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Família corrêa final

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CorreiaApelido

de fotógrafosamadores

de Thomar

Tomar 2015

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Ficha técnica

Este projeto que tem o apoio da Comissão Central da Festa dos Tabuleiros 2015, nasce da parceria entre o

Instituto Politécnico de Tomar – Mestrado em Fotografia, Licenciatura em Design e Tecnologia das Artes

Gráficas e a Câmara Municipal de Tomar - Divisão de Turismo e Cultura - Arquivo Fotográfico Silva Magalhães,

no âmbito do Protocolo de Cooperação entre estas duas entidades, resultando numa exposição num dos

edifícios da Levada de Tomar e na edição de um catálogo. Este complexo industrial que outrora funcionou ao

serviço da comunidade local, foi recuperado e reabilitado e, é agora devolvido a Tomar. A exposição mostra

uma parte da memória deste espaço e da memória coletiva da cidade nos finais do século XIX até aos meados

do século XX.

Coordenação Editorial e de ProjetoPatrícia RomãoResponsável pelo Arquivo Fotográfico Silva Magalhães Serviços de Museologia do Município de Tomar

Projeto de exposiçãoPatrícia RomãoNuno Morgado

TextosJosé Ricardo de Jesus CorreiaNuno Garcia LopesPedro Correia

Organização de conteúdosFábio Mauro CorreiaPatrícia Romão

ColaboradoresCláudia ChoraCélia das NevesFilomena SimasGonçalo FigueiredoMaria ManteigaMárcia Fradique

Intervenção de Conservação e Digitalização de originais fotográficosFábio Mauro Correia, estudante finalista do Mestrado em Fotografia do IPT

Impressões fotográficasTipografia Tipomar, Lda.

Design GráficoMónica Velosa, estudante finalista da Licenciatura em Design e Tecnologia das Artes Gráficas do IPTCoordenação de Luís Moreira, Professor Adjunto da Licenciatura em Design e Tecnologia das Artes Gráficas do IPT

Produção GráficaGabinete de Comunicação do Município de TomarLTAG-IPT/GCI-IPT

LocalLevada de Tomar

Data5 de Julho a 31 de Agosto de 2015

EdiçãoProjeto CORREIA, apelido de fotógrafos amadores de Tomar – IPT/CMT

Data Junho de 2015

Tiragem300 exemplares

ApoioComissão Central da Festa dos Tabuleiros de Tomar

Agradecemos a todos os que de alguma maneira, colaboraram na realização deste evento, e em especial a:

Ana SoaresEduardo GraçaJoão PatrícioLuís MoreiraLuís Oliveira

Marco FrancoMónica VelosaPedro CorreiaSandro FerreiraTânia Matos

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Índice

Revisitar Tomar dos nossos Avós pela fotografia dos Correia 7

Meu avô José Augusto Pimentel Correia 8

Augusto Corrêa Júnior & José Augusto Pimentel Correia, fotógrafos amadores 13

Catálogo 23

Família 24

Cidade 40

Levada 68

Festa dos Tabuleiros 74

Convento de Cristo 82

África 88

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Falar da família Correia, em Tomar, remete-nos inevitavelmente para a fotografia, tal como os Silva Magalhães, encontraram nesta arte uma capacidade de se exprimir, com uma tal veemência que apesar de o fazerem de forma amadora, deixaram-nos documentos importantíssimos para nos ajudar a visualizar, hoje, como era a cidade, o concelho e outros lugares há uma centúria atrás.

Primeiro através de Augusto Corrêa Jr., médico-cirurgião e radiologista que veio da Covilhã, onde nasceu em 1865, estabelecendo-se em Tomar até à sua morte em 1949, e que manuseava as chapas fotográficas com a mesma sabedoria como o fazia com o raio-x e posteriormente, pelo seu filho José Augusto Pimentel Correia, nascido em Tomar em 1899 e aqui falecido em 1977.

Todo o trabalho produzido por estes dois entusiastas da fotografia, poderia ter sido inglório, se os que vieram depois deles tivessem deixado, como tantas vezes acontece, que o pó do esquecimento tombasse sobre a obra que produziram.

Felizmente para Tomar, o neto do primeiro, José Ricardo de Jesus Correia, soube preservar o legado que recebeu, enquanto ia também fazendo o gosto ao dedo, tarefa que seu filho Pedro Correia continua hoje a desenvolver.

E assim culminamos, com o envolvimento do Município de Tomar e do Instituto Politécnico de Tomar que trataram e preservaram os originais no Arquivo Fotográfico Silva Magalhães, nesta exposição que ganha uma importância especial ao ser apresentada na Levada de Tomar, numa das primeiras ações que marcam a sua devolução à fruição dos tomarenses, após as obras aqui realizadas.

Se este é um espaço cheio de memórias, que se soube preservar e devolver, assim o são também estas imagens, algumas delas da própria Levada, que nos ensinam também que a humildade é o sentimento mais nobre que podemos apresentar frente ao legado histórico.

Nada como vermos como foi para percebermos como somos. E que forma melhor para o fazer do que através das fotografias tiradas por quem lá esteve?

É esse o extraordinário valor que nos é transmitido por esta exposição.

Revisitar Tomar dos nossos Avós pela fotografia dos Correia

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Meu avô José Augusto Pimentel Correia

Prefácio

Muitas são as memórias que guardo do meu avô, José Augusto Pimentel Correia, nascido em Tomar a 27 de julho de 1899, “o avô Canhoto”. Era por este nome que eu e a minha irmã, Maria João, o tratávamos, porque como eu nasci esquerdino ele estava sempre a brincar e a meter-se comigo, e, assim o continuámos a chamar até ele falecer, tinha eu 18 anos, em 7 de setembro de 1977. E as memórias que guardo do meu pai, José Ricardo de Jesus Correia, nascido a 18 de julho de 1928 e falecido a 14 de março de 2009. O “ Zé “, que fazia questão que eu, a minha irmã, a minha mãe Maria Carlota, ou todos os nossos amigos assim o tratassem.

Com a morte do meu pai, todo o espólio existente de negativos, câmaras fotografias, ampliadores, veio para mim.

Do meu avô “Canhoto”, e é assim que tenho que continuar a chamá-lo, lembro-me de passeios ao fim de semana num grande, sim digo grande, porque na altura tinha eu, 10 ou 11 anos, Mercedes Benz 190 cinza claro de quatro cilindros a gasolina, modelo muito idêntico ao do Sr. Augusto dos “papéis”, mas este um 250 seis cilindros também cinza e também a gasolina, e levar sempre consigo a câmara fotográfica para registar os momentos.

Aliás, as fotografias que ainda guardo desse tempo são quase todas tiradas por ele. Outra curiosa recordação era a sua assinatura. Quando ia com o meu pai aos

escritórios da Mendes Godinho, nos edifícios onde hoje se encontram na Levada, os serviços das Finanças, para visitar o meu avô, ficava deliciado a vê-lo assinar com a sua caneta Sheaffer de aparo d’ouro, um enrolar constante de “C” concêntricos como quem põe a massa para farturas e acabar em duas ou três letras.

Normalmente era esta que ele usava quase sempre nas suas fotografias, mas mais reduzida ou então escrevia “ZÉCO”, abreviatura de Zé Correia.

Também o meu pai quando o fazia assinava mas com “ ZÈRI”, Zé Ricardo.

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Outra boa lembrança com o meu avô “Canhoto”, talvez em 1972, foi o guiar sozinho no carro dele da altura, um Ford Taunus 12 M preto com tecto de abrir numa eira de uma propriedade em Vale Cabrito, tinha eu 13 anos.

Outra, e por razões óbvias, faz parte também da minha memória com o meu avô “Canhoto”, e conto isto só para descrever a pessoa determinada que era e a vitalidade que ainda tinha com os seus 77 anos.

Ele era o meu ídolo.Como já foi dito pelo meu pai, o meu avô, além da fotografia, tinha uma grande

paixão pela caça. São inúmeras as fotografias da época sobre esta matéria.Passado muitos anos, talvez em 1994 ou 95, e por ter ainda a imagem de o ver

sempre tão entusiasmado pela vida, pela caça, por espingardas, e a sua última uma “ideal saint-etienne” comprada na fábrica em França.

Mas a propósito dos seus saudáveis 77 anos:Estávamos no ano de 1977, princípio do Verão, ainda com o 25 de Abril muito

perto, o meu avô que tinha na altura um Datsun 1100 azul claro, meteu na cabeça por causa da caça, e do preço da gasolina, comprar um ciclomotor para poupar dinheiro. Eu, na altura com 18 anos, fui ajudá-lo na compra do mesmo, na casa de bicicletas Josil, na Torres Pinheiro nº 96.

Depois de muita escolha, achei que a melhor para o fim que ele queria, era um modelo AV7 da Mobilete em cor encarnada, novinha, linda.

Dia sim, dia não, eu ia com ele e a Mobilete, para a várzea grande, para lhe dar lições: como pôr a trabalhar, como andar, resumindo, para pôr o meu avô capaz de conduzir a dita.

Passados 2 meses de lições, e lembro-me tão bem como se fosse hoje, o meu pai recebe um telefonema da minha madrinha de baptismo Henriqueta Godinho, que era esposa do meu avô, muito aflita porque eram 7 e tal da tarde e ele ainda não tinha vindo para casa.

Resumindo, tinha resolvido sem dizer a nada a ninguém, ir com um colega de caça de longa data, que também tinha uma motorizada, dar uma volta até perto da Golegã.

Passado pouco tempo, em setembro, noutra aventura no mesmo género, mas desta vez sozinho, tem o acidente fatal.

Do meu pai muitos são também os momentos que recordo.

José Augusto Pimentel Correia

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Do seu estúdio de fotografia no sótão da casa estilo Colonial que existe na Rua Voluntários da República nº42, e para onde mudámos no ano de 1971, levámos um grande ampliador preto que ainda hoje guardo, e outro mais pequeno, muitas tinas, frascos, enfim, muitas coisas que eu na altura, com pouco mais de 12 ou 13 anos, não entendia.

Com a destreza que lhe era peculiar para a invenção, lembro-me também duma câmara reflex de rolo 35”, não sei precisar a marca, onde adaptou num dos lados, uns binóculos para fazer de lente zoom e da qual, entre algumas, tenho uma fotografia da rua de Coimbra tirada de noite da janela da cozinha.

Outra história engraçada tem que ver com o trabalho que ele realizava para a Mendes Godinho, onde trabalhava. Talvez em 1972, foi a uma feira na Alemanha ver máquinas para fazer um artigo com o Platex.

Depois de alguns dias, regressa e quando reúne com a administração diz que as máquinas para esse fim são caríssimas mas não põe de lado a hipótese de se construir uma.

E qual não é o espanto quando apresenta uma série de fotografias tiradas com uma câmara fotográfica de pequenas dimensões, uma Minolta 16, que também guardo, e que havia sido comprada, para tirar às escondidas do expositor, as fotografias úteis das partes sensíveis desse tal equipamento fabril.

Nesse tempo, como hoje, já se fazia espionagem industrial.Essa máquina foi construída na Platex em Valbom, Tomar e trabalhou durante

vários anos.E muitas outras histórias teria para contar!Com a concretização deste projeto, e como descendente Correia me apresento,

não seria possível sem uma grande e teimosa vontade da minha parte de cumprir o objetivo de perpetuar as memórias da família.

Não posso deixar de salientar que só foi conseguido com a preciosa colaboração do Instituto Politécnico de Tomar com a produção deste catálogo e da Câmara Municipal de Tomar que, no seu Arquivo Fotográfico Silva Magalhães, realizou a intervenção de conservação e restauro e a reprodução digital dos originais fotográficos e na organização da exposição na Levada de Tomar, bem como, da minha esposa Ângela pela sua infinita paciência, e dos muitos amigos que tornaram isto possível.

Termino com a intenção do meu pai, que penso ter sido concretizada,

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“(…) e Deus permita que conclua a tarefa, e no capítulo de memórias de família e de Tomar, pode ser que algum dos meus filhos, Inês, Pedro e Sebastião, ou netos as queiram continuar a escrever.”.

Tomar, 17 de Abril de 2015

Pedro José F. R. Correia

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Meu avô, o doutor Augusto Corrêa Jr. (Covilhã 1865,Thomar 1949) foi médico cirurgião no Hospital da Misericórdia e no Hospital Militar, e radiologista com consultório na Corredoura, nº48 (onde hoje está a loja nova do Martins), numa parte da sua residência, a qual comunicava por um passadiço, sobre a Rua dos Oleiros, com um grande quintal, em cujos terrenos se edificou depois a Estação dos Correios.

Era também oficial médico do quadro permanente do Regimento de Infantaria de Tomar, o celebrado Quinze, que se cobriu de glória em França, entre as tropas aliadas, nos campos de batalha da primeira Grande Guerra.

O mais velho dos seus seis filhos, Aníbal, ao casar-se mudou a forma antiga do apelido para a de Correia que, a partir da segunda geração da família, todos passaram a usar.

Meu avô nasceu na Covilhã em 21 de Janeiro de 1865, filho de um industrial ali estabelecido, e oriundo de uma tradicional família com solar em Seia, ainda hoje habitado por parentes nossos.

Após os primeiros estudos na Covilhã, frequentou o curso de medicina em Coimbra onde conheceu e se casou com a minha avó, Bebiana Pimentel Fernandes (cuja casa de família era em frente da igreja de Santa Cruz, em que depois veio a situar-se a loja Medina de música) e onde o casal permaneceu até que o serviço militar colocou o meu avô no R.I.15 de Tomar, a terra onde se radicou e nasceram todos os seus filhos.

Desde Tomar, cedo se tornou profissionalmente famoso em todo o país, pela sua competência como operador, pelas suas faculdades para o diagnóstico, e pela qualidade do seu trabalho como radiologista.

Augusto Corrêa Júnior & José Augusto Pimentel Correia, fotógrafos amadores

Dr. Augusto Corrêa Jr.

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Lembro-me perfeitamente dos seus dois consultórios (o de radiologia, em que também praticava pequena cirurgia, e o de diatermia) sempre cheios de gente de Tomar e de fora, frequentemente de Lisboa, para as suas consultas e tratamentos, e os radiológicos, na sala de visitas da residência onde havia um piano, onde ele me pedia para tocar, enquanto trabalhava no atendimento dos doentes, as suas músicas favoritas: a «valsa dos patinadores» e a de «o circo desceu à cidade»).

Juventude, jovialidade, singeleza, a do Doutor Correia, até ao fim!Muitos anos mais tarde, viúvo, idoso, outra vez casado, e com um filho pequeno,

para presenteá-lo pediu-me que o ensinasse a fazer aviões de papel (os autênticos, com asas, lemes, focinho, não os simples bicos ou projécteis de papel, sem mais que lhe diga, que qualquer criança sabe fazer e lança em curta ou incerta viagem, à boa de Deus).

Tomou naturalmente em sério o assunto de aprender, e sentado no chão do seu gabinete, foi desenhando, com régua e esquadro, os planos das peças e da montagem dos aviõezitos, à medida que eu os ia fazendo.

Depois de construídos um bom número de aparelhos, tratou-se da técnica de lançá-los: eu desci à rua e coloquei-me à porta da mercearia do Martins (onde hoje têm a loja de artigos eléctricos) e ele em frente, pela janela, ocultando-se de vistas, metido para dentro do consultório, enviava-me os aeroplanos, segundo as indicações que eu lhe dava quanto à inclinação a dar às asas, ao focinho, ou aos lemes, para mudar as trajectórias.

Foram muitos e variados os seus amigos de Tomar de que me recordo: - o doutor José Tamagnini, ou Tamagnini velho , para distingui-lo dos seus filhos

varões, três médicos e um advogado ; - o dentista Rafael Estrela, cuja viúva, Júlia, exerce ainda em Tomar a mesma

profissão do marido; - o causídico José Alves Casquilho que vivia na esplêndida casa da Praça, onde

hoje está a sede dos Serviços Municipalizados, o Casquilho velho, para diferenciar do seu filho também advogado, Amílcar Casquilho ;

- o Dinis Plácido, da Quinta das Avessadas, pai da grande pintora Maria de Lourdes de Mello e Castro;

- o José Torres, proprietário da farmácia Torres, hoje Farmácia Nova, na rua direita da Várzea Pequena, onde eu ia em pequeno mandado por meu avô buscar caixas

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de pastilhas Vichy , e onde ele costumava passar pelas brasas, depois do almoço, sentando-se num cadeirão situado no canto atrás da porta, do lado direito de quem entra, e quando chegavam clientes, o Torres prevenia: Não façam barulho que o sr. Doutor está a descansar;

- o Júlio Bento, dono da Farmácia Torres Pinheiro, na Corredoura, grande conversador, estentório, grande aficionado taurino (protector de Manuel dos Santos nos seus primeiros passos para toureiro) e que revestia a sua zombaria duma seriedade ou gravidade tal que podia resultar convincente, como quando recomendou ao Dinis Plácido que untasse com borra de azeite as cintas dos travões do seu carro, um Citroen Six, que produzia tremenda chiadeira ao estacionar na Corredoura: o resultado do conselho surpreendentemente aceite foi que, ao voltar à cidade, os travões do carro não funcionaram ao querer detê-lo no cruzamento da Ponte Velha com a Levada, à passagem de um rebanho que atropelou com o consequente desaguisado;

- o Quintas, com estabelecimento de mercearia, e também de papel e películas fotográficas, na Praça, portas ao lado das da famosa Confeitaria Tomarense, Pepe, ou Passos.

(Na geração tomarense seguinte à do meu avô, e ainda em coincidência com ele, exerceu em Tomar, de clínico geral, outro dos melhores e mais dedicados médicos portugueses que possa ter havido no seu tempo, o doutor José Augusto Oliveira Baptista, de que ele pronto advertiu a extraordinária valia «este rapaz vai longe»; duas eminências na profissão médica que mutuamente se apreciaram, porque igualmente o doutor Baptista se descobria com o doutor Correia)

No meio fotográfico havia o Rebelo, com estúdio a meio da Levada (uma rua que desde então parece propícia ao estabelecimento de fotógrafos, hoje existem ali três estúdios) e o Silva Magalhães ao final da rua direita da Várzea Pequena, onde hoje está o laboratório de análises J. Correia.

Eram profissionais e principalmente solicitados como retratistas. Mais tarde, dos primeiros fotógrafos que montaram um serviço de revelação e cópias para atendimento público, foi António Torres, num pequeno local fronteiro à farmácia do seu pai, onde também trabalhava. Meu pai saíu de Tomar para África a 8 de Março de 1930 (chegou a Leopoldville no dia 29) deixando-me com dois anos ao cuidado dos meus avós, em sua casa, vivendo o seu dia a dia.

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Meu avô tinha uma enorme câmara escura onde revelava as radiografias e, antes dele entrar, eu escondia-me ao lado de um cofre que havia ali, curioso de ver o que ele fazia, até que um dia algum movimento ou ruído me denunciou, descobriu-me, e deu-me um tabefe (único que levei dele, muitas vezes ele falava disso) pelo meu atrevimento.

Certo dia, ainda antes de eu entrar na escola primária, meu avô chamou-me, pôs-me em cima de um banco ao pé de umas tinas de revelação, começou a explicar-me como se revelam as películas, e às tantas disse-me: Vai ali à farmácia do Júlio Bento, e traz revelador e fixador, vai, vai depressa. - E vou eu com os meus escassos cinco anos buscar dois garrafões, um de revelador e outro de fixador, que não era capaz de transportar.

E diz-me Júlio Bento, excepcional pessoa mas brusco, directo, irónico: Vai dizer ao teu avô para te vir ajudar. – Assim fiz, e transmitido o recado, o meu avô, com o riso fisionómico, insonoro, que lhe era peculiar, chamou a enfermeira, a «Maria Eléctrica» e diz-lhe: Vai á farmácia do Sr. Júlio Bento, que é para o ajudares a trazer os garrafões.

Prazenteiro, seguia o jogo do Júlio Bento de indiscrição, que resultava possível, graciosa, desde a sólida amizade, o mútuo apreço.

Era outra faceta de carácter do meu avô, a humorística. Passado algum tempo já eu podia com um garrafão de cada vez. Para os recados de papel e películas fotográficas mandava-me o meu avô à casa Quintas, única que vendia esses artigos.

De mais substância e mais famosa, a anedota com o Leitão barbeiro, de artenova, como adjectivava o seu ofício na bandeira da porta da barbearia. Figura singular, sobre o redondo, sem ser baixo, rosado, de bigodes encerados, torcidos e revirados nas pontas, o escasso cabelo fixado em ponte de orelha, para cobrir a calva, o guarda-pó aberto sobre o colete negro com corrente de ouro, tão exigente da compostura e discrição a observar na sua loja, como presumido da higiene com que servia os clientes.

Escrevia a sabão nas vidraças e espelhos da barbearia (na loja agora fechada, de uma modesta e bonita casa ainda de pé na rua direita nº19, onde ele vivia, tão só como morreu, na sobreloja, de onde o retiraram dias depois de falecido – e achou-se também um vultuoso pecúlio onde contavam notas de banco há muito fora de circulação – ao estranhar-se tão larga falta no estabelecimento, ou à janela de onde

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se assomava à rua), «tudo desinfectado» com um Z que zunia, e «é proibido discutir política».

Além dos serviços de barbeiro, também oferecia os de obviar na timidez ou inabilidade para as declarações amorosas, anunciava confecção de cartas para pedir namoro, cujos modelos afixados (a 25 tostões, incluindo o selo, aquelas estampilhas de quatro tostões com a legenda TUDO PELA NAÇÃO, NADA CONTRA A NAÇÃO) e vendia um extraordinário papel de escrever com timbre de versos enquadrados em moldura de limalha como de ouro e prata, que devia ser considerado de muito efeito para a conquista, pelos galuchos do Regimento que frequentavam a barbearia ou lhe passavam à porta.

Em cima tinha habilidade para arrancar dentes. O barbeiro Leitão, que também se fixara em Tomar depois de ter vindo fazer a tropa, era conterrâneo do meu avô, doutor Correia, que um dia lhe mandou uma paciente necessitada de uma extracção dentária, e à qual eu acompanhava em seu nome.

Levei de volta para o meu avô um bilhete do Leitão (que de tão bem guardado não sei agora onde pára) em que lhe dizia: Meu caro Augusto, aqui esteve o teu neto com a pessoa que mandaste para arrancar o dente , como é entre colegas não levei nada .

Era justo e além disso pagava a honraria porque de cada vez que foi preciso mandar alguém para arrancar dentes, eu apresentava-lhe o bilhete; mas afinal não creio que tenha saído prejudicado com o meu avô que era generosíssimo.

(Devo explicar o apodo de Eléctrica que dávamos à enfermeira, Maria de Jesus – casada com mestre sapateiro Manuel da Luz Guerreiro, que fazia as botas para jogadores do Sporting de Tomar, e que ainda vive com 87 anos – e era por ser ela que accionava o transformador de corrente, da de 110 contínua, que fornecia a Central de Tomar, para a de 220 alterna, que necessitava para fazer as radiografias; o meu avô avisava: Olha a luz, já está? e ela: Está sim Sr. Doutor.

O transformador estava dentro da despensa e colocado alto, e quando ela estava em cima de um banco para accioná-lo, era ocasião que a minha irmã e eu podíamos aproveitar para surripiar alguma garrafa de vinho da Madeira dos presentes ao meu avô, afim de aproveitar os envoltórios de palha em que vinham acondicionadas e que nos fascinavam, a minha irmã convertia-os em bonecas).

Tomar, onde a cidadania conta por cima de todas as diferenças, tinha a sua tertúlia de principais não num clube restrito, mas no café Havaneza, também livraria,

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papelaria e agência de notícias (numa casa mandada construir por Manuel Mendes Godinho, em que o r/c foi destinado para o efeito, com uma sociedade constituída por ele, Joaquim Mouzinho e outros, lugar que ainda existe, sem maior transformação exterior e interior, mas que ultimamente perdeu toda a vinculação com o seu passado ao ser transformado num comércio de pronto a vestir) que o meu avô frequentava.

Os acontecimentos sociais eram o tiro aos pratos e aos pombos, as gincanas de automóveis, os concursos hípicos, no campo de foot-ball que havia na antiga horta de Joaquim Barbosa, hoje o mercado municipal, as verbenas no Mouchão parque, as corridas de touros, e as charlotadas , as competições de ciclismo, a feira anual de Santa Iria e a Festa dos Tabuleiros .

Acontecimentos eram também as grandes cheias do rio, e as concentrações no largo em frente da entrada do Mouchão nas partidas para Fátima para celebrar o 13 de Maio.

Todos estes acontecimentos e sucessos dedica-se o meu avô a fotografar, mas também típicas estampas da vida individual – considero uma preciosidade a da lavadeira sob os arcos da velha ponte romana antes da reforma, com a sua delicada firma, um retrato também de si mesmo, da sua hábil mão cirúrgica tão entregada, da sua sensibilidade profissional, humana e artística – e naturalmente, o próprio cenário cívico, perspectivas de ruas e do rio, os maciços urbanos.

Em outra magnífica fotografia, tirada desde a casa dos Vales, vê-se ao centro uma pequena ponte que já não existe e que dava acesso à horta do Torres Pinheiro, por onde nos metíamos a caçar pardais (com fisgas em que atirávamos chumbos de caça que agrupávamos numa moca praticada na sola).

Era raro que o meu avô passasse os negativos fotográficos ao papel, como fazia o meu pai (às vezes a partir de negativos de meu avô e nesses casos ou não assinava as ampliações ou anotava a proveniência), isso estranhava-me e depois tive a explicação.

Um radiologista vê e lê uma radiografia, que é um negativo, tão bem e melhor do que o comum das pessoas vê uma fotografia num papel; é ainda preciso lembrar que as dimensões de uma película fotográfica naquele tempo eram muito maiores do que as de hoje, as mais pequenas de 6x9 cm, e que, portanto, o meu avô via, apreciava, deleitava-se mais com os negativos (directamente, sem a perda de pormenor da passagem ao papel, e com a vantagem de serem vistos à transparência) postos sobre a caixa de vidro opalino de observar e estudar as radiografias. Herdei todo o seu espólio

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de negativos fotográficos, e sempre que posso dedico-me a separá-los, quando se foram colando uns aos outros, e restaurá-los; quase todos em chapa de vidro.

Meu avô, como médico, mantinha-se muito actualizado e modernizava os equipamentos do seu consultório com o que de melhor havia; apaixonado da fotografia adquiria constantemente máquinas fotográficas, quase todas das marcas Zeiss, Zeiss-Ikon, e Kodak, e na relação de bem da sua herança figuravam 36; algumas das suas máquinas fotográficas chegaram à minha posse por ofertas que fez em vida a meu pai e este a mim, o maior número coube em herança ao único filho havido do segundo matrimónio.

Dispunha o meu avô de uma grande habilidade de mãos para tudo – que a mim me chegou pela convivência e o legado genético: a família diz que eu herdei dele esse dom - e era ele que desmontava até à última peça as suas máquinas, para limpá-las, repará-las ou simplesmente conhecê-las; e também fazia as bolsas para guardá-las, de que desenhava, cortava e cosia o cabedal.

A última recordação que tenho dele respeita propriamente ao seu falecimento, e creio que é a primeira vez que a divulgo:

Em Outubro de 1949, tinha-se decidido da necessidade de operar o meu avô, e ia assistir à operação o seu colega e grande admirador, Dr. Manuel Duarte, o «Dr. Careca» (cujo consultório era onde está o laboratório de analises Vítor Carvalheiro, no primeiro andar do edifício da casa Havaneza) a quem ele mandou chamar ao seu quarto (numa casa na antiga Rua Carlos Campeão para onde se mudara quando do seu segundo casamento, e a que chamáva-mos da palmeira, por causa da enorme árvore daquela espécie que havia no jardim, e ainda existe metida no grande pátio interior duns blocos de edifícios às avenidas novas) e, na presença da sua segunda esposa, do meu pai e de mim, entregou-lhe um papel com desenhos, o esquema da operação como ele desejava que lhe fosse feita.

Passados dias, no mesmo quarto e na presença dos mesmos (meu pai, muito ligado ao meu avô, era o seu motorista – meu avô que tinha carta de condução só pegou uma vez no carro, no quintal de sua casa, para derrubar com a parte traseira da viatura, um Standar vermelho que para ele comprara o Jacinto da Gráfica, a parede da garagem e deixá-lo, como nós dizíamos, «na estrumeira» que era contigua – e os três andávamos sempre juntos) foi a vez do Dr. Careca explicar ao paciente a operação como lhe tinha sido feita, com alterações ao esquema que indicara, e quando o

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Dr. Duarte acabou a explicação o meu avô exclamou: Colega, mataram-me. Faleceu nessa mesma noite de 19 de Outubro de 1949, uma quarta-feira.

Ao meu pai, José Augusto Pimentel Correia (Tomar, 27 de Julho de 1899 – 7 de Setembro de 1977) entrou-lhe cedo o bichinho da fotografia, as suas outras «doenças» eram a caça e o fascínio do Convento de Cristo.

Daí que se tenha dedicado como fotógrafo aos temas do Convento, da caça e paisagens, e chegou também a fazer, a pedido da casa Havaneza, fotografias para uma série de postais ilustrados com vistas de Tomar, destinados a comercialização.

Em 1930 partiu para o Congo Belga (era dificílimo obter autorização de entrada para trabalhar ali, o que só veio a conseguir depois de apresentar inutilmente copiosa documentação, com uma carta de chamada em que a firma Mendes, Santos & Companhia, de tomarenses, se responsabiliza pela seu emprego) como funcionário bancário, juntando com a caça profissional.

As caçadas ou eram dos negros, principalmente para conseguir carne de macaco, ou dos brancos, assistidos pelos negros, como pisteiros e carregadores; é tremendamente invulgar a fotografia em que o meu pai dispara sobre uma pacaça ferida que investe sobre um caçador negro mal armado, e foi tirada por um companheiro, o patrão de meu pai, Sr. Gomes.

Antes da sua partida para África, já meu pai dispunha de uma câmara escura só dele, e na sua bagagem levava entre outras ofertas de meu avô um ampliador de sol, que eu conservo, e é um projector que trabalha com a luz do dia, ou seja, uma câmara escura portátil, que ali utilizou para fazer postais ilustrados e ganhar um dinheiro extra.

Na correspondência com o meu avô, o tema fotográfico devia ser importante: uma das fotografias que agora se expõe, duas vistas da Corredoura, num mesmo papel, tem uma anotação nas costas a lápis com letra do meu pai: Recebida em Lizala em 30 de Janeiro de 1932.

Voltou meu pai em 1935 a Tomar onde se estabeleceu com a tipografia Popular Thomarense, e armazém de papéis, na Corredoura, nos baixos da associação comercial, entre a ourivesaria Gama e a loja de fazendas do Vistulo, o único que vendia em Tomar as gravatas de laço, os papillons que ele próprio usava constantemente tal como meu tio Aníbal Correia.

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Os seus assuntos fotográficos são os cinegéticos (instantâneos de já funda recordação tomarense como aquele em que fixou Júlio Araújo Ferreira atirando a uma perdiz que cai como uma bola), os dos monumentos tomarenses, especialmente Convento e Castelo, e os sociais festivos: os torneios de tiro, as gincanas e as verbenas de caridade que organizavam as Tamagnini.

Meu pai, como já disse, foi de nós três o que tratou de facto a fotografia em laboratório, isto é a passagem do negativo ao papel: revelava, ampliava, montava e emoldurava; meu avô raramente fazia os positivos, como já expliquei.

E eu cedo comecei a colocar em álbum os negativos (só excepcionalmente passava ao papel; o meu pai veio a suprir-me nisto, como tinha feito com o meu avô) porque era o meu gosto que também se herda, e com o que adicionalmente lograva numa pequena poupança; nesse tempo uma carteira de papel, de 18x24 cm custava no Quintas 14$00, e a mesada que me dava era de 20$00!

Hoje continuo o trabalho de recuperação dos negativos fotográficos do Dr. Correia, e Deus permita que conclua a tarefa; e no capítulo de memórias de família e de Tomar pode ser que algum dos meus filhos ou netos as queiram continuar a escrever.

Tomar, 11 de Setembro de 1993

José Ricardo de Jesus Correia

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Catálogo

F A M Í L I A

L E V A D A

C I D A D E

Á F R I C A

F E S T A D O S T A B U L E I R O S

C O N V E N T O D E C R I S T O

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Família

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Augusto Corrêa Jr., Bebiana Corrêa e sua mãe Tomar, Casa da Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [inícios do século XX]

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Família Correia Tomar, [inícios do século XX]

Lanche em família na casa dos Correia Tomar, [inícios do século XX]

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Retrato de famíliaTomar, Villa Tomé, [inícios do século XX]

Almoço de família Tomar, Villa Tomé, [inícios do século XX]

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Avó Bebiana Tomar, [inícios do século XX]

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Bebiana e seus filhos, Aníbal, Augusto, José Correia, Pipiza (Mª Luisa), Mª do Céu e Mª Amélia Casa da Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [inícios do século XX]

Família Correia Tomar, Casa da Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [inícios do século XX]

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Aníbal e Mª Luisa Correia Tomar, Convento de Cristo, [inícios do século XX]

Família Corrêa Tomar, Convento de Cristo, Claustro do Cemitério, [início do século XX]

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Maria de Lourdes de Mello e Castro Tomar, [inícios do século XX]

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Crianças Tomar, Mouchão, [inícios do século XX]

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Augusto e Bebiana Corrêa Casa da Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [meados do século XX]

Augusto Corrêa Jr. Tomar, Casa da Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [meados do século XX]

José Augusto Pimentel Correia Tomar, [década de 30 do século XX]

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José Augusto Pimentel Correia Congo Belga, Leopoldville, [década de 30 do século XX]

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José Augusto Pimentel Correia Tomar, [meados do século XX]

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José Augusto Pimentel Correia Congo Belga, Leopoldville, [década de 30 do século XX]

José Augusto Correia Tomar, [década de 20 do século XX]

Passadiço entre casas da família Correia Tomar, Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [1915-1920]

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Cidade

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Vista parcial da cidade Ermida da Nossa Senhora da ConceiçãoTomar, [início do século XX] Tomar, [início do século XX]

Estrada de Leiria Pastor e rebanhoTomar, [início do século XX] Tomar, Avenida Marquês de Tomar, [início do século XX]

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Ardina Tomar, Avenida Marquês de Tomar, [inícios do século XX]

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Avenida Marquês de Tomar Tomar, [década de 30 do século XX]

Entrada do MouchãoTomar, [década de 20 do século XX]

Lavadeiras no rio junto à Várzea PequenaTomar, [início do século XX]

Rapariga junto de uma das rodas da Várzea PequenaTomar, [início do século XX]

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Lavadeiras no rio junto à Várzea PequenaTomar, [início do século XX]

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MouchãoTomar, [início do século XX]

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LavadeirasTomar, Várzea Pequena, [início do século XX]

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Passeio no rio Nabão Tomar, [início do século XX]

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Lavadeiras e crianças no rio junto à Várzea PequenaTomar, [início do século XX]

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Rio Nabão Avenida Marquês de TomarTomar, [início do século XX] Tomar, [início do século XX]

Ponte velha Ponte velhaTomar, [início do século XX] Tomar, [início do século XX]

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Avenida Marquês de TomarTomar, [início do século XX]

Ponte velha e Convento de Santa Iria Tomar, [início do século XX]

Ponte velha Convento de Santa IriaTomar, [início do século XX]

Avenida Marquês de PombalTomar, [início do século XX]

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Ponte VelhaTomar, [início do século XX]

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Ponte VelhaTomar, [início do século XX]

Vista da ponte sobre o rioTomar, [início do século XX]

Restaurante do Casino do Mouchão Tomar, [década de 20 do século XX]

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Festas nas antigas hortas - as VerbenasTomar, [início do século XX]

Concurso Hípico Tomar, Campo do Flecheiro (atual zona do mercado), [inícios do século XX]

Jogo no campo de futebol do FlecheiroTomar, [década de 20 do século XX]

Verbenas Tomar, Mouchão, [inícios do século XX]

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Procissão na Corredoura Tomar, [década de 20 do século XX] ]

Procissão na Corredoura Tomar, [década de 20 do século XX]

Antigo mercado na Praça D. Manuel Tomar, [início do século XX]

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Várzea PequenaTomar, [década de 20 do século XX] ]

Cheias Tomar, Várzea Pequena [1909]

Cheias Tomar, Várzea Pequena [1909]

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Açude dos Frades Tomar, [início do século XX]

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Cheias Tomar, Avenida Marquês de Pombal, [1909]

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Cheias Tomar, Rua dos Oleiros (atual Rua Alexandre Herculano), [1909]

Cheias no rio Nabão Tomar, [início do século XX]

Ponte velha Tomar, [1909]

Cheias Tomar, Corredoura, [início do século XX]

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Cheias Tomar, Corredoura, [início do século XX]

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Cheias Tomar, Rua Everard [1909]

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CorredouraTomar, [início do século XX]

Passeio no campoTomar, [início do século XX]

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Estrada do PadrãoTomar, [décadas de 20/30 do século XX]

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LevadaCheias

Tomar, Rua Everard [1909]

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Desassoreamento do rio na Levada Tomar, [início do século XX]

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Desassoreamento do rio na Levada Tomar, [início do século XX]

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Desassoreamento do rio na Levada Tomar, [início do século XX]

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Torre EiffelTomar, [1914]

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Festa dosTabuleiros

Torre EiffelTomar, [1914]

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Cortejo da Festa dos Tabuleiros Tomar, junho de 1914

Cortejo na CorredouraTomar, Junho de 1914

Cortejo da Festa dos Tabuleiros Tomar, [década de 20 do século XX]

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Cortejo da Festa dos Tabuleiros Tomar, junho de 1914

Cortejo da Festa dos Tabuleiros na Corredoura Tomar, junho de 1914

Cortejo na Ponte velhaTomar, [década de 20 do século XX]

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Cortejo na ponte de velhaTomar, [década de 20 do século XX]

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Convento de Cristo, Terraço da CeraTomar, [início do século XX]

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Convento de CristoConvento de Cristo, Terraço da CeraTomar, [início do século XX]

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Convento de Cristo Tomar, [décadas de 20/30 do século XX]

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Obras na Charola do Convento de CristoTomar, [C. 1940]

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Convento de CristoTomar, [década de 30 do século XX]

Castelo de Tomar e Convento de Cristo Tomar, [década de 30 do século XX]

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Casario em LeopoldvilleÁfrica, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

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ÁfricaCasario em Leopoldville

África, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

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Desfile militar África, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

Campos no Congo BelgaÁfrica, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

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Cena de CaçaÁfrica, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

Grupo de CaçadoresÁfrica, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

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TriboÁfrica, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

Membro de triboÁfrica, Congo Belga, [década de 30 do século XX]

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