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0 FACULDADE ALFREDO NASSER WARLEY DOS SANTOS DORNELES O USO DO EXCEL COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATRIZES E DETERMINANTES AOS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL CRUZEIRO DO SUL APARECIDA DE GOIÂNIA - GO 2011

FACULDADE ALFREDO NASSER WARLEY DOS SANTOS … Matemática Warley dos...o uso do excel como ferramenta auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de matrizes e determinantes aos alunos

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FACULDADE ALFREDO NASSER

WARLEY DOS SANTOS DORNELES

O USO DO EXCEL COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATRIZES E DETERMINANTES AOS ALUNOS

DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL CRUZEIRO DO SUL

APARECIDA DE GOIÂNIA - GO 2011

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WARLEY DOS SANTOS DORNELES

O USO DO EXCEL COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATRIZES E DETERMINANTES AOS ALUNOS

DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL CRUZEIRO DO SUL

Monografia apresentada ao Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser sob a orientação da Professora Ms. Ana Paula Faria Machado, como parte dos requisitos para a conclusão do curso de Matemática.

APARECIDA DE GOIÂNIA - GO

2011

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WARLEY DOS SANTOS DORNELES

O USO DO EXCEL COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATRIZES E DETERMINANTES AOS ALUNOS

DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NO COLÉGIO ESTADUAL CRUZEIRO DO SUL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de Licenciado em Matemática e aprovado em sua forma inicial pela banca examinadora abaixo.

Aparecida de Goiânia, ______ de agosto de 2011

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Orientadora: Professora Ana Paula Faria Machado

___________________________________________________________________

Primeira Examinadora: Professora Kelen Michela Silva Alves

___________________________________________________________________

Segunda Examinadora: Professora Karla Vitor de Oliveira

3

Dedico este trabalho à minha esposa TATIANA ALVES DA SILVA DORNELES, à minha mãe MARIA JOSÉ DORNELES DOS SANTOS, ao meu pai JOSELINO MÁXIMO DOS SANTOS e ao meu irmão WILLIAM DOS SANTOS DORNELES pelo incondicional amor, pelo incentivo aos meus sonhos e por estarem sempre ao meu lado em todos os momentos.

4

AGRADECIMENTOS

À DEUS por sempre iluminar e abençoar os meus caminhos, por me amparar

e me carregar em Seus braços quando a caminhada torna-se cansativa até que eu

possa me recuperar e voltar a seguir em frente.

À MINHA AMADA FAMÍLIA que é base de sustentação de minha vida, o meu

porto-seguro, sinônimo de amor, compreensão e dedicação.

À minha Orientadora, Professora ANA PAULA FARIA MACHADO pelo

incentivo, simpatia e principalmente paciência no auxílio às atividades e discussões

sobre o andamento e normatização deste Trabalho.

À Professora KELEN MICHELA SILVA ALVES, em nome de todos os

professores que estiveram sempre presente ao longo do curso, pelos ensinamentos,

sempre com atenção e dedicação.

Ao Professor e Amigo ANDRÉ LUIZ GONÇALVES, um exemplo profissional

para mim, pela possibilidade de realização dos estágios e pela dedicação plena

durante o planejamento e a aplicação das atividades desenvolvidas neste Trabalho,

numa rara demonstração de amizade e solidariedade.

À Amiga VÂNIA APARECIDA DA SILVEIRA pela paciência e por ter me

estendido a mão sempre que precisei.

Aos Amigos TÚLIO LUIZ, MÁRCIO JOSÉ DE MORAIS, CARLOS FILIPE e

LUIZ FERNANDO em nome de todos os colegas de classe pela alegria e

demonstração de amizade.

Aos alunos do 2º ANO “I” e “J” e aos demais coordenadores e funcionários do

Colégio Estadual Cruzeiro do Sul.

5

Aos demais coordenadores e funcionários da Faculdade Alfredo Nasser.

A todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente, para esta

graduação que se torna mais uma vitória em minha vida, os meus sinceros

agradecimentos.

6

“A Matemática apresenta invenções tão sutis que poderão servir não só para satisfazer os curiosos, mas também para auxiliar as artes e poupar trabalho aos homens”

René Descartes

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RESUMO

O presente trabalho tem como objeto de estudo a utilização da

informática, mais precisamente com a ferramenta Microsoft Excel, como

complemento das atividades já ministradas em sala de aula referente ao conteúdo

de Matriz e Determinante. Pretendemos mostrar alguns pontos que possam gerar

reflexão sobre o uso dessa tecnologia como Educação e Sociedade, Educação e

Informática e também sobre o papel da Instituição, do professor e dos alunos neste

processo. Este projeto se baseia na experiência das ações executadas em um

Colégio da rede Estadual de Ensino da cidade de Aparecida de Goiânia, estado de

Goiás. Queremos mostrar que com o Excel, o aprendizado dos alunos se

desenvolverá a partir do seu próprio planejamento para “programar” a máquina,

através de sua descrição, execução e reflexão, mas sempre trabalhando com a

importância da intervenção e mediação do professor nessa aplicação, tornando a

Escola um lugar mais interessante e motivador. Nesse contexto, ressaltamos a

cooperação e a interação entre professor-aluno e aluno-aluno, reforçando a

integração no processo.

Palavras-chave: Informática Educacional; Matriz e Determinante; Tecnologias

Educacionais; Educação e Sociedade; Matemática no Excel.

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ABSTRACT

This paper aims to study the use of information, specifically with the

Microsoft Excel, to complement the activities already taught in the classroom for the

content of Matrix and Determinant. We intend to show some points that may

encourage reflection on the use of new technology such as Education and Society,

Education and Information and also on the role of the institution, the teacher and

students in this process. This project is based on the experience of actions performed

on a network of State College Schools in the city of Aparecida de Goiania, Goias

state want to show that with Excel, student learning will develop from its own

planning "program "the machine through its description, implementation and

reflection, but always working with the importance of intervention and mediation of

the teacher in this application, making the school a more interesting and motivating.

In this context, we emphasize the cooperation and interaction between teacher-

student and student-student, reinforcing the integration of the entire process.

Keywords: Educational Informatics, Matrix and Determinant, Educational

Technologies, Education and Society; Mathematics in Excel.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Quadro de Medalhas ........................................................................................ 26

Figura 2. Símbolo do Excel ............................................................................................... 44

Figura 3. Comandos básicos 1.......................................................................................... 58

Figura 4. Comandos básicos 2.......................................................................................... 59

Figura 5. Comandos básicos 3.......................................................................................... 60

Figura 6. Matriz Oposta .................................................................................................. 60

Figura 7. Matriz Transposta ............................................................................................ 61

Figura 8. Adição 1 ........................................................................................................... 61

Figura 9. Adição 2 ........................................................................................................... 62

Figura 10. Multiplicação 1 ............................................................................................... 63

Figura 11. Multiplicação 2 ............................................................................................... 64

Figura 12. Multiplicação 3 ............................................................................................... 64

Figura 13. Inversa ........................................................................................................... 66

Figura 14. Determinantes ................................................................................................ 67

10

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

1. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ......................................................................... 14

1.1 A Evolução da Educação em Harmonia com a Sociedade ........................ 14

1.2 Informática na Educação Matemática ......................................................... 15

1.3 A Trajetória do Computador na Educação ................................................. 16

1.4 O Professor e a Educação Matemática ....................................................... 18

1.5 Referenciais Teóricos ................................................................................... 19

1.6 O Uso da Informática Educacional .............................................................. 22

2. MATRIZES, DETERMINANTES e EXCEL ........................................................... 25

2.1 História das Matrizes .................................................................................... 25

2.2 Definição de Matriz ....................................................................................... 26

2.3 Conceitos Básicas de Matriz ........................................................................ 27

2.4 Matrizes Especiais ........................................................................................ 28 2.4.1 Matriz Nula ............................................................................................... 28 2.4.2 Matriz Linha .............................................................................................. 28 2.4.3 Matriz Coluna ........................................................................................... 28 2.4.4 Matriz Quadrada ....................................................................................... 29 2.4.5 Matriz Oposta ........................................................................................... 29 2.4.6 Matriz Transposta ..................................................................................... 30

2.5 Operações com Matriz .................................................................................. 30 2.5.1 Igualdade de Matrizes .............................................................................. 30 2.5.2 Adição de Matrizes ................................................................................... 31

2.5.2.1 Propriedades da Adição ..................................................................... 31 2.5.3 Subtração de Matrizes .............................................................................. 31 2.5.4 Multiplicação de um Número Real por uma Matriz ................................... 32 2.5.5 Multiplicação de Matrizes ......................................................................... 32

2.5.5.1 Propriedades da Multiplicação ........................................................... 33

2.6 Matriz Identidade ou Unitária ....................................................................... 33 2.6.1 Propriedade da Matriz Identidade ou Unitária .......................................... 34

2.7 Matriz Inversa ................................................................................................ 34

2.8 Determinantes ............................................................................................... 34 2.8.1 Cálculo de Determinante: Matriz de Ordem 1 e 2 ..................................... 35 2.8.2 Regra de Sarrus ....................................................................................... 35 2.8.3 Teorema de Laplace ................................................................................. 36 2.8.4 Propriedades dos Determinantes ............................................................. 38

2.8.4.1 Fila Nula ............................................................................................. 38

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2.8.4.2 Troca de Filas Paralelas .................................................................... 38 2.8.4.3 Multiplicação de uma Fila por um Número Real ................................ 39 2.8.4.4 Filas Paralelas Iguais ou Proporcionais ............................................. 40

2.8.5 Determinante de Matriz Transposta ......................................................... 41 2.8.5.1 Teorema de Binet .............................................................................. 42

2.8.6 Abaixamento da Ordem de um Determinante .......................................... 42 2.8.6.1 Teorema de Jacobi ............................................................................ 42 2.8.6.2 Regra de Chió .................................................................................... 43

2.9 O Software Educativo: Microsoft Office Excel ........................................... 43 2.9.1 Breve Histórico ......................................................................................... 44 2.9.2 Matemática no Excel ................................................................................ 45

3 VIVENCIANDO A MATEMÁTICA NO EXCEL ...................................................... 48

3.1 Introdução ..................................................................................................... 48

3.2 Objetivos e Metodologia da Pesquisa ......................................................... 49

3.3 O Projeto ........................................................................................................ 50

3.4 Conhecendo os Sujeitos da Aplicação ....................................................... 51 3.4.1 Conhecendo a Instituição ......................................................................... 51 3.4.2 Conhecendo os Professores .................................................................... 52 3.4.3 Conhecendo os Alunos ............................................................................ 53

3.4.3.1 Alunos do 2º Ano “I” ........................................................................... 53 3.4.3.2 Alunos do 2º Ano “J” .......................................................................... 55

3.5 Data de Início e Duração .............................................................................. 56

3.6 Elaborando as Atividades no Computador ................................................. 57

3.7 Aplicação nas Turmas do Ensino Médio .................................................... 57

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 72

12

INTRODUÇÃO

Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam para a importância do

ensino da Matemática integrada as tecnologias de informação, principalmente com o

uso dos computadores como instrumento para levar o aluno a testar suas hipóteses

e construir seu conhecimento por meio da interação com o a máquina.

O computador pode ser usado como elemento de apoio para o ensino,

como nos elementos visuais, mas também como fonte de aprendizagem e

ferramenta para o desenvolvimento de habilidades. O trabalho com computador

pode ensinar o aluno a aprender com seus erros e a aprender junto com seus

colegas, trocando suas produções e comparando-as.

Entretanto, o que se verifica nas escolas geralmente é uma metodologia

que privilegia o giz e a lousa. Sabemos que transformar em realidade o ensino

utilizando o computador é uma tarefa árdua que exige de todos os integrantes do

ambiente educacional, recursos técnicos, pesquisa, conhecimento e, acima de tudo,

abertura para as mudanças. Essa metodologia deve ser dinâmica, desafiadora e

capaz de despertar o interesse do aluno levando-o a um crescimento intelectual, ou

seja, é importante que as atividades incluam desafios que questionem e ampliem o

conhecimento da turma.

Nesse contexto, vale ressaltar a importância da informática no ensino

dos conteúdos de Matemática como complemento das atividades desenvolvidas em

sala de aula. Neste caso específico queremos mostrar que é possível utilizar o

software Excel como recurso para complementar o processo de ensino-

aprendizagem no conteúdo de Matrizes e Determinantes.

Buscando experiência de ensino-aprendizagem no uso do Excel em

consonância com os conteúdos de Matemática, realizamos a pesquisa e a aplicação

com alunos em duas turmas do 2º Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual

Cruzeiro do Sul complementando as atividades já desenvolvidas em sala de aula

serviram como fonte de inspiração e orientação para compreendermos as

características do cenário educacional matemático em ambientes informatizados,

sempre focalizados na atenção na natureza do conteúdo de Matrizes e

Determinantes e o conhecimento produzido por eles.

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Iniciaremos com alguns referenciais históricos envolvendo a Sociedade, a

Educação e a Informática. No segundo capítulo mostraremos as principais

características e propriedades dos conteúdos de Matrizes e Determinantes além de

um breve histórico do programa Excel. Dedicaremos o capítulo final para

apresentarmos todo o processo desenvolvido na pesquisa e aplicação desenvolvida

no Colégio.

Essa aplicação visa privilegiar o processo e não o produto-resultado em

sala de aula, com uma postura epistemológica que entende o conhecimento como

tendo sempre um componente que depende do próprio sujeito.

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1. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Segundo Valente (1993), “o termo Informática na Educação significa a

inserção do computador no processo de aprendizagem dos conteúdos curriculares

de todos os níveis e modalidades de educação”. Com base nisso faremos agora um

breve estudo sobre a inserção da Informática na Educação.

1.1 A Evolução da Educação em Harmonia com a Sociedade

Quando a Sociedade vivia do trabalho artesanal, na produção agrícola, a

Educação era ministrada por um mentor que era contratado para educar os

membros das famílias ricas ou da corte. Era um serviço caro e poucos tinham

acesso à Educação.

Com o surgimento dos sistemas produtivos urbanos como fábricas e

empresas houve a necessidade de produção em massa para padronizar e diminuir o

custo do produto em detrimento da sua qualidade, denominado sistema de produção

Fordista, onde a produção está centralizada nas mãos de especialistas que

planejam a tarefa, fragmentando-a em sub-tarefas simples para serem dominadas e

realizadas por trabalhadores com pouca qualificação.

Além da padronização do produto e da sua produção, a mão de obra

barata contribui para o baixo custo do bem produzido. Neste período os conteúdos

educacionais são fragmentados, categorizados, hierarquizados e devem ser

ministrados em uma ordem crescente de complexidade, dentro de um período pré-

determinado. Nesse contexto cabe ao professor cumprir essas normas e ter certeza

de que o conteúdo está sendo transmitido aos alunos de maneira precisa e objetiva

e o discente deve assimilar essa informação. Essa Educação “fordista” desperdiça o

potencial da capacidade de pensar e criar do ser humano, onde o aluno não deve

pensar, mas executar o que lhe foi determinado.

Com o decorrer do tempo houve mais mudanças na produção de bens e

serviços e hoje vivemos na chamada sociedade da produção enxuta, onde o

trabalho e o capital têm um papel secundário, como apontam diversos pensadores

(Toffler, “Power Shift: Knowledge, Wealth and Violence at the Edge of the 21st

15

Century”, 1990; Naisbitt & Aburdene, “P. Megatrends”, 1990; Drucker, “A Sociedade

Pós-Capitalista”, 1993;), exigindo trabalhadores melhor qualificados, capazes de

assumir responsabilidades, tomar decisões, e buscar soluções para problemas que

ocorrem durante todo o processo de produção.

Nesse contexto, a Educação passa a operar por esse novo paradigma

onde o conhecimento e os seus processos de aquisição devem assumir papel de

destaque, de primeiro plano. O aluno “puxa” os conteúdos, ou seja, a Escola deve

ser capaz de atender às necessidades da sociedade e o aluno deve ser crítico,

refletir constantemente, ser capaz de trabalhar em equipe e desenvolver, ao longo

da sua formação educacional, condições para enfrentar as responsabilidades e os

problemas complexos de sua realidade.

Portanto, a Educação que leva o aluno a compreender o que faz e o que

acontece no mundo exigirá uma mudança profunda dos papéis e ações que são

realizadas na Escola.

Segundo Valente (1999), “o aluno deve sair da passividade de quem só

recebe para se tornar ativo caçador da informação, de problemas para resolver e de

assuntos para pesquisar”. Isso implica ser capaz de assumir responsabilidades,

tomar decisões e buscar soluções para problemas complexos que não foram

pensados anteriormente e que não podem ser atacados de forma fragmentada.

Finalmente, ele deve desenvolver habilidades, como ter autonomia, saber pensar,

criar, aprender a aprender, de modo que possa continuar o aprimoramento de suas

idéias e ações, sem estar vinculado a um sistema educacional. Ele deve ter claro

que aprender é fundamental para sobreviver na sociedade em que vivemos.

1.2 Informática na Educação Matemática

A informática está presente no dia-a-dia promovendo transformações no

comportamento social, no modo de agir e pensar das pessoas. A Educação, sendo

um serviço, se adapta às concepções que norteiam a Sociedade e, segundo Kenski

(1997), “[...] faz parte do contexto de renovação de espaço e valores ocorridos neste

mundo globalizado”. Diante disso, a Escola, instituição integrante e atuante dessa

sociedade e desencadeadora do saber, não pode ficar à margem desse contexto.

A informática pode auxiliar a desenvolver o raciocínio lógico, a criatividade

e pensamento crítico do aluno, levando-o a testar suas hipóteses e construir seu

16

conhecimento por meio da interação com o computador. Os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs) já mostra a importância do Ensino da Matemática integrada a

tecnologia:

A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A Matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização do seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente. A atividade matemática não é olhar para coisas prontas e definitivas, mas a construção e a apropriação de um conhecimento pelo aluno, que se servirá dele para compreender e transformar sua realidade. O ensino da Matemática deve relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras) e também relacionar essas representações com princípios e conceitos matemáticos. A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão e deve favorecer conexões com outras disciplinas, com o cotidiano do aluno e também conexões com os diferentes temas matemáticos. O conhecimento matemático deve ser apresentado aos alunos como historicamente construído e em permanente evolução. Recursos didáticos como (...) computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem (BRASIL - b, 1997, p. 19).

Mas geralmente encontramos na Escola e no ensino de Matemática

somente a metodologia tradicional, utilizando o caderno, o giz e o quadro-negro,

privando o aluno de interagir e aprender com seus erros, o que pode ser

proporcionado ao mesmo com o uso do computador e de softwares (programas)

como material de apoio ao ensino.

1.3 A Trajetória do Computador na Educação

Na década de 50 surgiram nos Estados Unidos as primeiras experiências

no uso do computador destinado à Educação, utilizando as máquinas disponíveis na

época e sua função era de armazenar a informação em uma determinada sequência

e transmiti-la ao aprendiz, basicamente como o que foi pensado por Skinner,

psicólogo que defendia o mecanismo do condicionamento operante que premia uma

determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar as

necessidades às ações.

No Brasil, como em outros países, o uso do computador na educação teve

início com algumas experiências em universidades, no início da década de 70,

quando os computadores assumiram formas menores e já não mais ocupavam salas

inteiras, permitindo que várias pessoas pudessem ter seu próprio computador em

casa. Em 1975, aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao

17

Brasil, que lançaram as primeiras sementes das idéias do Logo, uma linguagem de

programação utilizada com grande sucesso como ferramenta de apoio ao ensino

regular e por aprendizes em programação de computadores, implementando a

filosofia construtivista.

No início dos anos 80 os PC’s (“Computadores Pessoais”), chegaram às

escolas particulares e em 1984 o Congresso Nacional Brasileiro aprovou a primeira

Lei da Informática e o primeiro uso da informática na educação foi o próprio ensino

da informática e da educação. Posteriormente a informática foi utilizada como

ferramenta de ensino.

O MEC (Ministério da Educação e Cultura) criou cursos superiores e

técnicos na área de computação além de projetos como o EDUCOM (COMputadores

na EDUcação), em 1983, com o objetivo de criar centro pilotos em Universidades

brasileiras para desenvolver pesquisas sobre as diversas aplicações do computador

na Educação e o Proninfe (Programa Nacional de Informática na Educação),

lançado em 1989, com a proposta de desenvolver a pesquisa do uso educacional da

informática, de introduzir a informática nas escolas públicas municipais e estaduais e

centros de capacitações de professores.

Em meados de 1985 foram criados os primeiros softwares educacionais,

ainda baseados na língua inglesa, baseados no modelo de estímulo-resposta e

analisavam os acertos e erros dos alunos. Nesse período só existiam os teclados e

era necessário saber muita linguagem de programação para efetuar os comandos e

os monitores ainda eram de baixa resolução.

A partir daí foram criados vários softwares para atender os objetivos

particulares de cada disciplina, podendo ser classificados como softwares

educacionais, com uma estrutura básica definida e que podem ser adaptados às

necessidades, interesses e objetivos do usuário ou do professor.

O atual programa do governo chama-se PROINFO (Programa Nacional de

Informática na Educação) e foi lançado em 1997 pela Seed/MEC (Secretaria de

Educação a Distância) com o objetivo de estimular e dar suporte para a introdução

de tecnologia informática nas escolas de nível fundamentas e médio de todo o

Brasil.

Atualmente a Educação a Distância (EaD) apresenta ambientes

educacionais através de teleconferência, chats, fórum de discussão, correio

eletrônico e várias outras plataformas de ambientes virtuais que, como uma

18

modalidade alternativa para superar limites de tempo e espaço, possibilitam a

interação entre os alunos e os tutores.

1.4 O Professor e a Educação Matemática

O computador é apenas uma ferramenta, e, é preciso um profissional, um

mestre no ofício, que a manuseie, que a faça fazer o que ele acha que é preciso

fazer. É preciso, antes da escolha da ferramenta, um desejo, uma intenção, uma

opção.

De forma geral, sabe-se que transformar em realidade o ensino

tecnológico é uma tarefa árdua que exige do profissional de educação, pesquisa,

conhecimento e, acima de tudo, abertura para as mudanças, como nos mostra Tarja

(2001),

A incorporação das tecnologias de comunicação e informação nos ambientes educacionais provoca um processo de mudança contínuo não permitindo mais uma parada, visto que as mudanças ocorrem cada vez mais rapidamente e em curtíssimo espaço de tempo.

Verificamos então, que ao professor é atribuída a missão de acompanhar

essas mudanças, ampliando seus métodos educacionais, possibilitando, dessa

forma, maior interação entre docentes e discentes.

A presença da informática no ambiente educacional requer da escola e do

docente novas posturas frente ao processo de ensino-aprendizagem no qual o

professor deve desenvolver o conteúdo integrado ao uso do computador. Segundo

Valente (1993),

(...) o professor da disciplina curricular deve ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador.

Visualiza-se assim, que o uso do recurso da informática exige do

profissional uma postura crítica diante do material, além de uma atualização

constante. Segundo Borba e Penteado (2001):

O professor tem também que atualizar constantemente o seu vocabulário sobre computadores e software. As novidades nesta área surgem num ritmo muito veloz. (...) o professor muitas vezes não consegue acompanhar essa discussão e se vê diante da necessidade de conhecer mais sobre o tema.

Após ter escolhido um software, ter estudado o seu funcionamento e

aplicações, o professor parte para um dos passos mais importantes na utilização da

19

informática na educação, que é planejar o processo de mediação do conhecimento

de forma a alcançar a aprendizagem e para que os resultados obtidos com o auxílio

desta ferramenta possam ser satisfatórios.

Levy (1993) diz que:

O desafio que os educadores enfrentam está relacionado a aplicação prática do computador, como elemento integrador do processo de ensino-aprendizagem e não como uma simples ferramenta que facilita ou automatiza cálculos.

As técnicas precisam ser escolhidas de acordo com o que se pretende

que os alunos aprendam. Segundo Masseto (2004),

Como o processo de aprendizagem abrange o desenvolvimento intelectual, afetivo, o desenvolvimento de competências e de atitudes, pode-se deduzir que a tecnologia a ser usada deverá ser variada e adequada a seus objetivos.

Então, não basta ao professor apenas expor o conteúdo, explicar as

ferramentas disponíveis por um software, levar os alunos para a sala de informática,

listar exercícios e pedir para que resolvam com o software. Essa metodologia deve

ser dinâmica, desafiadora e capaz de despertar o interesse do aluno levando-o a um

crescimento intelectual. Tudo isso exige uma formação ampla e profunda do

professor, que deve possuir profundo conhecimento do conteúdo a ser trabalhado e

ainda o conhecimento do computador/software a ser utilizado durante as aulas. O

papel do professor deixa de ser o de "entregador" de informação, para ser o de

mediador do processo de aprendizagem fazendo com que o aluno deixe de ser

passivo, de ser o receptor das informações, para ser ativo e construtor do seu

conhecimento.

1.5 Referenciais Teóricos

Dentre os estudiosos que mais nos influenciaram podemos destacar o

professor José Armando Valente.

Valente, descendente de imigrantes italianos, nasceu em 21 de abril de

1948, em Jaboticabal, interior do estado de São Paulo. Em 1966 ingressou na

Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), no Curso

de Engenharia Mecânica.

Terminado o curso superior, começou atuar na Universidade Estadual de

Campinas (Unicamp), onde, em 1971, foi contratado como docente e participante do

20

grupo de implantação do Curso de Ciência da Computação da Universidade. Iniciou,

em seguida, o seu primeiro mestrado, no mesmo local, que concluiu em 1974 com a

dissertação LL – Linguagem para Lingüistas, sob a orientação dos professores

Nelson Machado e Jacques Cohen. Nesse período, teve a oportunidade de atuar

com os professores Marvin Minsky e Seymour Papert durante a primeira viagem

destes dois destacados cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) ao

Brasil, em julho de 1975. Ao final da visita foi convidado por eles a trabalhar como

professor visitante no Laboratório Logo do MIT.

Atuou no MIT de abril de 1976 até setembro de 1983, tendo a

oportunidade de se envolver em pesquisas com o uso de computador para apoio a

deficientes físicos. Completou o seu segundo mestrado na mesma instituição, em

janeiro de 1979, no Interdisciplinary Science Program, com a dissertação Methods

for Studying the Cognitive Development of Severely Cerebral Palsied, sob a

orientação do Professor Papert.

Seu doutorado foi desenvolvido no período de 1979 à 1983, no

Bioengeneering Department of Mechanical Engineering e na Division for Study and

Research in Education (DSRE). A tese chamada Creating a Computer-based

Learning Environment for Physically Handicapped Children também foi orientada

pelo Professor Papert.

Retornando ao Brasil, de volta à Unicamp, foi indicado para pesquisar na

área de utilização de computadores por crianças portadoras de necessidades

especiais, junto ao Núcleo de Informática Biomédica (NIB), onde atuou de 1983 à

1986 como pesquisador e vice-coordenador.

Além trabalhar na área de Educação Especial, também atuou no Núcleo

de Informática Aplicada à Educação (NIED), no Projeto EDUCOM, financiado pelo

Ministério da educação (MEC), tendo como objetivo a implantação do computador

em escolas da rede pública de ensino. Em 1986 foi nomeado coordenador do NIED,

onde passou a desenvolver duas linhas de pesquisas: uma voltada para a formação

de professores, tanto da Educação Especial quanto da Educação Regular, e outra

voltada para o entendimento do papel do computador no processo de construção de

conhecimento.

Foi coordenador do NIED até 2001, vice-coordenador entre 2001 e 2003, e

atualmente é pesquisador do núcleo. Em 1997 passou a atuar como Professor

Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo da Pontifícia

21

Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em 1999 afiliou-se ao

Departamento de Multimeios, do Instituto de Artes da Unicamp, onde obteve em abril

de 2005 o título de Livre Docente com a tese intitulada A Espiral de Aprendizagem: o

processo de compreensão do papel das tecnologias de informação e comunicação

na educação. Atualmente, é chefe desse departamento, cargo que ocupa desde

novembro de 2003.

Valente coordenou o primeiro curso de especialização FORMAR, realizado

na Unicamp em 1987, que visava a formação dos primeiros 50 professores das

secretarias de educação de praticamente todos os estados do Brasil e aplicação da

informática na educação das respectivas secretarias. Coordenou o projeto

Dinamização da Formação e da Aprendizagem nas Empresas, financiado pela

Fapesp, durante o período de 1997-1999, para o desenvolvimento de sistemas

computacionais e metodologias de formação de trabalhadores de empresas de

manufatura. Coordenou diversos projetos financiados pela Organização dos Estados

Americanos (OEA), no período 1998-2002, sobre o uso da telemática para a

formação de professores do Brasil e de diversos países da América Latina e Caribe.

Esse projeto foi fundamental para a implantação de ações de educação a distância

em diversas instituições participantes, inclusive no NIED e no Programa de Pós-

Graduação em Educação: Currículo da PUC-SP. Coordenou, em 2000 e 2001, os

cursos a distância para formação de professores de cerca de 140 instituições de

educação especial de diversas regiões do Brasil, como parte do Programa de

Informática na Educação Especial, PROINESP, financiado pela Secretaria de

Educação Especial (SEESP) do MEC e Federação Nacional das Apaes

(FENAPAES).

Valente possui entre os anos de 1998 e 2011 um total de 10 Projetos de

Pesquisa, sendo o mais recente, ainda em andamento, chamado Comunicação

móvel e meios de comunicação no Brasil e na Espanha: investigações, tendências e

oportunidades com novos meios. Suas especialidades em Educação de Ciências

Humanas são: Tecnologia Educacional, Métodos e Técnicas de Ensino, Educação à

Distância, Educação Especial, Educação em Periferias Urbanas e Educação de

Adultos. Possui também 27 artigos completos publicados em periódicos, 15 livros

publicados/organizados, 57 capítulos de livros publicados e 29 trabalhos completos

publicados em anais de congressos.

22

No ano de 2002 recebeu da Unicamp o Prêmio de Reconhecimento

Acadêmico Zeferino Vaz e da Presidência da República Federativa do Brasil a

Ordem Nacional do Mérito Educativo. Em 2009 recebeu da Câmara Brasileira de

Livro (CBL) o Prêmio Jabuti.

Pela biografia de Valente, disponível no endereço eletrônico

http://lattes.cnpq.br/8919503255281132, é possível perceber os seus esforços em

repensar a educação com a introdução do computador na escola para enriquecer

ambientes de aprendizagem.

A informática é um campo de tecnologias intelectuais e conflituoso e,

segundo Valente (1993),

A atividade de uso do computador na disciplina curricular pode ser feita tanto para continuar transmitindo a informação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo tradicional de ensino (processo instrucionista), quanto para criar condições para o aluno construir seu conhecimento por meio da criação de ambientes de aprendizagem que incorporem o uso do computador (processo construcionista). Na noção de construcionismo de Papert existem duas idéias que contribuem para que esse tipo de construção do conhecimento seja diferente do construtivismo de Piaget. Primeiro, o aprendiz constrói alguma coisa, ou seja, é o aprendizado através do fazer, do "colocar a mão na massa". Segundo, o fato de o aprendiz estar construindo algo do seu interesse e para o qual ele está bastante motivado. O envolvimento afetivo torna a aprendizagem mais significativa.

O termo construcionismo foi utilizado por Papert (1986) para denominar o

nível de construção do conhecimento quando, por exemplo, o aluno constrói um

objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência ou um

programa de computador.

Com o uso do computador, o aluno tem que combinar os conteúdos que

ele está aprendendo com as suas estratégias para serem aplicados no software para

resolver o problema. Sobre isso, Valente (1999) diz que:

No construcionismo o computador requer certas ações efetivas no processamento da construção do conhecimento. Quando o aprendiz está interagindo com o computador ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu desenvolvimento mental.

1.6 O Uso da Informática Educacional

Buscamos elaborar atividades consistentes na utilização do computador

como complemento das aulas de Matemática ministradas em sala de aula. Apesar

do grande número de estudos que vêm sendo desenvolvidos sobre tecnologias e

23

Matemática, observamos que ainda há uma grande resistência por parte dos

professores no seu uso em sala de aula.

Queremos que a aprendizagem seja processada e enriquecida pelos

esquemas mentais, onde aprender significa enriquecer essas estruturas por meio da

adição de novos conhecimentos ou da reorganização das estruturas (por meio do

pensar, do refletir).

Para encontrar a solução das atividades no computador, no nosso caso

utilizando o Excel, o aluno deverá processar a informação do problema através dos

conceitos que já estão em sua mente, elaborar e organizar estratégias de resolução

de forma ordenada, chamado descrição, executar o procedimento e efetuar a

reflexão se realmente a resposta encontrada condiz com a resposta esperada ou

correta. Em caso negativo, o aluno poderá verificar todo o processo e tentar

encontrar onde está o erro e depurá-lo. Em caso positivo, a estrutura montada por

ele servirá de embasamento para a resolução de outros problemas. Neste processo

está presente o ciclo descrição-execução-reflexão-depuração-descrição da tarefa.

Nesse ciclo a resposta emitida pelo computador é fruto das estratégias e

ações do aluno, ou seja, produto do seu próprio pensamento. É importante salientar

que a resposta fornecida pelo computador é imediata e o aluno pode confrontar suas

idéias originais com os resultados obtidos na tela, gerando um passo reflexivo

imediatamente para as ações sobre o que deve ser depurado.

A atividade de depuração é facilitada pela existência do programa do

computador. O programa representa a idéia do discente e existe uma

correspondência direta entre cada comando e o comportamento da máquina. O

processo de achar e corrigir o erro constitui uma oportunidade única para o aluno

aprender sobre um determinado conceito envolvido na solução do problema ou

sobre estratégias de resolução de problemas. No computador, o erro é um desafio

que, automaticamente, leva o sujeito a buscar novas descobertas.

Queremos mostrar também que o papel do computador pode não ser o de

facilitador, mas o de dificultador e complicador em um primeiro momento, onde o

aluno ao realizar a atividade deverá “ensinar” o computador a efetuar os passos e

repetir o ciclo descrição-execução-reflexão-depuração-descrição, isto é, o

computador não fornecerá a resposta imediatamente. A resposta correta só será

emitida depois que o aluno produziu e compreendeu toda a execução da atividade.

O aluno poderá falar sobre o que fez e mostrar esse produto para outras pessoas. É

24

um produto da mente dele e isso acaba propiciando uma grande massagem no ego.

Segundo Piaget (1978),

O que motiva um indivíduo a compreender uma tarefa é o desejo de alcançar, no futuro, um resultado que é atualmente previsível. Porém, o processo de resolver um problema ou explicar um fenômeno conduz a soluções que criarão novos problemas, que exigirão novas soluções e, assim, sucessivamente. Podemos alcançar níveis mais altos de compreensão se continuamos pensando sobre o que fazemos e no modo como pensamos.

A tecnologia, além de renovar o processo de ensino-aprendizagem, pode

propiciar o desenvolvimento integral do aluno, valorizando o seu lado emocional,

social e crítico e deixando margens para exploração de novas possibilidades de

criação. Segundo Monteiro (1995), é preciso ir muito além do que se faz hoje,

utilizando-se o computador como estratégia de apoio aos conteúdos curriculares e

como instrumento de estimulação à colaboração e a motivação do aprendiz.

Mercado ao argumentar sobre a forma de produzir conhecimento,

utilizando-se tecnologias em sala de aula, diz que:

O objetivo de introduzir novas tecnologias na escola é para fazer coisas novas e pedagogicamente importantes que não se pode realizar de outras maneiras. O aprendiz, utilizando metodologias adequadas, poderá utilizar estas tecnologias na integração de matérias estanques. A escola passa a ser um lugar mais interessante que prepararia o aluno para o seu futuro. A aprendizagem centra-se nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para torná-lo um usuário independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de informação e meios de comunicação eletrônica. (MERCADO, 1998)

Apesar do potencial das planilhas eletrônicas no ensino de Matrizes e

Determinantes, sua utilização ainda é restrita, tendo em vista que a maioria dos

livros de ensino básico e superior sequer menciona a possibilidade de sua utilização

e não é muito fácil encontrar referências e materiais disponíveis na internet sobre

esta aplicação.

25

2. MATRIZES, DETERMINANTES e EXCEL

2.1 História das Matrizes

A aplicação de matrizes possui um forte componente histórico na

resolução das equações lineares. O livro História da Matemática, de Carl B. Boyer,

nos conta que a referência mais antiga a matrizes, entretanto, data de

aproximadamente do ano 2500 a.C., no livro chinês Chui-Chang Suan-Shu (“nove

capítulos sobre a arte matemática”, publicado em torno do ano 1200 a.C.).

Esta publicação chinesa apresenta problemas sobre a mensuração de

terras, agricultura, impostos e equações, além de aparecer soluções de sistemas

lineares com números positivos e negativos. Um destes problemas é resolvido com

cálculos efetuados sobre uma tabela, tais como efetuamos hoje com as matrizes.

Ainda no livro de Boyer, encontramos a citação de outro importante artigo

chinês datado de 300 a.C. The nine chapters on the mathematical art, de Jiu Zhang

Suan Shu, marca o primeiro exemplo da utilização de métodos matriciais para

resolver equações lineares.

Atualmente, as matrizes são muito utilizadas em várias áreas de

conhecimento. Suas aplicações se dão, por exemplo, na Matemática para encontrar

soluções de sistemas lineares e equações diferenciais, na Física em Mecânica dos

Fluídos para cálculo de deformação, na Engenharia Civil para não deixar uma

estrutura composta por vigas metálicas entrarem em colapso, na Engenharia Elétrica

em toda a teoria dos circuitos elétricos e eletrônicos e na Computação para

representar translação, rotação e escalas de objeto em computação gráfica.

Mas, segundo o livro Matemática: Ciência e Aplicações 2, de Gelson Iezzi

(2004), foi somente há pouco mais de 150 anos que as matrizes tiveram sua

importância detectada e deixaram de ser coadjuvantes dos determinantes. Cauchy,

em 1826, denominou como tableau (“tabela”) o que em 1850 James Joseph

Sylvester chamou de matriz. Sylvester deu esse nome porque usou o significado

coloquial da palavra matriz, que significa, local onde algo se gera ou cria. Ele via as

matrizes como mero ingrediente dos determinantes. Mas coube a Cayley em 1858

com sua famosa Memoir on the Theory of Matrices a divulgar esse nome e iniciar a

26

demonstrar sua utilidade, começando gradativamente a ultrapassar os

determinantes em importância.

Ainda segundo Iezzi, o primeiro uso implícito da noção de matriz ocorreu

quando Lagrange C. em 1790 reduziu a caracterização dos máximos e mínimos, de

uma função real de várias variáveis, ao estudo do sinal da forma quadrática

associada à matriz das segundas derivadas dessa função. Após Lagrange, já no

século XIX, a Teoria das Formas Quadráticas chegou a ser um dos assuntos mais

importantes em termos de pesquisas, principalmente no que toca ao estudo de seus

invariantes. Essas investigações tiveram como subproduto a descoberta de uma

grande quantidade de resultados e conceitos básicos de matrizes.

2.2 Definição de Matriz

Quando abrimos jornais e revistas, encontramos com freqüência

informações numéricas organizadas em forma de tabelas com linhas e colunas.

Essas tabelas são chamadas, em Matemática, de matrizes.

Figura 1. Quadro de Medalhas

27

Dizemos que uma matriz mxn (lê-se m por n) é uma tabela de m.n

números dispostos em m linhas (filas horizontais) e n colunas (filas verticais).

Exemplo:

úû

ùêë

é-

=01

43A é uma matriz 2 x 2;

úúú

û

ù

êêê

ë

é=

7

4

1

8

5

2

A é uma matriz 3 x 2;

÷÷÷

ø

ö

ççç

è

æ-=111

111

321

C é uma matriz 3 x 3.

2.3 Conceitos Básicas de Matriz

Podemos utilizar as palavras tamanho, dimensão ou ordem para dizer

quantas linhas e colunas uma matriz possui. Utilizaremos os símbolos “[ ]” ou “( )”

como referência à uma matriz e uma letra maiúscula para representar a matriz,

como, por exemplo, a matriz A. Podemos representar também a matriz A por A =

(aij)mxn, onde 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n.

Quando utilizarmos o termo fila, estamos nos referindo à qualquer linha ou

qualquer coluna da matriz.

Cada elemento da matriz é representado pela mesma letra em minúsculo

e é seguido de dois números subscritos, sendo o primeiro deles o número da linha

onde o elemento se encontra e o segundo o número da coluna, ou seja, o elemento

a23 encontra-se na segunda linha e terceira coluna.

Veja a representação algébrica de uma matriz A:

28

Seja então a matriz

úúú

û

ù

êêê

ë

é=

7

4

1

8

5

2

A . Então, temos que:

· O elemento que está na linha 1, coluna 1 é o a11 = 2

· O elemento que está na linha 1, coluna 2 é o a12 = 1

· O elemento que está na linha 2, coluna 1 é o a21 = 5

· O elemento que está na linha 2, coluna 2 é o a22 = 4

· O elemento que está na linha 3, coluna 1 é o a31 = 8

· O elemento que está na linha 3, coluna 2 é o a32 = 7

2.4 Matrizes Especiais

Existem algumas matrizes com características peculiares, como as

mostradas abaixo:

2.4.1 Matriz Nula

É uma matriz de qualquer dimensão com todos os seus elementos iguais a

zero, e representada por Omxn.

Exemplo: A matriz O2x3 = é uma matriz nula 2x3.

2.4.2 Matriz Linha

É uma matriz formada por uma única linha.

Exemplo: A matriz A = [ ]314 é uma matriz linha 1x3.

2.4.3 Matriz Coluna

É uma matriz formada por uma única coluna.

Exemplo: A matriz B = úú

û

ù

êê

ë

é

53

4,0é uma matriz coluna 2x1.

29

2.4.4 Matriz Quadrada

É uma matriz que possui o número de linhas igual ao número de colunas.

Dizemos que a matriz é de ordem n, onde n é o número de linhas e colunas da

matriz.

Exemplo: A matriz úû

ùêë

é-

=01

43A é uma matriz quadrada 2x2, isto é,

quadrada de ordem 2.

Em uma Matriz quadrada A de ordem n, os elementos cujo índice da linha

é igual ao índice da coluna constituem a diagonal principal de A. Assim, a11, a22, ..., ann

formam a diagonal principal da mesma.

Exemplo: A matriz A =

Na mesma matriz A anterior, os elementos cuja soma dos índices da linha

e da coluna é igual a (n+1) constituem a diagonal secundária de A.

Veja o exemplo abaixo para uma matriz quadrada A de ordem 3 onde os

elementos a31, a22 e a13 formam a diagonal secundária:

Matriz A =

2.4.5 Matriz Oposta

Seja a matriz A = (aij)mxn, então chamamos de oposta de A a matriz

representada por –A, tal que A + (-A) = O, em que O é a matriz nula do tipo mxn.

Então, a matriz -A é obtida sempre de A trocando-se o sinal de cada um de seus

elementos.

Exemplo: ÷÷ø

öççè

æ--

-=-Þ÷÷

ø

öççè

æ=

52

01

52

01AA

30

2.4.6 Matriz Transposta

Dada uma matriz A de ordem mxn, chamamos de matriz transposta de A,

indicada por AT, a matriz cuja ordem é nxm, sendo as suas linhas ordenadamente

iguais à colunas da matriz A. Em outras palavras, ATij = Aji.

Exemplo: Seja a matriz A = , então, a matriz AT =

Observações:

· A primeira coluna da matriz A é igual a primeira linha da matriz AT e

a segunda coluna da matriz A é igual a segunda coluna da matriz

AT.

· Dizemos que uma matriz é simétrica se sua transposta coincide

com si própria, isto é, AT = A.

· Dizemos que uma matriz é anti-simétrica se a sua transposta

coincide com sua oposta, isto é, AT = −A.

2.5 Operações com Matriz

2.5.1 Igualdade de Matrizes

Dadas duas matrizes A e B abaixo, onde

32232221

131211

xaaa

aaaA ú

û

ùêë

é= e

32232221

131211

xbbb

bbbB ú

û

ùêë

é= , dizemos que, em matrizes,

os elementos de mesmo índice (linha e coluna) são correspondentes.

Então,

· a11 e b11 são correspondentes;

· a12 e b12 são correspondentes;

· . .

· . .

· a23 e b23 são correspondentes.

· amn e bmn são correspondentes.

31

Duas matrizes de mesma dimensão mxn são iguais quando todos os seus

elementos correspondentes são iguais.

2.5.2 Adição de Matrizes

Só será possível somar matrizes se elas tiverem a mesma dimensão.

Dadas duas matrizes A = (aij)mxn e B = (bij)mxn, a matriz soma A + B é a matriz C =

(cij)mxn, onde cij = aij + bij para todo i e todo j, isto é, a matriz soma C é possui a

mesma quantidade de linhas e colunas das matrizes A e B e cada um dos elementos

da matriz C é a soma de elementos correspondentes de A e B.

Exemplo:

2.5.2.1 Propriedades da Adição

Seja A, B e C matrizes de mesmo tipo mxn e O a matriz nula, valem as

seguintes propriedades para a adição de matrizes:

a) Comutativa: A + B = B + A

b) Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)

c) Oposto: A + (-A) = O

d) Elemento neutro: A + O = A

2.5.3 Subtração de Matrizes

Só será possível subtrair matrizes se elas tiverem a mesma dimensão.

Dadas duas matrizes A = (aij)mxn e B = (bij)mxn, a matriz diferença A - B é obtida como

a soma de A com a oposta de B, ou seja, A – B = A + (-B).

Exemplo:

Observação: Para a adição e a subtração de matrizes, como, por exemplo,

X – B + A = C, basta efetuarmos os cálculos como se fosse x – b + a = c em

números reais.

32

2.5.4 Multiplicação de um Número Real por uma Matriz

Seja a matriz A = (aij)mxn e k um número real diferente de zero. A

multiplicação de k pela matriz A é definida como a matriz B = (bij)mxn, tal que B = k .

A, isto é, bij = k . aij. A matriz B é obtida multiplicando-se todos os seus elementos

por k.

Exemplo: Seja a matriz A = e a matriz B seja igual à 2.A, então

temos que a matriz B = 2.A =

2.5.5 Multiplicação de Matrizes

Dadas as matrizes A = (aij)mxn e B = (bij)nxp, chama-se produto de A por B e

se indica A . B, a matriz C = (cik)mxp em que um elemento qualquer cik é obtido da

seguinte maneira:

a) Tomamos ordenadamente os n elementos da linha i da matriz A: ai1, ai2,

..., ain.

b) Tomamos ordenadamente os n elementos da coluna k da matriz B: b1k,

b2k, ..., bnk.

c) Multiplicamos o 1º elemento de A pelo 1º elemento de B, o 2º elemento

de A pelo 2º elemento de B e assim, sucessivamente.

Somamos os produtos obtidos nos passos acima, temos a resposta:

cik = ai1. b1k + ai2. b2k + ... + ain. bnk

A definição garante a existência do produto A.B se, e somente se, o

número de colunas de A é igual ao número de linhas de B.

33

A matriz produto C = A.B é uma matriz cujo número de linhas é igual ao

número de linha de A e o número de colunas é igual ao número de colunas de B.

Vejamos abaixo:

Se A é do tipo mxn e B é do tipo nxp, com p diferente de m, então

existe A.B, mas B.A não existe, pois:

Na observação anterior vemos que B.A não existe, ou seja, B.A é diferente

de A.B. Com isso verificamos que o produto de matrizes não é comutativo.

2.5.5.1 Propriedades da Multiplicação

Supondo que existam todas as operações abaixo, valem as seguintes

propriedades para a multiplicação de matrizes:

a) Associativa: (A.B).C = A.(B.C)

b) Distributiva à direita em relação à adição/subtração:

i. (A+B).C = A.C + B.C

ii. (A-B).C = A.C - B.C

c) Distributiva à esquerda em relação à adição/subtração:

i. C .(A+B) = C.A + C.B

ii. C.(A-B) = C.A – C.B

2.6 Matriz Identidade ou Unitária

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Chamamos A de matriz

identidade de ordem n (normalmente denotada por In) quando os elementos de sua

diagonal principal são todos iguais a 1 e os demais elementos são iguais a zero.

Exemplos:

· A matriz ÷÷ø

öççè

æ=

10

012I é uma matriz identidade de ordem 2.

34

· A matriz ÷÷÷

ø

ö

ççç

è

æ=

100

010

001

3I é uma matriz identidade de ordem 3.

2.6.1 Propriedade da Matriz Identidade ou Unitária

Qualquer que seja a matriz quadrada A de ordem n, tem-se que:

A. In = A e In.A = A

Exemplo:

Devido a essa propriedade, a matriz identidade funciona como elemento

neutro na multiplicação de matrizes.

2.7 Matriz Inversa

Seja A uma matriz de ordem n. A matriz A é dita inversível ou invertível se

existir uma matriz B tal que

A . B = B . A = In

Nesse caso, B é dita inversa de A e indicada por A-1.

Exemplo:

A inversa de A = úû

ùêë

é32

85 é A-1 = ú

û

ùêë

é-

-52

83 pois

A . A-1 = úû

ùêë

é32

85. ú

û

ùêë

é-

-52

83= ú

û

ùêë

é-

-52

83. ú

û

ùêë

é32

85= A-1.A=I2

2.8 Determinantes

O livro Matemática: Ciência e Aplicações 2, de Gelson Iezzi, nos informa

que existiam, por volta de 250 a.C., alguns assuntos referentes ao cálculo de

determinantes no mundo oriental (citado em um livro chinês de autor desconhecido).

Mas somente recentemente, por volta do século XIX é que o estudo dos

determinantes passou a ser abordado. Esse conceito de número ser associado a

uma matriz quadrada mostrou-se muito útil para a identificação de várias situações,

35

como a de sabermos se uma matriz é inversível ou se determinado sistema admite

solução.

Ainda segundo Iezzi, a história sobre o cálculo do determinante de uma

matriz revela que grandes nomes da matemática fizeram o estudo do

desenvolvimento de métodos práticos de resolução para cálculo do determinante,

que são utilizados até hoje, como o método de Pierre Simon, Marquis de Laplace

(1749 – 1827), mas conhecido como método de Laplace.

Outros métodos muito utilizados são de Gabriel Cramer (1704 - 1752),

conhecido como a regra de Cramer e de Pierre Frédéric Sarrus (1798 – 1861),

conhecido como método de Sarrus.

2.8.1 Cálculo de Determinante: Matriz de Ordem 1 e 2

Seja uma matriz quadrada de ordem n. Chamam-se determinante da

matriz A e indica-se por detA ou simplesmente D o número obtido a partir de

operações entre os elementos de A, de modo que:

a) Se a matriz A é de ordem n = 1, então detA é o único elemento de A:

Exemplo: Seja a matriz A = (3), então, detA = 3.

b) Se a matriz A é de ordem n=2, então detA é dado pela diferença entre o

produto dos elementos da diagonal principal de A e o produto dos

elementos de sua diagonal secundária:

Exemplo: Seja a matriz A =22

13

42

x

, então detA = (2 . 1) – (3 . 4) = - 10.

É comum e podemos utilizar uma barra vertical em cada um dos lados da

matriz para indicar que se trata de um cálculo de determinante: | |.

2.8.2 Regra de Sarrus

Segundo o livro História da Matemática, de Carl B. Boyer , o matemático

francês Pierre Frédéric Sarrus nasceu em Saint-Affrique no ano de 1798 e, em seus

63 anos de vida, teve como seu maior trabalho o desenvolvimento da regra prática

de resolução de determinantes de ordem 3, conhecido como Regra de Sarrus.

36

Segundo esta regra, se a matriz A é de ordem n = 3, podemos utilizar o

seguinte procedimento para obter o valor de detA:

a) Copiamos ao lado da matriz A as suas duas primeiras colunas;

b) Multiplicamos os elementos da diagonal principal de A. Seguindo a

direção da diagonal principal, multiplicamos, separadamente, os

elementos das outras duas “diagonais”;

c) Multiplicamos os elementos da diagonal secundária da A, invertendo o

sinal do produto obtido. Seguindo a direção da diagonal secundária,

multiplicamos, separadamente, os elementos das outra duas

“diagonais”, também trocando o sinal dos produtos;

d) Somamos todos os produtos obtidos nos dois itens anteriores.

Exemplo:

Seja a matriz A = úúú

û

ù

êêê

ë

é

124

012

321

, então podemos calcular o determinante de A

da seguinte forma:

( ) ( ) ( ) ( )

340121201

122201)413(223402)111(det

24124

12012

21321

124

012

321

-=---++=

=××-××-××-××+××+××=Û= A

2.8.3 Teorema de Laplace

Se A é uma matriz de ordem n≥3 (maior ou igual a três), definimos o

cofator de um elemento aij qualquer de A, que é indicado por Aij (1 ≤ i, j ≤ n), por:

Aij = (-1)(i+j). Dij

onde Dij é o determinante da matriz que se obtém de A, eliminando sua i-ésima linha

e j-ésima coluna.

Exemplo:

37

Seja A = , então, eliminamos a sua 1ª linha e 3ª coluna,

obtendo A13 = , isto é, A13 = - 13 é o cofator do elemento a13.

O Teorema de Laplace diz que para calcular o determinante de uma matriz

quadrada de ordem n, escolhemos arbitrariamente uma de suas filas (linha ou

coluna) e somamos os produtos dos elementos dessa fila pelos respectivos

cofatores.

O Teorema de Laplace aplica-se a todas as matrizes quadradas de ordem

n, porém, para os casos n=2 e n=3 é mais prático utilizarmos as regras que citamos

anteriormente.

Exemplo: Seja D = .

Se escolhermos a 3ª linha de D e pelo Teorema de Laplace, temos que

Então,

A31 = , A32 = e

A33 = .

Portanto, , isto é,

D = 7 . 9 + 4 . 20 + (-5) . 7 + 0 . A34 = 108.

38

Podemos encontrar a demonstração deste Teorema no livro Álgebra

Linear, de José L. Boldrini e outros.

2.8.4 Propriedades dos Determinantes

Em alguns casos, o cálculo de determinantes pode ser simplificado com o

auxílio de algumas propriedades que iremos mostrar a seguir. Quando nos

referirmos a uma fila da matriz, estaremos pensando, indiferentemente, em uma

linha ou em uma coluna da mesma. As matrizes estudadas nas propriedades de

determinantes nos casos abaixo são sempre quadradas e de ordem n.

2.8.4.1 Fila Nula

Se A possui uma fila na qual todos os elementos são iguais a zero, então

detA = 0.

Se utilizarmos o Teorema de Laplace, obtemos uma soma de zeros, pois o

produto de um elemento dessa fila pelo respectivo cofator é sempre igual a zero.

Veja esse exemplo para o caso n=4.

Seja M = e, desenvolvendo o determinante pela 3ª coluna,

temos que detM = 0 . M13 + 0. M23 + 0 . M33 + 0. M43 = 0.

Podemos encontrar a demonstração deste Teorema no livro Álgebra

Linear, de José L. Boldrini e outros.

2.8.4.2 Troca de Filas Paralelas

Se trocarmos a posição de duas filas paralelas de A, obtemos uma matriz

A’. Vale sempre a relação: detA’ = - detA.

Veja o exemplo para o caso n=3:

39

Seja a matriz A = e, trocando a posição da 1ª e 3ª linhas,

temos então a matriz A’ = .

Usando Laplace, vamos desenvolver detA pela 1ª linha:

detA = a.A11+ b.A12+c.A13 =

=

Também usando Laplace, vamos desenvolver detA’ pela 3ª linha:

detA’ = a.A’31 + b.A’32 + c.A’33 =

=

Com os dois passos acima, verificamos que detA’= - detA.

Exemplo:

Se , então, temos que

2.8.4.3 Multiplicação de uma Fila por um Número Real

Seja um número real k, diferente de zero, multiplicado por uma matriz A,

resultando uma nova matriz A’, então, detA’= k. detA

40

Veja o exemplo para o caso n=3:

Seja A = e, multiplicando por k os elementos da 2ª linha, temos

que A’ = ;

Por Laplace, aplicado a 2ª linha de A, temos que:

detA = d.A21 + e.A22 + f.A23

Desenvolvendo detA’, pela 2ª linha, obtemos:

detA’ = k.d.A’21 + k.e.A’22 + k.f.A’23 = k.(d.A’21 + e.A’22 + f.A’23)

Como as demais linhas permanecem inalteradas, temos que

A21 = A’21; A22 = A’22 e A23 = A’23, então, isso implica que,

detA’ = k.(d.A21 + e.A22 + f.A23) = k.detA

Exemplo: Seja M = , então, detM = 10. Se multiplicarmos por 4 a

2ª coluna de M, obtemos M’= . Então, detM’=40, isto é, detM’= 4.detM.

2.8.4.4 Filas Paralelas Iguais ou Proporcionais

Quando A possui filas paralelas iguais ou proporcionais, então, detA=0.

Vejamos os exemplos:

Seja B = e trocando a 2º linha com a 4ª linha, obtemos a

matriz B’ igual à matriz B, ou seja, B = B’. Logo detB = detB’.

41

Seja A = e trocando a 2ª linha com a 4ª linha, obtemos a

matriz A’ = .

Veja que a matriz A’ é obtida multiplicando-se a 2ª linha da matriz A por 5

e também a 4ª linha da mesma matriz por 1/5 (um quinto ou 0,2) e, pela propriedade

de multiplicação de uma fila por um número real, temos que

detA’ = 5 . 1/5 . detA, isto é, detA’ = detA.

Mas também temos nestas matrizes que, pela propriedade de troca de

filas paralelas, temos que detA’ = - detA.

Então, detA’= - detA implica que detA = - detA, mas isso significa dizer que

2.detA=0 e, essa condição só se satisfaz quando detA=0.

2.8.5 Determinante de Matriz Transposta

A e AT são matrizes cujos determinantes coincidem, isto é, detAT =detA.

Vejamos quando n=2:

· A = , detA = a.d – b.c;

· AT = e det AT = a.d – b.c

Assim, por exemplo:

42

2.8.5.1 Teorema de Binet

Sejam as matrizes A = e B = . Sabemos que o detA = 26 e

o detB = 2.

Então o produto A.B = =

Daí temos que det(A.B) = 0 – (-52) = 52 = 26 . 2 = detA . detB

Então, para as matrizes quadradas A e B de mesma ordem, vale a relação

denominada Teorema de Binet que diz:

det(A.B) = (detA).(detB)

Podemos encontrar a demonstração deste Teorema no livro Álgebra

Linear, de José L. Boldrini e outros.

2.8.6 Abaixamento da Ordem de um Determinante

Quando substituímos a fila de uma matriz quadrada A pela soma dos

elementos dela com os elementos de outra fila paralela previamente multiplicada por

um número real não nulo, obtemos uma outra matriz A’ tal que: detA’=detA.

2.8.6.1 Teorema de Jacobi

Uma das formas desse abaixamento de ordem de um determinante é

conhecido por Teorema de Jacobi:

Exemplo: Seja B = , então, sabemos que detB=25.

Substituindo a 2ª coluna de B pela soma dela com a 1ª multiplicada por 3 obtemos B’

onde:

43

B’ = , isto é detB’ = 25.

2.8.6.2 Regra de Chió

Podemos utilizar a Regra de Chió somente se o elemento a11 de A

(elemento que se encontra na 1ª linha e 1ª coluna) for igual a 1.

Veja o exemplo:

Seja a matriz A = .

“Isolamos” a primeira linha e a 1ª coluna de A (chamaremos tais filas de

margens), obtendo assim uma matriz A* do tipo 2x2:

Construímos a partir da matriz A*22 em que cada um de seus

elementos é dado pela diferença entre um elemento de A* e o produto das

respectivas margens, abaixando assim a ordem do determinante da matriz A, isto é,

encontrando uma matriz B = .

2.9 O Software Educativo: Microsoft Office Excel

O Microsoft Office Excel, popularmente conhecido como Excel, é um

software/programa de planilha eletrônica de cálculo escrito produzido pela Microsoft

para computadores que utilizam o sistema operacional Microsoft Windows e também

computadores Macintosh da Apple.

44

2.9.1 Breve Histórico

Segundo o wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Excel), a primeira versão

do Excel para Windows foi lançada em novembro de 1987 e, por volta de 1988, o

Excel havia alcançado a posição de liderança no desenvolvimento de software para

o PC (Personal Computers ou “Computadores Pessoais”), superando assim o

programa de planilha eletrônica chamado Lotus 1-2-3. Essa conquista, na época,

solidificou a Microsoft como um competidor válido no mercado e mostrou seu futuro

de desenvolvimento de software gráfico. A Microsoft aumentou sua vantagem com

lançamento regular de novas versões, aproximadamente a cada dois anos. A versão

atual para a plataforma Windows é o Excel 14, também chamado de Microsoft Excel

2010.

No começo de sua existência, o Excel tornou-se alvo de um processo

judicial de marca registrada por outra empresa que já vendia um pacote de software

chamado "Excel" na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi

solicitada a se referir ao programa como Microsoft Excel em todos os seus

documentos legais. Mas, com o passar do tempo, a Microsoft resolveu a questão

quando comprou a marca registrada reservada ao outro programa. Ela também

encorajou o uso das letras “XL” como abreviação para o programa; apesar dessa

prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por

uma combinação estilizada das duas letras.

Figura 2. Símbolo do Excel

A extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel

2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão 12, acompanhando a mudança nos

formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.

O Excel oferece muitos ajustes na interface ao usuário onde as células

são organizadas em linhas e colunas, e contêm dados ou fórmulas com referências

relativas ou absolutas às outras células.

45

O Excel foi o primeiro programa de seu tipo a permitir ao usuário definir a

aparência das planilhas (fontes, atributos de caracteres e aparência das células).

Também, introduziu “recomputação” inteligente de células, na qual apenas células

dependentes da célula a ser modificada são atualizadas (programas anteriores

recomputavam tudo o tempo todo ou aguardavam um comando específico do

usuário) além de capacidades avançadas de construção de gráficos.

Desde 1993, o Excel tem incluído o complemento poderoso do Visual

Basic for Applications (VBA), uma linguagem de programação baseada no Visual

Basic que adiciona a capacidade de automatizar tarefas no Excel e prover funções

definidas pelo usuário para uso em pastas de trabalho. A gravação de macros, um

recurso do Excel que permite fazer tarefas repetitivas automaticamente, pode

produzir código VBA que replica ações do usuário permitindo automação simples de

tarefas cotidianas. O VBA permite a criação de formulários e controles dentro da

pasta de trabalho para comunicação com o usuário.

A funcionalidade de automação provida pelo VBA fez com que o Excel se

tornasse um alvo para vírus de macro. Esse foi um problema sério no mundo

corporativo, até os produtos antivírus começarem a detectar tais ameaças. A

Microsoft adotou posteriormente medidas para prevenir o mau uso, com a adição da

capacidade de desativar completamente as macros, de ativar as macros apenas

quando se abre uma pasta de trabalho ou confiar em todas as macros assinadas

com um certificado confiável.

As versões 5.0 a 9.0 do Excel contêm vários recursos não documentados

de seus produtos, chamados de "ovos de páscoa". Porém, desde a versão 10.0, a

Microsoft tomou medidas para eliminar tais recursos.

2.9.2 Matemática no Excel

Apesar do Excel não ter sido construído especificamente para ser utilizado

no contexto educacional, podemos utilizá-lo como “software educacional” para criar

ambientes de aprendizagem em Matemática, visto que esta planilha eletrônica

oferece recursos relacionados por expressões e funções matemáticas para efetuar

cálculos financeiros e contábeis simples como controle de gastos residenciais ou até

mais complexos como controle de fluxo de caixa de uma empresa. Também é

possível como esse programa tratar dados provenientes de pesquisas, produzindo e

gerando gráficos e tabelas.

46

O artigo 2º da LDB diz que “o preparo da educação para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho é a base de toda a formação e

organização humana”. Mercado (1998, p. 6), ao argumentar sobre a forma de

produzir conhecimento, utilizando-se tecnologias em sala de aula, diz que, utilizando

metodologias adequadas, a Escola passa a ser um lugar mais interessante que

prepara o aluno para o seu futuro.

O Excel permite ao usuário, no nosso caso, ao aluno, definir e inserir

fórmulas escondidas que realizam cálculos sobre os dados visíveis bem como a

correção de valores, já que o próprio programa rapidamente recalcula os resultados

afetados por essa correção.

Outro ponto a ser considerado, é que o Excel manifesta os “erros” de

forma menos traumática, tornando-se um desafio que, automaticamente, tende a

levar o aluno a buscar novas descobertas, desenvolvendo a habilidade de elaborar

hipóteses que serão testadas para tentar encontrar a solução, tornando-se algo

pensado e submetido intencionalmente ao teste. Outra habilidade desenvolvida é a

“dedução” após a análise de tentativas já adotadas em outras situações ou mesmo

nessa.

Apesar do potencial das planilhas eletrônicas no ensino da Matemática,

sua utilização ainda é restrita, tendo em vista que a maioria dos livros de ensino

básico e superior sequer menciona a possibilidade de sua utilização e a maioria dos

professores não possuem suficiente capacitação e disponibilidade necessária para

elaborarem aulas utilizando o Excel.

Para este trabalho escolhemos o Excel 2003 por já estar instalado no

Colégio que será feita a aplicação, por este programa possuir uma interface de fácil

operação, e, principalmente, por possuir todas as operações necessárias para o

trabalho com vários conteúdos Matemáticos, inclusive Matrizes e Determinantes.

Conhecendo as operações e propriedades no tratamento dos conteúdos em questão

e os comandos e procedimento básicos que processam o Excel, os alunos terão a

possibilidade de “ensinar” o computador, construir planilhas automatizadas e

refletirem sobre suas ações ao resolverem os questionamentos dos conteúdos.

Para operar com uma planilha, em um nível básico, é preciso

conhecimento matemático similar a aquele necessário ao uso de calculadora, mas

com maiores exigências, é importante conhecer bem a notação matemática usada

para expressar diferentes conceitos, em particular o conceito de função. Mas para a

47

elaboração de planilhas mais complexas requer raciocínio típico dos problemas que

exigem um processo de solução em diferentes etapas.

O Excel apresenta recursos que provocam, de forma muito natural, o

processo que caracteriza o “pensar matemáticamente”, ou seja, os alunos fazem

experimentos, testam hipóteses, esboçam conjecturas, criam estratégias para

resolver problemas. Para utilizá-lo, o aluno deverá ter um certo domínio do saber

matemático já que possibilita a expansão de sua base de conhecimento por meio de

suas próprias construções, permitindo a manipulação dos objetos que estão na tela.

No uso de tecnologia para o aprendizado da Matemática, a escolha de um

programa torna-se um fator que determina a qualidade do aprendizado. É com a

utilização de programas que oferecem recursos para a exploração de conceitos e

idéias matemáticas que está se fazendo um interessante uso de tecnologia para o

ensino da Matemática.

Utilizando as idéias de Jonassen (1996) sobre a classificação da

aprendizagem, as atividades no contexto deste trabalho, pode ser compreendidas

como aprender com a tecnologia (learning with), onde o aluno aprende usando as

tecnologias como ferramenta que o apóia seu processo de reflexão e de construção

do conhecimento (ferramentas cognitivas), utilizando o Excel como estratégia

cognitiva de aprendizagem e como aprender através da tecnologia (learning by),

onde o aluno aprende ensinando o computador, já que ele deverá inserir as fórmulas

e expressões corretas para obter a resposta esperada no Excel.

48

3 VIVENCIANDO A MATEMÁTICA NO EXCEL

3.1 Introdução

Vivemos em uma sociedade onde muitas pessoas convivem direta ou

indiretamente com a utilização do computador e não podemos deixar os alunos fora

desse contexto. O uso de tecnologias visa facilitar o complemento das aulas

ministradas, o que pode facilitar a aceitação dessas aulas. Apresentaremos uma

proposta de aplicação dos conceitos adquiridos na sala de aula com ênfase ao

trabalho de equipe e preparando os alunos para o mundo tecnológico e científico.

O presente projeto visa complementar o processo de ensino-

aprendizagem dos conteúdos de Matrizes e Determinantes já iniciado em sala de

aula, utilizando o recurso do Excel no Laboratório de Informática. Os alunos deverão

desenvolver habilidades como ter autonomia, saber pensar, criar e aprender a

ensinar o computador de modo que possa continuar o aprimoramento de suas idéias

e ações sem estar vinculado a um sistema educacional, preparando-os para o

trabalho e a sociedade.

A sociedade passa por profundas mudanças caracterizadas por uma

supervalorização do conhecimento e a informática está presente no cotidiano das

pessoas, promovendo alterações no modo de agir e pensar das mesmas. A Escola,

ao fazer parte desta sociedade, não pode ficar de fora ou distante desse contexto.

Hoje muitos alunos de Escolas públicas possuem acesso ao computador,

seja em casa, em lan house ou na própria Instituição Educacional. Porém, o

computador, por si só, geralmente não passa de um entretenimento para os

mesmos, visto que muitos o utiliza para conversar, ouvir músicas ou assistir vídeos.

As aulas utilizando um computador deverão ser direcionadas e

relacionadas pedagogicamente aos conteúdos propostos. Pensando nisso,

escolhemos, nesta pesquisa, o software Excel 2003 devido a sua disponibilidade nos

computadores do Colégio em que será realizado a aplicação do projeto. Os alunos

realizarão atividades de conteúdos de Matemática (Matrizes e Determinantes) e, ao

mesmo tempo, estarão realizando atividades em um programa de computador

(Excel) que é muito utilizado no dia-a-dia de várias empresas e que também serve

de base para outros programas, já que para responder as questões os alunos

49

deverão formular hipóteses e efetuar testes até encontrar a solução para o problema

em questão. É importante ressaltar que a solução encontrada pode não servir em

um problema futuro e ele deverá analisar as variáveis que mudaram e apresentar a

nova solução correta.

Queremos que na aplicação do projeto aqui proposto, o processo de

ensino-aprendizagem do conteúdo de Matrizes e Determinantes se torne mais

agradável e motivador utilizando o Excel, com planejamento e estratégias bem

definidas e elaboradas pelos professores, mesmo porque, o computador, por si só,

não possui nenhum direcionamento educacional, pois trata-se somente uma

máquina.

É preciso elaborar bons problemas colocando os discentes na posição de

pesquisador de forma que os mesmos necessitem mobilizar seus conhecimentos e

adquirir novos em busca das respostas.

Segundo Valente (1993), o aprendizado é entendido não como mera

aquisição de conhecimento mas como uma evolução na qual componentes como

planejamento, descrição, execução e reflexão são parte do ciclo interativo do

aprender.

Quando o aluno usa o computador para construir o seu conhecimento, o

computador passa a ser uma máquina para ser ensinada e propicia condições para

o aluno descrever a resolução de problemas, usando linguagens de programação,

refletir sobre os resultados obtidos e depurar suas idéias por intermédio da busca de

novos conteúdos e novas estratégias.

Na fundamentação teórica desta pesquisa foi abordado o uso do

computador no ensino de Matemática aos alunos do ensino médio de uma escola

pública da cidade de rede Estadual na cidade de Aparecida de Goiânia, estado de

Goiás, através da planilha eletrônica Excel.

Então, é possível complementar o processo de ensino-aprendizagem dos

conteúdos de Matriz e Determinante iniciados em sala de aula utilizando o programa

Excel?

3.2 Objetivos e Metodologia da Pesquisa

Utilizaremos o recurso do programa Excel 2003 como complemento das

atividades ministradas em sala de aula para motivar os alunos e ampliar e solidificar

o processo de aprendizagem de conteúdos de Matrizes e Determinantes, bem como

50

tornar as aulas mais interessante aos alunos, incentivando-os a interagir entre eles,

com os professores, com o computador e, por fim, a construir seu próprio

conhecimento através da ação e reflexão no ato de “ensinar/programar” o

computador.

Inicialmente fizemos a sondagem composta de aulas práticas no dia-a-dia

ministrada aos sujeitos-alunos, entrevista com os sujeitos-professores e análise do

PPP (Projeto Político Pedagógico) e da estrutura física do Colégio Estadual Cruzeiro

do Sul.

Já com mais proximidade dos alunos, na segunda fase elaboramos um

questionário onde os alunos responderam algumas questões pertinentes ao nosso

trabalho, denominado Questionário de Matemática (ver anexo I), mas não sem antes

deixar bem claro para os discentes, tanto oralmente quanto por escrito, através da

Carta Explicação (ver anexo I), que eles eram os sujeitos principais nesta aplicação.

Com isso, conseguimos fazer um “contrato didático” entre a maioria dos alunos para

que realmente todo o processo de pesquisa fosse bastante agradável, proveitoso e

importante para eles.

Na fase seguinte analisamos o questionário respondido pelos alunos (ver

anexo II), elaboramos um manual do com os conceitos e comandos básicos do Excel

(ver anexo III) para ser entregue à eles e também elaboramos as atividades no

próprio programa (ver anexo IV).

Na quarta e última fase fizemos algumas considerações sobre o as

experiências vivenciadas nesta pesquisa e aplicação.

Nesse contexto, analisamos e verificamos as atitudes dos alunos no uso

do Excel para resolver as atividades, visto que eles tiveram que apropriar-se dos

próprios saberes sobre Matrizes e Determinantes, associá-lo à ferramenta básica do

Excel, explorando-o e levantando hipóteses e conjecturas para tomar as decisões

que eram necessárias, demonstrando iniciativa e autonomia.

3.3 O Projeto

A pesquisa foi feita com duas turmas do 2º ano do Ensino Médio do

Colégio Estadual Cruzeiro do Sul.

Foram desenvolvidas atividades no laboratório de informática

complementando as atividades anteriormente ministradas na sala de aula, em um

total de seis encontros, sendo três para cada turma.

51

Para nos auxiliar, seguimos como sugestão a Sequência Didática abaixo:

a) Aplicamos a Carta Explicação e o Questionário (ver anexo I) aos

alunos, para conhecermos um pouco mais sobre os sujeitos

principais do projeto;

b) Analisamos as respostas dadas por eles.

c) Elaboramos e entregamos aos alunos o manual com os comandos

básicos a serem utilizados no Excel em atividades de Matrizes e

Determinantes (ver anexo II), que serve de orientação aos alunos

quando, na ausências dos professores, eles tiverem alguma dúvida

sobre a execução de alguns procedimentos do programa;

d) Elaboramos inicialmente atividades simples de adição, subtração,

multiplicação e divisão no Excel utilizando números reais,

preparando-os para executar os comandos com atividades mais

complexos futuramente;

e) Depois desenvolvemos as atividades de adição, subtração,

multiplicação e divisão de Matrizes além de operações com Oposta,

Transposta, Inversa de Matrizes e Determinantes;

f) Elaboramos as atividades finais onde os alunos utilizaram fórmulas

pré-existentes no Excel para solucionar as questões envolvidas nas

atividades.

3.4 Conhecendo os Sujeitos da Aplicação

3.4.1 Conhecendo a Instituição

O projeto foi aplicado no Colégio Estadual Cruzeiro do Sul, instituição

situada à Avenida das Rosas do Conjunto Cruzeiro do Sul em Aparecida de Goiânia-

GO, localizada em área urbana na periferia, tendo a região sul de Goiânia como

referência limítrofe territorial.

A instituição possui área de 10.598 m², sendo 1.627 m² construídas,

distribuída em 23 salas de aulas, 15 dependências sanitárias e algumas salas

especiais, dentre elas, o Laboratório de Informática.

A Escola desenvolve projetos na tentativa de aproximar a escola com a

comunidade local, principalmente projetos educativos na prevenção de drogas e

também sempre preocupados com a melhoria de vida da comunidade tanto na

52

saúde como também na parte intelectual, desenvolvendo projetos como Ecologia e

de Leitura.

O Laboratório de Informática possui uma “dinamizadora” e 21

computadores para a utilização usuários, além de 1 (um) computador que não pode

ser utilizado por professores nem alunos. Dos computadores disponíveis, 2 deles

não funcionam e, geralmente, no ato de início da sessão (“logar”) que dura cerca de

5 minutos, 3 a 4 deles não estabelecem conexão. Então, temos disponíveis cerca de

15 computadores.

Os computadores não possuíam acesso à rede e que, por isso, após

ligarmos os computadores, constatamos que teríamos que colocar a planilha com as

atividades em um pen-drive passando individualmente em cada máquina. Assim, as

aulas deveriam ser finalizadas 8 minutos antes de tocar o sinal para conseguirmos

salvar no pen-drive todas as atividades desenvolvidas pelos alunos, liberando o

Laboratório para o professor seguinte.

Teríamos também que agendar previamente o datashow e conectá-lo a

um notebook particular para não ocuparmos um computador. Pela disposição dos

computadores no Laboratório e para o sucesso pedagógico da aplicação, faz-se

necessário a utilização de 3 professores na aplicação do projeto, sendo 1

apresentando as atividades e os outros 2 auxiliando os alunos, cada um em um

“corredor”.

3.4.2 Conhecendo os Professores

O professor da Instituição, André Luiz Gonçalves atualmente compõe o

quadro de Professor Efetivo da Secretaria de Educação do Estado de Goiás e atua

na Matemática há quase 09 anos, sendo 04 deles dedicados ao Colégio Estadual

Cruzeiro do Sul, ministrando aulas nos três períodos. Ele possui conhecimento

intermediário de uso de computador tendo esse aprendizado fora do horário de

trabalho, com seu próprio investimento. Desde o contato inicial sobre o nosso projeto

ele se mostrou bastante interessado em participar e ajudar desenvolver todo esse

processo, além de dar total apoio quanto à disponibilidade das aulas que faríamos

essa aplicação

O professor auxiliar no projeto, Márcio José de Morais, estava finalizando

a sua graduação em Licenciatura Matemática e não trabalhava até então como

53

professor, mas possui um conhecimento avançado sobre os programas e recursos

do Excel.

3.4.3 Conhecendo os Alunos

Em princípio pensamos em fazer o projeto para ser aplicado em somente

uma turma, porém, após pensarmos que já estávamos acompanhando as duas

turmas desde o início do ano letivo, decidimos aplicá-lo em ambas.

Aproveitando as aulas da disciplina de Estágio Supervisionado IV

conseguimos obter uma ótima proximidade com os alunos ao ministrar aulas como

“professor estagiário” podendo assim conhecer um pouco mais dos mesmos e vice-

versa, conquistando sua confiança. Além disso, o professor André também passou

várias informações relevantes sobre as turmas: o 2º ano “I” e o 2º ano “J”,

compostos por 31 e 32 alunos, respectivamente.

Mesmo assim achamos bastante interessante a elaboração de um

questionário onde os alunos responderam algumas questões pertinentes ao nosso

trabalho, denominado Questionário de Matemática (ver anexo I), mas não sem antes

deixar bem claro para os discentes, tanto oralmente quanto por escrito, através da

Carta Explicação (ver anexo I), que eles eram os sujeitos principais nesta aplicação.

Com isso, conseguimos estreitar os laços e fazer um “contrato” entre a maioria dos

alunos para que realmente todo o processo de pesquisa fosse bastante agradável,

proveitoso e importante para eles. Observamos que o fato de não precisarem se

identificar os deixou também bastante a vontade para o preenchimento do

questionário.

3.4.3.1 Alunos do 2º Ano “I”

Exatamente 24 (vinte e quatro) alunos da turma do 2º Ano “I”do total de 31

(trinta e um) alunos que freqüenta o Colégio regularmente responderam à este

questionário.

Verificamos uma turma homogênea visto que possui 54% de alunos do

sexo feminino e o restante do sexo masculino, sendo que 83% de todos os alunos

tinha idade entre 15 e 16 anos. O meio de condução da maioria deles era o ônibus e

o tempo gasto para saírem de casa e chegarem ao Colégio geralmente é entre 10

(dez) e 40 (quarenta) minutos.

54

De todos eles, quase 55% deles responderam possuir conhecimento

básico em Excel e 8% admitiram possuir total desconhecimento sobre o programa.

Cerca de 63% dos alunos possuem Curso de Computação Básico e 67% possuem

computador em casa, sendo que todos eles acessam o computador.

Quase todos os alunos utilizam o computador para fazer pesquisas na

internet através de sites de busca como o Google, para acessar as redes sociais

como o Orkut, Msn, Facebook e Badoo e também para jogar ou assistir e ouvir

músicas e vídeos através, por exemplo, do site youtube. No campo educacional,

80% deles disseram que já utilizaram o computador para fazer pesquisas e

trabalhos, além de procurar traduções de atividades envolvendo língua estrangeira.

Cerca de 67% dos alunos responderam que achava possível aprender

Matemática utilizando o computador sendo que 4 (quatro) deles não souberam dizer

qual tipo de conteúdo matemático poderia ser aplicado utilizando o computador. Seis

alunos achavam possível utilizar os conteúdos de Matriz e Determinante, 02 (dois)

deles citaram sites matemáticos (como o http://www.somatematica.com.br/) e

também o youtube como prováveis programas para serem utilizados. Um dos

discentes citou que era possível aprender fórmulas matemáticas sendo que outro

citou a função exponencial como conteúdo a ser explorado utilizando o computador.

Um total de 10 alunos utilizaram o espaço de críticas, sugestões e dúvidas

com as seguintes observações:

· Eu gosto das aulas de Matemática do professor André porque ele

explica de maneira interessante e divertida;

· Eu sugiro que nas aulas de Matemática os alunos possam usar

outros meios de aprendizagem como o computador;

· Quais tipos de conteúdo pode ser aplicado utilizando o

computador?;

· O questionário é interessante;

· Matemática é para loucos.

· Use internet com moderação. Badoo, o melhor lugar para achar

mulher para dar uma gratinada.

· Espero que usemos computador e Matemática unidos;

· Achei legal essa idéia;

55

· Sugiro que os alunos tivessem ao menos 3 aulas na sala de

informática para aprofundar o conhecimento da sala de aula,

tornando-a mais interativa;

· Por que estou respondendo isso?

3.4.3.2 Alunos do 2º Ano “J”

Exatamente 25 (vinte e cinco) alunos da turma do 2º Ano “J”do total de 32

(trinta e um) alunos que freqüenta o Colégio regularmente responderam à este

questionário.

Verificamos que a turma possui 52% de alunos do sexo masculino e o

restante do sexo feminino, sendo que trata-se de uma classe mais heterogênea do

que a anterior, visto que possui alunos entre 14 e 21 anos de idade e o maior grupo

somava somente 28% do total, no caso alunos de 16 anos. O meio de condução da

maioria também era o ônibus, assim como a turma anterior e o tempo gasto para

saírem de casa e chegarem ao Colégio geralmente é entre 10 (dez) e 25 (vinte e

cinco) minutos.

De todos eles, quase 52% deles responderam possuir conhecimento

básico em Excel e 8% admitiram ter total desconhecimento deste programa. Cerca

de 52% dos alunos possuem Curso de Computação Básico e 64% possuem

computador em casa, sendo que 14% do total dos alunos responderam que não

utilizam o computador .

Quase todos os alunos utilizam o computador para fazer pesquisas na

internet através de sites de busca como o Google, para acessar as redes sociais,

para jogar ou assistir e ouvir músicas e vídeos através, por exemplo, do site youtube.

No campo educacional, 92% deles disseram que já utilizaram o computador para

fazer pesquisas e trabalhos, além de procurar traduções de atividades envolvendo

língua estrangeira.

Cerca de 56% dos alunos responderam que achava possível aprender

Matemática utilizando o computador, sendo que um deles citou que era possível ver

as fórmulas na internet e outro citou que o computador facilitaria o aprendizado. O

restante da turma respondeu que isso não era possível, sendo que um deles

informou que a explicação do professor André já era muito clara e outro aluno

comentou que a Matemática só poderá ser aprendida utilizando lápis e borracha.

56

Um total de 9 alunos utilizaram o espaço de críticas, sugestões e dúvidas

com as seguintes observações:

· Eu gosto das aulas de Matemática do professor André. Gostaria

que ele utilizasse mais o computador na escola para ficarmos mais

preparado para o mercado de trabalho. Na hora da entrevista eles

perguntam sobre conhecimento em informática;

· Adoro o professor André. Ele é muito “gente boa”;

· O professor Andre é um bom professor, explica bem e com ele é

mais fácil de aprender;

· Devia ter mais aulas de internet e menos aulas na sala;

· Qual a finalidade dessas perguntas? Eu vou ser premiada com

algum curso?;

· Qual a finalidade do questionário? Vou ser premiada? Vou ganhar

curso?;

· Este questionário serve para que? Vou ganhar curso?;

· Compensa estudar Matemática para o vestibular de uma forma que

não tome meu tempo de trabalho;

· O André é um ótimo professor. Só que eu tenho dificuldade na

matéria. Eu acho que ele deveria passar mais atividades como

trabalho para poder nos auxiliar na avaliação bimestral, mas o

Andre é de boa e gosto dele.

Com esses comentários, sentimos que alguns alunos acharam que o

computador iria “tomar o lugar” do querido professor André. Outros inicialmente não

entenderam bem o propósito do questionário e das futuras atividades.

3.5 Data de Início e Duração

Aplicamos o projeto no mês de abril para as duas turmas, sendo que para

cada uma delas utilizamos 3 aulas de 45 minutos, cada. Então as 6 (seis) aulas

programadas ficaram assim distribuídas:

· No dia 26 de abril de 2011 utilizamos o 1º, 2º e 6º “horários” com a

turma do “I” e o 3º e 4º horários com a turma “J”;

· No dia 27 de abril de 2011 finalizamos com a turma “J” no 2º

horário.

57

3.6 Elaborando as Atividades no Computador

Foi utilizado o Excel 2003, software disponível e já instalado nos

computadores do laboratório de informática, para efetuar as atividades sempre

relacionadas ao conteúdo de Matrizes e Determinantes, lembrando que as aulas já

foram efetuadas em sala e que agora os alunos terão a possibilidade de

complementar seu conhecimento utilizando o computador.

Formulamos um pequeno manual com os comandos básicos do Excel

2003 (ver anexo III).

Criamos uma planilha eletrônica com atividades relacionadas ao conteúdo

matemático constando 7 (sete) planilhas (ver anexo IV) com os as seguintes

nomenclaturas:

· Comandos_ básicos;

· Oposta_e_Transposta;

· Adição;

· Multiplicação;

· Multiplicação_2;

· Inversa;

· Determinantes.

3.7 Aplicação nas Turmas do Ensino Médio

A mesma atividade abaixo foi elaborada para as duas turmas analisadas

acima. Como as indagações e considerações das duas turmas foram bem

semelhantes, optamos por comentarmos os principais acontecimentos reflexões nas

aplicações, independente da turma.

Para as duas turmas o procedimento inicial foi o mesmo. Quando eles

chegaram ao Laboratório de Informática, as planilhas com as atividades de Excel já

58

estavam “abertas” em seus respectivos computadores. Também, pela pouca

quantidade de computadores disponíveis, as atividades foram realizadas em dupla.

A princípio eles ficaram receiosos pois achavam que iriam utilizar a Internet para

fazer algum trabalho. Pedimos a eles que digitassem os seus respectivos nomes no

campo “indicado” e, após isso, “salvassem” esta planilha. Com isso, conseguimos

posteriormente recolher e analisar os registros de cada dupla. Neste momento

alguns alunos apresentaram certa dificuldade em “guardar” o arquivo, mas, com o

auxílio dos professores, eles conseguiram.

Figura 3. Comandos básicos 1

Nesta questão 01, na planilha Comandos_básicos, verificamos que os

alunos responderam com facilidade os itens a ao f, sendo que no item g alguns

alunos não perceberam que o elemento 64 estava presente em dois “locais” da

Matriz. Outros alunos questionaram se era possível existir na mesma Matriz dois

“números iguais”, ao qual eles mesmos obtiveram a resposta após refletirem.

No item h alguns alunos não conseguiram responder inicialmente, porém,

após breve explicação, eles acharam “fácil demais” a resposta.

59

Figura 4. Comandos básicos 2

A partir da questão 02 acima, os alunos já foram envolvidos pelo

conhecimento do conteúdo e do programa Excel. Fizemos no datashow para que os

alunos acompanhassem visualmente, como exemplo, a resolução do item a

utilizando a fórmula “=C43+E43” e os deixamos responder os outros.

Verificamos que os alunos da turma “J” assimilaram bem a utilização do

Excel e responderam com muita agilidade as questões.

Na turma “I” aconteceu um fato que vale a pena comentar. Mesmo com a

explicação dada no exemplo, nos itens b ao p alguns alunos responderam que

achavam mais fácil digitarem a resposta, ou seja, não utilizaram as ferramentas de

função/fórmula do Excel. Ao perguntarem se eles estavam errados, respondemos

que “não”. Realmente eles estavam certos, pois a resposta era correta. Porém,

visualizando no datashow, fizemos na nossa planilha e pedimos aos alunos que

60

alterassem os números do produto do item g que inicialmente era 4 x 3. Digitamos

16578 x 6629 e, os alunos que utilizaram a fórmula corretamente (“=C55*E55”)

notaram que a resposta calculada “automática e corretamente”, ou seja,

“109895562”. Mas aqueles que não a utilizou, ainda encontraram a resposta 12 que

tinham digitado anteriormente. Estes disseram que agora não conseguiriam

responder “de cabeça” e que demoraria muito tempo para responder a multiplicação

utilizando o lápis e papel e utilizaram o recurso disponível no Excel.

Ainda restava um aluno que conseguiu efetuar o cálculo utilizando a

calculadora, relutando em não tentar aprender a “novidade”. Novamente no

datashow, fizemos e pedimos aos discentes que substituísse, ainda no item g,

somente o número 6629 por – 36875987, encontrando a resposta – 611330112486.

O único aluno que “ignorava” até então a utilização da fórmula nos disse que não era

possível encontrar a resposta na calculadora. Com isso, solicitamos que todos

alterassem arbitrariamente os números do produto da letra g e eles constataram que

realmente era muito interessante esse “recurso” do Excel.

Figura 5. Comandos básicos 3

Os itens q e r não foram bem formulados, gerando ambigüidade na

interpretação e, devido a isso, pedimos que os alunos não os respondessem.

Figura 6. Matriz Oposta

61

Figura 7. Matriz Transposta

Nestas questões 03 e 04 acima, já na planilha Oposta_e_Transposta,

solicitamos que os alunos criassem suas próprias matrizes, podendo alterar até

mesmo o nome das mesmas e verificamos que alguns alunos ficaram surpresos e

acharam impressionante o que acontecia quando eles renomeassem a matriz, por

exemplo, a “Matriz A” para “Matriz Massa”, automaticamente o que estava digitado

“Oposta da Matriz A”, passaria para “Oposta da Matriz Massa”.

A maioria teve facilidade em construir as matrizes e determinar as suas

respectivas opostas e transpostas, visto que possuíam o conceito e definições de

matrizes bem formuladas e aprofundadas.

Figura 8. Adição 1

Na questão 05 presente na planilha Adição, verificamos que os alunos

tiveram grande facilidade em responder as letras a, b e d, pois sabia qual seria a

62

ordenação correta da matriz resposta, ou seja, ao somarem o elemento de primeira

coluna e primeira linha das matrizes iniciais, a resposta seria digitada na mesma

posição da coluna resposta.

Quando chegaram à letra c, propositalmente impossível de ser resolvida, a

maioria dos alunos perceberam que não conseguiriam encontrar a solução e a

resposta era que as Matrizes não eram do mesmo “tamanho”, ou seja, não possuíam

a mesma ordem.

Os alunos acharam interessante o recurso de “puxar/arrastar a fórmula”,

no qual “agilizaria” todo o processo de resolução do problema, mas não se

esqueceram que era necessário e de fundamental importância analisar a resposta

para ver se realmente condiz com o problema proposto.

Figura 9. Adição 2

Por questão de falta de tempo disponível, resolvemos desconsiderar a

letra e do exercício acima.

Na planilha Multiplicação abaixo temos a questão 06 verificamos que a

letra a letra a foi respondida com facilidade e alguns alunos tentaram utilizar o

recurso de “puxar/arrastar a fórmula”, porém, analisaram e verificaram que a

resposta estava incoerente com o enunciado, pois o resultado esperado da 2ª linha

da matriz-resposta deveria ser -3 e 0, respectivamente, e eles encontraram 0 e 0.

Mostramos para eles, então, forma de “ancorar/fixar” a célula que convém no

exercício, utilizando o símbolo $.

63

Figura 10. Multiplicação 1

Os alunos tiveram certa dificuldade com a letra b porque, apesar de

conhecerem bem o “algoritmo” de multiplicação de matrizes, ainda tinham

dificuldade em operar os símbolos de expressões numéricas matemáticas no Excel,

como o parêntesis. Como a letra c não era “quadrada”, debatemos com os alunos a

condição de existência da multiplicação de matrizes, isto é, se existia ou não

resposta para aquele enunciado. Deixamos eles mesmos chegarem a conclusão que

realmente se existia ou não a possibilidade dessa existência e ouvimos as suas

justificativas. Com esse debate, ficou fácil saber qual seria o tamanho da matriz

“resultado”. A maioria dos alunos utilizaram o símbolo $ para otimizarem o processo

da matriz-resposta.

Com o debate da letra c, facilmente os alunos justificaram a

impossibilidade de se efetuar a multiplicação das matrizes da letra d. A letra e ficou

mal elaborada, gerando novamente ambigüidade, já que, se o aluno entendê-la

como (3 x “Matriz A” + “Matriz B”) x (“Matriz C”), não teria solução. Pedimos então

que eles visualizassem a questão como (3 x “Matriz A”) + (“Matriz B” x “Matriz C”). A

partir daí eles verificaram que resultaria em duas matrizes de mesma ordem (3x2),

encontrando assim a matriz-resposta.

Não foi possível chegar a responder a letra f abaixo com a turma “I” pois

faltavam apenas 10 minutos para findar-se a 2ª aula e os alunos teriam que ir para a

64

sala de aula. Além disso, a outra turma entraria ao laboratório de informática na aula

seguinte e a “dinamizadora” nos disse que era necessário reiniciar todos os

computadores antes que os novos alunos entrassem o laboratório. Solicitamos aos

alunos que salvassem os seus trabalhos e que iríamos continuar no 5º horário.

Passamos de computador em computador e copiamos suas planilhas. Nesse

momento dois computadores foram reiniciados antes que conseguíssemos registrar

as atividades dos respectivos alunos que os utilizaram.

Figura 11. Multiplicação 2

A turma “J” utilizou exemplos que já tinham sido resolvidos no caderno e

verificaram que realmente “dá certo”, só que “no computador é mais rápido”

Figura 12. Multiplicação 3

65

A partir da questão 07, presente na planilha Multiplicação_2, utilizamos

mais recursos do Excel 2003, ou seja, as fórmulas e funções pré-existentes no

mesmo. Notamos que a maioria dos tiveram dificuldade inicialmente em utilizar a

fórmula “=MATRIZ.MULT” por ser um pouco diferente.

Além de terem que selecionar corretamente as planilhas do produto, de

saber exatamente o “tamanho” da matriz-resposta (quantas linhas e colunas são

necessárias para a resposta), eles deveriam executar a seleção das células e todos

os passos do “F2, CTRL – SHIFT – ENTER” exatamente na sua respectiva

ordenação.

Depois de se familiarizarem com a função, eles disseram que com ela

conseguiria calcular rapidamente e facilmente a multiplicação de matrizes, sendo

que o caderno, utilizando o lápis, iriam demorar muito.

Na questão 08 abaixo, presente na planilha Inversa, alguns alunos

esqueceram de selecionar as células da matriz-resposta e calcularam a fórmula

“=MATRIZ.INVERSO” somente em uma célula, resultando em um número. Eles

mesmo debateram e chegaram a conclusão que deveria fazer essa seleção antes.

Como já tinham experiência com a função anterior que utiliza os passos “F2, CTRL –

SHIFT – ENTER”, eles acharam muito fácil encontrar a Inversa das Matrizes da

letras a a d.

66

Figura 13. Inversa

Já na letra e eles encontraram nos quatro elementos da matriz-resposta o

símbolo “#NÚM!”. Novamente iniciamos um debate que aconteceu nas duas turmas.

Alguns acharam que tinha tinham errado algo na fórmula ou digitado algo incorreto.

Durante o debate duas alunas disseram que nem todas as matrizes possuíam

inversa. Os próprios alunos lembraram da definição de Matriz Inversa e da Matriz

Identidade. Com isso, eles perceberam que a questão não tinha solução.

67

Figura 14. Determinantes

Na planilha Determinantes, encerrando a atividade, utilizamos a fórmula

do Excel “=MATRIZ.DETERM” para respondê-la. Como já tinham se familiarizado

com o Excel, todos os alunos responderam à essa questão com extrema facilidade.

Eles disseram que as letras a e b são fáceis de serem resolvidas pelo método

prático e por Sarrus, mas que a letra c seria muito “demorada” porque tinha que

fazer vários cálculos para descobrirem o resultado correto.

Os alunos também disseram que no Excel poderia calcular até

determinantes de ordem 8, 9 ou 10 tranquilamente.

Sugerimos então aos alunos que manipulassem os dados da matriz da

letra c da seguinte forma: alterar a 4ª coluna para os números 0, 6, -24, 12 e -9,

respectivamente. A resposta, claro, encontrada pelas duas turmas, foi 0 (zero) e

iniciamos novo debate com alguns alunos. Eles disseram que a 4ª coluna que

digitamos era exatamente a 2ª coluna, multiplicada pelo número 3.

Com a turma “J” conseguimos simular várias situações que o determinante

era “zerado”, inclusive deixamos que eles próprios “ditassem” os números para

serem digitados na Matriz que estava sendo visualizada no datashow. Como ainda

68

era o 2º “horário” do segundo dia de aplicação, os alunos se mostraram ainda muito

entusiasmados. Com essa motivação e com tempo disponível, mostramos a eles um

“programa” no Excel criado por nós professores e que “calculava automaticamente”,

utilizando as regras e propriedades de matrizes e determinantes, as respostas dos

sistemas lineares que eles já tinham iniciado a estudar. Eles também solicitaram que

essas planilhas trabalhadas no Laboratório fossem enviadas para os seus

respectivos e-mails.

Na turma “I”, como já era o 6º e último “horário” percebemos que os alunos

já estavam dispersos esperando a hora de terminar a aula para ir embora. Somente

alguns alunos interagiram nesta última aula.

69

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de não tratar-se de um software com a finalidade de uso

educacional, a utilização do Excel no ensino de Matrizes e Determinantes como

complemento das atividades desenvolvidas e ministradas em sala de aula foi

importante para a construção do conhecimento dos alunos. O software propiciou a

integração aluno-aluno e aluno-professor, estimulando de maneira desafiadora os

alunos a ensinarem o computador a resolver as questões, proporcionando ao aluno

a cooperação, interação e motivação principalmente por terem sido autores de seu

próprio trabalho e, conseqüentemente, de seu próprio aprendizado.

Em geral os alunos gostaram e perguntaram quando seria a próxima

aplicação de matemática utilizando o computador. Entendemos que essa atividade

só foi possível porque os docentes tinham um ótimo conhecimento dos conceitos e

propriedades das matrizes e determinantes, além do domínio avançado do Excel.

Não podemos deixar de registrar os obstáculos encontrados durante essa

vivência. Apesar de apresentarmos a carta-explicação e de mostrarmos aos

discentes que eles são personagens principais desta pesquisa, alguns alunos não se

mostraram muito dispostos a colaborarem com a aplicação.

Não conseguimos constatar se o programa Excel utilizado no Colégio

Estadual Cruzeiro do Sul possuía licença de utilização e, ao sugerirmos a instalação

de um programa “livre” OpenOffice ou BrOffice, recebemos a informação que

somente um “técnico” cadastrado pela Secretaria de Educação poderia efetuar

qualquer tipo alteração e instalação de programas nas máquinas. Como os

computadores do Colégio não funcionam em rede, tivemos que chegar mais cedo ao

laboratório para colocarmos todos os arquivos nas máquinas e depois recolhê-los

antes da entrada do professor que ministraria a aula seguinte no local. As atividades

foram efetuadas em duplas pois alguns computadores não funcionaram e os

professores André e Márcio fizeram o papel dos dinamizadores para auxiliar os

alunos nas atividades.

Inicialmente os discentes queriam acessar a internet, porém, solicitamos

que fosse desativada durante a nossa aplicação. Alguns queriam efetuar as

atividades de soma e multiplicação utilizando somente o cálculo mental mas, depois,

70

observaram que, quando os valores aumentavam, tinham problema. Os que fizeram

os cálculos utilizando o “=” do Excel acharam surpreendente que, ao mudar os

valores, as respostas “apareciam” automaticamente, desde que o algoritmo da

operação tenha sido digitado corretamente.

Vimos também que não foi tarefa simples a elaboração destas atividades

visto que nesta aplicação estão envolvidos conhecimentos aprofundados

matemáticos e do software Excel para que realmente as atividades sejam

pedagógicas e relacionadas ao conteúdo de Matrizes e Determinantes, isto é, não

basta somente deixar o aluno acessar o computador por si só, mas sim, acompanhar

sistematicamente todo o trabalho desenvolvido por ele.

O ensino através da utilização do laboratório de informática não pode ser

efetuado somente com um professor pois o nível de dispersão dos alunos poderá ser

ainda maior caso não tenha outros profissionais que dominem o conteúdo e o

software a ser utilizado que possam monitorar e auxiliar os alunos. Foi necessária a

presença de três professores matemáticos com conhecimento avançado no

conteúdo de Matriz e Determinante e também do software Excel. Enquanto um

professor ficou por conta de apresentar as explicações utilizando o datashow, os

outros dois ficaram em cada um dos “corredores” do laboratório de informática para

verificarem passo-a-passo o que os alunos estavam produzindo, deixando-os

sempre “à vontade” para construírem seu conhecimento, sempre mediado pelo

professor.

Deve haver também um esforço das políticas educacionais na formação

dos professores em utilizar qualitativamente esta tecnologia, enriquecendo a sua

prática pedagógica. Se a atividade com informática não for reconhecida, valorizada e

sustentada pela direção da escola, não provocará nenhum impacto na sala de aula.

Os professores e diretores precisam de formação e orientação sobre como atuar

nessa área. Em algumas escolas a sala de informática fica sem uso por vários

meses porque não há verba para pagar a visita de um técnico.

A disponibilidade de recursos técnicos, como computadores e espaço

físico do laboratório de informática, afetam diretamente o sucesso desta atividade.

Na aplicação foi necessário deixarmos em cada computador uma dupla de alunos.

É importante salientar que a utilização do computador, no nosso caso

utilizando o Excel, representa somente um auxílio aos estudo em Educação

71

Matemática, como em Matrizes e Determinantes, e não uma solução isolada para as

dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.

Os alunos parecem mostrar-se abertos e receptivos quando se trata de

utilização da ferramenta de tecnologia aliada aos estudos. É realmente desgastante

para o professor elaborar essas aulas mas o resultado é sentido principalmente

sabendo que estaremos preparando os alunos não somente no âmbito educacional

mas também no âmbito social e profissional.

O Excel não irá acabar com a escrita e a oralidade da sala de aula assim

como a simulação não substitui a demonstração em Matemática. Portanto podemos

realmente esperar que o Excel constitua uma ótima ferramenta a ser utilizada pelo

professor como um importante instrumento pedagógico, oportunizando ao aluno a

construção e ampliação de seu próprio conhecimento.

72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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73

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74

ANEXOS

75

ANEXO I

ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS DOS ALUNOS – GRÁFICOS

76

Carta Explicação Colégio Estadual Cruzeiro do Sul Aparecida de Goiânia, _______ de março de 2011 Professores: André Luiz Gonçalves, Warley Dorneles e Márcio José de Morais

Caros alunos do 2º ano do Colégio Estadual Cruzeiro do Sul.

O presente questionário serve para tentarmos buscar uma integração maior entre vocês estudantes, nós professores, o ambiente escolar, familiar, nossa comunidade e toda a nossa sociedade.

Trata-se de uma pesquisa sobre a possibilidade de utilização do computador para facilitar e auxiliar o processo de ensino-aprendizagem da Matemática complementando os conteúdos anteriormente ministrados em sala de aula.

Lembrando que não é preciso identificar-se, porém, o seu comprometimento e veracidade de suas respostas serão de total importância para fazermos da sala de aula um ambiente mais agradável.

As perguntas são individuais e vocês terão alguns minutos para respondê-las e entregarem aos professores.

Quaisquer dúvidas que aparecerem durante o preenchimento das respostas podem nos chamar que estaremos sempre à disposição de vocês.

Obrigado. Professores André, Warley e Márcio.

77

Questionário de Matemática

Colégio Estadual Cruzeiro do Sul Aparecida de Goiânia, _______ de março de 2011 Professores: André Luiz Gonçalves, Warley Dorneles e Márcio José de Morais

Conforme orientações da Carta Explicação dos professores sobre este

questionário, responda as perguntas abaixo:

1. Escreva as iniciais do seu nome e sobrenomes. (Exemplo: Luís Inácio da Silva deverá ser LIS).

2. Qual o seu sexo? Masculino Feminino

3. Qual sua data de nascimento? / /

4. Qual o ano e turma você cursa atualmente no Colégio Estadual Cruzeiro do

Sul? 5. Qual o meio de transporte você utiliza para chegar ao Colégio?

6. Quanto tempo você demora no trajeto de sua casa até o Colégio?

7. Você já fez curso de digitação e computação? Sim Não

8. Você possui acesso a computador em casa? Sim Não 9. Você possui acesso a computador em outro lugar?Caso a resposta seja afirmativa, cite os locais.

10. Em média, quantas horas por dia você costuma utilizar o computador?

11. Você utiliza o computador para quais finalidades?

78

12. Você utiliza somente a Internet ou costuma utilizar também algum outro programa específico do computador? Quais?

13. Em alguma Escola ou Colégio que você estudou você já utilizou o computador em alguma atividade escolar? Qual era a atividade e qual programa você utilizou?

14. Fora do ambiente escolar você já utilizou o computador para lhe auxiliar em alguma atividade escolar? Qual era a atividade e qual programa você utilizou?

15. Você acha possível aprender Matemática utilizando o computador? Caso a resposta seja afirmativa, cite algum exemplo de qual conteúdo você gostaria que fosse trabalhado pelo professor.

16. Sobre a ferramenta Excel, você considera que possui:

17. Deixe no espaço abaixo seu recado, sua dúvida ou sugestão.

79

Ao elaborarmos este questionário, a nossa intenção era conhecer um

pouco mais da vida e do conhecimento dos alunos.

A primeira questão foi para tentar deixar os alunos com maior liberdade

para responder as questões, já que a identidade deles seria mantida em sigilo. Já

questão 02 nos serviria para a análise quantitativa e posteriormente como análise

estatística e qualitativa dos dados, assim como também a terceira questão.

A questão 04 foi elaborada para separarmos bem a tabulação das duas

turmas e a quinta e sexta questões para realmente verificar algumas pontuações do

Projeto Político Pedagógico da Escola como a população e os bairros abrangidos

pela Instituição, além de nos dar a possibilidade de deduzir até mesmo a condição

financeira “aparente” dos alunos e até mesmo sua família.

A sétima questão é necessária para analisar se o conhecimento

“profissional” do aluno sobre a utilização do computador, somente um conhecimento

“nativo” prévio ou nenhum conhecimento por parte do mesmo. As duas questões

seguintes eram necessárias para pontuarmos a disponibilidade do computador ao

alcance dos discentes, sendo que a questão 10 era para saber o nível de

proximidade que o aluno possui com o computador.

A décima primeira questão foi elaborada para verificarmos finalidade de

utilização do computador pelos alunos e, já imaginando qual seria geralmente a

resposta dada, a questão 12 foi necessária para verificar se o aluno possui

conhecimento sobre a utilização de programas disponíveis no computador. As

questões 13 e 14 foram elaboradas para sabermos se os alunos já utilizaram o

computador como ferramenta em alguma atividade escolar ou não e qual programa

ele utilizou.

Nesta 15 questão queremos saber se o aluno vislumbra a utilização do

computador como uma ferramenta de ensino da Matemática e a seguinte serviu para

verificarmos o nível de conhecimento de cada aluno com a ferramenta Excel.

A última questão deixamos como espaço livre para o aluno fazer as suas

considerações.

80

ANEXO II

ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS DOS ALUNOS – GRÁFICOS

81

RESPOSTAS DA TURMA 2º ANO “I”

82

83

84

85

RESPOSTAS DA TURMA 2º ANO “J”

86

87

88

89

ANEXO III

MANUAL EXCEL 2003

90

Colégio Estadual Cruzeiro do Sul Aparecida de Goiânia, _______ de março de 2011 Professores: André Luiz Gonçalves, Warley Dorneles e Márcio José de Morais

Microsoft Excel 2003

Seja Bem Vindo! A partir de agora você terá contato com o “Microsoft Excel” em sua versão 2003. O Excel, como é comumente chamado, é considerado um software de planilha

eletrônica ou de cálculos. A primeira vista nos parece um pouco complicado, mas é muito simples.

Com o Excel se pode fazer desde simples cálculos, até cálculos mais avançados como

financeiros, matemáticos, lógicos, estatísticos, etc. Pode-se fazer desde controle de gastos da sua casa, até controle de estoque ou fluxo de caixa de uma empresa.

Apresentaremos a seguir algumas opções básicas que serão utilizadas na resolução de

exercícios relacionados a Matrizes e Determinantes.

INICIANDO O EXCEL

Para abrir o programa Excel, usaremos os seguintes passos: 1.Clique no botão iniciarà 2. Posicione o cursor do mouse na opção todos os Programasà 3. Posicione o cursor na opção Microsoft Officeà 4. Visualize e clique em Microsoft Office Excel 2003à A tela do Excel

91

Para quem já trabalhou com o editor de textos Microsoft Word, a tela acima o lembra

um pouco, principalmente a barra de Ferramentas. Alguns botões do Word, porém, o que diferencia mesmo são as células, divididas em linhas e colunas.

CONHECENDO AS BARRAS DO EXCEL 8 Barra de Título

Fornece o nome do software e também o nome do arquivo que está sendo editado (ou

que se encontra aberto). 8 Barra de Menus

Fornece os menus de comandos do Excel.

8 Barra padrão ou de ferramentas de comandos

Fornece, ao usuário, botões representando alguns dos comandos disponíveis nos

menus.

92

8 Barra de Ferramentas de Formatação

Permite ao usuário formatar os caracteres do texto na célula, modificando estilo, cor de

textos e células, alinhamento do texto, centralizar colunas, formatar em moeda, etc.

8 Barra de Fórmulas

8

8 8

8 Área de Trabalho

É o local onde iremos digitar nas células e trabalhar com colunas e linhas de uma planilha.

8 Barras de Rolagens

Usadas para que o usuário se desloque pelo texto com o auxílio do mouse, elas podem ser vertical ou horizontal. Você desloca pela planilha clicando nas setas ou arrastando o botão.

93

OS COMPONETES DO EXCEL 2003 Este software é composto de cinco partes fundamentais, que são: 1. Pasta. 2. Planilha. 3. Coluna. 4. Linha. 5. Célula. 1. Pasta è É denominada “PASTA” todo arquivo que for criado neste software

“Excel”. Tudo que for criado e posteriormente será um arquivo, porém considerado uma PASTA.

2. Planilha è Uma planilha é considerada a parte onde será executado todo o

trabalho por isso esta é fundamental, se não temos planilha não podemos criar qualquer calculo que seja.

OBS: Dentro de uma planilha estão contidas as colunas, linhas e células. 3. Coluna èÉ o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são

representadas em letras de acordo coma a ordem alfabética crescente sendo que a ordem vai de A até IV, e tem no total de 256 colunas em cada planilha.

4. Linha èÉ o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma

planilha são representadas em números, formam um total de 65.536 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

5. Célula è As células são formadas através da intersecção “cruzamento” de uma

coluna com uma linha e, cada célula tem um endereço “nome” que é mostrado na caixa de nomes que se encontra na Barra de Fórmulas. Multiplicando as colunas pelas linhas vamos obter o total de células que é 16.777.216.

A PASTA Todos os arquivos criados no Excel denominamos pasta.

94

A PLANILHA

O Excel 2003 possui varias planilhas, (Inicialmente temos 03 planilhas para trabalharmos, mas que posteriormente podem podem ser alteradas).

Podemos localizar uma planilha através dos nomes que elas receberam inicialmente PLAN1, PLAN2... Na parte inferior da Área de Trabalho, que recebe o nome de guia de planilhas. A COLUNA

O Excel possui 256 colunas representadas por letras de nosso alfabeto, podemos localizar uma coluna na tela do Excel através das letras que se encontram acima da área de trabalho, como no exemplo abaixo, observe a coluna D. Sinais operacionais Sinal de * = Multiplicação Sinal de / = Divisão Sinal de + = Adição Sinal de – = Subtração Sinal de ^ = Potenciação Sinal de % = Porcentagem

ENTENDENDO FUNÇÕES

Nós podemos fazer cálculos com o Excel usando as funções já existentes ou ainda criando novas funções que veremos a seguir.

Um detalhe muito importante é que uma função no Excel deve ser precedida pelo sinal de = (igual), independentemente da função, pois o Software reconhece uma fórmula ou função a partir do momento que for iniciado com o sinal de igual.

A função é um método para tornar mais rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais complexos e vários valores. Existem funções para cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA(A1:A10), significa que a função SOMA, somará os valores do intervalo A1 até A10, sem você precisar informar célula por célula.

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Algumas funções

A seguir encontraremos uma pequena relação das funções mais utilizadas. O Excel

oferece centenas de funções e agora vamos conhecer algumas delas. 1. Fórmula da soma

Veja um exemplo:

A B C D E 1 10 25 15 10 =SOMA(A1:D1) 2

Neste exemplo estamos somando todos os valores do endereço A1 até o endereço D1.

A fórmula seria digitada como no exemplo, e ao teclar ENTER o valor apareceria. No caso a resposta seria 60.

Outra maneira de você somar é utilizando o Botão da Autosoma. Veja o exemplo:

Desta vez você deseja somar números dispostos de maneira alternada, ou seja, em

endereços diferentes. Veja o exemplo:

A B C D E 1 ÁGUA LUZ ÁGUA LUZ 2 150 35 75 55 3 4 TOTAL DA ÁGUA =A2+C2 5 TOTAL DA LUZ =B2+D3 6

Você deseja somar somente os valores de água, então, basta digitar o endereço de cada

valor, ou seja, o endereço do primeiro valor + o endereço do 2º valor e assim sucessivamente. Lembre-se que sempre devo iniciar o cálculo usando o sinal de igualdade.

2. Fórmula da subtração

No exemplo abaixo você deseja saber qual o saldo líquido do José. Então é simples: basta que você digite o endereço do salário bruto – o endereço do desconto de maneira mais clara quer dizer que para realizar uma subtração no Excel, você só precisa digitar o endereço dos devidos valores (inicial e final) acompanhado do sinal de subtração (-), como mostrar no exemplo abaixo. Para os demais funcionários você só bastaria copiar a fórmula.

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A B C E 1

FUNCIONÁRIO SALÁRIO BRUTO

DESCONTO TOTAL

SALÁRIO LÍQUIDO

2 José 800 175 =B2-C2 3 3. Fórmula da multiplicação

MULTà Multiplica todos os números fornecidos como argumentos e retorna o

produto. Sintaxe =MULT(núm1;núm2;...) Agora a maneira como você subtraiu é a mesma para multiplicar, será preciso apenas

trocar o sinal de subtração pelo o sinal de multiplicação (*). Ou: digitar a função:=MULT(selecionar as células com os seguintes valores a serem multiplicados). A B C E 1

PRODUTO

VALOR QUANT. TOTAL

2 Feijão 1,50 50 =B2*C2 4. Fórmula da divisão

A fórmula ocorre da mesma maneira que as duas anteriores. Você só precisa trocar colocar o sinal para dividir (/).

A B C 1

RENDA MEMBROS VALOR 2 25000 15 =A2/B2

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As funções utilizadas nas atividades relacionadas à Matrizes e Determinantes serão mostradas a vocês no Laboratório de Informática. Utilize o espaço abaixo para fazer as suas anotações.

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ANEXO IV

ANÁLISE DAS ATIVIDADES NO EXCEL

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No cabeçalho da planilha Comandos_básicos os alunos devem preencher

o seu respectivo nome. Nas outras planilhas o cabeçalho serão preenchidos

automaticamente.

Na questão 01, relembraremos com os alunos a definição e o conceito de

matriz, apresentando a Matriz. Propositalmente, inserimos o elemento 64 em duas

posições diferentes na tabela e fizemos referência ao mesmo nos itens g e h.

Esperamos o surgimento de alguns questionamentos por parte dos alunos nesses

itens mesmo porque o h já faz parte do conhecimento de Excel. Ainda nesta questão

utilizamos uma fórmula que busca a primeira letra do nome do aluno e renomeia a

Matriz, isto é, se a dupla foi formada pelos alunos João da Silva e Maria Celeste, a

tabela se chamará Matriz J.

Na questão 02 elaboramos algumas operações de soma e produto para

que os alunos possam se familiarizar com as operações no Excel. Esperamos que,

mesmo orientando-os para utilizar as fórmulas, alguns deles insistirão em fazer a

conta de outra forma que não utilize o recurso do Excel. Utilizamos inicialmente

números e operações bem simples e, gradativamente, mostraremos que, ao utilizar

as ferramentas do programa, as respostas serão automaticamente calculadas.

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Na planilha Oposta_e_Transposta os alunos terão a possibilidade de criar

suas próprias matrizes e fazerem as respectivas opostas e transpostas. Para isso,

deverão atribuir valores aos elementos. Na questão 03 chamamos a matriz inicial de

Matriz A e na questão 04 de Matriz B, com suas respostas a Oposta da Matriz A e a

Transposta da Matriz B. Pediremos os alunos para renomearem, caso achem

necessário, estas matrizes para o nome que eles quiserem. Automaticamente, a

matriz resposta também mudará o seu nome. Ex.: Se a Matriz A for renomeada para

TaBE*LA minha, a sua oposta denominará Oposta da TaBE*LA minha.

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Na questão planilha Adição elaboramos a questão 05 onde os alunos

efetuarão a soma das matrizes. Novamente eles poderão alterar o nome das

matrizes.

Na planilha Multiplicação os alunos farão a multiplicação como a de um

escalar por uma matriz, de duas matrizes quadradas de ordem 2 e de outras

matrizes. Na letra f os alunos poderão criar suas próprias matrizes ou até mesmo

conferir os resultados das matrizes respondidas em seus cadernos.

Propositalmente colocamos um exercício que não possui resposta, pela

condição de existência da multiplicação de matrizes. Omitimos essa informação aos

alunos.

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Até esse momento só mostraremos aos alunos como efetuar os cálculos

utilizando, “fórmulas manuais”.

Nas questões seguintes mostraremos aos alunos como utilizar as

fórmulas existentes no próprio Excel.

Na planilha Multiplicação_2 os alunos utilizarão o recurso da fórmula

=MATRIZ.MULT. É importante salientar que, se o mesmo não souber quantas

linhas e colunas são necessárias para a resposta, a fórmula apresentará o seguinte

erro #VALOR!.

Na planilha Inversa elaboramos atividades com a inversa das matrizes

utilizando a fórmula =MATRIZ.INVERSO. Novamente, o aluno deverá saber quantas

linhas e colunas serão necessárias para a resposta.

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Na última planilha temos a Determinantes com a questão 09 utilizando a

fórmula do Excel =MATRIZ.DETERM.