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Discalculia: Ressignificar para intervir em sala de aula Profª. Gilda Maria Profª. Luce-Jaine

Estudo discalculia

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Discalculia: Ressignificar para

intervir em sala de aula

Profª. Gilda MariaProfª. Luce-Jaine

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Discalculia é uma dificuldade de aprendizagem ou um transtorno de aprendizagem?

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“O transtorno de aprendizagem compreende uma inabilidade específica como de leitura, escrita matemática entre outros fatores, em indivíduos que apresentam resultados abaixo do esperado para o seu nível de desenvolvimento” (PORTO, 2007, p.63)

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As dificuldades de aprendizagem nada tem a ver com o desenvolvimento neurológico do sujeito, mas sim com questões de natureza externa, adquiridas ao longo do processo educacional.

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O que é

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Garcia (1998, p.213) nos explica que Discalculia ou Discalculia do desenvolvimento trata-se de um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas, se manifesta pela quantidade de erros variados na compreensão de números, habilidades de contagem, habilidades computacionais e solução de problemas verbais.

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A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do Latin (calculare, contar) formando: contando mal.

Aproximadamente de 3 à 6% das crianças apresentam discalculia do desenvolvimento.

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Mecanismos envolvidos no desenvolvimento de uma operação aritmética

Processamento de informação;

Percepção;

Reconhecimento e produção de números;

Representação número/símbolo;

Discriminação viso espacial;

Memória de curto e longo prazo;

Raciocínio sintático;

Atenção.

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Características de crianças Discalcúlicas

Erro na formação de números (posicionamento);

Falta de domínio para cálculos simples;

Inabilidade para reconhecer sinais operacionais;

Dificuldade na leitura de números com muitos dígitos;

Memória fraca para fatos numéricos básicos;

Dificuldade para transportar números para local adequado

na realização de cálculos.

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Áreas do cérebro envolvidas no raciocínio matemático

Lobo frontal: concentração, planejamento, iniciativa e aos cálculos mentais rápidos, conceitualização abstrata, habilidades de solução de problemas, execução oral e escrita.

Lobo parietal esquerdo: habilidades de sequenciação. Processa informações relacionadas às noções de espaço e volume.

Lobo occipital: é o centro da visão, onde acontece a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos. Possibilita a diferenciação de objetos de cores e texturas semelhantes.

Lobo temporal: é responsável pela percepção auditiva, memória verbal em longo prazo, memória de série, realizações matemáticas básicas.

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Causas de Dificuldades em Matemática

Neurológica Não-neurologica

Primária SecundáriaFatores Escolares

Fatores SociaisAnsiedade para matemática

Discalculia do Desenvolvimento

•Deficiência mental;•Epilepsia;•Dislexia;•Baixo Peso;•Disfasia;•Síndrome fetal alcoólica.

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A discalculia é um impedimento da matemática que caminha junto com um número de outras limitações, tais como a introspecção espacial, confusão de noções de tempo, a memória pobre, e os problemas de ortografia. Há indicações de que é um impedimento congênito ou hereditário, com um contexto neurológico e atinge tanto crianças como adultos.

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Um diagnóstico acerca do transtorno ocorre de maneira tardia, pela frequente condição de espera que, tanto a família como a escola se propõem, supondo que se trate apenas de uma fase que o sujeito está vivenciando e acreditando que irá “passar”.

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O problema principal está em compreender que o problema não é a matemática e sim, a maneira que é ensinada às crianças.

O modo que a discalculia pode ser tratada modifica totalmente a aproximação entre o professor e o aluno que encontram, juntos, uma nova e diferente maneira de ensinar e aprender.

Entretanto, a discalculia é a menos conhecida destes tipos de desordem de aprendizagem e assim não é reconhecida freqüentemente.

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Alguns sintomas potenciais da discalculia podem tornar mais fáceis a sua investigação e diagnóstico. Podemos observar:

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Dificuldades freqüentes com os números,

confundindo os sinais: +, -, ÷ e x;

Problemas para diferenciar o esquerdo e o direito

(lateralidade);

Falta de senso de direção (norte, sul, leste, e

oeste) e pode também ter dificuldade com um

compasso.

A inabilidade de dizer qual de dois números é o

maior.

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Dificuldade com tabelas de tempo, com tempo

conceitual, elaboração da passagem do tempo,

verificação de mudança nos dias da semana e

aritmética mental, etc.

Melhor nos assuntos que requerem a lógica, do

que nas fórmulas de nível elevado que requerem

cálculos mais elaborados;

Dificuldade em ler horas em relógios analógicos;

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A inabilidade de compreender o planejamento

financeiro ou incluí-lo no orçamento estimando, por

exemplo, o custo dos artigos em uma cesta de

compras;

Dificuldade mental de estimar a medida de um objeto

ou de uma distância (por exemplo, se algo está afastado

10 ou 20 metros);

Inabilidade de apreender e recordar conceitos

matemáticos, regras, fórmulas, e seqüências

matemáticas;

Dificuldade de manter a contagem durante jogos;

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Dificuldade nas atividades que requerem

processamento de seqüências, tal como etapas de

dança ou leitura, escrita e coisas que sinalizem listas;

Pode ter o problema mesmo com uma calculadora

devido às dificuldades no processo da alimentação nas

variáveis.

A circunstância pode conduzir, em casos extremos, a

uma fobia da matemática e de quaisquer dispositivos

matemáticos, como as relações com os números.

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Teste de discalculia

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Os diferentes graus da discalculia

Dependendo do grau de imaturidade neurológica da criança, a discalculia pode ser considerada em distintos graus: 1. Leve - o discalcúlico reage favoravelmente à intervenção. 2. Médio - configura o quadro da maioria dos que apresentam dificuldades específicas em matemáticas. 3. Limite - quando apresenta lesão neurológica, gerando algum déficit intelectual.

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1 - Falhas no pensamento operatório

necessidade absoluta de concretizar as operações;

impossibilidade de realizar cálculo mental;

falta da compreensão dos conceitos das operações

fundamentais da matemática;

dificuldade no manejo da reversibilidade das operações;

dificuldade para estabelecer as operações para

resolução de problemas.

As crianças que apresentam discalculia geralmente têm os seguintes problemas:

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2 - Dificuldades espaço – temporais inversão na escrita dos numerais inversão na posição dos algarismos: 37 / 73 falha na ordenação de colunas para montar o algoritmo:

85 6 + ──145

operar em ordem inversa (da esquerda para a direita):54278+ ──114

dificuldades para reconhecer e discriminar figuras geométricas.

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3 - Déficit de atenção pular passos de uma operação:

34 x12 ──68

errar sinais das operações: 30 - 10 = 40

repetir um ou mais números numa série numérica 1, 2, 4, 4, 5, 6, 7, 7, 8, 9, 10

intercalar um ou mais números não pertencente à série (ruptura da escala)

2, 4, 5, 6, 8, 9, 10

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4 - Transtornos das estruturas operacionais falhas no procedimento do "levar" e "pedir", demonstrando não ter a noção do valor posicional do algarismo e a compreensão dos agrupamentos na base decimal.

432 279- ──747

na multiplicação, mal encolunamento dos subprodutos 24 x15 ──120 24+ ──144

começar a operação multiplicando o primeiro número da esquerda do multiplicador 351 x32 ──

1053 702+

──8073

falhas no algoritmo da divisão

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5- Dificuldades na Resolução de problemas

A.quanto ao enunciado do problema: dificuldades de leitura;

linguagem empregada, não pertence ao seu

vocabulário;

não entende a relação do enunciado com a pergunta

do problema.

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B. quanto ao raciocínio: dificuldade de representação mental não permitindo estabelecer as relações necessárias para a resolução do problema.

C. quanto ao mecanismo operacional: falhas nas técnicas operatórias; dificuldade de resolver a equação, ou sistema de equações montado para resolver o problema.

Essas dificuldades são comuns ao discalcúlico e a falta da percepção lógica faz com que cometam os mesmos erros constantemente.

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KOCS (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos: 1. Discalculia Verbal– dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações. 2. Discalculia Practognóstica – dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.3. Discalculia Léxica– Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos. 4. Discalculia Gráfica– Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos. 5. Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos. 6. Discalculia Operacional – Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

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Diante disso, o que fazer?

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Todos estes fatores levam a criança ao confronto direto com a dificuldade de calcular e a necessidade de compreender a matemática como um todo.

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O trabalho de pais e professores

Nem sempre conseguimos perceber como a discalculia prejudica o relacionamento da criança com o mundo a sua volta. Não só os cálculos são dificuldades para eles mas, toda a relação existente entre o indivíduo e o espaço que ele ocupa.

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O professor representa um papel fundamental nesta etapa do desenvolvimento, pois é ele quem vai auxiliar o aluno nas conquistas e descobertas do conceito que envolve a matemática.

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Dentro de uma perspectiva inclusiva e tendo como objetivo principal minimizar a disparidade entre idade cronológica e série que o aprendente se encontra, é necessário rever os seguintes aspectos:Exigências curriculares que a escola possui; Ritmo do aprendente; Métodos de ensino aplicados; Modelos de avaliação.

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O discalcúlico pode ser auxiliado no seu dia-a-dia por uma calculadora, uma tabuada, um caderno quadriculado, com questões diretas e se ainda tiver muita dificuldade, o professor ou colega de trabalho pode fazer seus questionamentos oralmente para que o problema seja resolvido.

Ele necessita da compreensão de todas as pessoas que convivem próximas a ele, pois encontra grandes dificuldades nas coisas que parecem óbvias.

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Importância dos profissionaisAlém do professor, outros profissionais podem

atuar junto ao aluno. Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de instrumentos que ajudarão em seu entendimento.

O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista também é importante para detectar as áreas do cérebro afetadas.

O psicopedagogo, se procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.

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Todas estas atenções especiais e precoces podem evitar:

• Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global; • O aluno ficar inseguro e com medo de novas situações; • Baixar a auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas; • Ao crescer, o adolescente / adulto com discalculia, apresentar dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano.

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O incentivo por parte dos pais e profissionais envolvidos é a melhor maneira de auxiliar alguém com discalculia. A parte emocional é um impulso para vencer as dificuldades.

Melhorar o modo de vida deste indivíduo e tratá-lo de maneira igual, é a meta de todos os profissionais envolvidos neste estudo. Para isso, é necessário o interesse e a participação dos educadores que estão, intimamente ligados ao processo de desenvolvimento de todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, freqüentam instituições escolares.

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“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser.. Mas Graças a Deus, não somos o que éramos”.

Martin Luther King

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Referências Bibliográficas

ARANTES, V. A. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.

GARCIA. J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

PORTO, O. Bases da Psicopedagogia: diagnóstico e intervenção nos problemas de aprendizagem. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2007.

www.crda.com.br/tccdoc/13.pdf