico de uma crise, que muitos dizem não ter precedentes. Neste Natal a ACIS atenta às necessidades do comércio e serviços desenvolveu diversas acções para a épo-ca natalícia”, explica a ACIS prometen-do animar centenas de crianças, a quem serão oferecidos brindes, e respectivos familiares.

Decorações de Natal mais contidas nas ruas de Ourém e Fátima

O Natal este ano vai ser mais pobre no concelho de Ourém dado o período de contenção financeira que o município atravessa. As ruas da cidade de Ourém vão ter alguns enfeites embora seja tudo mais modesto este ano. O vice-presidente da autarquia, José Alho (PS), explicou que o Natal vai ser comemorado à mesma mas será tudo com recursos próprios, sem cus-tos externos ao município. Vai ser instala-da uma árvore de Natal junto ao edifício dos paços do concelho e iluminação em algumas ruas.

Também em Fátima os festejos de Na-tal vão ser mais contidos. A famosa pista de gelo que encantava miúdos e graúdos não vai ser montada este ano. O municí-pio vai aproveitar os 25 presépios que fi-caram em sua posse após o concurso de presépios - que se realizava todos os anos em Fátima - e colocá-los em exposição. O concurso de presépios vai continuar mas em moldes ligeiramente diferentes. Os pre-sépios vão ser apadrinhados por empresas que os financiem, ao invés de ser a câmara a patrocinar, como acontecia.

Salinas de Rio Maior transformadas em “aldeia Natal”A pequena aldeia típica onde se situ-

am as salinas naturais de Rio Maior vai ser transformada numa “aldeia Natal” aos fins de semana e no período de férias na-talícias, até 6 de Janeiro, com a neve a ser substituída pelo sal.

Presépios de sal, animação nas lojas e restaurantes da localidade e o Pai Natal com as suas renas e duendes vão ajudar os mais novos na “descoberta deste Natal com

Sal”, afirma a autarquia em comunicado. A câmara lembra que a aldeia de Mari-

nhas do Sal recebeu recentemente o Prémio Geoconservação 2012, entregue pela Pro-GEO (Associação Europeia para a Conser-vação do Património Geológico) e faz parte do projecto transnacional Ecosal-Atlantis, que visa a recuperação das salinas da Rota do Sal do Atlântico.

Biblioteca de Torres Novas promove campanha de solidariedade

A Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em Torres Novas, está a promover até 5 de Janeiro, uma campanha de soli-dariedade, tendo este ano como parceira a Cáritas Paroquial de Torres Novas, que receberá os donativos recolhidos. O equipa-mento funcionará como ponto de recolha dos donativos como alimentos, vestuário ou contributos pecuniários.

Em simultâneo, a Biblioteca de Torres Novas terá patente uma exposição de tra-balhos elaborados por 12 reclusos do Esta-belecimento Prisional Regional de Torres Novas, resultado de uma parceria entre as duas instituições, que vem sendo promo-vida desde Março último. Parte da receita das vendas destes trabalhos reverterá igual-mente para a Cáritas local.

Concerto de Natal no Entroncamento

O tradicional Concerto de Natal, promo-vido pelo município do Entroncamento, terá lugar no próximo dia 15 de Dezembro, Sába-do, às 21h30, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Este ano o espectáculo está a cargo do coro da Associação Cultural Cantar Nos-so. As entradas são gratuitas, limitadas aos lugares disponíveis.

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ESPECIAL NATAL 13 DEZEMBRO 20124

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Boas Festas

Festa de Natal da Universidade Sénior no Forte da Casa

O salão paroquial da Igreja do Forte da Casa recebe no dia 14 de Dezembro, sexta-feira, a festa de Natal da Univer-sidade Sénior de Vila Franca de Xira. A iniciativa decorre entre as 15h00 e as 17h30. A festa inclui um espectáculo protagonizado por alunos e professores das disciplinas de teatro e expressão musical. No final da festa, que contará com a participação da presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, haverá um lanche convívio.

Abrantes abdica de iluminações de Natal para apostar no comércio tradicional

Devido à conjuntura económica actual, a Câmara Municipal de Abrantes decidiu abdicar da tradicional iluminação natalí-cia, mantendo apenas o efeito luminoso na torre de telecomunicações. Em alterna-tiva, refere a autarquia em comunicado, preparou um vasto programa de activida-des “recorrendo a soluções mais criativas e menos dispendiosas, para animação do centro histórico".

Por exemplo, no sábado, 8 de Dezem-bro, o grupo de percussão da escola básica de Rossio ao Sul do Tejo “Arrefinfa na Bi-lha” actuaram na Praça Raimundo Soares. Nesse dia, houve ainda no Mercado Cria-tivo uma “Oficina de Natal” com a profes-sora Maria Carlos onde se vão aprender a fazer decorações de Natal com materiais recicláveis.

No dia 15 de Dezembro, a animação do Largo Ramiro Guedes está a cargo da “ES-TATUNA”, que actua pelas 11h00 e no dia 22 actua, à mesma hora, o Coro da Socie-dade Artística Tramagalense. Até 6 de Ja-neiro vão ser desenvolvidos alguns eventos em permanência como uma exposição de árvores de Natal elaboradas pelas escolas, associações, empresas e comerciantes do centro histórico. Vai ser ainda colocada uma instalação, na Praça Barão da Batalha,

Câmara de Mação distribui pinheiros de Natal à população

A Câmara de Mação encontra-se a ofere-cer, durante o mês de Dezembro, pinheiros de Natal para os munícipes, com a distri-buição dos mesmos a proceder-se junto aos paços do concelho. Os pinheiros resultam da limpeza da floresta desenvolvida pelo Ga-binete Florestal, sendo esta uma iniciativa que remonta a 2007, altura em que ocorre-ram trabalhos no Alto da Caldeirinha para o desenvolvimento de uma zona de boas práticas florestais. Com a limpeza do terre-no, a autarquia pensou em oferecer os pi-nheiros aos munícipes, ideia que foi bem acolhida pela população que, ano após ano, já sabe que pode contar com o seu pinheiro de Natal, natural e proveniente da limpeza da floresta. Numa tentativa de enriquecer a iluminação natalícia já existente, este ano, a autarquia também “desafiou”, os comer-ciantes a montar e decorar um pinheiro de Natal no exterior do seu estabelecimento.

onde podem ser deixados recados de Natal. A iniciativa, desenvolvida em parceria

com a Associação Centro Comercial Ar Li-vre, tem como objectivo apoiar a dinami-

zação do comércio tradicional, “criando ambientes que apelem à criatividade das crianças e ao espírito solidário do Natal”.

foto arquivo O MIRANTE