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Estrutura e conteúdos

Estrutura e conteúdos. Apresentação Esta aula será dedicada a estrutura de um projeto de pesquisa, quais tópicos um projeto deve ter e quais os conteúdos

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Esta aula será dedicada a estrutura de um projeto de pesquisa, quais tópicos um projeto deve ter e quais os conteúdos de cada tópico.

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O projeto de pesquisa possui a característica da flexibilidade, podendo conter tópicos diferentes, conforme as necessidades do projeto. Entretanto, existe uma estrutura tradicional, que norteia os projetos de pesquisa. Aqui apresentaremos a seguinte estrutura:

a)Introdução ou apresentação do tema/objetob)Problematização do tema/objeto e justificativac)Objetivosd)Procedimentos de Pesquisae)Cronogramaf)Bibliografia

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Na introdução ou apresentação do tema, colocamos qual o tema a que se dedica o projeto, o recorte do objeto e já apresentamos a questão a ser estudada. Neste ponto, utilizamos a bibliografia para auxiliar na construção do objeto, mostrando como textos anteriores se referiram ao nosso tema, em que estágio de desenvolvimento eles se encontram e já apresentando como a pesquisa que se propõe pode ir além.

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Nesta parte apresentamos como problematizamos o tema, como as questões surgem, quais as hipóteses que se enunciam e como se justifica a importância destas questões e hipóteses. Para a problematização do tema faz-se necessário mostrar como a bibliografia possui lacunas, assim como definir os conceitos que serão trabalhados.

Segundo Lima e Gondim (2006), é nesta parte que constituímos o quadro referencial teórico, apresentando as categorias e conceitos que serão utilizados na análise da pesquisa.

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Já as hipóteses são as respostas que supomos que iremos encontrar ao responder a questões de pesquisa. Elas são construídas teórica e empiricamente.

Como coloca Barros (2008), as hipóteses tem diferentes funções na pesquisa, sendo uma delas a função norteadora, que auxilia no processo de condução da pesquisa, contribuindo para a escolha dos procedimentos metodológicos.

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Quanto a justificativa, segundo Gil (2002), ela deve mostrar as contribuições que a pesquisa pode trazer para o campo científico, cobrindo lacunas ou ampliando compreensões sobre o tema; assim como apresentar a relevância social do problema a ser pesquisado. Para Lima e Gondim (2006, p. 47), é o momento de expormos “[...] a pertinência da escolha do objeto, em termos de aprofundamento do conhecimentos sobre a temática e de sua relevância teórica”.

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Os objetivos indicam para que será feita a pesquisa. Trazem verbos como verificar, analisar, mensurar, compreender, investigar, estudar.

Por exemplo:

Considerando que a privatização abriu a possibilidade da introdução de novas tecnologias que influenciaram no processo de trabalho, o objetivo central da pesquisa é compreender as transformações nos significados do trabalho e nos sentidos que os trabalhadores dão ao trabalho e a vida social. (DIÉGUEZ, 2008, p. 14-15)

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Nesta parte explicitamos como efetuaremos a pesquisa, com a finalidade de responder as questões propostas. Desta forma, os procedimentos de pesquisa devem estar alinhados aos objetivos de pesquisa e as hipóteses de pesquisa. Esta parte deve incluir:a)O tipo de pesquisa a ser realizado: quantitativo, qualitativo, estudo bibliográficob)A operação da pesquisa: local de realização, tipos de entrevistados ou pesquisados, amostra dos pesquisados (no caso quantitativo)c)Técnica de coleta de dados: busca em arquivos, questionários, estudos de dados secundários, grupo focal, observação participante, entrevista estruturada, etc.

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Também vale indicar como será feita a análise dos dados. Entretanto, não se percam em discussões epistemológicas, como se o método é dialético ou compreensivo. Esta discussão já aparece na problematização do tema, quando demonstramos o referencial teórico que baseia a pesquisa e que, consequentemente, será utilizado no processo de análise dos dados.

Neste espaço também dizemos se o trabalho é um estudo de caso ou é mais amplo.

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O cronograma consiste em demonstrar como a pesquisa será realizada ao longo do tempo determinado para sua execução. Por exemplo, o mestrado deve ser feito em 2 anos. O cronograma de um projeto de mestrado deve contemplar estes dois anos, colocando a revisão bibliográfica, o trabalho de campo, a elaboração dos relatórios, a redação e defesa do TCC, dissertação ou tese.

A bibliografia de um projeto apresenta os textos utilizados para a elaboração do texto apresentado, assim como os textos que ainda não utilizamos, mas sabemos da existência e serão lidos no decorrer da pesquisa. Nesta parte dividimos em referências bibliográficas e pesquisa bibliográfica.

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Esta parte é importante, pois mostra o domínio do pesquisador sobre o tema, além de tornar claro a quem lê as pretensões do seu projeto. Desta forma, ao dizer que irei falar sobre a sociedade da informação, preciso deixar claro o que eu entendo por sociedade da informação. Para isto, demonstro com base na bibliografia lida. Ou seja, tais conceitos devem ser definidos na apresentação e na problematização do tema, fazendo com que os leitores do seu projeto possam identificar a filiação teórica do mesmo. É também importante tomar cuidado observar os termos, para não utilizarmos as noções do “nativo”.

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Os textos científicos podem ser escritos em 1ª pessoa do singular ou do plural e em sujeito oculto. O uso destas indica a relação entre sujeito e objeto empreendida na pesquisa.

1)1ª pessoa do singular: o pesquisador toma o objeto para si, assume a responsabilidade pela pesquisa, além de demonstrar uma relação de reciprocidade com o objeto2)1ª pessoa do plural: o pesquisador demonstra que o objeto não é só seu, mas de domínio científico, demonstrando que sua pesquisa possui uma relação de compromisso com o campo científico3)Sujeito oculto: demonstra total distanciamento entre sujeito e objeto

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Os trabalhos científicos seguem, normalmente, um padrão de formatação.

As fontes utilizadas são Times New Roman ou Arial, tamanho 12. O espaçamento entre as linhas é de 1,5 ponto e entre os parágrafos de 6 pontos. As margens são 3,0 cm esquerda e superior, 2,5 cm direita e inferior.

O número da página pode vir na margem superior ou inferior, sempre do lado direito da página.

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BARROS, José D’Assunção. As hipóteses nas Ciências Humanas – considerações sobre a natureza, funções e usos das hipóteses. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, nº 7, set/dez08, Lisboa. Disponível em <http://sisifo.fpce.ul.pt/pdfs/sisifo7outrosPT.pdf>

DIÉGUEZ, Carla Regina Mota. A reestruturação do trabalho portuário pós-privatização. Projeto de Pesquisa de Doutorado. Campinas, SP: mimeo, 2008

GIL, Antonio Carlos. Como redigir o projeto de pesquisa. In Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. p. 161-170

GONDIM, Linda M.P.; LIMA, Jacob Carlos. Estrutura do projeto de pesquisa. In A pesquisa como artesanato intelectual: considerações sobre método e bom senso. São Carlos, SP: Editora UFSCar, 2006. p. 46-60