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FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA CURSO DE BACHAREL EM BIOMEDICINA ARTIGO CIENTÍFICO CASUÍSTICA DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA DO HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL Estudantes: Michely Ferreira Marques Costa Vanise Cirqueira de Amorim Orientadora: Msc. Graziela Silveira de Araújo Co-orientação: Esp. João Rogério Cardoso de Oliveira Msc. Graciana Souza Lordelo de Carvalho BRASÍLIA 2013

FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA CURSO …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/... · 3 Mestre em Patologia Molecular – UNB, Núcleo de Hematologia

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FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA

CURSO DE BACHAREL EM BIOMEDICINA

ARTIGO CIENTÍFICO

CASUÍSTICA DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA

DO HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL

Estudantes: Michely Ferreira Marques Costa

Vanise Cirqueira de Amorim

Orientadora: Msc. Graziela Silveira de Araújo

Co-orientação: Esp. João Rogério Cardoso de Oliveira

Msc. Graciana Souza Lordelo de Carvalho

BRASÍLIA

2013

1

Michely Ferreira Marques Costa

Vanise Cirqueira de Amorim

CASUÍSTICA DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA

DO HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na

forma de artigo científico como requisito parcial do

curso de Biomedicina, para obtenção do título de

Bacharel sob a orientação da professora Msc.

Graziela Silveira de Araújo.

BRASÍLIA

2013

2

CASUÍSTICA DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA DO HOSPITAL DE

BASE DO DISTRITO FEDERAL

SERIES OF THROMBOTIC THROMBOCYTOPENIC PURPURA IN THE BASE HOSPITAL

OF THE FEDERAL DISTRICT

Michely Ferreira Marques Costa(1), Vanise Cirqueira de Amorim(1) João Rogério Cardoso de

Oliveira(2), Graciana Souza Lordelo de Carvalho(3), Graziela Silveira de Araújo(4)

RESUMO

A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma síndrome hemorrágica rara caracterizada pela presença de anemia hemolítica microangiopática, plaquetopenia, febre, alterações neurológicas e alterações renais. Os objetivos desta pesquisa foram: verificar a importância da agilidade do atendimento no prognóstico dos pacientes com PTT tratados no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), relatar os critérios para o diagnóstico da PTT correlacionando-os com o diagnóstico diferencial; compreender a importância da plasmaférese para o paciente com PTT; e relacionar a atuação da ADAMTS13 na PTT. Foi realizado um estudo observacional, descritivo e retrospectivo em pacientes diagnosticados com PTT no ano de 2012 no HBDF através da história clínica-laboratorial obtida nos prontuários médicos eletrônicos destes pacientes. Foram estudados 3 casos clínicos de PTT no HBDF, todos no sexo feminino, em idade superior a 36 anos. Nesta análise encontrou-se: grande variabilidade de progressão e complicações da doença, necessidade do diagnóstico diferencial, tratamento padrão adotado é a plasmaférese e condutas adicionais para tratar condições ou complicações específicas, e ausência dos resultados de ADAMTS13. Conclui-se que a agilidade e qualidade no diagnóstico e tratamento da PTT reflete diretamente o prognóstico dos pacientes. Palavras-chave: Púrpura trombocitopênica trombótica; plasmaférese; anemia hemolítica; ADAMTS13. ABSTRACT

1 Acadêmicos do 8º semestre do Curso de Biomedicina, Faculdades Promove de Brasília; Distrito

Federal – Brasil. 2 Especialista em Biologia Molecular Aplicada – UNICERES, Núcleo de Hematologia e Hemoterapia

do HBDF. 3 Mestre em Patologia Molecular – UNB, Núcleo de Hematologia e Hemoterapia do HBDF.

4 Mestre em Fisiopatologia Médica – UNICAMP, Coordenadora do Curso de Biomedicina das

Faculdades Promove de Brasília, Distrito Federal – Brasil. Correspondência: Graziela Silveira Araújo Alves Quadra endereço de Águas Claras E-mail: [email protected]

3

Thrombotic thrombocytopenic purpura (TTP) is a rare hemorrhagic syndrome characterized by microangiopathic hemolytic anemia, thrombocytopenia, fever, neurological and renal disorders. The objectives of this study were to verify the importance of agility care on the prognosis of patients with TTP treated at Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) reporting criteria for the diagnosis of TTP correlating them with the differential diagnosis; understand the importance plasmapheresis for patients with TTP and correlate the activity of ADAMTS13 in TTP. We conducted an observational, descriptive and retrospective study in patients diagnosed with TTP in 2012 in HBDF through clinical and laboratory obtained the electronic medical records of these patients. We studied three clinical cases of TTP in HBDF, all in women at the age of 36 years. In this analysis it was found: large variability in progression and complications of the disease requires a differential diagnosis, treatment standard adopted is plasmapheresis and additional conduits to treat specific conditions or complications, and the absence of ADAMTS13 results. We conclude that the speed and quality in the diagnosis and treatment of TTP directly reflects the prognosis of patients. Keywords: Thrombotic thrombocytopenic purpura; plasmapheresis; hemolytic anemia; ADAMTS13. INTRODUÇÃO

A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma síndrome hemorrágica

rara que afeta cerca de 5 a 10 indivíduos a cada 1.000.000 de habitantes por ano.

Trata-se de uma condição que acomete ambos os sexos, em qualquer idade, com

maior prevalência no gênero feminino, na faixa etária de 30 a 40 anos, sem

diferença racial, obesos, e raramente em crianças ou indivíduos com mais de 70

anos. 1,2,3

A PTT caracteriza-se como uma “pêntade” composta de plaquetopenia,

anemia hemolítica microangiopática, febre, insuficiência renal e alterações

neurológicas. Porém, a anemia microangiopática e a plaquetopenia são os principais

indicativos laboratoriais para o diagnóstico da PTT desde que não estejam

associadas a outras patologias. 4

A fisiopatologia da PTT baseia-se na obliteração dos capilares e arteríolas por

microtrombos ricos em fator de von Willebrand (FvW) e plaquetas que ocasionam a

isquemia tecidual com consequente presença de hemácias danificadas durante a

passagem nos vasos sanguíneos obstruídos, formando células fragmentadas

características da anemia hemolítica microangiopática.2,5,6

4

Quando há lesão tecidual, durante o processo de hemostasia, o FvW,

proveniente das células endoteliais e dos megacariócitos, juntamente com outros

fatores teciduais e plaquetas, ativam a cascata da coagulação para formar a fibrina e

reparar o dano. Em condições fisiológicas, a fibrina é removida e o FvW é retirado

pela enzima ADAMTS13, interrompendo o processo de ativação da agregação

plaquetária. Entretanto, na PTT esse processo é dificultado pela inibição da

ADAMTS13 que facilitará a formação anormal de trombos responsáveis pela

isquemia tecidual mediada por este fator. 3,7

A PTT pode ser congênita, quando a inibição da ADAMTS13 se dá por

mutação no gene (cromossomo 9q34) que a codifica, e adquirida ou imunológica,

quando ocorre mediada pela presença de auto-anticorpos contra a ADAMTS13. 2,8

Além da deficiência ou inibição da ADAMTS13, outros fatores estão

associados com a PTT, pois há evidências de que apenas a deficiência nesta

enzima não seria suficiente para desencadeá-la. Fatores como lesão endotelial, pré-

disposição genética, deficiência de prostaciclina, infecções virais, neoplasias,

gestação e doenças autoimunes, teriam forte relação com a ocorrência de PTT,

sendo o lúpus eritematoso sistêmico (LES) comumente associado a casos na

pediatria. 9,10

Os objetivos desta pesquisa foram: verificar a importância da agilidade do

atendimento no prognóstico dos pacientes com PTT tratados no Hospital de Base do

Distrito Federal, relatar os critérios para o diagnóstico da PTT correlacionando-os

com o diagnóstico diferencial; compreender a importância da plasmaférese para o

paciente com PTT; e relacionar a atuação da ADAMTS13 na PTT.

METODOLOGIA

Foi realizado um estudo observacional, descritivo e retrospectivo na Unidade

de Hematologia e Hemoterapia (UHH) do Hospital de Base de Brasília-DF (HBDF),

através da análise de prontuários eletrônicos para coleta de dados clínicos,

laboratoriais e sociodemográficos dos indivíduos diagnosticados e tratados nesta

unidade no ano de 2012 que encontram-se atualmente em acompanhamento

ambulatorial e remissão completa da doença.

Esta pesquisa foi avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa

vinculado à Secretaria de Saúde do Distrito Federal, pelo parecer n° 239.800. O

5

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1) foi escrito de acordo com

a Resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96 e assinado pelos participantes.

RESULTADOS

Foram encontrados 5 casos clínicos de PTT no HBDF no ano de 2012, sendo

que dois destes, um do sexo masculino e um do sexo feminino, não foram

localizados por não serem procedentes do Distrito Federal. Os demais casos foram

do gênero feminino, variando dos 36 aos 58 anos. Não foi encontrado parâmetro da

obesidade associado à PTT nos prontuários.

Dos três casos analisados foi estabelecido:

Caso 1) Paciente parda, sexo feminino, 42 anos, histórico familiar de leucemia

aguda, deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) com quadro de

tonturas iniciado há 2 dias, seguido de vômitos e crises convulsivas com

liberação dos esfíncteres antes de ser encaminhada ao HBDF;

Caso 2) Paciente indígena, 36 anos, sexo feminino, natural de Manaus/AM e

procedente de Brasília-DF, apresentou-se no Hospital Universitário de Brasília

(HUB) com presença de equimoses e petéquias difusas, predominantemente

na região axilar. Três dias após sua admissão, foi encaminhada ao HBDF em

estado geral grave;

Caso 3) Paciente do sexo feminino, 58 anos, compareceu ao Hospital

Regional de Taguatinga (HRT) com histórico de astenia e cefaleia há duas

semanas sem sinais e sintomas de infecção, sendo encaminhada ao HBDF.

Nos casos 1 e 2 ocorreram outras hipóteses diagnósticas até a confirmação

de PTT. A paciente do primeiro caso teve suspeita de LES, púrpura

trombocitopênica idiopática (PTI), PTT, vasculite, e encefalite. E a paciente do

segundo caso apresentou inicialmente suspeita de PTI devido à plaquetopenia

acentuada (8.000/mm3), muito comum na manifestação desta patologia, tendo

iniciado corticoterapia imunossupressora com prednisona. O diagnóstico de PTI foi

descartado após a paciente ter evolução do quadro clínico de anemia hemolítica

caraterizada pela presença de esquizócitos.

6

De acordo com a pêntade para a PTT, segue na Tabela 1 a relação dos

critérios primários observados nas pacientes deste estudo:

Tabela 1: Casos relatados de PTT x Critério primário.

Critérios Caso 01 Caso 02 Caso 03

Anemia hemolítica microangiopática + + +

Plaquetopenia + + +

Alterações neurológicas + + +

Febre - - -

Alterações renais - - -

Legenda: apresentou o critério primário: +; não apresentou o critério primário: -

Ressalta-se que para o primeiro e o segundo casos o diagnóstico de PTT foi

confirmado no 4º dia de internação, enquanto que para o terceiro caso não foi

possível inferir o dia exato do diagnóstico, contudo sabe-se que a paciente foi

transferida ao HBDF já com o diagnóstico de PTT.

Após o diagnóstico foi adotada a terapêutica padronizada para PTT:

plasmaférese com utilização do plasma fresco congelado (PFC) sendo observado

também o uso de plasma remanescente isento de fator VIII. Em todos os casos

analisados houve irregularidade das sessões de plasmaférese devido a falta de kits

para o procedimento. No total foram realizadas 17, 14, e 15 sessões nos casos 1, 2

e 3, respectivamente.

A irregularidade da plasmaférese agravou o quadro das pacientes 1 e 3. No

primeiro caso foram descritos: edema agudo de pulmão, hipertensão arterial de

difícil controle, picos hiperglicêmicos e febris, diarreia, pneumonia relacionada à

ventilação mecânica com derrame pleural e infecção do trato urinário por Klebsiella

pneumoniae carbapenemases (KPC), Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter

cloacae e Candida não-albicans, sendo necessário o uso de antibioticoterapia por

diversos dias. A paciente 3 apresentou gastroenterite, náuseas e vômitos

associados à cefaleia parietal, pulsátil, intensa e sem irradiação.

Foi observada uma melhora dos resultados dos exames quando comparados

os resultados antes e após o tratamento de plasmaférese (Tabela 2).

7

Tabela 2: Exames antes e após tratamento de plasmaférese.

Exames

Caso 01 Caso 02 Caso 3

Resultado

inicial

Resultado

final

Resultado

inicial

Resultado

final

Resultado

inicial

Resultado

final

Hemoglobina 7,8g/dl 9,7g/dl 10,4g/dl 11,4g/dl 7,63g/dl 10,9g/dl

Hematócrito 14,10% 19,70% 17,00% 33,70% 22,70% 32,10%

Plaqueta 14.000/mm3 355.000/mm

3 8.000/mm

3 206.000/mm

3 30.800/mm

3 135.000/mm

3

Lactato

Desidrogenase 3.271U/L 458U/L 1.307U/L 482U/L 1.647U/L 429U/L

Bilirrubina Total 2,49mg/dl 1,38mg/dl 2,9mg/dl 0,19mg/dl 1,3mg/dl 0,5mg/dl

Bilirrubina Direta 0,68mg/dl 0,76mg/dl 0,65mg/dl 0,14mg/dl 0,52mg/dl 0,39mg/dl

Bilirrubina Indireta 2,04mg/dl 0,41mg/dl 2,12mg/dl 0,05mg/dl 1,3mg/dl 1,56mg/dl

Creatinina 0,9mg/dl 0,6mg/dl 0,7mg/dl 0,7mg/dl 1,0mg/dl 1,04mg/dl

Ureia 28mg/dl 48mg/dl 35mg/dl 29mg/dl 42mg/dl 20mg/dl

Glicose 110mg/dl 78mg/dl 90mg/dl 104mg/dl 77mg/dl 87mg/dl

Os exames sorológicos em todos os casos foram negativos. Sendo que

durante a internação, duas pacientes apresentaram casos de infecção (caso 1 e 3).

A paciente 1 apresentou infecção por Klebsiella pneumoniae carbapenemases

(KPC), Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter cloacae e Candida não-albicans. E a

paciente 3 apresentou infecção por Staphylococcus aureus.

Em relação ao tratamento, foi observada variabilidade na conduta terapêutica

de acordo a evolução do quadro clínico de cada paciente. Por exemplo, a paciente 1

iniciou pulsoterapia com metilprednisona devido agravamento do quadro neurológico

com consequente dessaturação. Este fato levou a necessidade da ventilação

mecânica com traqueostomia, sedação e unidade de terapia intensiva (UTI) que só

teve disponibilidade no dia seguinte. Além disso, esta paciente apresentou

comprometimento renal não relacionado à PTT, mas sim de origem medicamentosa

devido antibioticoterapia usada diversos dias durante infecção do trato urinário.

A paciente 3 também necessitou de aporte da UTI devido rebaixamento da

consciência durante a realização da quinta sessão de plasmaférese, sendo

constatado na avaliação neurológica Glasgow 13 (Ao 4 Rm5). Na indisponibilidade

de leito na UTI, seu nome foi retirado da lista de espera após a realização da sexta

sessão de plasmaférese, pois apresentou melhora do quadro clínico. Esta paciente

também teve infecção do cateter central por Shaphylococcus aureus oxalato

resistente e sensível a vancomicina, flebite, sangramento vaginal e um pico

8

hipertensivo sem sinal de alarme. Por conta do sangramento, recebeu

crioprecipitado.

A paciente do caso 2 manifestou apenas sintomas neurológicos leves,

reações urticariformes com episódios de calafrios e parestesias perioral discretos

durante a terapêutica que foi resolvida com o uso de anti-histamínicos. Ressalta-se

que após a décima terceira sessão a paciente recebeu alta hospitalar, mas foi

novamente internada para observação após um sangramento no local da punção,

decorrente das múltiplas transfusões plasmáticas devido o déficit de fator VIII.

Na Tabela 3 encontra-se as condutas terapêuticas adicionais usadas para

cada caso.

Tabela 3. Suporte terapêutico dos pacientes portadores de PTT no HBDF.

Terapêutica Caso 01 Caso 02 Caso 03

Concentrado de hemácias 18 u/ 8D 1 u / 1D 7 u / 6D

Concentrado de hemácias filtradas 2 u/ 2D 1 u / 1D 2 u/ 1D

Concentrado de plaquetas 7 u/ 2D - 1 u

Suplementação de B12 + - -

Suplementação de ácido fólico + - -

Suplementação de potássio + + +

Suplementação de magnésio + + -

Suplementação de Cálcio + + +

Fisioterapia + - -

Fonoaudiologia + - -

Ventilação mecânica + - -

Legenda: + utilizou/realizou; - não utilizou/ não realizou

A paciente 3 após a oitava sessão de plasmaférese não teve resposta

satisfatória ao tratamento, caracterizando PTT refratária. Dessa forma, paciente

evoluiu com agravamento do quadro neurológico, apresentado febre, desorientação,

alucinações, desvio da rima labial à direita, agitação psicomotora e comportamento

agressivo. Após um tempo sem realizar plasmaférese, utilizando apenas a infusão

de PFC em conjunto com ciclofosfamida e rituximabe, a paciente retomou o

tratamento, e teve melhora dos resultados, indicando boa resposta ao tratamento na

última sessão de plasmaférese.

Foi realizada a coleta para dosagem enzimática da ADAMTS13 das pacientes

2 e 3, porém sem resultado da dosagem.

9

DISCUSSÃO

Apesar do HBDF ser considerado centro de referência para o diagnóstico de

PTT no DF, durante o ano de 2012 foram diagnosticados apenas 5 casos, o que

confirma a raridade desta patologia. Do total de pacientes, apenas três participaram

deste estudo, tendo em vista que os outros dois são moradores de Planaltina e

Maceió, contudo, em 2012 foram atendidos e diagnosticados no HBDF por estarem

em trânsito pela cidade.

Os dados epidemiológicos obtidos neste estudo estão de acordo com os já

descritos pela literatura, sendo que a ocorrência da doença foi mais prevalente no

sexo feminino com idade acima de 30 anos. Não foi possível estabelecer a relação

da etnia e associação com a obesidade pelo baixo número de casos e pela falta de

dados nos prontuários.

Diagnóstico da PTT

As pacientes relatadas apresentaram no momento do diagnóstico apenas três

dos cinco critérios primários (Tabela 1), que associados com os exames

laboratoriais, validados pelo diagnóstico diferencial, chegaram ao diagnóstico de

PTT.

Atualmente, o diagnóstico desta patologia é confirmado na presença destes

três achados, desde que a causa da plaquetopenia e anemia hemolítica

microangiopática não seja decorrente de outras patologias. As pacientes do primeiro

e terceiro caso apresentaram no decorrer de sua internação mais um critério

primário: a febre, desencadeada pelo quadro de infecções desenvolvido durante a

internação. A paciente 1 apresentou ainda decadência da função renal sem

correlação com a PTT, provavelmente em virtude do medicamento polimixina usado

na antibioticoterapia para tratar de infecções diversas.

Dentre os sintomas associados à PTT que não se encontram dentro dos

critérios primários, pode-se relatar com maior frequência os sintomas

gastrointestinais e menos frequentemente sintomas articulares e musculares.2 Nesta

avaliação, somente a paciente do caso 3 evolui com quadro gastrointestinal, que

acredita-se ter ocorrido pelo falta da plasmaférese, que somente foi iniciada 5 cincos

dias após admissão da paciente.

10

Diagnóstico diferencial da PTT

O diagnóstico diferencial foi importante para definir PTT nas pacientes

analisadas, que no início da evolução clínica apresentaram suspeitas das doenças

de aspecto semelhante ao da PTT. Dessa forma, associando-se os sintomas clínicos

com os exames laboratoriais, a PTT pode ser diagnosticada precocemente

viabilizando um tratamento eficaz que mimetiza os riscos de possíveis complicações,

como a necessidade de procedimentos cirúrgicos invasivos. 3,11

No diagnóstico laboratorial, a PTT deve ser diferenciada de outros distúrbios

da hemostasia que cursam com sinais clínicos semelhantes, sendo os principais:

coagulação intravascular disseminada (CIVD), síndrome hemolítico-urêmica (SHU),

PTI e LES. Apesar da SHU ser aquela com um quadro clínico extremamente

semelhante ao da PTT 3, nos casos analisados não foi levantado esta hipótese

diagnóstica.

A PTT, SHU e CIVD, cursam com anemia hemolítica microangiopática e

plaquetopenia. Entretanto na SHU, ocorre comprometimento renal grave, o que não

é evidenciado na PTT, cujo as alterações neurológicas são mais evidentes dos que

as renais. 3,12 Já o mecanismo fisiopatológico da CIVD envolve o consumo de

plaquetas e fatores da coagulação, sendo este fato evidenciado pela elevação do

tempo de protrombina (TP) e do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA), ao

contrário da PTT e da SHU em que há apenas o consumo das plaquetas, não sendo

frequente a alteração dos exames de TP e TTPA. 13

Nas doenças autoimunes de evolução clínica similar à PTT, a PTI é

caracterizada pela presença de anticorpos contra as plaquetas, sendo muito comum

a plaquetopenia acentuada em decorrência desse ataque. Contudo, não há anemia

de característica hemolítica, podendo ser encontrada anemia por perda sanguínea.

14 Já no LES, além da pêntade, outras manifestações clínicas estão relacionadas

como problemas cardíacos, articulares e imunológicos. 15,16 Assim, a presença

destas características clínicas em conjunto com os outros exames (fator anti-núcleo -

FAN, pesquisa de células LE, anticorpo anti-DNA, anticorpo anti-Smith, dosagem de

complemento C3, C4 e CH50 para avaliar imunocomplexos) ajudam a descartar o

LES. 15,16

Assim, devido a inexistência de exames laboratoriais específicos para

confirmar ou afastar tais patologias, o diagnostico diferencial será baseado na

11

exclusão. 3,17 Neste contexto, a Tabela 4 demostra alguns parâmetros laboratoriais e

clínicos relacionados ao diagnóstico diferencial da PTT.

Tabela 4 - Parâmetros clínicos e laboratoriais que auxiliam o diagnóstico diferencial

da PTT.

Parâmetros PTT SHU CIVD PTI LES

Anemia microangiopática + + + - +

Plaquetopenia + + + + +

Petéquias e equimoses + + + + +

LDH ↑ ↑ ↑ X ↑

TP/TTPA = = ↑ = X

Fibrinogênio = = ↑ = X

Febre + + + - +

Alterações neurológicas + ≠ ≠ • +

Alterações renais + + ≠ • +

Legenda: presente/ positivo: +; negativo: −; elevado: ↑; diminuído: ↓; normal: =; não é frequente: ≠;

indiferente: •; parâmetro não encontrado: x

Os exames de maior relevância registrados nos prontuários médicos

analisados foram a dosagem de hemoglobina, contagem de plaquetas, LDH e

bilirrubina indireta. Estes exames refletem a condição da anemia microangiopática,

plaquetopenia, ocorrência do processo hemolítico e isquemia tecidual, achados

característicos da PTT, além de servirem para monitorar a resposta terapêutica.

Geralmente o hemograma de pacientes com PTT evidencia leucocitose

moderada com desvio à esquerda, anemia hemolítica microangiopática,

eritroblastos, pontilhado basófilo, hemácias policromatófilas, plaquetopenia abaixo

de 25.000/mm3, hemoglobina em torno de 10,0g/dL e reticulocitose. 2,17 Já o

coagulograma apresenta-se normal, diferente das dosagens bioquímicas que

evidenciam um aumento da ureia, creatinina, desidrogenase lática (LDH), e da

bilirrubina indireta. Na análise da medula óssea, há evidência de hiperplasia eritróide

e aumento dos megacariócitos, precursores das plaquetas. 17

Complicações na PTT

Na PTT, a complicação mais frequente é a neurológica, estando presente em

90% dos pacientes diagnosticados. 18 Neste estudo houve variação do quadro

neurológico, sendo possível verificar que a PTT pode se manifestar de forma branda

(caso 2) ou de forma grave à gravíssima (casos 3 e 1, respectivamente). A falta de

12

terapêutica foi crucial para a piora do quadro clínico das pacientes, demandando de

um tratamento especializado para suporte hemoterápico e UTI, uma vez que a

doença pode progredir rapidamente para complicações que serão fatais.

Neste contexto, ressalta-se também que a falta de disponibilidade de leito na

UTI para a paciente 3 pode ter ajudado na piora de seu quadro clínico.

Processos infecciosos foram relatados nas pacientes 1 e 3, provavelmente

porque pacientes internados estão predispostos a infecções hospitalares devido à

baixa imunidade associada à evolução do quadro clínico e as condições do

ambiente hospitalar. Além disso, o período de internação e a realização de

procedimentos invasivos influenciam diretamente na predisposição à infecção, como

no caso 1 em que a paciente foi traqueostomizada e permaneceu um longo tempo

internada. 19

Tratamento da PTT

A terapêutica padrão ouro indicada para a PTT é a plasmaférese 11. Nos

casos estudados, a plasmaférese foi aplicada de forma irregular pela falta de kits

disponíveis, acarretando complicações do quadro clínico.

Na Tabela 2 pode-se observar que existe uma melhora de praticamente todos

os exames após o tratamento com a plasmaférese, mesmo diante da falta de

regularidade do tratamento. Sendo que já foi comprovada a eficácia desta

terapêutica na melhora do quadro clínico do paciente logo após o início, diminuindo

a mortalidade para 10% a 30%.5, 18.

A plasmaférese consiste na troca dos fatores plasmáticos que estão na

corrente sanguínea causando desequilíbrio homeostático pelos fatores carênciais.

No caso da PTT, a plasmaférese irá remover o excesso de FvW, auto anticorpos

patogênicos e citocinas do endotélio-estimulante e adicionar a enzima ADAMTS13

através da troca do plasma do paciente pelo PFC ou plasma isento de

crioprecipitado (PIC) que contém a enzima em questão.2,5,17

O PIC é usado na falta do PFC como líquido de reposição, sendo sua eficácia

inferior a PFC. 20 Neste estudo, todos os pacientes receberam PFC, sendo que

somente no caso 1 houve a administração do plasma remanescente sem fator VIII.

Já o concentrado de plaquetas (CP) não é indicado para PTT, seu uso se

restringe apenas em casos de emergência, ou seja, quando há hemorragia severa

que indique risco de vida para o paciente. Caso contrário, seu uso é contraindicado.

13

21 Essa conduta foi observada nos casos 1 e 3 justamente no momento em que as

pacientes estavam apresentando hemorragias.

Ressalta-se que o tratamento com plasmaférese deve ser realizado de acordo

com a gravidade da PTT. As sessões serão realizadas até que os sintomas

neurológicos e os índices de hemoglobina, plaqueta e LDH se normalizem, havendo

ainda a possibilidade da plasmaférese ser estendida por mais uma ou duas

semanas. A normalização do LDH e da contagem de plaquetas é utilizada como

forma de avaliação da resposta ao tratamento. Pacientes que não respondem a

plasmaférese diária em 7 dias são denominados de pacientes refratários. Nestes

pacientes, a plaquetopenia e o LDH elevado são persistentes. 17, 18

Acredita-se que as complicações clínicas relatadas, principalmente nos casos

1 e 3, envolveram justamente a falta de aplicação da plasmaférese de forma regular,

refletindo em um prognóstico desfavorável com consequente aumento no tempo de

internação da paciente. Pode-se observar ainda que a paciente do caso 3

desenvolveu a PTT refratária, tendo, portanto, que associar o uso de medicamentos.

Como terapêutica adicional para os pacientes refratários à plasmaférese, o

uso de corticosteróides, ciclofosfamida, azatioprina, imunoglobulinas em altas doses,

e a esplenectomia são recomendados. Estudos mostram que o uso precoce de

rituximabe associado à plasmaférese é eficaz no processo de remissão completa da

doença. 5,11,17 Em concordância à literatura, a paciente com PTT refratária fez uso de

ciclofosfamida e rituximabe associadas ao PFC, apresentando melhora com

resposta ao tratamento.

A terapêutica para PTT não se restringe à plasmaférese, utiliza-se também

medidas adicionais como a aplicação de hemocomponentes, suplementação de

vitaminas, 27 medicamentos para tratar dos sintomas e complicações da patologia de

base e diálise em casos de insuficiência renal. 2

Nesta pesquisa, as pacientes receberam terapêuticas diferenciadas. Isso se

deve a variabilidade com a qual a PTT se manifesta, bem como com a evolução do

quadro clínico de cada paciente. Casos mais graves demandam além de suporte

medicamentoso e hemoterápico, outras condutas terapêuticas como evidenciado no

caso 1, no qual a paciente necessitou de ventilação mecânica, fisioterapia e

fonoaudiologia para auxiliar no seu tratamento.

Nos três casos, houve o uso de concentrado de hemácias filtradas com a

finalidade de reduzir as possíveis reações transfusionais. Neste estudo, apenas uma

14

paciente (caso 1) apresentou problemas renais, porém não houve necessidade de

diálise.

Tratamentos de suporte utilizam antiagregante plaquetário e infusão de

prostaciclina. 21 Esta última é importante contra a agregação plaquetária, uma vez

que atua na vasodilatação quando secretada pelas células endoteliais.22 Nos

prontuários analisados não houve a menção do uso de antiagregante plaquetário e

prostaciclina para nenhuma das pacientes, provavelmente pela forma da evolução

da doença nestes casos.

O aporte vitamínico de acido fólico e vitamina B12 foi utilizada somente pela

paciente 1, a fim de suprir a demanda da produção de novas células, em

decorrência do evento trombótico.21 Já a reposição com minerais (potássio,

magnésio e cálcio) foi realizada em todos os casos.

ADAMTS13 na PTT

A dosagem da ADAMTS13 não interfere no diagnóstico e na conduta adotada

para o tratamento da PTT. A sua importância está relacionada ao prognóstico do

paciente. 3 Pacientes diagnosticados com PTT apresentam deficiência de

ADAMTS13, que pode ser mensurada através do ensaio imunoenzimático Western

Blot. Este ensaio quantifica os níveis de ADAMTS13 na amostra do paciente através

do anticorpo IgG anti-ADAMTS13.8

Segundo estudos retrospectivos, a inibição da ADAMTS13 é baseada em um

defeito funcional que impede a clivagem de multímeros de alto peso molecular do

fator de FvW da circulação sanguínea, ou seja, a ADAMTS13 perde sua capacidade

de controlar a presença e a atuação do FvW que atuará de forma exacerbada e

patológica. 1,17

Alterações nos níveis de ADAMTS13 em pacientes com PTT pode ser

ocasionada por mutações que acarretam a diminuição ou ausência da mesma.

Atualmente estão identificadas cerca de 50 mutações nesta metaloprotease, sendo a

de tipo missense a mais comum e relacionada à perda da função. Sua prevalência é

de 60% em relação a outros tipos de mutações encontradas na PTT congênita. 23,24,

25.

Na PTT congênita, a atividade desta enzima está reduzida ou ausente e na

forma adquirida ou imunológica, seus níveis estarão apenas diminuídos, devido

atuação do auto anticorpo IgG que inibirá sua atividade.8 O aparecimento deste

15

anticorpo é estimulado por infecções, doenças autoimunes, drogas, câncer e outros

fatores. Sendo que a relação desta imunoglobulina com o câncer está associada ao

avanço do adenocarcinoma gástrico, câncer de mama, e a quimioterapia. 8,26

Neste estudo, apenas duas pacientes tiveram amostras coletadas para esta

dosagem, porém o resultado não foi obtido, sendo inviabilizada a avaliação do

prognóstico dessas pacientes e a verificação de PTT congênita e adquirida.

Vale lembrar que a diminuição da ADAMTS13 no plasma também tem sido

relatada em outras condições patológicas, como na CIVD, sepse, hepatopatias e

infecção por Plasmodium falciparum. 27

CONCLUSÃO

Concluímos que a avaliação da agilidade e qualidade no diagnóstico e

prognóstico dos pacientes tratados, demanda de inúmeros fatores para obter a

eficácia desejada. O tempo de espera entre diagnóstico e tratamento encontrado

nesta pesquisa é aceitável pela necessidade de realização de exames para

diagnóstico diferencial que necessitou de laboratórios de apoio para realização de

alguns exames. Entretanto a falta de UTI, kits para realização de suporte

hemoterápico e a não realização ou não obtenção do resultado da dosagem

enzimática da ADAMTS13, são destacados como pontos negativos para um

prognóstico favorável.

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19

APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Secretaria de Estado de Saúde- SES

Hospital de Base do Distrito Federal – HBDF

Núcleo de Hematologia e Hemoterapia-NHH

Projeto de parceria Núcleo de Hematologia e Hemoterapia HBDF/ Faculdades

Integradas Promove de Brasília – ICESP.

Você está sendo convidado a participar do projeto: Casuística de Púrpura

Trombocitopênica Trombótica no HBDF.

O nosso objetivo é realizar um estudo dos casos dos pacientes com Púrpura

Trombocitopênica Trombótica - PTT a fim de verificar a importância da agilidade do

atendimento no prognóstico dos pacientes tratados neste serviço de saúde. A

pesquisa ocorrerá no Hospital de Base do Distrito Federal e na Faculdades

Integradas Promove de Brasília.

Você receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da

pesquisa e lhe asseguramos que todos os dados pessoais e coletados durante a

pesquisa serão mantidos no mais rigoroso sigilo, através da omissão total de

quaisquer informações que permitam identificá-lo. Os participantes serão

identificados no estudo através de um número para proteger qualquer informação

pessoal.

Todos os resultados deste estudo serão publicados apenas em forma generalizada

em relatórios, congressos e revistas científicas, sejam eles favoráveis ou não, e não

incluirão qualquer informação que identificará você como sujeito do estudo.

Não haverá nenhuma forma de pagamento pela participação no estudo e caso você

se recuse a participar, sua vontade será respeitada. Você não terá nenhum ganho

financeiro, e também nenhum gasto por participar deste estudo. A participação é

voluntária e você poderá se retirar do estudo a qualquer momento, sem prejuízo,

bastando informar a um dos pesquisadores responsáveis.

20

A participação envolverá a autorização do paciente para revisão de seu prontuário

clínico. Isto significa que você não terá que passar por consultas extras ou receber

qualquer medicação ou tratamento que normalmente receberia.

Possíveis riscos e benefícios:

A pesquisa para a qual você está sendo convidado a participar não causará riscos,

visto que se baseará na coleta de dados do prontuário clínico. A análise dos dados

pode não trazer benefícios diretos a você, mas poderá gerar informações valiosas

para um tratamento mais eficaz dos pacientes com púrpura trombocitopênica

trombótica.

Outras informações:

Caso tenha dúvida sobre seus direitos como paciente de pesquisa, você poderá

entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa, que avaliou e aprovou a

realização deste estudo neste hospital, pelo telefone (61) 3325-4955 ou e-

mail: [email protected].

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável. Caso você alguma dúvida pergunte aos pesquisadores

antes de assiná-lo.

Maiores esclarecimentos:

Se, a qualquer momento você tiver alguma pergunta referente ao estudo, procure

um dos pesquisadores responsáveis:

1- Msc. Graciana Souza Lordelo de Carvalho

Núcleo de Hematologia e Hemoterapia do HBDF

Fone (61) 33151790

E-mail:[email protected]

2- Esp. João Rogério Cardoso de Oliveira

Núcleo de Hematologia e Hemoterapia do HBDF

Fone: (61) 33151790

21

E-mail: [email protected]

3- Msc. Graziela Silveira Araújo

Faculdades Integradas Promove de Brasília

Coordenadora do curso de Biomedicina

Fone: (61) 3047-9620

E-mail: [email protected]

Concordo em participar como voluntário da pesquisa: Casuística de Púrpura

Trombocitopênica Trombótica no HBDF, uma vez que compreendi o que está

explicado no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que acabei de ler e que

todas as minhas dúvidas foram esclarecidas pela equipe responsável pelo estudo.

Brasília, ____ de ______________ de 20____.

Nome: __________________________________________________

Assinatura:_______________________________________________

Pesquisador: _____________________________________________

Assinatura: _______________________________________________