10 Jornal da FEBRASGO – abril 2007

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ALIZAÇÃO MÉDICA

Febrasgo realiza primeira experiência com videoconferênciaProjeto-piloto de telemedicina é colocado em prática durante o Hormogin 2007

por Paula Craveiro

Telemedicina pode ser compreendida como a aplicação da arte médica a distância sem que haja a necessidade de contato físico direto para criação, manutenção ou comple-

mentação da relação médico-paciente, utilizando, para tanto, um meio de comunicação entre os pontos interessados.

De acordo com a American Telemedicine Association (ATA), a telemedicina é “o uso de informação médica veiculada de um local para outro, por meio de comunicação eletrônica, vi-sando à saúde e educação dos pacientes e do profissional mé-dico para, dessa forma, melhorar a assistência de saúde”.

Assim, uma maneira de empregar os recursos da telemedicina é a realização de videoconferência, que permite a troca de infor-mações por meio de câmaras de vídeo, microfones e softwares especiais de comunicação.

Essa ferramenta de alta tecnologia tem apresentado benefícios bastante significativos para seus usuários, como o aumento da praticidade e a redução de despesas com viagens. Além disso, as videoconferências permitem a concepção de novos métodos educacionais, mais interativos e integrados.

Os eventos que utilizam esse mecanismo, como aulas, semi-nários e congressos, tornam-se acessíveis a um número maior

de pessoas, uma vez que é possível realizar transmissões para áreas físicas amplas, com conexão simultânea para mais de um local. E foi isso o que a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) fez durante a 12ª edição da Jornada de Hormonioterapia em Ginecologia (Hormogin), realizada nos dias 16 e 17 de março, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP).

Projeto experimentalOrganizado pelo Instituto de Saúde e Bem-Estar da Mu-lher (Isbem), o Hormogin 2007 foi a ocasião escolhida pela Febrasgo para a realização de sua primeira experiência com webstreaming (televisão por meio da internet), e contou com a participação da Universidade Federal de Manaus, Universida-de do Estado do Amazonas e Universidade Federal do Ceará.

Com suporte técnico da área de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), sob orien-tação do professor associado e coordenador da disciplina, dr. Chao Lung Wen, a jornada foi transmitida em tempo real para as cidades de Parintins e Manaus (AM) e Fortaleza (CE).

Para o dr. Chao, “essa experiência foi bastante positiva, tanto para a Febrasgo quanto para a FMUSP. Claro que por ser a primeira vez, sempre há questões técnicas de momento, mas todas, sem exceção, foram prontamente resolvidas por nossa equipe”.

“Essa foi a primeira vez que a Febrasgo colocou em prática seu projeto de telemedicina. Com isso, demos início ao processo de incentivo ao uso de tecnologia para fins de educação médica continuada em ginecologia e obstetrícia”, afirmou dr. Francis-co Eduardo Prota, secretário-executivo da Febrasgo.

Segundo dr. Nilson Roberto de Melo, presidente da entidade, “depois desse teste, que foi bem sucedido, pretendemos imple-mentar essa ferramenta tecnológica no 52º Congresso Brasileiro de ginecologia e obstetrícia, que será realizado em novembro de 2007, em Fortaleza. Essa será uma ótima oportunidade para divulgarmos os benefícios da telemedicina e incentivarmos seu emprego no campo da atualização profissional”.

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Francisco Lucena, vice-presi-dente da Febrasgo na Região Nordeste, acompanhou o evento direto do Ceará

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Avaliações e opiniõesDurante os dois dias de Hormogin, tanto os congressistas presentes no auditório em São Paulo quanto os que acom-panhavam as aulas pelo webstreaming tiveram a oportunidade de interagir após cada apresentação. Além de assistirem aos painéis, os participantes puderam falar diretamente com os palestrantes, levantando questionamentos e fazendo coloca-ções sobre os temas debatidos.

“Foi uma experiência bastante rica e proveitosa. Ainda mais se levarmos em consideração que os profissionais de cidades do in-terior, de cidades afastadas dos grandes centros, não costumam ter acesso a esses eventos na região onde vivem e trabalham. Esse tipo de transmissão pela internet tende a facilitar muito a nossa vida, além de contribuir para nossa constante atualização médi-ca, pois não precisamos gastar tanto dinheiro e tempo com via-gens, cursos e congressos em outros cantos do Brasil. Podemos fazer tudo isso diretamente da nossa própria casa”, disse Wallace Ramos de Oliveira, vice-presidente da Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia (Assago), que acompanhou o even-to em Manaus (AM).

Para Francisco Edson Lucena Feitosa, vice-presidente da Febrasgo na Região Nordeste, que acompanhou o Hormogin diretamente da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, esse projeto-piloto foi muito bom. “Foi uma oportunidade bastante interessante, pois permitiu a interação com colegas de outras regiões do Brasil com experiências distintas, sem haver a necessidade de deslocamento. E, também, economizando tempo e dinheiro. Isso é excelente”.

JornadaO Hormogin é uma jornada tradicional nas cidades de São Paulo (SP) e Curitiba (PR), com foco em aspectos relacionados à hor-monioterapia no campo da Ginecologia, com especial atenção ao climatério, anticoncepção, infertilidade, tensão pré-menstrual e dismenorréia, mas sem descuidar de outros assuntos que possam interessar ao ginecologista em sua prática diária.

Linkswww.ata.comwww.estacaodigitalmedica.org.brwww.febrasgo.org.brwww.hormogin.com.br

Em São Paulo, a jornada acontece anualmente desde 1996, sempre no Centro de Convenções Rebouças e atrai um público numeroso de médicos, em sua maioria ginecologistas. Em 2006 foram mais de 900 inscritos no evento, muito provavelmente em decorrência da visão mais prática na abordagem dos temas do programa.

Na opinião de Luciano de Melo Pompei, um dos organizadores, o Hormogin 2007 foi ótimo. “Tivemos a participação de palestran-tes excelentes, com alta qualidade de informação. O público gostou muito e avaliou muito bem o evento. De forma geral, o auditório esteve repleto o tempo todo, confirmando minhas palavras”.

Sobre a transmissão simultânea, Pompei destacou que foi muito interessante, pois mostrou ao público, formado por ginecologis-tas e obstetras, que tal sistema funciona e é bastante prático. “Este foi o primeiro objetivo deste piloto. Ficou claro que a inte-ratividade é possível e que informação médica de boa qualidade para atualização profissional pode atingir locais remotos do nosso país instantaneamente”.

Além do projeto-piloto, a edição 2007 trouxe como inovação a gravação das aulas em DVD, que foi oferecido gratuitamente aos congressistas que tiveram mínimo de 75% de presença. Todo o conteúdo das apresentações também poderá ser acessado no site da Estação Digital Médica.

Vista geral da feira anexa ao evento

Chao Lung Wen, coorde-nador de telemedicina da FMUSP, foi um dos respon-sáveis pela transmissão do Hormogin

Luciano Pompei, um dos organizadores da 12a Jor-

nada de Hormonioterapia em Ginecologia

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